View
79
Download
4
Category
Preview:
Citation preview
Localizando um Texto: Implicações da Teoria Afrocêntrica
Locating a Text: Implications of Afrocentric Theory
pelo Dr. Molefi Kete Asante Publicado em 2009/05/10:
http://www.asante.net/articles/10/locating-a-text-implications-of-afrocentric-theory/
Tradução amadora (não acadêmica) e comentários1: José Evaristo Silvério Netto
Kilombagem
Finalmente chegamos a um cruzamento cultural onde vários caminhos perigosos se
apresentam ao leitor (reader: revisor) crítico de textos. Qualquer análise dos caminhos que
nos levaram a este ponto deve concluir que tem sido uma tarefa difícil, cheia de buracos
intelectuais e bloqueios culturais míopes, mas, ao menos, há um ponto de vista Afrocêntrico
nos (nossos [grifo meu]) textos. Este ponto de vista foi desenvolvido com base em trabalhos
de estudiosos como Houston Baker, Abarry Abu, Aisha Carol Blackshire, Louis Henry Gates
Jr., e Harris Trudier nos últimos anos. Parece haver um número crescente de escritores que
abandonaram ou estão tentando abandonar os graves domínios de uma teoria encapsulada.
A Teoria afrocentrica tem avançado em numerosas obras, incluindo as minhas,
estabelecendo duas realidades fundamentais ao situar um texto: localização e
deslocamento2. O leitor (reader: revisor) crítico é capaz de localizar um texto por certos
limites simbólicos e sinalização icônica oferecidos a partir de dentro do próprio texto. No
entanto, como qualquer viajante, a localização do leitor também é importante, a fim de
determinar a localização exata de um texto.
Um número excessivo de acadêmicos afro-americanos tornaram-se almas perdidas
tentando negociar os caminhos eurocêntricos do monoculturalismo e mono-historicalismo.
Um número igual de acadêmicos não-africanos têm flutuado em torno da eterealidade
quando tentaram localizar um texto afro-americano. Ambos os grupos de leitores têm sido
1 Esta tradução foi feita para fins de estudos dentro do coletivo Kilombagem, e não se trata de uma
tradução no rigor acadêmico. Portanto, com esta produção (tradução) se pretende apoderar do debate sobre a Afrocentricidade no seio do coletivo Kilombagem, sem que este seja uma referência a ser disseminado em larga escala. 2 Asante, em seu texto Afrocentricity (http://www.asante.net/articles/1/afrocentricity/), trabalha com a
ideia de que a afrocentricidade “estuda idéias, conceitos, eventos, personalidades e processos políticos e econômicos de um ponto de vista do povo negro como sujeito e não como objeto, baseando todo o conhecimento na pergunta autêntica sobre localização”. Fragmento extraído da tradução do referido texto original, pelo professo Renato Nogueira Jr.
[JE1] Comentário: Asante inicia assumindo que, apesar de ainda haver uma série de limitações e problemas acadêmicos, a afrocentricidade figura como um ponto de vista que possibilita libertar-se do que ele coloca como “domínios de uma teoria encapsulada”.
[JE2] Comentário: É importante uma análise de quem é o autor, de onde ele se localiza na sociedade que pertence e na cultura, para um entendimento correto do texto que se lê.
[JE3] Comentário: Os caminhos eurocêntricos levam à perspectiva monocultural e mono-histórica. Este ponto é importante, pois rebate a afirmação de que a afrocentricidade advoga pela anulação ou não legitimação do que não é de matriz africana. Isso seria monoculturalismo e monohistoricalismo e essas são características etnocentrístas utilizadas nos caminhos eurocêntricos para a implantação do imperialismo pelo mundo.
vítimas de uma violação (negação, impedimento) de boas condutas nestes caminhos. Eles
têm ignorado todos os sinais que significam alfabetização (formação, educação)
Afrocêntrica, em favor de becos sem saída com base em uma realidade monocultural. O que
eu espero demonstrar é que a alfabetização (formação, educação) multicultural pode levar a
uma transformação fundamental na forma como abordamos qualquer discurso.
No entanto, a alfabetização (formação, educação) multicultural não existe para além
do conhecimento substantivo de comunidades culturais específicas. Não há alfabetização
(formação, educação) multicultural além de bases culturais. É a capacidade de utilizar e
integrar essas bases culturais que nos permite falar de alfabetização (formação, educação)
multicultural. Um exame de um escritor Afro-americano, como Henry Dumas, fornece um
exemplo do alcance e da visão da teoria Afrocêntrica. Vou discutir questões teóricas e depois
passar para um exame da localização do Henry Dumas.
Uma orientação para Motif
Charles Fuller, um colega do meu departamento que ganhou o Prêmio Pulitzer de
Drama, em l982 por seu trabalho A Soldier's Play, afirma que muitos dos personagens
dramáticos para suas peças vêm de pessoas que ele conheceu em Broad Street, no norte da
Filadélfia. Não sabendo o que Fuller sabe e não vendo o que ele vê nos rostos das pessoas na
Broad Street pode ser dificil entender as nuances de seu drama. Embora existam certos
marcos compreensíveis na boa literatura, acessíveis, isto é, para os menos letrados de nós,
para realmente capturar a definição do drama de Charles Fuller, deve-se ter mais do que
uma simpatia pela cultura afro-americana. Na verdade, o bom crítico e leitor sério da
literatura afro-ameicana deve ter sido exposto a uma variedade de informações culturais,
por exemplo, as Dozens, contos populares, Negritudes, barbearias ou salões de beleza,
igrejas batistas, rituais Hoodoo e de raiz, revistas negras, e numerosos autores e músicos.
Todas essas informações podem não ser úteis em cada viagem através do território literário
no mundo afro-americano, mas é certamente vantajoso na maioria das vezes para o crítico e
leitor. Isto significa que os críticos devem fazer cursos de cultura afro-americana e história
como eles fazem de história e cultura euro-americano. Na verdade, eles devem procurar as
bases antigas da cultura Africana para ter respostas para a realidade e o contexto
(ambiente), tanto quanto se olha para a Grécia ou Roma, por analogia nos escritores e
autores euro-americanos. A única razão, parece-me, que isso não é feito, em primeiro lugar
[JE4] Comentário: Aqui temos a ideia de que uma educação afrocêntrica é, por essência, multicultural, haja vista a necessidade de entender os códigos e valores da cultura abordada, para um entendimento e uma crítica fidedigna.
[JE5] Comentário: O registro de que a afrocentricidade e a educação afrocêntrica diz respeito a uma educação que seja multicultural. A educação multicultural pressupõe o conhecimento das culturas específicas, suas bases culturais.
[JE6] Comentário: A ideia de que é importante se apropriar da cultura negra em todos os seus códigos, valores, parâmetros e informações de modo geral, para poder localizar bem um texto de um autor afro-americano.
é o preconceito permanente contra a cultura Africana que continua a desorientar mais
criticos.
