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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR BLAURO CARDOSO DE MATTOS – FASERRA
CARLA CONCEIÇÃO DIAS
CONTABILIDADE GERENCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO
PARA TOMADA DE DECISÃO - UM ESTUDO DE CASO DE MICRO E
PEQUENAS EMPRESAS DO RAMO COMÉRCIO E SERVIÇOS.
SERRA – ES 2017
1
CARLA CONCEIÇÃO DIAS
CONTABILIDADE GERENCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO
PARA TOMADA DE DECISÃO - UM ESTUDO DE CASO DE MICRO E
PEQUENAS EMPRESAS DO RAMO COMÉRCIO E SERVIÇOS.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos, do curso de Graduação em Ciências Contábeis, como exigência para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Prof. Jakson Costa Laranja
SERRA – ES 2017
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CARLA CONCEIÇÃO DIAS
CONTABILIDADE GERENCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO
PARA TOMADA DE DECISÃO - UM ESTUDO DE CASO DE MICRO E
PEQUENAS EMPRESAS DO RAMO COMÉRCIO E SERVIÇOS.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos, do curso de Graduação em Ciências Contábeis, como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.
Aprovado em _______ de _______________ de _______
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________ Prof(a). Jackson Costa Laranja
Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos Orientador
___________________________________________ Prof(a). Angelo Roberto
Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos Prof.(a) Convidado
___________________________________________ Prof(a). Nome
Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos Prof.(a) Convidado
3
Dedico este trabalho a todos que sempre estiveram ao meu lado nesse momento tão importante de minha vida, e aos que me apoiaram para continuar a caminhada.
4
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por ter me sustentado e me dado forças nesse período, agradeço também aos meus pais e familiares que me apoiou e aos colegas de classe, e ao corpo docente que sempre esteve disposto a nos ajudar. A dificuldade veio mais não me deixei abater por ela, fui forte e sempre pedir ao senhor para não me desamparar mesmo quando tudo parecia impossível me mantive firme, pois sabia que esse grande dia chegaria, por isso perseverei e não me abalei.
5
RESUMO
Este trabalho descreve a contabilidade gerencial como instrumento na administração e sua importância para micros e pequenas empresas, já que através desta o empresário pode tomar suas decisões com mais segurança. Apresenta-se que a necessidade de informações levantadas na contabilidade gerencial auxiliar na tomada de decisão de maneira mais competitiva, pois o mundo dos negócios está em constante progresso gerando a competitividade, onde para sobreviver é necessário que a empresa, apresente diferenciais. O trabalho apresenta ainda, modelos simplificados de Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado e Demonstração de Fluxo de Caixa, através dos quais torna-se possível elaborar índices econômicos e índices financeiros que serão de grande utilidade na administração da empresa, em especial nas empresas de comércio e Serviços, mostra que ao utilizar a contabilidade, ainda que apenas a contabilidade gerencial, que é a base de uma administração segura, os casos de sucesso e de “sobrevivência” dessas empresas aumentaria de maneira significativa, além de possibilitar um melhor acompanhamento do desempenho do negócio. Para ilustrar o tema proposto, serão feitas algumas reflexões sobre a história da Contabilidade, a informação como recurso eficiente e útil na gestão e sobre algumas ferramentas da Contabilidade Gerencial no processo administrativo de uma empresa. Este trabalho tem por objetivo, através da pesquisa bibliográfica, promover conhecimento sobre a contabilidade gerencial, alcançando, assim, permanência no mercado perante seus concorrentes. Palavras-chave: Contabilidade; Gerencial; Decisão; Necessidade e informação.
6
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Qual o ramo de atução da empresa? ...................................................... 37
Gráfico 2 - Qual sua Função? ................................................................................... 38
Gráfico 3 - Sua empresa possui quantos funcionários? ............................................ 38
Gráfico 4 - A quanto tempo sua empresa está no mercado? .................................... 39
Gráfico 5 - Onde é realizada a Contabilidade da sua empresa? ............................... 39
Gráfico 6 - Na sua empresa é usada a contabilidade gerencial? .............................. 40
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 8
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................................ 10
2.1 CONTABILIDADE GERENCIAL ................................................................................................ 10
2.1.1 Contabilidade Gerencial e sua Evolução ................................................................... 11
2.1.2 Contabilidade gerencial e a financeira ....................................................................... 12
2.2 A CONTABILIDADE GERENCIAL ESTRATÉGICA ............................................................... 13
2.2.1 Fundamentos da contabilidade gerencial estratégica ............................................. 15
2.2.2 Práticas de Contabilidade Gerencial Estratégica ...................................................... 17
2. 3 O PAPEL DA CONTABILIDADE GERENCIAL ...................................................................... 18
2.3.1 Ferramentas da Contabilidade Gerencial ................................................................... 20
2.3.2 Análise das Demonstrações Contábeis ..................................................................... 26
2.4 PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO ............................................................................... 31
2.5 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL .................................................................. 33
3 ESTUDO DE CASO ....................................................................................................................... 37
3.1 PESQUISA .................................................................................................................................... 37
3.2 ANALISE GERAL ......................................................................................................................... 40
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 42
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 44
ANEXO QUESTIONÁRIO ................................................................................................................. 48
8
1 INTRODUÇÃO
O Brasil é um país de empreendedores onde muitos brasileiros têm ideias de novos
negócios e as concretizam sob a forma de micro e pequenas empresas, muitas
pessoas acham que são apenas as empresas grandes ou multinacionais que fazem a
economia ir para frente. Mas não é bem assim, ao contrário do que muitos pensam,
as micros e pequenas empresas têm sim um papel fundamental para promover o
crescimento econômico do país, as micro e pequenas empresas correspondem a
27,1% do faturamento do comércio. Segundo os dados do estudo realizado pela
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo, 1.647
mil empresas do comércio no país, cerca de 96,3% são de pequeno e médio porte. (O
POVO, 2016)
O nível competitivo da economia torna necessário a otimização dos recursos
disponíveis na organização e alinhá-los as exigências do mercado. Para que isto seja
factível têm-se os instrumentos disponibilizados pela Contabilidade. Essa é uma
ciência que tem o intuito de mensurar o patrimônio e sua variação e fornece um
suporte informacional a fim de orientar e auxiliar os gestores na tomada de decisões.
Assim, para enfrentar os desafios e dificuldades no mercado globalizado, os gestores
precisam monitorar seu processo de gestão, com meios que efetivamente auxiliem na
tomada de decisão. Para tal, tem-se dentre as diversas áreas da Ciência Contábil, a
contabilidade gerencial que além de fornecer informações tempestivas ao processo
decisório, também pode auxiliar na determinação de sua vantagem competitiva.
Tal fato ocorre, pois por meio de relatórios contábeis-gerenciais é possível a execução
dos planos estratégico, tático e operacional para a consecução de um futuro próspero.
Isto se faz necessário para qualquer tipo de empreendimento e independente do seu
porte. Portanto, todas as organizações precisam estar subsidiadas de informações
precisas da situação econômica, financeira e patrimonial da entidade.
Todavia, no Brasil, ainda é muito recente a utilização dessas ferramentas por parte
das pequenas e médias empresas. Onde algumas empresas pouco utilizam ou ainda
não utilizam o suporte informacional que a contabilidade gerencial é capaz de fornecer
9
aos seus usuários. Um motivo para esta realidade seria a falta de conhecimento do
potencial informativo desta área da Ciência Contábil.
Com base nas considerações expostas, busca-se responder a seguinte questão de
pesquisa: Como a Contabilidade Gerencial, como Instrumento de Gestão,
Influência no Processo de decisão?
Os empresários estão a cada dia, em busca das soluções disponíveis em busca de
lucratividade, sem o gerenciamento correto as empresas podem chegar a falência.
A pesquisa apresentada tem como objetivo geral evidenciar a influência da
contabilidade gerencial no processo de decisão.
Seguindo de seus objetivos específicos que são:
a) Conceituar Contabilidade Gerencial
b) Analisar a influência no processo de decisão
c) Demonstrar como o instrumento de gestão influencia no processo de decisão
Ressalte a importância do tema proposto e a necessidade de um estudo mais
aprofundado, onde as informações levantadas na contabilidade gerencial possa
auxiliar na tomada de decisão a maneira mais competitiva a respeito de suas
atividades de forma organizada, com qualidade, para que tomar as decisões sejam
mais ágeis e eficaz. (CONSTANTE, 2010)
A metodologia aplicada a esse estudo é uma coleta explorativa de dados livros, artigos
e internet. Foram realizadas entrevistas através de questionários disponibilizados no
GOOGLE Drive, para coleta de dados, para analisar-se a influência da contabilidade
gerencial, como instrumento de gestão, sendo essas observações necessárias para a
obtenção de um estudo objetivo, para que as ideias sejam claras.
