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- Paleontologia em Destaque n 63 - - Pgina 1 -
Paleontologia
em Destaque
Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Paleontologia
ISSN 1807-2550
PALEO 2009 Resumos
Ano 25 n 63 Maro/2010
- Paleontologia em Destaque n 63 - - Pgina 2 -
Expediente
Paleontologia em Destaque N 63
ISSN 1807-2550 Porto Alegre
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PALEONTOLOGIA Presidente: Roberto Iannuzzi (UFRGS)
Vice-Presidente: Max Cardoso Langer (USP/Ribeiro Preto)
1 Secretrio: Marina Bento Soares (UFRGS)
2 Secretria: Soraia Girardi Bauermann (ULBRA) 1 Tesoureira: Patrcia Hadler Rodrigues (UFSC)
2 Tesoureira: Carolina Saldanha Scherer (UFRBA)
Diretor de Publicaes: Ana Maria Ribeiro (FZBRS) Editores: Ana M. Ribeiro e Leonardo Kerber (colaborador)
Local: Porto Alegre
E-mail: ana-ribeiro@fzb.rs.gov.br Web: http://www.sbpbrasil.org/
- Paleontologia em Destaque n 63 - - Pgina 3 -
PALEO 2009
Micropaleontologia/Paleopalinologia/ Evoluo
paleoambiental
Reconstruo do paleoambiente Holoceno, em sedimentos
lacustres da regio noroeste do Paran, Sudeste do Mato Grosso,
Baseado em espculas silicosas..................................................... 7
Variao do nvel do mar no Holoceno na estao ecolgica
Jureia-Itatins, So Paulo: Silicoflagelados e espculas de
esponjas ......................................................................................... 7
Anlise paleoambiental da Formao Iquaquecetuba, Bacia de
So Paulo, Brasil ........................................................................... 8
Reconstruo da histria ambiental da floresta de araucria na
regio de Monte Verde (MG): Anlises palinolgicas,
sedimentolgicas e isotpicas ....................................................... 9
Dinoflagelados quaternrios da plataforma de Itaja, Estado de
Santa Catarina, Brasil .................................................................... 9
Submicrofsseis silicosos das turfeiras do Mdio Vale do Rio
Paraba do Sul (Taubat e Eugnio de Melo), Estado de So
Paulo ............................................................................................. 10
Anlise paleoambiental preliminar da Estao Ecolgica
Juriaitatins (SP) atravs do estudo diatomolgico em
sedimentos quaternrios .............................................................. 11
Paleopalinologia no Estado de So Paulo .................................. 11
Flora diatomcea holocnica da Lagoa de Juparan, Linhares,
Esprito Santo: Contribuio ao entendimento da variao do
nvel do mar resultados preliminares ..................................... 12
Palinomorfos de fungos nas turfeiras do Vale Rio Paraba do
Sul/SP, Brasil: resultados preliminares ..................................... 13
Um importante intervalo estratigrfico do Permiano na Bacia do
Paran delimitado por esporos monoletes.................................. 13
Paleoambientes da Lagoa Fazenda durante o Neopleistoceno e
Holoceno na regio de Jussara, Estado do Paran, com nfase em
palinomorfos ................................................................................14
Evoluo da paisagem na plancie do Mdio Vale do Rio Paraba
do Sul, Estado de So Paulo, nos ltimos 11.400 anos com base
na palinoflora ............................................................................... 14
Alguns aspectos da micropaleontologia brasileira .................... 15
Espculas de esponjas como indicadoras de mudanas ambientais
no Holoceno de plancie aluvial do Nabileque, Pantanal Mato-
Grossense .....................................................................................16
Reconstruo da histria vegetacional e climtica da Mata
Atlntica na regio Sudeste do Brasil, Lagoa Juparan, Linhares,
Esprito Santo .............................................................................. 16
Microfsseis em red beds? Estudo de caso do afloramento So
Luiz, Faxinal do Soturno, RS ..................................................... 17
Palinoflora holocnica da Estao Ecolgica Juria-Itatins (SP):
Palinologia como instrumento para determinao de variaes do
nvel do mar ................................................................................. 17
Reconstruo de paisagens pretritas no Ncleo Curucutu
Parque Estadual da Serra do Mar, So Paulo, SP, com base em
estudos palinolgicos .................................................................. 18
Paleobotnica
Leo de Kaokoxylon zalesskyi (Sahni) Maheshwari (Coniferales)
en sedimentitas lacustres de la Secuencia Santa Maria 2, Faxinal
do Soturno, RS, Brasil ................................................................ 19
Levantamento inicial dos fsseis vegetais da fcies Ibicatu,
Formao Tatu (Permiano) do Estado de So Paulo ............... 19
A tafoflora da jazida de carvo do Faxinal: concepes sobre o
processo tafonmico (Formao Rio Bonito, Bacia do Paran,
RS) ............................................................................................... 20
Lenhos fsseis da Bacia James Ross, Antrtica Oriental:
resultados tafonmicos preliminares.......................................... 21
O nveo tafoflorstico II, no afloramento da fcies argila de
plancie de inundao (TRCM) da Formao Rio Claro, Em
Jaguarina (SP) ........................................................................... 21
Os registros fossilferos da flora que medrou na regio do Araripe,
NE do Brasil, h cerca de 115 milhes de anos ........................ 22
Anlise das interaes entre plantas e outros organismos,
registradas sobre folhas fsseis da Formao Itaquaquecetuba,
Palegeno da Bacia de So Paulo .............................................. 23
As floras miocenas paulistas (Formaes Rio Claro e
Pindamonhangaba) no contexto brasileiro ................................ 24
Avanos no conhecimento das sucesses macroflorsticas
palegenas (Formao Trememb) e negena (Formao
Pindamonhangaba) da Bacia de Taubat, SP, Brasil ................ 24
Significado paleoclimtico e paleoambiental de conferas da
famlia Cheirolepidiaceae na flora da Formao Crato, Bacia do
Araripe, Brasil ............................................................................. 25
A vegetao atual do estado de So Paulo e sua correlao com a
ltima glaciao do Pleistoceno ................................................. 26
Definio e caracterizao da associao Paranocladus-
Ginkgophyllym-Brasilodendron da sucesso paleoflorstica do
Grupo Itarar na margem NE da Bacia do Paran ................... 26
Resultados preliminares sobre os lenhos fsseis gimnosprmicos
do afloramento gua Boa, municpio de So Pedro do Sul, RS,
Trissico Superior ....................................................................... 26
Diversidade lignoflorstica no Trissico gondownico sul-
riograndense: paleossucesses ou nichos ecolgicos distintos? .
...................................................................................................... 27
Pagyophyllum Heer (Coniferales) em nveis da Formao
Caturrita, Bacia do Paran, Brasil .............................................. 28
Paleontologia de Invertebrados
Corais fsseis em arenitos-de-praia na Baixada Santista ......... 28
Ocorrncia de Legumen Ellipticum Conrad, 1858 (Bivalvia,
Veneridae) na Formao Santana, Leste da Bacia do Araripe . 29
Recent and Sub-Recent ostracodes from the Brazilian eastern
and northeastern continental shelves, SW Atlantic: a
zoogeographical approach .......................................................... 29
Zoogeografia dos Ostracodes holocnicos das regies leste e
nordeste da plataforma continental brasileira ............................ 30
Descrio de um novo Physidae do Cretceo Superior
(Formao Adamantina, Bacia Bauru) na regio do municpio de
Marlia, SP ................................................................................... 30
- Paleontologia em Destaque n 63 - - Pgina 4 -
Gastrpodos cretceos da Bacia do Araripe ..............................31
Moluscos bivalves permianos da Formao Gai-As, Bacia Huab,
Nambia ....................................................................................... 32
Reviso sitemtica dos gneros Anhembia e Leinzia, Grupo
Passa Dois, Pemiano da Bacia do Paran, Brasil ......................32
Conchostrceos fsseis e viventes: o presente a chave do
passado ........................................................................................ 33
20 anos como paleontlogo: a cara da paleontologia de
invertebrados tem mudado no Brasil? ........................................33
Concentraes de conchas na retrobarreira holocnica da regio
de Jaguaruna, Santa Catarina (Brasil) ........................................34
A paleofauna paulista (Artrpodos e Mesossaurdios): estado
atual do conhecimento e perspectivas ........................................35
A paleoatropodofauna (Decapoda, Myriapoda e Arachnida) da
Formao Santana (Cretceo inicial, nordeste do Brasil): estado
atual do conhecimento e perspectivas ........................................ 35
A paleoentomofauna da Formao Santana (Cretceo inicial,
Nordeste do Brasil: estado atual do conhecimento e perspectivas
...................................................................................................... 36
Novos insetos (Neuroptera, Odonatoptera e Orthoptera) da
Formao Santana (Cretceo inicial, Nordeste do Brasil) ........36
Fsseis de equinides irregulares (Echinodermata: Echinoidea:
Clypeasteroida) da costa do Rio Grande do Sul ........................ 37
Estudo malacolgico de sambaquis de Momuna (Iguap, SP) e
seu significado paleoambiental ...................................................38
Sobre a ocorrncia de bivalves ferrificados no rio Toropi, Rio
Grande do Sul, Brasil .................................................................. 38
Gastrpodes fsseis em tufas quaternrias da Serra do Andr
Lopes (SP) ....................................................................................39
Paleontologia de Vertebrados
Aquisio de imagens 3D a partir de tomografias e silhuetas de
fotografias digitais: qual metodologia usar para obter um fssil
digitalizado em 3 dimenses? ..................................................... 40
Qual o tamanho do tigre dente de sabre? ................................... 40
Os mamferos fsseis do Brasil ..................................................41
Variaes no padro do carpo de Mesosauridae (Amniota,
Proganosauria) da Formao Irati (Permiano Superior da Bacia
do Paran) ................................................................................... 41
Novos dados sobre o pentalodonte Itapyrodus punctatus Silva
Santos, 1990 na Formao Irati do Estado de So Paulo, Brasil ..
