44
GRASIELLY REGINA ANDREATA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NO CONTEXTO DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

virtual.ufms.br · Web viewJardim, município do Estado do Mato Grosso do Sul, de acordo com o senso feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, apresenta

Embed Size (px)

Citation preview

1

GRASIELLY REGINA ANDREATA

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NO CONTEXTO DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

JARDIM, MS

2011

2

GRASIELLY REGINA ANDREATA

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NO CONTEXTO DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

JARDIM, MS

2011

Estudo descritivo com breve revisão de literatura e levantamento de dados, apresentado à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como requisito para conclusão do curso de Pós Graduação à nível de especialização em Atenção Básica em Saúde da Família.

Orientadora: Silvana Dias Correa.

3

GRASIELLY REGINA ANDREATA

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NO CONTEXTO DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

BANCA EXAMINADORA

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Estudo descritivo, com breve revisão de

literatura e levantamento de dados,

apresentado à Universidade Federal de

Mato Grosso do Sul, como requisito para

conclusão do curso de Pós Graduação à

nível de especialização em Atenção

Básica em Saúde da Família.

Orientadora: Silvana Dias Correa.

4

Dedico este trabalho a minha família e

amigos que de diversas formas me

ajudaram e me incentivaram para a

concretização do mesmo.

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família por todo apoio e

paciência a mim dispensados, mesmo nas

horas mais difíceis.

Agradeço também a Deus por iluminar

meu caminho e me mostrar a direção a

ser seguida.

6

“A sabedoria e a ignorância se transmitem como doenças; daí a necessidade de se saber escolher as companhias.”

Willian Shakespeare

7

RESUMO

Os hábitos da população mundial estão mudando, acarretando grande

alteração no quadro de morbi-mortalidade.

Ao longo do século XX, evidenciou-se transição epidemiológica, onde as

doenças infecto-parasitárias perderam posição de destaque para as doenças

cardiovasculares (DCV).

Em decorrência deste novo cenário, os gastos econômicos brasileiros

aumentaram de forma significativa e isto se repete em países desenvolvidos, ainda

que, com menores taxas de mortes do que no Brasil.

Os fatores relacionados ao aparecimento de DCV podem ser divididos em

dois grupos: os modificáveis e os não-modificáveis. Os primeiros revelam-se como

de grande importância, sabendo-se que a qualidade de vida da população pode ser

melhorada a partir de projetos de intervenção das Unidades de Saúde da Família

(USFs) que visem a redução da incidência destas doenças.

Busca-se, a partir das informações descritas, nortear as ações de prevenção

e controle das DCV, no Distrito do Boqueirão, pertencente ao Município de

Jardim/MS, principalmente no que se refere à hipertensão arterial sistêmica (HAS),

uma vez que se trata do seu principal fator de risco modificável.

A HAS requer bastante atenção em território nacional. A nova configuração da

pirâmide etária brasileira, com maior número de adultos e idosos, reforça a

ocorrência deste agravo. Desta maneira, para controle ou prevenção, medidas para

controle do tabagismo e do etilismo, bem como, estímulo a alimentação saudável e a

prática de exercícios físicos regulares fazem-se necessários.

Jardim, município do Estado do Mato Grosso do Sul, de acordo com o senso

feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, apresenta

uma população de 24.363 habitantes e 11% desta está cadastrada no HIPERDIA –

sistema de acompanhamento de hipertensos e diabéticos - maioria do sexo

feminino. Embora o número de pessoas cadastrados no HIPERDIA seja

8

subestimado, ainda assim serve para nortear algumas medidas necessárias à

prevenção e ao controle da HAS.

Os dados oficiais apontam para 50% dos hipertensos cadastrados apresentar

sobrepeso/obesidade; 20% ser tabagistas, remetendo para a necessidade de se

colocar em discussão o padrão de hábito de vida atual.

A fim de dar início ao processo de informação da população a cerca da HAS e

assim efetivar as medidas preventivas e de controle, implantou-se o uso de uma

cartilha redigida de forma simples e clara sobre a HAS, que está relacionada às DCV

de forma importante.

Pode-se concluir que uma equipe multiprofissional atuando conjuntamente

com a sociedade seria de grande expressão para melhoria dos índices,

principalmente no que se diz respeito à informação sobre medidas preventivas às

doenças.

Palavras-chave: Hipertensão arterial sistêmica. Doenças cardiovasculares.

Fatores de risco.

9

ABSTRACT

Habits are changing the world's population carries major change in terms of

morbidity and mortality.

Throughout the twentieth century, it is clear epidemiological transition, where

the infectious and parasitic diseases lost prominence of cardiovascular disease

(CVD).

As a result of this new Brazilian economic scenario spending increased

significantly and this is repeated in developed countries, albeit with lower death rates

than Brazil.

Factors related to the onset of CVD can be divided into two groups: non-

modifiable and modifiable. The first have emerged as very important, knowing that

the quality of life can be improved from intervention projects of Family Health Units

(FHUs) aimed at reducing the incidence of CVD.

Aims, from the information described above, guide the actions of prevention

and control of CVD in the city of Garden / MS, especially with regard to hypertension,

since it is the major risk factor for CVD and frames as modifiable factor.