Uma explosão de interesse em questões multiculturais, diversidade em sala de aula,
e visões centradas no currículo tem contribuído para uma transformação fundamental na
literatura. Como Tutmés IV, que no terceiro ano de seu reinado, pediu aos seus escribas para
tomar uma retrospectiva de tudo o que tinha ido antes, temos de ter um olhar crítico sobre
o que tem acontecido nos últimos anos na alfabetização multicultural (educação). As
intenções do rei eram para restabelecer as bases do reino, para examinar os preparativos
para o futuro, e para reafirmar a unidade das duas terras. Nosso objetivo em uma
retrospectiva é simplesmente ser capaz de navegar pelos caminhos culturais de uma
sociedade multicultural.
Uma nova historiografia como base de Localização
O espírito crítico que tem servido para estabelecer (moderar) a posição recebida em
certos textos é o resultado de uma consciência multicultural trazida por uma nova
historiografia. Com base na idéia de que a antiga Kemet e Nubia são para o resto da África
como a Grécia e Roma são para o resto da Europa, esta nova historiografia insinuou-se em
pensamento contemporâneo na educação, antropologia, sociologia, história e literatura.
Lançado por acadêmicos africanos e afro-americanos, como George James, Williams
Chanceler, Hansberry Leo, AntaDiop Cheikh, e Obenga Theophile, esta historiografia crítica
influencia as discussões mais elementares do texto, trazendo a possibilidade de novas
informações. Infelizmente, como Martin Bernal disse em sua monumental reavaliação da
tradição clássica européia, Black Athena 3, a maioria dos acadêmicos brancos têm ignorado
os escritos desses estudiosos. Bernal acredita que, nos últimos cinco séculos o racismo tem
sido a fonte de representação mono-étnica e monocultural de produção e aquisição de
conhecimentos.
3 Segue um trecho que ilustra a tese que Bernal explora no livro: “... ele questiona um tipo de genealogia
das ideias recorrente na história da filosofia: a razão emerge na Grécia Antiga e se realiza na Europa. Nesta perspectiva, haveria uma linha de continuidade ao longo da história. Seus estudos demonstram, no entanto, que a Antiguidade greco-romana é uma ilusão falaciosa. A tradição helênica encontra sua fonte de inspiração no mundo egípcio que a antecedia e a envolvia, fascínio que se exerce e se prolonga no seio do pensamento europeu. Somente no século XVIII tal fascinação (o autor a denomina de “modelo da antiguidade”) é substituída pela hegemonia helênica. Por isso Bernal fala da “fabricação” de uma Grécia Antiga, de origem recente, que estabeleceria um relato linear entre as virtudes da razão filosófica e seus únicos fundadores, os gregos.” (ORTIZ, R. 2012). Artigo na íntegra em: http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v27n78/v27n78a01.pdf
[JE7] Comentário: Me parece que aqui o autor trabalha com a ideia de que, nos apoderando das histórias dos povos, conseguimos entender os contextos as realidades destas culturas e destes povos, e assim, sermos mais acertados em qualquer análise. Aqui fica mais uma vez a defesa de uma educação multicultural.
[JE8] Comentário: Corrobora com o que foi discutido no retiro do Kilombagem em Paranapiacaba, quando foi discutido a ideia de que o Racismo anti-negro, desde a escravização dos povos africanos até agora, se complexou a ponto de imbricar-se nas estruturas computantes do Ser-Humano. Desta maneira, o racismo estaria no bojo da produção cultural, ou, de outra forma, influenciando de dentro a produção de conhecimento, e ao mesmo tempo, se alimentando dela.
Em seu livro The African Origin of Civilization: Myth or Reality?, Cheikh Anta Diop
estabeleceu uma base revolucionária para os novos caminhos do conhecimento crítico no
campo da criatividade humana. Ele argumentou uma posição que foi radical apenas porque
diz que por 500 anos no mundo ocidental tem sido negado o papel de África na história
humana. Diop afirmou que os acadêmicos ocidentais haviam tentado levar o Egito antigo
para fora da África e os africanos para fora do Egito. O contexto deste ataque à África foi a
ascensão e promoção do Comércio Europeu de Escravos. Tão grande era este comércio
vulgar de seres humanos que tendenciou-se (racializou) cada relação nos mundos Europeu e
Africano. Nada foi intocado (tudo foi tocado) pelas atitudes anti-africanas desenvolvidas no
século XV. Arte, literatura, dança, música, teologia e filosofia foram ajustados para lidar com
a escravidão e dominação dos africanos. Difamação de africanos e intelectuais
afrodescendentes presentes foi sancionada nos níveis mais altos da literatura ocidental e
Governo; subjugação da África foi confirmada em última análise na forma como os escritores
escreveram sobre o encontro entre os dois povos.
No Mismeasure of Man, Stephen Jay Gould relata que alguns dos principais líderes
do Ocidente registraram suas atitudes anti-africanas em termos claros e simples. Por
exemplo, Thomas Jefferson escreveu: "Eu avanço, portanto, apenas como uma suspeita, que
os negros, enquanto originalmente uma raça distinta ou diferenciada pelo tempo e
circunstância, são inferiores aos brancos nos dotes do corpo e da mente". Na verdade Gould
demonstra que o filósofo britânico David Hume manteve atitudes negativas sobre as
contribuições dos africanos para a sociedade humana.
David Hume afirmou: "Eu estou apto a suspeitar de que os negros e, em geral, todas
as outras espécies de homens são naturalmente inferiores aos brancos. Nunca houve uma
nação civilizada de qualquer pele diferente do branco, ou mesmo qualquer indivíduo
eminente ou em ação ou especulação, nenhum fabricante de engenhosidades entre eles,
sem arte, sem ciência". Na verdade Louis Agassiz escreveu da África, "... nunca houve uma
sociedade regulada de homens negros desenvolvidos no continente...". Arnold Toynbee, um
dos principais historiadores do mundo ocidental disse: "Quando classificamos a humanidade
por cor, a única das raças primárias dada por esta classificação, que não tenha feito uma
contribuição criativa para mais do que a a nossa nossa civilização 21 é a raça negra". 9 O
famoso filósofo alemão F. Hegel escreveu da África, "Esta é a terra onde os homens são
crianças, uma terra que está além da luz do dia da história auto-consciente, e envolto na cor
negra da noite. Neste ponto, vamos desprezar a África para não mencioná-la novamente.
[JE9] Comentário: Aqui estão alguns dos processos e mecanismos que fizeram o que o racismo se complexasse e se imbricasse na produção cultural de conhecimentos.
África não é parte histórica do mundo...”. Essas atitudes muitas vezes encontram lugar no
pensamento mais contemporâneo de pensadores ocidentais.
A publicação dos Grandes Livros do Mundo Ocidental, em l990, sob a direção de
Mortimer J. Adler deram continuidade às idéias eurocêntricas de que os africanos não
fizeram nenhuma contribuição para o Ocidente. Uma coleção típica de homens brancos
escritores (há apenas quatro escritoras brancas, do total de 130 escritores homens e
brancos) os Grandes Livros do Mundo Ocidental servem como um instrumento para
bloquear o caminho para multiculturalismo. Sem Afro-americanos e com apenas quatro
mulheres incluídas na lista de escritores, a coleção certamente não terá uma credibilidade
muito duradoura. Qualquer grupo de "Grandes Livros", que não inclui os escritos de cada um
destes: Frederick Douglass, DuBois WEB, Blyden Edward, Richard Wright, Martin Luther King
Jr., Zora Neale Hurston, Langston Hughes, James Baldwin, Ralph Ellison, Alice Walker, ou
Toni Morrison, é certamente uma farsa em questão de inclusão.
