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Universidade de Coimbra
Faculdade de Economia
Sociedade da Informação
Sónia Nunes
Coimbra, 2007
Ficha Técnica
Titulo: Sociedade da Informação
Trabalho realizado por: Sónia Vanessa Cristo Nunes, aluna nº 20070917, no âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica, do 1º ano do curso de Sociologia leccionada pelo Professor Paulo Peixoto.
Imagem da capa retirada do site < http://www.foothilltech.org/9th-
grade-action-based-project/mass-media/ >
“Na guerra das imagens, uma fotografia ou uma cena filmada, ecoando à
dimensão planetária, podem ser mais eficazes que um exército inteiro.”
Ignacio Ramonet
(http://www.lxxl.pt/babel/biblioteca/ramonet1.html)
Índice INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 1
1. DESENVOLVIMENTO.................................................................................................... 3
1.1. A Sociedade da Informação: uma breve noção ........................................................ 3
1.2. Mass media ............................................................................................................... 4
1.2.1.Importância dos meios de comunicação........................................................... 5
1.2.2. Evolução dos meios de comunicação de massas ............................................. 6
1.3. Os Mass Media e a Escola........................................................................................ 6
1.3.1. A Televisão...................................................................................................... 7
1.3.2. O Computador ................................................................................................. 8
1.4. Meios de Comunicação: uma forma de poder e desinformação............................... 9
2. MÉTODO DE PESQUISA.............................................................................................. 12
3. FICHA DE LEITURA..................................................................................................... 15
4. AVALIAÇÃO DE UMA PÁGINA DE INTERNET...................................................... 18
5. CONCLUSÃO................................................................................................................. 19
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 20
Anexo A
Texto de suporte da ficha de leitura: “O que não é Desinformação”, capítulo
da obra “Pequena História da Desinformação: do cavalo de Tróia à Internet” de
Vladimir Volkoff.
Anexo B
Página da Internet avaliada
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
1
INTRODUÇÃO
Este trabalho realiza-se no âmbito da cadeira de Fontes de Informação
Sociológica, pertencente à Licenciatura de Sociologia na Faculdade de Economia
da Universidade de Coimbra, sendo, portanto, obrigatório para a avaliação da
cadeira e tem como tema Sociedade da Informação.
Antes de prosseguir devo referir o quanto é vasto e complexo o estudo
deste tema e por esta razão decidi centrar-me, apenas, no estudo dos mass media,
mas sem antes o relacionar com a sociedade da informação, uma vez que se pode
dizer que os mass media são um sub-tema da sociedade da informação.
Esta minha escolha deve-se ao facto de, como já referi, o tema Sociedade
da Informação ser bastante complexo e vasto e ao facto de me ter despertado o
interesse, desde logo, debruçar-me sobre o estudo dos mass media, bem como o
poder que têm nas suas mãos e a forma como são capazes de manipular a opinião
pública.
Assim, dividi o Estado das Artes, o desenvolvimento, em quatro sub-
temas que achei interessante para a realização deste trabalho: “Sociedade da
informação: uma breve noção”, “Mass Media”, “Os Mass Media e a Escola” e
“Meios de Comunicação: uma forma de poder e desinformação”.
Deste modo, iniciarei este trabalho começando por dar uma breve noção
do que é Sociedade da Informação, de seguida irei reflectir no que consistem os
mass media, qual o seu papel na sociedade e qual a importância da evolução dos
meios de comunicação de massas. Passarei, a seguir, por abordar a relação que
existe entre os meios de comunicação e a escola, a escolha deste tópico prende-se
com o facto de ainda ser estudante e de considerar que os meios de comunicação,
podem ser considerados elementos fundamentais para o ensino dos jovens, já que
lhes podem proporcionar outros pontos de vista. Neste ponto, irei ressaltar a
funcionalidade da televisão e do computador como sendo instrumentos
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pedagógicos. Acabarei este estudo tentando analisar o poder dos meios de
comunicação e a forma como manipulam e influenciam a informação.
Após isto, comentarei o meu processo de pesquisa esclarecendo a forma
como seleccionei o tema estudado.
Posteriormente, apresentarei a ficha de leitura do capítulo do livro
escolhido, que de certa forma reflecte um dos assuntos estudado neste trabalho.
Farei uma avaliação de uma página da Internet escolhida por mim e apresentarei
uma conclusão, que reflectirá muito brevemente o assunto que tratei.