SAH requires careful attention in the national territory. The new configuration of the

age pyramid in Brazil, with more adults and seniors, enhances the occurrence of this

disease. Thus, for control and prevention measures to control smoking and

alcoholism, as well as encouraging healthy eating and regular physical exercise are

to be needed.

Garden, Municipality of Mato Grosso do Sul, according to the sense made by

Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) in 2010 has a population of

24,363 inhabitants and 11% of this is registered in HIPERDIA, mostly female.

Although the numbers of persons enrolled in HIPERDIA is underestimated, yet

serves to guide some necessary steps to prevent and control hypertension.

Official figures indicate 50% of registered presenting hypertensive

overweight / obesity; smoking is 20% which indicates the need to put into discussion

the habit pattern of life today.

In order to initiate the process of informing the population about hypertension

and thus effective preventive measures and control was implemented using a

textbook written in a simple and clear on hypertension are related to significantly with

10

the CDV.

It can be concluded that a multidisciplinary team in conjunction with atunes

society would be of great expression for improving rates, particularly as regards

information on preventive measures against disease.

Keywords: Hypertension. Cardiovascular disease. Risk factors.

11

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DCV – Doenças Cardiovasculares

DAC – Doenças do Aparelho Circulatório

DM – Diabetes mellitus

HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

DIP – Doenças Infecto-parasitárias

USFs – Unidades de Saúde da Família

OMS – Organização Mundial de Saúde

SISHIPERDIA - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e

Diabéticos

INCA – Instituto Nacional de Câncer

12

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Hipertensos cadastrados no HIPERDIA de janeiro de 2002 a outubro de

2011 (Brasil, Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste)....................................14

Figura 2: Hipertensos cadastrados no HIPERDIA (Centro-Oeste, Mato Grosso do

Sul, Jardim)................................................................................................................22

Figura 3: Hipertensos cadastrados no HIPERDIA, por sexo, no Município de

Jardim/MS..................................................................................................................23

Figura 4: Frequência de sobrepeso/obesidade HIPERDIA, no Município de

Jardim/MS..................................................................................................................24

Figura 5: Frequência de Sedentarismo HIPERDIA, no Município de Jardim/MS...24

Figura 6: Frequência de Tabagismo HIPERDIA, no município de Jardim/MS......25

13

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................14

2. OBJETIVOS........................................................................................................16

2.1 OBJETIVO GERAL...........................................................................................16

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO.................................................................................16

3. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................173.1 DCV: IMPORTÂNCIA E FATORES DE RISCO...............................................17

3.2 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA – HAS.............................................18

3.2.1 DEFINIÇÃO................................................................................................18

3.2.2 EPIDEMIOLOGIA........................................................................................18

3.2.3 ALGUNS FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS DA HAS.........................19

3.2.3.1 TABAGISMO........................................................................................203.2.3.2 SOBREPESO/OBESIDADE E MAUS HÁBITOS ALIMENTARES......203.2.3.3 ETILISMO............................................................................................213.2.3.4 SEDENTARISMO................................................................................21

4. ANÁLISE DO CONTEXTO: JARDIM/MS..............................................................22 4.1 LOCALIZAÇÃO E POPULAÇÃO......................................................................22

4.2 EPIDEMIOLOGIA DA HAS MUNICIPAL...........................................................22

5. MÉTODO................................................................................................................26

6. DISCUSSÃO..........................................................................................................27

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................29

8. REFERÊNCIAS.....................................................................................................30

9. ANEXO 1 – CARTILHA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA......................34

14

1. INTRODUÇÃO

A importância das doenças cardiovasculares (DCV) é reforçada por dados

que demonstram o fato de que, em grande parte dos países, estas patologias

respondem pela maior taxa de morbi-mortalidade(1). Tal situação está vinculada às

mudanças nos hábitos de vida da população mundial(2).

Além disso, este grupo de doenças é responsável por gerar altos custos para

a família e para a sociedade(3,4,22).

No ano de 2002, dados do Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil,

revelaram que estas patologias foram responsáveis por mais de 1 milhão de

internações, o que significa 10,3% do total e 17% dos custos (19). Desconsiderando as

hospitalizações decorrentes de gestação, parto e puerpério, as DCV, que em 2004

representavam 12% do total, sendo ultrapassadas apenas pelas doenças do

aparelho respiratório, permaneciam como sendo as de maiores gastos (5). Em 2007,

foram registrados mais de um milhão de internações por DCV, apenas no SUS (22).

Em novembro de 2009 este número foi superior a 91mil(22). Já em setembro de 2011,

dados do DATASUS revelaram que este número ficou acima de 84 mil, gerando um

custo em torno de 141 milhões de reais(17).

Apesar de os países desenvolvidos apresentarem menor mortalidade por

DCV do que os países em desenvolvimento, a situação ainda requer grande

atenção, uma vez que estas ainda são responsáveis por 13% do total de óbitos

notificados naqueles países e, em nações como Portugal, o percentual chega a

40%(6).