Localizando um Texto
Há vários elementos que ajudam a localizar um texto Afro-americano ou qualquer
texto: linguagem, postura (propósito) e direção. Estes elementos podem ser utilizados
sozinhos ou em combinação. Vou examinar cada um desses elementos, como eles se
relacionam nos escritores e críticos Afro-americanos. No entanto, algo deve ser escrito sobre
a natureza da produção criativa oriunda de autores envolvidos no processo comunicativo
com os leitores. Escritores são fundamentalmente comprometido com o princípio de
expressão; não se pode expressar a si mesmo sem deixar uma insígnia. Da própria expressão
textual do escritor o crítico Afrocentrico é capaz de determinar o endereço cultural e
intelectual do autor.
O Lugar
Entre as complicações no processo de localização pelos críticos dos textos Afro-
americanos esta a extensão devastadora para que autores Afro-americanos foram retirados
das condições da cultura geral. Existem dois tipos de textos produzidos por indivíduos que
tenham sido removidos ou se afastaram das condições da negritude: o texto decapitado e o
texto batido (linchado). Um texto que é decapitado existe sem a presença cultural das
experiências históricas do criador; um texto linchado é aquele que foi enforcado com as
[JE10] Comentário: Estes princípios fundamentam em grande parte o conceito de afrocentricidade segundo Asante. Portanto, para frisar, a afrocentricidade esta mais preocupada com a localização dos textos e das pessoas, quando se expressando, e menos em simplesmente transmitir determinados signos e informações de matriz africana.
alegorias e figuras da cultura dominante. Autores Afro-americanos que tentaram por "deixar
cair sua raça" foram conhecidos por produzir os dois tipos de textos.
O texto decapitado é a contribuição do autor que escreve sem qualquer elemento
cultural Africano discernível; o objetivo parece ser o de afastar-se, ele ou ela mesma, a partir
da própria cultura Africana. Entre os melhores praticantes deste gênero de escrita esta o
autor Frank Yerby. Suas contribuições para a literatura têm sido feitas como parte da
experiência europeia e branca no Ocidente. Embora ele respondeu às críticas tempo
suficiente para escrever os Dahomeans, ele permaneceu fundamentalmente comprometido
com um estílo de escrita que o colocou fora de suas próprias experiências históricas. Assim,
sua voz Africana permanece essencialmente em silêncio. Yerby é o tipo de autor que quando
se lê, se você não o conhece, imagina se tratar de um escritor branco. Até os meus alunos
brancos ficam surpresos ao descobrir que o autor de alguns dos melhores romances de
colonias do Sul (Southern plantation novels) é um Afro-americano. Enquanto ele se tornou
relativamente bem sucedido no sentido comercial nesta veia da escrita, Frank Yerby não tem
tradição literária clara e, ademais, nenhuma nova escola estética. Ele produz textos
decapitados sem orientação e nenhum senso de alma.
O texto batido (linchado) é mais facilmente produzido por autores Afro-americanos
que têm habilidades literárias, mas pouco conhecimento cultural ou histórico. Imagens
tendem a ser completamente eurocêntrica, produzindo rúbricas como " como os guerreiros
nativos" em um romance histórico ou "a busca da Valhallian (mitologia germânica) pelo
herói negro" na poesia. Um escritor Africano que usa esse tipo de linguagem pode ser
recompensado pelo construção eurocêntrica, em demonstrar um domínio sobre, ou perícia
em lidar com temas europeus, mas isso não significa que o escritor é colocado em seu
próprio centro. Uma vez que a literatura frequentemente força-nos a nos afastar cada vez
mais de nossas condições culturais africanas, há uma pressão social sobre o escritor para
"escrever o que escreve os brancos”. Pode-se, talvez, ver porque James Baldwin, Richard
Wright, Toni Morrison, John A. Killens, e John Edgar Wideman não são dados como maiores
destaques no currículo literário desta nação. Nem tentaram verter a negritude, na verdade,
alguns tentaram voltar a acumular o que tinham perdido através da educação.
Elementos de Localização
Linguagem. Normalmente dizemos que a língua é um código regularizado que foi
acordado por uma comunidade de usuários. Não há nada particularmente errado com essa
definição geral da linguagem. No entanto, pode-se dizer que a linguagem envolve regras
[JE11] Comentário: Quando não utilizamos nossos referenciais, na tentativa de sermos considerados pela cultura acadêmica e hegemônica como universal, estamos mutilando nossa condição de negros africanos e afrodiaspóricos. Para conquistarmos o status de universais, dilaceramos nossa identidade étnico-racial.
[JE12] Comentário: Este é um trecho interessante, porque me remete à erudição com que alguns dos nossos colegas de militância tratam temas, mas onde não enxergamos quaisquer indicativos de cosmovisão africana, em filosofia e em comportamento.
gramaticais, nuances, palavras, e sistemas de profundidade. Nesse caso, se nós
concentramos em um aspecto da linguagem, as palavras, por exemplo, podemos obter uma
avaliação bastante boa de onde um escritor esta localizado.
As palavras têm função, significado (sentido, intenção) e etimologia; a minha
preocupação nessa discussão é principalmente com significado (sentido, intenção). Um autor
Afro-americano ou qualquer autor, para esta matéria, que escreve de "Hottentots",
"Bushman," e "Pygmies", já diz à crítica Afrocêntrica algo sobre onde ele ou ela está
localizada. É claro, a mesma observação pode ser feita por qualquer crítico de qualquer
autor. Localização é determinado pelas placas de sinalização. Em qualquer situação em que o
autor está preso na língua de uma sociedade racista que fornece termos pejorativos, o crítica
está buscando ver como o escritor particular lida com a situação. De que maneira liga as
frases, em que lacunas e nuances, qual a única rederização faz suceder este particular
escritor. A língua é o elemento mais importante porque é a mais facilmente manifestada no
texto. Vê-se as palavras no papel. Se alguém vê uma referência aos africanos como
primitivos ou para os nativos americanos como "um bando de índios bravos" ou latinos
como "gordurosos", então se sabe o endereço cultural do autor. Embora seja verdade que os
autores podem usar o sarcasmo, ironia, e outras técnicas de linguagem para trazer um
determinado ponto ou perspectiva, a crítica Afrocêntrica é sensível ao uso persistente e
uniforme de pejorativos assim como demonstrar a localização do autor. Quando um autor
usa pejorativos sem saber para se referir a africanos, a crítica muitas vezes será confrontada
com um escritor inconsciente, aquele que é alheio ao meio social e cultural.
Postura (Atitude). A postura refere-se a uma predisposição para responder de uma
forma característica, em alguma situação, valor, idéia, objeto, pessoa, ou grupo de pessoas.
Os sinais de localização deste ou desta escritora por sua postura em relação a certas idéias,
pessoas ou objetos. Assim, a crítica em busca da localização precisa do autor pode
determinar a partir das características do escritor ou da recorrência das respostas para
certas coisas, onde o escritor está localizado. A postura não é o motivo, as posturas são mais
numerosas e variadas que os motivos. Por conseguinte, a tentativa de localizar um escritor,
referindo-se as "atitudes (posturas) motivadoras" podem ser úteis em algumas situações. O
ditado comum, "eu não posso ouvir o que você diz, porque você está gritando muito alto no
meu ouvido" é um exemplo notável de como nossas atitudes influenciam a nossa avaliação
das pessoas ao nosso redor. Isso vale para os escritores. Desde que um crítico tenha lido
alguns trechos de um texto para "apurar o sentido" do que o escritor está buscando, ele ou
ela geralmente pode localizar o autor.
