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LIZ (LAR IRMÃ ZARABATANA) APOSTILA CONCEITOS BÁSICOS CAPÍTULO IV CONCEITOS BÁSICOS Versão 1.2 – 24/08/2017

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LIZ (LAR IRMÃ ZARABATANA)

APOSTILA CONCEITOS BÁSICOS

CAPÍTULO IV

CONCEITOS BÁSICOS

Versão 1.2 – 24/08/2017

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ÍNDICE

4. CONCEITOS BÁSICOS.................................................................................................................................... 3

4.1. MÉDIUM...................................................................................................................................................................34.2. TIPOS E CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS MÉDIUNS E DA MEDIUNIDADE.......................................................................................4

4.2.1. Espécies comuns a todos os gêneros de mediunidade....................................................................................44.2.2. Médiuns de Efeitos Físicos...............................................................................................................................64.2.3. Variedades especiais para os efeitos físicos....................................................................................................64.2.4. Variedades especiais para efeitos intelectuais................................................................................................74.2.5. Variedades dos Médiuns Escreventes..............................................................................................................84.2.6. Médiuns imperfeitos:....................................................................................................................................124.2.7. Bons médiuns:...............................................................................................................................................134.2.8. Mediunidade de Cura....................................................................................................................................13

4.3. PERIGOS E INCONVENIENTES, PERDA E SUSPENSÃO DA FACULDADE MEDIÚNICA...................................................................174.3.1. Perigos e Inconvenientes da Faculdade mediúnica.......................................................................................174.3.2. Mediunidade e Estados Patológicos..............................................................................................................194.3.3. Mediunidade na Infância..............................................................................................................................204.3.4. Perda e Suspensão da Faculdade Mediúnica................................................................................................20

4.4. DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO..................................................................................................................................224.4.1. Desenvolvimento Mediúnico.........................................................................................................................224.4.2. Por que desenvolver a mediunidade.............................................................................................................234.4.3. Etapas do Desenvolvimento Mediúnico........................................................................................................23

4.5. CLASSIFICAÇÃO DOS FENÔMENOS MEDIÚNICOS SEGUNDO SEUS EFEITOS.............................................................................264.5.1. Fenômenos Objetivos....................................................................................................................................264.5.2. Fenômenos Subjetivos...................................................................................................................................264.5.3. Teoria das manifestações físicas...................................................................................................................27

4.6. ECTOPLASMA...........................................................................................................................................................284.6.1. Características do Ectoplasma......................................................................................................................324.6.2. Onde se forma o ectoplasma no ser humano................................................................................................32

4.7. DESDOBRAMENTO, CATALEPSIA E LETARGIA...................................................................................................................334.7.1. Desdobramento (Sonambulismo)..................................................................................................................334.7.2. Catalepsia e Letargia....................................................................................................................................34

4.8. SESSÃO ESPÍRITA.......................................................................................................................................................354.8.1. A Disciplina como a Base da Caridade..........................................................................................................354.8.2. Da Reunião Propriamente Dita.....................................................................................................................35

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4. Conceitos Básicos4.1. Médium.

A palavra médium é uma expressão latina que significa "meio" ou "intermediário”.

Allan Kardec apropriou-se dessa expressão para designar as pessoas que são portadoras da faculdade mediúnica.

Kardec [Livro dos Médiuns - capítulo XXXII] conceitua:

Médium - pessoa que pode servir de intermediária entre os Espíritos e os homens.

Mediunidade - a faculdade dos médiuns, ou seja, a faculdade que possibilita a uma pessoa servir de intermediária entre os Espíritos desencarnados e os homens.

Assevera ainda Kardec [L.M, cap. XIV, it 159] que "todo aquele que sente em qualquer grau a influência dos Espíritos é médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo”.

Diante da assertiva do Codificador da Doutrina Espírita poder-se-ia indagar: Somos todos médiuns?

De forma generalizada poderíamos afirmar que sim. Todos os indivíduos possuem rudimentos da faculdade mediúnica, já que podem ser influenciados pelos Espíritos.

Através do pensamento, as entidades da esfera extrafísica, podem atuar sobre todos nós, de forma imperceptível.

Mostram os benfeitores espirituais da Codificação que esta influência "é maior do que supomos" [L.E. questão 459].

Todavia, de forma particular, na prática espírita cotidiana, é não a resposta. Orienta Allan Kardec que se deve reservar esta expressão apenas para as pessoas que permitem a produção de fenômenos patentes e de certa intensidade:

"Pode-se dizer, que todos são mais ou menos médiuns. Todavia, usualmente, aqueles em que a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva." [L.M., cap. XIV, it. 159].

É fundamental que tenhamos uma visão muito clara a respeito dos médiuns e dos fenômenos mediúnicos, visto que, se uma faculdade mediúnica é comum a um determinado número de médiuns, a forma ou nível de captação da mensagem mediúnica pode variar de intermediário para intermediário.

Isso é muito fácil de entender porque não estamos todos no mesmo patamar evolutivo, uma vez que a bagagem das experiências reencarnatórias é diferente entre as pessoas. Há ainda o problema de sintonia entre médium e Espírito comunicante.

O grau de percepção psíquica também não é igual. Há por fim, o esforço individual, variável entre as criaturas, de se aperfeiçoar, moral e intelectualmente. Compreende-se, portanto, que a mediunidade não é apenas um patrimônio evolutivo do Espírito, esteja ele encarnado ou não; representa uma força, em si neutra, apta a elevar ou rebaixar a criatura, de acordo com a direção que se lhe dê.

Não existisse a mediunidade, inumeráveis problemas seriam “insolucionáveis”, permitindo que mais graves conjunturas conspirassem contra a criatura humana. Sem ouvir-se, nem sentir-se a realidade espiritual de que os implementos mediúnicos se fazem instrumento, certamente grassariam mais terríveis dramas e tormentosas situações injustificáveis.

A mediunidade não é sinal de santificação, nem representa característica divinatória. Constitui, apenas, um meio de entrar em contato com as almas que viveram na Terra, sendo os médiuns, por isso mesmo, mais responsável do que as demais pessoas, por possuírem a prova da

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sobrevivência que chega a todos por seu intermédio. O respeito e a dedicação que imponham ao trabalho é o que irá credenciá-los, naturalmente, à estima e à admiração do próximo, como sucede com qualquer pessoa na mais obscura ou relevante atividade a que se dedique [...]. A mediunidade, [...] aplicada para o serviço do bem, pode converter-se em instrumento de luz para o seu portador, tanto quanto para todos aqueles que a buscam.

A mediunidade que promove e eleva a criatura humana é a proposta básica do Espiritismo, uma vez que, se por um lado a Doutrina esclarece e educa o médium, o Evangelho de Jesus, vivenciado, lhe faculta a reforma moral necessária para ascender aos planos elevados da vida. Assim, tendo a mediunidade com o Cristo objetivo de abrir as portas das percepções gloriosas do Infinito, permitindo se erga a Humanidade para os píncaros do progresso, estaremos com o seu exercício salutar, impulsionando a nossa e a evolução geral, tão sonhada pelas criaturas.

A mediunidade, em si mesma, não é boa nem é má, antes se apresenta em caráter de neutralidade, ensejando ao homem utilizá-la conforme lhe aprouver, desse uso derivando os resultados que acompanharão o medianeiro até o momento final da sua etapa evolutiva no corpo.

A mediunidade é, antes de tudo, uma oportunidade de servir, bênção de Deus, que faculta manter o contato com a vida espiritual. Graças ao intercâmbio [mediúnico] podemos ter aqui [no plano físico], não apenas a certeza da sobrevivência da vida após a morte, mas também o equilíbrio para resgatarmos com proficiência os débitos adquiridos em encarnações anteriores.

Finalmente, é oportuno recordar que não há uma mediunidade mais importante que a outra. Todas são úteis e necessárias. Nem há médium mais forte, mais poderoso que outro. Segundo o apóstolo Paulo de Tarso, os dons mediúnicos provêm de uma mesma fonte e de um mesmo Senhor.Fonte de Consulta: Apostila da FEB, Mediunidade, Estudo e Prática.

4.2. Tipos e Classificação geral dos Médiuns e da mediunidade

A faculdade mediúnica não se revela em todos da mesma maneira. Os médiuns tem geralmente aptidão especial para esta ou aquela ordem de fenômenos, o que os divide em tantas variedades quantas são as espécies de mediunidade, embora nada impeça que um médium venha a possuir mais do que uma aptidão.

As espécies de manifestações: A dos Médiuns de efeitos físicos; Médiuns sensitivos (impressionáveis); audientes; videntes, sonambúlicos, curadores, pneumatógrafos, escreventes (psicógrafos). (L.M. cap. XIV, it. 159).

Os médiuns podem ser conscientes (facultativos, voluntários) ou inconscientes (involuntários). 

Podem dividir-se os médiuns em duas grandes categorias:

Médiuns de efeitos físicos: os que têm o poder de provocar efeitos materiais, ou manifestações ostensivas, tais como: movimento de corpos inertes, ruídos, etc. Trata-se de uma categoria de médiuns bastante raros em nossos dias, mas que teve fundamental importância na fase de implantação da Doutrina Espírita. (L.M., cap. XVI, it. 187, e capítulo XIV, it. 160).

Médiuns de efeitos intelectuais: os que são mais aptos a receber e a transmitir comunicações inteligentes. (L.M., cap. XVI, it. 187).

Todas as outras espécies se prendem mais ou menos diretamente a uma dessas categorias e algumas podem ser classificadas nessas duas categorias.

4.2.1. Espécies comuns a todos os gêneros de mediunidade

(L.M. cap. XVI, it. 163 e 188)

a) Médiuns sensitivos (ou impressionáveis): pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos, por uma impressão geral ou local, vaga ou material. A maioria dessas pessoas distingue os Espíritos bons dos maus, pela natureza da impressão.

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"Os médiuns delicados e muito sensitivos devem abster-se das comunicações com os Espíritos violentos, ou cuja impressão é penosa, por causa da fadiga que daí resulta." (L.M., cap. XIV, it. 164 e cap. XVI, it. 188.)

b) Médiuns naturais ou inconscientes (Involuntários): os que produzem espontaneamente os fenômenos, sem intervenção da própria vontade e, as mais das vezes, à sua revelia. São os que exercem sua influência sem querer de forma involuntária, frequentemente em adolescentes e crianças pequenas. (L.M., cap. XVI, it. 188).

c) Médiuns Facultativos ou Conscientes (voluntários): Tem consciência do seu poder e produzem efeitos espíritos pela própria ação da vontade. Os que têm o poder de provocar os fenômenos por ato da própria vontade.

“Qualquer que seja sua vontade, eles nada podem se os espíritos se recusam o que prova a intervenção de uma força estranha”. (L.M. cap. XVI it 160 e 188).

Não se manifesta a todos com o mesmo grau, mas são raros os médiuns com esse poder.

Todo aquele que sente num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, rara são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva.

d) Pessoas com dose de eletricidade: Nesta categoria parece, à primeira vista, se deviam incluir as pessoas dotadas de certa dose de eletricidade natural, verdadeiros torpedos humanos (nota do L.M., o torpedo refere-se a um tipo de peixe semelhante a arraia que possui órgãos capazes de emitir descargas elétricas), a produzirem, por simples contato, todos os efeitos de atração e repulsão.

Errado, porém, considerá-las médiuns, porquanto a mediunidade supõe a intervenção direta de um Espírito. Ora, no caso de que falamos, concludentes experiências hão provado que a eletricidade é o agente único desses fenômenos. Esta estranha faculdade, que quase se poderia considerar uma enfermidade, pode às vezes estar aliada à mediunidade, como é fácil de verificar-se na história do Espírito batedor de Bergzabern. Porém, as mais das vezes, de todo independem de qualquer faculdade mediúnica. Conforme já dissemos, a única prova da intervenção dos Espíritos é o caráter inteligente das manifestações. Desde que este caráter não exista, fundamento há para serem atribuídas a causas puramente físicas. A questão é saber se as pessoas elétricas estarão ou não mais aptas, do que quaisquer outras, a tornarem-se médiuns de efeitos físicos. Cremos que sim, mas só a experiência poderia demonstrá-lo. (L.M. cap. XIV questão 163).

O próprio Kardec dá a entender que não há muitas explicações sobre este tipo de fenômeno, sendo este um desafio que demandaria mais experiências, mas fez uma ressalva que este tipo de “eletricidade” não seria uma forma de mediunidade, mas sim uma potencialidade anímica, que até poderia em alguns casos ser notada como mediúnica, como no caso do “Espírito batedor de Bergzabern”.

Publicado na Revista Espírita, maio de 1858, o caso narra à passagem de um Espírito (classificado como “leviano”), que obedecia ao comando de um menino de onze anos, durante o seu trono sonambúlico do sono. Conforme os comandos do garoto, o Espírito dava pancadas que se ouviam próximo a ele, de forma rítmica, tocando marchas militares da época. Neste caso constatou-se que o garoto era portador de uma mediunidade de efeitos físicos que somada à ação do Espírito batedor, causava o som das batidas.

Kardec ainda faz algumas considerações sobre a natureza deste Espírito:

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“Esse Espírito, por inferior que fosse, não era, pois, nem mau nem malevolente; era simplesmente um desses Espíritos, tão numerosos, dos quais estamos, sem cessar, rodeados sem o sabermos. Poderia agir, nessa circunstância, por um simples efeito do seu capricho, como também poderia fazê-lo por instigação de Espíritos elevados, tendo em vista despertar a atenção dos homens e convencê-los da realidade de um poder superior fora do mundo corpóreo.”

4.2.2. Médiuns de Efeitos Físicos

São aqueles aptos à produção de fenômenos materiais que sensibilizam objetivamente os nossos sentidos, tais como: movimento de corpos inertes, ruídos, etc. (L.M., cap. XIV, it. 160).

Trata-se de uma categoria de médiuns bastante raros em nossos dias, mas que teve fundamental importância na fase de implantação da Doutrina Espírita.

Podem dividir-se em médiuns facultativos e médiuns involuntários.

Médiuns facultativos ou voluntários são aqueles que têm consciência de sua força e produzem fenômenos espíritas por ação da própria vontade. É claro que, para isso, lhes é preciso o concurso de um Espírito. Essa faculdade, embora inerente à espécie humana, está longe de existir em todas as pessoas no mesmo grau. Mas, se há poucas pessoas nas quais sejam absolutamente nulas, mais raros ainda são aqueles capazes de produzir grandes efeitos, como o levantamento de corpos pesados, a sua translação e, sobretudo, as aparições.

Médiuns naturais ou involuntários são aqueles cuja influência se exerce a seu mau grado. Eles não têm nenhuma consciência de sua força e, muitas vezes, o que se passa de anormal em seu redor de modo nenhum se lhes afigura extraordinário. O fato pode ocorrer em qualquer idade e verifica-se até mesmo em crianças muito tenras.

