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A22 Metrópole QUINTA-FEIRA, 12 DE JUNHO DE 2014 O ESTADO DE S. PAULO

Portal. Confira oblog da repórterGiovana Girardi

estadao.com.br/e/giovanagirardi

Herton Escobar

A árvore australiana que carre-ga o DNA da indústria de papele celulose no Brasil agora temseu genoma sequenciado, anali-sado e impresso nas páginas da

revista britânica Nature. Maisde 80 pesquisadores, em novepaíses, contribuíram para sole-trar e investigar as 640 milhõesde letras químicas que com-põem os 11 cromossomos do eu-calipto, a árvore mais plantadano mundo para produção de ma-deira, óleos, fibras e energia.

O genoma da planta, assim co-mo no caso do genoma huma-

no, é apresentado como umaferramenta básica de pesquisa,essencial para o entendimentode sua fisiologia e da maneiracomo ela interage com o am-biente. Algo como um manualde instruções, que os cientistaspodem consultar para enten-der como aquele organismo fun-ciona e como ele pode ser modi-ficado, por exemplo, para pro-

duzir mais celulose ou resistirmelhor a doenças.

Uma boa parte do DNA doprojeto é brasileiro. Não só porcausa dos pesquisadores, mastambém da árvore que foi se-quenciada: um eucalipto deuma fazenda da Suzano em Ita-petininga, no interior paulista,batizado de BRASUZ1.

O resultado é um genoma “ex-

tremamente completo e muitobem montado”, nas palavras dopesquisador Dario Grattapa-glia, da Embrapa Recursos Ge-néticos e Biotecnologia, que éum dos autores principais datrabalho. “Com isso em mãos,podemos planejar experimen-tos que antes nem pensávamosem fazer”, diz.

O Brasil é o maior produtorde celulose e referência mun-dial em tecnologia de eucalipto,“mas ainda há muito o que me-lhorar”, destaca o cientista.

Um pescador foi resgatado on-tem depois de passar dois diasem cima de uma árvore onde su-biu para se salvar da cheia doRio Piquiri, no Paraná. Ontemtambém foi registrada a 12.ªmorte por causa das chuvas que

atingem o Estado desde o fimde semana e que afetaram492.552 pessoas. A morte ocor-reu em União da Vitória.

O pescador Josias Camilo daGraça, de 52 anos, havia saídode um município vizinho a Fran-cisco Alves para pescar na IlhaTapejara. A correnteza levousua barca e inundou rapidamen-te a ilha. Graça foi resgatadosem ferimentos graves.

Segundo a Defesa Civil do Es-tado, o prejuízo com as chuvaspode chegar a R$ 1 bilhão. O go-

verno federal anunciou a libera-ção de mais recursos, chegandoa R$ 346,83 mil – o primeiroanúncio indicava R$ 140 mil pa-ra o Estado. As chuvas aindacontinuam em algumas regiões,e o número de desabrigados es-tá em 4.698 – outros 25.735 mo-radores dos 144 municípios atin-gidos estão desalojados.

Estável. Em Santa Catarina, su-biu para 42 o número de municí-pios atingidos pelas chuvas, ape-sar do tempo estável. Mais de130 mil pessoas foram afetadas– 20 mil estão desalojadas oudesabrigadas. O Estado teveduas mortes. / TOMAS PETERSEN e

JULIO CESAR LIMA, ESPECIAIS PARA

O ESTADO, COM EF

Pescador é resgatadoapós 2 dias em árvore

Cientistas sequenciam genoma do eucalipto

● A Lista Vermelha lançada hojepela União Internacional para aConservação da Natureza(IUCN) trouxe o tatu-bola comoum dos destaques das espéciesameaçadas no mundo. “Acredita-se que a espécie sofreu uma re-dução de mais de um terço nosúltimos 10 ou 15 anos por causada perda de 50% do hábitat”, es-crevem. Foram avaliadas 73.686espécies de fauna e flora; 22.103foram consideradas ameaçadasem algum grau: vulnerável, emperigo, ou criticamente ameaça-da. A IUCN traz um alerta paraos lêmures, tipo de primata deMadagascar, com 90% das espé-cies ameaçadas de extinção. Pe-la 1ª vez a enguia japonesa apare-ce como “em perigo”. /G.G.

DIVULGAÇÃO/ DEFESA CIVIL

NA WEB

Mascote da Copa,tatu-bola está emrisco de extinçãoFrágil e sem nenhum tipo de proteção contra a caça, mamífero éconsiderado ‘vulnerável’ pela perda de quase metade da Caatinga

Redução pode tersido de 1/3 em 15anos, diz ONG

Sobrevivente. Pescador não teve ferimentos graves

Ele foi surpreendido porcheia de rio no Paraná,que registrou a 12ª mortepor causa das chuvasdesde o fim de semana

Giovana Girardi

Ele foi escolhido como mas-cote da Copa do Mundo noBrasil por ter a capacidade dese transformar em uma boli-nha, mas essa característicado tatu-bola acaba funcionan-do como um gol contra a espé-cie se o time adversário queele encontrar pela frente forde seres humanos.

Toda vez que se assusta, emvez de correr em disparada oucavar um buraco, como outrostatus, o bola se enrola dentro deuma dura carapaça. O que aolongo da evolução foi uma exce-lente estratégia para evitar amaioria dos predadores, no con-

vívio com humanos, porém, fazcom que ele seja facilmente pe-go pelas mãos por caçadores.

