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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DO ADMINISTRADOR NA
PROFISSIONALIZAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL
FLUMINENSE: A EXEMPLO DA ESCOLA DE ENFERMAGEM
AURORA DE AFONSO COSTA
Por: Fábio Lima dos Santos
Orientador
Prof. Mário Luiz
2
Rio de Janeiro
2012
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DO ADMINISTRADOR NA
PROFISSIONALIZAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL
FLUMINENSE: A EXEMPLO DA ESCOLA DE ENFERMAGEM
AURORA DE AFONSO COSTA
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão Empresarial
Por: . Fábio Lima dos Santos
3
AGRADECIMENTOS
....a minha esposa pela união e ao meu
pai, por acreditar que o conhecimento é
o melhor caminho para alcançar o
sucesso.
5
RESUMO
O objetivo deste trabalho é destacar a importância do administrador na
profissionalização da Universidade Federal Fluminense, na Escola de
Enfermagem Aurora de Afonso Costa. Que foram criadas com o intuito de ser
uma escola referência na prestação da assistência ao paciente com os
cuidados da enfermagem, de grande necessidade para com a sociedade. Onde
a escola atua como formação de profissionais de enfermagem, para que o
interesse público seja alcançado através da assistência prestada pelos
profissionais de saúde e garantir a qualidade da assistência de enfermagem
em todos os níveis de atenção à saúde. As escolas da Universidade Federal
Fluminense, em sua maioria, são geridas por profissionais técnicos de
carreiras, onde o trabalho de gerir pessoas torna-se escasso. Várias
consequências negativas ocorrem devido à essa má gestão, atingindo a todos.
Onde qualquer erro cometido ocorre um desperdício de dinheiro público e vidas
perdidas. Consequentemente tornando o serviço prestado ineficiente e
desacreditado. Os administradores deveriam intervir, de imediato, na gestão
das atividades para que isso não aconteça, assim como acontece em algumas
outras organizações públicas, não ferindo nenhum princípio constitucional. E
ampliando seus serviços de maneira mais produtiva. Espera-se que este
trabalho venha contribuir para a valorização do profissional de administração e
a percepção de que o trabalho do administrador tornará a empresa mais
próxima ao seu objetivo estratégico, tático e operacional.
Palavras-Chave: Universidade, Enfermagem, Administração.
6
METODOLOGIA
Foi feita uma pesquisa exploratória, como leitura de livros, O mesmo
será estudado em diversas fontes, a princípio em obras de autores
consagrados da Ciência da Administração, como: Chiavenato, Sapiro, Certo,
Peci e entre outros. E sites voltados para a área de administração. Onde a
possível resposta para o problema apresentado é a valorização do
Administrador, para que sejam ofertados mais concursos públicos para o
profissional. Pois ele terá total condição de ajudar como gestor na prestação do
serviço público, pois o ambiente é repleto de responsabilidades para com a
sociedade.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A ADMINISTRAÇÃO 09
CAPÍTULO II - A UFF 18
CAPÍTULO III – A EEAAC 26
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41
8
INTRODUÇÃO
Após a Reforma Política nos anos 90, que instituiu o Real como a nova
moeda nacional, atores públicos e privados da economia nacional perceberam
a necessidade de transformação do papel do Estado que não só conceda ao
particular a prestação de serviços públicos, mas também como a edição de
regras no exercício do poder de polícia administrativa. Assegurando a sua
aplicação e de reprimir as infrações.
Em função destas mudanças e de novos arranjos organizacionais para a
prestação de serviço públicos, os agentes responsáveis pela formulação de
políticas de desenvolvimento econômico buscaram reduzir a ação do Estado,
criando novos conceitos e padrões de relacionamento entre o setor público e
setor privado.
Sob essa perspectiva, surge o grande desafio do modo de produção
com a introdução da participação do setor privado que leva a uma redefinição
de competências. Como o fiel da balança, em um espaço de conflitos e
contradições para estabelecer relações positivas entre empresas e governo na
manutenção do equilíbrio de mercado com o interesse público.
O trabalho será dividido da seguinte forma:
No capítulo I falaremos sobre a origem a administração desde a
Administração Científica, do engenheiro norte-americano Frederick Taylor em
1911, passando pela Teoria Clássica de Henri Fayol, Teoria das Relações
Humanas até as novas abordagens da ciência da administração que são as
abordadas atuais.
No capítulo seguinte mencionarei a Universidade Federal Fluminense,
contanto um pouco a sua história, origem, missão, visão, características e sua
forma de trabalho e atuação na instituição.
No terceiro e último capítulo falaremos sobre a Escola de Enfermagem
Aurora de Afonso Costa, mostrando suas atuações, metodologia de ensino e a
efetividade esperada diante dos cursos ministrados por ela, através de seus
estudos de graduação, pós-graduação e extensão. Onde finalizaremos com um
estudo de caso no capítulo quatro.
9
CAPÍTULO I
A ADMINISTRAÇÃO
O CONCEITO
A administração significa o ato de gerir algo, seja ele público ou
privado, para que se conclua a sua atividade fim. Conforme Certo (2005, p.20)
“é o processo que permite alcançar as metas de uma empresa, fazendo uso do
trabalho com e por meio de pessoas e outros recursos da empresa”. E
Chiavenato (2003, p. 11) “é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar
o uso de recursos a fim de alcançar objetivos organizacionais”. A importância
da administração é tão grande que Drucker (apud Certo 2005) afirmou que a
administração eficaz é provavelmente a maior fonte de riqueza dos países
desenvolvidos e a maior carência dos países em desenvolvimento.
Como sendo a arte de produzir bens ou serviços por intermédio das
pessoas. Segundo Alketa Peci (2008, p. 04) “é um processo que consiste na
coordenação do trabalho dos membros da organização e na alocação dos
recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos de uma
forma eficaz e eficiente”.
Segundo Mary Parket Follet (apud PECI) é a “arte de produzir bens ou
serviços por intermédio das pessoas”. Finalizando, Stoner, é o “processo de
planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização,
e de usar todos os recursos disponíveis da organização para alcançar objetivos
estabelecidos”.
1.1 - ORIGENS DA ADMINISTRAÇÃO
De acordo com Lopes (1980), os primeiros fatores básicos da
motivação humana são o hedonismo e o idealismo. O primeiro explica que o
homem não ama a dor e o desconforto, mas o prazer e o conforto. Eis aí a
razão dos conselhos acerca de como tornar agradáveis as condições e o
10
ambiente de trabalho, a fim de que aquele fator seja satisfeito, resultando no
aumento da motivação.
Ano Teoria
1903 Administração Científica
1909 Teoria da Burocracia
1916 Teoria Clássica
1932 Teoria das Relações Humanas
1947 Teoria Estruturalista
1951 Teoria dos Sistemas
1953 Abordagem Sociotécnica
1954 Teoria Neoclássica
1957 Teoria Comportamental
1962 Desenvolvimento Organizacional
1972 Teoria da Contingência
1990 Novas abordagens Idalberto Chiavenato, 2004, p. 13
1.1.1 - ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
Segundo os autores Frederick Winslow Taylor, engenheiro americano
nascido na Filadélfia que começou sua carreira como operário, foi o grande
precursor no estudo da administração. Criando a primeira teoria administrativa.
Chiavenato (2003, p. 73) diz que “a preocupação em criar uma Ciência da
Administração começou com a experiência concreta e imediata do trabalho dos
operários e com a ênfase nas tarefas”.
