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CURSO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA NATUREZA - LICENCIATURA EM
BIOLOGIA
UMA ABORDAGEM SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO
ENSINO FUNDAMENTAL EM ESCOLAS DO INTERIOR DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO EM 2007
TÁSSIA RANGEL MOTA
VALÉRIA BERSOT FERREIRA
CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ
2008
TÁSSIA RANGEL MOTA
VALÉRIA BERSOT FERREIRA
UMA ABORDAGEM SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO
FUNDAMENTAL EM ESCOLAS DO INTERIOR DO ESTADO DO RIO
DE JANEIRO EM 2007
Monografia apresentada ao Centro Federal de
Educação Tecnológica de Campos como
Requisito parcial para conclusão do Curso de
Licenciatura em Biologia.
Orientadora: Profª Drª Elza Maria Senra de Oliveira
CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ
2008
TÁSSIA RANGEL MOTA
VALÉRIA BERSOT FERREIRA
UMA ABORDAGEM SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO
FUNDAMENTAL EM ESCOLAS DO INTERIOR DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO EM 2007
Monografia apresentada ao Centro Federal de
Educação Tecnológica de Campos como
Requisito parcial para conclusão do Curso de
Licenciatura em Biologia.
Aprovada em 10 de dezembro de 2008.
Banca Avaliadora:
............................................................................................................
Profª Drª Elza Maria Senra de Oliveira (orientadora)
Doutora em Tecnologia e Ciência dos Materiais (UENF)
Centro Federal de Educação Tecnológica/Campos
.............................................................................................................
Profª Élida Quitete Domingos
Mestre em Engenharia Ambiental (IFF-Campos)
Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de
Janeiro (Cederj)
.............................................................................................................
Profº Ricardo Pacheco Terra
Mestre em Produção Animal (UENF)
Centro Federal de Educação Tecnológica/Campos
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Coordenador do Curso, profº Rodrigo Maciel
Lima; Aos professores, que sempre nos incentivaram; Aos
colegas de curso e aos familiares, por todo apoio e dedicação.
As abelhas libam flores de toda espécie, mas depois fazem
o mel que é unicamente seu.
Michel de Montaigne – Ensaios I, Cap. XXVI – Da
Educação das Crianças.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo analisar se a percepção do adolescente frente à
questão ambiental, dada a práxis da educação realizada em escolas com perfis
diferentes, tem provocado mudanças no comportamento dos jovens.
Foi utilizada a técnica de levantamento de opiniões através de questionários, os quais
foram aplicados a estudantes e professores do ensino fundamental de uma escola
pública do município de Conceição de Macabu e uma escola particular do município de
Campos dos Goytacazes. Estes questionários permitiram levantar dados sobre como a
Educação Ambiental está sendo implantada nas escolas e sua relação com outras
disciplinas.
Os resultados evidenciam que, independente de como a Educação Ambiental seja
implantada na escola, de forma transversal ou como uma disciplina à parte, ainda há
dificuldades do corpo docente em se trabalhar este tema de forma interdisciplinar e
eficaz. Os atores sociais que compõem a família, a escola, o governo, depositam nos
jovens a esperança e o compromisso com as soluções dos dilemas ambientais, porém há
uma discrepância entre o falar e o agir, o discurso e a prática, no que se refere às
questões ambientais. Essa dissonância cognitiva tem como resposta o descompromisso
do adolescente, refletindo assim em sua ação no mundo e sua falta de perspectiva. Ele é
consciente da significância da preservação do ambiente para uma qualidade de vida,
porém não sabe como lidar com isso.
Apesar de já transcorridos quase 10 anos da criação dos temas transversais e da Lei
9.795, instituindo a Política Nacional de Educação Ambiental, os resultados obtidos
não são animadores, uma vez que os jovens não conseguem perceber as questões
ambientais além dos desastres naturais.
A escola ainda não se mostra preparada para trabalhar a complexidade intrínseca
da Educação Ambiental, fato este refletido na pesquisa quando se trata da formação
docente e da ação docente. A ação transformadora está ineficiente. O medo da
responsabilidade e a falta de iniciativa do adulto, unidos ao pouco conhecimento, são
fatores que impedem a sociedade civil de assumir seu real papel frente às soluções
das questões ambientais.
Logo, a instituição de educação formal é o ambiente adequado para trabalhar esta
mudança, pois é ela quem está mais próxima da sociedade; no entanto, não se pode e
não se deve delegar à escola toda a responsabilidade de construção destes
conhecimentos que dizem respeito à perpetuação do ser humano e do planeta. Propiciar
que exista um elo entre o pensar, o falar e o agir da escola (corpo docente e discente) em
conexão com a sociedade à qual ela está inserida é o caminho mais palpável. Essa
conexão pode ser conseguida através da implantação de programas de Educação
Ambiental que sejam interessantes para a sociedade local, trazendo novas possibilidades
profissionais e financeiras, e, quem sabe assim, o meio ambiente receba a atenção
devida. E assim, além de levar ao exercício crítico, que a escola seja o ambiente de
observação e o resultado da construção coletiva entre professores, alunos e família.
ABSTRACT
This study aims to examine whether the perception of adolescents facing the
environmental issue, given the practice of education conducted in schools with different
profiles, has caused changes in the behavior of young people.
Technique was used to survey opinions through questionnaires, which were applied to
students and teachers of elementary education at a public school in the municipality of
Conception Macabu and a private school in the city of Feeding. These questionnaires
allowed to collect data on how environmental education is being implemented in
schools and its relationship to other disciplines.
The results show that regardless of how environmental education is implemented at the
school, across the board or as a separate discipline, there are still difficulties faculty
working in this theme in an interdisciplinary and efficient. The social actors who make
up the family, school, government, lay in the young hope and commitment to solutions
to environmental dilemmas, but there is a discrepancy between talk and action,
discourse and practice in relation to environmental issues. This cognitive dissonance is
to answer the disengagement of the adolescent, thus reflecting their action in the world
and its lack of perspective. He is aware of the significance of preserving the
environment for a quality of life, but do not know how to handle it.
Despite nearly 10 years elapsed from the creation of cross-cutting themes and Law
9795, establishing the National Policy on Environmental Education, the results are not
encouraging, since young people can not perceive environmental issues in addition to
natural disasters.
The school still does not seem prepared to work the inherent complexity of
environmental education, a fact reflected in the research when it comes to teacher
training and teaching activities. The transforming action is inefficient. Fear of
responsibility and lack of initiative of the adult, attached to a little knowledge, are
factors that impede civil society to assume its role with real solutions to environmental
issues.
Soon, the institution of formal education is the right environment to work this shift
because it is she who is closest to the society, yet we can not and should not delegate all
responsibility to the school building such knowledge concerning the perpetuation of
human beings and the planet. Providing there is a link between thinking, speaking and
the act of the school (faculty and students) in connection with the society to which it is
embedded is the most tangible way. This connection can be achieved through the
implementation of Environmental Education programs that are interesting to the local
society, bringing new opportunities and financial professionals, and, who knows well,
the environment receive due attention. And so, besides taking the critical exercise, the
school environment is the observation and the result of collective building among
teachers, students and family.
SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO........................................................................................................3
2- REVISÕES BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................4
3- PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................8
4- RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................................... 11
5- CONCLUSÕES E SUGESTÕES...........................................................................27
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................30
7- ANEXOS............................................................................................................... 32
8 - APÊNDICES........................................................................................................ 40
1
1 INTRODUÇÃO
À medida que a população mundial aumenta, acentua-se sua intervenção na
natureza de forma desenfreada, acarretando não só uma crise ambiental, mas uma
crise social quanto ao uso dos recursos naturais e do espaço geográfico.
Neste contexto atual, o papel da escola torna-se indispensável no
desenvolvimento do educando por meio de práticas, conceitos e exemplos aplicados
junto ao currículo escolar. O processo de desenvolvimento de capacidades e da
construção da cidadania depende da formação inicial de valores e de princípios
como o amor ao próximo e o respeito à diversidade, à interdependência e à justiça.
A realidade atual exige cada vez mais uma reflexão coletiva que produza uma
inter-relação de saberes e práticas que criem valores comuns e ações conjuntas. A
sociedade capitalista em que vivemos é identificada por Beck (1997) como a
sociedade do risco, a qual ele também chama de "segunda modernidade" ou
"modernidade reflexiva". A “sociedade do risco” emerge com problemas que devem
ser enfrentados como a globalização, a individualização, a revolução dos gêneros, o
subemprego e os riscos globais da crise ecológica. Tais questões tornam-se objeto
de reflexão para um novo estilo de vida em que se pratique um desenvolvimento
com uma diferenciação funcional.