4.2.3. Variedades especiais para os efeitos físicos

(L.M., cap. XVI, it. 189) 

a) Médiuns Tiptólogos: Aqueles pela influência dos quais se produzem os ruídos, as pancadas. Variedade muito comum, com ou sem intervenção da vontade. Mesmo sem que o médium tome conhecimento, os Espíritos podem se utilizar de certos recursos fluídicos que eles possuem para produzir o fenômeno;

b)  Médiuns Motores: Os que produzem movimentos dos corpos inertes. Variedade muito comum, com ou sem intervenção da vontade. Muito comum.

c) Médiuns de translações e de suspensões: os que produzem a translação aérea e a suspensão dos corpos inertes no espaço, sem ponto de apoio. Entre eles há os que podem elevar-se a si mesmos. Mais ou menos raros, conforme a amplitude do fenômeno; muito raros, no último caso.

d) Médiuns de Efeitos Musicais: Os que produzem execução de composições em certos instrumentos musicais sem o contato físico com estes. Muito raros.

e) Médiuns de Aparições: os que podem provocar aparições fluídicas ou tangíveis, visíveis para os assistentes, usando matéria astral chamada de ectoplasma. Excepcionais.

f) Médiuns de Transporte: os que podem servir de auxiliares aos Espíritos para o transporte de objetos materiais (grande porte, de um lado para outro). Variedade dos médiuns motores e de translações. Excepcionais.

g) Médiuns Noturnos: Os que só na obscuridade obtêm certos efeitos físicos, outros só obtêm certos efeitos físicos na obscuridade total.

h) Médiuns Pneumatógrafos: os que obtêm a escrita direta (espécie de mediunidade onde os Espíritos, utilizando-se do ectoplasma do médium, escrevem sobre determinados

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objetos sem se utilizarem de lápis ou caneta - L.M., cap. XIV, it. 177). Fenômeno muito raro e, sobretudo, muito fácil de ser imitado pelos trapaceiros.

NOTA: Os Espíritos insistiram, contra a nossa opinião, em incluir a escrita direta entre os fenômenos de ordem física, pela razão, disseram eles, de que: "Os efeitos inteligentes são aqueles para cuja produção o Espírito se serve dos materiais existentes no cérebro do médium, o que não se dá na escrita direta. A ação do médium é aqui toda material, ao passo que no médium escrevente, ainda que completamente mecânico, o cérebro desempenha sempre um papel ativo".

i) Médiuns curadores: os que têm o poder de curar ou de aliviar o doente, só pela imposição das mãos, ou pela prece. "Esta faculdade não é essencialmente mediúnica; possuem-na todos os verdadeiros crentes, sejam médiuns ou não. As mais das vezes é apenas uma exaltação do poder magnético, fortalecido, se necessário, pelo concurso de bons Espíritos."

Na realidade, todos somos capazes de curar enfermidades pela prece e pela transfusão fluídica, mas, também aqui, esta designação deve ficar reservada para aquelas pessoas onde a capacidade de curar ou aliviar as doenças é bem evidente; (L.M., cap. XIV, it. 175)

j) Médiuns excitadores: pessoas que têm o poder de, por sua influência, desenvolver nas outras a faculdade de escrever."Aí há antes um efeito magnético do que um caso de mediunidade propriamente dita, porquanto nada prova a intervenção de um Espírito. Como quer que seja, pertence à categoria dos efeitos físicos."

k) Médiuns Psicômetras: são aqueles aptos a identificarem os fluidos presentes em determinados objetos e locais (Psicometria - Faculdade pela qual o sensitivo, tocando em determinados objetos, entra em relação com pessoas e fatos aos mesmos ligados);Quando tocamos num objeto, imantamo-lo com o fluido que nos é peculiar. E se, além do simples toque ou uso, convertermos inadvertidamente esse objeto, seja um livro, uma caneta, uma joia ou, em ponto maior, uma casa ou um automóvel em motivo de obsessiva adoração, ampliando, excessivamente, as noções de posse ou propriedade, o volume de energias fluídicas que sobre o mesmo projetamos é de tal maneira acentuado que a nossa própria mente ali ficará impressa.

http://www.acasadoespiritismo.com.br/temas/psicometria.htm

4.2.4. Variedades especiais para efeitos intelectuais

(L.M., cap. XVI, it. 190)

a) Médiuns audientes: os que ouvem os Espíritos. Muito comuns. "Muitos há que imaginam ouvir o que apenas lhes está na imaginação."

Em algumas vezes é como se escutassem uma voz interna que lhes ressoasse no foro íntimo, doutras vezes, é uma voz exterior, clara, distinta; (L.M., cap. XIV, it 165, cap. XVI it. 190) 

b) Médiuns falantes (Psicofônicos): os que falam sob a influência dos Espíritos. São aqueles que possibilitam aos Espíritos a comunicação oral com outras pessoas encarnadas, utilizando dos recursos vocais do médium. É a variedade de médiuns mais comum em nossos dias; (L.M., cap. XIV, it. 166, cap. XVI it. 190). 

c) Médiuns videntes: os que, em estado de vigília, veem os Espíritos. A visão acidental e fortuita de um Espírito, numa circunstância especial, é muito frequente; mas, a visão habitual, ou facultativa dos Espíritos, sem distinção, é excepcional. "É uma aptidão a que se opõe o estado atual dos órgãos visuais. Por isso é que cumpre nem sempre acreditar na palavra dos que dizem ver os Espíritos."

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Nesta categoria, podemos incluir as pessoas dotadas de dupla vista. O médium vidente julga ver com os olhos, mas na realidade é a alma quem vê e por isso é que veem tanto com os olhos fechados como com os olhos abertos (na verdade as imagens são postadas na nossa tela mental) (L.M., cap. XIV, it 167, cap. XVI it 190).

d) Médiuns inspirados: aqueles a quem, quase sempre mau grado seu, os Espíritos sugerem ideias, quer relativas aos atos ordinários da vida, quer com relação aos grandes trabalhos da inteligência.

e) Médiuns de pressentimentos: pessoas que, em dadas circunstâncias, têm uma intuição vaga de coisas vulgares que ocorrerão no futuro.

f) Médiuns proféticos: variedade dos médiuns inspirados, ou de pressentimentos. Recebem, permitindo-o Deus, com mais precisão do que os médiuns de pressentimentos, a revelação de futuras coisas de interesse geral e são incumbidos de dá-las a conhecer aos homens, para instrução destes.

"Se há profetas verdadeiros, mais ainda os há falsos, que consideram revelações os devaneios da própria imaginação, quando não são embusteiros que, por ambição, se apresentam como tais." (Veja-se, em O Livro dos Espíritos, o n. 624 - "Característicasdo verdadeiro profeta".)

g) Médiuns sonâmbulos ou Desdobramento: os que, em estado de sonambulismo, são assistidos por Espíritos.

São capazes de emanciparem seu corpo espiritual deixando a organização física num estado de sonolência ou apatia. Segundo Kardec, estes médiuns "vivem por antecipação a vida espiritual", pois são capazes de realizar inúmeras tarefas no mundo dos Espíritos. O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio espírito. É sua alma que no momento de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos. (Livro dos médiuns, capítulo XIV, questão 172).

h) Médiuns extáticos: os que, em estado de êxtase, recebem revelações da parte dos Espíritos. "Muitos extáticos são joguetes da própria imaginação e de Espíritos zombeteiros que se aproveitam da exaltação deles. São raríssimos os que mereçam inteira confiança."

i) Médiuns pintores ou desenhistas (psicopictografia, ou pictografia): os que pintam ou desenham sob a influência dos Espíritos. Falamos dos que obtêm trabalhos sérios, visto não se poder dar esse nome a certos médiuns que Espíritos zombeteiros levam a fazer coisas grotescas, que desabonariam o mais atrasado estudante.

Os Espíritos levianos se comprazem em imitar. Na época em que apareceram os notáveis desenhos de Júpiter, surgiu grande número de pretensos médiuns desenhistas, que Espíritos levianos induziram a fazer as coisas mais ridículas. Um deles, entre outros, querendo eclipsar os desenhos de Júpiter, ao menos nas dimensões, quando não fosse na qualidade, fez que um médium desenhasse um monumento que ocupava muitas folhas de papel para chegar à altura de dois andares. Muitos outros se divertiram fazendo que os médiuns pintassem supostos retratos, que eram verdadeiras caricaturas.

j) Médiuns músicos: os que executam, compõem, ou escrevem músicas, sob a influência dos Espíritos. Há médiuns músicos, mecânicos, semimecânicos, intuitivos e inspirados, como os há para as comunicações literárias. (Veja-se - Médiuns para efeitos musicais.)

4.2.5. Variedades dos Médiuns Escreventes

(L.M., cap. XVI)

Segundo o modo de execuçãoMédiuns Escreventes ou Psicógrafos: os que têm a faculdade de escrever por si mesmos sob a influência dos Espíritos. Foi pelos médiuns escreventes que Allan Kardec montou os pilares básicos da Codificação Espírita; (L.M., cap. XV, its. 178 a 184).

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Podemos classificar os médiuns escreventes em:

a) Médiuns Escreventes Mecânicos: a aptidão do médium permite ao Espírito comunicante atuar diretamente no centro motor correspondente à mão, impulsionando-a de modo independente da sua vontade. A mão se move sem interrupção e sem embargo. O que caracteriza o fenômeno é o total desconhecimento do médium sobre o que escreve. É uma faculdade preciosa, pois não deixa dúvida alguma sobre a independência do pensamento daquele que se comunica. O papel do médium mecânico se assemelha ao de uma máquina copiadora. São raros os médiuns portadores dessa capacidade. (L.M., cap. XV it 179)

b) Médiuns Escreventes Semimecânicos: aqueles cuja mão se move involuntariamente, mas que têm, instantaneamente, consciência das palavras ou das frases, à medida que escrevem. O médium sente à sua mão uma impulsão é dada. É mais comum esse tipo de capacidade. (L.M., cap. XV, it. 181)

c) Médiuns Escreventes Intuitivos: aqueles com quem os Espíritos se comunicam pelo pensamento e cuja mão é conduzida voluntariamente (o Espírito não atua sobre a mão). O médium sente sua vontade dirigida por outra, sua postura é mais atuante. O papel do médium é o de transmitir o pensamento do Espírito, livre como o faria um intérprete. Tem plena consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento. No princípio do desenvolvimento da faculdade, o médium tem dificuldade em distinguir o que é seu e o que não é. Segundo Kardec, é possível reconhecer-se o pensamento sugerido, por não ser nunca preconcebido, nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e, algumas vezes, é contrária à ideia que antecipadamente se formara.

Tem como característica a espontaneidade da comunicação e, após o intercâmbio, mesmo que o médium tenha conhecimento do assunto, dificilmente ele se lembrará das palavras textuais ou da sua ordem, perdendo-se, assim, a beleza da mensagem.

Podemos também ser intuídos ou inspirados nos trabalhos de Evangelização de crianças, na doutrinação em reuniões mediúnicas, nas orientações do Atendimento Fraterno, nas Palestras e etc. (L.M. cap. XV, it. 180)

"São muito comuns, mas também muito sujeitos a erro, por não poderem, multas vezes, discernir o que provem dos Espíritos do que deles próprios emana."

d) Médiuns polígrafos: aqueles cuja escrita muda com o Espírito que se comunica, ou aptos a reproduzir a escrita que o Espírito tinha em vida. O primeiro caso é muito vulgar; o segundo, o da identidade da escrita, é mais raro.

e) Médiuns poliglotas: os que têm a faculdade de falar, ou escrever, em línguas que lhes são desconhecidas. Muito raros.

f) Médiuns iletrados: os que escrevem, como médiuns, sem saberem ler, nem escrever, no estado ordinário. "Mais raros do que os precedentes; há maior dificuldade material a vencer."

Segundo o desenvolvimento da faculdadea) Médiuns novatos: aqueles cujas faculdades ainda não estão completamente

desenvolvidas e que carecem da necessária experiência.

b) Médiuns improdutivos: os que não chegam a obter mais do que coisas insignificantes, monossílabos, traços ou letras sem conexão. (Veja-se o capítulo "Da formação dos médiuns”).

c) Médiuns feitos ou formados: aqueles cujas faculdades mediúnicas estão completamente desenvolvidas, que transmitem as comunicações com facilidade e presteza, sem hesitação. Concebe-se que este resultado só pelo hábito pode ser conseguido, porquanto nos médiuns novatos as comunicações são lentas e difíceis.

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d) Médiuns lacônicos: aqueles cujas comunicações, embora recebidas com facilidade, são breves e sem desenvolvimento.

e) Médiuns explícitos: as comunicações que recebem têm toda a amplitude e toda a extensão que se podem esperar de um escritor consumado. "Esta aptidão resulta da expansão e da facilidade de combinação dos fluidos. Os Espíritos os procuram para tratar de assuntos que comportam grandes desenvolvimentos."

f) Médiuns experimentados: a facilidade de execução é uma questão de hábito e que muitas vezes se adquire em pouco tempo, enquanto que a experiência resulta de um estudo sério de todas as dificuldades que se apresentam na prática do Espiritismo. A experiência dá ao médium o tato necessário para apreciar a natureza dos Espíritos que se manifestam para lhes apreciar as qualidades boas ou más, pelos mais minuciosos sinais, para distinguir o embuste dos Espíritos zombeteiros, que se acobertam com as aparências da verdade. Facilmente se compreende a importância desta qualidade, sem a qual todas as Outras ficam destituídas de real utilidade. O mal é que muitos médiuns confundem a experiência, fruto do estudo, com a aptidão, produto da organização física. Julgam-se mestres, porque escrevem com facilidade; repelem todos os conselhos e se tomam presas de Espíritos mentirosos e hipócritas, que os captam, lisonjeando-lhes o orgulho. (Veja-se, adiante, o capítulo "Da obsessão").

g) Médiuns maleáveis: aqueles cuja faculdade se presta mais facilmente aos diversos gêneros de comunicações e pelos quais todos os Espíritos, ou quase todos, podem manifestar-se, espontaneamente, ou por evocação. "Esta espécie de médiuns se aproxima muito da dos médiuns sensitivos."

h) Médiuns exclusivos: aqueles pelos quais se manifesta de preferência um Espírito, até com exclusão de todos os demais, o qual responde pelos outros que são chamados.

"Isto resulta sempre de falta de maleabilidade. Quando o Espírito é bom, pode ligar-se ao médium, por simpatia, ou com um intento louvável; quando mau, é sempre objetivando pôr o médium na sua dependência. E mais um defeito do que uma qualidade e muito próximo da obsessão." (Veja-se o capítulo "Da obsessão".)

i) Médiuns para evocação: os médiuns maleáveis são naturalmente os mais próprios para este gênero de comunicação e para as questões de minudências que se podem propor aos Espíritos. Sob este aspecto, há médiuns inteiramente especiais. "As respostas que dão não saem quase nunca de um quadro restrito, incompatível com o desenvolvimento dos assuntos gerais."

j) Médiuns para ditados espontâneos: recebem comunicações espontâneas de Espíritos que se apresentam sem ser chamados. Quando esta faculdade é especial num médium, torna-se difícil, às vezes impossível mesmo, fazer-se por ele urna evocação. "Entretanto, são mais bem aparelhados que os da classe precedente. Atenta em que o aparelhamento de que aqui se trata é o de materiais do cérebro, pois mister se faz, frequentemente, direi mesmo - sempre, maior soma de inteligência para os ditados espontâneos, do que para as evocações. Entende por ditados espontâneos os que verdadeiramente merecem essa denominação e não algumas frases incompletas ou algumas ideias corriqueiras, que se deparam em todos os escritos humanos."

Segundo o gênero e a particularidade das comunicaçõesa) Médiuns versejadores: obtêm, mais facilmente do que outros, comunicações em verso.

Muito comuns, para maus versos; muito raros, para versos bons.

b) Médiuns poéticos: sem serem versificadas, as comunicações que recebem têm qualquer coisa de vaporoso, de sentimental; nada que mostre rudeza. São, mais do que os outros, próprios para a expressão de sentimentos ternos e afetuosos. Tudo, nas suas comunicações, é vago; fora inútil pedir-lhes ideias precisas. Muito comuns.

