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    1Programa de Ps-graduao em Ecologia de Ecossistemas. Centro Universitrio Vila Velha - UVV. Rua Comissrio Jos Dantas de Melo, 21, BoaVista, Vila Velha, Esprito Santo, Brasil. CEP 29101-770; 2Mestrado em Ecologia de Ecossistemas,[email protected]; 3Professor Titular IV,

    bolsista de Produtividade em Pesquisa FUNADESP, [email protected]

    Copyrightrt 2011 do(s) autor(es). Publicado pela ESFA [on line] http://www.naturezaonline.com.brFerreira PF, Silva AG (2011) A histria da degradao da cobertura vegetal da regio costeirado estado do Esprito Santo, sudeste do Brasil. Natureza on line 9 (1): 10-18.

    Poliana F Ferreira1,2e Ary G Silva1,3

    A histria da degradao da cobertura vegetal da regio costeira do estado do

    Esprito Santo, sudeste do BrasilThe history of degradation of the vegetation from the coastal region from the Esprito Santo State, southeastern Brazil

    ISSN 18067409

    ResumoAo longo de pouco mais de 500 anos de histria, o estadodo Esprito Santo foi marcado por um processo continuado deperda de sua cobertura vegetal, apesar das srias limitaes de seudesenvolvimento, ocorridas nos perodos colonial e imperial doBrasil. Este fato se refletiu tambm num consequente descompassomarcado no perodo republicano, at a primeira metade do sculoXX, quando o Esprito Santo vivia uma situao de isolamento em

    relao s demais regies brasileiras, agravada pela ausncia deinfraestrutura disponvel que viabilizasse condies de crescimentoe maior integrao nacional. Mesmo diante de algumas iniciativasde registros e descries para a fitogeografia do Estado, a carnciade informaes principalmente florsticas, tem sido um fatorconstantemente limitante do conhecimento da cobertura vegetal noEsprito Santo, de tal maneira que se corre o risco que uma grandeparte da biota capixaba se extinga sem pelo menos ser descrita. Assupresses de vegetao, inicialmente por extrativismo, levaram explorao de recursos naturais por no mais que trs geraes e as

    catstrofes ambientais que se sucederam geraram novos problemaseconmicos e sociais. Uma nova onda de empreendimentos de grandeporte industrial chegou ao Esprito Santo que junto principalmentecom descoberta de petrleo no pr-sal, pressiona novamente oambiente costeiro, tanto pela implantao dos empreendimentosem si, como pela construo dos portos destinados ao escoamentode seus produtos. Isto aumenta a importncia deste panorama quepondera os custos e benefcios da degradao ambiental.

    Palavraschaves:impacto ambiental, desenvolvimento econmico,recursos naturais Mata Atlntica, restinga.

    AbstractOver slightly more than 500 years of history, the EspritoSanto state was marked by a continued process of losing its forestcover, despite the serious of its development limitations that

    occurred during Brazilian colonial and imperial periods. This factis also reflected in a marked developmental imbalance during therepublican period, until the first half of the 20thcentury, when theState passed through an isolation phase in relation to other Brazilianregions, exacerbated by the lack of available infrastructure thatcould have made possible the conditions for growth and promotedgreater national integration. Even with some initiatives to records

    and descriptions to the State phytogeography, particularly the lackof floristic information has been a constant factor that limited theknowledge of the vegetation in the Esprito Santo, so that it runsthe risk that a large part of its biota to be extinguished withoutat least being described. The removal of vegetation, initially byextraction, led to the exploitation of natural resources for no morethan three generations and environmental disasters that followed itand have created new economic and social problems. A new waveof large industrial enterprises arrives at Esprito Santo State, andtogether mainly with oil discovery in the pre-salt, they again press

    coastal environments, both for the implementation of the projectsthemselves, as well as for the construction of ports for the marketingof their products. These facts increase the importance of this outlookthat weighs the costs and benefits of environmental degradation.

    Keywords:economic development, environmental impact, naturalresources, Atlantic Forest, coastal sandbanks.

    Introduo

    A zona litornea abriga 60% da populao mundial, estandomais sujeita as modificaes na paisagem e impacto devido aoantrpica. Ao longo do sculo passado, a densidade demogrfica

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    Ferreira e SilvaA degrao da cobertura vegetal costeira do Esprio Santo

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    mdia da zona costeira brasileira foi elevada, atingindo em2002 o valor mdio de 87 hab/km2, cinco vezes superior mdia nacional, que de 17 hab/km2 (MMA 2002). No Brasil,os impactos sobre os ecossistemas costeiros tiveram inciocom a colonizao h aproximadamente 500 anos. A ocupaoterritorial do pas ocorreu de forma desigual, em geral, dazona costeira para o interior, o que explica um significativoadensamento populacional no litoral (Cunha 2005).