Uma das principais conclusões originadas neste contexto é a importância de
educar cidadãos que ajam de modo responsável e com sustentabilidade,
conservando o ambiente saudável no presente e para o futuro. Para isso faz-se
necessário promover o crescimento da consciência ambiental, sensibilizando o
educando através de reflexões e de atividades que o faça sentir-se parte integrante
do meio ambiente.
Neste sentido, o professor pode ser o responsável, ainda que não direta ou
individualmente, por uma concepção de desenvolvimento que esteja direcionado às
finalidades mais ou menos humanas. Por isso é preciso oportunizar ao professor
uma reflexão mais profunda, séria e compromissada do seu papel social e da sua
ação pedagógica. Portanto, o papel do professor deve ser analisado
permanentemente e revisto com profundidade em uma sociedade em aceleradas
mudanças e com contrastes muito marcantes.
2
Assim sendo, a formação do professor nos domínios da educação ambiental
deve ser repensada. Fica claro que existem gradações nesta falta de preparo, mas,
de maneira geral, podemos verificá-la tanto no professor oriundo das escolas de
formação de professores, a nível médio, quanto àquele que, licenciado, atingiu a
formação universitária.
A diversidade de propostas utilizadas na Educação Ambiental induz aos
professores a alargarem as perspectivas, a criarem condições de estudo do homem
e do meio ambiente.
A seleção de uma proposta pedagógica é considerada algo complexo e muito
distinto da escolha de um manual para a classe. Almeja-se mais a eleição de uma
ferramenta adequada para um determinado trabalho e a competência do professor
consiste em saber aplicar o método ao seu trabalho.
É interessante refletir sobre a possibilidade do uso de materiais diversos
como jornais, revistas, artigos, e outros, como instrumento educativo. Há de se
buscar formas para que os conteúdos trabalhados em sala de aula correspondam às
realidades dos educandos, utilizando materiais educativos que expressem os fatos
cotidianos de forma particular, atualizado e dinâmico.
É importante também que a educação ambiental seja trabalhada de forma
concomitante no ambiente escolar e doméstico. A família e a escola devem ser os
iniciadores da educação para preservar o ambiente natural. A criança, desde cedo,
deve aprender a cuidar da natureza. É fundamental esta educação ambiental, pois
responsabilizará o educando para o resto de sua vida.
Mediante esta situação este trabalho visa uma análise sobre como a
Educação Ambiental é enfocada em escolas do interior do estado do Rio de Janeiro,
com diferentes metodologias, tendo sua fundamentação teórica baseada na
legislação ambiental e educacional. Sua estruturação foi feita da seguinte forma:
1 - Introdução,
2 - Revisão Bibliográfica,
3 - Procedimentos Metodológicos,
4 - Resultados e Discussão,
5 - Conclusões e Sugestões,
6- Referências Bibliográficas,
7- Anexos e
8- Apêndices.
3
Na introdução é abordada a importância da educação ambiental e sua
influência nas atitudes do cidadão em formação, diante de um mundo cada vez mais
capitalista e dependente de recursos naturais.
A revisão bibliográfica trata dos aspectos gerais da educação ambiental, do
conceito à evolução das leis que a abordam. Ainda neste capítulo foram
acrescentados alguns documentos básicos de orientação conceitual gerados em
movimentos e manifestações em favor da natureza.
O capítulo de procedimentos metodológicos compreende a descrição do local
de estudo, os aspectos selecionados para avaliação e os métodos utilizados para
determinação desses aspectos.
Na seção seguinte são apresentados os resultados obtidos pelo diagnóstico e
suas discussões, considerando as prováveis causas e supostas conseqüências das
condições observadas.
Nas conclusões e sugestões são enfatizados os principais resultados
abordando recomendações propostas a partir deste diagnóstico, mostrando a
importância da sensibilização no processo da educação ambiental. São então
identificados os principais problemas neste processo e sugeridas práticas
interdisciplinares que podem ser adotadas pelas escolas, cada uma na sua realidade
local, em futuros trabalhos complementares.
Em seguida, são apresentadas as Referências Bibliográficas, dois Anexos e
dois apêndices, que consistem dos questionários aplicados nesse estudo e das leis
ambientais nas quais se baseiam o trabalho.
4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A reflexão sobre as práticas sociais, em um contexto marcado pela
degradação permanente do meio ambiente e o seu ecossistema, envolve uma
necessária articulação com a produção de sentidos sobre educação ambiental.
(TRISTÃO, 2004).
A questão ambiental tem sido amplamente discutida em várias áreas do
conhecimento, uma vez que a sociedade moderna foi despertada pelo avanço da
destruição dos recursos naturais do planeta. Para a preservação do meio ambiente,
torna-se necessária conscientização da sociedade, e a busca de soluções visando
reduzir os danos provocados ao meio ambiente.
A Conferência de Estocolmo em 1972 marca o início do processo de
compromissos mundiais intergovernamentais e interinstitucionais acerca da
minimização dos impactos da ocupação humana sobre o meio ambiente (ARAUJO,
2002).
Em 1977, na Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental de
Tbilisi, definiram-se os objetivos da Educação Ambiental e o ensino formal foi
indicado como um dos eixos fundamentais para conseguir atingi-lo (Brasil, 1998).
Desde os primeiros movimentos ambientalistas a educação foi considerada
um instrumento fundamental de conscientização. Sendo assim em 1998, com a
intenção de ampliar e aprofundar um debate educacional que envolva escolas, pais,
governos e sociedade e dê origem a uma transformação positiva no sistema
educativo brasileiro, foram elaborados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)
para temas transversais, pelo Ministério de Educação e do Desporto (MEC).
O trabalho pedagógico com a questão Ambiental centra-se no
desenvolvimento de atitudes e posturas éticas e no domínio de procedimentos, mais
do que aprendizagem estrita de conceitos. Valores e compreensão só não bastam. É
preciso que as pessoas saibam como atuar, como adequar práticas e valores uma
vez que o ambiente é também uma construção humana, sujeito as determinações de
ordem não apenas naturais, mas também sociais (Brasil, 1998).
O tema meio ambiente deve ser abordado nas escolas de forma a
desenvolver nos alunos um espírito crítico, senso de responsabilidade e
5
solidariedade de modo a respeitar o ambiente, trabalhando a especificidade local
sem perder de vista as questões globais.
Para que se possibilite enxergar de maneira mais consistente os
determinantes de vários ambientes, como eles se configuram e como poderiam ser
modificados, os conteúdos de educação ambiental foram reunidos em três blocos
nos PCNs: A natureza “cíclica” da Natureza, Sociedade e meio ambiente e Manejo e
conservação ambiental.
O primeiro bloco permite aos alunos compreender que os processos na
natureza não são estanques, nem no tempo e nem no espaço; há sempre um fluxo
de transformações, com a reincorporação de materiais a novos seres vivos, com a
modificação de energias nas suas diferentes formas, enfim, com interações que
engendram mudanças no mundo (Brasil, 1998).
A construção da concepção do dinamismo existente na natureza implica a
aprendizagem de alguns conteúdos que levem a compreensão de que a
sobrevivência ou não de um conjunto de populações é possível graças as diferentes
formas de interação entre os seres vivos. Portanto as conseqüências ecológicas das
ações humanas podem alterar drasticamente e/ou irreversivelmente a dinâmica
natural do planeta.
O conhecimento dos ciclos da natureza e da complexa trama que os
possibilitam, permite ao aluno compreender a importância da recomposição dos
elementos necessários a permanência da vida no planeta. A viabilização desses
tipos de ação é de extrema importância, diante da amplitude, rapidez e intensidades
das ações predatórias, que poderá até mesmo inviabilizar a continuidade da vida
(Brasil, 1998).
O segundo bloco inclui desde a preocupação do mundo com as questões
ecológicas até os direitos e responsabilidades dos alunos e sua comunidade com
relação à qualidade do ambiente em que vivem.
Os alunos têm que entender que o uso e a ocupação do solo acontecem de
maneira diferenciada, nas diversas localidades, nos vários períodos da história,
influindo diretamente na dinâmica ambiental.
Além disso, a organização das áreas naturais em centros e periferias, em
áreas urbanas e áreas rurais, promovem um disparate evolutivo entre os ambientes,
afetando o equilíbrio das relações ambientais.
6
A vida na cidade pode ser vantajosa quando se conhece e se planeja os
espaços a serem ocupados, garantindo assim a melhoria da qualidade de vida.
Porém quando, ao invés de planejamento, se vê uma aglutinação de pessoas em
centros urbanos sem nenhuma infra-estrutura as conseqüências são problemas
ambientais e de saúde.