Por último, incluirei as referências bibliográficas, seguidas dos anexos que
conterão os documentos que serviram para a realização da ficha de leitura e da
avaliação da página da Internet.
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1. DESENVOLVIMENTO
1.1. A Sociedade da Informação: uma breve noção
Sociedade da informação, como todos sabemos, é um termo muito
abrangente e complexo. Deste ponto de vista, e antes de me especificar num dos
seus sub-temas, os mass media, decidi dar uma breve noção do que trata afinal
este tema.
Afinal, o que é a Sociedade da Informação?
Como refere Luís Manuel Borges Gouveia,
“A Sociedade da informação está baseada nas tecnologias de informação e comunicação que envolvem a aquisição, o armazenamento, o processamento e a distribuição da informação por meios electrónicos, como a rádio, a televisão, telefone e computadores, entre outros. Estas tecnologias não transformam a sociedade por si só, mas são utilizadas pelas pessoas em seus contextos sociais, económicos e políticos, criando uma nova comunidade local e global: a Sociedade da Informação” (Gouveia, 2004).
Claramente, faço das palavras de Luís Gouveia minhas palavras, na
medida, em que concordo com a sua definição dada para Sociedade da
Informação. Assim, a sociedade da informação diz respeito à forma como a
informação é difundida e divulgada a toda a sociedade através das tecnologias de
informação e comunicação e que, sem o desenvolvimento tecnológico que tem
decorrido ao longo deste tempo todo, provavelmente, nunca iríamos obter a
informação assim tão rapidamente, como conseguimos alcançar agora.
Ressalto ainda neste ponto, as características da Sociedade da Informação
que são: a utilização da informação como recurso estratégico e a utilização
intensiva das tecnologias da informação e comunicação, nomeadamente ao
computador e às comunicações (Gouveia, 2004).
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Concluo este ponto do meu trabalho destacando os objectivos principais
no desenvolvimento da Sociedade da Informação, sendo eles, promover a
aprendizagem, o conhecimento, o envolvimento, a ligação em rede, a cooperação
e a igualdade dos cidadãos (Associação para a Promoção e Desenvolvimento da
Sociedade da Informação, 2005).
1.2. Mass media
A partir deste ponto irei-me debruçar sobre os meios de comunicação e a
sua influência na nossa sociedade.
A expressão mass media refere-se ao conjunto de técnicas utilizadas para a
difusão de mensagens, que podem ser culturais, informativas ou publicitárias e
são destinadas ao grande público, como exemplo temos a televisão, a rádio, a
imprensa, o cinema; são os “ditos” meios de comunicação social familiares já há
muito estabelecidos.
Televisão, Rádio, Cinema, Imprensa…são formas de transmitir
informação e fornecem entretenimento a todo o mundo (Sorlin, 1997: 1).
Cronologicamente, os jornais, as revistas e os livros de grande tiragem
foram os primeiros meios de difusão massiva a aparecer. Seguiram-se-lhes o
cinema e a rádio, a televisão, os discos e as cassetes áudio e vídeo, os CD e os
DVD.
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1.2.1.Importância dos meios de comunicação
“A importância dos media nos nossos dias é um facto absolutamente iniludível e o reconhecimento dessa importância apresenta-se tanto mais facilitado quanto as sociedade humanas atingem níveis mais elevados de desenvolvimento” (Esteves, 2003:169).
Na nossa sociedade os media assumem uma certa importância já que
suportam conteúdos que contribuem para os processos de produção e construção,
de reprodução e reconstrução e de representação social da realidade e da cultura.
Contribuíram, também, na determinação da história das civilizações, das
sociedades e das culturas.
Deste modo, os meios de comunicação têm desempenhado um papel
fundamental na representação social da realidade, alterando os processos
tradicionais de produção, de conhecimento e da circulação da informação,
promovendo novas formas de socialização e, até, uma nova cultura.
Um exemplo que mostra a importância dos meios de comunicação
encontra-se nas palavras de Pierre Sorlin onde refere que os meios de
comunicação “têm vindo a divulgar o conhecimento científico (…) e despertaram
também a imaginação sobre os mistérios do mundo animal em pessoas cujo
interesse é habitualmente mais excitado por imagens sensacionais do que por
inquéritos científicos” (1997:75).
