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Relatório Final da Disciplina A Cidade Constitucional: A Capital da República VIII - Daniella Figueroa
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GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
A CIDADE CONSTITUCIONAL VIII
(RELATÓRIO FINAL – CAÇADORES DE CIDADANIA NA CAPITAL DA REPÚBLICA)
GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES
DISCENTE:
Daniella Figueroa – 7134875
DOCENTES:
Prof. Dr. Douglas Roque Andrade
Prof. Dr. Marcelo Arno Nerling
A CIDADE CONSTITUCIONAL: A CAPITAL DA REPÚBLICA VIII
Relatório Final: Viagem acadêmica realizada entre os dias 06 e 12 de Setembro, em Brasília - DF
INTRODUÇÃO
MILIONÁRIO DO SONHO
“Falo querendo entender, canto para espalhar o saber e fazer você perceber que há sempre um mundo, apesar de já começado, há sempre um mundo pra gente fazer. Um mundo não acabado! Um mundo filho nosso, com a nossa cara!
[...] O mundo que eu disponho agora foi criado por mim! Euzin, pobre curumim... [...] Quem vê só um lado do mundo só sabe uma parte da verdade! Infeliz do povo que não sabe de onde vem. Pequeno é o povo que não se ama (o povo que tem na grandeza da mistura o preto, o índio, o branco, a farra das culturas). Pobre do povo que, sem estrutura, acaba crendo na loucura de ter que ser outro para ser alguém! [...] O mundo ainda não está acostumado a ver o reinado de quem mora do outro lado da ilusão. A ilusão da felicidade tem quatro carros por cabeça, deixando o planeta sem capacidade de respirar à vontade, a ilusão de que é mais vantagem cada casa, mais carro que filho, cada filho menos filho que carro. Enquanto eu com meu faro vou tirando onda, vou na bike do meu verbo tirando sarro...Minha nave é a palavra, é potente o meu veículo sem código de barra, não tem etiqueta embora sua marca seja boa! Minha alma é de boa marca, por isso não tem placa, tabuleta, inscrição! Escreva aí no seu diário: Se eu sou dono do mundo, é porque é do sonho que eu sou milionário!”
1. INTRODUÇÃO
1.1 Caçadores de Cidadania
A CIDADE CONSTITUCIONAL é o multidimensionamento da vontade, do
transcender e do “vir a ser”.
VONTADE no sentido de ter ultrapassado a fronteira da
idealização e do sonho e ter sido concretizada, estando já na sua
oitava edição.
TRANSCENDER no sentido de romper com as paredes da sala de
aula, os muros da faculdade e buscar na rua, na estrada, nas
instituições o espírito público que os livros não ofertam. A rua
que é o palco da história, quintal de lutas e espaço de borbulhas
sociais e também o lugar dos invisíveis, daqueles que aprendemos
a “categorizar” e que urgentemente devemos aprender a
reconhecer, legitimar e empoderar.
“VIR A SER” no sentido de ser um projeto semeador de cidadania,
com o florescimento e a multiplicação do espírito público e de
transformações, pois mexe com as estruturas dos indivíduos, da
universidade e das instituições públicas.
A disciplina configura-se numa prática inovadora de ensino-aprendizagem
e extensão, atendendo diretamente aos três eixos da Universidade de São
Paulo - ensino, pesquisa e extensão e, também, um projeto de duração
continuada, com característica interdisciplinar que apresenta uma
metodologia focada nos conteúdos cognitivos e atitudinais.
O presente relatório visa a exposição da viagem de imersão durante os
dias 06 a 12 de Setembro à Capital da República – Brasília, com a
descrição das seguintes dimensões:
(1) geográfica;
(2) política;
(3) social;
(4) paradigmática;
(5) cultural;
(6) poética;
(7) transformadora.
1.2 Esquematização
MAPA A CIDADE CONSTITUCIONAL VIII – CAÇADORES DE CIDADANIA
Fonte: Elaborado pela autora.
ROTA E ROTEIRO
BRASÍLIA
[...] “A gente vê em Brasília Estradas que não têm fim Pergunta para o candango E ele responde assim: Aquela vai pra São Paulo Rio Grande e Paraná A outra pro Pernambuco E esta vai pro Pará
Vai cortando a mata virgem Que nem o sol penetrô Ligando de norte a sul Nosso Brasil, nosso amô!
José Gomes Filho “Jackson do Pandeiro”
2. A CIDADE CONSTITUCIONAL
2.1 Calibrando o Olhar
2.1.1 Princípios
ESQUEMATIZAÇÃO – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS NORTEADORES
Fonte: Elaborado pela autora.
