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Questão 01 Uma Sociedade Empresária, contraiu, em 30.06.2014, um empréstimo, para pagamento em 6 meses, no valor de R$ 24.000,00. Foi descontada, no ato da liberacao do referido empréstimo, a importância de R$ 2.000,00, a título de juros relativos ao contrato de empréstimo. Considerando-se que a apuração do resultado é mensal, o registro contábil dessa transação, no momento da concessão do empréstimo, será: Resolução: Questão bastante recorrente nos Exames de Suficiência do CFC. Se a empresa contrai um empréstimo, então ela terá uma obrigação a cumprir, ou seja, um passivo. Neste caso, temos um passivo, ou um crédito, no valor de 24.000,00 CRÉDITO – Empréstimos a pagar – 24.000,00 No entanto, a instituição financeira descontou o valor de 2.000,00 a título de juros, referente o empréstimo. Sendo assim, na conta bancária da empresa que adquiriu o empréstimo vai ser acrescentado somente o valor de 22.000,00, pois o restante será lançado em juros a transcorrer no passivo circulante, como segue: DÉBITO – Juros a transcorrer (Passivo) R$ 2.000,00 DÉBITO – Bancos Conta Movimento (Ativo) R$ 22.000,00 CRÉDITO – Empréstimos a Pagar (Passivo ) R$ 24.000,00 Resposta: Alternativa “a”. Notem, abaixo, um exemplo de como esse tipo de questão (apenas trocando os valores) já foi cobrado pelo CFC. Isso demonstra a importância de se preparar para o exame através da resolução do maior número de questões : Questão (Técnico de Contabilidade) - 2013/01 “Uma sociedade empresária contraiu um empréstimo, para pagamento em 12 meses, no valor de R$12.000,00 sendo descontado, no ato da liberação dos recursos, a importância de R$2.000,00 a título de juros relativos ao contrato de empréstimo. A opção que indica o tipo de movimentação, as contas e valores correspondentes ao registro contábil no ato da liberação do empréstimo é: “

Prova cfc 02 2014 comentada

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Questão 01

Uma Sociedade Empresária, contraiu, em 30.06.2014, um empréstimo, para pagamento em 6 meses, no valor de R$ 24.000,00.

Foi descontada, no ato da liberacao do referido empréstimo, a importância de R$ 2.000,00, a título de juros relativos ao contrato

de empréstimo.

Considerando-se que a apuração do resultado é mensal, o registro contábil dessa transação, no momento da concessão do

empréstimo, será:

Resolução:

Questão bastante recorrente nos Exames de Suficiência do CFC.

Se a empresa contrai um empréstimo, então ela terá uma obrigação a cumprir, ou seja, um passivo. Neste caso, temos um passivo,

ou um crédito, no valor de 24.000,00

CRÉDITO – Empréstimos a pagar – 24.000,00

No entanto, a instituição financeira descontou o valor de 2.000,00 a título de juros, referente o empréstimo. Sendo assim, na conta

bancária da empresa que adquiriu o empréstimo vai ser acrescentado somente o valor de 22.000,00, pois o restante será lançado

em juros a transcorrer no passivo circulante, como segue:

DÉBITO – Juros a transcorrer (Passivo) R$ 2.000,00

DÉBITO – Bancos Conta Movimento (Ativo) R$ 22.000,00

CRÉDITO – Empréstimos a Pagar (Passivo ) R$ 24.000,00

Resposta: Alternativa “a”.

Notem, abaixo, um exemplo de como esse tipo de questão (apenas trocando os valores) já foi cobrado pelo CFC. Isso demonstra

a importância de se preparar para o exame através da resolução do maior número de questões:

Questão (Técnico de Contabilidade) - 2013/01

“Uma sociedade empresária contraiu um empréstimo, para pagamento em 12 meses, no valor de R$12.000,00 sendo descontado,

no ato da liberação dos recursos, a importância de R$2.000,00 a título de juros relativos ao contrato de empréstimo.

A opção que indica o tipo de movimentação, as contas e valores correspondentes ao registro contábil no ato da liberação do

empréstimo é: “

Questão 02

Uma Sociedade Empresária apresentou as seguintes informações relacionadas às operações com mercadorias:

Considerando-se que o seguro e o frete sobre as mercadorias adquiridas no período foram pagos pela empresa

compradora, e desconsiderando os efeitos tributários das operações, é CORRETO afirmar que o Estoque Final de

Mercadorias é:

a) R$ 24.800,00

b) R$ 26.300,00

c) R$ 27.400,00

d) R$ 27.700,00

Resolução:

Uma questão relativamente simples envolvento o controle de estoques. Notem que ela já foi cobrada em 2013:

4. Uma sociedade empresária apresentou os seguintes dados relacionados com operações de mercadorias:

• Abatimentos sobre vendas R$1.600,00

• Custo das mercadorias vendidas R$90.700,00

• Custo total das mercadorias devolvidas no período R$2.000,00

• Estoque inicial de mercadorias R$25.000,00

• Fretes sobre mercadorias adquiridas no período R$500,00

• Seguro sobre mercadorias adquiridas no período R$200,00

• Valor das mercadorias adquiridas no período R$85.000,00

• Venda de mercadorias R$120.000,00

Considerando que o seguro e o frete sobre as mercadorias adquiridas no período foram pagos pela empresa compradora e

desconsiderando os efeitos tributários das operações, o Estoque Final de Mercadorias é de...

Vamos à Resolução da questão 2 do Exame de Setembro/14:

Primeiramente determinamos o estoque inicial da empresa, ou seja:

• Estoque inicial de mercadorias R$ 35.000,00

Agora temos que descobrir a movimentação durante o período, lembrando que temos que calcular somente os valores que

envolvem o custo do estoque.

Dessa forma, não entram na nossa base de cálculo os seguintes valores:

• Venda de mercadorias R$ 210.000,00

• Abatimentos sobre vendas R$ 1.500,00

Para achar o valor do Estoque Final de Mercadorias, basta utilizar a seguinte equação contábil:

CMV = EI + (C + FC – CA – DIO – AC) - EF, onde:

CMV = Custo das Mercadorias Vendidas

EI = Estoque Inicial

C = Compras de Mercadorias

FC = Fretes e Seguros sobre Compras

CA = Compras Anuladas/Devolvidas

DIO = Descontos Incondicionais Obtidos

AC = Abatimentos sobre Compras

EF = Estoque Final

Se isolarmos a variável “Estoque Final”, teremos:

EF = EI + (C + FC – CA – DIO – AC) - CMV

Dessa forma, o Estoque Final pode ser facilmente calculado como segue:

(=) Estoque inicial de mercadorias R$ 35.000,00

(+) Valor das mercadorias adquiridas no período R$ 135.000,00

(-) Custo total das mercadorias devolvidas no período R$ 3.000,00

(-) Custo das mercadorias vendidas R$ 140.000,00

(+) Fretes sobre mercadorias adquiridas no período R$ 400,00

(+) Seguro sobre mercadorias adquiridas no período R$ 300,00

(=) Estoque FINAL de mercadorias R$ 27.700,00

Como podem observar, trata-se de uma questão recorrente nos Exames de Suficiência do CFC. Portanto, não deixem de treinar

resolvendo o máximo de questões que conseguirem!

Resposta: Alternativa “D”.

Questão 03

De acordo com a NBC TG 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis, são exemplos de informações apresentadas da

Demontração do Resultado Abrangente, EXCETO:

a) ajustes de conversão do período

b) aumento de capital em dinheiro

c) equivalência patrimonial sobre ganhos abrangentes de coligadas

d) realização da reserva de reavaliação

Resolução:

De acordo com a NBC TG 26 (R1), o Resultado Abrangente é a mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período

que resulta de transações e outros eventos que não derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários.

Ou seja, todas as mutações patrimoniais, que não as transações de capital com os sócios, integram a Demonstração do Resultado

Abrangente (DRA); ou seja, a mutação do patrimônio líquido é formada por apenas dois conjuntos de valores: transações de

capital com os sócios (na sua qualidade de proprietários) e resultado abrangente total. E o resultado abrangente total é formado,

por sua vez, de três componentes: o resultado líquido do período, os outros resultados abrangentes e o efeito de reclassificações

dos outros resultados abrangentes para o resultado do período.

No Apêndice A – “Exemplo” da norma, temos a apresentação de uma DRA com exemplos de informações que estão contidas

nela, como por exemplo:

• Ajustes Instrumentos Financeiros

• Tributos s/ Ajustes Instrumentos Financeiros

• Equiv. Patrim. s/ Ganhos Abrang. de Coligadas

• Ajustes de Conversão do Período

• Tributos s/ Ajustes de Conversão do Período

• Realização da Reserva Reavaliação

Dessa forma, o “Aumento de Capital em Dinheiro”, presente na DMPL, não é apresentado na DRA.

Resposta: Alternativa “B”.

Questão 04

Com relação à ITG 1000 – Modelo Contábil para Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, identifique nos itens abaixo o (s)

elemento (s) que deve (m) constar, obrigatoriamente nas Notas Explicativas relativas às Demonstrações Contábeis:

I. Declaração explícita e não reservada em conformidade com a ITG 1000.

II. Descrição resumida das operações da entidade e suas principais atividades.

III.Referência às principais práticas contábeis adotadas na elaboração das demonstrações contábeis.

IV. Descrição resumida das políticas contábeis significativas utilizadas pela entidade.

Deve (m) constar, obrigatoriamente, nas Notas Explicativas, o (s) elemento (s) apresentado (s) no (s) item (ns) abaixo:

a) I e III, apenas.

b) I, II, III e IV.

c) II e III, apenas.

d) III, apenas.

Resolução:

Trata-se de uma questão de baixa complexidade que cobra do candidato a memorização (infelizmente) dos itens a, b, c e d, do

parágrafo 39 da ITG 1000:

39. No mínimo, as Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis devem incluir:

(a) declaração explícita e não reservada de conformidade com esta Interpretação;

(b) descrição resumida das operações da entidade e suas principais atividades;

(c) referência às principais práticas contábeis adotadas na elaboração das demonstrações contábeis;

(d) descrição resumida das políticas contábeis significativas utilizadas pela entidade;

(e) descrição resumida de contingências passivas, quando houver; e

(f) qualquer outra informação relevante para a adequada compreensão das demonstrações contábeis.

Resposta: Alternativa “B”.

Questão 05

Uma Sociedade Empresária apresentava, ao final do exercício de 2013, um saldo de R$ 1.530.000,00 na conta de Máquinas e

Equipamentos, assim discriminado:

A empresa realiza a contabilização mensal dos encargos de depreciação e utiliza para todos os equipamentos, uma taxa anual de

24%. Além disso, considera o valor residual igual a zero. Todos os equipamentos entraram em uso na data da aquisição.

Considerando-se os dados acima, assinale a opção que apresenta o valor dos engargos com depreciação no ano de 2013:

a) R$ 255.000,00

b) R$ 367.200,00

c) R$ 391.000,00

d) R$ 503.200,00

Resolução:

Trata-se de uma questão bastante recorrente nos Exames de Suficiência. A única diferença é que o examinador cobra,

alternadamente nas edições do exame, o entendimento do impacto do valor residual no cálculo da depreciação ou da data exata em

que o ativo entrou em uso Nesse exercício, para facilitar, ele definiu que o valor residual é zero e que todos entraram em uso na

data da aquisição.

Para resolver a questão, basta considerarmos o seguinte esquema:

Note que o enunciado pediu apenas os encargos de 2013. Por esse motivo, não calculamos as despesas de depreciação de 2012 do

Equipamento A. Diante disso, no equipamento A, temos 12 meses derepciáveis em 2013 (24% de depreciação com base no custo

de R$ 680.000), no equipamento B, 7 meses (7 x 2% ao mês = 14% sobre o custo de R$ 510.000), e no equipamento C, 3 meses

(3 x 2% ao mês = 6% sobre o custo de R$ 340.000).

Resposta: Alternativa “A”.

Questão 06

Uma Sociedade Empresária apresentou os seguintes dados de transações realizadas:

Com base nos dados acima, e sabendo-se que o ICMS sobre as compras é recuperável, a apuração do resultado apresenta:

a) Lucro Bruto de R$ 3.725,00

b) Lucro Bruto de R$ 6.125,00

c) Lucro Líquido de R$ 2.125,00

d) Lucro Líquido de R$ 8.845,00

Resolução:

Para resolver a questão acima, basta elaborarmos uma Demonstração do Resultado do Exercício, observando que o ICMS sobre as

compras, conforme dito no enunciado, é recuperável:

* Para calcular o Custo de a Mercadoria Vendida basta utilizar a seguinte expressão:

CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final de Mercadorias – Impostos Recuperáveis

CMV = R$ 6.250,00 + R$ 16.000,00 – R$ 10.250,00 – R$ 2.400,00 = CMV = R$ 9.600,00

Resposta: Alternativa “B”.

Questão 07

Uma Sociedade Empresária celebrou um contrato de arrendamento mercantil, na condição de arrendatária, com as seguintes

informações:

Bem arrendado: Máquina

• Prazo do arrendamento: 48 meses

• Valor mensal das prestações: R$ 1.000,00

• Valor Residual a ser pago no final dos 48 meses: R$ 1.200,00

• Valor presente das prestações mais o valor presente do valor residual: R$ 38.700,00

• Valor do bem no mercado para compra à vista: R$ 39.000,00

De acordo com os critérios da NBC TG 06 (R1) – Arrendamento Mercantil, a operação foi classficada como arrendamento

mercantil financeiro.

