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Rua da Assembléia, 66 - 17° Andar - Centro - Rio de Janeiro / RJ - CEP: 20011-000 tel: (55 21) 2114-1700 - fax: (55 21) 2114-1717 - http://www.svmfa.com.br
Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira
& Agel – Advogados
Julho – 2011
Aspectos fiscais da cadeia
do Biodiesel
Tácito Ribeiro de Matos
Cadeia Produtiva
Investimento
Venda insumo vegetal
Venda de Biodiesel
- Cerealista -Agropecuário
- Cooperativa de prod. agropecuária
Produtor de Biodiesel
Venda de resíduo do insumo vegetal
Tributação do Biodiesel
PIS
COFINS
ICMS
IPI – alíquota 0%
Investimento
Não há incentivos específicos para o setor
Produção
Suspensão de PIS/COFINS na compra de insumos
Crédito presumido na compra de insumos
Venda
Suspensão do PIS/COFINS na venda de resíduo de milho ou
soja (farelo) destinada à alimentação animal ou humana
Regime especial de apuração na venda de biodiesel
Incentivos PIS/COFINS
PIS/COFINS: Investimento
Não há incentivos específicos disponíveis para o investimento.
Sugestão: incluir no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infra-Estrutura (REIDI)
Suspensão do PIS/COFINS vinculado ao ativo imobilizado (compra de ativo, materiais de construção, serviços e locação)
PIS/COFINS: Produção das
oleaginosas
Produção de oleaginosas: não há incentivo específico para a compra de insumos para produzir oleaginosas.
Venda das oleaginosas: suspensão do PIS/COFINS na venda de grãos de soja, milho, amendoim e girassol, se a oleaginosa for vendida por cerealista, agropecuário ou cooperativa de produção agropecuária e, desde que:
comprador estiver sujeito ao lucro real; e
vendedor não realize operações com café
PIS/COFINS: Produção das
oleaginosas – Efeito prático
O produtor das oleaginosas pode comprar insumos com a incidência do PIS e da COFINS. Sendo a venda da oleaginosa com suspensão do PIS e da COFINS, não há obrigação de estorno dos créditos. Pode haver acúmulo de créditos de PIS e COFINS.
Alternativa: Vender a oleaginosa sem a suspensão (benefício facultativo). Estender a suspensão do PIS e da COFINS aos principais insumos adquiridos pelos produtores de oleaginosas.
Lei 10.925/2004: Compra oleaginosa com suspensão do PIS e da COFINS, mas tem direito a um crédito presumido de 50% na aquisição de soja, milho, amendoim e girassol de cerealista, agropecuário ou cooperativa de produção agropecuária.
Lei 12.350/2010: Venda de resíduo de milho ou soja
(farelo) para pessoas jurídicas que produzam alimentação de suínos, aves, cães e gatos com suspensão do PIS/COFINS.
Manutenção do crédito na venda do farelo de soja?
Controvérsia: Lei 11.033/2004 x Lei 10.925/2004
PIS/COFINS: benefício na venda
do biodiesel
PIS/COFINS: benefício na venda
do biodiesel Incidência na venda efetuada por produtor, importador
ou pessoa equiparada (IN RFB 597/2005).
Regime monofásico. Lei 11.116/2005:
• Venda sujeita à PIS/COFINS a uma alíquota de 6,15% e
28,32%, respectivamente; ou • Regime Especial de Apuração (Recob): venda sujeita à
PIS/COFINS a um valor fixo de R$ 120,14 e R$ 553,19, respectivamente, por metro cúbico.
• Poder Executivo pode ficar coeficiente de redução para
Regime Especial de Apuração.
Decreto 5.297/2004: coeficiente de redução para optantes pelo Regime Especial de Apuração.
coeficiente de redução de 0,7357:
valor fixo de PIS/COFINS reduzido para R$ 31,75 e
R$ 146,20, respectivamente.
PIS/COFINS: benefício na venda
do biodiesel
coeficiente de redução diferenciado para produtores:
mamona ou fruto, caroço ou amêndoa de palma produzidos no norte, nordeste e no semi-árido – coeficiente de 0,775 - valor fixo reduzido para R$ 27,47 e R$ 124,47;
matéria prima vendida por agricultor familiar enquadrado no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) – coeficiente de 0,896 - valor fixo reduzido para R$ 12,49 e R$ 57,53;
matéria prima produzida no norte, nordeste ou no semi-árido por agricultor enquadrado no PRONAF – coeficiente de 1,000 - valor fixo reduzido para R$ 0,00.
para usar o coeficiente de redução diferenciado, o produtor deve obter o selo “Combustível Social”.