......................................................................................................42
Primeiro registro de crnio de aetossauro para o Neotrissico do
sul do Brasil ................................................................................. 43
Redescrio e posio filogentica de Cearadactylus atrox
Leonardi e Borgomanero, 1985 (Reptilia, Pterosauria) ............43
Registro de Temnospondyli procedentes do muncpio de So
Jernimo da Serra (Formao Rio do Rasto, Permiano Superior,
Bacia do Paran) ..........................................................................44
Novos registros fsseis de peixes sseos (Osteichthyes:
Actinopterygii) nos depsitos fossilferos da costa do Rio
Grande do Sul .............................................................................. 44
The titatnosaurs (Sauropoda: Saurischia) from southwestern So
Paulo State (Bauru Group, Adamantina Formation)................. 45
Estudo do material ps-craniano de Cervidae (Mammalia,
Artiodactyla) do Pleistoceno do Rio Grande do Sul, Brasil ..... 45
Reflections about Semionotiformes cranial osteology ............ 46
Primeiro registro de Gomphotheriidae (Mammalia, Proboscidae)
para o Estado de Mato Grosso, Brasil ....................................... 47
Nova ocorrncia de Gomphoteriidae (Mammalia, Proboscidae)
para o Estado do Paran, Brasil ................................................. 47
Aparelhos alimentares de conodontes do gnero Gondolella na
Formao Rio do Sul, Cisuraliano da Bacia do Paran, em
Mafra, SC .................................................................................... 48
Metodologia para investigao de funes aerodinmicas e
hidrodinmicas de cristas craniais de pterossauros
anhanguerdeos ............................................................................ 49
Plasticidade fenotpica observada em espcime de Bauruemys
elegans Surez, 1969 (Testudines, Pleurodira, Podocnemididae)
do Cretceo Superior Brasileiro ................................................ 49
Evidncias de medula ssea em CeAradactilus sp. do Membro
Romualdo, Formao Santana, Bacia do Araripe, Nordeste do
Brasil ............................................................................................ 50
Paleobiota da Formao Crato (Eocretceo Bacia do Araripe),
destacando a anurofauna como bioindicadora de aspectos
paeloecolgicos .......................................................................... 50
Modelos ecolgicos aplicados a mamferos fsseis: a
distribuio potencial de Stegomastodon (Gomphotheriidae,
Proboscidae) durante o ltimo Mximo Glacial na Amrica do
Sul ................................................................................................ 51
Primeiro registor de dentes de Pyrotherium para Formao
Trememb, Bacia de Taubat, SP ............................................. 51
Origem e evoluo das aves: uma atualizao os dinosauros
que vivem nos nossos jardins ..................................................... 52
Novas ocorrncias de mamferos nos depsitos fossilferos do
Arroio Chu (Pleistoceno Tardio), Rio Grande do Sul ............. 52
Panorama do estudo dos Archosauria fsseis das Formaes
Crato e Romualdo (Grupo Santana, Bacia do Araripe), nordeste
do Brasil ....................................................................................... 53
Novos registros de penas isoladas na Formao Crato, Grupo
Santana, Bacia do Araripe, nordeste do Brasil .......................... 54
A vida e a morte dos mastodontes (Proboscidea,
Gomphotheriidae) do Quaternrio de guas de Arax, Minas
Gerais, Brasil ............................................................................... 54
O registro fssil de Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus,
1766) (Mammalia: Hydrochoeridae) do Pleistoceno Superior do
Sul do Brasil ................................................................................ 55
Novo material de Rauisuchia do muicpio de So Pedro do Sul,
Trissico Mdio do Rio Grande do Sul, Brasil ......................... 55
Occurrence of a small notosuchian from the municipality of Jales
region, northwestern So Paulo State ....................................... 56
Novas informaes sobre uma nova espcie de Rauisuchia
(Pseudosuchia Zittel 1887-1890) do Trissico Mdio Brasileiro
(Formao Santa Maria) ............................................................. 57
Primeiro registro de paleomastofauna do Pleistoceno no
municpio de Quijingue, Bahia................................................... 58
- Paleontologia em Destaque n 63 - - Pgina 5 -
A paleoictiofauna do Cretceo brasileiro, com nfase nos txons
das Formaes Crato e Santana da Bacia do Araripe................ 58
The Xenarthra fossils (Placentalia: Mammalia) from
southeastern Brazil ...................................................................... 59
Paleoherpetology of the So Paulo State .................................. 59
Novos registros de Scelidotheriinae Ameghino, 1904 (Xenarthra:
Pilosa: Scelidotheriinae) na plancie costeira do Rio Grande do
Sul ................................................................................................. 60
Variaes intraespecficas em pr-molares inferiores de
mamferos atuais e extintos.........................................................61
Um novo e peculiar cinodonte do mesotrissico sul-brasileiro
(Formao Santa Maria).............................................................. 61
Uma questo nomenclatural: Barberenachampsa nodosa ou
Proterochampsa nodosa?............................................................ 62
Primeiro registro do traversodontdeo Menadon sp. (Flynn et al.
2000) na Biozona de Traversodontdeos da Formao Santa
Maria, Trissico Mdio do Rio Grande do Sul, Brasil ..............62
Os Mylodontidae (Xenarthra, Pilosa) do Pleistoceno do Rio
Grande do Sul, Brasil .................................................................. 63
Espinhos de Sphenacanthus (Chondrichthyes) da Formao Rio
do Rasto no Estado do Paran ................................................... 64
Globidens sp. - uma nova ocorrncia de mosassaurdeos no
Campaniano da bacia de Sergipe-Alagoas ................................. 64
Ocorrncia de ossos articulados de um dinossauro saurpodo
(Titanosauria) no Grupo Bauru, Cretceo Superior, Municpio de
Marlia, Estado de So Paulo ......................................................65
Primeiro registro de Sphagesauridae (Mesoeucrocodyla,
Notosuchia) do Cretceo Superior tardio de Marlia, SP
(Formao Marlia, Bacia Bauru ................................................66
Paleoicnologia e Estruturas Biognicas
Novas ocorrncias de icnofsseis na margem do Rio Trombetas
(Formao Maecuru, Eo/Mesodevoniano, Bacia do Amazonas)
......................................................................................................66
Estruturas de escape de Lingulida (famlias Obolidae e
Lingulidae) em depsitos de sufocamento ................................ 67
Primeira ocorrncia de Phycosiphon Von Fischer-Ooster, 1858
na Formao Ponta Grossa (Devoniano, Bacia do Paran) e
consideraes sobre mudanas ecolgicas na passagem
Eifeliano-Givetiano .................................................................... 67
Observaes preliminares sobre marcas de atividades de insetos
em folhas de angiospermas eocretceas da Formao Crato,
Bacia do Araripe, Brasil ............................................................. 68
Geometria e dimenso de paleotocas de xenartros dasipoddeos
extintos ........................................................................................ 69
Marcas internas de xenartros dasipoddeos extintos ................. 69
Icnofsseis da Formao Au: registro da ao bioturbadora de
invertebrados terrestres no Cretceo da Bacia Potiguar Emersa
(RN) .............................................................................................. 70
Reconstruo paleoambiental do Conjunto Litolgico Rio
Branco (Neoproterozico da Formao Capiru) a partir do
estudo de estromatlitos .............................................................. 71
Density of large palaeovertebrate underground shelters in the
region north of Porto Alegre (Rio Grande do Sul - Brazil) ...... 71
Pegadas de um grande dinossauro terpode no stio Linha So
Luiz (Faxinal do Soturno, Rio Grande do Sul) e implicaes
sobre a idade da Formao Caturrita ......................................... 72
A vida pr-cambriana no Estado de So Paulo ........................ 73
Tafonomia
Estudo prvio da gnese ambiental da coquina de pectindeos da
Formao Polonez Cove (Oligoceno Inferior da Ilha Rei George,
Antrtica ..................................................................................... 73
Assinaturas tafonmicas em fsseis de mamferos de tanques
naturais do nordeste do Brasil................... ................................ 74
Taphonomic research in bivalve-dominated limestones of the
Teresina and Rio do Rasto Formations, Permian, Paran Basin ..
...................................................................................................... 74
Assinaturas tafonmicas em Discinidae do Devoniano da Bacia
do Paran .................................................................................... 75
Assembleia fssil e modo de preservao do afloramento gua Perdida, Jaguariava, Paran .................................................... 75
Tafonomia de Micro-Coquinas de Crustceos da Formao
Assistncia, Subgrupo Irati, Permiano, Bacia do Paran:
observaes tafonmicas preliminares ..................................... 76
Estratigrafia/Afloramentos
Depsitos de cinza vulcnica no Neopaleozico da Bacia do
Paran: datao radiomtrica (Shrimp) e possveis implicaes
cronoestratigrficas e paleoambientais ..................................... 77
Novo stio de lenhos permineralizados na Formao Teresina, da
Bacia do Paran, na regio norte de Santa Catarina ................ 77
Uma nova localidade contendo fsseis de mesossaurdeos no
municpio de Dom Pedrito, Rio Grande do Sul ........................ 78
Contedo fossilfero de um setor da barreira pleistocnica
paranaense ................................................................................... 78
Novos stios fossilferos na Formao Sanga do Cabral
(Trissico Inferior da Bacia do Paran) ..................................... 79
Desconstruindo a paleogeografia do Araripe ........................... 80
Ensino/Histria/Mtodos/Museus e Colees
Avaliao da mediao paleontologia versus educao no Museu
Cmara Cascudo, Natal, RN....................................................... 80
Cinodontes da Coleo Paleontolgica da UFSM resultados preliminares ................................................................................. 81
Viagem ao passado do RS: uma proposta metodolgica de
educao ambiental em Paleontologia, Arqueologia e Histria
para professores do Ensino Bsico............................................. 81
Mostra de Paleontologia no Ncleo Cincia Viva (UFSM): os
fsseis mostrando sua importncia comunidade da regio
central do Rio Grande do Sul ..................................................... 82
Instalao e organizao estrutural do Departamento de
Explorao da Bacia Sedimentar do Paran DEBSP/Petrobrs na
cidade de Ponta Grossa a partir de 1955 .................................... 83
Oficinas de paleontologia para crianas .................................... 83
Os fsseis da Bacia de Padre Marcos do Laboratrio de
Paleontologia da Universidade Federal do Cear (UFC) ........ 84
Mostra Paleontolgica no Ncleo Cincia Viva: Fase II
confeco de esculturas .............................................................. 85
- Paleontologia em Destaque n 63 - - Pgina 6 -
Jamacaru, o incio da Paleontologia da Bacia do Araripe ....... 85
Avaliao sobre o conhecimento da paleontologia do Araripe
pelos estudantes das escolas de nvel mdio do Crato ............. 86
Elaborao de uma cartilha como material de apoio em
paleontologia para professores de ensino fundamental ............ 86
Paleoarte como ferramenta educativa na abordagem das
Geocincias no Ensino Fundamental de So Borja, RS, Brasil....