No Brasil, com a mudança de hábitos de sua população, que atualmente é de

190.755.799 pessoas(7), as DCV, ainda que tenham apresentado certo decréscimo

de registros, ainda são apontadas como as líderes na causa de óbitos, sendo que

nos anos de 1996 e 2000, foram responsáveis por cerca de 27% daqueles

notificados(8,9). Já em 2009, dados do DATASUS evidenciaram que cerca de 320 mil

óbitos foram relacionados às doenças do aparelho circulatório (DAC), equivalendo a

29% do total(18).

15

Vários são os fatores relacionados ao aparecimento das DCV, alguns

modificáveis, como hipertensão arterial sistêmica (HAS), obesidade, tabagismo,

diabetes mellitus (DM), sedentarismo, outros não modificáveis, como idade, fatores

genéticos, sexo e etnia(1, 2, 10,11).

Este trabalho se faz necessário, uma vez que, em se tratando de lógica

assistencialista para promover a saúde e prevenir as doenças, devemos ter em

mente que a mesma se baseia no reconhecimento dos agravos prioritários de

determinada população (19).

A HAS, foco deste trabalho, é tida como um dos principais(12), senão o

principal fator de risco das DCV(1,20) quer por sua alta prevalência, quer por sua

etiologia: possui vários fatores de risco convergentes com os das DAC, sendo

alguns passíveis de modificações nos quais se faz necessária adoção de medidas

preventivas efetivas.

O presente trabalho visa fornecer subsídio teórico para posterior formulação

de projetos de intervenção nas Unidades de Saúde da Família (USFs) do município

de Jardim/MS, vislumbrando, em longo prazo, a redução da incidência de DCV e,

por conseguinte, melhoria da qualidade de vida da população, com enfoque na HAS.

Além disso, tem como objetivo a elaboração de instrumentos, como cartilhas,

utilizando linguagem simplificada acerca desta patologia, tão intimamente ligada às

DCV, direcionadas à população (ANEXO 1).

16

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Evidenciar a importância da HAS como um dos principais, senão o principal

fator de risco, dada a sua alta prevalência e também por possuir fatores passíveis de

modificação com adoção de medidas preventivas efetivas.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Fornecer subsídio teórico, a partir do levantamento de dados, que embasem e

direcionem ações futuras das Equipes de Saúde da Família do município de

Jardim/MS, para prevenção e controle das DCV e de seus fatores de risco, com

enfoque na HAS, vislumbrando, em longo prazo, melhoria da qualidade de vida da

população local.

Elaborar instrumento educativo (Anexo 1), com linguagem simples e acessível

à população rural como um todo, mas priorizando a faixa etária de

adolescentes/adultos jovens.

17

3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1 DOENÇAS CARDIOVASCULARES: IMPORTÂNCIA E FATORES DE RISCO

No início do século XX, as DCV respondiam por menos de 10% dos óbitos

mundiais, passando, ao final do mesmo, a responder por cerca de 50% nos países

desenvolvidos e 25% naqueles em desenvolvimento(13).

O aumento mundial na incidência das DCV demonstra a mudança no perfil de

saúde da população, denominada transição epidemiológica: há redução da

incidência de doença infecto-parasitária (DIP) com um concomitante aumento das

doenças do aparelho circulatório; permuta da carga de morbi-mortalidade, passando

a predominar nas faixas etárias mais avançadas(14, 15).

A partir da década de 1950, os países industrializados passaram a conviver

com um declínio da mortalidade decorrente de DCV, contudo ainda insuficiente para

desclassificá-las como principais causas de morte(16), o mesmo ocorrendo no

Brasil(23).

No Brasil, dados do IBGE de 2008, revelaram que o número de óbitos por

doenças do aparelho circulatório corresponderam a 29,5% do total, seguido por

neoplasias (15,6%) e causas externas (12,5%), o que denota sua importância

enquanto problema de saúde.

Vários são os fatores, intrinsecamente interligados, relacionados ao

aparecimento das DCV, como a idade, hipertensão arterial sistêmica (HAS),

diabetes mellitus (DM), tabagismo e obesidade(10).

Dentre estes fatores, destacamos a HAS, devido a sua alta prevalência e

também por seu papel importante como fator de risco passível de modificação como

apontado por evidências científicas sólidas, encontradas na literatura, que indicam

que ações preventivas dirigidas a este agravo são capazes de reduzir a morbi-

mortalidade por DCV(2,20).

18

3.2 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA – HAS

Contrastando com dados originados na década de 30, quando as mortes por

DIP, 46% do total, figuravam como as principais causas de morte nas capitais

brasileiras de maior representatividade, em 2007, passaram a responder por 10%,

ao passo que as doenças não transmissíveis, dentro das quais temos as DCV,

predominaram relacionando-se com 72% dos óbitos (23).

Esta mudança é decorrente de um contexto em que se destaca a alteração no

formato da pirâmide populacional brasileira, na qual, passaram a predominar

adultos, com aumento no número de idosos (23).

A HAS, principal causa de morbidade detectada em adultos (21), caso não seja

tratada e mantenha-se persistente por um longo período, mesmo em indivíduos

assintomáticos, é capaz de aumentar a taxa de mortalidade por doenças do

aparelho circulatório (DAC)(22).

