Metrópole I

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Seminário apresentado pelos alunos da ECA-USP para a disciplina Teoria da Opinião Pública, ministrada pelo professor Massimo di Felice.

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Metrópole

Aline André Camila Ligia

Contexto

• Revoluções Burguesas (Gloriosa, EUA, Francesa e Industrial)– Revolução Industrial

• Mudanças tecnológicas com impacto no processo produtivo (econômico e social)

• Concentração populacional

• Hipótese: consolidação da lógica (método científico)

Contexto

• Transformação social – Surgimento da cultura de massa

– Aumento do nível tecnológico

– Concentração populacional

• Novo modo de produção– Troca do trabalho humano – máquina.

– Nova relação entre capital e trabalho.

Transformações

• Nova percepção de mundo– Temporalidade

– Espacialidade

– Multiplicidade

• Multidão– Classes distintas e um objetivo político

– Anonimato, contaminação, sem personalidade individual.

Transformações

• Relação Homem – técnica

• Reconhecimento teórico (Multiplicidade) vs necessidade política (unidade)

• Metrópole como organismo

Tudo que é sólido desmancha no ar

III – Baudelaire: O Modernismo nas Ruas

Marshall Berman

Bulevar• Haussmann – Prefeito de Paris

• Napoleão III – Imperador da

França

•1850

Bulevar• Haussmann – Prefeito de Paris

• Napoleão III – Imperador da

França

•1850

•Psicotecnologia

•Veias da cidade

•Espaço público no privado

• Encontro das classes sociais

•Liberdade urbana

•Unidade anárquica

Spleen de Paris

50 poemas em prosa

“(...)cenas modernas primordiais.” Berman

“Os Olhos dos Pobres”

“A perda do Halo”

Os Olhos dos Pobres

« Tant il est difficile de s'entendre, mon cher ange, 

et tant la pensée est incommunicable, 

même entre gens qui s'aiment! »

• Por que ele a odeia?– Despreza sua posição ou reconhece-se nela

– Contradição do Homem nas ruas

– Baudelaire – ambos são fúteis

• Surge a miséria

• Posições ideológicas

A Perda do Halo

A Perda do Halo

Dessacralização da

arte, que deve “sentar

praça na cidade” para

representar o

moderno

adequadamente.

A Perda do Halo

Adequação à vida

urbana dá ao Homem

nova liberdade

O Homem da Multidão,

Edgar Allan Poe

Spleen de Paris, Charles Baudelaire

O pintor da vida moderna

Constantin Guys (la pompe de la vie):Variedade de fantasias aparatosas

ocupadas por manequins sem vida e de rostos vazios

xRealidade moderna:

Intrinsecamente repugnante, vazia não só de beleza mas de qualquer potencial

de beleza

A cidade é signo da modernidade

Poe e Baudelaire: • exemplos de vida burguesa, altas esferas da

moda e formas mais baixas de vida;• O homem da multidão sente-se bem nesta e

no anonimato (Poe) / A Perda do Halo: o artista deve casar-se com a multidão (Baudelaire)

• Símbolos da vida moderna: fluidez e atmosfera

A cidade é signo da modernidade

• A técnica: energia elétrica, caleidoscópio, explosão

“a arte moderna deve recriar, para si, as prodigiosas transformações de matéria e energia que a ciência e a tecnologia

modernas haviam promovido”

A cidade é signo da modernidade

• A modernização da cidade inspira e força a modernização da alma dos seus cidadãos

• “Todo mundo luminoso é decadente, oco, viciado, espiritualmente vazio, opressivo em relação ao proletariado, condenado pela história” (os burgueses querem ser salvos, mas não há pressa)

Profundidade mítica

arquétipos da vida moderna

As Massas,

E a Metrópole.

As Multidões, Os Públicos

Produção em larga escala

+

Incremento consumo

+

Inovações tecnológicas

+

Energia vapor e elétrica

SOCIEDADE DE MASSA

=

MET

RÓPO

LE

Multiplicação dos meios de massa

Sociedade dos grandes números

Teorias críticas elitistas

Sociedade de Massa

Tocqueville• Pensador político, historiador e escritor francês do século XIX

• Contratado pelo governo francês para estudar sistema prisional

norte-americano.

• Mas em seus nove meses escreveu taambém sobre a economia e o

sistema político, único até então no mundo.

• Obra A Democracia na América

• 1º a criticar a sociedade de massa

Democracia na América • EUA guiado pela democracia e modo de vida burguês: posição

social depende do esforço.

• Como todos eram iguais, o medo da decadência e o desejo de

ascender socialmente impulsionam o indivíduo ao trabalho

• Falta de tempo para desenvolver o intelecto.

• Integrante da nobreza francesa e discípulo de Montesquieu,

Tocqueville valorizava papel "equilibrador" da aristocracia.