2.1.2 Organização
Fonte: site “eu sei direito”
2.2 A Cidade Constitucional: Vivendo a Capital da República
2.2.1 Dia 1 – Do Palácio a Corte
(I) Palácio do Itamaraty
Concebido como um edifício que serviria ao propósito de apresentar o
Brasil aos visitantes estrangeiros, nada mais simbólico que iniciar nossa
jornada constitucional no Palácio Itamaraty sendo “apresentados” á
Brasília.
A primeira visão que tivemos ao chegar ao Palácio dos Arcos foi o espelho
d’água que serve de cenário para a famosa escultura "O Meteoro", de
Bruno Giorgi. Em seguida, iniciamos a visitação entrando em contato com
o imenso acervo de arte do Itamaraty constituído de obras dos mais
renomados artistas brasileiros, com pinturas, esculturas, tapeçarias e
adornos refinados de várias época.
O Ministério das relações Exteriores (MRE) é um órgão do Poder
Executivo (administração pública direta) que com toda a sua grandeza,
riqueza e atribuições (política, comercial, econômica, financeira, cultural,
cooperação e consular das relações externas) suscita a quem tenha o
objetivo de transcender a formal visitação o desdobramento de algumas
reflexões.
O MRE tem diante de si o desafio de conceber a política externa “como
parte de um projeto mais amplo de desenvolvimento econômico, social e
institucional do nosso país.” (discurso proferido em 2 de abril de 2014
pelo Ministro de Estado das Relações Exteriores – Luiz Alberti Figueiredo
Machado).
Alcançar significa ampliar os canais de comunicação com todos os setores
(dentro e fora) do governo, ou seja, ampliar a capacidade de realizar
ações ativas e inclusivas. Por sua vez, deve ter um corpo de funcionários
de não só reconhecida competência, mas, sobretudo, dotados de espírito
público, saber reconhecer os verdadeiros anseios dos diversos setores
econômicos e sociais afetados por suas realizações, a busca por uma
atuação em rede já que a execução de uma determinada política pública
não pode ser viabilizada sem coordenação, harmonia e cooperação.
-
(II) Supremo Tribunal Federal
Seguimos para o Supremo Tribunal Federal, órgão de cúpula do Poder
Judiciário (administração pública direta), responsável pela guarda da
Constituição (conforme definido no art. 102 da Constituição Federal).
Nossa visita foi estruturada no roteiro do Programa “Portas Abertas” na
modalidade “visitação às instalações”. Dessa forma, tivemos acesso ao
Hall dos Bustos, Plenário, Sala Contemporânea, Salão Nobre, o Hall dos
presentes Oficiais, Salão Branco e a Galeria de fotos dos Ministros.
O Plenário da Suprema Corte foi o auge da passagem pelo STF, pelo fato
de ser o lócus de relevantes atividades e decisões. Para além, destaca-se o
painel em mármore feito pelo artista plástico Athos Bulcão que nele
estão afixados o Brasão de Armas Nacionais e a imagem de Cristo
Crucificado, de autoria de Alfredo Ceschiatti (1977), com o madeiro
confeccionado em pau-brasil.
Finalizamos a visitação no Salão Branco, onde abriga a galeria de ex-
presidentes do STF e guarda o exemplar original da Constituição Federal
de 1988, assinadas pelos Constituintes.
Dentre as relevantes funções, compete ao STF exercer o controle de
constitucionalidade das leis, inclusive julgando originariamente a ação
direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato
normativo federal, assegurar o equilíbrio e resolver os conflitos entre a
União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros,
bem como o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e
a União, o Estado ou o Distrito Federal, garantir a unidade e
uniformização do direito e, bem assim, o efetivo respeito aos direitos e
garantias individuais.
2.2.2 Dia 2 – Alvorecendo Sentimentos Cívicos
(I) Palácio da Alvorada1
O dia começa mais subjetivo do que a projeção de como seria o dia
apontava. Qual o motivo de apresentar aos participantes da A Cidade
Constitucional VIII o amanhecer do dia no Palácio da Alvorada e não uma
visita guiada as dependências do mesmo tal como tinha sido com o
Itamaraty e o Superior Tribunal Federal?
A resposta está naquele que batizou o projeto de Oscar Niemeyer:
Juscelino Kubitschek.
Quando questionado sobre o motivo de “alvorada”, respondeu com a
indagação “O que é Brasília senão a alvorada de um novo dia para o
Brasil?”
