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Este trabalho tem como principal objectivo dar a conhecer um pouco da literatura tradicional oral portuguesa.
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«A memória popular, hoje inserida um pouco apressadamente pela
mediatização generalizada, permanece uma fonte sempre viva de
sabedoria e de poesia.»
Georges Jean
OBJECTIVOS:
� Conhecer a importância da cultura popular para a criação de uma
identidade nacional;
� Relacionar a literatura oral tradicional com as vivências de um povo;
� Conhecer a estrutura das adivinhas;
� Identificar um provérbio;
� Conhecer cantares e quadras populares;
� Conhecer e divulgar lendas;
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A adivinha é um enigma que se coloca a alguém, como jogo, par que
se descubra a resposta.
Na adivinha encontramos frequentemente repetições, rimas, frases
interrogativas, jogos de palavras (homonímia e homofonia).
Verde foi o meu nascimento
E de luto me vesti
Para dar a luz ao mundo
Mil tormentos padeci.
Solução : azeitona
Tenho uma íntima amiga
Com quem eu muito me dou,
ela sem mim não é nada,
eu sem ela nada sou.
Solução: Fechadura e
chave
Uma meia, meia feita
Outra meia por fazer
Diga lá minha menina
Quantas meias vêm a ser?
Solução: 2 meias
Somos dois irmãos
Unidos de diferente condição.
Eu vou muitas vezes à missa,
Nunca lá vi meu irmão.
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Os provérbios são textos anónimos, essencialmente orais, que
passam de geração em geração e traduzem uma verdade.
Neles encontramos um vocabulário simples, diminutivos, jogos de
palavras, repetições, exclamações, interrogações, figuras de estilo e um
sem número de estratégias.
«A galinha da vizinha é sempre melhor do que a minha.»
Significado: Ambicionamos sempre o que não temos.
«Quem cala consente.»
Significado: Quem for acusado de um roubo, de um crime, ou de outro facto se se mantiver calado, sem se defender, é porque aceita a acusação que lhe é feita. Mas nem sempre é verdade.
«Quem tudo quer, tudo perde.»
Significado: A ambição desmedida é a negação da prosperidade.
«Quem tem brio não tem frio.»
Significado: A vaidade permite que, mesmo mal agasalhados, não sintamos o frio.
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«Dá Deus nozes a quem não tem dentes.»
Significado: A felicidade, a sorte e os haveres são dádivas recebidas por quem não as sabe utilizar ou delas tirar partido.
«De pequenino se torce o pepino.»
Significado: A educação ou começa no berço ou jamais resultará.
«Quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele.»
Significado: Os que não pretendam ser considerados maus, não devem praticar actos que a essa conclusão nos levem.
«Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.»
Significado: A persistência, a firmeza e a constância nos nossos actos leva-nos sempre a obter o que desejamos.
«Águas passadas não movem moinhos.»
Significado: O que aconteceu já não conta, pois faz parte do passado; o que se fez ontem, já não conta para hoje.
«Quem está dentro do convento é que sabe o que vai lá dentro.»
Significado: Só quem está dentro dos problemas é que sabe a sua dimensão e, até, como resolvê-los.
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Os cantares e as quadras populares integram-se na nossa literatura
popular de tradição oral, trazem-nos recordações de infância, informações
etnográficas e pertencem ao nosso património cultural.
Quanto ao tema estes cantares e quadras vão desde as canções de
berço, de roda, de casamento, aos cantos de trabalho, às cantigas de festa
e romarias, às cantigas de desafio…
Vós Chamais-me Moreninha
Vós chamais-me moreninha, (bis)
isto é do pó do linho; (bis)
lá me vereis ao domingo, (bis)
como a flor do rosmaninho. (bis)
O meu amor não é este, (bis)
não é este, nem no quero; (bis)
o meu amor tem os olhos pretos, (bis)
o teu tem-nos amarelos. (bis)
Tu dizes que me queres muito. (bis)
esse teu querer é engano; (bis)
cortais pela minha vida (bis)
como tesoura no pano.(bis)
Cantiga para maçar o linho,
Recolhida em Malhada Sorda, Almeida, Guarda
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Senhora do Almortão
Senhora do Almo(r)tão,
Ó minha rosa encarnada,
Ao cimo do Alentejo
Chega a vossa nomeada.
Senhora do Almo(r)tão
Ó minha linda raiana,
Virai costas a Castela,
Não queirais ser castelhana!
Não queirais ser castelhana (Ai)
Nossa Senhora da Póvoa, (bis)
Minha boquinha de riso,
Minha maçã camoesa (bis)
Criada no paraíso. (bis)
Senhora do Almo(r)tão,
A vossa capela cheira:
Cheira a cravos, cheira a rosas,
Cheira à flor da laranjeira.
Cheira à flor da laranjeira (Ai)
Nossa Senhora da Póvoa, (bis)
Minha boquinha de riso,
Minha maçã camoesa (bis)
Criada no paraíso. (bis)
Cantiga Popular: Senhora do Almortão
Recolhida: Beira Baixa
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As lengalengas constituem recolhas de rimas populares que vêm do
tempo das nossas avós e, permanecem ao longo dos tempos.
Brincar com a língua é sempre um prazer!
A CRIADA LÁ DE CIMA
A criada lá de cima
É feita de papelão,
Quando vai fazer a cama
Diz assim para o patrão:
Sete e sete são catorze,
Com mais sete são vinte e um
Tenho sete namorados e não gosto de nenhum.
JOANINHA VOA VOA!
Voa, voa Joaninha
que o teu pai está em Lisboa
com um caldinho de galinha
para dar à Joaninha.
Voa, voa Joaninha,
que o teu pai está em Lisboa
com um rabinho de sardinha
para comer, que mais não tinha.
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UM PUM
Um pum
Dois bois
Três inglês
Quatro arroz no prato
Cinco Maria do brinco
Seis Maria dos reis
Sete pega no canivete
Oito vai ao biscoito
Nove dá esmola ao pobre
Dez vai lavar os pés
Onze os sinos de Mafra são de bronze
PUM
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