3.2.1 DEFINIÇÃO

A HAS, entidade clínica na qual se observa níveis pressóricos elevados e

mantidos, é multicausal, com associação frequente a alterações funcionais e/ou

estruturais dos órgãos alvo, além de alterações do metabolismo, favorecendo o

surgimento de eventos cardiovasculares, fatais ou não (22).

A VI Diretriz Brasileira de Hipertensão, publicada em 2010, refere que os

valores limites que definem HAS considera valores de pressão arterial sistólica maior

ou igual a 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg,

medidas repetidas vezes, no consultório, em, no mínimo três ocasiões(22).

3.2.2 EPIDEMIOLOGIA

Estima-se que 25% da população mundial seja hipertensa e, no Brasil, esta

prevalência oscila entre 22- 44%(24,25), estimativa esta que se encontra em

ascensão(24).

19

Dados do Ministério da Saúde, disponibilizados no SISHIPERDIA (37),

referentes aos pacientes cadastrados no programa, de janeiro de 2002 a outubro de

2011, apontam para que no Brasil existam 9.248.295 hipertensos, com ou sem DM

associado, sendo que se encontram distribuídos da seguinte forma: 639.539 na

região Norte; 2.646. 755 no Nordeste, 1.627.869 no Sul, 3.675.170 no Sudeste e

658.962 no Centro Oeste (Figura 1).

Brasil Norte Nordeste Sul Sudeste Centro-Oeste

01,000,0002,000,0003,000,0004,000,0005,000,0006,000,0007,000,0008,000,0009,000,000

10,000,000

Hipertensos cadastrados no HIPERDIA de janeiro de 2002 a outubro de 2011

Figura 1 – Hipertensos cadastrados no HPERDIA de janeiro de 2002 a outubro de 2011. Fonte: SISHIPERDIA, disponível em hiperdia.datasus.gov.br. Último acesso em 11 de novembro de 2011.

Estudos brasileiros revelam que a HAS ainda apresenta níveis baixos de

controle pressórico (22), tal situação é atribuída a baixa adesão dos pacientes e/ou

dificuldades que os mesmos possuem no que se refere a mudança de hábitos, e ao

diagnóstico, muitas vezes negligenciado, devido a grande taxa de

assintomáticos(24,26).

3.2.3 ALGUNS FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS DA HAS

Fatores de risco modificáveis são aqueles em que é possível se intervir

proporcionando mudanças nos mesmos. Como exemplo, temos o tabagismo, a

obesidade, os hábitos alimentares.

Distribuição dos hipertensos cadastrados no HIPERDIA por regiões

Núm

ero

de

hipe

rtens

os

20

3.2.3.1 TABAGISMO

O tabagismo atua como fator de risco de várias doenças como

cardiovasculares e vários cânceres (28).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ele é a principal causa de

mortes evitáveis no mundo, assim como atribuível a um quinto das decorrentes de

DCV(29,32). Tanto o tabagista ativo quanto o passivo são capazes de elevar a pressão

arterial e a frequência cardíaca (27).

Em 2007/2008, dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), revelaram que

mais de 18% da população brasileira maior de 15 anos era fumante, e esta

estimativa era de cerca de um bilhão de pessoas ao redor do mundo (31).

Dada a magnitude das consequências decorrentes do tabagismo, esforços

tem sido dispensados a programas que visam a redução do consumo do cigarro,

como o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), que visa redução da

prevalência de fumantes e da morbidade e mortalidade relacionadas (30).

Este programa conta com medidas como advertências impressas nas

embalagens de cigarro, assim como redução da publicidade e restrição ao uso em

locais públicos(30).

3.2.3.2 SOBREPESO/OBESIDADE E MAUS HÁBITOS ALIMENTARES

A obesidade, principalmente a visceral, cada vez mais frequente na

sociedade, já é considerada, pela OMS, uma epidemia global (38,39,40), geralmente

associada a alteração dos índices lipídicos, HAS, DM, e, por consequência,

favorecendo o aparecimento de eventos cardiovasculares, aumentando a

probabilidade de desenvolvimento de doenças ateroscleróticas(38,39). Causa danos

não só físicos, como psicológicos e sociais e seus números estão aumentando (38).

O mecanismo relacionando HAS com obesidade, apesar de complexo e ainda

não totalmente esclarecido, envolve o sistema simpático: a maioria dos pacientes

hipertensos obesos apresentam hiperativação simpática (39).

21

É cada vez mais comum crianças com sobrepeso/obesidade(41). Estatísticas

apontam como uma das causas a introdução de tecnologias, como internet, vídeo-

game, como fatores favorecedores do sedentarismo (41)

Quanto ao comportamento alimentar envolvido no desenvolvimento da

obesidade, vários são os fatores relacionados, como os culturais, influência da

mídia, presença de fast-food, que acabam levando a uma ingesta menor de

alimentos saudáveis, como frutas, verduras, carnes magras e peixes (41).

3.2.3.3 ETILISMO

Mais de 15 milhões de pessoas por ano são consideradas incapacitadas

devido ao uso do álcool, sendo este, a quarta maior causa de invalidez mundial. Seu

consumo tem aumentado entre a população brasileira, contrastando com a redução

observada em outros países (33).

Com relação à HAS, é observado que o consumo de etanol eleva

predominantemente a pressão arterial sistólica (33), independentemente das

características da população (22). Contudo, este efeito está intimamente ligado à

quantidade ingerida de álcool etílico e a frequência de seu uso (34).