...................................................................................................... 87
A contribuio de alunos na organizao da coleo
paleontolgica do Museu Cmara Cascudo/UFRN .................. 87
Colees didticas de fsseis: ferramenta de divulgao da
paleontologia no Cariri cearense ................................................ 88
Geopark Araripe: concretizando um sonho dos paleontlogos
cearenses ..................................................................................... 88
A exposio Fsseis, testemunhos da histria da vida na Terra no Museu de Paleontologia da UFRGS ..................................... 89
Divulgao dos conhecimentos paleontolgicos do monumento
natural das rvores fossilizadas do Tocantins Manfto comunidade local de Bielndia (Tocantins) .............................. 90
A metodologia de requebragem e suas vantagens em relao
desagregao qumica na triagem de microfsseis em folhelhos
da Formao Campo Mouro na regio de Mafra, SC.............. 90
Paleorota nos planaltos de Castro e Tibagi, Paran, Brasil....... 91
- Paleontologia em Destaque n 63 - - Pgina 7 -
Micropaleontologia/Paleopalinologia/Evoluo Paleoambiental
RECONSTRUO DO PALEOAMBIENTE HOLOCENO, EM SEDIMENTOS
LACUSTRES DA REGIO NOROESTE DO PARAN, SUDESTE DO MATO GROSSO DO
SUL, BASEADO EM ESPCULAS SILICOSAS
ANDRA BARBIERI REZENDE
Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG, abarbieri@ung.br JOS CNDIDO STEVAUX
GEMA UEM, jcstevaux@uem.br
MAURO PAROLIN, RENATO LADA GUERREIRO Laboratrio de Estudos Paleoambientais da FECILCAM, mparolin@gmail.br
ROSANA SARAIVA FERNANDES Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG, rosana.rs@gmail.com
ROSEMARY TUZI DOMICILIANO Laboratrio de Estudos Paleoambientais da FECILCAM
Avaliou-se o contedo de espculas de esponjas continentais presentes em testemunhos recuperados por vibro-core, obtidos em lagoas do NO do Estado do Paran, nos municpios de So Tom (Lagoa Fazenda -233111S / 522735O) e Japur (Lagoa Seca - 230240,3S / 5202945,9O). Essas lagoas so de topo de vertente formadas a partir da dissoluo do basalto da Fm. Serra Geral. Para
exame das espculas ao microscpio ptico, foram retiradas pores das amostras, que a seguir foram fervidas em tudo de ensaio com cido ntrico, pingadas sobre lminas, cobertas com Entelan e
lamnula aps a secagem. As espculas foram avaliadas conforme as categorias esqueletais:
megascleras ou macroscleras, microscleras e gemoscleras. Foram datadas trs amostras por 14C Lagoa Fazenda - 80 cm em 13.200 80 AP (16.340 a 15.390 cal A.P.) e 48 cm em 6.710 +/- 50 A.P. (7.660 a
7.480 cal A.P.); Lagoa Seca - 265 cm em 19.850 +/- 80 A.P. Os resultados para lagoa Fazenda so: 94
a 54 cm: fragmentos de megascleras (remobilizao e pouco tempo de residncia da gua); 52 a 34 cm: megascleras de Heterorotula fistula e aumento no nmero de megascleras em relao seqncia
anterior (aumento no tempo de residncia de gua); 32 a 0 cm: aumento gradual para o topo da
freqncia de espculas com formao de espongofacies composta pelas espcies Dosilia pydanieli, H.
fistula, Trochospongilla variabilis, Metania spinata e Radiospongilla amazonensis (aumento da umidade). Para Lagoa Seca: 268 a 188 cm: sem espculas e com matria orgnica amorfa (ausncia de
gua no ambiente); 188 a 30 cm: fragmentos de megascleras, ocorrncia rara de megascleras de M.
spinata (remobilizao pouco tempo de residncia de gua); 30 cm ao topo: fase atual (praticamente seca), ausncia de espculas e grande quantidade de matria orgnica vegetal. Os resultados indicam
que essas lagoas esto presentes desde o Pleistoceno Tardio sob condies mais secas que as atuais e
passaram por fases midas durante o Holoceno. Os txons identificados so tpicos de lagoas do bioma
Cerrado.
VARIAO DO NVEL DO MAR NO HOLOCENO NA ESTAO ECOLGICA
JURIA-ITATINS, SO PAULO: SILICOFLAGELADOS E ESPCULAS DE ESPONJAS*
CAMILLA DA SILVA SANTOS Mestrado em Anlise Geoambiental CEPPE/UnG, camillasisa@yahoo.com.br
KENITIRO SUGUIO Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/ UnG e Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental IGc/USP,
kenitirosuguio@hotmail.com
PAULO EDUARDO DE OLIVEIRA Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/ UnG, paulo@bjd.com.br
FERNANDO COREIXAS DE MORAES Departamento de Invertebrados - Museu Nacional/UFRJ, fmoraes@mn.ufrj.br
VANDA BRITO DE MEDEIROS Mestrado em Anlise Geoambiental CEPPE/UnG, medeiros.vanda@yahoo.com.br
- Paleontologia em Destaque n 63 - - Pgina 8 -
ALETHEA ERNANDES MARTINS SALLUN & WILLIAM SALLUN FILHO IG/SMA, alethea@igeologico.sp.gov.br; wsallun@igeologico.sp.gov.br
Entender as flutuaes do nvel relativo do mar (NRM) do Quaternrio fundamental no estudo da
evoluo das plancies costeiras brasileiras. Durante o holoceno mdio aps ter alcanado 5 m acima
do nvel atual para as costas sul, sudeste e parte do nordeste do Brasil, o NRM apresentou oscilao em curtos espaos de tempo (centenas de anos). O presente estudo objetiva evidenciar as oscilaes
negativas e positivas dos nveis marinhos durante o Holoceno em sedimentos lacustres e lagunares
datados pelo mtodo C14
, testemunhados na Estao Ecolgica Juria-Itatins (EEJI). Para esta anlise foram empregados restos silicosos de microrganismos: os esqueletos de Silicoflagelados (Diviso
Chrysophyta) e espculas de esponjas (Filo Porifera). A EEJI localiza-se no litoral Sul do Estado de
So Paulo. A sondagem foi executada com vibrotestemunhador s margens do Rio Comprido. O testemunho foi subamostrado em alquotas de 1 cm
3. Os restos silicosos foram extrados dos
sedimentos aps oxidao da matria orgnica com Perxido de Hidrognio. Foram contados 300
indivduos de silicoflagelados por nvel amostrado, juntamente com os esporos exticos recuperados,
Lycopodium clavatum. Os dados dos silicoflagelados foram tratados com o software Tilia e TiliaGraph para a transformao dos dados brutos em valores percentuais e valores de concentrao
por cm3 de sedimentos. Os sedimentos apresentaram idades entre 108.1 +/- 0.4 e 8.370 +/- 50 anos
A.P. Trs gneros de silicoflagelados foram reconhecidos: Dictyocha sp., Distephanus sp. e Corbisema sp. As espculas foram classificadas morfologicamente, constituindo 26 tipos distintos,
todos representantes da Classe Demospongiae. A presena de espculas diagnsticas permitiu
identificar a presena de ao menos duas espcies de esponjas continentais (Throcospongilla variabilis
e Heterorotula fistula) e sete gneros marinhos (Tedania sp., Acarnus sp., Sceptrella sp., Chondrilla sp., Pachataxa sp., Terpios sp. e uma Thrombidae). No entanto, a diversidade de padres
morfolgicos de espculas indica a existncia de um maior nmero de espcies de esponjas ao longo
do testemunho. Alm disso, o conhecimento bsico sobre a ecologia e distribuio das espcies de esponjas nos ambientes de gua doce, estuarinos e marinhos na regio da EEJI seria uma importante
ferramenta para auxiliar na interpretao dos dados de espculas obtidos nos testemunhos. A
quantificao dos silicoflagelados comprova a variao do NRM durante o Holoceno. [*Projeto FAPESP n. 06/04467-7 e CNPq n. 309281/2006-7]
ANLISE PALEOAMBIENTAL DA FORMAO ITAQUAQUECETUBA, BACIA DE
SO PAULO, BRASIL
DANIELI BENTO DOS SANTOS, MARIA JUDITE GARCIA, ANTONIO ROBERTO SAAD,
Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG, mgarcia@ung.br CARLOS ALBERTO BISTRICHI
PUC/SP, cabistrichi@uol.com.br
A Formao Itaquaquecetuba uma das unidades da Bacia de So Paulo e constitu-se por espessos pacotes de arenitos, conglomerados e finas lentes argilosas orgnicas. Os estudos paleopalinolgicos
foram desenvolvidos ao longo de uma seo com 200 metros de largura e 48 metros de espessura. A
distribuio dos palinomorfos permitiu estabelecer quatro ecozonas. Nas ecozonas I, II e III (Neoeoceno), excelente a preservao do material orgnico e esto presentes cutculas com
estmatos, fibras e palinomorfos que indicam pequena profundidade e rpido soterramento, fato que
impediu a destruio da matria orgnica por bactrias. Os elementos aquticos presentes incluem
plantas flutuantes livres, tais como Azolla e Salvinia, algas como Spirogyra e Botryococcus e representantes dos atuais gneros Ludwigia (que habitam brejos e terrenos alagadios) e
Myriophyllum, que sugerem a presena de guas rasas e estagnadas. A grande variedade de hifas e
esporos de fungos evidencia corpos dgua com abundante matria orgnica que praticamente desaparecem na ecozona IV (Eo-oligoceno). Nesta ltima ecozona ocorre reduo dos elementos
aquticos, com presena apenas de Botryococcus e Ovoidites. Tal situao indica um aumento na
profundidade dgua que pode estar relacionada a episdios espordicos de transbordamento fluvial por precipitaes pluviomtricas torrenciais. Assim, sugere-se que os sedimentos siltico-argilosos-carbonosos foram depositados em pequenos lagos de transbordamento. A diversidade de angiospermas
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associadas s gimnospermas, alm de esporos de pteridfitas, brifitas, algas e fungos sugerem a
existncia de um paleoclima mido. A ocorrncia de gros de plen relacionados ao gnero Gunnera
(Tricolpites reticulatus), que atualmente habita terrenos midos de reas de climas subtropical de
altitude e temperado, indica condies climticas subtropicais midas. Na ecozona IV (Eo-oligoceno), as gimnospermas tornaram-se muito abundantes; as angiospermas arbreas e arbustivas e ervas
terrestres sofreram uma drstica reduo, enquanto as ervas aquticas e lianas esto completamente
ausentes e os fungos chegam a desaparecer em uma das amostras. Tais condies sugerem a existncia de um clima mais sazonal, com perodos de seca, alm de reduo na temperatura. Assim, a
palinoflora indica, para o Neoeoceno, um paleoclima subtropical mido, com uma estao fria bem
marcada e, para o Eooligoceno, um paleoclima subtropical a temperado com uma estao mais seca.
RECONSTRUO DA HISTRIA AMBIENTAL DA FLORESTA DE ARAUCRIA NA
REGIO DE MONTE VERDE (MG): ANLISES PALINOLGICAS,
SEDIMENTOLGICAS E ISOTPICAS*
ELIANE DE SIQUEIRA Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG; IGc/USP; PUC-SP, esiqueira@ung.br
PAULO CESAR FONSECA GIANNINI IGc/USP, pcgianni@usp.br
PAULO EDUARDO DEOLIVEIRA Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG , paulo@bjd.com.br
A baixa temperatura mdia anual (inferior a 18C), a localizao em zona de altitude elevada (acima de 1.500 m) e a diversidade florstica tornam a regio de Monte Verde (Camanducaia, MG) bem
representativa para a investigao de mudanas de cobertura vegetal ocorridas na serra da Mantiqueira
no Quaternrio tardio. Alvolos do relevo serrano, como o entroncamento dos crregos dos Cadetes e
da Minhoca com o rio Jaguari, junto rea urbana de Monte Verde, propiciam o acmulo de sucesses mtricas de sedimentos argilo-arenosos em condies redutoras, favorveis formao de material
turfoso e preservao de palinomorfos. Nesse contexto, objetiva-se: reconstruir, a partir do registro
sedimentar, a evoluo do cenrio paleoflorstico no Holoceno desta regio, com especial ateno para a Floresta de Araucria; contribuir para a compreenso de seus controles climticos e de dinmica
sedimentar; caracterizar a mudana vertical de variveis sedimentolgicas, micropaleontolgicas
(plen e esporos) e isotpicas (C e N da matria orgnica sedimentar); inferir a influncia da vegetao na dinmica sedimentar e, reciprocamente, os efeitos desta dinmica no estabelecimento da
cobertura vegetal; descrever a evoluo do aporte sedimentar e das condies geoqumicas de
sedimentao; estabelecer a cronologia dessa evoluo por meio de dataes absolutas; comparar e
correlacionar as variaes encontradas nos resultados das anlises palinolgicas, isotpicas e sedimentolgicas e fazer sua interpretao integrada no contexto das possveis mudanas climticas no
perodo estudado. Foram coletados trs testemunhos rasos (at 250 cm), e respectivas rplicas, em
diferentes pores da margem esquerda do crrego dos Cadetes. Quanto parte laboratorial, j se dispe de resultados da anlise isotpica, granulomtrica e palinolgica de dois testemunhos. Os
resultados analticos sedimentolgicos e isotpicos obtidos at o momento evidenciam coerncia com
a diviso de fcies, observada durante a abertura dos testemunhos. Os dados palinolgicos demonstram que durante todo o perodo a regio foi dominada por floresta, principalmente com a
presena de Araucaria angustifolia, sob clima predominantemente frio e mido. [*Projeto FAPESP n.
