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Avalicao do Desempenho Produtivo da Tilapia do Nilo
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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL
DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO AGRÁRIA
Tema:
Avaliação do Desempenho Produtivo da Tilápia Nilótica
(Oreochromis nilóticus) em Três Densidades de Povoamento
Cultivada em Tanques-Rede
Licenciatura em Produção Animal
Autor:
Adelino Jacinto Chambo
Vilankulo
Maio de 2014
Adelino Jacinto Chambo
Tema:
Avaliação do Desempenho Produtivo da Tilápia Nilótica
(Oreochromis nilóticus) em Três Densidades de Povoamento
Cultivada em Tanques-Rede
Relatório apresentado ao Departamento de
Produção Agrária, como requisito para obtenção
do grau de Licenciatura em Produção Animal
________________________________ ____________________________
drª. Rosa Dulce Zimba drª. Rabia António Canda
(Suprevisora) (Co-Suprevisora)
________________________________ _____________________________
Prof. Dr. Alcides Peres Bello dr. Bernardo Portazio
(Oponente) (Presidente de Mesa)
UEM - ESUDER
Vilankulo
2014
ÍNDICE
Conteúdo Pagina
Declaração de honra……………………………………………………………………i
Dedicatoria………………………………………………………………………………ii
Agradecimento………………………………………………………………………….iii
Lista de abreviaturas, siglas e símbolos………………………………………………..iv
Lista de tabelas, figuras, gráficos, anexos e apêndices……...……………………v
Glossário…………………………………………………………………………vi
Resumo………………………………………………………………………….vii
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1
1.1. Problema de estudo ....................................................................................................... 2
1.2. Justificativa ................................................................................................................... 3
1.3. Objectivos ..................................................................................................................... 3
1.3.1.Objectivo Geral........................................................................................................... 3
1.3.2.Objectivos Específicos ............................................................................................... 3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 4
2.1. Historial do surgimento da espécie ............................................................................... 4
2.2. Características da espécie ............................................................................................. 4
2.3. Habito alimentar da Tilápia nilótica ............................................................................. 5
2.4. Nutrição e alimentação da Tilápia nilótica................................................................... 6
2.5. Criação em tanques-rede .............................................................................................. 7
2.5.1. Conceito de tanque-rede ............................................................................................ 7
2.5.2. Características a considerar na construção do tanque-rede ....................................... 7
2.6. Principais vantagens e desvantagens da criação de peixes em tanques-rede ............... 9
2.7. Maneio produtivo ....................................................................................................... 10
2.7.1. Maneio alimentar dos peixes em tanques-rede ........................................................ 10
2.8. Parâmetros de qualidade água requeridos na produção de Tilápia nilótica em
tanques-rede ....................................................................................................................... 11
2.8.1. Temperatura ............................................................................................................. 11
2.8.2. Oxigênio dissolvido (OD) ....................................................................................... 12
iv
2.8.3. Potencial hidrogenio (pH) ....................................................................................... 13
2.8.4. Transparência da água ............................................................................................. 13
2.9. Capacidade de suporte na produção de peixes em tanques-rede ................................ 14
2.9.1. Densidade e estresse nos cultivos em tanques-rede................................................. 15
3. METODOLOGIA .......................................................................................................... 17
3.1. Local e período ........................................................................................................... 17
3.2. Discrição da área de estudo ........................................................................................ 17
3.2.1. Clima predominante ................................................................................................ 17
3.3. Materiais ..................................................................................................................... 17
3.4. Tamanho da população ............................................................................................... 17
3.5. Delineamento experimental ........................................................................................ 18
3.6. Descrição do processo de cultivo da Tilápia nilótica em tanques-rede ..................... 18
3.7. Determinação dos indicadores de desempenho do cardume ...................................... 20
3.8. Análise estatística dos dados ...................................................................................... 21
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 22
4.1. Resultados ................................................................................................................... 22
4.1.1. Taxa de sobrevivência ............................................................................................. 22
4.1.2. Peso final ................................................................................................................. 22
4.1.3. Ganho médio de peso diário .................................................................................... 23
4.1.4. Taxa de crescimento em comprimento .................................................................... 23
4.1.5. Biomassa final ......................................................................................................... 24
4.1.6. Conversão alimentar ................................................................................................ 24
4.2. Discussão .................................................................................................................... 25
4.2.1. Taxa de sobrevivência ............................................................................................. 25
4.2.2. Peso final ................................................................................................................. 25
4.2.3. Ganho médio de peso diário .................................................................................... 26
4.2.4. Taxa de crescimento em comprimento .................................................................... 26
4.2.5. Biomassa final ......................................................................................................... 27
4.2.6. Conversão alimentar ................................................................................................ 27
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ....................................................................... 29
5.1. Conclusão ................................................................................................................... 29
5.2. Recomendações .......................................................................................................... 30
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 31
v
DECLARAÇAO DE HONRA
Eu, Adelino Jacinto Chambo, declaro sob palavra de honra que o presente trabalho aqui
exposto é, integralmente, da minha autoria, e foi realizado com base nos recursos dos
quais fez -se referência ao longo do trabalho.
Vilankulo, Maio de 2014
_______________________________________________________
(Adelino Jacinto Chambo)
vi
DEDICATÓRIA
A minha saudosa mãe Maria José Guirrugo e irmão Chandinho Chambo; que Deus vos
dê o prestigiado e merecido descanso.
Dedico
Ao meu pai Jacinto Chambo e irmãos: Julinha, Zé, Tony e Jhon pelo amor
incondicional, pela confiança que me concederam e por me ensinarem os princípios de
respeito e honestidade.
Aos meus sobrinhos Mauro, Dário, Liedson, Lisley, Helena e Melvyn que este trabalho
sirva de fonte inspiração nas suas vidas e que consigam realizar todos os seus sonhos.
Ofereço
vii
AGRADECIMENTOS
A Deus em primeiro plano por me proporcionar força, coragem e determinação para
realização deste trabalho.
A minha família por toda atenção e amor prestado ao longo de todo o meu percurso
estudantil.
A minha supervisora, drª. Rosa Dulce Zimba, pelo apoio incansável e sugestões
prestadas durante a realização do presente trabalho.
Ao Prof. Dr. Alcides Peres, pelas sugestões dadas para melhoria do trabalho e na análise
dos dados
Aos meus colegas: Eufrásio Macajo, Edy Dos Santos, Cornélio Machungo, Alberto
Machamacha, JF Simango, Rufino Rafael, Compadre Vinte e Chaneta pelo
companheirismos mostrado no decorrer do curso quer dentro assim como fora da
faculdade.
Aos meus familiares e amigos de sempre: Helena Pequinino Cumbane (avó), Fátima
Mulaze (cunhada), Ernesto Cumbana e Simplício Chambo (tios), Valdemar Madeira,
Gerónimo Chiquelequete, Ilton Chume e Pedro Felex.
Aos técnicos da empresa XIBAHA, pelo apoio prestados em todas actividades de
campo, em especial ao técnico Manuel Macucule.
Os agradecimentos são extensivos a todo corpo docente e trabalhadores da Escola
Superior de Desenvolvimento Rural de Vilanculos.
Agradeço a todos aqueles que directa ou indirectamente, tornaram possível a realização
deste trabalho.