[JE13] Comentário: Muito interessante porque parte do pressuposto de que não existe neutralidade. Parte da análise da conjuntura social, para localização do autor nesta conjuntura, como quem analisa de que lado se esta. Muito interessante porque já faz uma contraposição ao valor de neutralidade acadêmica, ou já a localiza.
[JE14] Comentário: Mais uma vez, interessante. Localizar o autor é de suma importância para entendê-lo, assim como sua teoria.
[JE15] Comentário: Esta passagem ficou um pouco confusa. Os motivos levam à diferentes posturas e atitudes, dependendo das pessoas e contextos. Entendi que o autor está a dizer que pode ser importante localizar aquelas posturas que carregam a carga motivacional, e não toda e qualquer postura e atitude, até porque somos complexos e temos toda sorte de preconceitos, conceitos, valores, crenças, que podem nortear nossas posturas. A frase “eu não posso ouvir o que você diz, porque você esta gritando muito alto no meu ouvido” é emblemática.
Direção. A linha ao longo da qual os sentimentos do autor, temas e interesses
convergem ao ponto em que são destinados, entendo como direção. É a tendência ou
inclinação presente na obra literária em relação aos objetivos do autor. Os símbolos são
capazes de identificar esta tendência. Por exemplo, um escritor que utiliza Negritude,
linguagem Afro-americana, em suas obras demonstra uma tendência por caminhos de um
espaço Afrocêntrico. O leitor é capaz de digerir alguns argumentos, as alusões poéticas e
situações, por causa da tendência identificada na escrita.
Portanto, um texto deve ser visto à luz da linguagem, postura e direção quando um
leitor sério quer localizá-lo. Cada texto carrega sua própria assinatura, um selo se quiser, do
lugar a que pertence ou para onde ele está indo. Em qualquer caso, o leitor será capaz de
localizar o texto de forma adequada, a fim de fazer julgamentos sobre habilidades criativas
do autor, bem como sobre a base filosófica do autor. Em última análise, como veremos, um
texto deve caber dentro de uma multiplicidade de lugares, cada um definido pela interação
dinâmica da cultura e propósito.
Um exemplo da História
Um dos maiores escritores Afro-americanos (na minha opinião), nasceu em 29 de
julho de l934, e morreu em Nova York em 23 de maio de l968. Seu nome era Henry Dumas e
sua morte na idade de 34 anos, interrompeu uma brilhante carreira de um poeta e contista
que dava sentido à localizada condição Afrocêntrica.
A obra de Henry Dumas, Ark of Bones and Other Stories e Poetry for My People, foi
publicado postumamente. No entanto, ele havia se empenhado na experiência em docência
no Ensino Superior na Southern Illinois University e serviu como um membro da equipe
editorial da revista Hiram Poetry e através dessas atividades tinha feito muitos amigos e
conhecidos que conheciam seu poder criativo. Hale Chatfield e Eugene Redmond habilmente
trouxeram Henry Dumas à vida novamente na edição de suas obras. Poucos escritores Afro-
americanos têm sido tão bem sucedido como Henry Dumas em demonstrar a perspectiva
oposta aos esquartejadores da raça (Race Shedders). Dumas, como veremos, foi pré-
eminentemente um escritor Afrocêntrico em todos os aspectos do termo.
Para o leitor que procura se apoderar da instrução (alfabetização, educação)
necessária para compreender as histórias ou a poesia de Dumas, basta dizer que se deve
prestar atenção a cada nuance da cultura Afro-americana. Isso quer dizer que se deve
compreender o "bop" e o "do". Além disso, o leitor deve ser capaz de ver como os apelidos
localizam uma pessoa no texto, bem como a capacidade do autor para escrever
[JE16] Comentário: Este é um ponto importante, porque muitas vezes nos ocupamos de absorver dos textos as informações que contém, mas não fazemos o exercício de identificar a direção do mesmo.
culturalmente, isto é, fora da cultura. Por exemplo, Henry Dumas dá nomes de seus
personagens como o Fish (peixe), Blue (azul), Tate (do som das últimas sílabas de Potato,
batata), e Grease (graxa). Estes são nomes importantes no contexto das histórias de Dumas.
Na verdade, cada um dos nomes carrega significados definidos. Blue, por exemplo, diz
respeito a uma pessoa ser tão negro que parece azul. O Fish é o apelido para a pessoa que
nada muito bem. Tate é o apelido de uma pessoa cuja cabeça tem a forma de uma batata.
Grease é o nome de uma pessoa que fala suave. Há várias razões por que esses nomes são
significativos na compreensão cultural de Dumas e nossa apreciação de sua arte. Em
primeiro lugar, apelidos são meios para a colocação (atribuição), localização, e identidade.
Eles são muitas vezes mais descritivo e explicativos do que os nomes europeus dados a
crianças afro-americanas. Como muitas pessoas não têm acesso a nomes africanos, a prática
de apelidar tornou-se uma importante avenida para a manutenção da cultura e expressão
Africana 4. Os nomes ainda poderiam significar algo, muito parecido com o que significam
entre os iorubás, Ibo, Fanti, Ashanti, e Congo. Dumas entende a relevância do apelido e se
apropria de seu uso para as funções de sua arte. Outra importante razão de Dumas usar
estes nomes vem desde a criação da atmosfera em suas obras. Ele procura sempre expandir
as fronteiras, para remar contra a correnteza, e para levantar as perguntas difíceis. Não há
melhor maneira de criar uma atmosfera do que permitir às tradições florescer,
principalmente em referência ao que as pessoas chamam de coisas, ou seja, as palavras
dadas para identificar pessoas e objetos.
A riqueza da linguagem de Dumas, a clareza de sua atitude simbólica, e o ritmo de
sua trajetória, não podem ser superestimadas. Ele impressionou-se, assim como os outros,
com e representação extremamente precisa da linguagem Afro-americana. Na verdade,
Eugene Redmond escreveu "Dumas brilhante, acordos-linguistas criativos e que expande o
Inglês, Linguagem Preta e vários sons tribais Africanos (sic) para chegar ao que é, talvez, um"
achado "expressão ....". A introdução de Redmond para as histórias de Henry Dumas é um
olhar penetrante no estilo do artista. O que Redmond observa na linguagem de Dumas é o
que o coloca bem no centro de uma localização Afrocêntrica. Quando Redmond diz "Dumas
é também o primeiro entre os jovens escritores negros voltados a re-aculturar", ele está
falando do amor de Dumas à sua languagem. 14 Não há caricatura do Africano em seu uso da
4 Bezerra da Silva dizia que a linguagem do gueto eram códigos importantes, assim como eram os
códigos ou gírias dos doutores, dos médicos, dos acadêmicos. Bezerra disse que se os doutores têm os dialetos deles, o povo tem o seu também. E completava que da mesma forma que os doutores não queriam que as pessoas soubessem o que falavam o povo também criou suas gírias, e assim, da mesma forma, os doutores não saberiam o que o povo esta a falar, quando na gíria do povo. (Documentário Onde a Coruja Dorme, do Bezerra da Silva).
