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METODOLOGIAS ATIVAS E O PARADIGMA EVOLUTIVO NO PROCESSO DE
FORMAÇÃO DE ADMINISTRADORES
Ricardo R. Dias,Ms., ricardodias3333@gmail.com, professor e
pesquisador da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. RESUMO Este artigo tem como objetivo possibilitar ao coordenador e professor do curso de
administração ampliar sua visão, de modo que as dificuldades de aprendizagem sejam reduzidas e a motivação pela aquisição do saber possa ser indutora da evolução do aluno. Acrescentou-se o paradigma evolutivo identificado a partir dos
estudos sobre conscienciologia, bem como, sua inserção no processo de qualificação de futuros administradores. Para tanto, utilizou-se como parâmetro a abordagem metodológica qualitativa com entrevistas abertas, pesquisa bibliográfica,
pesquisa de campo e experimentação pelo autor de técnicas de ensino focada no aluno. Os resultados alcançados mostram que as metodologias ativas podem ser implementadas individualmente por cada professor em suas disciplinas
aperfeiçoando, assim, o ensino, mas poderia ter um efeito substancial quando incluída de forma integrada na proposta curricular e no plano de curso, envolvendo o corpo docente, administrativo e a IES como um todo. Os resultados seriam
surpreendentes se os educadores implementassem juntamente com as metodologias ativas os valores evolutivos propostos pela conscienciologia.
Palavras-chave: metodologias ativas; paradigma evolutivo; aprendizagem. ABSTRACT
This paper aims to enable coordinators and professors on management course to enlarge their vision in such a manner that the difficulties on learning can be reduced
and the motivation to acquire knowledge may become inductor of student’s evolution. It was added the evolutionary paradigm to the learning process identified from studies about conscientiology, as well as its insertion on the qualification process of
future managers. Therefore, were used as a parameter the qualitative methodological approach with open search, bibliographic research, field research and experimentation realized by the author of teaching techniques focused on students.
The results achieved show that the active methodology can be individually implemented by each professor on its own subject improving, thus, the teaching, but may cause a substantial effect if included as an integrated manner on curricular
proposal and course plan, enclosing the school (faculty, teaching body, teaching staff), administrative and the IHE (Institution of Higher Education) as a whole. The results would be outstanding if the educators implemented with the active
methodologies the evolutionary values proposed by conscientiology. Key words: active methodologies; evolutionary paradigm; learning.
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1. INTRODUÇÃO
No contexto complexo das relações coordenador de curso, docente e discente observa-se que o ensino e a aprendizagem é resultado de esforços da coordenação
e docentes para integrar o Projeto Pedagógico do Curso (PPC) às Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), considerando o perfil do egresso que se pretende formar, os componentes curriculares que envolvem plano de ensino com
especificações de conteúdos, de método de ensino mais adequado e também, levando em consideração as bases da educação segundo a UNESCO: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser.
Como é notório, o professor responsável pelo ensino-aprendizagem está tendo
dificuldade em ensinar o conteúdo necessário ao aluno. E por sua vez, o aluno está tendo dificuldade em aprender o conteúdo ministrado. Esse contexto educacional revela que a maioria das IES ainda utiliza metodologias tradicionais de ensino
centradas no professor que transmite conhecimentos e aluno receptor-passivo. Percebe-se que esse modelo está inadequado ao perfil de administradores especificados na Resolução nº 4, Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de
Administração.
O paradigma ensino-aprendizagem-aluno-receptor-passivo (ARP) que utiliza metodologias tradicionais e centrada no professor não atende as necessidades de educação atuais de nossos estudantes. No cenário educacional percebe-se e Já
foram enumerados por vários pesquisadores que a aprendizagem acontece de forma mais qualitativa quando a mesma é centrada no estudante que por meio de seu esforço adquire conhecimento e desenvolve sua intelectualidade. Nesse contexto o
professor passa a ser um orientador que facilita a aprendizagem pelo aluno, caracterizando, assim, o paradigma ensino-aprendizagem-aluno-questionador-ativo.
O artigo tem como objetivo possibilitar ao coordenador e professor do curso de administração ampliar sua visão, de modo que as dificuldades de aprendizagem
sejam reduzidas e a motivação pela aquisição do saber possa ser indutora da evolução do aluno.
Foram enumeradas diversas técnicas de ensino-aprendizagem (figura 3) e para cada
técnica foi definido sua característica como técnica passiva ou ativa, após foi explicitado que as técnicas passivas dependendo da forma de utilizá-las podem transformar em técnicas ativas.
Apresentou-se, também, o neoparadigma consciencial desbravado pela ciência da
conscienciologia que questiona o paradigma atual clássico materialista e propõe a mudança para um neoparadigma consciencial que foi denominado, neste artigo, de paradigma evolutivo.
A prática do paradigma evolutivo permite aos educadores desenvolverem diversos
atributos identificados na ciência da consciencilogia e apresentados como valores evolutivos essenciais para a prática de uma educação saudável e ativa.
O tema escolhido faz parte das experiências do autor desse artigo, pois atua na
educação há trinta anos e mesmo assim, encontra a cada período dificuldades de colocar em prática o ensino-aprendizagem em seu processo de atuação.
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Os resultados dessa pesquisa são relevantes para os professores e coordenadores
de curso em geral, pois apresenta uma reflexão de sua prática e dos resultados que suas escolhas levarão, apontam caminhos que possibilitará ao educador trilhar novos desafios, bem como, o aluno usufruir de um processo de ensino-
aprendizagem mais prático e mais dinâmico.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Durante a realização da pesquisa e produção do artigo foi realizado levantamento
bibliográfico em diversos livros, revistas científicas, artigos e informações disponíveis sobre ensino-aprendizagem, conscienciologia e documentos que regulamentam o curso de administração.
As teorias que embasam o artigo são compostas por levantamentos de
conhecimentos em três áreas. A primeira, ensino-aprendizagem com destaque para abordagem do behaviorismo, do construtivismo e metodologias ativas. A segunda, ciência da conscienciologia na qual diversas obras, escancararam a necessidade do
indivíduo expandir sua cosmovisão, desenvolver a maturidade e evoluir como pessoa.
Nesse artigo o termo indivíduo ou pessoa será substituído por consciência. A
terceira área consiste na legislação do MEC que foi pesquisada em alguns documentos, tais como, Diretrizes Curriculares do Curso de Administração, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação, entre outros documentos.
2.1 Metodologias Ativas
A dinâmica da vida exige autonomia, reflexão, participação e mudanças constantes
para adequar e melhorar o ambiente de atuação da consciência, mas as IES em sua maioria, ainda formam profissionais passivos com dificuldades de utilizar o conhecimento já produzido e aplicar em seu contexto.
A aplicação de conhecimento deve vir apoiada em mudanças que possibilite as
adaptações necessárias para se ter uma prática saudável. Nesse sentido, Gemignani (2012) propõe a necessidade de mudanças didáticas nos currículos, pois estes estão sobrecarregados de conteúdos insuficientes para a vida profissional e
ainda apresenta novas competências que devem ser observadas, são elas: “colaboração, conhecimento interdisciplinar, habilidade para inovação, trabalho em grupo, educação para o desenvolvimento sustentável, regional e globalizado”. A
proposta dessa autora é alterar a educação com uma abordagem mecanicista, fragmentada, competitiva para uma abordagem sistêmica, holística, cooperativa e integradora.
As metodologias ativas surgem para apoiar uma abordagem de ensino
aprendizagem comprometidas com as necessidades atuais. Freire (2006) apresenta a metodologia ativa como uma concepção educativa que estimula processos construtivos de ação-reflexão-ação, em que o estudante tem uma postura ativa em
relação ao seu aprendizado.
