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ApresentaçãO Para DéCimo Ano, Aula 51 52

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Construção da intriga (organização das sequências

narrativas)

• por encadeamento• por encaixe• por alternância

Autobiografia

• estilo retrospectivo• uso do passado

Memórias

• idem, mas preocupação mais com o contexto do que com o papel do próprio narrador nos acontecimentos.

Resoluções para o novo ano

• Cumprir prazos (e formatos) dos trabalhos

• Devolverei redacções mais rapidamente

• Levar a gramática (e ortografia) mais a sério; ir estudando informações dadas em aula (ter as folhas consultáveis)

• Atentar nas correcções feitas nas redacções

• De preferência: redacções a tinta e em folhas com margens

• Resolver acesso ao moodle

• Fazerem microfilmes os que ainda não fizeram

• Trazer sempre o manual

«Come Joana a sopa.» Nesta frase faltam duas vírgulas, que serviriam para isolar o

a) aposto. b) complemento directo. c) sujeito.d) vocativo.

Come, Joana, a sopa.Pred Vocativo Compl. directo

Sujeito [tu]

Joana come a sopaSujeito Predicado Compl. directo

A alínea que tem a pontuação correcta éa) E, quando os cavalos comem

cenouras docinhas, a Isaura, linda papoila, adormece.

b) E quando os cavalos comem cenouras docinhas, a Isaura, linda papoila, adormece.

c) E quando os cavalos comem cenouras docinhas, a Isaura linda papoila adormece.

d) E, quando os cavalos comem cenouras docinhas a Isaura, linda papoila, adormece.

E, quando os cavalos comem cenouras docinhas, a Isaura, linda papoila, adormece.

[oração subordinada] [aposto]

Em «Ontem, se chovesse, eu teria ido num instantinho à praia», as vírgulas visam delimitar

a) uma oração subordinada condicional.

b) um vocativo.c) uma oração temporal.d) um aposto.

A alínea que tem a pontuação correcta é

a) A maioria dos energúmenos que tenho como alunos vai errar esta questão.

b) A maioria dos energúmenos, que tenho como alunos, vai errar, esta questão.

c) A maioria dos energúmenos, que tenho como alunos vai errar esta questão.

d) A maioria dos energúmenos que tenho como alunos, vai errar, esta questão.

Em «O vento varre a praia a neve polvilha a serra», falta uma vírgula, que separaria

a) dois nomes.b) aposto e vocativo.c) duas orações.d) verbo e complemento directo.

* O vento varre a praia a neve polvilha a serra.

O vento varre a praia, a neve polvilha a serra.

O vento varre a praia; a neve polvilha a serra.

O vento varre a praia. A neve polvilha a serra.

A alínea que apresenta apenas palavras bem grafadas é

a) fizemos, sózinho, perú.b) pusémos, sozinho, peru.c) fizemos, sozinho, peru.d) pusémos, sózinho, nú.

comi bebitabu nu

sozinho Zezinha mazinha

dissemosfizemospusemos

Presente Perfeitoandamos / andámoschegamos / chegámos

A alínea que apresenta melhor redacção é

a) Apesar da Zulmira ser mazinha, vou amá-la.

b) Apesar de a Zulmira ser mázinha, eu vou amá-la

c) Apesar da Zulmira ser mazinha, eu vou ama-la.

d) Apesar de a Zulmira ser mazinha, vou amá-la.

Apesar de a Zulmira ser mazinha, vou amá-la. oração infinitiva

ama-la / amá-la

eu vou amá-la / vou amá-la

A alínea que apresenta melhor redacção éa) Os rapazes estão alegres. Eles vêem ao jogo de basquetebol. b) Os rapazes estão alegres. Eles vêm ao jogo de basket. c) Os rapazes estão alegres. Vêem ao jogo de básquete. d) Os rapazes estão alegres. Vêm ao jogo de básquete.

básquete ou basquetebol

vêm (vir)

vêm / eles vêm

A referência bem redigida é

a) Luís Vaz de Camões, «Os Lusíadas».b) Luís de Camões, «Os Lusíadas».c) Luís de Camões, zarolho estúpido, Os

Lusíadas. d) Luís de Camões, Os Lusíadas.

aspas: títulos de contos, artigos, poemas;

itálico (ou sublinhado): livros, filmes.