Os estudos a serem feitos dessas áreas devem avaliar a relação limítrofe
entre atividades produtivas (agrárias e industriais) e consumo de recursos naturais,
valorizando a sustentabilidade na solução de problemas ambientais e na
regionalidade da abordagem desses problemas.
O terceiro bloco trata mais especificamente das possibilidades, positivas e
negativas, de interferências dos seres humanos sobre o ambiente, e suas
conseqüências. Afinal o ser humano sempre criou formas de manejo da natureza
para suprir suas necessidades, assim não é impossível recriar técnicas que
possibilitem ações mais conservativas.
A criticidade na criação de projetos de desenvolvimento, a valorização dos
espaços naturais e o reconhecimento dos direitos e deveres como cidadãos
contribuem para a sustentabilidade.
É fundamental que professores se perguntem que concepções de relação ser
humano/natureza estão ajudando seus alunos a construir (Brasil, 1998).
A aprendizagem deve ser construída de forma contextualizada em todas as
disciplinas dando diferentes enfoques do conteúdo trabalhado.
Assim, através da educação ambiental é possível melhorar o meio ambiente e
a qualidade de vida das pessoas e do planeta possibilitando ao aluno conhecer seus
direitos e deveres como cidadão para se torna sujeito participativo da sociedade.
Os problemas enfrentados pela sociedade capitalista em que vivemos, devem
ser com uma espécie de revolução intelectual, segundo Dias (2004):
a humanidade precisa mais do que nunca de um novo paradigma e a educação precisa voltar-se para a compreensão mais realista do mundo eliminando os conhecimentos fragmentados e desconectando da realidade do educando. No século XX, o ser humano evoluiu ética e espiritualmente. O papel da educação ambiental, nesse contexto, torna-se mais urgente. Precisamos oferecer mais informação. A educação ainda treina o estudante para ignorar as conseqüências ecológicas dos seus atos.
7
Quando a formação teórica do docente, no seu campo de especialidade
(ciências biológicas, por exemplo), é de suficiente qualidade, faltam-lhe
conhecimentos teóricos e/ou práticos sobre procedimentos didáticos ou, ainda que
estes sejam de seu domínio, dificuldades se colocam, impedindo-o de desenvolvê-lo
na realidade de sua classe. Os professores, via de regra, não se encontram
preparados para organizar atividades de ensino a partir da análise de uma dada
realidade concreta. Estudos de MORIN (2001) demonstram a falta de formação
teórica de professores em assuntos relacionados à educação ambiental.
No campo educacional entendemos por Metodologia do Ensino meios que
serão utilizados para se alcançar o objetivo almejado no processo ensino-
aprendizagem. Para Wolsk (1977), a Educação Ambiental abarca procedimentos e
temas de estudos que requerem o emprego de todas as propostas pedagógicas.
Após a Conferência de Belgrado foi desenvolvido pela UNESCO, em
colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o
Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), destinado a promover nos
países membros, a reflexão, a ação e a cooperação internacional nesse campo.
Segundo o PNUMA, 1975:
formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os problemas com ele relacionados, uma população que tenha conhecimento, competências, estado de espírito, motivações e sentido de empenhamento que lhe permitam trabalhar individualmente e coletivamente para resolver os problemas atuais, e para impedir que eles se repitam.
8
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa foi desenvolvida em duas escolas com professores e alunos do 6º
ao 9º ano do Ensino Fundamental com realidades sócio-econômicas e educacionais
distintas (escola particular e pública estadual).
Para esta pesquisa utilizou-se da metodologia qualitativa visando a pesquisa
ação como critério, para privilegiar a educação problematizada entre professor e
aluno.
Para Thiollent (2004) toda pesquisa-ação é do tipo participativa, pois é
necessária a participação das pessoas implicadas nos problemas investigados.
Segundo Gil (1999) a pesquisa ação é a mais utilizada. Embora, outros tipos
de pesquisa sejam propostos para possibilitar a aplicação de resultados socialmente
mais proeminentes.
Numa pesquisa qualitativa o pesquisador deve atentar mais para o
aprofundamento e menos para a generalização na escolha da amostragem. A
abrangência e a diversidade no processo de compreensão também são importantes,
seja de um grupo social ou de uma instituição. O critério que apresenta não é
numérico, embora o investigador quase sempre precise justificar a delimitação de
pessoas entrevistadas, dimensão e o espaço. “Pode-se considerar que uma amostra
qualitativa ideal é a que reflete a totalidade das múltiplas dimensões do objeto de
estudo”. (MINAYO, 2006). Em nossa pesquisa que trata de dois campos de
conhecimentos diferentes, mas que se relacionam, é fundamental que a amostra
represente todas as dimensões do objeto para que se consiga atingir o ponto mais
próximo da realidade. Para a definição da amostra qualitativa é necessário observar
alguns critérios que fazem com que a amostra tenha essa credibilidade e seja
eficiente. Para isso, Minayo (2006), descreve abaixo alguns critérios a serem
observados na definição de uma amostra qualitativa:
“(a) investir em instrumentos que permitam compreensão de diferenciações internas e de homogeneidades; (b) assegurar que a escolha do lócus e do grupo de observação e informação contenham o conjunto das experiências e expressões que se pretende objetivar na pesquisa; (c) privilegiar os sujeitos sociais que detêm os atributos que o investigador pretende conhecer; (d) definir claramente o grupo social mais relevante, ou seja, sobre o qual recai a pergunta central da pesquisa. Centralizar
9
nele o foco das entrevistas, dos grupos focais e da observação; (e) dar atenção a todos os outros grupos que interagem com o foco principal, buscando compreender o papel de cada em suas interações; (f) trabalhar num processo de inclusão progressiva das descobertas do campo, confrontando-as com as teorias que demarcam o objeto; (g) nunca desprezar informações ímpares e não repetidas, cujo potencial explicativo acabam por ser importantes na descoberta da lógica interna do grupo; (h) considerar um número suficiente de interlocutores para permitir reincidência e complementaridade das informações; (i) certificar-se de que o quadro empírico da pesquisa esteja mapeado e compreendido; (j) sempre que possível, prever uma triangulação de técnicas e até de métodos, isto é, em lugar de se restringir a apenas uma fonte de dados, multiplicar as tentativas de aproximação”. (MINAYO, 2006:197).
Na pesquisa qualitativa é necessário que o pesquisador se envolva no
contexto em que a pesquisa será realizada, suas estruturas de poder, suas formas
de interação e comunicação, seus valores. Para Minayo (1996) o contato é direto e
prolongado, pois o pesquisador tenta compreender suas experiência cotidiana e o
significado que os pesquisados dão a ela.
O estudo foi realizado no ano letivo de 2007 e ocorreu em duas etapas para
obtenção dos dados da avaliação do interesse dos alunos aos temas relacionados
ao meio ambiente. Não houve uma pré-seleção por tratar-se de escolas de pequeno
porte, entretanto, todos os docentes e discentes das turmas de 6º ao 9° ano de
Escolaridade do Ensino Fundamental participaram da pesquisa.
Na primeira etapa foi realizada uma observação em campo para identificar as
escolas desde o aspecto físico até o regimento escolar vigente em cada uma delas.
Para avaliar em que medida e de que maneira as escolas desenvolvem a educação
ambiental também foram analisados os projetos desenvolvidos em cada colégio e o
grau de participação dos docentes e discentes.
A escola particular está localizada na área central de Campos dos
Goytacazes, cidade situada ao Norte do estado do Rio de Janeiro com cerca de 400
mil habitantes. A escola em questão é de pequeno porte e atende cerca de 300
alunos de classe média alta. Oferece desde a educação infantil até o 9º Ano do
Ensino Fundamental, porém participaram da pesquisa somente os 88 discentes e 13
docentes do 6º ao 9º ano.
A escola pública pertence à rede estadual e está localizada em Conceição de
Macabu, cidade também situada ao Norte do estado do Rio de Janeiro, com cerca
10
de 20 mil habitantes. Sendo uma escola de pequeno porte, atende cerca de 200
alunos de classe média baixa, a maioria proveniente da periferia e da zona rural do
município. Oferece ensino do 2º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Participaram da
pesquisa somente os 114 discentes e 11 docentes do 6º ao 9º ano.
Na segunda etapa da pesquisa utilizou-se o questionário com perguntas
objetivas para averiguar quais são os níveis de interesse dos alunos por assuntos
relacionados ao meio ambiente e como os mesmos lidam com essa problemática.
Os questionamentos aos professores avaliaram a formação docente de cada
educador, assim como as impressões em relação à educação ambiental e à
abordagem feita nas escolas envolvidas na pesquisa.