10
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CONTABILIDADE GERENCIAL
A contabilidade gerencial é processo de identificação, mensuração, análise e
comunicação de informações financeira utilizada pela administração para
planejamento e controle de uma empresa, para assegurar o uso apropriado de seus
recursos. A contabilidade gerencial fornece informações necessárias para a
administração e para o desenvolvimento de uma empresa. (CONTA AZUL, 2017).
A contabilidade gerencial pode ser definida como um conjunto de técnicas e
procedimentos contábeis. Fornecem informações precisas para o processo de tomada
de decisão os gestores nas empresas, a contabilidade gerencial volta-se para o
usuário interno, alimentando diferentes planilhas, relatórios e outras ferramentas que
fornecem dados para comparações, elaboração de orçamento, com a utilização da
contabilidade gerencial, é possível comparar a sua empresa com concorrentes e
utilizar dados do mercado para entender melhor o contexto em que você está
trabalhando, utilizando previsões e tendências para projetar o futuro de suas
atividades e de seu negócio como um todo. (BLB, 2016).
A contabilidade pode ser empregada para adequar as ferramentas de gestão ao
momento em que a empresa se encontra.
Segundo Constante (2010)
A contabilidade pode ser resumida como a escrituração dos atos e fatos ocorridos nas entidades e a informação gerada referente a atual situação econômico-financeira das entidades para auxiliar os gestores nas tomadas de decisões, bem como mensurar o real valor dos patrimônios
das entidades.
Podemos afirmar, contudo, que a Contabilidade Gerencial não é um ramo separado
da Ciência Contábil, mas é a integração dos conhecimentos de gestão para a tomada
de decisões na administração da entidade. Portanto, é o gerenciamento da informação
contábil em favor da administração da entidade. A Contabilidade Gerencial preocupa-
se com a informação contábil útil à administração. Os administradores utilizam-se dos
dados gerenciais para planejamento, avaliação e controle adequados da organização,
11
por meio de um Sistema de Informação Contábil. Tanto os usuários internos, como
sócios e gestores, quanto os externos, como auditoria, utilizam a informação contábil.
A diferença está no tipo da informação e na maneira como atuam. (FAEL, 2016).
A Contabilidade Gerencial é um tipo de informação contábil desenvolvida para
gestores dentro de uma organização. É o processo de identificar, mensurar, acumular,
analisar, preparar, interpretar e comunicar informações que auxiliem os gestores a
atingir objetivos organizacionais. Esse tipo de Contabilidade Gerencial tenta ser
abrangente e breve, e ao mesmo tempo, capaz de se adaptar às mudanças
tecnológicas e às novas necessidades dos gestores e das outras áreas funcionais dos
negócios. Esse conceito também pode ser aplicável às organizações que não têm o
lucro como objetivo. Independente do objetivo da empresa, todas precisam gerenciar
o uso dos seus recursos (FAEL, 2016).
2.1.1 Contabilidade Gerencial e sua Evolução
A Revolução Industrial foi um fator muito importante para a contabilidade. Exatamente
neste período que se originou a contabilidade gerencial como um complemento da
contabilidadefinanceira
.
No anteceder da Revolução Industrial, a contabilidade mantinha apenas um
pequeno registro das relações externas de uma organização em relação a
outras organizações comerciais não se preocupando com o processo de
comunicação entre ambas. Após a Revolução Industrial, com o aumento dos
negócios, houve a necessidade de precificar o valor do processo de
conversão da mão-de-obra e dos materiais em novos produtos e de verificar
se as organizações estavam tendo resultado em relação aos recursos que
consumiam na produção. Com as operações em grande escala, surgiu a
necessidade de maior ênfase na contabilidade voltada aos interesses
internos das organizações competitivas e ao uso de registros contábeis como
meio de controle administrativo da organização. (VASCONCELOS, 2009).
Segundo Araújo e Assaf Neto (2003) Com a evolução tecnológica e a ampliação das
necessidades sociais, como um todo, houve também a ampliação do leque de
usuários potenciais da contabilidade, criando-se a necessidade da empresa
evidenciar suas realizações para a sociedade, contrariamente ao que acontecia
12
antigamente, quando a contabilidade tinha por objetivo informar apenas ao dono qual
o lucro obtido pela empresa em determinado período. Com o surgimento do mercado
globalizado que acirrou a concorrência, a informação contábil tornou-se imprescindível
e estratégica para a subsistência e criação de vantagem competitiva para possibilitar
que as empresas locais competissem com as grandes corporações transnacionais, e
para que estas dispusessem das informações necessárias para poder avançar e
expandir mundialmente.
2.1.2 Contabilidade gerencial e a financeira
As informações da contabilidade gerencial são muito diferentes daquelas processadas
e fornecidas pela contabilidade financeira em uma série de maneiras. Primeiro de
tudo, enquanto os relatórios de contabilidade financeira tendem a basear-se em dados
históricos, relatórios da contabilidade gerencial são essencialmente voltados para o
futuro; geralmente confidenciais e apenas para uso interno, ao contrário de
demonstrações contábeis financeiras que são publicamente divulgadas.
(KIELLANDER, 2015).
No entanto, o critério de Contabilidade Gerencial e Financeira sofre de algumas
divergências quanto as suas posições. Para alguns especialistas, a Contabilidade
Gerencial é uma extensão da Contabilidade Financeira. Para outros, no entanto, a
Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial necessitam tomar rumos
diferentes. Existem argumentos para se aceitar ou não uma e outra forma de perceber
o tema, sendo possível encontrar aqueles que pensam que a Contabilidade ainda
possa ser única. (FAEL, 2016).
Segundo a Redação do site Mundo (CARREIRA 2015), A contabilidade gerencial
engloba vários aspectos que fazem parte da contabilidade financeira, como análise
de custos e finanças, balanço, entre outros procedimentos. A diferença principal entre
este modelo e a contabilidade financeira é que os dados obtidos são apresentados de
uma maneira específica, mais analítica, para conhecimento de gerentes e cargos
superiores da empresa. Basicamente, é a síntese do trabalho de contabilidade que é
passada para a parte diretiva da instituição. Com isso, é possível que a direção da
empresa tenha um cenário mais definido sobre as possibilidades de investimento,
onde é preciso realizar cortes de verbas, entre outros aspectos da vida financeira do
13
negócio. Logo, é o gerenciamento da informação contábil em favor da administração
da entidade. Já a contabilidade financeira é a etapa anterior, onde todos os dados de
transações econômicas, entradas e saídas, custos operacionais, contratação de
pessoal, dispensa, entre outros pontos, são classificados e registrados para futura
análise gerencial. Ao contrário da contabilidade gerencial, que tem um caráter mais
analítico com relatórios explicativos, a contabilidade financeira é mais objetiva. Nesta
etapa, a preocupação é apenas com a demonstração assertiva da vida financeira da
organização, na qual os relatórios são elaborados para agentes externos, como
acionistas e credores.
2.2 A CONTABILIDADE GERENCIAL ESTRATÉGICA
Segundo Pinheiro (2007), a Contabilidade Gerencial Estratégica vem para completar
a Contabilidade Gerencial “Tradicional”, pois enquanto está preocupa-se em organizar
os defeitos encontrados no interior das empresas como a falta de analises dos
relatórios contábeis, como fonte de dados que resultaram em soluções para muitos
problemas financeiros, econômicos e até mesmo social dentro de uma empresa.
A Contabilidade Gerencial Estratégica está mais voltada ao ambiente externo da
corporação mostrando assim a avaliação de informações sobre a concorrência, os
fornecedores, os clientes e, até mesmo sobre os consumidores e esses dados,
quando agregados as outras áreas da empresa contribui aos contadores e
administradores na elaboração de planos a longo prazo, dando oportunidade a partir
desses planos uma estimativa comparativa do valor da vantagem competitiva ou o
valor sobre seus competidores. O contador diante desse ramo da contabilidade
precisa voltar-se também para os aspectos estratégicos, propiciando informações
úteis e relevantes assegurando que a administração tome as melhores decisões
estratégicas para o longo prazo. (PINHEIRO, 2007).
Uma nova forma de geração de informações está ocorrendo nas organizações, quer
sejam nacionais ou internacionais. O mundo econômico requer das empresas uma
nova postura na forma de mensurar, analisar e de tratar as informações.
(JOHNSON e KAPLAN 1993) reforçam esta nova tendência de geração de
informações quando afirmam:
14
“Os sistemas de Contabilidade Gerencial das empresas são inadequados para a realidade atual. Nesta era de rápida mudança tecnológica, de vigorosa competição global e doméstica e uma enorme expansão da capacidade de processamento das informações, os sistemas de Contabilidade Gerencial estão deixando de fornecer informações úteis, oportunas para as atividades de controle de processos, avaliação dos custos dos produtos e avaliação de desempenho dos gerentes”.