Nessa linha:
“O que é a Cidade Constitucional senão o alvorecer de potenciais
transformadores sociais para o Brasil?”
1 O dia começa antes de raiar com a saída do grupo ás cinco da manhã.
(II) Desfile Cívico Militar
O tradicional desfile de 7 de Setembro, comemorou 192 anos da
Proclamação da Independência, representando a integração militar e civil
e o resgate histórico do sentimento de pertença a pátria.
Integração consolidada na temática do evento, mas, um tanto quanto
complexa na realidade quando grades e arquibancadas seletivas
distanciam o cidadão da festividade simbólica de sua identidade.
O tema do ano de 2014 foi “Riquezas do Brasil” de modo a celebrar não
apenas as belezas e riquezas do país, mas também, o patrimônio cultural,
a diversidade e a singularidade da noção.
Os atos iniciais com a chegada da presidenta à tribuna presidencial e a
execução do hino nacional e o hino da independência foram seguidos com
a entrada dos grupos protocolados.
A se destacar e ressalvar são quatro pontos:
A. Desfile cívico Escolar2: A Secretaria de Educação do Distrito Federal
organizou sua apresentação junto as escolas da rede pública que
2 Encarte: 7 de Setembro Riquezas do Brasil – distribuídos no evento.
representaram o “caldeirão de influências e um país de cultura
diversa e original”.
B. Desfile cívico Militar: Destaque para os grupamentos femininos
dentro da marinha, exército, força aérea e corpo de bombeiros
que dentro de estruturas altamente conservadoras e de domínio
masculino representam a figura drummondiana da “flor que
rompe o asfalto”.
C. Batalhão de Policiamento do Trânsito (BPTRAN): O elo esquecido
que causa espanto aos que assistem ao desfile quando ao desfilar
lembram que fazem parte da estrutura militar. Destaca-se que por
atuarem com o mote de prevenção é o grupo que mais executa
ações junto a população, como as atividades educativas dentro de
escolas.
D. “Braço forte, mão amiga”: Destaque para as ações cívico-sociais
(ACISO). São atividades realizadas pelo Exército Brasileiro para
prover assistência e auxílio a comunidades, desenvolvendo o
espírito cívico e comunitário no país e no exterior.
2.2.2.1 Confraternização Intrapessoal e Interpessoal
Após o desfile de sete de setembro o grupo foi reunido para retornar a
ESAF onde participamos de um almoço de integração promovido pela
Escola.
A olhares desatentos a atitude de confraternização pode suscitar uma
flexibilização negativa do hall de atividades, algo como “o não uso total do
tempo”. Desconstruir essa visão pressupõe o resgate de duas dimensões
simbólicas da convivência coletiva que podem ser apreendidas no estudo
de Howard Gardner sobre inteligências múltiplas:
A. Dimensão Intrapessoal: leitura de si mesmo.
B. Dimensão Interpessoal: leitura do outro.
Esse tempo passa a ser potencialmente positivo já que dentro do
encadeamento de atividades há o espaço e incentivo para a dinamização
e troca de opiniões e experiências.
Não apenas configura-se como um tempo de lazer como exige do
indivíduo uma ligação com suas percepções e sua carga valorativa (leitura
de si mesmo) e sua abertura perante a coletividade (leitura do outro).
2.2.3 Dia 3 – Escolas de Governo: CooperAR, SustentAR,
CapacitAR, EducAR
Iniciamos um dos dias mais densos da semana no sentindo de
apresentação de conteúdo direto, que possibilitou a cada participante no
final da semana a certificação de participação no Seminário “A Cidade
Constitucional: Capital da República – VIII”.
Após o café da manhã o grupo foi encaminhado para o auditório onde
ocorreria as apresentações de boas vindas da ESAF, a apresentação da
EUROsocial com os intercâmbistas de El Salvador e Honduras, bem como,
a palestra ESAF- Meio Ambiente, ESAF – Educação Fiscal.
(I) La Oficina EUROsocial II; El Salvador; Honduras
EUROsocial é um programa regional de cooperação internacional da
Comissão Europeia para a promoção da coesão social na América Latina. É
coordenado por um consórcio, que congrega oito sócios europeus e
latino-americanos e mais de trinta sócio-operativos, instituições que
implementam ações definidas em conjunto com os países beneficiários.
A apresentação de Asier Luzuriaga, representante da comunidade
européia, foi pautada pela evolução histórica do programa, desde a sua
concepção até a consolidação da estratégia de ser criar um espaço euro-
latinoamericano de diálogo e cooperação para operação de processos de
reforma política que aspiram os governos.