11
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram perguntados aos alunos se eles se interessavam por assuntos
relacionados ao meio ambiente. Na escola pública 90,4% e na escola particular
72,7% dos alunos afirmaram se interessar por esse tipo de assunto (Gráfico 1).
Questão 01- Você se interessa por assuntos
relacionados ao meio ambiente?
90,4%
9,6%
27,3%
72,7%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
sim não
% d
e a
lun
os
Pública (Conceição
Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 1 - Interesse dos alunos por assuntos relacionados ao meio ambiente
Quando questionados se seus atos no dia-a-dia afetam de alguma forma o
meio ambiente a maioria (pública 68,4%, privada 68,2%) respondeu que raramente
tem atitudes que causam danos. Uma média de 30% dos alunos, tanto da rede
pública quanto da privada acha que seus atos sempre, de alguma forma, afetam o
ambiente. A minoria, na escola pública e na privada, acha que seus atos nunca
causam dano ao ambiente (Gráfico 2). Portanto o aluno de certa forma se interessa
pelo assunto, porém ainda não se sente responsável pelos danos que certamente
causam, ainda que em pequenas proporções.
Questão 02 –No seu dia-a-dia
você considera que causa algum dano ao
meio ambiente?
4,4%
27,2%
1,1%
30,7%
68,4% 68,2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
nunca raramente sempre
% d
e al
unos Pública (Conceição
Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 2 - Nível de consciência em relação aos danos ambientais causados
12
Segundo a pesquisa grande parte dos alunos (pública 96,5%, particular
95,5%) se sente incomodado com problemas ambientais como desmatamento,
poluição, etc.; porém poucos (pública 33,3%, privada 21,6%) já tomaram alguma
atitude para mudar essa situação (Gráficos 3 e 4). Estes depoimentos sugerem que
o aluno não se sente parte integrante do meio ambiente e que por isso, apesar de se
incomodarem com os problemas ambientais, não adquiriram hábitos de proteção ao
ambiente.
Questão 03- Você se sente incomodado com
algum problema ambiental (desmatamento,
poluição, etc)
96,5%
3,5%
95,5%
4,5%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Sim Não
% d
e a
lun
os
Pública (Conceição
Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 3 - Nível de sensibilidade em relação a problemas ambientais
Questão 04- Em relação a tal incomodo você
já tomou alguma atitude para mudar a
situação?
33,3%
66,7%
21,6%
78,4%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Sim Não
% d
e a
lun
os
Pública (Conceição
Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 4 - Nível de mobilização dos estudantes
As questões 5 e 6 tiveram como objetivo avaliar a percepção do aluno quanto
ao comprometimento dos professores de diferentes disciplinas com relação a
13
Educação Ambiental. Tais questões podem ter mais de uma disciplina como
resposta, sendo assim há uma variância no valor percentual. Segundo os alunos da
escola pública os professores das disciplinas ciências (86%) e geografia (71,1%) são
os que mais abordam este tema no seu dia-a-dia. Na escola particular são os
professores das disciplinas ciências (64,8%) e educação ambiental (97,7%) que
mais frequentemente abordam o tema educação ambiental.
De acordo com 39,5% dos alunos da escola pública todos os professores chamam
atenção ao vê-los jogar lixo no chão; 84,2% dos alunos citaram o professor de
ciências e 71,1% o professor de geografia como tendo esta mesma preocupação.
Na escola particular 19,3% dos alunos responderam que todos os professores
chamam atenção ao vê-lo jogar lixo no chão; 37,7% dos alunos citaram o professor
de ciências e 64,8% citaram a diretora como tendo esta mesma atitude (Gráficos 5 e
6). Os dados dos gráficos 5 e 6 sugerem que na escola pública, onde não há a
disciplina ‘Educação Ambiental’, a preocupação com o tema é compartilhada entre
os professores de diferentes disciplinas enquanto que na escola particular a
responsabilidade de educar o aluno quanto à importância do meio ambiente fica a
cargo do professor de Educação Ambiental. Os resultados também revelam que
ainda se mantém a idéia de que ensinar valores ambientais é papel apenas dos
professores de disciplinas como: Ciências, Geografia e Educação Ambiental. Este
erro deve-se em grande parte à falta da disciplina de Educação Ambiental na grade
curricular de todos os cursos de licenciatura.
Questão 05- Os professores de quais disciplinas abordam temas relacionados ao meio
ambiente?
86,0%
71,1%
28,9%
20,2% 18,4%
5,3%1,8%
6,1%9,6% 7,9% 5,3%
0,0%
64,8%
0,0% 1,1% 2,3% 1,1% 0,0%6,8%
10,2%
0,0% 0,0% 0,0%
97,7%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Ciê
ncia
s
Geo
graf
ia
Histó
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Portu
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ção
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e a
lun
os
Pública (Conceição Macabu)
Privada (Campos dos Goytacazes)
Gráfico 5 - Levantamento entre os estudantes em relação aos professores de quais disciplinas abordam temas sobre valores ambientais.
14
Questão 06- Quando um aluno joga lixo no chão, o professor de quais disciplinas o
chamam atenção?
39,5% 37,7%32,5%
19,3%13,2%
5,3% 7,0% 4,4%7,9%
4,4%0,0%
19,3%
5,7%0,0%
6,8%0,0% 0,0% 0,0%
13,6%
1,1%
12,5%
64,8%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Todos
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tica
Pre
para
ção
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Direto
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lun
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Pública (Conceição Macabu)
Privada (Campos dos Goytacazes)
Gráfico 6 - Levantamento entre os estudantes em relação aos professores de quais disciplinas vistoriam suas atitudes sobre valores ambientais.
As questões de 7 a 9 buscavam avaliar como os alunos colaboram para
manter o ambiente limpo e que tratamento é dado ao lixo em suas casas. Da escola
pública 79,8% dos alunos preocupam-se, às vezes, em manter o ambiente
ecologicamente limpo; 96,5% não costumam separar o lixo de acordo com o material
e a maioria (93%) usufrui em sua residência do serviço de coleta de lixo pelo
caminhão, enquanto 6,1% queimam o lixo doméstico.
Na escola particular 80,7% colaboram para manter o ambiente
ecologicamente limpo, 96,5% não separam o lixo de acordo com o material e 97,7%
têm o lixo coletado pelo caminhão (Gráficos 7, 8 e 9).
Observa-se que as pessoas costumam manter o ambiente limpo. A maioria de
ambas as escolas guarda o lixo para coleta feita pelo poder público. O lixo é levado
para longe dos olhos da sociedade e o problema é dado como resolvido. Como parte
dos alunos da escola pública reside em área rural, percebe-se o costume da queima
do lixo doméstico.
15
Questão 07- Você colabora para manter o ambiente ecologicamente
limpo?
20,2%
79,8%
0,0%
14,8%
80,7%
4,5%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Sempre Às vezes Nunca
% d
e a
lun
os
Pública(Conceição Macabu)
Privado (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 7 - Levantamento entre os estudantes em relação a colaboração dos mesmos para manter o ambiente ecologicamente limpo
Questão 08- Que destino é dado ao lixo da sua casa?
6,1%0,0%
93,0%
0,9%0,0%
97,7%
1,1%1,1%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Queimado Enterrado Coletado pelo
caminhão
Jogado em
terreno baldio
% d
e a
lun
os
Pública (Conceição Macabu)
Privado (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 8 - Destino dado ao lixo doméstico
Questão 09- Em sua casa o lixo é separado de acordo com
o tipo de material?
3,5%
96,5%
13,6%
86,4%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Sim Não
% d
e a
lun
os
Pública (Conceição Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 9 - Levantamento quanto à coleta seletiva do lixo
16
As questões 10 e 11 procuram saber como os pais dos alunos se comportam
com relação ao lixo. Quando estão dentro de um veiculo poucos o jogam pela janela
(26,3% da escola pública e 18,2% da escola particular) a maioria o guarda para
jogar numa lixeira (77,7% da escola pública e 81,8% da escola particular) e quando
estão na rua o comportamento se repete, a maioria procura uma lixeira nas
proximidades (45,6% da escola pública e 55,7% da escola particular) ou guardam o
lixo para jogar numa lixeira posteriormente (30,7% da escola pública e 35,2% da
escola particular) e a minoria joga diretamente no chão (23,7% da escola pública e
9,1% da escola particular) (Gráficos 10 e 11).
Foi detectado que os pais ou responsáveis estão preocupadas em dar um
destino ao seu lixo, que não seja o chão. Mas um número considerável, ainda
contribui para a poluição das ruas.
Questão 10- O que seus pais ou responsáveis fazem com o
lixo quando estão dentro de um carro ou ônibus?