Com esta expansão da capacidade de processamento de informações e que surge a
necessidade de uma Contabilidade Estratégica, onde as informações serão melhores
trabalhadas.
Dixon (1998) fez críticas, tentando convencer contadores gerenciais de que eles
precisavam adotar uma perspectiva mais estratégica, informando dados relativos à
competição de mercado. Um dos primeiros defensores da Contabilidade Gerencial
Estratégica,
Simmonds (1981), sugeriu que a habilidade do contador deveria ser desenvolvida
juntamente com a análise de informações interna e com a apresentação de dados
pertinentes. A importância da Contabilidade Gerencial também se volta para os
aspectos estratégicos, pois a necessidade de informações deste porte é grande e,
com certeza, os gestores das organizações esperam dos contadores, administradores
e assessores de gestão em pleno exercício de suas funções, o total atendimento aos
anseios de uma gestão eficiente e eficaz.
Riccio (1989) afirma que “O Sistema de Informação Contábil deve ser desenvolvido
dentro do conceito de sistema amplo, isto é, voltado à empresa, ao contrário do
conceito de Sistema particular da Área Contábil".
Goldemberg (1994) afirmou sobre a participação atual e sobre qual é o potencial de
participação do controller no processo de planejamento estratégico da empresa,
associando o conceito de Contabilidade Estratégica, afirmando que o controller “...
procura prover e analisar os dados contábeis que dizem respeito à estratégia da
empresa”.
A Gestão estratégica é um seguimento da gestão global das organizações que se
preocupa em acompanhar as ações das empresas e de seus ambientes externos, tais
15
como, concorrentes, fornecedores, clientes e consumidores, afim de, conceber e
implementar estratégias que lhes permitam manter-se à frente dos competidores.
Segundo, Cerqueira Neto (1993),
A gestão estratégica é “... o processo de buscar a compatibilização da empresa com seu meio ambiente externo, através de atividades de planejamento, implementação e controle, consideradas as variáveis técnicas, econômicas, informacionais, sociais, psicológicas e políticas”.
Rocha (1999), já diz que “o processo de tomada de decisões e a implementação de
ações que visa a conceber, desenvolver, implementar e sustentar estratégias que
garantam vantagens competitivas a uma organização”.
Assim, podemos afirmar que a gestão estratégica é a preocupação constante com a
obtenção de vantagem competitiva sobre os concorrentes, concentrando-se nas
ações organizacionais voltadas à geração de resultados estratégicos.
O Quadro abaixo apresenta uma comparação entre a Contabilidade Gerencial e a
Contabilidade Gerencial Estratégica.
Quadro - Comparação: Cont. Gerencial e a Cont. Gerencial Estratégica (Fonte: Veiga, 2000)
ASPECTOS CONTABILIDADE GERENCIAL
CONTABILIDADE GERENCIAL ESTRATÉGICA
Análise dos custos internos Aborda Não Aborda
Informações quantitativas internas
Aborda Não Aborda
Análise dos custos externos tais como fornecedores, clientes, consumidores, concorrentes.
Não Aborda Aborda
Informações quantitativas dos fornecedores, clientes, consumidores, concorrentes.
Não Aborda Aborda
Aspectos qualitativos em geral Não Aborda Não Aborda
2.2.1 Fundamentos da contabilidade gerencial estratégica
A característica estratégica atribuída à contabilidade é uma evolução da contabilidade
gerencial para atender ao novo ambiente empresarial. Ou seja, a formulação e o
16
desenvolvimento das estratégias dependem de informações que podem ser
fornecidas pela contabilidade gerencial. (BLB, 2017).
Segundo o Ibracon (1992),
A contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização.
Ainda o IBRACON (1992) afirma que as informações de naturezas físicas constituem
um importante desdobramento dentro da evolução da teoria dos sistemas contábeis,
pois as mais recentes pesquisas sobre a evolução de empreendimentos têm revelado
que um bom sistema de informação e avaliação não pode repousar apenas em valores
monetário, mas deverá incluir, na medida do possível, mensurações de natureza
física, tais como, quantidades geradas de produtos ou serviços, número de
depositantes em estabelecimentos bancários e outras que possam permitir melhor
inferência da evolução do empreendimento por parte do usuário.
Caso a contabilidade, através de um conjunto básico e padronizado de informações,
atenda aos seus usuários, percebemos que a mesma está atingindo seu objetivo.
Fávero Et Al. (2009) afirmam:
Na verdade, gerar informações oportunas de acordo com o modelo decisório de cada usuário não é tarefa fácil. Todavia, é uma meta que se busca atingir via aperfeiçoamento da Contabilidade, e, nesse caminho, o importante é ter consciência de que a etapa mais significativa é conhecer melhor os requisitos dos usuários da informação contábil.
Riccio (1989), abordando a Contabilidade como um sistema de informação enfatiza
que a Contabilidade atua a nível estratégico.
Assim fazendo, pudemos constatar que o Sistema de Informação Contábil de fato abrange não somente a Contabilidade Financeira (Nível Operacional), mas também Contabilidade Gerencial (Nível Tático) e já contém os elementos essenciais do que poderíamos denominar de “Contabilidade Estratégica.
Assim, a contabilidade é um sistema de informação, de avaliação e de análise que
visa analisar dados quantitativos, econômicos e físicos para gerar informações que
17
serão utilizadas nas tomadas de decisões em diversos níveis nas organizações. A
Contabilidade Gerencial Estratégica está voltada ao ambiente externo, como, por
exemplo, a avaliação de informações sobre a concorrência, os fornecedores, os
clientes, e até mesmo aos consumidores, atuando juntamente com as demais áreas
da empresa na elaboração de planos de longo prazo, estimando comparativamente o
valor da vantagem competitiva da empresa ou o valor adicionado sobre seus
competidores e avaliando o rendimento de seus produtos. (Riccio,1989).
Segundo SIMMONDS (1981) a Contabilidade Gerencial Estratégica é
A provisão e análise de dados de Contabilidade Gerencial sobre um negócio e o seu uso para competição, desenvolvendo e monitorando a estratégia empresarial, particularmente níveis relativos e tendências em custos reais e preços, volume, divisão de mercado, fluxo monetário e a proporção exigida dos recursos totais de uma firma.
Para DIXON (1998), o conceito de Contabilidade Gerencial Estratégica
Tem que ser desenvolvido por profissionais e acadêmicos, mas para isso deve haver maior interação entre os dois, este conceito pode ser desenvolvido além do seu estado atual, e pode alcançar aplicação mais difundida e pode ajudar as organizações a aumentarem as vantagens competitivas em mercados intensamente competitivos.
Portanto, a determinação das metas e objetivos de longo prazo de uma empresa, a
adoção de um plano de ações e a alocação de recursos necessários para a execução
dessas metas fazem parte da sua estratégia para se manter competitiva no mercado.
Esse crescimento necessita ser desenvolvido e monitorado com novas estratégias.
Nesse contexto é que a contabilidade atua estrategicamente como instrumento que
possibilita o aprimoramento da gestão, e é a partir daí que surge a contabilidade
estratégica. (BLB, 2017).
2.2.2 Práticas de Contabilidade Gerencial Estratégica
As práticas de contabilidade gerencial estratégica são inúmeras e variadas,
entretanto, para que houvesse uma delimitação, foram utilizadas as práticas
18
apresentadas por Guilding, Cravens e Tayles, (2000), que determinaram os seguintes
parâmetros para discernir as práticas de contabilidade gerencial estratégica:
Controlar as atividades correntes da corporação;
Planejar estratégias táticas e operações futuras;
Adequar o uso dos recursos;
Medir e avaliar o desempenho;
Otimizar o processo de tomada de decisões;
Melhorar a comunicação interna e a externa.
2. 3 O PAPEL DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Um dos pilares da gestão empresarial é a contabilidade gerencial. É ela que conecta
os gestores às informações financeiras da empresa e os mostra o caminho a percorrer
para melhorar a lucratividade do negócio. (Blb,2017).
Informações de contabilidade gerencial fornecem um olhar orientado a dados, para
que a empresa projete suas ambições e crie suas metas e objetivos, a orçamentação,
projeções das demonstrações são apenas alguns exemplos de como as informações
da contabilidade gerencial são utilizadas para fornecer informações que ajudam a
orientar a gestão do futuro de uma empresa. Para auxiliá-los na tomada de decisão,
a contabilidade gerencial ajuda a aumentar a eficiência de todas as funções de gestão;
fixação de alvo, tomada de decisão, a fixação de preços ajuda a fazer a previsão
financeira, útil no controle de desperdícios, ajuda na comunicação completa entre
todos os níveis de gestão, ajuda a controlar o custo de produção, assim, aumentar a
percentagem de lucro, ajuda na tomada de decisões estratégicas. (KIELLANDER,
2015).
