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1
T
EO
RIA
GE
RA
L D
O D
IRE
ITO
DE
EM
PR
ESA
1 E
laborado por Denis D
omingues H
ermida com
o material de suporte para as
aulas da disciplina “Direito E
mpresarial I”
* O conteúdo da presente apostila não afasta a necessidade de leitura, pelo
aluno, da bibliografia básica sobre os termos abordados em
aula e que fazem
parte do conteúdo programático do curso, devendo esta apostila
servir tão somente com
o uma form
a de apoio no desenvolvimento dos
estudos e pesquisas necessários ao aproveitamento do curso. N
ão se afasta, tam
bém,
a existência
de entendim
entos diversos
dos constantes
nessa apostila. *
As
interpretações apresentadas
nesta apostila
podem
conflitar com
interpretações adotadas na elaboração de provas de concursos, inclusive de exam
e de ordem
* A presente apostila pode conter erros de digitação, o que im
põe o seu conflito com
os textos legais
1 N
a elaboração deste resumo constam
informações das seguintes obras : “C
urso de Direito C
omercial” de
Rubens R
equião (São P
aulo:Editora S
araiva, 25a edição revista e atualizada, 2003), “D
ireito de Em
presa no N
ovo Código C
ivil” de Láudio C
amargo F
abretti (São P
aulo: Editora A
tlas, 2003), “Curso de D
ireito C
omercial” de F
ábio Ulhoa C
oelho (São P
aulo: Editora Saraiva, 2004, 8
a edição, revista e atualizada), “N
ovo Código C
ivil Com
entado” sob coordenação de Ricardo F
iúza (São P
aulo : Saraiva, 1
a edição, 10a
tiragem, 2003)
2
ÍND
ICE
T
ema
P
ágin
as
I– Introdução. Conceito e histórico do direito com
ercial...............3 a10 II – O
empresário no direito brasileiro......................................11 a 18
III – O registro das em
presas....................................................19 a 21 IV
– A escrituração dos em
presários........................................22 a 25 V
– As dem
onstrações contábeis periódicas............................26 A 27
VI – O
estabelecimento com
ercial...........................................28 a 35 A
nexos: A
nexo 1 – Lei 8.934/94...............................................................36 a 48
Anexo 2 – Introdução à C
ontabilidade Geral...............................49 a 60
Anexo 3 – N
oções de Balanço P
atrimonial..................................61 a 82
Anexo 4 – N
oções de Dem
onstração do Resultado do E
xercício...83 a 93
3
I – INT
RO
DU
ÇÃ
O
a) Conceitos de econom
ia e comércio
- Econom
ia, como ciência, é a “C
iência que trata dos fenômenos tocantes à
produção, distribuição, acumulação e consum
o dos bens materiais”;
- Com
o fato social, a economia se revela com
o o conjunto de fenômenos de
produção, distribuição, acumulação e consum
o dos bens materiais;
- A fase prim
itiva da sociedade foi caracterizada pela troca entre produtos do trabalho individual, feita diretam
ente entre o produtor e o consumidor. T
rata-se da eco
no
mia
de tro
ca;
- Com
o desenvolvimento da civilização, o sistem
a de trocas entre produtos foi se tornando com
plicado, surgindo, a partir daí, uma m
ercad
oria
-pa
drã
o, que é a
moeda,
que passa
a servir
como
elemento
de interm
ediação. T
rata-se da
econ
om
ia d
e merca
do ou eco
no
mia
mo
netá
ria; - A
partir da instalação da econ
om
ia m
on
etária, o produtor não produz som
ente para fazer troca, m
as, sim, para a aquisição de m
oeda, que lhe permitirá o
investimento, com
o “capital”, em novo ciclo produtivo;
- Noção econôm
ica de “comércio”: “O
comércio é aquele ram
o de produção econôm
ica que
faz aum
entar o
valor dos
produtos pela
interposição entre
produtores e consumidores, a fim
de facilitar a troca de mercadorias” (A
lfredo R
occo); “o comércio é um
a atividade humana que põe em
circulação a riqueza produzida, aum
entando-lhe a utilidade” (J. B. S
ay); - C
omo fato social e econôm
ico, o comércio pode ser visto com
o o ato de interm
ediação entre o produtor e o consumidor tendo em
vista a transferência de determ
inado bem. O
comerciante faz a a
pro
xim
açã
o entre o produtor do bem e o
destinatário desse bem (consum
idor). b) C
onceito jurídico de comércio
- o direito, quando se preocupa com as atividades do com
ércio, para tutelá-lo com
regras jurídicas, amplia por dem
ais o seu conceito, motivo pelo qual o
conceito jurídico de comércio não se com
patibiliza ou se identifica com os
conceitos social e econômico;
4
- Para
Vid
ari: “É
o complexo de atos de introm
issão entre o produtor e o consum
idor, que,
exercitados habitualm
ente com
fim
de
lucros, realizam
, prom
ovem ou facilitam
a circulação dos produtos da natureza e da indústria, para tornar m
ais fácil e pronta e procura e a oferta”. A partir desse conceito, para
existir comércio deveriam
ocorrer os seguintes requisitos med
iaçã
o, fim lu
crativo
e pro
fission
alid
ad
e (ha
bitu
alid
ad
e);
- Ferrer C
orreia : “essa correspondência entre o conceito de direito comercial e o
de comércio perdeu-se de há m
uito. E a dificuldade não se resolve fazendo
distinção entre o conceito econ
ôm
ico e o conceito ju
rídico de com
ércio, pois ao que
se cham
a com
ércio neste
último
sentido não
é senão
ao conjunto
das atividades a que, em
determinado país e em
dada conjuntura histórica, se aplica o direito com
ercial desse país, e muitas dessas atividades não se podem
justamente
definir como com
erciais“. c) C
onceito de direito comercial
- Nos tem
pos atuais, o direito comercial deixou de ser, apenas, um
direito da atividade m
ercantil, mas, sim
, um conjunto de norm
as jurídicas que objetivam
tutelar a atividade econômica privada, a atividade em
presária; - O
professor belga van Ryn acolhe a expressão direito econôm
ico ao invés de direito com
ercial, apontando-o como “o conjunto de regras jurídicas relativas à
atividade do homem
aplicado à produção, à apropriação, à circulação e ao consum
o das riquezas”; - Q
uanto à expressão “Direito E
conômico”, R
ubens Requião aponta referir-se ao
ramo do direito que disciplina o m
ercado de capitais, a atuação financeira do E
stado no setor privado, os estímulos ao desenvolvim
ento econômico e aponta
que o direito comercial se identifica m
odernamente com
o direito
da
s emp
resas
merca
ntis
- F
ábio U
lhoa C
oelho aponta
que o
direito com
ercial (a
que sugere
a denom
inação “Direito E
mpresarial”)
tem
por objetivo disciplinar somente a
atividade econômica privada, apontando que :
“ A
disciplina jurídica da exploração de atividade econômica tem
sido objeto de dois diferentes níveis de abordagem
pela tecnologia. De um
lado, tem
as como o controle de preços, a intervenção do estado na
economia, a fiscalização da localização da atividade, o controle da
segurança de uso dos imóveis com
erciais e industriais, a tutela do m
eio-ambiente,
e outros,
tem
atraído a
atenção de
estudiosos de
diversos sub-ramos do direito público, com
o o urbanístico, ambiental,
econômico,
tributário e
administrativo.
De
outro lado,
as relações
obrigacionais envolvendo apenas exercentes de atividade econômica e
5
particulares, incluindo
a concessão
de crédito,
a tutela
dos sinais
distintivos, as
relações entre
os sócios
de um
em
preendimento,
o concurso de credores em
caso de insolvência, constituem objeto de
estudo de sub-ramos do direito privado, assim
, o civil, comercial,
cambiário e industrial”.
d) E
volução histórica do direito comercial
- A história do direito com
ercial pode ser compreendida em
4(quatro) períodos. 1
o período : - entre a segunda m
etade do século XII e a prim
eira metade do século X
VI;
- com a evolução da atividade m
ercantil, a classe dos comerciantes foi ganhando
poder e se organizando como a principal
e m
ais enriquecida classe social,
organizando-se em
corp
ora
ções
de
merca
do
res e dando origem a
liga
s de cidades com
erciais; - organizados em
suas poderosas liga
s e corp
ora
ções, os com
erciantes adquirem
tal poderio político e militar que vão tornando autônom
as as cidades mercantis, a
ponto de, em m
uitos casos, os estatutos de suas corporações se confundirem com
os estatutos da própria cidade; - direito com
ercial começa a se cristalizar, deduzido das regras corporativas e,
sobretudo, da jurisprudência das decisões dos cônsules, juízes designados pela corporação para, em
seu âmbito, dirim
irem as disputas entre com
erciantes; - trata-se de um
período estritamente su
bjetivista
do direito comercial a serviço
do comerciante, isto é, um
direito co
rpo
rativ
o, p
rofissio
na
l, espec
ial, a
utô
no
mo,
em relação ao direito territorial e civil e co
nsu
etud
iná
rio; - o direito com
ercial era aplicável somente aos indivíduos integrantes de um
a específica corporação de ofício, a dos com
erciantes; - trata-se de um
conceito subjetivo de direito comercial.
6
2o período :
- do século XV
I a XV
III; - o centro de referência do com
ércio se desloca para o Ocidente, com
o florescer do m
ercantilismo;
- na Inglaterra, ocorre a absorção da jurisdição das corporações mercantis pelos
Tribunais
da C
om
mo
n
La
w.
O
direito inglês
não conhece
distinção entre
atividades comerciais e civis;
- N
a F
rança, as
corporações dos
comerciantes,
paulatinamente,
perdem
competência jurisdicional para tribunais do estado nacional, m
as continua a existir um
direito fundado nos usos e costumes dos com
erciantes e apenas a eles aplicável; - S
urge na Inglaterra a sociedade anônima.
3o período
- do século XIX
até a primeira m
etade do século XX
; - inicia-se com
o Código N
apoleônico, de 1804; - a fixação de um
critério subjetivo levava à afronta ao princípio da igualdade (um
a das pilastras da revolução francesa); - para evitar o privilégio da classe dos com
erciantes, adotou a teoria dos atos do com
ércio como critério de identificação do âm
bito de incidência do direito com
ercial, superando-se, dessa forma, o caráter subjetivo;
- qualquer cidadão pode exercer atividade mercantil e não apenas os aceitos na
corporação de ofício dos comerciantes;
- é regulado pelo direito comercial todo “ato de com
ércio”. Não m
ais o direito do com
erciante, mas o direito dos atos de com
ércio; - T
rata-se do conceito objetivo de direito comercial
7
4o período
- o marco inicial desse período é a edição, em
1942, do Co
dice C
ivile italiano, que reúne, num
a única lei, as normas de direito privado (civil, com
ercial e trabalhista); - o núcleo conceitual do direito com
ercial deixa de ser o “ato de comércio” e
passa a ser a “empresa”.
- Em
presa é vista como a atividade econôm
ica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviço; - trata-se do conceito subjetivo m
oderno de direito comercial
e) Os m
odelos de direito comercial
Ante
a evolução
histórica, o
mundo
passou a
conviver com
2(dois)
modelos de direito com
ercial : o modelo francês e o m
odelo italiano, com as
seguintes características: M
odelo Francês
- assentado na teoria dos atos de comércio
- existência de 2(dois) regimes de tutela da atividade econôm
ica privada : o regim
e comercial e o regim
e civil; - o sistem
a francês exclui do direito comercial atividades de grande im
portância econôm
ica, com
o a
prestação de
serviços, a
agricultura, a
pecuária e
a negociação im
obiliária; - atualm
ente, a dupla disciplina, na França, vem
se descaracterizando: já que se subm
ete à
jurisdição com
ercial, independentem
ente de
seus objetivos,
as sociedades anônim
as, as sociedades por quotas de responsabilidade limitada, as
sociedades em nom
e coletivo e as sociedades em com
andita.
8
Modelo italiano
- assenta-se na teoria da empresa
- a empresa é a atividade cuja m
arca essencial é a obtenção do lucro, com o
oferecimento
ao m
ercado de
bens e
serviços, gerados
estes m
ediante a
organização dos fatores de produção (força de trabalho, matéria –prim
a, capital e tecnologia); - não há divisão das atividades econôm
icas privadas em com
ercial e civil para subm
etê-los a regimes distintos;
- esse sistema cria um
regime geral para a disciplina privada da econom
ia, excepcionando-se algum
as atividades de expressão econômica m
arginal. f) H
istória do Direito C
omercial B
rasileiro - inicia-se com
a chegada da Corte P
ortuguesa no Brasil, em
24/07/1808, e a conseqüente abertura dos portos às nações am
igas -> decretada através da C
arta R
égia de 28/01/1808; - no m
esmo ano de 1808, outros atos de disciplina foram
editados:
- A
lvará de 1o de A
bril : permitia o livre estabelecim
ento de fábricas e m
anufaturas;
- A
lvará de 23 de agosto : institui o Tribunal da R
eal Junta do Com
ércio, A
gricultura, Fábrica e N
avegação;
- A
lvará de 12 de outubro : cria o Banco do B
rasil; - essas norm
as criavam condições para que a C
orte aqui se estabelecesse e era um
a contrapartida à proteção inglesa (contra o imperialism
o napoleônico) - E
m 1815, com
a derrota de Napoleão, a E
uropa reencontra a paz - E
m 1821 o R
ei Dom
João VI volta à P
ortugal - em
1822 – Independência do Brasil
9
- Com
a independência brasileira, para suprir-se a falta de uma legislação própria,
a Assem
bléia Constituinte e L
egislativa determinou a aplicação no B
rasil das leis portuguesas vigentes na data do retorno à P
ortugal de D. João V
I; - E
m razão da aplicação da legislação portuguesa, passou a ser aplicado no B
rasil a “L
ei da Boa R
azão”, de 1769, que, em m
atéria comercial, determ
inava a observância das leis vigorantes nas “nações cristãs, ilum
inadas e polidas que com
elas estejam resplandecendo na boa, depurada e sã jurisprudência;
- P
ela L
ei da
Boa
Razão,
os códigos
Napoleônico,
português e
espanhol passaram
a
constituir as
normas
disciplinadoras da
exploração da
atividade econôm
ica no Brasil;
- Ante o grande crescim
ento econômico brasileiro, passou-se a reclam
ar um
código com
ercial próprio,
em
substituição à
disciplina confusa
gerada pela
remissão à legislação estrangeira. C
ódigo esse que surgiu em 1850;
Código C
omercial B
rasileiro de 1850 - surgiu em
1850 com lei aprovada por D
om P
edro II, com projeto de 17 anos
antes; - inspirou-se diretam
ente no “Code de C
omerce” francês, trazendo para o direito
nacional o sistema francês de disciplina da atividade econôm
ica; - não m
enciona a expressão “atos de comércio”, nem
sequer os enumera;
- No entanto, todos os dispositivos do código são m
arcados pela teoria dos atos de com
ércio; -
o R
egulamento
737 ,
de 1850,
que com
plementava
o código
comercial,
apontava, no seu artigo 19 os “atos de comércio”;
- a enumeração do regulam
ento 737, mesm
o após a sua revogação continuou vigorando na doutrina. E
volução do direito brasileiro para o sistema italiano
- A partir dos anos 1960, em
que o direito brasileiro passa a se aproximar do
Sistem
a Italiano, sendo que a lista de “atos de comércio” do R
egulamento 737 de
1850 viu diminuída a sua im
portância;
10
- Desde o esboço de T
eixeira de Freitas (projeto de código civil, que acabou
sendo preterido pelo projeto de Clóvis B
evilacqua, que deu origem ao C
ódigo C
ivil de 1916) até o projeto de código civil de Miguel R
eale (que deu origem ao
novo código
civil –
Lei
10.406 de
10/01/2002) tem
prevalecido
a tese
da unificação da norm
atização da atividade econômica privada;
- Os projetos que foram
apresentados para um novo C
ódigo Com
ercial (de Inglês de S
ouza (1912), de Orozim
bo Nonato (1941) e de C
aio Mario da S
ilva Pereira
(1965)) prestigiavam a unificação, à exceção do projeto de F
lorêncio de Abreu
(em 1950);
- com a aprovação do projeto M
iguel Reale (C
ódigo Civil de 2002), o direito
privado brasileiro concluiu o processo de transição do sistema francês para o
sistema italiano.
g) Características gerais do C
ódigo Civil de 2002 no que se refere ao m
odelo de direito com
ercial - inspira-se no C
ód
ice Civile italiano de 1942 (que passou a disciplinar, na Itália,
tanto a matéria civil, com
o a comercial);
- adota a teoria da empresa. Isto é, o cam
po de incidência das normas de direito
comercial são os atos de em
presa e não mais os atos de com
ércio; - adota regim
e único de disciplina privada da atividade econômica (civil e
comercial).
11
II – O E
MP
RE
SÁR
IO N
O D
IRE
ITO
BR
ASIL
EIR
O
1) Conceito de em
presa - C
onceito de empresa: é a unidade econôm
ica organizada que combinando
capital e
trabalho, produz
ou com
ercializa bens
ou presta
serviços, com
a
finalidade de lucro. -
Com
binando capital
e trabalho
e adotando
tecnologia e
métodos
de adm
inistração eficientes,
a em
presário organiza
sua atividade
econômica,
objetivando a produção ou circulação de bens ou a prestação de serviços, visando obter lucro que lhe perm
ita desenvolver-se e remunerar adequadam
ente o capital nela investido. 2) C
onceito de empresário
- O conceito de “em
presário” está inserido no artigo 966 do Código C
ivil :
“ Art. 966. C
onsidera-se empresário quem
exerce profissionalmente
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de
bens e de serviços. P
arágrafo único.
Não
se considera
empresário
quem
exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com
o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elem
ento de empresa.”
- Assim
, é empresário todo aquele que exerce atividade de em
presa, isto é, atividade
profissional (habitual)
de produção
ou circulação
de bens
ou de
serviços. O conceito de em
presário envolve também
o conceito de comerciante
(aquele que faz a intermediação de bens entre o produtor e os consum
idores), m
as não se limita a ele, englobando, inclusive, as atividades de prestação de
serviços (que antes não eram norm
atizadas pelo direito comercial.
12
RE
GR
A :
- Requisitos para enquadram
ento no conceito de empresário :
- P
rofissionalismo : habitualidade de exercício, de atuação
- atividade econôm
ica : visando lucro, acumulação de capital, retorno de investim
ento
- organização : dar a várias partes a disposição necessária para as funções a que ele se destina
-
produção ou circulação:-produção como ato que cria determ
inado bem(coisa)
-circulação como atividade transferência a titularidade
de determinado bem
de uma pessoa para outra
- bens : tudo aquilo que é capaz de suprir um
a necessidade humana
- serviços : ato de servir, exercício de um
a profissão, tarefa, obra, tarefa - A
ssumindo as características do sistem
a italiano, o parágrafo único do artigo 966 excluiu da caracterização de atividade em
presária as profissões intelectuais, de natureza científica, literária ou artística, desde que o exercício dessa profissão não constitua elem
ento de empresa. E
x. o contador que exerce profissionalmente
a atividade econômica de prestação de serviços de contabilidade, m
esmo com
o concurso de auxiliares e colaboradores, não é em
presário. - E
xceção : quem
exerce atividade profissional intelectual, de natureza científica, literária ou artística, salvo se o exercício da profissão constituir elem
ento de empresa
- Requisitos à exceção: - profissão : A
tividade ou ocupação especializada, e que supõe determinado preparo
- intelectual : de predom
ínio do uso da inteligência em contraposição ao uso da força
bruta -
natureza científica, literária ou artísitica : de origem científica, literária ou artística
- salvo se constituir elemento de em
presa : desde que a profissão não seja parte de uma
estrutura de organização mais am
pla ( E
lementos da em
presa : capital, serviço, estabelecimento e o objetivo)
13
- Elem
entos da empresa: elem
entos são as partes necessárias para compor
determinado todo. A
empresa é um
a unidade econômica organizada, portanto,
um todo. P
ara exercer atividade econômica com
objetivo de lucro, ela reúne os seguintes elem
entos:
- o capital : representado por aporte em
dinheiro, ou bens tangíveis (m
ercadorias, máquinas, equipam
entos etc)
- o estabelecim
ento : local onde se realizam as operações relativas à
prática de sua atividade econômica de produção e circulação de bens e
serviços; -
o trabalho : força de trabalho, com ou sem
vínculo empregatício
-
objetivo: tipo de atividade econômica que terá de ser exercida para
atingir o lucro, que é o fim para o qual organiza-se um
a empresa
- Portanto, se a profissão intelectual for um
elemento da em
presa (isto é, ser parte constituinte
de um
a organização
mais
ampla,
isto é,
de um
a organização
empresarial), então será um
a atividade empresária;
- Ex. : se o m
esmo contador citado linhas atrás, para m
elhor atingir o seu objetivo de lucro, organiza um
a empresa tendo com
o objetivo prestar serviços de forma
mais am
pla, abrangendo atividades a ela interligadas, tais como escrituração
fiscal, assistência
na área
trabalhista, elaboração
de folhas
de pagam
ento, serviços junto às repartições públicas
para abertura de empresas, alterações
contratuais etc, então será um em
presário, e o seu escritório uma em
presa; - A
interpretação do parágrafo único do artigo 966 do Código C
ivil ainda não se encontra assentada na doutrina e na jurisprudência, tendo nítido caráter polêm
ico, ante
a dificuldade
de se
saber a
partir de
que m
omento
uma
determinada
profissão intelectual
(de natureza
científica, artística
ou literária)
se torna
elemento de um
a empresa.