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1.2.2. Evolução dos meios de comunicação de massas
Para compreender melhor o poder dos meios de comunicação é necessário
distinguir os três modos de comunicação diferentes, as três vagas. Assim, a
Primeira Vaga fazia-se de boca a ouvido e frente a frente, no meio de pequenos
grupos. Nesta primeira vaga não havia ainda jornais, rádio ou televisão, sendo
que a única maneira de divulgar a informação era reunir uma multidão. A
multidão desempenha, assim, um papel fundamental essencial na história.
A Segunda Vaga é baseada na produção fabril maciça e necessitava de
mais comunicação à distância dando, assim, origem à invenção do correio,
telégrafo e telefone . É nesta fase que surgem os jornais, as revistas, os filmes, a
rádio e a televisão, os meios de comunicação com bases tecnológicas, cada um
deles capaz de transmitir a mesma mensagem a milhões de pessoas
simultaneamente, todavia, funcionando independentemente uns dos outros.
A Terceira Vaga corresponde à época onde estamos inseridos, onde os
meios de comunicação se encontram relacionados, trocando informação entre si e
com uma sólida base tecnológica. Assim, os novos medias estão estreitamente
interligados e fundidos, trocando entre si dados, imagens e símbolos (Toffler,
1991).
1.3. Os Mass Media e a Escola
Vivemos numa sociedade em que as novas tecnologias estão cada vez
mais próximas dos jovens.
A escola contribui para essa aproximação, integrando os meios de
comunicação na sua acção educativa. É necessário desde cedo desenvolver nas
crianças e jovens uma atitude crítica perante os media, quer a nível das
mensagens difundidas, quer ao nível dos aspectos técnicos e estéticos.
A integração dos media nas escolas caracteriza os media como recursos
educativos, sendo estes fontes de informação que actualizam e ilustram
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conteúdos; como objecto de estudo, onde promovem a análise das mensagens,
dos contextos sociais de produção, circulação e recepção dos discursos
mediáticos, e como ferramenta de expressão e criatividade, onde desenvolvem a
produção das próprias mensagens em diferentes suportes (Fonseca, s.d.).
Assim pode-se verificar que os media podem contribuir para a melhoria da
qualidade do ensino.
Usados correctamente, a televisão e o computador podem ser instrumentos
pedagógicos e suportes de grande eficácia para o ensino de qualquer disciplina.
1.3.1. A Televisão
A Televisão é um dos meios de comunicação que se converteu numa
divulgação de cultura, surgindo como uma referência na organização da vida
familiar, e culturalmente, como elemento de identificação individual e colectiva.
Mas para que serve a televisão?
“Serve para congregar indivíduos e públicos que tudo o mais separa, oferecendo-lhes a possibilidade de participar individualmente numa actividade colectiva” (Wolton, 2000: 63).
A televisão serve para divulgar, é um instrumento de comunicação entre
os indivíduos, que já entrou na vida das pessoas.
Hoje em dia, é muito difícil encontrar uma residência onde não exista pelo
menos uma televisão. Este factor deve-se ao rápido avanço tecnológico que
ocorreu na nossa sociedade, tornando a televisão um meio de comunicação ágil
capaz de chegar a todo o lado notícias do mundo inteiro com uma velocidade
espantosa.
Assim, a televisão tornou-se um recurso audiovisual poderoso para o
processo de ensino e aprendizagem. É, ainda, um dissimulador de ideias e de
modismos à escala planetária, exercendo uma influência determinante sobre o ser
humano (Soares e Santos, 2000).
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Contudo, a televisão tem as suas potencialidades como auxiliar do
processo educativo.
A televisão tem, assim, uma função educativa que pode ser encarada
segundo três níveis diferentes:
- “Como uma especialização de conteúdo para um canal de televisão; - Como a necessidade de programas directa ou indirectamente educativos que devem fazer parte da programação das televisões generalistas; - Como uma necessidade de fazer passar na programação geral valores, informações, problemas que acrescentem mais valias culturais às audiências” (Abrantes, s.d.).
Como é óbvio, o uso da televisão nos locais sociais (por exemplo, lares) é
diferente do seu uso nas escolas, já que, aqui o seu uso tem um carácter
pedagógico.
1.3.2. O Computador
Tal como a televisão, o computador é um meio de comunicação e de
difusão de informação.