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Vários autores citam a importância da abordagem baseada em problemas como uma
forma de praticar as metodologias ativas e também, como instrumento eficaz de ensino-aprendizagem. O trabalho de Berbel (1998) consiste em apresentar uma comparação de duas propostas que se desenvolve a partir de visões teóricas
distintas e tem a problematização como atributo em comum. A autora apresenta a Metodologia da Problematização e a aprendizagem baseada em Problemas conhecida como PBL. As metodologias citadas têm características diferentes e
mesmo assim, são alternativas inspiradoras para implementação de um ensino inovador.
Nessa linha do ensino inovador Gaeta e Masetto (2010) esclarece que a aprendizagem é um processo de crescimento e desenvolvimento de uma pessoa em
sua totalidade, abarcando minimamente quatro grandes áreas: a do conhecimento, a do afetivo-emocional, a de habilidades e a de atitudes ou valores. As atividades do professor ainda continuam na transmissão do ensino e concentra-se
predominantemente na parte teórica restando poucos momentos para a parte prática.
Para ter um ensino inovador e que promova o crescimento da consciência em sua totalidade Gaeta e Masetto (2010) entende que o aluno não pode ter uma postura
passiva de assistir aula, receber e reproduzir informações dando feedback nos exames aos professores.
As metodologias ativas preenchem o processo de aprendizagem focando no aluno
como construtor ativo do saber. Para que o ensino possa ser realmente de excelência deve ser aplicado as metodologias ativas. Para tanto, há a necessidade de revisão do Projeto Pedagógico do Curso (PPC), adequação dos componentes
curriculares (disciplinas) e principalmente, parceria com os alunos provocando postura ativa e crítica frente à aprendizagem. Todas essas mudanças devem ser alinhadas com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da IES.
Percebe-se que as metodologias ativas são técnicas que possibilitam dar vida ao
movimento do construtivismo que tem o aluno como o epicentro da aprendizagem e não mais o professor, conforme o enfoque behaviorista, ainda dominante.
Rocha e Lemos (2014) levantam a similaridade das metodologias ativas com o sistema de produção puxada “que representa, de forma simplificada, no ambiente
industrial, produzir o que for necessário, na quantidade necessária e na qualidade necessária à demanda”. Os autores comparam as metodologias ativas com esse sistema e argumentam que “os alunos puxando o ensino conforme suas
necessidades, interesses, preferências e ritmo caracterizam prática de metodologias ativas”.
Vários autores pesquisados enumeram algumas metodologias ativas, tratando-as, também, por técnicas de ensino-aprendizagem. Serão especificadas apenas
algumas delas e o seu detalhamento ou aprofundamento não será tratado nesse artigo. São elas: Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL); Aprendizagem Baseada em Projetos (PBL); Peer Instruction (PI); Just-in-time Teaching (JiTT);
Aprendizagem Baseada em Times (TBL); Métodos de Caso; Simulações; Pesquisas, entre outras.
2.2 Paradigma Evolutivo
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O paradigma evolutivo apresentado neste artigo foi contextualizado e formatado a
partir de estudos e pesquisas realizadas em diversas obras e principalmente, nas obras e artigos da conscienciologia.
Segundo Vieira (2008, p.37) Conscienciologia “é a ciência que estuda a consciência de modo integral, holossomático, multidimensional, multimilenar, multiexistencial e,
sobretudo, conforme as suas reações perante as Energias Imanentes (EIs) e as Energias Conscienciais (ECs), bem como em seus múltiplos estados de manifestação (Pensenologia)”.
Esse trabalho consiste em agregar ao processo de qualificação de administradores,
além das metodologias ativas, a teoria líder da conscienciologia que será tratada, nesse artigo, por paradigma evolutivo. O coordenador de curso e o professor podem contribuir com a evolução dos acadêmicos envolvidos no processo ensino-
aprendizagem e ter estratégias para a formação e qualificação do aluno totalmente compatibilizado e alinhado com os atributos evolutivos apresentados na figura 5, isto vai depender das escolhas e decisões estratégicas adotadas.
A conscienciologia propõe o princípio da descrença que faz parte das atitudes evolutivas escolhidas e enumeradas pelo autor desse artigo. Para desenvolver e implementar um projeto pedagógico de um curso de administração ou mesmo em
casos individualizados em sala de aula, esse princípio se utilizado possibilita ao aluno assumir a responsabilidade pela sua aprendizagem. A seguir o princípio da descrença, conforme Vieira (2012, p. 184): “Não acredite em nada, nem mesmo no
que lhe informarem aqui. EXPERIMENTE. Tenha suas experiências pessoais”.
Destaca-se também, o tema valores que em mais remotas épocas já direcionavam o comportamento humano, o autor pesquisou diversas obras que comentavam sobre valores objetivando escolher os mais relevantes para embasar e possibilitar a prática
da educação dentro do paradigma evolutivo. Os valores selecionados estão em conformidade com os atributos evolutivos e em sua aplicação envolvem todos os atores da educação. Segundo Pinheiro (2015, p.23):
Os valores orientam os indivíduos, em seu agir, nas relações interpessoais, no trabalho e na convivência em sociedade, favorecendo-os nas decisões, a serem tomadas quanto ao comportamento mais adequado em cada situação, nas palavras, nos sentimentos e nas intenções.
A autora apresenta uma relação de 250 valores evolutivos universais que pode subsidiar os educadores em seu processo de ensino-aprendizagem, ampliando
assim, sua visão de mundo e melhorando o seu comportamento rumo ao neoparadigma evolutivo.
Os atributos vontade, cosmoética, pensene, bioenergias, autorganização, entre outros da conscienciologia foram selecionados, para comporem a figura 5: Valores
Evolutivos, por serem verdades relativas de ponta com potencial muito grande de subsidiar e influenciar o comportamento evolutivo das pessoas. Para uma melhor compreensão da figura 5, elaborada pelo autor, apresentam-se a seguir informações
e conceitos concienciológicos ampliando, assim, a cosmovisão do leitor sobre os valores evolutivos.
Vontade: além de ser amplamente divulgada pela conscienciologia é um dos 250 atributos especificados por Pinheiro (2015, p.410): “A vontade é a faculdade mental
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e o potencial imaginativo do ser pensante com disposição para agir a partir das
decisões deliberativas da consciência, orientando suas atividades para o objetivo escolhido”.
Cosmoética: “(cosmo + ética) – Ética ou reflexão sobre a moral cósmica, multidimensional, que define a holomaturidade, situada além da moral social,
intrafísica, ou que se apresenta sob qualquer rótulo humano”. (VIEIRA, 2013, p.47).
A vivência da cosmoética segundo Vieira (2010 p. 79)
Afasta os apelos do egoísmo pessoal na hora da decisão que implica nos direitos das outras consciências; ser sincero e leal no trato com as pessoas; cortar as autocorrupções em relação aos colegas de trabalho.
Recomenda a prioridade de seus trabalhos em um princípio: é sempre melhor a predominância do seu esforço em favor dos outros, mesmo com o sacrifício pessoal, do que a predominância em favor de si mesmo, sem nenhum sacrifício pessoal, dentro do caminho da dinamização da Evolução Consciente.
Implica na incorruptibilidade pessoal que abrange a eliminação de todos os pensamentos corruptores, por mínimos que sejam e por mais dissimulados se apresentem, tidos à conta, neste caso, racionalmente, como doentios e atravancadores do progresso pessoal.
Pensene: “é outro atributo consciencial muito importante, que significa (pen + sen + ene) é a unidade de manifestação prática, tanto da conscin ou consciência intrafísica (personalidade humana), quanto da consciex, ou consciência
extrafísica; ou, ainda, da conscin ou consciex, quando projetadas em outra dimensão consciencial diversa daquela na qual atuam naturalmente” (VIEIRA, 2013, p.389).
Inseparabilidade é a característica essencial do pensene é a condição da
indissociabilidade dos 3 elementos integrados nas manifestações práticas da consciência, onde esteja, atuando de algum modo, hoje ou amanhã, pelo menos no atual nível evolutivo.