3) O em
presário rural - a atividade rural é a de agricultura, pecuária, extração e exploração vegetal e anim
al, as
culturas anim
ais com
o a
apicultura, avicultura,
suinocultura, sericultura, psicultura etc ->
conceito dado pelo artigo 57 do Regulam
ento do Im
posto de Renda;
- o artigo 970 do CC
determina que a lei assegurará tratam
ento favorecido, diferenciado e sim
plificado ao empresário rural e ao pequeno em
presário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes;
14
- o empresário rural enquadra-se
perfeitamente no conceito de em
presário contido no ca
pu
t do artigo 966 do Código C
ivil; - todos os em
presários devem ser inscritos no R
egistro Público das E
mpresas
Mercantis (Junta C
omercial) do local onde se encontra a sua sede ->
artigo 967 do C
ódigo Civil;
- Ocorre que o artigo 971 do C
C faculta ao em
presário rural (entendido como
aquele que exerce atividade rural como sua principal profissão) a inscrição no
Registro P
úblico das Atividades M
ercantis (Junta Com
ercial), sendo certo que, se optar pela sua inscrição na Junta C
omercial, ficará equiparado, para todos os
efeitos, ao empresário sujeito a registro. Isto é, o em
presário rural somente estará
sujeito às normas incidentes sobre os em
presários se proceder a sua inscrição na Junta C
omercial.
4) O pequeno em
presário -
os artigos
170, IX
, e
179, am
bos da
Constituição
Federal
determinam
tratam
ento privilegiado às microem
presas e às empresas de pequeno porte, com
a sim
plificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e
creditícias, ou até mesm
o a eliminação ou redução dessas obrigações através de
lei; - o artigo 970 do C
C determ
ina que a lei assegurará tratamento favorecido,
diferenciado e simplificado ao em
presário rural e ao pequeno empresário , quanto
à inscrição e aos efeitos daí decorrentes; - o código civil não conceitua o que vem
a ser “pequeno empresário”, deixando
tal incumbência para a legislação extravagante:
-
Lei C
omplem
entar 123 de 14/12/2006 (Estatuto N
acional da Microem
presa e da E
mpresa de P
equeno Porte), que revogou expressam
ente as Leis 9.317/96
e 9.841/99,
conceituando com
o m
icroempresas
o em
presário, a
pessoa jurídica, ou a ela equiparada, que aufira, em
cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R
$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e
como em
presas de pequeno porte o empresário, a pessoa jurídica ou a ela
equiparada, que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R
$ 240.000,00 (duzentos e quarenta m
il reais) e inferior a R$ 2.400.000,00 (dois
milhões e quatrocentos m
il reais);
- A
crescente-se que
o artigo
68 da
Lei
Com
plementar
123 determ
ina que
“considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do disposto nos arts.
970 e 1.179 da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, o em
presário individual caracterizado com
o microem
presa na forma desta L
ei Com
plementar que aufira
receita bruta anual de até R$ 36.000,00 (trinta e seis m
il reais)”.
15
- Antes da L
ei Com
plementar 123, havia discussão sobre a aplicação do conceito
da Lei 9.317/96 ou o da L
ei 9.841/99. Agora, em
razão da revogação dessas duas leis, há de se aplicar o critério da L
ei Com
plementar no. 123/06.
5) Requisitos para o exercício lícito da atividade de em
presário - A
rt.972 do Código C
ivil : podem exercer a atividade de em
presário os que estiverem
em pleno gozo da capacidade civil e não forem
legalmente im
pedidos. a) O
menor em
presário - O
men
or p
od
e ser em
presá
rio ? Existe m
uita divergência doutrinária. - Q
uanto ao maior de 16 anos e m
enor de 18 anos (considerados relativamente
capazes), este obtém a em
ancipação pelo “estabelecimento civil ou com
ercial, ou pela existência de relação de em
prego, desde que, em função deles, o m
enor com
dezesseis anos completos tenha econom
ia própria” � art. 5
o, V, do C
ódigo Civil;
- Q
uanto ao
menor
de 16
anos, entendem
os que
somente
poderão exercer
atividade empresária na hipótese do artigo 974 do C
ódigo Civil, isto é, para
continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo
autor de herança. Necessitando, para tal, conform
e parágrafo 1o do citado artigo,
autorização judicial,
que som
ente será
concedida após
o exam
e das
circunstâncias e dos riscos da empresa, bem
como da conveniência em
continuá-la. - O
men
or p
od
e ser só
cio
de so
cieda
de em
presá
ria ? -
Instrução norm
ativa no.
46/96 do
DN
RC
traz
como
requisito para
o arquivam
ento dos atos de sociedade por quotas de responsabilidade limitada, da
qual participam m
enores : I – que o capital da sociedade esteja totalmente
integralizado, tanto na constituição quanto nas alterações contratuais; II – que não sejam
atribuídos ao menor quaisquer poderes de gerência ou adm
inistração - E
m nenhum
mom
ento o Código C
ivil impede expressam
ente que menor seja
sócio de sociedade comercial, m
otivo pelo qual entendemos (apesar de existirem
opiniões diversas) que, desde que suprida a incapacidade pela assistência ou representação
16
b) Os cônjuges em
sociedade empresária
- os cônjuges podem, entre si ou com
terceiros, contratar sociedade empresária
(isto é, podem fazer parte de um
a mesm
a sociedade empresária), desde que não
sejam casados nos regim
es de comunhão universal de bens ou de separação
obrigatória, como determ
ina o artigo 977 do Código C
ivil. c) D
o impedim
ento para o exercício da atividade de empresário
O
Código C
ivil não especificou quem são os “legalm
ente impedidos” para
o exercício da atividade empresária, lim
itando-se a apontar, na parte final do seu artigo 972 que não ser leg
alm
ente im
ped
ido é um
dos requisitos para o exercício lícito da atividade de em
presário.
Em
realidade,
caberá à
legislação extravagante
o apontam
ento dos
impedim
entos. C
itamos,
abaixo, alguns
dos im
pedimentos
previstos em
lei
(esclarece-se que as hipóteses abaixo apontadas não esgotam todas as situações
de impedim
ento previstas em lei);
- Servidor P
úblico : De form
a geral, cabe aos estatutos do funcionalismo público
(federal, estaduais e municipais) fixar eventual im
pedimento do servidor público
para exercício de atividade empresária. P
or exemplo, a L
ei 8.112/90 (Estatuto
dos S
ervidores C
ivis da
União,
das A
utarquias e
das F
undações P
úblicas F
ederais,) no artigo 117, X, prevê:
Lei 8.112/90. A
rt. 117. Ao servidor é proibido:
X
-
participar de
gerência ou
administração
de sociedade
privada, personificada
ou não
personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou com
anditário; (Redação
dada pela Lei nº 11.784, de 2008)
- Deputados F
ederais e Senadores: A
Constituição F
ederal determina no seu
artigo 54, II, a, que:
Constituição F
ederal. “Art. 54. O
s Deputados e S
enadores não poderão:
II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato
com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função rem
unerada;”
17
- Magistrados: A
Lei O
rgânica da Magistratura (L
ei Com
plementar no. 35/79)
determina no inciso I de seu artigo 36 que:
Lei Com
plementar 35/79. “A
rt. 36 - É vedado ao m
agistrado:
I - exercer o comércio ou participar de sociedade com
ercial, inclusive de economia m
ista, exceto com
o acionista ou quotista;”
- Mem
bros do Ministério P
úblico: A L
ei Orgânica do M
inistério Público (L
ei 8.625/93) determ
ina no inciso III de seu artigo 44:
Lei 8.625/93. “Art. 44. A
os mem
bros do Ministério P
úblico se aplicam as seguintes
vedações:
III - exercer o comércio ou participar de sociedade com
ercial, exceto como cotista ou
acionista;”
- Falidos. A
Lei 11.101/05, que trata da falência e da recuperação de em
presas, veda ao falido, enquanto não reabilitado, o exercício de atividade em
presária: Lei 11.101/05. A
rt. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade em
presarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1
o do art. 181 desta Lei.
Parágrafo único. F
indo o período de inabilitação, o falido poderá requerer ao juiz da falência que proceda à respectiva anotação em
seu registro.
A
crescenta o artigo 973 do Código C
ivil que “a pessoa legalmente
impedida
de exercer
atividade própria
de em
presário, se
exercer, responderá pelas obrigações contraídas”.
18
6) As obrigações gerais dos em
presários - em
termos gerais, os em
presários têm as seguintes obrigações
a)
inscrever-se no
“Registro
Público
de E
mpresas
Mercantis”
(Junta C
omercial) antes de dar início à exploração da atividade �
Art. 967 do
Código C
ivil; b)
manter escrituração regular de seus negócios �
Art. 1.179 do C
ódigo C
ivil
c) levantar dem
onstrações contábeis periódicas � A
rt. 1.179 do Código
Civil
19
III – O
RE
GIST
RO
DO
S EM
PR
ESÁ
RIO
S 1) O
brigatoriedade de registro - É
obrigatória a inscrição do empresário no R
egistro Público de E
mpresas
Mercantis, seja sob a form
a de empresário individual, seja sob a form
a de sociedade em
presária � artigo 967 do C
ódigo Civil;
- As sociedades em
presárias, independentemente do objeto a que se dedicam
, devem
se registrar na Junta Com
ercial do E
stado a que estão sediadas; se constituírem
filiais, deverão essas filiais estarem inscritas na Junta C
omercial do
local onde estão estabelecidas, bem com
o deverá ser feita a averbação no registro da sede �
art.1.000/CC
. 2)C
ompetência para o registro
- o registro público de interesse para os empresários leva a denom
inação de “R
egistro Público das E
mpresas M
ercantis e Atividades afins”
- a execução do registro é disciplinada pela Lei 8.934/94 e pelo D
ecreto 1.800/96 - Ó
rgãos responsáveis pelo registro : São 2(dois) : o D
NR
C (D
epartamento
Nacional de R
egistro do Com
ércio) e as JUN
TA
S C
OM
ER
CIA
IS
-
DN
RC
:
órgão
Federal;
não executa
registro, só
normatiza,
disciplina, supervisiona e controla os registro - JU
NT
AS
CO
ME
RC
IAIS
: órgãos estaduais, sendo 1(um) para cada
Estado da F
ederação; têm função de executar os registros, de acordo
com a norm
atização feita pelo DN
RC
H
istórico do registro “mercantil”
-
antes da Lei 8.934/94 : só as sociedades com
erciais poderiam se
registrar nas Juntas Com
erciais -
após a Lei 8.934/94 : qualquer sociedade com
finalidade econômica,
independentemente
se seu
objeto poderia
se registrar
nas Juntas
Com
erciais
20
- após o C
ódigo Civil de 2002 : só as sociedades em
presárias (que exercem
atividade empresária), sendo que as sociedades sim
ples (que não exercem
atividade empresária ->
exercem atividades na form
a do parágrafo
único do
artigo 966
do C
C)
devem
ser registradas
no C
artório de Registro das P
essoas Jurídicas -> art. 998 do C
C)
Atos de registro
- São 4 as espécies de registro : a m
atricula, o arquivamento e a autenticação
-
Matrícula : a m
atrícula e o seu cancelamento dizem
respeito a alguns profissionais
cuja atividade
é sujeita
ao controle
das Juntas
Com
erciais, com
o os
leiloeiros, tradutores
públicos e
intérpretes com
erciais, trapicheiros e administradores de arm
azéns gerais ; - Inscrição : dos em
presários individuais em livro próprio;
-
Arquivam
ento :
arquivam
-se atos
de constituição,
alteração, dissolução e extinção de sociedades em
presárias;
- A
utenticação : a autenticação está relacionada aos instrumentos de
escrituração (livros contábeis, fichas, balanços e outras demonstrações
financeiras) impostos por lei aos em
presários em geral;
- No registro, os atos de registro têm
alcance apenas FO
RM
AL
, isto é, a Junta C
omercial
não aprecia
o m
érito do
ato praticado,
mas
exclusivamente
a observância das form
alidades exigidas por lei, pelo Decreto R
egulamentar e
pelas instituições do DN
RC
. P
rocedimentos, prazos e regim
es de registro - o prazo para arquivam
ento é de 30(trinta) dias a contar da data de assinatura. E
is as conseqüências:
- se obedecido o prazo : efeitos do ato registrado se produzirão desde a data da assinatura;
- se não obedecido o prazo : efeitos se produzirão som
ente a partir do ato adm
inistrativo concessivo do registro.
21
- na Junta Com
ercial, os registros se submetem
a 2 (dois) regimes distintos : o
regime ordinário (ou de decisão colegiada) e o regim
e sumário (ou de decisão
singular). Ao regim
e ordinário estão submetidos os atos m
ais complexos e o
julgamento de recursos.
- prazo para cumprim
ento de requerimento de registro : se pelo regim
e ordinário (de decisão colegiada), o prazo é de 5(cinco) dias úteis; se pelo regim
e sumário
(de decisão singular), o prazo é de 2(dois) dias úteis. Se ultrapassado o prazo,
considera-se registrado o ato para todos os efeitos (aprovação por decurso de prazo), sendo que esse registro poderá, futuram
ente, ser desconstituído. C
onseqüências da falta de registro -
Sem
registro
de seus
atos constitutivos,
as sociedades
empresárias
são consideradas
sociedades “despersonificadas”,
estando sujeitas
ao regim
e das
“sociedades em com
um” (artigos 986 a 990 do C
C), respondendo todos os sócios
solidária e ilimitadam
ente pelas obrigações sociais (artigo 990 do CC
), isso se não for o caso de sociedade em
conta de participação -
Sem
registro,
além
de estarem
passivos
de sanções
de natureza
fiscal e
administrativa, tam
bém não têm
legitimidade para pedir falência ou concordata
22
IV – D
A E
SCR
ITU
RA
ÇÃ
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ão
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ba
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a
escritura
ção
un
iform
e de seu
s livros, em
corresp
on
dên
cia co
m a
do
cum
enta
ção
respectiva,
e a
levantar anualm
ente o
balanço patrim
onial e
o resultado
econômico �
artigo 1.179 do CC
; - E
XC
EÇ
ÃO
: é dispensável a escrituração para o pequeno empresário a que se
refere o artigo 970 do CC
� art. 1.179, par. 2
o, do Código C
ivil. 1) C
onceito de escrituração - O
dever de escriturar é o dever de manter a organização de um
a contabilidade. E
scriturar é, em rápida síntese, m
anter anotação, na forma exigida por lei, de
todos os atos da empresa
2) Importância da escrituração
- Fu
nçã
o G
eren
cial : é um
a necessidade do próprio empresário. N
a escrituração é
que ele
registra todas
as suas
ações. S
ão um
a espécie
de garantia
dos em
presários - F
un
ção
Do
cum
en
tal : necessidade de dem
onstração dos resultados da atividade econôm
ica para outras pessoas - F
un
ção
Fisca
l : controle de incidência e pagamento de tributos
- em sum
a, a escrituração é um controle interno e externo de execução da
atividade empresária
3)Meio de escrituração
- a escrituração é feita através de livros - os livros são classificados em
comerciais (exigidos pelo direito de em
presa) e fiscais
(exigidos pelo
direito tributário)
e em
obrigatórios
(livros cuja
escrituração é
imposta
aos em
presários. S
e não
mantida
a escrituração,
há sanções) e em
facultativos (também
chamados de auxiliares; a sua falta não
implica em
sanções)
23
4)Requisitos intrínsecos e extrínsecos
- Requisitos intrínsecos (art. 1.183/C
C) : utilização de técnica apropriada de
elaboração; uso
do idiom
a português;
não existir
intervalos, entrelinhas,
borraduras, rasuras, emendas, anotações à m
argem ou notas de rodapé; utilização
de métodos contábeis e geralm
ente aceitos entre os profissionais da área; ordem
cronológica de dia/mês/ano
- Requisitos extrínsecos (artigo 1.181/C
C) : visam
conferir segurança jurídica ao livro. S
ão 3(três): termo de abertura, term
o de encerramento e autenticação da
junta comercial
5)Livros O
brigatórios - D
iário : é o livro obrigatório m
ais antigo. Sua obrigatoriedade consta do artigo
1.180 do Código C
ivil. No livro diário são lançadas, com
individuação e clareza, todas as operações da em
presa, dia a dia, em ordem
cronológica de dia/mês/ano.
Devem
ser indicadas as características do documento que com
prova cada uma
dessas operações. No diário devem
ser transcritos o balanço patrimonial e a
demonstração de resultado do exercício
- Ra
zão : é livro obrigatório im
posto pela legislação do imposto de renda. P
ara o gerenciam
ento da contabilidade ele é o livro fundamental, porque perm
ite a visualização im
ediata da posição de cada elemento do patrim
ônio e de suas m
utações. Só é possível levantar balancetes diários, balanços e dem
onstrações do resultado econôm
ico, listando o saldo de cada conta do livro razão. O novo
código civil não incluiu o razão como livro obrigatório
6)Extravio e perda de escrituração
- Em
caso de extravio, deterioração ou destruição de livros, deve-se :
- publicar em
jornal de grande circulação, na sede do estabelecimento,
aviso relativo à ocorrência; -
nas 48 horas posteriores à publicação, o empresário deve apresentar na
Junta Com
ercial comunicação com
detalhamento do fato;
-
após, poderá recompor sua escrituração, adotando o m
esmo núm
ero de ordem
do documento extraviado, gerando um
a 2a via.
24
7) Eficácia probatória dos livros m
ercantis - A
eficácia probatória dos livros mercantis é tratada pelo C
ódigo de Processo
Civil, nos seus artigos 378 a 380, contendo, em
síntese, as seguintes disposições
- os
livros com
erciais provam
contra
o seu
autor, possuindo
a escrituração presunção relativa (ju
ris tan
tum
) de veracidade (art.378 do C
PC
); -
nos litígios
entre com
erciantes, os
livros com
erciais fazem
prova
também
a favor do seu autor (art. 379 do CP
C);
-
a escrituração contábil é indivisível. Se dos fatos que resultam
dos lançam
entos, uns são favoráveis, outros lhe são contrários, ambos
serão considerados em conjunto com
o unidade (art. 380 do CP
C).
8) Exibição dos livros
- Princípio do sigilo dos livros com
erciais : artigo 1.190 do CC
: “Ressalvados
os casos previstos em lei, nenhum
a autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o em
presário ou a sociedade em
presária observam ou não, em
seus livros e fichas, as formalidade
prescritas em lei”;
- O princípio do sigilo não pode, entretanto, ser aplicado contra autoridades
fiscais fazendários(art. 1.193), nem contra ordem
judicial (art. 1.191/CC
). No que
tange à ordem judicial de exibição dos livros, esta som
ente ocorrerá quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, com
unhão ou sociedade, adm
inistração ou gestão à conta de outrem, ou em
caso de falência; 9) C
onseqüências da falta de escrituração - 2(duas) ordens de conseqüências à falta de escrituração : as sancionadoras e as m
otivadoras - sancionadoras : im
portam penalização do em
presário, inclusive penal, como,
por exemplo, crim
e falimentar (se falir sem
escrituração, conforme artigo 178 da
Lei 11.101/05)
25
- motivadoras : negam
acesso do empresário ao benefício de que poderia usufruir
caso tivesse cumprido a obrigação. E
xemplos : inacessibilidade à recuperação de
empresas
(art. 48
da L
ei 11.101/05),
ineficácia probatória,
impossibilidade
parcial de verificação de conta, aplicação do artigo 359 do Código de P
rocesso C
ivil (prosperidade de alegação da parte contrária) na hipótese de determinação
judicial de exibição de livros
26
V
– AS D
EM
ON
STR
AÇ
ÕE
S CO
NT
ÁB
EIS P
ER
IÓD
ICA
S 1) C
onceito de demonstrações contábeis
- as demonstrações contábeis têm
por objetivo exprimir com
clareza a situação do patrim
ônio do empresário ou sociedade em
presária. São elaboradas com
base na escrituração contábil 2)E
spécies de demonstrações contábeis
- B
alanço P
atrimonial:
visa apontar
a posição
financeira da
empresa
em
determinado m
omento.
