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A Revolução Francesa marca o início da Idade Contemporânea na medida em que golpeou definitivamente o Antigo Regime e abriu caminho para a consolidação do predomínio político e social da burguesia. Ao mesmo tempo, permitiu a afirmação do capitalismo como modo de produção dominante na Europa e em outras partes do mundo. Finalmente, assegurou a primazia da ideologia iluminista no Ocidente.Podemos considerar a Revolução Francesa como um movimento do qual participaram vários grupos da sociedade francesa, descontentes com o predomínio social da nobreza e com o absolutismo dos monarcas, mas que, ao final beneficiou sobretudo a burguesia.
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16/04/2012
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ABSOLUTISMO FRANCÊS
Prof. Jorge Miklos
Abril/2012
ABSOLUTISMO FRANCÊS
• Na França, o poder real
fortaleceu-se a partir da
Baixa Idade Média,
sobretudo durante o
reinado da dinastia
Capetíngia. O auge do
poder absoluto dos
monarcas franceses,
contudo, verificou-se no
século XVII, sob o
governo dinastia
Bourbon.
O Real brasão de Armas da Casa de Bourbon.
ABSOLUTISMO FRANCÊS
• O iniciador do
absolutismo na França foi
o Cardeal Richelieu
(1624-1642), Primeiro-
Ministro do rei Luís XIII.
Buscou enfraquecer a
influência política da
nobreza, cassando os
direitos de quem se
opunha ao rei, ao mesmo
tempo em que garantiu o
acesso da burguesia aos
cargos administrativos.
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ABSOLUTISMO FRANCÊS
• No plano externo, procurou
estender as fronteiras da
França no continente europeu
e estabelecer a hegemonia
francesa na Europa.
• Durante o período em que
esteve à frente do poder na
França, ocorreu a Guerra dos
Trinta Anos (1618-1648),
conflito religioso envolvendo a
França e o Sacro Império
Romano Germânico.
ABSOLUTISMO FRANCÊS
• O maior exemplo de Absolutismo foi o monarca francês Luís XIV, também conhecido como ‘Rei Sol’. Sua frase: L’etat c’est moi’ (O Estado sou eu) é um exemplo da personificação do poder.
ABSOLUTISMO FRANCÊS
• Sob o governo de
Luís XIV, a França
atingiu a condição de
grande potência
europeia: o exército
era poderoso, mas a
política econômica do
Estado era o grande
sustentáculo do
poderio real.
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ABSOLUTISMO FRANCÊS
• O Ministro das Finanças
de Luís XIV, durante
muito tempo, foi Colbert
que pôs em prática os
pressupostos
intervencionistas do
mercantilismo. Graças a
ele, a economia francesa
prosperou e fortaleceu as
finanças do Estado, dada
uma maior arrecadação
tributária.
ABSOLUTISMO FRANCÊS
• A manufatura
francesa, sobretudo a
produção de artigos
de luxo, desenvolveu-
se
consideravelmente.
ABSOLUTISMO FRANCÊS
• Luís XIV transferiu
ainda a Corte
francesa de Paris
para Versalhes, onde
mandou construir um
imponente e luxuoso
palácio que passou a
consumir boa parte
das rendas do Estado
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ABSOLUTISMO FRANCÊS
• A Corte da França na
época de Luís XIV
era uma das mais
dispendiosas da
Europa: em torno do
rei, viviam nobres que
usufruíam de
enormes regalias sem
contribuir em nada
para aumentar a
renda do Tesouro.
REVOLUÇÃO FRANCESA
Prof. Jorge Miklos
Abril/2012
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A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Fim do Antigo
Regime
• Abriu caminho o
predomínio político e
social da burguesia.
• Assegurou a primazia
da ideologia iluminista
no Ocidente.
A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Um movimento do qual
participaram vários grupos da
sociedade francesa
(camponeses, massa pobre
urbana,burguesia)
descontentes com o
predomínio social da nobreza
e com o absolutismo dos
monarcas, mas que, ao final
beneficiou sobretudo a
burguesia.
A REVOLUÇÃO FRANCESA
MODELO/ CLÁSSICO /REVOLUÇÃO/ BURGUESA
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A REVOLUÇÃO FRANCESA
A FRANÇA PRÉ-REVOLUCIONÁRIA
A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Economia: predominantemente
agrícola
• Maioria da população (cerca de
80%) vivendo na área rural e
sujeita ao regime servil
A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Finanças: déficit financeiro
• O Estado arrecadava menos do que gastava
• Corte e privilégios da nobreza.
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LUIS XVI
Política
Predomínio do Absolutismo
Monárquico, de Direito
Divino.