O foco da administração científica era a estudo de tempos e
movimentos, assim como Peci (2008, p. 38) cita, “um conjunto de princípios em
busca da gestão eficiente do trabalho, direcionado 'homem comum', que, por
meio de um treinamento rápido e adequado, poderia executar a tarefa
'taylorista'”.
11
Chiavenato (2003, p. 73) separa a administração científica em duas
fases, mas Maximiano (2010, p. 54) aborda três fases:
“Primeira fase: ataque ao “problema dos salários”; Estudo sistemático
do tempo; definição de tempos-padrão; sistema de administração.
Segunda fase: Ampliação de escopo, da tarefa para a administração;
definição de princípios de administração do trabalho. Terceira fase:
consolidação dos princípios; proposição de divisão de autoridade e
responsabilidades dentro da empresa; distinção entre técnicas e
princípios”.
O 'pai da administração', assim chamado por Certo (2005, p. 29), onde
diz que qualquer tarefa executada por um trabalhador poderia ser reduzida a
uma ciência. E tinha como principal foco “o aumento da eficiência dos
funcionários por meio do planejamento científico das tarefas. Examinando de
que existe uma melhor maneira de realizar uma tarefa e tal maneira deveria ser
descoberta e colocada em prática”.
1.1.3 - TEORIA CLÁSSICA
Ainda abordando um sistema fechado, que seguirá até a teoria dos
sistemas, a teoria clássica se assemelha à administração científica, diferindo
no foco. Segundo Maximiano (2010, p. 72): “A administração é função distinta
das demais funções da empresa, como finanças, produção e distribuição,
compreendendo cinco funções: planejamento, organização, comando,
coordenação e controle”.
Reforçando a importância do administrador nas organizações, Certo
(2005, p. 26) diz que a Teoria “Abrangem uma ampla variedade de tópicos,
porém a eficiência empresarial, o trato com o pessoal e a atitude administrativa
adequada são os três temas gerais enfatizados por ele”. Onde grande parte
dos autores fala nos princípios, assim como Certo (2005, p. 30), dizendo que:
“A Teoria Clássica criou os 14 princípios: Divisão do trabalho,
Autoridade, Disciplina, Unicidade de comando, Unicidade de direção,
12
Subordinação dos interesses individuais aos interesses coletivos,
Remuneração, Centralização, Escala de hierarquia, Ordem, Equidade,
Estabilidade de retenção de pessoal, Iniciativa e Espírito de grupo”.
Conforme Peci, (2008, p. 37) “A escola clássica de administração, pode
ser dividida em três correntes: administração científica, gestão administrativa e
a teoria da burocracia. Onde a última preocupava-se com a organização em
geral e a busca de sua maior efetividade”.
Não muito diferente Chiavenato, (2003, p. 80) diz que a Teoria surgiu na
França em 1916 e se espalhou velozmente pela Europa, caracterizando ainda
pela ênfase na estrutura. “Partia-se do todo organizacional e da sua estrutura
para garantir eficiência a todas as partes envolvidas, fossem elas órgãos ou
pessoas.”
1.1.4 - TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS
A experiência de Hawthorne foi o ponto de partida para o surgimento da
Escola das Relações Humanas, todos os autores são unânimes quanto a esse
fato gerador. Segundo Chiavenato (2003, p. 110), diz que “As origens
remontam o início de uma nova teoria calcada em valores humanísticos na
Administração, deslocando a preocupação colocada na tarefa e na estrutura
para a preocupação com as pessoas”.
Segundo Peci (2008, p. 49):
“A integração social do indivíduo à fator determinante de seu nível de
produtividade; o comportamento do indivíduo é determinado pelas
normas de funcionamento do grupo a que pertence; as organizações
são compostas por diferentes grupos formais que não coincidem
exatamente com sua estrutura formal; uma supervisão mais
cooperativa e preocupada com os trabalhadores influencia
positivamente a eficiência organizacional”.
Já o autor Certo (2005, p. 31) diz que é “Uma abordagem da
administração que enfoca as pessoas, segundo a qual a interação dos
13
funcionários das empresas é estudada a fim de julgar seu impacto no êxito
dessas empresas, gerando relacionamento apropriados entre as pessoas”.
Visando o comportamento coletivo nas empresas, Maximiano (2010, p.
214) diz que, “O tema central é o entendimento e administração das pessoas
como integrantes de grupos de trabalho. A esse tema central agregam-se
outras ideias que vieram a compor o conjunto dos temas do enfoque
comportamental”.
1.1.5 - TEORIA DOS SISTEMAS
É a teoria que foi o embrião da teoria das contingências. Segundo
Chiavenato (2003, p. 474) a teoria dos sistemas “em como objetivo classificar
os sistemas segundo a maneira como seus componentes se organizam e
identificar as “leis” ou padrões característicos de comportamento de cada
categoria de sistemas”. Partindo para a interdependência das partes e
tratamento complexo da realidade complexa.
Autores concordam que a teoria abriu a empresa para um olhar externo
na organização, marcando uma no era. Certo (2005, p. 35) diz que “entidade
deve ser vista como um sistema. Integrando os conhecimentos de vários
campos especializados para que se possa compreender melhor s sistema
como um todo”.
Complementando Peci (2008, p. 56):
“A teoria fornece um meio para interpretar as organizações e vai
contribuir para uma abertura das visões interna e externa”. “Essa
abordagem vê a organização como um sistema unificado e
direcionado de partes inter-relacionadas. Assim, os administradores
podem perceber a organização como um todo, compostos por partes
cuja atividade afeta, de forma inter-relacionada, a atividade de toda a
organização e, paralelamente, como parte de um sistema maior que é
o ambiente externo”.
Não muito diferente Chiavenato (2003, p. 474) acrescenta que a teoria
“Produz teorias e formulações conceituais para aplicações na realidade
14
empírica”. “Os sistemas existem dentro de sistemas, são abertos e as funções
de um sistema dependem de sua estrutura”.
1.1.6 - TEORIA COMPORTAMENTAL
Somente nos anos 30, foi reconhecido o papel que a pessoa
desempenha nas organizações. Segundo Peci (2008, p. 48) “É possível
identificar várias escolas e correntes de pensamento, assim como pesquisas
empíricas, desenvolvidas no decorrer do tempo e abrangendo desde a escola
de relações humanas nos anos 30”. Perpetuando nos anos 90 até hoje em dia.
Segundo Chiavenato (2003, p. 364) diz que “a teoria assenta-se em novas
proporções acerca da motivação humana, notadamente as contribuições de
McGregor, Maslow e Herzberg. Devem-se conhecer os mecanismos
motivacionais para dirigir bem as organizações por meio das pessoas”.
De acordo com Maximiano (2010, p. 208):
“Para quem adora a perspectiva comportamental, o importante em
uma organização é o sistema social. Os sistemas sociais são
formados por pessoas e suas necessidades, sentimentos e atitudes,
bem como por seu comportamento como integrantes de grupos. O
sistema social tem tanta ou mais influência sobre o desempenho da
organização do que seu sistema técnico, formado pelas máquinas,
métodos de trabalho, tecnologia, estrutura organizacional, normas e
procedimentos. No centro do processo administrativo está o ser
humano e não o sistema técnico, quando se aplica a visão
comportamental: “o ser humano é a medida de tudo””.
1.1.7 – TEORIA DAS CONTINGÊNCIAS
Se fôssemos iniciar pelas disfunções da teoria, segundo os autores,
iríamos dizer que existe uma única frase que consiste em definir bem, a frase
seria: Tudo depende. Onde não há mais receita de bolo para a resolução de
qualquer tipo de atividade. Segundo, Chiavenato (2003, p. 498) a teoria
15
“Enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações ou na teoria
administrativa. A abordagem contingencial explica que existe uma relação
funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas”.