- Dem
onstração de Resultado do E
xercício: objetiva apontar o resultado (lucro ou prejuízo) de um
a determinada em
presa num determ
inado período - D
emonstração de L
ucros e Prejuízos A
cumulados: evidencia as alterações
ocorridas no saldo da conta de lucros e prejuízos acumulados
- Dem
onstração de Origens e A
plicações de Recursos: indica as m
odificações na posição financeira da em
presa 3)O
brigatoriedade - para as sociedades anônim
as : balanço patrimonial (descrito no artigo 178 da
Lei das S
/As), dem
onstração dos lucros e prejuízos acumulados (descrito no
artigo 186 da Lei das S
/As), dem
onstração do resultado de exercício (descrito no artigo 187 das S
/As) e a dem
onstração de origens e aplicações de recursos (descrito no artigo 188 da L
ei das S/A
s) �
exigência pelo artigo 176 da lei 6.404/76 (L
ei das S/A
s) - para os em
presários individuais e demais sociedades em
presárias : balanço patrim
onial e lançamento do resultado econôm
ico (que é a demonstração do
resultado do exercício prevista no artigo 187 da Lei das S
/A) �
exigência do artigo 1.180, parágrafo único, do C
C.
OB
S:
a legislação
do im
posto de
renda tornou
obrigatórias para
todos os
contribuintes sujeitos
ao regim
e de
apuração pelo
Lucro
Real
de todos
os dem
onstrativos impostos para as S
/As, m
otivo pelo qual a lei das S/A
s (Lei
6.404/76) tornou-se a lei societária básica para a contabilidade
27
4)Periodicidade das dem
onstrações - R
egra : anual, ao final de cada exercício financeiro; - E
xceções : demonstrações sem
estrais para sociedades anônimas cujo estatuo
prevê distribuição de dividendos semestrais (artigo 204 da lei de S
/As) e para
instituições financeiras (artigo 31 da Lei 4.595/94).
5) Conseqüências da falta das dem
onstrações contábeis periódicas - D
ificuldade de acesso a crédito bancário ou outros serviços de bancos, que se valem
dos demonstrativos contábeis com
o meio de verificação da idoneidade
econômica e patrim
onial do empresário ou sociedade em
presária - Im
possibilidade de participação de licitação promovida pelo P
oder Público (L
ei 8.666/93, artigo 31, I) - Im
possibilidade de impetrar concordata preventiva ( artigo 159, par. 1
o, IV, da
Lei das F
alências) -
os adm
inistradores de
S/A
e
de L
tda responderão
perante os
sócios por
eventuais prejuízos advindos de inexistência do documento
28
V
I- O E
STA
BE
LE
CIM
EN
TO
EM
PR
ESA
RIA
L
1) Conceito de estabelecim
ento empresarial
- Estabelecim
ento empresarial é o conjunto de bens (com
o máquinas, m
arca, tecnologia, im
óvel etc) que o empresário (ou sociedade em
presária) reúne para a exploração da atividade econôm
ica � artigo 1.142 do C
ódigo Civil
- é elemento indissociável da em
presa - o em
presário, para desempenhar as suas atividades, organiza o conjunto de bens
(estabelecimento em
presarial) para explorar a sua atividade econômica
- o empresário ou sociedade em
presária podem ser titulares de m
ais de 1(um)
estabelecimento em
presarial �
o mais im
portante é a sede e os demais são
“filiais”, “agências” ou “sucursais” (artigo 1.000 do CC
) 2) C
onceito de fundo de empresa
- fundo de empresa é tam
bém denom
inado “aviamento” ou “goodw
ill of trade” - ao organizar o estabelecim
ento, o empresário agrega aos bens reunidos um
sobrevalor, isto é, o conjunto de bens organizado alcança, no m
ercado, um valor
superior à simples som
a de cada um deles separado. T
rata-se do preço da organização - F
undo de empresa é o valor agregado ao estabelecim
ento comercial em
razão da sua organização - o direito protege o estabelecim
ento comercial, visando preservar o investim
ento realizado na organização da em
presa 3) D
iferença entre fundo de empresa e estabelecim
ento empresarial
- o fundo empresarial é um
atributo do estabelecimento em
presarial - o estabelecim
ento empresarial é o conjunto de bens que o em
presário reúne para explorar um
a atividade econômica
- fundo de empresa é o valor agregado ao referido conjunto (estabelecim
ento em
presarial) em razão da m
esma atividade
29
4) Espécies de estabelecim
ento empresarial
- Estabelecim
ento físico : é o estabelecimento tradicional, tangível fisicam
ente - E
stabelecimento virtual : é fruto da evolução tecnológica. O
estabelecimento
tem acesso exclusivo via transm
issão e recepção eletrônica de dados (internet) 5) N
atureza jurídica - diversidade de teorias, existindo m
ais de 9(nove) teorias, que vão desde a personalização
do com
plexo de
bens até
a negativa
de relevância
do estabelecim
ento empresarial para o direito;
- Pontos essenciais �
- o estabelecimento em
presarial não é sujeito de direito;
- o estabelecimento em
presarial é uma coisa;
- o estabelecim
ento empresarial integra o patrim
ônio do em
presário ou sociedade empresária.
- o
estabelecimento
empresarial
não pode
ser confundido
com
a sociedade
empresária (que é sujeito de direito), nem
com a em
presa (que é atividade econôm
ica). A
em
presa é
a atividade
econômica
desenvolvida no
estabelecimento em
presarial, e não se confunde com o com
plexo de bens nele reunidos; -
o estabelecim
ento em
presarial pode
ser alienado,
onerado, arrestado
ou penhorado, m
as a empresa não;
- é propriedade do empresário.
6) Elem
entos do estabelecimento em
presarial - o estabelecim
ento empresarial é form
ado por elementos m
ateria
is e ima
teriais:
-
elementos m
ateria
is : mercadorias do estoque, m
obiliário, utensílios, veículos, m
aquinarias etc. São tutelados pelo direito de propriedade
geral. O direito com
ercial não possui normas específicas sobre tutela
de bens materiais;
- elem
entos im
ateria
is :
são, principalm
ente, de
2(dois) :os
ben
s
ind
ustria
is (patente de invenção, de modelo de utilidade, registro de
desenho industrial, marca registrada, nom
e empresarial e título de
estabelecimento)
e o
po
nto
(local onde
se explora
a atividade
econômica).
30
- N
ão são elementos do estabelecim
ento empresarial : clientela, aviam
ento e o passivo 7)P
roteção ao ponto empresarial
- é também
chamado de “propriedade com
ercial”; - P
onto é o local onde se encontra o estabelecimento em
presarial. Sua proteção
decorre de sua importância para o sucesso da em
presa; - A
proteção ocorre através do denominado “direito de inerência ao ponto”
�
que é
um
interesse juridicam
ente protegido,
do em
presário, relativo
à perm
anência de sua atividade no local onde se encontra estabelecido; - M
eio através do qual é exercido o “direito de inerência ao ponto” : quando o em
presário é proprietário do imóvel onde ele está estabelecido, então o direito de
inerência ao ponto é garantido pelo direito de propriedade; quando o empresário
é locatário do imóvel onde está estabelecido, então a proteção é feita pela L
ei de locações
(Lei
8.245/91) e
mais
especificamente
pelo direito
à renovação
compulsória (artigo 51 da lei de locações);
- Requisitos das locações em
presariais (aquelas que dão direito à inerência ao ponto) – artigo 51 da L
ei 8.245/91:
- contrato escrito por prazo determ
inado (requisito formal);
- m
ínimo de 5 anos ininterruptos de locação, podendo haver som
a de períodos contratuais, desde que contínuos (requisito tem
poral). Som
a dos prazos (a
ccessio
temp
oris) pode ser invocada pelo locatário, ou
pelo seu cessionário ou sucessor;
- exploração da m
esma atividade econôm
ica por pelo menos 3 anos
ininterruptos (requisito material;
- direito de renovação é exercitado através de ação renovatória, que deve ser proposta entre 1ano e 6 m
eses antes do término do prazo do contrato a renovar
(trata-se de prazo decadencial). - E
xceção de retomada : é o direito do proprietário do im
óvel locado para uma
empresa de retom
ar a posse direta do imóvel, já que a renovação com
pulsória (artigo 51 da L
ei de Locações) não pode ser incom
patível com o exercício do
direito de propriedade do locador
31
- A
dmite-se
a retom
ada do
imóvel
em
locação em
presarial nas
seguintes hipóteses (constantes dos artigos 52 e 72, incisos II e III, da L
ei de Locações) :
-
realização de
obras no
imóvel
que im
portem
a sua
radical transform
ação, por exigência do Poder P
úblico -
reformas no im
óvel, que o valorizem, pretendidas pelo L
ocador -
insuficiência da
proposta apresentada
pelo locatário
na ação
renovatória (na ação renovatória o Locatário deverá, em
sua petição inicial, apresentar proposta para o prosseguim
ento da locação) -
proposta melhor de terceira pessoa
- para uso próprio
- transferência de estabelecim
ento existente há mais de 1 ano, sendo
detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou
descendente (nessa hipótese, uma vez retom
ado o imóvel, não poderá
ser utilizado para exploração da mesm
a atividade antes ali realizada pelo L
ocatário) - Indenização pela retom
ada : é prevista no artigo 52, parágrafo 3o, da L
ei de L
ocações para as hipóteses de retomada em
razão de proposta melhor de terceiro
ou se o locador, no prazo de 3(três) meses da entrega do im
óvel não der o destino alegado com
razão para a retomada
- Valor da indenização : a indenização com
preende o ressarcimento dos prejuízos
e lucros cessantes que tiver o Locatário que arcar com
a mudança, perda do lugar
e desvalorização do fundo de comércio (artigo 52, parágrafo 3
o, da Lei de
Locações)
8) Direito à inerência ao ponto nos casos de lojas em
Shopping C
enters -
conceito de
“shopping center”
: se
um
prédio é
constituído de
espaços relativam
ente autônom
os, e
o proprietário
“organiza” a
distribuição desses
espaços, de forma a loca-los para pessoas interessadas em
explorar determinadas
atividades econômicas pré-definidas, então existe a figura do “shopping center”
- o proprietário do shopping center é um em
presário (vez que se enquadra na hipótese do ca
pu
t do artigo 966 do Código C
ivil), sendo considerado titular de em
presa do ramo de “shopping center”;
- a lei de locações prevê a livre pactuação das condições de locação para shopping center (artigo 54 da L
ei de Locações);
32
- há também
o direito à inerência ao ponto no caso dos shopping centers, inclusive com
o direito à renovação compulsória (ação renovatória), conform
e artigo 52, parágrafo 2
o, da Lei de L
ocações; - Q
uanto à exceção de retomada em
contratos de locação de lojas em shopping, é
permitida, com
exceção das hipóteses de retomada para uso próprio ou para
transferência de estabelecimento existente há m
ais de 1 ano, sendo detentor da m
aioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente (art. 52, parágrafo 2
o, da Lei de L
ocações. 9) A
lienação do Estabelecim
ento Em
presarial - O
artigo 1.143 do Código C
ivil normatiza que o estabelecim
ento empresarial
pode ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, desde que sejam
compatíveis com
a sua natureza; -
O
estabelecimento
comercial,
como
complexo
de bens
organizados pelo
empresário para o exercício da em
presa, possui caráter unitário (forma um
a universalidade), representado não só pela base física onde funciona a em
presa (ponto em
presarial), como tam
bém por outros elem
entos materiais ou im
ateriais, que possuem
a capacidade de realizar negócios, atrair clientes e gerar lucros na atividade; - P
elo disposto no artigo em com
entário, o estabelecimento em
presarial pode ser objeto de negócios jurídicos envolvendo ele próprio, desde que com
patível com a
sua natureza unitária, universal; - O
estabelecimento pode ser alienado a terceiros (a alienação de estabelecim
ento em
presarial tem o nom
e de trespa
sse), como tam
bém pode, com
todos os seus recursos
e elem
entos, ser
objeto de
arre
nd
am
ento
(espécie de
locação que
abrange os bens m
ateriais e imateriais do estabelecim
ento. O
arrendamento
também
é denominado lo
caçã
o-g
erência);
- no trespasse, o estabelecimento em
presarial (que é coisa, como já apontado
anteriormente), sai do patrim
ônio de um em
presário (alienante) e passa para o de outro em
presário (adquirente);
33
10) Trespasse e locação em
presarial - a cessão da locação depende da autorização do locador (artigo 13 da L
ei de L
ocações) - se não houver autorização, pode o L
ocador, no prazo de 90(noventa) dias a partir da publicação de transferência do estabelecim
ento (publicação na imprensa
oficial, imposta pelo artigo 1.144 do C
C), pedir a rescisão da locação, alegando
justa causa, com base no artigo 1.148 do C
C .
- Pode, ainda, o L
ocador, na hipótese de cessão da locação sem autorização,
pleitear a rescisão do contrato de locação por infração legal ou contratual, na form
a do artigo 9o, inciso II, da L
ei de Locações). P
odendo tal autorização ser tácita se, intim
ado o Locador sobre a cessão, este não se m
anifestar formalm
ente a sua oposição no prazo de 30 dias 11) R
equisitos da alienação de estabelecimento em
presarial - o contrato de alienação do estabelecim
ento empresarial deve ser levado a
registro na
Junta C
omercial
(Registro
Público
das E
mpresas
Mercantis)
e publicado na im
prensa oficial �
artigo 1.144 do CC
�
caso contrário, tal alienação não produzirá efeitos quanto a terceiros; - se ao alienante do estabelecim
ento empresarial não restarem
bens suficientes para o pagam
ento de seu passivo, a eficácia da alienação ficará condicionada ao pagam
ento de todos os credores ou o consentimento destes, de m
odo expresso ou tácito, em
trinta dias de sua notificação � artigo 1.145 do C
C �
se o credor não se opor nos trinta dias que se seguem
a sua notificação, o seu silêncio servirá com
o concordância tácita; - A
ssim, para um
a alienação perfeita (que gera efeitos entre as partes contratantes e em
relação a terceiros) são necessários :
- registro da alienação na Junta C
omercial;
- publicação na im
prensa oficial;
- estar o alienante solvente (ter bens suficientes para pagar as suas dívidas) ou o pagam
ento de todos os credores ou o consentimento
expresso ou tácito dos credores.
34
12) A
alienação do estabelecimento e a sucessão
- Sucessão : é a condição do adquirente de estabelecim
ento empresarial, nos
limites da lei, tendo com
o conseqüência a sua responsabilização pelas dívidas do estabelecim
ento que adquiriu - A
ntes d
o n
ovo
cód
igo
civil, só existiam 3(três) hipóteses de sucessão : a) se o
adquirente do estabelecimento assum
isse, no contrato de alienação, o passivo do alienante; b) se a dívida fosse trabalhista e c) se a dívida fosse de natureza fiscal - C
om
o n
ovo
có
dig
o civil, altera-se por com
pleto o tratamento da m
atéria, com
as seguintes regras constantes do artigo 1.145 do CC
:
- o adquirente do estabelecim
ento empresarial responde por todas as
obrigações relacionadas ao negócio explorado naquele local, inclusive aquelas
anteriores à
transferência, d
esde
qu
e reg
ula
rmen
te
con
tab
ilizad
as, isto é, devidam
ente escrituradas no livro do alienante; -
o alienante é responsável solidário pelo prazo de um ano, prazo esse
que, para
as dívidas
já vencidas,
inicia-se com
a
publicação da
alienação na imprensa oficial e, quanto àquelas que não se venceram
antes da alienação, o prazo de um
ano conta-se a partir da data de vencim
ento da dívida; -
-
Independentemente de escrituração, é se
mp
re sucesso
r o a
dq
uiren
te
em
relaçã
o
às
ob
riga
ções
trab
alh
istas
e fisca
is lig
ad
as
ao
estab
elecimen
to, conforme artigo 448 da C
onsolidação das Leis do
Trabalho (“ A
mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da em
presa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos em
pregados ”) e artigo 133 do C
ódigo Tributário N
acional (“A pessoa natural ou jurídica de
direito privado que adquirir e outra, por qualquer título, fundo de comércio
ou estabelecim
ento com
ercial, industrial
ou profissional,
e continuar
a respectiva exploração, sob a m
esma ou outra razão social ou sob firm
a ou nom
e individual,
responde pelos
tributos, relativos
ao fundo
ou estabelecim
ento adquirido, devidos até a data do ato: I – integralmente, se o
alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II – subsidiariam
ente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar
dentro de 6(seis) meses, a contar da data da alienação, nova atividade no
mesm
o ou em outro ram
o de comércio, indústria ou profissão”).
35
13) Alienação do estabelecim
ento e sub-rogação do adquirente - N
a forma do artigo 1.148 do C
ódigo Civil, salvo disposição em
contrário, a transferência im
porta a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para a exploração do estabelecim
ento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os
terceiros rescindir o contrato em 90 dias a contar da publicação da transferência,
se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante; - N
o caso do contrato de locação do imóvel onde se encontra estabelecida a
empresa, há interessante discussão se o artigo 1.148 do C
ódigo Civil afastou a
incidência, para
os contratos
de locação
empresarial,
da necessidade
de autorização do L
ocador para a cessão da locação prevista no artigo 13 da Lei de
Locações, valendo ressaltar, para com
paração com o prazo de 90 dias concedido
pelo artigo 1.148 do CC
, que o parágrafo 1o do artigo 13 da L
ei de Locações
dispõe que “não se presume o consentim
ento pela simples dem
ora do locador em
manifestar form
almente a sua oposição”. S
eria caso de aplicação do princípio da especialidade para m
anter intacta a normatização da lei das locações, que é m
ais específica que a do código civil ? 14)
Alienação
do estabelecim
ento em
presarial e
a cláusula
de não-
restabelecimento
- Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecim
ento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência �
artigo 1.147 do C
C;
- Assim
, temos que, se não houver cláusula no contrato de alienação que faça
previsão diferente, o alienante não poderá fazer concorrência com o adquirente,
entendendo-se como não-concorrência a im
possibilidade de estabelecer-se no território
de abrangência
do estabelecim
ento alienado,
de outra
empresa
desenvolvendo o mesm
o ramo de atividade;
- O
contrato
de alienação
pode conter
cláusula que
dispensa ou
altera a
impossibilidade de restabelecim
ento constante do artigo 1.147 do CC
; - E
ventual cláusula contratual que trate de não-restabelecimento deverá fixar
prazo determinado para a não-concorrência (im
possibilidade de ser por prazo indeterm
inado) e com a estipulação de território determ
inado; - A
ntes mesm
o do início de vigência do artigo 1.147 do CC
, a jurisprudência já se firm
ava no sentido de impedir a concorrência do alienante de estabelecim
ento em
presarial.
36
AN
EX
O 1 –
L
ei 8.934/94
37
Presid
ência d
a Rep
úb
lica
Casa C
ivil S
ub
chefia p
ara Assu
nto
s Juríd
icos
LE
I Nº 8.934, D
E 18 D
E N
OV
EM
BR
O D
E 1994.
Dispõe sobre o R
egistro Público de E
mpresas
Mercantis e A
tividades Afins e dá outras
providências.
O P
RE
SID
EN
TE
DA
RE
PÚ
BL
ICA
, Faço saber que o C
ongresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte lei:
TÍT
ULO
I
Do R
egistro Público de E
mpresas M
ercantis e Atividades A
fins
CA
PÍT
ULO
I
Das F
inalidades e da Organização
SE
ÇÃ
O I
Das F
inalidades
Art. 1º O
Registro P
úblico de Em
presas Mercantis e A
tividades Afins, subordinado às
normas gerais prescritas nesta lei, será exercido em
todo o território nacional, de forma
sistêmica, por órgãos federais e estaduais, com
as seguintes finalidades:
I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das em
presas mercantis, subm
etidos a registro na forma desta lei;
II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em
funcionamento no P
aís e manter
atualizadas as informações pertinentes;
III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do com
ércio, bem com
o ao seu cancelam
ento.
Art. 2º O
s atos das firmas m
ercantis individuais e das sociedades mercantis serão
arquivados no Registro P
úblico de Em
presas Mercantis e A
tividades Afins, independentem
ente de seu objeto, salvo as exceções previstas em
lei.