Essa metodologia cooperativa tem como uma dos alicerces a
aprendizagem entre pares, ou seja, entre realidades próximas que podem
dividir experiências e metodologias de sucesso que agreguem valor e
fortaleza institucionalmente as estruturas de governo. Para isso o
intercambio é uma ferramenta necessária, pois dá a chance de
representantes dos países de participarem de experiências como a Cidade
Constitucional.
Fonte: site EUROsocial II
(II) IV Seminário USP/ ESAF – “Sustentabilidade Ambiental”
Seguindo a programação do dia, Paulo Mauger, diretor de cooperação
técnica da ESAF , toma a palavra e inicia a apresentação do Projeto de
Eficiência Energética em parceria com a GIZ/Alemanha (Agência de
Cooperação Internacional Alemã).
O objetivo principal em sua exposição foi demonstrar que a
implementação de energias renováveis é capaz de gerar oportunidades e
resultados consideráveis àqueles que dela fazem uso, ou seja, como a
economia de recursos pode ser fortalecida com a sustentabilidade que
possui impacto direto na destinação dos recursos captados via sistema
tributário.
Ressaltou que as novas formas de se pensar a energia estão em sintonia
com a qualidade do gasto, pois é cada vez mais pauta das agendas dos
governos o desenvolvimento econômico equilibrado com o meio
ambiente.
(III) VIII Seminário USP/ ENAP
(A) A Rede Nacional de Escolas de Governo, o Sistema da
União, Cooperação Internacional e a Política de Desenvolvimento
de Pessoal
O grupo, após o almoço, dirigiu-se a ENAP (Escola Nacional da
Administração Pública), entidade do Poder Executivo Federal
precisamente ligada ao Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão
(MPOG) que oferece formação e aperfeiçoamento em administração
Pública a servidores públicos federais.
A apresentação iniciou-se com a exposição do diretor de desenvolvimento
gerencial da ENAP, Paulo Marques que De forma objetiva destacou as
áreas de atuação da Escola e os eventos de aprendizagem oferecidos
(desenvolvimento técnico e gerencial, formação de carreiras,
aperfeiçoamento, cursos de especialização e projetos especiais
formulados de acordo com a procura). Após foi realizada a exposição de
Luís Henrique D´Andrea – chefe de assessoria técnica internacional – que
discorreu sobre a importância da cooperação técnica internacional,
finalizando a visita com a exposição de Marizaura Camões (Coordenadora
Geral de Pesquisas) que apresentou não apenas o projeto de formação
continuada do corpo burocrático como também as dificuldades em
estabelecer planos e estratégias em estruturação de recursos humanos
dentro do setor público.
(IV) IV Seminário USP/ ESAF – Educação Fiscal e Preparo para a
Cidadania
(A) O Programa Nacional de Educação Fiscal (PNEF)
(B) Administração Tributária e Educacional: Exemplos de
Aproximação pela Receita Federal do Brasil (RFB)
O retorno a ESAF contou com a continuação do seminário iniciado no
período da manhã.
As apresentações contaram com a participação de Ronaldo Inunes –
Gerente do Programa Nacional de Educação Fiscal que discorreu sobre o
Programa Nacional de Educação Fiscal (PNEF) que tem como objetivo
“promover e institucionalizar a Educação Fiscal para o efetivo exercício da
cidadania, visando ao constante aprimoramento da relação participativa e
consciente entre o Estado e o cidadão e da defesa permanente das
garantias constitucionais (Caderno 1 – Educação Fiscal no Contexto Social
– PNEF). E, por fim, a apresentação de Antônio Lindemberg,
representando a Coordenação de Atendimento e Educação Fiscal da
Receita Federal que realizou através de uma exposição dialética a
construção do dever fundamental de pagar impostos como a base da
estruturação do Estado de Direito.
2.4.4 Dia 4 – “O Direito achado na rua e nas instituições da
Cidade Constitucional”3
(I) V Seminário USP/ Controladoria Geral da União (CGU)
Terça-feira inicia com a ida da comitiva da USP ao prédio da Controladoria
Geral da União (CGU), órgão ligado ao Poder Executivo Federal,
responsável pelo controle interno.
Iniciamos o trabalho com a fala do Secretário Executivo Carlos Higeno
Alencar apresentando o panorama de atuação da CGU relativo ao
incremento da transparência da gestão por meio das atividades de
controle interno, auditoria pública, correção, prevenção e combate à
corrupção.
