LARINGITES Prof. Lucio A. Castagno Otorrinolaringologia luciocastagno@hotmail.com

Preview:

Citation preview

LARINGITESLARINGITES

Prof. Lucio A. Castagno

Otorrinolaringologia

luciocastagno@hotmail.com

Anatomia do laringeAnatomia do laringe

Anatomia do laringeAnatomia do laringe

Vista anterior Vista posterior (em corte)

Anatomia do laringeAnatomia do laringeVisão interna (glote)Visão interna (glote)

Dispnéia

Asfixia Rouquidão

Afonia

Tosse

Espasmo

RESPIRAÇÃO

Funções do laringeFunções do laringe

FONAÇÃODEFESA

FONAÇÃO “i”

FonaçãoFonação

Avaliação de Avaliação de enfermidades enfermidades laríngeaslaríngeas AnamneseAnamnese Laringoscopia indiretaLaringoscopia indireta VideolaringoscopiaVideolaringoscopia

Microlaringoscopia para biópsia Microlaringoscopia para biópsia (sob anestesia geral)(sob anestesia geral)

CT e IRM: CT e IRM: estadiamento de neoplasiasestadiamento de neoplasias

LaringoscopLaringoscopia indiretaia indireta A imagem do laringe é A imagem do laringe é

refletida no espelho no refletida no espelho no orofaringe; a técnica orofaringe; a técnica permite uma visão permite uma visão indiretaindireta das pregas vocais.das pregas vocais.

VideolaringoscopiaVideolaringoscopia

VideolaringoscopiaVideolaringoscopia

Pregas vocais normais em repouso

FONAÇÃO “i”

Exames de imagemExames de imagem

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Enfermidades Enfermidades laríngeaslaríngeas Laringite agudaLaringite aguda Laringite crônicaLaringite crônica

Disfonia espásticaDisfonia espástica Disfonia psicogênicaDisfonia psicogênica

Neoplasia de laringeNeoplasia de laringe

Laringite agudaLaringite aguda

Inflamação laríngea mais comumInflamação laríngea mais comum Início súbito e auto-limitadaInício súbito e auto-limitada EtiologiaEtiologia

– Infecção viralInfecção viral (as vezes bacteriana) (as vezes bacteriana)– Abuso vocalAbuso vocal– Exposição a agentes tóxicosExposição a agentes tóxicos

ROUQUIDÃOROUQUIDÃO

Laringite agudaLaringite agudaEtiologiasEtiologias InfecçãoInfecção (frequentemente IVARS) (frequentemente IVARS)

– Rinovirus Rinovirus – Parainfluenza virus Parainfluenza virus – Vírus Respiratorio sincicial Vírus Respiratorio sincicial – Adenoviruses Adenoviruses – Influenza virus Influenza virus – Bordetella pertussisBordetella pertussis – Varicela-zoster virusVaricela-zoster virus

Agentes químicos (poluição) Agentes químicos (poluição) Abuso vocal (trauma)Abuso vocal (trauma) Uso de inaladores para tratamento de asma Uso de inaladores para tratamento de asma Doença do Refluxo GastresofágicoDoença do Refluxo Gastresofágico

Laringite agudaLaringite agudaPatofisiologiaPatofisiologia

Infecção viral ou bacteriana

VAS

Hiperemia mucosa

Edema submucoso e

espessamento prega vocal

ROUQUIDÃO

Febre Tosse Rinite

Laringite agudaLaringite agudaVideolaringoscopiaVideolaringoscopia

Hiperemia e edema difuso em ambas pregas vocais

Laringite agudaLaringite agudaEvoluçãoEvolução Pode apresentar:Pode apresentar:

- Dor de garganta- Dor de garganta

- Rinorréia posterior- Rinorréia posterior

- Dispnéia- Dispnéia

- Astenia- Astenia

Autolimitado 7-10 dias Autolimitado 7-10 dias (laringite (laringite aguda catarral ou gripal)aguda catarral ou gripal)

Laringite agudaLaringite agudaClassificaçãoClassificação

1.1. LARINGITE AGUDA CATARRALLARINGITE AGUDA CATARRALVírus; variações de temperaturaVírus; variações de temperaturaDor; rouquidão; tosse produtiva; hiperemia difusaDor; rouquidão; tosse produtiva; hiperemia difusa