05/51034-6]
DINOFLAGELADOS QUATERNRIOS DA PLATAFORMA DE ITAJA, ESTADO DE
SANTA CATARINA, BRASIL**
JNIOR BISPO DE MENEZES*
Curso de Cincias Biolgicas / UnG, 2008011296@pic.ung.br MARIA JUDITE GARCIA
Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG, mgarcia@ung.br
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SILVIA HELENA DE MELLO E SOUSA, POLIANA CARVALHO DE ANDRADE & MICHEL M. DE
MAHIQUES IO/USP, smsousa@usp.br
O trabalho em desenvolvimento versa sobre a anlise de dinoflagelados, de um testemunho com
comprimento de 506 cm, proveniente da plataforma continental de Itaja (23 a 28 de latitude sul), no
Estado de Santa Catarina. J foram desenvolvidas diversas anlises, como de foraminferos, razes
isotpicas O18
/O13
, Corg, Fe/Ca, Ti/Ca, V/Ti, teor de areia e argila e dataes radiomtricas ao longo do testemunho. Com a identificao dos gneros/espcies de dinoflagelados presentes ser possvel
reconstruir as condies paleoambientais e paleoclimticas e sua provvel influncia na
paleoprodutividade ocenica, durante os ltimos 7.600 anos. A correlao dos resultados aqui obtidos com aqueles j conhecidos poder favorecer o melhor entendimento desses fatores com as variaes
holocnicas do nvel do mar, a salinidade, o aporte de materiais orgnicos e inorgnicos provenientes
do continente, a continentalidade e a oceanicidade, em especial a influncia das correntes marinhas
frias de sul e a influncia desses fatores na distribuio qualitativa e quantitativa dos dinoflagelados. At o presente momento foram identificados os gneros Echinidinium delicatum que se relacionam
com ambientes cuja salinidade e temperatura variam, como por exemplo, na foz dos rios e em climas
subtropicais e tropicais; E. aculeatum que pode estar relacionada s ressurgncias; Operculodinium centrocarpum que de uma espcie cosmopolita, cuja abundncia cresce na plataforma externa at no
mximo zona do talude e elevao continental, dominando tanto guas mais frias quanto tropicais;
Piniferites sp. que um gnero cosmopolita, que habita desde de guas frias at subtropicais (embora seja considerado de guas temperadas) e em reas costeiras. [* Bolsista PIBIC-CNPq;** Projetos
FAPESP n. 03/10740-0 e 07/54657-0]
SUBMICROFSSEIS SILICOSOS DAS TURFEIRAS DO MDIO VALE DO RIO
PARABA DO SUL (TAUBAT E EUGNIO DE MELO) ESTADO DE SO PAULO*
LUCIANE REGINATO DOBKOWSKI
Mestrado em Anlise Geoambiental / UnG, luciane.reginato.dobk@gmail.com
MARIA JUDITE GARCIA, PAULO EDUARDO DE OLIVEIRA, ROSANA SARAIVA FERNANDES Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica - CEPPE/UnG, mjgarcia@ung.br;paulo@bjd.com.br; rsfernandes@ung.br
PAULO CESAR FONSECA GIANNINI IGc/USP, pcgianni@usp.br
CARLOS ALBERTO BISTRICHI PUC/SP, cabistrichi@uol.com.br
MAURO PAROLIN Faculdade Estadual de Cincias e Letras de Campo Mouro, mauroparolin@gmail.com
As turfeiras objeto do presente estudo localizam-se no Mdio Vale do Rio Paraba do Sul. Foram realizados trs furos: um em Eugnio de Melo com 5,00 m de profundidade, dois em Taubat com
4,76 m e 3,80 m de profundidade. Para a extrao dos submicrofsseis, as amostras foram submetidas
a processamentos qumicos para eliminao de matria orgnica. Foram realizadas 14 dataes pelo mtodo radiomtrico C
14, das quais: cinco em EM1, com idades entre 2.440-2.410 anos A.P. (topo) e
11.050-11.150 anos A.P. (base); seis em TB1 com idades entre 5.900-5.600 anos A.P. (topo) e 17.860-
16.860 anos A.P. (base); e trs em TB2, com idades entre 1.540-1.370 anos A.P. (topo) e 3.870-3.680
anos A.P. (base). Foram identificadas, quantificadas e catalogadas algas diatomceas, fitlitos, espculas de esponja e tecamebas. As diatomceas so pouco expressivas sob o ponto de vista
quantitativo e so caractersticas de ambientes cidos, com predominncia do gnero Eunotia sp. Os
fitlitos pertencem todos famlia Poaceae, que teriam ocupado as turfeiras e suas margens. A associao com terrgenos sugere que parte dos fitlitos tenha sido remobilizada por guas fluviais
durante transbordamentos em pocas de cheia, das margens para as turfeiras. As espculas de esponja
representadas por fragmentos de megascleras, e, acentuada presena de gemoscleras de trs gneros:
Heterorotula sp., Dosilia sp., Thochospongila sp., so tpicas de lagoas de cerrado, alm de levemente acidificadas. A maior presena de gemoscleras em relao s megascleras indicativa de uma
condio mais seca que a atual, provavelmente sob vigncia de clima sazonal, com perodos de seca.
As tecamebas Centropixs sp., Arcella sp. e Curcubitella sp. sugerem que a sua presena pode ter sido
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provocada por processos hidrodinmicos, com arrasto desses organismos a partir dos sedimentos
midos e da vegetao marginais; e por derivao direta do plncton, ocorrendo parte de seu ciclo de
vida. [*Projeto FAPESP n 05/51034]
ANLISE PALEOAMBIENTAL PRELIMINAR DA ESTAO ECOLGICA JURIA-
ITATINS (SP) ATRAVS DO ESTUDO DIATOMOLGICO EM SEDIMENTOS
QUATERNRIOS*
MARIA CRISTINA SANTIAGO HUSSEIN-VILELA
Mestrado em Anlise Geoambiental UnG, cristina.sh@click21.com.br KENITIRO SUGUIO
CEPPE/UnG e Igc/USP, kenitirosuguio@hotmail.com
PAULO EDUARDO DE OLIVEIRA Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica, CEPPE/UnG, paulo@bjd.com.br
Localizada na EEJI (Estao Ecolgica Juria-Itatins), que se estende por parte dos municpios de
Perube, Iguape, Itariri e Miracatu (regio sudeste do Estado de So Paulo), a rea de estudo compreende uma regio de cerca de 600 km2. Destes, mais de 100 km
2 so ocupados pelo Morro da
Juria e macios menores de rochas cristalinas pr-cambrianas. A outra parte da rea formada pela
plancie costeira, da qual cerca de 200 km2 correspondem aos paleocordes arenosos e aproximadamente 300 km
2 esto ocupados por depsitos lagunares e paludiais pretritos, ambos
pertencentes Formao Ilha Comprida do Holoceno. No mbito deste estudo foi realizada nas
coordenadas 242919S e 471543W uma sondagem com vibrotestemunhador, com recuperao de um testemunho com 5,79 m de comprimento, que foi amostrado em intervalos de 5 cm (de 0 a 2 m), de 10 cm (de 1 a 2 m) e de 20 cm (de 2 m at a base). De acordo com as dataes por
radiocarbono, a coluna sedimentar possui idades variveis entre 28040 anos A.P. no topo e 8.37050
anos A.P. na base. O tratamento das amostras para estudo diatomolgico foi feito com H2O2 (perxido de hidrognio) a quente, at a eliminao total da matria orgnica. Alm disso, foi utilizado
HCl (cido clordrico) para a dissoluo de carbonatos e, no final foram adicionadas plulas do esporo
extico Lycopodium clavatum. O propsito desse trabalho a obteno de informaes a respeito das
comunidades fsseis de diatomceas, presentes nos sedimentos amostrados, que podem subsidiar as reconstrues paleoambientais e, eventualmente, confirmar as oscilaes de nveis marinhos abaixo do
atual no Holoceno, conforme trabalhos anteriores. As anlises preliminares das comunidades fsseis
de diatomceas encontradas no testemunho permitiram identificar algumas espcies marinhas como Aulacoseira sulcata e Cyclotella stylorum que prevalecem ao longo de todo o testemunho a partir dos
40 cm iniciais (com idade de 3.89040 A.P.) e os gneros Thalassionema, Eunotia e Diploneis que
tambm esto presentes. Essas informaes podem indicar a grande influncia marinha num ambiente de guas salobras com a possibilidade de que possa ter ocorrido a diminuies do nvel relativo do
mar. A presena do txon eurialino Cyclotella stylorum, poderia indicar esses momentos.
Posteriormente, as anlises quantitativas que tm sido realizadas podero fornecer dados mais
precisos. [*Financiamento FAPESP n 2006/04467-7]
PALEOPALINOLOGIA NO ESTADO DE SO PAULO
MARIA JUDITE GARCIA
Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica / CEPPE-UnG, mgarcia@ung.br
MARY E. C. BERNARDES-DE-OLIVEIRA Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica / CEPPE-UnG e IGc./USP, meoliviera@prof.ung.br
O documentrio paleopalinolgico do Estado de So Paulo, ao longo do tempo geolgico desde o
Neocarbonfero at Negeno (Plioceno), ora sintetizado. A palinoflora neocarbonfera-eopermiana est documentada nos sedimentos do Grupo Itarar por trs associaes florsticas reconhecidas:
Ahrensisporites cristatus, com ocorrncias em Campinas, Itapeva, Buri, Araoiaba da Serra e Monte-
Mor (Neobashkiriano/Moscoviano); Crucisaccites monoletus, que est presente em Salto e Jundia
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(Kasimoviano/Gzheliano); e a poro inferior da subzona Protohaploxypinus goraiensis que
corresponde parte basal da zona Vittatina costabilis e que ocorre em Cerquilho, Capivari e Tiet
(Asseliano). Uma lacuna no registro palinolgico se segue at o surgimento de uma palinoflora
constituda por elementos da flora de Glossopteris e marinhos do Grupo Irati. Esse registro do final do Eopermiano/Cisuraliano (Artinskiano), sob grande influncia marinha, se atm principalmente a
esporomorfos de licfitas e filicfitas associados a acritarcas, compondo a base da zona Lueckisporites
virkkiae. Uma nova lacuna ocorre desde o Neopermiano at o Cretceo, que corresponderia a condies ambientais ridas e semi-ridas, gradativamente continentalizadas e litolgicamente
representadas pelas formaes Corumbata, (Serra Alta e Teresina), Rio do Rastro, Pirambia e
Botucatu. Mas no Neocretceo (Turonianano/Campaniano), na Bacia Bauru, Formao So Carlos (Membro Nossa Senhora de Ftima), est presente uma associao palinoflorstica diversificada,
ligada s filicfitas, coniferales, gnetales e angiospermas. Os registros palegenos (Eoceno e
Oligoceno) paulistas restringem-se rea do Planalto Atlntico e os palinomorfos documentam
inicialmente uma vegetao tropical mida passando a subtropical sazonal, relacionada ao resfriamento antrtico; tais registros esto preservados nas bacias de Bonfim, Taubat (formaes
Resende, Trememb e So Paulo), Tanque e So Paulo (formaes So Paulo e Itaquaquecetuba). As
ocorrncias negenas tambm esto restritas ao Planalto Atlntico, nas bacias de So Paulo (topo da Formao Itaquaquecetuba) e Pinhalzinho. Evidenciam uma flora subtropical a temperada.