Segundo o consultor de empresas Jonathan Byrnes, O orçamento empresarial e a
finança corporativa ajudam a construir o panorama real da situação em que o business
se encontra, das projeções futuras e dos dados a serem fornecidos para acionistas.
O objetivo é viabilizar o controle empresarial por meio de orçamentos, relatórios de
custos e desempenho, que expõem as falhas, revelam como corrigi-las e onde se
deve canalizar o investimento. Em artigo publicado na Harvard Business School, a
contabilidade gerencial tem quatro elementos -chave: gestão de rentabilidade, seleção
19
de relacionamentos em contas, caminhos de migração de produtos e planejamento
de contas. Além disso, os gestores devem fornecer aos representantes de vendas
esse panorama da contabilidade, para que eles possam entender as necessidades da
empresa e quais tarefas devem ser realizadas nas diferentes contas.
Primeiro pilar, os representantes devem assegurar os negócios mais lucrativos, obter
melhores resultados deles, ajudar a manter a margem de lucro e reduzir os
investimentos menos lucrativos.
A seleção de relacionamentos, por sua vez, pode decidir a lucratividade de uma
empreitada. Eles podem variar desde parcerias operacionais com o cliente, para
configurações como gerenciamento de fluxo de produto, até relações puramente
comerciais que caracterizam interações comprador-fornecedor. É fundamental
entender qual o tipo de relação que se encaixa em determinada conta.
Na maioria das empresas, produtos e serviços podem ser estruturados de tal forma a
aprofundar o relacionamento dentro da conta. Por exemplo, permitir que pessoas de
setores operacionais e de vendas entrem em contato com gerentes de alto nível, sem
que seja necessário contratar terceiros com contatos pré-existentes. Com a estratégia,
o representante de vendas pode obter informações confiáveis sobre seus clientes e
consumidores.
Planejamento de contas prevê o gerenciamento do processo de tomada de decisões
por parte do representante de vendas. Nessa etapa do gerenciamento, ele vai
desenvolver um perfil de conta com histórico, volume de vendas, margem de lucro,
necessidades do consumidor. Vai identificar o alvo, o que ele busca e determinar como
abrir cada uma das portas do negócio. Depois, criar um plano de ação com etapas,
métricas, recursos e metas.
O sucesso da contabilidade gerencial está em deixar claro um bem estruturado
processo para os representantes de vendas. Assim ficam explícitas quais tarefas
devem feitas em cada interação com os clientes e consumidores para que haja
resultados mais lucrativos.
20
2.3.1 Ferramentas da Contabilidade Gerencial
Contabilidade Gerencial é uma ferramenta indispensável para a gestão de negócios
contadores, administradores e responsáveis pela gestão de empresas se
convenceram que amplitude das informações contábeis vai além do simples cálculo
de impostos e atendimento de legislações comerciais, previdenciárias e fiscais.
Os gestores de empresas precisam aproveitar as informações geradas pela
escrituração contábil, pois obviamente este será um fator de competitividade com seus
concorrentes: a tomada de decisões com base em fatos reais e dentro de uma técnica
comprovadamente eficaz. Kiellander, (2015).
Os relatórios de contabilidade gerencial os gestores das empresas tomam decisões
importantes. Estes relatórios, em vez de serem calculados com base em práticas de
contabilidade, são calculados com base nas necessidades de informação da gestão
Pode-se através dos sistemas de Contabilidade Gerencial avaliar a desempenho de
determinada empresa ou setor, o que está muitas vezes atrelada ao sistema de
remuneração e promoção da instituição. (KIELLANDER, 2015).
A seguir serão apresentadas algumas das ferramentas da Contabilidade Gerencial,
mais utilizadas pelas organizações para auxiliar nos processos de planejamento e
decisão.
Demonstrações Contábeis
As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição
patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma
entidade no período findo nessa data. O objetivo das demonstrações contábeis de uso
geral é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o
fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários
na tomada de decisões. As demonstrações contábeis também mostram os resultados
do gerenciamento, pela Administração, dos recursos que lhe são confiados." (MAPH
EDITORA, 2006)
Tais informações de um conjunto completo de demonstrações contábeis incluem os
seguintes componentes (SOCONTABILIDADE, 2017).
21
Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial (BP) é a principal Demonstração Financeira existente (relatório
contábil obrigatório por Lei). Ele mostra como de fato está o Patrimônio da
empresa, refletindo sua posição financeira em um determinado momento (no fim do
ano ou em qualquer data predeterminada).
No Balanço, o Patrimônio se encontra em equilíbrio, equilibra os bens e direitos com
as obrigações e as participações dos acionistas. Desta forma, ele é a igualdade
patrimonial. O BP mostra o Patrimônio da entidade tanto quantitativa quanto
qualitativamente (apresenta cada item que faz parte do Patrimônio e quanto se tem
de cada um).
O termo "Balanço" origina-se do equilíbrio Ativo = Passivo + PL; Aplicações =
Origens; Bens + Direitos = Obrigações. Parte da ideia de uma balança de dois
pratos, onde sempre há a igualdade de um lado com o outro (se não estiver em
igualdade, significa que há erros na contabilidade da entidade).
O BP demonstra, de maneira organizada, quais são (aspecto qualitativo) e quanto
valem (aspecto quantitativo) os bens, direitos e obrigações.
Em resumo, o Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar,
quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e
financeira da entidade.
Estrutura Do Balanço Patrimonial
O BP tem na sua constituição duas colunas: a coluna do lado esquerdo é a do Ativo e
a coluna do lado direito é a do Passivo (determinado por convenção).
No lado esquerdo são discriminados os bens e direitos, especificando-se
qualitativamente cada componente e indicando seu valor monetário (aspecto
quantitativo).
No lado direito são discriminadas as obrigações (dívidas) que a empresa possui para
com terceiros, por sua natureza e por sua expressão monetária.
22
Também no lado direito são discriminadas as contas do Patrimônio Líquido, sendo as
obrigações para com a empresa. São os recursos que os acionistas, sócios investiram
na entidade. Ex.: investimento feito pelos proprietários (dinheiro aplicado), reserva de
lucros, etc.
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Bens + direitos
Obrigações com terceiros
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Obrigações com a empresa
(diretores, acionistas, etc.)
TOTAL ATIVO $ TOTAL PASSIVO $
(Total ativo = Total passivo)
Classificação das Contas no BP
Todos as contas do Ativo encontram-se discriminadas no lado esquerdo do Balanço
Patrimonial e são classificadas em ordem decrescente do grau de liquidez dos
elementos patrimoniais que representam. Ou seja, de acordo com a rapidez com que
podem ser convertidas em dinheiro (ordem de liquidar as dívidas, de pagar os
compromissos). Os ítens de maior liquidez aparecem no começo do Ativo, já os de
menor liquidez aparecem em último lugar. Ex.: a conta Caixa é a de maior liquidez,
encontrando-se no topo. Já a conta Máquinas e Equipamentos tem uma liquidez
menor, encontrando-se classificada mais abaixo, pois não possui o mesmo potencial
que a conta Caixa para ser convertida em dinheiro.
Todas as contas do Passivo encontram-se discriminadas no lado direito do Balanço
Patrimonial e são classificadas segundo a ordem decrescente de exigibilidade. As
contas são originadas de recursos de terceiros e são classificadas de acordo com o
seu vencimento, isto é, aquelas contas que serão liquidadas mais rapidamente (curto
prazo) aparecem no topo da coluna do Passivo, e as que serão pagas em um prazo
maior (longo prazo) aparecem mais para o final.
23
Já no Patrimônio Líquido (PL) (que faz parte do Passivo), também do lado direito do
Balanço Patrimonial, as contas são originadas de recursos próprios, como
investimentos feitos pelos proprietários (dinheiro aplicado) para abertura da empresa,
por reserva de lucros, prejuízos ou lucros acumulados, etc. Quando o saldo do PL
aumenta, significa que a empresa ficou mais rica. Quando o saldo do PL diminui,
significa que ela ficou mais pobre.
Demonstração do Resultado Do Exercício-DRE
A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal apresentar de
forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações
realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses.
-A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os
impostos;
- A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos
e o lucro bruto;
- As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as
despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
- O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
- O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o
imposto;
- As participações de debêntures, empregados, administradores e partes
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou
fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como
despesa;
- O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.
Demonstração do Fluxo De Caixa- DFC
A demonstração de fluxo de caixa indica a origem de todo o dinheiro que entra no
caixa e toda aplicação do dinheiro que saiu do caixa em determinado período,
resultando o fluxo financeiro.