O mamífero aparece como“vulnerável” na Lista Vermelhade espécies ameaçadas de extin-ção divulgada hoje pela UniãoInternacional para a Conserva-ção da Natureza (IUCN).

A categoria é a de menor riscoda entidade. Mas pesquisado-res brasileiros, em levantamen-to encomendado pelo InstitutoChico Mendes de Conservaçãoda Biodiversidade (ICMBio), jáidentificaram que o problema émaior. A espécie, segundo eles,está “em perigo”, o que deve al-terar a classificação em umaatualização futura da lista.

A ameaça vem da perda de há-bitat – o animal é característicoda Caatinga, bioma que já tevequase metade de sua área origi-

nal desmatada – e da caça desubsistência e de diversão.

“O tatu-bola foi capaz de de-senvolver uma habilidade fan-tástica, que permite que ele seproteja até de uma onça-pinta-da, mas não do homem”, afirmao biólogo José Alves de Siquei-ra, da Universidade Federal doVale do São Francisco.

A condição da espécie fica ain-da mais delicada quando a fê-mea está no cio. Pesquisadoresjá observaram que elas costu-mam ser seguidas por uma fila

de vários machos. “Se um caça-dor chega perto deles e bate pal-ma, todos viram bolinhas. Elepega todos de uma vez só”, con-ta o também biólogo Enrico Ber-nard, da Universidade Federalde Pernambuco.

Gol pela proteção. A dupla depesquisadores e colegas publi-caram no final de abril, na revis-ta Biotropica, um alerta sobre asituação e um desafio para queo fato de ele ser mascote da Co-pa sirva para aumentar a prote-ção da Caatinga e da espécie.

Eles sugeriram, por exemplo,que, a cada gol da competição,sejam destinados mil hectarespara a proteção no bioma. E pe-diram que se acelerasse a publi-cação do plano de ação para aconservação do tatu-bola.

Ao menos o segundo pedidojá foi atendido. No dia 22 demaio, Dia Internacional da Bio-diversidade, o ICMBio lançou oplano, que tem como objetivoreduzir a ameaça às duas espé-cies de tatu-bola do Brasil. O Fu-leco, o mascote da Copa, foi ins-pirado na 100% brasileira, aTolypeutes tricinctus. A T. mata-cus ocorre no Pantanal e na Bolí-via, no Paraguai e na Argentina.

Segundo Leandro Jerusa-linsky, do ICMBio, o plano tra-ça ações para promover mais co-nhecimento sobre as espécies:como atualizar as áreas de ocor-rência, estimar tamanho popu-lacional, conhecer melhor suaecologia e biologia, quanto tem-po as espécies podem levar parase recuperar. Outra frente pro-

põe uma maior proteção ao há-bitat, e uma terceira focaliza nafiscalização contra a caça.

Os pesquisadores pedem ra-pidez para a criação de duas uni-dades de conservação prometi-das: o Parque Nacional do Bo-queirão da Onça, de 300 mil hec-tares na Bahia, que está em estu-do há mais de 12 anos no Minis-tério do Meio Ambiente; e o Par-que Estadual do Tatu-Bola, pre-visto para ter 75 mil hectares nosertão de Pernambuco.

Fotos meramente ilustrativas.

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● Na natureza, o tatu-bola, espécie que inspirou o mascote da Copa do Mundo, é bastante vulnerável e está em risco de extinção

O FULECO NA VIDA REAL

Ficha técnicaESPÉCIE: TOLYPEUTES TRICINCTUS

ÁREA DE OCORRÊNCIA: CAATINGA E PARTE DO CERRADO

RISCO: VULNERÁVEL, SEGUNDO A LISTA VERMELHA, DA IUCN

AMEAÇAS: CAÇA E PERDA DO HÁBITAT

INFOGRÁFICO: RUBENS PAIVA. ILUSTRAÇÃO: FARREL/ESTADÃOFONTES: IUCN, MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE E PLANO DE AÇÃO NACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DO TATU-BOLA

Fácil de pegarA capacidade de virar uma bolinha, motivo que o transformou no mascote da Copa – é também uma das características que fazem com o que o tatu-bola seja tão vulnerável

Sem cavarAo contrário de outras espécies de tatu, o bola não cava buracos nem corre muito

AcasalamentoQuando está no cio, é comum ver uma fêmea sendo seguida por vários machos. Já houve relato de até nove deles atrás de uma fêmea

Nessa ocasião, se um caçador se aproxima e faz algum barulho, todos se enrolam em bolinhas e acabam encaçapados sem nenhuma dificuldade

A CAATINGA OCUPA UMA ÁREA DE 844.453 KM²

QUANDO AMEAÇADO OU ASSUSTANDO, EM VEZ DE CORRER, ELE APENAS SE ENROLA, O QUE FACILITA A AÇÃO DE CAÇADORES

40 A 43 CM

O PESO VARIA DE 1,0 KG A 1,8 KG

OBSERVAÇÕES EM CAMPO MOSTRAM QUE OS MACHOS SÃO UM POUCO MAIORES QUE AS FÊMEAS

A CAATINGA JÁ SOFREU UMA PERDA DE 46% DO TAMANHO ORIGINAL

HábitatA espécie vive predominante-mente na Caatinga, o bioma mais ameaçado e menos protegido do País

SÓ 7,5% SÃO PROTEGIDOS EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

SOMENTE 1% É DE PROTEÇÃO INTEGRAL