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7/26/2019 Recuperao Ambiental
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ESTUDANDO: GESTOAMBIENTAL
Recuperao Ambiental
Objetivo
O objetivo desse captulo analisar o incio dos procedimentos de recuperao ambiental no Brasil e a sua evolu
at aos dias atuais. Dessa forma, pretende-se justificar a sua necessidade e os principais passos que devero s
observados para o seu sucesso. Objetiva tambm:
Conhecer metodologias para a identificao dos estdios de degradao e ferramentas para o seu diagnsticmonitoramento;
Verificar a interligao e a interdependncia entre os recursos naturais e os aspectos scio-econmicos nprocedimentos de recuperao;
Visualizar a importncia da interdisciplinaridade nas pesquisas relacionadas recuperao ambiental; ePrever e antecipar a elaborao da implantao de sistemas de gesto ambiental que permitam a sua efetividad
e durabilidade ao longo do tempo.
Introduo
Os conhecimentos atuais ainda so tnues em relao necessidade de se desenvolver uma nova ordem, pa
sobreviver e prosperar no sculo XXI. As notcias ruins so que os problemas com os ecossistemas da Terra, tan
hoje como no futuro, so enormes. O esprito empreendedor humano realmente desenvolveu um risco considerv
para o planeta. As boas notcias so que as oportunidades atuais so imensamente maiores. Para desenvolv-las ecolh-las, precisa-se propor mudanas importantes nos modelos de educao, de produo e de gesto.
De acordo com CASTELLS (1999), as grandes empresas passaram a incluir as questes ambientais como u
componente rotineiro do seu negcio. Porm, adverte: a maioria dos problemas ambientais persiste, posto que se
tratamento requer uma transformao nos meios de produo e de consumo, bem como de nossa organiza
social e de nossas vidas pessoais.
Para BERNARDES e FERREIRA (2003), vale ressaltar alguns eventos internacionais que envolvem a poltic
ambiental e a tomada de conscincia sobre a importncia deste assunto em nvel global. O desastre ocorrido
Baa de Minamata, no Japo, detonou a solicitao sueca para uma reunio mundial com vistas ao modelo
desenvolvimento e s questes ambientais. Foi realizada em Estocolmo, em 1972, a Conferncia das Naes Unidasobre o Meio Ambiente, que teve como ponto marcante a contestao s propostas do Clube de Roma sobre
crescimento zero para os pases em desenvolvimento. Porm, ficou reconhecido por toda a comunidad
internacional, em funo de comprovaes cientficas, a vinculao entre desenvolvimento e meio ambiente, send
aceita a considerao que responsabilidade majoritria dos pases desenvolvidos a contaminao do plane
Foram criados programas e comisses importantes tais como o Programa das Naes Unidas para o Meio Ambie
(PNUMA) e a Comisso Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD), estabelecendo o assu
definitivamente na agenda e nas discusses da ONU. A mais importante reunio, depois de Estocolmo, foi
Conferncia de Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO 92), que promoveu definitivamente a internacionalizao d
proteo ambiental e das questes ligadas ao desenvolvimento, como tambm a necessidade de recuperao
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reas degradadas.
Dessa forma, em vista de novos nveis de prosperidade - que podem ser sustentados econmica, ecolgica
socialmente - conquista-se crescentemente maior nmero de pessoas em seu servio. Entretanto, para atingir tai
objetivos, faz-se necessrio a) assumir novas estratgias; b) estabelecer compromissos mais fortes; e c) investir e
trabalhos que evidentemente so difceis, como intensificar as pesquisas para aprender mais sobre recuperao
gesto ambiental.
Percebe-se, ao longo dos ltimos 30 anos, nos pases desenvolvidos e no Brasil, que a qualidade e quantidade
reas degradadas recuperadas tm sido significativamente aperfeioadas. A sociedade expressa sua determina
exigindo e fiscalizando o fim de prticas industriais e de uso do solo e da gua que causem degradao ambient
em longo prazo, por meio de numerosos regulamentos federais, estaduais e locais. A indstria, aos poucos, ve
aceitando a responsabilidade para a mitigao dos impactos negativos e a recuperar danos causados aos sistem
ambientais. Resultados bem sucedidos de recuperao esto sendo divulgados mensalmente em jornais, revist
TV e pela internet. Infelizmente, algumas concepes erradas ainda persistem, relativas a abusos ambienta
praticados por alguns setores das atividades produtivas, baseadas em hbitos do passado (TOY e DANIELS, 199
TOY et al., 2002; GRIFFITH, 2002).