O Meu Muito Obrigado!
viii
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
ºC- Graus Celcius
cm - Centímetro
CO2- Dióxido de Carbono
CP – Comprimento Corporal
CV – Coeficiente de variação
DCC- Delineamento Completamente Casualizado
DP- Densidade de Povoamento
FV – Fonte de Variação
g- Grama
GL – Grau de liberdade
hat/km2- Habitantes por quilometro quadrado
kg- Quilograma
kg/m3- Quilograma por metro Cúbico
mg/L – Mil gramas por litro
m3- Metro cúbico
nº - Número
OD- Oxigénio Dissolvido
%- Percentagem
pH- Potencial Hidrogénio
PV- Peso Vivo
PVC- Tubo Polietileno
QM – Quadrado médio
Qtd- Quantidade Diária
SQ – Soma de quadrado
T- Tratamento
TR- Tanque Rede
ix
LISTA DE TABELAS, FIGURAS, GRAFICOS, ANEXOS E APÊNDICES
Lista de Tabelas Página
Tabela I: Plano de Alimentação para Tilápia nilótica …………………...……...………7
Tabela II: Parâmetros Físico-químicos de Qualidade da Água para Tilápia………...…14
Tabela III: Tamanho das Amostras Usadas nas Biometrias……………………………20
Tabela IV: Parâmetros Zootécnicos da Tilápia nilótica (Oreochromis nilóticus)
Cultivada em Tanque-rede em três Densidades de Povoamento na Lagoa Gombeni….24
Tabela A1. Análise de Variância para Variável Peso Final……………………………37
Tabela A2. Análise de Variância para Variável Biomassa Final………………………37
Tabela A3. Análise de Variância para Variável Crescimento em comprimento……….38
Lista de Gráficos
Gráfico I: Taxa de Sobrevivência da Tilápia nilótica Cultivada, em três Densidades de
Povoamento em Tanques rede…………………………...……………………………..22
Gráfico II. Taxa de Crescimento em Comprimento da Tilápia nilótica Cultivada, em
três Densidades de Povoamento em Tanques-rede……………………………………..23
Lista de Anexos
Anexo II: Formulas das Variáveis de Desempenho Analisadas………………………..39
Lista de Apêndices
Apêndice I: Layout do Posicionamento dos Tanques no Experimento. ……………....37
Apêndice II: Apêndice II. Análise de variância das variáveis………………………….37
x
GLOSSÁRIO
Bentônicos - São animais maiores que vivem no fundo do tanque (insectos, larvas).
Comedouro - lugar onde os peixes comem a ração.
Ciclídeos - Família de peixes teleósteos, de água doce, da América do Sul, América
Central e África.
Detritos - São organismos mortos que se encontram no fundo do tanque decompostos
pelas bactérias.
Despesca - ato de retirada do peixe do tanque.
Disco de Secchi - instrumento usado para medir a transparência da água e ter-se a ideia
da quantidade de algas existentes no tanque.
Eutrofização da água - aumento excessivo de nutrientes na água, especialmente
fosfato e nitrato.
Fitoplancton - são pequenas algas (microscopicas) que vivem na água dando-a a cor
verde.
Oxigénio Dissolvido (OD) - quantidade de oxigénio presente na água e disponível para
a respiração dos animais aquáticos.
Peixe - derivados do latim, pices são vertebrados com corpo coberto ou não de escamas,
e apresentam temperatura corporal variável com o ambiente.
Ração - quantidade do alimento calculado para a refeição do animal que deve cobrir as
necessidades de manutenção e assegurar a sua eficiência em crescimento.
Zooplâncton - são pequenos animais (microscópicos) que vivem na água, e alimentam-
se de fitoplancton.
xi
RESUMO
O presente estudo foi desenvolvido com o intuíto base, de avaliar o desempenho
produtivo da Tilápia nilótica em três densidades de povoamento, nomeadamente 90,
120 e 150 peixes/m3 cultivada em tanques-rede. O aumento da densidade de
povoamento geralmente reduz a conversão alimentar, acelerando a degradação da
qualidade da água devido aos maiores níveis de arraçoamento exigidos. Utilizaram-se
720 peixes com peso médio inicial de 50 g e 9 cm de comprimento revertidos
sexualmente para machos, alimentados com ração comercial peletizada. As seguintes
variáveis de desempenho foram analisadas: peso final por peixe, biomassa final, ganho
médio de peso diário, taxa de crescimento em comprimento, conversão alimentar e a
taxa de sobrevivência. O delineamento experimental utilizado foi completamente
casualizado, com três tratamentos e duas repetições para cada. Foram usados peixes da
Espécie Tilápia nilótica povoados em 6 tanques-redes, com um volume total de 2,0 m3 e
volume útil de 1,0 m3para cada. Os resultados encontrados foram submetidos á análise
de variância e em caso de diferença estatística utilizou-se o teste de comparação de
médias de Tukey (5%), houve diferença estatística na maioria das variáveis de
desempenho. As biometrias ou medições foram feitas quinzenalmente sendo captadas
10% dos exemplares nos diferentes tratamentos. Após a análise estatística, constatou-se
que o peixe mantido na densidade de 90 peixes/m3 obteve melhores resultados
significativos de 147 g de peso final, 9,5 % de taxa de crescimento e 1,02 g de ganho
médio de peso diário. A maior produção de biomassa final foi produzida na densidade
de 150 peixes/m3 que foi de 33,66 kg/m
3. A taxa de sobrevivência não apresentou
variações ou diferenças estatísticas significativas entre as densidades de povoamento
mantendo-se ente 98,8%; 97,9 e 96%. Esses resultados indicam, que em termos
zootécnicos, a densidade de povoamento de 90 peixes/m3 foi a mais eficiente.
Por: Adelino Jacinto Chambo 1
1. INTRODUÇÃO
Aquacultura é a arte de criar, multiplicar animais e plantas aquáticas como, peixe
(piscicultura), algas (algicultura), camarão (carcinocultura), muluscos (malacocultura).
A piscicultura é a criação de peixe pelo homem em ambiente controlado. A criação de
peixes em tanques-rede tem se revelado como uma alternativa da piscicultura,
amplamente difundida no Mundo, tanto em águas continentais como em águas costeiras
(SOFIA, 2006).
Piscicultura, é entendida como uma actividade zootécnica, vem sendo praticada há
muitos séculos, contemplando diversas modalidades, tais como a ornamentação, a
alimentação de subsistência, a comercialização, a experiencia científica e o bioensaio
(TEXEIRA, 2005).
O cultivo de peixe constitui uma fonte de obtenção de nutrientes de origem
animal, cultiva-se espécies de peixes como a tilápia nilótica (Oreochromis niloticus),
carpas (Cyprinus carpio) entre outras. As tilápias têm sido intensamente utilizadas da na
piscicultura mundial e está hoje entre as espécies mais indicadas para o cultivo intensivo
em regiões tropicais, possuindo qualidades óptimas para produção piscícola
(LEONHARDT & URBINATI, 1999).
As tilápias são pertencentes a família dos ciclídeos nativos do continente Áfricana
e da Palestina, com cerca de 71 espécies utilizadas na piscicultura. Apesar de ter
inúmeras variedades de espécies, a nilótica é a mais procurada pelos piscicultores a
nível mundial, devido as características que ela possui como: resistência a doenças e
baixa qualidade de água, precocidade, facilidade de reprodução e maneio, consumo de
alimento natural e de ração comercial, além de excelente qualidade da carne e não
apresenta espinhos intramusculares (ANDRADE, 2008).
A produtividade da Tilápia nilótica está associada, entre outros aspectos, ao
maneio e gerenciamento, não bastando ter apenas bons tanques a baixo custo, sendo
preciso observar-se também qualidade da água, o maneio da densidade de povoamento e
o tipo de ração (MARTIN et al., 2000).
Por: Adelino Jacinto Chambo 2
Dessa forma, a densidade de povoamento destaca-se como uma importante
variável que tem reflexos nas práticas de maneio e na rentabilidade comercial da
piscicultura. A densidade de povoamento ideal quebra a heterogeneidade, em termos de
tamanho e peso dos lotes de peixes em engorda, influenciando a homogeneidade do
pescado final (CAVERO et al., 2003).
O desenvolvimento do tema avaliação do desempenho produtivo da Tilápia
nilótica (Oreochromis niloticus) em três densidades de povoamento cultivada em
tanques-rede, reveste-se de grande importância no que tange a produção desta espécie.
Esta avaliação ira possibilitar uma melhor forma de criação da tilápia para que esta
obtenha crescimento satisfatório quer em tamanho assim como ganho de peso.
1.1. Problema de estudo
O maneio produtivo na piscicultura é um dos elementos de extrema importância, a
adopção de metodologia incorrecta poderá inviabilizar o empreendimento piscícola
(LIMA, 2008).
Dentre as técnicas de maneio usadas na piscicultura para produção da Tilápia
nilótica, a densidade de povoamento é um factor que pode influenciar negativamente na
produtividade do cardume dentro do tanque de cultivo, densidades altas propiciam, a
redução no crescimento do animal, altos níveis de estresse, mudança no comportamento,
aumento da susceptibilidade a doenças, alteração dos parâmetros de qualidade da água
(oxigénio dissolvido e pH) potenciando a morte dos peixes nos tanques.