26,3%
73,7%
18,2%
81,8%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Jogam pela janela Guardam para jogar
numa lixeira
% d
e a
lun
os
Pública (Conceição Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 10 - Levantamento o que os pais ou responsáveis fazem com lixo quando estão dentro de veículos
17
Questão 11- Seus pais ou responsáveis quando estão na
rua, sem uma lixeira por perto costumam:
23,7%
45,6%
30,7%
9,1%
55,7%
35,2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Jogar
lixo n
o
chão.
Pro
cura
um
a
lixeira n
as
pro
xim
idades
para
descart
ar
o li
xo.
Guard
am
o li
xo
para
joga-lo
num
a li
xeira
poste
riorm
ente
.
% d
e a
lun
os
Pública (Conceição Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 11 - Levantamento quanto aos pais ou responsáveis, o que fazem quando estão na rua sem uma lixeira por perto.
Buscando conhecer melhor a postura dos alunos estes foram questionados
sobre como costumam agir diante de certas situações cotidianas. Uma quantidade
considerável de alunos (43% da escola pública e 35,2% da escola particular) admitiu
jogar lixo no chão, muitos afirmaram que procuram uma lixeira nas proximidades
(39,5% da escola pública e 37,5% da escola particular) e uma quantidade menor o
guarda para jogá-lo no lixo (17,5% da escola pública e 27,3% da escola particular).
Com relação ao desperdício de água grande parte afirma tomar alguma atitude para
evitá-lo (91,2% da escola pública e 84,1% da escola particular) (Gráfico 12 e 13).
De acordo com a pesquisa grande parte dos alunos não se preocupa em
descartar o lixo em lixeiras, porém demonstram preocupação com o desperdício de
água. Há um contraste entre as atitudes dos pais e dos filhos quanto ao descarte do
lixo, isso demonstra a despreocupação dos jovens mesmo tendo o exemplo dos
responsáveis. Portanto há a necessidade de se fazer um trabalho de educação de
posturas, fazendo-o sentir-se parte do ambiente, assim ele se preocupará em
preservá-lo.
18
Questão 12- Quando você esta na rua, sem uma lixeira por
perto, costuma:
43,0%39,5%
17,5%
35,2% 37,5%
27,3%
0%5%
10%15%20%25%30%35%40%45%50%
Jogar
lixo n
o
chão.
Pro
cura
um
a
lixeira n
as
pro
xim
idades
para
descart
ar
o li
xo.
Guard
am
o li
xo
para
joga-lo
num
a li
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poste
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.
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lun
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Pública (Conceição Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 12 - Levantamento quanto aos alunos, o que fazem quando estão na rua sem uma lixeira por perto.
Questão 13- Ao ver uma torneira gotejando no bebedouro
desperdiçando água o que você faz?
8,8%
91,2%
15,9%
84,1%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Nada Toma atitude para evitar o
desperdício
% d
e a
lun
os
Pública (Conceição Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 13 – Levantamento quanto ao esperdício de água
A respeito do desperdício de água na hora do banho os alunos foram
questionados sobre quanto tempo, em média, dura o banho e se costumam fechar
regularmente o chuveiro. A durabilidade de 15 a 20 minutos sobressaiu tanto para os
alunos da escola pública (47,4%) quanto para os alunos de escola particular
(62,5%). Na hora do banho 49,1% dos alunos da escola pública e 78,4% dos alunos
da escola particular permanece com o chuveiro aberto o tempo inteiro (Gráficos 14 e
15).
Em contradição com a questão anterior, em que os alunos demonstram
preocuparem-se com o desperdício da água, as questões 14 e 15 mostram que
esses mesmos alunos têm hábito de tomar banhos relativamente demorados e
19
permanecendo com o chuveiro aberto. Sendo assim essa consciência deve ser
amadurecida através de atividades reflexivas e projetos na área ambiental.
Questão 14- Quanto tempo em media você leva no banho?
30,7%
47,4%
21,9%18,2%
62,5%
19,3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
5 a 10 min 15 a 30 min 30 a 40 min
% d
e a
lun
os
Pública (Conceição Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 14 – Levantamento do tempo que se leva no banho
Questão 15- Na hora do banho você:
49,1% 50,9%
78,4%
21,6%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Fica com o chuveiro
aberto o tempo todo
Fecha regularmente o
chuveiro.
% d
e a
lun
os
Pública (Conceição Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 15 – Levantamento sobre se o chuveiro permanece aberto na hora do banho
A questão 16 procura saber como os alunos agem diante de anúncios de
novos produtos. Tanto os alunos da escola pública (39,5%) quanto os da particular
(42%) sentem vontade de comprar, mas preferem usar o que já possuem (Gráfico
16).
Embora o consumismo faça parte do nosso dia a dia, com propagandas cada vez
mais atraentes os entrevistados demonstraram uma consciência ecológica evitando
o consumo desnecessário.
20
Questão 16- Ao ver um produto novo sendo anunciado
numa propaganda você geralmente:
25,4%
39,5%
35,1%
28,4%
42,0%
29,5%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
Imediatamente
compra ou
pede aos seus
responsáveis
Sente vontade
de comprar
mas prefere
usar o que já
possui, pois
ainda está em
bom estado.
Não sente-se
atraído pela
propaganda
% d
e a
lun
os
Pública (Conceição Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 16 – Levantamento sobre anuncio de novos produtos
Em relação à formação do corpo docente foi constatado que dos professores
da escola pública 18,2% tem apenas o Ensino Médio, 27,3% tem apenas Normal
Superior, 36,4% tem graduação e 18,2% tem Pós-Graduação; Já os professores da
escola particular 61,5% tem Graduação e 38,5% Pós-Graduação (Gráfico 17).
1-a) Qual a sua escolaridade?
18,2%
27,3%
36,4%
18,2%
0,0% 0,0%
61,5%
38,5%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
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res
Pública (Conceição de
Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 17 – Escolaridade dos Professores
Foi constatado que durante a formação dos professores entrevistados 72,7%
da escola pública e 76,9% da escola particular não tiveram nenhuma disciplina
relacionada à área ambiental. Entretanto, apenas 27,3% desses professores da
escola pública e 23,1% da escola privada responderam que tiveram aula de
Educação Ambiental ou disciplinas correlatas (Gráfico 18).
21
1-b) Durante a sua formação teve aula de
educação ambiental ou alguma disciplina
correlata?
27,3%
72,7%
23,1%
76,9%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sim Não
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Pública (Conceição de
Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 18 – Levantamento para saber se os professores tiveram aula de Educação Ambiental em sua formação ou alguma disciplina correlata.
Quanto à educação continuada 100% dos professores da escola pública e
23,1% dos professores da escola particular afirmam ter participado de cursos,
palestras e outros treinamentos na área ambiental. Da escola particular 15,4% dos
professores até o momento não haviam participado de atividades como estas e
61,5% não tem interesse em tais atividades (Gráfico 19).
Quanto à titulação acadêmica Embora o professor da rede particular tenha
titulação maior
1-c) Já participou de algum curso, treinamento,
congresso ou ciclo de palestras onde o tema educação
ambiental foi abordado?
100,0%
0,0% 0,0%
23,1%15,4%
61,5%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Sim Não Não, mas tenho
interesse.
% d
e p
rofe
sso
res
Pública (Conceição de
Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 19 – Levantamento sobre a formação continuada
22
2- Qual (ou quais) disciplina(s) leciona nesta escola?
18,2%
9,1% 9,1% 9,1%
0,0%
9,1%
18,2% 18,2% 18,2%
9,1%
0,0%
9,1% 9,1%
15,4%
0,0%
15,4%
7,7% 7,7% 7,7%
15,4%
7,7% 7,7%
15,4% 15,4%
7,7%
0,0%0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
18%
20%
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s
Pública (Conceição de
Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 20 – Levantamento sobre a disciplina lecionada
Dos entrevistados 18,2% dos professores da escola pública lecionam a
disciplina de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências e História, já na escola
particular 15,4% dos professores lecionam Língua Portuguesa, Oficina de
Literatura/Produção Textual, Matemática, Geografia e Educação Ambiental. As
demais disciplinas são lecionadas na escola pública 9,15 dos professores, enquanto
na particular por 7,7% destes profissionais da educação.
3- Em quais séries leciona tal disciplina?
72,7%
100,0%
81,8% 81,8%76,9% 76,9% 76,9% 76,9%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
6º Ano 7º Ano 8º Ano 9º Ano
% d
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Pública (Conceição de
Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 21 – Levantamento sobre as séries Lecionadas
Das séries lecionadas 100% dos professores da escola pública e 76,9% da
escola particular responderam que lecionam com o 7º ano de escolaridade (6ª
Série). Dos professores 81,8% da escola pública e 76,9% da escola particular
responderam que lecionam no 8º e 9º anos (7ª e 8ª Séries).
