Perfil - RobertoSá Menezes

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Roberto Sá Menezes:

“a gente começou a se organizar para umvoo maior. Compramos uma casa perto doMartagão Gesteira (hospital em Salvador vol-tado ao tratamento infantil) e montamos umaestrutura nossa. Praticamente um hospitalpara crianças com câncer dentro do Marta-gão”, conta o economista.

Da união de amigos e doadores, o Gaccfoi se organizando até que surgiu a Coorde-nação de Voluntariado e a Secretária de Ge-rência administrativa Financeira. Mas nemsempre essa trajetória transcorreu sem so-bressaltos. Em dezembro de 1996, a empresaresponsável pela construção do prédio sededo Gacc faliu e a instituição foi descreden-ciada do SuS. “Passamos por uma experiên-cia horrível, a de não ter onde tratar os me-ninos”, recorda roberto.

Para evitar que as crianças ficassem sematendimento, o grupo recorreu a hospitais,como o São rafael, o roberto Santos e o Santoantonio, das obras Sociais Irmã Dulce. “Emmaio de 1997, assinamos um convênio com oHospital São rafael, para montar uma equipemédica de oncologistas pediatras”.

um ano depois, o próprio São rafael doouum terreno próximo ao hospital para que fosseconstruída a sede do Gacc. Como o grupo sótinha dinheiro para construir um único andar,foi necessário fazer um financiamento. robertoconta que foi ao BNDES e que a entidade, pelaprimeira vez, concedeu o maior financiamentoindividual com fundo social. a sede ficou pronta,e com a ajuda de um profissional de marketing,foi montado um esquema de captação de re-cursos para manter o projeto.

De acordo com roberto, o Gacc sempretornou público e de forma transparente tudo oque era feito pela entidade. E, com isso, con-quistou a simpatia e colaboração da sociedade.“Conseguimos um grau de confiança com a so-ciedade, que entendeu a nossa missão. Já aju-damos mais de 3.500 famílias”, comemora.

Hoje, o Gacc possui 52 apartamentos eoferece uma estrutura capaz de atender 130crianças por mês.

o resultado dos esforços de roberto SáMenezes e do grupo de abnegados que eleconseguiu reunir para a causa do câncer in-fantil é que, em 2013, o economista e funda-dor do Gacc, foi eleito provedor de uma dasinstituições filantrópicas mais antigas do país,a Santa Casa de Misericórdia da Bahia. l

“Otrabalho voluntário é impor-tante para a pessoa saber queestá sendo útil. Satisfaz a insti-

tuição, a ela e ao beneficiado”. assim pensa oeconomista baiano roberto Sá Menezes, queao passar por uma experiência que transfor-mou sua vida, resolveu fazer da tristeza forçae esperança.

Em 1988, um de seus filhos (ele é pai dedois), com então nove anos, foi diagnosticadocom câncer. No hospital em que o menino setratava, o economista passou a observar ascrianças pobres que vinham de cidades do in-terior baiano buscando tratamento, porém,não tinham onde se hospedar quando preci-savam permanecer na capital para realizaçãode exames. Como o Sistema Único de Saúde(SuS) demorava em atender, algumas criançasnão conseguiam esperar e não sobreviviam.

Diante desse triste cenário, roberto, queé natural de Salvador, juntou-se a amigos epais de crianças com câncer a fim de criar umlocal para que famílias que não tivessem comopagar o tratamento e a hospedagem na capi-tal pudessem ter seus filhos atendidos e me-dicados. Juntos, fundaram o Gacc (Grupo deapoio à Criança com Câncer) com a finalidadede não deixar que as crianças que tinhamchances de cura abandonassem o tratamento.

o Gacc, inicialmente, servia apenas comoponto de hospedagem e alimentação dospais e das crianças. Mas, ao perceber o au-mento do número de atendidos e a demandapor outros serviços, os fundadores viram anecessidade da criação de um gabinete odon-tológico e da oferta de transporte para loco-moção dos pacientes que moravam em cida-des do interior.

Texto Thaís BarcellosFotos Ita Kirsch

vida dedicada à causa do câncer infantil

20 Março’2014

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