De maneira mais ampliada Peci (2008, p. 58) diz que é um “Conjunto de
pesquisas empíricas que identificam as principais contingências, isto é, as
características situacionais (internas e externas) que podem influenciar uma
organização”. Conforme dito acima inexiste a receita padrão para atingir os
objetivos. “Demonstra que há mais de uma forma de atingir os objetivos
propostos”. E ainda “Dependendo das variáveis contingenciais, vários tipos de
organização e formas de administração são possíveis de serem adotados”.
Segundo Certo (2005, p. 38):
“Enfatiza que um administrador faz na prática depende ou está
condicionado a um conjunto de circunstâncias – uma situação”.
“Perceber as situações da empresa do modo como elas realmente
são; escolher a tática administrativa mais adequada a essas situações
e implementar essas táticas de maneira competente”.
1.1.8 – NOVAS ABORDAGENS
O avanço tecnológico se torna um dos fatores de mudança, tanto na
velocidade quanto na qualidade nas atividades organizacionais. Todos os
autores alegam que os dias de hoje não é mais o mesmo quanto ao
comportamento do consumidor assim como o número de concorrente, devido a
globalização. Maximiano (2010, p. 394) cita quatro autores, com suas
características a respeito das novas abordagens:
“Mintzberg = Sete tipos, caracterizados pela parte mais importante,
que define a estrutura da organização”. “Handy = Quatro tipos,
simbolizados por deuses da mitologia grega”. “Morgan = Oito tipos. As
organizações são vistas de forma diferente por diferentes pessoas.
Cada pessoa vê uma ou mais imagens”. “Argyris = Busca de novas
soluções favorece a aprendizagem; Processo decisório produz
aprendizagem, não o contrário”. “Cybert e March = Novas
16
competências modificam o comportamento e a capacidade de
resolver problemas”. “Senge = Para lidar com a mudança contínua,
organizações devem estar em contínuo processo de aprendizagem;
Cinco disciplinas podem auxiliar a aprendizagem”.
A busca por novas abordagens segue com Certo (2005, p. 265), “A
busca tem sido alimentada por uma série de novos temas e problemas que os
administradores modernos enfrentam, mas que seus colegas históricos não
tiveram de enfrentar”. Complementando com o comportamento das empresas,
que para sobreviver, tem de ter “Entre esses temas estão a preocupação com o
declínio de competitividade das empresas do Ocidente, o acelerado ritmo do
avanço tecnológico, a satisfação dos consumidores e a crescente ênfase na
globalização”. Criando uma nova abordagem nos desenvolvimentos de uma
nova competição. “pode ser chamada de abordagem da organização que
aprende. Aquela que se ocupa em criar, adquirir, transferir conhecimentos e
alterar comportamentos com base nesses novos conhecimentos”.
Segundo Peci, (Apud Harold Kootz, 1961) “Chega a conclusão de que
uma perspectiva de processo (segundo a qual a administração desempenha as
funções de planejamento, organização, comando, coordenação e controle), era
a mais abrangente e adequada para o estudo da administração”.
Conforme Chiavenato (2003, p. 570):
“Para vencer em mercados globais e altamente competitivos, as
organizações bem sucedidas compartilham uma forte ênfase em
inovação, aprendizado e colaboração por meio das seguintes ações:
“As organizações organizam-se em torno da lógica do cliente;
Estabelecem metas elevadas; Selecionam pensadores criativos com
uma visão abrangente; Encorajam o empreendimento; Sustentam a
aprendizagem constante e Colaboram com os parceiros”.
A apreciação crítica a respeito da Teoria Comportamental na
administração deve levar em conta a ênfase nas pessoas, conforme descrito
acima, a abordagem mais descritiva e menos prescritiva, a reformulação da
17
teoria administrativa e nas demais, como aspectos mais importantes dessa
teoria humanística.
1.1.9 – CONCEITUAÇÃO EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E EFETIVIDADE.
Uma boa administração é calcada na junção na eficiência, eficácia e
efetividade. Segundo vários autores a definição consiste em: Eficiência é fazer
algo bem feito, fazer algo em menor tempo possível. Maneira de fazer. Foco
nos processos. Eficácia é a realização do objetivo, não se preocupando com os
meios. Efetividade é o ato de mudar a realidade. É o impacto das ações. Efeito
no ambiente externo.
Segundo Maximiano (2010, p. 5), eficácia “indica que a organização
realiza seus objetivos. Quanto mais alto o grau de realização dos objetivos,
mais a organização é eficaz”. E eficiência “significa usar menor quantidade de
recursos para produzir mais”.
A efetividade nada mais consiste em ser o resultado dessas
combinações, sendo o reflexo no ambiente externo. O ato de mudar a
realidade. Impacto das ações. Para exemplificar a junção da eficiência, eficácia
e efetividade muitos autores usam como exemplo a parada o carro de corrida
para a troca de um pneu, onde cada troca tem que ser bem feita e um menor
tempo, para que piloto possa tirar vantagem em cima dos demais pilotos no
momento da troca obrigatório a todos.
18
CAPÍTULO II
A UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
O CONCEITO
CONCEITUAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS
Como a própria palavra diz, serviço público é um tipo de auxílio que é
dado ao público em geral, onde para cada necessidade há um tipo de serviço
arcado pelo Estado. Segundo Celso Bandeira de Melo (2004):
“Serviço público é a atividade consistente na oferta de utilidade ou
comodidade material fruível singularmente pelos administrados que o
Estado assume como pertinente a seus deveres em face da
coletividade e cujo desempenho entende que deva se efetuar sob
regime jurídico de direito público, isto é, outorgador de prerrogativas
capazes de assegurar a preponderância do interesse residente no
serviço e de imposições necessárias para protegê-lo contra condutas
comissivas ou interesses dos administrados em geral e dos usuários
do serviço em particular”.
Vimos que para Celso é importante preservar o aparelho do Estado, pois para
quem o utiliza jamais deva faltar tais recursos, em virtude de possíveis
interesses de outras pessoas por traz das políticas públicas.
2.1 – O sonho de uma universidade
A criação de Universidade Federal Fluminense (UFF) remonta aos
efervescentes e tumultuados anos de 1950. De um lado, um país mergulhado
em uma experiência democrática singular no século XX, ancorada na
reorganização partidária e na multiplicação de movimentos da sociedade civil,
como nas transformações implementadas pelo plano de metas de Juscelino
Kubitschek. De outro, o antigo estado do Rio de Janeiro, na sua histórica luta
19
para superar os desníveis econômicos e sobreviver à hegemonia política da
capital federal.
A educação era um ponto importante da política econômica do governo
JK, segundo a UFF, para retirar do “atraso secular” e colocar entra as nações
mais prósperas. Toda a ação do governo foi amparar o projeto brasileiro, como
erradicar o analfabetismo, ampliar o número de vagas e promover a criação de
instituições de ensino superior, resultando na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional.
A fundação da UFF obedece, portanto, no plano nacional, a um projeto
desenvolvimentista que contém uma forte vocação tecnológica, ao priorizar a
formação de cientistas para dar continuidade à extraordinária transformação
vivida pelo país naquela conjuntura.
No que se refere à realidade local, a criação de uma universidade
federal fluminense expressava outra questão: o desejo da sociedade de
alavancar seu desenvolvimento econômico, ainda marcado fortemente pela
agricultura, e elevar sua autoestima em relação à vizinha capital federal.