[JE17] Comentário: No sentido de retornar a sua cultura.
linguagem Africana; nehuma concentração auto-consciente sobre a perda existe na mente
de Henry Dumas. Ele encontra a língua Afro-americana ricamente dotada, como ele
encontrou o povo.
Na história poderosa, "Ark of Bones", Dumas reúne todas as experiências de sua vida
jovem para produzir um texto ricamente contornado com artefatos culturais da linguagem.
Headeye, um dos personagens, teve um osso mojo em sua mão. Mas aprendemos que
"Headeye, ele não tem nenhum diabo no corpo". Seu único problema era que ele tinha "esta
noção na sua cabeça sobre mim hoggin (talvez traga a idéia de “Hog”, como grosseiria, ou
pessoa suja) à sorte." Dumas conhece a língua da comunidade, bem como as alusões
religiosas, mas o seu conhecimento desta língua é um dote (oferta, presente) de sua
sensibilidade para as vozes que ele ouviu. O leitor sabe precisamente onde Dumas esta em
todos os momentos, mesmo enquanto você o lê, você sabe que ele está consciênte de tudo o
que ele está fazendo no texto. Não há fluxo de palavras vagando indefinidamente sem
nenhuma orientação; há um escritor supervisor (que controla) cuja orientação é feita em
cada frase. "Headeye agia como se estivesse me ajustando (“iggin” entendo como um ajuste,
de centralidade talvez)" é tão preciso quanto você compreender com a linguagem.
Compreender o “iggin” (ajustamento) é ser-se no centro da cultura; no entanto, é um
entendimento que vem da experiência ou do estudo. Uma das formas mais insidiosas de
hierarquia crítica é a crítica a escritores Afrocêntricos por aqueles que não estudaram nem
viveram a cultura. A suposição de que se pode simplesmente fazer um juízo crítico e
comentários sobre o texto, talvez localizar o escritor, sem um estudo sério da cultura é uma
suposição arrogante e falsa. Como alguém que não conhece a cultura americana branca
pode realmente entendê-la sem algum “background”, escritores Afrocêntricos nem podem
ser entendidos sem algum “background”. Normalmente, o estudante de literatura
americana ganham o conhecimento das nuances da literatura norte-americana branca e
pode localizar adequadamente os escritores. Mas a literatura Afrocêntrica é muito parecido
com a literatura Inglêsa antiga, no sentido de que deve ser seriamente estudada ou então o
leitor normalmente perderá a orientação (point, como orientação ou direção). Eu não estou
falando apenas de saber o significado das palavras ou a compreensão da estrutura da
Negritude (Ebonics), que é um ponto de partida. Mais fundamentalmente, o leitor deve
saber de que centro da experiência do escritor escreve. Uma pessoa Afro-americana que
escreve a partir de uma base eurocêntrica irá produzir um texto que pode ter algumas
referências aos materiais culturais dos povos afro-americanos, mas permanecem
essencialmente um escritor branco com a pele negra. Tal escritor não é muito diferente de
um escritor branco que escreve com conhecimento sobre certos ícones culturais da
[JE18] Comentário: Este trecho me fez pensar no tese-guia. Acho e porque me incomodei muito com o excesso de ênfase dada ao discurso Marxista, sem sequer em muitos momentos fazer menção ao racismo e à cultura negra e/ou a um modo de pensar enegrecido.
comunidade Afro-americana. Mas realmente ao vir de uma perspectiva Afrocentrada na
literatura, um escritor deve mergulhar a si próprio na cultura do povo. O valor desta imersão
é que alguém se torna mais autenticamente uma voz da cultura, falando muito como Henry
Dumas a língua do patrimônio Afro-americano com todas as suas implicações universais em
experiências semelhantes de outras pessoas. Negar escritores Afrocêntricos desta
possibilidade, através de críticas ou artifícios, é assumir que a linguagem especial do Afro-
americano é de alguma forma diferente de outras línguas, ou seja, Espanhol, Yoruba, Gikuyu,
Polonês, e assim por diante.
Dumas entendeu a nobreza da cultura de onde ele tinha vindo e assim, quando ele
escreveu que o pai de Headeye " lhe arrastatou para fora e bateu-lhe a cabeça de lado", ele
reconheceu que a perfeição da ação só poderia ser contada com dois verbos. Em vez de
dizer, como pode ser dito em Inglês, que seu pai "bateu-lhe de lado a cabeça", Dumas vai
para a cultura e traz para suportar o pleno significado desta ação. Para completar o ato
realmente o pai tinha que ter "arrastado para fora e bateu-lhe." Esta construção é como o
que eu ouvi muitas vezes na Geórgia enquanto criança quando alguém se tornava um
membro da igreja local. As pessoas diziam: "Criança, ela se converteu e se juntou à igreja."
Outra tal construção da linguagem é o comando "Tornar livre (Loose: negligente) e pular fora
de lá" para uma criança que está escalando uma árvore.
Em suas histórias, como em sua poesia, Dumas dá aos seus leitores todas as
indicações da sua localização. Ele não é um escritor sem um lugar em sua própria cultura; ele
está firmemente assentado (planted) no meio de antepassados, fantasmas, covil (haunts) e
espíritos do passado, bem como o poder gerador da atual condição de afro-americanos.
Entre as expressões e termos que ele utiliza estão: “Glory Boat, afro-horn, Aba, Heyboy,
Sippi, catcher-clouds, and Saa saa aba saa saa”. Enquanto seu corpo é limitado por causa de
sua morte prematura, ele continua sendo um dos autores Afro-americanos mais centrados.
Postura, linguagem e direção são claramente demarcados em suas obras. Quando lemos
Dumas estamos lendo um escritor profundamente honesto que diz a sua verdade e do seu
povo especifico (special, como singular, particular) para o mundo. Contidas na linguagem, a
postura e a direção de seu trabalho é o simbolismo de força, energia, mistério, dinamismo,
inteligência, sabedoria e confiança. Existe um pacto (compact, de acordo) entre Dumas e os
personagens de suas histórias, o que lhe permite usar a sua língua para dizer a verdade. Ele
"não se doa ao que ele sabe", mas o leitor sabe que Dumas se baseia no centro de seu
intacto ser cultural e nunca o deixou. Por que ele deveria ter deixado? Que outros escritores
seriam obrigados a sair? Que bobagem de um escritor, pensar que ele ou ela deve deixar a
fonte de energia, a fim de ser universal; verdadeiro universalismo na literatura adere na
[JE19] Comentário: Me vêm a mente que muitas vezes estamos muito longe, enquanto movimento social, enquanto representantes do nosso povo na luta antirracista, de em verdade representar-nos. Isso talvez porque, na ânsia em empoderarmo-nos de intelectualidade e outros instrumentos de luta, nos afastamos da nossa cultura, de uma forma essencial. E as pessoas fora do movimento não mais se identificam conosco, e nem veem o movimento social, nossos eventos, como espaços onde ficaram a vontade, onde encontraram seus irmãos, e onde terão acalanto, além de empoderamento para apoderarem da sua história e direitos.
capacidade de um escritor para capturar a história singular (special, de particular), ou as
histórias de sua própria cultura de formas que essas histórias fazem impacto sobre os outros,
independentemente da lingua principal. No final, o leitor crítico de escritores deve trabalhar
para reafirmar a centralidade da experiência cultural como o lugar para começar a criar uma
dinâmica de alfabetização (literacy, de educação) multicultural porque sem enraizamento
em nosso próprio território cultural, não temos história autêntica para contar.