“O acesso ao uso dos computadores tem vindo a aumentar, bem como o
uso da Internet, facilitando o ensino à distância…” (Silva e Pestana, s.d.). Como
vemos, este aumento deve-se ao avanço tecnológico que tem ocorrido na nossa
sociedade, tal como aconteceu com a televisão. Este avanço veio facilitar a vida
das pessoas, bem como auxiliar o processo de ensino e aprendizagem nas
escolas.
O uso do computador, como ferramenta auxiliar, nas escolas dá uma certa
preparação aos jovens para o mercado de trabalho, já que este se torna uma
ferramenta imprescindível.
Para além do uso do computador, tem-se, também, verificado um aumento
de computadores ligados à Internet nas escolas, o que se traduz numa mais-valia
para os professores e alunos, “que não o devem desperdiçar” (Soares e Santos,
2000).
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Como prova do que é referido, em Janeiro de 2006 todas as escolas
públicas do 1º ao 12º ano ficaram ligadas em banda larga à Internet. (UMIC,
2007).
Em jeito de conclusão deste ponto devo referir que na sociedade em que
vivemos, numa época de globalização, a escola não deve ignorar o facto de
adaptar estes novos meios de ensino, ela deve-se adaptar à sociedade, às suas
exigências e às suas transformações, usando, para isso, os meios que lhe são
disponibilizados.
1.4. Meios de Comunicação: uma forma de poder e desinformação”.
Neste ponto tentarei focar o lado negro dos meios de comunicação na
sociedade e o poder que eles exercem nas pessoas.
Para além de transmitirem informação, os meios de comunicação,
também, são agentes manipuladores ao serviço dos mais variados poderes.
Na nossa sociedade, a imagem assume cada vez mais o seu poder,
tornando-se a preferência de um público acomodado e sem vontade de raciocínio.
Como diz Vladimir Volkoff, “(…) ela [a imagem] é literalmente inegável”
(2000: 187), isto quer dizer, que acreditamos naquilo que os nossos olhos vêem,
quer apareça na televisão, numa fotografia, num filme. Ainda há a acrescentar
que, “(…) a imagem, mais do que as palavras, dirige-se às massas: é fácil de
apreender, de reproduzir e torna-se tema imediato de conversa” (Volkoff, 2000:
188).
Ligada à imagem está a publicidade. A publicidade “(…) transmite a um
público tão vasto quanto possível uma mensagem cuja veracidade ou falsidade
não são o elemento essencial e cujo objectivo não é informar, mas influenciar”
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(Volkoff, 2000: 27). O exemplo dado por Vladimir Volkoff ilustra precisamente
o que acaba de definir como publicidade,
“Persil lava mais branco pode, em rigor, passar por um argumento, se bem que nem a agência de publicidade que inventou o slogan, nem provavelmente os fabricantes de Persil, nem seguramente os compradores deste detergente crêem verdadeiramente que ele cria brancura, e a fórmula só retém a atenção porque é imaginativa e ligeiramente inexacta (deveria dizer-se, mas isso não reteria a atenção, ‘lava mais limpo’) ” (2000: 27).
Deste modo, e baseando-me nas palavras de Vladimir Volkoff, a
publicidade dirige-se mais ao inconsciente do que à consciência, procurando
seduzir o indivíduo a comprar algo ou a dirigir-se a algo.
A manipulação chega a ocorrer, até nas redacções dos jornais, onde o
desejo dominante de descobrir e contar a verdade, o mais rapidamente possível,
transforma-se numa manifestação de cruel especulação, no qual actua um
jornalismo de suspeita e não de investigação.
Por vezes, este desejo da busca de informação transforma-a em
desinformação.
Podemos definir desinformação como “uma manipulação da opinião
pública para fins políticos através de informação trabalhada por processos
ocultos” (Volkoff, 2000: 31).
Porém, sabe-se que a informação é uma mercadoria adulterada, visto que,
todos aqueles que têm “oportunidade de manipular a opinião pública têm a
tentação de deslizar da verdade aproximada para a mentira desavergonhada,
passando por todos os estádios intermédios” (Volkoff, 2000: 22).
O impacto causado pelos meios de comunicação impulsiona o mercado e
“adultera” a realidade. Com isto quero dizer que, os meios de comunicação com
o desejo de disseminar alguns “concorrentes” alteram, por vezes, a informação, a
realidade.
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Coloca-se agora a questão se os meios de comunicação não serão uma
ameaça?
