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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
CRECHE / ESCOLA:
LEGALIZAÇÃO, ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO.
Por: Kátia Cristina Siqueira de Avilla Mendes
Orientadora
Profª. Mary Sue
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
CRECHE:
LEGALIZAÇÃO, ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO.
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para conclusão do
curso de pós graduação “Lato Sensu” em
Administração e Supervisão escolar.
Por: . Kátia Cristina Siqueira de Avilla Mendes.
3
AGRADECIMENTOS
....ao meu Deus maravilhoso que a
cada dia mais me inspira a continuar
acreditando no meu sonho de abrir
uma creche, e aos meus familiares e
amigos.
4
DEDICATÓRIA
.....dedico ao meu marido Henrique, que
me ajudou bastante nesse período,
dedico também a minha mãe Marialva e
minha filha Giovana...
5
RESUMO
O trabalho tem como objetivo apresentar as principais etapas e
exigências para legalização de uma creche/escola. Serão abordadas as
Legislações pertinentes, as etapas para legalização, a realização da pesquisa
de campo na concorrência e a escolha do local. Bem como, a estrutura de uma
Creche/ escola, divisão das turmas e grupamentos, sua infra-estrutura física,
material e humana.
Também serão mencionados os investimentos necessários para o
sucesso do empreendimento, desde o momento de sua abertura até o
funcionamento da instituição. As principais ações realizadas e estratégias de
marketing.
Como se dá o período de matrículas, contratos e documentações
necessárias. As listas de materiais das crianças. Até chegar à relação da
escola com a família visando sempre o bem do aluno. Onde será comentado o
período de adaptação da criança e as entrevistas de anamnese que facilitam o
processo.
METODOLOGIA
6
Para discutir o assunto foram realizadas pesquisas em livros, revistas e
sites sobre o assunto, e também informações e legislações pertinentes junto a
CRE da região, bem como visitas em creches para verificar a estrutura
apresentada por estas instituições.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Etapas e exigências para Legalização 10
CAPÍTULO II – A estrutura da creche /escola 21
CAPÍTULO III – A abertura e o funcionamento da creche / escola 32
CONCLUSÃO 45
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 46
ÍNDICE 48
FOLHA DE AVALIAÇÃO 50
8
INTRODUÇÃO
Sabe-se que nos dias de hoje o papel da mulher mudou muito, e a
estrutura das famílias também. Portanto, cada vez mais as mulheres estão
precisando ausentar-se de seus lares para exercer suas atividades
profissionais, por necessidades financeiras ou também pela realização pessoal
e profissional. E no momento da maternidade, algumas abrem mão da vida
profissional em função da família, e outras com o coração muito apertado
resolvem seguir em frente e tentar conciliar os dois papéis.
Surge então a grande dúvida sobre onde deixar seus filhos. Qual será
a decisão mais apropriada? Deixar com um familiar, contratar uma babá ou
optar por uma creche/escola. Na grande maioria dos casos a decisão das
famílias tem sido pela creche/escola, pois além dos cuidados básicos com a
higiene e a alimentação, eles sabem que seus filhos terão o apoio de uma
equipe especializada e que poderão desenvolver toda parte educacional e
pedagógica da criança desde os primeiros meses de vida.
Ao deparar-se com essa necessidade da sociedade, cresce então nas
grandes cidades o número de instituições que desempenham o papel de
creche/ escola, instituições estas, responsáveis pela primeira etapa da
educação de uma criança, e talvez a etapa mais importante, designada como
“educação infantil”, que abrange o atendimento para faixas etárias de 0 a 5
anos e 11 meses.
Em busca da obtenção de conhecimentos aprofundados sobre as
etapas que precisam ser seguidas para legalização, estruturação e
funcionamento de uma nova creche/escola, o trabalho em questão tem como
objetivo aprofundar-se nesse mundo fantástico da educação infantil e
esclarecer as principais dúvidas que permeiam o assunto.
9
Sendo de fundamental importância conhecer as principais legislações
necessárias para abertura do estabelecimento, as dificuldades encontradas no
que diz respeito a toda burocracia para legalização, bem como os desafios a
serem superados para atingir esse objetivo de abrir e legalizar uma creche /
escola.
Portanto, essa decisão só deve ser tomada por pessoas realmente
interessadas na área, que gostem de educação infantil e que tenham em
mente atingir objetivos que vão muito além dos financeiros, pois verdadeiros
educadores amam o que fazem e fazem porque amam.
Essa escolha não é apenas um projeto profissional, é um projeto de
vida para quem o faz, pois a dedicação de um diretor de escola deve ser muito
grande para obtenção do sucesso da instituição privada em um mercado que
cresce muito, e, portanto tudo vai depender do papel desempenhado por ele.
Nessa concepção, é, portanto de fundamental relevância abordar
assuntos sobre como devem ser a estrutura física e as instalações; os recursos
matérias e humanos necessários, as estratégias de marketing para divulgação
da instituição, o período de matrículas dos alunos e as documentações
necessárias, até chegar na rotina de funcionamento da creche. Bem como, os
horários das atividades propostas, e como se dá o período de adaptação da
criança e da família, entre outros assuntos referentes ao bom funcionamento
da creche / escola.
CAPÍTULO I
10
ETAPAS E EXIGÊNCIAS PARA LEGALIZAÇÃO
A educação infantil durante muitos anos foi um assunto deixado de lado
pela sociedade, devido ao fato de estar associada a um aspecto
assistencialista, relacionado diretamente com as mães operárias que
precisavam deixar seus filhos para buscarem o sustento das famílias. Porém a
sociedade mudou, e o formato das famílias também. Hoje as mulheres ocupam
cada vez mais os postos de trabalho antes ocupados apenas pelos homens, e
o que verificamos atualmente é uma crescente entrada da mulher (e mãe) no
mercado de trabalho, seja pela busca da realização pessoal e profissional, ou
pela necessidade de complementação da renda familiar.
A realidade é que, existe atualmente uma grande demanda e
necessidade de crescimento de instituições educacionais que assumam o
papel de “creches e escolas de educação infantil”, principalmente com horário
integral, para que as famílias possam ser atendidas.
Porém, na prática a realidade é bem diferente, o que ocorre é que o
governo não oferece creches suficientes para atender a população, e quando
oferece, estas na sua maioria ficam localizadas em comunidades ou locais de
risco, dificultando o acesso para a população.