Conforme as informações acima, o reconhecimento inicial irá gerar um registro no ativo imobilizado de:

a) R$ 38.700,00

b) R$ 39.000,00

c) R$ 48.000,00

d) R$ 49.200,00

Resolução: A NBC TG 6 (R1) – Operações de Arrendamento Mercantil menciona que num arrendamento mercantil financeiro,

substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade legal são transferidos pelo arrendador e, portanto, os

pagamentos do arrendamento mercantil a serem recebidos são tratados pelo arrendador como amortização de capital e receita

financeira para reembolsá-lo e recompensá-lo pelo investimento e serviços.

No começo do prazo de arrendamento mercantil, os arrendatários devem reconhecer, em contas específicas, os arrendamentos

mercantis financeiros como ativos e passivos nos seus balanços por quantias iguais ao valor justo da propriedade arrendada ou, se

inferior, ao valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil, cada um determinado no início do

arrendamento mercantil. A taxa de desconto a ser utilizada no cálculo do valor presente dos pagamentos mínimos do

arrendamento mercantil deve ser a taxa de juros implícita no arrendamento mercantil, se for praticável determinar essa taxa; se

não for, deve ser usada a taxa incremental de financiamento do arrendatário. Quaisquer custos diretos iniciais do arrendatário

devem ser adicionados à quantia reconhecida como ativo.

Dessa forma, a resposta correta é a que contem o valor presente das prestações e do valor residual. Entretanto, cabe salientar que

existem diferenças conceituais entre o “Valor Justo” e o “Valor de Mercado”, esse último presente no enunciado da questão.

Em alguns casos, pode haver uma coincidência entre esses dois conceitos, em termos de valores. Mas nem sempre o preço

disponível do mercado é aquele considerado como valor justo, conforme a definição contábil. O valor de mercado, normalmente, é

uma parte do valor justo.

Resposta: Alternativa “A”.

Questão 08

Uma Sociedade Empresária celebrou realizou as seguintes operações, no mês de dezembro de 2013:

Conforme nos dados apresentados, o Lucro Bruto apurado em dezembro de 2013, de acordo com as Normas Brasileiras

de Contabilidade, é de:

a) R$ 22.000,00

b) R$ 29.000,00

c) R$ 49.000,00

d) R$ 58.000,00

Resolução:

De acordo com a NBC TG 30 (R1), A receita proveniente da venda de bens deve ser reconhecida quando forem satisfeitas todas

as seguintes condições:

(a) a entidade tenha transferido para o comprador os riscos e benefícios mais significativos inerentes à propriedade dos

bens;

(b) a entidade não mantenha envolvimento continuado na gestão dos bens vendidos em grau normalmente associado à propriedade

e tampouco efetivo controle sobre tais bens;

(c) o valor da receita possa ser mensurado com confiabilidade;

(d) for provável que os benefícios econômicos associados à transação fluirão para a entidade; e

(e) as despesas incorridas ou a serem incorridas, referentes à transação, possam ser mensuradas com confiabilidade.

No enunciado da questão, temos uma situação de venda de mercadorias que não foram compradas (R$ 10.000,00) e somente

serão entregues no exercício seguinte, 2014. Portanto, a transferência dos riscos e recompensas ainda não ocorreu, sendo incorreto

o reconhecimento da receita em 2013.

Dessa foma, a apuração do Lucro Bruto ficaria da seguinte forma:

Demonstração do Resultado do Exercício

Venda de Mercadorias R$ 110.000,00

(-) Impostos sobre a Venda (R$ 11.000,00)

(-) Custo da Mercadoria Vendida * (R$ 50.000,00)

(=) Lucro Bruto R$ 49.000,00

* Para calcular o Custo de a Mercadoria Vendida basta utilizar a seguinte expressão:

CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final de Mercadorias – Impostos Recuperáveis

CMV = R$ 10.000,00 + R$ 60.000,00 – R$ 20.000,00 = R$ 50.000,00

Resposta: Alternativa “C”.

Questão 09

Uma Sociedade Empresária adquiriu um terreno, à vista, para a extração de minério. Com relação à aquisição, os seguintes dados

foram apresentados:

A empresa apresentou as seguintes estimativas de uso do terreno:

Em agosto de 2014, foram explorados 3.000m3 de minério.

A empresa utiliza o método das unidades produzidas para cálculo da exaustão.

Conforme as informações acima, é CORRETO afirmar que o valor do custo da exaustão, em agosto de 2014, é de:

a) R$ 21.600,00

b) R$ 27.000,00

c) R$ 28.800,00

d) R$ 36.000,00

Resolução:

Salvo engano, essa é primeira vez que o CFC cobra uma questão de exaustão numa prova, o que demonstra que o candidato

precisa estar cada vez mais preparado para conseguir a aprovação. Ainda que seja uma questão de simples resolução, pode

assustar o candidato que esteja acostumado, apenas, com as “famosas” depreciações e amortizações. Entretanto, o modo de

resolver a questão, operacionalmente falando, é o mesmo nos três casos.

Vamos ao conceito. A exaustão objetiva distribuir o custo de recursos naturais – minerais ou florestais, no período em que são

extraídos ou se exaurem. Calcula-se a exaustão pelo método das unidades produzidas. Nesse método, estabelece-se a porcentagem

extraída de recursos no período, em relação ao potencial total do local de onde se extraem os recursos. Portanto, exaurir significa

esgotar completamente. Em termos contábeis, a exaustão se relaciona com a perda de valor dos bens ou direitos do ativo, ao longo

do tempo, decorrentes de sua exploração (extração ou aproveitamento)

Vejamos agora, o “operacional”. O enunciado diz que a estimativa total de uso do terreno está em 200.000m3 e que em agosto de

2014 foram explorados 3.000m3. Dessa forma, temos que a proporção explorada é de 1,5% (3.000/200.000).

Feito isso, basta utilizarmos o mesmo raciocínio que temos para o cálculo das depreciações, onde o Valor Depreciável é igual ao

Valor Histórico – Valor Residual. Nesse caso, os valores são do terreno, pois os minérios serão exauridos dessa propriedade.

Dessa forma, temos que R$ 2.400.000,00 – R$ 600.000,00 = R$ 1.800.000,00. Para encontrarmos o valor exaurido em agosto,

basta multiplicarmos os 1,5% pelo valor do terreno e chegaremos em R$ 27.000,00.

Resposta: Alternativa “B”.

Questão 10

Com base na NBC TG 03 (R2) – Demonstração dos Fluxos de Caixa, na elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa,

classificam-se como atividades de financiamento os:

a. Recebimentos de valores decorrentes da alienação de participações societárias

b. Pagamentos em caixa para aquisição de instrumentos patrimoniais ou instrumentos de dívida de outras entidades e

participações societárias em joint ventures

c. Recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo

d. Recebimentos em caixa pela emissão de debêntures, empréstimos, notas promissórias, outros títulos de dívida, hipotecas

e outros empréstimos de curto e longo prazos

Resolução:

Uma questão cobrando memorização da NBC TG 03 (R2), infelizmente.

Antes de falarmos das atividades de financiamento, notem que de acordo com o item 16 da norma, alguns dos exemplos das

atividades de investimento são listadas abaixo:

(a) pagamentos em caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo. Esses pagamentos

incluem aqueles relacionados aos custos dedesenvolvimento ativados e aos ativos imobilizados de construção própria;

(b) recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo;

(c) pagamentos em caixa para aquisição de instrumentos patrimoniais ou instrumentos dedívida de outras entidades e

participações societárias em joint ventures (exceto aqueles pagamentos referentes a títulos considerados como equivalentes de

caixa ou aqueles mantidos para negociação imediata ou futura);

Ou seja, dessa forma eliminamos as alternativas “b” e “c”.

Já o item 17 da norma, apresenta alguns exemplos (não é uma lista taxativa) de atividades de financiamento, dentre os quais:

(a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais;

(b) pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade;

(c) caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, notas promissórias, outros títulos de dívida, hipotecas e outros

empréstimos de curto e longo prazos;

(d) amortização de empréstimos e financiamentos; e

(e) pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo relativo a arrendamento mercantil financeiro.

Resposta: Alternativa “D”.

Questão 11

Uma Sociedade Empresária apresentou as seguintes transações de uma determinada mercadoria, no mês de dezembro de 2013:

De acordo com os dados apresentados, afirma-se que a contribuição dessas transações para o valor adicionado da

empresa, em dezembro de 2013, é de:

a) R$ 150.000,00

b) R$ 171.250,00

c) R$ 200.000,00

d) R$ 210.625,00

Resolução:

Para resolver a questão acima, vamos começar com alguns conceitos presentes na NBC TG 09 – Demonstração do Valor

Adicionado (DVA).

No que diz respeito à venda de mercadorias, produtos e serviços, a norma preve, no momento da elaboração da DVA, a inclusão

dos valores dos tributos incidentes sobre essas receitas (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), ou seja, esse valor deve

corresponder ao ingresso bruto ou faturamento bruto, mesmo quando na demonstração do resultado tais tributos estejam fora do

cômputo dessas receitas.

Já o custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos – inclui os valores das matérias-primas adquiridas junto a

terceiros e contidas no custo do produto vendido, das mercadorias e dos serviços vendidos adquiridos de terceiros; não inclui

gastos com pessoal próprio.

Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços, energia, etc. consumidos, devem ser

considerados os tributos incluídos no momento das compras (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), recuperáveis ou não. Esse

procedimento é diferente das práticas utilizadas na demonstração do resultado.

Dessa forma, de acordo com o que diz a norma, as receitas e custos deverão figurar de forma bruta na DVA, ou seja, com os

impostos inclusos.

O enunciado diz que foram compradas Mercadorias no valor de R$ 100.000,00, mas somente foi vendido 50%, o que implica na

inclusão de R$ 50.000,00 na DVA, como segue:

Demonstração do Valor Adicionado

Receita Bruta de Vendas R$ 250.000,00

Insumos adquiridos de terceiros (inclui impostos recuperáveis) (R$ 50.000,00)

Valor Adicionado Bruto R$ 200.000,00

Resposta: Alternativa “C”.

Questão 12

Uma Sociedade Empresária apresentou os dados abaixo, referentes ao ano de 2014:

O lucro apurado no mês de julho, observando-se o Regime de Competência foi de:

a) R$ 70.000,00

b) R$ 84.000,00

c) R$ 98.000,00

d) R$ 102.000,00

Resolução:

Questão bastante simples envolvendo a elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício. O aluno precisa, apenas, respeitar o principio da Competência e reconhecer as receitas e despesas nos momentos em que forem realizadas, independentemente da entrada ou saida de recursos.

Simplificadamente, temos:

Demonstração do Resultado do Exercício – Julho de 2014

Receita Realizada em Julho R$ 16.000,00

Receita Realizada em Julho R$ 64.000,00

(-) Despesa Incorrida em Julho (R$ 2.000,00)

(-) Despesa Incorrida em Julho (R$ 8.000,00)

Lucro R$ 70,000,00

Resposta: Alternativa “A”.

Questão 13

Em relação ao impacto provocado pelo registro contábil no Ativo Circulante de uma Sociedade Empresária Industrial, analise os eventos descritos e, em seguida, assinale a opçãoCORRETA:

a) Apenas os eventos A e H tem como resultado um aumento no Ativo Circulante

b) Apenas os eventos B e E tem como resultado um aumento no Ativo Circulante

c) Apenas os eventos C e D tem como resultado uma redução no Ativo Circulante

d) Apenas os eventos F e G tem como resultado uma redução no Ativo Circulante

Em relação ao impacto líquido provocado no Ativo Circulante, assinale a opção CORRETA:

Resolução:

Uma questão muito parecida com a questão 6 do Exame de 2013/1 resolvida aqui no Essência. (http://www.essenciasobreaforma.com.br/exame_anteriores.php?id=54)

Vamos analisar cada item e relacionar com os possíveis impactos patrimoniais:

Eventos Descrição Impacto

AAquisição à vista de terreno para construção de uma sede da empresa

• Débito de Caixa e Equivalentes de Caixa (AC)

• Crédito de Terrenos (ANC)

Efeito no AC = Diminuição em função da saída de caixa.

BAquisição de matéria prima a prazo para uso durante o ciclo operacional

• Débito de Estoques (AC)

• Crédito de Fornecedores (PC)

Efeito no AC = Aumento em função da aquisição de matéria prima.

CAplicação financeira em fundo de renda fixa com resgate diário, realizada com recursos provenientes da conta corrente de depósito à vista da sociedade empresária no banco

• Débito de Caixa e Equivalente de Caixa (AC)

• Crédito de Caixa e Equivalente de Caixa (AC)

Efeito no AC = Nulo.

DPagamento de adiantamento de salário aos empregados para compensação na data do pagamento da folha de pagamento de salários que ocorrerá no último dia útil do mês.

