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RUSSELLRUSSELL
TEORIA DAS DESCRIÇÕESTEORIA DAS DESCRIÇÕES
Russell, como Frege, sustenta o realismo Russell, como Frege, sustenta o realismo platônico para os objetos da matemática:platônico para os objetos da matemática:
NúmerosNúmerosClassesClassesRelações Relações
Têm existência independente do Sujeito e da experiência
Frege:Frege: Expressões como:Expressões como:
Estrela da manhãEstrela da manhã A estrela vespertinaA estrela vespertina
Indicam o planeta Vênus (o mesmo objeto) mesmo significadoIndicam o planeta Vênus (o mesmo objeto) mesmo significado Dizem coisas diferentes, apresentam “sentidos” diferentes.Dizem coisas diferentes, apresentam “sentidos” diferentes.
Que objeto essas expressõesSignificam?
Distinção Distinção • Sentido = Conotação = intensão – o
que se diz de um objeto• Significado = denotação = extensão –
o objeto do qual se fala.
– Observação:• As duas expressões têm o mesmo significado
ou denotação, isto é, indicam o mesmo objeto.• Ao passo que o seu sentido ou conotação, isto
é, o que dizem desse objeto, é diferente.
Meinong:
• Expressões como:– “A montanha de ouro não existe”– “O círculo quadrado não existe”
• Mas, como pode uma proposição ser verdadeira e ter ‘significado’ se ela se refere ao nada?– Deve haver algum ‘sentido’ em que exista tanto as
montanhas de ouro como os círculos quadrados;– Deve-se admitir que pelo menos como construto
mental tais objetos existem.
São proposiçõesVerdadeiras? Sim!
Russell propôs uma análise que visava a fazer desaparecer tais expressões:
• Ao invés de dizer:Ao invés de dizer:– A montanha de ouro não existeA montanha de ouro não existe– Não há nenhuma entidade que, ao mesmo Não há nenhuma entidade que, ao mesmo
tempo, seja de ouro e seja montanhatempo, seja de ouro e seja montanha• Tal análise elimina a locução ‘uma montanha de Tal análise elimina a locução ‘uma montanha de
ouro’ e, conseqüentemente, elimina também ouro’ e, conseqüentemente, elimina também qualquer razão de crer que o objeto por ela qualquer razão de crer que o objeto por ela indicado tenha algum tipo de existência.indicado tenha algum tipo de existência.
Vejamos as inversões:
• A proposição: – “O atual rei da França é calvo”, torna-se: nem sempre
é falso que x é agora rei da França e que x é calvo e que y seja sempre verdadeiro que, se y é atualmente rei da França, y é idêntico a x.
• A proposição:– Jorge IV queria saber se Scott era o autor de Waverly
se transforma em Jorge IV queria saber se um e somente um homem escrevera Waverly e se Scott era esse homem.
Russell
• Principia Mathematica: (obra de 1905)– Distingue:
• Descrições indefinidas ou ambíguas– Um homem– Alguém que caminha
• Descrições definidas– O primeiro rei de Roma– O assim e assado
– Observação:• Russell pensa ter eliminado os paradoxos metafísicos da
existência e os paradoxos dos não-existentes.
Strawson contra Russell:• Afirma ele:
– “Nem as regras aristotélicas nem as de Russell dão a lógica exata de algumas expressões da linguagem comum, porque a linguagem comum não tem lógica exata”.
• Afirma ainda nas pegadas dos segundo Wittgenstein:– “Eu explico e ilustro as convenções que governam o uso da
expressão. Isso é dar o significado da expressão. E é bem diferente de dar (em qualquer sentido) o objeto ao qual ela se refere: com efeito, a expressão em si não se refere a nada, ainda que em ocasiões diversas, possa ser usada para se referir a inumeráveis coisas”.
Teoria das descrições:
• Afirma em sua essência que as expressões denotativas são incompletas
• Isto é, são incapazes de ter significado por si sós
• Se distinguem dos nomes próprios (que, tomados isoladamente, têm significado).