Restando então para estas famílias, mesmo que sem muitas condições
financeiras, optarem por uma creche/ escola privada, que também em muitos
casos, possuem instalações inadequadas e mais se parecem com depósitos
de crianças.
11
O desafio então é propor para as famílias um local adequado,
agradável, confiável, de fácil acesso e com um preço razoável para as
condições da população da zona norte do município do rio de Janeiro.
O primeiro passo então para abertura de uma creche/ escola, é buscar
informações sobre as legislações que regem o assunto para que a instituição
comece suas atividades de maneira correta, baseada nas diretrizes legais, pois
uma escola legalizada é o que toda criança precisa e merece por direito.
1.1 - Legislações pertinentes
A Constituição de 1988 representou um grande avanço, ao estabelecer
como dever do Estado, por meio dos municípios, a garantia à Educação Infantil
para todas as crianças, independente das condições financeiras da família.
Essa conquista da sociedade significou uma mudança na concepção geral de
educação infantil e resultou no início de muitas mudanças que ainda estão
ocorrendo sobre esse assunto.
A Educação Infantil deixava então de ser considerada “caridade”,
oferecida como assistencialismo para crianças carentes, para se transformar,
ainda que apenas legalmente, em “obrigação” do Estado e “direito da criança”.
Na Constituição Federal, o artigo 205 determina que a educação é
direito de todos e dever do Estado e da família. O artigo 208 estabelece que
esse direito será efetivado mediante a garantia de diferentes níveis e etapas
educacionais, dentre as quais a educação infantil, ofertada em creches e pré-
escolas às crianças de até seis anos de idade.
A Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, é o documento legal que
dispõe sobre as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Nos artigos 29 e 30,
12
que tratam especificamente da educação infantil, comenta-se que a primeira
etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da
criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico,
intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. E diz
que a educação infantil será oferecida em: I – creches, ou entidades
equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II – pré-escolas, para as
crianças de quatro a seis anos de idade.
É de fundamental relevância destacar também a DELIBERAÇÃO
E/CME Nº 15 DE 29 DE MAIO DE 2007 que fixa normas para autorização de
funcionamento de instituições privadas de Educação Infantil, no Sistema de
Ensino do Município do Rio de Janeiro, que em seu Capítulo II, Art 6º cita que:
A Educação Infantil tem como objetivos proporcionar condições adequadas
para promover o bem-estar da criança, seu desenvolvimento físico, motor,
emocional, intelectual, moral e social, a ampliação de suas experiências e
estimular o interesse da criança pelo processo do conhecimento do ser
humano, da natureza e da sociedade. Dadas as particularidades do
desenvolvimento da criança de zero a 5 (cinco) anos e 11 (onze) meses, a
Educação Infantil cumpre duas funções indispensáveis e indissociáveis: educar
e cuidar.
Partindo então de todas essas considerações, citadas na Constituição,
na LDB e na Deliberação 15 / 2007 RJ, pode-se ressaltar que a educação
infantil é um direito da criança, e sendo esse um direito, ela deve ser atendida
por uma instituição séria e comprometida com essa fase primordial do
desenvolvimento infantil que compreende os primeiros anos da vida de uma
criança.
Os dois principais pilares devem ser o “Educar e o cuidar”, que não
podem andar separados. Toda e qualquer atividade desenvolvida em uma
creche/ escola devem estar sempre pautadas nessas duas considerações.
13
Como o estudo se delimita na região da zona norte do município do Rio
de Janeiro, toda a pesquisa será direcionada pela DELIBERAÇÃO E/CME Nº
15 DE 29 DE MAIO DE 2007, que fixa normas para autorização de
funcionamento de instituições privadas de Educação Infantil, no Sistema de
Ensino do Município do Rio de Janeiro, bem como através de consultas e
pesquisas nas CRE’s da 3ª e da 5ª região.
1.2 - Etapas para legalização
A primeira etapa para iniciar a legalização de uma creche/ escola
consiste em uma busca prévia sobre a legislação pertinente, e o segundo
passo é a pesquisa por informações junto a CRE da região.
A informação prestada pela 3ª CRE, é que todas as orientações
encontram-se na DELIBERAÇÃO E/CME Nº 15 DE 29 DE MAIO DE 2007. E
que o passo seguinte para o futuro proprietário de uma creche/escola, é buscar
um local apropriado, fazer todas as adaptações necessárias e retornar na CRE
para dar entrada ao processo de abertura, que deverá ocorrer com um prazo
de pelo menos 120 dias antes do início das atividades escolares.
Deve-se também apresentar o contrato de aluguel com prazo de 3 anos
e no mínimo 2 anos para utilização do imóvel após a autorização de
funcionamento, ou a escritura do imóvel próprio.
Após esse procedimento e entrega de todas as outras documentações
necessárias, um fiscal irá até o local inspecionar e solicitar qualquer ajuste que
se fizer necessário, paralelo a isso, será necessário a busca na junta comercial
e outros órgãos competentes para abertura de uma empresa.
A informação prestada pela CRE sobre a equipe inicial para abertura da
creche / escola, foi que nos meses iniciais enquanto a instituição não tem um
14
volume grande de crianças, o que se fazia necessário, é que além da diretora,
deveria haver uma coordenadora (com formação em curso normal ou
pedagogia), que também poderia revezar o turno com a diretora e alternar
sendo professora no outro turno. Além dessas duas profissionais, uma
cozinheira/serviços gerais e uma berçarista. Após a formação das turmas, e
conforme o número de alunos fosse crescendo, iriam sendo contratadas outras
profissionais para equipe, sempre respeitando o que é determinado em relação
ao número de crianças / profissionais.
É necessário também contratar um contador ou despachante para
legalizar a empresa nos seguintes órgãos:
-Junta Comercial;
-Secretaria da Receita Federal (CNPJ);
-Secretaria Estadual de Fazenda;
-Secretaria Municipal de Educação;
-Prefeitura do Município para obter o alvará de funcionamento;
-Enquadramento na Entidade Sindical Patronal (empresa ficará obrigada a
recolher por ocasião da Constituição e até o dia 31 de
janeiro de cada ano a Contribuição Sindical Patronal);
-Cadastramento junto à Caixa Econômica Federal no sistema “Conectividade
Social – INSS/FGTS”;
-Corpo de Bombeiros Militar.