• Débito de Caixa e Equivalente de Caixa (AC)

• Crédito de Adiantamento de Salários (AC)

Efeito no AC = Nulo.

ERecebimento de Adiantamento de clientes por conta de produto a ser fabricado, por encomenda, com prazo de entrega previsto para 18 meses

• Débito de Caixa e Equivalente de Caixa (AC)

• Receita Diferida (PC)

Efeito no AC = Aumento em função da entrada de recursos.

F Apropriação, como despesa do período, de parcela de seguro pago antecipadamente

• Débito de Despesa de Seguros

(DRE)

• Crédito de Despesa Antecipada (AC)

Efeito no AC = Diminuição em função da apropriação da despesa.

G Aumento de capital com incorporação de reservas de lucros

• Débito de Reservas de Lucros (PL)

• Crédito de Capital (PL)

Efeito no AC = Não impacta nenhuma conta.

H Pagamento de aluguel relativo ao mês anterior

• Crédito de Caixa e Equivalente de Caixa (AC)

• Débito de Aluguel a Pagar (PC)

Efeito no AC = Diminuição em função da saída de recursos.

Resposta: Alternativa “B”.

Questão 14

Uma Indústria vendeu produtos por R$ 250.000,00. Neste valor, estão inclúidos R$ 30.000,00 de ICMS e R$ 25.000,00 de IPI. Essa operação resultou um prejuízo de R$ 22.000,00.

De acordo com os dados acima, os valores da Receita Líquida e do Custo dos Produtos Vendidos foram, respectivamente, de:

a) R$ 195.000,00 e R$ 217.000.00

b) R$ 220.000,00 e R$ 242.000.00

c) R$ 225.000,00 e R$ 247.000.00

d) R$ 250.000,00 e R$ 272.000.00

Resolução:

Uma questão bastante simples que cobra, apenas, a organização dos dados apresentados.

Para calcularmos a Receita Líquida, basta subtrairmos da Receita Bruta as suas deduções, que incluem os impostos incidentes sobre as vendas.

Dessa forma, teremos: Receita Bruta – Deduções da Receita = Receita Líquida, ou R$ 250.000,00 – R$ 30.000,00 (ICMS) – R$ 25.000,00 (IPI) = R$ 195.000,00.

Nem precisaríamos continuar, pois a única alternativa que possui essa Receita Líquida é a alternativa “a”.

Para chegarmos no CPV, basta considerarmos a informação do prejuízo dada no enunciado e a Receita Líquida que encontramos acima:

Prejuízo ( R$ 22.000,00)

CPV X

Receita Líquida R$ 195.000,00

Portanto, o CPV será de: R$ 195.000,00 – X = (R$22.000,00), CPV = R$ 217.000,00

Resposta: Alternativa “A”.

Questão 15

Uma Sociedade Empresária apresentou os seguintes dados, extraídos da folha de pagamento do mês de agosto de 2014:

Considerando-se apenas os dados acima, o valor total da despesa do mês de agosto de 2014 corresponde a:

a) R$ 124.652,40

b) R$ 127.832,40

c) R$ 131.752,40

d) R$ 133.432,40

Resolução:

O enunciado solicita apenas a separação das despesas de folha da empresa dos valores que são descontados dos funcionários e repassados ao Governo, como INSS, salário família e maternidade.

Portanto, o total de despesas da empresa será de:

Despesas de Folha

Salário Base R$ 85.000,00

Horas Extras R$ 4.800,00

FGTS R$ 7.184,00

Vale Transporte – Empresa R$ 4.500,00

Contribuição Patronal R$ 23.168,40

Total R$ 124.652,40

Resposta: Alternativa “A”.

Questão 16

Uma Sociedade Empresária tem custos fixos totais de R$ 190.000,00 por mês, custos variáveis de R$ 12,00 por unidade produzida e despesas variáveis com vendas de R$ 2,00 por unidade vendida.

No mês de junho de 2014, o volume produzido foi de 10.000 unidades, e todas as unidades produzidas no mês foram vendidas ao preço de R$ 60,00 por unidade, líquido de impostos.

Não havia estoques iniciais.

Utilizando-se o custeio por Absorção, é CORRETO afirmar que o Lucro Bruto, em junho de 2014, foi de:

a) R$ 270.000,00

b) R$ 290.000,00

c) R$ 410.000,00

d) R$ 460.000,00

Resolução:

Utilizando o custeio por Absorção, temos a seguinte composição:

Resposta: Alternativa “B”.

Questão 17

Relacione os métodos de custeio, enumerados na primeira coluna, com as respectivas descrições na segunda coluna e, em seguida, assinale a opção CORRETA:

A sequência CORRETA é:

a) 2, 1, 4, 3

b) 2, 4, 1, 3

c) 3, 1, 4, 2

d) 3, 4, 1, 2

Resolução:

Os métodos de alocação de custos Indiretos são divididos em Método de Custeamento por Absorção, Método de Custeamento Baseado em Atividades, Método de Custeamento Integral e Método de Custeamento RKW.

O custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos princípios de contabilidade geralmente aceitos, consistindo na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção são distribuídos para todos os produtos elaborados, as despesas administrativas, comerciais e financeiras não integram o custo do produto. Como ponto positivo, esse é o único método aceito para fins fiscais e legais.

O Método ABC (Actvity Based Costing) foi originalmente desenvolvido para gerenciamento dos custos, tendo como enfoque os recursos e as atividades geradores de custos, o que significa que os custos são atribuídos às atividades baseadas no uso dos recursos, depois atribuídos aos objetos dos custos, tais como produtos ou serviços, baseado no uso das atividades. Neste método, apropria-se todos os custos e despesas da empresa ao produto mediante análise dos processos e atividades, utilizando-se direcionadores de custos em dois estágios, nesse conceito, o produto consome atividades e as atividades consomem recursos.

Diferente dos métodos de alocação dos custos indiretos, o custeio variável ou direto leva em consideração, para custeamento dos produtos da empresa, apenas os gastos variáveis e/ou diretos, suja apropriação não constitui nenhuma dificuldade. Com isso, elimina-se a necessidade de rateios e estimativas e, consequentemente, as distorções geradas por eles. Essa modalidade de custeio apresenta, sobre a modalidade anterior significativas vantagens no que diz respeito à apuração dos resultados econômicos geradas pelos diferentes produtos da empresa e suporte às decisões gerencias.

A sigla RKW representa as iniciais de um antigo conselho governamental para assuntos econômicos (Reinchskuratorium fuer Winrtschaftlichtkeit) que existiu na Alemanha. Nesse método, são apropriados aos produtos não somente os custos de produção, como também todas as despesas da empresa, inclusive as financeiras.

Diferente dos métodos de alocação dos custos indiretos, o custeio variável ou direto leva em consideração, para custeamento dos produtos da empresa, apenas os gastos variáveis e/ou diretos, suja apropriação não constitui nenhuma dificuldade. Com isso, elimina-se a necessidade de rateios e estimativas e, consequentemente, as distorções geradas por eles. Essa modalidade de custeio apresenta, sobre a modalidade anterior significativas vantagens no que diz respeito à apuração dos resultados econômicos geradas pelos diferentes produtos da empresa e suporte às decisões gerencias. Os métodos de alocação de custeio direto e variável podem ser identificados distintamente como: Método do Custeio Direto, Método de Custeio Variável, e Método da Contabilidade de Ganhos.

A maioria dos autores se refere ao método do custeio direto e método do custeio variável como sinônimos, mas existe uma sensível diferença entre esses métodos que os tornam distintos: nem todo custo direto é variável, é o caso da mão-de-obra direta, por exemplo. No entanto, dependendo do prisma que se vai avaliar, ela pode ser considerada custo fixo a curto prazo e variável a longo prazo, isso muitas vezes acaba por gerar dúvidas e discussões quanto a classificação desses métodos. O método de custeio direto utiliza, para custeamento dos produtos, somente os gastos diretos aplicáveis a cada um dos produtos da organização, sejam eles custos ou despesas.

MARTINS, E. Contabilidade de custos. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2000. 388p.

Resposta: Alternativa “D”.

Questão 18

Uma indústria produz um determinado produto e apresentou as seguintes movimentações em determinado período:

Com base no Custeio por Absorção e, desconsiderando os tributos incidentes, os valores do Estoque Final e do Resultado Líquido com Mercadorias, respectivamente, são de:

a) R$ 1.812,50 e R$ 2.062,50

b) R$ 1.812,50 e R$ 4.262,50

c) R$ 2.000,00 e R$ 1.500,00

d) R$ 2.000,00 e R$ 4.000,00

Resolução:

No custeio por absorção o Custo Fixo só é lançado ao resultado no momento da venda do produto a terceiros e proporcionalmente à quantidade vendida, ou seja, tanto o Custo Fixo quanto o Custo Variável integram o saldo de estoque até que o produto seja vendido.

Aplicando essa metodologia, teremos:

Resposta: Alternativa “C”.

Questão 19

Durante o mês de julho de 2014, uma indústria que produz seus produtos em ambientes separados do local de comercialização obteve os seguintes gastos:

Informações adicionais:

• Todas as unidades iniciadas foram concluidas no periodo• Não havia produtos em processo no início e no final do período

Com base nos dados acima, assinale a opção CORRETA:

a) o Custo da Produção Acabada no período foi de R$ 86. 770,00

b) o Custo de Produção do período foi de R$ 86.240,00

c) o Custo de Transformação no período foi de R$ 8.420,00

e) o Custo Primário no período foi de R$ 74.200,00

Resolução:

Outra questão de contabilidade de custos.

Abaixo, elencamos todos os custos diretamente relacionados com a produção:

O custo da Produção Acabada foi de R$ 82.620. Portanto, as alternativas “A” e “B” estão incorretas. O Custo de Transformação compreende todos os gastos para transformar a Matéria Prima em Produto Acabado. Dessa forma, basta subtrairmos o valor da Matéria Prima da soma do quadro e chegaremos num total de R$ 50.820, o faz com que a alternativa “C” seja falsa. Custo Primário são os custos diretos de Matéria Prima e de Mão de Obra, se somarmos os dois teremos um total de R$ 74.200, condizente com a alternativa “D”.

Resposta: Alternativa “D”.

Questão 20

De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, relacione o tipo de fluxo de caixa adotado por uma determinada prefeitura, descrito na primeira coluna, com as respectivas operações, apresentadas na segunda coluna, e, em seguida, assinale a opção CORRETA.

A sequência CORRETA é:

a) 2, 1, 3.

b) 2, 3, 1.

c) 3, 1, 2.

d) 3, 2, 1.

Resolução:

Questão de Contabilidade Pública que cobra, “apenas”, a memorização de pontos importantes do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) de 2014, disponível em:http://www.tesouro.fazenda.gov.br/manuais-de-contabilidade.

Em essência, para essa questão, particularmente, o candidato que conhecesse os conceitos de uma Demonstração de Fluxo de Caixa previstos no CPC 03 (R2) ou NBC TG 03 não encontraria problemas para a resolução dessa questão.

Pelo Manual (item 05.06.00), temos que:

O fluxo de caixa das operações compreende os ingressos, inclusive decorrentes de receitas originárias e derivadas, e os desembolsos relacionados com a ação pública e os demais fluxos que não se qualificam como de investimento ou financiamento.

O fluxo de caixa dos investimentos inclui os recursos relacionados à aquisição e à alienação de ativo não circulante, bem como recebimentos em dinheiro por liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos e outras operações da mesma natureza.

O fluxo de caixa dos financiamentos inclui os recursos relacionados à captação e à amortização de empréstimos e financiamentos.

Resposta: Alternativa “B”.

Questão 21

Uma entidade do setor público realizou a venda de um veículo ativo imobilizado, o qual apresentava os seguintes valores registrados em 32.12.2013:

A administração pública orçou a venda do veículo para o exercício de 2014 por R$ 28.000,00.

Além do registro em contas de controle, o recebimento do valor da venda, à vista, em 2014, pelo valor orçado, irá resultar em:

a) Um registro a crédito no grupo de variação patrimonial aumentativa no valor de R$ 4.000,00, de natureza patrimonial; registros a débito e a crédito no grupo de execução de orçamento de natureza orçamentária, no valor de R$ 24.000,00.

b) Um registro a crédito no grupo de variação patrimonial aumentativa no valor de R$ 23.600,00, de natureza patrimonial; registros a débito e a crédito no grupo de execução de orçamento de natureza orçamentária, no valor de R$ 28.000,00.

c) Um registro a crédito no grupo de variação patrimonial aumentativa no valor de R$ 28.000,00, de natureza patrimonial; registros a débito e a crédito no grupo de execução de orçamento de natureza orçamentária, no valor de R$ 23.600,00.

d) Um registro a crédito no grupo de variação patrimonial aumentativa no valor de R$ 4.400,00, de natureza patrimonial; registros a débito e a crédito no grupo de execução de orçamento de natureza orçamentária, no valor de R$ 28.000,00.

Resolução:

Uma questão de contabilidade pública relativamente simples, mas que exige muita atenção do candidato.

O MCASP do Tesouro é um material muito rico, pois contem muitos exemplos práticos. Um desses exemplos trata exatamente de alienação de um veículo (sugiro a leitura do exemplo prático Nº08 do Manual, disponível em http://www.tesouro.fazenda.gov.br/manuais-de-contabilidade.).