Para (ZDANOWICZ 2000, p. 33), o conceito de fluxo de caixa é;
24
O fluxo de caixa é um instrumento que permite demonstrar as operações financeiras que serão realizadas pela empresa, facilitando a análise e a decisão, de comprometer os recursos financeiros, de relacionar o uso das linhas de créditos menos onerosas, de determinar o quanto a organização dispõe de capitais próprios, bem como utilizar as disponibilidades da melhor forma possível.
Segundo Matarazzo, (2008, p. 363), “demonstração de fluxo de caixa é uma das
demonstrações financeiras mais úteis, não divulgadas pelas empresas. A DFC é uma
das peças imprescindíveis nas mais elementares atividades empresariais.”.
A estrutura da DFC normalmente é dividida em três categorias de atividades:
Operacionais, de Investimentos e de Financiamentos.
Conforme Oliveira Et Al (2008, p. 12),
Demonstração que representa as movimentações ocorridas no caixa e seus equivalentes durante o exercício social das empresas. Adicionalmente, propicia o usuário da demonstração, à possibilidade de analisar como foram obtidos e como foram aplicados os recursos nas atividades da empresa, decorrentes da integração do controle de contas a receber com as contas à pagar.
A Demonstração do Fluxo de Caixa permite ter uma visão antecipada à tomada de
decisão quanto ao destino dados aos recursos. Esses recursos provem de contas a
receber como de contas a pagar, podendo se referir ao passado das empresas (fluxo
realizado) ou ao futuro (fluxo projetado). No entanto o Fluxo de Caixa Realizado
compara as contas recebidas com as contas pagas, já o Fluxo de Caixa Projetado
compara as contas a receber com as contas a pagar, consequentemente, permite
visualizar o melhor momento na tomada de decisão das empresas.
Segundo MARION (2006, p.431) “as operações decorrentes das atividades
operacionais poderão ser elaboradas pelos métodos diretos e indiretos. Já as
atividades de investimentos e financiamento não sofrem nenhuma alteração,
independentemente do método utilizado.” No entanto, o método direto reflete as
entradas e saídas brutas de dinheiro do caixa, já o indireto é uma conferência entre o
lucro líquido e o caixa gerado pelas operações.
Análise De Fluxo De Caixa
25
A análise de fluxo de caixa é feito depois do lançamento dos dados, onde deve se
verificar a relação das entradas com as saídas de dinheiro. Se houver um equilíbrio
entre si significa que o valor de dinheiro que entrou foi suficiente para pagar todos os
compromissos assumidos. Existem duas situações demonstradas pelo fluxo de caixa
que irão exigir mais atenção.
- Quando as entradas forem inferiores as saídas – estouro de caixa;
- Quando as entradas forem superiores as saídas – excedente de caixa.
Classificação Dos Fluxos De Caixa
Na tentativa de aumentar a capacidade das informações da demonstração de fluxo de
caixa a Financial Accouting Standard Board - FASB, classifica a DFC em três
categorias que são;
Fluxo de Caixa Operacional
É aquele que mostra a movimentação financeira relacionada com as atividades
principal da empresa. Exemplos: Compra de material, pagamento de pessoal, receitas
resultantes de vendas etc.
Fluxo de Caixa De Investimento
São as saídas monetárias da empresa destinadas à aquisição de ativos permanentes
(terreno, maquinário, equipamento), assim como as entradas de recursos financeiros
provenientes da venda destes mesmos ativos.
Fluxo de Caixa Financiamento
Decorrentes de decisões de captação de recursos junto aos acionistas e as
instituições financeiras, para pagamento de dividendos, juros, amortização de
empréstimos e para suprir a necessidade da empresa face aos fluxos operacionais e
de investimento. Para tal, a demonstração de fluxo de caixa procura demonstrar o
confronto entre as entradas e as saídas de caixa dando visão das atividades
desenvolvidas, bem como as operações financeiras que são realizadas no ativo
circulante, dentro das disponibilidades, e que representam o grau de liquidez da
empresa.
26
Importância da Demonstração de Fluxo de Caixa para Micro e Pequenas
Empresas.
O Fluxo de Caixa é elaborado de acordo com o tipo de atividade econômica, e também
pelo porte da empresa e de seu processo de comercialização. Nas micro e pequenas
empresas devido à sua simplicidade de estrutura muitas vezes prescinde de áreas.
Segundo Marion e Iudicibus (2000, P.123),
A DFC proporciona ao gerente financeiro a elaboração de melhor planejamento financeiro, pois, numa economia tipicamente inflacionária, não é aconselhável excesso de caixa, mas o estritamente necessário para fazer face aos seus compromissos. Através do planejamento financeiro, o gerente saberá o momento certo em contrairá empréstimos para cobrir a falta (insuficiência) de fundo, bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso de dinheiro, evitando, assim, a corrosão inflacionária e proporcionando maior rendimento à empresa.
Nota se que o fluxo de caixa é fundamental ao entendimento da área financeira da
empresa e auxilia na tomada de decisões no que diz respeito; ao melhor momento da
compra, o melhor momento da venda à vista; o momento mais carregado de contas a
pagar; projetar estouro/sobras de caixa; estrutura de custos/despesa fixa, a noção de
passivos/obrigações e necessidade e resultados em marketing e promoções. Mostra
a necessidade de captar empréstimo ou aplicar excedentes de caixa em operações
lucrativas, proporcionando assim um fluxo de caixa equilibrado, aproveitando as
aplicações em recursos próprios. Enfim, o fluxo de caixa é de vital importância para a
eficácia econômica financeira e administrativa das empresas sejam elas micro,
pequenas, médias ou grandes.
2.3.2 Análise das Demonstrações Contábeis
A análise das demonstrações contábeis é uma técnica que realiza a decomposição,
comparação e interpretação dos demonstrativos financeiros da empresa visando
extrair informações para obter um diagnóstico sobre a situação econômica e financeira
da empresa em determinado tempo e em comparação com os concorrentes. Quando
são analisadas, as demonstrações contábeis e financeiras de uma empresa passam
a ter valor como informação e deixam de ser apenas uma reunião de dados. Devido a
importância das informações extraídas destas análises. A análise das Demonstrações
27
Contábeis constitui-se num processo de meditação sobre os mesmos, objetivando
uma avaliação da situação da empresa em seus aspectos Econômicos, Patrimoniais
e Financeiros. (MARTINS, 2017)
Análise Vertical E Horizontal
Foi comentado que a análise de uma empresa é desenvolvida por meio de
comparações, sejam elas efetuadas por índices passados ou mediante indicadores
setoriais e de empresa concorrentes. A análise comparativa produz melhores
resultados quando desenvolvida com valores relacionáveis ou afins:
– sejam eles obtidos de uma mesma demonstração financeira como, por exemplo,
relacionar lucro com investimento, custos com vendas, capital de giro com ativo total,
etc.;
– e também pela evolução dos diversos montantes patrimoniais e de resultados ao
longo do tempo como, por exemplo: crescimento das vendas e dos lucros, evolução
do patrimônio líquido, etc. A análise da evolução permite que sejam identificadas,
inclusive, determinadas tendências futuras do comportamento econômico-financeiro
da empresa.
Dessa maneira, as comparações dos valores absolutos através do tempo (análise de
suas evoluções) e, entre si, relacionáveis na mesma demonstração são
desenvolvidas, respectivamente, por análise horizontal e vertical.
E uma avaliação de seu desempenho geral, notadamente como forma de identificar
os resultados (consequências) retrospectivos e prospectivos das diversas decisões
financeiras tomadas; para o analista externo, apresenta objetivos mais específicos
com relação à avaliação do desempenho da empresa, os quais variam segundo sua
posição, de credor – liquidez e capacidade de pagamento – ou investidor – retorno do
investimento e criação de valor
Análise Por Meio De Indicadores
Os indicadores financeiros mais comuns em análise são os índices de liquidez,
endividamento e rentabilidade. Através da aplicação de fórmulas, chega-se a
determinados valores que precisam ser interpretados pelo analista, Visam fornece um
28
indicador da capacidade da empresa em pagar suas dívidas, a partir da comparação
entre os direitos realizáveis e as exigibilidades. Como medida isolada, quando o índice
de liquidez for maior que 1 (um), é favorável para a empresa. De maneira geral, quanto
maiores os índices de liquidez melhor para a empresa. (Santana pinho, 2014).
Análise Por Índices de Endividamento
Para avaliar se os índices de endividamento de uma empresa estão em níveis
aceitáveis, não basta apenas possuir o valor presente. É necessário acompanhar a
evolução histórica dos valores e fazer esse acompanhamento em bases mensais,
trimestrais e anuais. Quanto maior o tempo, maior será a percepção do gestor.
