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Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.
Guimarães Rosa
Já Albert Einstein dizia nunca ensinar a seus alunos; apenas tentava criar condições para
que eles pudessem aprender.
Produção de Mudas
Objetivo: Produzir a QUANTIDADE necessária
de mudas de espécies arbóreas, com a QUALIDADE adequada ao plantio, na DATA planejada e a CUSTOS compatíveis.
Viveiro Florestal
Fluxograma
Demanda
Produção de Mudas
? Espécie
Estaca Semente
Produto
- Quantidade de mudas
Fluxograma
Produção de Mudas
Estaca Semente
- Água
- Temperatura
- Nutrientes
- Luz (pelo sol, sombra 75%, 50%, 25%)
≠
Produção de Mudas
Espécie Sementes/kg Dormência Quebra Dormência
E. grandis 800.000 Não Não
Pinus taeda 30.000 Sim Estratificação
Mimosa 70.000 Sim Água Quente
Araucaria 120 Não Não
Guapuruvu 540 Sim Ácido
Sementes
Métodos de quebra de dormência Choque térmico Ø mergulhar as sementes em água (60 a 80oC) por 3 a 5 minutos
Ø mergulhar em água fria (temperatura ambiente) por 2 minutos
Exemplos • Senna multijuga (alelueiro); Guazuma ulmifolia (mutambo); Mimosa scabrella (bracatinga); Peltophorum dubium (canafistula); Cássia ferrugínea (cassia-fístula); Cássia ocidentallis (fedegoso); Mimosa sepiaria (maricá); Colubrina rufa (saguaraji); Entrerolobium ontortisiliquum (tamboril)
• Bandeja com camadas alternadas de vermiculita e de sementes
• Umidecimento
• Geladeira (± 4oC) por 25 dias
Pinus elliottii e Pinus taeda
FOTO: HIGA (2010)
Choque térmico
Escarificação Realização de pequenas ranhuras no tegumento das sementes
Ø possibilitar a absorção de água (intumescimento) Ø esmeril ou serra para metal montada sobre um gabarito de madeira Ø posição contrária a localização do embrião
Exemplos
Hymenaea courbaril (jatobá); Ormosia coccinea (olho de cabra); Schizolobium
paraybum (guapuruvu); Erythrina speciosa (suinã-vermelho)
FIGUEIREDO, 2005
FONTE: TORRES ADAPTADO (2010)
Hidratação
Exemplos: Ingá-bravo; Pau-pereira; Teca; etc…
Sementes recalcitrantes:
• Espécies que não toleram armazenamento deve ser semeado logo após o beneficiamento.
Saguaraji-amarelo
Ingá-mirim
FONTE: NOGUEIRA (2010)
Exemplos:
SEMEADURA DIRETA - As sementes são dispostas diretamente no tubete ou outro recipiente.
- Recomendação
Ø Semente com alto poder de germinação, com germinação rápida (até 20 dias), homogênea (com ou sem tratamento para quebra de dormência) e epígea (sem aderência de substrato aos cotilédones); Ø Semente com tamanho compatível à abertura superior do tubete.
FOTO: NOGUEIRA (2010)
VANTAGENS ● Alto rendimento e baixo custo operacional
● Menor manuseio e transporte da semente e da plântula
● Menor exposição da plântula ao ataque de patógenos
● Maior velocidade de desenvolvimento inicial
● Melhor formação do sistema radicular (?)
FOTO: NOGUEIRA (2010)
Canteiro de Germinação (Alfobre, Sementeira)
- Canteiros especiais, destinados a acomodar elevada densidade de plântulas por m2
QUANDO USAR? - Sementes escassas, raras ou caras; - Sementes com baixo poder germinativo, quando semeadas em substrato não arenoso; - Germinação irregular (tempo);
- Sementes grandes
FOTO: NOGUEIRA (2010)
QUANDO USAR? - Ausência de procedimentos recomendados para tratamentos de quebra de dormência; - Sementes que apresentem boa germinação, porém, somente após 20 dias da semeadura; - Sementes com poder germinativo desconhecido em razão do tempo de armazenamento.
FOTO: NOGUEIRA (2010)
REPICAGEM
- Transplante de plântulas das sementeiras para os recipientes.
- Realizar a atividade à sombra, de preferência, ao amanhecer ou em dias nublados.
- Irrigar o canteiro de pré-germinação antes da extração das plântulas. QUANDO FAZER?
- Plântulas com 1 a 2 pares de folhas (função da velocidade de crescimento).