Em contabilidade pública, temos a presença do “Orçamento”, onde toda a movimentação do ente público obedecerá ao que foi previsto no orçamento (salvo algumas exceções), como a venda de um veículo, por exemplo:

Previsão Orçamentária da venda de veiculo 28.000,00

Durante o exercício, o valor líquido contábil do veículo era de R$ 23.600,00.

Valor de aquisição do veículo 24.000,00

DÉBITO - Depreciação acumulada do veiculo 400,00

(=) Valor contábil 23.600,00

Em seguida é contabilizada a Execução desta operação, lembrando que já tinha sido contabilizada a previsão orçamentária da venda (R$ 28.000,00) no início do exercício.

DÉBITO – Caixa e equivalente de caixa 28.000,00

Sistema patrimonial

CRÉDITO – Ganho na venda de imobilizado - Variações Patrimoniais Aumentativas

4.400,00

CRÉDITO – Bens Móveis 23.600,00

Execução do orçamento

DÉBITO – Receita orçamentária a realizar 28.000,00

Sistema Orçamentário

CRÉDITO – Receita orçamentária realizada 28.000,00

Contas de controle

DÉBITO – Controle da Disponibilidade de recursos 28.000,00

Sistema Orçamentário

CRÉDITO – Execução da disponibilidade de recursos – disponibilidade por destinação de recursos

28.000,00

Resposta: Alternativa “D”.

Questão 22

Com base na NBC T 16.9 – Depreciação, Amortização e Exaustão, assinale a opção CORRETA.

O imobilizado de uma entidade do setor público estava assim constituído:

No decorrer do ano de 2013, não houve novas aquisições, nem baixas. Foram mantidos os critérios de vida útil e valor residual e não foram identificadas perdas por recuperabilidade.

Acerca da situação acima, o valor contábil do imobilizado apresentado no Balanço Patrimonial, em 31.12.2013 é de:

a) R$ 505.725,00

b) R$ 515.300,00

c) R$ 572.075,00

d) R$ 674.700,00

Resolução:

Uma questão que exige do candidato o Valor Contábil Líquido dos ativos imobilizados. Em outras palavras, solicita o valor total de aquisição (custo) menos o valor total da depreciação. Como os dados são fornecidos, ao elaborarmos os quadros abaixo, chegaremos ao valor contábil líquido:

Resposta: Alternativa “B”.

Questão 23

Uma Sociedade Empresária elaborou o seguinte plano operacional de produção para o mês de julho de 2014:

• Quantidade projetada de produção para o mês 40.000 unidades• Padrão de horas consumidas para produzir cada unidade 2 horas• Padrão de valor a ser pago para a mão de obra

direta R$ 60,00 por hora

• Custo unitário padrão R$ 120,00

Ao final do mês, fez o levantamento da produção e dos custos e chegou aos seguintes resultados:

• Quantidade produzida no mês 40.000 unidades• Horas consumidas para produzir cada unidade 2, 1 horas• Valor pago para a mão de obra direta R$ 58,00 por hora• Custo unitário realizado R$ 121,80

Com base nos dados acima, assinale a opção INCORRETA:

a) Houve Variação de Preço favorável de R$ 4,00 por unidade.

b) Houve Variação de Volume Desfavorável de R$ 6,00 por unidade.

c) Houve Variação Mista favorável de R$ 0,20 por unidade.

d) Houve Variação Total favorável de R$ 1,80 por unidade.

Resolução:

A questão é sobre Custo Padrão, que basicamente consiste em analisar as variações de quantidade e preço do que foi planejado e o que foi realizado.

Elaboraremos um quadro sintético, com os dados apresentados, para facilitar na resolução da questão:

Análises:

• a variação de quantidade que é o que foi planejado menos o que foi realizado é negativa, ou seja, desfavorável em 0,10• a variação de preço foi positiva, então foi favorável em 2,00

• a variação total foi negativa, logo foi desfavorável em 1,80.

Como a questão pede a afirmação incorreta, de pronto, pode-se marcar letra “D”.

Porém vamos continuar a resolução e analisar as outras alternativas.

No primeiro quadro, temos a variação no Volume ou Quantidade, que foi desfavorável em R$ 6,00. Dessa forma, a letra “B” está correta. O segundo quadro mostra a variação no Preço, favorável em 4,00. Com isso, a letra “A” também está correta. Por fim, percebemos que houve variação mista favorável como dito pela letra “C”.

Resposta: Alternativa “D”.

Questão 24

Uma Sociedade Empresária apresentou as seguintes projeções de custos para o ano de 2014:

• Preço de venda: R$ 40,00 por unidade• Custos variáveis: R$ 32,00 por unidade

• Custos fixos totais: R$ 80.000,00 por ano

• Depreciação: R$ 6.400,00 por ano, já incluída nos Custos Fixos Totais

Em 31.12.2013, o Patrimônio Líquido da empresa era de R$ 160.000,00, e a administração da empresa determinou que o lucro do ano de 2014 deverá ser o equivalente a 7% do Patrimônio Líquido de 2013.

Com base nos dados acima, assinale a opção CORRETA:

a) O Ponto de Equilíbrio Contábil da empresa, em 2014, é de 10.800 unidades, e o Ponto de Equilíbrio Econômico, em 2014, é de 10.000 unidades.

b) O Ponto de Equilíbrio Contábil da empresa, em 2014, é de 9.200 unidades, e o Ponto de Equilíbrio Econômico, em 2014, é de 10.800 unidades.

c) O Ponto de Equilíbrio Econômico da empresa, em 2014, é de 11.400 unidades, e o Ponto de Equilíbrio Financeiro, em 2014, é de 9.200 unidades.

d) O Ponto de Equilíbrio Financeiro da empresa, em 2014, é de 10.000 unidades, e o Ponto de Equilíbrio Contábil, em 2014, é de 11.400 unidades.

Resolução:

A Margem de Contribuição (MC) corresponde ao montante líquido gerado pela venda do produto para cobrir os custos fixos e é dada pela fórmula:

MC = RBV – CV

Onde:

MC = Margem de Contribuição

RBV = Receita Bruta de Vendas

CV = Custos Variáveis

O Ponto de Equilíbrio Contábil - (PEC) é obtido quando a empresa atinge determinado nível de vendas capaz de gerar uma margem de contribuição que equalize todos os seus custos fixos e despesas. Ou seja, é quanto a empresa precisa produzir ou vender para pagar seus custos fixos com a margem líquida dos produtos.

PEC = CFT / MCu

Onde:

CF = Custos Fixos Totais

MCu = Margem de Contribuição unitária

O Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) é o Ponto de Equilíbrio a partir do Ponto de Equilíbrio Contábil onde é adicionado o Custo de Oportunidade, então além da quantidade que teria que produzir ou vender para cobrir os gastos fixos, existiria uma quantidade a mais para cobrir o Custo de Oportunidade.

Já o Custo de Oportunidade, segundo o professor Eliseu Martins representa o quanto a empresa sacrificou em termos de remuneração por ter aplicado seus recursos numa alternativa ao invés de em outra.

PEE = PEC + Custo de Oportunidade

O Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF), por sua vez, é decorrente da análise de geração de caixa do negócio, pois considera o “efeito caixa/financeiro” das receitas, custos e despesas contabilizados (econômico), além da consideração de pagamentos e recebimentos que não são contabilizados como custos e despesas. Ou seja, é o Ponto de Equilíbrio pelo Regime de Caixa, o que realmente entrou e saiu, então receitas por Equivalência Patrimonial, Depreciação ou ajustes não entram no cálculo.

PEF = PEC + DEPRECIAÇÃO/AJUSTES - RECEITA DE EQUIV. PATRIMONIAL

Vamos aos cálculos a partir dos dados da questão:

Resposta: Alternativa “C”.

Questão 25

Uma Sociedade Empresária apresentou os seguintes dados, extraídos da Demonstração do Resultado e do Balanço Patrimonial dos anos de 2012 e 2013:

Para calcular os indicadores contábeis, a empresa considera que o mês tem 30 dias e utiliza o estoque médio.

O Giro e o Prazo Médio de Rotação do Estoque relativos a 2013 são, respectivamente:

a) 13 vezes e 28 dias.

b) 14 vezes e 25 dias.

c) 15 vezes e 24 dias.

d) 16 vezes e 23 dias.

Resolução:

A Rotação ou Giro dos Estoques pode ser calculada sobre o estoque de mercadorias, matéria-prima, produtos em elaboração e indica quantas vezes o estoque é totalmente vendido, e novamente adquirido.

Para o cálculo da rotação dos estoques é necessário que os mesmos sejam avaliados pelo custo de aquisição ou produção, e que seja determinada uma média para os estoques durante o período.

A rotação dos estoques é determinada através da fórmula

GIRO DOS ESTOQUES = CMV / EM

Onde:

CMV = Custo das Mercadorias Vendidas

EM = Estoque Médio no Período

EM = ESTOQUE INICIAL + ESTOQUE FINAL MÉDIO

2

Dessa forma, com base nos dados da questão, temos que:

EM = 800.000 + 900.000 / 2 = 850.000

Portanto, o Giro será de 12.750.000 / 850.000 = 15 vezes.

O resultado encontrado, quando usa-se a fórmula da rotação dos estoques, indica quantas vezes o estoque foi renovado. Neste caso, 15 vezes.

Já o Prazo Médio de Rotação dos Estoques poderá ser informado em dias, meses, semanas, etc. Indica, em média, quantos dias a empresa leva para vender o seu estoque.

Tal dado poderá ser encontrado utilizando-se a fórmula:

PMRE = 360 X ESTOQUES MÉDIOS

CUSTO DAS VENDAS

PME = 360 X 850.000

12.750.000

PME = 24 dias.

Resposta: Alternativa “C”.

Questão 26

Uma Sociedade Empresária está analisando a venda de seu produto, lançado recentemente, a R$ 5,00 por unidade. Os custos e despesas variáveis desse produto totalizam R$ 4,00 por unidade, e suas despesas fixas são de R$ 220.000,00 por ano.

O Ativo total da empresa, em 31 de dezembro de 2013, era de R$ 600.000,00, e espera-se obter um retorno sobre o ativo total que seja superior em 5% à média do retorno do mercado, que é de 18% ao ano.

Sabendo-se que a margem de contribuição unitária é de R$ 1,00 e, ainda, desconsiderando-se a incidência de impostos sobre o lucro, a quantidade de unidades a serem vendidas para se obter o retorno desejado é de:

a) 220.000 unidades.

b) 250.000 unidades.

c) 328.000 unidades.

d) 358.000 unidades.

Resolução:

Com base nos dados apresentados no enunciado, precisaremos encontrar o quanto que empresa precisaria vender para obter o lucro desejado de 5% superior a média do mercado que é de 18%, ou seja, um lucro de 23%. Esse percentual deve ser aplicado sobre o Ativo total da empresa, que é de R$ 600.000,00. O enunciado já nos fornece a Margem de Contribuição e os Custos Fixos para que encontremos o Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC), que é dado por:

PEC= CF / MC

PE = 220.000,00 / 1,00

PE - 220.000 unidades.

Lucro Desejado

Ativo Total = 600.000,00

Taxa de Retorno do Mercado = 18%

Taxa de Retorno Desejada: 18% + 5% = 23%

Lucro Desejado: 600.000,00 x 23% = 138.000,00

Quantidade por Margem de Contribuição: 138.000,00 / 1,00 = 138.000 unidades

Dessa forma, basta somarmos o Ponto de Equilíbrio com a Quantidade Necessária para a obtenção do Lucro Desejado.

Ou seja, 220.000 + 138.000 = 358.000 unidades.

Resposta: Alternativa “D”.

Questão 27

O Código Tributário Nacional estabelece que, na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará, sucessivamente, na ordem indicada: a analogia; os princípios gerais de Direito Tributário; os princípios gerais do Direito Público; a equidade.

Em relação ao critério de interpretação anteriormente descrito, assinale a opção CORRETA:

a) O emprego da analogia poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei; e o emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

b) O emprego da analogia poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei; e o emprego da equidade poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

c) O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei; e o emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

d) O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei; e o emprego da equidade poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

Resolução:

Literalmente o que está expresso no artigo 108 do Código Tributário Nacional:

Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:

I - a analogia;

II - os princípios gerais de direito tributário;

III - os princípios gerais de direito público;

IV - a eqüidade.

§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.

§ 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

Resposta: Alternativa “C”.

Questão 28 – Anulada

Considere que uma Lei Ordinária Federal aumentou alíquota e ampliou a base de cálculo de um determinado tributo.

Acerca da situação apresentada, conforme o que estabelece a Constituição Federal, assinale a opção CORRETA:

a) A Lei Ordinária não poderia ter alterado a alíquota nem a base de cálculo, uma vez que a alteração de ambas é matéria reservada a Lei Complementar.

b) A Lei Ordinária não poderia ter alterado a alíquota, mas poderia alterar a base de cálculo, uma vez que apenas a alteração de alíquota é matéria reservada a Lei Complementar.

c) A Lei Ordinária poderia ter alterado a alíquota e a base de cálculo, já que a alteração de ambas não é matéria reservada a Lei Complementar.

d) A Lei Ordinária poderia ter alterado a alíquota, mas, não, a base de cálculo, uma vez que a alteração da base de cálculo é matéria reservada a Lei Complementar.