Conforme as ações da consciência, ocorre a predominância de 1 dos elementos
do pensene por exemplo: o pensamento, na Ciência; o sentimento, na Arte; ou a energia, nos Desportos. Mas, acima de tudo isso, todos os pequenos atos, grandes ações, atitudes ou posturas humanas se compõem, necessariamente, dos 3
elementos inseparáveis, atuando sempre em conjunto.
Bioenergias: conforme Vieira (2013) as Bioenergias “são todas as formas de energias da vida. Energia de plantas, animais e todos os seres vivos. Os seres humanos, além das bioenergias vitais, produzem pensamentos e emoções que
qualificam a bioenergia comum transformando-a em energia consciencial”. Quando pensamos e sentimos produzimos energia consciencial.
A bioenergia é formada pela energia imanente mais a energia consciencial.
A energia imanente (EI) “é a energia primária, vibratória, essencial, multiforme,
impessoal, difusa e dispersa em todos os objetos ou realidades do Universo (cosmos), de modo onipotente, ainda indomada pela consciência humana, e
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demasiadamente sutil para ser usada de modo ideal pelos atuais instrumentos da
tecnologia”, (VIEIRA, 2012, P.191)
A Energia Consciencial “é a energia imanente trabalhada pelo pensene que você emprega em suas manifestações, é o ene do pensene”.
A humanidade ainda não domina a bioenergia feminina e masculina, mas elas são conhecidas há milênios, no Oriente (yin e yang). As energias conscienciais quando
em estado de equilíbrio são ferramentas evolutivas. A aquisição do estado de equilíbrio é possível utilizando-se de técnicas, uma bastante divulgada é a técnica da Mobilização Básica das Energias (MBE). Aplicar a técnica possibilita à consciência
assumir a condução das energias e dinamizar sua evolução.
Autorganização: a organização é uma das funções prioritárias que sustentam a administração. Ela é à base da produtividade, com ela é possível fazer mais com
menos, sem ela trabalha-se muito e rende pouco. A organização envolve cronograma, as atividade, as prioridades, o fluxo com sequência lógica, os horários, tudo isso compatibilizado entre si, produzindo o melhor resultado.
autorganização é um dos atributos da conscienciologia que segundo Vieira (2012, p.
1590) significa:
atributo, capacidade, faculdade, habilidade, qualidade, poder, propriedade ou potencialidade de a consciência estruturar-se, adequar-se ou adaptar-se orgânica, funcional e sistematicamente quanto ao próprio desenvolvimento evolutivo e, em consequência, manifestar-se em níveis crescentes de ordenação das ações prioritárias na cotidianidade.
Vieira (2012) entende que a autorganização educacional propicia a pesquisa de
idéias originais, utilizando dicionários, livros revistas, jornais, artigos e recortes diversos de temas afim de manter atualizada a aprendizagem acadêmica e intelectual.
A autorganização também possibilita o desenvolvimento intelectual, pois conduz à
atualização de leituras, participações em cursos e atividades mentaissomáticas, qualificando a participação em heterocríticas saudáveis.
Pode-se afirmar que autorganização é mais produtividade, mais otimização e mais segurança. Vieira (2012) apresenta ainda sua visão sobre autorganização “livre
como técnica de aplicação das próprias posses e disponíveis, com inteligência, Cosmoeticologia e prioridade evolutiva no objetivo das prioridades das autopesquisas e na consecução dinâmica da programação existencial pessoal”.
Assistência: ministrar aula e colaborar educando pessoas já é assistência. Esse valor é um dos mais importantes na trajetória evolutiva. Segundo Vieira (2013) assistência “é pedir para as outras consciências ao invés de pedir só para si”.
Reforça também a qualidade da assistência e apresenta o conceito de tares como sendo a tarefa do esclarecimento e tacon como sendo a tarefa da consolação e argumenta que a priorização dos esforços da assistência é a tares.
Afirma ainda que a “assistência incondicional é parte inexorável do processo
evolutivo sobrepairando interesses econômicos e mercantilistas, ratificada através do vínculo consciencial de pesquisadores e voluntários”.
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A assistência envolve doação do professor ao aluno auxiliando no processo ensino-
aprendizagem. Se o professor aprender a dar assistência incondicional, o seu trabalho será maravilhoso.
Vieira (2012, p. 4.986) apresenta, também o conceito de interassistencialidade que significa “assistência mútua, fundamentada notadamente na reeducação por
intermédio da tarefa do esclarecimento (tares), inteligência evolutiva (IE), cosmoética, policarmalidade e no princípio cósmico de “quem é menos doente assiste ao mais doente”.
A verdadeira assistência citada por Vieira (2003, p.606) é não satisfazer às
requisições das pessoas, mas atender às reais necessidades evolutivas, sem inculcações nem lavagens subcerebrais. Assim poderiam atuar o coordenador e o professor em suas práticas educativas.
Coragem: atributo evolutivo trabalhado no livro de Vicenzi (2011, p.25), o autor analisa os fatores que influenciam na tomada de decisões pessoais e mostra que a falta de coragem para assumir as rédeas da evolução e principalmente, o
autoenfrentamento diminui o ritmo da caminhada rumo à evolução da consciência. Apresenta o seguinte conceito:
A coragem é a vontade que sustenta a decisão tomada, exigindo um novo posicionamento mental diante dos antigos referenciais de comportamento. Quanto usada com inteligência e responsabilidade representa:
1. assumir a liberdade para determinar as metas pessoais; 2. perseverança para efetivar resultados, enfrentando os
desafios evolutivos.
A coragem sem autolucidez é ousadia e muitas vezes atrapalha mais do que ajuda
no processo evolutivo. Já a coragem ancorada na vontade, cosmoética e pensene sadio produz ótimos resultados evolutivos.
Neoideias: deveriam fazer parte do dia a dia de professores e alunos. Provavelmente em um ambiente onde o aprendiz é passivo as neoideias ficam a cargo somente dos
professores transmissores de informações. Se o ambiente for construtivista as neoideias passam a ser responsabilidades da criação em conjunto de professores e alunos, possibilitando outra dinâmica muito mais produtiva no processo de
educação.
Neoideias é o processo de reflexão profunda, sem nenhum devaneio, permite à consciência se adaptar a situações novas. As situações novas geram o encaminhamento da consciência para as neoideias, (VIEIRA, 2012).
As neoideias são as invenções, descobertas e criação das verdades relativas de
ponta identificando fatos, fenômenos, modelos, teorias e elementos diversos até então desconhecidos.
A criatividade e a produção das neoideias podem ser potencializadas utilizando o
turno intelectual, conceituado por Vieira (2003, p. 162) como:
técnica da reação em cadeia dos autopensenes mentaissomáticos criativos, através da linha de montagem das neoideias, com a divisão ordenada do horário diuturno ou o momento quando ocorre a alternância e
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autorrevezamento do período fixado, dentro da sequência adequada de trabalho intelectual, conforme o tempo (Cronêmica) e o emprego máximo do cérebro (Cerebrologia, Paracerebrologia).
Apresentou-se, nessa revisão, alguns atributos da conscienciologia que possui um grau de importância elevado para o desenvolvimento evolutivo da pessoa. Além
desses apresentados acima, foram especificados outros, na figura 5: Valores Evolutivos, que são: metamorfose, pesquisador lúcido, semeador, cosmovisão, equipe. Esses não foram referenciados, em função de serem atributos de maior
conhecimento da comunidade da educação e também, para não sobrecarregar a seção fundamentação teórica.
2.3 Documentos e normas do MEC
O autor analisou vários documentos e normas do MEC, buscando informações que
subsidiem a reflexão ensino aprendizagem. Foi constatado que alguns documentos apresentam requisitos e informações relevantes para a prática de ensino de maior qualidade e de forma resumida apresenta-se a seguir.