1.3 - Pesquisas de campo na concorrência e escolha do local
Considerando que este é um projeto que não nasce de uma hora para
outra, e que já existe há aproximadamente 10 anos, é fácil constatar que
muitas informações já foram buscadas, de maneira formal através de consultas
em órgãos competentes, e de maneira informal através de conversas com
pessoas da área e donos de creches.
15
E o que ficou nítido é que existem prós e contras que permeiam a
decisão de abrir uma creche/escola. Alguns deles são elencados abaixo e
devem permear as idéias de futuros administradores e proprietários de creche:
• A dificuldade em começar um negócio do zero, sem alunos e sem
nenhuma garantia de quanto tempo se leva para conseguir um
número considerável de crianças para manter o funcionamento da
creche/ escola. Mas, que sendo analisado pelo lado otimista, todas
as creche/escola quando começaram passaram por isso, e será um
fator determinante, o planejamento prévio e um orçamento que
considere um bom capital de giro para o período inicial quando ainda
não se tem quase nenhum lucro.
• A compra de uma creche/ escola em funcionamento pode ser uma
idéia, porém existem fatores que devem ser levados em
consideração, como a cultura da escola anterior, de seus
funcionários com vícios e dos pais que iriam a todo o momento
comparar as duas formas de administrar. Além de correr o risco de
assumir dívidas anteriores, trabalhistas e etc. E também a dificuldade
de reverter uma imagem negativa que pode ter ficado na região com
relação à direção anterior.
• A região escolhida, que apesar de ser um local bom e de fácil acesso
na zona norte do RJ, é também um local onde a maioria das
creches/ escola possui um preço baixo, e também uma qualidade
baixa, com instalações improvisadas e muito desgastadas. O desafio
seria atrair a clientela exigente, que busca qualidade e confiança e
que aceita pagar um pouco mais, porém tendo em vista um
atendimento diferenciado para seus filhos. A escolha de outra região,
não seria a melhor saída, pois os outros bairros onde pode ser
cobrado um valor maior na mensalidade, já estão com um número
16
grande de concorrentes e que possuem boas instalações e nome no
mercado, o que seria um fator dificultador para o crescimento de
uma nova creche/escola totalmente desconhecida.
• Existe também uma dúvida sobre o imóvel, se é mais viável comprar
uma casa e entrar em um financiamento imobiliário, ou iniciar apenas
com um imóvel alugado. Pois o bom do financiamento é que o valor
da prestação é bem próximo a de um aluguel, e que se tem toda
liberdade para realizar obras, melhorias e adaptações no imóvel.
Porém o lado ruim é que para comprar uma casa, é necessário
dispor de uma quantia muito maior, pois é preciso dar uma entrada
para financiar o resto, o que não ocorre no caso do aluguel. Mas, que
por outro lado se correria o risco do proprietário pedir o imóvel depois
de alguns anos.
• A última dúvida está diretamente relacionada com a escolha da
equipe de profissionais, e duas dúvidas surgem: Seria melhor o
empreendedor entrar sozinho no negócio, ou buscar uma sociedade?
Esse sócio poderia também ser o coordenador.
Retornando então ao assunto sobre a escolha do local, a pesquisa da
concorrência é um fator muito importante para o sucesso da Creche/ escola. A
localização ideal tem sido em bairros residenciais. Onde o futuro
empreendedor precisará analisar os imóveis disponíveis no bairro, o poder
aquisitivo da população local, o número de concorrentes e a qualidade dos
serviços oferecidos por eles e optar pelo imóvel que possua características
para a instalação e possibilite futuras ampliações.
Os espaços são planejados de acordo com o projeto pedagógico da
creche/escola. E devem conter uma estrutura básica que contemple pelo
menos os seguintes espaços abaixo:
17
• espaço para recepção dos pais e das crianças;
• salas para professores e para os serviços administrativo-pedagógicos e de
apoio;
• salas para atividades das crianças, com boa ventilação e iluminação;
• instalações sanitárias completas adaptadas para crianças e outras
separadas para os adultos;
• berçário provido de berços individuais, de área livre para movimentação das
crianças, de locais para amamentação e para higienização, com balcão e
pia, e de espaço para o banho de sol das crianças;
• área coberta para atividades externas, compatível com a capacidade de
atendimento por turno, da instituição;
• copa e cozinha.
Conhecer o mercado é fundamental na análise de viabilidade de um novo
empreendimento. Alguns questionamentos precisam ser respondidos. Por
exemplo:
• Quem são os concorrentes?
• Quais seus pontos fortes e fracos?
• Onde estão localizados?
• Quais os valores que praticam em suas mensalidades?
Independente de dados e estatísticas sobre o assunto, a avaliação do
mercado concorrente depende diretamente do empenho do empreendedor em
conhecer pessoalmente os potenciais concorrentes. Visitá-los e até mesmo
simular que é um responsável por uma criança querendo buscar uma
creche/escola.
Essa é a melhor estratégia para identificar características já existentes
nas outras creches, a qualidade em seus atendimentos e os espaços físicos,
para poder então oferecer diferenciais que possibilitem maior competitividade.
18
Iniciando então esse trabalho de campo, o foco foi visitar todas as
creches da região de Cascadura, Quintino e Piedade, que são os bairros
escolhidos para implementação do negócio.
Foram visitadas e mapeadas a seguir (no mapa da região) as 14
Instituições (creche/escola) que poderiam ser os potenciais concorrentes.
Mapeamento das creches visitadas (Cascadura / Quintino e Piedade):
Após a pesquisa da concorrência, foi mapeada essa localização das
creches visitadas para melhor facilitar a visualização, e escolha do possível
local para implementação da creche escola na região.
19
Existem vários padrões nessa região, apenas poucas creches de
qualidade e com um preço maior, mas a grande maioria das creches como
depósitos de crianças, com locais inadequados e muito improvisados, turmas
agrupadas para diminuir o número de professoras, e algumas que não
contavam com professoras especializadas, possuíam apenas berçaristas e
auxiliares sem formação apropriada.
Existe de tudo, creches sérias, mas sem recursos financeiros, e creches
ainda na ilegalidade.