Por: Adelino Jacinto Chambo 3
1.2. Justificativa
O sucesso na piscicultura requer atenção meticulosa à detalhes, escolha do local
para fixação do empreendimento, tipo de espécie a cultivar, observância rigorosa dos
maneios e a identificação da densidade de povoamento ideal. Se alevinos de elevado
padrão genético, sejam colocados em densidades de povoamento extremamente altas
não produziram resultados satisfatórios ao fim do processo de cultivo (CASTANGOLI,
2000).
A densidade de povoamento óptima é representada pela maior quantidade de
peixes produzida eficientemente por unidade de área ou volume de água do tanque
(KUBITZA, 2009).
Porém a identificação de uma densidade de povoamento óptima permitirá, um
melhor uso da capacidade instalada, sem que se produza deterioração dos indicadores
produtivos dos animais. Busca-se aproveitar o espaço de cria disponível com a maior
eficiência possível, reduzindo perda dos alimentos, redução de mortes dos peixes nos
tanques, consequentemente melhorando o desempenho produtivo do cardume. Pois irá
reduzir os custos de produção e por via disso promover mais a produção de peixes no
seio dos piscicultores.
1.3. Objectivos
1.3.1.Objectivo Geral
Avaliar o desempenho produtivo da Tilápia nilótica (Oreochromis nilóticus) em
três densidades de povoamento.
1.3.2.Objectivos Específicos
Descrever o processo de cultivo da Tilápia nilótica (Oreochromis nilóticus) em
tanques rede;
Determinar os indicadores de desempenho do cardume;
Analisar o desempenho produtivo da Tilápia nilótica (Oreochromis nilóticus)
cultivada em diferentes densidades de povoamento em tanques-rede.
Por: Adelino Jacinto Chambo 4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
De acordo com LIMA (2008), a piscicultura é considerada pela FAO como uma
das actividades que mais poderá contribuir para o aumento de alimentos no mundo,
principalmente nos países pobres que passam fome.
2.1. Historial do surgimento da espécie
Actualmente, tilápia é usado como um nome comum para um grande número de
espécies de ciclídeos, particularmente para as espécies dos três géneros: Tilápia,
Sarotherodon e Oreochromis. Entretanto, existem cerca de 70 espécies de tilápias,
distribuídas em quatro principais géneros: Oreochromis, Sarotherodon, Tilápia e
Danakilia, todas de origem africana. Como os peixes do género Tilápia foram os
primeiros a serem cultivados e difundidos, esse nome englobou todos os peixes desses
géneros. Em Moçambique, a espécie mais difundida é O. niloticus (Tilápia nilótica),
que como as demais tilápias, tem a sua origem em rios e lagos do continente Áfricano
(MCANDREW, 2000).
2.2. Características da espécie
De acordo com SOUZA (2002), a tilápia é um dos peixes com maior potencial
para aquacultura por apresentar diversas características como a rusticidade, o rápido
crescimento, a excelente adaptação ao confinamento e a aceitação da ração com
facilidade desde o período de pós-larva até a fase de terminação, o bom desempenho em
diferentes sistemas de criação, facilidade na reprodução e na obtenção de alevinos.
Além disso, apresenta os requisitos dos peixes preferidos pelo mercado consumidor, tais
como: carne branca de textura firme, sabor delicado, fácil filetagem, ausência de
espinha intramuscular em “Y” e de odor desagradável.
Segundo NOGUEIRA (2003), a Tilápia nilótica é uma espécie que apresenta
algumas características que a colocam como um dos peixes com maior potencial para a
piscicultura a nível mundial. Além disso, os peixes exóticos tornaram-se os de maior
êxito na piscicultura mundial, por causa do significativo avanço de técnicas de cultivo
intensivo, conjugadas com a obtenção de uma enorme variedade de híbridos e linhagens
comerciais de grande aceitação.
Por: Adelino Jacinto Chambo 5
Entre as espécies de água doce e de hábito alimentar omnívoro, a tilápia destaca-
se pela elevada capacidade de digestão e utilização da energia e proteína dos alimentos
de origens vegetal e animal, superando a carpa comum (Cyprinus carpio) e o bagre
(Clarias gariepinus) (GONÇALVES, 2007).
É tolerante a condições ambientais adversas, como baixo oxigénio dissolvido (1
mg/L), altos níveis de amónia tóxica (até 3,4 mg/L), pH entre 5 e 11 e faixa de
temperatura ideal entre 27 e 32ºC (MAEDA et al., 2006).
2.3. Habito alimentar da Tilápia nilótica
O hábito ou regime alimentar refere-se à natureza do alimento preferido ou mais
utilizado por juvenis e adultos de uma determinada espécie. Um determinado grupo de
tilápia foi considerado omnívoro, desde que se verificou na alimentação destes peixes
algas bentônicas, fitoplâncton, macrófitas, zooplâncton, ovos de peixes, larvas de peixes
e detritos (GODDARD, 2001).
Os peixes jovens demonstram preferência pelo zooplâncton, que é capturado
através da identificação visual. Estudos laboratoriais indicam que ocorre uma mudança
de captura visual pela filtração, quando o peixe alcança 6-7 cm de comprimento. Este
padrão também é observado em estudos de campo para uma grande quantidade de
tilápias (YOWELL & VINYARD, 2000).
Com relação à alimentação, as tilápia são altamente oportunistas. O local, o tempo
e o sexo influênciam no comportamento alimentar, por exemplo, as fêmeas que incubam
os ovos na boca cessam sua alimentação durante o período de incubação. Adultos de T.
rendalli oriundas dos lagos e reservatórios, demonstram ingerir uma grande quantidade
de alimentos: macrófitas, fitoplâncton, zooplâncton, larvas de insectos, ovos e embriões
de peixes e detritos (LAZZARO, 2002).
De acordo com BEVERIDGE & BAIRD (2000), as tilápias demonstram
preferência pelo fitoplâncton. Caso esse não seja muito abundante, ocorre uma
preferência pelo zooplâncton e em último caso, pelo detrito. Variações sazonais também
influênciam o tipo de dieta. Nas estações chuvosas, predomina o consumo de detrito, e
nas estações secas, o consumo de fitoplâncton.
Por: Adelino Jacinto Chambo 6
2.4. Nutrição e alimentação da Tilápia nilótica
Os peixes são convencionalmente agrupados como: carnívoros, omnívoros ou
herbívoros, de acordo com seu hábito alimentar e sua capacidade filtradora, detritívora
ou predadora. As adaptações no sistema digestivo geralmente ocorrem de acordo com o
hábito alimentar do peixe, as tilápias geralmente são omnívoros e que utilizam um largo
espectro de alimentos (SKLAN et al., 2004).
A ração para sistemas intensivos é usada principalmente em cultivos de espécies
carnívoras e algumas de omnívoras, como é o caso das tilápias. Alimentos para cultivos
intensivos são diferentes daqueles usados em sistemas semi-intensivos, pois estes
devem suprir os requerimentos nutricionais de cada espécie, incluindo as quantidades
correctas e a qualidade das proteínas, lipídios, carboidratos, minerais e vitaminas
(BEVERIDGE, 2004).
Deve-se conhecer quais são os nutrientes requeridos por uma determinada espécie,
tanto do ponto de vista qualitativo como quantitativo, e como estes variam em função de
uma série de factores tais, como: idade, fase do ciclo biológico, a actividade fisiológica
e determinados parâmetros de qualidade de água (GALLEGO, 2002).
Os peixes, em geral apresentam melhores índices de conversão alimentar quando
comparados aos animais homeotérmicos, pois não utilizam a energia dos alimentos para
manutenção da temperatura corporal, grande parte desta energia é alocada para
promover o crescimento e ganho de peso (LAZZARO, 2002).