As Diretrizes Curriculares Nacionais definidas na Resolução nº 4 de 13-07-2005
define alguns requisitos que devem ser observados pelas IES em sua organização curricular do curso de Administração, dessa resolução foram elucidados alguns requisitos e informações que contribuem para o aperfeiçoamento do ensino-
aprendizagem.
Em relação aos elementos estruturais destacaram-se os seguintes:
Formas de realização da interdisciplinaridade;
Modos de integração entre teoria e prática;
Formas de avaliação do ensino e da aprendizagem;
Incentivo a pesquisa e iniciação científica;
Concepção de atividades de estágio;
Concepção de atividades complementares;
A resolução estabelece também, que o curso de Administração deve possibilitar o desenvolvimento de competências e habilidades. Foram destacadas de forma
resumida algumas, são elas:
Definir problemas, equacionar soluções e pensar estrategicamente e tomar decisões;
Desenvolver raciocínio lógico, crítico e analítico;
Ter iniciativa, criatividade, determinação, vontade de aprender;
Capacidade para realizar consultorias.
Os requisitos da Resolução 4, apresentados nesse artigo, para serem cumpridos
pelo curso de Administração necessitam de um modelo ensino-aprendizagem apropriado que consiste em um dos elementos de discussão desse artigo.
O Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação apresenta diversos requisitos que contribuem de forma efetiva com o ensino-aprendizagem focando nas
metodologias ativas, como exemplo destacou-se o seguinte:
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produção científica, cultural, artística ou tecnológica pelo docente;
núcleo de apoio pedagógico e experiência docente;
gabinete de trabalho para professores Tempo Integral – TI;
salas de aulas adequadas;
acesso dos alunos a equipamentos de informática;
bibliografia básica e complementar disponível;
periódicos especializados;
laboratórios didáticos especializados;
A Lei nº 9394 de 20-12-1996, estabelece as diretrizes e bases da educação nacional explicita diversos requisitos dentre os quais, de forma resumida, foram destacados
os que estão mais alinhados com a reflexão promovida no artigo, são eles:
Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;
Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica;
Estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente;
Promover extensão, aberta à participação da população.
Analisando as diversas abordagens percebe-se a convergência das práticas educacionais no sentido de utilizar as metodologias ativas no processo ensino
aprendizagem, reforçadas pelas normas e diretrizes do MEC. Por outro lado os atributos evolutivos propostos pela conscienciologia vêm coroar e fortalecer o ensino-aprendizagem por agregar às práticas das metodologias ativas a
possibilidade de desenvolvimento e crescimento sustentável de forma evolutiva.
A proposta de qualificação de administradores com excelência pode ser percebida na famosa frase de Freire (1996) “Ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar
as possibilidades para sua produção ou sua construção”.
3. METODOLOGIA
O pesquisador selecionou inicialmente as teorias sobre metodologias de ensino e
aprendizagem, pesquisou as abordagens do behaviorimo e a do construtivismo, dando seguimento às investigações das metodologias ativas e continuou aprofundando os estudos em diversas obras da ciência da conscienciologia que
amplia a forma de ver, analisar o mundo e discutir a consciência (indivíduo) e sua forma de vida na sociedade em diversas dimensões. Todas essas teorias pesquisadas vêm contribuir para buscar explicações e elucidar sobre as dificuldades
e facilidades do ensino e aprendizagem em uma sala de aula.
Pesquisou-se, também, diversos documentos do MEC procurando encontrar o alinhamento e a compatibilização de diversos requisitos das normas com os processos de ensino praticados e a evolução dos alunos nos cursos de
administração.
A pesquisa utilizou-se de dados secundários, pois existe uma quantidade suficiente de informações a respeito do ensino-aprendizagem.
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A população pesquisada foi 10 cursos de Administração ouvindo coordenadores de
curso e professores de administração.
O autor realizou análises de conteúdos à medida que aprofundava os estudos e ouvia os professores de outras IES.
Como resultado da análise e discussão o autor criou o mapa mental Metodologias Ativas e o Paradigma Evolutivo no Processo de Formação de Administradores,
(figura 1), que possibilita compreender de forma sistêmica os assuntos e conteúdos tratados na pesquisa.
Foi criado também, na figura 2-Paradigma Ensino-aprendizagem, a comparação
entre metodologias tradicionais que sustentam o paradigma aluno-receptor-passivo em comparação com o aluno-questionador-ativo.
Na figura 3-Técnicas de Ensino-aprendizagem, o autor coletou e especificou diversas técnicas utilizadas por professores em cursos de Administração e
classificou essas técnicas como sendo utilizadas de forma passiva ou ativa.
Na figura 4-Paradigma materialista-evolutivo, a partir dos estudos das obras de conscienciologia foram identificados os componentes dos paradigmas clássico-materialista e consciencial-evolutivo;
Na figura 5-Valores evolutivos, foram identificados os diversos atributos consciencilógicos e classificados os que poderiam fazer uma diferença no processo ensino-aprendizagem como valores evolutivos que influenciarão a educação.
Todas essas figuras construídas durante a pesquisa contribuem para o coordenador
de curso e o professor analisarem e reverem suas práticas de ensino-aprendizagem.
Utilizando os conceitos de Farias Filho; Arruda Filho (2012) A pesquisa foi classificada:
em relação a setores do conhecimento como pesquisa interdisciplinar, pois
envolve mais de uma disciplina;
quanto à utilização de seus resultados é considerada pesquisa aplicada, pois
os resultados podem ser utilizados pelos professores e coordenadores de cursos para melhorarem sua performance;
Quanto a seus objetivos é considerada pesquisa explicativa por que visa
explicar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência do ensino-aprendizagem de forma efetiva;
Em relação ao tipo de abordagem a pesquisa é qualitativa por que parte de uma visão em que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o pesquisador. E também a interpretação do ensino-aprendizagem com os
paradigmas identificados são básicos nos processo da pesquisa qualitativa.
Quanto aos procedimentos técnicos é considerada pesquisa bibliográfica, pois sua discussão e elaboração de resultados, também foram realizadas a partir de estudos
publicados. Considerada também documental, pois foram analisados documentos diversos acumulados durante anos de trabalho pelo pesquisador.
Foi praticado nesse artigo a pesquisa experimental, cujo o autor experimentou ao longo do tempo diversas práticas de ensino-aprendizagem em suas atividades como
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professor. Também foi adotado a pesquisa participante, pois o pesquisador
também, é membro dos grupos pesquisados, praticando assim a autopesquisa.
Quanto ao local de realização é uma pesquisa de campo onde o pesquisador deslocou-se para fazer visitas, participou de algumas experiências nas IES selecionadas para a pesquisa.
Quanto aos dados à pesquisa utilizou-se de dados primários, coletados pelo
pesquisador de forma original em documentos originais e dados secundários, como base de dados do Conselho Federal de Administração.
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO
O presente estudo mostra a aplicação das metodologias ativas integradas com as atitudes evolutivas com o objetivo de aperfeiçoar o sistema ensino-aprendizagem em
relação à formação do profissional de Administração nas Instituições de Educação Superior (IES). Para tanto, foi elaborado um mapa mental que amplia e possibilita uma visão sistêmica do artigo.
Figura 1: Mapa mental “Metodologias Ativas e o Paradigma Evolutivo no Processo de Formação de Administradores”.
Fonte: elaboração própria, 2016.
4.1. Paradigma Ensino-Aprendizagem
A palavra paradigma é definida como algo que serve de exemplo geral ou de modelo e pode significar, também, padrão. Sinônimos: teoria padrão, teoria líder, modelo científico principal.
Metodologias
ativas e o
paradigma
evolutivo.
Paradigma
ensino-
aprendizagem.
PBL, MP, PI,
JiTT, etc.
Pelo professor
e ou
coordenador
de curso.
Vontade,
cosmoética,
pensene,
bioenergias,
autorganização,
etc.
Construtivismo:
metodologias
ativas.