FLORA DIATOMCEA HOLOCNICA DA LAGOA DE JUPARAN, LINHARES,
ESPRITO SANTO: CONTRIBUIO AO ENTENDIMENTO DA VARIAO DO NVEL
DO MAR RESULTADOS PRELIMINARES*
MICHELLE CRISTIANE SOUZA BENICIO Mestrado em Anlise Geoambiental / UnG, mi_benicio@yahoo.com.br
PAULO EDUARDO DE OLIVEIRA Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG, paulo@bjd.com.br
THIAGO DE CARVALHO NASCIMENTO Graduao em Cincias Biolgicas UnG
CLUDIO LIMEIRA MELLO Departamento de Geologia IG/UFRJ
Considerada como a maior lagoa de gua doce do Brasil, a Lagoa de Juparan localiza-se no setor
centro/norte do estado do Esprito Santo, no municpio de Linhares e est inserida em um conjunto
lacustre composto por dezenas de lagos barrados. Com cerca de 25 km de comprimento, e pela linearidade de suas margens, possui um proeminente estrangulamento em sua poro norte, prximo
ilha do Imperador. Uma das hipteses para a origem dessas bacias est diretamente relacionada s
variaes do nvel do mar durante o Holoceno, ou seja, os lagos situados no baixo curso do Rio Doce
teriam se formado aps o mximo da ltima transgresso marinha, denominada Transgresso Santos (5.100 anos A.P.), sendo posteriormente afogados devido elevao do nvel do mar dando origem a
sturios. Porm, alguns autores consideram a atuao de movimentaes neotectnicas como
responsveis pela estruturao do relevo na regio e, junto s variaes do nvel do mar ao longo do Quaternrio, como possvel condicionante da barragem da Lagoa Juparan e dos demais lagos
internos. O objetivo principal deste estudo a reconstituio de nveis marinhos durante o Holoceno e
sua influncia na gnese da lagoa, a partir da anlise de diatomceas preservadas em seus sedimentos,
predominantemente argilosos. O testemunho de 8,33 m de comprimento, em fase de datao por C14
, foi coletado com um amostrador Livingstone sob uma coluna dgua de 20 m. Nas anlises de
diatomceas, foram encontrados 12 txons, sendo que as mais representativas so Aulacoseira
granulata e Aulacoseira italica, que caracterizam ambiente dulccola. Os dados obtidos at o momento sugerem a ausncia de elementos marinhos e, consequentemente, no h apoio para a
hiptese do afogamento da bacia para a formao da Lagoa de Juparan, caso os sedimentos possuam
idade holocnica. [*Financiamento CNPq]
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PALINOMORFOS DE FUNGOS NAS TURFEIRAS DO VALE DO RIO PARABA DO
SUL/SP, BRASIL: RESULTADOS PRELIMINARES*
RAIMUNDO SOUZA SILVA
Graduao em Cincias Biolgicas / UnG
RUDNEY DE ALMEIDA SANTOS, MARIA JUDITE GARCIA Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG, rudbio@yahoo.com.br; mgarcia@ung.br
PAULO EDUARDO DE OLIVEIRA Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG, paulo@bjd.com.br
PAULO CSAR FONSECA GIANNINI IGc/USP, pcgianni@usp.br
ROSANA SARAIVA FERNANDES Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG, rsfernandes@ung.br
CARLOS ALBERTO BISTRICHI PUC/SP, cabistrichi@uol.com.br
As turfeiras do mdio vale do rio Paraba do Sul, em Eugnio de Melo, apresentam grande quantidade
e diversidade de esporos de fungos. O presente trabalho mostra alguns desses palinomorfos, que j foram identificados, em amostras de um testemunho com 3,90 m de profundidade. As amostras, na
quantidade de 2 cm3, foram coletadas em intervalos de 5 cm, ao longo do testemunho. Para a extrao
dos palinomorfos foram usados os mtodos convencionais para Quaternrio. Foram tambm realizadas dataes pelo mtodo radiomtrico C
14 (AMS), no Laboratrio Beta Analtic Inc. (EUA), que
revelaram as idades calibradas de 11.400-11.220 anos A.P. a 3,55 m; 10.240 anos A.P. a 2,45 m; 9.010
anos A.P. a 2,05 m; 900 anos A.P. a 1,55 m; e 490-290 anos A.P. a 0,45 m. Nas anlises qualitativas foram encontrados os seguintes gneros: Dictyosporites, Pluricellaesporites, Lacrimasporonites,
Uncinulites, Fusiformisporites, Brachysporisporites, Diporicellaesporites, Pseudodictyosporium,
Gelasinospora, Hypoxylonsporites, Multicellaesporites, Hipoxylonites, Dyadosporinites,
Inapertisporites, Nigrospora, Anatolinites, Involutisporonites e as espcies Dicellaesporites oculeolatus Sheffy & Dilcher, Octosporites stauroides Salard-Cheboldaeff & Locquin,
Monoporisporites minutaestriatus Ke & She, Fusiformisporites mocrostriatus Hopkins,
Fusiformisporites duenasii Rouse, Meliolinites spinksii Dilcher (Selkirk) Papulosporonites multicellatus Saxena & Singh, Anatolinites alakaensis Elsik, Ediger & Bati, Dictyosporites ovoideus
Salard-Cheboldaeff & Locquin. A abundncia e a diversidade de fungos presentes nessas amostras
indicam a existncia de guas estagnadas, com abundante vegetao em decomposio, assim como
condies de pouca ou nenhuma oxigenao e muita acidez. [* Projeto FAPESP n. 05/51034-6]
UM IMPORTANTE INTERVALO ESTRATIGRFICO DO PERMIANO DA BACIA DO
PARAN DELIMITADO POR ESPOROS MONOLETES
RODRIGO NEREGATO
Doutorado em Geologia Regional IGCE/UNESP Rio Claro, rodrigoneregato@gmail.com ROSEMARIE ROHN
Departamento de Geologia Aplicada Geologia Regional IGCE/UNESP Rio Claro, rohn@rc.unesp.br PAULO ALVES DE SOUSA
Departamento de Paleontologia e Estratigrafia UFRGS, paulo.alves.sousa@ufrgs.br
Um profundo e detalhado estudo palinolgico foi realizado nos furos de sondagem SP-58-PR e SP-
23-PR (municpio de Congonhinhas, nordeste do Paran), que atravessou o Grupo Passa Dois,
Permiano da Bacia do Paran. Um distinto grupo de esporos monoletes, essencialmente vinculados ao gnero Thymospora (Wilson & Venkatachala) Alpern & Doubinger, foi observado a partir da base dos
2/3 superiores da Formao Teresina at o 1/4 do Membro Serrinha. A diversidade mxima de esporos
de Thymospora, incluindo provveis espcies novas, verifica-se no topo do tero inicial da Formao
Teresina. Geralmente, esporos monoletes so raros nas unidades do intervalo estratigrfico pensilvaniano a permiano da Bacia do Paran, sendo representados por poucas espcies. No intervalo
em destaque, ocorrem com relativa abundncia e diversidade espcimes que foram atribudos a txons
conhecidos, a saber: Thymospora obscura, T. thiessenii, T. pseudothiessenii sumarizados por Alpern &
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Doubinger, 1973; T. rugulosa Mautino, Vergel & Anztegui, 1998 e T. criciumensis Quadros,
Marques-Toigo & Cazzulo-Klepzig, 1995. Alm disso, nesta assemblia, alguns espcimes
provavelmente se referem a uma nova espcie, caracterizada por ornamentao constituda de bculas
com topos arredondados, o que a difere das cinco espcies citadas acima. Os nveis estratigrficos ricos em Thymospora foram interpretados como ecofacies da Zona Lueckisporites virkkiae e, aparentemente, tem continuidade lateral, com registro ainda indito na poro sul da bacia. Embora
nenhuma proposio bioestratigrfica tenha sido realizada at o momento, estes nveis podem ser utilizados como indicadores de mudanas ecolgicas, especialmente das condies de umidade.
Considerando-se que Thymospora apresenta afinidade florstica s filicfitas, cabe ser mencionado que
caules com razes adventcias, pinas e pnulas foram igualmente registrados no intervalo estratigrfico considerado.