E por incrível que pareça, uma das creches mais bonitas e bem
estruturadas, foi também a que se apresentou mais inadequada pelo mau
atendimento. Começando pelo diretor super antipático, e chegando até as
berçaristas tratando as crianças como produtos em uma linha de produção,
sendo manuseadas mecanicamente sem nenhum carinho, deixando
totalmente de lado o fato de que a creche deve ser um lugar prazeroso, e
todas as atividades desde o banho até a troca de fraldas devem ser
permeadas pelo cuidar e educar. Como afirma Gilda Rizzo, ao dizer que uma
creche deve ser:
“Um direito da mulher e da criança. Dar proteção àquela é
garantir-lhe um lugar especial, que deseje ficar com esta,
disposta e disponível para aceita-la com seus choros,
fraldas e sorrisos. Um local onde se ofereçam segurança
física e mental e estimulação do seu potencial humano
integral.” (RIZZO, 2010, p.15)
Visto esta afirmação, é importante concluir que independente de um
espaço físico luxuoso, o mais valioso para a criança (que passará muitas vezes
até 12 horas de seu dia nesse ambiente), será a afetividade, o carinho e a
atenção, e que nesse espaço físico “bonito” que foi observado anteriormente,
não ocorria infelizmente.
20
CAPÍTULO II
A ESTRUTURA DA CRECHE / ESCOLA
O primeiro passo que se deve pensar antes de tirar a idéia do papel é a
realização de um planejamento. E alguns aspectos devem ser levados em
consideração para ajudar a nortear todo o trabalho.
21
São eles a divisão dos grupos de crianças e turmas, os seus recursos
necessários sejam eles humanos, físicos ou materiais e quais os investimentos
necessários para o negócio ser bem sucedido.
Será analisado a seguir detalhadamente cada um desses fatores,
sempre baseados nas legislações pertinentes sobre o assunto.
2.1 - Divisão das turmas e grupamentos
Para um futuro gestor e proprietário de creche / escola começar a
pensar em seu espaço físico, faz-se necessário analisar como será sua divisão
de turmas e grupamentos de crianças para que o mesmo saiba qual será o
melhor imóvel. Imóvel esse, que atenda toda a necessidade de salas e
espaços físicos adequados para um ambiente escolar.
De acordo com a DELIBERAÇÃO E/CME Nº 15 DE 29 DE MAIO DE
2007 que fixa normas para autorização de funcionamento de instituições
privadas de Educação Infantil, no Sistema de Ensino do Município do Rio de
Janeiro, em seu Art. 3º Comenta-se que a Educação Infantil será oferecida em
creches para crianças de até 3 (três) anos e onze meses de idade e pré-
escolas, para crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos e 11 (onze) meses.
A modalidade creche organiza-se, conforme a faixa etária de zero até 11
(onze) meses no Berçário I, de 1 (um) ano até 1 (um) ano e 11 (onze) meses
no Berçário II, de 2 (dois) anos até 2 (dois) anos e 11 (onze) meses no
MaternaI I, e de 3 (três) anos até 3 (três) anos e 11 (onze) meses no Maternal
II.
A modalidade pré-escola denomina-se, conforme a faixa etária de 4
anos até 4 anos e 11 meses na Pré-Escola I, e de 5 anos até 5 anos e 11
meses na Pré-Escola II.
22
Para que ocorra a correta divisão de grupamentos de crianças,
considerando a faixa etária e a relação profissional / criança, faz-se necessária
a observação do que se determina na DELIBERAÇÃO E/CME Nº 15 sobre o
assunto em seus Art. 12 e 13, que citam os critérios para a organização de
grupos que decorrerão das especificidades do Projeto Político-Pedagógico,
atendida a seguinte relação criança/profissional, considerando professor e
auxiliar:
Na faixa etária de zero a um ano e onze meses, para cada grupo com o
máximo de vinte quatro crianças, em espaços físicos distintos ou não, um
professor, exigindo-se um auxiliar para cada grupo de até seis crianças.
Na faixa etária de dois anos até dois anos e onze meses, para cada
grupo com o máximo de vinte quatro crianças, em espaços físicos, distintos ou
não, um professor, exigindo-se um auxiliar para um grupo de até quinze
crianças e dois auxiliares a partir da décima - sexta criança.
Na faixa etária de três anos até três anos e onze meses, para cada
grupo com o máximo de vinte quatro crianças, em espaços físicos, distintos ou
não, um professor, exigindo-se um auxiliar para um grupo de até vinte crianças
e dois auxiliares a partir da vigésima - primeira criança.
Na faixa etária de quatro anos até cinco anos e onze meses, para cada
grupo com o máximo de vinte e cinco crianças, em único espaço físico, um
professor.
Se tratando de atividades em espaços físicos diferentes, a entidade
deverá prover auxiliares, de modo que seja mantida em cada um deles, pelo
menos um profissional, considerando a atuação do professor em um dos
grupos e de um auxiliar em cada grupo formado.
23
As instituições podem optar por funcionamento com grupos compostos
por crianças de faixas etárias diferentes na modalidade creche e, também, na
modalidade pré-escola, obedecendo a relação profissional/criança
correspondente a menor faixa etária.
Caberá então ao gestor analisar suas condições e objetivos para que
possa determinar a quantidade de turmas que oferecerá.
Uma opção viável, é inicialmente enquanto o número de alunos é
reduzido, trabalhar com turmas mistas de faixas etárias, considerando sempre
na relação de alunos/ professor com a de menor faixa etária.
O que se observa geralmente em escolas menores é a seguinte divisão:
- Berçário (crianças de 4 meses até 1 ano e 11 meses)
- Maternal (crianças de 2 anos até 3 anos e 11 meses)
- Pré-escola (crianças de 4 anos até 5 anos e 11 meses)
Nessa situação, de uma escola menor a necessidade seria de apenas
três salas de aula amplas e 3 professoras e demais auxiliares conforme o
número de alunos.
Porém o ideal é que as escolas sejam estruturadas com turmas
separadas conforme a legislação, e que é a melhor maneira para os
profissionais desenvolverem um trabalho focado nas necessidades das
crianças com a mesma faixa etária.