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c) Médiuns positivos: suas comunicações têm, geralmente, um cunho de nitidez e precisão, que muito se presta às minúcias circunstanciadas, aos informes exatos. Muito raros.

d) Médiuns literários: não apresentam nem o que há de impreciso nos médiuns poéticos, nem o terra-a-terra dos médiuns positivos; porém, dissertam com sagacidade. Têm o estilo correto, elegante e, frequentemente, de notável eloquência.

e) Médiuns incorretos: podem obter excelentes coisas, pensamentos de inatacável moralidade, mas num estilo prolixo, incorreto, sobrecarregado de repetições e de termos impróprios. "A incorreção material do estilo decorre geralmente de falta de cultura intelectual do médium que, então, não é, sob esse aspecto, um bom instrumento para o Espírito, que a isso, aliás, pouca importância liga. Tendo como essencial o pensamento, ele vos deixa a liberdade de dar-lhe a forma que convenha. Já assim não é com relação às ideias falsas e ilógicas que uma comunicação possa conter, as quais constituem sempre um índice da inferioridade do Espírito que se manifesta."

f) Médiuns historiadores: os que revelam aptidão especial para as explanações históricas. Esta faculdade, como todas as demais, independe dos conhecimentos do médium, porquanto não é raro verem-se pessoas sem instrução e até crianças tratar de assuntos que lhes não estão ao alcance. Variedade rara dos médiuns positivos.

g) Médiuns científicos: não dizemos sábios, porque podem ser muito ignorantes e, apesar disso, se mostram especialmente aptos para comunicações relativas às ciências.

h) Médiuns receitistas: têm a especialidade de servirem mais facilmente de intérpretes aos Espíritos para as prescrições médicas. Importa não os confundir com os médiuns curadores, visto que absolutamente não fazem mais do que transmitir o pensamento do Espírito, sem exercerem por si mesma influência alguma. Muito comuns.

i) Médiuns religiosos: recebem especialmente comunicações de caráter religioso, ou que tratam de questões religiosas, sem embargo de suas crenças, ou hábitos.

j) Médiuns filósofos e moralistas: as comunicações que recebem têm geralmente por objeto as questões de moral e de alta filosofia. Muito comuns, quanto à moral. "Todos estes matizes constituem variedades de aptidões dos médiuns bons. Quanto aos que têm uma aptidão especial para comunicações científicas, históricas, médicas e outras, fora do alcance de suas especialidades atuais, fica certo de que possuíram, em anterior existência, esses conhecimentos, que permaneceram neles em estado latente, fazendo parte dos materiais cerebrais de que necessita o Espírito que se manifesta; são os elementos que a este abrem caminho para a transmissão de ideias que lhe são próprias, porquanto, em tais médiuns encontram-se instrumentos mais inteligentes e mais maleáveis do que num ignaro." (Erasto.)

k) Médiuns de comunicações triviais e obscenas: estas palavras indicam o gênero de comunicações que alguns médiuns recebem habitualmente e a natureza dos Espíritos que as dão. Quem haja estudado o mundo espírita, em todos os graus da escala, sabe que existem Espíritos cuja perversidade iguala à dos homens mais depravados e que se comprazem em exprimir seus pensamentos nos mais grosseiros termos. Outros, menos abjetos, se contentam com expressões triviais. E natural que esses médiuns sintam o desejo de se verem livres da preferência de que são objeto por parte de semelhantes Espíritos e que devem invejar os que, nas comunicações que recebem, jamais escreveram uma palavra inconveniente.

Fora necessário uma estranha aberração de ideias e estar divorciado do bom senso, para acreditar que semelhante linguagem possa ser usada por Espíritos bons.

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Segundo as qualidades físicas do médiuma) Médiuns calmos: escrevem sempre com certa lentidão e sem experimentar a mais ligeira

agitação.

b) Médiuns velozes: escrevem com rapidez maior do que poderiam voluntariamente, no estado ordinário. Os Espíritos se comunicam por meio deles com a rapidez do relâmpago. Dir-se-ia haver neles uma superabundância de fluido, que lhes permite identificarem-se instantaneamente com o Espírito. Esta qualidade apresenta às vezes seu inconveniente: o de que a rapidez da escrita a toma muito difícil de ser lida, por quem quer que não seja o médium. "É mesmo muito fatigante, porque desprende muito fluido inutilmente."

c) Médiuns convulsivos: ficam num estado de sobre excitação quase febril. A mão e algumas vezes todo o corpo se lhes agitam num tremor que é impossível dominar. A causa primária desse fato está sem dúvida na organização, mas também depende muito da natureza dos Espíritos que por eles se comunicam. Os bons e benévolos produzem sempre uma impressão suave e agradável; os maus, ao contrário, produzem-na penosa. "É preciso que esses médiuns só raramente se sirvam de sua faculdade mediúnica, cujo uso frequente lhes poderia afetar o Sistema nervoso." (Capítulo "Da identidade dos Espíritos", diferenciação dos bons e maus Espíritos.)

Segundo as qualidades morais dos médiunsDa influência moral do médium, Da obsessão, Da identidade dos Espíritos e outros, para os quais chamamos particularmente a atenção. Aí se verá a influência que as qualidades e os defeitos dos médiuns podem exercer na segurança das comunicações e quais os que com razão se podem considerar médiuns imperfeitos ou bons médiuns.

4.2.6. Médiuns imperfeitos:

a) Médiuns obsediados: os que não podem desembaraçar-se de Espíritos importunos e enganadores, mas não se iludem.

b) Médiuns fascinados: os que são iludidos por Espíritos enganadores e se iludem sobre a natureza das comunicações que recebem.

c) Médiuns subjugados: os que sofrem uma dominação moral e, muitas vezes, material da parte de maus Espíritos.

d) Médiuns levianos: os que não tomam a sério suas faculdades e delas só se servem por divertimento, ou para futilidades.

e) Médiuns indiferentes: os que nenhum proveito moral tiram das instruções que obtêm e em nada modificam o proceder e os hábitos.

f) Médiuns presunçosos: os que têm a pretensão de se acharem em relação somente com Espíritos superiores. Creem-se infalíveis e consideram inferior e errôneo tudo o que deles não provenha.

g) Médiuns orgulhosos: os que se envaidecem das comunicações que lhes são dadas; julgam que nada mais têm que aprender no Espiritismo e não tomam para si as lições que recebem frequentemente dos Espíritos. Não se contentam com as faculdades que possuem, querem tê-las todas.

h) Médiuns suscetíveis: variedades dos médiuns orgulhosos suscetibilizam-se com as críticas de que sejam objeto suas comunicações; zangam-se com a menor contradição e, se mostram o que obtêm, é para que seja admirado e não para que se lhes dê um parecer. Geralmente, tomam aversão às pessoas que os não aplaudem sem restrições e fogem das reuniões onde não possam impor-se e dominar. "Deixai que se vão pavonear algures e procurar ouvidos mais complacentes, ou que se isolem; nada perdem as reuniões que da presença deles ficam privadas." - ERASTO.

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i) Médiuns mercenários: os que exploram suas faculdades.

j) Médiuns ambiciosos: os que, embora não mercadejem com as faculdades que possuem, esperam tirar delas quaisquer vantagens.

k) Médiuns de má-fé: os que, possuindo faculdades reais, simulam as de que carecem, para se darem importância. Não se podem designar pelo nome de médium as pessoas que, nenhuma faculdade mediúnica possuindo, só produzem certos efeitos por meio do charlatanismo.

l) Médiuns egoístas: os que somente no seu interesse pessoal se servem de suas faculdades e guardam para si as comunicações que recebem.

m) Médiuns invejosos: os que se mostram despeitados com o maior apreço dispensado a outros médiuns, que lhes são superiores. Todas estas más qualidades têm necessariamente seu oposto no bem.

4.2.7. Bons médiuns:

a) Médiuns sérios: os que unicamente para o bem se servem de suas faculdades e para fins verdadeiramente úteis.

b) Médiuns modestos: os que nenhum reclamo fazem das comunicações que recebem, por mais belas que sejam. Consideram-se estranhos a elas e não se julgam ao abrigo das mistificações. Longe de evitarem as opiniões desinteressadas, solicitam-nas.

c) Médiuns devotados: os que compreendem que o verdadeiro médium tem uma missão a cumprir e deve, quando necessário, sacrificar gostos, hábitos, prazeres, tempo e mesmo interesses materiais ao bem dos outros.

d) Médiuns seguros: os que, além da facilidade de execução, merecem toda a confiança, pelo próprio caráter, pela natureza elevada dos Espíritos que os assistem; os que, portanto, menos expostos se acham a ser iludidos. Veremos mais tarde que esta segurança de modo 'algum depende dos nomes mais ou menos respeitáveis com que os Espíritos se manifestem.

http://www.espiritualismo.info/esp3.html#ESP%C3%89CIES

http://www.acasadoespiritismo.com.br/mediunidade/tipos%20de%20mediuns.htm

4.2.8. Mediunidade de Cura

É o tipo de mediunidade em que o médium pratica as chamadas curas espirituais ou cirurgias espirituais. Esses médiuns podem, com a ajuda direta ou indireta dos espíritos, abrir o caminho para aliviar e curar uma pessoa. Dizemos “abrir o caminho” porque ninguém pode curar alguém que não deseje ser curado ou que possua um forte carma que o obrigue a passar pelo estado de doença.

A medicina cura e trata dos efeitos. A espiritualidade trata as causas quando são modificadas as estruturas de nossos pensamentos.

Em O Livro dos Médiuns, a mediunidade de cura está perfeitamente catalogada, demonstrando-nos que, em todos os casos em que atuamos através da fluidoterapia, pela doação fraterna de amor, existe uma participação espiritual e, naqueles com a mediunidade de cura mais ostensiva, esta transmissão fluídica ocorre com mais profusão, quando os benfeitos da Vida Maior potencializam a aplicação fluídica especificando o tratamento.

Mas teremos sempre que observar: sempre serão analisados pelos benfeitores da Vida Maior o merecimento e a fé do indivíduo e, principalmente, a firme intenção em melhorar-se, para que nossos velhos equívocos não sejam comparados a uma roupa velha solicitando remendo novo.

Em muitos casos, algumas enfermidades são o remédio necessário, e para mais alguns casos a melhora é a medida certa aos seus compromissos reencarnatórios. Para outros casos, a cura

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é muitas vezes acompanhada invariavelmente do tratamento médico que existe na Terra, graças à Providência Divina.

Médiuns de cura são ectoplastas por emitirem como os médiuns físicos o mesmo fluido observável sob diferentes aspectos a respeito do qual aqui trataremos.

Podemos incluir os médiuns de cura na categoria dos de efeitos físicos em face de certas características. Em substância, os fluidos comuns procedem de um princípio que preferimos continuar chamando de Fluido Cósmico Universal, a despeito de opiniões e nomenclaturas de físicos da atualidade. O fluido emitido por médiuns de efeitos físicos, ou seja, o ectoplasma, também chamado de fluido psíquico, é aquele emitido pelos que possuem essa tendência inata. O jeito específico quanto a propriedades, o produto da fonte geradora e a sua vibração é o que faz a diferença.

Há outros atributos que torna distinta, referente à sua sensibilidade, essa disposição. Pela instintiva tendência para curar enfermidades ou de, ao menos, fazer com que as doenças sejam amenizadas, o médium curador pode debelar moléstias, restituir tecidos e órgãos lesados do corpo físico de quem a ele recorra, estimulado pela piedade nele despertada, o sofrimento, a doença do próximo, incluindo-se doenças de influenciação espiritual, consciente ou inconscientemente.

Esses fluidos são por ele irradiados sobre o doente, revigorando-lhe órgãos, normalizando funções e destruindo até placas e tumores de caráter fluídico, produzidos por auto-obsessão ou por influenciação externa. Por considerarmos certos médiuns de cura médiuns de efeitos físicos, afora o magnetismo que possui, ele é sensível fonte geradora de ectoplasma, cujo seu desempenho o faz naturalmente captar fluidos mais leves, mais sutilizados.

Por intermédio dele se verificam verdadeiros milagres, bem entendido, milagres, algo admirável, os quais se processam através da concentração, da oração impulsionada pelo sublime desejo de sinceramente praticar aquele amoroso pedido de Jesus Cristo: “Restituí a saúde aos doentes”. E como a Lei de Caridade e Amor preside a todos os atos das esferas superiores, os bondosos e esclarecidos Espíritos, que se liga a ele por simpatia, vêm em seu auxílio por causa do sentimento em benefício do próximo.

Sempre que o médium de cura se destina a exercer o seu ofício de modo desinteressado, ou seja, sem “profissionalismo”, já que Jesus também recomendou “dar de graça o que de graça se recebeu”, Espíritos benéficos, especialistas em química e operadores atuantes nesse campo, incumbem-se do uso dos fluidos. Eles submetem os fluidos irradiados pelo organismo do médium para esse fim a um transcendente processo químico, aprimorado em laboratórios da dimensão imponderável, menos grosseira que a nossa.

No que o médium se concentra pelo meio já referido, ele se ergue à maior altura. À medida que se exalça, capta além de tudo, os fluidos leves e benignos provindos das fontes da Natureza: irradia-os sobre a pessoa necessitada; interpenetra-lhe o corpo físico; bombardeia os átomos, além de atingir o campo celular. Ao fazer penetrar intensamente o fluido, as células revitalizam as funções do corpo físico, elevam a vibração íntima do paciente e restituem-lhe o equilíbrio mental.

Quando assim sucede, é porque houve uma combinação do fluido espiritual com o humano. Há casos em que se pode empregar a força magnética, particularidade intrínseca mais ou menos ativa em cada um de nós. Neste caso, é prática espontânea os Espíritos perfazerem as qualidades que faltem no fluido humano, consoante explicou Kardec.

Como já percebemos, “ninguém faz absolutamente nada sem nada” (assim disse o Espírito Emmanuel). E recapitulando, o médium curador não se completa sem a atuação dos que o assistem, ou seja, os verdadeiros autores dos fenômenos: os Espíritos. Inicialmente, dissemos que o médium de cura é sensível fonte geradora de ectoplasma, esse curioso fluido de efeitos diversos e de aspectos particulares; todavia, sem o imprescindível vínculo com Entidades

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atuantes, do domínio da cura, sobretudo, sem a “ideia iluminada pela fé e pela boa vontade”, 6 nenhum médium logrará êxito através desse recurso concedido por Deus.

Mas, em se tratando de doação pelo meio e propósito do que até aqui interpretamos, preciso se torna levar em conta outra particularidade. Apesar de o fluido emitido pelos médiuns de efeitos físicos serem idêntico ao emitido pelos médiuns de cura, conforme o professor Edvaldo Kulcheski, ambos os ectoplasmas ainda assim diferem. Kulcheski, profundo conhecedor e pesquisador de fenômenos mediúnicos, disse existir uma dissimilitude entre os dois processos de desprendimento ectoplasmático que convém saber.

Por exemplo: a técnica de emprego do ectoplasma para se obter manifestações físicas, tais como: transporte, tiptologia, voz e escrita direta, materialização de Espíritos, etc., difere da empregada para fins de cura. Por se constituir de fluidos próprios para a prática de efeitos tangíveis ele é denso, ao passo que os aplicados para finalidade de cura são constituídos de uma sutileza admirável, cujo primor é vibratoriamente favorável. Há um outro aspecto do fenômeno de cura que não podemos deixar de registrar, as operações cirúrgicas, assunto de que trataremos na próxima vez.