23
4- Você costuma trabalhar a interdisciplinariedade com
relação à Educação Ambiental?
63,6%
36,4%
0,0%
30,8%
46,2%
23,1%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Sim Às vezes Não
% d
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rofe
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res
Pública (Conceição de
Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 22 – Levantamento sobre o trabalho interdisciplinar com relação à Educação Ambiental
Quando questionados sobre o trabalho interdisciplinar, 63,6% dos professores
da escola pública e 30,8% da escola particular responderam que trabalham a
interdisciplinariedade em relação à Educação Ambiental. Enquanto, 23,1% da escola
privada responderam que não trabalham e 0% dos da escola pública não
responderam ou não trabalham com a interdisciplinariedade.
5- Se pratica educação ambiental, como ela é
abordada?
72,7%
27,3%
0,0%
38,5% 38,5%
23,1%
0%
20%
40%
60%
80%
Ao lo
ngo d
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ano, no
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res
Pública (Conceição de
Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 23 – Levantamento sobre a abordagem da prática de Educação Ambiental
Dos professores entrevistados 72,7% da escola pública e 38,5% da escola
particular responderam que ao longo do ano letivo, no dia-a-dia da sala de aula
trabalham com a prática de Educação Ambiental. Já 38,5 % dos professores da
escola particular e 27,3% da escola pública responderam que somente em datas
comemorativas. Dos que não souberam ou não quiseram opinar 23,1% dos
professores da escola particular.
24
6- Quais os problemas enfrentados no desenvolvimento do
tema meio ambiente em sala de aula?
45,5%
9,1%
36,4%
9,1%
46,2%
7,7%
15,4%
30,8%
0%
5%10%
15%20%
25%
30%35%
40%45%
50%
Falta
de tem
po
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xcesso d
e
conte
údo.
Falta
de
conhecim
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sobre
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conte
údo.
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Pública (Conceição de
Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 24 – Levantamento sobre a problemática enfrentada no desenvolvimento dos temas de meio ambiente em sala de aula
Constatou-se que 45,5% dos professores da escola pública e 46,2% da
escola privada não enfrentam problemas ao abordar temas sobre o meio ambiente
em sala de aula por falta de tempo e o excesso de conteúdo. Já 36,4% da escola
pública e 15,4% da escola particular relataram a falta de interesse dos alunos pelo
tema. Outros 30,8% da escola particular e 9,1% da escola pública disseram ter
dificuldade na relação do tema com o conteúdo.
7- Você considera o papel da escola fundamental
para a conscientização dos alunos em relação ao
meio ambiental?
100,0%
0,0%
100,0%
0,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Sim Não
% d
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rofe
ss
ore
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Pública (Conceição de
Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 25 – Levantamento sobre o papel da escola fundamental para a conscientização dos alunos em relação ao meio ambiente
Observou-se que 100% dos professores de ambas as escolas reconhecem o
papel da escola fundamental para a conscientização dos alunos em relação ao meio
ambiente.
25
8- Você considera que a sua escola implementa
algumas ações para conscientização do meio
ambiente?
100,0%
0,0%
100,0%
0,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Sim Não
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Pública (Conceição de
Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 26 – Levantamento sobre se a escola programa algumas ações para a conscientização do meio ambiente
Dos 100% dos professores entrevistados de ambas as escolas disseram que
programam algumas ações para a conscientização do meio ambiente.
10- O projeto realizado na sua escola é
compartilhado com a comunidade?
100,0%
0,0%
69,2%
30,8%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Sim Não
% d
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rofe
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Pública (Conceição de
Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 27 – Levantamento sobre se a escola programa algumas ações para a conscientização do meio ambiente
Constatou-se que dos 100% dos professores entrevistados da escola pública
e 69,2% da escola particular responderam que o projeto realizado na escola é
compartilhado com a comunidade. Embora, 30,8% dos entrevistados da escola
particular disseram que não sabiam ou não quiseram opinar.
26
11- Você percebe mudanças de atitudes nos
alunos quando se realiza um projeto?
100,00%
0,00%
84,62%
15,38%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Sim Não
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Pública (Conceição de
Macabu)
Privada (Campos dos
Goytacazes)
Gráfico 28 – Levantamento sobre as mudanças de atitudes dos alunos quando se realiza um projeto
Dos 100% dos professores entrevistados da escola pública e 84,62% da
escola particular responderam que perceberam mudança de atitude dos alunos
quando se realiza projetos. Já 15,38% dos entrevistados da escola particular
disseram não perceberam mudanças na atitude dos alunos.
27
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES
A Política Nacional de Educação Ambiental, por conseguinte das forças
conflitantes que participaram na elaboração, não pode carregar um conteúdo
emancipatório explícito, voltado para a soberania popular e para a justiça social
plena. Entretanto, compete-nos buscar, segundo uma leitura socialmente
compromissada e a partir de um potencial transformador, que a Educação Ambiental
possa formular uma concepção mais ampliada e responsável sobre esta temática.
Neste sentido, a Educação Ambiental busca levar o ser humano a construir
sua autonomia cidadã, agindo com caráter transformador da realidade. Todavia,
reafirmam-se os desafios contemporâneos da Educação Ambiental a partir dos
princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental. Já que a busca
por uma soberania popular e socialmente justa, que desvele as condições de
opressão social e prática de uma ação transformadora internacional, é uma
necessidade de contínua busca do conhecimento.
Entretanto, nenhum desses desafios deve ser buscado isoladamente. A
Educação Ambiental, por sua característica complexa e interdisciplinar, envolve
aspectos do dia-a-dia, questiona a qualidade de vida e apontam as
interdependências entre o homem e o meio ambiente, mas carrega um potencial
fortemente emancipatório. Porém, a passagem do potencial para o compromisso
emancipatório, e sua realidade, não se dá de forma natural.
Ao abordar o tema Educação Ambiental no ensino fundamental em escolas
do interior do estado do Rio de Janeiro, observou-se que, independente do fato de
ter a disciplina Educação Ambiental ou não, há muita dificuldade em se trabalhar de
forma soberana este tema.
A idéia de que ensinar valores ambientais é papel apenas dos professores de
disciplinas como: Ciências, Geografia e Educação Ambiental ainda se mantem. Este
erro deve-se, em grande parte, ao despreparo do professor devido à falta da
disciplina de Educação Ambiental na grade curricular de todos os cursos de
licenciatura. Portanto a inserção da disciplina na grade curricular e a educação
continuada sobre o tema seriam de grande valia ao professor. Parte desta falha
também se deve ao descaso das escolas em proporcionar ao professor cursos e
oficinas relacionadas ao tema.
28
Percebe-se que a rede estadual de educação oferece com certa frequência
cursos de formação de Multiplicadores em Educação Ambiental, ainda que não haja
a preocupação em difundir de forma eficaz os conhecimentos aos demais docentes.
Em contrapartida o corpo docente da rede particular em questão não recebe
incentivo para que efetivem a sua educação continuada. A escola não provê
financiamento em caso de cursos, congressos, encontros, bem como dificulta a
liberação do docente para tais fins.
Enfim, para que a educação ambiental tenha resultados expressivos, esta
deve ser abordada no dia-a-dia escolar através de projetos interdisciplinares
adaptados às situações da realidade e do meio em que vive o aluno, favorecendo
assim uma aprendizagem significativa com resultados mais efetivos.
30
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CURVELLO, T.C.V. e LATINI, R.M. EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM AÇÃO. Ensino de Ciências e Ambiente na Educação de Jovens e Adultos. Disponível em <http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=536&class=02> . Acesso em 08 de agosto de 2008.
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BRACHT, F. CEAMECIM – Centro de Educação Ambiental, Ciência e Matemática/ VII SEMINÁRIO DE PESQUISA QUALITATIVA: FAZENDO METODOLOGIA. Os Processos Comunicacionais Educativo-Formativos no Cenário Empresarial na Busca da Qualidade Ambiental. Disponível em <
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GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999.
31
HENNING, G. J. Metodologia do ensino de ciências. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1994.
LEI Nº 9.394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
LEI Nº 9795/99 de Política Nacional de Educação Ambiental.
MINAYO, M. C. S. O desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. Abrasco: São Paulo / Rio de Janeiro: 1996.
MORIN, E. “Por un pensamiento ecologizado”. In TORRES, M. (Org.) Formación de Dinamizadores en Educación Ambiental. Santafé de Bogotá: MEN, ICFES, UDFC & Fondo de Colombia, 2001.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Programa internacional de educação ambiental. Belgrado, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 1975.
REIGOTA, M. O que é educação ambiental – São Paulo :Coleção Primeiros Passos- Editora Brasiliense, 1996.