Parágrafo único. F
ica instituído o Núm
ero de Identificação do Registro de E
mpresas
(NIR
E), o qual será atribuído a todo ato constitutivo de em
presa, devendo ser compatibilizado
com os núm
eros adotados pelos demais cadastros federais, na form
a de regulamentação do
Poder E
xecutivo.
SE
ÇÃ
O II
Da O
rganização
Art. 3º O
s serviços do Registro P
úblico de Em
presas Mercantis e A
tividades Afins serão
exercidos, em todo o território nacional, de m
aneira uniforme, harm
ônica e interdependente,
38
pelo Sistem
a Nacional de R
egistro de Em
presas Mercantis (S
inrem), com
posto pelos seguintes órgãos: I - o D
epartamento N
acional de Registro do C
omércio, órgão central S
inrem, com
funções supervisora, orientadora, coordenadora e norm
ativa, no plano técnico; e supletiva, no plano adm
inistrativo;
II - as Juntas Com
erciais, como órgãos locais, com
funções executora e administradora
dos serviços de registro.
SU
BS
EÇ
ÃO
I
Do D
epartamento N
acional de Registro do C
omércio
Art. 4º O
Departam
ento Nacional de R
egistro do Com
ércio (DN
RC
), criado pelos arts. 17, II, e 20 da Lei nº 4.048, de 29 de dezem
bro de 1961, órgão integrante do Ministério da
Indústria, do Com
ércio e do Turism
o, tem por finalidade:
I - supervisionar e coordenar, no plano técnico, os órgãos incumbidos da execução dos
serviços de Registro P
úblico de Em
presas Mercantis e A
tividades Afins;
II - estabelecer e consolidar, com exclusividade, as norm
as e diretrizes gerais do R
egistro Público de E
mpresas M
ercantis e Atividades A
fins;
III - solucionar dúvidas ocorrentes na interpretação das leis, regulamentos e dem
ais norm
as relacionadas com o registro de em
presas mercantis, baixando instruções para esse
fim;
IV - prestar orientação às Juntas C
omerciais, com
vistas à solução de consultas e à observância das norm
as legais e regulamentares do R
egistro Público de E
mpresas M
ercantis e A
tividades Afins;
V - exercer am
pla fiscalização jurídica sobre os órgãos incumbidos do R
egistro Público
de Em
presas Mercantis e A
tividades Afins, representando para os devidos fins às autoridades
administrativas contra abusos e infrações das respectivas norm
as, e requerendo tudo o que se afigurar necessário ao cum
primento dessas norm
as;
VI - estabelecer norm
as procedimentais de arquivam
ento de atos de firmas m
ercantis individuais e sociedades m
ercantis de qualquer natureza;
VII prom
over ou providenciar, supletivamente, as m
edidas tendentes a suprir ou corrigir as ausências, falhas ou deficiências dos serviços de R
egistro Público de E
mpresas M
ercantis e A
tividades Afins;
VIII - prestar colaboração técnica e financeira às juntas com
erciais para a melhoria dos
serviços pertinentes ao Registro P
úblico de Em
presas Mercantis e A
tividades Afins;
IX - organizar e m
anter atualizado o cadastro nacional das empresas m
ercantis em
funcionamento no P
aís, com a cooperação das juntas com
erciais;
X - instruir, exam
inar e encaminhar os processos e recursos a serem
decididos pelo M
inistro de Estado da Indústria, do C
omércio e do T
urismo, inclusive os pedidos de autorização
para nacionalização ou instalação de filial, agência, sucursal ou estabelecimento no P
aís, por sociedade estrangeira, sem
prejuízo da competência de outros órgãos federais;
XI - prom
over e efetuar estudos, reuniões e publicações sobre assuntos pertinentes ao R
egistro Público de E
mpresas M
ercantis e Atividades A
fins.
39
SU
BS
EÇ
ÃO
II
Das Juntas C
omerciais
Art . 5º H
averá uma junta com
ercial em cada unidade federativa, com
sede na capital e jurisdição na área da circunscrição territorial respectiva.
Art. 6º A
s juntas comerciais subordinam
-se administrativam
ente ao governo da unidade federativa de sua jurisdição e, tecnicam
ente, ao DN
RC
, nos termos desta lei.
Parágrafo único. A
Junta Com
ercial do Distrito F
ederal é subordinada administrativa e
tecnicamente ao D
NR
C.
Art. 7º A
s juntas comerciais poderão desconcentrar os seus serviços, m
ediante convênios com
órgãos públicos e entidades privadas sem fins lucrativos, preservada a
competência das atuais delegacias.
Art. 8º À
s Juntas Com
erciais incumbe:
I - executar os serviços previstos no art. 32 desta lei;
II - elaborar a tabela de preços de seus serviços, observadas as normas legais
pertinentes;
III - processar a habilitação e a nomeação dos tradutores públicos e intérpretes
comerciais;
IV - elaborar os respectivos R
egimentos Internos e suas alterações, bem
como as
resoluções de caráter administrativo necessárias ao fiel cum
primento das norm
as legais, regulam
entares e regimentais;
V - expedir carteiras de exercício profissional de pessoas legalm
ente inscritas no R
egistro Público de E
mpresas M
ercantis e Atividades A
fins;
VI - o assentam
ento dos usos e práticas mercantis.
Art. 9º A
estrutura básica das juntas comerciais será integrada pelos seguintes órgãos:
I - a Presidência, com
o órgão diretivo e representativo;
II - o Plenário, com
o órgão deliberativo superior;
III - as Turm
as, como órgãos deliberativos inferiores;
IV - a S
ecretaria-Geral, com
o órgão administrativo;
V - a P
rocuradoria, como órgão de fiscalização e de consulta jurídica.
§ 1º As juntas com
erciais poderão ter uma assessoria técnica, com
a competência de
preparar e relatar os documentos a serem
submetidos à sua deliberação, cujos m
embros
deverão ser bacharéis em D
ireito, Econom
istas, Contadores ou A
dministradores.
§ 2º As juntas com
erciais, por seu plenário, poderão resolver pela criação de delegacias, órgãos locais do registro do com
ércio, nos termos da legislação estadual respectiva.
40
Art. 10. O
Plenário, com
posto de Vogais e respectivos suplentes, será constituído pelo
mínim
o de onze e no máxim
o de vinte e três Vogais. (R
edação dada pela Lei nº 10.194, de 14.2.2001)
Art. 11. O
s Vogais e respectivos suplentes serão nom
eados, no Distrito F
ederal, pelo M
inistro de Estado do D
esenvolvimento, Indústria e C
omércio E
xterior, e nos Estados, salvo
disposição em contrário, pelos governos dessas circunscrições, dentre brasileiros que
satisfaçam as seguintes condições: (R
edação dada pela Lei nº 10.194, de 14.2.2001)
I - estejam em
pleno gozo dos direitos civis e políticos;
II - não estejam condenados por crim
e cuja pena vede o acesso a cargo, emprego e
funções públicas, ou por crime de prevaricação, falência fraudulenta, peita ou suborno,
concussão, peculato, contra a propriedade, a fé pública e a economia popular;
III - sejam, ou tenham
sido, por mais de cinco anos, titulares de firm
a mercantil
individual, sócios ou administradores de sociedade m
ercantil, valendo como prova, para esse
fim, certidão expedida pela junta com
ercial;
IV - estejam
quites com o serviço m
ilitar e o serviço eleitoral.
Parágrafo único. Q
ualquer pessoa poderá representar fundadamente à autoridade
competente contra a nom
eação de vogal ou suplente, contrária aos preceitos desta lei, no prazo de quinze dias, contados da data da posse.
Art. 12. O
s vogais e respectivos suplentes serão escolhidos da seguinte forma:
I - a metade do núm
ero de vogais e suplentes será designada mediante indicação de
nomes, em
listas tríplices, pelas entidades patronais de grau superior e pelas Associações
Com
erciais, com sede na jurisdição da junta;
II - um V
ogal e respectivo suplente, representando a União, por nom
eação do Ministro
de Estado do D
esenvolvimento, Indústria e C
omércio E
xterior; (Redação dada pela Lei nº
10.194, de 14.2.2001)
III – quatro vogais e respectivos suplentes representando a classe dos advogados, a dos econom
istas, a dos contadores e a dos administradores, todos m
ediante indicação, em lista
tríplice, do Conselho S
eccional ou Regional do Ó
rgão Corporativo dessas categorias
profissionais; (Redação dada pela Lei nº 9.829, de 1999)
IV - os dem
ais vogais e suplentes serão designados, no Distrito F
ederal, por livre escolha do M
inistro de Estado da Indústria, do C
omércio e do T
urismo; e, nos E
stados, pelos respectivos governadores.
§ 1º Os vogais e respectivos suplentes de que tratam
os incisos II e III deste artigo ficam
dispensados da prova do requisito previsto no inciso III do art. 11, mas exigir-se-á a prova de
mais de 5 (cinco) anos de efetivo exercício da profissão em
relação aos vogais e suplentes de que trata o inciso III.
§ 2º As listas referidas neste artigo devem
ser remetidas até 60 (sessenta) dias antes do
término do m
andato, caso contrário será considerada, com relação a cada entidade que se
omitir na rem
essa, a última lista que não inclua pessoa que exerça ou tenha exercido m
andato de vogal.
Art. 13. O
s vogais serão remunerados por presença, nos term
os da legislação da unidade federativa a que pertencer a junta com
ercial.
41
Art. 14. O
vogal será substituído por seu suplente durante os impedim
entos e, no caso de vaga, até o final do m
andato.
Art. 15. S
ão incompatíveis para a participação no colégio de vogais da m
esma junta
comercial os parentes consangüíneos e afins até o segundo grau e os sócios da m
esma
empresa.
Parágrafo único. E
m caso de incom
patibilidade, serão seguidos, para a escolha dos m
embros, sucessivam
ente, os critérios da precedência na nomeação, da precedência na
posse, ou do mem
bro mais idoso.
Art. 16. O
mandato de vogal e respectivo suplente será de 4 (quatro) anos, perm
itida apenas um
a recondução.
Art. 17. O
vogal ou seu suplente perderá o mandato nos seguintes casos:
I - mais de 3 (três) faltas consecutivas às sessões, ou 12 (doze) alternadas no m
esmo
ano, sem justo m
otivo;
II - por conduta incompatível com
a dignidade do cargo.
Art. 18. N
a sessão inaugural do plenário das juntas comerciais, que iniciará cada período
de mandato, serão distribuídos os vogais por turm
as de três mem
bros cada uma, com
exclusão do presidente e do vice-presidente.
Art. 19. A
o plenário compete o julgam
ento dos processos em grau de recurso, nos
termos previstos no regulam
ento desta lei.
Art. 20. A
s sessões ordinárias do plenário e das turmas efetuar-se-ão com
a periodicidade e do m
odo determinado no regim
ento da junta comercial; e as extraordinárias,
sempre justificadas, por convocação do presidente ou de dois terços dos seus m
embros.
Art. 21. C
ompete às turm
as julgar, originariamente, os pedidos relativos à execução dos
atos de registro.
Art. 22. O
presidente e o vice-presidente serão nomeados, em
comissão, no D
istrito F
ederal, pelo Ministro de E
stado da Indústria, do Com
ércio e do Turism
o e, nos Estados, pelos
governadores dessas circunscrições, dentre os mem
bros do colégio de vogais.
Art. 23. C
ompete ao presidente:
I - a direção e representação geral da junta;
II - dar posse aos vogais, convocar e dirigir as sessões do Plenário, superintender todos
os serviços e velar pelo fiel cumprim
ento das normas legais e regulam
entares.
Art. 24. A
o vice-presidente incumbe substituir o presidente em
suas faltas ou im
pedimentos e efetuar a correição perm
anente dos serviços, na forma do regulam
ento desta lei.
Art. 25. O
secretário-geral será nomeado, em
comissão, no D
istrito Federal, pelo
Ministro de E
stado da Indústria, do Com
ércio e do Turism
o, e, nos Estados, pelos respectivos
governadores, dentre brasileiros de notória idoneidade moral e especializados em
direito com
ercial.
Art. 26. À
secretaria-geral compete a execução dos serviços de registro e de
administração da junta.
42
Art. 27. A
s procuradorias serão compostas de um
ou mais procuradores e chefiadas pelo
procurador que for designado pelo governador do Estado.
Art. 28. A
procuradoria tem por atribuição fiscalizar e prom
over o fiel cumprim
ento das norm
as legais e executivas, oficiando, internamente, por sua iniciativa ou m
ediante solicitação da presidência, do plenário e das turm
as; e, externamente, em
atos ou feitos de natureza jurídica, inclusive os judiciais, que envolvam
matéria do interesse da junta.
CA
PÍT
ULO
II
Da P
ublicidade do Registro P
úblico de Em
presas Mercantis e A
tividades Afins
SE
ÇÃ
O I
Das D
isposições Gerais
Art. 29. Q
ualquer pessoa, sem necessidade de provar interesse, poderá consultar os
assentamentos existentes nas juntas com
erciais e obter certidões, mediante pagam
ento do preço devido.
Art. 30. A
forma, prazo e procedim
ento de expedição de certidões serão definidos no regulam
ento desta lei.
SE
ÇÃ
O II
Da P
ublicação dos Atos
Art. 31. O
s atos decisórios da junta comercial serão publicados no órgão de divulgação
determinado em
portaria do presidente, publicada no Diário O
ficial do Estado e, no caso da
Junta Com
ercial do Distrito F
ederal, no Diário O
ficial da União.
CA
PÍT
ULO
III
Dos A
tos Pertinentes ao R
egistro Público de E
mpresas M
ercantis e Atividades A
fins
SE
ÇÃ
O I
Da C
ompreensão dos A
tos
Art. 32. O
registro compreende:
I - a matrícula e seu cancelam
ento: dos leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes com
erciais, trapicheiros e administradores de arm
azéns-gerais;
II - O arquivam
ento:
a) dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firm
as m
ercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas;
b) dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 6.404, de 15 de dezem
bro de 1976;
c) dos atos concernentes a empresas m
ercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no B
rasil; d) das declarações de microem
presa;
43
e) de atos ou documentos que, por determ
inação legal, sejam atribuídos ao R
egistro P
úblico de Em
presas Mercantis e A
tividades Afins ou daqueles que possam
interessar ao em
presário e às empresas m
ercantis;
III - a autenticação dos instrumentos de escrituração das em
presas mercantis
registradas e dos agentes auxiliares do comércio, na form
a de lei própria.
Art. 33. A
proteção ao nome em
presarial decorre automaticam
ente do arquivamento dos
atos constitutivos de firma individual e de sociedades, ou de suas alterações.
§ 1º (Vetado).
§ 2º (Vetado).
Art. 34. O
nome em
presarial obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade.
SE
ÇÃ
O II
Das P
roibições de Arquivam
ento
Art. 35. N
ão podem ser arquivados:
I - os documentos que não obedecerem
às prescrições legais ou regulamentares ou que
contiverem m
atéria contrária aos bons costumes ou à ordem
pública, bem com
o os que colidirem
com o respectivo estatuto ou contrato não m
odificado anteriormente;
II - os documentos de constituição ou alteração de em
presas mercantis de qualquer
espécie ou modalidade em
que figure como titular ou adm
inistrador pessoa que esteja condenada pela prática de crim
e cuja pena vede o acesso à atividade mercantil;
III - os atos constitutivos de empresas m
ercantis que, além das cláusulas exigidas em
lei, não designarem
o respectivo capital, bem com
o a declaração precisa de seu objeto, cuja indicação no nom
e empresarial é facultativa;
IV - a prorrogação do contrato social, depois de findo o prazo nele fixado;
V - os atos de em
presas mercantis com
nome idêntico ou sem
elhante a outro já existente;
VI - a alteração contratual, por deliberação m
ajoritária do capital social, quando houver cláusula restritiva;
VII - os contratos sociais ou suas alterações em
que haja incorporação de imóveis à
sociedade, por instrumento particular, quando do instrum
ento não constar:
a) a descrição e identificação do imóvel, sua área, dados relativos à sua titulação, bem
com
o o número da m
atrícula no registro imobiliário;
b) a outorga uxória ou marital, quando necessária;
VIII - os contratos ou estatutos de sociedades m
ercantis, ainda não aprovados pelo G
overno, nos casos em que for necessária essa aprovação, bem
como as posteriores
alterações, antes de igualmente aprovadas.
44
Parágrafo único. A
junta não dará andamento a qualquer docum
ento de alteração de firm
as individuais ou sociedades, sem que dos respectivos requerim
entos e instrumentos
conste o Núm
ero de Identificação de Registro de E
mpresas (N
ire).
SE
ÇÃ
O III
Da O
rdem dos S
erviços
SU
BS
EÇ
ÃO
I
Da A
presentação dos Atos e A
rquivamento
Art. 36. O
s documentos referidos no inciso II do art. 32 deverão ser apresentados a
arquivamento na junta, dentro de 30 (trinta) dias contados de sua assinatura, a cuja data
retroagirão os efeitos do arquivamento; fora desse prazo, o arquivam
ento só terá eficácia a partir do despacho que o conceder.
Art. 37. Instruirão obrigatoriam
ente os pedidos de arquivamento:
I - o instrumento original de constituição, m
odificação ou extinção de empresas
mercantis, assinado pelo titular, pelos adm
inistradores, sócios ou seus procuradores;
II - declaração do titular ou administrador, firm
ada sob as penas da lei, de não estar im
pedido de exercer o comércio ou a adm
inistração de sociedade mercantil, em
virtude de condenação crim
inal; (Redação dada pela Lei nº 10.194, de 14.2.2001) (V
ide Lei nº 9.841, de 1999) III - a ficha cadastral segundo m
odelo aprovado pelo DN
RC
;
IV - os com
provantes de pagamento dos preços dos serviços correspondentes;
V - a prova de identidade dos titulares e dos adm
inistradores da empresa m
ercantil.
Parágrafo único. A
lém dos referidos neste artigo, nenhum
outro documento será exigido
das firmas individuais e sociedades referidas nas alíneas a, b e d do inciso II do art. 32.
Art. 38. P
ara cada empresa m
ercantil, a junta comercial organizará um
prontuário com
os respectivos documentos.
SU
BS
EÇ
ÃO
II
Das A
utenticações
Art. 39. A
s juntas comerciais autenticarão:
I - os instrumentos de escrituração das em
presas mercantis e dos agentes auxiliares do
comércio;
II - as cópias dos documentos assentados.
Parágrafo único. O
s instrumentos autenticados, não retirados no prazo de 30 (trinta)
dias, contados da sua apresentação, poderão ser eliminados.
SU
BS
EÇ
ÃO
III
Do E
xame das F
ormalidades
45
Art. 40. T
odo ato, documento ou instrum
ento apresentado a arquivamento será objeto de
exame do cum
primento das form
alidades legais pela junta comercial.
§ 1º Verificada a existência de vício insanável, o requerim
ento será indeferido; quando for sanável, o processo será colocado em
exigência.
§ 2º As exigências form
uladas pela junta comercial deverão ser cum
pridas em até 30
(trinta) dias, contados da data da ciência pelo interessado ou da publicação do despacho.
§ 3º O processo em
exigência será entregue completo ao interessado; não devolvido no
prazo previsto no parágrafo anterior, será considerado como novo pedido de arquivam
ento, sujeito ao pagam
ento dos preços dos serviços correspondentes.
SU
BS
EÇ
ÃO
IV
Do P
rocesso Decisório
Art. 41. E
stão sujeitos ao regime de decisão colegiada pelas juntas com
erciais, na forma
desta lei:
I - o arquivamento:
a) dos atos de constituição de sociedades anônimas, bem
como das atas de
assembléias gerais e dem
ais atos, relativos a essas sociedades, sujeitos ao Registro P
úblico de E
mpresas M
ercantis e Atividades A
fins;
b) dos atos referentes à transformação, incorporação, fusão e cisão de em
presas m
ercantis;
c) dos atos de constituição e alterações de consórcio e de grupo de sociedades, conform
e previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976;
II - o julgamento do recurso previsto nesta lei.
Art. 42. O
s atos próprios do Registro P
úblico de Em
presas Mercantis e A
tividades Afins,
não previstos no artigo anterior, serão objeto de decisão singular proferida pelo presidente da junta com
ercial, por vogal ou servidor que possua comprovados conhecim
entos de Direito
Com
ercial e de Registro de E
mpresas M
ercantis.
Parágrafo único. O
s vogais e servidores habilitados a proferir decisões singulares serão designados pelo presidente da junta com
ercial.