Em conclusão, a terapia mediúnica acontece pelo emprego da energia fluídica, engendrada por Espíritos incumbidos desse procedimento. Ainda que as curas se realizem pela força magnética, mesmo assim, podem ser acrescidas de fluidos manipulados por técnicos e operadores do âmbito espiritual, Entidades felizes e bondosas que, em nome de Cristo, sempre atentas e dispostas, ajudam a quem sinceramente deseja ajudar o próximo; por isso, ser médium de cura é possuir um nobre e grandioso compromisso.

A mediunidade de cura é um meio de resgate de débitos morais de existências passadas, resume-se numa tarefa de incansável esforço pela conquista do maior grau possível de virtudes. E para quem busca a cura espiritual, aqui temos precioso lembrete dos bons Espíritos: jamais a obteremos sem o necessário reajustamento íntimo. E que reajustamento é esse, senão o de nos tornarmos melhores, dia a dia, conforme os preceitos de Jesus que propõem uma conduta saudável e exemplar como a que Ele teve.

Os Médiuns curadores têm o poder de curar ou de aliviar os males pela imposição das mãos ou pela prece. Esta faculdade não é essencialmente mediúnica, pois todos os verdadeiros crentes a possuem, quer sejam médiuns ou não. Frequentemente não é mais do que a exaltação da potência magnética, fortalecida em caso de necessidade pelo concurso dos Espíritos bons diz Allan Kardec em O Livro dos Médiuns.

Existem dois tipos principais de mediunidade de cura. A mediunidade de cura passiva e a ativa. Na mediunidade ativa os espíritos podem ser, eles mesmos, os agentes principais da cura, ou podem apenas auxiliar um processo que é conduzido ativamente pelo médium. Por exemplo, casos em que o médium doa seu magnetismo a uma pessoa e há espíritos auxiliando com uma doação extra de energia curativa tem a participação ativa do médium.

Mas o médium também pode participar passivamente, realizando aquilo que chamamos de mediunidade passiva de cura. Neste caso, ele apenas cede seu veículo físico ao espírito, que incorpora no médium, assumindo suas funções e movimentos, e o próprio espírito realiza a cura. Aqui o médium se encontra passivo e na maioria das vezes inconsciente, enquanto o espírito faz todo o trabalho.

Uma das grandes provações do médium de cura é não se deixar levar pelas tentações do orgulho e da vaidade. Quando o médium começa a ser solicitado, admirado, requisitado, começa a ser muito falado, fica famoso e muitos começam a adorá-lo como um ídolo, seu ego pode atrapalhar sua missão, e há uma grande chance dele cair, estragar tudo e perder uma valiosíssima oportunidade de redimir seu karma, e o mais importante: ajudar pessoas e participar ativamente da obra de Deus no mundo. Há vários médiuns de cura que caíram por sua vaidade e perderam a oportunidade de expandir ainda mais seu trabalho. Até os dias de hoje há médiuns que se deixam levar pela soberba, pelo ego, começam a ficar acreditando que

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são muito importantes, muito valorosos e até mesmo muito “caridosos”, enchem seu ego de louvor, e por isso, decaem pela tentação do orgulho. Quando isso ocorre, a plêiade de espíritos que o acompanhavam em sua missão deve procurar outro veículo disponível para o mesmo tipo de trabalho. Pode acontecer do médium falhar em sua missão e ser retirado do corpo físico, vindo a desencarnar antes da hora.

Modalidades de Terapia Espirituala) Fluidoterapia Convencional: trata-se do Passe Magnético, da água fluidificada e da

irradiação à distância. São modalidades terapêuticas onde se trabalha com fluidos curadores, encontradas em quase todos os centros espíritas;

b) Assistência Através de Médiuns Receitistas: o médium receitista, segundo Allan Kardec (que os denominava também de médiuns medicinais), são aqueles cuja especialidade é a de servirem mais facilmente aos Espíritos que fazem prescrições médicas. Lembra o codificador que não se deve confundi-los com os médiuns curadores, porque nada mais fazem do que transmitir o pensamento do Espírito e não exercem por si mesmos, nenhuma influência.

Benfeitores espirituais dotados de conhecimentos sobre Medicina, que ditam através do médium (geralmente por psicografia) os medicamentos e as orientações que deve seguir para o seu restabelecimento. A maioria deles trabalha com Medicina Homeopática, lançando mão também de chás, ervas e drogas ditas naturais;

No LIZ não permitimos este tipo de trabalho.c) Assistência Espiritual Direta: consiste na atuação terapêutica dos Espíritos sem a

participação direta de médiuns. Talvez seja a mais comum das modalidades terapêuticas espíritas, onde os Benfeitores estarão mobilizando recursos fluídicos específicos em benefício dos necessitados sem que eles, muitas vezes, percebam. Esta modalidade pode desenrolar-se nos centros espíritas ou mesmo nas residências dos enfermos. Em determinadas situações o doente é levado em corpo espiritual a certos hospitais do mundo extrafísico e lá são submetidos a complexos processos de reparação perispiritual;

d) Operações Espirituais: essa modalidade terapêutica caracteriza-se pela atuação de Espíritos desencarnados incorporados e médiuns específicos.

Com relação aos resultados destas operações espirituais, o Dr. Jorge Andréa esclarece que eles vão depender de fatores ligados ao médium e ao doente. Os primeiros se relacionam à seriedade, honestidade de princípios e moralidade. Os fatores relacionados aos doentes são a fé, o merecimento e a programação cármica.

Espiritismo e Médium CuradorA mediunidade curadora deve ser examinada tal qual qualquer outra modalidade mediúnica. Nesse sentido o médium de cura deve procurar canalizar seus recursos fluídicos para o bem, sustentado pelos princípios espíritas e pela moral evangélica. Aquele que se vê com esses dotes mediúnicos deve procurar nortear sua conduta a partir dos seguintes itens:

a) Vinculação a um Centro Espírita: a maior parte dos problemas observados com os médiuns curadores reside no fato de não se submeterem aos regimes doutrinários de um Centro Espírita. Muitas vezes optam por um trabalho isolado, quando não constroem seu próprio centro espírita, estruturado em ideias errôneas e práticas inadequadas. Muitos inconvenientes seriam evitados se ele se integrasse a um Centro Espírita como qualquer outro trabalhador de Jesus e amparado pelas forças dos companheiros encarnados e desencarnados sofreria uma proteção muito mais efetiva;

b) Estudo Sistemático Do Espiritismo: não se pode separar a prática mediúnica do estudo constante dos postulados espíritas. Sem esse conhecimento doutrinário, facilmente o

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médium cairá nas malhas dos Espíritos da sombra ou de pessoas inescrupulosas e aproveitadoras;

c) Gratuidade Absoluta: a Doutrina espírita não se coaduna com qualquer tipo de cobrança para prestação de serviço espiritual. A gratuidade está também relacionada com a questão melindrosa dos "presentes" e das "doações para instituições" que muitas vezes nada mais são do que formas disfarçadas de cobrança;

d) Exercício Constante da Humildade: Allan Kardec assevera que o maior escolho à boa prática mediúnica é a vaidade e o orgulho. Nesse sentido, o médium de cura deve se conscientizar de que ele é apenas um elemento na complexa engrenagem organizada pelo mundo maior, engrenagem esta, que vai encontrar no Cristo o seu condutor maior.

Finalidade das Curas EspirituaisSabemos que o grande papel desempenhado pelo Espiritismo está relacionado à moralização da humanidade. Assim sendo, pergunta-se porque assume a Doutrina Espírita compromissos com as curas espirituais? Qual a finalidade da existência de médiuns curadores? Quem responde é Divaldo Franco:

A prática do bem, do auxílio aos doentes. O apóstolo Paulo já dizia: Uns falam línguas estrangeiras, outros profetizam, outros impõe as mãos... Como o Espiritismo é o Consolador, a mediunidade, sendo o campo, a porta pelos quais os Espíritos Superiores semeiam e agem, a faculdade curadora é o veículo da misericórdia para atender a quem padece, despertando-o para as realidades da Vida Maior, a Vida Verdadeira. Após a recuperação da saúde, o paciente já não tem direito de manter dúvidas nem suposições negativas ante a realidade do que experimentou.

O médium de cura é o intermediário para o chamamento aos que sofrem, para que mudem a direção do pensamento e do comportamento, integrando-se na esfera do bem.

Fontes de ConsultaApostila de estudos sobre mediunidade IDE-JF

Diretrizes de Segurança - Divaldo e Raul Teixeira

Psicologia Espírita - Dr. Jorge Andréa

Mãos de Luz - Dra. Bárbara Brenan

Site: www.cvdee.org.br

https://hugolapa.wordpress.com/2012/01/08/mediunidade-de-cura/

http://www.institutochicoxavier.com/index.php/informativo/o-que-e-o-espiritismo-2/2011-mediunidade-de-cura

http://www.oconsolador.com.br/ano6/270/davilson_silva.html

4.3. Perigos e Inconvenientes, Perda e Suspensão da Faculdade Mediúnica.

4.3.1. Perigos e Inconvenientes da Faculdade mediúnica

Após uma centena de anos recebendo os mais variados ataques, que iam da fraude às manifestações demoníacas, surge novos opositores que não discutem quanto à existência do fenômeno mediúnico espírita, somente acha que a prática da mediunidade é suscetível de levar para caminhos perigosos quem a ela se dedicar. Não se pode negar que o Espiritismo, na sua parte prática, realmente oferece perigos aos imprudentes que, sem estudo e preparo, sem método adequado e sem proteção eficaz, se lançam a aventuras experimentais por passatempo ou frívola diversão, atraindo, para si, elementos inferiores do mundo invisível cuja influência maléfica fatalmente sofrerá.

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Estes perigos, no entanto, são por demais exagerados pelos detratores da Doutrina Espírita, a fim de desestimular a aproximação do homem da fonte capaz de “matar-lhe” a sede de conhecimento acerca de seu destino futuro, terreno este, que foi monopolizado pelas religiões tradicionalistas, as quais não suportam o mais leve exame da lógica e da razão.

Há necessidade de precaução em toda prática ou experimentação que se faça. Ninguém, por exemplo, sem ter conhecimento, pelo menos rudimentar, sobre Química, entraria em um laboratório e se poria a manipular substâncias desconhecidas, a não ser que quisesse colocar em risco sua segurança e a sua saúde. Qualquer coisa poderá ser boa ou má, conforme o uso que se lhe der. É injusto, porém, ressaltar os possíveis perigos da mediunidade sem assinalar os extraordinários benefícios que propicia, dentre os quais, a comprovação da imortalidade da alma, ponto que sozinho é suficiente para anular a angústia natural do homem, transmitindo-lhe a certeza da continuidade da vida após a sepultura.

Nenhum progresso, nenhum avanço, nenhuma descoberta se alcança sem esforço, sem sacrifícios e sem certos riscos. Se os grandes navegadores não tivessem tentado suas viagens através dos oceanos, enfrentando o desconhecido e as forças naturais, até hoje, permaneceríamos vivendo em núcleos isolados ainda de forma primitiva, porque a falta de entrosamento e de troca de experiência nos manteria nos limites tradicionalistas, herdados de nossos antepassados. No oceano do mundo invisível palpitam outros seres, outras sociedades, outros mundos que estão à nossa espera, e dos quais nos chegam os informes, pelo correio da mediunidade, para que deles usufruamos a experiência vivida.

Deus nos colocou em um verdadeiro oceano de vida, que é um reservatório inesgotável de energias e, dando-nos a inteligência, a consciência e a razão, quis Ele que conhecêssemos essas forças e aprendêssemos a manipulá-las, convenientemente, para nosso benefício espiritual. Este exercício constante permite que nós mesmos nos desenvolvamos até alcançar o império sobre a Natureza, o domínio do Espírito sobre a matéria.

"Essa conquista é o mais elevado objetivo a que possamos consagrar a nossa vida. Em vez de afastar dele o homem, ensinemos-lhe a caminhar ao seu encontro, sem hesitação. Estudemos, escrutemos o Universo em todos os seus aspectos, sob todas as formas."

As dificuldades da experimentação mediúnica estão em proporção com o desconhecimento das leis psíquicas que regem os fenômenos, desconhecimento este que mergulha o homem em um lago de ignorância ou no estímulo para a criação de crendices e absurdos nas quais procura se agarrar.

"Em tais condições, pode acontecer que a experimentação espírita reserve numerosas ciladas, muito mais, entretanto, aos médiuns que aos observadores. O médium é um ser nervoso, sensível, impressionável; e envolto numa atmosfera de calma, de paz e benevolência, que só a presença dos Espíritos adiantados pode criar. A prolongada ação fluídica dos Espíritos inferiores lhe pode ser funesta, arruinar-lhe a saúde, provocando os fenômenos de obsessão e possessão..." (No Invisível, Cap. XXII)

Todo cuidado que tomarmos, incentivando-nos ao conhecimento pelo estudo e ao aperfeiçoamento moral pela prática das virtudes cristãs, será o cumprimento tão somente dos nossos deveres perante a mediunidade.

"É necessário adotar precauções na prática da mediunidade. As vias de comunicação que o Espiritismo facilita entre o nosso mundo e o mundo oculto, podem servir de veículos de invasão às almas perversas que flutuam em nossa atmosfera, se lhes não soubermos opor resistência vigilante e firme. Muitas almas sensíveis e delicadas, encarnadas na Terra, têm sofrido em consequência de seu comércio com esses Espíritos maléficos, cujos desejos, apetites e remorsos os atraem constantemente para perto de nós."(idem)

Pela lei de afinidade vibratória que condiciona o enlace psíquico entre as criaturas, criando a simpatia e a antipatia, constantemente estamos rodeados de entidades atraídas a nós pelo nosso "hálito mental", que, se mau, atrairá os maus, se bom, atrairá os bons.

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"As almas elevadas sabem mediante seus conselhos, preservar-nos dos abusos, dos perigos, e nos guiar pelo caminho da sabedoria; mas sua proteção será ineficaz, se por nossa parte não fizermos esforços para nos melhorarmos. É destino do homem desenvolver suas forças, edificar ele próprio sua inteligência e sua consciência. É preciso que saibamos atingir um estado moral que nos ponha ao abrigo de toda agressão das individualidades inferiores. Sem isso, a presença de nossos guias será impotente para nos salvaguardar."

Assim, pois, não basta apenas que os mentores nos queiram defender; antes de tudo, é preciso que saibamos nos conservarmos em permanente elevação de propósitos, de pensamentos, de ideias e de ações. Caso contrário, estaremos sujeitos à obsessão, que é a ação persistente de um mau Espírito determinando uma influência perniciosa sobre o estado de equilíbrio psíquico da criatura e até sobre sua saúde física. É a moral descuidada e menosprezada gerando estados lastimáveis de Espírito e de corpos também.

4.3.2. Mediunidade e Estados Patológicos

No início do Movimento Espírita, observações superficiais, constatando o grande número de pessoas desequilibradas, levantaram a hipótese de que a mediunidade seria um estado patológico, ou seja, doença da mente do médium. Perguntados sobre a questão, eis como os Espíritos responderam:

“a faculdade mediúnica é um estado "anômalo, às vezes, porém, não patológico; há médium de saúde robusta; os doentes os são por outras causas." (Livro dos Médiuns, capítulo XVIII)

Acreditava-se também que o exercício prolongado da faculdade mediúnica produzia alguma fadiga sobre o médium e que isto podia ser motivo de contraindicar o seu uso. Note-se, porém, que o uso de qualquer faculdade por tempo prolongado causa o cansaço e a fadiga, porém, este será do corpo, do organismo do intermediário e nunca do Espírito, que até se fortalecerá de acordo com a natureza do trabalho que efetue.