FOTO: NOGUEIRA (2010)
TRANSFERÊNCIA DA BANDEJA PARA TUBETÃO:
• As plântulas ou plugs de nativas são transplantadas para o tubetão. O tempo de crescimento é de 60 a 90 dias dependendo da espécie.
Candeia FONTE: NOGUEIRA (2010)
Plantio da Canafístula
Viveiro Florestal
Jardim Clonal
Casa de Vegetação
Plantio de Estacas
Crescimento, aclimatação e
rustificação Produto
Fluxograma
Produção de Mudas
Estaca
PRODUÇÃO DE MUDAS – Mini-Estacas
Jardim clonal Coleta de broto
Estaquia
Armazenamento de estacas
Estaquiamento
DADOS HISTÓRICOS DE ENRAIZAMENTO E PRODUÇÃO DE BROTOS
Percentual de Enraizamento e Número de Brtotos/Cepa de Híbridos de E.globulus x E. urophylla
0
10
20
30
40
50
60
70
80
2006 2007 2008 2010
Ano
%
0
2
4
6
8
10
12
14
Enraizamento %Brotos/cepa
FONTE: QUEVEDO (2010)
REMOÇÃO/RALEIO DE MUDAS (MUDAS SEMINAIS E CLONAIS)
- Diminuição da densidade de mudas por área
Exemplo: ocupação de 50% das células na bandeja
- Espécies de rápido crescimento e de grande massa foliar
* cuidados redobrados
- Objetivos
Ø Diminuir competição entre mudas por luz (diminuir estiolamento) Ø Melhorar as condições de ventilação e umidade entre as mudas
ü diminui doenças
INDICADORES PARA REMOÇÃO DE MUDAS - Intervir antes de aparecer deformidades - Estrutura das mudas
Ø diâmetro do colo Ø retenção de folhas Ø forma do caule
Obs.: Efeitos da competição entre mudas
v diâmetro do colo mais fino v perda precoce de folhas v caule torto
- Captação de água pelas mudas situadas no meio da bandeja
Ø Efeito bordadura - Freqüência de incidência de ataques fúngicos
Tempo médio para realização do raleio
Ø Espécies de rápido crescimento : 60 a 80 dias pós-semeadura Ø Espécies de crescimento médio/lento : 100 a 120 dias pós-semeadura
RECIPIENTES NO BRASIL
Parâmetros para Escolha
Ø Tamanho da semente
Ø Padrão da muda desejado
Ø Sistema radicular (distribuição e sanidade)
Ø Estabilidade da Planta no campo (solo seco, profundo,
distribuição de chuva)
Ø Formato: Área X Volume X Forma
Ø Custo de aquisição
Ø Densidade de ocupação - mobilidade
Ø Área ocupada – adaptação na estrutura existente
Ø Tempo de permanência da muda no viveiro
FONTE: SILVA (2010)
TIPOS DE RECIPIENTES
Ø INDIVIDUALIZADOS
ü Tubetes
ü Sacos Plásticos
Ø TIPO BLOCOS
ü Bandejas de isopor
ü Bandejas plásticas
Ø TIPO CONJUNTO
ü Book Plant FONTE: SILVA (2010)
- Saco plático
- Laminado - Polipropileno
- Biodegradável
- Espuma fenólica
- Ellegard
INDIVIDUALIZADOS
Canteiro de saquinhos
Canteiro de tubete
MANEJO QUE OFERECEM UMA MELHOR QUALIDADE PARA A MUDA:
Mudas de Pau-viola
Estiolamento Internódios longos
PRINCIPAIS SUBSTRATOS
• Dentre os substratos utilizados para a produção de mudas florestais destacam-se:
– Casca de Pinus decomposta – Casca de arroz carbonizada – Moinha de carvão – Vermiculita fina – Fibra de côco – Turfa – Composto Orgânico – Terra de Subsolo
v Retenção de Água v Aeração v CTC
v Drenagem v Estrutura
v Drenagem v Estrutura
v Aeração v Drenagem v Estabilidade Química v Efeito Fungistático
v Leve v Capacidade de aeração v Granulometria homogênia v Retenção de Água v Estabilidade Física v Instabilidade Química v Faixas de Ec e pH
v CTC v Retenção de Água v Estrutura v Fornecimento de Matéria Orgânica
ü Porosidade adequada (entre 40% e 60%); ü Rápida drenagem; ü Boa capacidade de retenção de água; ü Composição uniforme; ü Boa estrutura e consistência; ü Prontamente disponível e economicamente viável
ATRIBUTOS FÍSICOS DO SUBSTRATO
Composto \ Empresa 1 2 3 4 5 6
Quantidade (%) Casca ou palha de arroz 25 30 30 50 50 20
Vermiculita 50 30 50 40 Fibra de casca de coco 25 50
Casca de Pinus 40 70 Turfa 40
TIPO DE SUBSTRATO
Atualmente
• É detectado através de vigilância operacional, com treinamento dos funcionários envolvidos na atividade. Controle é curativo a partir do monitoramento.