Quanto mais próxima das exigências nutricionais dos peixes for a composição em
nutrientes, melhor será a conversão alimentar. A granulometria, a palatabilidade, a
estabilidade, o valor biológico, a espécie de peixe, idade, tamanho, sexo e reprodução,
disponibilidade e capacidade de aproveitamento do alimento natural, qualidade da água,
densidade de povoamento, temperatura da água, nível de arraçoamento e maneio
alimentar são factores que contribuem para uma melhoria dos índices de conversão
alimentar (KUBITZA & ONO, 2003).
Por: Adelino Jacinto Chambo 7
Segundo TACON (1987), à medida que aumenta a densidade de povoamento cai a
disponibilidade de alimento natural e cresce a necessidade de se acrescentar alimentação
complementar ou rações balanceadas. Desta forma, em um cultivo intensivo com alta
taxa de povoamento, têm-se uma contribuição mínima de alimento natural e o uso
absoluto de rações balanceadas.
Tabela nº 1: Plano de Alimentação para Tilápia nilótica
Designação Classificação Tipo de
Alimentação
Qtd/dia Exigências em
PB
Fase I- 0,3 a
20g (40-80
dias)
Alevinos Natural ------------ 27%
Fase II - 20 a
120g (80-120
dias)
Juvenil em
crescimento
Natural e Ração 3 a 4% PV 32%
Fase III – 120 a
800g (120-150
dias)
Engorda Natural e Ração 4 a 6% PV 40%
Fonte: KUBITZA, 2009
2.5. Criação em tanques-rede
2.5.1. Conceito de tanque-rede
Os tanques-rede são estruturas para a criação de organismos aquáticos cujas
paredes são formadas por redes ou telas que permitem trocas de água com o meio
externo, guardando certa distância em relação ao fundo do reservatório, onde são
instalados por meio de flutuadores ou estacas (KUBITZA & ONO, 2003).
2.5.2. Características a considerar na construção do tanque-rede
De acordo com (SCHMITTOU, 2000), as seguintes características devem ser
consideradas na construção do tanque-rede: material vazado, que permita a maior troca
de água possível com o ambiente, resistência para suportar o peso dos peixes e impedir
a passagem dos mesmos através da malha, resistente à corrosão, permitir a remoção dos
Por: Adelino Jacinto Chambo 8
dejectos produzidos pelos peixes evitando o acúmulo dos mesmos, possibilitar a
retenção do alimento dentro do tanque-rede até que este seja consumido por completo
pelos peixes, não causar lesões ou estresse aos peixes.
De maneira geral, os tanques-rede são compostos por uma estrutura rígida com
tela, cobertura, comedouro e flutuadores. Podem ser utilizados diversos tipos de
materiais, sendo mais frequentemente encontradas as redes multifilamento sem nó em
nylon ou polipropileno recoberto por PVC, telas plásticas rígidas ou metálicas com
revestimento em PVC (KUBITZA & ONO, 2003).
Os tanques-rede devem ser instalados em lugares previamente seleccionados, e
usar como critério, a boa qualidade da água, a protecção de ventos e ondas e a natureza
moderada das correntes e profundidade. Os tanques-rede devem ser posicionados no
ambiente de forma que a água passe rapidamente, fazendo com que haja uma
renovação, mantendo a água de boa qualidade, isto significa colocar as linhas de
tanques-rede transversalmente ao fluxo da corrente (BEVERIDGE, 2004).
Segundo KUBITZA (2009), os outros factores que também influênciam a
produtividade são nomeadamente:
a) A qualidade da água do ambiente onde estão instalados os tanques-rede;
b) A taxa de renovação de água no interior dos tanques-rede, que depende de factores
como:
Dimensão do tanque-rede que quanto maior for, menor é a taxa de renovação da
água e menor a produtividade por volume (kg/ m3), os tanques de pequeno
volume de 1 a 6 m3 com alta densidade tem alta taxa de renovação pela
movimentação dos peixes e pelo fluxo corrente;
Resistência da passagem da água depende da área vazada das malhas nas laterais
e no fundo dos tanques-rede e da quantidade de materiais orgânicos e do
crescimento de algas que pode causar a obstrução parcial das malhas
dificultando a renovação da água;
O formato do tanque-rede também tem influência na passagem da água, os
cúbicos e os rectangulares permitem a renovação mais rápida do que os
cilíndricos, que há uma tendência da água em circundar os tanques-rede.
Por: Adelino Jacinto Chambo 9
c) A qualidade do alimento utilizado;
d) A qualidade do alevino e
e) As características da espécie de peixe cultivada.
2.6. Principais vantagens e desvantagens da criação de peixes em tanques-rede
Dentre as numerosas vantagens oriundas dessa modalidade de piscícola
comparativamente aos tanques escavados (tanque terra), KUBITZA & ONO (2003),
CYRINO et al. (2000) e EL-SAYED (2006), enumeram as seguintes:
a) Menor variação dos parâmetros físicos e químicos da água;
b) Maior facilidade de retirada dos peixes para venda (despesca);
c) Facilidade de observação dos peixes;
d) Redução do manuseio dos peixes e diminuição dos custos devido à menor
incidência de doenças;
e) Possibilidade de controlo de desovas indesejáveis;
f) Uso de mão-de-obra reduzida;
g) Alta produtividade (até 300 kg/m3 de tanque-rede);
h) Produção de proteína de boa qualidade e incremento de emprego e renda, tanto a
nível comercial quanto artesanal.
Como desvantagens KUBITZA & ONO (2003), CYRINO et al. (2000) e EL-
SAYED (2006) citam as seguintes:
a) Acesso limitado dos peixes ao alimento natural, levando ao uso de rações
nutricionalmente completas e de custos mais elevado, elevando os custos de
produção;
b) Actividade potencialmente impactante ao meio ambiente, podendo alterar a
qualidade da água, devido ao aporte de substâncias orgânicas e inorgânicas em
quantidades superiores às assimiláveis pelo ecossistema;
c) Facilidade para roubos, vandalismo e risco de fuga dos peixes por rompimento
das redes ou telas.
Por: Adelino Jacinto Chambo 10
2.7. Maneio produtivo
A produção de peixe deve ser conduzida de forma planeada, gerênciada com
critérios técnicos e científicos e, balizada por directrizes legais, para garantir o
desenvolvimento sustentável da actividade. Nesse sentido, a partir da escolha do local
adequado e da planificação técnica da produção, a produtividade do cardume vai
depender principalmente do maneio da criação (AYROZA et al., 2006)
A qualidade da água é determinante para a selecção do local e da espécie,
influenciando a viabilidade económica, taxa de produção e nos índices de mortalidade.
Ressalta-se que a qualidade da água em aquacultura compreende as variáveis físicas,
químicas e biológicas que afectam a sua produção (BOYD, 2000).
Segundo CYRINO et al. (2000), os locais adequados para a instalação dos
tanques-rede devem apresentar o mínimo possível de eutrofização da água, que pode ser
avaliada de maneira simples utilizando-se o disco de Secchi. O maneio correcto da
qualidade da água é fundamental para o sucesso de qualquer empreendimento na
piscicultura.
2.7.1. Maneio alimentar dos peixes em tanques-rede
O maneio alimentar é um dos factores mais importantes para o sucesso do cultivo
de peixes em tanques-rede, quer do ponto de vista financeiro quanto do ponto de vista
ambiental. A importância financeira se deve ao fato do mesmo representar uma parcela
significativa do custo de produção, devendo-se buscar meios para redução destes custos.
No que tange a parte ambiental, este factor é também importante pelo fato de poder ser
um veículo de poluição, se a actividade for mal conduzida (SILVA & SIQUEIRA
2000).
Segundo CYRINO et al. (2000), na piscicultura intensiva os gastos com
alimentação normalmente são estimados de 50 a 70% dos custos produção. A
dependência total dessa modalidade de piscicultura das rações artificiais completas e de
qualidade superior, encarece os custos operacionais, consequentemente elevando o
custo de produção.
Por: Adelino Jacinto Chambo 11
As Tilápias nilóticas podem se alimentadas de ração quando mantidas em
confinamento e do alimento natural disponível no ambiente. A ração recomendada para
alimentação nos tanques é do tipo extrusada porque esta facilmente flutua na água, e as
rações peletizadas não são economicamente viáveis, pois possuem baixa estabilidade na
água ocasionado perdas, bem como dificultam a observação do piscicultor durante o
consumo da ração (BARBOSA, 2009).