Atualmente, as pesquisas no campo da Parapsicologia já evidenciaram o fato aceito e preconizado pelo Espiritismo há mais de cem anos: "Os fenômenos paranormais não são patológicos" [Robert Amadou - Parapsicologia, VI parte, Cap. IV, nº 5]; "Até hoje nada indicou qualquer elo especial entre funções psicopatológicas e parapsicológicas" [J.B. Rhine, Fenômenos e Psiquiatria, pg 40].

Poderia a mediunidade produzir a loucura?

R. Não mais do que qualquer outra coisa, desde que não haja pré-disposição para isso, em virtude de fraqueza cerebral. A mediunidade não produzirá a loucura, quando esta já não exista em gérmen; porém, existindo este, o bom-senso está a dizer que se deve usar de cautelas, sob todos os pontos de vista, porquanto qualquer abalo pode ser prejudicial. (Livro dos Médiuns, capítulo XVIII)

O que se observa na prática é a existência de inúmeros casos, que são rotulados como doença mental segundo os cânones científicos, eu que nada mais é que simples perturbação espiritual, que tratada convenientemente, cede por completo.

Há casos em que a mediunidade não encarada como merecedora de cuidados especiais, gera obsessões de curto, médio e longos cursos, que somente um tratamento adequado e paciencioso poderá resolver. Assim, nem todos os que apresentam sintomas de desequilíbrio psíquico devem ser encarados como médiuns em potencial, e até, pelo contrário, não se deve estimular o exercício mediúnico nas pessoas de caracteres impressionáveis e fracos, a fim de evitar consequências desagradáveis.

"Do seu exercício cumpre afastar, por todos os meios possíveis, as que apresentem sintomas, ainda que mínimos, de excentricidade nas ideias, ou de enfraquecimento das faculdades mentais, porquanto, nessas pessoas, há pré-disposição evidente para a loucura, que se pode manifestar por efeito de qualquer sobre excitação."(Idem)

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4.3.3. Mediunidade na Infância

Outro perigo e inconveniente da mediunidade é estimulá-la nas crianças. Embora boa parte do material que serviu para fundamentar a Doutrina Espírita tenha vindo através da mediunidade de inocentes jovens, despreparadas intelectualmente para desempenharem papel ativo nas comunicações, devemos levar em conta que o fato se dava à revelia das próprias médiuns, pois os fenômenos tinham caráter eminentemente espontâneo. Aquelas crianças que manifestarem espontaneamente a faculdade, devem ser cercada de cuidados especiais, procurando, por todos os meios, evitar seu incentivo, buscando instruí-las e formar sua personalidade. Somente depois que elas venham a amadurecer orgânica e psicologicamente é que se deve orientar o seu desenvolvimento mediúnico propriamente dito.

Haverá inconveniente em desenvolver-se a mediunidade nas crianças?

R. Certamente e sustento mesmo que é muito perigoso, pois que esses organismos débeis e delicados sofreriam por essa forma grandes abalos, e as respectivas imaginações excessivas sobre excitação. Assim, os pais prudentes devem afastá-las dessas ideias, ou, quando nada, não lhes falar do assunto, senão do ponto de vista das consequências morais.

4.3.4. Perda e Suspensão da Faculdade Mediúnica

A característica de quem abusa do exercício mediúnico são:

Acreditar-se privilegiado por possuir a faculdade;

Não atender às solicitações de estudo da Doutrina;

Achar que o guia espiritual ensina tudo;

Não ter horário para trabalhar mediunicamente, entregando-se à prática a qualquer hora, ocasião e local;

Fazer trabalhos mediúnicos habitualmente em casa domiciliar;

Cobrar monetária ou moralmente pelos bens que eventualmente possa obter pela faculdade mediúnica.

O médium que emprega mal a sua faculdade está se candidatando:

A ser veículo de comunicações falsas;

A ser vítima dos maus Espíritos;

À obsessão;

A se constituir em veículo de ideias fantasiosas nascidas de seu próprio Espírito orgulhoso e pretensioso;

À perda ou suspensão da faculdade mediúnica.

A faculdade mediúnica pode ser retirada em determinadas circunstâncias da vida?

Eis a resposta de Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier:

"Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho. Se o patrimônio divino é desviado de seus fins, o mau servo torna-se indigno da confiança do Senhor da seara da verdade e do amor. Multiplicados no bem, os talentos mediúnicos crescerão para Jesus, sob as bênçãos divinas; todavia se sofrem o insulto do egoísmo, do orgulho, da vaidade, da exploração inferior, podem deixar o intermediário do invisível entre as sombras pesadas do estacionamento, nas mais dolorosas perspectivas de expiação, em vista do acréscimo de seus débitos irrefletidos." [O Consolador - questão 389]

Existem casos em que a interrupção demonstra uma prova de benevolência do Espírito protetor para com o médium, segundo nos esclarece Allan Kardec (Livro dos Médiuns, capítulo XVII, questão 220).

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Nesta situação, há três aspectos a considerar:

Quando o Espírito amigo e protetor quer provar que a comunicação mediúnica não depende dele, médium, e que assim, este não se deve vangloriar ou envaidecer;

Quando o médium está debilitado fisicamente e precisa de repouso;

Quando se fizer necessário por à prova a paciência e a perseverança do médium ou lhe dar tempo para meditar nas instruções recebidas dos Espíritos.

Como vemos, a mediunidade pode ser considerada como verdadeiro instrumento de redenção da criatura humana, que, ao usá-la com dignidade e coração, tem oportunidade de exercitar as virtudes cristãs como a humildade, o perdão, o amor e a caridade.

Sendo uma faculdade como as outras que possuímos, pode de uma hora para outra sofrer interrupções. Isto acontece porque a produção mediúnica ocorre através do concurso dos Espíritos, sem eles nada pode o médium; a faculdade continua a existir em essência mas os Espíritos não podem ou não querem se utilizar daquele instrumento mediúnico.

Os bons Espíritos se afastam dos médiuns por vários motivos. Analisemos alguns:

a) Advertência: quando o médium se serve da faculdade mediúnica para atender a coisas frívolas ou com propósitos ambiciosos e desvirtuados.

Como coisas frívolas, citamos a prática dos "ledores da sorte". Infelizmente, este desvirtuamento da verdadeira prática mediúnica existe em larga escala, e, mais cedo ou mais tarde, tais médiuns terão que prestar contas ao Senhor da aplicação feita dos talentos recebidos.

Os chamados "profissionais da mediunidade" não se agastam em receber pagamentos, quer sob a forma de dinheiro, presentes, favores, privilégios ou até mesmo dependência afetiva ou emocional.

Recordemos as palavras do Espírito Manoel Philomeno de Miranda:

"(...) o médium, habituando-se aos negócios e interesses de baixo teor vibratório, embrutece-se, desarmoniza-se (...). A mediunidade com Jesus, liberta, edifica e promove moralmente o homem, enquanto que, com o mundo, aturde, escraviza e obsedia a criatura." [Seara do Bem, Profissionais da Mediunidade]

Quando os Espíritos que sempre se comunicam por um determinado médium deixam de fazê-lo, o fazem para provar ao médium e a todos que eles são indispensáveis, e que, sem o seu concurso simpático, nada se obterá. Muitas vezes, tal atitude se prende à forma pela qual o médium vem se conduzindo, deixando a desejar sob o ponto de vista moral e doutrinário.

Geralmente, este tipo de suspensão é por algum tempo e a faculdade volta a funcionar, cessada a causa que motivou a suspensão.

b) Benevolência: quando as forças do médium estão esgotadas e seu poder de defesa fica reduzido, para que não caia como presa fácil nas mãos de obsessores, sua faculdade é suspensa, temporariamente, até que volte aos seu estado normal e possa exercitar com eficiência. Assim,

"A interrupção da faculdade nem sempre é uma punição, demonstra às vezes a solicitude do Espírito para com o médium, a quem consagra afeição, tendo por objetivo proporcionar-lhe um repouso material de que o julgou necessitado, e neste caso não permite que outros Espíritos o substituam." (Livro dos Médiuns, capítulo XVII, item 220)

Léon Denis [No Invisível - cap IV] afirma que:

"A intensidade das manifestações está na razão direta do estado físico e mental do médium. A saúde do médium parece-nos ser uma das condições de sua faculdade. Conhecemos um

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grande número de médiuns que gozam perfeita saúde; temos notado mesmo que, quando a saúde se lhes altera, os fenômenos se enfraquecem e cessam de se produzir."

Por que sinal se pode reconhecer a censura na interrupção da mediunidade?

"Que interrogue o médium a sua consciência e pergunte a si mesmo que uso tem feito da sua faculdade, que benefícios têm resultado para os outros, que proveito tem tirado dos conselhos que lhe deram, e terá a resposta." (Livro dos Médiuns, capítulo XVII, item 220).

Vianna de Carvalho nos diz que

"O mau uso da faculdade mediúnica pode entorpecê-la e até mesmo fazê-la desaparecer, tornando-se para o seu portador, um verdadeiro prejuízo, uma rude provação. Algumas vezes como advertência, interrompe-se-lhe o fluxo medianímico e os Espíritos superiores, por afeição ao médium, permitem que ele perceba, a fim de mais adestrar-se, buscando descobrir a falha que propiciou a suspensão, restaurando o equilíbrio; outras vezes, é-lhe concedida com o objetivo de facultar-lhe algum repouso e refazimento.”

c) Provação: quando o médium, apesar de se conduzir com acerto, ter o merecimento por boa conduta moral e não necessitar de descanso tem suas possibilidades mediúnicas diminuídas ou interrompidas, Allan Kardec nos diz que:

Servem para lhes por a paciência à prova e para lhes experimentar a perseverança. Por isso é que os Espíritos nenhum termo, em geral, assinam, à suspensão da faculdade mediúnica; é para verem se o médium desanima. Muitas vezes, serve também para lhes dar tempo de meditar as instruções recebidas.

Outra causa é quando o médium não aproveita as instruções nem os conselhos que os protetores espirituais propiciam. O Espírito protetor aconselha sempre para o bem, sugerindo bons pensamentos ou amparando nas aflições o seu tutelado, mas, em situação alguma, desrespeita o livre-arbítrio de quem quer que seja. (...) Afasta-se, quando vê que seus conselhos são inúteis e que mais forte é, no seu protegido, a decisão de submeter-se à influência dos Espíritos inferiores. Mas não o abandona completamente e sempre se faz ouvir. É então o homem que tapa os ouvidos. O protetor volta desde que este o chame. (Livro dos Espíritos, questão 495)

No caso de não mais funcionar a faculdade mediúnica, isto jamais se deve ao fato de o médium ter encerrado a sua missão, como se costuma dizer, porque toda missão encerrada com sucesso é prenúncio de nova tarefa que logo se lhe segue, e assim, sucessivamente. O que ocorre nestes casos é a perda por abuso da mediunidade ou por doença grave.

Fontes de consulta:Livro dos Médiuns - Allan Kardec

Livro dos Espíritos - Allan Kardec

No Invisível - Léon Denis

Médiuns e Mediunidades - Vianna de Carvalho / Chico Xavier

O Consolador - Emmanuel / Chico Xavier

4.4. Desenvolvimento mediúnico

4.4.1. Desenvolvimento Mediúnico

É o ato de fazer crescer, progredir, expor a faculdade que permite aos homens comunicar-se com os Espíritos.

Se nós falamos somente em desenvolvimento mediúnico e não em “criar” mediunidade ou médiuns, é certamente porque esta faculdade não se cria numa determinada pessoa que não a possua. A mediunidade é uma faculdade tão natural no homem quanto qualquer outro dos

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cinco sentidos habituais (visão, audição, olfato, tato e paladar). Tomemos o paladar para exemplo.

Ninguém inventa faculdade inata, pronta para ser utilizada, como que programada por milênios e milênios de existências anteriores, documentada na nossa memória espiritual.

É preciso, contudo, em cada existência que se reinicia, reaprender a utilizá-lo adequadamente para selecionar alimentos, definir preferências ou recusar substâncias prejudiciais. Assim também é a mediunidade um atributo físico do homem. Os Espíritos afirmam a Kardec (livro dos médiuns, capítulo XX, questão 226):

"A faculdade mediúnica se radica no organismo".

O médium já nasce médium. Cabe-nos, portanto, se possuidores da faculdade mediúnica, nos esforçarmos por exercê-la com devotamento e humildade.

4.4.2. Por que desenvolver a mediunidade

De posse destes conceitos, forma-se uma nova dúvida em nossa mente: Por que desenvolver a mediunidade? Presença de mediunidade significa necessidade de trabalho na Seara Espírita? Nós sabemos que na Terra estamos rodeados por Espíritos desencarnados que a todo instante, através do pensamento, nos influenciam e são influenciados por nós. Sendo os médiuns, por características próprias de seu corpo físico, indivíduos mais sensíveis, captam com maior facilidade a influência dos Espíritos, podendo sofrer, às vezes, consequências desagradáveis em decorrência de possuir em uma faculdade que não conhecem e não dominam.

Além disso, nós sabemos que da faculdade mediúnica podem dispor-se bons e maus Espíritos, podendo, no caso dos maus, levarem o médium ao desequilíbrio.

O Espírito da Verdade afirma [Livro dos Médiuns, capítulo XXXI, item XV]:

"Todos os médiuns são incontestavelmente chamados a servir à causa do Espiritismo, na medida da sua faculdade."

Em [Nos Domínios da Mediunidade] ouvimos as seguintes afirmativas do Espírito Albério (instrutor de André Luiz):

"Mediunidade, por si só não basta. É necessário sabermos que tipo de onda mental assimilamos, para conhecer a qualidade do nosso trabalho e julgar nossa direção. É perigoso possuir sem saber usar."

Assim, é a mediunidade uma faculdade inerente à própria vida, sendo semelhante ao dom da visão comum, peculiar a todas as criaturas, responsável por tantas glórias e por tantos infortúnios na Terra. Entretanto, ninguém se lembrará de suprimir os olhos, porque milhões de pessoas, em face das circunstâncias imponderáveis da evolução, tenham se servido dos olhos para perseguir e matar nas guerras de terror e destruição. É necessário iluminá-los, orientá-los, esclarecê-los.

4.4.3. Etapas do Desenvolvimento Mediúnico

A mediunidade não requisitará desenvolvimento indiscriminado, mas, antes de tudo, aprimoramento da personalidade mediúnica e nobreza de fins, para que o médium possa tornar-se um filtro leal das Esferas Superiores com vistas à ascensão da Humanidade para o Progresso.

Mas então, como proceder ao desenvolvimento mediúnico? Allan Kardec e vários benfeitores espirituais nos orientam que, no desenvolvimento mediúnico, temos de vencer três etapas: intelectual - material - moral.

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a) Etapa Intelectual: é representada pela necessidade do estudo. Kardec afirma:

"O estudo preliminar da teoria é indispensável, se quisermos evitar inconvenientes inseparáveis da inexperiência." (L.M., cap. XVII, it. 211)

O estudo da faculdade mediúnica e o conhecimento da Doutrina Espírita são bases essenciais e indispensáveis.

b) Etapa Material: é o adestramento, uma forma de treinamento da faculdade mediúnica, uma familiarização com as técnicas envolvidas no processo da mediunidade.

"Na verdade, até hoje, não existe sinal ou diagnóstico infalível para se chegar à conclusão que alguém possua essa faculdade; os sinais físicos nos quais algumas pessoas julgam ver indícios, nada têm de infalíveis. Ela se encontra, nas crianças e nos velhos, entre homens e mulheres, quaisquer que sejam o temperamento, o estado de saúde, o grau de desenvolvimento intelectual e moral. Não há senão um meio para lhe contatar a existência que é o experimentar." (L.M., cap. XVII, it 200).