Art. 43. O
s pedidos de arquivamento constantes do art. 41 desta Lei serão decididos no
prazo máxim
o de 5 (cinco) dias úteis, contados do seu recebimento; e os pedidos constantes
do art. 42 desta Lei serão decididos no prazo máxim
o de 2 (dois) dias úteis, sob pena de ter-se com
o arquivados os atos respectivos, mediante provocação dos interessados, sem
prejuízo do exam
e das formalidades legais pela procuradoria. (R
edação dada pela Lei nº 11.598, de 2007)
SU
BS
EÇ
ÃO
V
Do P
rocesso Revisional
46
Art. 44. O
processo revisional pertinente ao Registro P
úblico de Em
presas Mercantis e
Atividades A
fins dar-se-á mediante:
I - Pedido de R
econsideração;
II - Recurso ao P
lenário;
III - Recurso ao M
inistro de Estado da Indústria, do C
omércio e do T
urismo.
Art. 45. O
Pedido de R
econsideração terá por objeto obter a revisão de despachos singulares ou de T
urmas que form
ulem exigências para o deferim
ento do arquivamento e será
apresentado no prazo para cumprim
ento da exigência para apreciação pela autoridade recorrida em
3 (três) dias úteis ou 5 (cinco) dias úteis, respectivamente. (R
edação dada pela Lei nº 11.598, de 2007)
Art. 46. D
as decisões definitivas, singulares ou de turmas, cabe recurso ao plenário, que
deverá ser decidido no prazo máxim
o de 30 (trinta) dias, a contar da data do recebimento da
peça recursal, ouvida a procuradoria, no prazo de 10 (dez) dias, quando a mesm
a não for a recorrente.
Art. 47. D
as decisões do plenário cabe recurso ao Ministro de E
stado da Indústria, do C
omércio e do T
urismo, com
o última instância adm
inistrativa.
Parágrafo único. A
capacidade decisória poderá ser delegada, no todo ou em parte.
Art. 48. O
s recursos serão indeferidos liminarm
ente pelo presidente da junta quando assinados por procurador sem
mandato ou, ainda, quando interpostos fora do prazo ou antes
da decisão definitiva, devendo ser, em qualquer caso, anexados ao processo.
Art. 49. O
s recursos de que trata esta lei não têm efeito suspensivo.
Art. 50. T
odos os recursos previstos nesta lei deverão ser interpostos no prazo de 10 (dez) dias úteis, cuja fluência com
eça na data da intimação da parte ou da publicação do ato no
órgão oficial de publicidade da junta comercial.
Art. 51. A
procuradoria e as partes interessadas, quando for o caso, serão intimadas
para, no mesm
o prazo de 10 (dez) dias, oferecerem contra-razões.
TÍT
ULO
II
Das D
isposições Finais e T
ransitórias
CA
PÍT
ULO
I
Das D
isposições Finais
Art. 52. (V
etado).
Art. 53. A
s alterações contratuais ou estatutárias poderão ser efetivadas por escritura pública ou particular, independentem
ente da forma adotada no ato constitutivo.
Art. 54. A
prova da publicidade de atos societários, quando exigida em lei, será feita
mediante anotação nos registros da junta com
ercial à vista da apresentação da folha do Diário
Oficial, ou do jornal onde foi feita a publicação, dispensada a juntada da m
encionada folha.
47
Art. 55. C
ompete ao D
NR
C propor a elaboração da tabela de preços dos serviços
pertinentes ao Registro P
úblico de Em
presas Mercantis, na parte relativa aos atos de natureza
federal, bem com
o especificar os atos a serem observados pelas juntas com
erciais na elaboração de suas tabelas locais.
Parágrafo único. A
s isenções de preços de serviços restringem-se aos casos previstos
em lei. A
rt. 56. Os docum
entos arquivados pelas juntas comerciais não serão retirados, em
qualquer hipótese, de suas dependências, ressalvado o previsto no art. 58 desta lei.
Art. 57. O
s atos de empresas, após m
icrofilmados ou preservada a sua im
agem por
meios tecnológicos m
ais avançados, poderão ser devolvidos pela juntas comerciais, conform
e dispuser o regulam
ento.
Art. 58. O
s processos em exigência e os docum
entos deferidos e com a im
agem
preservada postos à disposição dos interessados e não retirados em 60 (sessenta) dias da
publicação do respectivo despacho poderão ser eliminados pelas juntas com
erciais, exceto os contratos e suas alterações, que serão devolvidos aos interessados m
ediante recibo.
Art. 59. E
xpirado o prazo da sociedade celebrada por tempo determ
inado, esta perderá a proteção do seu nom
e empresarial.
Art. 60. A
firma individual ou a sociedade que não proceder a qualquer arquivam
ento no período de dez anos consecutivos deverá com
unicar à junta comercial que deseja m
anter-se em
funcionamento.
§ 1º Na ausência dessa com
unicação, a empresa m
ercantil será considerada inativa, prom
ovendo a junta comercial o cancelam
ento do registro, com a perda autom
ática da proteção ao nom
e empresarial.
§ 2º A em
presa mercantil deverá ser notificada previam
ente pela junta comercial,
mediante com
unicação direta ou por edital, para os fins deste artigo.
§ 3º A junta com
ercial fará comunicação do cancelam
ento às autoridades arrecadadoras, no prazo de até dez dias.
§ 4º A reativação da em
presa obedecerá aos mesm
os procedimentos requeridos para
sua constituição.
Art. 61. O
fornecimento de inform
ações cadastrais aos órgãos executores do Registro
Público de E
mpresas M
ercantis e Atividades A
fins desobriga as firmas individuais e sociedades
de prestarem idênticas inform
ações a outros órgãos ou entidades das Adm
inistrações Federal,
Estadual ou M
unicipal.
Parágrafo único. O
Departam
ento Nacional de R
egistro do Com
ércio manterá à
disposição dos órgãos ou entidades referidos neste artigo os seus serviços de cadastramento
de empresas m
ercantis.
Art. 62. A
s atribuições conferidas às procuradorias pelo art. 28 desta lei serão exercidas, no caso da Junta C
omercial do D
istrito Federal, pelos assistentes jurídicos em
exercício no D
epartamento N
acional de Registro do C
omércio.
Art. 63. O
s atos levados a arquivamento nas juntas com
erciais são dispensados de reconhecim
ento de firma, exceto quando se tratar de procuração.
48
Parágrafo único. A
cópia de documento, autenticada na form
a da lei, dispensa nova conferência com
o original; poderá, também
, a autenticação ser feita pelo cotejo da cópia com
o original por servidor a quem o docum
ento seja apresentado.
Art. 64. A
certidão dos atos de constituição e de alteração de sociedades mercantis,
passada pelas juntas comerciais em
que foram arquivados, será o docum
ento hábil para a transferência, por transcrição no registro público com
petente, dos bens com que o subscritor
tiver contribuído para a formação ou aum
ento do capital social.
CA
PÍT
ULO
II
Das D
isposições Transitórias
Art. 65. A
s juntas comerciais adaptarão os respectivos regim
entos ou regulamentos às
disposições desta lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
Art. 66. (V
etado).
Art. 67. E
sta lei será regulamentada pelo P
oder Executivo no prazo de 90 (noventa) dias
e entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as Leis nºs 4.726, de 13 de julho de
1965, 6.939, de 09 de setembro de 1981, 6.054, de 12 de junho de 1974, o § 4º do art. 71 da
Lei nº 4.215, de 27 de abril de 1963, acrescentado pela Lei nº 6.884, de 09 de dezembro de
1980, e a Lei nº 8.209, de 18 de julho de 1991.
Brasília, 18 de novem
bro de 1994; 173º da Independência e 106º da República.
ITA
MA
R F
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49
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E.......................
1- C
onceito de Contabilidade.......................................................
2- O
bjeto da contabilidade............................................................ 3-
Entidade....................................................................................
4- U
suário..................................................................................... 5-
Finalidade da contabilidade......................................................
6- Interessados nas inform
ações contábeis................................... 7-
Técnicas contábeis....................................................................
8- A
função do contador............................................................... C
AP
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3 – DE
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IS ..................................................................
1) D
efinições básicas sobre relatórios contábeis............................ 2) R
elatórios contábeis obrigatórios............................................... 3) C
omplem
entação às demonstrações financeiras.......................
52
CA
PÍT
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IN
TR
OD
UÇ
ÃO
H
á muito vem
se percebendo que noções de contabilidade são essenciais para os profissionais do direito, independentem
ente do ramo jurídico
seguido. Volta e m
eia surgem consultas jurídicas atinentes às áreas tributária e
comercial
e que
impõem
ao
profissional do
direito conhecim
ento de
contabilidade. Em
processos judiciais a escrituração contábil pode ser um ótim
o instrum
ento de prova, cabendo ao profissional atuante na lide saber compreender
o constante nos livros de escrituração e nos demonstrativos contábeis.
A deficiência dos profissionais do direito em
conhecimentos “extra-
jurídicos”, mas de im
portância para atuação do operador do direito, como os
conhecimentos de contabilidade, já fez com
que muitas áreas de direção em
em
presas e em órgãos públicos, que antes era costum
eiramente ocupados por
bacharéis em direito, hoje estejam
sendo ocupadas por profissionais de outras áreas,
como
engenheiros, econom
istas, adm
inistradores, contabilistas
etc. A
necessidade do m
ercado de trabalho e a complexidade cada vez m
aior dos fatos jurídicos traz a iniciativa da faculdade de direito a im
por esta disciplina na sua grade curricular.
V
erdadeiro é, também
, que, como expõem
Sérgio de Iudícibus e
José Carlos M
arion2, os conhecim
entos de contabilidade a serem m
inistrados na faculdade de direito devem
ser limitados, não ensinando aos alunos “com
o fazer um
a a contabilidade”, mas, sim
, ao conteúdo dos relatórios contábeis e à sua interpretação. E
m m
omento algum
deve o estudante de direito estar preocupado com
a escrituração, mas, sim
, ter uma idéia de com
o funciona o ciclo contábil, analisando a origem
das contas e interpretando o seu conjunto.
E
ssa será a diretriz de nossa disciplina.
2 IU
DÍC
IBU
S, S
érgio de. Cu
rso d
e Co
nta
bilid
ad
e pa
ra n
ão
con
tad
ores. S
ão Paulo : A
tlas, 1999, pp. 15-16
53
CA
PÍT
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CO
NT
AB
ILID
AD
E 3
1 – Conceito de contabilidade
Com
o forma de conhecim
ento, é a ciência que tem com
o objetivo observar, registrar e inform
ar os fatos econômico-financeiros acontecidos dentro de um
patrim
ônio pertencente a uma entidade; m
ediante a aplicação do seu conjunto de princípios, norm
as, técnicas e procedimentos próprios.
Do
ponto de
vista prático,
é um
sistem
a de
informação
e avaliação
destinado a prover seus usuários com dem
onstrações e análises de natureza econôm
ica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto
de contabilização.
2 - Objeto
O O
BJE
TO
da Contabilidade é o patrim
ônio das entidades (entendendo-se com
o entidade qualquer pessoa física ou jurídica detentora de um patrim
ônio) e, m
ais especificam
ente, os
atos negociais
que m
odificam
esse patrim
ônio. P
atrimônio adm
inistrável e em constante alteração.
3- Entidade
E
ntidade é qualquer pessoa física ou jurídica detentora de um patrim
ônio
4- Usuário
U
suário é toda pessoa física ou jurídica que tenha interesse na avaliação da situação e do progresso de determ
inada entidade, seja tal entidade empresa,
ente de finalidades não lucrativas, ou mesm
o patrimônio fam
iliar. 3
O
conteúdo deste
capítulo é
extraído, entre
outros do
site
ww
w.covesa.hpg.ig.com
.br/CG
1_Aula1_conceitos_basicos.htm
e da
obra “
Curso
de C
ontabilidade para
não contadores” de S
érgio de Iudícibus e José Carlos M
arion (São P
aulo : Atlas, 1999, 2
a edição)
54
5- Finalidade da contabilidade
E
m todos os dias da nossa vida estam
os tomando decisões e, para cada
decisão, dirigimos o nosso raciocínio, o nosso juízo de valor, para circunstâncias
que envolvem a situação a ser decidida, obtendo inform
ações, dados sobre a realidade para que, a partir daí, decidam
os.
Im
aginem que um
a determinada em
presa dá um lucro de 1%
ao mês
sobre o capital investido na sua produção. Se tem
os conhecimento que o m
esmo
capital investido no mercado financeiro nos rende, por exem
plo, 5% ao m
ês, terem
os que nos perguntar : Com
pensa a continuação dessa atividade empresária
? Vejam
que, para uma consciente resposta a essa pergunta, devem
os estar cercados de dados, de inform
ações, não somente a respeito dos atos negociais
praticados pela
empresa,
como
também
sobre
os juros
pagos no
mercado
financeiro.
O
utras situações
internas da
própria em
presa tam
bém
têm
decisões atreladas a inform
ações, a dados a respeito dos seus atos negociais. Muitas vezes
necessitamos
modificar
a estrutura
da nossa
produção para
lucrar m
ais, viabilizando a atividade. O
ra, as informações sobre os atos negociais da em
presa serão extraídas da escrituração contábil (que, lem
bremos, são as anotações sobre
os atos negociais da empresa, procedidas sob um
a técnica específica, que é a técnica contábil) e dos relatórios contábeis dela extraídos.
É
correto afirmar tam
bém que a contabilidade perm
ite a cada grupo de usuários a avaliação da situação econôm
ica e financeira da entidade, num sentido
estático, bem com
o fazer inferências sobre suas tendências futuras
P
odemos,
assim,
apontar, de
forma
específica, as
finalidades da
contabilidade:
a) Controlar o patrim
ônio das entidades
b) Apurar o resultado das entidades
c) Prestar inform
ações sobre o patrimônio, sobre o resultado das entidades aos
diversos usuários das informações contábeis.
6 – Interessados nas informações contábeis
Em
item anterior, conceituam
os usuário como toda pessoa física ou
jurídica que
tenha interesse
na avaliação
da situação
e do
progresso de
55
determinada
entidade, seja
tal entidade
empresa,
ente de
finalidades não
lucrativas, ou mesm
o patrimônio fam
iliar E
, quando
do estudo
sobre “escrituração”
em
Direito
Com
ercial, constatam
os que a escrituração possui funções internas (gerencial) e funções externas (docum
ental e fiscal).
Assim
, não se tem dúvida de que as inform
ações constantes dos relatórios contábeis
são de
extrema
utilidade para
o em
presário ou
para a
sociedade em
presária no sentido de saber a real situação da sua atividade econômica
(função gerencial). No entanto, terceiros que se encontram
fora da empresa ou
não exercem cargo diretivo dentro da em
presa também
têm interesse no conteúdo
dos relatórios contábeis (funções documental e fiscal)
Passam
os, abaixo, a apontar terceiros que têm interesse nos relatórios
contábeis para tomar decisões fora dos lim
ites da empresa:
- Investidores: é através dos relatórios contábeis que se identifica a situação econôm
ico-financeira da empresa; dessa form
a, o investidor tem em
mãos os
elementos
necessários para
decidir sobre
as m
elhores alternativas
de investim
entos. Os relatórios evidenciam
a capacidade da empresa em
gerar lucros e outras inform
ações; - F
ornecedores de bens e serviços a crédito: usam os relatórios para analisar a
capacidade de pagamento da em
presa compradora
- Bancos: utilizam
os relatórios para aprovar empréstim
os, limite de crédito etc
- Governo : não só usa os relatórios com
a finalidade de arrecadação de impostos,
como tam
bém para dados estatísticos, no sentido de m
elhor redimensionar a
economia (IB
GE
, por exemplo)
- Sindicatos : utilizam
os relatórios para determinar a produtividade do setor,
fator preponderante para reajuste de salário - O
utros interessados: funcionários (quer saber se a empresa tem
condições de pagar seu salário ou não), órgãos de classes, pessoas e diversos institutos, com
o a C
VM
(C
omissão
de V
alores M
obiliários), o
CR
C
(Conselho
Regional
de C
ontabilidade), concorrentes etc
7 – Técnicas contábeis
No item
“1”, afirmam
os que, como form
a de conhecimento, a
contabilidade é uma ciência e, por conseqüência, um
a técnica (conjunto de
56
procedimentos ligados a um
a arte ou ciência4) destinada à análise/verificação de
um determ
inado objeto.
Tam
bém já afirm
amos que o objeto da contabilidade é o patrim
ônio das entidades (entendendo-se com
o entidade qualquer pessoa física ou jurídica detentora de um
patrimônio) e, m
ais especificamente, os atos negociais que
modificam
esse patrimônio.
No desenvolvim
ento da atividade contábil existem várias técnicas
utilizadas, isto
é, vários
procedimentos
de análise
dos atos
negociais de
determinada entidade. C
itemos tais técnicas:
a) Escrituração : que é a técnica pela qual os fatos que ocorrem
na entidade influenciando o seu patrim
ônio são registrados (anotados).
b) Dem
onstrações contábeis : que são relatórios onde são agrupados e divulgados os fatos. C
ada relatório é feito para atender a uma finalidade específica.
c) Auditoria: é o exam
e da "documentação contábil" obedecendo às norm
as especiais de procedim
entos a fim de verificar se os dem
onstrativos apresentados representam
com fidelidade a situação patrim
onial.
d) Análise de balanços : é a utilização de m
étodos e processos específicos na decom
posição, com
paração e
interpretação do
conteúdo das
demonstrações
contábeis para determinar a capacidade de pagam
ento da empresa, o grau de
solvência, a evolução da empresa, a estrutura patrim
onial e outros.
8) A função do contador
A
função básica do contador é produzir informações úteis aos usuários da
Contabilidade para a tom
ada de decisões, utilizando para tal as técnicas da contabilidade.
O código civil de 2002 dedica o seu artigo 1.177 à análise da atividade do
contabilista, normatizando que:
“ A
rt. 1.177.
Os
assentos lançados
nos livros
ou fichas
do preponente,
por qualquer
dos prepostos
encarregados de
sua escrituração, produzem
, salvo se houver procedido de má-fé, os
mesm
os efeitos como se fosse por aquele.
Parágrafo único. N
o exercício de suas funções, os prepostos são pessoalm
ente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos
4 S
ignificado extraído do Dicionário H
ouaiss da Língua P
ortuguês, em versão inform
atizada acessada pelo site w
ww
.uol.com.br
57
culposos; e, perante terceiros, solidariamente com
o preponente, pelos atos dolosos.”
C
omentando o citado artigo, R
icardo Fiuza
5 afirma que “o contabilista é
preposto encarregado
da escrituração
contábil da
empresa,
exercendo am
profissão de contador ou técnico contábil de acordo com
as normas do D
ecreto-L
ei 806/69 e Decreto no. 66.408/70. O
s registros lançados pelo contabilista nos livros e docum
entos da escrituração da empresa consideram
-se realizados pelo próprio proponente, salvo se for verificado que o preposto agiu de m
á-fé. Com
o regra geral de responsabilidade na relação de preposição, o parágrafo único deste artigo estabelece que haverá responsabilidade objetiva da em
presa quando o preposto venha a causar dano a terceiro em
virtude de ato culposo, cabendo ao preponente
indenizar os
prejuízos causados,
com
ação regressiva
contra o
responsável. No caso de ato doloso, ocorrerá situação de solidariedade, devendo
o preponente ser demandado juntam
ente com o preposto para o ressarcim
ento de prejuízos provocados a terceiros.
Ilustração sobre a área de atuação do contador: $$$$ ____ A
dministração
$$$$
------ Investidores $$$$
Bancos
$$$$
----- Governo
$$$$
----- Outros
interessados $$$$ $$$$
------
--------------------------------------------------------------------------------------------------- A
tos
Coleta de
Registro de dados
Relatórios U
suários N
egociais D
ados e processam
ento
(tom
ada de decisão) D
a E
ntidade
5 F
IUZ
A, R
icardo (coord.). No
vo C
ód
igo
Civil C
om
enta
do. São P
aulo : Saraiva, 2002, p . 1047
58
CA
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DE
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AS E
R
EL
AT
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IOS C
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TÁ
BE
IS 1) D
efinições básicas sobre relatórios contábeis 6
Relatório contábil é a exposição resum
ida e ordenada de dados colhidos pela
contabilidade. E
le objetiva
relatar às
pessoas que
utilizam
os dados
contábeis (usuários)
os principais
fatos registrados
por aquele
setor em
determ
inado período.
Os
relatórios contábeis
são tam
bém
conhecidos com
o “inform
es contábeis” e se classificam
em o
brig
ató
rios e n
ão
ob
riga
tório
s.
Os relatórios obrigatórios são aqueles exigidos por lei, sendo conhecidos
como “dem
onstrações financeiras” ou “demonstrações contábeis”. S
ão exigidos na totalidade para as sociedades anônim
as e, parte deles, estendida a outros tipos societários, através do Im
posto de Renda.