De acordo com EL-SAYED (2006), a ração utilizada para peixes cultivados em
tanques-rede deve ser nutricionalmente completa e estável na água, devendo o alimento
atender as exigências nutricionais quanto à proteínas, energia, lipídios, vitaminas e
minerais para promover o bom desempenho dos animais.
Portanto, devem ser completas e devidamente balanceadas com teores de proteína
variando entre 56% a 30%, nesta feita proporcionando índices de conversão alimentar
em torno de 1.4 a 1.7:1, ou seja para cada quilo grama de peixe produzido deve-se
gastar no máximo de 1,7 kg de ração dependendo da fase em que se encontram os
peixes em cultivo (ASSIS, 2008).
Quanto a forma física da ração esta deve se apresentar em pó na fase de
alevinagem e peletizada na engorda por possuir maior digestibilidade e melhor adaptar-
se ao sistema de comedouros actualmente utilizados na piscicultura (OSTRENSKY,
1998).
2.8. Parâmetros de qualidade água requeridos na produção de Tilápia nilótica em
tanques-rede
2.8.1. Temperatura
Segundo SANTOS (2003), as influências dos factores externos são sempre
medidas por factores endógenos, como por exemplo, o endócrino. A secreção ou a
libertação desses transmissores pode ser alterada por meios de variações fotoperiódicas
e térmicas. A pineal, o hipotálamo e a hipófise estão entre as glândulas mais sensíveis às
influências da luz e da temperatura. Manipulando-se a temperatura, pode-se controlar a
taxa e tempo de eclosão das larvas, controlar o crescimento dos animais e a época de
sua reprodução.
Por: Adelino Jacinto Chambo 12
A alimentação das tilápias reduz a 20ºC e pára completamente por volta dos 16ºC.
Com relação a temperaturas elevadas, as tilápias toleram até aproximadamente 42ºC,
sendo a temperatura ideal de 29 a 31ºC. As tilápias são peixes tropicais que tem a faixa
de conforto térmico entre 27 a 32ºC, temperaturas superiores a 32ºC e abaixo de 27ºC
reduzem o apetite e a velocidade de crescimento e temperaturas na faixa de 8 a 14ºC
geralmente são letais (KUBITZA, 2000).
2.8.2. Oxigênio dissolvido (OD)
O oxigénio é fundamental para todos os animais, para realizar o acto vital da
respiração, através da qual é possível a assimilação da energia contida nos alimentos. As
principais fontes de oxigénio para a água são a atmosfera e a fotossíntese (CARBALLO
et al., 2008).
Por outro lado, as perdas são o consumo pela decomposição da matéria orgânica,
perdas para atmosfera, respiração de organismos aquáticos e oxidação de íons metálicos
como, por exemplo, o ferro e o manganês (CASTAGNOLLI, 2000).
A solubilidade do oxigénio na água, como de todos os gases, depende de dois
factores principais: temperatura e pressão. Assim, com a elevação da temperatura e
diminuição da pressão, ocorre redução e solubilidade do oxigénio na água (HEIN &
BRIANESE, 2004).
Baseando nestas propriedades fica notório que os organismos aquáticos tropicais
têm, em princípio, menos oxigénio disponível do que os de lagos temperados. Esta
constatação assume importância, quando se considera que lagos próximos ao Equador, a
temperatura podem atingir até 38º C (ESTEVES, 2000).
A menção do nível do oxigénio dissolvido na água pode ser feita através de um
metido analítico ou utilizando-se medidores electrónicos. Os medidores actuais
(também chamados oxímetros) são portáteis e bastante precisos (MARENGONI, 2009).
Por: Adelino Jacinto Chambo 13
2.8.3. Potencial hidrogenio (pH)
A grande maioria dos reservatórios de água continentais tem pH variando entre 6
e 8, podendo-se encontrar ambientes mais ácidos ou mais alcalinos. Em ambos os casos,
estes ecossistemas apresentam comunidades vegetais e animais também características
(ESTEVES, 2000).
O pH atua diretamente nos processos de permeabilidade celular, interferindo no
transporte iônico intra e extracelular e entre os organismos e o meio. Valores extremos
podem danificar a superfície das brânquias dos organismos aquáticos, levando-os à
morte (HEIN & BRIANESE, 2004).
A evolução diária do pH é regulada pela concentração de dióxido de carbono
(CO2) e a atividade fotossintética. Para a maioria das espécies aquáticas o valor ideal
está entre 6 e 8,5. O pH da água para o cultivo de tilápias deve ser mantido entre 6 a 8,5.
Abaixo de 4,5 e acima de 10,5 a mortalidade é significativa. A faixa tolerável seria entre
5,0 e 11,0 (KUBITZA, 2000).
2.8.4. Transparência da água
A transparência é a capacidade de penetração de luz na água e pode ser usada
como um indicativo da densidade planctônica e da possibilidade de níveis críticos de
oxigênio dissolvido no período noturno (KUBITZA, 2000).
A transparência da água pode ser medida com auxilio de um disco de Secchi com
aproximadamente 25 cm de diâmetro preso a uma corada graduada (BARBOSA, 2009).
Naturalmente, águas mais limpas e claras apresentam maiores valores de
profundidade para o desaparecimento do disco de Secchi. Existem outros equipamentos
capazes de medir a radiação subaquática, tal como os hidrofotômetros que são capazes
de medir a quantidade e a qualidade da luz em diferentes profundidades
(CASTAGNOLLI, 2000).
Por: Adelino Jacinto Chambo 14
Tabela nº 2: Parâmetros Físico-químicos de Qualidade da Água para Tilápia
nilótica
Indicador Ideal Frequência
Temperatura da água 20 a 30°C Diária
Oxigénio da água 3 - 6 mg/l Quinzenal
Transparência da água 25 35 cm Diária/ semanal
Alcalinidade da água 30 - 40 mEq/l Mensal
pH 6.7 a 8.6 Semanal
Fonte: HEIN & BRIANESE, 2004
2.9. Capacidade de suporte na produção de peixes em tanques-rede
Na planificação da produção em tanques-rede é importante entender o conceito de
capacidade de suporte, que é a máxima biomassa sustentável dentro de uma unidade de
cultivo (KUBITZA & ONO 2003).
Segundo CYRINO et al. (2000) e KUBITZA (2000), a capacidade de suporte
seria a máxima biomassa sustentada por volume útil ou submerso do tanque-rede
(kg/m3). Uma unidade atinge a capacidade de suporte quando o incremento de biomassa
for nulo, ou seja o crescimento dos peixes for zero, no momento em que a capacidade de
sustentação for atingida.
Qualquer tentativa de superar este limite de biomassa sem incrementar a estratégia
de cultivo pode trazer sérios riscos de perda parcial ou total da produção. Produzir a
máxima quantidade de peixes em um tanque-rede não significa o máximo lucro. O
ponto de máximo lucro ou biomassa económica está bem antes da capacidade de
suporte ser atingida. Isso ocorre porque quando um tanque-rede vai se aproximando da
capacidade de suporte, os índices de desempenho pioram acentuadamente, sobretudo a
conversão alimentar (KUBITZA & ONO, 2003).
Por: Adelino Jacinto Chambo 15
Segundo KUBITZA (2000), existem vários factores que influenciam a capacidade
de suporte e a sobrevivência dos peixes num cultivo em tanques-rede, dentre os quais
pode-se citar, a escolha do espaço, a qualidade da água, as dimensões do tanque-rede, a
alimentação e a densidade de povoamento.
2.9.1. Densidade e estresse nos cultivos em tanques-rede
Embora a aquacultura em tanques-rede com diferentes densidades seja uma
prática rotineira, pouco se conhece sobre os efeitos da densidade sobre a tilápia e,
consequentemente, no seu crescimento quando são cultivadas em tanques-rede de
pequeno volume. As densidades nas quais as espécies podem ser povoadas são um
importante factor na determinação do custo de produção em relação ao capital investido.