Alm das exigncias legais, da cobrana da sociedade civil organizada e do acmulo de pesquisas e resultados
experincias, a melhoria dos procedimentos de recuperao pode ser responsabilizada por avanos em: 1) mtodode avaliao de impactos ambientais; 2) planejamento da recuperao; 3) projeto de equipamentos; e 4) materiai
disponveis, incluindo produtos de controle de eroso, variedade de sementes e tcnicas de revegetao; e 5) os
sistemas de gesto ambiental. A avaliao de impactos ambientais e o planejamento da recuperao tm
beneficiado a expanso de bancos de dados e refinamentos de modelos hidrolgicos, geomrficos e de engenharia
A evoluo da computao facilitou a eficincia destes modelos e a acessibilidade a banco de dados. Emergiu um
mercado para equipamento especializado, com o fato do tema recuperao ter-se tornado operao padro no
negcios rotineiros de vrias indstrias (MEYER e RENARD, 1991; TOY e DANIELS, 1998).
A partir da crescente mobilizao mundial por um novo modelo de desenvolvimento, fez com que as novas poltic
ambientais trouxessem um significativo apoio s pesquisas na rea de recuperao ambiental. Atualmente, vri
grupos tm contribudo nesse sentido, em nvel internacional, tais como: a) as seguradoras, b) organisminternacionais, como a Organizao das Naes Unidas (ONU), o Banco Mundial (BIRD) e o Banco Interamericano d
Desenvolvimento (BID); e c) as Organizaes No-Governamentais (ONGs).
Porm, para que ocorra o sucesso da recuperao ambiental de forma eficiente e duradoura, esta no pode s
assumida como um fato isolado, valendo-se de solues bem-intencionadas, mas que na verdade visem auferir lucr
ou apenas resposta imediata para atender o desejo do empreendedor e satisfazerem s exigncias do rgo
ambiental fiscalizador. O pensamento sistmico, teoria que mostra um novo tipo de pensar e de relaes que s
interagem e integram-se, mostra que a adoo de solues sintomticas gera outros efeitos adversos n
considerados anteriormente. Dessa forma, observa-se que o processo de recuperao ambiental complex
exigindo tempo, recursos e conhecimento dos diversos fatores que compem ou podem interferir na rea a
recuperada. Devem ser includos os diversos atores sociais afetados ou envolvidos na rea direta e indiretament
afetada, considerando seus valores e interesses. Assim, a etapa inicial do planejamento do projeto de recupera
ambiental, permitir que seja conhecida a amplitude do problema ambiental para o qual este projeto ser destinado
Neste ponto, dever ser traado o plano de recuperao com os objetivos de mdio e longo prazo, bem definido
coerente com a realidade. Deve-se considerar as externalidades e a totalidade das relaes fsicas, biolgica
polticas, scio-econmicas, tecnolgicas e culturais da rea na qual o projeto est inserido (NARDELLI
NASCIMENTO, 2000).
Contudo, observa-se, e h que se considerar, que leis podem ser incuas caso no seja trabalhada a educa
ambiental nas comunidades com respeito s suas diversidades culturais; alm da efetiva conscientizao d
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dirigentes, na tomada de deciso para novas polticas pblicas, que devem exigir, entre outros: a) o licenciament
ambiental para a implantao de qualquer atividade passvel de produzir poluio/degradao; b) maior rigor n
fiscalizao; c) ampliao no monitoramento das atividades produtivas; d) a educao ambiental; e e) a implanta
de sistemas de gesto ambiental integrada com a comunidade.
Definies e objeti v os da recuper ao ambiental
Defini-se rea degradada ou ecossistema degradado , como aquele que, aps distrbio, teve: a) eliminado
juntamente com a vegetao nativa, os seus meios de regenerao bitica como banco de sementes, banco d
plntulas, chuva de sementes e rgos ou partes que possibilitem a rebrota, inclusive com a perda da camada f
do solo; b) a fauna destruda, removida ou expulsa; e c) a qualidade e regime de vazo do sistema hdrico alterado
Nessas condies, por apresentar baixa resilincia, ocorre a degradao ambiental devido a perda de adaptao
caractersticas fsicas, qumicas e biolgicas. Nesse caso, o seu retorno ao estado anterior pode no ocorrer ou
extremamente lento, tornando necessria a ao antrpica para a recuperao desses ecossistemas e possibilitar
restabelecimento do desenvolvimento scio-econmico. Ecossistema perturbado aquele que sofreu distrbio, m
manteve meios de regenerao bitica. A ao humana no obrigatria, sendo necessrio somente auxiliar n
recuperao do ecossistema perturbado, pois a natureza pode se encarregar da tarefa. Em ecossistem
degradados, a ao antrpica para a recuperao quase sempre necessria (CARPANEZZI et al., 1990; IBAMA
1990).
A definio proposta pelo IBAMA (1990) para recuperao de rea degradada, resume: recuperao significaqu
o local degradado ser retornado a uma forma de utilizao de acordo com o plano preestabelecido para o uso d
solo. Implica que uma condio estvel ser obtida em conformidade com os valores ambientais, econmicos
estticos e sociais da circunvizinhana. Significa, tambm, que o stio degradado ter condies mnimas d
estabelecer um novo equilbrio dinmico, desenvolvendo um novo solo e uma nova paisagem.