PALEOAMBIENTES DA LAGOA FAZENDA DURANTE O NEOPLEISTOCENO E
HOLOCENO NA REGIO DE JUSSARA, ESTADO DO PARAN, COM NFASE EM
PALINOMORFOS*
ROSANA SARAIVA FERNANDES, MARIA JUDITE GARCIA
Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG, rsfernandes@gmail.com; mgarcia@ung.br
ALETHA ERNANDES MARTINS SALLUN IG SMA/ SP, alethea@igeologico.sp.gov.br
KENITIRO SUGUIO Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG e Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental IGc/USP,
kenitirosuguio@hotmail.com
PAULO EDUARDO DE OLIVEIRA Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG, paulo@bjd.com.br
JOS CNDIDO STEVAUX Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG e Departamento de Geografia - Universidade Estadual de
Maring, jcstevaux@uem.br
O presente estudo consiste na anlise palinolgica de sedimentos lacustres obtidos atravs de um
testemunho de 100 cm de comprimento da poro central (233031,12 S e 522412,57 W) da Lagoa Fazenda e de solos superficiais do seu entorno. A coleta de solos situados sob a floresta secundria, que circunda a lagoa, foi realizada para comparao com o contedo polnico atual e para
avaliao do efeito de borda na representao polnica. Esta lagoa est localizada no municpio de Jussara, ao norte do Estado do Paran, situada geomorfolgicamente sobre o Terceiro Planalto
Paranaense. Esta pesquisa visa contribuir para o entendimento da evoluo paleoambiental, principalmente paleoclimtica da regio, durante os ltimos 13.200 80 anos A.P. (16.340 a 15.390
anos cal. A.P.). As razes 13C/12C variam entre -24 a -20, sugestivas de vegetao arbrea de floresta. A anlise palinolgica revelou que a Lagoa Fazenda apresentou baixa taxa de sedimentao (
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ROSANA SARAIVA FERNANDES Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG, rfernandes@ung.br
CARLOS ALBERTO BISTRICHI PUC/SP, abistrichi@uol.com.br
Os resultados palinolgicos ora apresentados foram obtidos com base no estudo de um testemunho com 350 cm, retirado da plancie do rio Paraba do Sul em So Jos dos Campos, distrito de Eugnio
de Melo, Estado de So Paulo. constitudo por sedimentos arenosos, argilosos e argiloturfosos,
distribudos em duas seqncias representadas por areias na base, seguidas de argilas e com turfa no topo; a segunda seqncia apresenta, ainda, uma camada de argila sobre a turfa. Estas seqncias
representam dois ciclos deposicionais, interpretados como inicialmente fluvial em canal, que passa
para o topo para lacustre do tipo oxbow lake. No decorrer de cada ciclo, os palinomorfos mostraram
que a vegetao acompanha o abandono do canal, com gradativa estabilizao da flora e assoreamento do lago; j a retomada do canal, evidenciada pelo segundo ciclo, mostra a interrupo na ocupao e
sucesso vegetacional. As dataes radiomtricas obtidas pelo mtodo C14
(AMS) forneceram as
idades calibradas entre 11.400-11.220 cal. anos A.P. e 490-290 cal. anos A.P., que possibilitaram reconhecer um hiato de cerca de 5.000 anos entre os dois ciclos. A palinoflora observada rica e bem
diversificada, com representantes de txons arbreos como Alchornea, Anacardiaceae, Araucaria,
Apiaceae, Bombacaceae, Croton, Ericaceae, Ilex, Melastomataceae, Myrtaceae, Myrsinaceae, Rutaceae, Podocarpus, Proteaceae, Sebastiana, Solanaceae e Urticaceae, de ervas representadas por
Alternanthera, Apocynaceae, Asteraceae, Cyperaceae, Eriocaulaceae, Gomphrena, Poaceae, esporos
como Anthoceros, Asplenium, Cyathea, Gleichenia, Lycopodium, Polypodium e Selaginella e entre as
algas Botryoccocus, Debarya e Zygnema. Resultados isotpicos mostraram que a matria orgnica no primeiro ciclo proveniente da mistura de plantas do ciclo C3, C4 e fitoplncton e, no segundo ciclo,
proveniente de fitoplncton que passa para fitoplncton e plantas C3, e no topo, mistura de plantas C3,
C4 e fitoplncton. Condies climticas mais frias que as atuais, comprovados pelas associaes palinoflorsticas, tais como Araucaria, Podocarpus, Myrtaceae e Drymis, teriam ocorrido de 8.601
anos A.P. a 8.220 anos A.P. (idades interpoladas), e entre 462 e 401 anos A.P. (idades interpoladas).
No entanto, entre 8.601 e 8.220 anos A.P. (idades interpoladas) a associao palinolgica indica um clima mais quente, com oscilaes na umidade. [*Projeto FAPESP n. 05/51034-6]
ALGUNS ASPECTOS DA MICROPALEONTOLOGIA BRASILEIRA
SETEMBRINO PETRI
Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental IGc/USP, spetri@usp.br
O campo da micropaleontologia vasto e complexo. O nmero de trabalhos apresentados grande
tendo em vista que pelo pequeno tamanho da maioria de seus taxa, eles aparecem em grande
quantidade, principalmente em testemunhos de sondagem. Da a necessidade de resumir esta apresentao a alguns aspectos. Bons trabalhos de pesquisadores brasileiros tm aparecido, nos
ltimos anos, destacando-se as pesquisas de micropaleontlogos paulistas. Os seguintes critrios
serviriam de embasamento para os trabalhos destacados: a) Envolvendo diferentes grupos
taxonmicos e suas relaes com os sedimentos; b) Enfatizando aspectos paleoecolgicos e suas contribuies para a reconstruo histrica das bacias e para a estratigrafia de seqncias; c) Anlise
abrangente de unidades litoestratigrficas no mbito de bacias, atravs da contribuio de
palinomorfos; d) Contribuio de microfsseis para pesquisas de recursos econmicos, fora dos tradicionais recursos, petrleo e carvo. Em um exame rpido dos resumos apresentados no XXI
Congresso Brasileiro de Paleontologia deste ano, em Belm verificou-se que, de acordo com a
tradio, palinomorfos, foraminferos, nanofsseis e ostracodes foram os mais pesquisados. Potencialmente, h resumos que podem resultar em trabalhos interessantes, Atol das Rocas e trabalhos
envolvendo mais de uma categoria taxonmica, foraminferos e ostracodes, radiolrios e ostracodes,
palinomorfos e peixes, palinomorfos e diatomceas, foraminferos e istopos, bactrias
decompositoras do Prcambriano e microfcies.
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ESPCULAS DE ESPONJAS COMO INDICADORAS DE MUDANAS AMBIENTAIS NO
HOLOCENO DE PLANICIE ALUVIAL DO NABILEQUE, PANTANAL
MATO-GROSSENSE
SIDNEY KUERTEN
Programa de Geocincias e Meio Ambiente UNESP - Rio Claro, sidneykuerten@yahoo.com.br MAURO PAROLIN
Laboratrio de Estudos Paleoambientais FECILCAM, mauroparolin@gmail.com MARIO LUIS ASSINE*
Departamento de Geologia Aplicada UNESP - Rio Claro, assine@rc.unesp.br
Espculas de esponjas foram analisadas para interpretao paleoambiental no Pantanal do Nabileque.
As amostras foram recuperadas de sedimentos obtidos por sondagem com vibrotestemunhador, realizada em paleogeoforma aluvial, localizada no vale inciso do rio Nabileque (201638,3S/ 573300O), borda sul do Pantanal Mato-Grossense. Trata-se de ambiente deposicional composto por barras em pontal de sistema fluvial meandrante abandonado, parte do sistema meandrante do antigo
curso do rio Paraguai. A sondagem atingiu a profundidade de 550 cm, atravessando seo constituda principalmente por areias finas, arredondadas a subarredondadas, de cor amarelo clara com camadas
(cm) de turfa e silte arenoso. Amostras recuperadas nos intervalos 550 e 200 cm foram datadas pelo
mtodo de luminescncia opticamente estimulada, registrando idade LOE respectivamente de 6.700 1.000 e 3.900 400 AP. Para exame das espculas ao microscpio ptico, foram retiradas pores das
amostras, a seguir fervidas em tubo de ensaio com cido ntrico, pingadas sobre lminas e aps secas,
cobertas com Entelan e lamnula. Entre 505 a 420 cm foram encontradas gemoscleras de Oncosclera navicella (Carter, 1881), M. spinata (Carter, 1881), Corvospongila seckti Bonetto & Ezcurra de
Drago, 1966, indicativas de fase mida num ambiente semi-ltico (canal ativo). A Profundidade de
341 cm registra-se reduo da presena de gua e a mudana para ambiente lntico, indicado pelas
espcies Heterorotula fistula Volkmer-Ribeiro & Motta, 1995, Dosilia pydanieli Volkmer-Ribeiro, 1992 e Radiospongilla amazonensi Volkmer-Ribeiro & Maciel, 1983. A variabilidade de ambientes
indicada pelas esponjas aumenta em direo ao topo, atingindo no intervalo de 292 a 235 cm registro
de espongofcies constituda pelas espcies indicadoras de ambientes lnticos: H.fistula, M.spinata, D.pydanieli, R.amazonensi e Trochospongilla variabilis Bonetto & Ezcurra de Drago, 1973; e de
ambientes lticos: C.seckti, O.navicela, alm de fragmentos de diatomceas (famlia Eunotiaceae) e
fitlitos. rara a presena de espcula a partir de 150 cm em direo ao topo, o que aponta para a
rarefao de gua no ambiente. Com base nos dados encontrados, foi possvel reconhecer um evento de abandono de canal, seguido da estabilizao de lagoa em meandro abandonado, com a formao de
espongofcies. Todas as esponjas de ambiente lntico identificadas so tpicas do bioma cerrado. Essa
informao, associada natureza do trato deposicional e a dinmica das inundaes, permite inferir predominncia de condies ambientais mais secas no perodo de 4.500 e 3.900 anos AP. Levando-se
em conta que na coluna estudada predominam areias, a presena de espculas silicosas de esponjas
revelou-se mais uma vez um indicador til para interpretaes ambientais, quando outros indicadores biolgicos no se preservam neste tipo de sedimentos. [*Bolsista de Produtividade Cientfica CNPq;
FAPESP n. 2007/55987-3]
RECONSTRUO DA HISTRIA VEGETACIONAL E CLIMTICA DA MATA
ATLNTICA NA REGIO SUDESTE DO BRASIL, LAGOA JUPARAN, LINHARES,
ESPIRITO SANTO
THIAGO DE CARVALHO NASCIMENTO*, PAULO EDUARDO DE OLIVEIRA, MARIA
JUDITE GARCIA Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG, thiago.nas@hotmail.com; paulo@bjd.com.br
CLAUDIO LIMEIRA MELLO Instituto de Geocincias - Universidade Federal do Rio de Janeiro, limeira@geologia.ufrj.br
Este estudo tem como objetivo central reconstruir a histria vegetacional e climtica da Mata Atlntica do setor norte do estado do Esprito Santo (Brasil) a partir de anlises palinolgicas dos sedimentos
- Paleontologia em Destaque n 63 - - Pgina 17 -
depositados na Lagoa Juparan. A Lagoa Juparan considerada a maior lagoa de gua doce do
Brasil, devido a sua extenso de cerca de 20 km de comprimento. Localizada prxima de uma das
mais importantes reservas primitivas de Floresta Atlntica, estes sedimentos permitem o levantamento
da histria desse ecossistema durante todo o perodo deposicional. Entre os objetivos secundrios deste projeto, pretende-se contribuir para a determinao dos processos relacionados gnese da
lagoa, tendo em vista que a sua localizao prximo desembocadura do rio Doce no oceano
Atlntico tem levado interpretaes sobre a possvel influncia das variaes do nvel relativo do mar na sua evoluo, outro compreender em que perodo elementos amaznicos chegaram a costa do
Espirito Santo, devido a grande quantidade destes elementos encontrados hoje nas Reserva Biolgica
de Sooretama. Para este estudo, coletou-se um testemunho sedimentar com 9 m de espessura com um amostrador do tipo Livingstone, sob uma coluna dgua de 20 m. As anlises geolgicas e
geomorfolgicas esto sendo realizadas no Instituto de Geocincias da Universidade Federal do Rio de
Janeiro enquanto que as anlises palinolgicas esto em andamento no Laboratrio de Palinologia e
Paleobotnica da Universidade Guarulhos. Foram coletadas subamostras de 1 cm3 em intervalos de 20
cm ao longo do testemunho. Para a extrao dos gros de plen e esporos empregou-se a tcnica da
acetlise e a introduo de esporos exticos de Lycopodium clavatum para a determinao da
concentrao de cada txon botnico. As amostras analisadas at o momento so caracterizadas por alta diversidade de tipos polnicos de elementos arbreos caractersticos da Floresta Atlntica sensu
lato e no h indicao de troca de vegetao durante o perodo cronolgico equivalente deposio
dos sedimentos. O predomnio quase que absoluto de rvores e arbustos sobre as ervas indica condies de floresta fechada. At o momento no se observa nas anlises palinolgicas evidncia de
interrupo da cobertura da florestal na regio. Elementos amaznicos so encontrados durante
algumas fases do perodo deposicional, esta hiptese se encontra em fase de anlise devido as
amostras para datao radiocarbnica estarem sendo processadas e esses resultados so essenciais para interpretao dos dados palinolgicos. Contudo, importante observar a inexistncia de plen de
txons associados ao ecossistema dos manguezais assim como palinomorfos de ecossistema salobro ou
marinho. Portanto, no h evidncia de uma gnese da Lagoa Juparan associada a variaes do nvel do mar. [* Bolsista de iniciao cientfica PIBIC-UNG & PIBIC-CNPq]
MICROFSSEIS EM RED BEDS? ESTUDO DE CASO DO AFLORAMENTO SO LUIZ,
FAXINAL DO SOTURNO, RS
THIRS WILBERGER, FABRICIO FERREIRA, RONALDO BARBONI, TNIA LINDNER DUTRA &
ITAMAR LEIPNITZ NIT/GEO, LaViGa, UNISINOS, RS, twilberger@unisinos.br; tdutra@unisinos.br; itamar@unisinos.br
A ampla distribuio geogrfica, tima preservao e a sua grande quantidade, tornam os microfsseis teis para interpretaes mais precisas sobre idade e ambiente. Entretanto, rochas sedimentares
caracterizadas pela colorao vermelha (red beds), resultado de sua formao em um ambiente
altamente oxidante, so normalmente estreis e tem sido consideradas como inaptas para a
recuperao de microfsseis e a obteno deste tipo de dado. A possibilidade de recuperao de microfsseis silicosos ou calcrios em sedimentos oxidados tem, no entanto, se demonstrado possvel,
sendo o objetivo deste trabalho. Foram coletadas 10 amostras dos nveis pelticos do topo da
Seqncia Santa Maria II (Formao Caturrita), no afloramento da linha So Luis, Faxinal do Soturno, Rio Grande do Sul. Em laboratrio foram separadas 50 gramas de todas as amostras, em seguida
lavadas sob gua corrente, em peneira com malha 45 m, e posteriormente secas em estufa a 50C. Cada amostra foi peneirada a seco nas malhas 62, 125 e 250 m, e separadas para a triagem. As amostras encontram-se no momento em fase de triagem e identificao taxonmica, mas demonstram
apresena de microfsseis silicosos, a partir de agora submetidos anlise e comparaes.