Se a taxa de crescimento e sobrevivência não sofrerem alterações, quanto maior a taxa
de povoamento maior será o custo unitário de produção. Este factor aliado à idade,
tamanho, maneio, condições ambientais e alimentação é crucial para obtenção de um
crescimento e produtividade nos padrões considerados óptimos (COCHE, 2006).
O aumento da densidade de povoamento pode fazer com que o espaço individual
ou colectivo se torne factor limitante da produtividade. Uma superpopulação em
qualquer cultivo ocorre quando a densidade de povoamento atinge valores tais que
afectam negativamente a produtividade devido ao estresse dos peixes, a deterioração da
qualidade da água ou a ausência da alimentação causada pela dificuldade de acesso ao
alimento (BOZANO, 2002).
Segundo SCHIMITTOU (2000), a densidade populacional num tanques-rede é um
factor de estresse biológico mais comum em baixas densidades que em altas densidades.
Em ecossistemas de cultivo, especialmente de baixa densidade, alguns peixes procuram
estabelecer hierarquias de dominância, mantendo assim os indivíduos dominados sob
estresse crónico. A libertação de ferormônios, provavelmente, está relacionada ao
estabelecimento das hierarquias de dominância.
Espécies de peixes de hábito territorialista apresentam interacções agressivas que
são caracterizadas por ataques directos de um indivíduo ao outro (comportamento
agonístico). No caso da tilápia, espécie territorialista, ocorre uma hierarquia de
dominância e submissão, estabelecida através de confrontos entre indivíduos, onde os
Por: Adelino Jacinto Chambo 16
animais maiores geralmente são dominantes e os menores submissos (SARAIVA,
2004).
Segundo CUENCA & GALLEGO (2000), os peixes dominantes excluem os
subordinados da área de alimentação por interacção agressiva, no que implica em uma
maior taxa de ingestão de alimento pelos dominantes, mas quando a densidade da
população é alta os peixes dominantes não são capazes de defender a concentração de
alimento e neste caso a agressão e a taxa de crescimento desses peixes diminui.
Embora os estressores sejam, na maioria, inevitáveis em condições de cultivo,
estratégias para reduzir ao máximo os factores nocivos aos peixes, devem ser adoptadas
como rotina na criação para optimizar a produção em cultivo. A atenção com o
significado do estresse na piscicultura tem aumentado consideravelmente nos últimos
anos, em consequência dos efeitos negativos registados na produção (URBINATI,
2003).
Por: Adelino Jacinto Chambo 17
3. METODOLOGIA
3.1. Local e período
O estudo foi conduzido no distrito de Vilankulos na empresa Xibaha Lda. No
período de Agosto a Outubro de 2013. Cujas instalações piscícolas estão localizadas na
lagoa de Gombeni, que dista a cerca de 45 km da vila sede do distrito.
3.2. Discrição da área de estudo
O distrito de Vilankulos fica situado a norte da província de Inhambane tendo
como limites a norte o distrito de Inhassouro, a sul o distrito da Massinga, a oeste com
os distritos de Mabote e Funhalouro e a este com o Oceano Índico (MAE, 2005).
Conta com uma superfície de 5.867 km2 e uma população de 113.710 habitantes
de segundo o censo populacional 2007, o distrito de Vilankulos tem uma densidade
populacional de 23,1 hat/km2 (INE, 2010).
3.2.1. Clima predominante
O clima é dominado por zonas do tipo tropical seco, no interior, e húmido, à
medida que se vai em direcção a costa, com duas estações: a quente e a chuvosa que vai
de Outubro a Março e a fresca de Abril a Setembro. O distrito apresenta temperaturas
médias de 18 a 38ºC, com precipitação média anual (entre Outubro a Março) de 1500
mm com maior incidência nos meses de Fevereiro e Março (MAE, 2005).
3.3. Materiais
Para implementar o estudo, foram usados tanques-rede, entre outros matérias tais
como: balança electrónica, fita métrica, máquina calculadora e rede de despesca e
baldes plásticos.
3.4. Tamanho da população
Foram utilizados 720 peixes com inicial médio de 50 g e um comprimento de 9
cm.
Por: Adelino Jacinto Chambo 18
3.5. Delineamento experimental
O delineamento experimental adoptado foi completamente casualizado (DCC),
com três tratamentos (1. Densidade de Povoamento 90 peixes/m3; 2. Densidade de
povoamento 120 peixes/m3; e 3. Densidade de Povoamento 150 peixes/m
3) e duas
repetições para cada.
T1: 90 peixes/m3
T2: 120 peixes/m3
T3: 150 peixes/m3
3.6. Descrição do processo de cultivo da Tilápia nilótica em tanques-rede
O cultivo da tilápia nilótica em tanques-rede é realizado em pelo menos três
etapas (cria, recria e engorda).
a) Transporte dos peixes e povoamento
Os peixes foram transportados em bolsas plásticas. O transporte e povoamento
dos peixes foi realizados no início da manhã. Antes do transporte e povoamento dos
peixes houve necessidade de se observar os seguintes aspectos:
Uniformidade no peso e tamanho dos peixes;
Aparência geral dos peixes;
Alevinos devem se apresentar activos dentro da sacola ou caixa de transporte;
Verificar se não existiam peixes de outras espécies misturadas;
Para o caso do experimento realizado foram usados 6 tanques-rede (TR), com 2
m3 de volume total e, 1 m
3 volume útil, em todos os tratamentos foram efectuadas
mesmas praticas de cultivo necessárias a um óptimo crescimento dos peixes controlando
aspectos ligados aos maneios alimentar e sanitário.
Por: Adelino Jacinto Chambo 19
b) Maneio alimentar
Tratando a Tilápia nilótica como um peixe com hábito alimentar omnívoro,
alimentando-se de fitopláncton e detritos, ela aceita uma diversificada gama de plantas,
diferentes tipos de algas, de alimentos e resto de organismos.
Para o caso do experimento feito no estágio, os peixes foram alimentados com
ração comercial peletizada fabricada na empresa Xibaha-Lda, com a composição
descrita na tabela a baixo.
Inicialmente a quantidade de ração fornecida aos peixes foi de 360 g, 480 g, e 600
g nas densidades de 90,120 e 150 m3 respectivamente, divididas em três refeições
diárias distribuídas nos seguintes horários: (6:30, 12:30 e 16:30 horas). O fornecimento
de ração aos peixes era consoante os pesos observados a cada pesagem e medição
(biometria) realizada quinzenalmente.
O ajuste das quantidades de ração foi feito quinzenalmente, pois são muitos os
factores que podem interferir no consumo de ração como as condições climáticas (dias
nublados, chuva, calor excessivo), qualidade da água (temperatura, nível de oxigénio
dissolvido) e patologias (doenças e parasitas).
O ajuste de ração foi realizado recorrendo-se ao uso da fórmula abaixo ilustrada:
QA =Nº Total × 4%PV
100
Onde:
QA= Quantidade de alimento fornecida
PV= Peso Vivo dos peixes
4%= Percentagem da biomassa
Nº Total = Numero total dos peixes povoados
A prática de maneio alimentar, foi baseada no arraçoamento manual, consistindo
no fornecimento da ração a lanço sobre a superfície dos tanques-rede.
Por: Adelino Jacinto Chambo 20
c) Maneio sanitário
Durante a execução do experimento, o maneio sanitário baseou-se na limpeza e
desinfecção dos tanques, realizada mensalmente. Para limpeza dos tanques foram
deixados de molho na água, de seguida com auxílio de escovas cabo comprido foram
lavados e expostos ao sol secar e eliminar potenciais microrganismos.
A higienização do tanque era feita mensalmente, com objectivo de retirar os
tanques sujos ou com elevada concentração de restos de ração, para manter a circulação
da água constante. Todos peixes mortos e agentes estranhos encontrados eram retirados
de imediato da água de cultivo com auxílio de uma puçá para captura de peixe.
3.7. Determinação dos indicadores de desempenho do cardume
A biometria foi realizada quinzenalmente. Para colecta das amostras para a
biometria, foi usada uma puçá para a captura dos peixes, a partir era retirada
aleatoriamente 10% do universo dos peixes povoados em cada unidade experimental
(conforme ilustra a tabela abaixo). A pesagem foi realizada com auxílio de uma balança
electrónica.