3.2.3.4 SEDENTARISMO

A falta de atividade física faz com que haja redução da circulação sanguínea

fisiológica, uma vez que reduz a contração muscular e o conseqüente retorno

venoso (44). Além disso, o sedentarismo contribui com o surgimento de

arteriosclerose, aumenta a frequência cardíaca, contribui para o aparecimento da

obesidade e da HAS (44).

Em contrapartida, exercícios aeróbicos complementados por exercícios

resistidos, levam à redução da pressão arterial (22).

22

4. ANÁLISE DO CONEXTO: JARDIM/MS

4.1 LOCALIZAÇÃO E POPULAÇÃO

Localizado na mesorregião sudoeste de Mato Grosso do Sul (MS) e

microrregião de Bodoquena, o município de Jardim possui área de 2.201,73 km² (35) e

população, segundo o censo de 2010, de 24.363 habitantes (36).

4.2 EPIDEMIOLOGIA HAS MUNICIPAL

Dados obtidos através do SISHIPERDIA (37) demonstram que os pacientes

cadastrados no programa encontram-se em número de 658.962 na região Centro

Oeste, 138.477, no MS e em número de 2.603, no município de Jardim, ou seja,

11% da população local, sendo a predominância no sexo feminino com percentual

de 62,04% (Figuras 2 e 3).

Região Centro-OesteMato Grosso do Sul

Jardim

0

100,000

200,000

300,000

400,000

500,000

600,000

700,000

Hipertensos cadastrados no HIPERDIA

núm

ero

de h

iper

tens

os

Hipertensos cadastrados no HIPERDIA

Figura 2 – Hipertensos cadastrados no HIPERDIA. Fonte: SISHIPERDIA, através do site hiperdia.datasus.gov.br. Último acesso em 11 de novembro de 2011.

23

Masculino (37,96%)Feminino (62,04%)

0200400600800

10001200140016001800

Hipertensos cadastrados no HIPERDIA, por sexo, no Município de Jardim/MS

Hipertensos cadastrados no HIPERDIA,em Jardim, MS, distribuidos por sexo

Figura 3 – Hipertensos cadastrados no HIPERDIA, por sexo, no Município de Jardim/MS. Fonte: SISHIPERDIA, pelo site hiperdia.datasus.gov.br. Último acesso em 11 de novembro de 2011.

Quando avaliada a presença dos fatores de risco modificáveis como a

obesidade, o sedentarismo e o tabagismo, nota-se que o município de Jardim

apresenta, respectivamente, 45,34% (Figura 4), 47,39% (Figura 5) e 17,78% (Figura

6).

Núm

ero

de

hipe

rtens

os

24

Não (54,66%)Sim (45,34%)

0200400600800

1000120014001600

Frequência de sobrepeso/obesidade HIPERDIA, no Mu-nicípio de Jardim/MS

Figura 4 – Frequência de sobrepeso/obesidade HIPERDIA, no Município de Jardim/MS. Fonte: SISHIPERDIA, através do site hiperdia.datasus.gov.br. Último acesso em 11 de novembro de 2011.

Não (52,61%)Sim (47,39%)

1200

1250

1300

1350

1400

1450

1500

Frequência de Sedentarismo HIPERDIA, no Município de Jardim/MS

Figura 5 – Frequência de sedentarismo HIPERDIA, no Município de Jardim/MS. Fonte: SISHIPERDIA, através do site hiperdia.datasus.gov.br. Último acesso em 11 de novembro de 2011.

Frequência de sobrepeso/obesidade no HIPERDIA em Jardim/MS

Núm

ero

de

paci

ente

s

Frequência de sedentarismo no HIPERDIA, Jardim/MS

Núm

ero

de p

acie

ntes

25

Não (82,22%)Sim (17,78%)

0

500

1000

1500

2000

2500

Frequência de tabagismo HIPERDIA, no Município de Jardim/MS

Figura 6 – Frequência de tabagismo HIPERDIA, no município de Jardim/MS. Fonte: SISHIPERDIA, através do site hiperdia.datasus.gov.br. Último acesso em 11 de novembro de 2011.

Núm

ero

de p

acie

ntes

Frequência de tabagismo, HIPERDIA, Jardim/MS

26

5. MÉTODO

Para realização do presente estudo foram utilizadas apenas bases de dados

de domínio público, como a do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

DATASUS, SISHIPERDIA, dentre outras.

Estes dados foram usados para descrição da prevalência da HAS, no

contexto das DCV e, com isso, fornecer fonte de dados para o município de

Jardim/MS, capaz de nortear a elaboração de futuros projetos direcionados a

redução da prevalência e morbi-mortalidade associadas a esta patologia.

Além disso, a partir dos dados obtidos através do site da Sociedade Brasileira

de Hipertensão, foi desenvolvida, em linguagem de fácil compreensão, uma cartilha,

destinada aos pacientes atendidos pela Unidade de Saúde da Família, rural,

localizada no Distrito do Boqueirão, em Jardim/MS, priorizando a população

adolescente/adulto jovem, de forma a favorecer a disseminação da informação, com

foco em medidas preventivas e mudança no estilo de vida.