Niterói, capital do estado do Rio de Janeiro, conheceu o decorrer das
primeiras décadas da República, certa intensificação da vida urbana, com o
desenvolvimento do comércio, indústrias, vilas operárias, abertura de colégios,
cinemas e áreas de lazer, balneários e cassinos, além da instalação de
diversos bancos. Posto que limitado, o desenvolvimento da capital atraiu
continuamente uma corrente migratória originada do norte e noroeste
fluminense, que pleiteava maior acesso à educação, especialmente ao ensino
superior e empregos públicos.
2.2 – O movimento estudantil e a criação da UFF
É inestimável a contribuição da União Fluminense de Estudantes (UFE)
para a criação da UFF. Segundo em seu livro da UFF 50 anos:
20
“Desde a década de 1940, os estudantes fluminenses destacavam-se
no cenário nacional. Em 1942, amparados pelo interventor Ernani do
Amaral Peixoto, lideraram os protestos em favor da entrada do Brasil
na guerra contra o Eixo.” (UFF, 2010)
Na década seguinte, a UFE, antecipando-se ao estado, tomou para si a
defesa da universidade federal para o estado do Rio de Janeiro. Entre 1954 e
1960, sucessivas direções da entidade promoveram ações para denunciar a
precariedade das instalações das faculdades existentes. Particularmente no
caso de medicina, os acadêmicos eram obrigados a realizar parte de suas
atividades estudantis na cidade do Rio de Janeiro.
Os estudantes reivindicavam também a melhoria da infraestrutura das
faculdades locais e a construção de um moderno hospital-escola para o
treinamento dos jovens médicos.
Em 1958, a luta dos estudantes fluminenses ultrapassaria os limites da
cidade de Niterói e ganharia repercussão em todo o estado, conforme
assinalou o jornal O Fluminense, na edição do dia 14 de setembro daquele
ano:
“Representantes de todas as escolas superiores deste estado, reunir-
se-ão num enclave, em Niterói.
Amanhã às 20h, a instalação do XIV Congresso Fluminense de
Estudantes. Aspiração máxima do estudante fluminense, a
universidade do estado do Rio será assunto predominante nos
debates. A luta que vêm mantendo os universitários pela
concretização desse ideal é notada em todos os seus aspectos.
Todas as gestões da UFE têm procurado imprimir maior impulso para
conseguir sua universidade”. (O FLUMINENSE, 1958)
Dias depois, em 17 de setembro, a direção da UFE reunir-se-ia com o
governador para reivindicar sua universidade:
“A diretoria da UFE e os membros do diretório Acadêmico das
Faculdades de Filosofia e de Direito de Petrópolis avistaram-se com o
governador Tago de Barros para a criação da UFERJ [...] Pretendem
21
os universitários do Estado do Rio como solução prática, a criação da
universidade federal reunindo todas as escolas superiores.” (O
FLUMINENSE, 1958)
Um dos momentos marcantes dessa jornada foi a repercussão negativa
de uma entrevista concedida à TV Tupi, daquele que viria a ser o presidente da
República em 1961, à época governador de São Paulo, Jânio Quadros.
Indagado por um repórter sobre a possível criação de uma faculdade de
filosofia da cidade de Limeira, no interior paulista, respondeu: “muito pior de
que não haver um instituto de ensino superior na sua terra ou em qualquer
parte do nosso país, é haver faculdades, vou dizê-lo, sim as de Niterói”. Apud
Ribas, José Vieira.
Em 1959, a direção da UFE encaminhou ao governador do estado, um
anteprojeto para a criação da Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro (UFERJ). Neste momento, o tradicional jornal O Fluminense aderiu à
causa e, juntando-se aos estudantes, promoveu debates e mesas-redondas
que reuniram autoridades educacionais da cidade: políticos, professores e
líderes estudantis. E no mesmo ano, a presidência da República encaminhou
mensagem propondo a criação da UFERJ.
Em março de 1960, O Fluminense reabriu sua campanha em favor da
criação da nova universidade. Em 26 de abril, uma reportagem do jornal
assinalava a realização de um grande comício popular promovido pela UFE,
com apoio da imprensa, de diversas entidades locais e com a adesão do
governador Roberto Silveira:
“ Pró-Universidade do Estado do Rio
Terá lugar hoje, o anunciado comício promovido pela U.F.E. Falarão
inúmeros oradores.
Os estudantes desta capital estão deveras entusiasmados com a
possibilidade de virem a possuir uma universidade, em face da
aprovação que mereceu da Comissão de Justiça da Câmara dos
Deputados, a mensagem presidencial. Agora o projeto que se
encontra na Comissão de Educação recebeu parecer favorável do
relator Sr. Lauro Cruz, com substitutivo incluindo as quatro faculdade
22
de Niterói, deixadas à margem pela proposição original, quais sejam:
engenharia, serviço social, enfermagem e ciências econômicas.
A Campanha liderada pela U.F.E. atingirá o clímax com o comércio
que logo mais farão realizar os jovens acadêmicos e que contará com
a presença de várias autoridades [...] Acreditamos, portanto, que a
luta dos universitários não será inglória e a universidade ansiada não
há de tardar, ainda mais agora quando todas as forças políticas estão
a prestigiar e dignificar o empreendimento.” (O FLUMINENSE, 1960)
Ao final, a universidade foi instalada em 11 de abril de 1961, notícia que
foi anunciada da seguinte forma pelo jornal O Fluminense:
“Instalada solenemente, a Universidade do Rio, em sessão presidida
pelo Ministro da Educação e Cultura, Sr. Brígido Tinoco, com a
presença da Assembléia legislativa, diretores e professores das
diversas faculdades fluminenses, bem como do Magnífico Reitor
Pedro Calmon (da Universidade do Brasil) e dos estudantes,
representados pela UFE e pelos diretórios acadêmicos.” (O
FLUMINENSE, 1961)
No dia 26 de abril, o professor catedrático Durval de Almeida Baptista
Pereira, diretor da antiga Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras, foi nomeado
reitor.
A atuação dos estudantes mereceu diversos elogios, e na oportunidade
da eleição do primeiro reitor da UFERJ, O Fluminense remeteu à União
Fluminense dos Estudantes os louros da vitória na luta pela criação da
universidade:
“Está concretizado o grande sonho de tantas gerações de estudantes
e de professores. A criação da Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro já é uma realidade. Depois de muitos anos de luta, em
que todos se envolveram, eis que surge à nossa frente o motivo que
há de elevar bem alto o nome do ensino universitário da Velha
província. [...] Ao enviarmos ao professor Durval Almeida Baptista
Pereira, através da modéstia dessas colunas, congratulamo-nos,
também, com os professores e, particularmente, com a U.F.E., cuja
23
atuação firme e decisiva muito devemos à criação da UFERJ”. (O
FLUMINENSE, 1961)
2.3 – Os primeiros tempos: Impasses da Institucionalização
A Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, nome inicial da
UFF, viveria em seus primeiros anos um difícil processo de institucionalização.
A heterogeneidade entre as escolas, a diferença de regimes jurídicos entre as
faculdades, as necessidades prementes da administração e a crescente
radicalização da vida política do país refletir-se-iam em seu cotidiano e
desembocariam numa batalha pela reitoria.