A divisão fica então da seguinte forma:
- Berçário I (crianças de 4 meses até 11 meses)
- Berçário II (crianças de 1 ano até 1 ano e 11 meses)
- MaternaI I (crianças de 2 anos até 2 anos e 11 meses)
24
- Maternal II (crianças de 3 anos até 3 anos e 11 meses)
- Pré-Escola I (crianças de 4 anos até 4 anos e 11 meses)
- Pré-Escola II (crianças de 5 anos até 5 anos e 11 meses)
É importante ressaltar também que quando as turmas são divididas
dessa forma, a escola acaba transmitindo uma imagem melhor de
profissionalismo, organização e segurança para os pais, sobre o trabalho que é
desenvolvido pela escola.
Porém como tudo na vida, existe sempre os prós e os contras nas duas
situações. E é bom destacar que quando as turmas são mistas com várias
faixas etárias, o lado positivo disso é a interação das crianças menores com as
maiores, visto que a criança aprende muito pela observação e imitação, e o
desenvolvimento acaba sendo muito mais rápido. A dificuldade nesse caso, é
na organização da rotina e atividades levando em consideração as diferenças
de idade.
2.2 - Infra-estrutura
2.2.1 – Estrutura Física
Toda creche/escola, independente de seu porte, deve apresentar no
mínimo alguns espaços que são necessários e indispensáveis como, por
exemplo:
- Uma recepção para os pais entregarem e buscarem seus filhos com
cobertura para proteção em dias de chuva. E uma boa dica que valoriza e não
encarece muito, é reservar um espaço para estacionamento de carrinhos de
bebê.
25
- Uma sala de serviços administrativo/pedagógico da escola para o
trabalho de secretaria e uma sala para professores.
- Uma cozinha para o preparo da alimentação das crianças que ficam
em período integral. A utilização de uma copa ou refeitório é opcional e cada
instituição deve avaliar seu espaço disponível. Porém esse espaço é muito
interessante para criação de hábitos para as crianças, como sentar-se a mesa
para as refeições.
- Banheiros para adultos e outros para crianças com vasos sanitários e
pias adaptados ao tamanho, e considerando a capacidade de banheiros de
acordo com o número de alunos.
- Salas para atividades das crianças, com boa ventilação e iluminação,
mesas e cadeiras pequenas, estantes, brinquedos e recursos como TV e Dvd.
- Berçário provido de berços individuais, de área livre para
movimentação das crianças, piso acolchoado e local para higienização, com
balcão, trocador e pia.
- Área coberta para atividades externas, compatível com a capacidade
de atendimento por turno, da instituição e pátio aberto com área verde e
árvores bem como parquinho com piso apropriado e brinquedos que ofereçam
segurança para as crianças.
Um exemplo de planta de creche/escola seria a seguinte, levando em
consideração uma casa de um único andar e com um bom quintal sendo
adaptada para uma creche conforme a figura abaixo:
26
2.2.2 – Estrutura Material
Além da adaptação de uma casa, obras e modificações, é importante
pensar nos materiais que serão necessários para execução de um bom
trabalho na creche/escola.
Para iniciar o negócio com qualidade e garantir a confiança e
credibilidade das famílias, é importante um investimento em bons materiais
com qualidade e que terão uma vida útil muito maior.
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Basicamente são os seguintes materiais necessários:
- Computadores para equipe administrativa e pedagógica;
- Impressora;
- Fax e aparelhos telefônicos;
- Interfone/campainha e se possível sistema de câmeras;
- Arquivo para documentações;
- Estantes, mesas e cadeiras, para recepção e secretaria;
- Bancos para recepção e sala de espera dos pais;
- Mural e quadro de avisos;
- Fogão;
- Geladeira e freezer;
- Filtros de água;
- Utensílios de cozinha;
- Cadeirão para refeição dos bebês;
- Banheiras com trocador;
- Bebê conforto e cadeirinhas;
- Aparelhos de ar condicionado e ventiladores;
- Berços e colchões;
- Jogos de Mesinhas e cadeirinhas;
- Cabideiros para mochilas e bolsas;
- TV, DVD e rádio;
- Brinquedos pedagógicos;
- Brinquedos para parquinho.
2.2.3 – Estrutura Humana
Os profissionais necessários para compor a equipe de uma creche /
escola são de uma maneira geral os descritos abaixo:
28
- Diretor (pedagogo ou com especialização em administração escolar);
- Coordenador;
- Cozinheira;
- Auxiliar de serviços gerais;
- Berçaristas;
- Professoras;
- Auxiliares de turma;
- Professora de Educação física;
- Nutricionista;
- Psicóloga;
- Contador.
Tendo como exemplo uma creche/escola com aproximadamente, 40
crianças matriculadas, pode-se apresentar a seguinte equipe:
- 1 Diretor Pedagógico;
- 1 Diretor administrativo;
- 1 Coordenador;
- 6 Professoras;
- 6 Auxiliares de turma;
- 4 Berçaristas;
- 1 Cozinheira;
- 1 Auxiliar de serviços gerais;
- 1 Nutricionista (uma vez na semana);
- 1 Professora de Educação física (uma vez na semana);
- 1 Psicóloga (uma vez na semana);
- 1 Contador (prestador de serviços).
É importante também mencionar uma situação onde o novo
empreendedor está iniciando sua creche/escola a partir do zero, e ainda irá
receber seus primeiros alunos. Levando em consideração uma equipe de
29
profissionais que não vai onerar muito, e que pode crescer de acordo com o
número de alunos matriculados.
- 1 Diretor Pedagógico / administrativo;
- 1 Coordenador (que pode ser também professor no turno da
escolaridade);
- 1 Professora;
- 1 Berçarista;
- 1 Cozinheira / auxiliar de serviços gerais;
- 1 Contador (prestador de serviços).
2.3 - Investimentos necessários
Antes de desembolsar o primeiro centavo é recomendável pesquisar,
estudar e relacionar todas as despesas que terá, por exemplo: com imóvel,
instalações, equipamentos, contratações de serviços e de empregados,
treinamento, documentação, legalização etc.
Por mais minuciosa que seja a definição dos gastos que comporão o
investimento inicial, deve-se ter a clareza de que, quando iniciar a montagem
da creche/escola, surgirão situações de gastos que não foram imaginadas
antes, portanto, será necessária a reserva de uma boa quantia de dinheiro
para estes imprevistos.
É preciso lembrar também do “capital de giro”, isto é, do dinheiro que
precisará para pagar empregados, aluguel e despesas com o imóvel, luz,
telefone etc., nos primeiros meses de operação e, também, como reserva de
capital para suportar períodos iniciais com baixo número de crianças.