Índice de endividamento geral é utilizado largamente pelas empresas para identificar
a proporção de ativos que uma empresa possui, mas que estão financiados por
recursos de terceiros, ou seja, por dívidas que devem ser liquidados em data futura.
Composição do endividamento: mostra como está a política de captação de recursos
de terceiros de uma empresa. Se ela está mais para longo ou curto prazo, tendo o
poder de indicar ações futuras para os gestores, a fim de evitar que a empresa passe
por problemas de liquidez pela falta de dinheiro no curto prazo (CONTROLLE, 2016).
Análise por Índices de Rentabilidade
Rentabilidade é o resultado das operações da empresa em um determinado período
em relação aos investimentos realizados. Envolve todos os elementos econômicos,
operacionais e financeiros do empreendimento. Como a rentabilidade está
diretamente relacionada ao resultado da empresa, inicia-se apurando as margens
(Lucratividade) obtidas com a realização das atividades da empresa. Lucratividade e
margem: representam o lucro obtido em relação ao valor das vendas. Rentabilidade
relaciona o lucro obtido com o investimento feito ou existente. (UFRGS, 2017)
Planejamento
Segundo Marcondes (2016) o Planejamento faz parte das funções administrativas
(Planejar, Organizar, Direcionar e Controlar). Pode-se dizer que o Planejamento é
executado no presente e seu resultado é focado no futuro. E isso requer um prazo
para que seja colocado em prática pois, com isso, busca-se realizar o que foi
29
planejado obtendo resultados esperados no futuro. Avaliar as causas e
consequências, efeitos das decisões tomadas, as vantagens e desvantagens requer
grande responsabilidade por parte do administrador.
Planejar é determinar com antecedência o que será colocado em prática, a forma
como será feito, alcançando o resultado esperado lá na frente. Para isso é preciso que
sejam utilizados recursos como financeiros, humanos, tecnológicos, insumos – todos
utilizados na hora do planejamento até a obtenção do resultado final.
Quanto mais estudada seja a situação no planejamento, mais chance terá de chegar
a uma precisão razoável. Também é importante ser flexível no momento de fazer as
mudanças e como será a melhor forma de fazê-las. Haverá situações em que será
preciso ter um segundo plano no caso de o plano principal tiver que ser substituído
por mudanças decorridas no ambiente externo e interno.
Planejamento Operacional
Segundo Paradelles, (2016) o planejamento operacional é um dos tipos de
planejamentos necessário para o bom desempenho organizacional e visa resultados
de curto prazo e envolve cada uma das tarefas ou operações realizadas pelos
colaboradores necessários para o atingimento dos objetivos da organização.
O planejamento operacional é de onde saem as ações e metas traçadas pelo nível
tático para atingir os objetivos das decisões estratégicas.
Neste planejamento os envolvidos são aqueles que executam as ações que são
aplicadas em curto prazo, geralmente no período de 3 a 6 meses. Aqui, todos os níveis
da organização estão envolvidos e cuidam do acompanhamento da rotina, garantindo
que todas as tarefas e operações sejam executadas, de acordo com os procedimentos
estabelecidos, preocupando-se em alcançar os resultados específicos.
É importante entender que um planejamento estratégico não vai sair do papel se os
planos do nível tático e operacional não forem bem estabelecidos, pois é um processo
integrado e interdependente. Todos os níveis são necessários: o estratégico para o
orientar a visão, o tático para desdobrar essa visão em planos de ação menores, e o
operacional para levar os planos a execução. Por isso, os planejamentos devem
30
envolver todos da empresa e é um incentivo para que as pessoas se comprometam
com os resultados. .
O Planejamento Estratégico
é o começo de tudo, é a visão do futuro da organização, que se estrutura nos fatores
ambientais externos, e nos fatores internos, onde definimos os valores, visões e
missão da organização.
As decisões tomadas no planejamento estratégico são de responsabilidade da alta
administração da empresa. Na sua maioria pela Alta Direção, proprietário, CEO,
presidente ou diretoria, isso depende de como a empresa distingue o nível hierárquico
dos seus processos.
As ações são criadas pensando em longo prazo, normalmente feitas para o período
de 5 a 10 anos, que buscam uma visão ampla da organização sem ações muitos
detalhadas, pois seria difícil acertar tantos detalhes para um período tão longo.
É importante lembrar que devido as ações de longo prazo, o planejamento deve ser
revisado e atualizado continuamente, para que as informações sejam mais reais e
sirvam como fatos e dados para tomadas de decisão. Este passo é essencial para que
não haja grandes variações entre o que foi planejado e o que foi executado.
Planejamento Tático
Tem um envolvimento mais limitado, a nível departamental, envolvendo às vezes
apenas um processo de ponta a ponta.
O planejamento tático é o responsável por criar metas e condições para que as ações
estabelecidas no planejamento estratégico sejam atingidas.
Por se tratar de um planejamento mais específico, as decisões podem ser tomadas
por pessoas que ocupam os cargos entre a alta direção e o operacional, como
executivos da diretoria e gerentes.
Outra característica que diferencia o planejamento tático é o tempo que as ações são
aplicadas, geralmente no período de 1 a 3 anos mensurando ações para um futuro
mais próximo do que o visado no planejamento estratégico, ou seja, médio prazo.
31
Aqui os planos começam a ser mais detalhados, e podemos dizer que o planejamento
tático é a decomposição do planejamento estratégico, ele traduz e interpreta o plano
estratégico para transformá-lo em planos concretos, onde vamos desenvolver o plano
de marketing, produção, pessoal, ou seja, financeiro empresarial.
2.4 PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO
Tomar decisões em um mercado complexo como o brasileiro — que se encontra
em um cenário econômico de tanta instabilidade — exige muita reflexão de
administradores. Para tomar o caminho correto e “não dar passos maiores que as
pernas” é preciso que eles tenham uma boa noção da atual situação financeira da
empresa. (BLB, 2017)
Tomar decisão vai além de um simples veto ou aprovação, é necessário que o
tomador de decisão tenha conhecimento suficiente de todos dos processos que
resultam o acontecimento em questão, para Marion (2011 p.16) “a contabilidade é
importante no processo de tomada de decisão porque coleta todos os dados
econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em
forma de relatórios ou de comunicados”.
Segundo Almeida et al, ((2010 p. 7)
A arte de tomar decisões é fundamental na área da Administração das organizações. Segundo Chiavenato (2004, p. 254) tomar decisões é identificar e selecionar um curso de ação para lidar com um problema específico ou extrair vantagens em uma oportunidade.
Para Padoveze (2012 p. 30), “o processo da tomada de decisão consiste em três
grandes etapas: o exame ou análise do problema, o desenvolvimento ou desenho de
curso de ação e a implementação da decisão”. Após a identificação do problema, o
contador gerencial através dos dados levantados e dos relatórios de apoio, realizará
uma análise para mensurar o grau de risco encontrado para que através desse estudo
possa orientar a gestão qual melhor forma de eliminar ou corrigir os erros, mediante o
processo de tomada de decisão, para que assim a instituição possa alcançar os
objetivos previamente traçados.
32
É necessário que os relatórios atendam de maneira clareza e precisa as necessidades
dos gestores, como relata Padoveze (2012 p. 31), “o modelo de decisão deve ser
significativo para o tomador de decisão a atender ao seu processo lógico e específico
para cada natureza do evento ou problema a ser resolvido”.
Todas as decisões realizadas em uma empresa por seus gestores refletem nos
ambientes internos e externos ligados à organização, “o processo decisório não
restringe apenas aos limites da empresa, pois também está ligado aos investidores,
aos fornecedores de bens e serviços a crédito, aos bancos, ao governo etc. (MARION
2011 p. 16)”.
A tomada de decisão envolve uma parte muito importante que é a gestão estratégica,
pois, bem se sabe que toda e qualquer decisão desencadeia um conflito de escolhas,
as quais possuem consequências das ações. De acordo, com (ANSOFF 1977), a
decisão estratégica tem como preocupação principal os problemas externos e com a
organização e ambiente em que a mesma está inserida.
O ponto principal para alcançar o objetivo geral é saber gerenciar, ter habilidades para
estabelecer o equilíbrio das áreas e identificar as principais necessidades de cada
área (OLIVEIRA, 2012). Desta forma, quando falamos Gestão estratégica, falamos da
visão global da empresa, ou seja a tomada de decisão deve ser como base nos
objetivos da empresa, tais quais trarão benefícios para a organização, e claro com a
contabilidade gerencial o retorno é de grande relevância.