Essas disputas, além das divisões entre as ideologias de “direita” e
“esquerda” da época, deixariam transparecer as dificuldades de convívio entre
as escolas incorporadas (federalizadas) e as agregadas. Assim, as medidas
iniciais para a organização de uma estrutura administrativa, a contratação de
funcionários, a elaboração de um estatuto próprio e a integração das diferentes
unidades de ensino se dariam em meio a interesses políticos conflitantes.
Em seu livro comemorativo pelos 60 anos de história, seguiu que:
“Em 13 de abril de 1961, após a votação no Conselho Universitário
para a escolha de uma lista tríplice de representantes das faculdades
incorporadas e das agregadas, foi encaminhada ao presidente da
República uma lista composta pelos nomes dos eminentes
professores, Durval Almeida Baptista Pereira, Deoclécio Dantas
Araújo e Álvaro Sardinha. Destes foi escolhido para ser o primeiro
reitor da UFERJ, o professor Durval Baptista Pereira, que, dada a
precariedade das instalações da nova universidade, teve de
estabelecer provisoriamente a reitoria em seu gabinete dentário, à rua
José Clemente, 100”. (RIBAS, José Vieira. Op. Cit. p. 60)
2.4 – Origem da Universidade Federal Fluminense
24
A história da UFF (Universidade Federal Fluminense) se confunde com a
cidade de Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Sendo definido no
seu estatuto:
“Art. 1º - A Universidade Federal Fluminense, com sede na cidade de
Niterói e âmbito em todo o Estado do Rio de Janeiro, criada pela Lei
3.848 de 18 de dezembro de 1960, instituída conforme a Lei n.º 3.958
de 13 de setembro de 1961, reestruturada nos termos do Decreto n.º
62.414, é uma entidade federal autárquica, de regime especial, com
autonomia didática-científica, administrativa, disciplinar, econômica e
financeira, exercida na forma deste Estatuto.” (Lei n. 3.848/1960)
Sua sede principal, onde fica também a reitoria tem sua sede na Rua
Miguel de Frias, nº 9 no bairro de Icaraí. Num prédio, onde que nos anos 40
era o Hotel Balneário Casino Icarahy, chegando a rivalizar com o Cassino da
Urca, segundo o site da UFF.
De início, a vida institucional da recém-criada Universidade foi
conturbada por uma acirrada luta pelo poder, a começar pela heterogeneidade
de sua formação (unidades incorporadas e agregadas) e pela indefinição
estatutária. Com a instauração do governo militar no país, a UFF se acomodou
estruturalmente ao modelo imposto pela Lei nº 5.540/68.
Através do Plano de Reestruturação (Decreto nº 62.414, de 15/03/68),
seu Estatuto foi aprovado pelo Conselho Federal de Educação. A
reestruturação de que falava o Plano, inspirado nos acordos MEC-USAID,
avançava consideravelmente em relação ao conglomerado de escolas
federalizadas que caracterizava a UFF. Porém, em fins da década de 70, a
implantação dessa reforma acabou dotando a UFF de uma estrutura altamente
complexa, com a superposição dos Centros e Unidades Universitárias. Desde
então, a UFF convive com a fragmentação física, estando dispersa pela cidade
de Niterói, o que traz algumas dificuldades internas, mas, por outro lado, gera
maior integração com a cidade. (PDI, 2003, p.11-12).
2.5 - A UFF hoje
25
Dados de junho de 2012: 3.245 docentes no quadro permanente; corpo
técnico-administrativo: 6.087 servidores técnico-administrativo; corpo discente:
44.175 alunos de graduação, 4.171 alunos de pós-graduação stricto sensu,
7.500 alunos de pós-graduação lato sensu (junho de 2012), 191 alunos de
residência médica, segundo seu site.
A pós-graduação stricto e lato sensu cresce de modo significativo, tanto
em números quanto em reconhecimento acadêmico. No conjunto de
indicadores adotados pelo CNPq, FINEP e MEC, a UFF vem ganhando
posições destacadas no conjunto das universidades brasileiras.
A qualidade do seu ensino, a pesquisa, que se dissemina pelos
departamentos e pela pós-graduação, a extensão, que está presente de modo
marcante nas atividades da instituição e o crescente processo de interiorização
da UFF têm sido responsáveis pela sua relevância social, cada vez maior, no
cenário do Estado do Rio de Janeiro.
26
CAPÍTULO III
A ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO
COSTA
O CONCEITO
A Enfermagem
Segundo o dicionário Aurélio é a arte ou função de cuidar dos enfermos.
Os serviços de enfermaria. Enfermaria é a Casa ou peça(s) duma casa,
destinada(s) ao tratamento de enfermos. Enfermo diz-se de, ou aquele que
está doente, achacado.
Seu Conselho, que regulamenta a profissão, foi criado em 12 de julho de
1973, por meio da Lei 5.905. Formando, junto com os conselhos regionais, o
Sistema COFEN/CORENs.
Filiado ao Conselho Internacional de Enfermeiros em Genebra, o
COFEN existe para normatizar e fiscalizar o exercício da profissão de
enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, zelando pela qualidade dos
serviços prestados pelos participantes da classe e pelo cumprimento da Lei do
Exercício Profissional.
Conforme o COREN/RJ, através do seu presidente:
“Faz-se necessário investir na educação permanente, com foco em
uma assistência qualificada para todos – trabalhadores e sociedade –
criando condições para uma prestação de serviços que atenda aos
requisitos dispostos na Lei. 7.498/86, aquela que rege o exercício da
enfermagem, e a realidade de vida das pessoas e coletividades”.
(COREN, 2012)
3.1 – Origem da profissão
27
Não foi encontrada, nos estudos bibliográficos, uma data exata que
desse a certeza da criação, mas entende que a profissão surgiu do
desenvolvimento e evolução das práticas de saúde no decorrer dos períodos
históricos. As práticas de saúde instintivas foram as primeiras formas de
prestação de assistência. Num primeiro estágio da civilização, estas ações
garantiam ao homem a manutenção da sua sobrevivência, estando a sua
origem, associadas ao trabalho feminino, “caracterizado pela prática de cuidar
nos grupos nômades primitivos, tendo como pano-de-fundo as concepções
evolucionistas e teológicas”, segundo o site.
“As práticas de saúde mágico-sacerdotais, abordavam a relação
mística entre as práticas religiosas e de saúde primitivas
desenvolvidas pelos sacerdotes nos templos. Este período
corresponde à fase de empirismo, verificada antes do surgimento da
especulação filosófica que ocorre por volta do século V a. c. Essas
ações permanecem por muitos séculos desenvolvidos nos templos
que, a princípio, foram simultaneamente santuários e escolas, onde
os conceitos primitivos de saúde eram ensinados. Posteriormente,
desenvolveram-se escolas específicas para o ensino da arte de curar
no sul da Itália e na Sicília, propagando-se pelos grandes centros do
comércio, nas ilhas e cidades da costa”. (COREN, 2012)
Naquela época pré-hipocráticas, as concepções sobre o corpo humano e
suas doenças eram ainda desconhecidos. Os ensinamentos eram vinculados
às famílias passando de geração a geração. As práticas se misturavam ao
surgimento da filosofia e ao progresso da ciência. Iniciando no século V a. C.,
estendendo-se até os primeiros séculos da Era Cristã.
Numa nova fase, passando agora a ser um produto, a experiência
acumulada em suas práticas e suas relações de causa e efeito. Pela medicina
grega esse período é conhecido como hipocrático, destacando a figura
Hipócrates, que propôs uma nova concepção de saúde, dissociando a arte de
curar dos preceitos místicos e sacerdotais.