Questão 29

Assinale a opção que apresenta o tributo cobrado pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, instituído para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária:

a) Contribuição de Melhoria.

b) Empréstimo Compulsório.

c) Imposto.

d) Taxa.

Resolução:

De acordo com a Constituição Federal, temos que:

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

Seguindo a definição de cada um deles, presente no artigo 81 do Código Tributário Nacional, temos que:

A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo

de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Resposta: Alternativa “A”.

Questão 30

Uma empresa de logística oferece serviços de armazenagem em um galpão climatizado e serviços de transporte de mercadorias.

O valor das tarifas a serem cobradas por ambos os serviços foi estabelecido em função do espaço necessário para a armazenagem e da distância para o frete.

As tarifas estabelecidas são apresentadas na tabela abaixo:

Com base nos dados apresentados na tabela acima, assinale a opção INCORRETA:

a) A média aritmética da Tarifa do Frete por km rodado é de R$ 2,29 por km.

b) A média aritmética da Tarifa da Armazenagem por m2 é de R$ 52,00 por m2.

c) A mediana da Tarifa da Armazenagem do espaço total é de R$ 156,00.

d) A mediana da Tarifa do Frete para a distância total é de R$ 68,57.

Resolução:

A questão cobra dois conceitos importantes de Estatística: Média Aritmética e Mediana.

Vamos relembrar tais conceitos:

A média aritmética é aquela que nos permite substituir os valores de uma lista de números por uma soma, sendo a mais simples que existe. É dada pela fórmula, a qual indica que dividimos a soma de todos os elementos da lista pelo seu número de elementos.

A mediana é uma medida de localização do centro da distribuição dos dados, definida do seguinte modo: Ordenados os elementos da amostra, a mediana é o valor (pertencente ou não à amostra) que a divide ao meio, isto é, 50% dos elementos da amostra são menores ou iguais à mediana e os outros 50% são maiores ou iguais à mediana.

Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, depois de ordenada a amostra de n elementos:

Se n é ímpar, a mediana é o elemento médio.

Se n é par, a mediada é a semissoma dos dois elementos médios.

A Média Aritmética do Frete por Km rodado é a soma de todos os valores relativos ao Frete, dividido por 150 que é total de Km rodados.

Total Km = 10 + 20 + 30 + 49 + 50 = 150

Total = 34,29 + 47,14 + 68,57 + 98,57 + 137,14 = 385,71

Portanto, a média artimética será de: 385,71 / 150 = 2,57, o que torna a alternativa “A”, INCORRETA.

A Média Aritmética da Tarifa de Armazenagem por m² é soma de todos os valores da coluna dividos por 5 que é o número de séries.

Total Armazenagem = 50 + 51 + 52 + 53 + 54 = 260

Média aritmética = 260 / 5 = 52, o que torna a alternativa “B”, CORRETA.

A Mediana da Tarifa de Armazenagem do espaço total é o número central na série.

Ordenando a série, temos: 50 - 102 - 156 - 212 – 270.

Sendo assim, a mediana é 156, o que torna a alternativa “C”, CORRETA.

A Mediana do Frete para a distância total é o número central na série.

Ordenando a série, temos: 34,29 - 47,14 - 68,57 - 98,57 - 137,14. Portanto, a mediana do frete é 68,57 e a alternativa “D” está CORRETA.

Como a questão cobra a alternativa incorreta, neste caso a resposta é a alternativa “A.”

Resposta: Alternativa “A”.

Questão 31

Uma sociedade empresária obteve um empréstimo com vencimento final para 30.11.2016.

O valor total a ser pago para a quitação da dívida, no vencimento, incluindo-se juros e principal, é de R$ 125.440,00.

O contrato permite liquidação antecipada, utilizando-se a taxa de juros compostos de 12% a.a.

Com base nos dados informados, o saldo do empréstimo, dois anos antes do vencimento, será de:

a) R$ 93.528,06.

b) R$ 100.000,00.

c) R$ 101.161,29.

d) R$ 112.000,00.

Resolução:

A questão diz que a empresa obteve um empréstimo e vai pagar no final um total de R$ 125.440,00 com os juros inclusos, ou seja, esse é o Valor Futuro (FV). O enunciado diz, ainda, que pra liquidar esse empréstimo a empresa terá um desconto de 12% ao ano, ou seja, está nos informando a taxa de juros utilizada. Ao informar a antecipação de 2 anos, está nos informando o período. Com base nas informações contidas na questão, podemos utilizar a seguinte fórmula, para determinar o Valor Presente (PV):

PV = FV / (1+i)n

Temos as sguintes informações:

FV: R$ 125.440,00

i: 1,2 Taxa (12% ou 12 / 100)

n: 2 anos

PV: Valor Presente = ?

Dessa forma, teremos:

PV = 125.440,00 / (1+1,2)²

PV = 125.440,00 / 1,12²

PV = 125.440,00 / 1,2544

PV = 100.000,00

Resposta: Alternativa “B”.

Questão 32 – Anulada

Um comprador está estudando duas alternativas para a compra de uma máquina. A primeira alternativa é adquirir a máquina à vista, ao preço de R$ 3.807,73; a segunda alternativa é adquirir a máquina a prazo, em quatro parcelas mensais de R$ 1.000,00, sem entrada.

Utilize os dados informados na tabela acima e, em seguida, assinale a opção CORRETA:

a) Considerando-se uma taxa de juros de 1% ao mês, o preço a prazo é mais atrativo.

b) Considerando-se uma taxa de juros de 2% ao mês, os preços à vista e a prazo são equivalentes.

c) Considerando-se uma taxa de juros de 3% ao mês, o preço à vista é mais atrativo.

d) Considerando-se uma taxa de juros de 4% ao mês, os preços à vista e a prazo são equivalentes.

Questão 33

De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade, relacione os critérios de mensuração apresentados na primeira coluna com as suas respectivas contas, apresentadas na segunda coluna e, em seguida, assinale a opção CORRETA.

A sequência CORRETA é:

a) 1,2,2.

b) 1,1,2.

c) 2,2,1.

d) 2,1,1.

Resolução:

De acordo com a NBC TG 16 (R1) ou CPC 16 (R1) - Estoques, os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor.

Já de acordo com a NBC TG 27 ou CPC 27 – Ativo Imobilizado, após o reconhecimento como ativo, um item do ativo imobilizado deve ser apresentado ao custo menos qualquer depreciação e perda por redução ao valor recuperável acumuladas (NBC TG 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos).

Após o reconhecimento como um ativo, o item do ativo imobilizado cujo valor justo possa ser mensurado confiavelmente poder ser apresentado, se permitido por lei, pelo seu valor reavaliado.

De acordo com a NBC TG 04 ou CPC 04 – Ativo Intangível, após o seu reconhecimento inicial, um ativo intangível deve ser apresentado ao custo, menos a eventual amortização acumulada e a perda acumulada (NBC TG 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos).

A norma, afina ainda que após o seu reconhecimento inicial, se permitido legalmente, um ativo intangível pode ser apresentado pelo seu valor reavaliado, correspondente ao seu valor justo à data da reavaliação. Para efeitos de reavaliação nos termos da presente Norma, o valor justo deve ser apurado em relação a um mercado ativo. A reavaliação deve ser realizada regularmente para que, na data do balanço, o valor contábil do ativo não apresente divergências relevantes em relação ao seu valor justo.

Resposta: Alternativa “D”.

Questão 34

De acordo com a NBC TG 30 – Receita:

“Quando o desfecho de transação que envolva a prestação de serviços puder ser confiavelmente estimado, a receita associada à transação deve ser reconhecida tomando por base a proporção dos serviços prestados até a data do balanço.”

Acerca da afirmação acima, NÃO se constitui condição a ser satisfeita, para que o desfecho da transação possa ser confiavelmente estimado, quando:

a) os serviços executados até a data do balanço puderem ser confiavelmente mensurados.

b) for provável que os benefícios econômicos associados à transação fluirão para a entidade.

c) for possível mensurar confiavelmente o valor da receita.

d) os serviços tiverem sido concluídos.

Resolução:

Quando a conclusão de uma transação que envolva a prestação de serviços puder ser estimada com confiabilidade, a receita associada à transação deve ser reconhecida tomando por base o estágio de execução (stage of completion) da transação ao término do período de reporte. O desfecho de uma transação pode ser estimado com confiabilidade quando todas as seguintes condições forem satisfeitas:

(a) o valor da receita puder ser mensurado com confiabilidade;

(b) for provável que os benefícios econômicos associados à transação fluirão para a entidade;

(c) o estágio de execução (stage of completion) da transação ao término do período de reporte puder ser mensurado com confiabilidade; e

(d) as despesas incorridas com a transação assim como as despesas para concluí-la puderem ser mensuradas com confiabilidade.

A NBC TG 30 não condiciona à conclusão dos serviços, como dito na alternativa “D.”

Resposta: Alternativa “D”.

Questão 35 – Anulada

Uma empresa de transporte de cargas adquiriu, à vista, um furgão, em 2.1.2012, por R$ 70.000,00.

Durante o ano de 2013, esse furgão gerou fluxos de caixa líquidos, no montante total de R$ 20.000,00, e apresenta perspectivas de gerar o mesmo montante anual de fluxos de caixa líquidos durante o restante da sua vida útil.

Sabe-se que:

• o valor residual desse furgão, após 5 anos de uso, é de R$ 10.000,00;

• a empresa pretende manter esse bem em uso por mais 4 anos;

• a taxa de juros prevista para o período de vida útil do bem é de 10% ao ano;

• o valor de compra, na data de 31.12.2013, de um furgão equivalente, no mesmo estado, do mesmo fabricante e modelo, é de R$ 65.000,00;

• a empresa recebeu proposta para vender o furgão pelo valor de mercado, em 31.12.2013, por R$ 60.000,00.

Considerando-se as bases de mensuração expostas na NBC TG – Estrutura Conceitual, assinale a opção INCORRETA:

a) O custo de aquisição, em 31.12.2013, é de R$ 48.000,00.

b) O valor realizável líquido, em 31.12.2013, é de R$ 60.000,00.

c) O valor presente dos fluxos de caixa líquidos, em 31.12.2013, é de R$ 63.397,61

d) O custo corrente, em 31.12.2013, é de R$ 65.000,00.

Questão 36

Com base na NBC PG 100 – Aplicação Geral aos Profissionais da Contabilidade, relacione as nomenclaturas dos princípios éticos que o Profissional da Contabilidade deve cumprir, apresentadas na primeira coluna, com as situações descritas na segunda coluna e, em seguida, assinale a opção CORRETA:

A sequência CORRETA é:

a) 1,2,3.

b) 2,1,3.

c) 3,1,2.

d) 3,2,1.

Resolução:

A questão aborda os Princípios éticos elencados no item 100.5 da NBC PG 100 – Aplicação Geral aos Profissionais da Contabilidade:

O profissional da contabilidade deve cumprir os seguintes princípios éticos:

(a) Integridade – ser franco e honesto em todos os relacionamentos profissionais e comerciais.

(b) Objetividade – não permitir que comportamento tendencioso, conflito de interesse ou influência indevida de outros afetem o julgamento profissional ou de negócio.

(c) Competência profissional e devido zelo – manter o conhecimento e a habilidade profissionais no nível adequado para assegurar que clientes e/ou empregador recebam serviços profissionais competentes com base em desenvolvimentos atuais da prática, legislação e técnicas, e agir diligentemente e de acordo com as normas técnicas e profissionais aplicáveis.

(d) Sigilo profissional – respeitar o sigilo das informações obtidas em decorrência de relacionamentos profissionais e comerciais e, portanto, não divulgar nenhuma dessas informações a terceiros, a menos que haja algum direito ou dever legal ou profissional de divulgação, nem usar as informações para obtenção de vantagem pessoal pelo profissional da contabilidade ou por terceiros.

(e) Comportamento profissional – cumprir as leis e os regulamentos pertinentes e evitar qualquer ação que desacredite a profissão.

Resposta: Alternativa “C”.

Questão 37

De acordo com o que determina a NBC PG 100 – Aplicação Geral aos Profissionais da Contabilidade, a respeito do sigilo profissional, julgue os itens abaixo e, em seguida, assinale a opção CORRETA:

I. A necessidade de se cumprir o princípio do sigilo profissional encerra-se após cinco anos, contados a partir do término das relações entre o profissional da Contabilidade e seu cliente ou empregador.

II. O profissional da Contabilidade deve tomar as providências adequadas para assegurar que o pessoal da sua equipe de trabalho respeite o dever de sigilo do profissional da Contabilidade.

III. O profissional da Contabilidade deve manter sigilo das informações obtidas no exercício profissional, inclusive no ambiente social, e permanecer alerta à possibilidade de divulgação involuntária de informações sigilosas de seus clientes e familiares.

Está(ão) certo(s) o(s) item(ns):

a) I e II, apenas.

b) I, II e III.

c) II e III, apenas.

d) III, apenas.