Behaviorismo:
metodologias
tradicionais.
Técnicas de
ensino-
aprendizagem.
Crescendo do
paradigma
clássico para o
evolutivo.
Valores
evolutivos
influenciadores
da
aprendizagem.
Opções de
implantação:
metodologias
ativas e valores
evolutivos.
Mudanças:
Postura do
professor
programação
PPC e infra-
estrutura.
Epicentro: aluno
ou professor ?
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Os atores participantes da cadeia produtiva da educação, com destaque para os
estudantes, professores e coordenadores de curso estão em um momento de transição e em crescimento, passando do paradigma Behaviorista para o paradigma construtivista, conforme apresentado a seguir, figura 2 Paradigma Ensino-
aprendizagem.
Figura 2: Paradigma Ensino-aprendizagem
Paradigma Ensino-aprendizagem
Aluno-Receptor-Passivo (ARP)
Metodologias tradicionais
Aluno-Questionador-Ativo (AQA)
Metodologias ativas
Abordagem do Behaviorismo –
metodologias tradicionais – condutivismo – mecanicista – fragmentada e
competitiva.
Abordagem do Construtivismo –
metodologias ativas – autodidatismo -holística – cooperadora e integradora.
Professor
Epicentro da aprendizagem é o professor.
Epicentro da aprendizagem é o aluno.
O professor tem a autoridade intelectual e moral na sala de aula.
Professores e estudantes desenvolvem intelectualmente e moralmente.
Responsável por transmitir e ensinar o estudante.
Responsável por mediar e orientar o estudante a aprender.
Foco no ensino. Foco na aprendizagem.
Centro do saber e transmissor de informações.
Desafia o aluno a buscar informações e construir o saber.
Avaliação sem consulta, foco na memória.
Avaliação com consulta, solução de problemas e construção de modelos.
Ações em sala de aula pouco integradas com o objetivo do curso e perfil do egresso.
Ações compatibilizadas e alinhadas com o objetivo do curso e perfil do egresso.
Estudo teórico com pouca análise de solução de problemas. (Professor
teoricão).
Estudo teático (teoria e prática) com aplicação de conhecimento na solução
de problemas úteis. (Professor teático).
Utilização mínima de casos práticos. Casos práticos relacionados à profissão
do estudante.
Disponibiliza informações por slides, quadro, ensino em sala.
Disponibiliza informações contínuas usando slides, quadro, sala e ainda, pela internet e redes diversas.
Coleira intelectual e apego a dogmas científicos.
Questionamentos e busca das Verpons: Verdades relativas de ponta.
Utilização de layout sala estilo pelotão, visão da nuca do colega.
Utilização de sala de aula em U, visão olho no olho do colega.
Aluno
Pensamento acrítico captador de dados. Pensamento crítico reflexivo.
O poder de aprendizagem está no
professor.
O poder de aprendizagem está no aluno,
que é desafiado a encontrar de forma autônoma, possíveis soluções dos problemas reais.
Consumidor passivo de conhecimento. Construtor ativo de conhecimento.
Teoricão. Teático.
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Trabalho individual. Trabalho colaborativo.
Aprende a memorizar. Aprende sistemicamente: aprender-
aprender, aprender-fazer, aprender-conviver e aprender-ser (UNESCO).
Aquisição de informação. Desenvolvimento de competências e habilidades.
Reprodução de conteúdo. Criação de conteúdo.
Obediente e passivo. Questionador e ativo.
Pratica a vontade do professor. Pratica o livre arbítrio.
Receptor de informações do professor. Pesquisador ativo.
O aluno lê, ouve e vê absorve 20% do conhecimento.
O aluno diz, pratica e ensina, absorve 90% do conhecimento.
Precisa de um mestre para mostrar o caminho.
Autodidatismo.
Coordenador de curso MEC recomenda a utilização de Metodologias Ativas desde 1998.
Educação monodisciplinar com base na disciplinaridade.
Educação interdiciplinar.
Currículos estruturados em e por disciplinas.
Currículos integrados e organizados por módulos de ensino.
PPC foca na educação por transmissão de conhecimento.
PPC foca na educação por construção do conhecimento.
Incompatibilidade entre DCN, PPC, plano da disciplina e plano de aula.
Alinhamento e compatibilidade total entre os planos.
Estudos de casos, trabalhos e visitas específicos de uma disciplina.
Estudos de casos, trabalhos e visitas integrados em diversas disciplinas,
geralmente dentro do período cursado.
Conteúdo desalinhado com objetivos do
curso, perfil do egresso, metodologias e avaliação.
Conteúdo compatibilizado com objetivos
do curso, perfil do egresso, metodologias e avaliação.
Currículos com pouca flexibilidade, pensado por uma minoria.
Currículos flexíveis, pensado e criado coletivamente e continuamente.
Fonte: elaboração própria, 2016.
Os cursos de administração no Brasil, em sua maioria, estão estruturados conforme o paradigma Behaviorista. O grande desafio será refazer o projeto de curso e
adequar ao modelo Construtivista absorvendo as metodologias ativas e ao mesmo tempo qualificando e rompendo as resistências de professores e alunos, culturalmente, impregnados pelo modelo Behaviorista.
Coordenadores de cursos de administração, abertos para a metodologia do
construtivismo têm envidado esforços para melhorar o ensino do curso agregando metodologias ativas de forma parcial sem uma revisão e alterações de forma integrada dos planos: PPC, ensino e aula. Ressalta-se que estas medidas geram
entusiasmo de educadores que já compreenderam a importância do construtivismo em suas práticas, mas ao mesmo tempo, geram resistências nos professores e alunos que estão aprisionados no modelo do Behaviorismo.
Por outro lado, percebe-se o movimento de vários professores insatisfeitos com a qualidade de suas aulas e o aproveitamento dos alunos. Buscam constantemente
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novas metodologias de ensino e trazem para sala propostas diversas de ensino, com
base no modelo do Construtivismo, objetivando assim, melhorar os resultados de aprendizagem dos seus alunos.
Essas práticas construtivistas utilizando as metodologias ativas que visam melhorar a qualidade da formação dos administradores, desbravadas pelos professores de
forma isolada e individualizada e pelos coordenadores sem uma mudança completa e integrada do plano de curso, ensino e aula, incluindo treinamento, mudanças na infra-estrutura de salas, laboratórios e de toda IES – Instituição de Educação
Superior podem ser produtivas quando geridas por pessoas que possuem habilidades de implantação e envolvimento da equipe. Quando faltam essas habilidades as ações isoladas podem trazer grandes resistências e transtornos na
aprendizagem.
Mesmo com toda a convicção de que o construtivismo é um método que produz melhores resultados na aprendizagem, provocam de qualquer maneira resistências em alunos e colegas professores que ainda estão mergulhados na cultura do
Behaviorismo. Não compreendem o novo paradigma ensino-aprendizagem e vêem na prática das metodologias ativas apenas modismo superficiais e improdutivos dificultando o processo de educação. Ações individualizadas sem habilidades de
implantação podem causar problemas de resistência e dificultar ainda mais a aprendizagem. Mas por outro lado mesmo sendo ações isoladas o praticante competente melhora sensivelmente a qualificação de aprendizagem dos alunos.
A mudança do paradigma Behaviorismo para o Construtivismo está em curso desde 1950, em diversos países do mundo. Não sabemos precisar o tempo que as IES vão levar para concluir esta transição, mas você coordenador de curso ou professor
pode utilizar as metodologias ativas desde já, ganhando assim, experiência para uma mudança total e completa no futuro próximo.