Ainda sem a caracterização da Enfermagem, mas no site fica claro que o
período:
28
“As práticas de saúde monástico-medievais focalizavam a influência
dos fatores sócio-econômicos e políticos do medievo e da sociedade
feudal nas práticas de saúde e as relações destas com o cristianismo.
Esta época corresponde ao aparecimento da Enfermagem como
prática leiga, desenvolvida por religiosos e abrange o período
medieval compreendido entre os séculos V e XIII”. (MEDICINA
ALTERNATIVA, 2012)
Uma série de valores foi deixada nesse período, sendo legitimados e
aceitos pela sociedade como características inerentes à Enfermagem. Dando a
ela, não uma conotação de prática profissional, mas de sacerdócio.
As práticas de saúde pós monásticos evidenciam a evolução das ações
de saúde e, em especial, do exercício da Enfermagem no contexto dos
movimentos Renascentistas e da Reforma Protestante. Corresponde ao
período que vai do final do século XIII ao início do século XVI. A retomada da
ciência, o progresso social e intelectual da Renascença e a evolução das
universidades mão constituíram fator de crescimento para a Enfermagem.
Enclausurada nos hospitais religiosos, permaneceu empírica e desarticulada
durante muito tempo, vindo desagregar-se ainda mais a partir dos movimentos
de Reforma Religiosa e das conturbadas da Santa Inquisição. O hospital, já
negligenciado, passa a ser um insalubre depósito de doentes, onde homens,
mulheres e crianças utilizam as mesmas dependências, amontoados em leitos
coletivos.
Sob exploração deliberada, considerada um serviço doméstico, pela
queda dos padrões morais que a sustentava, a prática de enfermagem tornou-
se indigna e sem atrativos para as mulheres de casta elevada. Esta fase
tempestuosa, que significou uma grave crise para a Enfermagem, permaneceu
por muito tempo e apenas o limiar da revolução capitalista é que alguns
movimentos reformadores, que partiram, principalmente, de iniciativas
religiosas e sociais, tentam melhorar as condições do pessoal a serviço dos
hospitais.
As práticas de saúde no mundo moderno analisam as ações de saúde e,
em especial, as de Enfermagem, sob a ótica do sistema político-econômico da
29
sociedade capitalista. Ressaltam o surgimento da Enfermagem como atividade
profissional institucionalizada. Esta análise inicia-se com a Revolução Industrial
no século XVI e culmina com o surgimento da Enfermagem moderna na
Inglaterra, no século XIX.
3.2 – Período Florence Nightingale
Foi uma enfermeira britânica que ficou famosa por ser pioneira no
tratamento a feridos de guerra, durante a Guerra. Sendo uma mulher
inteligente e conhecida com frases do tipo: “ É necessária uma certa dose de
estupidez para se fazer um bom soldado” e:
“A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma
devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de
qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio
mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de
Deus? É umas artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!”.
(PENSADOR, 2012)
Nascida em 12 de maio de 1820, Florença, Itália, era filha de ingleses.
Possuía inteligência incomum, tenacidade de propósitos, determinação e
perseverança – o que lhe permitia dialogar com os políticos e oficiais do
Exército, fazendo prevalecer suas ideias. Dominava com facilidade o inglês, o
francês, o alemão, o italiano, além do grego e latim.
No texto diz que:
“A religião desempenhou um papel importante na sua vida. Sua visão
não dogmática da religião, pouco comum no seu tempo, foi fruto da
educação liberal que ela teve em casa. Embora seus pais fossem da
religião Unitária, sua mãe achou preferível que suas filhas
crescessem como membros da igreja da Inglaterra. Em 07 de
fevereiro de 1837 ela achou que ouviu o chamado de Deus, enquanto
caminhava no jardim em Embley, embora, nesta época, ela não
entendeu o que o chamado significava”. (PENSADOR, 2012)
30
No desejo de realizar-se como enfermeira, passa o inverno de1844 em
Roma, estudando as atividades das Irmandades Católicas. Em 1849 faz uma
viagem ao Egito e decide-se a servir a Deus, trabalhando em Kaiserswert,
Alemanha, entre as diaconisas.
Decidida a seguir sua vocação, procura completar seus conhecimentos
que julga ainda insuficiente. Visita o Hospital de Dublin dirigido pelas Irmãs de
Misericórdia, Ordem Católica de Enfermeiras, fundada 20 anos antes. Conhece
as Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo, na Maison de La Providence
em Paris.
Aos poucos vai se preparando para a sua grande missão. Em 1854, a
Inglaterra, a França e a Turquia declaram guerra à Rússia: é a Guerra da
Crimeia. Os soldados acham-se no maior abandono. A mortalidade entre os
hospitalizados em de 40%.
“Florence partiu para Scutari com 38 voluntários entre religiosas e
leigas vindas de diferentes hospitais. Algumas enfermeiras foram
despedidas por incapacidade de adaptação e principalmente por
indisciplina. A mortalidade decresce de 40% para 2%. Os soldados
fazem dela o seu anjo da guarda e ela será imortalizada com a
“Dama da Lâmpada” porque, de lanterna na mão, percorre as
enfermarias, atendendo os doentes. Durante a guerra contrai tifo e ao
retornar da Crimeia, em 1856, leva uma vida de inválida”.
(PENSADOR, 2012)
Dedica-se, porém, com ardor, a trabalhos intelectuais. Pelos trabalhos
na Crimeira, recebeu um prêmio do Governo Inglês e, graças a este prêmio,
consegue iniciar o que para ela é a única maneira de mudar os destinos da
Enfermagem – uma Escola de Enfermagem em 1959.
Após a guerra, Florence fundou uma escola de Enfermagem no Hospital
Saint Thomas, que passou a servir de modelo para as demais escolas que
foram fundadas posteriormente. A disciplina rigorosa, do tipo militar, era uma
das características da escola nightingaleana, bem como a exigência de
31
qualidade morais das candidatas. O curso, de um ano de duração, consistia em
aulas diárias ministradas por médicos.
Nas primeiras escolas de Enfermagem, o médico foi de fato pessoa
qualificada para ensinar. A ele cabia então decidir quais das suas funções
poderiam colocar nas mãos das enfermeiras. Florence morre em 13 de agosto
de 1910, deixando florescente o ensino de Enfermagem. Assim, a Enfermagem
surge não mais como uma ocupação assalariada que vem atender a
necessidade de mão-de-obra nos hospitais, constituindo como uma prática
social institucionalizada e específica.
3.3 – A Primeira Escola de Enfermagem no Mundo
Apesar das dificuldades que as pioneiras da Enfermagem tiveram que
enfrentar, devido à incompreensão dos valores necessários ao desempenho da
profissão, as escolas se espalharam pelo mundo, a partir da Inglaterra. Nos
estados Unidos a primeira Escola foi criada em 1873. Em 1877 as primeiras
enfermeiras diplomadas começam a prestar serviços em domicílio em Nova
York.
As escolas deveriam funcionar de acordo com a filosofia da Escola
Florence Nightingale, baseada em quatro ideias-chave:
“O treinamento de enfermeiras deveria ser considerado tão
importante quanto qualquer outra forma de ensino e ser mantido pelo
dinheiro público. As escolas de treinamento deveriam ter uma estreita
associação com os hospitais, mas manter sua independência
financeira e administrativa. Enfermeiras profissionais deveriam ser
responsáveis pelo ensino no lugar de pessoas não envolvidas em
Enfermagem. As estudantes deveriam, durante o período de
treinamento, ter residência à disposição, que lhes oferecesse
ambiente confortável e agradável, próximo ao hospital”. (MEDICINA
INTENSIVA, 2012)
3.4 – A Primeira Escola de Enfermagem no Brasil
32
A primeira escola de enfermagem no Brasil foi criada pelo Decreto n.