Não há rima entre as duas palavras em

a) árvores / coresb) mãe / tambémc) amorzinho / vinhod) porca / Lorca

ÁRVORESORES

ÃE [= ãj]ÉM [= ãj]

INHOINHO

ORCAORCA

O verso que não tem dez sílabas métricas é

a) Esta pergunta é difícil, não é?b) Estejam mais atentos

doravante,c) Meus sacaninhas tão faladores,d) Que ficarão a saber bem a

métrica.

Meus / sa/ca/ni/nhas /tão/ fa/la/do1 2 3 4 5 6 7 8 9

Es/ta/ per/gun/ta é/ di/fí/cil/, não/ é?1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Es/te/jam/ mais/ a/ten/tos/ do/ra/van1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Que/ fi/ca/rão/ a/ sa/ber/ bem/ a/ mé/1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

O verso que tem obrigatoriamente cinco sílabas métricas é

a) Mas as flores encostamb) Andámos por valesc) Viva o Natal.d) Pintadas de amarelo

An/dá/mos/ por/ va 1 2 3 4 5

Mas/ as/ flo/res/ en/cos1 2 3 4 5 6Vi/va o/ Na/tal.1 2 3 4Pin/ta/das/ de a/ma/re1 2 3 4 5 6

O neologismo de Mia Couto «rondância» (rondar + vigilância) é uma palavra

a) composta.b) entrecruzada.c) derivada.d) formada por derivação imprópria.

A alínea em que não há palavras que costumem ter função deíctica é

a) ali, este, amanhã.b) vir, já, agora.c) deíctico, Lisboa, Dezembro d) isso, coprólito, eu.

Palavras com função deíctica encontramo-las em várias classes, mas mais frequentemente

a) nos verbos e nos nomes. b) nos nomes. c) em verbos e nos pronomes. d) nos adjectivos e nos nomes.

A alínea em que o demonstrativo não tem uso deíctico é:

a) Dá-me aquela tartaruga, a da direita, a que tem um piercing.

b) Vi a Isabel. Esta não me cumprimentou, o que me desiludiu.

c) Esse tecido é muito transparente. Leve antes este.

d) Dá-me esses. Os da esquerda estão estragados.

Vi a Isabel. Esta não me cumprimentou, o que me desiludiu.

Dá-me aquela tartaruga, a da direita, a que tem um piercing.

Esse tecido é muito transparente. Leve antes este.

Dá-me esses. Os da esquerda estão estragados.

Um deíctico é

a) uma palavra que remete para a enunciação. b) um pronome ou um determinante. c) um neologismo. d) uma palavra que remete para outra já no enunciado.

Não há deícticos em

a) Ó Isaltina, não te exaltes com esta minha observação.

b) Florbela Espanca espancava as anémonas holandesas.

c) José Saramago trouxe-me a medalha.

d) Se [eu] pusesse uma pala no meu olho esquerdo, escreveria como Camões.

Um trecho com deícticos

a) apresentará pronomes e determinantes.

b) tem determinantes demonstrativos e pronomes pessoais.

c) remete para o enunciado. d) tem marcas da enunciação.

Dos seguintes, o período em que não há deícticos espaciais é

a) A oeste da pequena cidade moldava de Zpfgrt, as flores crescem viçosíssimas e tristes.

b) Ontem, cheguei tarde. c) Vê-me o refogado de chocolate e

almôndegas que está aí à tua esquerda. d) Aqui estou eu, ali estás tu, acolá está

uma fotografia de um panda gigante.

O período em que há menos deícticos temporais é

a) Durante a Idade Média, a produção de chocolates Mars foi escassa.

b) Vou agora para a arena. c) Daqui a pouco seguimos para a

venda ambulante de gomas com sabor a peixe espada.

d) Dir-me-ás se sempre vais ler as Páginas Amarelas.

Num enunciado diarístico, o contexto de comunicação revela-se

a) pela presença de marcas de 1.ª pessoa.

b) pelo uso do presente. c) pelo uso de preposições. d) pelo acto de enunciação.

A alínea que não contém deícticos pessoais é

a) Orlanda estava cada vez mais inteligente. Ela até já sabia deícticos. b) Não me digas isso, Sancho.c) Naquele tempo, Conhé, guarda-redes da Cuf, era o meu ídolo. d) Lembro-me que o Benje agarrava a bola só com uma mão.

