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DCHL-CCHS/IFBA campus SSA Docente: Vanderlei M. Costa A Revolução Francesa (1789-1799) 1 – Fatores: – a feudal e nobiliárquica sociedade de ordens e a manutenção dos desníveis sociais: - 1° Estado: c. 100.000 clérigos; - 2° Estado: c. 40.000 nobres laicos; - 3° Estado: c. 22.500.000 camponeses, burgueses, artesãos, desempregados... – a ascensão da burguesia e a inadequação do mercantilismo; – o colapso econômico: – descompasso entre o tesouro e as despesas; – gastos desregrados com a corte e com o exército; – a conta da Independência das Treze Colônias inglesas da América; – subprodução e carestia (+ crescimento populacional); Tudo conspira para que o momento atual se torne crítico na França; a todo o momento chegam das províncias notícias sobre rebeliões, desordens e a necessidade de recorrer às tropas para manter a paz (...). Os preços que menciono são os mesmos que encontrei em Amiens e Abeville: 5 soldos a libra por um pão branco e 3,5 soldos ou 4 pelo pão inferior, que é comido pelos pobres; estes preços ultrapassam seus recursos, provocando uma grande miséria (...). No dia do mercado assisti à venda do trigo (...). Um grupo de soldados ficara no meio da praça, para impedir qualquer violência. O povo discutia com os padeiros (...) das injúrias passou-se à agressão e, neste tumulto, alguns levaram pão e trigo sem pagar nada (...). ” (Arthur Young, Voyages en France pendant les années 1787, 1788, 1789, cit. in: ARRUDA, p. 167) – falta de habilidade política do rei Luís XVI; – as ideias iluministas; 2 – Fases: 2.1 – A revolta aristocrática (1787): – o Tratado Eden-Rayneval (1786): condições desfavoráveis no comércio com a Inglaterra; – tentativas de reforma: – as proposições liberais de Turgot; – Calonne e a Assembléia dos Notáveis (1787); – Brienne, Necker... e a convocação dos Estados Gerais; 2.2 – A revolução burguesa (1789-1791): a) 1789: – março: levantes camponeses; – 5 de maio: sessão de abertura dos Estados Gerais; 1

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Esquema para as aulas sobre a Revolução Francesa (ensino médio).

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DCHL-CCHS/IFBA campus SSA – Docente: Vanderlei M. Costa

A Revolução Francesa (1789-1799)

1 – Fatores:

– a feudal e nobiliárquica sociedade de ordens e a manutenção dos desníveis sociais:

- 1° Estado: c. 100.000 clérigos;

- 2° Estado: c. 40.000 nobres laicos;

- 3° Estado: c. 22.500.000 camponeses, burgueses, artesãos, desempregados...

– a ascensão da burguesia e a inadequação do mercantilismo;

– o colapso econômico:

– descompasso entre o tesouro e as despesas;

– gastos desregrados com a corte e com o exército;

– a conta da Independência das Treze Colônias inglesas da América;

– subprodução e carestia (+ crescimento populacional);

“Tudo conspira para que o momento atual se torne crítico na França; a todo o momento chegam das províncias notícias sobre rebeliões, desordens e

a necessidade de recorrer às tropas para manter a paz (...). Os preços que menciono são os mesmos que encontrei em Amiens e Abeville: 5 soldos a

libra por um pão branco e 3,5 soldos ou 4 pelo pão inferior, que é comido pelos pobres; estes preços ultrapassam seus recursos, provocando uma

grande miséria (...).

No dia do mercado assisti à venda do trigo (...). Um grupo de soldados ficara no meio da praça, para impedir qualquer violência. O povo discutia

com os padeiros (...) das injúrias passou-se à agressão e, neste tumulto, alguns levaram pão e trigo sem pagar nada (...). ” (Arthur Young,

Voyages en France pendant les années 1787, 1788, 1789, cit. in: ARRUDA, p. 167)

– falta de habilidade política do rei Luís XVI;

– as ideias iluministas;

2 – Fases:

2.1 – A revolta aristocrática (1787):

– o Tratado Eden-Rayneval (1786): condições desfavoráveis no comércio com a Inglaterra;

– tentativas de reforma:

– as proposições liberais de Turgot;

– Calonne e a Assembléia dos Notáveis (1787);

– Brienne, Necker... e a convocação dos Estados Gerais;

2.2 – A revolução burguesa (1789-1791):

a) 1789:

– março: levantes camponeses;

– 5 de maio: sessão de abertura dos Estados Gerais;

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– 9 de julho: a Assembléia Nacional Constituinte;

– 12 de julho: demissão de Necker;

– 13 de julho: formação da Municipalidade Revolucionária;

– 14 de julho: a tomada da Bastilha;

*** o Grande Medo;

– 4 de agosto: abolição dos direitos feudais – fuga de nobres e clérigos;

* 26 de agosto: Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão;

– 2 de novembro: decreto de secularização dos bens eclesiásticos;

b) 1790:

– 24 de agosto: a Constituição Civil do Clero;

c) 1791: a Monarquia Constitucional;

– a Lei de Le Chapelier: tentativa de alijamento político dos trabalhadores;

– os c lubes pol í t i cos (ou partidos) mais visíveis na Assembleia:

– cordéliers (ou Sociedade dos Direitos do Homem e do Cidadão): grupo formado por camadas popu-

lares e democráticas da sociedade francesa, defendia a implantação da República; fundado

por Danton, recebe o nome do antigo convento franciscano no qual se reunia;

