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Poesia é uma siririca bem dada goza vida na cara da vida em troca de nada Sula Suli foto: Marcelo Negrão [email protected] Henrique George Mautner É como se jogar num abismo. posso com a minha leveza ser atirada às nuvens. posso também cair por terra, já que estou num abismo... posso também com o vento ficar me equilibrando pelo ar, sem lá nem cá. mas nada me tira o pavor da sensação de tanto pesar AMEOPO MA E Rio de Lama - Bra$il - Agosto de 2016 ed. 43 Perfuro o ventre da escuridão onde as coisas se escondem porque estão cheias de sim e de não e de confusão e quando pergunto sobre qualquer assunto nunca respondem São como coisas presas ao labirinto com algemas nos pulsos e tudo são cinco pras cinco e eu já me sinto dentro do seu não e de um caixão de veludo Toca teu samba, toca e tortura meu ser com prazer de ser a tortura como aquela coisa que nos choca onde a alegria me enganava se dizendo a alegria de não ter Não ter o quê? Ora, tá na cara não ter é não ter você seja com grilo ou seja odara Luas de prata conseguem fazer com que lentamente as sensações das emoções naveguem e invadam como as fadas minha mente Doem-me todas as cicatrizes e sinto as rugas das verrugas Sei que és como atores e atrizes e que sempre atacas quem te quer por em fugas Tocas então mil serenatas e antigas cantigas e rondós depois mijas no chão como os cães vira-latas e ficas falando de ti quando estamos a sós É por isso que sinto todos estes e aquelas dores incolores e na garganta estes nós Nem as cores de óleos, hologramas ou aquarelas poderiam expressar tão bem estes meus ós, ós, ós! PERFURO O VENTRE DA ESCURIDÃO Thais Vieira

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Poesia é uma siririca bem dadagoza vida na cara da vidaem troca de nada

Sula Suli

foto: Marcelo Negrão

[email protected]

Henrique George Mautner

É como se jogarnum abismo.posso com a minha leveza ser atiradaàs nuvens.posso também cair por terra,já que estou num abismo...posso também com o vento ficar me equilibrando pelo ar,sem lá nem cá.mas nada me tira o pavor da sensaçãode tanto pesar

AMEOPO MAE

Rio de Lama - Bra$il - Agosto de 2016 ed. 43 Perfuro o ventre da escuridãoonde as coisas se escondemporque estão cheias de sim e de não e de confusãoe quando pergunto sobre qualquer assunto nunca respondemSão como coisas presas ao labirintocom algemas nos pulsos e tudosão cinco pras cinco e eu já me sintodentro do seu não e de um caixão de veludo Toca teu samba, tocae tortura meu ser com prazer de sera tortura como aquela coisa que nos chocaonde a alegria me enganava se dizendo a alegria de não ter Não ter o quê?Ora, tá na caranão ter é não ter você seja com grilo ou seja odara Luas de prata conseguemfazer com que lentamenteas sensações das emoções navegueme invadam como as fadas minha mente Doem-me todas as cicatrizese sinto as rugas das verrugasSei que és como atores e atrizese que sempre atacas quem te quer por em fugas Tocas então mil serenatase antigas cantigas e rondósdepois mijas no chão como os cães vira-latase ficas falando de ti quando estamos a sós É por isso que sinto todos estes e aquelasdores incolores e na garganta estes nósNem as cores de óleos, hologramas ou aquarelaspoderiam expressar tão bem estes meus ós, ós, ós!

PERFURO O VENTREDA ESCURIDÃO

Thais Vieira

Rômulo Ferreirafb.com/silhuetaartzinefoto:Marcelo Negrão

quando me entendi meiovi que ser inteiroera uma ardênciamais que uma essênciaessencialmenteo meiode nada de tudode um lado ou de outroé calmo redutoo inteiroé um mitoo nada que é tudoem pessoaque busca escudo

quando me entendi meiovi que ser inteirome dizimava

Sorriso que rasga a alma Olhar que paralisa o peito

Cheiro ancestral que remonta a tempos idos

quando tudo era sabido

E não precisava Darwin explicar nada Tal qual rotoscopia

Peixinho de ouro de buendia Daguerrotipo de Remédios

Amendoeiras em flor Querência que se escapa de propósito

Saudade doce que inflamaSuor frio quando adentras o recinto

fatalmente a cor de rua é cinzaesconde melhor a poeira, não te entopecom besteiraestradas todas iguais.minha leitura de quando era jovemnão falava de morte, digo, mortereal, com fedor, minhocas e baratasestourando tudo por dentro.das correntes que significam paixãodescobri escravidão, desvendei a emboscada e ruí, do fundo atémeu nariz sangrar.Acontece que meu calcanhar arrebentoue parei de chorar quando percebi quenão doíaa casa ficou sozinha, então, incrédulaentendi que dor, muitas vezessó é sentida quando se tem platéia.

Edmilson Borretfacebook.com/edborret

ODISSÉIA

Edição e Coordenação: Selo Editorial Outras Dimensões

Nesta edição: Glauber Lauria, Edmilson Boret, Nelson Neto Nathália Ranny Falci, Sula Suli, Jorge Mautner, Marcelo Negrão

Exemplares na pRAÇA: 1ooo exemplares. PIRATEIE!.Mendicância: Financie novas edições e outros trabalhos

depositando qualquer valor em: Banco do Brasil(Rômulo Ferreira) Agência 0473-1 conta poup. 16197-7 (var. 51)

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Nelson Netoesfingesite.wordpress.com

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Nathália Ranny Falcifacebook.com/nr.alienigina

amor, não deixai que faltem-me palavrasanda tudo tão desoladoque deslocado a girar círculos crio vácuo ao espaçonão sei o que em mim há certos temposde tão vagotem dado à minha sombratons desmaiadostudo agora são difusos contornoscoisas foscas e opacascomo se translúcidas desaparecessem estátuascomo se estivesse mortoda beleza o significado

Glauber Lauriabercodegelo.blogspot.com.br

os dias passam semas palavras passamo tempo se fosseeternos seria diásporadiasesmostermosesmoseu que nem que lua cabe em mimparto deste final, sendo iniciosendo o enterou sairpois sabemos que a poesia cabeneste teu verso(merda)o tempo corree não sei acompanharsei do time de dormir sem quem queroseesei vejaa doar eh outro eaceba num buteco qualquer....meia noiteas dores doem mais