[JE20] Comentário: Aqui, esta uma ideia que muito me remete ao conceito de educação. Isso foi muito discutido no retiro Kilombagem. Educação no sentido de fazer com que as pessoas modifiquem, influenciadas pelo processo educativo, o modo como lidam consigo mesmas (a qualidade e a maneira desta relação consigo mesmas) e a maneira como interagem com o mundo e a realidade que os rodeiam. Isso é causar impacto. A ideia que o autor trás aqui me sugere isso.
Locating a Text: Implications of Afrocentric Theory
by Dr. Molefi Kete Asante
Published 5/10/2009
We have finally arrived at a cultural junction where several critical avenues present themselves
to the serious textual reader. Any fair estimate of the road that got us to this point must
conclude that it has been a difficult one, filled with intellectual potholes and myopic cultural
roadblocks, but at last there is an Afrocentric viewpoint on texts. This view has been
developed on the basis of works by scholars such as Houston Baker, Abu Abarry, Carol Aisha
Blackshire, Henry Louis Gates, Jr., and Trudier Harris in recent years. There seems to be a
growing number of writers who have abandoned or are attempting to abandon the staid
domains of an encapsulated theory.
Afrocentric theory as advanced in numerous works, including my own, establishes two
fundamental realities in situating a text: location and dislocation. The serious textual reader is
able to locate a text by certain symbolic boundaries and iconic signposts offered from within
the text itself. However, much like any traveler the reader's location is also important in order
to determine the exact location of the text.
An inordinate number of African American scholars have become lost souls trying to negotiate
the Eurocentric pathways of mono-culturalism and mono-historicalism. An equal number of
non-African scholars have floated around ethereally when it came to locating an African
American text. Both sets of readers have been victims of a breach in good highway manners.
They have ignored all of the signs signifying Afrocentric literacy in favor of blind alleys based in
a mono-cultural reality. What I hope to demonstrate is that multicultural literacy can lead to a
critical transformation in the way we approach any discourse.
However, multicultural literacy does not exist apart from the substantive knowledge of specific
cultural communities. There is no multicultural literacy apart from cultural bases. It is the
ability to use and integrate these cultural bases that allows us to speak of multicultural
literacy. An examination of an African American writer such as Henry Dumas provides an
example of the range and vision of Afrocentric theory. I shall discuss theoretical issues and
then move into an examination of Henry Dumas' location.
An Orientation to Motif
Charles Fuller, a colleague in my department who won the Pulitzer Prize for Drama in l982 for
his work "A Soldier's Play", claims that many of the dramatic characters for his plays come
from people he knew on Broad Street in North Philadelphia. Not knowing what Fuller knows
and not seeing what he sees in the faces of people on Broad Street might create difficulty in
understanding the nuances of his drama. While there are certain readily understandable
guideposts in good literature, accessible, that is, to the least literate of us, to truly capture the
setting of Charles Fuller's drama one must have more than a passing appreciation of African
American culture. Indeed the good critic and serious reader of African American literature
should have been exposed to a variety of cultural information, e.g., the Dozens, folk tales,
Ebonics, barber shops or beauty parlors, Baptist churches, Hoodoo and Root rituals, Ebony
Magazine, Jet, and numerous authors and musicians. All of this information may not be useful
on every trip through the literary territory in the African American world but it is surely
advantageous on most occasions for the critic and reader. This means that critics must take
courses in African American culture and history as they take courses in Euro-American history
and culture. In fact, they must search the ancient foundations of the African's cultural
response to reality and environment much as one looks to Greece or Rome for analogues in
the Euro-American writers and authors. The only reason, it seems to me, that this is not done
in the first place is the abiding bias against African culture that continues to disorient most
critics.1
An explosion of interest in multicultural issues, diversity in the classroom, and centered visions
in curricula has contributed to a critical transformation in literature. Like Tuthmosis IV, who in
the third year of his reign, asked his scribes to take a retrospective of all that had gone before,
we must take a critical look at what has happen in the last few years in multicultural literacy.
The king's intentions were to re-establish the foundations of the kingdom, to examine the
preparations for the future, and to re-assert the unity of the Two Lands. Our aim in a
retrospective is simply to be able to navigate the cultural highways of a multicultural society.
A New Historiography as the Basis of Location
The critical spirit that has served to temper the received position on certain texts is the result
of a multi-cultural consciousness brought about by a new historiography. Based on the idea
that ancient Kemet and Nubia are to the rest of Africa as Greece and Rome are to the rest of
Europe, this new historiography has insinuated itself into contemporary thinking in education,
anthropology, sociology, history, and literature. 2 Pioneered by African and African American
scholars such as George James, Chancellor Williams, Leo Hansberry, Cheikh AntaDiop, and
Theophile Obenga, this critical historiography influences the most elementary discussions of
text by bringing the gift of new information. Unfortunately ,as Martin Bernal has said in his
monumental re-assessment of the European classical tradition, Black Athena , most white
scholars have ignored the writings of these scholars.3 Bernal believes that in the last five
centuries racism has been the source of the mono-ethnic and mono-cultural portrayal ofthe
production and acquisition of knowledge.
In his book The African Origin of Civilization: Myth or Reality? , Cheikh Anta Diop laid a
revolutionary foundation for the new pathways of critical knowledge in the field of human
creativity. He argued a position that was radical only because for five hundred years the
Western world had denied Africa's role in human history. Diop contended that Western
scholars had tried to take ancient Egypt out of Africa and Africans out of Egypt. 4 The context
for this attack on Africa was the rise and promotion of the European Slave Trade. So massive
was this vulgar trade in human beings that it colored every relationship in the European and
African worlds. Nothing was untouched by the anti-African attitudes developed in the fifteenth
century. Art, literature, dance, music, theology, and philosophy were adjusted to deal with the
Great Enslavement and domination of Africans. Defamation of Africans and African intellectual
gifts was sanctioned at the highest levels of Western literature and goverment; subjugation of
Africa was confirmed ultimately in the way writers wrote about the encounter between the
two peoples.
In the Mismeasure of Man, Stephen Jay Gould reports that some of the key leaders of the
West recorded their anti-African attitudes in clear and straightforward terms. 5 For example,
Thomas Jefferson wrote, "I advance it, therefore, as a suspicion only, that the blacks, whether
originally a distinct race or made distinct by time and circumstance, are inferior to the whites
in the endowments of both body and mind".6 Indeed Gould demonstrates that the British
philosopher David Hume held negative attitudes about the contributions of Africans to human
society.