27

6. DISCUSSÃO

Uma vez que os dados que alimentam o programa HIPERDIA são obtidos por

meio apenas do cadastramento de pacientes que comparecem às unidades de

saúde em demanda espontânea, e, tendo em vista que, vários hipertensos não

procuram o serviço público de saúde, não podemos considerá-los fidedignos, pois

há uma sub-representação de pessoas com esta patologia(42).

Outros fatores também prejudicam a alimentação deste sistema, como a

sistematização e a dependência do envio dos dados ao Ministério da Saúde pelos

municípios(42).

Apesar do exposto, o Brasil vem melhorando gradativamente os sistemas de

dados e, embora ainda convivamos com sub-representações, a análise dos mesmos

é capaz de fornecer importante subsídio que direcionam, por exemplo, ações

preventivas e de controle da HAS que se faz necessária dada a grande prevalência

desta patologia tanto em âmbito nacional como mundial (42).

Devido ao fato de na maioria das vezes a HAS cursar assintomaticamente,

seu diagnóstico e tratamento são realizados tardiamente (24), ou seja, muitos

indivíduos são portadores, mas desconhecem esta condição.

O impacto gerado pelo aumento da prevalência de obesidade cada vez mais

precocemente, e sua estreita relação com hipertensão (39, 40,41 42) necessitam ações

preventivas. O presente trabalho aponta que, no município de Jardim, em indivíduos

hipertensos cadastrados no SISHIPERDIA, perto de 50% apresentam

sobrepeso/obesidade e são sedentários. Há necessidade de ser repensado e

discutido pela sociedade o padrão alimentar atual, onde percebemos alta ingesta de

alimentos ricos em gordura e sódio e baixa de alimentos saudáveis (42).

Além disso, a presença de um profissional nutricionista é importante para que

sejam dadas corretas orientações alimentares à população. Reduzindo o peso é

possível que se reduza a dislipidemia, a própria HAS e o DM, levando a diminuição

dos fatores de risco cardiovasculares (39). Atividade física, devido a sua correlação

hemodinâmica, humoral e neural, deve ser estimulada, uma vez que interfere nos

valores pressóricos (43).

28

Embora tenha apresentado redução em seu consumo na década de 90 e

medidas estejam sendo adotadas pelo governo brasileiro direcionadas ao combate

ao uso do tabaco como proibição de propagandas e proibição do fumo em locais

públicos(29, 30,31), o tabagismo, que neste estudo apresentou índices próximos a 20%,

também merece atenção, pela sua ação na formação de placas de ateroma(42).

Algumas outras medidas de prevenção da HAS e, por conseguinte, das DCV,

devem ser adotadas. É necessário que haja uma equipe multiprofissional preparada,

dada a dificuldade que os pacientes apresentam para dar continuidade ao

tratamento sem abandono. Para tanto é necessário manter a motivação dos

mesmos e uma orientação/educação continuada (24).

A partir da situação supracitada e, levando-se em consideração o poder

multiplicador de disseminação de informação do adolescente, em Jardim,

especificamente na Unidade de Saúde da Família (USF) da zona rural, há dois

meses foi distribuída uma cartilha (Anexo1) elaborada, por mim, médica responsável

por esta USF, em linguagem simples e de fácil compreensão direcionada a esta

população específica. Mesmo sem possuir método específico de avaliação de seu

impacto, já se pode observar seu reflexo: muitos adolescentes procuram a Unidade

de Saúde da Família para orientação nutricional e orientações preventivas no geral,

assim como se observa sua influencia sobre seus familiares para controlar a HAS e

seus fatores de risco.

29

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dada a importância da HAS e das DCV, é necessária a união de esforços das

equipes de saúde, com suas equipes multiprofissionais, da gestão municipal e

estadual, da mídia e da comunidade para realização de ações preventivas e de

controle, com redução dos fatores de risco e, a longo prazo, de sua incidência,

iniciando as ações o mais precocemente possível, de preferência ainda na infância

para que hábitos saudáveis sejam adquiridos e estas informações e atitudes

disseminadas.

30

8. REFERÊNCIAS

1. SIMÃO, M.; NOGUEIRA, M. S.; HAYASHIDA, M.; CESARINO, E. J. Doenças cardiovasculares: perfil de trabalhadores do sexo masculino de uma destilaria do interior paulista. Revista

Eletrônica de Enfermagem, v.4, n.2, p. 27 – 35, 2002.

2. Organização Pan-Americana da Saúde. Doenças Crônico-degenerativas e obesidade: estratégia

mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde. Brasília : Organização Pan-Americana

da Saúde, 2003.

3. Organização Mundial de Saúde (OMS). Prevenção de Doenças Crônicas um investimento vital. ©

Copyright Organização Mundial da Saúde (OMS), 2005. Disponível em:

http://www.who.int/chp/chronic_disease_report/part1_port.pdf. Último acesso em 04 de novembro de

2011 as 17:29h.

4. BALBINOTTO NETO E SILVA.Os custos da doença cardiovascular no Brasil. Arq Bras Cardiol

2008;91(4):217-218

5. SOUZA E SILVA, Nelson Albuquerque de. Saúde cardiovascular na era tecnológica. Arq. Bras.

Cardiol. [online]. 2004, vol.83, n.6, pp. 453-455. ISSN 0066-782X.