Essa experimentação deve ser: perseverante, assídua, séria, em grupo, local adequado, sob orientação experiente, desprovida de condicionamentos.

O candidato à médium deve ter disciplina, persistência, exercitando-se para as comunicações em dias e horários certos da semana, pré-estabelecidos, de preferência em grupo. Kardec nos orienta (L.M., cap. XVII, it. 207) que a reunião de pessoas com intenção semelhante forma um todo coletivo onde a força e a sensibilidade se encontra aumentadas por uma espécie de influência magnética que ajuda o desenvolvimento da faculdade.

A reunião deste grupo deve ser sob a direção de pessoas experientes, conhecedoras da Doutrina Espírita e do fenômeno mediúnico.

Essa reunião deve ser também feita, de preferência em local apropriado, isto é, no Centro Espírita, onde estaremos sob o amparo e a orientação de Espíritos Bons, que são responsáveis pelos trabalhos mediúnicos da Casa. Além disto, todo Centro Espírita tem como que um isolamento magnético que nos protege espiritualmente durante os trabalhos mediúnicos. É simples compreendermos, pois na Terra acontece o mesmo. Um acadêmico de Medicina inicia seu treinamento aos doentes num Hospital e sob a supervisão de um médico experiente para evitar desastres. Se for uma cirurgia será necessária um cuidado ainda maior - um centro cirúrgico.

O candidato à médium não deve desistir se, após 2, 3 ou 10 tentativas de comunicação com os Espíritos não obtiver qualquer resultado ou qualquer indício de comunicação. Como vimos, existem obstáculos decorrentes da própria organização mediúnica em desabrochamento, impedimentos materiais e psíquicos que, só com o tempo e a dedicação serão contornados.

Quanto ao médium que já controla bem sua faculdade, que permite aos Espíritos se comunicarem com facilidade, que seja, em uma palavra, um “médium feito”, seria um erro de sua parte, nos assevera Kardec (L.M., cap. XVII, it. 216) crer-se dispensado de qualquer outra instrução. Não venceu senão uma resistência material, e é agora que começa para ele o verdadeiro desafio, as verdadeiras dificuldades: vencer a terceira etapa - a moral.c) Etapa Moral: Allan Kardec define como espírita-cristão ou verdadeiro espírita, aquele que

não se contenta em admirar a moral espírita, mas a pratica e aceita todas as suas consequências. Convencido de que a existência terrena é uma prova passageira, aproveita todos os instantes para avançar no caminho do Progresso, esforçando-se em fazer o bem e anular seus maus pensamentos. A caridade em todas as coisas é a regra de sua conduta.

Sob o ponto de vista espírita, a mediunidade é uma iniciação religiosa das mais sérias, é um mandato que nos é oferecido pela Espiritualidade Superior a fim de ser fielmente desempenhada. Desta forma, o aspirante à mediunidade - Luz da Doutrina Espírita - deve partir da conscientização de seus ensinamentos e esforçar-se, desde o início de seu aprendizado,

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por ser um espírita-cristão. Isto significa trabalhar incessantemente por nossa reforma moral.Somente nossa evolução moral, nossa melhora e nosso crescimento para o Bem poderão garantir-nos o assessoramento dos bons Espíritos e o exercício seguro da mediunidade, por nossa sintonia com o Bem. E esta não é uma tarefa fácil, pois o que mais temos dentro de nós são sensações e experiências negativas e deformadas trazidas do passado. Por isso para nós ainda é mais fácil e cômodo, sintonizar com as atitudes negativas do que com as positivas.

E como faremos? Como nos livrarmos de condicionamentos inferiores? Carregamos séculos de erros e alguns anos de boas intenções. É claro que não podemos mudar sem esforço, temos que trabalhar duro nesta reforma moral, que só nós saberemos identificar e sentir porque estará marcada em nosso íntimo. Trabalhemos com exercícios diários e constantes no bem, meditando e orando muito. Jesus, o Médium por Excelência, sintonizava-se constantemente com Deus, no entanto, após a convivência com o povo, sempre se afastava para orar e meditar em silêncio e solidão.

A diferença de um bom médium e um médium desajustado, não está na mediunidade, mas no caráter de um e de outro; na formação moral está a base de todo desenvolvimento mediúnico.

Alguns cuidados devem ser tomados por todos aqueles que aspiram ao desenvolvimento mediúnico:

Culto do Evangelho no Lar: ele proporciona a renovação do clima espiritual do lar sob as luzes do Evangelho Redivivo, porque o lar é a usina maior de energia de que somos carentes, é onde compensamos nossas vibrações psíquicas em reajustamento.

Culto de Assistência: rompimento com o egoísmo, interessando-nos pelo próximo, auxiliando-o sempre em todas as ocasiões, usando ao máximo nossa capacidade de servir desinteressadamente. Participação em atividades como: campanha do quilo, distribuição de alimentos, visita aos enfermos, idosos e creches, grupos de costura, evangelização, etc.

Frequência ao Centro Espírita: nas reuniões públicas e outras atividades oferecidas pelas Casas Espíritas. Aprenderemos a viver em grupos Humanos que nos permitirão o exercício da humildade. Evitemos as sessões mediúnicas nos lares; organização espiritual não se improvisa.

Estudo Coletivo: reunidos aos companheiros para o estudo das obras espíritas, evitemos as falsas interpretações. Assimilando as experiências de companheiros, estaremos alongando nossa visão e nossa percepção dos conteúdos espíritas; o que se torna mais difícil numa leitura solitária.

Reforma Íntima: revisão e reconstrução de nossos atos e hábitos, permutando vícios por virtudes legitimamente cristãs que são as únicas que sobreviverão eternamente.

Como nos diz o instrutor Albério: "... elevemos nosso padrão de conhecimento pelo estudo bem conduzido e apuremos a qualidade de nossa emoção pelo exercício constante das virtudes superiores..."

Dentro destes critérios de desenvolvimento da mediunidade, mesmo que nenhuma faculdade venha a desabrochar, tenhamos a certeza que estaremos desenvolvendo-nos espiritualmente e capacitando-nos para o exercício da mediunidade com Jesus.

Fontes de consulta:Livro dos Espíritos - Allan Kardec

Livro dos Médiuns - Allan Kardec

Obras Póstumas - Allan Kardec

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Médium: Quem é, Quem não é? - Demétrio Pavel

Diversidade dos Carismas - Hermínio Miranda

Missionários da Luz - André Luiz / Chico Xavier

Nos Domínios da Mediunidade - André Luiz / Chico Xavier

Desenvolvimento Mediúnico - Roque Jacinto

4.5. Classificação dos Fenômenos Mediúnicos segundo seus Efeitos

Segundo os efeitos que produzem, podemos classificar os fenômenos mediúnicos em:

Fenômenos de efeitos materiais, físicos ou objetivos: são os que sensibilizam os nossos sentidos físicos, podendo se apresentar de variada forma.

Fenômenos de efeitos inteligentes ou subjetivos: são os que ocorrem na esfera subjetiva, não ferindo os cinco sentidos, senão a racionalidade e o intelecto.

4.5.1. Fenômenos Objetivos

a) Materialização: fenômeno em que ocorre a materialização ou formação de objetos e de Espíritos, utilizando-se uma energia esbranquiçada que o médium emite através dos orifícios de seu corpo, chamada ectoplasma. Esta denominação foi dada por Charles Richet, quando estudava este fenômeno.

Como exemplo mais eloquente podemos citar as experiências de William Crookes com a médium Florence Cook possibilitando a materialização do Espírito Katie King de 1870 a 1874;

b) Transfiguração: modificação dos traços fisionômicos do médium. O Espírito utiliza fluidos do mundo espiritual e os expelidos pelo próprio médium e os manipula envolvendo o rosto do médium com uma capa fluídica sobre a qual modela sua fisionomia;

c) Levitação: erguimento de objetos e pessoas contrariando a lei da gravidade. Crawford, que estudou estes fenômenos, classificou-os como resultantes de a sustentação sobre colunas de fluidos condensados erguidas para suportar o peso dos objetos e erguê-los. São conhecidos por "colunas de Crawford";

d) Transporte: entrada e saída de objetos de recintos hermeticamente fechados;

e) Bicorporeidade: aparecimento do Espírito do médium em outro local de forma materializada;

f) Voz Direta: vozes de Espíritos que soam no ambiente, independentemente do médium, através de uma garganta ectoplásmica.

g) Escrita Direta: palavras ou frases escritas diretamente pelos Espíritos;

h) Tiptologia: sinais ou pancadas formando palavras e frases inteligentes;

i) Sematologia: movimento de objetos sem contato físico, traduzindo um desejo, um sentimento.

4.5.2. Fenômenos Subjetivos

a) Intuição: é o mecanismo mediúnico mais evoluído da espécie humana. O médium consegue captar conteúdos mentais da dimensão espiritual e de lá retirar imagens, ideias ou grupos de pensamentos;

b) Vidência: é a percepção visual dos fatos que se passam na dimensão espiritual;

c) Audiência: pode-se ouvir através do órgão auditivo do corpo físico vozes, mensagens bem caracterizadas ou dentro do cérebro onde as vibrações atingem os centros nervosos ou, ainda, em alguma zona espiritual;

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d) Desdobramento: o Espírito do médium desloca-se em desdobramento perispiritual às regiões espirituais ou aqui mesmo na Terra, mas sem se materializar;

e) Psicometria: é a faculdade mediúnica onde o indivíduo torna-se capaz de registrar e identificar os fluidos de objetos e locais;

f) Psicografia: manifestação mediúnica através da escrita. Pode ser observada em graus e aspectos diversos:

g) Psicofonia: é a manifestação mediúnica através da fala.

4.5.3. Teoria das manifestações físicas

Se tivermos um efeito - o fenômeno físico - ele deve ter uma causa.

Vamos analisar os fenômenos mediúnicos produzidos pelos Espíritos desencarnados buscando saber como se opera esta ação, qual o seu mecanismo.

Notemos que estas teorias não nasceram de cérebros humanos, mas foram eles próprios, os Espíritos desencarnados, que as deram. Fizeram-nos conhecer primeiro a sua existência, sua sobrevivência, independentemente do corpo físico ou carnal. Em segundo lugar, a existência de um invólucro semimaterial que lhes serve de corpo no mundo espiritual e que tem possibilidades de ação sobre a matéria física. É o perispírito, termo criado por Allan Kardec para designar o corpo perispiritual - a condensação do fluido (que tem origem no Fluido Cósmico Universal - FCU) em torno de um foco de inteligência que é o Espírito. O períspirito é um subproduto do FCU e é variável em sua maior ou menor condensação. O que lhe dá propriedades especiais para agir sobre a matéria.

O perispírito é o intermediário entre o Espírito e corpo físico, formando assim o complexo humano:

O fenômeno mediúnico de efeito físico, isto é, aquele que sensibiliza nossos sentidos físicos, tem sua explicação na ação do perispírito. Para atuar sobre um objeto inanimado, o Espírito desencarnado combina o seu fluido perispiritual com o fluido que escapa do médium, satura os espaços interatômicos e intermoleculares da matéria e, com a força do pensamento, agindo como deseja. Temos como exemplo a movimentação de objetos e a comunicação por pancadas.

Manifestações Físicas EspontâneasEm alguns lugares, tal como aconteceu com as irmãs Fox, em Hydesville, em 1848, observam-se fenômenos mediúnicos ostensivos, como batidas ou levantamento de objetos, sem que nenhuma pessoa tivesse intenção de consegui-lo. Ocorrem espontaneamente, e muitas vezes ao dar origem àquilo que se costuma denominar de "casa mal assombrada".

Devemos analisar, primeiramente, se fenômenos como esses não são:

Frutos da imaginação ou alucinações;

De causa física conhecida;

Mistificações, fraudes de pessoas inescrupulosas.

Excluídas as causas acima, iremos analisar o motivo pelo qual os fenômenos ocorrem ou são provocados:

Perseguição de Espíritos;

Desejo de comunicar-se com a finalidade de expor alguma preocupação ou intenção;

Brincadeiras para assustar;

Intenção de provar sua sobrevivência e que o Espírito é uma realidade.

Como agir?

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Não dar atenção quando o fenômeno for produzido por Espíritos brincalhões;

Orientar, quando produzidos por Espíritos perturbadores e vingativos;

Atender às solicitações, quando justas, daqueles Espírito dentro de nossas possibilidades;

Orar. A prece sincera, originada do íntimo da alma, tocar-lhes-á o coração e os ajudará naturalmente.

Fontes de consultaLivro dos Médiuns - Allan Kardec

No Invisível - Léon Denis

O Fenômeno Espírita - Gabriel Delanne

A História do Espiritismo - Arthur Conan Doyle

Nos Alicerces do Inconsciente - Jorge Andréa

Site: http://www.cvdee.org.br

4.6. Ectoplasma

Palavra utilizada por Charles Richet para definir uma substância fluídica caracterizada como uma espécie de plasma, flexível, viscoso, incolor e inodoro, sensível ao pensamento, que escapa do organismo de certos indivíduos, através dos poros e dos orifícios naturais do corpo. Trata-se de um transe biológico, quando há não apenas dissociação psíquica, mas também biológica.

Segundo o Espírito André Luiz, no livro "Nos Domínios da Mediunidade", de Chico Xavier, "o ectoplasma está situado entre a matéria densa e a matéria perispirítica, assim como um produto de emanações da alma pelo filtro do corpo, e é o recurso peculiar não somente ao homem, mas a todas as formas da natureza. Em certas organizações fisiológicas especiais da raça humana, comparece em maiores proporções e em relativa madureza para a manifestação necessária aos efeitos físicos. É um elemento amorfo, mas de grande potência e vitalidade. Pode ser comparado a uma genuína massa protoplasmática, sendo extremamente sensível animado de princípios criativos que funcionam como condutores de eletricidade e magnetismo, mas que se subordinam, invariavelmente, ao pensamento e à vontade do médium que o exterioriza ou dos Espíritos desencarnados ou não que sintonizam com a mente mediúnica, senhoreando-lhe o modo de ser. Infinitamente plástico, dá forma parcial ou total às entidades que se fazem visíveis aos olhos dos companheiros terrestres ou diante da objetiva fotográfica, dá consistência aos fios, bastonetes e outros tipos de formações, visíveis ou invisíveis nos fenômenos de levitação, e substancializa as imagens criadas pela imaginação do médium ou dos companheiros que o assistem mentalmente afinados com ele".

O ectoplasma é substância amorfa, vaporosa, com tendência à solidificação e tomando forma por influência de um campo organizador específico a mente dos encarnados e desencarnados. Facilmente fotografado, de cor branca-acinzentada, vai desde a névoa transparente à forma tangível.

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Definição - Substância que emana do corpo de um médium capaz de produzir fenômenos de efeitos físicos ou aparições à distância. Trata-se de uma exalação fluídica, sensível ao pensamento, visível ou invisível, plástica, inodora, insípida, originalmente incolor, que tem a semelhança de uma massa protoplasmática.

Natureza - Independe do caráter e das qualidades morais do médium, constituindo emanações do sistema psicofísico, das quais o citoplasma celular é uma de suas fontes de origem.

Elementos essenciais

1) Fluidos sutis procedentes do mundo espiritual;

2) Recursos fluídicos do médium e dos assistentes encarnados;

3) Emanações fluídicas retiradas da natureza terrestre.