David Hume asserted "I am apt to suspect the Negroes and in general all the other species of
men to be naturally inferior to the whites. There never was a civilized nation of any other
complexion than white, or even any individual eminent either in action or speculation, no
ingenious manufacturers among them, no art, no sciences". 7 Indeed Louis Agassiz wrote of
Africa, "...there has never been a regulated society of black men developed on the
continent..." .8 Arnold Toynbee, one of the Western world's leading historians said "When we
classify mankind by color, the only one of the primary races, given by this classification, which
has not made a creative contribution to nay of our twenty-one civilization is the black race".9
The famous German philosopher F. Hegel wrote of Africa, "This is the land where men are
children, a land lying beyond the daylight of self conscious history, and enveloped in the black
color of night. At this point, let us forget Africa not to mention it again. Africa is no historical
part of the world...10 These attitudes often find a place in the most contemporary thinking of
Western thinkers.
The publication of the Great Books of the Western World in l990 under the editorship of
Mortimer J. Adler continues the Eurocentric idea that Africans have made no contribution to
the West. 11 A typical collection of white male writers (there are only 4 white women writers
out of the total of 130 writers) the Great Books of the Western World serves as an instrument
to block the road to multi-culturalism. With no African Americans and only four women
included in the list of writers, the collection is certain to be without much enduring credibility.
Any group of "Great Books" that does not include writings from either Frederick Douglass, W.
E. B. DuBois, Edward Blyden, Richard Wright, Martin Luther King, Jr., Zora Neale Hurston,
Langston Hughes, James Baldwin, Ralph Ellison, Alice Walker, or Toni Morrison is surely a
pretense to inclusiveness.
Locating a Text
There are several elements which help to locate an African American text or any text:
language, attitude, and direction. These elements might be used alone or in combination. I
shall examine each of these elements as they relate to African American writers and critics.
However, a word should be written about the nature of the creative production derived from
authors engaged in the communicative process with readers. Writers are fundamentally
committed to the principle of expression; one cannot express one's self without leaving some
insignia. From the writer's own textual expression the Afrocentric critic is able to ascertain the
cultural and intellectual address of the author.
The Place
Among the complications in the location process for critics of African American texts is the
devastating extent to which African American authors have been removed from general
cultural terms. There are two types of texts produced by individuals who have been removed
or have removed themselves from terms of blackness: the decapitated text and the lynched
text. A text which is decapitated exists without cultural presence in the historical experiences
of the creator; a lynched text is one that has been strung up with the tropes and figures of the
dominating culture. African American authors who have tried to "shed their race" have been
known to produce both types of texts.
The decapitated text is the contribution of the author who writes with no discernible African
cultural element; the aim appears to be to distance herself or himself from the African cultural
self. Among the best practitioners of this genre of writing is the author Frank Yerby. His
contributions to literature have been made as a part of the European and white experience in
the West. Although he responded to criticism long enough to write the Dahomeans , he
remained fundamentally committed to a style of writing which placed him outside of his own
historical experiences. Thus, his African voice remains essentially silent. Yerby is the kind of
author one reads and says, if you do not know, that this must be a white writer. Even my white
students are surprised to discover that the author of some of the finest Southern plantation
novels is an African American. While he became relatively successful in a commercial sense in
this vein of writing, Frank Yerby has no clear literary tradition and adds to no new school of
aesthetics. He produces decapitated texts with no guiding heads and no sense of soul.
The lynched text is more easily produced by African American authors who have literary skills
but little cultural or historical knowledge. Images tend to be thoroughly Eurocentric, producing
lines such as "the war-like natives" in a historical novel or "the Valhallian quest of the black
hero" in poetry. An African writer who uses such language may be rewarded by the
Eurocentric establishment for demonstrating a mastery over or expertise in handling European
themes but it does not mean that the writer is placed in her own center. Since the literary
establishment often reinforces Africans the more removed we are from our cultural terms,
there is social pressure on the writer to "write what whites writes." One can perhaps see why
James Baldwin, Richard Wright, Toni Morrison, John A. Killens, and John Edgar Wideman are
not given greater prominence in the literary curricula of this nation. Neither attempted to shed
blackness; in fact, some tried to re-accumulate what they had lost through education.
Elements of Location
Language. Normally we say that language is a regularized code that has been agreed upon by a
community of users. There is nothing particularly wrong with this general definition of
language. However, language can be said to involve grammatical rules, nuances, words, and
deep systems. In that case if we concentrate on one aspect of language, words, for instance,
we can obtain a fairly good assessment of where a writer is located.
Words have function, meaning, and etymology; my concern in this discussion is primarily with
meaning. An African American author or any author, for that matter, who writes of
"Hottentots," "Bushman," and "Pygmies" has already told the Afrocentric critic something
about where she or he is located. Of course, the same observation can be made by any critic of
any author. Location is determined by the signposts. In any situation where the author is
trapped in the language of a racist society that provides pejorative terms, the critic is seeking
to see how the particular writer handles the situation. What turn on phrases, what lacunae
and nuance, what unique rendering make this particular writer succeed. Language is the most
important element because it is the most easily manifest in the text. One sees words on paper.
If one sees a reference to Africans as primitives or to Native Americans as "a bunch of wild
Indians" or Latinos as "greasy" , then one knows the cultural address of the author. While it is
true that authors might use irony, sarcasm, and other techniques of language to deliver a
certain point or perspective, the Afrocentric critic is sensitive to the persistent and uniform use
of pejoratives as demonstrating the author's location. When an author use pejoratives
unknowingly to refer to Africans, the critic often is being confronted with an unconscious
writer, one who is oblivious to the social and cultural milieu.
Attitude. Attitude refers to a predisposition to respond in a characteristic manner to some
situation, value, idea, object, person, or group of persons. The writer signals his or her location
by attitude toward certain ideas, persons, or objects. Thus, the critic in pursuit of the precise
location of the author can determine from the writer's characteristic or persistent response to
certain things where the writer is located. The attitude is not the motive; attitudes are more
numerous and varied than motives. Consequently, the attempt to locate a writer by referring
to "motivating attitudes" may be useful in some situations. The common adage, "I cannot hear
what you say because what you are shouts so loudly in my ear" is a remarkable example of
how our attitudes influence our appraisal of those around us. This is the same for writers.
Once a critic has read certain portions of a text to "get the drift" of what it is the writer is
getting at, he or she can usually locate the author.
Direction. The line along which the author's sentiments, themes, and interests lie with
reference to the point at which they are aimed I am referring to as direction. It is the tendency
or inclination present in the literary work with regard to the author's objective. One is able to
identify this tendency by the symbols which occur in the text. For example, a writer who uses
Ebonics, African American language, in his or her works demonstrates a tendency along the
lines of Afrocentric space. The reader is capable of digesting some of the arguments, the poetic
allusions, and situations because of the tendency identified in the writing.
Therefore, a text must be seen in the light of language, attitude, and direction when the
serious reader wants to locate it. Each text carries its own signature, a stamp, if you will, of the
place to which it belong or to where it is going. In any case, the reader will be able to
adequately locate the text in order to make judgments about the author's creative abilities as
well as the author's philosophical underpinning. Ultimately, as we shall see, a text must fit
within a multiplicity of places, each one defined by the dynamic interplay of culture and
purpose.
An Example From History
One of the greatest (in my judgment) African American writers was born on July 29, l934, and
killed in New York on May 23, l968. His name was Henry Dumas and his death at the age of
thirty four cut short a brilliant career of a poet and short story writer who gave meaning to the
Afrocentric term, located.