3 Inicialmente concebida como o tema do trabalho e da palestra realizada pelo
Professor Dr. José Geraldo de Souza Junior sua dimensão agigantou-se de modo a tomar em proporção todo o sentido do projeto Cidade Constitucional, dessa forma justifica-se a escolha da nomeação do item 2.4.4 Dia 4.
As seguintes apresentações foram realizadas objetivando um
aprofundamento do papel desempenhado pelo órgão, bem como, a
apresentação de algumas iniciativas e atividades.
(A) Observatório da Despesa Pública: Palestra proferida por
Henrique Rocha com a exposição de algumas metodologias de análise e
produção de informações estratégicas, bem como, a importância dessas
informações para a consolidação de relatórios de acompanhamentos,
sinalização e apontamentos para a condução do gasto público.
(B) Controle Interno: Palestra realizada por Ronaldo da Silva Balbe
– Diretor de Planejamento da Secretária Federal de Controle Interno.
Através da apresentação por dimensões de análise do conceito de
controle interno discorreu acerca do desdobramento da transparência
pública a partir de uma atuação articulada em rede com os demais órgãos
e o diálogo com a sociedade civil.
(C) Prevenção da Corrupção: Palestra realizada por representante
da Secretária de Transparência e Prevenção a Corrupção que fez uma
exposição através de linha jurídica que pauta a estruturação da Secretária
e, também, sua atuação. No tempo de sua apresentação o debate acerca
do acesso a informação em tempos de campanha eleitoral acabam sendo
inviabilizado e ou parcialmente disponibilizado.
(D) Arquivo de Documentos Públicos – Gestão de Arquivos:
Exposição sob tutela de Marcos lIndermayer, que iniciou sua fala com a
contextualização e a importância da gestão de documentos públicos e seu
impacto direto na qualidade da prestação de serviço ligado ao acesso
informacional. Trouxe a tona as medidas que estão sendo implementadas,
a experiência de outros países que podem ser usadas no contexto
brasileiro (relato sucinto da participação em um evento de discussão de
gestão de arquivos que o palestrante participou) e, por fim, um quadro
geral das dificuldades e obstáculos a serem transpostos pelo setor público
na área.
(II) Catedral de Brasília
Com o término dos seminários na CGU, o grupo dirigiu-se para o almoço e
em seguida a uma breve passagem a Catedral Metropolitana de Brasília.
Diante do primeiro monumento criado na “cidade sem esquinas” os
traços da Catedral revelam a beleza e imponência da concepção de
arquitetura moderna de Niemeyer
Inicialmente concebida para ser um democrático centro ecumênico com o
mote de “abrigar o que há de religioso em quase todo ser humano” (
Niemeyer), passa a conceber o título de igreja decorrente da população
brasileira ser majoritariamente católica.
(III) IV Seminário USP/ Universidade de Brasília (UNB) – O Direito
achado na Rua e nas Instituições da Cidade Constitucional
Há quem diga que só o esforço intelectual é digno de respeito, há outros
que acreditam que a mão calejada simbolicamente se remete a uma vida
de embrutecimento. O que dizer sobre um homem que através da vida
calejou a mente e o coração e no bruto encontrou a poesia de libertação?
É como posso começar a discorrer sobre o Professor José Geraldo de
Sousa Junior após ouvir suas palavras e assistir sua exposição dentro do
auditório da faculdade de direito da UNB.
Com a segurança de quem dedicou uma vida a refletir sobre a lógica de
estruturação do direito que se concretiza na rua (espaço público de
realizações) e deve ter como premissa a emancipação do ser e não o seu
encarceramento através da defesa do legalismo cego que, quase sempre,
é excludente e transforma, nas próprias palavras do professor, “pré
conceitos em preconceitos e pré juízos em prejuízos” nos apresenta um
olhar transformador.
“O Direito Achado na Rua” é aquele que rompe, ascende e cada vez mais
se faz presente, para alguns como uma realidade incomoda que deve ser
ignorada ou menosprezada e para outros, como espaço de libertação e
reconfiguração da dinâmica social.
(IV) VII Seminário USP/ Ministério da Saúde (MS) – Políticas
Públicas, Saúde e Esporte.
Prosseguindo o roteiro do dia, assistimos o sétimo seminário USP –
Ministério da Saúde que com a proposta de apresentar um hall de
iniciativas, projetos e programas dentro da temática Saúde e Esporte
explicitando a complexidade e as exigências de uma política pública.