– jacobinos : compostos por burgueses e intelectuais, apoiados pela burguesia e pelos sans-cullo-

tes, tornaram-se o principal grupo em ação no processo revolucionário especialmente nos

anos que vão de 1792 a 1794 quando comandaram o governo revolucionário imprimindo à

sociedade francesa uma séria de mudanças preconizadas pela Revolução; o nome deriva do

fato de terem utilizado dependências do refeitório de um convento dos jacobinos, monges

da ordem dos dominicanos;

– girondinos : defensores de soluções moderadas e dos interesses dos grupos econômicos liga-

dos ao comércio exterior; apoiavam a guerra contra os aristocratas que se refugiaram no ex-

terior mas não a grande repressão caracterizada nos “massacres de setembro” (1792); eram

compostos majoritariamente por representantes da província de Gironde, ocupavam a ala

centro-direita da Assembleia e surgiram de uma dissidência dos jacobinos;

– feuillants (ou Amigos da Constituição): representantes da alta burguesia e da nobreza, defenso-

res de reformas moderadas e da manutenção da monarquia em moldes constitucionais; surgi-

ram de uma divisão dos jacobinos;

– tentativa frustrada de fuga de Luís XVI (junho);

2.3 – A Convenção ou Período Republicano (1792-1794):

a) 1792:

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– agitações coletivas estimuladas pela carestia e pela fome;

– 15 de março a 13 de junho: ministério girondino;

– a Jornada de 10 de agosto: o povo sitia o palácio das Tulherias e ataca a guarda real, é convocada

a Convenção;

– 02 a 07 de setembro: os massacres de setembro;

– 20 de setembro: o Estado rompe relações com a Igreja;

– 21 de setembro: abolição da monarquia;

– 11 de dezembro: início do processo criminal contra Luís XVI;

b) 1793:

– 21 de janeiro de 1793: execução de Luís Capeto;

* 21 de outubro: abre-se o Ano I: os jacobinos estão no poder;

– a nova Constituição e o novo calendário

Meses republicanos – eram contados a partir de 21 de setembro e não coincidiam com os do calendário gregoriano, que só

será retomado por Napoleão Bonaparte em 1805. O primeiro mês é o Vindimário, mês da vindima seguido de Brumário, mês

da neblina (bruma); Frimário, mês da geada; Nivoso, mês da neve; Pluvioso, mês das chuvas; Ventoso, mês dos ventos; Germinal,

mês da germinação; Floreal, mês das flores; Pradial, mês das pradarias; Messidor, mês da colheita; Termidor, mês do calor; Fruti-

dor, mês das frutas.

– a ameaça contra-revolucionária e as novas instituições:

– o Tribunal Revolucionário e o Comitê de Salvação Publica;

– os novos símbolos políticos;

*** julho de 1793 a julho de 1794: o “Terror”;

– 16 de outubro: execução de Marie Antoniette;

– 31 de outubro: execução de girondinos;

c) 1794:

– fevereiro e março: elaboração e aprovação da Lei Ventosa;

– março: execução dos hebertistas e dantonistas;

– maio: oficialização do culto ao Ser Supremo;

– 17 de setembro: a Lei Prairial: o “Grande Terror”;

– 27 de julho: o Golpe de 9 Termidor;

2.4 – A Reação Termidoriana: o governo do Diretório (1794-1799):

– o Pântano no poder: o que significou;

– a Constituição do Ano III: instauração do Diretório (1795-1799);

– a anomia: Diretório x Conselho dos Anciãos x Assembleia dos Quinhentos;

– François-Noël (Gracus) Babeuf e a Conspiração dos Iguais (1796);

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1 - A natureza deu a todo homem o direito de usufruir de todo os seus bens.

2 - O propósito da sociedade é defender essa igualdade, tão costumeiramente atacada pelos maus e pelos mais fortes, e in-

crementar, por meio da cooperação universal, o usufruto em comum dos benefícios da natureza.

3 - A natureza impôs a todos a obrigação de trabalhar, ninguém pode esquivar-se dessa tarefa sem que com isso esteja come-

tendo um crime.

4 - Todo o trabalho e o gozo dos seus frutos devem ser em comum.

5 - A opressão existe quando uma pessoa se exaure no trabalho da terra carente de tudo, enquanto outra nada na abundância

sem que tenha feito nenhum esforço para isso.

6 - Ninguém pode apropriar-se dos frutos da terra ou da indústria exclusivamente para si sem com isso cometer um crime.

7 - Numa verdadeira sociedade não pode haver pobres nem ricos.

8 - Aqueles homens ricos que não desejam renunciar aos seus excessos de bens em favor dos indigentes são inimigos do

povo.

9 - Ninguém pela acumulação de todos os recursos da educação, pode privar um outro da instrução necessária ao seu bem -

estar: a instrução deve ser comum a todos.

10 - O objetivo da revolução é destruir a desigualdade e restabelecer o bem-estar coletivo.

11- A revolução não acabou porque os ricos absorveram todas as riquezas, colocando-as exclusivamente sob o seu coman-

do, fazendo com que os pobres fossem colocados em estado de virtual escravidão, definhando na miséria e não sendo nada

no Estado.

12- A Constituição de 1793 é a verdadeira lei dos franceses, em razão do povo tê-la solenemente aceito.

– 1797: os monarquistas tentam dominar o Diretório e o Conselho dos Anciãos;

– 1798: remanescentes jacobinos tentam tomar o Conselho dos Anciãos;

* 1799: o 18 Brumário e o início da era napoleônica: fim da Revolução propriamente dita.

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