Goiaba com Ferrugem Dedaleiro com pulgão
Ipê-roxo com mancha
OCORRÊNCIA E CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS:
FONTE: NOGUEIRA ADAPTADO (2010) Eucalipto com oidio
• A ocorrência é reduzida quando é praticado limpezas constantes no viveiro, e utilizado substrato sem contaminação.
�Trevinho vermelho�
�Azedinho�
�Bryophyta�
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS:
FONTE: NOGUEIRA (2010)
• Menor taxa de crescimento
• Menor demanda de nutrientes
PIONEIRAS SECUNDÁRIAS CLÍMAX
• Raízes finas: menor comprimento, menos ramificadas, mais espessas
• Menor potencial de enovelamento de raízes
• Menor potencial de resposta à adubação
ATRIBUTOS CLASSE ECOLÓGICA
Pioneira Secundária Inicial
Secundária Tardia Clímax
Crescimento muito rápido rápido médio lento ou muito lento
Demanda de nutrientes
muito alta alta média baixa ou muito baixa
Concentração de nutrientes nas folhas
muita alta alta média baixa
Resposta à adubação
muito alta alta média a baixa baixa ou muito baixa
às vezes, ausente
Raízes de sustentação
pivotantes m. profundas robustas
pivotantes profundas robustas
sem pivotantes, apenas raízes ramificadas
sem pivotantes, apenas raízes ramificadas
Raízes finas muito longas,
muito finas,
m. ramificadas
longas finas ramificadas
curtas, medianamente espessas e pouco ramificadas
curtas, espessas e pouco ramificadas
Primeira fertilização: 15 a 30 dias após a emergência das plântulas Repetir em intervalos de:
30 a 45 dias para as espécies de crescimento lento
ADUBAÇÃO DE COBERTURA
Fertilização Dose Fertilizante EUCALIPTO
SACOS PLÁSTICOS (terra de subsolo) Fertilização de base 150 g N Sulfato de amônio ou uréia
(para 1 m3 de substrato, 700 g P2O5 Superfostato simples 1.530 mudas) 100 g K2O Cloreto de potássio
200 g �fritas� Fritas 500 g Calcário dolomítico
Fertilização de cobertura 100 g N Sulfato de amônio (dissolvido em 100 L de água; p/ 10.000 mudas).
100 g K2O Cloreto de potássio
Fertilização Dose Fertilizante EUCALIPTO
TUBETES DE POLIPROPILENO Fertilização de base 150 g N Sulfato de amônio (para 1 m3 de substrato; p/ 20.000 mudas)
300 g P2O5 Superfostato simples 100 g K2O Cloreto de potássio 150 g �fritas� Fritas
Fertilização de cobertura 200 g N Sulfato de amônio
(dissolvido em 100 L de água, para 10.000 mudas). 150 g K2O Cloreto de potássio
Adubação para Espécies da Mata Atlântica
Adubação Dose Adubo
Tubete de Polipropileno
De base
(g/m3 de substrato)
300 g de P2O5
150 g de "fritas"
Superfosfato simples
"Fritas" (Ex.: FTE BR 12)
De cobertura 200 g de N
150 g de K2O
Sulfato de amônio
Cloreto de potássio
Adubação para Espécies da Mata Atlântica
Adubação Dose Adubo
Saco Plástico
De base
(g/m3 de substrato)
700 g de P2O5
200 g de "fritas"
Calagem(1)
Superfosfato simples
"Fritas"
Calcário dolomítico
De cobertura(2) 200 g de N
150 g de K2O
Sulfato de amônio
Cloreto de potássio
(1) Misturar o calcário à terra antes dos demais adubos;
(2) Intercalar as aplicações: N, N+K, N, ...