2.2. Laringite aguda fuso-espirilarLaringite aguda fuso-espirilarAssociado a amigdalite Plaut-VincentAssociado a amigdalite Plaut-Vincent

3.3. EPIGLOTITEEPIGLOTITEUrgênciaUrgência; Hem. Influenza ; Hem. Influenza Odinofagia severa; sem rouquidão; estridor; dispnéia; Odinofagia severa; sem rouquidão; estridor; dispnéia;

febre altafebre altaEpiglote com edema e hiperemia severaEpiglote com edema e hiperemia severaAmox+clavulanato; corticóidesAmox+clavulanato; corticóides

Laringite agudaLaringite agudaClassificaçãoClassificação4.4. LARINGITES AGUDAS NA LARINGITES AGUDAS NA

INFÂNCIAINFÂNCIAa) a) ESTRIDULOSA:ESTRIDULOSA: início súbito a noite; criança início súbito a noite; criança acorda com asfixia intens; tosse; choro rouco; acorda com asfixia intens; tosse; choro rouco; inspiração difícil e estridulosa com tiragem inspiração difícil e estridulosa com tiragem supraesternal; sudorese; palidez.supraesternal; sudorese; palidez.Melhora em minutos, mas tosse persiste por dias.Melhora em minutos, mas tosse persiste por dias.

b) b) DIFTÉRICA:DIFTÉRICA: evolução da amigdalite diftérica evolução da amigdalite diftérica com pseudomembranas; tosse; rouquidão; com pseudomembranas; tosse; rouquidão; dispnéia; cianose; estridor e asfixia.dispnéia; cianose; estridor e asfixia.UrgênciaUrgência; ; Corynebacterium diphteriaeCorynebacterium diphteriae; amox + soro ; amox + soro antidiftérico 30-50mil U; traqueostomia?antidiftérico 30-50mil U; traqueostomia?

Laringite agudaLaringite agudaClassificaçãoClassificação4.4. LARINGITES AGUDAS NA INFÂNCIALARINGITES AGUDAS NA INFÂNCIA

cc) ) GRIPAL:GRIPAL: vírus (influenza, parainfluenza, RSC); tosse vírus (influenza, parainfluenza, RSC); tosse rouca (de cachorro); edema subglótico; autolimitadorouca (de cachorro); edema subglótico; autolimitado

5.5. LARINGITES ASSOCIADAS A OUTRAS LARINGITES ASSOCIADAS A OUTRAS ENFERMIDADES:ENFERMIDADES:

a)a) Sarampo, varicela, febre reumática, erisipela, Sarampo, varicela, febre reumática, erisipela, herpes labialherpes labial

b)b) Rinolaringite descendenteRinolaringite descendentec)c) Laringite posterior ácidaLaringite posterior ácida (refluxo gastresofágico) (refluxo gastresofágico)

Laringite agudaLaringite agudaTratamento geral Tratamento geral 1.1. Repouso de vozRepouso de voz

2.2. Evitar irritantes: Evitar irritantes: fumo, álcool, pó, fumo, álcool, pó, voláteisvoláteis

3.3. VaporizaçõesVaporizações

4.4. Antibióticos: Antibióticos: se infecção bacteriana se infecção bacteriana associadaassociada

5.5. Corticóides: Corticóides: se obstrução ventilatóriase obstrução ventilatória

Laringite posterior Laringite posterior ácidaácida Medidas gerais: Medidas gerais: hábitos alimentares hábitos alimentares

(evitar cafeína, chocolates, gorduras e (evitar cafeína, chocolates, gorduras e condimentos); elevar cabeceiracondimentos); elevar cabeceira

Antihistamínicos anti-H2Antihistamínicos anti-H2– Ranitidina 300 mg qNRanitidina 300 mg qN

Inibidores da bomba de prótonsInibidores da bomba de prótons– Omeprazol 20 mg bidOmeprazol 20 mg bid

Laringite agudaLaringite agudaDiagnóstico diferencialDiagnóstico diferencial Laringite crônicaLaringite crônica