Tabela nº 3: Tamanho das Amostras Usadas nas Biometrias
Tratamento Amostra 10%
T1= 180 Peixes 18 Peixes
T2= 240 Peixes 24 Peixes
T3= 300 Peixes 30 Peixes
A actividade foi sempre realizada nas primeiras horas da manhã antes do
fornecimento de ração, com vista a evitar a influência desta na medição. A medição do
comprimento foi feita para cada peixe com auxílio de uma régua graduada de 30 cm
Por: Adelino Jacinto Chambo 21
3.8. Análise estatística dos dados
As variáveis avaliadas no experimento foram taxa de crescimento em
comprimento, ganho médio de peso diário, taxa de sobrevivência, biomassa final; peso
final por peixe e a conversão alimentar.
Os dados das variáveis acima mencionadas, foram recolhidos de acordo com o
período correspondente ao experimento e posteriormente submetidos a análise de
variância e, em caso de diferença estatística (p˂0,05) submetidos ao teste de Tukey
(5%).
Por: Adelino Jacinto Chambo 22
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Resultados
4.1.1. Taxa de sobrevivência
O Gráfico 1 apresenta as percentagens da taxa de sobrevivência da Tilápia
nilótica nas diferentes densidades de povoamento. Observa-se que houve uma redução
na taxa de sobrevivência com o aumento da densidade, não diferindo estatisticamente
(p˃0,05) na menor densidade (90 peixes/m3) a taxa foi maior estabelecendo-se em
98,8% se comparando com as densidades 120 e 150 peixes/m3
cujos valores registados
foram 97,9 e 96% respectivamente.
Gráfico nº 1: Taxa de Sobrevivência da Tilápia nilótica Cultivada, em três
Diferentes Densidades de Povoamento em Tanques rede.
4.1.2. Peso final
As unidades experimentais com densidades de 120 e 150 peixes/m
3 não
apresentaram diferenças significativas (p˃0,05) entre si para esta variável, registando-se
valores entre131 a 117 g como mostra a Tabela 4. No entanto observou-se o aumento de
peso médio final para os peixes povoados na densidade de 90 peixes/m3 estabelecendo-
se em 147 g diferindo significativamente (p˂0,05) das demais.
98.8
97.9
96
94.5
95
95.5
96
96.5
97
97.5
98
98.5
99
99.5
Dp 90 Dp 120 Dp 150
Tax
a de
Sobre
viv
enci
a (%
)
Por: Adelino Jacinto Chambo 23
4.1.3. Ganho médio de peso diário
Os valores mais expressivos referentes a variável ganho médio de peso diário,
foram encontrados para os peixes povoados em menor densidade (90 peixes/m3) tendo
se obtido o valor de 1,02 g/dia, diferindo significativamente (p˂0,05) das demais. As
unidades experimentais com densidades de (120 e 150 peixes/m3) não apresentaram
diferenças significativas (p˃0,05) entre si para esta variável registaram valores de 0,85 e
0,70 g/dia respectivamente.
4.1.4. Taxa de crescimento em comprimento
Em relação à taxa de crescimento em comprimento, feita análise observou-se que
esta variável teve o seu maior valor de 9,50% para os peixes mantidos na menor
densidade (90 peixes/m3), diferindo significativamente (p˂0,05) das demais densidades.
Os tratamentos com densidades de 120 e 150 peixes/m3 apresentaram os valores
relativamente baixos para taxa de crescimento decrescendo com o elevar da densidade
não diferindo significativamente (p˃0,05) como ilustra o Gráfico 2.
Gráfico nº 2. Taxa de Crescimento em Comprimento da Tilápia nilótica Cultivada,
em três Diferentes Densidades de Povoamento em Tanques-rede.
9.50%
6.31%
4.21%
0.00%
1.00%
2.00%
3.00%
4.00%
5.00%
6.00%
7.00%
8.00%
9.00%
10.00%
Dp 90 Dp 120 Dp 150
Tax
a de
Cre
scim
ento
em
Com
pri
men
to (
%)
Por: Adelino Jacinto Chambo 24
4.1.5. Biomassa final
A biomassa final não variou significativamente (p˃0,05) entre todos os
tratamentos no experimento, tendo sido verificada a maior média 33,66 kg/m3 para os
peixes adensados em maior número (150 peixes/m3), reduzindo conforme a diminuição
de animais povoados por unidade como ilustra a Tabela 4.
4.1.6. Conversão alimentar
Os valores de conversão alimentar neste trabalho, feita a analise mostraram o
valor de 2,17 para os peixes mantidos na densidade 150 peixem3, diferindo
significativamente (p˂0,05) das demais. As unidades experimentais com densidades de
(90 e 120 peixes/m3) não apresentaram diferenças significativas (p˃0,05) entre si para
esta variável registaram valores de 1,58 e 1,83 respectivamente.
Tabela nº 4: Valores Médios dos Parâmetros Zootécnicos Avaliados, para Tilápia
nilótica (Oreochromis nilóticus) Cultivada em Tanque-rede por 95 dias, sob Três
Diferentes Densidades de Povoamento na Lagoa Gombeni
Variável Densidade de Povoamento (Peixes/m3) Erro
Padrão
90 120 150
Peso inicial g 50 50 50
Peso final, (g) 147b
131a
117a
8,68
Biomassa inicial, (kg) 4,5 6,0 7,5
Biomassa final, (kg) 26,09a
30,89a
33,66a
2,21
Taxa de Crescimento
Comprimento, (%)
9,50b
6,31a
4,21a
1,54
Ganho Médio de Peso Diário,
(g/dia)
1,02b
0,85a
0,70a
0,09
Taxa de Sobrevivência, (%) 98,8a
97,9a
96,0a
0,83
Conversão Alimentar 1,58a
1,83a
2,17b
Por: Adelino Jacinto Chambo 25
4.2. Discussão
4.2.1. Taxa de sobrevivência
Durante o experimento, a taxa de sobrevivência dos peixes nos tratamentos
adoptados variou entre 98,8, 97,9 e 96%, nas densidades de 90, 120 e 150 peixes/m3
respectivamente, índices esses considerados normais para este sistema de cultivo.
Resultados semelhantes foram obtidos por SAMPAIO & BRAGA (2005), na sua
pesquisa usando densidades de povoamento de 150, 200 e 250 peixes/m3 e, por PAIA et
al. (2008), com densidade de 200, 250 e 300 peixes/m3.
RAHMAN et al. (2006), descreveram indiferenças na mortalidade dos animais e
inferiram que, provavelmente, os indivíduos povoados em maior número receberam
quantidade de alimento ideal geralmente consumindo mais durante o período de criação.
Em contrapartida COULIBALY et al. (2007), afirmaram que em peixes omnívoros a
hierarquia dominante e territorialista pode ser decisiva na sobrevivência dos animais
quando confinados em quantidades elevadas.
As taxas de sobrevivência para a Tilápia nilótica estão directamente relacionadas
com, à qualidade da água de cultivo, a alimentação dos peixes, a prevenção de parasitas
e doenças e a eliminação de predadores nas águas, porém, tal situação não foi observada
no presente estudo devido a inexistência de discrepâncias na sobrevivência dos peixes.
4.2.2. Peso final
Os valores de peso final observados no presente trabalho foram menores para os
peixes povoados em maior densidade (120 e 150 peixes/m3) tendo se registado valores
de 131 e 117 g. Os indivíduos cultivados em tanque-rede na menor densidade (90
peixes/m3) apresentaram valores correspondentes a 147 g.
Relacionando os resultados obtidos para esta variável neste experimento, com os
observados por CRUZ & RIDHA (1991) estudando as densidades de 200, 250 e 300
peixes/m3 no cultivo da Tilápia nilótica em tanques-rede, após 193 dias de cultivo,
verificaram que o maior peso final foi registado nos peixes mantidos na menor
densidade (200 peixes/m3) facto semelhante ao observado neste experimento,
Por: Adelino Jacinto Chambo 26
sugerindo-se a utilização de baixas densidades para optimizar a produção desta espécie
em cultivos empregando tanques-rede.