Demanda Hídrica = f (clima, fase) Falta D�água = Retarda Crescimento
Excesso: Doenças e Anaerobiose na Raiz
MANEJO DE ÁGUA
VIVEIRO TEMPORÁRIO X VIVEIRO PERMANENTE
ü Tamanho e Período de Produção de Mudas
ü Investimento em Infra-Estrutura
ü Apenas etapa da implantação ou objetivo
TIPOS DE VIVEIRO
PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO DE MUDAS
HOJE
Plantio
Março
2010
Semeadura
Out/Nov
2009
Insumos
Agosto
2009
* Semente *
Escolha Semente
Junho/Julho
2009
Coleta Semente
Dezembro
2008
– Proteção de mudas com esteira, ripado ou sombrite: • diminuir a ação direta dos raios solares • criar um microambiente mais favorável ao crescimento das mudas (temperatura e umidade relativa)
– Período: pelo menos nos primeiros 20 a 30 dias de crescimento das mudas
– Sombreamento artificial pode afetar positivamente a taxa de
crescimento e qualidade da muda.
• Efeitos distintos conforme a classe ecológica da espécie.
SOMBREAMENTO ARTIFICIAL
EFEITO DO SOMBREAMENTO:
Diminui a temperatura e a umidade relativa do ambiente
Menor a freqüência de estômatos
Menor a condutância estomática (maior resistência à difusão de gases)
Menor consumo de água no processo de transpiração
RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO
ASPERSÃO Vantagens
ü Adaptação à todas espécies;
ü Automatização; ü Possibilidade de fertirrigar;
ü Equipamentos com custos aceitáveis;
ü Fácil manutenção e reposição de acessórios; ü Eficientes no controle às geadas.
Desvantagens
ü Consumo elevado de água; ü Eficiência menor do que 80%;
ü Influência do vento; ü Favorecem o surgimento e disseminação de
doenças;
ü Volume alto de efluentes; ü Umidade elevada no viveiro;
ü Necessidade de boa drenagem.
RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO
BARRA DE PULVERIZAÇÃO
ü Alta eficiência na aplicação e distribuição de água
ü Baixa ociosidade
ü Possível fertirrigar ü Automatização total
ü Economia de água
ü Fácil mudanças de lâmina d�água ü Gera pouco efluentes
Vantagens Desvantagens
ü Custo inicial elevado ü Manutenção constante
ü Necessidade de mão-de-obra mais qualificada
ü Ineficiente no controle de geadas
ü Requer ótimo planejamento hidráulico
IRRIGAÇÃO LOCALIZADA
Comum em minijardim clonal
Vantagens
ü Bom controle de umidade do substrato ü Possibilidade de automatização total ü Permite eficiente controle fitossanitário ü Sem ociosidade do equipamento ü Possibilita fertirrigar ü Baixa geração de efluentes ü Manutenção simples e barata ü Distribuição eficiente de água (> 80%) ü Sem limitações de topografia
Desvantagens
ü Alto custo inicial ü Entupimento ü Baixa durabilidade ü Ineficiente no controle às geadas ü Aplicabilidade específica
(minijardim clonal, matrizes e arbóreas para paisagismo)
HASTE DUPLA - perda de dominância apical
HASTE TORTA
QUALIDADE DA MUDA Defeitos nas mudas que devem ser evitados
Qualidade das mudas
Sem sintomas de deficiência nutricional (coloração e
tamanho das folhas): Determina o potencial de sobrevivência e crescimento no campo após o plantio
Muda com haste única, sendo toda a haste preenchida com folhas (ampla área foliar e boa dominância apical)
Altura ideal: 20 a 35 cm
Sistema radicular bem formado, sem enovelamento e raízes ativas
25 cm
Correlação altura vs. tempo de crescimento diâmetro vs. nutrição
Diâmetro do colo ≥ 2 mm (eucalipto)
5 a 10 mm (nativas da Mata Atlântica)
LEI DE SEMENTES E MUDAS LEI Nº 10.711/2003/DECRETO Nº 5153/2004
Responsável técnico: Engenheiro Agrônomo ou Engenheiro Florestal, registrado no Crea, a quem compete a responsabilidade técnica pela produção em todas as suas fases
São de responsabilidade do produtor e Responsável Técnico de mudas as seguintes garantias:
ü identificação da muda; ü identidade genética; e ü padrão de qualidade, até a entrega da muda.
CONCLUSÕES:
- A melhor alternativa de produção de mudas depende de fatores técnico-econômicos;
- O planejamento de produção de mudas ocorre de 1,5 a 2,0 anos ANTES do plantio;
- O tipo e qualidade da muda a ser produzida é dependente das condições pós-plantio que ela enfrentará.
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