Tomar decisões em uma empresa nem sempre é fácil. Isso porque cada passo dado
na direção errada pode refletir em prejuízos graves. Se não corrigidos a tempo, podem
até mesmo resultar em falência. Entre todos os fatores que devem ser levados em
consideração, a situação econômica da empresa se destaca.
A melhor forma de fazer isso é analisando as informações contábeis. Com esses
relatórios em mãos, é possível fazer um planejamento de despesas e de crescimento.
E até uma boa projeção de lucros com um investimento, por exemplo.
Além disso, dá para saber se após colocar dinheiro em uma melhoria, sobrarão
recursos se uma necessidade surgir de repente. Isso garante segurança nas decisões
tomadas e mais eficiência nas previsões orçamentárias da empresa. Esse é
considerado um hábito saudável de empresários que desejam crescer. (BLB 2017)
33
Segundo Heflo (2016), o processo de tomada de decisão nas organizações tem 3
fases:
1. Prospecção: análise do problema
2. Concepção: criação de alternativas de solução
3. Decisão: julgamento e escolha de uma das alternativas
E Simon considera que o aspecto racional é limitado para se maximizar a escolha da
solução. O que se deve procurar não é a solução ideal, mas a solução mais
satisfatória, o que enfatiza, de certo modo, a necessidade de levar em conta o aspecto
emocional na tomada de decisão organizacional.
Segundo Heflo (2016), Simon classifica as decisões empresariais em 3 tipos:
1. Decisões programadas: repetitivas e rotineiras, podem ser alvo da automatização
de processos de negócios
2. Decisões não programadas: em que o decisor deve usar sua capacidade de
julgamento, intuição e criatividade
3. Decisões semi - programadas: um misto das duas, em que deve haver apoio dos
sistemas de informação e da capacidade de julgamento do decisor, sua
experiência e compreensão do contexto.
2.5 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL
Quando falamos sobre empreendedorismo, pensamos como sendo um conjunto de
ações que podem levar uma pessoa a alcançar resultados que satisfaçam suas
intenções, pois, o empreendedor faz as coisas acontecerem, busca estratégias
financeiras de negócios para transformar uma ideia em um fator econômico a seu
benefício.
De acordo com Bernardi (2010, p. 5), o paradoxo do planejamento,
Normalmente, até pelas próprias circunstâncias e características típicas das empresas brasileiras, notadamente nas pequenas e médias empresas, o tempo dedicado ao planejamento é insuficiente, dado o envolvimento do empreendedor em todos os assuntos da empresa. Principalmente nos estágios iniciais, as atividades resumem-se basicamente na solução de crises quotidianas,
34
pelas vulnerabilidades típicas, pela conjuntura e até pelas origens do empresário.
Pode se entender que as empresas são criadas sob a perspectiva de obtenção de
resultados, mas nem sempre se chega ao resultado esperado, acabam-se assim
fechando suas portar por não terem um bom planejamento que suportar seus objetivos
seja pautado na busca de eficácia, de forma a conduzirem ao desenvolvimento e a
prosperidade. As micro e pequenas empresas precisam contemplar uma estrutura
interna organizada, para que as pessoas possam atuar de forma alinhada e
harmonizada para poderem se desenvolver e crescer a medida que suas atuações se
expandam. Para tanto, se torna indispensável o conceito clara e objetivo das micro e
pequenas empresas.
Entende-se como Micro e Pequenas Empresas 2 os limites instituídos que possam
usufruir os benefícios e incentivos previstos nas legislações. No Estatuto de Micro e
Pequenas Empresas, de 1999, relacionou o conceito Micro e Pequenas Empresas à
receita bruta anual. O critério adotado pelo SEBRAE3 é o de números de funcionários
nas empresas. O regime simplificado de tributações SIMPLES, que é uma lei de cunho
estritamente tributário, adota um critério diferente para o enquadramento das Micro e
Pequenas Empresas.
Segundo Chér (1991, p.17), “existem muitos parâmetros para definir as pequenas e
médias empresas, muitas vezes dentro de um mesmo país, como no Brasil”. Isso
mostra que nenhuma definição que se possa ter a respeito de micro e pequenas
empresas serão algo absoluto, mas apenas limitado a determinados pontos de vista,
ou órgãos aos quais essas definições estão vinculadas.
Ainda, segundo Chér (1991, p.17), “[...], para se conceituar as pequenas e médias
empresas, algumas variáveis são tradicionalmente utilizadas, tais como mão de obra
empregada, capital registrado, faturamento, quantidade produzida, etc.”.
O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, apresenta
classificações para micro e pequenas empresas, com base no número de empregados
e com base no faturamento. Conforme classificação baseado no número de
empregados temos:
35
Conforme classificação baseado no número de empregados temos:
Quadro 1 - Classificação das MPEs segundo o número de empregados Fonte: Sebrae
– SP
PORTE/SETOR COMERCIO E SERVIÇOS
Microempresas Até 9 empregados
Empresas de Pequeno Porte De 10 a 49
Médias De 50 a 99
Grandes 100 ou mais
O quadro 1 apresenta a classificação das Micro e Pequenas Empresas em função do
número de empregados. Segundo esta classificação:
Empresas de comércio e serviço com até 19 empregados são consideradas
microempresas. e empresas de comércio e serviço que possuam de 10 a 49
funcionários são consideradas empresas de pequeno porte.
Conforme classificação de acordo com o faturamento, temos:
Quadro 2 - Classificação das micro e pequenas empresas segundo o faturamento
bruto anual Fonte: Sebrae – SP
Porte Simples Nacional
Microempresas Até R$ 360 mil
Empresas de Pequeno Porte Acima de R$ 360 mil até R$ 3.600 milhões
O quadro 2 apresenta a classificação das micro e pequenas baseadas no faturamento.
Segundo esta classificação:
São Microempresas as que pertencem ao Simples Nacional e que possuem
faturamento anual bruto de até R$ 360 mil São Microempresas de comércio e serviço.
São Empresas de Pequeno Porte as que pertencem ao Simples nacional e que
possuem faturamento bruto anual acima de R$ 360 mil até R$ 3.600 milhões.
36
Micro e Pequenas Empresas têm um papel fundamental no crescimento econômico
do país, ou seja, são um das principais base de sustentação da economia brasileira,
quer pela sua enorme capacidade geradora de empregos e pelo número de
estabelecimentos localizados geograficamente pelo país. O potencial desses
empreendimentos ultrapassa fronteiras nacionais, pois os “pequenos
empreendimentos resultam grandes globalizações”. Conforme a análise do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES 2013).
No entanto, quando o Brasil passava por uma grave crise econômica, optando pelo
combate ao desemprego, e em busca de um crescimento sustentável o espírito
empreendedor das micro e pequenas empresas representaram uma escolha eficaz
para o desenvolvimento da economia. Assim sendo compreende-se que as micro e
pequenas empresas transformam-se em ciclos econômico capitalista, no qual se dá a
livre iniciativa econômica em estabelecer suportes fundamentais nos processos de
desenvolvimentos do país. (BNDES 2017).
37
3 ESTUDO DE CASO
3.1 PESQUISA
Foram realizadas pesquisas através de um questionário online através do GOOGLE
Drive, onde 16 empresas responderam às perguntas sobre, CONTABILIDADE
GERENCIAL COMO INTRUMENTO DE GESTÃO PARA TOMADA DE DECISÃO -
Um estudo de caso de micro e pequenas empresas do ramo de comercio e serviços.
Gráfico 1 - Qual o ramo de atução da empresa?
Fonte: Dados de pesquisa
Tendo como objetivo analisar qual tipo de pessoa está respondendo este
Questionário, obtive respostas que 68,8% responderam que o ramo de atuação da
empresa é comercio e 31,3% responderam que o ramo de atuação da empresa é
Serviços.
38
Gráfico 2- Qual sua Função?
Fonte: Dados de pesquisa
Podemos afirmar sobre analise das perguntas disponibilizadas que 37,5% que
responderam é Proprietários da empresa e 18,8% dos que responderam é
Administrador da empresa.
Gráfico 3- Sua empresa possui quantos funcionários?
Fontes Dados de pesquisa
Entre as repostas 6,2% responderam que possuem entre 11 a 15 funcionários e 37,5%
responderam que possuem acima de 16 funcionários nas empresas entrevistada.
39
Gráfico 4- A quanto tempo sua empresa está no mercado?
Fonte: Dados de pesquisa
Ao responde a pergunta sobre o tempo que estão no mercado 43,8% das empresas
que responderam estão no mercado acima de 5 anos e 12,5% das empresas que
responderam estão no mercado a 1 ano.
Gráfico 5- Onde é realizada a Contabilidade da sua empresa?