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TRISTÃO, M. A Educação Ambiental na Formação de Professores: Redes de Saberes. São Paulo: Annablume; Vitória: Facitec, 2004.
WOLSK, D. Metodologías de la educación ambiental. Paris:UNESCO, 1977.
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ANEXO I DECRETO Nº 4.281, DE 25 DE JUNHO DE 2002
Regulamenta a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política
Nacional de Educação Ambiental, e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art.
84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 9.795,de 27 de abril de 1999, DECRETA:
Art. 1º A Política Nacional de Educação Ambiental será executada pelos
órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, pelas instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, pelos órgãos públicos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, envolvendo entidades não governamentais, entidades de classe, meios de comunicação e demais segmentos da sociedade.
Art. 2º Fica criado o Órgão Gestor, nos termos do art. 14 da Lei nº 9.795, de
27 de abril de 1999, responsável pela coordenação da Política Nacional de Educação Ambiental, que será dirigido pelos Ministros de Estado do Meio Ambiente e da Educação.
§ 1º Aos dirigentes caberá indicar seus respectivos representantes
responsáveis pelas questões de Educação Ambiental em cada Ministério. § 2º As Secretarias-Executivas dos Ministérios do Meio Ambiente e da
Educação proverão o suporte técnico e administrativo necessários ao desempenho das atribuições do Órgão Gestor.
§ 3º Cabe aos dirigentes a decisão, direção e coordenação das atividades do
Órgão Gestor, consultando, quando necessário, o Comitê Assessor, na forma do art. 4º deste Decreto.
Art. 3º Compete ao Órgão Gestor: I - avaliar e intermediar, se for o caso, programas e projetos da área de
educação ambiental, inclusive supervisionando a recepção e emprego dos recursos públicos e privados aplicados em atividades dessa área;
II - observar as deliberações do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA e do Conselho Nacional de Educação - CNE;
III - apoiar o processo de implementação e avaliação da Política Nacional de Educação Ambiental em todos os níveis, delegando competências quando necessário;
IV - sistematizar e divulgar as diretrizes nacionais definidas, garantindo o processo participativo;
V - estimular e promover parcerias entre instituições públicas e privadas, com ou sem fins lucrativos, objetivando o desenvolvimento de práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre questões ambientais;
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VI - promover o levantamento de programas e projetos desenvolvidos na área de Educação Ambiental e o intercâmbio de informações;
VII - indicar critérios e metodologias qualitativas e quantitativas para a avaliação de programas e projetos de Educação Ambiental;
VIII - estimular o desenvolvimento de instrumentos e metodologias visando o acompanhamento e avaliação de projetos de Educação Ambiental;
IX - levantar, sistematizar e divulgar as fontes de financiamento disponíveis no País e no exterior para a realização de programas e projetos de educação ambiental;
X - definir critérios considerando, inclusive, indicadores de sustentabilidade, para o apoio institucional e alocação de recursos a projetos da área não formal;
XI - assegurar que sejam contemplados como objetivos do acompanhamento e avaliação das iniciativas em Educação Ambiental: a) a orientação e consolidação de projetos; b) o incentivo e multiplicação dos projetos bem sucedidos; e, c) a compatibilização com os objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.
Art. 4º Fica criado Comitê Assessor com o objetivo de assessorar o Órgão
Gestor, integrado por um representante dos seguintes órgãos, entidades ou setores: I - setor educacional-ambiental, indicado pelas Comissões Estaduais
Interinstitucionais de Educação Ambiental; II - setor produtivo patronal, indicado pelas Confederações Nacionais da
Indústria, do Comércio e da Agricultura, garantida a alternância; III - setor produtivo laboral, indicado pelas Centrais Sindicais, garantida a
alternância; IV - Organizações Não-Governamentais que desenvolvam ações em
Educação Ambiental, indicado pela Associação Brasileira de Organizações não Governamentais - ABONG;
V - Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB; VI - municípios, indicado pela Associação Nacional dos Municípios e Meio
Ambiente - ANAMMA; VII - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC; VIII - Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, indicado pela Câmara
Técnica de Educação Ambiental, excluindo-se os já representados neste Comitê; IX - Conselho Nacional de Educação - CNE; X - União dos Dirigentes Municipais de Educação - UNDIME; XI - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA; XII - da Associação Brasileira de Imprensa - ABI; e XIII - da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Estado de Meio
Ambiente - ABEMA. § 1º A participação dos representantes no Comitê Assessor não enseja
qualquer tipo de remuneração, sendo considerada serviço de relevante interesse público.
§ 2º O Órgão Gestor poderá solicitar assessoria de órgãos, instituições e pessoas de notório saber, na área de sua competência, em assuntos que necessitem de conhecimento específico.
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Art. 5º Na inclusão da Educação Ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino, recomenda-se como referência os Parâmetros e as Diretrizes Curriculares Nacionais, observando-se:
I - a integração da educação ambiental às disciplinas de modo transversal, contínuo e permanente; e
II - a adequação dos programas já vigentes de formação continuada de educadores.
Art. 6º Para o cumprimento do estabelecido neste Decreto, deverão ser
criados, mantidos e implementados, sem prejuízo de outras ações, programas de educação ambiental integrados:
I - a todos os níveis e modalidades de ensino; II - às atividades de conservação da biodiversidade, de zoneamento
ambiental, de licenciamento e revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras, de gerenciamento de resíduos, de gerenciamento costeiro, de gestão de recursos hídricos, de ordenamento de recursos pesqueiros, de manejo sustentável de recursos ambientais, de ecoturismo e melhoria de qualidade ambiental;
III - às políticas públicas, econômicas, sociais e culturais, de ciência e tecnologia de comunicação, de transporte, de saneamento e de saúde;
IV - aos processos de capacitação de profissionais promovidos por empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas;
V - a projetos financiados com recursos públicos; e VI - ao cumprimento da Agenda 21. § 1º Cabe ao Poder Público estabelecer mecanismos de incentivo à aplicação
de recursos privados em projetos de Educação Ambiental. § 2º O Órgão Gestor estimulará os Fundos de Meio Ambiente e de Educação,
nos níveis Federal, Estadual e Municipal a alocarem recursos para o desenvolvimento de projetos de Educação Ambiental.
Art. 7º O Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da Educação e seus
órgãos vinculados, na elaboração dos seus respectivos orçamentos, deverão consignar recursos para a realização das atividades e para o cumprimento dos objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.
Art. 8º A definição de diretrizes para implementação da Política Nacional de
Educação Ambiental em âmbito nacional, conforme a atribuição do Órgão Gestor definida na Lei, deverá ocorrer no prazo de oito meses após a publicação deste Decreto, ouvidos o Conselho Nacional do Meio Ambiente- CONAMA e o Conselho Nacional de Educação - CNE. Art. 9º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 25 de junho de 2002, 181º da Independência e 114º da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, Presidente da República Paulo Renato de Souza, Ministro da Educação José Carlos Carvalho, Ministro do Meio Ambiente
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ANEXO II Lei nº 9.795, de 27 de ABRIL de 1999 Dispõe sobre a Educação Ambiental, Institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I - DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Art. 1º Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Art. 2º A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.
Art. 3º Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, incumbindo:
I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;
II - às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que desenvolvem;
III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, promover ações de educação ambiental integradas aos programas de conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;
IV - aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na disseminação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação;
V - às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio ambiente;
VI - à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais.
Art. 4º São princípios básicos da educação ambiental: I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a
interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade;
III - o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade;
IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
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V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo; VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo; VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais,
nacionais e globais; VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e
cultural. Art. 5º São objetivos fundamentais da educação ambiental: I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em
suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;
II - a garantia de democratização das informações ambientais; III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a
problemática ambiental e social; IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável,
na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;
V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;
VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e
solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade. CAPÍTULO II - DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Seção I - Disposições Gerais
Art. 6º É instituída a Política Nacional de Educação Ambiental. Art. 7º A Política Nacional de Educação Ambiental envolve em sua esfera de
ação, além dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, os órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e organizações não-governamentais com atuação em educação ambiental.
Art. 8º As atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental devem ser desenvolvidas na educação em geral e na educação escolar, por meio das seguintes linhas de atuação inter-relacionadas:
I - capacitação de recursos humanos; II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações; III - produção e divulgação de material educativo; IV - acompanhamento e avaliação. § 1º Nas atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental
serão respeitados os princípios e objetivos fixados por esta Lei. § 2º A capacitação de recursos humanos voltar-se-á para: I - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e
atualização dos educadores de todos os níveis e modalidades de ensino;
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II - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e atualização dos profissionais de todas as áreas;
III - a preparação de profissionais orientados para as atividades de gestão ambiental;
IV - a formação, especialização e atualização de profissionais na área de meio ambiente;
V - o atendimento da demanda dos diversos segmentos da sociedade no que diz respeito à problemática ambiental.