Pessoalmente, acredito que os meios de comunicação não são uma ameaça
para a nossa sociedade visto que foi graças a eles e ao progresso tecnológico, que
tem ocorrido nestes últimas décadas na nossa sociedade, que hoje temos acesso à
informação mais rapidamente, são, também, uma forma que os indivíduos têm de
se comunicar mesmo a longas distâncias, de estarem informados do que acontece
no mundo inteiro sem sair das suas casas.
Pode-se pensar que os meios de comunicação são uma forma de
manipulação, mas, pegando nas palavras de Carlos Fontes, acredito que “a única
forma dos cidadãos evitarem cair nestes processos de manipulação é tornarem-se
mais vigilantes em relação às instituições democráticas e aos órgãos de
informação, adoptando uma atitude de permanente reflexão crítica sobre a
informação que lhes é fornecida” (Fontes: s.d.).
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2. MÉTODO DE PESQUISA
Ao iniciar a minha pesquisa, sobre o tema Sociedade da Informação,
deparei-me com o excesso de informação, já que se trata de um tema muito
abrangente. Desta forma, resolvi centrar-me no sub-tema sobre os mass media,
não sem antes claro, dar uma noção breve de sociedade da informação. Após esta
minha escolha, a realização da pesquisa desenrolou-se de forma natural.
No meu método de pesquisa tentei restringir a minha procura e leitura a
livros que considerava mais credíveis, sabendo que na Internet iria encontrar
imenso ruído.
Assim comecei por pesquisar na biblioteca da Faculdade de Economia da
Universidade de Coimbra, utilizando como descritores de pesquisa: Sociedade da
Informação; Mass media; Desinformação; Manipulação.
Após esta pesquisa encontrei alguns livros, destacando dois, que serviram
de base para o meu trabalho, um deles foi o “Pequena história da desinformação:
Do cavalo de Tróia à Internet” (Vladimir Volkoff, 2000) e “Mass Media” (Pierre
Sorlin, 1997).
Posteriormente, desloquei-me ao Centro de Estudos Sociais (CES) para
realizar uma pesquisa utilizando os mesmos descritores que utilizei quando
iniciei a minha pesquisa na biblioteca da Faculdade de Economia. Confesso que a
minha pesquisa aqui não me “rendeu” muito, visto que, já possuía algum material
para prosseguir o meu trabalho e a informação recolhida aqui não era nada mais,
nada menos aquilo que tinha encontrado na biblioteca da Faculdade de
Economia.
Ao iniciar a minha pesquisa na Internet, deparei-me com o imenso ruído
que esta possui. Por isso, com a informação recolhida nas aulas leccionadas pelo
professor da cadeira Dr. Paulo Peixoto, a minha pesquisa foi mais facilitada, já
que, consegui obter mais rapidamente a informação que necessitava.
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Deste modo, comecei por pesquisar no motor de busca do Google,
utilizando as técnicas aprendidas (como por exemplo, a “pesquisa avançada”, os
“operadores booleanos”, entre outros), com a frase exacta “sociedade da
informação” onde obtive 1.210.000 resultados em todas as línguas e restringindo
a pesquisa a sites escritos em português o meu resultado foi de 1.170.000. Dado
isto, verifiquei que encontrava muito ruído na Internet sobre este tema. No
entanto, com esta pesquisa encontrei diversos sites, de algum interesse, como é o
caso da UMIC, agência para a sociedade do conhecimento, do Ministério da
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; da Autoridade Nacional de Comunicação
(ANACOM); do Núcleo Estratégico da Sociedade de Informação (NESI), entre
outros que de uma maneira geral me ajudar na realização deste trabalho.
Dado que me iria centrar não no tema em si, sociedade da informação,
mas sim num dos seus sub-temas, os mass media, decidi fazer a mesma pesquisa
alterando a frase exacta para “mass media” onde obtive 996.000 resultados para
todas as línguas e restringindo a pesquisa a sites escritos em português obtive
52.900 resultados.
Durante a minha pesquisa na Internet por estas expressões e, após a leitura
de alguma informação, decidi estruturar o meu trabalho.