PIS/COFINS: Venda do biodiesel
O produtor compra a oleaginosa sem PIS e COFINS
Pode registrar crédito presumido Vende o farelo de soja e milho com suspensão do
PIS e da COFINS Vende o biodiesel com tributação, mas pode
abater o crédito presumido (conforme entendimento expresso nos artigos. 26, I e 38 da IN 594/2005)
PIS/COFINS: produção e venda
do biodiesel – efeito prático
PIS/COFINS na cadeia produtiva:
resumo
Não há desoneração da
produção de oleaginosas. Se há venda com
suspensão, o PIS e a COFINS podem virar
custo de produção.
Não há desoneração. O investimento vira
custo de produção do biodiesel.
Suspensão do PIS/COFINS
Crédito presumido
de PIS/COFINS
Venda do resíduo vegetal (milho ou soja): suspensão de PIS/COFINS
Venda do biodiesel. Regime Especial de
Apuração. Pode descontar o crédito presumido.
Investimento
Diferimento do ICMS (ex: Complexo Petroquímico do Rio
de Janeiro – COMPERJ)
Produção
Isenção ICMS na compra interna de insumos vegetais
Venda
Redução da base de cálculo do B-100
Diferimento do ICMS
Incentivos de ICMS
ICMS: Investimento - Rio de
Janeiro
Decreto 41.557/2008
Diferimento do ICMS:
Máquinas, equipamentos, partes, peças e acessórios para integrar ativo fixo;
Aplica-se à importação, aquisição interna e diferencial de alíquota;
Estabelecimento industrial no Estado do Rio de Janeiro;
Recolhimento do imposto na alienação do ativo, tomando-se por base de cálculo o valor da alienação;
Benefício vigente até 31 de outubro de 2014
Decreto 45.490/2000 (RICMS)
Suspensão do ICMS na importação:
Ativo imobilizado, sem similar no Brasil;
Estabelecimento industrial no Estado de São Paulo;
Incidência no momento em que ocorrer a entrada no estabelecimento importador.
Apropriação de crédito de ICMS na aquisição de fabricante paulista:
Ativo imobilizado;
Estabelecimento industrial.
Apropriação integral e de uma vez só.
ICMS: Investimento - São Paulo
ICMS: Investimento – exemplo
COMPERJ
Lei 5.592/2009, regulamentada pelo Decreto 42.543/2010
Diferimento do ICMS: Petrobrás e empresas integrantes do COMPERJ;
Aquisição interna, importação e aquisição interestadual de ativo fixo;
Prestação de serviço de transporte de ativo fixo;
Operações que destinem petróleo, gás natural, óleo combustível e outros insumos para COMPERJ;
Operações de circulação de produtos petroquímicos e utilidades para COMPERJ.
ICMS: Investimento – Efeito
prático
Rio de Janeiro:
Diferimento do ICMS e recolhimento do imposto na saída do ativo fixo – desoneração do ICMS no momento de aquisição
São Paulo: Importação: suspensão até a entrada no
estabelecimento do importador;
Aquisição interna: apropriação do crédito integral e de uma vez só do imposto incidente na aquisição –
compensação imediata do crédito.
Convênio ICMS 105/2003: isenção do ICMS nas operações internas com produtos vegetais destinados à produção de biodiesel
Estados de Alagoas, Ceará, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe e Tocantins
Legislação estadual irá definir critérios e parâmetros.
ICMS: Produção - Isenção na
aquisição de matérias-primas
Convênio 11/2005: inclui os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e outros nas disposições contidas no Convênio ICMS nº 105/03.
Outros estados: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal.
ICMS: Produção - Isenção na
aquisição de matérias-primas
ICMS: Produção
Rio de Janeiro e São Paulo
Rio de Janeiro
Resolução SER 295/2006: isenção do ICMS nas saídas internas de produtos vegetais, conforme Convênio ICMS 115/2003
São Paulo
Decreto 49.547/2005: ratifica o Convênio ICMS 11/2005
Produtor do biodiesel compra internamente insumos vegetais com isenção do ICMS. Se a compra for interestadual, o imposto seria um crédito a recuperar.
E o produtor das oleaginosas?
Não há benefício específico para o produtor de
oleaginosas.