O dimensionamento apresentado pelas palestrantes abrangeram:
(A) Intervenções em Doenças Crônicas Não Transmissíveis –
Taís Porto;
(B) Programa Academia da Saúde – Estratégia de Promoção
da Saúde e do Cuidado – Valdeth Santos;
(C) A co-gestão como dispositivo para a Intersetorialidade
(Educação + Saúde);
(D) O Papel do Setor Saúde no Enfrentamento das Violências
e Acidentes;
(E) Programa Saúde na Escola e Plano Juventude Viva.
2.4.5 Dia 5 – Legislativo é Cidadania: Resgatar o
Esquecido
(A) Bosque dos Constituintes
O antepenúltimo dia da Cidade Constitucional foi dedicado ao Poder
Legislativo, aparentemente tão esquecido quando se trata de sua atuação
e tão lembrando quando a insatisfação toma conta do imaginário popular.
A visita ao Bosque dos Constituintes resgata a história da democracia
brasileira e o projeto de um país que pretende ter como um valor o
respeito ao meio ambiente.
Com 70 mil m² de área, localizado ao lado da Praça dos Três Poderes, o
local tem duas missões primordiais: (1) Lembrar ao Brasil um capítulo
crucial da sua memória – a Assembléia Nacional Constituinte e a
Constituição Federal de 1988; (2) Servir como referência para a
conservação e a sustentabilidade ambiental.
“Ressaltando que a Constituição de 1988 foi a primeira na história do
Brasil a incluir um artigo inteiramente dedicado à proteção ao meio
ambiente, o 225. Para celebrar este feito e homenagear os parlamentares
constituintes, nada mais emblemático do que o gesto de plantar árvores –
ou um bosque inteiro” (Informações do site da câmara dos Deputados).
(B) Legislativo: Câmara dos Deputados; Cefor; Congresso Nacional
Após passagem pelo Bosque dos Constituintes, o grupo dirigiu-se para um
dos anexos da Câmara dos Deputados, onde é realizado as Comissões de
Legislação Participativas.
O VI Seminário USP – Comissão de Legislação Participativa: Política,
Sistema e Mecanismos de Participação emergiu a importância da
aproximação do poder público com a sociedade civil no fomento do
debate público e a participação no processo decisório.
Visando proporcionar essa experiência para os alunos da USP, dividiu-se a
comitiva em dois grupos que foram organizados para realizarem uma
simulação do trabalho das comissões. Os temas debatidos foram: (1)
projeto de lei com objetivo de reduzir a maioridade penal no Brasil para
16 anos; (2) audiência pública para debater o tema da legalização da
maconha.
A experiência dessa atividade foi o ponto complementar na viagem de
solidificação do espírito público, se a palestra “O direito achado nas ruas”
tocou a subjetividade do tema, a participação da simulação instaurou a
vontade por mudanças através do engajamento e participação.
O período da tarde foi marcado pela visita ao Centro de Formação,
Treinamento e Aperfeiçoamento (Cefor) da Câmara, centro vinculado ao
Poder Legislativo que não possui personalidade jurídica própria e nem
pode ser denominada como uma escola de governo. A apresentação
realizada esclareceu que a Cefor tem como objetivo a formação e
qualificação de recursos humanos que atuaram no Poder Legislativo,
dessa forma, planeja e executa as atividades relacionadas à educação
legislativa, bem como ao recrutamento, seleção e desenvolvimento de
pessoas na Câmara dos Deputados.
Em relação à educação legislativa, foi destaque as ações voltadas ao
aperfeiçoamento da relação da instituição Câmara dos Deputados com a
sociedade, com a apresentação de programas com participação direta da
população, como, por exemplo, onParlamento Jovem Brasileiro, o Estágio-
Visita, o Escola na Câmara, o Missão Pedagógica. Cabe destacar os cursos
que, desenvolvidos na modalidade a distância (ead), permitem a
participação de todo cidadão interessado, sem qualquer custo. Também o
programa de pós-graduação alcança a sociedade, seja por intermédio de
grupos de pesquisa, de publicações ou dos próprios cursos de
especialização.
A última atividade do roteiro foi a visita guiada ao Congresso Nacional e a
participação no V Seminário – USP-Eventos Legislativos do Senado, onde
assistimos uma palestra sobre a Comissão dos Direitos Humanos e
Legislação Participativa.
A visita guiada está englobada na iniciativa “Aqui o Brasil faz História” e
teve inicio na Câmara dos Deputados pelo salão negro, espaço em que o
presidente da Câmara recepciona chefes de Estado e/ou Governo em
visitas oficiais ou de cortesia, prosseguimos para salão verde que abriga a
exposição permanente dos Presentes Protocolados do Museu da Câmara
e finalizamos na galeria do plenário localizada na parte superior do
Plenário Ulysses Guimarães.