PALINOFLORA HOLOCNICA DA ESTAO ECOLGICA JURIA-ITATINS (SP):
PALINOLOGIA COMO INSTRUMENTO PARA DETERMINAO DE VARIAES DO
NVEL DO MAR*
- Paleontologia em Destaque n 63 - - Pgina 18 -
VANDA BRITO DE MEDEIROS** Mestrado em Anlise Geoambiental - CEPPE/UnG, medeiros.vanda@yahoo.com.br
KENITIRO SUGUIO CEPPE/UnG e IGc-USP, kenitirosuguio@hotmail.com
PAULO EDUARDO DE OLIVEIRA Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG, paulo@bjd.com.br
CAMILLA DA SILVA SANTOS Mestrado em Anlise Geoambiental - CEPPE/UnG, emaildacamilla@yahoo.com.br
ALETHEA ERNANDES MARTINS SALLUN & WILLIAM SALLUN FILHO IG/SMA, alethea@igeologico.sp.gov.br; wsallun@igeologico.sp.gov.br
Nos ltimos milhares de anos Pleistoceno/Holoceno ocorreram oscilaes climticas globais que afetaram tanto a vegetao como o nvel relativo do mar, inclusive no Brasil. Este estudo visa a
determinao do paleoclima e paleovegetao na costa sul do Estado de So Paulo, como contribuio
ao entendimento do padro de variaes do nvel relativo do mar nos ltimos 8.000 anos. Para tanto, foram empregadas tcnicas palinolgicas e geocronolgicas, em testemunho holocnico coletado na
Estao Ecolgica Juria-Itatins (EEJI). A base em que se fundamenta este estudo de que a
vegetao litornea se modificou em sincronia com o afastamento ou aproximao da linha de costa, decorrentes da elevao ou diminuio do nvel relativo do mar e que essas alteraes deixaram um
sinal fssil nos sedimentos analisados. A determinao da palinoflora encontrada nos sedimentos
estudados permite averiguar esta ocorrncia. Resultados preliminares obtidos em um testemunho sedimentar, com idade basal de 8.370 anos C
14 no calibrados, revelam fases com predominncia de
gros de plen caractersticos de mata, tais como Alchornea, Myrtaceae, Apocynaceae, Bignoniaceae e
Arecaceae (Palmae) e fases com Rhizophora associados a foraminferos quitinosos e dinoflagelados,
que indicam a presena de mangue e influncia de guas marinhas. De acordo com a alternncia desses perodos ao longo do testemunho e com as dataes C
14, j obtidas possvel a elaborao de
uma curva representativa das oscilaes negativas e positivas do nvel relativo do mar, que podem ser
comparadas com curvas propostas na literatura para a variao do nvel do mar durante o Holoceno do Estado de So Paulo. At o momento, os resultados permitem alegar que h uma fase inicial de
transgresso marinha entre ca. 6.500 e 4.600 anos A.P., regresso entre ca. 4.600 e 4.400 anos A.P.,
nova transgresso entre ca. 4.400 e 2.800 anos A.P., seguida por um declnio gradual, at os dias atuais. [*Projeto FAPESP n. 06/04467-7 e CNPq n. 309281/2006-7; ** Bolsista de Mestrado FAPESP
n. 2008/02334-5]
RECONSTRUO DE PAISAGENS PRETRITAS NO NCLEO CURUCUTU PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO MAR, SO PAULO, SP, COM BASE EM
ESTUDOS PALINOLGICOS*
VANDA BRITO DE MEDEIROS**
Mestrado em Anlise Geoambiental CEPPE/UnG, medeiros.vanda@yahoo.com.br
PAULO EDUARDO DE OLIVEIRA Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE UnG, paulo@bjd.com.br
LUIS CARLOS RUIZ PESSENDA CENA/USP Piracicaba
O objetivo principal deste projeto o estudo da variao vegetacional e climtica, durante o Pleistoceno Tardio e o Holoceno, atravs de anlises palinolgicas, no Ncleo Curucutu Parque Estadual Serra do Mar, no municpio de So Paulo (SP), Brasil. Foram testadas duas hipteses para
explicar a presena dos campos de altitude e de matas nebulares baixas, existentes no local. A primeira, derivada da Hiptese dos Refgios Florestais, relata que, durante a poca conhecida como
UMG (ltimo Mximo Glacial), por volta de 18.000 anos AP (Antes do Presente), as florestas
tropicais teriam reduzido sua rea de ocorrncia em favor de vegetao mais seca e aberta como os cerrados e caatingas. A segunda hiptese evoca a interferncia humana nas Amricas aps a
deglaciao, divulgada principalmente pela comunidade de arquelogos. Esta hiptese contempla uma
abertura nas florestas realizada pela ocupao humana, a partir especialmente de 12.000 anos A.P. O
- Paleontologia em Destaque n 63 - - Pgina 19 -
teste dessas duas hipteses foi realizado mediante a anlise palinolgica de uma coluna sedimentar de
1,23 m, obtida na rea de estudo, a qual foi processada quimicamente, possibilitando a montagem de
lminas para leitura ao microscpio ptico, onde foram contados e identificados os palinomorfos e as
micropartculas de carvo, a fim de determinar a histria vegetacional da regio e de inferir a freqncia de paleofogos durante a histria ambiental da Mata Atlntica. A concentrao de gros de
plen de elementos arbreos e de ervas mostra que no houve retraimento da floresta para
aparecimento dos campos e a presena de micropartculas carbonizadas foi maior antes da chegada humana ca. 12.000 anos A.P. [* Projeto FAPESP n. 04/15531-2; ** Bolsa de Iniciao Cientfica PIBIC-UnG]
Paleobotnica
LEO DE KAOKOXYLON ZALESSKYI (SAHNI) MAHESHWARI (CONIFERALES) EN
SEDIMENTITAS LACUSTRES DE LA SECUENCIA SANTA MARIA 2, FAXINAL DO
SOTURNO, RS, BRASIL
ALEXANDRA CRISAFULLI
Facultad de Ciencias Exactas y Naturales y Agrimensura, Universidad Nacional del Nordeste, Corrientes - AR, alexandracrisafulli@hotmail.com
TNIA LINDNER DUTRA PPG em Geologia, UNISINOS, RS, tdutra@unisinos.br
Se describe Kaokoxylon zalesskyi un leo de confera identificado en una ocurrencia restricta de
sedimentitas lacustres, en la deposicin mayormente fluvial de la secuencia de tercer orden Santa Maria 2 (Formacin Caturrita), y expuesta en las cercanas de la ciudad de Faxinal do Soturno, Rio
Grande do Sul. El leo est asociado con una diversa megaflora de ramas de Brachyphyllum
Brongniart y Pagiophyllum Heer, impresiones de estructuras reproductivas y vegetativas de
Bennettitales, hojas de Podozamites sp., otras maderas que incluyen una Taxaceae [Pires & Guerra-Sommer, 2004, Anais da Academia Brasileira de Cincias, 76(3): 595-609] y otras gimnospermas de
afinidad an incierta. El intervalo de pelitas recubre areniscas fluviales con restos de vertebrados que
sugieren una edad Trisico Tardo, y donde an se ha hallado un ala de insecto, conchostracos y escamas de peces [Perez & Malabarba, 2002, Revista Brasileira de Paleontologia, 4:27-34]. La
insercin en la especie K. zalesskyi se caracteriza por poseer la mdula con 4-6 mm, lobulada, com
clulas esclerenquimticas aisladas o formando pequeos grupos irregulares y sin conexiones, la presencia de un xilema primario endarco, cuneiforme, y de un xilema secundario picnoxlico, sin
parnquima axial. A pesar de ser caracterstico en niveles del Prmico, su presencia en sur de Brasil y
la reciente identificacin del gnero en niveles del Jursico Medio del Rio Chubut, Argentina
[Gnaedinger & Cneo, 2009, Resumenes del XVI Simposio Argentino de Paleobotnica y Palinologa, http://www.xivsapp.com.ar] amplia el biocrn de este taxn y puede constituir una contribucin ms a
la correlacin de los niveles del Mesozoico inferior de la Cuenca de Paran con los de otras reas del
Gondwana sud-occidental. El contexto tectnico complejo de la porcin central de Rio Grande do Sul y el particular carcter de la flora de Faxinal do Soturno, sin restos de Dicroidium Gothan, es fuente de
alguna incertidumbre sobre la edad de los niveles y incentiva la continuidad del estudio de esta
paleoflora.