PRIMEIRO
ESTADO = CLERO
SEGUNDO
ESTADO = NOBREZA
TERCEIRO
ESTADO =
DEMAIS
SETORES
DA SOCIEDADE
possuem privilégios
não pagam impostos
não possuem
privilégios
pagam impostos
Sociedade Estamental
NÃO ERAM
TRIBUTADOS
VIVIAM DE PENSÕES DO REI
600 MIL
PRIVILEGIADOS
PAGAVAM DE 50 A
57 FRANCOS DE IMPOSTO
PARA CADA 100 FRANCOS
DE RENDA
25 MILHÕES
NÃO PRIVILEGIADOS
26 MILHÕES
DE
HABITANTES
POPULAÇÃO
FRANCESA
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A REVOLUÇÃO FRANCESA
A QUEDA DO ANTIGO REGIME
A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Luís XVI
• Ministros das Finanças
• Turgot, Necker e Calonne
• Propostas: – Aumentar a arrecadação e
diminuir os gastos do Estado
– Abolir os privilégios dos 1ºs. e 2ºs. Estados.
NECKER
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A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Luis XVI
• procurando minimizar os descontentamentos,
• Convoca os Estados Gerais,
• Parlamento = poder consultivo, não deliberativo.
• O voto era por Estado (cada Estado representado, independente do número de deputados, tinha direito a um voto),
A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Pressão do Terceiro Estado,
• a votação fosse per capita (por cabeça)
• O Terceiro Estado rebelou-se e, na sala
do jogo da péla (espécie de tênis em
quadra coberta),
• seus representantes juraram que não se
separariam enquanto não tivessem dado à
França uma constituição.
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A REVOLUÇÃO FRANCESA
• 9 de julho de 1789
– O Terceiro Estado, declarou-se em Assembleia
Nacional Constituinte
• 11 de julho de 1789
– tropas comandadas pelo rei ocuparam Paris e
cercaram o prédio onde se reunia a Assembleia.
• 14 de julho de 1789
– rebeldes tomaram a Bastilha, prisão onde se
achavam encarcerados os opositores do absolutismo
e símbolo do Antigo Regime.
A REVOLUÇÃO FRANCESA
ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE
(1789-1791)
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A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Grande Medo;
• Abolição dos direitos feudais;
• Aprovação da Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão;
• Confisco dos bens da Igreja;
• Imposição da Constituição Civil do Clero
(1791), segundo a qual a autoridade da Igreja
ficava sujeita à autoridade civil;
A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Em 1791 aprovada a
primeira constituição
francesa
• monarquia
constitucional
• três poderes:
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A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Luis XVI arquitetou um
plano de fuga para o
exterior, a fim de se
juntar à nobreza
emigrada e organizar
uma reação à Revolução.
• O plano, no entanto,
fracassou, o rei foi
capturado, reconduzido a
Paris, onde jurou a
Constituição aprovada
em 1791.
PRISÃO DE LUIS XVI
A REVOLUÇÃO FRANCESA
A MONARQUIA
CONSTITUCIONAL
(1791-1792)
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A REVOLUÇÃO FRANCESA
• A Assembléia Constituinte converteu-se
em Assembléia Legislativa.
• Os partidos aí representados eram os
seguintes:
A REVOLUÇÃO FRANCESA
• feuillants:
monarquistas
constitucionais
representando
a burguesia
financeira;
Honoré Gabriel Riqueti,
conde de Mirabeau,
(Bignon-Mirabeau,
Loiret, foi um dos
moderados que
pretendia a transição
para uma monarquia
constitucional.
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A REVOLUÇÃO FRANCESA
• girondinos:
republicanos
moderados que
representavam
a grande
burguesia
comercial e
industrial;
A REVOLUÇÃO FRANCESA
• jacobinos:
republicanos radicais
(democratas) que
expressavam os
interesses das
camadas médias da
população francesa e
da pequena burguesia;
desejavam aprofundar
as mudanças iniciadas
com o movimento de
1789.
A REVOLUÇÃO FRANCESA
• cordeliers: grupo
heterogêneo,
defensor do regime
republicano, formado
pela camada mais
pobre da população
urbana.
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A REVOLUÇÃO FRANCESA
• O rei conspirada junto
a governos
absolutistas europeus
e à nobreza emigrada
que se refugiara em
nações vizinhas à
França.
A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Os monarcas europeus
temiam a irradiação das ideias
revolucionárias francesas para
seus países e decidiram
ajudar Luís XVI a reverter o
quadro em que se encontrava
a França.
• A Áustria e a Prússia foram
importantes aliados do rei
francês no plano de
intervenção estrangeira na
França para restaurar o
absolutismo no país.