“(...) o desejo insaciável de bens materiais não é traço

generalizado nas sociedades aristocráticas, porque a riqueza não

se constitui num “objetivo de vida”,mas sim numa “maneira de

viver”. [...] Na democracia, ao contrário, a posição de cada

indivíduo depende, teoricamente, de seu próprio esforço. [...] Dada

à mobilidade característica da igualização das condições, o medo

da decadência e o desejo da ascensão social são sentimentos

virtualmente inerradicáveis e universais ao conjunto dos indivíduos

democráticos. “

Tocqueville

Nietzsche• Elitismo

• Desigualdade natural

• Princípio da perfeição: sociedade deve se organizar de forma a

permitir que os "grandes homens" realizem obras excepcionais

• Vontade de poder X Revolta dos escravos: Fortes devem estar

acima das regras morais, que ajudariam os fracos a serem menos

submissos

• Idéias posteriormente hitleristas

• Defesa de dois pontos fundamentais:

- massas perderam a noção da existência de superiores

- massas perderam a ciência de que há atividades especiais

(política e a arte) que exigem dons específicos, que elas não

possuem

Ortega Y Gasset

• Nietzsche mais moderado: ataque às massas

• Rebelião das massas: civilização ocidental está ameaçada pelo

nivelamento social

• Massa incomoda e lota lugares antes reservados apenas à

elite:trens, concertos, museus.

• Definição de Massa: é definida por uma característica psicológica.

Pertence a ela quem não se incomoda em ser igual aos outros.

• Massa X "Seletos": Elite exige mais de si própria e suas

características são individuais e inatas (não se relaciona com a

situação social ou econômica, nem podem ser alteradas pela

educação, que não cria espírito)

MU

LTID

ÃO

MA

SSA

PÚBL

ICO

Multidão• Gustav Le Bon: Psicologia das Multidões

• Origem biológica e remonta aos tempos em que o homem passou

a viver em sociedade.

• Na multidão, os integrantes são comandados pela ação de

feromônios, hormônios expelidos pelo corpo, com efeito olfativo

• Quem estiver ao alcance da ação dos ferormônios é contagiado e

passa a agir em grupo, como um só corpo

• Forma irracional.

Multidão• Pertencer a uma multidão = perder a consciência e razão

individuais

• Pessoas tornam-se impulsivas, instintivas, impressionistas,

facilmente irritáveis, sugestionáveis, crédulas, ilógicas, sem idéias

próprias.

• Confundem realidade e imaginação, são incapazes de raciocinar e

de julgar, ausência de bom senso.

• Ex.: linchamentos, revoltas e tumultos

• Comum, que em casos de incêndio, em casas de shows, morram

mais pessoas pisoteadas do que em decorrência do fogo.

Criação da MultidãoSão 4 estágios:

• 1º - acontecimento emocionante

• 2º- "moedura": indivíduos se encontram, se chocam, trocam

ferormônios.

• 3º - surge idéia de ação, a exaltação coletiva é direcionada para um

objetivo

• 4º - multidão,totalmente dominada pelos ferormônios, AGE

Uma multidão é como um estouro de boiada: é impossível pará-la

com a força ou com a razão.

Unidade mental das Multidões

• Anonimato esconde indivíduo

• Processo mecânico de imitação do comportamento

• Contaminação: desaparecimento da personalidade consciente e

da responsabilidade

Massa• Novidade do século XIX

• Surge em decorrência do processo de industrialização e

desenvolvimento dos meios de comunicação de massa.

• Massa age como multidão, de maneira irracional e manipulável,

mas sem proximidade física e ferormônios.

• Multidão solitária: Nos grandes centros, as pessoas estão

isoladas, atomizadas.

• Aspiração máxima do integrante da massa: ser aceito pelos seus

pares. Ele fará qualquer coisa para se adequar e procurará

repetir os outros em tudo

Massa• Principal característica: pseudo-pensamento. A massa acredita

que pensa, mas só repete o que houve nos meios de

comunicação de massa.

• Papagaio midiático: Indivíduo se recusa a acreditar que é apenas

uma peça da engrenagem social e que suas idéias lhe foram

implantadas pela mídia.

• Incapacidade de ficar só e criar relacionamentos duradouros:

homem-massa de O homem das multidões, E. A. Poe

• Única aspiração:ser aceito pelo grupo, mesmo que precisasse

sacrificar sua identidade. Poe o abandona dizendo que de nada

adiantaria continuar a segui-lo - A massa é oca por dentro

Público

• Alcançou a maturidade intelectual e psicológica.

• Racionalidade e defesa da individualidade.

• Na multidão, indivíduo quer ser anônimo; na massa, quer ser

igual aos outros; no público ele quer ser ele mesmo.

• Público não se deixa manipular e seus argumentos são frutos de

um raciocínio anterior.

• Público defende tal ponto de vista porque refletiu sobre ele, não

porque alguém lhe disse.

• A mídia cria a massa, mas também pode criar o público.

Metrópole

Aline André Camila Ligia

Obrigado.Aline Yukari TozakiAndré Felipe Celotti da SilvaCamila SilveiraLigia Ungaretti Jesus