• Conhecimento de fato:– Um conhecimento por experiência direta, em que não
intervém nenhum processo dedutivo ou inferencial;– É o conhecimento dos dados sensoriais, da memória,
da introspecção e dos universais, ou conceitos.• Conhecimento descritivo:
– Ocorre quando, dada certa descrição, sabemos que existe um objeto, e não mais que um, que possui determinada propriedade e é o conhecimento dos nomes comuns e dos nomes próprios;
– Uma proposição que contenha descrições deve poder ser reduzida inteiramente a termos dos quais temos conhecimento direto;
– A importância do conhecimento por descrição reside na possibilidade que este nos oferece de ultrapassar os limites da experiência pessoal.
Russell X WittgensteinSegundo Wittgenstein
• Qual a relação que a linguagem deve ter com os fatos?
• Há conhecimento válido?• Não devemos esquecer que o objetivo das
palavras é o de se ocupar de coisas diferentes das palavras.
Acusações de Russell contra a filosofia analítica
• A filosofia analítica pratica o culto ao uso comum da linguagem, (na verdade os filósofos analíticos consideram a linguagem comum como o banco de provas de qualquer outra linguagem
• A filosofia analítica ao invés de buscar o sentido das coisas e da realidade, ela se ocuparia de modo estéril com o sentido das palavras.
4.Russell e o ataque ao segundo Wittgenstein:
• vejamos o que afirma o próprio Russell: – “O primeiro Wittgenstein, que eu conhecia
intimamente, era homem dedicado intensa e apaixonadamente ao pensamento filosófico, profundamente consciente dos difíceis problemas de que eu, como ele, percebia a importância e de posse (pelo menos eu assim pensava) de verdadeiro gênio filosófico. O novo Wittgenstein, ao contrário, parece ter cansado de pensar seriamente e parece ter inventado uma doutrina capaz de tornar essa atividade desnecessária. Não creio, sequer por um instante, que uma doutrina que tem essas melancólicas conseqüências seja verdadeira”.
E um pouco mais adiante continua nosso filósofo:
• “Pelo que eu entendi, a doutrina consiste em sustentar que a linguagem da vida cotidiana, com as palavras usadas em seu significado comum, basta para a filosofia, pois esta não teria necessidade de termos técnicos ou de mudanças de significado nos termos comuns. Não consigo absolutamente aceitar essa opinião. Sou contrário a ela: – a) porque é insincera; – b) porque é suscetível de desculpar a ignorância da
matemática, da física e da neurologia naqueles que tiveram somente uma educação clássica;
– c) porque é apresentada por alguns com o tom de cerimoniosa retidão, como se a oposição a ela fosse pecado a democracia;
– d) porque torna esmiuçada e superficial a filosofia; – e) porque torna quase inevitável a perpetuação entre os
filósofos daquela atitude confusa que eles retomaram do senso comum”.
Porque Russell ataca a análise filosófica:
• Porque considera que ela significa a exclusão de toda linguagem técnica;
• Porque a filosofia que nela se faz parece uma disciplina desprovida de relevância e de interesse;
• Critica a filosofia analítica por se interessar mais pelo sentido dos discursos do que por sua veracidade.
Escreve ele:• “Quando jovem, eu possuía um relógio do qual
se podia tirar o pêndulo. Percebi que, sem o pêndulo, o relógio andava muito mais depressa. Se o objetivo fundamental de um relógio é o de funcionar, era preferível retirar o pêndulo. Ele não podia mais apontar a hora, mas isso não teria importância, se se conseguisse aprender a ser indiferente ao passar do tempo. Pois a filosofia lingüística, que se ocupa da linguagem e não do mundo, é como um menino que prefere o relógio sem o pêndulo porque, embora não aponte mais a hora, funciona com maior facilidade e um ritmo bem mais divertido”.
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