Prosseguimos para a “Casa da Federação” (Senado), onde começamos
pelo Plenário, passando pelo salão Branco (Chapelaria), túnel do tempo,
plenarinho onde é possível ter acesso ao pequeno escritório, quase
invisível, da Procuradoria Especial da Mulher.
Finalizamos com a visita as alas das comissões, onde abrigam as salas do
Senado Federal onde acontecem as reuniões das comissões permanentes,
que aprofundam os debates em torno dos projetos de lei, podendo, em
alguns casos, realizar votação terminativas, ou seja, sem a necessidade de
levar a discussão ao Plenário.
2.4.6 Dia 6 – Práticas em Gestão Local, Educação Fiscal e
Financeira para a Cidadania e FNDE
Programação:
(A) VI Visita aos Vitrais da Sede – Espelho da Federação; I
Seminário USP/ Caixa Federal: Programa CAIXA Melhores Práticas
em Gestão Local; II Seminário USP/ Banco Central: Educação Fiscal
e Financeira para a Cidadania
A primeira atividade do dia foi a visita aos Vitrais “Espelho da Federação”,
localizados no edifício sede da Caixa Econômica Federal4.
Prosseguimos para o prédio do Banco Central onde deu inicio a primeira
palestra do dia: a apresentação do Programa Caixa Melhores Práticas que
tem como objetivo principal a valorização e fortalecimento de práticas
locais que podem ser modelos de replicação em distintos lugares.
4 Caixa Econômica Federal é uma autarquia com vínculo ao Ministério da
Fazenda.
Finalizando o primeiro conjunto de palestras do dia, tivemos a fala do
coordenador de assuntos nacionais, Silvio Carlos Arduni, que ao expor
algumas formas de atuação do BACEN (Banco Central) em programas e
iniciativas de educação fiscal e financeira, destacou a tentativa de
incentivar o sistema bancário a atuar de forma mais clara e objetiva de
forma a não lesar o cidadão que utiliza o sistema através do
endividamento cego.
(B) O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE):
Programa Nacional de Formação Continuada a Distância nas Ações
do FNDE (Formação pela Escola)
Após o almoço caminhamos até a sede do FNDE onde tivemos uma
recepção extremamente acolhedora e uma apresentação acalentadora,
no sentido de sermos testemunhas que o espírito público está presente
dentro das instituições públicas em Brasília.
A burocracia renasce quando o desenho técnico-administrativo da
condução de políticas públicas está focado no fomento e efetivação da
cidadania, servindo ao interesse público constitucionalmente garantido.
A apresentação foi toda estruturada na metodologia da Cidade
Constitucional, partindo da sua contextualização dentro da organização
pública (FNDE é uma autarquia do Ministério da Educação ligado ao Poder
Executivo Federal), seus marcos legais/constitucionais, sua missão, seus
valores e eixos de atuação, a demonstração de abrangência, visão geral da
dimensão orçamentária, iniciativas e programas que atuam, a
demonstração de avanços e as áreas de atenção.
A exposição apaixonada e vigorosa feita por Adalberto Domingos da Paz,
e todos os servidores ali presentes que contribuíram para a realização da
palestra emocionaram e demonstraram a todo grupo que é necessário
mais que um conjunto de competências para atuar na esfera pública, é
fundamental uma certa paixão e entrega individual visando um bem
maior.
(C) V Seminário USP/ Ministério da Justiça:
(1) Proteção e Defesa do Consumidor Sustentável
(2) Tráfico de Pessoas
Ao fim do dia, chegamos ao Ministério da Justiça para mais duas
apresentações no V Seminário USP/MJ, cujos temas essa ano foram a
Proteção e Defesa do Consumidor Sustentável, realizada por Ana Cipriano
da Secretária Nacional do Consumidor que procurou expor os esforços da
Senacom em balizar a relação do cidadão com o mercado de provisão de
bens e serviços, principalmente depois da entrada de milhões de
brasileiros que passaram para uma faixa de renda média e o tema de
Tráfico de Pessoas com Heloisa Greco (Coordenadora de Enfrentamento
ao Tráfico de Pessoas da Secretária Nacional de Justiça) que pautou sua
exposição numa demonstração geral das articulação realizadas para o
desenho de um programa tão complexo que envolve uma ação articulada,
coordenada e multidimensionada.