Resolução:

Vamos analisar cada item:

I. A necessidade de se cumprir o princípio do sigilo profissional encerra-se após cinco anos, contados a partir do término das relações entre o profissional da Contabilidade e seu cliente ou empregador.

A necessidade de cumprir o princípio do sigilo profissional permanece mesmo após o término das relações entre o profissional da contabilidade e seu cliente ou empregador. A afirmativa I, portanto, é INCORRETA, pois está de desacordo com o item 140.6 da NBC PG 100 - Aplicação Geral aos Profissionais da Contabilidade

II. O profissional da Contabilidade deve tomar as providências adequadas para assegurar que o pessoal da sua equipe de trabalho respeite o dever de sigilo do profissional da Contabilidade.

De acordo com o item 140.5 da NBC PG 100, o profissional da contabilidade deve tomar as providências adequadas para assegurar que o pessoal da sua equipe de trabalho, assim como as pessoas das quais são obtidas assessoria e assistência, também, respeitem o dever de sigilo do profissional da contabilidade. Afirmativa II, portanto, está CORRETA.

III. O profissional da Contabilidade deve manter sigilo das informações obtidas no exercício profissional, inclusive no ambiente social, e permanecer alerta à possibilidade de divulgação involuntária de informações sigilosas de seus clientes e familiares.

De acordo com o item 140.2 da Norma, o profissional da contabilidade deve manter sigilo, inclusive no ambiente social, permanecendo alerta à possibilidade de divulgação involuntária de informações sigilosas de seus clientes, especialmente a colega de trabalho próximo ou a familiar próximo ou imediato. Afirmativa III, portanto, está CORRETA.

Resposta: Alternativa “C”.

Questão 38

De acordo com a Resolução CFC n.º 1.370/11 – Regulamento Geral dos Conselhos de Contabilidade, compete aos Conselhos Regionais de Contabilidade:

a) elaborar, aprovar e alterar as Normas Brasileiras de Contabilidade de Natureza Técnica e Profissional e os princípios que as fundamentam.

b) exercer a função normativa superior e baixar os atos necessários à interpretação e execução deste Regulamento e à disciplina e fiscalização do exercício profissional.

c) processar, conceder, organizar, manter, baixar, revigorar e cancelar os registros de contador, técnico em contabilidade e organização contábil.

d) representar, com exclusividade, os profissionais da Contabilidade brasileiros nos órgãos internacionais e coordenar a representação nos eventos internacionais de Contabilidade.

Resolução:

De acordo com o Artigo 18 da Resolução CFC n.º 1.370/11, compete ao CRC:

V - processar, conceder, organizar, manter, baixar, revigorar e cancelar os registros de contador, técnico em contabilidade e organização contábil.

Todos os demais itens da questão competem ao CFC e estão elencados na mesma Resolução em seu Artigo 17:

III – exercer a função normativa superior, baixando os atos necessários à interpretação;

IV – elaborar, aprovar e alterar as Normas Brasileiras de Contabilidade de Natureza Técnica e Profissional e os princípios que as fundamentam;

XI – representar, com exclusividade, os profissionais da Contabilidade brasileiros nos órgãos internacionais e coordenar a representação nos eventos internacionais de Contabilidade;

Resposta: Alternativa “C”.

Questão 39

Em relação às variações do custo histórico previstas na Resolução CFC n.º 750/93, considerando-se o Princípio da Continuidade, assinale a opção CORRETA.

a) Uma vez integrado ao patrimônio, um ativo pode sofrer variação decorrente da constatação de que seu valor justo é superior ao custo de aquisição.

b) Uma vez integrado ao patrimônio, um ativo pode sofrer variação decorrente da constatação de que seu valor realizável é superior ao custo de aquisição.

c) Uma vez integrado ao patrimônio, um ativo ou passivo pode sofrer variação decorrente do custo corrente que representa o valor presente dos ativos e passivos, menos os fluxos de saídas e entradas de caixa.

d) Uma vez integrado ao patrimônio, um ativo ou passivo pode sofrer variação decorrente da atualização monetária quando se determina o valor de troca dos ativos ou passivos objetos de avaliação em um mercado ativo.

Resolução:

De acordo com a Resolução CFC n.º 750/93, alterada pela Resolução CFC n.º 1.282/10, o Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância.

Apesar da questão evidenciar o Principio da Continuidade, precisaremos conjugá-lo com o Princípio do Registro pelo Valor Original que, no que tange as variações no custo histórico, determina que uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:

a) Custo corrente: Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis;

b) Valor realizável: Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade;

c) Valor presente: Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade;

d) Valor justo: É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e

e) Atualização monetária: Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

Portanto, o valor justo, como dito no Principio acima, é o valor pelo qual o ativo pode ser trocado, entre as partes conhecedoras de determinado negócio e que pode ser superior ao valor de aquisição, em algumas circunstâncias.

Resposta: Alternativa “A”.

Questão 40

Em janeiro de 2014, uma Sociedade considerada média empresa alterou o modo de uso de alguns bens que integram o ativo imobilizado e, consequentemente, modificou o valor residual e a vida útil desses bens.

De acordo com a NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, uma mudança no valor residual, no método de depreciação ou na vida útil de um bem classificado como ativo imobilizado deve ser tratada como:

a) mudança de estimativa contábil: calcula-se a depreciação, utiliza-se o novo valor residual e a vida útil, com base no custo de aquisição ajustado do bem, e procede-se ao ajuste na depreciação no exercício da mudança e em exercícios futuros.

b) mudança de estimativa contábil: calcula-se a depreciação, utiliza-se o novo valor residual e a vida útil, com base no custo de aquisição inicial do bem, e procede-se ao ajuste na depreciação em exercícios anteriores e exercícios futuros.

c) mudança de política contábil: calcula-se a depreciação, utiliza-se o novo valor residual e a vida útil, com base no custo de aquisição inicial do bem, e procede-se ao ajuste na depreciação em exercícios anteriores.

d) mudança de política contábil: calcula-se a depreciação, utiliza-se o novo valor residual e a vida útil, com base no custo de aquisição ajustado do bem, e procede-se ao ajuste na depreciação em exercícios anteriores.

Resolução:

A Seção 17 da NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas menciona que fatores como, por exemplo, mudança na maneira como o ativo é utilizado, desgaste e quebra relevante inesperada, progresso tecnológico e mudanças nos preços de mercado podem indicar que o valor residual ou a vida útil do ativo mudou desde a data de divulgação anual mais recente. Se tais indicações estiverem presentes, a entidade deve revisar suas estimavas anteriores e, caso as expectativas atuais divirjam, corrigir o valor residual, o método de depreciação ou a vida útil. A entidade deve contabilizar a mudança no valor residual, no método de depreciação ou na vida útil como mudança de estimativa contábil.

A alteração do modo e uso de alguns ativos imobilizados por parte da empresa caracterizam a mudança de estimativa contábil. Lembrando que a mudança em estimativa contábil é um ajuste do valor contábil de ativo ou passivo, ou a quantia da baixa periódica de ativo, que resulte da estimativa da situação de ativos e passivos, bem como de benefícios futuros esperados e obrigações a eles relacionadas. Mudanças nas estimativas contábeis resultam de novas informações ou novos desdobramentos e, por isso, não são correção de erros.

Dessa forma, a entidade deve reconhecer o efeito de mudança em estimativa contábil, prospectivamente incluindo-a no resultado no:

(a) exercício da mudança, se a mudança afetar somente esse exercício; ou

(b) exercício da mudança e exercícios futuros, se a mudança afetar ambos.

Resposta: Alternativa “A”.

Questão 41

De acordo com o que estabelece a NBC TG 16 (R1) Estoques, a respeito do custo dos estoques, é CORRETO afirmar que:

a) o custo de aquisição compreende o preço de compra acrescido aos impostos recuperáveis, descontos e abatimentos.

b) o custo dos estoques pode ser atribuído pelo uso dos critérios Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair – PEPS ou Último a entrar, Primeiro a Sair – UEPS.

c) o custo-padrão ou o método de varejo podem ser usados por conveniência se os resultados se aproximarem do custo real.

d) o total dos custos fixos indiretos de fabricação deve ser atribuído às unidades produzidas. Em nenhum caso, é admitido o registo de tais custos como despesa do período em que foram incorridos.

Resolução:

Vamos analisar cada alternativa, destacando os itens que são incompatíveis com a NBC TG 16 (R1) ou CPC 16 (R1) – Estoques:

a) o custo de aquisição compreende o preço de compra acrescido aos impostos recuperáveis, descontos e abatimentos.

O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis perante o fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição.

b) o custo dos estoques pode ser atribuído pelo uso dos critérios Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair – PEPS ou Último a entrar, Primeiro a Sair – UEPS.

O custo dos estoques, que não sejam os tratados nos itens 23 e 24 da NBC TG 16 (R1), deve ser atribuído pelo uso do critério primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS) ou pelo critério do custo médio ponderado. A entidade deve usar o mesmo critério de custeio para todos os estoques que tenham natureza e uso semelhantes para a entidade. Para os estoques que tenham outra natureza ou uso, podem justificar-se diferentes critérios de valoração.

c) o custo-padrão ou o método de varejo podem ser usados por conveniência se os resultados se aproximarem do custo real.

Outras formas para mensuração do custo de estoque, tais como o custo-padrão ou o método de varejo, podem ser usadas por conveniência se os resultados se aproximarem do custo, de acordo com o item 21 da NBC TG 16 (R1).

d) o total dos custos fixos indiretos de fabricação deve ser atribuído às unidades produzidas. Em nenhum caso, é admitido o registo de tais custos como despesa do período em que foram incorridos.

A alocação de custos fixos indiretos de fabricação às unidades produzidas deve ser baseada na capacidade normal de produção. A capacidade normal é a produção média que se espera atingir ao longo de vários períodos em circunstâncias normais; com isso, leva-se em consideração, para a determinação dessa capacidade normal, a parcela da capacidade total não-utilizada por causa de manutenção preventiva, de férias coletivas e de outros eventos semelhantes considerados normais para a entidade. O nível real de produção pode ser usado se aproximar-se da capacidade normal. Como consequência, o valor do custo fixo alocado a cada unidade produzida não pode ser aumentado por causa de um baixo volume de produção ou ociosidade. Os custos fixos não-alocados aos produtos devem ser reconhecidos diretamente como despesa no período em que são incorridos.

Resposta: Alternativa “C”.

Questão 42

De acordo com a NBC TG 28 (R1) – Propriedade para Investimento, julgue os itens abaixo como Verdadeiros (V) ou Falsos (F) e, em seguida, assinale a opção CORRETA:

I. No reconhecimento inicial, a propriedade para investimento deve ser mensurada pelo seu custo, que inclui os custos de transação.

II. As propriedades para investimento avaliadas pelo método do custo e não classificadas como mantidas para a venda estão sujeitas ao cálculo e registro contábil de Depreciação Acumulada, de acordo com os requisitos da NBC TG 27 (R1) – Ativo Imobilizado.

III. Se a entidade tiver previamente mensurado a propriedade para investimento pelo valor justo, ela poderá passar a mensurar tal propriedade pelo método do custo, caso os preços do mercado se tornem menos prontamente disponíveis.

A sequência CORRETA é:

a) F, F,V.

b) F, V, F.

c) V, F, V.

d) V, V, F.

Resolução:

O item 1 da NBC TG 28 (R1) ou CPC 28 (R1) – Propriedade para Investimento menciona que a propriedade para investimento deve ser inicialmente mensurada pelo seu custo. Os custos de transação devem ser incluídos na mensuração inicial. Portanto, o item I da questão é VERDADEIRO.

O item 55 da NBC TG 27 ou CPC 27 – Ativo Imobilizado diz que a depreciação do ativo se inicia quando este está disponível para uso, ou seja, quando está no local e em condição de funcionamento na forma pretendida pela administração. A depreciação de um ativo deve cessar na data em que o ativo é classificado como mantido para venda. Dessa forma, o item II da questão também é VERDADEIRO.

A NBC TG 28 (R1) menciona que se a entidade tiver previamente mensurado a propriedade para investimento pelo valor justo, ela deve continuar a mensurar a propriedade pelo valor justo até a alienação (ou até que a propriedade se torne propriedade ocupada pelo proprietário ou a entidade comece a desenvolver a propriedade para subsequente venda no curso ordinário do negócio), mesmo que transações de mercado comparáveis se tornem menos frequentes ou que os preços do mercado se tornem menos prontamente disponíveis. Portanto, o item III é FALSO.

Resposta: Alternativa “D”.

Questão 43

De acordo com a NBC TA 200 – Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com as Normas de Auditoria, relacione os termos utilizados na primeira coluna com os significados correspondentes na segunda coluna e, em seguida, assinale a opção CORRETA:

A sequência CORRETA é:

a) 1, 2, 3.

b) 2, 3,1.

c) 3, 1, 2.

d) 3, 2,1.

Resolução:

De acordo com a NBC TA 200, o Julgamento profissional é a aplicação do treinamento, conhecimento e experiência relevantes, dentro do contexto fornecido pelas normas de auditoria, contábeis e éticas, na tomada de decisões informadas a respeito dos cursos de ação apropriados nas circunstâncias do trabalho de auditoria.