Assim, comecei por recolher informação, relativamente ao que é a
sociedade da informação, nesta minha pesquisa encontrei dois sites que serviram
de base para o meu primeiro ponto do trabalho, um de Luís Manuel Borges
Gouveia, que se intitula como “Sociedade da Informação: Notas de contribuição
para uma definição operacional” e o outro é o “Glossário da Sociedade da
Informação”, da Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade
da Informação (APSDI). De seguida, recolhi informação sobre os mass media e a
sua importância na nossa sociedade. Enquanto fazia esta pesquisa, deparei-me
com um assunto que achei oportuno referir no trabalho, que se trata da relação
entre os meios de comunicação e a escola. Para obter mais informação sobre este
tema, iniciei uma pesquisa na Internet com as palavras “mass media e escola”,
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onde obtive 238.000 resultados. Apesar deste ruído, logo na primeira página
encontrei um trabalho realizado por alunos de Antropologia da Comunicação, no
qual retirei algumas ideias que completei com alguns livros que tinha pesquisado
na biblioteca da Faculdade de Economia.
Obviamente, na Internet encontrei alguns sites que me ajudaram na
realização deste trabalho e que adequadamente os citei.
Ainda utilizei o site da cadeira no qual o trabalho se insere, para me
auxiliar nas citações, nas referências bibliográficas e na forma como pesquisar.
(Peixoto, 2007).
Em suma, apesar de ter usado um método simples e pouco exaustivo na
minha pesquisa, julgo que foi suficiente e permitiu-me, assim, poder realizar este
trabalho razoável.
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3. FICHA DE LEITURA
O título do capítulo escolhido é “O que não é desinformação”, do livro
“Pequena história da desinformação: do cavalo de Tróia à Internet”, sendo o seu
autor Vladimir Volkoff.
Este livro tem como local de edição Lisboa, a sua editora é Editorial
Noticias e a data da edição é de Outubro de 2000. O livro está disponível na
biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e tem como
cota 316.7 VOL. O capítulo situa-se da página 19 à 31 e a sua leitura reporta-se a
Dezembro de 2007.
Vladimir Volkoff, francês, de descendência russa, licenciado em literatura
Clássica na Sorbonne, tem uma grande experiência e conhecimento acerca do
tema em causa, tendo publicado mais obras acerca do tema.
Neste capítulo, o autor tenta dar-nos uma noção do que não é
desinformação. Para tal, começa por nos alertar sobre a informação, afirmando
que esta implica a existência de três variáveis: o informador, o canal de
comunicação e o informado, explicando cada um, dando, de seguida, alguns
exemplos.
Sobre isto ainda dá dois exemplos, concluindo no final que a “informação nunca
tem 100% de verdade”, “a objectividade não só não existe em matéria de
informação, como qualquer pretensão à objectividade deve ser encarada com
suspeita”, e que cada testemunha deve ter a sua própria impressão sobre o
acontecimento a que assistiu (Volkoff, 2000: 21).
Após isto, o autor dá uma noção de desinformação começando por nos
alertar de que a informação é desde logo uma mercadoria adulterada e que todo
aquele que tiver oportunidade de manipular a opinião pública o fará!
Ainda neste ponto do capítulo, o autor refere algumas notas sobre a origem do
termo desinformação, explicando, obviamente, com exemplos.
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A partir daqui, o autor refere-se às três técnicas usadas para influenciar a
opinião pública, sendo elas, a propaganda, a publicidade e a intoxicação,
passando a explicar cada uma delas, dando, os seus exemplos.
Assim, o autor considera que propaganda “é fingir que se procura convencer a
nossa inteligência, mas na realidade atinge a eficácia máxima quando se dirige às
nossas faculdades mais irracionais” (Volkoff, 2000: 26). Conclui, ainda que,
propaganda não é desinformação.
Passa de seguida para o caso da publicidade que considera que se define
como a transmissão de uma mensagem a um público tão vasto como possível
cuja veracidade ou falsidade não são o elemento essencial e cujo objectivo não é
informar, mas sim influenciar. Novamente conclui que, publicidade não é
desinformação.
Por último, passa para a intoxicação que consiste em fornecer informações
erradas ao adversário que o levarão a más decisões para si, mas boas para nós.
Conclui, igualmente, que intoxicação não é desinformação.
Por último, o autor conclui este capítulo definindo desinformação
afirmando que esta é “uma manipulação da opinião pública para fins políticos
através de informação trabalhada por processos ocultos” (Volkoff, 2000: 31).
Com isto, concluo deste capítulo que o autor considera que para ocorrer
desinformação é necessário que esta envolva as três técnicas que referiu
anteriormente, a propaganda, a publicidade e a intoxicação.