NeoplasiaNeoplasia

Disfonia espásticaDisfonia espástica Disfonia psicogênicaDisfonia psicogênica

Laringite crônicaLaringite crônica

Rouquidão > 3 semanas Rouquidão > 3 semanas com com intensidade variável; pigarro matinalintensidade variável; pigarro matinal

Etiologias:Etiologias:– Abuso vocalAbuso vocal– Agentes tóxicos (fumo, álcool, inaladores, Agentes tóxicos (fumo, álcool, inaladores,

poluição)poluição)– Refluxo gastro-esofágicoRefluxo gastro-esofágico

Descartar neoplasiasDescartar neoplasias

Laringite crônicaLaringite crônicaDiagnóstico diferencialDiagnóstico diferencial

LARINGOSCOPIA INDIRETA ou VIDEOLARINGOSCOPIA

NÓDULOS PARALISIA

Laringite crônicaLaringite crônicaDiagnóstico diferencialDiagnóstico diferencial

LARINGOSCOPIA INDIRETA ou VIDEOLARINGOSCOPIA

PRESBILARINGE

Laringite crônicaLaringite crônicaDiagnóstico diferencialDiagnóstico diferencial

LARINGOSCOPIA INDIRETA ou VIDEOLARINGOSCOPIA

PÓLIPO EDEMA DE REINKE

Laringite crônicaLaringite crônicaDiagnóstico diferencialDiagnóstico diferencial

LARINGOSCOPIA INDIRETA ou VIDEOLARINGOSCOPIA

CISTO INTRACORDAL GRANULOMA

Laringite crônicaLaringite crônicaDiagnóstico diferencialDiagnóstico diferencial

LARINGOSCOPIA INDIRETA ou VIDEOLARINGOSCOPIA

PAPILOMATOSE

Laringite crônicaLaringite crônicaDiagnóstico diferencialDiagnóstico diferencial

LARINGOSCOPIA INDIRETA ou VIDEOLARINGOSCOPIA

a)a)DISFONIA PSICOGÊNICA (FUNCIONAL): DISFONIA PSICOGÊNICA (FUNCIONAL): rouquidão sem alterações anatômicas na rouquidão sem alterações anatômicas na prega vocal; associada a estresse ou prega vocal; associada a estresse ou ansiedade; histeria de conversão.ansiedade; histeria de conversão.

b)b)DISFONIA ESPÁSTICA: DISFONIA ESPÁSTICA: voz entrecortada voz entrecortada com adução exagerada das pregas vocais; com adução exagerada das pregas vocais; espasmos da musculatura; grande esforço espasmos da musculatura; grande esforço para a fonação.para a fonação.

Laringite crônicaLaringite crônicaDiagnóstico diferencialDiagnóstico diferencial

LARINGOSCOPIA INDIRETA ou VIDEOLARINGOSCOPIA

NEOPLASIAS

Rouquidão permanente sem períodos de Rouquidão permanente sem períodos de normalização !normalização !

Júlio Prates de CastilhosJúlio Prates de Castilhos(1860-1903)(1860-1903)

Governador do Rio Grande do Sul (1893-1898)Governador do Rio Grande do Sul (1893-1898) ““Pica-pau” republicano (lenço branco) derrotou aos Pica-pau” republicano (lenço branco) derrotou aos

“maragatos” (lenço vermelho) na Revolução de 1893“maragatos” (lenço vermelho) na Revolução de 1893 Morreu aos 43 anos em Porto Alegre (24 de outubro)Morreu aos 43 anos em Porto Alegre (24 de outubro)

Fumante inveterado, apresentava intensa dispnéia. Entrou Fumante inveterado, apresentava intensa dispnéia. Entrou caminhando no quarto de sua casa para a cirurgia. caminhando no quarto de sua casa para a cirurgia.

– ““Coragem governador” , disse o médicoCoragem governador” , disse o médico– ““Coragem eu tenho, o que me falta é Coragem eu tenho, o que me falta é

arar !” !”

Morreu durante o procedimento...Morreu durante o procedimento...