A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Descoberta, em 1792, a tentativa de
invasão da França com a anuência do rei,
a população se rebela mais uma vez em
Paris, ocupa o Palácio Real.
• A família real é feita prisioneira, julgada
considerada culpada pelo crime de traição
• Luis XVI e a Rainha Maria Antonieta são
executados.
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A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Organizou-se um exército popular
• comandado por Danton, Robespierre e
Marat
• enfrentou o exército absolutista.
• vencendo-o na Batalha de Valmy.
DANTON
MARAT
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CHALOTTE CORDAY AMANTE E ASSASSINA
DE JEAN PAUL MARAT
ROBESPIERRE
•“Chegou a hora da igualdade
passar a foice por todas as
cabeças. Portanto, legisladores,
vamos colocar o terror na
ordem do dia.”
A REVOLUÇÃO FRANCESA
• A República foi proclamada
• Convocada uma nova Assembléia
Constituinte eleita por sufrágio universal.
• Terminava o período da Monarquia
Constitucional
• Iniciava-se o período da Convenção.
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A REVOLUÇÃO FRANCESA
A CONVENÇÃO (1792-1794)
A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Fase mais popular democrática e sangrenta da
Revolução Francesa.
• a Convenção assistiu a profundas divergências
entre girondinos (direita) e jacobinos
(esquerda).
• Os girondinos desejavam consolidar as
conquistas burguesas, estancar a Revolução e
evitar a radicalização,
• Os jacobinos buscavam instituir a democracia
na França.
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A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Em 1793, países europeus - Áustria, Prússia, Inglaterra, Espanha e Holanda - organizaram a Primeira Coalizão Européia contra a França e decidiram invadi-la.
• Os jacobinos assumiram o controle da
situação política
• duas instituições foram criadas visando o
avanço nas conquistas revolucionárias
• o Tribunal Revolucionário
• o Comitê de Salvação Nacional.
• Novo Calendário 1792 (Ano I)
A REVOLUÇÃO FRANCESA
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A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Inicia-se o chamado Regime do Terror.
• Todos os que se mostrassem perigosos à
causa revolucionária eram perseguidos.
Os principais líderes desse período foram
Robespierre, Danton, Marat, Saint-Just.
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A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Aprovada a Constituição do Ano I (1793)
• A implantação da democracia e do
sufrágio universal.
A REVOLUÇÃO FRANCESA
• As dificuldades econômicas e militares
• constante ameaça de invasões externas
• violência com que eram tratados os
opositores do regime
• as cisões no interior do próprio partido
• enfraqueceram os jacobinos,
• a reação burguesa
A REVOLUÇÃO FRANCESA
• A 27 de julho de 1794 (9 Termidor)
• a burguesia desfechou um golpe contra os
jacobinos que resultou no fechamento do
partido, prisão e execução de seus
principais líderes.
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A REVOLUÇÃO FRANCESA
• Uma nova constituição (Constituição do Ano III) foi aprovada, em 1795.
• instituiu o Diretório (governo exercido por cinco diretores).
• o voto censitário para a formação da Assembléia Legislativa e a divisão em três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
A REVOLUÇÃO FRANCESA
DIRETÓRIO (1795-1799)
A REVOLUÇÃO FRANCESA
• O governo do Diretório não conseguiu,
entretanto, pacificar e estabilizar a
situação da França.
• A ameaça estrangeira
• A crise financeira
• Corrupção
• Descontentamento e revolta contra o
governo.
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A REVOLUÇÃO FRANCESA
• A vitória do exército da Segunda Coalizão
Européia sobre o exército francês, em
1798, levou o Diretório a ser substituído
pelo Consulado, encabeçado por um
jovem general francês de carreira
brilhante: Napoleão Bonaparte.
A REVOLUÇÃO FRANCESA
• O golpe ficou conhecido como o 18 de
Brumário, que deu a Napoleão poderes
especiais para garantir a pacificação da
França. A burguesia apoiou o golpe.
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Referências
• BURKE, E. Reflexões sobre a revolução em França. Brasília: UNB,
1982.
• FLOREZANO, Modesto. As revoluções burguesas. 12. ed. São Paulo:
Brasiliense, 1991.
• FURRET, F. Pesando a Revolução Francesa. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1989.
• GÉRARD, A. A Revolução Francesa: mitos e interpretações. São
Paulo: Perspectiva, 1989.
• HOBSBAWM, E.J. A Revolução Francesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1996.
• LEFEBVRE, F. 1789. O surgimento da Revolução Francesa. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1989.
• SOBOUL, A. A Revolução Francesa. São Paulo: Difusão Editorial do
Livro, 1976.
• TOCQUEVILLE, A. O Antigo Regime e a Revolução. Brasília: UNB,
1979.
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