As técnicas de ensino-aprendizagem podem ser classificadas como técnicas passivas de ensino ou ativas. Mesmo as técnicas passivas podem ser aplicadas por
um professor e possibilitar ao aluno ter uma postura mais ativa. Por exemplo: a técnica de aula expositiva é uma técnica passiva, pois o professor ensina ao aluno, o mesmo precisa de pouco esforço e só tem que entender a argumentação e a lógica
do professor. Mas, durante a exposição o professor instiga o aluno a dar exemplo de aplicação do que está sendo ensinado, ou solicite que o aluno faça um exercício prático utilizando a explicação em sala, durante a aula, o nível de participação e
reflexão do aluno aumenta e a aula expositiva tida como técnica passiva passa ser uma aula com características de técnica ativa.
Foram analisadas e selecionadas algumas técnicas de ensino-aprendizagem, classificando-as quanto a sua predominância em técnica Passiva (P), Ativa (A) ou
Passiva e Ativa ao mesmo tempo (P)-(A) e ainda sugerido ao leitor como utilizar uma técnica de característica passiva agregando ações que a torne também uma técnica mais ativa. Dependendo da forma que o professor utilizar as técnicas em sala de
aula ela pode ser mais ou menos ativa ou passiva.
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Figura 3: Técnicas de ensino-aprendizagem
Técnicas de Ensino-aprendizagem
As técnicas de ensino podem ser utilizadas de forma passiva ou ativa. Deve-se observar que
quando a mesma é mais conduzida pelo professor ela é mais passiva (P) e quando o professor
apenas orienta e o aluno conduz a reflexão e aprendizagem ela é mais ativa (A).
Técnicas de Ensino-
aprendizagem
Técnicas Passivas
Professor ensina
aluno passivo (P)
Técnicas Ativas
Professor orienta
aluno ativo (A)
Aula expositiva pelo
professor. (P)-(A)
O professor ministra a
aula, transmissor.
O aluno desenvolve exercícios
de aplicação da teoria durante e após a aula, faz reflexões.
Avaliação (P)-(A) Sem consulta,
Individual, memorização.
Avaliação com consulta ou coletiva, solucionando um
problema.
Seminário (P)-(A) Palestra do professor. Palestra dos alunos com intervenção ou não pelo
professor.
Trabalho em grupo (P)-(A)
Coleta de dados
apenas, sem construção, cópia.
Trabalho em grupo buscando
reconstruir a teoria ou solucionar problemas.
Estudo de texto (P)-(A) Leitura do texto para receber informações.
Leitura do texto para reflexão, análise e reconstrução.
Metodologia da Problematização (A)
-
Prática-teoria-prática, Método do arco de Charles
Maguerez:
Problema, causa, teorização, hipótese de soluções,
aplicações.
Pode ser praticada em uma disciplina individualmente.
Aprendizagem Baseada
em Problemas (PBL) (A) -
Docentes apresentam um caso; Estudantes em grupo:
identificam o problema,
pesquisam, debatem e produzem soluções.
Opção de todo um corpo
docente. Envolve o PPC e a IES por completo.
Mudança no PPC e nos
componentes curriculares de forma integrada.
Aprendizagem Baseada
em Projetos (PBL) (A) -
Projetos como recursos pedagógicos (construtivo,
pesquisa e explicativo).
Peer Instruction (PI) - Alunos debatem entre si e
aprendem e são desafiados a
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entender conceitos.
Just-in-time Teaching
(JiTT) (A) -
Combina velocidade de
comunicação via web e reflexão e atividades em sala de aula.
Aprendizagem Baseada
em Times (TBL) (A) -
Alunos em grupo, obtêm conhecimento conceitual e
processual e praticam
reforçando a aprendizagem.
Métodos de Caso (A) - Soluções e propostas feitas
pelos alunos.
Simulações (A) -
Proporciona o complemento da
aprendizagem possibilitando a participação interativa dos
alunos.
Pesquisa (A) - O aluno realiza pesquisa dos
temas em estudos.
Outras técnicas de exercícios vivenciais (A)
-
Dinâmica de grupo, jogos de
treinamento, técnicas pedagógicas, de sensibilização,
ludopedagógicas, parábulas,
etc. Fonte: elaboração própria, 2016..
As verdades vão surgindo à medida que caminhamos na estrada da evolução.
Quanto às metodologias ativas, uma grande massa de educadores e coordenadores de curso já tem o entendimento desse paradigma e já está promovendo mudanças em suas práticas educativas. As providências individuais sem dúvidas acrescentam
muito no processo de educação, mas as ações para praticar as metodologias ativas integradas em um PPC envolvendo todos os componentes curriculares podem revolucionar o processo ensino-aprendizagem.
O artigo trabalha também, uma nova verdade relativa de ponta descortinada pela conscienciologia, penso ser ainda mais profunda e completa do que apenas a mudança do paradigma Behaviorismo para o Construtivismo que ainda está em
desenvolvimento e implantação. Evidencia-se a transformação da consciência homem ou mulher que passa por um processo de aperfeiçoamento contínuo, desenvolvendo atitudes, e crescendo do paradigma clássico materialista para o
neoparadigma da conscienciologia, denominado neste artigo de paradigma evolutivo.
4.2. Crescendo do Paradigma Clássico materialista para o Evolutivo
O trabalho no planeta terra é uma forma de garantir a manutenção e sustentação da vida e também, uma forma de evoluir. Podemos trabalhar focados em acumular bens materiais e enriquecer, características do paradigma clássico ou trabalhar com o
objetivo de viver bem e ainda assim, acumular bens evolutivos, paradigma evolutivo. Os bens materiais não nos acompanham após a nossa partida da terra para outros desafios no mundo extrafísico. Já, os bens evolutivos farão parte de nossa
bagagem, pois são créditos cármicos que adquirimos e que levamos para a vida extrafísica.
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A opção pelo caminho do paradigma clássico ou evolutivo é determinada pelo grau
de evolução que cada um se encontra no momento e impulsionada pela vontade e cosmoética, dois atributos evolutivos influenciadores do comportamento da consciência. Você adota em suas decisões ações estratégicas que estão mais
alinhadas com o paradigma materialista clássico ou o evolutivo?
Com o objetivo de esclarecer melhor o paradigma clássico e o evolutivo, analise a figura 04 Paradigma materialista-evolutivo, apresentada a seguir. A análise possibilita compreender e melhorar o seu discernimento. Você pode recorrer aos
atributos especificados no quadro e utilizá-los no processo de tomada de decisões para a formulação do planejamento de suas atividades educacionais. Suas ações são resultados da estratégia de educação modelada por você até o momento e o
seu modelo educacional pessoal é resultante do grau de internalização e adoção de atributos de um ou outro paradigma.
Os paradigmas evolutivos, presentes neste artigo, estão fundamentados nas teorias da ciência da conscienciologia proposta pelo pesquisador Waldo Vieira.
Figura 4: Paradigma materialista-evolutivo
Paradigma materialista-evolutivo
Paradigma Clássico-Materialista Neoparadigma Consciencial-Evolutivo
Teoria-líder fisicalista. Neoteoria-líder da Conscienciologia.
Ciência convencional. Ciência conscienciológica.
Foco na matéria. Foco na consciência.
Pensamento newtoniano, cartesiano, mecanicista.
Pensamento evolutivo, sistêmico, quântico.
Tecnologia aética do belicismo e da poluição.
Tecnologia cosmoética do pacifismo e da ecologia.
Realidade unidimencional – intrafisicalidade.
Realidade multidimencional – intra e extrafisicalidade.
Psicomotricidade e percepções mentais. Bioenergética autoconsciente vivida.
Autevolução material parcial. Autevolução consciencial total.
Causas intrafísicas nas pesquisas. Causas extrafísicas e intrafísicas nas pesquisas.
Aética ou ética e moral humanas. Cosmoética autoconsciente vivenciada.
Pesquisas fragmentadas. Pesquisas globais e integradas.
Predomínio da escolaridade formal. Predomínio do autodidatismo teático.
Supervalorização da tecnologia. Valorização do parapsiquismo útil.
Prioriza a heteropesquisa. Prioriza a autopesquisa.
Teoria da verdade da ciência
convencional.