§ 3º As ações de estudos, pesquisas e experimentações voltar-se-ão para: I - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando à
incorporação da dimensão ambiental, de forma interdisciplinar, nos diferentes níveis e modalidades de ensino;
II - a difusão de conhecimentos, tecnologias e informações sobre a questão ambiental;
III - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando à participação dos interessados na formulação e execução de pesquisas relacionadas à problemática ambiental;
IV - a busca de alternativas curriculares e metodológicas de capacitação na área ambiental;
V - o apoio a iniciativas e experiências locais e regionais, incluindo a produção de material educativo;
VI - a montagem de uma rede de banco de dados e imagens, para apoio às ações enumeradas nos incisos I a.
Seção II - Da Educação Ambiental no Ensino Formal Art. 9º Entende-se por educação ambiental na educação escolar a
desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas, englobando:
I - educação básica: educação infantil; ensino fundamental e c) ensino médio; II - educação superior; III - educação especial; IV - educação profissional; V - educação de jovens e adultos. Art. 10º. A educação ambiental será desenvolvida como uma prática
educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal.
§ 1º A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino.
§ 2º Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da educação ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a criação de disciplina específica.
§ 3º Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional, em todos os níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das atividades profissionais a serem desenvolvidas.
Art. 11º. A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas.
Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.
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Art. 12º. A autorização e supervisão do funcionamento de instituições de ensino e de seus cursos, nas redes pública e privada, observarão o cumprimento do disposto nos arts. 10 e 11 desta Lei.
Seção III - Da Educação Ambiental Não-Formal Art. 13º. Entendem-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas
educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente.
Parágrafo único. O Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal, incentivará:
I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas relacionados ao meio ambiente;
II - a ampla participação da escola, da universidade e de organizações não-governamentais na formulação e execução de programas e atividades vinculadas à educação ambiental não-formal;
III - a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organizações não-governamentais;
IV - a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de conservação;
V - a sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades de conservação;
VI - a sensibilização ambiental dos agricultores; VII - o ecoturismo.
CAPÍTULO III - DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Art. 14º. A coordenação da Política Nacional de Educação Ambiental ficará a cargo de um órgão gestor, na forma definida pela regulamentação desta Lei.
Art. 15º. São atribuições do órgão gestor: I - definição de diretrizes para implementação em âmbito nacional; II - articulação, coordenação e supervisão de planos, programas e projetos na
área de educação ambiental, em âmbito nacional; III - participação na negociação de financiamentos a planos, programas e
projetos na área de educação ambiental. Art. 16º. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na esfera de sua
competência e nas áreas de sua jurisdição, definirão diretrizes, normas e critérios para a educação ambiental, respeitados os princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.
Art. 17º. A eleição de planos e programas, para fins de alocação de recursos públicos vinculados à Política Nacional de Educação Ambiental, deve ser realizada levando-se em conta os seguintes critérios:
I - conformidade com os princípios, objetivos e diretrizes da Política Nacional de Educação Ambiental;
II - prioridade dos órgãos integrantes do Sisnama e do Sistema Nacional de Educação;
III - economicidade, medida pela relação entre a magnitude dos recursos a alocar e o retorno social propiciado pelo plano ou programa proposto.
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Parágrafo único. Na eleição a que se refere o caput deste artigo, devem ser contemplados, de forma eqüitativa, os planos, programas e projetos das diferentes regiões do País.
Art. 18º. (VETADO) Art. 19º. Os programas de assistência técnica e financeira relativos a meio
ambiente e educação, em níveis federal, estadual e municipal, devem alocar recursos às ações de educação ambiental.
CAPÍTULO IV - DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 20º. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias de sua publicação, ouvidos o Conselho Nacional de Meio Ambiente e o Conselho Nacional de Educação.
Art. 21º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 27 de abril de 1999. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, Paulo Renato Souza e José Sarney
Filho.
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APÊNDICE I Questionário para levantamento de dados a respeito da Educação Ambiental
Questionamento aos alunos Série que cursa: ______
1- Você tem interesse por assuntos relacionados ao meio ambiente? ( ) Sim ( ) Não
2- No dia-a-dia você considera que causa algum dano ao meio ambiente?
( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Sempre
3- Você se sente incomodado com algum problema ambiental (desmatamento, poluição, efeito estufa, etc...)?
( ) Sim ( ) Não
4- Em relação a tal incômodo você já tomou alguma atitude para mudar a situação?
( ) Sim ( ) Não
5- Os professores de quais disciplinas abordam temas ligados ao meio ambiente?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
6- Quando um aluno joga lixo no chão, os professores de quais disciplinas o chamam atenção?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
7- Você colabora para manter o ambiente escolar limpo? ( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca
8- Que destino é dado ao lixo de sua casa? ( ) queimado ( ) enterrado ( ) coletado pelo caminhão ( ) jogado em terreno baldio
9- Em sua casa o lixo é separado de acordo com o tipo de material? ( ) Sim ( ) Não
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10- O que seus pais ou responsáveis fazem com o lixo quando estão dentro de
um carro ou ônibus? ( ) jogam pela janela ( ) guardam para jogar numa lixeira depois
11- Seus pais ou responsáveis quando estão na rua, sem uma lixeira por perto, costumam:
( ) jogar o lixo no chão. ( ) procurar uma lixeira nas proximidades para descartar o lixo. ( ) guardar o lixo para jogá-lo numa lixeira posteriormente.
12- Quando você está na rua, sem uma lixeira por perto, costuma: ( ) jogar o lixo no chão ( ) procurar uma lixeira nas proximidades para descartar o lixo ( ) guardar o lixo para joga-lo numa lixeira posteriormente
13- Ao ver uma torneira gotejando ou o bebedouro desperdiçando água o que você faz?
( ) nada ( ) toma alguma atitude para evitar o desperdício
14- Quanto tempo, em média, você leva no banho? ( ) 5 a 10 minutos ( ) 15 a 20 minutos ( ) 30 a 60 minutos
15- Na hora do banho você: ( ) fica com o chuveiro aberto o tempo todo. ( ) fecha regularmente o chuveiro.
16- Ao ver um produto novo sendo anunciado numa propaganda você geralmente:
( ) Imediatamente compra ou pede aos seus responsáveis. ( ) Sente vontade de comprar mas prefere usar o que já possui, pois ainda está em bom estado. ( ) Não sente-se atraído pela propaganda.
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APÊNDICE II Questionário para levantamento de dados a respeito da Educação Ambiental
Questionamento aos professores
1- Formação do corpo docente: a) Qual a sua escolaridade? ( ) Ensino Médio ( ) Normal Superior ( ) Graduação. Em que?_____________________. ( ) Pós-Graduação – Aperfeiçoamento ( ) Em que área? ____________________ Especialização ( ) Em que área? ____________________ Mestrado ( ) Em que área? ____________________ Doutorado ( ) Em que área? ____________________ b) Durante a sua formação teve aula de educação ambiental ou alguma
disciplina correlata? ( ) Sim ( ) Não c) Já participou de algum curso, treinamento, congresso ou ciclo de palestras
onde o tema educação ambiental foi abordado? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não, mas tenho interesse em participar 2- Qual (ou quais) disciplina(s) leciona nesta escola?
________________________________
3- Em quais séries leciona tal disciplina?
4- Você costuma trabalhar a interdisciplinariedade com relação à Educação Ambiental?
( ) Sim ( ) Às vezes ( ) Não
5- Se pratica educação ambiental, como ela é abordada? ( ) Ao longo de todo o ano, no dia-a-dia da sala de aula ( ) Somente em datas comemorativas 6- Quais os problemas enfrentados no desenvolvimento do tema meio ambiente
em sala de aula?
( ) falta de tempo e excesso de conteúdo ( ) falta de conhecimento sobre o conteúdo
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( ) falta de interesse do aluno ( ) dificuldade na relação do tema com o conteúdo
7- Você considera o papel da Escola fundamental para a conscientização dos alunos em relação ao meio ambiente?
( ) Sim ( ) Não Justifique A
8- Você considera que a sua escola implementa algumas ações para conscientização do meio ambiente?
( ) Sim ( ) Não Justifique
9- Você acredita que a educação ambiental nas escolas contribui para o despertar da cidadania?
( ) Sim ( ) Não Justifique
10- O projeto realizado na sua escola é compartilhado com a comunidade? ( ) Sim ( ) Não Justifique
11- Você percebe mudanças de atitudes nos alunos quando se realiza um projeto?
( ) Sim ( ) Não Justifique
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