16.300 de 31 de dezembro de 1923, como Escola de Enfermeiras do
Departamento Nacional de Saúde. Onde no Decreto n. 17.268 de 31 de março
de 1926 denominou Escola de Enfermeiras D. Ana Néri. Hoje a escola pertence
à Universidade Federal do Rio de Janeiro/ UFRJ.
No site da Universidade Federal do Rio de Janeiro diz que:
“Em 83 anos de existência a Escola de Enfermagem Anna Nery
registra um papel histórico-social de vanguarda, expansão e
desenvolvimento da enfermagem brasileira; destacando-se, dentre
outras, a criação da Associação Brasileira de Enfermeiras
Diplomadas (1926), atualmente Associação Brasileira de
Enfermagem – ABEn, a criação de novas escolas de enfermagem, a
organização de hospitais e centros de saúde, formação e qualificação
de enfermeiros Especialistas, Mestres, Doutores e em Programas de
Pós-Doutorado principalmente, em todas as regiões do país e na
perspectiva de Cooperação Técnica e Científico-Cultural em alguns
países da América Latina e da África”. (PUCRS, 2012)
Sendo fundada por iniciativa do sanitarista e cientista brasileiro Prof.
Carlos, e graças aos esforços das enfermeiras norte-americanas que
integraram a Missão Técnica de Cooperação para o Desenvolvimento da
Enfermagem no Brasil, chefiada pela Sra. Ethel O. Parson, que chegou ao Rio
de Janeiro em 02 de setembro de 1921. Segundo os princípios norteadores do
Sistema Nightingale, esta Escola demarca, no País, o modelo de prática e
ensino de enfermagem moderna.
A Fundação Rockfeller patrocinou a missão técnica e teve a
incumbência de implantar, no Brasil, o Serviço de Enfermeiras do
Departamento Nacional de saúde Pública, do Ministério da Justiça e Negócios
Interiores, sendo Diretor Geral do Departamento o Dr. Carlos Chagas. Desde
logo, foi recomendada a criação de uma Escola de Enfermeiras e, em 1923,
33
quando o primeiro currículo foi implantado para consolidar o efetivo
funcionamento da Escola, apud Universidade Federal do Rio de Janeiro.
3.5 – A Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa
A Escola de Enfermagem fica localizada na rua Doutor Celestino nº 74,
Centro, Niterói. O curso tem o objetivo de formar profissional crítico e reflexivo
com competência técnico-científica, ético-política, social e educativa,
comprometido com a prática social, capaz de identificar as necessidades
individuais e coletivas da população e seus determinantes, para intervir no
processo saúde-doença, garantindo a qualidade da assistência de enfermagem
em todos os níveis de atenção à saúde. A titulação é a de Enfermeiro e
Licenciado em Enfermagem. Mercado de trabalho concentra-se em serviços de
saúde públicos e privados, empresas, instituições de pesquisa, consultórios de
enfermagem, atendimento domiciliar, instituições de ensino, creches, berçários,
asilos, indústrias e outras áreas;
O Curso de Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem
Aurora de Afonso Costa da UFF possibilita ao acadêmico uma estreita relação
com as questões da saúde, em geral, e da profissão, em particular, por meio de
disciplinas ministradas desde o 1º período. A formação do Enfermeiro tem
caráter generalista, o que possibilita um conhecimento amplo da Enfermagem
no âmbito da assistência, ensino e pesquisa.
Vários cursos de especialização são oferecidos após a graduação,
conforme a área de interesse. Tais Cursos possibilitam o aprofundamento da
qualificação técnico-científica e o desenvolvimento da profissão. Além destes, o
curso de Mestrado em Enfermagem integrou o elenco de cursos de pós-
graduação desta Escola, a partir de 2004.
3.6 - Atividades de Estágio, Extensão e Pesquisa
34
A Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa realiza projetos de
extensão e pesquisa em diversas áreas de interesse da saúde e da
enfermagem com a participação efetiva dos alunos.
Como campo de atuação, os acadêmicos de enfermagem desenvolvem
suas atividades de extensão, pesquisa e estágio no Hospital Universitário
Antônio Pedro (HUAP), Policlínicas de Saúde, Policlínicas de Saúde, Unidades
Básicas de Saúde, Centro Previdenciário de Niterói, Escola da Rede Municipal
de Ensino e comunidades em geral, além de outras Unidades de Saúde.
Poderão realizar, ainda, estágios não curriculares no HUAP, a partir do 3º
período, bem como em Instituições conveniadas com a UFF.
3.7 – Estudo de Caso
Extraído do livro O Gerente Equalizador. Estratégia de Gestão no Setor Público. Pág 123
Sérgio Rudge – Varrer a burocracia para o lado
Se tiver de falar com o ministro, não vou pedir autorização ao secretário
de Saúde, vou direto ao homem. Essas besteiras de que o papel tem de passar
por aqui, por ali, eu não aceito, mando direto. Eu atropelo, sei que sou um
atropelador nesse sentido. Já me disseram: “Um dia você vai se arrebentar”.
Mas há sete anos estou administrando o HTO e, até hoje, não fiz nenhuma
besteira em atropelar a burocracia emperrada. Porque se você manda um
processo para o escalão superior, esse processo demora 60 dias. O que eu
faço? Pego o processo, boto debaixo do braço e vou a Brasília pedir a
assinatura. Se não puder ir, mando um diretor ou um outro funcionário de nível
técnico, conforme o caso. Isso na época do Inamps, porque há um ano, desde
que passamos para o estado, ficamos meio sem pai e sem mãe. Naquela
época, eu tinha de mandar o processo para a Superintendência; da
Superintendência, ele passava por 10 ou 15 seções... Eu então pegava o
35
processo, ia ao superintendente, ele assinava na minha frente, e eu
perguntava: “Tenho que ir agora à sala de quem?” Ele respondia: “Na sala de
fulano”. Eu ia lá e colhia a assinatura, não deixava o processo rodar pelos
setores burocráticos do Inamps, porque os funcionários são mal remunerados,
muito mal-humorados, e cada dia tem um que não está que ficou doente ou
não foi trabalhar por algum motivo. Então eu ia direto ao papa. Com isso,
consegui administrar o hospital e colocá-lo da maneira que está. Eu atropelei a
burocracia no bom sentido. Acho que nunca prevariquei, nunca fiz nada de
errado; tudo o que fiz foi para o bem da instituição, e jamais nos faltou alguma
coisa.
No ano passado, eu estava quebrando, com as mudanças que o ministro
da saúde, Alceni Guerra, fez. Decidi então ir ao presidente do Inamps, mostrar-
lhe que o meu hospital era referência nacional, que eu fazia medicina de
Primeiro Mundo, e que as operações que o hospital realizava não constavam
na tabela do Inamps, que era uma tabela de 1976, portanto, 15 anos defasada.
Disse-lhe que, mantendo-se esse regime, eu iria quebrar. Outros quebraram.
Ele, então, colocou o seguinte: “Olhe, Rudge, sei que você faz medicina de
Primeiro Mundo, mas nós vivemos num país de Terceiro. Eu tenho que pensar
em termos de massa”. Eu retruquei: “Fico muito surpreso com o que estou
ouvindo, porque o senhor é o presidente de uma instituição, e eu acho que o
único hospital que pode dar alegria ao Inamps é meu. Eu vou ao ministro! “Na
hora em que me levantei o pessoal que estava comigo disse:” Quando você
chegar ao Rio, está exonerado”.