Teoria das verdades relativas de ponta
(verpons).
Consciência estagnada. Consciência evolutiva. Fonte: adaptado de obras da conscienciologia.
Os paradigmas apresentados na figura 4 Paradigma materialista-evolutivo foram
coletados e adaptados de diversas obras da consciencilogia e organizados aleatoriamente. Eles retratam a nova teoria líder que poderá oxigenar a comunidade e as organizações, incluindo as IES Instituição de Educação Superior com neoideias
e possibilitar progressos evolutivos substanciais no modelo de ensino.
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O neoparadigma consciencial-evolutivo que está se formando é o padrão de
conhecimento que vai impulsionar evolutivamente as consciências nesse século, mas como sabemos e já experimentamos com as vivências do passado, a mudança cultural de um povo é lenta e muito demorada. Não vamos discutir esse processo
lento de transformação nesse artigo, mas apenas ressaltar que entendemos a morosidade da transformação. Para os coordenadores e professores que mergulharem na autopesquisa e na evolução de sua consciência, a compreensão do
neoparadigma será ampliada e provavelmente sua prática clássica-materialisa será cada vez mais reduzida e substituída por uma prática mais consciencial-evolutiva.
Ao pesquisar as diversas obras da conscienciologia com o objetivo de aperfeiçoar a forma de ensinar, aplicando o paradigma evolutivo, no processo de educação
superior, foram pinçados de seu conteúdo, diversos atributos que denomina-se neste artigo, de valores evolutivos. Se colocados em prática impulsionarão a evolução das consciências e ainda solidificarão a prática do construtivismo e a
utilização das metodologias ativas.
Estes atributos foram organizados e especificados na figura 5: Valores Evolutivos, apresentada a seguir.
Figura 5: Valores Evolutivos
Atributos Evolutivos Influenciadores da Aprendizagem
Valores Evolutivos
1. Vontade
A Vontade é o megapoder da consciência praticada pela
minoria, com foco na consciência, pensamento evolutivo. A vontade pode ser sadia ou patológica. A vontade patológica é a vontade débil, preguiça
generalizada, autodesânimo. A vontade sadia é intencionalidade, ânimo, ousadia, autodecisão, autodeterminação, megaforça interior.
A vontade é o exercício do livre-arbítrio. Quando utilizada com maturidade possibilita conquistar novos níveis de ensino-aprendizagem.
A vontade inquebrantável, decidida é atributo direcionador da consciência é um valor fundamental para a mudança de paradigma, possibilitando escolhas libertárias e evolutivas.
2. Cosmoética
Cosmo + ética, Lei moral máxima. Conduta ética do profissional coordenador-professor.
Código moral evolutivo. Exercício da incorruptibilidade. Aplicada em todas as ações inclusive nos pensamentos.
Exemplarismo sem manipulações:
Crítica: praticar autocrítica sincera e racional; praticar
heterocrítica franca e construtiva;
Exemplarismo: ser exemplo a ser seguido e não a ser
combatido;
Incorruptibilidade: Integridade pessoal sem conivência
com atos indevidos de terceiros;
Respeito: Respeitar a individualidade e o livre-arbítrio
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alheio.
3. Pensene
Pensene: Pensamentos (pen) + sentimentos (sen) +
energia (ene). Uma só palavra com três significados integrados e indissociáveis. Pensene sadio é pensar coisas boas, de forma positiva,
pensamento reto, cosmoético (ortopensene). Pensene patológico é pensar coisas ruins, de forma negativa, sem lógica, anticosmoética (patopensene).
O pensene é a base da manifestação da consciência administrá-lo em sala de aula, observando o que você fala, o que você reflete, suas decisões faz de você mais ou
menos evolutivo.
4. Bioenergias
O que você faz com suas energias?
Você pode desenvolver maior equilíbrio dominando as energias conscienciais. Para dominar as energias conscienciais aplique a técnica
da MBE – Mobilização Básica de Energias até atingir o estado vibracional (EV). A consciência em estado vibracional profilático é mais
lúcida, mais equilibrada e mais defensiva. O professor deve melhorar a energia de sua sala de aula, criando um ambiente propício para aprendizagem. Isso é
possível quando se tem o domínio da energia e o conhecimento para exteriorizar energias e fazer a profilaxia ambiental.
5. Autorganização
A autorganização envolve o escritório, a sala de aula, as idéias, as atividades, as ferramentas, o pensene, tudo.
Crie um ambiente com energias sadias. Prepare o local de trabalho, a sala, o layout, as ferramentas, os materiais, deixe tudo organizado com facilidade de uso.
Pratique o antibagulhismo descartando o bagulho físico e pensênico em seu trabalho. Realize a atividade de autorganização sempre e pratique o
5S periodicamente. Elimine, recupere ou transforme os bagulhos, coisas inúteis e ou métodos de trabalho inadequados em coisas
úteis.
6. Assistência
Você coordenador-professor é solidário, ético e trabalha
prestando assistência aos envolvidos em sua atividade? Você consegue suprir as necessidades essenciais de aprendizagem dos alunos?
A assistência é a prática da evolução. Fazer o bem traz prazer ao praticante. O professor que faz assistência é ao mesmo tempo
assistido, o retorno vem em forma crescimento e evolução. Cada profissional tem o seu modo de assistir, você coordenador-professor já achou o seu?
7. Coragem A coragem ilumina o profissional da educação e potencializa os resultados de suas atividades
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principalmente quando é vivenciada com sabedoria e lucidez. Para os coordenadores-professores-alunos: Ouse saber,
ouse refletir, ouse posicionar, ouse enfrentar, ouse aprender, ouse criar e ouse evoluir.
8. Metamorfose
Você pratica a transformação profissional? Promove sua mudança e alterações necessárias, continuamente?
Pratica a assistência aos atores envolvidos em sua atividade? Você faz o Planejamento Pessoal de Vida e coloca-o em
prática? Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo (Raul Seixas).
9. Neoideias
Idéias novas que promoverão as mudanças em sua área de trabalho e no seu potencial.
A área educacional é alimentada pela mutação do ambiente, mercado e alterações na vida das pessoas. O processo de renovação contínua aperfeiçoa o ambiente
educacional e os serviços à humanidade. Neoideias é a prática do pioneirismo criando e recriando a realidade em contínua mutação.
10. Pesquisador
Lúcido
O coordenador-professor é um pesquisador de sua atividade, de seus pontos fracos e pontos fortes.
É um pesquisador lúcido quando é dono da sua vontade. Assume o seu código de ética pessoal e atua de forma cosmoética.
Pesquisa e domina as energias. Observa e utiliza o pensene sadio para criar aulas evolutivas.
Faz tudo isso com autorganização. Pratica a educação e autoreciclagem contínua.
11. Semeador
O coordenador-professor é o semeador de conhecimentos evolutivos, desafiando o aluno a buscar informações e
construir o saber. Faz assistência aos alunos envolvidos em sua disciplina contribuindo com a solução de problemas de ensino-
aprendizagem. O coordenador-professor que semeia com assistência é consciência lúcida que maximiza seu potencial e de seus
alunos.
12. Cosmovisão
O coordenador-professor evolutivo é um eterno visionário.
Está à frente de seu tempo. Quando a visão é resultado do pensene sadio, da atuação cosmoética e prática dos valores evolutivos sua
potencialidade aumenta substancialmente. Sua visão vai levá-lo a evolução ou a estagnação?
13. Equipe Você é exemplarismo em Maximizar o seu potencial e de
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sua equipe? Equipe tem liga, energia, unicidade é muito mais que um grupo que geralmente não tem integração e é disperso.
A equipe potencializada gera o bem estar do desempenho. Alto desempenho é a manifestação dos valores evolutivos. Não é a manifestação dos valores egoicos e materialistas.
Fonte: elaboração própria, 2016.