Aplicando-se a regra geral, como a venda da oleaginosa está sujeita a isenção, o crédito de ICMS deve ser estornado – convertido em custo de produção.
Sugestão: Desonerar a compra interestadual de
oleaginosas. Estender a isenção para a compra dos principais insumos destinados à produção da oleaginosa.
ICMS: Produção – Efeito
prático
Convênio ICMS 100/97
Farelo de soja: Redução da base de cálculo em 30% na operação
interestadual; Isenção na operação interna (previsão na legislação
de SP e RJ); Destinada à alimentação animal.
Resíduo industrial de amendoim, algodão, babaçu, girassol, mamona e milho:
Redução da base de cálculo em 60% na operação interestadual;
Isenção na operação interna (previsão na legislação de SP e RJ);
Destinada à alimentação animal.
ICMS: Venda
Venda de resíduo de vegetal
A carga tributária na venda do biodiesel era superior ao do diesel nos três principais Estados consumidores: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro (18%).
Convênio Confaz ICMS 113/2006:
correção da distorção - carga tributária resultante de 12%;
facultada a manutenção do crédito das operações antecedentes;
Benefício válido até 31/12/2012.
Convênio é autorizativo quanto ao Estado de São Paulo e Paraná e impositivo com relação aos demais.
ICMS: Venda
Redução da base de cálculo do B-100
Os Convênios ICMS 113/2006 e 160/2006 concederam a redução da base de cálculo nas saídas internas de Biodiesel resultante da industrialização de:
Grãos
Sebo bovino
Sementes
Palma
ICMS: Venda
Redução da base de cálculo do B-100
São Paulo
O artigo 46 do RICMS/SP reduz a base de cálculo do ICMS na saída de B-100, resultante da industrialização de grãos, sebo bovino, sementes e palma.
Carga tributária equivalente a 12%.
Sem estorno de crédito.
Benefício válido até 31/12/2012.
Convênio ICMS 110/2007:
Diferimento ou suspensão do imposto nas operações internas e interestaduais com B-100;
Destinado à distribuidora;
Incidência no momento em que ocorrer a saída do óleo diesel resultante da mistura com B-100;
Substituição tributária: tributação na refinaria.
ICMS: Venda
Diferimento do ICMS
O Estado do Rio de Janeiro não incluiu em sua legislação interna as disposições acerca do diferimento que trata o Convênio 110/2007.
No entanto, aplica o convênio.
Rio de Janeiro
SEFAZ/RJ
Dúvidas da semana - Ano de 2009
22 de junho a 28 de junho
“P – No Estado do Rio de Janeiro aplica-se o diferimento na saída interna e interestadual de Biodiesel B-100, conforme previsto no Convênio ICMS 136 de 05/12/2008?
R: Sim. Nas operações com combustíveis, derivados ou não de petróleo devem ser observadas as normas do Convênio ICMS 110/07.”
O Estado de São Paulo incluiu na sua legislação interna o disposto no Convênio ICMS 110/07 no
artigo 419 do RICMS/SP.
São Paulo
Resíduo vegetal:
As operações internas estão isentas do ICMS. O ICMS incide nas operações interestaduais a uma
alíquota reduzida. Como não houve desoneração na compra interestadual das oleaginosas, há um crédito de ICMS que pode ser usado para compensar as saídas interestaduais do resíduo vegetal.
Se as vendas forem isentas (operações internas), o ICMS pago na compra das oleaginosas vira custo.
Biodiesel:
Diferimento nas operações interestaduais e internas. Acumula créditos de ICMS (estorno não é exigido).
ICMS: Venda – Efeito
prático
ICMS na cadeia produtiva:
resumo
Não há desoneração dos insumos.
ICMS vira custo de produção
das oleaginosas.
Desoneração da compra interna de matéria
prima, mas não interestadual. Se for interestadual, vira
custo.
desoneração das venda do
B100 - diferimento
Isenção nas operações internas e redução da base de cálculo nas
operações interestaduais
desoneração da compra de ativo fixo
Efeito da guerra fiscal: as operações internas tendem a ser menos onerosas do que as
operações interestaduais!!!
Tácito Ribeiro de Matos
trmatos@svmfa.com.br
Dúvidas
Rua da Assembléia, 66 - 17° Andar - Centro - Rio de Janeiro / RJ - CEP: 20011-000 tel: (55 21) 2114-1700 - fax: (55 21) 2114-1717 - http://www.svmfa.com.br
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