Considerada a pergunta «Como está?» — entre pessoas que se tivessem cruzado apressadamente —, a resposta «Estou bem. Mas ontem estive com uma ligeira dor no fígado. E tenho-me ressentido da humidade, o que origina uma impressão desagradável nos ossos da face. Por outro lado, estou melhor das enxaquecas» infringiria

a) a máxima de qualidade.

b) o princípio de cortesia.c) a máxima de correcção. d) a máxima de paciência.

Se um aluno não tiver trazido livro a Português e justificar-se com «Julgava que não se usava livro nesta disciplina», estará a

a) infringir a máxima de quantidade.

b) infringir a máxima de modo.c) infringir a máxima de qualidade.d) infringir a máxima de relevância.

Máximas | A sua infracção

conversacionais | afecta o princípio da | cooperação em | termos de...

Quantidade | economiaModo | clarezaQualidade | verdadeRelevância | foco do assunto

O tipo de discurso que no sketch é designado como «manuelmachadês» resulta, na prática, numa série de infracções à máxima conversacional de modo, já que é sobretudo a clareza da mensagem que sai prejudicada.

Porém, não podemos dizer que o princípio de cooperação seja verdadeiramente posto em causa, porque a linguagem de Manuel Machado será compreensível para os intervenientes do meio futebolístico, a quem ele se dirige. É certo que há um exagero de sinónimos mais «aperaltados» (usuais na gíria do futebol), mas percebemos que esse esforço de requintar o que podia dizer-se de forma simples até obedece à vontade de cumprir bem o papel de entrevistado.

(Ou seja: é o princípio de cortesia que leva o treinador a ser tão complicativo. Se ele respondesse liminarmente, o jornalista não teria grande entrevista e considerá-lo-ia um convencido.)

Quais são os recursos estilísticos (as figuras de estilo) usados por Manuel Machado para conseguir a tal complexificação? Não são muitos. Em geral, pode dizer-se que usa perífrases (ou circunlóquios; isto é, diz em muitas palavras o que poderia ser dito em poucas). Vendo mais de perto, essas perífrases resultam de:

(1) troca de palavras/expressões por outras suas sinónimas mas de registo mais cuidado (nestes casos, pode surgir uma ou outra expressão com origem em metafóra).

(2) troca de palavras/expressões por outras mais abrangentes, ou mesmo inadequadas, por eufemismo (evitando ‘ferir susceptibilidades’).

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Na última fala — «este tipo que andou no meio do terreno não presta» —, o inesperado é Machado não ter recorrido a um eufemismo (adocicando a crítica ao árbitro).

O tratamento adequado para falar com um professor de Português da ESJGF é

a) acenar-lhe com uma cenoura.

b) usar a 3.ª pessoa do singular.c) usar a 2.ª pessoa do singular.d) usar a 2.ª pessoa do plural.

O stor corrigiu os testes? / 3.ª

Corrigiste os testes? / 2.ª sing.

Dareis negativas? / 2.ª pl.

O tratamento de 2.ª pessoa do plural dirigido a um só indivíduo

a) já se usou (e ainda aparece em peças de teatro).b) usa-se no Brasil. c) usa-se no Norte do país.d) usa-se em todo o Portugal.

No Brasil, o tratamento mais generalizado é

a) você + 2.ª pessoa do singular.

b) você + 3.ª pessoa do singular. c) tu + 3.ª pessoa do singular. d) ocê + 2.ª pessoa do singular.

Você vai na praia? (3.ª)

Determinante + Primeiro nome + 3.ª pessoa é o tratamento que

a) uso com os meus alunos do décimo ano.b) usaria se tivesse alunos adultos.c) uso com os alunos do sétimo mas não com os do décimo.d) uso com todos os meus actuais alunos.

A Elisabete achou a prova difícil?det nome 3.ª

O tratamento que os alunos da ESJGF usam com os professores é

a) artigo + título académico + 3.ª pessoa.

b) artigo + título académico + 2.ª pessoa.c) você + 3.ª pessoa.d) 2.ª pessoa.

O stor [= senhor doutor] corrigiu os testes?

det título académico 3.ª

«Você» tem como étimo

a) cê.b) ocê.c) Vossa excelência.d) Vossa mercê.