As palavras-chaves usadas neste capítulo são diversas, sendo as mais
visíveis: informação, objectividade, desinformação, propaganda, publicidade,
intoxicação e opinião pública.
A linguagem utilizada pelo autor, em praticamente todo o livro, é
acessível a qualquer um, tendo como objectivo cativar a atenção do leitor usando
exemplos de casos reais e sensíveis.
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Devo referir que considerei este capítulo extremamente importante para a
realização do meu trabalho, visto que trata de um assunto que tentei desenvolver
no trabalho, tendo servido de base para a sua realização.
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4. AVALIAÇÃO DE UMA PÁGINA DE INTERNET
O site por mim escolhido para avaliar é da UMIC – Agência para a
Sociedade do Conhecimento, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior, estando disponível em:
< http://www.umic.pt/ >
A minha escolha deveu-se ao facto do site conter muita informação que
achei pertinente e aliciante para a realização do meu trabalho. Trata-se de um site
onde a informação é credível e fiável, já que, como inclusive é referido no site, a
UMIC é,
“(…) um instituto público com personalidade jurídica, autonomia administrativa e financeira e património próprio que se rege pelo Decreto-Lei nº 153/2007, de 27 de Abril, e pelos estatutos aprovados pela Portaria nº 551/2007, de 30 de Abril. Exerce a sua actividade sob a tutela e superintendência do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.” (UMIC, 2006)
Dado isto, a credibilidade do site não merece contestação, visto que, ao
realizar uma pesquisa no Google foi-me possível identificar 160.000 resultados.
O site dirige-se a um público vasto e, em relação à sua apresentação, mostra-se
um site atractivo, de fácil navegação, possuindo um motor de busca para
pesquisa e mostra-se bem organizado, possuindo, inclusive, um mapa do site.
Outro ponto importante do site é a grande variedade de informação que
está disponível e a variedade de links recomendados, como é o caso da
ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações, entre outros.
É importante salientar que a informação é gratuita e as notícias, existentes,
são actualizadas.
Em jeito de conclusão, considero que é o site de grande qualidade que me
facilitou, de alguma maneira, a realização deste trabalho. Devo ainda referir que
a escolha do site avaliar foi uma decisão difícil, já que há diversos sites que se
debruçam sobre o mesmo assunto.
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5. CONCLUSÃO
Concluo este trabalho com uma pequena reflexão do tema e do trabalho
realizado.
Assim, em relação ao tema em si, a reflexão não deve ser só minha mas
também do leitor. Com este trabalho, procurei mostrar o que são, afinal, os meios
de comunicação, qual a importância que exercem na nossa sociedade, bem como,
o seu poder e a sua influência. Achei importante começar por dar uma noção de
sociedade da informação, visto ser este o tema do trabalho, apesar de me
debruçar sobre uma das suas especialidades.
Em relação ao trabalho e a execução deste, devo referir que a minha
dificuldade inicial foi em conseguir organizar toda a informação seleccionada.
Após esta dificuldade inicial, a execução deste trabalho desenrolou-se
normalmente, já que, a informação que pretendia estava ao meu alcance. Devo
referir ainda que a realização da ficha de leitura me trouxe alguns obstáculos
devido, essencialmente, ao facto de nunca ter feito uma destas “dimensões”.
Por fim, apesar das dificuldades aqui expressas, a realização deste trabalho
proporcionou-me uma nova visão sobre o assunto, já que, alguns dos assuntos
aqui referidos eram assuntos que não conhecia totalmente, bem como me
permitiu adquirir, realmente, as competências leccionadas da disciplina e os seus
objectivos.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Livros
Esteves, João Pissarra (2003), Espaço público e democracia: comunicação, processos de sentido e identidades sociais. Lisboa: Colibri.
Sorlin, Pierre (1997), Mass Media. Oeiras: Celta Editora.
Toffler, Alvin (1991), Os novos poderes. Lisboa: Livros do Brasil.
Volkoff, Vladimir (2000), Pequena história da desinformação: do cavalo de Tróia à Internet.
Lisboa: Editorial Noticias.
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ANEXO A Texto de suporte da ficha de leitura: “O que não é Desinformação”, capítulo da
obra “Pequena História da Desinformação: do cavalo de Tróia à Internet” de
Vladimir Volkoff.
ANEXO B Página da Internet avaliada
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