6. http://www.min-saude.pt/potal/conteudos/enciclopedia+da+saude/doenças/

doenças+do+aparelho+circulatorio/doençascardiovasculares.htm. Portal da Saúde. [Online] 1 de

outubro de 2009. [Citado em: 1 de agosto de 2011.]

http://www.min-saude.pt/potal/conteudos/enciclopedia+da+saude/doenças/

doenças+do+aparelho+circulatorio/doençascardiovasculares.htm.

7. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. IBGE. [Online] 2011.

[Citado em: 1 de Julho de 2011.]

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/tabelas_pdf/Brasil_tab_1_15.pdf.

8. Universidade Federal do Estado de São Paulo. http://www.unifesp.br/denf/NIEn/CARDIOSITE/dados.htm. [Documento] São Paulo : UNIFESP, 2004.

9. Ministério da Saúde. Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes

Mellitus. Brasília : Ministério da Saúde, 2001.

10. ARMAGANIJAN, D.; BATLOUNI, M. Impacto dos Fatores de Risco Tradicionais. Revista da

Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo 2000 Nov/Dez; 10(6): 686-69.

11. MENDES, M. J. F. L. et al. - Doenças cardiovasculares em adolescentes. Rev. Bras. Saúde

Matern. Infant., Recife, 6 (Supl 1): S49-S54, maio, 2006.

31

12. GUS, I.; HARZHEIM, E.; ZASLAVSKY, C.; MEDINA, C.; GUS, M. Prevalência, Reconhecimento e Controle da Hipertensão Arterial Sistêmica no Estado do Rio Grande do Sul. Arquivos

Brasileiros de Cardiologia - Volume 83, Nº 5, Novembro 2004.

13. ALMEIDA, F. F.; BARRETO, S. M.; COUTO, B. R. G. M.; STARLING, C. E. F . Fatores Preditores da Mortalidade Hospitalar e de Complicações Per-Operatórias Graves em Cirurgia de Revascularização do Miocárdio. Arquivo Brasileiro de Cardiologia 2003; 80(1): 41- 50.

14. COSTA, E. F. A.; PORTO, C. C.; SOARES, A. T. - Envelhecimento populacional brasileiro e o aprendizado de geriatria e gerontologia. Revista da UFG, Vol. 5, No. 2, dez 2003.

15. SCHRAMM, J. M. A.; OLIVEIRA, A. F.; LEITE, I. C.; VALENTE, J. G.; GADELHA, A. M. J;

PORTELA, M. C.; CAMPOS, M. R. - Transição epidemiológica e o estudo de carga de doença no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 9(4):897-908, 2004.

16. OLIVEIRA, G. M. M.; KLEIN, C. H.; SOUZA E SILVA, N. A. Mortalidade por doenças cardiovasculares em três estados do Brasil de 1980 a 2002. Rev Panam Salud Publica.

2006;19(2):85–93.

17. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/niuf.def. Último acesso em 11

de novembro de 2011.

18. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obt10uf.def. Último acesso em

11 de novembro de 2011.

19. GODOY e cols. Mortalidade por Doenças Cardiovasculares e Níveis Socioeconômicos da População de São José do Rio Preto, Estado de São Paulo, Brasil. Arq Bras Cardiol 2007; 88(2) :

200-206.

20. PASSOS, V. M. A. e cols. Hipertensão arterial no Brasil: estimativa de prevalência a partir de estudos de base populacional. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2006; 15(1) : 35 – 45.

21. LESSA, I. Epidemiologia da hipertensão arterial sistêmica e da insuficiência cardíaca no Brasil. Rev Bras Hipertens vol 8(4): outubro/dezembro de 2001.

22. Sociedade Brasileira de Cardiologia / Sociedade Brasileira de Hipertensão /Sociedade Brasileira

de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51.

23. SCHMIDT, M.I. et al. Chronic non-communicable diseases in Brazil: burden and current challenges. Published The Lancet online May 9, 2011 DOI:10.1016/S0140-6736(11)60135-9

24. Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.

Hipertensão arterial sistêmica para o Sistema Único de Saúde. Brasília, 2006.58 p. – (Cadernos

de Atenção Básica; 16) (Série A. Normas e Manuais Técnicos).

32

25. ROSA, T. E. C. et al. Integralidade da atenção às doenças cardiovasculares e diabetes mellitus: o papel da regionalização do Sistema Único de Saúde. Rev Bras Epidemiol 2009; 12(2):

158-71.

26. SILVA, Jorge Luis Lima; SOUZA, Solange Lourdes de - Fatores de risco para hipertensão arterial sistêmica versus estilo de vida docente. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 06, n. 03,

2004.

27. Organização Mundial da Saúde. Efeitos do cigarro no corpo. OPAS. [Online] MNH

Comunications, 2001. [Citado em: 1 de Agosto de 2011.]

http://www.opas.org.br/sistema/fotos/POSTER.pdf.

28. CORREA, P. C. R. P. e cols. Métodos de estimativa da mortalidade atribuível ao tabagismo: uma revisão de literatura. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, 17(1):43-57, jan-mar, 2008.