O
s relatórios contábeis não obrigatório, evidentemente, são aqueles não
exigidos por lei, o que não significa que sejam m
enos importantes. H
á relatórios não obrigatórios im
prescindíveis para a administração.
2) Relatórios contábeis obrigatórios
7
A
Lei
das S
ociedades por
Ações
(Lei
6.404/76), que
é por
muitos
considerado um verdadeiro m
anual das demonstrações contábeis, estabelece que,
ao fim
de
cada exercício
social, a
diretoria fará
elaborar, com
base
na escrituração contábil, as seguintes dem
onstrações financeiras (ou contábeis) �
obrigatórias para as S
/As - :
•
Balanço P
atrimonial
• D
emonstração do R
esultado do Exercício
• D
emonstração de L
ucros ou Prejuízos A
cumulados ou D
emonstração das
Mutações do P
atrimônio L
íquido; •
Dem
onstrações das Origens e A
plicações de Recursos
8
6 C
onteúdo extraído da obra “ Curso de C
ontabilidade para não contadores” de Sérgio de Iudícibus e José
Carlos M
arion (São P
aulo : Atlas, 1999, 2
a edição) 7 Idem
59
3) Com
plementação às dem
onstrações financeiras
No m
omento da publicação das D
emonstrações F
inanceiras, as So
cied
ad
es
An
ôn
ima
s deverão informar aos usuários desses relatórios os dados adicionais
seguintes: a) R
elatórios da diretoria (ou da administração)
A
pós a
identificação da
empresa,
na publicação
das D
emonstrações
Financeiras, destaca-se, em
primeiro plano, o R
elatório da Adm
inistração, em
que a diretoria dará ênfase às informações norm
almente de caráter não financeiro
(não monetário). A
s principais informações são
-
dados estatísticos diversos -
indicadores de produtividade -
desenvolvimento tecnológico
- a em
presa no contexto socioeconômico
- políticas diversas: recursos hum
anos, esportação etc -
expectativas com relação ao futuro
- dados do orçam
ento de capital -
projeto de expansão -
desempenho em
relação aos concorrentes etc b) N
otas explicativas
Tam
bém conhecidas com
o “Notas de R
odapé”, as Notas E
xplicativas são norm
almente
destacadas após
as D
emonstrações
Financeiras
(quando publicadas).
A L
ei das Sociedades por ações estabelece que as D
emonstrações serão
complem
entadas por
Notas
Explicativas
e outros
quadros analíticos
ou dem
onstrações necessários para esclarecimento da situação patrim
onial e dos resultados do exercício.
Com
o alguns exemplos de N
otas Explicativas podem
os citar:
- critérios de cálculos na obtenção de itens que afetam
o lucro; -
obrigações de
longo prazo,
destacando os
credores, taxas
de juros,
garantias à dívida, etc -
composição do capital social por tipo de ações
- ajustes de exercícios anteriores etc
8 A
s Sociedades A
nônimas de C
apital Aberto (que negociam
suas ações na Golsa de V
alores) e as grandes S
/As estão obrigadas à elaboração e publicação da D
emonstração das O
rigens e Aplicações de
Recursos. A
s demais estão desobrigadas em
relação a esta demonstração
60
c) Parecer dos auditores
D
e m
aneira geral,
as sociedades
anônimas
de capital
aberto estão
obrigadas a publicar as Dem
onstrações com o P
arecer de Auditoria.
T
rata-se de parecer de auditor externo, que difere do auditor interno, pois este últim
o é empregado da em
presa enquanto op primeiro não possui nenhum
tipo de vínculo com
a instituição, tendo total independência para manifestar a sua
opinião, daí o título “Auditor Independente”.
O
auditor
independente em
ite sua
opinião inform
ando se
as D
emonstrações F
inanceiras representam adequadam
ente a Situação P
atrimonial e
a Posição F
inanceira na data do exame. Inform
a se as demonstrações foram
levantadas de acordo com
os Princípios F
undamentais de C
ontabilidade e se há uniform
idade em relação ao exercício anterior.
61
A
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3
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TR
IMO
NIA
L
C
AP
ÍTU
LO
1
INT
RO
DU
ÇÃ
O
N
o início
dos nossos
estudos sobre
contabilidade, objetivam
os introduzir
o aluno
no m
undo contábil,
desejando que
o m
esmo
passasse a
conhecer a
contabilidade, as
suas funções
na em
presa, bem
com
o os
seus principais institutos.
Na apostila “1” apontam
os para conceito de “relatório contábil” (exposição resum
ida e ordenada de dados colhidos pela contabilidade e que objetiva relatar
às pessoas
que utilizam
os
dados contábeis
(usuários) os
principais fatos
registrados por aquele setor em determ
inado período, apontando a situação patrimonial
ou os resultados alcançados pela entidade) e que “Dem
onstrações Contábeis” é a
denominação para os “relatório contábeis” obrigatórios, isto é, exigidos por lei.
Elencam
os, tam
bém,
as espécies
de dem
onstrações contábeis,
quais sejam
:
• B
alanço Patrim
onial •
Dem
onstração do Resultado do E
xercício •
Dem
onstração de Lucros ou P
rejuízos Acum
ulados ou Dem
onstração das M
utações do Patrim
ônio Líquido;
• D
emonstrações das O
rigens e Aplicações de R
ecursos
Ora, se o nosso objetivo é nos capacitar para a interpretação das diversas
demonstrações contábeis, exigido é que passem
os a estudar individualmente cada um
a dessas dem
onstrações, buscando conhecer as suas funções e o seu conteúdo. Iniciam
os essa
análise porm
enorizada com
a
demonstração
contábil denom
inada “balanço patrimonial”.
63
CA
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O II
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RE
BA
LA
NÇ
O P
AT
RIM
ON
IAL
a) Conceito
O
“balanço
patrimonial”
é um
a espécie
de dem
onstração contábil,
sendo identificada com
o a principal demonstração contábil e tem
como objetivo apontar a
posição financeira em determ
inado mom
ento (normalm
ente, no fim do ano) de um
a entidade. E
m outras palavras, o balanço patrim
onial consiste na apresentação dos saldos respectivos de todas as contas da contabilidade de um
a companhia em
uma determ
inada data, dispostos ou arrum
ados de uma form
a relativamente padronizada, com
a finalidade de perm
itir, a quem o analisa, um
a visualização rápida da posição econômico-financeira
dessa companhia naquela data. E
m resum
o, o balanço patrimonial representa um
a fotografia da em
presa em determ
inada data, expressa em valores m
onetários.
O C
onselho Federal de Contabilidade conceitua balanço patrim
onial da seguinte form
a:
"O balanço patrim
onial é a demonstração contábil destinada a
evidenciar, quantitativa
e qualitativam
ente, num
a determ
inada data, a posição patrim
onial e financeira da Entidade".
A expressão “balanço patrim
onial” decorre do equilíbrio Ativo =
Passivo +
PL
, ou da igualdade de A
plicações = O
rigens. Parte da idéia de um
a balança de dois pratos, onde sem
pre encontramos a igualdade. S
ó que, em vez de denom
inarmos balança (assim
com
o Balança C
omercial), denom
inamos no m
asculino: Balanço.
Já a expressão “patrimonial” origina-se do P
atrimônio G
lobal da entidade, ou seja, o conjunto de todos os bens, direitos e obrigações. D
aí se origina a expressão : P
atrimônio L
íquido, que significa a parte residual do patrimônio, a riqueza líquida da
empresa num
processo de continuidade, a Situação L
íquida.
b) Requisitos do balanço patrim
onial
O balanço patrim
onial tem com
o requisitos:
- Cabeçalho: o balanço patrim
onial é composto de um
cabeçalho onde constam:
• N
ome da entidade
• T
ítulo da demonstração (B
alanço Patrim
onial) •
Data do encerram
ento do balanço
- Corpo: o corpo do balanço é constituído por duas colunas: a da esquerda, que
chamam
os Ativo, e a da direita, que cham
amos P
assivo e Patrim
ônio Líquido.
64
- Colunas com
parativas: A lei das S
As (L
ei 6404/76) dispõe que as demonstrações de
cada exercício
sejam
publicadas com
a
indicação dos
valores correspondentes
do exercício anterior. A
ssim, o B
alanço Patrim
onial e todas as Dem
onstrações Financeiras são
apresentados em
duas
colunas: E
xercício A
tual e
Exercício
Anterior.
Essa apresentação facilita ao usuário das dem
onstrações no sentido de observar a evolução de um
ano para outro.
- Redução de dígitos (opcional) : A
Lei das S
/As dispõe que as dem
onstrações financeiras podem
ser publicadas com
a eliminação de dígitos, principalm
ente de núm
eros grande. Podem
os citar como exem
plo 150.000.000, pode-se eliminar 3(três)
dígitos, desde que se coloque no cabeçalho da demonstração a expressão em
milhares
(ou em $ m
il). Pode-se tam
bém elim
inar 6 dígitos, cabendo colocar no cabeçalho a expressão em
milhões (ou em
$ milhões)
c) Visão inicial de um
balanço patrimonial
Ca
beça
lho
Denom
inação da empresa: _____________________________ R
edu
ção
de
díg
itos
BA
LA
NÇ
O P
AT
RIM
ON
IAL
En
cerrad
o em
: xx
de yyyyyyyy d
e 20
xx
Em
$ Milhões
AT
IVO
P
ASSIV
O
Ano A
tual
Ano
Anterior
Ano A
tual
Ano
Anterior
BE
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DIR
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OS
---------
----------
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L
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----------
---------
----------
----------
Co
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Co
lun
as co
mp
ara
tivas
65
d) O A
tivo e o Passivo
O
Balanço patrim
onial é constituído de duas colunas (corpo) : a coluna do lado direito é denom
inada de Passivo e P
atrimônio L
íquido. A coluna do lado
esquerdo é denominada A
tivo, o que resulta a seguinte visão simplificada do balanço:
BA
LA
NÇ
O P
AT
RIM
ON
IAL
AT
IVO
P
ASSIV
O E
PA
TR
IMÔ
NIO
LÍQ
UID
O
La
do
Esq
uerd
o
La
do
Direito
d.1) Ativo
S
ão todos os bens e direitos de propriedade da empresa, avaliáveis em
dinheiro, que representam
benefícios presentes ou futuros para a empresa. C
abe-nos, tam
bém, apontar o que venha a ser “bens”, “direitos” e “propriedade”:
• B
ens : é toda coisa dotada de utilidade. U
tilidade é a capacidade de satisfazer a um
a necessidade humana. O
s bens avaliáveis em m
oeda que, portanto, podem
ser objeto de troca classificam-se com
o bens econômicos.
Citam
os com
o exem
plos m
áquinas, m
ercadorias em
estoque,
dinheiro(moeda), ferram
entas, mobília, instalações etc.
• D
ireitos: são relações jurídicas que se estabelecem
entre um sujeito ativo
(credor) que pode exigir de outro, o sujeito passivo (devedor), uma prestação
de caráter patrimonial (objeto) em
virtude de uma causa, que pode ser a
vontade das partes (ex-vo
lun
tate) ou por im
posição da lei (ex-leg
e). Os direitos
podem ser vistos com
o bens de posse de terceiros. Tem
os como exem
plo : se a em
presa tem contas a receber, ela tem
dinheiro (bens) de posse de terceiros para receber no futuro. D
e maneira geral, são papéis, títulos etc.
Exem
plos: contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber, ações, depósitos em
contas bancárias, títulos de crédito etc
O
s bens e direitos que compõem
o ativo devem ter “valor objetivo”,
isto é, serem avaliáveis em
dinheiro.
N
ão são considerados ativo bens como um
a “marca” conhecida no
mercado, vez que, em
bora seja considerado bem, é de difícil avaliação m
onetária, a não ser quando ela é adquirida de terceiros. A
mesm
a coisa acontece com o fundo de
comércio.
66
P
ortanto, para ser Ativo, é necessário preencher 4(quatro) requisitos
simultaneam
ente, quais sejam:
• S
er “bem” ou “direito”
• S
er de “propriedade da empresa”
• S
er mensurável m
onetariamente
• S
er benefício presente ou futuro
d.2) Passivo
Passivo é verbo da voz passiva, isto é, aquele em
que o sujeito sofre a ação. P
or analogia, no passivo figuram as relações jurídicas em
que a empresa está no
pólo passivo da relação como sujeito passivo (devedora) e outra pessoa, física ou
jurídica, figura no pólo ativo como sujeito ativo (credora).
Do
ponto de
vista contábil,
a expressão
“passivo”, num
prim
eiro m
omento,
é entendida
como
um
conjunto form
ado pelo
“passivo exigível”
e o
“patrimônio líquido”, variáveis que com
põem a coluna direita do “corpo” do balanço
patrimonial
Contabilm
ente, o “passivo” (coluna da direita do corpo do balanço) é form
ado pelo “passivo exigível” (que alguns denominam
simplesm
ente de “passivo”) e o “patrim
ônio líquido”. Passem
os a analisar essas variáveis.
d.2.1) Passivo E
xigível
Representa todas as obrigações financeiras que um
a empresa tem
para com
terceiros. É tudo que deve; as dívidas que ela contraiu. P
ara Sérgio de Iudícibus e
José Carlos M
arion9, o passível exigível evidencia toda a obrigação (dívida) que a
empresa
tem
com
terceiros, com
o, por
exemplo,
contas a
pagar, dívidas
com
fornecedores de matéria-prim
a, imposto a pagar, financiam
entos, empréstim
os etc.
Assim
se uma em
presa adquire um veículo para pagam
ento a prazo, a posse do m
esmo representa um
ativo. Mas por outro lado, a em
presa passa a ter uma
obrigação para com a pessoa ou com
panhia que vendeu o veículo. Assim
, ela passa a ter um
a obrigação, que representa um passivo exigível.
Exem
plos de passivo exigível:
- duplicatas a pagar
- salários a pagar
- aluguéis a pagar
9
67
- encargos sociais a pagar
- juros a pagar
- impostos a pagar
d.2.2) Patrim
ônio Líquido
O patrim
ônio líquido representa o registro do valor que os proprietários de um
a empresa têm
aplicado no negócio. Pode-se tam
bém conceituar patrim
ônio líquido com
o “recursos dos proprietários aplicados no empreendim
ento. O investim
ento inicial dos proprietários (a prim
eira aplicação) é denominada, contabilm
ente, capital. Se
houver outras aplicações por parte dos proprietários (denominados “acionistas” quando
se trata de Sociedade A
nônima e denom
inados “sócios”, quando se trata de outras espécies de sociedade), terem
os acréscimo de capital.
É
certo que o pa
trimô
nio
líqu
ido não cresce apenas com
os novos investimentos
dos proprietários, mas tam
bém, e isto é m
ais comum
, com os rendim
entos resultantes do capital aplicado. E
sse rendimento é cham
ado de “lucro”. O lucro resultante da atividade
operacional da entidade, obviamente, pertence, em
última análise, aos proprietários que
investiram na em
presa (é, portanto, remuneração do capital investido).
D
o lucro
obtido em
determ
inado período
pela atividade
empresarial,
normalm
ente, uma parte é distribuída para os donos do capital (d
ividen
do
s) e outra parte é reinvestida no negócio, isto é, fica retida (a
cum
ula
da) na em
presa.
A
parte do lucro acumulado (retido) é adicionada ao P
atrimônio L
íquido. Dessa
forma, as aplicações dos proprietários (sócios ou acionistas) vão crescendo
Para ilustrar, vam
os admitir que você e um
sócio decidiram abrir um
a empresa.
Mas,
para iniciar
as atividades,
a em
presa necessita
de um
capital
inicial de
$ 20.000.000, que vocês entregam
ao gerente da firma. N
o mom
ento em que a em
presa recebe o dinheiro, a posse deste representa um
ativo. Mas, por outro lado, a em
presa deve registrar que seus proprietários (os sócios) aplicaram
no negócio uma determ
inada quantia, o capital, que representa o patrim
ônio líquido da companhia.
Neste ponto, um
a dúvida muito com
um costum
a surgir. Nós aprendem
os que os bens de um
a empresa representam
o seu patrimônio. P
or que, de repente, o patrimônio
passa a ser chamado ativo e o valor que os proprietários aplicaram
no negócio é denom
inado patrimônio líquido?
A resposta é sim
ples. Suponham
os que você decida comprar um
veículo; porém
uma parte da com
pra será financiada.
Assim
temos:
$
68
V
alor do veículo
10.000
V
alor pago à vista
4.000
V
alor a pagar
6.000
Agora
observe: a
posse do
veículo representa
para você
um
patrimônio,
chamado ativo. A
o mesm
o tempo, o valor que você ficou devendo, representa um
a obrigação e conseqüentem
ente, um passivo exigível. D
essa forma, se você tem
um
patrimônio no valor de $ 10.000, m
as ainda está devendo $ 6.000 referente à sua com
pra, o valor líquido de seu ativo é $ 4.000,00. O que equivale a dizer que seu
patrimônio líquido m
onta em $ 4.000.
V
amos agora a m
ais um conceito de P
atrimônio L
íquido. Láudio C
armargo
Fabretti, em sua obra “D
ireito de Em
presa no Novo C
ódigo Civil” afirm
a que o patrim
ônio líquido é a diferença entre o valor do ativo (bens e direitos) e o passivo (obrigações), e cita o seguinte exem
plo:
A
tivo : Bens 200.000 +
Créditos 300.000 =
500.000
Passivo E
xigível : Obrigações
= (400.000)
Patrim
ônio Líquido(P
L)
100.000
(Observação : N
as demonstrações contábeis, os valores que devem
ser subtraídos (valores negativos) são apresentados entre parêntesis)
N
o exemplo acim
a, o Patrim
ônio Líquido representa o valor contábil da em
presa, ou seja, se ela resolver liquidar seu patrim
ônio, realizando em dinheiros os bens e os
direitos, apurará
500.000. P
agando as
obrigações de
400.000, restará
o saldo
em
dinheiro de 100.000, para o titular ou sócios da empresa. E
sse saldo positivo é o P
atrimônio L
íquido da empresa cujo patrim
ônio foi liquidado.
O
Patrim
ônio liquido demonstra o investim
ento inicial feito na constituição da em
presa, que é registrado como “capital” e suas m
utações (transformações), cujos
resultados, se positivos, representam lucros, se negativos, prejuízos.
E
m síntese, o P
atrimônio L
íquido representa, de forma resum
ida, a história do sucesso ou insucesso da em
presa, que, partindo de um capital inicial, acum
ulou lucros e prejuízos.
O
Patrim
ônio Líquido, na verdade, não é passivo. A
o contrário, representa a diferença positiva entre a som
a do ativo (bens e créditos) e o valor do passivo real (isto é, do passivo exigível, obrigações da em
presa, dívidas da empresa).
69
D
essa forma, obtém
Equação C
ontábil Básica. A
equação patrimonial é :
Ativo (bens/direitos) = P
assível Exigível (obrigações) + P
atrimônio L
íquido
A
ssim, quando o A
TIV
O é m
aior que o PA
SSIVO
EX
IGÍV
EL
, essa diferença (superávit) representa o P
AT
RIM
ÔN
IO L
ÍQU
IDO
.
70
III – O G
RU
PO
DE
CO
NT
AS N
O B
AL
AN
ÇO
P
AT
RIM
ON
IAL
a) Introdução e conceito de “Contas”
C
omo já analisado anteriorm
ente, o Balanço P
atrimonial é constituído de A
tivo, P
assivo e Patrim
ônio Líquido. O
Ativo, por sua vez, com
põe-se de Bens e D
ireitos aplicados na entidade. O
Passivo e o P
atrimônio L
íquido registram todas as entradas
(orig
ens) de recursos na em
presa.
S
e demonstrássem
os um balanço patrim
onial cujo ativo fosse um “am
ontoado de contas
de bens
e direitos”
(de form
a heterogênea),
teríamos
dificuldades em
ler,
interpretar e analisar o Balanço P
atrimonial. P
or isso, é importante apresentar o B
alanço agrupando-se as contas de m
esmas características, isto é, separando grupos de contas
homogêneas (sem
elhantes, com características sem
elhantes) entre si. Por exsemplo,
poderíamos agrupar as contas C
aixa (dinheiro disponível no caixa da empresa) e B
ancos (depósitos que a em
presa tem nos B
ancos) num único grupo denom
inado “Disponível”
(dinheiro à disposição da entidade).
O
ra, o balanço patrimonial é um
a demonstração m
uito usada por usuários externos à em
presa (como bancos, governo, fornecedores, sindicatos e até m
esmo donos da
empresa
(sócios ou
acionistas). N
ormalm
ente, esses
usuários não
precisam
ser especialistas
em
Contabilidade.