Já as Evidências de Auditoria são as informações utilizadas pelo auditor para fundamentar suas conclusões em que se baseia a sua opinião. As evidências de auditoria incluem informações contidas nos registros contábeis subjacentes às demonstrações contábeis e outras informações.

Por fim, Asseguração razoável é, no contexto da auditoria de demonstrações contábeis, um nível alto, mas não absoluto, de segurança.

Resposta: Alternativa “C”.

Questão 44

Considere que uma sociedade empresária usa o método de equivalência patrimonial para avaliar o investimento em uma entidade coligada. O auditor não conseguiu obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre as informações contábeis dessa coligada para avaliar se o método de equivalência patrimonial foi aplicado de forma adequada. O auditor avaliou, ainda, que os possíveis efeitos de distorções não detectadas poderiam ser relevantes, mas não generalizadas.

No caso descrito, o auditor deverá, em seu relatório:

a) abster-se de expressar opinião.

b) elaborar parágrafo de outros assuntos.

c) emitir opinião adversa.

d) emitir opinião com ressalva.

Resolução

De acordo com a NBC TA 705 – Modificações na Opiniao do Auditor Independente, o auditor pode emitir as seguintes opiniões:

Opinião com Ressalva

O auditor deve expressar uma opinião com ressalva quando:

(a) ele, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis; ou

(b) ele não consegue obter evidência apropriada e suficiente de auditoria para suportar sua opinião, mas ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados.

Opinião Adversa:

O auditor deve expressar uma opinião adversa quando, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis.

Abstenção de Opinião:

O auditor deve abster-se de expressar uma opinião quando não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para suportar sua opinião e ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizadas.

O auditor deve abster-se de expressar uma opinião quando, em circunstâncias extremamente raras envolvendo diversas incertezas, o auditor conclui que, independentemente de ter obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre cada uma das incertezas, não é possível expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis devido à possível interação das incertezas e seu possível efeito cumulativo sobre essas demonstrações contábeis

Resposta: Alternativa “D”.

Questão 45

Com relação à Evidência de Auditoria apropriada e suficiente, conforme a NBC TA 500 – Evidência em Auditoria, julgue os itens abaixo como Verdadeiros (V) ou Falsos (F) e, em seguida, assinale a opção CORRETA:

I. A evidência de auditoria é necessária para fundamentar a opinião e o relatório do auditor. Ela tem natureza cumulativa e é obtida, principalmente, a partir dos procedimentos de auditoria realizados durante o curso do trabalho.

II. Obtém-se segurança razoável quando o auditor obtiver evidência de auditoria apropriada e suficiente para a redução do risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo.

III. A suficiência e a adequação da evidência de auditoria estão inter-relacionadas. A obtenção de mais evidência de auditoria compensa a sua má qualidade.

A sequência CORRETA é:

a) F,F,F.

b) V,F,V.

c) V,V,F.

d) V,V,V.

Resolução:

A questão aborda três conceitos de extrema importância para os trabalhos de auditoria:

1) Evidência de auditoria apropriada e suficiente

A evidência de auditoria é necessária para fundamentar a opinião e o relatório do auditor. Ela tem natureza cumulativa e é obtida principalmente a partir dos procedimentos de auditoria realizados durante o curso do trabalho. Exatamente o que diz o item I da questão, portanto, item VERDADEIRO.

2) Materialidade e risco de auditoria

O auditor obtém segurança razoável mediante a obtenção de evidência de auditoria suficiente e apropriada para reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo (NBC TA 200, item 17). Vai ao encontro do que diz o item II da questão, portanto, item VERDADEIRO.

3) Evidência de auditoria apropriada e suficiente

A suficiência e adequação da evidência de auditoria estão inter-relacionadas. A suficiência é a medida da quantidade de evidência de auditoria. A quantidade da evidência de auditoria necessária é afetada pela avaliação do auditor dos riscos de distorção (quanto mais elevados os riscos avaliados, maior a probabilidade de que seja exigida mais evidência de auditoria) e também pela qualidade de tal evidência de auditoria (quanto maior a qualidade, menos evidência pode ser exigida). A obtenção de mais evidência de auditoria, porém, não compensa a sua má qualidade. Ao contrário do que diz o item III, que é FALSO.

Resposta: Alternativa “C”.

Questão 46

De acordo com o Código de Processo Civil – CPC, após a entrega do Laudo Pericial, a parte que desejar esclarecimento a respeito do documento deverá requerer:

a) ao advogado que mande intimar o perito a comparecer em audiência, e as partes formulem, se necessário, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos.

b) ao juiz que mande intimar o perito a comparecer em audiência, e as partes formulem, se necessário, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos.

c) ao Ministério Público que mande intimar o perito a comparecer em audiência, e as partes formulem, se necessário, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos.

d) ao oficial de justiça que mande intimar o perito a comparecer em audiência, e as partes formulem, se necessário, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos.

Resolução:

O Artigo 435 do Código Processo Civil diz que a parte, que desejar esclarecimento do perito e do assistente técnico, requererá ao juiz que mande intimá-lo a comparecer à audiência, formulando desde logo as perguntas, sob forma de quesitos.

Resposta: Alternativa “B”.

Questão 47 – Anulada

Com base na NPC PP 01 – Perito Contábil, relacione a primeira coluna com as definições na segunda coluna e, em seguida, assinale a opção CORRETA.

Questão 48

Leia o texto a seguir para responder às próximas perguntas:

Os alemães não notam. Sei disso porque já tentei conversar com diversos deles sobre o assunto e eles não compreendem o que quero dizer, não vêem nada do que vejo. Em compensação, outros brasileiros notam, logo não devo estar inventando coisas. Refiro-me a dinheiro, mais precisamente a pagamentos. O relacionamento dos alemães com dinheiro é muito diferente do nosso. Claro, dirão os mais bem-informados, na Alemanha existe dinheiro e no Brasil existem apenas uns papeluchos engraçados que mudam toda semana e que o governo insiste em dizer que é dinheiro, mas ninguém acredita. Verdade, verdade, cruel verdade, e certamente isto tem qualquer coisa a ver com o problema, mas há algo mais, porque já estive em muitos outros países onde também há dinheiro e insisto que os alemães são diferentes. No começo, a gente se assustava e eu atribuía tudo a minha aparência de contrabandista paraguaio foragido da Interpol. Mas depois percebi que o fenômeno é genérico e cheguei mesmo a inventar maneiras de me divertir com ele. Repito que isso é imperceptível para os próprios alemães, assim como um peixe deve achar que o mundo é feito de água, mas a primeira coisa que a gente nota, na hora de pagar, é que se estabelece um imediato clima de ansiedade e tensão, que só se dissipa depois que tiramos o dinheiro do bolso, pagamos e recebemos o troco, tudo rigorosissimamente contado. "São dezoito marcos e vinte e dois", diz a mocinha do balcão, e um silêncio carregado se estabelece, enquanto os olhos dela acompanham nervosamente o desenrolar da operação. A impressão que se tem é que, se alguém der um tiro de canhão lá fora, ela só vai perguntar o que houve depois de ter certeza de que tudo foi feito corretamente. Pagamento completado, tudo certo, o ambiente se desanuvia, há sorrisos, quase suspiros de alívio — que barulho foi esse lá fora, alguém deu um tiro de canhão?

Num táxi carioca, o passageiro é quem pergunta quanto foi a corrida, enquanto o motorista se queixa dos buracos no asfalto ou indaga se não é nesta rua que mora uma famosa cantora. Na Alemanha, o motorista pára, desliga o taxímetro e, antes que outra palavra seja pronunciada, anuncia o custo. Não me lembro de ter perguntado, na Alemanha, o preço de qualquer coisa ou serviço. Assim que se torna evidente que vou comprar, o atendente me diz quanto devo, sem esperar que eu pergunte (e o tal clima ansioso se instaura instantaneamente). Se eu nunca tivesse ouvido falar na Alemanha e de repente me visse vivendo aqui, ia passar algum tempo achando que uma das coisas mais comuns aqui é o sujeito entrar numa loja, pedir uma coisa e sair sem pagar — daí o nervosismo que envolve os pagamentos.

Finalmente, a bandejinha. Agora já sabemos que, quando Deus criou o mundo, criou a bandejinha e que sem ela a civilização é impossível, mas levamos algum tempo para nos habituarmos. A bandejinha me pegou logo nos primeiros dias de minha vida em Berlim, na tabacaria aqui da esquina. Pedi um maço de cigarros, fui imediatamente informado do preço, estendi o dinheiro para a senhora do balcão e ela não o tomou da minha mão, mas apenas me encarou em silêncio, com um ar severo e talvez um pouco impaciente. Não entendi, me atrapalhei, conferi o dinheiro — qual era o problema? Só então observei que o olhar dela ia de meu rosto para a bandejinha ao lado da registradora. Já conhecia a bandejinha de breves estadas anteriores na Alemanha, mas havia esquecido dela. Claro, a bandejinha! Depositei o dinheiro na bandejinha, ela fez a cara satisfeita de quem havia acabado de dar uma lição, agradeceu e pôs o troco na bandejinha.

Depois disso, ainda tive alguns problemas por esquecer da bandejinha, como no dia em que entreguei o dinheiro da passagem ao motorista de um ônibus e ele me disse algumas coisas que não entendi, mas que tenho certeza de que não eram para me elogiar. Agora não esqueço mais, cumpro os usos da terra e não discuto. Não sei por que os alemães não gostam de que lhes entreguem o pagamento diretamente nas mãos, não sei nem se é uma exigência do Bundesbank, mas nem esmola eu dou mais na mão, aqui em Berlim. Jogo a moeda no chapéu ou na caixinha do pedinte, não quero ser espinafrado em plena Breidscheidplatz. E, de qualquer forma, como disse antes, a bandejinha às vezes me diverte. Vingo-me todo dia do motorista de ônibus que me disse desaforos por causa da bandejinha. Conto cuidadosamente moedas, fazendo questão de incluir muitas de dez pfennig, junto o preço exato da passagem e ponho uma pilhazinha na bandeja. E — Deus há de perdoar-me — tenho um prazerzinho sádico em ver o sobressalto do motorista e o gesto ansioso

com que ele espalha as moedas para contá-las e, dois segundos depois, quase despenca na cadeira, aliviado em ver que a conta está certa e que, no meio das moedas, não há nenhum zloty, ou qualquer coisa assim. Mas vou parar com isso, tenho medo de algum dia matar um de enfarte.

João Ubaldo Ribeiro. Um Brasileiro em Berlim. Rio de Janeiro. Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1995, pág. 109.

Segundo o autor:

a) as relações culturais com o dinheiro são genéricas e similares.

b) alguns profissionais de vários países desconfiam dos brasileiros na hora do pagamento.

c) não é costume, na Alemanha, entregar o dinheiro em mão, mas, sim, depositá-lo em uma bandejinha que se costuma colocar por perto.

d) as palavras inteligíveis que um motorista de ônibus lhe disse certo dia eram elogios às sua atitude de honestidade quanto ao pagamento exato.

Resolução:

A alternativa correta é a letra “C”, que pode ser verificado no seguinte trecho do texto:

“Não sei por que os alemães não gostam de que lhes entreguem o pagamento diretamente nas mãos, não sei nem se é uma exigência do Bundesbank, mas nem esmola eu dou mais na mão, aqui em Berlim.”

A letra “A” está errada, pois é justamente o contrário, como verificado na 4ª linha: “O relacionamento dos alemães com dinheiro é muito diferente do nosso”.

A letra “D” também está incorreta, pois as palavras ditas pelo motorista não eram elogios, ao contrário, como pode ser verificado na linha 60 do texto: “Vingo-me todo dia do motorista de ônibus que me disse desaforos por causa da bandejinha”.

Resposta: Alternativa “C”.

Questão 49

Leia o texto a seguir para responder às próximas perguntas:

Os alemães não notam. Sei disso porque já tentei conversar com diversos deles sobre o assunto e eles não compreendem o que quero dizer, não vêem nada do que vejo. Em compensação, outros brasileiros notam, logo não devo estar inventando coisas. Refiro-me a dinheiro, mais precisamente a pagamentos. O relacionamento dos alemães com dinheiro é muito diferente do nosso. Claro, dirão os mais bem-informados, na Alemanha existe dinheiro e no Brasil existem apenas uns papeluchos engraçados que mudam toda semana e que o governo insiste em dizer que é dinheiro, mas ninguém acredita. Verdade, verdade, cruel verdade, e certamente isto tem qualquer coisa a ver com o problema, mas há algo mais, porque já estive em muitos outros países onde também há dinheiro e insisto que os alemães são diferentes. No começo, a gente se assustava e eu atribuía tudo a minha aparência de contrabandista paraguaio foragido da Interpol. Mas depois percebi que o fenômeno é genérico e cheguei mesmo a inventar maneiras de me divertir com ele. Repito que isso é imperceptível para os próprios alemães, assim como um peixe deve achar que o mundo é feito de água, mas a primeira coisa que a gente nota, na hora de pagar, é que se estabelece um imediato clima de ansiedade e tensão, que só se dissipa depois que tiramos o dinheiro do bolso, pagamos e recebemos o troco, tudo rigorosissimamente contado. "São dezoito marcos e vinte e dois", diz a mocinha do balcão, e um silêncio carregado se estabelece, enquanto os olhos dela acompanham nervosamente o desenrolar da operação. A impressão que se tem é que, se alguém der um tiro de canhão lá fora, ela só vai perguntar o que houve depois de ter certeza de que tudo foi feito corretamente. Pagamento completado, tudo certo, o ambiente se desanuvia, há sorrisos, quase suspiros de alívio — que barulho foi esse lá fora, alguém deu um tiro de canhão?