Neoplasia de laringeNeoplasia de laringe

Carcinoma epidermóideCarcinoma epidermóide Fumo e álcoolFumo e álcool

Diagnóstico precoce = Diagnóstico precoce = ROUQUIDÃOROUQUIDÃO constante constante sem períodos de sem períodos de normalização há mais de 3 normalização há mais de 3 semanassemanas

Dispnéia + Dispnéia + linfadenopatias pétreas linfadenopatias pétreas = diagnóstico tardio= diagnóstico tardio

Suspeita de neoplasia Suspeita de neoplasia BIÓPSIABIÓPSIA

DÚVIDASDÚVIDAS

Caso clínico 1Caso clínico 1

Menina, 7 anos, com dor de garganta Menina, 7 anos, com dor de garganta severa há 2 dias, febre (39.5ºC), coriza severa há 2 dias, febre (39.5ºC), coriza e congestão nasal; ausência de e congestão nasal; ausência de rouquidão, mas com dispnéia rouquidão, mas com dispnéia progressiva.progressiva.

Orofaringe com hiperemia intensa Orofaringe com hiperemia intensa (base da língua), mas sem exudatos (base da língua), mas sem exudatos amigdalianos.amigdalianos.

Caso clínico 1Caso clínico 1

Qual é o diagnóstico provável?Qual é o diagnóstico provável?

a)a) Laringite aguda gripalLaringite aguda gripal

b)b) Amigdalite agudaAmigdalite aguda

c)c) Laringite diftéricaLaringite diftérica

d)d) EpiglotiteEpiglotite

e)e) Neoplasia de laringeNeoplasia de laringe

EpiglotiteEpiglotite é é infecção grave infecção grave com risco de com risco de óbito; óbito; Hem Hem influenzainfluenza; ;

amox+clavulanamox+clavulanato e corticóide ato e corticóide (IV s/n); manter (IV s/n); manter

via aéreavia aérea

Caso clínico 2Caso clínico 2

Professora, 52 anos (24 lecionando), Professora, 52 anos (24 lecionando), queixa-se de rouquidão progressiva há queixa-se de rouquidão progressiva há cerca de 8 meses; melhora quando cerca de 8 meses; melhora quando em férias; pigarro irritativo de em férias; pigarro irritativo de pequena intensidade; não-fumante.pequena intensidade; não-fumante.

Oroscopia com discreta hiperemia.Oroscopia com discreta hiperemia.

Caso clínico 2Caso clínico 2

A laringoscopia A laringoscopia indireta apresenta...indireta apresenta...

Qual é o diagnóstico Qual é o diagnóstico ??

Caso clínico 2Caso clínico 2

A laringoscopia A laringoscopia indireta apresenta...indireta apresenta...

Qual é o diagnóstico Qual é o diagnóstico ??

Laringite crônica Laringite crônica por NÓDULOS DE por NÓDULOS DE

PREGA VOCAL PREGA VOCAL secundário a secundário a abuso de vozabuso de voz

Caso clínico 3Caso clínico 3

Homem 57 anos, com rouquidão Homem 57 anos, com rouquidão constante progressiva há 3 anos, constante progressiva há 3 anos, com dispnéia nos últimos meses.com dispnéia nos últimos meses.

Fumante pesado (>40 cig/dia e Fumante pesado (>40 cig/dia e cachimbo).cachimbo).

Oroscopia com hiperemia severa Oroscopia com hiperemia severa da faringe.da faringe.

Caso clínico 3Caso clínico 3

O diagnóstico provável é ?O diagnóstico provável é ?

Caso clínico 3Caso clínico 3

O diagnóstico provável é ?O diagnóstico provável é ?

CARCINOMA CARCINOMA EPIDERMÓIDE DE EPIDERMÓIDE DE

LARINGELARINGE

Laringoscopia Laringoscopia direta com direta com laringoscópiolaringoscópio

Sir Morell Mackenzie

Laringologista inglês (1837 – 1892)

“ “ O mais trágico O mais trágico erro médico da erro médico da história” história”

Queen Victoria Reino Unido

Kaiser Frederick III Alemanha

- Fumante, rouquidão, dispnéia

- Morre Jun 1888

Kaiser Willian II Alemanha

Sir Morell Mackenzie Laringologista inglês

(Mai 1887–“Não é cancer!”)Dr Rudolph Virchow

Patologista alemão

WW I (40m)

WW II (60m)