Daí
o balanço
patrimonial
ser um
a dem
onstração sim
ples e fácil de ser entendida, pois visa mostrar a situação econôm
ico-financeira da em
presa para leigos, motivo pelo qual a estrutura do balanço patrim
onial deve ser a m
ais sim
plificada possível,
o que
evidencia a
necessidade do
agrupamento
das inform
ações (relativas ao ativo, ao passivo e ao patrimônio líquido) através de “contas”,
que poderiam ser conceituadas com
o conjuntos de determinados dados contábeis com
características sim
ilares.
b) Os prazos e a sua im
portância para a formação do grupo de contas
P
ara facilitar a interpretação e análise do balanço, existe uma preocupação
constante em estabelecer um
a adequada distribuição de contas.
D
uas regras básicas orientam a distribuição de contas no B
alanço Patrim
onial:
• Prazo : em
contabilidade CU
RT
O P
RA
ZO
significa no
rma
lmen
te o período de até
1(um)
ano. C
olocando-se na
data do
levantamento
das D
emonstrações
Financeiras a data de 31-12-1998, por exemplo, todas as contas a receber até um
ano, isto é, até 31-12-99, serão agrupadas num
mesm
o título no Ativo, assim
com
o todas as contas a pagar até o final do ano seguinte serão agrupadas num
mesm
o título no passivo. O m
esmo ocorre com
as contas de LO
NG
O P
RA
ZO
(S
UP
ER
IOR
A U
M A
NO
)
71
• Grau de L
iquidez Decrescente:os itens de m
aior liquidez (mais facilm
ente conversíveis em
dinheiro) são classificados em prim
eiro plano. Os de m
enor liquidez aparecem
em últim
o lugar. Por exem
plo, entre três contas: Estoque,
Disponível (dinheiro no caixa ou depósito da em
presa em B
anco) e Duplicatas a
Receber, o m
ais líquido é o disponível (1o lugar), em
segundo lugar, recebe-se m
ais rapidamente as duplicadas que os estoques (estes possuem
uma liquidez
mais lenta – 3
o. lugar)
c) O realizável a “curto prazo” e o “exigível a curto prazo”
P
odemos relacionar tudo aquilo que a em
presa receberá no Curto P
razo (aquilo que será transform
ado em dinheiro) confrontando com
tudo aquilo que será pago no C
urto prazo:
AT
IVO
P
ASSIV
O
Itens que já são dinheiro ou que serão transform
ados em dinheiro
rapidamente, isto é, em
até 1(um)
ano (curto prazo)
Todas as dívidas (obrigações) que
serão pagas rapidamente, no curto
prazo, isto é até 1 ano
C
omo essas contas recebidas e pagas rapidam
ente se renovam constantem
ente (estão sem
pre girando), foi dado o nome de C
ircula
nte (corrente), tanto para o A
tivo com
o para o Passivo. A
ssim, tem
os:
• A
TIV
O C
IRC
UL
AN
TE
: grupo composto por itens que já são dinheiro ou
que serão transformados em
dinheiro rapidamente (em
até 1 ano).
Com
o, por exemplo, o dinheiro que se encontra no caixa da em
presa, o depósito bancário já disponível para saque, um
a nota promissória em
que a empresa é
beneficiária e vencerá em até 1(um
) ano da data do encerramento do exercício
financeiro que serviu como base para a elaboração do balanço, etc
• P
ASSIV
O
CIR
CU
LA
NT
E:
grupo com
posto pela
dívidas (obrigações)
da em
presa que devem ser pagas rapidam
ente, isto é, em curto prazo, vencendo-se
em até 1 ano a contar da data do encerram
ento do exercício financeiro que serviu com
o base para a elaboração do balanço.
72
C
omo, por exem
plo, uma nota prom
issória emitida pela em
presa e que vence em
até 1(um) ano 1(um
) ano a contar da data do encerramento do exercício
financeiro que serviu como base para a elaboração do balanço, o pagam
ento de fornecedores que deve ser feito a curto prazo, isto é, em
até 1 ano.
De outro lado, se a em
presa espera muito tem
po (mais de 1 ano) para
receber determinados créditos (isto é, determ
inado bem), podem
os chamar esses
créditos como grupo “R
ealizável a Longo P
razo”. E m
ais, caso se trate de dívidas (obrigações) da em
presa que tenham vencim
entos a longo prazo, isto é, que devam
ser pagas, ou melhor, que vencem
, em período superior 1(um
) ano a contar da data do encerram
ento do exercício financeiro que serviu como base para a elaboração do
balanço, reunimos dívidas no grupo denom
inado “Exigível a L
ongo Prazo”.
N
este ponto, temos :
• R
EA
LIZ
ÁV
EL
A L
ON
GO
PR
AZ
O : grupo form
ado por créditos que serão recebidos pela em
presa a Longo P
razo, isto é, que devem ser recebido
em até 1(um
) ano a contar da data do encerramento do exercício financeiro
que serviu como base para a elaboração do balanço.
Exem
plifiquemos : a em
presa é beneficiária de uma nota prom
issória que vencerá em
período superior 1(um) ano a contar da data do encerram
ento do exercício financeiro que serviu com
o base para a elaboração do balanço. T
rata-se referido direito (de crédito) de um item
que se enquadro no grupo “R
ealizável a Longo P
razo”.
• E
XIG
ÍVE
L
A
LO
NG
O
PR
AZ
O
: grupo
formado
por dívidas
da em
presa que têm vencim
ento em período superior a 1(um
) ano a contar da data do encerram
ento do exercício financeiro que serviu como base para a
elaboração do balanço.
Apresentem
os exemplos: a em
presa é emissora de um
a nota promissória que
tem vencim
ento em período superior a 1(um
) ano a contar da data do encerram
ento do
exercício financeiro
que serviu
como
base para
a elaboração do balanço
Por fim
, temos no ativo o grupo dos itens que a em
presa não receberá, pois não estão a venda, m
as, sim, destinados ao uso e à renda. E
sses itens permanecem
por
muito
tempo
dentro da
empresa,
daí serem
cham
ados de
“permanentes”,
formando o grupo do “A
tivo Perm
anente”:
73
• A
TIV
O
PE
RM
AN
EN
TE
:
grupo form
ado por
itens que
a em
presa não
receberá, pois não estão a venda, mas, sim
, destinados ao uso e à renda. Esses
itens permanecem
por muito tem
po dentro da empresa, daí serem
chamados de
“permanentes”.
Exem
plifiquemos : fazem
parte do ativo permanente o m
aquinário que é utilizado na produção da em
presa, a mobília disposta no setor adm
inistrativo da em
presa etc.
74
d) Segunda visão (intermediária) do B
alanço Patrim
onial
Nom
e do empresário ou da sociedade em
presária: ___________________________
BA
LA
NÇ
O P
AT
RIM
ON
IAL
En
cerrad
o em
: xx
de yyyyyyyy d
e 20
xx
Em
$ Milhões
AT
IVO
P
ASSIV
O E
PA
TR
IMÔ
NIO
LÍQ
UID
O
Circulante
São
contas que
estão constantem
ente em
giro
– em
m
ovimento – sendo que a conversão em
dinheiro será, no m
áximo, em
até 1(um)
ano a contar da data do encerramento do
exercício financeiro
que serviu
como
base para a elaboração do balanço
Realizável a longo prazo
São
bens e
direitos que
se transform
arão em dinheiro em
período superior 1(um
) ano a contar da data do encerram
ento do
exercício financeiro
que serviu como base para a elaboração
do balanço
Perm
anente
São bens e D
ireitos que não se destinam
a venda e tem vida
útil, no caso de bens, longa
Circulante
São
obrigações (dívidas)
que serão
liquidadas (pagas) no máxim
o em até 1(um
) ano a contar da data do encerram
ento do exercício financeiro que serviu com
o base para a elaboração do balanço
Exigível a longo prazo
São as obrigações (dívidas) que serão
liquidadas (pagas)
em
período superior
a 1(um
) ano a contar da data do encerramento
do exercício
financeiro que
serviu com
o base para a elaboração do balanço
Patrim
ônio Líquido
São
os recursos
dos proprietários aplicados na em
presa. O
s recursos
significam
o C
apital m
ais o
seu rendim
ento L
ucros e
Reservas
75
IV – O
S GR
UP
OS D
E C
ON
TA
S DO
AT
IVO
S
ituando-nos na
matéria,
estamos
a estudar
o “ativo”
do balanço
patrimonial. N
o capítulo anterior, concluímos que o ativo é form
ado por três grandes grupos de contas, quais sejam
: “Ativo C
irculante” (contas que estão constantemente
em giro – em
movim
ento – sendo que a conversão em dinheiro será, no m
áximo, em
até 1(um
) ano a contar da data do encerramento do exercício financeiro que serviu com
o base para a elaboração do balanço ), “R
ealizável a Longo P
razo” (bens e direitos que se transform
arão em dinheiro em
período superior 1(um) ano a contar da data do
encerramento do exercício financeiro que serviu com
o base para a elaboração do balanço ) e “A
tivo Perm
anente” (bens e Direitos que não se destinam
a venda e tem
vida útil, no caso de bens, longa).
A
gora, o nosso objetivo é estudar os itens que fazem parte de cada grupo
do ativo. Vam
os lá:
a) Itens que compõem
o “Ativo C
irculante”
O
dinheiro (à disposição no caixa da empresa ou depositado no banco e à
disposição para saque), que é o item m
ais líquido, é agrupado com outros itens que
serão transformados em
dinheiro, consumidos ou vendidos a curto prazo, ou seja, dentro
de um
ano,
quais sejam
:
“Contas
a receber”,
“ Investim
entos T
emporários”
e “E
stoques”. Este grupo denom
ina-se Ativo C
irculante
C
onceituemos cada um
desses itens do “Ativo C
irculante”:
• D
isponível : é o dinheiro à disposição no caixa da empresa ou depositado no
banco e à disposição para saque
• C
ontas a receber: são valores ainda não recebidos decorrentes de vendas de m
ercadorias ou prestação de serviços a prazo e que deverão ser recebidos, no m
áximo, em
até 1(um) ano a contar da data do encerram
ento do exercício financeiro que serviu com
o base para a elaboração do balanço . São valores a
receber de cliente, também
denominados duplicadas a receber.
• E
stoques : são mercadorias a serem
revendidas. No caso da indústria, são os
produtos acabados, bem com
o matéria-prim
a e outros materiais secundários que
compõem
o produto em fabricação.
76
• Investim
ento temporário
: são aplicações realizadas normalm
ente no mercado
financeiro com excedente do C
aixa. São investim
entos por um curto período,
pois, tão logo a empresa necessite do dinheiro ela se desfaz da aplicação.
b) Itens que compõem
o grupo “Realizável a longo prazo”
O
s itens que compõem
o “Realizável a longo prazo” são ativos de m
enor liquidez, isto é, que se transform
am em
dinheiro mais lentam
ente do que os itens do grupo do “A
tivo Circulante”. C
omo já vim
os, o grupo “Realizável a L
ongo Prazo” é
formado por bens e direitos que se transform
arão em dinheiro em
período superior 1(um
) ano a contar da data do encerramento do exercício financeiro que serviu com
o base para a elaboração do balanço.
N
este item, são classificados os em
préstimos ou adiantam
entos concedidos às sociedades coligadas ou controladas, a diretores, acionistas etc, além
dos títulos a receber no L
ongo Prazo.
c) Itens que compõem
o grupo “Ativo P
ermanente”
O
grupo
“Ativo
Perm
anente”tem
como
itens ativos
(bens e
direitos) que
dificilmente serão vendidos, pois sua característica básica é não se destinarem
à venda. P
ortanto, pode-se dizer que são itens sem nenhum
a liquidez para a empresa.
O
utra característica do Ativo P
ermanente é ser form
ado por itens usados por vários anos (vida útil longa) e sua reposição, ao contrário do “A
tivo Circulante”, é
lenta. Seus valores não variam
constantemente, daí a denom
inação de Ativo F
ixo.
N
o Ativo P
ermanente, encontram
-se prédios, instalações, equipamentos, m
óveis, utensílios...pelo
seu valor
bruto. C
om
a dedução
do valor
bruto encontra-se
a D
epreciação A
cumulada
que é
a perda
da capacidade
(pelo desgaste
ou pela
deterioração tecnológica) daqueles ativos de produzirem eficientem
ente. Assim
, tem-se
o valor Líquido (V
alor Bruto (-) D
epreciação Acum
ulada) que deve aproximar-se do
valor daqueles ativos em term
os de potencial capaz de trazer benefícios futuros para a em
presa.
O
“ativo permanente” divide-se em
3(três) grupos de itens, quais sejam:
• Investimento : são as participações (que não se destinam
a venda) em
outras sociedades e outras aplicações de característica permanente que
não se destinam à m
anutenção da atividade operacional da empresa, tais
como : im
óveis alugados a terceiros (não de uso, mas para renda), obras
de arte etc.
Exem
plifiquemos: o fato de um
a empresa que fabrica carros (atividade
operacional/objeto social) ter comprado obras de arte, terrenos para
77
especular preços etc, em nada vai afetar o seu negócio (de fabricar
carros)
• Imobilizado : as aplicações que tenham
por objetivo bens destinados à m
anutenção da atividade operacional da empresa, tais com
o : imóvel
(onde está sediada a empresa), instalações, m
óveis e utensílio, veículos, m
áquinas e equipamentos, m
arcas e patentes etc
• Diferido : são as aplicações de recursos em
despesas, ou gastos, que contribuem
para obtenção de renda ou para a formação do resultado de
mais de um
(vários) exercício social, tais como: gastos pré-operacionais,
gastos de reorganização, pesquisa e desenvolvimento de produtos etc.
O caso m
ais comum
de Diferido são os G
astos Pré-O
peracionais, em
que a empresa “investe” recursos antes de com
eçar a operar (funcionar): propaganda institucional, contratação
e treinamento de funcionários,
abertura de firma etc. G
raças a estes gastos, por um longo período,
teoricamente, a em
presa terá direito a uma série de benefícios quando
começar a operar: já é conhecida no m
ercado (a empresa ou o produto),
tem um
a boa equipe de trabalho, está legalmente constituída etc.
O diferido refere-se basicam
ente a gastos com serviços no sentido de
beneficiar a
empresa
por vários
anos. G
rosso m
odo, difere
de Investim
entos (C
ompra
de A
ções, T
errenos etc)
e do
Imobilizado
(Máquinas, veículos, m
óveis e utensílios etc), pois estes, normalm
ente, se referem
à aquisição de bens e direitos e aquele (diferido), quase sem
pre, são remunerações por serviços, que beneficiarão a em
presa por vários anos.
78
V - O
S GR
UP
OS D
E C
ON
TA
S DO
PA
SSIVO
Já analisam
os que a coluna do passivo é formada por alguns grupos, quais
sejam:
“P
assivo C
irculante”, “E
xigível a
Longo
Prazo”
e “P
atrimônio
Líquido”.
Passem
os a analisar mais alguns detalhes de cada um
desses grupos :
• “P
assivo Circulante”
São obrigações (dívidas) que serão liquidadas (pagas) no m
áximo em
até 1(um) ano
a contar da data do encerramento do exercício financeiro que serviu com
o base para a elaboração do balanço, com
o : contas a pagar, dívidas com fornecedores de m
ercadoria ou de m
atérias-primas, im
postos a recolher, os empréstim
os bancários com vencim
entos em
até 1(um) ano a contar da data do encerram
ento do exercício financeiro que serviu com
o base para a elaboração do balanço, as provisões de pagamentos (que são despesas
incorridas, geradas, ainda não pagas, mas já reconhecidas pela em
presa, como Im
posto de R
enda, Férias, 13o salário, S
alários a Pagar, E
ncargos Sociais a P
agar etc).
• “Exigível a longo prazo”
São as obrigações (dívidas) que serão liquidadas (pagas) em
período superior a 1(um
) ano a contar da data do encerramento do exercício financeiro que serviu
como base para a elaboração do balanço
• P
atrimônio L
íquido
São os recursos dos proprietários aplicados na em
presa. Os recursos
significam o C
apital mais o seu rendim
ento Lucros e R
eservas acumulados
no decorrer dos anos e retidos na empresa, isto é, ainda não distribuídos e
ainda não incorporados ao capital.
79
VI – V
ISÃO
CO
MP
LE
TA
DO
BA
LA
NÇ
O P
AT
RIM
ON
IAL
Ante o todo estudado, apresentam
os abaixo o esqueleto completo do balanço
patrimonial :
Nom
e do empresário ou da sociedade em
presária: ___________________________
BA
LA
NÇ
O P
AT
RIM
ON
IAL
En
cerrad
o em
: xx
de yyyyyyyy d
e 20
xx
Em
$ Milhões
AT
IVO
P
ASSIV
O E
PA
TR
IMÔ
NIO
LÍQ
UID
O
Circulante S
ão contas
que estão
constantemente
em
giro – em m
ovimento – sendo que a conversão
em dinheiro será, no m
áximo, em
até 1(um) ano
a contar da data do encerramento do exercício
financeiro que
serviu com
o base
para a
elaboração do balanço R
ealizável a longo prazo S
ão bens e direitos que se transformarão em
dinheiro em
período superior 1(um) ano a contar
da data do encerramento do exercício financeiro
que serviu
como
base para
a elaboração
do balanço P
ermanente
São bens
e D
ireitos que
não se
destinam a venda e tem
vida útil, no caso de bens, longa
- Investimento
são as
participações (que
não se
destinam
a venda) em
outras sociedades e outras aplicações de característica perm
anente que não se destinam
à m
anutenção da
atividade operacional
da em
presa, tais
como
: im
óveis alugados
a terceiros (não de uso, m
as para renda), obras de arte etc. - Im
obilizado são as aplicações que tenham
por objetivo bens destinados
à m
anutenção da
atividade operacional
da em
presa, tais
como
: im
óvel (onde
está sediada
a em
presa), instalações,
móveis
e utensílio,
veículos, m
áquinas e
equipamentos, m
arcas e patentes etc - D
iferido são as aplicações de recursos em
despesas, ou gastos, que
contribuem
para obtenção
de renda
ou para
a form
ação do resultado de mais de um
(vários) exercício social, tais com
o: gastos pré-operacionais, gastos de reorganização, pesquisa e desenvolvim
ento de produtos etc.
Circulante
São
obrigações (dívidas)
que serão
liquidadas (pagas) no m
áximo em
até 1(um) ano a contar da
data do encerramento do exercício financeiro que
serviu como base para a elaboração do balanço
E
xigível a longo prazo S
ão as obrigações (dívidas) que serão liquidadas (pagas) em
período superior a 1(um) ano a contar da
data do encerramento do exercício financeiro que
serviu como base para a elaboração do balanço
P
atrimônio L
íquido S
ão os
recursos dos
proprietários aplicados
na em
presa. O
s recursos
significam o C
apital mais o seu rendim
ento L
ucros e Reservas
80
5.7.2 - Grupos que form
am o B
alanço Patrim
onial
Com
o já dito, o balanço patrimonial consiste na apresentação das contas classificadas
por grupos, de acordo com sua natureza e sob o ponto de vista m
onetário.
No B
rasil, a Lei nº 6.404 de 15 de dezem
bro de 1976 (Lei das S
ociedades por Ações)
padronizou o título de cada grupo do balanço. Assim
, o balanço patrimonial deve ser
apresentado com as contas classificadas nos seguintes grupos:
No A
tivo
- Circulante
- Realizável a longo prazo
- Perm
anente
Investim
ento
Im
obilizado
D
iferido
No P
assivo
- Circulante
- Exigível a longo prazo
- Resultado de exercícios futuros
- Patrim
ônio líquido
Deve ser observado que a apresentação das contas do ativo em
grupos obedece a uma
ordem decrescente de grau de liquidez, representando esta a m
aior ou menor facilidade
com que determ
inados bens são transformados em
numerário.
81
Assim
, o critério de classificação das contas, dentro de cada grupo do ativo, está diretam
ente relacionado com os fatores: tem
po, intenção e dinheiro. O título de cada
grupo indica qual o tempo necessário à com
panhia para transformar seus ativos em
dinheiro, de acordo com
suas intenções (existem bens que a com
panhia não deseja lado, o critério para classificação das contas do passivo dentro de cada grupo repousa na condição de as contas representarem
ou não exigibilidades para a companhia. E
m caso
afirmativo, a classificação se fará de acordo com
o prazo que a companhia terá para
pagar suas dívidas. Se as contas, entretanto, não representarem
exigibilidades, serão classificadas com
o patrimônio líquido, com
exceção das contas classificadas como
resultados de exercícios futuros.