É de fundamental importância ter certeza de quanto vai gastar para
montar a empresa, e quando terá que efetuar cada pagamento.
30
Levar em consideração também, obras para adaptação, mobiliários,
capital de giro e custos fixos são orientações super importantes para que o
novo negócio seja sólido e bem planejado e não venha a falir nos primeiros
anos.
Quanto menores os custos, maior a chance de ganhar no resultado final
do negócio.
Os custos para abrir uma escola infantil/creche devem ser estimados
considerando-se os itens abaixo:
- Salários e encargos;
- Tributos, impostos, contribuições e taxas;
- Aluguel;
- Água, luz, telefone e acesso à internet;
- Serviços de limpeza, higiene, manutenção e segurança;
- Assessoria contábil;
- Alimentação e materiais utilizados no processo pedagógico;
- Materiais de consumo na área administrativa;
- Propaganda e publicidade da empresa;
- Honorários de profissionais contratados.
31
CAPÍTULO III
A ABERTURA E O FUNCIONAMENTO DA CRECHE /
ESCOLA
3.1 - Estratégias de marketing
Administrar uma creche/escola é algo que exige muita criatividade e
agregação de valor constante. É necessário estar atento para as novas
tendências. Pode-se agregar valor mediante a oferta de outros serviços como
transporte escolar, cardápios balanceados, aulas de línguas, balé, esportes,
música (a escola poderá fazer convênios com outras empresas para oferecer
esses serviços).
32
Os meios para divulgação de uma creche/escola variam muito, porém, a
imagem e a reputação da escola são fundamentais, pois a principal forma de
divulgação é através da propaganda boca a boca onde um indica o outro.
Outras formas de divulgação que poderão ser utilizados são anúncios em
jornais, outdoor, internet, letreiros luminosos, busdoor, site da creche/escola,
redes sociais, folders, divulgação em maternidades e consultórios pediátricos.
.
A propaganda no período da matrícula é extremamente importante, com a
distribuição de panfletos e colocação de faixas de boa qualidade na fachada
da escola. No entanto, não se deve concentrar a divulgação somente nesse
período. É importante montar um cronograma de marketing cobrindo várias
datas importantes, onde haja concentração de possíveis clientes.
É fundamental investir na qualidade no atendimento ao cliente, na
qualidade do serviço, no ambiente agradável, em profissionais atenciosos,
respeitosos e interessados, além de comodidades adicionais como
estacionamento. A presença do proprietário em tempo integral também é
fundamental para o sucesso da creche/ escola, pois transmite muita confiança
para os pais.
3.2 - Períodos de matrículas
Diferentemente de uma escola padrão, o seguimento de creche/escola,
não fica condicionado a um período do ano para matrículas, pois não depende
do calendário escolar, mas sim da necessidade da família que busca por este
serviço.
Geralmente no quarto mês de vida do bebê, as mães trabalhadoras
precisam retornar para suas atividades profissionais, e buscam por uma creche
onde seus bebês fiquem acolhidos respeitando os cuidados com higiene e
33
saúde além da afetividade. Devido a este fato, é de fundamental importância
que o futuro empreendedor invista preferencialmente na estrutura do Berçário,
pois essa será a porta de entrada para futuras crianças na maioria dos casos.
3.2.1 – Contrato e documentações necessárias
Ao matricular uma criança em uma instituição de ensino, algumas regras
precisam ser respeitadas, e todos esses parâmetros, serão informados através
de um contrato de prestação de serviços, que pode ser anual ou semestral.
Neste documento, constaram informações sobre valores, prazos,
multas, cancelamentos, normas e diretrizes do trabalho da creche/escola.
É necessário também que o responsável apresente uma relação de
documentos que ficarão arquivados na pasta do aluno, tais como:
• Certidão de nascimento (cópia autenticada).
• Cópia da carteira de identidade e CPF dos responsáveis (pai, mãe e
responsáveis financeiros).
• Cópia da carteira do plano de saúde.
• Cópia da carteira de vacinação.
• Cópia do Comprovante de Residência.
• 1 (uma) foto 3x4.
• Identificação do grupo sangüíneo e fator Rh.
• Exame médico – Prática de atividades curriculares e extracurriculares.
• Exame de acuidade visual e auditiva.
3.2.2– Lista de material
A lista de material é algo que toda instituição privada solicita para o bom
desenvolvimento das atividades propostas para as crianças. Além da lista de
material individual, é normal que no início do ano letivo, os responsáveis
34
recebam a lista de materiais coletivos, como papéis, brinquedos, massinhas e
etc...
As listas de materiais individuais costumam ser divididas pelo
seguimento em que a criança está, e a seguir encontram-se alguns exemplos:
MATERIAL ESCOLAR INDIVIDUAL DO BERÇÁRIO I e II
_ Agenda Escolar adquirida na secretaria
_ Mochila
_ Bolsa higiênica
_ Merendeira / Lancheira
_ Avental plástico para pintura
_ Pasta polionda
_ Caixa de lenço de papel
_ Lenços Umedecidos
_ Pente ou escova de cabelo
_ Condicionador
_ Xampu
_ Pomada contra assadura
_ Mamadeira ou Copo plástico c/ tampa
_ Sabonete
_ Saboneteira
_ Creme dental
_ Escova de dente c/ protetor
_ Toalha(s) de banho
_ Lençol com elástico
_ Babador
_ Caixa de cotonetes
_ Pacote de algodão
_ Pacote de fraldas descartáveis
_ Chupeta
_ Conjuntos completos de roupas (diariamente)
35
_ Fronha
_ Travesseiro
MATERIAL ESCOLAR INDIVIDUAL DO MATERNAL I e II
_ Agenda escolar adquirida na secretaria
_ Merendeira / lancheira
_ Mochila
_ Avental plástico para pintura
_ Pasta Polionda
_ Pente ou escova de cabelo
_ Sabonete
_ Saboneteira
_ Condicionador
_ Xampu
_ Copo plástico
_ Toalha(s) de banho
_ Lençol com elástico
_ Creme dental
_ Toalhinha(s) de mão
_ Escova de dente c/ protetor
MATERIAL ESCOLAR INDIVIDUAL DA PRÉ-ESCOLA I e II
_ Agenda escolar adquirida na secretaria
_ Merendeira / lancheira
_ Mochila
_ Lápis preto, nº 2
_ Borracha branca
_ Caixa de lápis de cor (12 cores)
_ Tubo de cola branca liquida
_ Estojo escolar
36
_ Tesoura sem ponta
_ Apontador plástico c/ depósito
_ Pasta Plástica fina com elástico
_ Avental plástico para pintura
_ Pasta Polionda
_ Pente ou escova de cabelo
_ Sabonete
_ Saboneteira
_ Condicionador
_ Xampu
_ Copo plástico
_ Toalha(s) de banho
_ Creme dental
_ Toalhinha(s) de mão
_ Escova de dente c/ protetor
3.3 - A relação família / escola
3.3.1– Entrevista de Anamnese
As entrevistas de anamnese são entrevistas que ocorrem no momento
inicial da criança na instituição, e visam dar a equipe de profissionais da
creche/escola algumas informações iniciais sobre a criança que está
chegando.