LEVANTAMENTO INICIAL DOS FSSEIS VEGETAIS DA FCIES IBICATU,
FORMAO TATU (PERMIANO) DO ESTADO DE SO PAULO
ARTUR CHAHUD* & SETEMBRINO PETRI
Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental - IGc/USP, arturchahud@yahoo.com; spetri@usp.br
- Paleontologia em Destaque n 63 - - Pgina 20 -
A regio entre os municpios de Leme e Araras, centro-leste do Estado de So Paulo, ocorre um
afloramento caracterizado pelo contato entre as formaes Tatu e Irati, ambas as unidades
pertencentes ao Permiano da Bacia do Paran. A fcies Ibicatu est no topo da Formao Tatu, caracterizada pelo contato erosivo com os siltitos e arenitos muito finos da base da mesma unidade,
em contato direto abrupto com os siltitos do Membro Taquaral da Formao Irati. um corte de
tamanho mtrico. A fcies apresenta estratificao cruzada e seu litotipo varia de conglomerados a brechas, em matriz de areia fina e clastos variando da granulometria seixo a calhau. Apesar de o
sistema deposicional ser de alta energia foi observado fsseis vegetais de grande porte. Fazendo parte
dos estudos envolvendo a relao de contato entre as Formaes Tatu e Irati, o objetivo deste trabalho a apresentao dos primeiros estudos de fsseis vegetais desta unidade geolgica. A localidade e os
fsseis so conhecidos desde meados dos anos de 1970, porm nenhum trabalho os ilustrou ou tentou
identific-los, sendo que todos apenas tinham finalidade geolgica ou estratigrfica. Os fsseis
coletados so todos lenhos de tamanhos variados, sendo que alguns observados em campo com dimenses prximas de 0,5 m, transportados e paralelos s camadas sedimentares; nenhum em posio
de vida. Todos os fsseis coletados so de Pteridophyta. Em primeira anlise, os exemplares coletados
podem ser atribudos aos gneros Tietea ou Psaronius. A ocorrncia de qualquer um destes gneros na fcies Ibicatu significa ampliao de suas distribuies estratigrficas na Bacia do Paran, pois Tietea
e Psaronius tinham sido observados anteriormente s na Formao Corumbata, de idade permiana
mais nova que Ibicatu. Futuramente, sero detalhados com preciso tais fsseis, avaliando a possibilidade de uma identificao mais refinada e tambm detalhes anatmicos. [* Bolsista FAPESP]
A TAFOFLORA DA JAZIDA DE CARVO DO FAXINAL: CONCEPES SOBRE O
PROCESSO TAFONMICO (FORMAO RIO BONITO, BACIA DO PARAN, RS)
ISABELA DEGANI-SCHMIDT*
PPG em Geocincias, UFRGS, RS, degani.schmidt@ufrgs.br
TATIANA PASTRO BARDOLA** Depto. Paleontologia e Estratigrafia, IG/UFRGS, RS, tatiana.bardola@ufrgs.br
MARGOT GUERRA-SOMMER PPG em Geocincias, UFRGS, RS, margot.sommer@ufrgs.br
A paleoflora preservada em um nvel de argilito de aproximadamente 10 cm de espessura, intercalado
a uma camada de carvo na jazida do Faxinal, Arroio dos Ratos, RS (Permiano Inferior da Bacia do Paran), composta majoritariamente por folhas, estruturas reprodutivas e sementes de
glossopterdeas e folhas de cordaites. Fragmentos de frondes filicides estreis, correspondentes
exclusivamente a Sphenopteris, ocorrem em baixa representatividade. Estudos prvios aceitavam uma origem detrtica para esta camada de argila, ento designada como stratotonstein. Com base nesta
interpretao, uma origem hipoautctone associada lenta sedimentao em ambiente lmnico, foi
proposta para a deposio horizontal e densamente empacotada das lminas foliares. Todavia, estudos
recentes comprovaram uma origem vulcnica para esse tonstein, modificando radicalmente a concepo sobre o processo tafonmico responsvel pela excelente preservao da paleoflora. Dessa
forma, o espectro composicional e a paleossucesso passam a ser explicados por processo
parautctone ocorrido em um estreito intervalo de tempo, considerado geologicamente instantneo, em ambiente relacionado deposio de cinza vulcnica. Devido rapidez e extenso do mecanismo
deposicional, eventos de disperso de cinzas vulcnicas por via area constituem-se em peculiares
processos sedimentares. Para a paleoflora geradora de turfa na jazida do Faxinal, esses efeitos originaram uma sucesso densa e horizontalizada de compresses foliares de plantas arborescentes que
corresponderiam ao estrato superior (Glossopteris spp. e Rufloria sp.) dispostas principalmente na
base do tonstein. Por outro lado, ramos muito delicados de frondes de Sphenopteris spp., que
corresponderiam ao estrato herbceo, ocorrem raramente, associados s pores superiores do tonstein. Processo semelhante inferido em tafoflora includa em tufos vulcnicos no Permiano
Inferior da Monglia, comparvel ao processo de deposio de fragmentos vegetais a partir da
precipitao de cinzas provenientes de atividade vulcnica no Mxico (El Chichn). [Projeto Universal CNPq n 471845/2007-8; *bolsista ps-graduao CNPq; **bolsista IC/CNPq].
- Paleontologia em Destaque n 63 - - Pgina 21 -
LENHOS FSSEIS DA BACIA JAMES ROSS, ANTRTICA ORIENTAL: RESULTADOS
TAFONMICOS PRELIMINARES
LUCIANO GANDIN MACHADO*
PPGeo., Depto. Geologia, IGEO, UFRJ, RJ, lucianogmachado@ufrj.br
RITA SCHEEL YBERT, MARCELO DE ARAUJO CARVALHO Lab. de Paleoecologia Vegetal, DGP, MN/UFRJ, RJ, scheelybert@mn.ufrj.br, mcarvalho@mn.ufrj.br
LUIS HENRIQUE PERREIRA BARROS PPGeo. do Quaternrio, DGP, MN/UFRJ, RJ, luis_lz@bol.com.br
A Bacia de James Ross contm uma das mais espessas e completas seqncias sedimentares
depositadas entre o Cretceo e o Palegeno do hemisfrio Sul. Este intervalo foi marcado por invernos
de dias curtos com perodos longos de escurido, e veres com iluminao solar contnua, associados a um clima relativamente ameno e umidade abundante caracterizando um paleoambiente nico. O
objetivo deste projeto realizar o estudo de lenhos fsseis coletados pela expedio do projeto
Prospeco de fsseis do Cretceo da Bacia de James Ross, Antrtica Oriental, durante o vero austral de 2006-2007, coletados nas Formaes Whisky Bay (Albiano-Coniaciano), Hidden Lake (Coniaciano-Santoniano) e na Formao Santa Marta (Santoniano-Paleoceno), na Ilha de James Ross.
Cerca de uma centena lenhos silicificados fazem parte deste estudo, depositados na Coleo de
Paleobotnica do DGP/MN/UFRJ. Os exemplares apresentam distintos graus de permineralizao e carbonificao: 1) lenhos totalmente carbonificados com quartzo e/ou calcednia preenchendo fraturas
e estruturas celulares; 2) lenhos permineralizados com carbonificao residual; 3) lenhos totalmente
permineralizados. Exemplares na transio entre carbonificao e permineralizao os cristais de quartzo megacristalinos destruram as estruturas celulares por preenchimento e rompimento, rosetas de
quartzo preservam no seu centro de crescimento ilhas de clulas bem preservadas, destruindo
quaisquer outras estruturas ao seu redor. O contato entre estas rosetas marcado por aglomerados
compactados de clulas carbonificadas. Nas Formaes Whisky Bay e Santa Marta h um predomnio de lenhos permineralizados (80%) enquanto que na Formao Hidden Lake os lenhos carbonificados
so maioria (70%). O predomnio de carbonificao ou permineralizao resulta em clulas bem
delimitadas, possibilitando definir os anis de crescimento, placas de perfurao, espessamentos e pontoaes nos traquedeos e elementos de vasos. O estudo dos lenhos fsseis da Bacia de James Ross
contribuir para o entendimento de um ecossistema sem analogia atual, que perdurou durante o final
do mesozico at o incio do cenozico, assim como, os processos tafonmicos envolvidos [*Bolsista
CNPq].
O NVEL TAFOFLORSTICO II, NO AFLORAMENTO DA FCIES ARGILA DE
PLANCIE DE INUNDAO (TRCM) DA FORMAO RIO CLARO, EM JAGUARINA
(SP)
MARIA APARECIDA DOS-SANTOS
Mestrado em Anlise Geoambiental / UnG, cidinha2004@terra.com.br
MARY E. C. BERNARDES-DE-OLIVEIRA* Laboratrio de Palinologia e Paleobotnica CEPPE/UnG e IGc/USP, maryeliz@usp.br
No Municpio de Jaguarina, SP, um afloramento da fcies argila de transbordamento em plancie de
inundao (Trcm) da Formao Rio Claro, situado margem esquerda (sentido Campinas Mogi Mirim) da rodovia SP-340, no km 136,5 (latitude 22 42 S e longitude 46 58 O) apresenta dois nveis tafoflorsticos distintos. Recentemente, o nvel I, situado prximo base do afloramento, em matriz de argilito amarelo claro com laminao incipiente, teve sua tafoflora analisada sob os aspectos:
taxonmico, paleoclimtico e de reconstituio paisagstica. Em seu registro foliar abundante, os
gneros descritos, anteriormente, foram: Elaphoglossum sp., Ocotea, Typha spp., Alternanthera sp., Garcinia sp., Leguminosites sp., Serjania, Aspidosperma,, Monocotylophyllum, M.sp e nove
Dicotylophyllum spp. Suas afinidades botnicas com espcies viventes permitiram fazer a
- Paleontologia em Destaque n 63 - - Pgina 22 -
reconstituio paisagstica da rea, na poca de deposio do nvel I, reconhecendo-se trs associaes de vegetao distintas: a primeira, que habitava corpos aquosos ou solos midos e
encharcados, est representada por Alternathera e Typha; a segunda, ripariana, que vivia em terrenos
inundveis anualmente, representada por Aspidosperma, Elaphoglossum e Ocotea e a terceira, que constitua bosque de terra firme (xeroftica), documentada por Garcinia, Leguminosites e Ocotea. Do
nvel II, situado cerca de 2 metros acima do primeiro, tambm constitudo de argilito amarelo claro com laminao incipiente plaquetas esbranquiadas, foram registrados apenas impresses foliares de Typha. Agora, nesse nvel, so identificados eixos caulinares delgados, longitudinalmente estriados,
com marcas de um a trs ns e de cicatrizes arredondadas de insero de ramos, situadas logo abaixo
dos ns. Assemelham-se a caules articulados de Equisetum Lineu, gnero monotpico da Famlia Equisetcea, com cerca de 25 espcies viventes. Equisetum reconhecido, no documentrio fssil,
desde o Palegeno, atravs de fsseis com preservao anatmica e embora, hoje, seja quase
cosmopolita, sua identificao torna-se duvidosa para registros fossilferos pr-pleistocnicos, quando
baseada apenas em impresses. Assim, usa-se o morfognero Equisetites Sternberg para designar espcimes neopaleozicos a quaternrios semelhantes ao gnero atual, com poucas feies
diagnsticas preservadas. Como h poucas feies no material estudado, a designao Equisetites
recomendvel. Trata-se de mais um elemento higroftico do nvel II ao lado de Typha, isto , participante da associao que vivia, provavelmente, nas reas da plancie de inundao de um
paleorio de Jaguarina. Seu transporte deve ter sido curto, dada a proximidade de seu habitat comum
junto margem de corpos aquosos e a ausncia de direo preferencial na bioestratinom
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