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QUAL É A ESTRUTURA SOCIETÁRIA IDEAL?
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Vanessa Inhasz Cardoso
17/03/2015
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Há vários tipos de estruturas societárias possíveis;
Análise da realidade de cada empresa;
Objetivos dos sócios;
Objetivos do negócio;
Impactos/eficiência tributária;
Simplificação da estrutura x estrutura societária complexa;
Alteração da estrutura societária atual: fusão, incorporação, cisão
TIPOS SOCIETÁRIOS
Sociedade em conta de participação (SCP)
Não possui personalidade jurídica, porém estão obrigadas a ter inscrição no
CNPJ;
Não está sujeita às formalidades prescritas para a formação de outras
sociedades;
Contrato social não é registrado perante qualquer órgão público;
Características gerais:
Duas categorias de sócios:
sócio ostensivo – o qual obriga-se perante terceiros
sócio participante
A sociedade só existe entre os sócios, mas a sua existência pode ser
comprovada por terceiros por qualquer meio admitido em Direito.
TIPOS SOCIETÁRIOS
Sociedade em conta de participação (SCP)
Tratamento equiparado a pessoa jurídica;
Pode litigar em juízo;
Pode falir;
Responde com seu patrimônio antes que seja alcançado o patrimônio de
seus sócios;
Administração da sociedade é realizada pelo sócio ostensivo;
Sócio ostensivo é o único responsável perante terceiros;
A tributação dos resultados deve ser feita em nome do sócio ostensivo; e
Cabe ao sócio ostensivo a responsabilidade pela apuração e declaração dos
resultados da sociedade.
TIPOS SOCIETÁRIOS
Sociedade em conta de participação (SCP)
Principais objetivos/finalidades:
Segregar investimentos;
Baixa visibilidade para o sócio participante/investidor;
Maior proteção para o investidor;
Permite a realização do negócio sem burocracias e formalidades
TIPOS SOCIETÁRIOS
Sociedade de propósito específico (SPE)
Trata-se de uma sociedade organizada sob um tipo societário pré-existente
(Ex: S/A, Ltda.);
Não constitui novo tipo societário;
As SPEs surgiram juntamente com as Parcerias Público-Privadas (PPP’s).
Muito utilizadas por construtoras, incorporadoras, concessionárias de serviços
públicos;
Segregação do investimento;
Maior controle de cada negócio com administrações distintas para cada SPE;
TIPOS SOCIETÁRIOS
Sociedade de propósito específico (SPE)
TIPOS SOCIETÁRIOS
Consórcio
É uma associação entre empresas que, mantendo suas próprias
personalidades jurídicas, objetivam a realização de empreendimento em
conjunto;
Não possui personalidade jurídica.
Características gerais:
Pluralidade de empresas;
Independência entre as empresas;
Finalidade comum específica;
Não há a geração de nova pessoa jurídica;
Extinção do consórcio ao fim do empreendimento
TIPOS SOCIETÁRIOS
Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI
Criada pela Lei 12.441 – artigo 980-A do CC/2002;
Vigência a partir de 10 /01/2012;
Empresa constituída por uma única pessoa, titular da totalidade do capital social;
Capital social de no mínimo 100 salários mínimos;
Nome pode ser firma ou denominação, mas sempre acompanhado do termo
“EIRELI”;
O empresário somente poderá figurar em uma única EIRELI;
Regulada subsidiariamente pelas regras da Ltda.
• S/A x LTDA
S/A LTDA
Responsabilidade dos sócios Limitação ao valor das ações subscritas
Responsabilidade é solidária até a completa integralização do capital social. Após a responsabilidade é limitada a participação de cada sócio no capital social.
Estrutura Maior complexidade Maior simplicidade
Publicidade dos atos Obrigação de publicação de balanços e demonstrações financeiras
Não está obrigada a publicar balanços e demonstrações financeiras (confere maior privacidade ao negócio)
Retirada de sócios
Exclusão de minoritários por controlador não é permitida e as hipóteses de retirada de sócio minoritário por dissenso estão expressamente previstas na Lei das S/A
Qualquer sócio pode retirar-se da sociedade mediante notificação aos demais sócios e o sócio controlador pode excluir sócios minoritários do quadro social, quando tal situação esteja expressa no contrato social
Circulação de cotas Não aplicável
Há possibilidade de se estabelecer limites à circulação de cotas (vedação da entrada de herdeiros no quadro social no caso de sucessão, respeito à meação nos casos de separação, etc)
Distribuição desproporcional de lucros
Possibilidade de criação de classes distintas de ações com previsão de direitos políticos (voto), patrimoniais e de fiscalização distintos.
O contrato social pode prever que os lucros serão distribuídos entre os sócios em proporção diferente da sua participação societária.
Voto Voto por cabeça, de acordo com a participação social (regra geral)
Possibilidade de limitação ou restrição do direto de voto – Classes de ações (preferenciais/ordinárias)
SOCIEDADE POR AÇÕES X SOCIEDADE LIMITADA
UTILIZAÇÃO DA HOLDING NAS ESTRUTURAS SOCIETÁRIAS
O que é uma holding?
De modo geral, é aquela que detém participação em outras sociedades, como
cotista ou acionista.
É uma sociedade formalmente constituída, com personalidade jurídica, cujo
capital social, ou ao menos parte dele, é composto por participação societária
em outras empresas (artigo 2º da Lei 6.404/76 – Lei das S/A)
O objeto social da holding (atividades que irá desenvolver) deve ser definido
de modo preciso e completo no estatuto/contrato social, prevendo, inclusive, a
participação em outras sociedades para evitar possível questionamento de
desvio de objeto.