Assuntos sobre a história familiar, sua estrutura emocional, a saúde,
como foi a gestação, como é seu comportamento e suas características
marcantes na personalidade, e até mesmo suas manias.
Esse é também um momento de aproximação e estreitamento de vínculo
que poderão facilitar na aceitação da mãe e do pai em relação a creche/escola
37
e que com toda certeza, se for positivo ajudará na fase de adaptação da
criança e da família como um todo.
A seguir segue um modelo de roteiro para entrevista de anamnese:
Data:
Grau de parentesco do informante:
1-Identificação da criança:
Nome:
Apelido:
Idade:
Data de nascimento:
Sexo:
Local de nascimento:
Endereço da Residência:
Telefone:
Dados familiares:
Nome do Pai:
Grau de instrução:
Profissão:
Idade:
Nome da Mãe:
Grau de instrução:
Profissão:
Idade:
Religião dos Pais:
Outros filhos:
Quantos:
Nomes:
Idades:
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Escolaridade
A criança está fazendo algum tipo de tratamento médico, psicológico,
psiquiátrico ou neurológico?
Gestação:
A gravidez foi planejada?
Fez alguma transfusão durante a gravidez?
Quando sentiu a criança se mexer?
Levou algum tombo?
Doenças durante a gestação:
Condições de saúde da mãe durante a gravidez:
Condições emocionais:
Houve algum episódio marcante durante a gravidez?
Condições de nascimento:
Nasceu de quantos meses?
Com quantos quilos?
Comprimento:
Desenvolvimento do parto:
Prematuro?
Primeiras reações:
Chorou logo?
Ficou vermelho demais?
Por quanto tempo?
Ficou preto?
Precisou de oxigênio?
Ficou ictérico (amarelado, esverdeado)?
Saúde:
A criança sofreu algum acidente ou se submeteu a alguma cirurgia?
39
Possui reações alérgicas?
Tem bronquite ou asma?
Apresenta problemas de visão?
E de audição?
Dor de cabeça?
Já desmaiou alguma vez? Quando?
Como foi?
Teve ou tem convulsões?
Há alguém da família que apresenta problemas de desmaios, convulsões,
ataques?
Alimentação:
A criança foi amamentada? Até quando?
Como é sua alimentação?
É forçada a se alimentar?
Come sem derrubar a comida?
Recebe ajuda na alimentação?
Usa mamadeira?
Sono:
A criança dorme bem?
Como é seu sono (agitado, tranqüilo)?
Fala dormindo? É sonâmbulo? Range os dentes?
Dorme em quarto separado dos pais?
Com quem dorme?
A criança acorda e vai para a cama dos pais?
Desenvolvimento psicomotor:
Como era quando bebê?
Em que idade:Firmou a cabeça?
Sentou sem apoio?
Engatinhou?
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Ficou de pé?
Andou?
Teve controle dos esfíncteres:
diurno:
noturno:
Corno foi ensinado esse controle?
É lento para realizar alguma tarefa?
Veste-se sozinho?
Toma banho sozinho?
Calça-se sozinho?
Sabe dar nós nos sapatos?
É desastrado?
Anda de bicicleta? Desde quando?
Pratica esportes? Quais?
É destro ou canhoto?
Rói unhas?
Chupa dedos?
Tem outra mania ou tic? Qual?
Precisa de ajuda para fazer alguma coisa?
Escolaridade:
A criança gosta de ir à escola?
É bem aceita pelos amigos ou é isolada?
Mudou muitas vezes de creche ou escola? Porquê?
O que os professores acham dela?
Linguagem:
Quando usou as primeiras palavras com significado?
Gagueja? Troca letras quando fala?
Relata fatos vivenciados?
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Em alguma época notou alguma alteração na comunicação? Qual?
Aspectos ambientais:
Prefere brincar sozinha ou com amigos?
Prefere brincar com crianças maiores ou menores que ela?
Faz amigos com facilidade? Adapta-se facilmente ao meio?
Como é o relacionamento da criança com os pais?
E com os irmãos?
Quais as medidas disciplinares normalmente usadas com a criança?
Quem as usa?
Quais as reações da criança frente a essas medidas?
Características pessoais e afetivo-emocionais:
Como é a criança sob o ponto de vista emocional?
Dentre as características abaixo em quais ela se enquadra mais?
Agressiva ( ) Passiva ( ) Dependente ( ) Inquieta ( ) Medrosa ( )
Retraída ( ) Excitada ( ) Desligada ( ) Outros:
Como reage quando contrariada?
Atividades preferidas:
Observações gerais dos pais:
3.3.2 – Período de adaptação
A criança quando nasce é um ser dependente e por isso tornando-se o
centro das atenções na família. Ao ingressar na creche/escola, a criança
necessita de um período de adaptação a sua nova vivência, pois fará parte de
um grupo em que as atenções serão divididas com outras crianças.
42
Nesse período o educador e a família desempenham um papel
importante para apoiá-la na nova fase.