4.2.3. Ganho médio de peso diário
Em relação aos valores do ganho de peso médio diário encontrados nesse estudo,
estes variaram de 0,70, 0,85 e 1,02 g/dia para as densidades de 150, 120 e 90 peixes/m3,
estando de acordo com os valores relatados por MAINARDES PINTO et al. (2003)
para a Tilápia nilótica, porém cultivada em tanque rede de baixo volume em barragem,
utilizando a linhagem Chitralada em tanques rede de 4 m3, BARBOSA et al. (2004)
também obtiveram ganho de peso médio diário de 2,05 g e peso médio final de 185,15 g
como o melhor desempenho.
De acordo com KHAN (1994), o ganho médio de peso diminui em função do
aumento da biomassa quando a densidade excede a capacidade de criação o que pode ter
ocorrido no presente experimento. Tal fato pode estar relacionado a um efeito
secundário causado pelo estresse que age directamente no metabolismo, influenciando o
consumo de alimento, ou a um efeito directo que altera os níveis hormonais,
enzimáticos e dos factores de crescimento.
4.2.4. Taxa de crescimento em comprimento
Os resultados obtidos para taxa de crescimento neste experimento, variam de 4,21
a 9,5%, entre os tratamentos e são superiores aos obtidos por WATANABE et al.
(1990) que encontraram a taxa de crescimento entre 3,5 e 3,63%. Esse maior aporte no
crescimento pode ter sido influenciado pela classe de tamanho de peixe seleccionada e
pelas condições ambientais de cultivo.
Para CARMO et al., (2008), o crescimento em comprimento eleva-se
proporcionalmente em função do aumento do peso o que pode ter ocorrido no presente
experimento. Quanto maior for o peso do peixe maior será a velocidade de crescimento
em função da proporcionalidade corpórea e do alimento que é transformado em massa
muscular, e ainda pode ser usado como indicador da condição nutricional, reprodutiva
ou de bem-estar.
Por: Adelino Jacinto Chambo 27
4.2.5. Biomassa final
A biomassa final dos peixes foi de 26,09, 30,89 e 33,66 kg/m
3, para os
tratamentos de 90, 120 e 150 peixes/m3, respectivamente, estes resultados são
semelhantes aos obtidos por MARENGONI (2006), ao registar em 135 dias de cultivo,
a biomassa final de 43,8 kg/m3, em sua maior densidade de povoamento com 200
peixes/m3 e por PIAIA & BALDISSEROTO (2000), ao estudar a densidade de
povoamento de 114, 227 e 454 peixes/m3, e observaram que a maior densidade
proporcionou a maior biomassa final por volume. Ao elevar-se o número de peixes
povoados por unidade, observou-se um aumento significativo na biomassa.
Os valores de biomassa final obtidos neste estudo estão abaixo daqueles
alcançados por CLARK et al. (1990), MAINARDES PINTO et al. (2003), BARBOSA
et al. (2004) e ARCANJO et al. (2005), porém com densidades máximas de 100, 300,
235 e 165 peixes/m3, respectivamente. BOZANO (2002), preconiza a produção de até
300 kg/m3 em sistemas de tanques-rede de alta densidade e pequeno volume. Os valores
máximos e óptimos de biomassa relatados por vários autores variam muito devido a
inúmeros factores incluindo o estágio de desenvolvimento do cultivo, qualidade e
quantidade de alimento, características biológicas, físicas e químicas do ambiente
aquático.
Desta feita, os resultados obtidos referentes a biomassa final deste trabalho
mostraram que houve homogeneidade nos pesos dos peixes à medida que se elevou a
densidade de povoamento.
4.2.6. Conversão alimentar
Feita a análise constatou-se que há um aumento linear para na biomassa final,
consumo de ração e conversão alimentar a medida que se eleva a densidade de
povoamento de cultivo. Os resultados de conversão alimentar neste trabalho foram de
1,58, 1,83 e 2,17, para os tratamentos com 90, 120 e 150 peixes/m3 respectivamente
estando compactáveis com os observados por KUBITZA (2000) e superiores aos
relatados por MAINARDES PINTO et al. (2003). E são superiores aos obtidos por YI
& LIN (2001), o que pode ser aliado ao teor de oxigénio, temperatura e teor de proteína
da ração fornecida. Nos cultivos de tilápias em tanques-rede, em densidades de 50
Por: Adelino Jacinto Chambo 28
peixes/m3 YI & LIM (2001) obtiveram conversão alimentar de 1,46, com valores
inferiores aos obtidos neste experimento.
Por: Adelino Jacinto Chambo 29
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
5.1. Conclusão
Em conformidade com os objectivos propostos, ao final do experimento conclui-
se que:
O peso médio final, taxa de crescimento específico em comprimento e o ganho
médio de peso diário, apresentaram melhores resultados na menor densidade de 90
peixes/m3
em relação às densidades de 120 e 150 peixes/m3
.
Na distribuição da produção da biomassa final por tanque, a densidade de 150
peixes/m3
obteve melhores resultados comparando com as densidades de 90 e 120
peixes/m3.
Por: Adelino Jacinto Chambo 30
5.2. Recomendações
Recomenda-se:
A empresa Xibaha Lda. a cultivar da tilápia nilótica em tanques na densidade 90
peixes/m3
na fase de engorda, face ao bom desempenho por esta apresentado. Monitoria
da criação de peixes, e a continuação de pesquisas deste género em diferentes lagos e
lagoas envolvendo o estudo de outras variáveis como, consumo de ração, consumo de
proteína bruta, e análise da variação dos parâmetros físico-químicos da água no interior
dos tanques nas diferentes densidades de povoamento;
Uso de mais de um comedouro, por tanque para evitar as dispostas por alimento
entre os peixes;
Nas unidades de produção piscícolas, que sejam montados ensaios periodicamente
para a realização de estudos similares.
Por: Adelino Jacinto Chambo 31
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Por: Adelino Jacinto Chambo 37
APÊNDICE
Apêndice I. Layout do posicionamento dos tanques no experimento
T2= 120 peixes/m3
T3= 150 peixes/m3
T1= 90 peixes/m3
T2= 120 peixes/m3
T1= 90 peixes/m3
T3= 150 peixes/m3
Apêndice II. Análise de variância das variáveis
Tabela nº A1. Análise de Variância para Variável Peso Final
FV GL SQ QM Teste F.
Calculado
Teste F.
Tabelado
Tratamento 2 26648,5 1332,25 1310,582 9,55
Erro 3 30,5 10,16667
Total 5 26679
CV= 2,41
Tabela nº A2. Análise de Variância para Variável Biomassa Final
FV GL SQ QM Teste F.
Calculado
Teste F.
Tabelado
Tratamento 2 69,53585 34,76793 6,577754 9,55
Erro 3 15,85705 5,285683
Total 5 85,3929
CV= 7,77
Por: Adelino Jacinto Chambo 38
Tabela nº A3. Análise de Variância para variável Crescimento em Comprimento
FV GL SQ QM Teste F.
Calculado
Teste F.
Tabelado
Tratamento 2 0,0091 0,00455 5,46 9,55
Erro 3 0,0025 0,000833
Total 5 0.0116
CV= 4,06
Por: Adelino Jacinto Chambo 39
ANEXOS
Anexo I. Formulas das variáveis de desempenho analisadas
a) Peso final
Peso final/peixe =Biomassa Final Produzida
Nº de Peixes Povoados
b) 𝐁𝐢𝐨𝐦𝐚𝐬𝐬𝐚 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥 𝐤𝐠 =
obtida atraves da pesagem de todos peixes no final do estudo
c) 𝐓𝐚𝐱𝐚 𝐝𝐞 𝐜𝐫𝐞𝐬𝐜𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐞𝐦 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐫𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨
TCc =Comprimento final − Comprimento inicial
Duração em dias da pesquisa× 100
d) Ganho médio de peso diário
GMPD = Peso final − Peso inicial
Duração em dias da pesquisa
e) 𝐓𝐚𝐱𝐚 𝐝𝐞 𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞𝐯𝐢𝐯ê𝐧𝐜𝐢𝐚
TS = Numero de peixes final
Numero de peixes inicial× 100
f) Conversão alimentar
CA = Consumo de raçao (kg)
Biomassa do tanque (kg)
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