Vossa Mercê > Vossemecê

Vossemecê > Vo(s)mecê

Vo(s)mecê > Você

Você > Ocê

Ocê > Cê

Em geral, um adulto usa o tratamento de 2.ª pessoa do singular, quando se dirige a

a) crianças e a adultos que tenham estatuto social inferior.b) crianças, adultos de quem seja amigo ou com estatuto socialinferior.c) brasileiros e crianças.d) alguns dos seus colegas.

São elementos do campo semântico de «bolas»

a) ‘que chatice!’, ‘objectos esféricos de borracha’, ‘bolos doces fritos em óleo’.b) bolinhas, bolita, carambola, rebolar. [família de «bola]c) basquetebol, futebol, bolada, remate. [campo lexical]d) borracha, desportos, saltar, remate. [campo lexical]

Integram o campo lexical de «deserto»

a) areia, sede, desabitado, cáfila.

b) ‘desejoso de’, ‘abandonado’, ‘despovoado’. [campo semântico]c) desertar, desértico, desertor.d) água, futebol, amor, ler.

São cognatos de «bolsa»

a) ‘subsídio’, ‘oferta de’, ‘mala de mão’.b) bola, bomba, bolseiro, reembolso.c) moedas, dinheiro, roubar, rico. d) desembolsar, bolsista, bolseiro, embolso.

cognatos (ou palavras cognatas)

= 'palavras da mesma família', 'que

têm a mesma raiz'

em sentido menos lato, porém:

cognatos = 'palavras divergentes'

atrium > adro > átrio

arena > areia > arena

Há uma sequência de «hiperónimo, hipónimo; merónimo, holónimo» em

a) país, Portugal; deserto, areia.

[HIPER, HIPO; HOL, MER]b) piano, tecla; corda, harpa.

[HOL, MER; MER, HOL]c) flor, rosa; bolso, casaco.d) Lisboa, Jerónimos; braguilha, calças.

[HOL, MER; MER, HOL]

A relação que há entre «gato» e «cão» é de

a) hiperónimo e hipónimo.

b) merónimo e holónimo.c) co-hipónimos.d) holónimo e merónimo.

Não há relação de hipónimo / hiperónimo em

a) casa de banho / divisão de casa

b) coca-cola / bebidac) Francês / 9.º ano

[MER / HOL]d) Os Lusíadas / epopeia

Há uma relação de holónimo / merónimo em

a) miolo / pão

[MER / HOL]b) alimento / pão [HIPER / HIPO]c) pão / côdead) pão / trigo [HOL / MER] ?

Há uma sequência «merónimo, holónimo; hipónimo, hiperónimo» em

a) livro, objecto cultural; torneira, lavatório.

[HIPO, HIPER; MER, HOL]b) chão, casa; verde, cor.c) prédio, andar; Porto, distrito.

[HOL, MER; HIPO, HIPER]d) atacador, ténis; literatura, F. Pessoa.

[MER, HOL; HOL, MER]

Vai até à p. 236 e lê a crítica relativa ao filme Cartas de Iwo Jima. Cartas de Iwo Jima e As Bandeiras dos Nossos Pais são dois filmes paralelos (sobre o mesmo assunto, mudando apenas a focalização, o ponto de vista). Veremos o início de As Bandeiras dos Nossos Pais.

TPC — O texto que vais receber, «A casa dos animais», é o início de um conto de Lídia Jorge (cujo final, creio, nem será conhecido — julgo que a escritora o cedeu assim mesmo). O texto destina-se ao Concurso Internacional de Literatura «Terminemos este conto». Para já, o que vale a pena citar do regulamento desse concurso é isto:

«Os alunos deverão escrever a conclusão do conto. [...] O texto deverá ser redigido em 2 a 3 folhas de formato A4, apenas na parte da frente da folha, em espaço duplo, letra Times New Roman, tamanho 12.»

«O júri deverá considerar, entre outros, os seguintes parâmetros na análise dos textos: coerência do final do conto com a parte inicial do mesmo; originalidade; nível da linguagem utilizada; qualidade literária».

Todos devem entregar-me o texto — nos formatos pedidos; e com nome — na próxima aula. Devolverei o tepecê na aula seguinte e logo se verá como se fará o envio (dos melhores textos, pelo menos).