De acordo com GRIFFITH et al. (2000), a recuperao de reas degradadas (RAD), ou recuperao ambienta
(RA), um conjunto de aes planejadas e executadas por especialistas de diferentes reas do conhecimen
humano, que visam proporcionar o restabelecimento da auto-sustentabilidade e do equilbrio paisagsti
semelhantes aos anteriormente existentes, em um sistema natural que perdeu essas caractersticas. As pesquisa
em recuperao ambiental tm enfocado tanto os problemas decorrentes das atividades agropecurias, floresta
minerrias, construo civil, urbanizao e industrializao, como aqueles decorrentes de processos naturais, ta
como enchentes, incndios, secas, dilvios e atividades ssmicas.
Mediante a atual situao de degradao, com srias implicaes scio-econmicas e em face de uma emergent
conscincia ambiental, alm das exigncias legais, existe a presso da sociedade para que sejam recuperad
reas degradadas com vistas sua reabilitao ao processo produtivo. Entretanto, a recuperao de um
ecossistema no deve ser confundida com aes superficialmente similares que visem outros fins. Devem trabalhados tanto seus componentes (plantas, animais, fatores biticos) como seus servios ou funes (pap
hidrolgico, esttico, etc.) (GRIFFITH, 2002).
Portanto, para que esses procedimentos sejam duradouros, os objetivos de um projeto de recuperao ambiental,
partir de um amplo levantamento, devem considerar alm dos aspectos tcnicos e legais, tambm, os aspec
ambientais, sociais, culturais, econmicos e ticos. A partir dessa anlise, o ambiente passa a ser avaliado de
forma que possam ser geradas informaes a respeito de suas caractersticas anteriores ao processo d
degradao - cenrio pr-degradao, as quais podero fornecer importantes informaes sobre o potencial d
recuperao do ambiente, no cenrio ps-degradao (NASCIMENTO, 2001).
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Tambm, deve-se considerar a avaliao temporal, posta tratar-se de uma das premissas bsicas para a elabora
de programas de recuperao e manejo de ecossistemas. Nela, busca-se identificar os principais fatore
impactantes, as conseqncias e a magnitude, onde seja possvel diagnosticar e traar um modelo preditivo.
Devido ausncia de banco de dados e s diferenas metodolgicas que permitissem uma comparao tempora
espacial, entre outras limitaes, GRIFFITH (2001) cita que no incio das atividades de recuperao o custo era alto
e o sucesso aparentemente difcil de ser alcanado, alm de que muitos a consideravam desnecessria. Talvez pel
fato, na maioria dessas reas, restasse condies ecolgicas to adversas que muitos produtores achavam que n
havia a mnima condio de serem recuperadas. Houve muita experimentao e criatividade multidisciplinar, existindatualmente tcnicas bem desenvolvidas.
A estabilidade de um sistema depende de uma interao complexa entre produo, consumo e ciclagem de gase
solutos e lquidos. Em um sistema natural, duas caractersticasso particularmente importantes para a avalia
de um processo de degradao - a capacidade de s uport e e a biodiv ersidade (DIAS, 2003a):
a) Capacidade de suporte - pode ser definida como a densidade mxima terica que um determinado sistema
capaz de sustentar, considerando tanto o nmero de espcies como o volume de biomassa; e
b) Biodiversidade - pode ser definida como o nmero e a abundncia relativa de espcies existentes. Em u
conceito mais amplo, pode-se dizer que o conjunto das variaes de base gentica que ocorre em todos os nveis
de vida, desde as variaes dentro de uma nica populao, at as variaes existentes em todas as comunidad
de todos os ecossistemas do mundo. Segundo ODUM (1988), a capacidade de resilincia est relacionada
diversidade biolgica.
Quanto maior for o tamanho e a complexidade estrutural do ecossistema, a tendncia que maior seja a su
biodiversidade. Aps a ocorrncia de estresse em um determinado ecossistema, quanto maior for a sua base d
informaes genticas, maior ser a sua chance da manuteno da estrutura anterior e do funcionamento d
sistema de maneira igual ou semelhante pr-degradao, principalmente devido sua capacidade de produo d
biomassa (ODUM, 1988).
Quando o nvel de nutrientes ou de energia de um sistema sofre uma alterao excessiva, a estabilidade do sistema
afetada, no retornando at que um novo equilbrio seja atingido, naturalmente ou pela ao do homem
(KOBIYAMA et al., 2001).
Procedimentos para o sucesso d a recuperao
O sucesso da recuperao depende de uma srie de fatores especficos para cada uma das atividades impactante
e dos problemas locais existentes, respeitadas as suas caractersticas j definidas. reas de minerao
principalmente, por provocarem impactos de significativa importncia e magnitude, talvez sejam as mais complexapara procedimentos de recuperao.
Assim, sero demonstrados por meio de um Estudo de Caso, os passos que devero ser observados para
recuperao de uma rea degradada pela minerao.
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