Henry Dumas' work, Ark of Bones and Other Stories and Poetry for My People , was published
posthumously.12 However, he had been engaged in teaching at the Experiment in Higher
Education at Southern Illinois University and served as a member of the editorial staff of the
Hiram Poetry Review and through these activities had made many friends and acquaintances
who knew his creative power. Hale Chatfield and Eugene Redmond ably brought Henry Dumas
to life again in the editing of his works. Few African American writers have been so successful
as Henry Dumas in demonstrating the opposite perspective of the race shedders. Dumas, as
we shall see, was pre-eminently an Afrocentric writer in every aspect of the term.
For the reader seeking to possess the literacy necessary to understand the stories or the
poetry of Dumas, it suffices to say that one must pay attention to every nuance of the African
American culture. That is to say one must understand the "bop" and the "do". Furthermore,
the reader must be able to see how nicknames locate a person in the text as well as the
author's ability to write culturally, that is, out of the culture. For example, Henry Dumas gives
his characters names like Blue, Fish, Tate, and Grease. These are important names in the
context of Dumas' stories. Actually, each of the names carries definite meanings. Blue, for
example, relates to a person being so black he looks blue. Fish is the nickname for a a person
who swims very well. Tate is the nickname for a person whose head is shaped like a potato.
Grease is the name of a smooth talking individual. There are several reasons why these names
are significant in Dumas' cultural understanding and our appreciation of his art. In the first
place, nicknames are means for placement, location, identity. They are often more descriptive
and defining than the European names given to African American children. Since many people
did not have access to African names, the practice of nicknaming became a major avenue for
the maintenance of African culture and expression. Names could still mean something much
like names had meant among the Yoruba, Ibo, Fanti, Asante, and Congo. Dumas understands
the relevance of the nickname and appropriates its use to the functions of his art. Another
reason Dumas' use of these names is important comes from the creation of atmosphere in his
works. He seeks always to expand the boundaries, to move against the tide, and to raise the
difficult questions. There is no better way to create atmosphere than to allow the traditions to
blossom, particularly in reference to what people call things, that is, the words given to
identify persons and objects.
The richness of Dumas' language, the clarity of his symbolic attitude, and the rhythm of his
trajectory, cannot be overestimated. He impressed himself as well as others with the
tremendously accurate portrayal of the African American language. Indeed, Eugene Redmond
wrote "Dumas-a brilliant, creative linguist-contracts and expands English, Black Language and
various African tribal (sic) sounds to come up with what is perhaps a "found" utterance...." 13
Redmond's introduction to the stories of Henry Dumas is a penetrating look at the style of the
artist. What Redmond observes in the language of Dumas is what places him squarely within
an Afrocentric location. When Redmond says "Dumas is also the first among young black
writers to re-acculturate" he is speaking to Dumas' love of his language.14 There is no
caricature of the African in his use of African language; no self conscious concentration on loss
exists in the mind of Henry Dumas. He finds the African American language richly endowed, as
he found the people.
In the powerful story, "Ark of Bones", Dumas brings together all of the experiences of his
young life to produce a text richly contoured with cultural artifacts of language. Headeye, one
of the characters, had a mojo bone in his hand. But we learn that "Headeye, he ain't got no
devil in him." His only problem was that he had "this notion in his head about me hoggin the
luck." Dumas knows the close community language as well as the religious allusions, but his
knowledge of this language is a gift of his sensitivity to the voices he has heard. The reader
knows precisely where Dumas is at all times, even though as you read him you know that he is
aware of every thing he is doing in the text. There is no stream of words here floating endlessly
on with no point; this is a master writer whose point is made in every sentence. "Headeye
acted like he was iggin me" is about as precise as you can get with language. To understand
iggin is to be right in the center of the culture; however, it is an understanding that comes
from experience or from study. One of the most insidious forms of critical hierarchy is the
criticism of Afrocentric writers by those who have neither studied nor lived the culture. The
assumption that one can simply make critical judgment and commentary about the text,
perhaps locate the writer, without serious study of the culture is an arrogant and false
assumption. As one who does not know white American culture can truly understand it
without some background, neither can Afrocentric writers be understood without some
background. Normally, the student of American literature gains the knowledge of the nuances
of white American literature and can adequately place the writers. But Afrocentric literature is
much like Old English literature in the sense that it must be seriously studied or else the reader
will usually miss the point. I am not just speaking about knowing the meaning of words or
understanding the structure of Ebonics, that is a starting point. More fundamentally, the
reader must know from what center of experience the writer writes. An African American
person writing from a Eurocentric basis will produce text that may have some references to
the cultural materials of the African American people but will remain essentially a white writer
with a black skin. Such a writer is not much different from a white writer who writes
knowledgeably about certain cultural icons of the African American community. But to really
come from an African-centered perspective in literature, the writer must immerse herself or
himself in the culture of the people. The value of this immersion is that one becomes more
authenthically a voice of the culture, speaking much like Henry Dumas the language of the
African American heritage with all of its universal implications in similar experiences of other
people. To deny Afrocentric writers this possibility, either through criticism or creation, is to
assume that the special language of the African American is somehow different from other
languages, i.e., Spanish, Yoruba, Gikuyu, Polish, and so forth.
Dumas understood the nobility of the culture from which he had come and so when he wrote
that Headeye's daddy "hauled off and smacked him side the head" he recognized that the
perfection of action could only be told with two verbs. Rather than say, as might be said in
English, that his daddy "smacked him side the head", Dumas goes into the culture and brings
to bear the full meaning of this action. To truly complete the act the daddy had to have
"hauled off and smacked him." This construction is like the one I often heard in Georgia as a
child when someone had become a member of the local church. People would say, "Child, she
got converted and joined the church." Another such construction of language is the command
"Turn loose and jump down from there" to a child who is climbing a tree.15
In his stories as in his poetry Dumas gives his readers all of the signposts of his location. He is
not a writer without a place in his own culture;he is firmly planted in the midst of ancestors,
ghosts, haints, and spirits of the past as well as the generative power of the present condition
of African Americans. Among the expressions and terms which he employs are: Glory Boat,
afro-horn, Aba, Heyboy, Sippi, catcher-clouds, and Saa saa aba saa saa. While his corpus is
limited because of his early death, he remains one of the most centered of African American
authors. Language, attitude, and direction are clearly demarcated in his works. When we read
Dumas we are reading a profoundly honest writer who tells his and his people's special truth
to the world. Contained in the language, the attitude, and the direction of his work is the
symbolism of strength, mystery, energy, dynamism, intelligence, wisdom, and trust. A compact
exists between Dumas and the characters of his stories which allows him to use their language
to tell the truth. He "ain't give on to what he know" but the reader knows that Dumas found
the center of his cultural being intact and never left it. Why should he have left? What other
writers would be required to leave? How silly of a writer to think that he or she must leave the
source of power in order to be universal; true universalism in literature adheres in the ability
of a writer to capture the special story or stories of his or her own culture in ways that those
stories make impact on others, regardless of the first language. In the end, the serious reader
of writers must work to re-affirm the centrality of cultural experience as the place to begin to
create a dynamic multicultural literacy because without rootedness in our own cultural
territory, we have no authentic story to tell.
Recommended