Propriedades

Plasticidade: Adaptabilidade às diretivas do pensamento;

Penetrabilidade: Atravessa obstáculos materiais e interpenetra nas entranhas da matéria, produzindo alterações nas vibrações atômicas (desmaterialização);

Condutibilidade: é capaz de conduzir a energia em suas diversas modalidades, eletricidade, magnetismo.

Sensibilidade: responde a estímulos, reage à ação mental, à luz (foto-sensível) e ao toque material.

Invisibilidade: pode ser encontrado em estado rarefeito e invisível. (L. Palhano Jr. - Dicionário de Filosofia Espírita).

Segundo um dos maiores estudiosos dos fenômenos psíquicos no Brasil, Dr. Hernani Guimarães Andrade, entre os termos materialização e ectoplasmia, ele prefere o segundo, pois significa forma modelada exteriormente ao organismo do agente plasmador. Em particular, a substância dócil à modelagem é o ectoplasma, quando se trata de um fenômeno paranormal. O fenômeno de ectoplasmia pode dividir-se em três tipos:

A psicoplastia, quando o ectoplasma assume formas diversas devido à ação psicocinética (produção de movimento em objetos físicos pelo exercício de poder mental ou psíquico ) exclusiva do médium.

A duplicação ectoplasmática, em que o perispírito do médium serve de organizador do ectoplasma, produzindo uma réplica do médium.

A produção de agênere ectoplasmático, na qual o médium funciona apenas como doador de ectoplasma.

Sua modelagem opera-se à custa do perispírito de um segundo agente. É possível ainda que o Espírito de uma pessoa encarnada se sirva do ectoplasma de um doador e se manifeste em forma de agênere (um espírito momentaneamente materializado) ectoplasmático. (L. Palhano Jr - Dicionário de Filosofia Espírita).

Os espíritos não produzem ectoplasma, podendo apenas manipulá-lo. Uma observação mais cuidadosa leva, inclusive, a conclusão de que esta manipulação somente pode ocorrer com a conivência, consciente ou inconsciente, dos encarnados que fornecem o ectoplasma. Deste modo, podemos deduzir que o ectoplasma é um atributo do corpo físico, portanto, da matéria, uma vez que o corpo humano é material, embora seja controlado pelo espírito nele encarnado.

Se o ectoplasma está relacionado com a matéria que constitui o corpo humano (ectohumanoplasma), ele deve existir também nos minerais (ectomineroplasma), nos vegetais (ectofitoplasma) e nos animais (ectozooplasma) em geral. Em termos de complexidade, esse ectoplasma não deve ser igual ao existente nos seres humanos.

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Em princípio, o ectoplasma mineral é o mais simples. Nos vegetais, que se alimentam principalmente de materiais inorgânicos, ele se apresenta de modo relativamente mais complexo, em virtude de ter sido trabalhado por eles a partir do material inicial. Já nos animais, que se alimentam de produtos minerais, vegetais e mesmo outros animais, o ectoplasma deve adquirir uma maior complexidade.

Não é o espírito que se materializa, mas é o ectoplasma que se adere à forma do perispírito dele. A substância sofre bastante a influência da luz do dia e da luz branca, o que causa interferências no fenômeno, tornando-se ideal a utilização de uma luz com tom avermelhado. A materialização pode acontecer sob o efeito da luz branca, mas é preciso haver muito ectoplasma. Também é difícil fazer fotos desse fenômeno com flash, uma vez que há interferência da luz nesse momento. Nas materializações, não é utilizado diretamente o ectoplasma puro exalado pelo médium. É necessário combiná-lo com outros fluidos (espirituais, físicos), ou seja, utilizar nas materializações o ectoplasma elaborado. A presença de apenas uma pessoa incrédula no ambiente dificulta ou até impede a aderência do ectoplasma no perispírito do espírito.

Nas sessões de efeitos físicos, a matéria ectoplasmatica é expelida pelo lado esquerdo do médium, saindo do chakra esplênico (sobre o baço) nos casos de materialização.  Outras vezes sai pelas mãos, pés, nariz e boca formando hastes ou barras que ficam ligadas numa extremidade ao médium, e na outra, ao objeto que vai ser movimentado.  Em alguns casos,  a haste projetada pelo médium adere ao solo e caminha até o objeto que  é agarrado por sucção.  Às vezes  escutam-se " aspiradores" escorregando pela madeira ou cimento.

Todo ser humano possui independente de ter mediunidade aflorada ou não? No caso do médium de efeitos físicos, a produção seria maior? E o desprendimento do corpo físico mais fácil também?R: Todo ser encarnado, até os animais, possuem ectoplasma. O ectoplasma tem uma íntima relação com o DUPLO ETÉRICO. Tanto o duplo quanto o ectoplasma possuem diversas características ainda a serem estudadas a exaustão. Podem ser energias mais rápidas ou lentas, frias ou quentes, de efeitos físicos ou curativos, etc. Todos nós temos algum grau de mediunidade e algum grau de ectoplasmia. As bioenergias (ou energias bioconscienciais) que geramos é sempre maiores que a que dispomos no organismo. Por isto existem os chacras, eles exalam estas energias e perfazem a aura. Uma coisa é consequência da outra.

A mediunidade em si não tem relação direta com a ectoplasmia. A mediunidade é uma sensibilização do corpo astral (que é o MOB – Modelo Organizador Biológico ou Perispírito), que por sua vez imprime caraterísticas no Duplo Etérico e respectivas energias. Se a mediunidade for programada para gerar ectoplasma, então é um caso específico, senão, não gerará. Mas quem é médium tem um Duplo Etérico mais fluido, mais maleável, o que por incrível que pareça, facilita as saídas do corpo e até atingir mais fácil o Estado Vibracional.

Médiuns de efeitos físicos e de cura são coisas diferentes, mas o médium pode possuir ambas as características. Ambos possuem maior produção de ectoplasma sim.

O médium libera pelos poros, boca, nariz e ouvido, então está se liberando ectoplasma a todo instante? A função principal de um médium de efeitos é o de doar ectoplasma?R. Todos nós exalamos energias por todos os poros, maior quantidade pelos chacras principais (onde o chacra esplênico não entra por não ser principal). Assim o médium de efeitos físicos e de cura também. No entanto, quando o ectoplasma é muito ostensivo sai por todos os orifícios do corpo: boca, narinas, ouvidos, ânus e olhos, e podem até furar a roupa do médium. Ectoplasma ostensivo não é gerado a todo instante, é preciso certo transe do médium. Então tal médium pode pegar o ônibus cheio a vontade que não vai acontecer nada na viagem.

Nós vivenciamos vários níveis de evolução em nosso holossoma (corpos sutis, mais o denso, mais o Duplo Etérico), uma delas é a biológica. Quem adquire, armazena e transmite tais informações (evolutiva das mutações) são os corpos astral e mental. Todas as mutações de DNA e mutações psíquicas (de aumento de qualidade da vontade) vão sofrendo mudança, conforme a

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necessidade de sobrevivência do indivíduo, no decorrer das reencarnações. A vontade, aos poucos, em certas circunstâncias, vai fazendo com que as células produzam mais ectoplasma, por exemplo, por fatores incertos, hipotéticos.

O holossoma ou conjunto de corpos sutis do ser humano se compõe de: corpo físico (soma), corpo astral /períspirito (psicossoma) e corpo mental (mentalssoma). O invólucro energético é o duplo etérico (corpo vital ou energossoma).

O Espírito André Luiz, estudando o Homem de acordo com o Espiritismo estabelece que ele é composto de:

Corpo Fisico ou Soma; - Duplo Etérico ou biossoma; Psicossoma ou perispírito; Corpo Mental; Espírito.

Esses conceitos serão estudados nas próximas apostilas.

Os obsessores usam nosso ectoplasma sem nossa permissão ao menos a nível consciente e os amparadores espirituais só utilizam se doarmos/permitirmos?

R. Sim, os obsessores querem sugar nossas energias de forma geral, não necessariamente o ectoplasma (que é mais difícil a exsudação e consequente vampirização), embora tais assediadores possam por acoplamento áurico, obsessão complexa e possessão, dominar e usar o ectoplasma da vítima mediunizada de forma compulsória. Conheço uma história de pais que possuíam um filho de 10 anos que era possuído e tinha que ficar com as mãos amarradas. Ao desamarrar as mãos, o espírito maligno acoplava no menino e agredia as pessoas fisicamente através do ectoplasma, podia até prender qualquer um de nós encostado numa parede.

Os amparadores geralmente utilizam nossas energias a partir de dois fatores: primeiro ela tem que ter qualidade, tem que ser boa, a segunda é mais relativa, mas geralmente depende de nossa permissão. No entanto, as vezes eles não pedem permissão e nos desprendem do corpo à noite para usar nossas energias em tratamentos extrafísicos e até em resgates densos e complicados. Nesses casos, eles “anotam” o benefício em nossa ficha cármica com “créditos”, e de tal forma, mesmo sem permissão, estão nos ajudando.

O ectoplasma sofre muito a influência da luz do dia e da luz branca, ocorrendo interferências no fenômeno, o ideal é utilizar uma luz de tom avermelhado?R: O ambiente para um trabalho de ectoplasmia, seja ele qual for, tem que ser bem controlado, senão o médium pode entrar em choque. Sim, em choque e passar muito mal. O ambiente deve estar limpo energeticamente, em penumbra mais para o escuro, com temperatura bem fresca e até com recipientes de água dentro. Aquelas fontes bonitas que fazem um barulhinho d’água são excelentes para isto. Uma suave lâmpada vermelha também pode ajudar, e já li, – ria se quiser – nos livros do Padre Quevedo, que uma luz vermelha aumenta a “força mental” em 45 vezes, segundo testes citados (blá, blá, blá…) que não me recordo os detalhes – o livro provavelmente é As Forças Físicas da Mente – este eu me lembro de cor. Nos laboratórios de Parapsicologia nos Experimentos Ganzfeld em certas circunstâncias também a utilizam. Este link é o laboratório em que fiz o curso de parapsicologia em Curitiba: https://www.youtube.com/watch?v=zgtZY_6c1kI.

Pode ocorrer materialização sob o efeito da luz branca, mas é necessário ter muito ectoplasma (em abundância)?R: A luz branca costuma queimar o ectoplasma, mas há casos de aparições em plena luz do dia em circunstâncias de rotina. Ainda não se sabe os parâmetros que influenciam esses processos de materialização. Porém, qualquer que seja a situação, favorável ou não, para haver materialização, tem que haver boa exsudação (migração, saída) de ectoplasma.

4.6.1. Características do Ectoplasma

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Ele pode ter desde uma forma tão rarefeita, que é invisível aos olhos humanos (mas registrável por outros métodos), até o estado sólido e organizada em estruturas complexas, tais como os utilizados pelos espíritos para os fenômenos de materialização.

Entre estes dois extremos ele pode passar por estados diversos: gasoso, plasmático, flosculoso, amorfo, leitoso, filamentoso, líquido, etc. O ectoplasma é sensível à ação da luz comum, porém pode suportar bem as radiações pouco energéticas do espectro da luz visível.

Ele é dócil ao comando mental do médium e, e se esse permitir também pode ser moldado pelos espíritos, e talvez também de pessoas estranhas àquele que o produz.

Mostra-se altamente suscetível à ação dos campos organizadores biológicos, tomando as formas e características de um ser vivo completo ou peças anatômicas parciais, mas com o aspecto de objetos com vida. Com a mesma facilidade com que é emitido, o ectoplasma pode reverter ao organismo do médium, sendo por este reabsorvido.

A luz lhes é destrutiva, e, a menos que ele seja gradativamente alimentado e especialmente preparado com antecedência pelos guias, o efeito de um súbito jato de luz faz com que a substância recue para o médium, com a força de um elástico, e esta se retraindo sobre uma superfície mucosa, pode determinar uma forte hemorragia.

A qualidade do ectoplasma produzido depende dos alimentos que ingerimos, alimentos que atuam de forma negativa seriam por ex:

Carnes vermelhas,  de difícil metabolização, rica em lipídios saturados e adição de hormônios.

Leites e queijos. Presença de lipídios em quantidade moderada, mas de proteínas de alto peso molecular, presença de antibióticos e pesticidas

Chocolates e demais produtos ricos em conservantes, baixo valor nutricional, digestão lenta e efeito tóxico acumulativo.

Bebidas alcoólicas.

4.6.2. Onde se forma o ectoplasma no ser humano

A observação indica uma grande movimentação fluídica, no abdome, na altura do umbigo. Outro lugar onde é comum se perceber que há uma quantidade relativamente grande de ectoplasma é no tórax.

Segundo o Sr. Nedyr Mendes da Rocha, que recebeu mensagem de um espírito desencarnado, no tempo em que participava de trabalhos de materialização, o ectoplasma se formaria, principalmente, na região do corpo próxima à base da coluna dorsal. Nesta região localiza-se o centro de força (Chakra) básico. É interessante notar que as funções deste centro estão relacionadas, também, ao aparelho reprodutor. Isso dá algum sentido à observação que fiz sobre o aumento dos sintomas do ectoplasma, em algumas mulheres, durante o período menstrual.

O Ectoplasma está situado entre a matéria densa e a matéria perispíritica (duplo etéreo), pode ser comparado à genuína massa protoplasmática, sendo extremamente sensível, animado de princípios criativos, que funcionam como condutores de eletricidade e magnetismo, mas que se subordinam, invariavelmente, à vontade do médium, que os exterioriza ou dos Espíritos desencarnados ou não, que sintonizam com a mente mediúnica.

O ectoplasma seria substância originária no protoplasma (é a substância que constitui a parte essencial da célula animal ou vegetal e que envolve o núcleo, matéria viva e ativa) das usinas celulares. O Ectoplasma doado pelo médium depois da moldagem pelo processo de condensação voltará à sua fonte por mecanismo inverso.

Fontes de consulta:

http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2014/07/ectoplasma-parte-i.html

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http://www.paginaespirita.com.br/ectoplasma.htm

http://www.ceismael.com.br/tema/ectoplasma.htm

4.7. Desdobramento, Catalepsia e Letargia.

4.7.1. Desdobramento (Sonambulismo)

O fenômeno de desdobramento espiritual, denominado também "experiência fora do corpo" ou "projeção do eu" e que Allan Kardec reconhecia com o nome de "Sonambulismo", é uma condição relativamente frequente e que tem sido muito estudada nos dias de hoje.

A quantidade de obras e artigos não espíritas ou mesmo espíritas já publicadas sobre o tema é imensa. Seu número cresce dia a dia, pois é um assunto de magna importância e que tem indiscutível implicação na questão da sobrevivência após a morte.

O médium sonambúlico (de desdobramento), segundo Kardec, é aquele "que vive por antecipação a vida dos Espíritos".

Ele desfruta da capacidade de desprender-se do seu corpo físico, deixando-o num estado de sonolência, e desloca-se no espaço apenas com seu perispírito.

Durante o desdobramento, o Espírito pode sair para longe de seu corpo e visitar locais distantes, conhecidos ou não. Nestes locais poderá encontrar-se em nosso plano físico ou nas esferas espirituais. Pode, também, entrar em contato com outros Espíritos, visitar enfermos, assistir Espíritos perturbados, etc.

A faculdade sonambúlica, lembra Kardec, "é uma faculdade que depende do organismo e nada tem a ver com a elevação, o adiantamento e a condição moral do sujeito."

No entanto, os esforços que o medianeiro empreende em sua melhoria pessoal deverão ser responsáveis pelo tipo de atividade que irá desenvolver em "suas viagens".