BA
LA
NÇ
O P
AT
RIM
ON
IAL
AT
IVO
P
ASSIV
O
C I R
C U
L A
N T
E
C I R
C U
L A
N T
E
DIS
PO
NIB
ILID
AD
ES
C
RÉ
DIT
OS
DE
CU
RT
O P
RA
ZO
E
XIG
ÍVE
L A
LO
NG
O P
RA
ZO
E
ST
OQ
UE
S
D
ES
PE
SA
S A
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EC
IPA
DA
S
R
ESU
LT
AD
O D
E E
XE
RC
ÍCIO
S F
UT
UR
OS
R
EA
LIZ
ÁV
EL
A L
ON
GO
PR
AZ
O
P E
R M
A N
E N
T E
P
AT
RIM
ÔN
IO L
ÍQU
IDO
IN
VE
ST
IME
NT
OS
IMO
BIL
IZA
DO
D
IFE
RID
O
82
g) Exercício Social
Quando um
a empresa é constituída, seus proprietários estabelecem
uma determ
inada data, considerada oficialm
ente como aquela de encerram
ento do exercício social, ou seja, aquela data em
que a companhia faz um
levantamento do seu ativo, passivo
exigível e patrimônio líquido, após um
período de doze meses de atividades.
Dessa form
a, o exercício social corresponde a um período contábil de doze m
eses, encerrado em
determinada data (norm
almente no últim
o dia de algum m
ês). Entretanto,
nem sem
pre o exercício social compreende as atividades de um
a companhia durante
doze meses. S
upondo que uma em
presa seja constituída em 1º de junho de 19X
A, e que
estabeleça como data de encerram
ento do exercício social 31 de dezembro de cada ano,
no primeiro ano de operações o período contábil com
preenderá as transações de apenas sete m
eses. Nos anos subseqüentes, porém
, o período contábil de cada exercício terá a duração de doze m
eses. Um
outro exemplo se verifica quando, a com
panhia decide m
udar a data de encerramento do exercício social. N
esse caso, o período contábil poderá englobar m
ais meses ou m
enos do que o período normal de doze.
No final de seu exercício social. T
oda empresa deve apurar o resultado entre despesas e
receitas obtidos no período. Esse resultado irá aum
entar (se for lucro) ou diminuir (se
for prejuízo) o patrimônio líquido da em
presa.
83
AN
EX
O 4
N
OÇ
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D
EM
ON
STR
AÇ
ÃO
D
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84
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TA
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D
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XE
RC
ÍCIO
”
CA
PÍT
UL
O 1
IN
TR
OD
UÇ
ÃO
No
início dos
nossos estudos
sobre contabilidade,
objetivamos
introduzir o
aluno no
mundo
contábil, desejando
que o
mesm
o passasse
a conhecer
a contabilidade,
as suas
funções na
empresa,
bem
como
os seus
principais institutos. N
a apostila “1” apontamos para conceito de “relatório contábil”
( exposição resumida e ordenada de dados colhidos pela contabilidade e que objetiva
relatar às
pessoas que
utilizam
os dados
contábeis (usuários)
os principais
fatos registrados por aquele setor em
determinado período, apontando a situação patrim
onial ou os resultados alcançados pela entidade) e que “D
emonstrações C
ontábeis” é a denom
inação para os “relatório contábeis” obrigatórios, isto é, exigidos por lei. E
lencamos,
também
, as
espécies de
demonstrações
contábeis, quais
sejam:
•
Balanço P
atrimonial
• D
emonstração do R
esultado do Exercício
• D
emonstração de L
ucros ou Prejuízos A
cumulados ou D
emonstração das
Mutações do P
atrimônio L
íquido; •
Dem
onstrações das Origens e A
plicações de Recursos
O
ra, se o nosso objetivo é nos capacitar para a interpretação das diversas dem
onstrações contábeis, exigido é que passemos a estudar individualm
ente cada uma
dessas demonstrações, buscando conhecer as suas funções e o seu conteúdo.
N
a “apostila 2”, abordamos o “B
alanço Patrim
onial”, destacando não só os objetivos dessa dem
onstração contábil, como tam
bém estudando os grande grupos de
ativo (ativo circulante, realizável a curto prazo e realizável a longo prazo) e do passivo (passivo circulante, exigível a longo prazo e patrim
ônio líquido).
N
esta “apostila
3”, o
nosso objetivo
é introduzir
conhecimentos
a respeito da “D
emonstração de R
esultado do Exercício”, analisando o seu conceito, seus
objetivos e os grupos de contas que a formam
.
85
CA
PÍT
UL
O II
N
OÇ
ÕE
S GE
RA
IS SOB
RE
“DE
MO
NST
RA
ÇÃ
O D
E
RE
SUL
TA
DO
DO
EX
ER
CÍC
IO”
a) Conceito
P
rimeiram
ente, tem
os que
destacar que
a “D
emonstração
de R
esultado do
Exercício” é um
a espécie de demonstração contábil.
L
embrem
os que “demonstração contábil” é todo “relatório contábil” (exposição
resumida e ordenada dos dados colhidos na escrituração contábil e que objetiva relatar
às pessoas que utilizam os dados contábeis (usuários) os principais fatos registrados por
aquele setor em determ
inado período, apontando a situação patrimonial ou os resultados
alcançados pela entidade) exigido por lei.
M
elhor esclarecendo, através da escrituração contábil, são anotados em livros
próprios (livros comerciais e livros contábeis) os principais atos negociais da entidade
(pessoa física ou jurídica que detém um
patrimônio), sendo que, para facilitar o acesso a
esses dados pelos usuários (aqueles que possuem algum
interesse no conhecimento das
informações contábeis da entidade), são elaborados os “relatórios contábeis”, tam
bém
denominados de “inform
es contábeis”. E, finalm
ente, os “relatórios contábeis” exigidos por lei recebem
o nome de “dem
onstrações contábeis”.
R
etornando à nossa afirmação inicial de que a “D
emonstração de R
esultado do E
xercício (DR
E)” é um
a espécie de demonstração contábil, acrescentam
os que a DR
E
objetiva mostrar o resultado (lucro ou prejuízo) da entidade num
determinado período,
bem com
o se chegou ao referido resultado.
Finalm
ente, podemos conceituar “D
emonstração de R
esultado do Exercício”
como
a espécie
de dem
onstração contábil
que objetiva
mostrar
o resultado
de determ
inada entidade num determ
inado período, bem com
o mostrar a form
a como se
alcançou referido resultado.
b) Objetivo
C
omo consta de seu próprio conceito a D
RE
tem por objetivo:
- apontar o resultado (lucro ou prejuízo) de uma determ
inada entidade em determ
inado período; e
- expor a forma com
o esse resultado (lucro ou prejuízo) foi alcançado.
86
c) Sistema utilizado pela D
RE
Com
o
fito de
apontar o
resultado e
a form
a com
o o
mesm
o foi
alcançado, a Dem
onstração de Resultado do E
xercício é composto por resum
o ordenado de
receitas e
despesas da
entidade em
determ
inado período,
de form
a dedutiva
(vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em
seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo).
Apresentem
os uma ilustração resum
ida e incompleta de um
a DR
E:
Receita
S
entido vertical (dedutivo)
(-) Despesa
__________
Lucro ou P
rejuízo
N
esse ponto, alguns conceitos devem ser de nosso conhecim
ento, quais sejam
:
- receita: é o ingresso de recursos para o patrimônio de um
a entidade sob a forma de
bens ou direitos, correspondentes, normalm
ente, à venda de mercadorias, de produtos
ou à prestação de serviços, podendo derivar também
de remunerações sobre aplicações
ou operações financeiras
- despesa: é o bem ou serviço consum
ido direta ou indiretamente para a obtenção de
receitas
- resultado: é a relação final entre as receitas e as despesas absorvidas por uma entidade
em determ
inado período.
- lucro: é a relação positiva (saldo positivo) na relação entre as receitas e as despesas de um
a entidade num determ
inado período.
- prejuízo: é a relação negativa (saldo negativo) na relação entre as receitas e as despesas de um
a entidade num determ
inado período.
87
d) Visão geral da estrutura com
pleta de uma D
emonstração de R
esultado do E
xercício
DE
MO
NS
TR
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ÃO
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RE
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LT
AD
O D
O E
XE
RC
ÍCIO
N
ome da E
ntidade
Período
RE
CE
ITA
BR
UT
A
60.000 (-) D
eduções
( 3.000) R
EC
EIT
A L
ÍQU
IDA
57.000
(-) Custos
( 2.000)
LU
CR
O B
RU
TO
55.000
(-) Despesas O
peracionais
( 4.000) L
UC
RO
OP
ER
AC
ION
AL
51.000 (-) D
espesas/Receitas N
ão Operacionais
(2.000)
LU
CR
O A
NT
ES
DO
IMP
OS
TO
DE
RE
ND
A
49.000 (-) Im
posto de Renda
( 4.000) L
UC
RO
DE
PO
IS D
O IM
PO
ST
O D
E R
EN
DA
45.000
(-) Participações de terceiros
( 1.000)
LU
CR
O L
ÍQU
IDO
44.000
88
II – OS G
RU
PO
S DE
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NT
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A “D
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DE
RE
SUL
TA
DO
DO
E
XE
RC
ÍCIO
” C
omo já estudam
os na “apostila 2”, as demonstrações contábeis, gênero
em que se enquadra a espécie “D
emonstração de R
esultado do Exercício”, são m
uito usadas
por usuários
externos à
empresa
(como
bancos, governo,
fornecedores, sindicatos e até m
esmo donos da em
presa (sócios ou acionistas). Norm
almente, esses
usuários não precisam ser especialistas em
Contabilidade. D
aí a “DR
E” precisar ser
uma dem
onstração simples e fácil de ser entendida, pois visa m
ostrar para leigos os resultados obtidos pela entidade, m
otivo pelo qual a estrutura da DR
E deve ser a m
ais sim
plificada possível, o que evidencia a necessidade do agrupamento das inform
ações (relativas às receitas e às despesas) através de “
con
tas”
, qu
e po
dem
ser con
ceitua
da
s
com
o co
nju
nto
s de d
etermin
ad
os d
ad
os co
ntá
beis co
m ca
racterística
s simila
res.
A
DR
E é form
ada pelos seguintes grupos de contas:
- RE
CE
ITA
LÍQ
UID
A
- LU
CR
O B
RU
TO
- L
UC
RO
OP
ER
AC
ION
AL
- L
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DA
- L
UC
RO
DE
PO
IS D
O IM
PO
ST
O D
E R
EN
DA
- L
UC
RO
LÍQ
UID
O
Passam
os, pois, a analisar cada um desses grupos:
a) A R
EC
EIT
A B
RU
TA
A receita bruta é o dado a partir do qual a D
RE
inicia o seu trabalho dedutivo, e pode ser conceituado com
o “o total bruto que ingressou na entidade em
determinado
período em
razão
do exercício
de sua
atividade econôm
ica”. S
e tratássem
os de uma em
presa de vendas, a receita bruta seria o total das vendas.
Na receita bruta estão incluídos os “im
postos sobre vendas” (que pertencem
ao governo, sendo a empresa m
ero intermediário) e não se encontram
subtraídos, ainda, os abatim
entos (descontos) e devoluções (vendas canceladas) ocorridos no período.
b) A R
EC
EIT
A L
ÍQU
IDA
A receita líquida é o resultado da diferença entre a receita bruta e as
deduções. Ilustremos:
RE
CE
ITA
BR
UT
A
60.000 (-) D
eduções
( 3.000) R
EC
EIT
A L
ÍQU
IDA
57.000
89
Para
que saibam
os qual
a “receita
líquida” de
uma
entidade em
determ
inado período é necessária a subtração das “deduções” do valo da “receita bruta”. Q
uanto à receita bruta, já a conceituamos no item
acima (o total bruto que ingressou na
entidade em determ
inado período em razão do exercício da sua atividade econôm
ica. Se
tratássemos de um
a empresa de vendas, a receita bruta seria o total das vendas).
Necessário é, no entanto, que conheçam
os também
o que vêm a ser as “deduções”:
Deduções são ajustes (e não despesas) realizados sobre a R
eceita Bruta para se apurar a
Receita L
íquida. Entre as deduções estão incluídos:
- os impostos incidentes sobre o produto: que pertencem
ao governo e a em
presa é mera interm
ediária na retenção do respectivo valor, como o IP
I e o IC
MS
;
- as devoluções: vendas canceladas, mercadorias devolvidas por estarem
em
desacordo com
o
pedido (preço,
qualidade, quantidade,
avaria). O
com
prador, sentindo-se
prejudicado, devolve
total ou
parcialmente
a m
ercadoria.
- os abatimentos: na hipótese das m
ercadorias estarem em
desacordo com o
pedido, às vezes, a empresa vendedora, na tentativa de evitar devolução,
propõe um abatim
ento no preço (desconto) para compensar o prejuízo ao
comprador
Conhecendo
o conceito
de “deduções”,
podemos
detalhar m
elhor a
ilustração da “receita líquida”:
RE
CE
ITA
BR
UT
A
60.000 (-) D
eduções
Imp
osto
s sob
re o p
rod
uto
(1.500)
D
evolu
ções
(1.000)
A
ba
timen
tos
( 500)
RE
CE
ITA
LÍQ
UID
A
57.000
Na realidade, a “receita líquida” representa o efetivo(real) valor de venda
das mercadorias, ou da prestação de serviço.
c) O L
UC
RO
BR
UT
O
O
“lucro bruto” é o resultado da diferença entre a “receita líquida” e o “custo da m
ercadoria vendida, sem considerar despesas adm
inistrativas, de vendas e financeiras”. Ilustrem
os:
RE
CE
ITA
LÍQ
UID
A
57.000
(-) Custos
( 2.000)
LU
CR
O B
RU
TO
55.000
90
O
conceito de “receita líquida” (diferença entre a receita bruta e as deduções) já foi apresentado, restando-nos o conceito de “custos”: - C
US
TO
S: são os gastos relativos a bem
ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços. S
ão todos os gastos relativos à atividade de produção. A expressão
“custos” é bastante genérica, devendo, por essa razão, ser especificada por setor da econom
ia:
• P
ara empresas industriais: o custo é denom
inado “C
usto
do
Pro
du
to
Ven
did
o (C
PV
)”;
• P
ara em
presas com
erciais: o
custo é
denominado
“C
usto
d
as
Merca
do
rias V
end
ida
s (CV
M)”
;
• P
ara empresas prestadoras de serviço: o custo é denom
inado “C
usto
do
s Serviço
s Presta
do
s (CS
P)”
.
Com
o “custo”, tratamos som
ente dos gastos referentes aos bens ou serviços que faz parte da atividade econôm
ica da empresa. C
itamos com
o exemplos:
- Salários do pessoal da produção
- Matéria-prim
a utilizada na produção - A
luguel do prédio da fábrica - G
astos com m
anutenção de equipamentos do processo produtivo
Ressalta-se que, por exem
plo, numa em
presa que exerce a atividade de produção
de garrafas
de refrigerantes,
os gastos
referentes ao
pessoal do
setor adm
inistrativo não faz parte do “custo”, assim com
o os gastos inerentes à máquina de
xérox do departamento de recursos hum
anos, os gastos referentes aos representantes com
erciais (que vendem as garrafas), entre outros.
d) O L
UC
RO
OP
ER
AC
ION
AL
O
“lucro operacional” é o resultado obtido da diferença entre o “lucro bruto” e as despesas operacionais. Ilustrem
os:
LU
CR
O B
RU
TO
55.000
(-) Despesas O
peracionais
( 4.000) L
UC
RO
OP
ER
AC
ION
AL
51.000
O
conceito de “lucro bruto” (resultado da diferença entre a receita líquida e os custos) já é de nosso conhecim
ento, devendo, agora, conceituarmos “despesas
operacionais:
91
- Despesas O
peracionais: são os esforços que a empresa faz, no período, para vender os
produtos, administrar a em
presa e financiar as operações. Enfim
, são todas as despesas que contribuem
para a manutenção da atividade operacional da em
presa. Os principais
grupos de despesas operacionais são especificados a seguir:
• D
espesas de vendas: abrangem desde a prom
oção do produto até sua colocação junto ao consum
idor (comercialização e distribuição). S
ão despesas com pessoal
da área
de vendas,
comissões
sobre vendas,
propaganda e
publicidade, m
arketing, estimativa de perdas, etc
• D
espesas administrativas: são aquelas necessárias para adm
inistrar (dirigir) a em
presa. De m
aneira gera, são gastos nos escritórios que visam à direção ou à
gestão da
empresa.
Citam
os com
o exem
plos: honorários
administrativos,
salários e encargos sociais do pessoal administrativo, aluguéis de escritório,
materiais de escritório, seguro de escritório, assinaturas de jornais etc.
•
Despesas financeiras: S
ão as remunerações aos capitais de terceiros, tais com
o: juros pagos, com
issões bancárias etc.
Frente aos conhecimentos adquiridos de “despesas operacionais”,
podemos m
elhorar a ilustração da forma de alcance do “lucro operacional”:
L
UC
RO
BR
UT
O
55.000 (-) D
espesas Operacionais
Despesas de vendas
(2.000)
Despesas adm
inistrativas
(1.000)
Despesas financeiras
(1.000) L
UC
RO
OP
ER
AC
ION
AL
51.000
e) O L
UC
RO
AN
TE
S DO
IMP
OST
O D
E R
EN
DA
O “lucro antes do im
posto de renda” é o resultado da diferença entre o “lucro operacional” e as “despesas e receitas não operacionais”. Ilustrem
os:
LU
CR
O O
PE
RA
CIO
NA
L
51.000
(-) Despesas/R
eceitas Não O
peracionais
(2.000) L
UC
RO
AN
TE
S D
O IM
PO
ST
O D
E R
EN
DA
49.000
S
abemos
o conceito
de “lucro
operacional”(diferença entre
o lucro bruto e as despesas operacionais), cabendo-nos, agora, apresentar o conceito de “despesas e receitas não operacionais”:
92
- A
s despesas
e receitas
não operacionais
são aquelas
(despesas e
receitas) não
relacionadas diretamente com
o objetivo do negócio da empresa, isto é, com
o objeto social da em
presa. Norm
almente as “despesas não operacionais” são denom
inadas “perdas de capital” e as “receitas não operacionais” são denom
inadas “ganhos não operacionais”.
Importante que exem
plifiquemos:
- “Perdas” ou “D
espesas não operacionais”: venda com prejuízo de ações, venda com
prejuízo de equipam
entos, incêndio, furto/roubo - “G
anhos” ou “Receitas operacionais”: venda com
lucro de veículo da empresa, venda
com lucro de um
dos ativos da empresa
f) O “L
UC
RO
DE
PO
IS DO
IMP
OST
O D
E R
EN
DA
”
O
“lucro depois do imposto de renda” é o resultado da diferença entre o
“lucro antes do imposto de renda” e o valor do im
posto de renda e da contribuição social sobre o lucro. Ilustrem
os:
LU
CR
O A
NT
ES
DO
IMP
OS
TO
DE
RE
ND
A
49.000 (-) Im
posto de Renda
( 4.000) L
UC
RO
DE
PO
IS D
O IM
PO
ST
O D
E R
EN
DA
45.000
Destaque-se que juntam
ente com o im
posto de renda também
é cobrada a C
SS
L (C
ontribuição Social sobre o L
ucro).
É
im
portante tam
bém
dizer que
o “im
posto de
renda” não
incidirá necessariam
ente sobre o valor do “lucro antes do imposto de renda”, vez que o “lucro
contábil”, para
efeito de
imposto
de renda,
sofre alguns
ajustes, passando
a ser
denominado “lucro fiscal” ou “lucro tributário”.
g) DO
LU
CR
O L
ÍQU
IDO
O
“lucro líquido” é a diferença entre o “lucro depois do imposto de
renda” e a “Participação de terceiros sobre o lucro “. A
presentemos a ilustração:
L
UC
RO
DE
PO
IS D
O IM
PO
ST
O D
E R
EN
DA
45.000
(-) Participações de terceiros
( 1.000)
LU
CR
O L
ÍQU
IDO
44.000
93
Necessitam
os conceituar o que venha a ser “Participações de terceiros
sobre o lucro”: - “P
articipações de terceiros sobre o lucro”: trata-se do valor a ser destinado a algumas
pessoas que são estranhas em relação ao quadro societário da em
presa, mas que detêm
o direito a receber parte dos lucros. E
xemplifiquem
os:
• P
agamento de debêntures;
• P
agamento de partes beneficiárias;
• P
articipação nos lucros de empregados e adm
inistradores •
Contribuições
para instituições
ou Fundos
de A
ssistência ou
Previdência de E
mpregados
O
lucro líquido é a sobra líquida que fica à disposição dos sócios ou acionistas, podendo ser distribuído aos sócios (ou acionistas) sob a form
a de dividendos, ou ficar na em
presa.
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