29. SEGAT, F. M. et al. Fatores de risco associados ao tabagismo em adolescentes. Adolescência Latino-americana • 1414-7130/98/1-163-169

30. IGLESIAS, R. et al. Controle do tabagismo no Brasil. Documento preparado pelo Departamento

de Desenvolvimento Humano do Banco Mundial, Região da América Latina e do Caribe. 2007.

31. Disponível em: http://www.inca.gov.br/releases/press_release_view.asp?ID=1493. Último acesso

em 06 de novembro de 2011 às 20:30h.

32. ECHER, I. C., CORRÊA A. P. A., LUCENA A. F., FERREIRA S. A. L., KNORST M. M.

Prevalência do tabagismo em funcionários de um hospital universitário. Rev. Latino-Am.

Enfermagem jan-fev 2011;19(1):[08 telas]

33. STEFFENS, A. A. Incidência de hipertensão arterial pelo consumo de álcool: é modificável pela raça?.Tese de mestrado.Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina.

Programa de pós-graduação em cardiologia e ciências cardiovasculares. Porto Alegre. 2005.

34. Disponível em: http://www.fmc.br/cursos/posGraduacao/pdf/tcc23.pdf. Último acesso em 06 de

novembro de 2011.

35. Disponível em: http://www.jardim.ms.gov.br/portal1/dado_geral/mumain.asp?

iIdMun=100150045. Último acesso em 06 de novembro de 2011.

36. Disponível em: www.ibge.gov.br. Último acesso em 06 de novembro de 2011.

37. Disponível em: hiperdia.datasus.gov.br. Último acesso em 07 de novembro de 2011.

38. SOUZA et al. Obesidade e risco cardiovascular em Campos, RJ. Arq Bras Endocrinol Metab

vol 47 nº 6 Dezembro 2003 669.

33

39. LOPES, H. F. Hipertensão e inflamação: papel da obesidade. Rev Bras Hipertens vol.14(4):

239-244, 2007.

40. MARIATH, A. B. et al. Obesidade e fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis entre usuários de unidade de alimentação e nutrição. Cad. Saúde

Pública, Rio de Janeiro, 23(4):897-905, abr, 2007.

41. DE MELLO, E. D. et al. Obesidade infantil: como podemos ser eficazes? J Pediatr (Rio J).

2004;80(3):173-82.

42. BOING, A. C.; BOING, A. F. Hipertensão arterial sistêmica: o que nos dizem os sistemas brasileiros de cadastramento e informações em saúde. Rev Bras Hipertens vol.14(2): 84-88,

2007.

43. Disponível em: http://www.fac.org.ar/ccvc/llave/c049/c049.pdf. Último acesso em 07 de

novembro de 2011.

44. GASPAR, P. J. Efeitos do sedentarismo a nível cardiovascular: a importância da actividade física na manutenção da saúde. Mestrado em comunicação e educação em ciência. Universidade

de Aveiro. 2004.

34

9. ANEXO 1 – CARTILHA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

Prefeitura Municipal de Jardim/MS

ESF Rural do Boqueirão2011

Gerência de Saúde

35

que leva a sintomas as e

a complicações

crônicas características

.

Pressãoalta?

É quando a pressão está com valores iguais ou maiores que 14 por 9, de

forma persistente.

Por que a press

ão sobe?

Por vários motivos,

principalmente

porque os vasos nos

quais o sangue

circula se contraem.

Quais são as

consequências?

A pressão

alta ataca os vasos,

coração, rins e

cérebro.

Com isso, os vasos se tornam endurecidos e estreitados podendo, com o passar dos anos, entupir ou romper.

Quando o entupimento de um vaso acontece no coração, causa a angina que pode ocasionar um infarto.

Se o entupimento for

no cérebro, acontec

e o derrame

;

36

Mas quem pode ter

pressão

alta?

Se os rins forem

atingidos, a limpeza do

sangue pode ser afetada e

pode acontecer

a paralisação

dos órgãos.

Tudo isso que pode acontecer é muito

sério, mas pode ser evitado. Para isso é

necessário o tratamento adequado

conduzido por médicos.

Qualquer pessoa

pode ter pressão

alta, independe

nte da idade, cor,

e sexo.

Então o que fazer? Tem que medir a pressão pelo

menos uma vez por ano.

Fazer exercícios físicos

diariamente.

Manter o peso sempre o mais

próximo do ideal evitando a obesidade.

Coma alimentos saudáveis: pouco sal, sem frituras e mais frutas, verduras e

legumes.

Consumir o

mínimo de

álcool possível.

Não fume.Se você já foi diagnosticado

não interrompa o tratamento!

Reduza o estresse diário.

Divirta-se.

Referências: 1. Figuras modificadas, encontradas através do site: www.google.com.br. Último acesso em ago/20112. Texto: Site da Sociedade Brasileira de Hipertensão: www.sbh.org.br. Último acesso em ago/2011

Elaborado por: Grasielly R. Andreata,

médica do ESF rural, Jardim/MS

2011Curso de Pós-Graduaçã em Atnção Básica em Saúde da Família – UFMS / FIOCRUZ-PANTANAL

37