Os atributos evolutivos apresentados na figura 5 são valores que se internalizados
pela consciência e praticados no dia a dia vão permitir sua expansão consciencial e fazer com que você atue nessa vida com maior maturidade.
Baseado em autopesquisa como educador e pesquisando o eco ambiente educacional, percebe-se que os valores evolutivos em sua prática diária são
atributos que condicionarão e influenciarão as novas práxis de ensino-aprendizagem, possibilitando o neoparadigma evolutivo adentrar na cultura da educação brasileira.
Professor e coordenador de curso são consciências em evolução, assim, como eu,
você e todos os nossos alunos e para cada momento da vida a reciclagem é fundamental. Que reciclagens você se propõe nesse momento para continuar crescendo como cosnciência?
A Reciclagem dos conhecimentos buscando crescimento contínuo no contexto da
educação envolve autoesforço do professor, mas isso vale apena, porque a cada reciclagem nossa maturidade aumenta e passamos a ser mais evoluídos. Os educadores precisam programar sua reciclagem, compatibilizada com o seu
momento exclusivo de vida, levando em consideração as metodologias ativas que está em discussão há vários anos e agora o neoparadigma evolutivo.
Para desenvolver o processo de formação de administradores este autor sugeriu
fazer as seguintes reciclagens:
Reciclagem do paradigma ensino-aprendizagem. Crescendo do paradigma atual Behaviorista, tradicional, condutivista para o paradigma do Construtivismo, ativo, integrador, isso é possível, estudando, pesquisando, experimentando, questionando
e refletindo.
Reciclagem das técnicas de ensino. O professor analisa as técnicas que aplica e verifica como pode utilizá-las transformando-as em técnicas mais ativas procurando deixar o aluno como epicentro da aprendizagem. As técnicas devem ser
colecionadas e ampliadas à medida que vão sendo praticadas.
Reciclagem do paradigma de vida. Crescendo do paradigma clássico-materialista para o neoparadigma consciencial-evolutivo. A base dessa reciclagem está na
autopesquisa, autoesforço e no exemplarismo. É uma reciclagem na cultura da consciência. Esse tipo de estudo não para, é contínuo e eterno.
Reciclagem dos atributos evolutivos. Pesquisar e experimentar cada atributo evolutivo vai possibilitar ao professor ampliar substancialmente sua visão de mundo
e por conseqüência, suas experiências de ensino-aprendizagem.
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Experimentar cada momento do conhecimento reciclado. A reciclagem traz novos
conhecimentos, novas verdades relativas de ponta e essa aprendizagem passa a fazer parte da práxis da consciência que experimenta e passa a ser exemplarismo e a cada devolutiva da experiência muda-se, melhora-se ou até mantem-se o
conteúdo que foi reciclado.
Observe o caso apresentado abaixo, os nomes são fictícios, mas se houver alguma semelhança com o seu caso não estranhe.
Caso: Pedro é um professor de uma IES que possui um PPC elaborado com base nas práticas do paradigma ensino-aprendizagem atual, Behaviorista, condutivista
(maioria dos cursos de administração do Brasil, ano base 2016). Ministra algumas disciplinas e recebe, no início do período, seu plano de ensino. O Coordenador do curso solicita a revisão do plano com o objetivo de atualizar e melhorar o conteúdo
do curso. Pedro em função de sua aprendizagem, no último período, acrescenta, faz adaptação e propõe outros conteúdos para contribuir com a melhoria da qualidade de ensino.
O plano da disciplina é alterado e Pedro ministra as aulas promovendo o ensino aprendizagem.
Pedro tenta a cada período de ensino uma técnica nova de aprendizagem e percebe-se que ela ajuda um pouco, mas ela não resolve a questão, os alunos ainda
continuam com déficit de aprendizagem.
Assim, já se passaram 20 anos e Pedro não encontrou a técnica de ensino mais adequada aos alunos, volta a utilizar técnicas abandonadas em períodos passados e continua a procura indefinidamente.
Insatisfeito com o desempenho Pedro busca um culpado, os alunos parecem que não querem nada, o PPC da IES está ultrapassado, o Brasil está desmotivado, o ensino está falido, ou pior não consigo mais educar nesse ambiente e começa a questionar a sua profissão de educador, parece que educação não faz mais parte da
minha vida?
Acontece que Pedro vai continuar assim até o fim da vida, pois sua missão é ser educador. Pedro realmente é um educador, não vai desistir nunca. Pedro não faz da
IES um bico, apesar de ter de trabalhar em outros lugares para complementar o salário.
Desabafo: quem leciona por bico para complementar o seu salário não é professor-educador, apenas leciona e este artigo não é para esse tipo de profissional.
Educação é missão e Pedro é comprometido com o ensino-aprendizagem, a maioria dos professores brasileiros são educadores e estão cumprindo uma missão.
E você tem a missão de educar? Analise o caso do Pedro. O que fazer?
Vários caminhos podem levar o professor Pedro a realizar sua missão de vida, ser
educador.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A IES pode ser um ambiente gratificante tanto para o professor quanto para o aluno, se o modelo de educação estiver focado em quem precisa aprender, o aluno.
Autoesforços de professores e coordenadores de curso são imprescindíveis na contínua jornada de transformação do modelo de educação brasileiro, resgatando a vontade inquebrantável pelo saber por parte de professores e alunos. Esse processo
ensino-aprendizagem em curso pode ser melhor compreendido sempre que se observa o crescimento da prática das metodologias ativas por vários professores nas IES.
Várias técnicas de aprendizagem ainda sustentam o paradigma tradicional-
condutivista-fragmentado que não são consideradas técnicas ativas. As técnicas consideradas ativas são as que possibilitam a experimentação do novo paradigma construtivista-sistêmico-integrador. Você está utilizando quais técnicas? Você é
adepto do condutivismo fragmentado ou do construtivismo integrador?
Você pode melhorar a sua performance como educador adotando novas técnicas ativas de ensino ou transformando as técnicas passivas em técnicas mais ativas. Tudo isso é possível para o educador.
Esse artigo anuncia, também, um outro paradigma em curso, apresentado pela ciência da conscienciologia o neoparadigma evolutivo. Vivemos em uma sociedade mergulhada no paradigma clássico-materialista que está timidamente cedendo ao
neoparadigma consciencial-evolutivo, que será a teoria líder do futuro.
Pode-se inferir a partir da análise dos paradigmas que a experiência da educação será alterada de forma expressiva à medida que professores e coordenadores de curso façam suas reciclagens e adotem práticas cada vez mais focadas no aluno-
questionador-ativo.
O professor, o coordenador de curso de administração e mesmo o Pedro protagonista do caso, com base nas informações apresentadas e em autopesquisa podem analisar criticamente sua performance e o modelo que está utilizando em
sua prática de ensino-aprendizagem, assim, Iniciar um programa de reciclagem reconstruindo seu processo de ensino-aprendizagem agregando valores oferecidos pelas diversas metodologias ativas e principalmente pelo neoparadigma evolutivo. O
professor pode reciclar e continuar sua evolução e contribuir com a evolução de seus alunos de forma independente, isto é preciso fazer.
Mas a revolução completa do ensino em uma IES só será possível quando o coordenador assumir sua responsabilidade de recriar um PPC contendo um currículo
pleno que respire a abordagem do Construtivismo com integração de todos os componentes curriculares, fazendo do aluno o epicentro da aprendizagem e criador de verdades relativas de ponta, para isso a IES precisa fazer suas adaptações e os
professores suas reciclagens, criando assim, uma equipe evolutiva, motivada com as possibilidades reais de ter um curso de administração de qualidade e excelência.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Pesquisa Científica. São Paulo: Atlas, 2012.
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do que estamos falando? Base conceitual e relato de pesquisa em andamento. IX Simpósio Pedagógico e Pesquisas em Comunicação. Simpede, 2014.
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VICENZI, Luciano. Coragem para Evoluir. 3. ed. Foz do Iguaçu: Editares, 2011.
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