2.4.7 Dia 7 – Brasília 36Programação:
(A) Torre de Televisão
(B) Feira de Artesanatos
(C) Check-out Esaf
(D) Retorno com Ônibus
O último dia da Cidade Constitucional contou com a visitação da Torre da
Televisão onde é possível ter uma visão panorâmica do Plano Piloto,
seguindo com o passeio pela feira de artesanatos regional.
Começo de uma Jornada
[...]
Não vês que somos viajantes? E tu me perguntas: Que é viajar? Eu respondo com uma palavra: é avançar! Experimentais isto em ti Que nunca te satisfaças com aquilo que és Para que sejas um dia aquilo que ainda não és. Avança sempre! Não fiques parado no caminho.
Santo Agostinho
Finalizo o presente relatório agradecendo primeiramente aos
Professores Douglas Andrade e Marcelo Nerling, pela bravura e
extrema competência que conduzem o projeto Cidade
Constitucional, desde da estruturação ao longo do ano até a
concretização na semana da pátria. A luta pela manutenção e
expansão do projeto que deve ser reconhecida e os agradecimentos
desdobrados ao corpo de funcionários, corpo administrativo,
direção e parceiros que contribuem para a realização da disciplina.
Agradecer a ESAF, por abraçar o projeto e todo o acolhimento e
estrutura ofertada para receber a Universidade de São Paulo.
A todos os trabalhadores, aqueles que possuem as mãos calejadas
de trabalhos que não são invisíveis e que estiveram presentes em
todo o percurso da Cidade Constitucional: camareiras, seguranças,
funcionários que estavam presentes cuidando de oferecer água, de
estruturar os locais das apresentações...
Agradeço aos colegas que enriqueceram as trocas de experiências e
que mesmo com a complexidade do convívio coletivo chegaram
todos com um saldo mais que positivo e que sabe que a CIDADE
CONSTITUCIONAL é apenas o início da jornada.
“O caminho a percorrer para [...] possibilitar uma sociedade de
homens livres e iguais é longo e pedregoso. Basta tirar os olhos do
texto constitucional e analisar a realidade para perceber uma
grande parcela excluída e vivendo a margem dos princípios básicos
de cidadania. É fundamental desvendar e redescobrir a realidade,
tirar a face autoritária e abusiva do Estado e embutir em todos os
agentes das mais diversas esferas o controle e o policiamento do
poder, traçando assim uma rota em direção a um mundo possível.”
( FIGUEROA, 2011).
AGRADECIMENTOS
Tu sabes como é grande o mundo.
[
[...]
“Viste as diferentes cores dos homens,
As diferentes dores dos homens,
Sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso
num só peito de homem… sem que ele estale.
Fecha os olhos e esquece.
Escuta a água nos vidros,
Tão calma, não anuncia nada.
Entretanto escorre nas mãos,
Tão calma! Vai inundando tudo…
Renascerão as cidades submersas?
Os homens submersos – voltarão?
[...]
Outrora viajei
Países imaginários, fáceis de habitar,
Ilhas sem problemas...
Meus amigos foram às ilhas.
Ilhas perdem o homem.
Entretanto alguns se salvaram e
Trouxeram a notícia
De que o mundo, o grande mundo está crescendo todos
os dias, entre o fogo e o amor.
Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
Entre a vida e o fogo,
Meu coração cresce dez metros e explode.
– Ó vida futura! Nós te criaremos.”
Mundo Grande – Carlos Drummond
ILHA DE BRASÍLIA – CONVITE A CRIAR
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do Mundo. Rio de
Janeiro: Record, 10ed., 2000.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:
Senado, 1998.
BRITO, C. et al - Catedral de Brasília.(2000). Departamento de
Tecnologia da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB.
Monografia da disciplina Sistemas Estruturais em Concreto
Armado. Brasília, Brasil.
FIGUEROA, Daniella S. Essência Constitucional – Mundo de
Todos ou Mundo de Poucos? São Paulo: GLOCAL – ED 04
‘Evolução Populacional e Crescimento Urbano’, 2011.
NERLING, M. A Cidade Constitucional e a Capital da República:
Metodologia Ativa Indissociável no superior. PBL 2010 Congresso
Internacional. São Paulo, 2010.
Roteiro 2014 – A Cidade Constitucional e a Capital da República
VIII.
SOUSA JUNIOR, José Geraldo. Introdução Crítica ao Direito, Série
O Direito Achado na Rua.
A CIDADE CONSTITUCIONAL: A CAPITAL DA REPÚBLICA VIII
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