Fui ao ministro Alceni Guerra e lhe disse: “Alceni, o problema é o
seguinte: eu faço medicina de Primeiro Mundo e, com o dinheiro que vocês
estão me pagando em AIH e UCA, não dá para tocar o hospital. Estou
inadimplente e preciso de Cr$ 1 bilhão, urgente, senão eu vou quebrar e terei
que dizer aos jornais que quebrei porque estou inadimplente com todo mundo”.
Em 72 horas ele mandou o dinheiro. Se eu tivesse ficado sentado no
gabinete, esperando, fazendo apelos por telefone ou por memorando, não teria
36
conseguindo nada, porque essas questões não chegam às mãos do ministro.
Se eu não for ao homem-chave dizer as dificuldades da administração, ele não
vai ficar sabendo, porque está dirigindo um universo! Ele tem problemas no
país inteiro, o HTO é apenas uma ilhazinha.
Os caminhos da burocracia são longos, cheios de obstáculos e
impessoais. Para forçar decisões a serem tomadas, especialmente aquelas
referentes a recursos, é preciso adotar estratégias que podem levar o
administrador, independentemente de seu status, a agir como um simples
mensageiro ou bravo guerreiro, cuja determinação funciona como um aríete
rompedor das portas dos castelos burocráticos. O relato de Sérgio Rudge
ilustra este ponto, quando coloca documentos e realizações “debaixo do
braço”, como uma lança, para pressionar dragões e sacar autorizações e
decisões superiores, onde quer que estejam. Somado ao relato de Irapoan,
ambos chamam a atenção para aspectos de interesse para o entendimento da
modelagem organizacional como improvisação.
Irapoan revela que o sentido do novo e do inusitado pode deixar os
sedimentados esquemas burocráticos em apoplexia, abrindo espaço para
inovações, como sucedeu com a adoção em maior escala das fundações
públicas como modelo institucional – que foi o caso da Fundação Casa de Rui
Barbosa.
Mais importante, porém, ele revela que, de um embate com as normas e
procedimentos, no simples desdobramento de eventos relacionados com uma
busca burocrática de recursos, foi possível surgir uma nova modelagem para a
Fundação Casa de Rui Barbosa. A residência do grande político, jurista,
intelectual e diplomata, transformada em museu dedicado ao cultivo de sua
memória, teria condições de expandir significativamente seu repertório de
contribuição cultural, ao converter-se, também, em centro de pesquisas
jurídicas e filológicas, editora etc. Haveria espaço para tal, na construção
anexa, concebida inicialmente com tímido abrigo de instalações administrativas
que liberassem a Casa para sua finalidade principal. É interessante relacionar o
37
relato com as ideias correntes sobre planejamento estratégico e sobre como as
concepções se transformam em ação racional, através de intervenções
planejadas. Mudança planejada, enfim, é outra denominação para
racionalidade, na costura de intenções e ações inovadoras. A lógica de
desdobramento dos fatos, na realidade da administração, no entanto, parece
ser outra. Uma lógica em que a oportunidade surgida e percebida no
desdobramento natural de eventos pode atiçar a imaginação inovadora, por
mais paradoxal que possa parecer uma inovação ter como fonte uma
experiência de cumprimento de trâmites burocráticos. Nesse sentido, o papel
do administrador, como um modelador organizacional com o sentido da
improvisação, pode fazer diferença. Aquele que o desempenha cresce, ganha
dimensão e substância, como alguém capaz de implementar efetivamente
políticas públicas.
No caso, como sugere Weick, não faria sentido perguntar: “Quando foi
decidido, definitivamente, fazer essa mudança?” Poder-se-ia, sim, perguntar a
Irapoan ou a Sérgio Rudge: “Quando foi decidido definitivamente que essa
mudança foi feita?” A resposta mais provável à pergunta poderia ser no caso de
Irapoan: “Com a concessão dos recursos”, cuja finalidade foi “construída”, em
larga medida, em razão de uma avaliação impressionística de custos e
benefícios do esforço burocrático para alcançá-los, e com investidas bem-
sucedidas de Sérgio Rudge. Esta última pergunta sinaliza o caráter emergente
e retrospectivo da origem da modelagem organizacional. Como Weick observa:
“A ideia de que a modelagem é um processo de codificação começa
com a noção de que eventos e acontecimentos, com frequencia,
simplesmente se desvelam. Quando vistos retrospectivamente, com
uma estrutura específica em mãos, eventos já passados parecem
combinar (coerir), como se tivessem sido modelados. A combinação
(coerência) é em parte um artefato da atenção seletiva: em parte,
também, é o artefato de ações que por si mesmas se transformam
em hábitos, padrões e rotinas. Não é pelo fato de que a coerência
seja submodelada. Antes, a fonte da coerência na modelagem
repousa em outro lugar que não a intenção. Não houve uma transição
da imaginação, através da intenção, para a execução. Em vez disso,
38
houve uma interpretação imaginativa da execução que atribui
coerência suficiente à execução, de modo que ela pudesse facilmente
ser confundida com a intenção.”
Hoje, a Fundação Casa de Rui Barbosa é uma belíssima e produtiva
instituição, no âmbito no Ministério da Cultura. E, se os cânones mais correntes
da modelagem organizacional fossem tomados como referência, o diretor
executivo que a ajudou a ter forma e expressão, Irapoan Cavalcanti, poderia
ser equivocadamente reverenciado por virtudes outras que não foram as que o
ajudaram a construir a instituição.
39
CONCLUSÃO
Esta monografia tem a intenção de contribuir com informações que
demonstrem o papel do administrador para o desenvolvimento do serviço
público e para a eficiência empresarial, principal da Escola de Enfermagem
Aurora de Afonso Costa.
Ao apresentar a conceituação de Serviço Público, Universidade Federal
Fluminense, Escola de Enfermagem e Administradores, bem como as suas
respectivas interações, a monografia pretende incentivar a necessidade de
interação dos administradores para harmonizar e reforçar o potencial presente
e futuro.
Porém, diante de um novo cenário competitivo, atores públicos devem
incentivar um modelo de serviço público capaz de gerar rendimentos de escala
mediante a promoção da excelência do atendimento ao aluno e da utilização
racional dos serviços das Escolas disponíveis.
Assim, o estímulo ao desenvolvimento da Universidade deve passar,
necessariamente, por iniciativas que estimulem o desenvolvimento e a
implementação dos administradores segundo suas vocações produtivas
buscando, desta forma, proporcionar crescimento educacional com eficiência
empresarial e uso racional dos recursos disponíveis.
Portanto, a gestão eficiente e eficaz do administrador só pode ser
alcançada com a condução de projetos de desenvolvimento das Escolas no
sentido tanto de valorizar administradores presentes, quanto de serem capazes
de gerar excelência na gestão na prestação dos serviços públicos.
Tanto Idalberto Chiavenato quanto os demais autores citados neste
trabalho abordaram as disfunções da Teoria da Burocracia e uma delas foi
descrita no estudo de caso acima citado. Onde o autor cita no texto: “Os
caminhos da burocracia são longos, cheios de obstáculos e impessoais”.
Sendo essa, uma das características da teoria da burocracia, uma vez que o
foco é voltado no cumprimento do processo e não no resultado da tarefa.
40
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(621 páginas)
SCELZA CAVALCANTI, Bianor. O Gerente Equalizador. Estratégias de Gestão
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