Segundo o referencial curricular nacional para a Educação infantil:
“Os educadores precisam ter claro qual é o papel da mãe
(ou de quem estiver acompanhando a criança) em seus
primeiros dias na creche. Não cabe a mãe fazer a
adaptação; esta é tarefa do educador. A mãe apenas
acompanha a criança a fim de lhe garantir segurança
necessária para enfrentar um ambiente e adultos
desconhecidos. É o educador que a estimula a entrar na
sala, a explorar o ambiente, a estabelecer relações. Ele é
a ponte entre a mãe e seu novo ambiente. A criança
precisa construir um vínculo de confiança com ele para
poder ficar sem a presença da mãe de maneira segura e
sem sofrimentos desnecessários”. (1998,p.44)
A fase de adaptação geralmente representa o primeiro corte na relação
familiar vivenciada não apenas pela criança, mas também pela família. É um
processo delicado e exige dos pais paciência, afeto e confiança, pois afinal, a
criança busca neles estes sentimentos que poderão contribuir para sentir-se
mais segura.
Muitas são as angústias que envolvem os pais, neste processo de
mudança às vezes difícil, mas que oportuniza enorme crescimento emocional e
social para a criança e a família, e que podem ajudar na construção do vínculo
marcado pelo ingresso na creche/escola.
A ida da criança para a creche/escola deve ser planejada. Conversar com
ela sobre esta nova etapa de sua vida, seus novos coleguinhas e atividades,
43
evitando longas explicações para não causar insegurança e desconfiança.
A adaptação deve ser feita se possível por uma mesma pessoa, que
tenha vínculo com a criança e disponibilidade de acompanhá-la em cada etapa
do processo. Ao se despedir da criança o responsável não deve esquecer-se
de dizer que vai retornar para buscá-lo. Ele precisa confiar que os pais vão e
voltam, evitando sofrimento desnecessário.
O choro na adaptação é natural e não significa que a criança não quer
ficar na escola, apenas está sinalizando que a mãe é a referência central em
sua vida. Porém, a ausência do choro não significa que a criança não está
sentindo a separação ou que não necessita de adaptação; por tanto, cuidado e
respeito aos horários combinados se fazem importantes.
A sala de aula é um espaço que deve ser respeitado e a presença dos
responsáveis nela, além de dificultar a compreensão da separação, fará com
que as outras crianças também cobrem a presença de seus responsáveis.
Desta forma, a criança irá perceber que seu referencial escolar é a professora
e com isso estabeleça um vínculo de confiança mais rápido.
Vale ressaltar que os problemas devem ser analisados individualmente,
pois cada criança tem ritmo próprio e necessidades diferentes; mesmo no caso
de pertencimento da mesma família.
44
CONCLUSÃO
Baseado em tudo que foi pesquisado, comentado e elaborado, pode-se
concluir que a missão de administrar uma creche/escola não é algo muito fácil,
porém é desafiador e recompensador para quem o faz.
É de fundamental importância que esse profissional tenha a verdadeira
vocação de ser um educador, e que tenha em mente que vale a pena investir
na educação do Brasil.
Para tanto é necessário dispor de tempo, vontade para aprender e
ensinar, disposição, comunicação e muito planejamento para que o futuro
negócio “creche/escola” possa verdadeiramente ser um sucesso.
Ao determinar os objetivos, identificar sua clientela, o bairro, o imóvel e
o melhor local para instalação da creche/escola, são fundamentais alguns
pontos a se pensar, como as estratégias de marketing que irão alavancar o
estabelecimento.
É preciso também ter um bom embasamento teórico sobre o assunto, e
estar sempre pautado nas legislações pertinentes, bem como conhecer as
normas e as exigências para o bom funcionamento da creche/escola.
Esses são alguns passos importantes para serem seguidos por qualquer
profissional empreendedor que deseja investir na área de Educação infantil,
um ramo cada vez mais em expansão, e que ao mesmo tempo ainda tem
muito o que crescer e evoluir para o desenvolvimento da educação no Brasil.
45
Para se construir alicerces fortes e preciso cuidar da base, e a base será
sempre a Educação infantil.
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Ministério
da Educação. Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, 2010.
BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente. Edição: 5. ed. rev. atual.
Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Serviços Gráficos, 2006.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Lei federal
nº9.394, de 26/012/1996.
BRASIL. Parâmetros básicos de infra-estrutura para instituições de educação
infantil. Brasília: MEC, SEB, 2006.
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Ministério da
Educação e do desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC,
FEF, 1998.
CAMPOS, Maria Malta. Critérios para um atendimento em creches que
respeite os direitos fundamentais das crianças. Brasília : MEC, SEB, 2009.
FERREIRA, Maria. Os fazeres da educação Infantil. São Paulo: Cortez, 2008.
HAEUSSLER, Isabel. Manual de estimulação do pré-escolar: um guia para pais
e educadores. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2005.
KRAMER, Sonia. Com a Pré-escola nas mãos. São Paulo: Editora Ática, 2002.
46
PEÇANHA, Geraldo. Práticas de educação infantil: berçário, maternal e pré-
escola. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011.
RIO DE JANEIRO. Deliberação E/CME Nº 15. Fixa normas para autorização de
funcionamento de instituições privadas de Educação Infantil. Rio de Janeiro:
SME, 2007.
RIZZO, Gilda. Creche: Organização, currículo, montagem e funcionamento. Rio
de janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
TIBA, Içami. Quem ama educa! São Paulo: Editora Gente, 2002.
47
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
ETAPAS E EXIGÊNCIAS PARA LEGALIZAÇÃO 10
1.1 - Legislações pertinentes 11
1.2 - Etapas para legalização 13
1.3 - Pesquisa de campo na concorrência e escolha do local 14
CAPÍTULO II
A ESTRUTURA DA CRECHE / ESCOLA
21
2.1 - Divisão das turmas e grupamentos 21
2.2 - Infra-estrutura 24
2.2.1 – Estrutura Física 24
2.2.2 – Estrutura Material 27
2.2.3 – Estrutura Humana 28
2.3 – Investimentos necessários 29
CAPÍTULO III
A ABERTURA E O FUNCIONAMENTO DA CRECHE / ESCOLA 32
3.1 – Estratégias de marketing 32
3.2 - Período de matrículas 33
48
3.2.1 – Contrato e documentações necessárias 33
3.2.2 – Lista de material 34
3.3 - A relação família / escola 37
3.3.1 – Entrevista de anamnese 37
3.3.2 - Período de adaptação 42
CONCLUSÃO 45
BIBLIOGRAFIA 46
ÍNDICE 48
FOLHA DE AVALIAÇÃO 50
49
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Recommended