Objetivos:
Planejamento societário, sucessório e tributário
Societário: Flexibilidade na estrutura; administração da sociedade operacional
Sucessório: Regulação do relacionamento entre os familiares, preservando a
sociedade operacional de eventuais conflitos familiares e assegurando a continuidade
e prosperidade da empresa;
Tributário: Possibilidade de maior eficiência tributária; cadeia de empresas, Brasil e
exterior – utilização de tratados para evitar a dupla tributação
Possibilidade de redução do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação
(ITCMD),
Imposto de Renda menor sobre as receitas apuradas dentro da holding (aluguel,
venda de imóveis);
Isenção do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) no caso de holding
imobiliária, desde que atendidos os critérios estabelecidos na legislação;
Possibilidade de redução do IR em estruturas com holdings no exterior em países
com os quais o Brasil seja signatário de tratados;
UTILIZAÇÃO DA HOLDING NAS ESTRUTURAS SOCIETÁRIAS
Objetivos:
Centralizar e consolidar as decisões de controle com maior força jurídica,
evitando a pulverização de investimentos, pois a sua dissolução é mais
complexa e a sua duração é por tempo indeterminado;
Acordo de cotistas irá definir os principais procedimentos da holding no que se
refere a:
Exercício do voto
Venda de ações
Direito a informações e transparência
Solução de divergências
UTILIZAÇÃO DA HOLDING NAS ESTRUTURAS SOCIETÁRIAS
TIPOS DE HOLDING
Pura: administra participações em sociedade(s) operacional(is), com o objetivo
de unificar o controle da sociedade(s) filha(s) ou mera participação sem deter o
controle;
Mista: administra participações em sociedade(s) operacional(is) e tem atividade
operacional própria;
Empresarial: exercício de qualquer tipo de atividade empresarial (industrial,
comercial, prestação de serviços)
Imobiliária: administra bens imóveis;
Patrimonial: administra patrimônio de um modo geral, móvel e imóvel
Holding
Fundador
(Sócio)
Patrimônio / Bens Imóveis / Móveis pessoais do sócio
integralizar
CASOS PRÁTICOS
Exemplo 1 – Holding imobiliária
ITBI – não incidência,
requisitos
• Receita holding
- Aluguel – 14.53%
- Venda de estoque –
6,73%
- Venda de ativo – 34%
CASOS PRÁTICOS
Holding
Sócio Fundador
Herdeiro 1 Herdeiro 2 Herdeiro 3
Doação de quotas
Distribuição de
dividendos isenta
ITCMD na doação de quotas – 4% (SP) x dos bens alíquotas maiores em
razão de cada bem estar em 1 Estados
Doação sob o mesmo valor constante da declaração de IRPF x valor de
mercado
Exemplo 1 – Holding imobiliária
CASOS PRÁTICOS
Holding
Empresa A Empresa B Empresa C
Exemplo 2 – Divisão de negócios
PF
Holding
Empresas A, B e C
PF
Cautela com o propósito unicamente fiscal da operação
Análise dos custos envolvidos na segregação do negócios x eficiência
comercial e tributária
Simplificação da estrutura x estrutura mais complexa
CASOS PRÁTICOS
Holding
Exemplo 3 – Empresas no exterior
Holding
Empresa BR
Cautela com o propósito unicamente fiscal da operação
Análise dos custos envolvidos na incorporação de empresas no exterior x
eficiência comercial e tributária
Simplificação da estrutura x estrutura mais complexa
Benefício dos Tratados firmados pelo Brasil
Exterior
Brasil
Holding-
Sócio A
Holding-
Sócio B Família X Família Y
Empresa
O Objetivo é permitir a sucessão dentro da própria Holding e isolar eventuais disputas da família, evitando que estes conflitos contaminem a gestão da Empresa. Do ponto de vista tributário, a estrutura permite planejamentos diferenciados para cada família.
Exemplo 4 - Criação de Holdings por Estirpe
CASOS PRÁTICOS
Holding X Holding Y
Sócio X Sócio Y
Empresa
(Operação)
Exemplo 4 - Criação de Holdings por Estirpe
Herdeiro 1 Herdeiro 2 Herdeiro 3 Herdeiro 1 Herdeiro 2
Doação de quotas
Doação de quotas
Reserva de usufruto
Reserva de direitos societários (voto)
Demais cláusulas que preservem direitos
CASOS PRÁTICOS
Holding-
Sócio A
Sócio A
Empresa
(Operação)
Exemplo 5: Criação de Holdings por Estirpe
Herdeiro 1 Herdeiro 2 Herdeiro 3
A Holding terá por ativo a participação societária na
empresa operacional
O valor para este efeito será o constante do contrato social da Empresa Operacional (muitas vezes, desatualizado e que não reflete o valor da empresa).
Em caso de doação ou sucessão causa mortis o imposto será recolhido sobre o Patrimônio Líquido da Holding e NÃO sobre o Patrimônio Líquido da Operacional.
Distribuição de dividendos isenta
Distribuição de dividendos isenta
CASOS PRÁTICOS
CASOS PRÁTICOS
Considerando os exemplos citados e os conceitos
apresentados, gostaria que vocês discutissem se
acham que a estrutura atualmente utilizada em suas
empresas é a mais adequada para o
negócio/interesses dos sócios a médio/longo do prazo
ou vocês acham que há espaço para uma
reestruturação societária? Em caso positivo, quais as
sugestões de alteração?
OBRIGADA!
vanessa.cardoso@limajunior.adv.br
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