Num táxi carioca, o passageiro é quem pergunta quanto foi a corrida, enquanto o motorista se queixa dos buracos no asfalto ou indaga se não é nesta rua que mora uma famosa cantora. Na Alemanha, o motorista pára, desliga o taxímetro e, antes que outra palavra seja pronunciada, anuncia o custo. Não me lembro de ter perguntado, na Alemanha, o preço de qualquer coisa ou serviço. Assim que se torna evidente que vou comprar, o atendente me diz quanto devo, sem esperar que eu pergunte (e o tal clima ansioso se instaura instantaneamente). Se eu nunca tivesse ouvido falar na Alemanha e de repente me visse vivendo aqui, ia passar algum tempo achando que uma das coisas mais comuns aqui é o sujeito entrar numa loja, pedir uma coisa e sair sem pagar — daí o nervosismo que envolve os pagamentos.

Finalmente, a bandejinha. Agora já sabemos que, quando Deus criou o mundo, criou a bandejinha e que sem ela a civilização é impossível, mas levamos algum tempo para nos habituarmos. A bandejinha me pegou logo nos primeiros dias de minha vida em Berlim, na tabacaria aqui da esquina. Pedi um maço de cigarros, fui imediatamente informado do preço, estendi o dinheiro para a senhora do balcão e ela não o tomou da minha mão, mas apenas me encarou em silêncio, com um ar severo e talvez um pouco impaciente. Não entendi, me atrapalhei, conferi o dinheiro — qual era o problema? Só então observei que o olhar dela ia de meu rosto para a bandejinha ao lado da registradora. Já conhecia a bandejinha de breves estadas anteriores na Alemanha, mas havia esquecido dela. Claro, a bandejinha! Depositei o dinheiro na bandejinha, ela fez a cara satisfeita de quem havia acabado de dar uma lição, agradeceu e pôs o troco na bandejinha.

Depois disso, ainda tive alguns problemas por esquecer da bandejinha, como no dia em que entreguei o dinheiro da passagem ao motorista de um ônibus e ele me disse algumas coisas que não entendi, mas que tenho certeza de que não eram para me elogiar. Agora não esqueço mais, cumpro os usos da terra e não discuto. Não sei por que os alemães não gostam de que lhes entreguem o pagamento diretamente nas mãos, não sei nem se é uma exigência do Bundesbank, mas nem esmola eu dou mais na mão, aqui em Berlim. Jogo a moeda no chapéu ou na caixinha do pedinte, não quero ser espinafrado em plena Breidscheidplatz. E, de qualquer forma, como disse antes, a bandejinha às vezes me diverte. Vingo-me todo dia do motorista de ônibus que me disse desaforos por causa da bandejinha. Conto cuidadosamente moedas, fazendo questão de incluir muitas de dez pfennig, junto o preço exato da passagem e ponho uma pilhazinha na bandeja. E — Deus há de perdoar-me — tenho um prazerzinho sádico em ver o sobressalto do motorista e o gesto ansioso com que ele espalha as moedas para contá-las e, dois segundos depois, quase despenca na cadeira, aliviado em ver que a conta está certa e que, no meio das moedas, não há nenhum zloty, ou qualquer coisa assim. Mas vou parar com isso, tenho medo de algum dia matar um de enfarte.

João Ubaldo Ribeiro. Um Brasileiro em Berlim. Rio de Janeiro. Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1995, pág. 109.

O texto é marcado pelo humorismo. Os itens a seguir contem exemplos disso, EXCETO:

a) “Verdade, verdade, cruel verdade” (l. 8-9).

b) “eu atribuía tudo a minha aparência de contrabandista paraguaio foragido da Interpol”.(l.12-13).

c) “Agora já sabemos que, quando Deus criou o mundo, criou a bandejinha”. (l. 38-39).

d) “Depois disso, ainda tive alguns problemas por esquecer da bandejinha”. (l.51).

Resolução:

O tom de humorismo permeia o texto de modo geral, permitindo, por contraste, a identificação do exemplo que NÃO se enquadra no contexto do riso e da comicidade.

No trecho “no Brasil existem apenas uns papeluchos engraçados que mudam toda semana e que o governo insiste em dizer que é dinheiro, mas ninguém acredita. Verdade, verdade, cruel verdade,”, o tom é humorístico, conferido pela repetição de “verdade”, em alusão a um clichê sintático, e pelo emprego de “cruel”, um adjetivo de sentido conotativo.

Na letra “b”, a comparação é hilariante, porque recorre a um estereótipo físico bem divulgado, que, de certa maneira, na opinião do autor, corresponde à própria aparência, constituindo a base para a construção do viés de humorismo.

Na letra “c”, a associação entre extremos (a criação do mundo e a da bandejinha) só pode ser compreendida em contexto humorístico, sob pena de criar um enunciado sem sentido, se for interpretado literalmente.

Quanto a letra “d”, o sentido é literal, objetivo e desprovido de qualquer possibilidade de interpretação humorística, o que o torna a resposta da questão, por estar INCORRETA.

Resposta: Alternativa “D”.

Questão 50

Leia o texto a seguir para responder às próximas perguntas:

Os alemães não notam. Sei disso porque já tentei conversar com diversos deles sobre o assunto e eles não compreendem o que quero dizer, não vêem nada do que vejo. Em compensação, outros brasileiros notam, logo não devo estar inventando coisas. Refiro-me a dinheiro, mais precisamente a pagamentos. O relacionamento dos alemães com dinheiro é muito diferente do nosso. Claro, dirão os mais bem-informados, na Alemanha existe dinheiro e no Brasil existem apenas uns papeluchos engraçados que mudam toda semana e que o governo insiste em dizer que é dinheiro, mas ninguém acredita. Verdade, verdade, cruel verdade, e certamente isto tem qualquer coisa a ver com o problema, mas há algo mais, porque já estive em muitos outros países onde também há dinheiro e insisto que os alemães são diferentes. No começo, a gente se assustava e eu atribuía tudo a minha aparência de contrabandista paraguaio foragido da Interpol. Mas depois percebi que o fenômeno é genérico e cheguei mesmo a inventar maneiras de me divertir com ele. Repito que isso é imperceptível para os próprios alemães, assim como um peixe deve achar que o mundo é feito de água, mas a primeira coisa que a gente nota, na hora de pagar, é que se estabelece um imediato clima de ansiedade e tensão, que só se dissipa depois que tiramos o dinheiro do bolso, pagamos e recebemos o troco, tudo rigorosissimamente contado. "São dezoito marcos e vinte e dois", diz a mocinha do balcão, e um silêncio carregado se estabelece, enquanto os olhos dela acompanham nervosamente o desenrolar da operação. A impressão que se tem é que, se alguém der um tiro de canhão lá fora, ela só vai perguntar o que houve depois de ter certeza de que tudo foi feito corretamente. Pagamento completado, tudo certo, o ambiente se desanuvia, há sorrisos, quase suspiros de alívio — que barulho foi esse lá fora, alguém deu um tiro de canhão?

Num táxi carioca, o passageiro é quem pergunta quanto foi a corrida, enquanto o motorista se queixa dos buracos no asfalto ou indaga se não é nesta rua que mora uma famosa cantora. Na Alemanha, o motorista pára, desliga o taxímetro e, antes que outra palavra seja pronunciada, anuncia o custo. Não me lembro de ter perguntado, na Alemanha, o preço de qualquer coisa ou serviço. Assim que se torna evidente que vou comprar, o atendente me diz quanto devo, sem esperar que eu pergunte (e o tal clima ansioso se instaura instantaneamente). Se eu nunca tivesse ouvido falar na Alemanha e de repente me visse vivendo aqui, ia passar algum tempo achando que uma das coisas mais comuns aqui é o sujeito entrar numa loja, pedir uma coisa e sair sem pagar — daí o nervosismo que envolve os pagamentos.

Finalmente, a bandejinha. Agora já sabemos que, quando Deus criou o mundo, criou a bandejinha e que sem ela a civilização é impossível, mas levamos algum tempo para nos habituarmos. A bandejinha me pegou logo nos primeiros dias de minha vida em Berlim, na tabacaria aqui da esquina. Pedi um maço de cigarros, fui imediatamente informado do preço, estendi o dinheiro para a senhora do balcão e ela não o tomou da minha mão, mas apenas me encarou em silêncio, com um ar severo e talvez um pouco impaciente. Não entendi, me atrapalhei, conferi o dinheiro — qual era o problema? Só então observei que o olhar dela ia de meu rosto para a bandejinha ao lado da registradora. Já conhecia a bandejinha de breves estadas anteriores na Alemanha, mas havia esquecido dela. Claro, a bandejinha! Depositei o dinheiro na bandejinha, ela fez a cara satisfeita de quem havia acabado de dar uma lição, agradeceu e pôs o troco na bandejinha.

Depois disso, ainda tive alguns problemas por esquecer da bandejinha, como no dia em que entreguei o dinheiro da passagem ao motorista de um ônibus e ele me disse algumas coisas que não entendi, mas que tenho certeza de que não eram para me elogiar. Agora não esqueço mais, cumpro os usos da terra e não discuto. Não sei por que os alemães não gostam de que lhes entreguem o pagamento diretamente nas mãos, não sei nem se é uma exigência do Bundesbank, mas nem esmola eu dou mais na mão, aqui em Berlim. Jogo a moeda no chapéu ou na caixinha do pedinte, não quero ser espinafrado em plena Breidscheidplatz. E, de qualquer forma, como disse antes, a bandejinha às vezes me diverte. Vingo-me todo dia do motorista de ônibus que me disse desaforos por causa da bandejinha. Conto cuidadosamente moedas, fazendo questão de incluir muitas de dez pfennig, junto o preço exato da passagem e ponho uma pilhazinha na bandeja. E — Deus há de perdoar-me — tenho um prazerzinho sádico em ver o sobressalto do motorista e o gesto ansioso com que ele espalha as moedas para contá-las e, dois segundos depois, quase despenca na cadeira, aliviado em ver que a conta está certa e que, no meio das moedas, não há nenhum zloty, ou qualquer coisa assim. Mas vou parar com isso, tenho medo de algum dia matar um de enfarte.

João Ubaldo Ribeiro. Um Brasileiro em Berlim. Rio de Janeiro. Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1995, pág. 109.

A propósito das relações entre sentido e pontuação, assinale a opção INCORRETA.

a) Em “Claro, dirão os mais bem-informados, na Alemanha existe dinheiro “ (l.6), as virgulas isolam o predicado, para dar ênfase aos argumentos do autor.

b) Em “Verdade, verdade, cruel verdade,” (l. 8-9), as vírgulas isolam termos coordenados, cuja repetição enfatiza a percepção irônica quanto à existência de dinheiro no nosso país.

c) Em “o atendente me diz quanto devo, sem esperar que eu pergunte (e o tal clima ansioso se instaura instantaneamente).” (l. 32-34), os parênteses isolam o enunciado que retoma o ponto de vista do autor quanto à relação tensa dos alemães com o dinheiro.

d) Em “E – Deus há de perdoar-me – tenho um prazerzinho sádico em ver o sobressalto do motorista” (l. 63-65), o uso de travessões isola o enunciado que, nas entrelinhas, revela a sensação de culpa do autor quanto à satisfação que sente com o ato de vingança contra o motorista.

Resolução:

Vamos analisar cada uma das alternativas:

a) Em “Claro, dirão os mais bem-informados, na Alemanha existe dinheiro” (l. 6), as vírgulas isolam o predicado, para dar ênfase aos argumentos do autor.

INCORRETO, porque as vírgulas isolam o discurso indireto, no discurso direto (emprego de verbo dicendi).

b) Em “Verdade, verdade, cruel verdade,” (l. 8-9), as vírgulas isolam termos coordenados, cuja repetição enfatiza a percepção irônica quanto à existência de dinheiro no nosso país.

CORRETO, porque há três segmentos coordenados assindéticos e uma oração sindética aditiva.

c) Em “o atendente me diz quanto devo, sem esperar que eu pergunte (e o tal clima ansioso se instaura instantaneamente).” (l. 32-34), os parênteses isolam o enunciado que retoma o ponto de vista do autor quanto à relação tensa dos alemães com o dinheiro.

CORRETO, pois a construção parentética tem elemento anafórico (“tal”) que indica retomada, adjetivo de sentido ligado à tensão (“ansioso”).

d) Em “E – Deus há de perdoar-me – tenho um prazerzinho sádico em ver o sobressalto do motorista” (l. 63-65), o uso de travessões isola o enunciado que, nas entrelinhas, revela a sensação de culpa do autor quanto à satisfação que sente com o ato de vingança contra o motorista

CORRETO, porque, nas entrelinhas, prevalece a ideia da culpa diante do pecado do prazer sádico de atemorizar o motorista.

Resposta: Alternativa “A”.