Fonte: Dados de pesquisa
Ao perguntar aonde é realizada a contabilidade das empresas 60% das empresas
responderam que a contabilidade de sua empresa é feita em escritório de
contabilidade e 40% das empresas responderam que a contabilidade de sua empresa
é feita na própria empresa.
40
Gráfico 6- Na sua empresa é usada a contabilidade gerencial?
Fonte: Dados de pesquisa
Ao responderem à questão sobre contabilidade gerencial 43,8% das empresas que
responderam informaram que sim usam a contabilidade gerencial e 56,3% das
empresas que responderam não usam a contabilidade gerencial na sua empresa. AS
perguntas que foram feitas foram fechadas.
3.2 ANALISE GERAL
Os dados coletados foram apresentados através de estatística descritiva,
basicamente frequência e porcentagem, e posteriormente, analisados baseados no
referencial teórico apresentado anteriormente.
A maioria dos empresários não tem intimidade com a pela contabilidade dentro da
empresa, então normalmente utilizam contadores para realizar estas tarefas. Assim,
а função contábil é delegada ao contador e os empresários, muitas vezes, não
acompanham o desenvolvimento dos negócios e também não utilizam a contabilidade
gerencial dentro de sua empresa.
Foi analisado que a 5 das empresas que responderam o questionário nunca utilizam
as analise e as informações contábeis e gerenciais e que 10 delas utilizam a análise
e as informações contábeis e gerencias mensal e trimestrais, isso nos mostras que a
41
maiorias as empresas tem interesse de cuidada da saúde financeira e do processo
gerencial de sua empresa e para que possam auxiliar nas tomadas de decisões e
decisões futuras.
Foi feita a seguinte pergunta para as empresas, Informe a finalidade para quais às as
informações são utilizadas no gerenciamento da empresa? As empresas
responderam que a finalidade é para prestação de contas para com o sócio e para
planejamento e controle, isso mostra que as empresas mesmo com pouca utilização
da contabilidade gerencial ainda sim preferem ter o controle de suas contas para que
possam tem o controle deles.
As empresas, em sua quase totalidade, não possuem planejamento e controle formais
de suas operações, desenvolvendo atividades em função das experiências dos seus
empreendedores, que utilizam controles informais no processo de tomada de decisão.
Após a análise pormenorizada dos dados trazidos por cada questão, inclusive
cruzando-se os resultados quando necessário para trazer informações relevantes à
pesquisa, fez-se uma análise descritiva dos fenômenos objetivando destacar as
semelhanças e diferenças encontradas.
De um modo geral, em toda e qualquer pesquisa, que depende da participação de
respondentes, existe o fator sinceridade, que não pode ser medido, o que pode ser
considerado um fator limitador, pois se tratam de opiniões, na maioria das vezes
subjetivas. Por outro lado, pelo fato de micro e pequenos empresários estarem sendo
questionados acerca do desempenho dos seus negócios, há uma tendência natural
de existir um grau de parcialidade nas respostas colhidas, o que pode ser indicado
como um terceiro fator limitador.
42
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como foi demonstrado ao longo do trabalho, a contabilidade gerencial, utiliza
informações financeiras como base e incorpora fatores não financeiros para suas
análises.
No planejamento estratégico, os temas financeiros e econômicos desempenham
papel importante, já que os objetivos e medidas financeiras precisam definir o
desempenho financeiro esperado da estratégia e servir de meta principal para os
objetivos e medidas de todos os outros aspectos do planejamento estratégico.
As outras estratégias relacionadas com temas não financeiros acabam sendo
vinculadas com objetivos e medidas financeiras que, de alguma forma, interferem no
resultado financeiro da empresa, pois a eficiência é pressuposto de bom desempenho
operacional e este é a mola propulsora da lucratividade.
As Informações de contabilidade gerencial fornecem um olhar orientado a dados,
para que a empresa projete suas ambições e crie suas metas e objetivos de maneira
clara e com eficiência em suas condutas para orientação a gestão do futuro de uma
empresa futuro de uma empresa, com o auxílio das ferramentas contábeis que por
sua vez e indispensável para a gestão de negócios de contadores, administradores e
responsáveis pela gestão de empresas se convenceram que amplitude das
informações contábeis pois obviamente será um fator de competitividade com seus
concorrentes.
O planejamento faz parte das funções administrativa, mas quando e estudada e
desenvolvida dentro de um ambiente empresarial sendo de pequena ou micro
empresa faz a diferença, seja a situação no planejamento, mais chance terá de chegar
a uma precisão razoável de fazer as mudanças e como será a melhor forma de fazê-
las.
O planejamento faz parte das funções administrativa, mas quando e estudada e
desenvolvida dentro de um ambiente empresarial sendo de pequena ou micro
empresa faz a diferença, seja a situação no planejamento, mais chance terá de chegar
a uma precisão razoável de fazer as mudanças e como será a melhor forma de fazê-
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las. Para tomar uma decisão é necessário que tenha conhecimento suficiente de todos
dos processos que resultam o acontecimento.
Para Padoveze (2012 p. 30), “o processo da tomada de decisão consiste em três
grandes etapas: o exame ou análise do problema, o desenvolvimento ou desenho de
curso de ação e a implementação da decisão”. Após a identificação do problema, o
contador gerencial através dos dados levantados e dos relatórios de apoio, realizará
uma análise para mensurar o grau de risco encontrado para que através desse estudo
possa orientar a gestão qual melhor forma de eliminar ou corrigir os erros, mediante o
processo de tomada de decisão, para que assim a instituição possa alcançar os
objetivos previamente traçados.
Para tomar uma decisão dentro de uma instituição e necessário que se tenha todas
as informações precisas, para que a decisão seja para o desenvolvimento financeiro
e econômico da empresa.
No Brasil o empreendedor faz as coisas acontecerem, busca estratégias financeiras
de negócios para transformar uma ideia em um fator econômico a seu benefício, são
criadas sob a perspectiva de obtenção de resultados, mas nem sempre se chega ao
resultado esperado, por falta de planejamento de procurar orientação ao gestor
contador sobre como fazer ou o que fazer em relação a citações do dia a dia, com o
estudo de caso abordado podemos ver isso claro muitas empresas não fazem o uso
da contabilidade gerencial, utilizam controles informais no processo de tomada de
decisão. Muitas vezes não procuram nem informação de pessoas capacitadas para
orientar, e quando se descobre a situação feita pelo empresário é quando chega um
documento na contabilidade como comprovação da tomada de decisão sem saber se
contabilmente a empresa tem condições de arca com as consequências.
Aconselha-se para futuros trabalhos pode utilizar estes para que apliquem a pesquisa
em um universo maior, outro foco, fazendo pesquisas em empresas, de que modo
fazer esta pesquisa? com entrevistas em micros e pequenas empresas mostrando a
importância da contabilidade gerencial, ouvindo a opinião de empresários e
proprietários e o que eles acham da contabilidade Gerencial dentro das empresas.
44
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de Caixa. 8ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2000.
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ANEXO QUESTIONÁRIO
1 - Qual a sua formação acadêmica?
( ) Administração ( ) Ciências Contábeis
( ) Outra ________________________
2 - Qual sua Função?
( ) Proprietário ( ) Administrador
( ) Outra _________________
3 - Qual o ramo de atuação da empresa?
( ) Comércio ( ) Serviço
4 - Sua empresa possui quantos funcionários?
( ) 0 a 5 ( ) 6 a 10 ( ) 11 a 15 ( ) acima de 16
5 - A quanto tempo sua empresa está no mercado?
( ) até 1 ano ( ) 2 a 3 anos ( ) 4 a 5 anos ( ) acima de 5 anos
6- Quanto tempo você tem de empresa?
______________________________________
7- Onde é realizada a Contabilidade da sua empresa?
( ) Na própria empresa ( ) Escritório de contabilidade
8 - Na sua empresa é usada a contabilidade gerencial?
( ) Sim ( ) Não
9 - Com que frequência são analisados as informações contábeis e gerenciais?
( ) Mensal ( ) Bimestral ( ) Trimestral
( ) Semestral ( ) Anual ( ) Nunca
10 - De que forma são avaliadas as informações dentro da empresa para tomada
de decisão?
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11 - Informe a finalidade para quais às as informações são utilizadas no
gerenciamento da empresa? (Pode-se marcar mais de uma questão)
( ) Para decisões gerenciais (planejamento e controle)
( ) Para decisões especiais (projetos)
( ) Para prestação de contas para com o sócio.
( ) Outra (s) Especifique:___________________________________________
12- Como são analisados o uso dos relatórios gerenciais para o planejamento
de sua empresa?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
13 - Comente sobre a importância que as informações contábeis e os relatórios
gerenciais têm no processo de tomada de decisão na empresa, principalmente
na sua área de atuação.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
14- Comente sua experiência, fora da empresa onde atua.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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