Com relação ao grau de consciência, os médiuns de desdobramento podem ser classificados em três tipos: conscientes, semiconscientes e inconscientes. Os primeiros lembram-se perfeitamente de tudo o que realizaram durante o desdobramento, os segundos têm uma recordação relativa, mas os terceiros nada recordam.

O desdobramento pode ser ainda: natural ou provocado (magnético). No primeiro caso, o médium afasta-se de seu corpo sem que seja necessária a atuação de uma outra pessoa. Pode verificar-se em função de uma enfermidade, do sono, prece ou meditação. O desdobramento magnético ou provocado é aquele produzido pela ação fluídico-magnética de outra pessoa, encarnada ou desencarnada.

Os médiuns adestrados são muitas vezes afastados de seu corpo por seus mentores espirituais, durante o sono físico e levado para reuniões de estudo e trabalho no mundo espiritual. Pode acontecer também, que o desdobramento seja provocado por Espíritos viciosos, que desejam envolver o medianeiro em atitudes infelizes, promovendo, muitas vezes, processos obsessivos graves.

Allan Kardec dá o nome de "êxtase" a um tipo de desdobramento mais apurado, onde a alma do médium tem maior grau de independência e pode deslocar-se para locais muitos distantes.

4.7.2. Catalepsia e Letargia

A catalepsia e a letargia derivam do mesmo princípio, que é a perda temporária da sensibilidade e do movimento do corpo físico, diante de um estado de emancipação profunda da alma (desdobramento). Não são enfermidades físicas, mas uma faculdade que, como

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qualquer outra faculdade mediúnica insipiente ou incompreendida, ou ainda descurada e mal orientada, torna-se prejudicial ao seu possuidor.

Caracteriza-se a catalepsia pela suspensão parcial ou total da sensibilidade e dos movimentos voluntários, acompanhada de extrema rigidez dos músculos, acarretando a conservação passiva das atitudes dadas aos membros, ao tronco ou à face. Assim, se lhe for erguido um braço, nesta posição ficará indefinidamente. Nesse estado, os olhos permanecem grandemente abertos, fixos, com semblante imobilizado, apresentando o paciente uma fisionomia impassível, sem emoção e sem fadiga.

A catalepsia pode ocorrer naturalmente, sem uma causa aparente, ou pode ser provocada (hipnotismo ou obsessão). Neste último estado, embora o paciente não possa ter atividade alguma voluntária, age, no entanto, sob a sugestão do operador.

A letargia é uma apresentação mais profunda que a catalepsia. O letárgico nada ouve, nada sente, não vê o mundo exterior, a própria consciência se lhe apaga, fica num estado que se assemelha à morte. O paciente jaz imóvel, os membros pendentes, moles e flácidos, sem rigidez alguma e, se erguidos, quando novamente soltos recaem pesadamente; sua respiração e o pulso são quase imperceptíveis, as pupilas mais ou menos dilatadas, não reagem mais à luz; o sensório está totalmente adormecido e a inércia da mente parece absoluta. É exatamente dentro da letargia que se incluem os casos de mortes aparentes registradas no Novo Testamento (ressurreição de Lázaro, da filha de Jairo e do filho da viúva de Naim).

Entre os casos que constituem exemplos clássicos de letargia cita-se o do Cardeal de Donnet, que quase foi enterrado vivo em virtude de estado letárgico que nele se manifestou, conforme relata José Lapponi [Hipnotismo e Espiritismo]:

"Em 1826 um jovem padre, quando pregava no púlpito de uma igreja, cheia de devotos, foi imprevistamente acometido de um desmaio. Um médico o declarou morto e deu licença para as horas fúnebres no dia imediato. O bispo da catedral, onde se verificara o caso, já tinha recitado as últimas orações ao pé do morto, já haviam sido tomadas as medidas do ataúde e se aproximava a noite, no começo da qual se devia consumar o enterramento. São fáceis de imaginar as angústias do jovem padre, que, estando vivo, recebia nos ouvidos os rumores de todos esses preparativos. Afinal, ouviu a voz comovida de um seu amigo de infância, e essa voz, provocando nele uma crise sobre humana, produziu maravilhoso resultado. No dia seguinte, o jovem padre voltava ao seu púlpito."

Vejamos agora o que disseram os Espíritos, respondendo às perguntas formuladas por Allan Kardec sobre esse interessante assunto:

Os letárgicos e os catalépticos, em geral, veem e ouvem o que em derredor se diz e faz, sem que possam exprimir o que estão vendo ou ouvindo. É pelos olhos e pelos ouvido que têm essas percepções?

R. Não. É pelo Espírito. O Espírito tem consciência de si, mas não pode comunicar-se. [LE - qst 422].

Na letargia pode o Espírito separar-se inteiramente do corpo, de modo a imprimir-lhe todas as aparências da morte e voltar a habitá-lo?

R. Na letargia o corpo não está morto, porquanto há funções que continuam a executar-se. Sua vitalidade se encontra em estado latente, porém, não aniquilada. Ora, enquanto o corpo vive, o Espírito se lhe acha ligado. Em se rompendo, por efeito da morte real e pela desagregação dos órgãos, os laços que prendem um ao outro se desfazem, torna-se integral a separação e o Espírito não volta mais ao seu envoltório. Desde que um homem, aparentemente morto, volve à vida, é que não era completa a morte. [LE-423]

Sendo a catalepsia e a letargia uma faculdade, patrimônio psíquico da criatura e não propriamente uma enfermidade, compreender-se-á que nem sempre a sua ação comprova inferioridade do seu possuidor, pois que uma vez adestrados, ambos poderão prestar

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excelentes serviços à causa do bem, tais como as demais faculdades mediúnicas que, não adestradas, servem de pasto a terríveis obsessões.

Um Espírito encarnado, por exemplo, já evoluído, ou apenas de boa vontade, poderá cair em transe letárgico ou cataléptico voluntariamente, alçar-se ao espaço para desfrutar o convívio dos amigos espirituais, dedicar-se a estudos profundos, colaborar com o bem e depois retornar à carne, reanimado e apto a excelentes realizações.

Fontes de consulta:

Livro dos Espíritos - Allan Kardec

Magnetismo Espiritual - Michaelus

Hipnotismo e Espiritismo - José Lapponi

Recordações da Mediunidade - Yvonne A. Pereira

Diversidades dos Carismas - Hermínio C. Miranda

Nos Domínios da Mediunidade- André Luiz / Chico Xavier

4.8. Sessão espírita

4.8.1. A Disciplina como a Base da Caridade

No [LM, cap. XXIX - it 324] Allan Kardec classifica as reuniões mediúnicas em: frívolas, experimentais, instrutivas. Alerta que as reuniões frívolas são constituídas de pessoas que se interessam, predominantemente, pelo aspecto de passatempo e divertimento. As reuniões experimentais têm, por finalidade, a produção de manifestações físicas, de fenômenos ditos objetivos. As reuniões instrutivas, como o próprio nome indica, são as que ensejam orientações e experiências de crescimento intelectual e moral para as pessoas que delas participam, tanto encarnados como desencarnados.

Na atualidade, as reuniões instrutivas prevalecem no movimento espírita, conhecidas como reuniões mediúnicas.

Como todas as tarefas espíritas, as reuniões mediúnicas devem ser encaradas com muita responsabilidade e disciplina, um dos pilares fundamentais ao bom desenvolvimento.

Em todos os aspectos da vida, devemos nos lembrar que a disciplina funciona como peça fundamental na realização de qualquer tarefa. Emmanuel afirma:

"A disciplina é a base na realização da caridade."

A reunião mediúnica é trabalho que se desenvolve entre os dois planos da vida, o espiritual e o físico, havendo, portanto, duas equipes interagindo para obtenção de bons resultados; ambas as equipes devem obedecer à disciplina.

4.8.2. Da Reunião Propriamente Dita

a) A Escolha do Local da Reunião Mediúnica:A sala de reunião mediúnica de um Centro Espírita é local de grande importância. Deve ser escolhida com atenção, pois sabemos que o trabalho ali executado não se prende ao momento da reunião, pois o ambiente é preparado antecipadamente. Da mesma maneira, após o término, muitos permanecerão no recito recebendo tratamento complementar, dialogando com os instrutores espirituais, recebendo mais carinho. Por este e outros motivos o local é especial; o ambiente deve ficar protegido de qualquer influência negativa. Se o nosso Centro for espaçoso o suficiente, uma sala deverá ficar reservada exclusivamente para a reunião mediúnica.

Uma pergunta deve ser analisada: e se o nosso Centro Espírita não for tão grande? E se precisarmos da sala para outras atividades também importantes, como a evangelização de

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crianças, reuniões de estudos, atendimento fraterno? Embora a lógica nos auxilie a resposta, usaremos a autoridade de Divaldo P. Franco e de Chico Xavier para responder:

"Poucos locais de um Centro Espírita terão o equilíbrio e fluidos tão benéficos como a salinha de evangelização. Onde trabalharmos em nome de Jesus, o ambiente será sempre o melhor de todos..."

O que vale uma sala vazia se não temos onde estudar, evangelizar ou auxiliar Espíritos encarnados necessitados? O importante é que nos conscientizemos do respeito necessário, mantendo sempre o padrão positivo de pensamentos e vibrações.

b) A Música na Reunião Mediúnica:A música verdadeiramente elaborada é fonte de grande harmonização de vibrações. Nós, Espíritos de pouca evolução, necessitamos muitas vezes de algo que nos favoreça a elevação de pensamentos e a harmonização de vibrações. É opinião frequente entre os autores espíritas, de que a música para preparar o ambiente da reunião é muito importante. Naqueles minutos que antecedem o trabalho, a música cantada pelos que já chegaram, evitará falatório desnecessário, conversa perturbante e até comportamento não próprio. É tão comum, e até explicável, que um grupo de amigos, como é um grupo mediúnico, queira conversar, falar da semana, pois estiveram distantes por alguns dias; isso certamente atrapalhará o preparo do ambiente.

Importante é escolhermos músicas doutrinárias, cantá-las baixinho, já envolvendo com carinho todos no ambiente. Muitas letras de músicas doutrinárias são verdadeiras lições de esclarecimento e consolo.

c) O Estudo na Reunião Mediúnica:Toda a oportunidade de estudo é importante. Além do benefício do conhecimento doutrinário, o estudo desempenha outros fatores importantes: a harmonização dos pensamentos dos presentes e o esclarecimento de muitos Espíritos desencarnados.

Naturalmente que o tempo e o conteúdo do estudo será adequado ao tipo de reunião mediúnica.

Dos Componentes da Reunião Mediúnicad) A Formação do Grupo:A reunião mediúnica possui dois grandes grupos de trabalho: o grupo dos desencarnados (composto de Espíritos extremamente preparado) e o grupo dos encarnados.

Afirma Hermínio C. Miranda [Diálogo com as Sombras]:

"A organização de um grupo mediúnico começa muito antes de dar-se início às suas tarefas propriamente ditas, com o estudo sistemático das obras básicas, e das complementares da Doutrina Espírita... não devemos querer aprender mediunidade na reunião mediúnica, mas estudá-la profundamente ante do início da tarefa."

Um grupo preparado com carinho, com médiuns estudiosos, terá a maior chance de sucesso. Lembremo-nos da vida: o médico demora aproximadamente 8 anos par poder exercer com segurança a sua Ciência, o engenheiro de 5 a 6 anos, o dentista de 4 a 5, como querer exercer a faculdade mediúnica sem o devido preparo?

Daí a necessidade de prepararem-se adequadamente os membros da reunião mediúnica, antes de se iniciarem no intercâmbio com os Espíritos.

e) Da presença de Estranhos e Obsediados:A presença de elemento estranho é totalmente desaconselhável, quanto mais a presença de um doente como é o obsediado. Curiosidade é quase sempre sinônimo de irresponsabilidade. Allan Kardec [LM - it 31] afirma:

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"... o melhor método do ensino espírita é o que se dirige à razão e não aos olhos."

Divaldo P. Franco [Palavras de Luz] comenta o assunto:

"Peço licença para usar um conceito forte: é um comportamento leviano, de desrespeito..."

O local correto para o curioso ou obsediado em um Centro Espírita, não é na sala de reunião mediúnica, mas sim, nas reuniões públicas doutrinárias, nos grupos de estudo, na sala de atendimento fraterno, nos trabalhos de assistência do Departamento de Assistência Social.

Preparar-se, equilibrar-se antes do trabalho mediúnico é obrigatório.

f) Do Doutrinador:Esclarecer, doutrinar, envolver, exige muitas qualidades, mas acima de tudo, muito amor. Pois este sentimento sempre vencerá qualquer argumento e qualquer vibração menos feliz.

Deverá ter o conhecimento doutrinário evangélico para melhores argumentos possuir na doutrinação. Hábito frequente da leitura para usar o argumento mais propício e mais convincente para a ocasião. Para receber a intuição necessária, dada pelo instrutor espiritual, terá que ter bagagem doutrinária e evangélica. Não se coloca um disco para tocar, se não houver nele uma música previamente gravada. Como afirma Hermínio C. Miranda: "evangelho no coração e doutrina no entendimento."

Outros Aspectos Importantesa) O preparo para a Reunião Mediúnica:O dia da reunião mediúnica deve ser encarado como um dia especial por parte do médium. É importante abster-se dos excessos, dos vícios... Seria como se estivéssemos em estado de pré-operatório, o paciente deve se alimentar levemente, não fumar ou beber, manter-se calmo e descansado Manoel Philomeno de Miranda afirma que até dormir por mais horas na noite da véspera da reunião, se possível, deve ser feito.

Devemos enfatizar que se tudo isso tem sua importância, mas o mais importante é a higiene mental (a leitura e o estudo edificantes, os bons pensamentos e vigília nos atos). Vamos iniciar fazendo isso no dia da reunião mediúnica até conseguirmos fazer isso diariamente, lembrando que o bom médium pode ser chamado a trabalhar no sono físico, a qualquer dia e não só no dia da reunião mediúnica.

b) O Uso da Vidência:André Luiz no seu livro Nos Domínios da Mediunidade, explica que a vidência guarda variações de acordo com o grau de desenvolvimento da faculdade mediúnica de cada vidente; ou seja, um fato, uma imagem, um paisagem, etc., poderá ser vista de maneira diferente por médiuns videntes diferentes; isso é explicado como sendo uma questão de sintonia vibratória.

Assim, a utilização da faculdade de vidência pode ser, em muitos casos, perigosa e prejudicial. O doutrinador, os outros médiuns poderão ser induzidos a ver algo que não é exatamente a verdade. O ideal seria, como afirmam Divaldo P. Franco e Raul Teixeira, a participação do médium vidente no momento da avaliação final, dizendo o que viu e como viu, e não durante a realização dos trabalhos.

c) O Quanto Esperar pelo Desenvolvimento da Faculdade Mediúnica:Seria produtivo aguardar que um médium em desenvolvimento ficasse participando da reunião de forma incompleta eternamente? Psicografando ou tentando psicografar algo não tão proveitoso por anos a fio? Envolvido por Espírito sem nada produzir? É dúvida comum do dirigente: esperar até quando?

Divaldo P. Franco [Palavras de Luz] adverte:

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"O médium, que durante certo período não realize maiores progressos, deve passar a controlar as suas manifestações e a colaborar como médium da caridade, de socorro e pela prece."

Fontes de consulta.Desobsessão - André Luiz / Chico Xavier

Estudando a Mediunidade - Martins Peralva

Diálogo com as Sombras - Hermínio C. Miranda

Palavras de Luz - Divaldo P. Franco

Diretrizes de Segurança - Divaldo P. Franco e Raul Teixeira

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