    Este avano das atividades antrpicas tem reduzidodrasticamente a cobertura florestal, em particular a do domnioda Mata Atlntica e seus ecossistemas associados. A fronteiraagrcola, a urbanizao e outras atividades humanas so causasque agravaram o processo de fragmentao da coberturavegetal, muitas vezes pressionadas pela pecuria, agriculturae silvicultura. Alm da reduo de habitats para as populaes

    silvestres, esta fragmentao impacta negativamente o solo, agua e a atmosfera (Magalhes 2005).O encantamento de Pero Vaz de Caminha levou crena

    generalizada e mitolgica na extrema fertilidade do solobrasileiro (Corteso 1943) e foi a primeira razo alegada paraas derrubadas (Corteso 1958, Zilly 2003). A este respeito,Saint-Hilaire (1833) comenta em suas notas sobre as viagensrealizadas ao Esprito Santo entre 1815 e 1818: Ainda quetodas as terras desta provncia no sejam totalmente frteis,ela , porm, de terras cuja fecundidade no pode sercolocada em dvida. Comentando isto, em nota de rodap,

    devido a antiga ideia, por ele considerada muito exagerada,na fertilidade da terra daquela provncia.

    Oliveira (2008) assinala que, desde o perodo colonial, oEsprito Santo foi contido em seu desenvolvimento, devido vizinhana das minas gerais, o que viria a constituir empecilho penetrao e ao desenvolvimento das suas atividades, limitandosua interiorizao e ocupao humana. Isto se deveu ao fato deque, por muitos anos, os administradores portugueses e seusdelegados no Brasil estiveram convencidos de que qualquerataque estrangeiro, dirigido contra as jazidas das minasgerais, teria o Esprito Santo como base de desembarque. Aproibio de se fazerem estradas que ligassem a capitania suaviz inha do oeste e a ateno dedicada s fortif icaes locaisdemonstram suficientemente a procedncia desta afirmao.Tanto assim que, entre 1725 e 1758, foram expedidos sete atosrgios proibindo a abertura de caminhos em Minas Gerais quechegassem ao Estado, objetivando controlar o monoplio realda comercializao do outro (Oliveira 2008).

    Mesmo na idade contempornea, at o final da primeirametade do sculo XX o Esprito Santo vivia uma situaode isolamento em relao s demais regies brasileiras,

    agravada pela ausncia de infraestrutura disponvel queviabilizasse condies de crescimento e maior integraonacional, sendo o ciclo da economia cafeeira o responsvelpela entrada do Esprito Santo no cenrio nacional

    (Silva 2010). Esta ocupao tardia garantiu uma maiorconservao dos ecossistemas existentes no estado, masno impediu a degradao. Apesar das limitaes ao seudesenvolvimento, cobertura vegetal do Esprito Santo temuma histria de devastao cujos registros remontam aos doincio de sua colonizao, fato este que, lastimavelmente,une todo o territrio do Brasil por um trgico passadocomum, responsvel pelo desaparecimento assombrosodas formaes vegetais existentes e mantenedor da sanhadendrfoba que assola o pas (Siqueira 2009).

    Na segunda metade do sculo XX, ocorreram investimentospblicos no Esprito Santo, realizados na construo dainfraestrutura, como abastecimento energtico, reas detransportes e comunicao. Simultaneamente, houve umamudana da economia tradicional para uma estrutura produtiva

    concentrada na indstria de transformao (UFES 1984). Nesteperodo aconteceu no territrio capixaba, mais precisamentena regio da Grande Vitria, a instalao de projetos industriaisde grande porte, voltados para os setores de transformao,principalmente de atividades indispensveis complementaoe integrao do parque produtivo nacional tais como minriode ferro, celulose, madeira, alimentos e siderurgia. O Estadoganhou um novo perfil com polo de expanso industrial eporturia e a urbanizao emergiu, aliada ao novo modelo dedesenvolvimento (Cano 2007).

    Considerando a atividade antrpica como uma ameaa

    e uma presso constantes sobre os ecossistemas naturais, estetrabalho pretende sistematizar as informaes disponveis sobrea cobertura vegetal do Esprito Santo e sua dinmica a partirda colonizao do Brasil, com nfase na vegetao costeiraque inclui a Mata Atlntica e seus ecossistemas associados,como a restinga e os manguezais, de modo a desenvolver umaperspectiva futura de uso racional e sustentvel de recursosnaturais, a partir dos eventos passados.

    Os registros sobre a descrio da cobertura vegetal noEsprito Santo

    Saint-Hilaire (1833) fez notveis referncias e colees dematerial botnico em sua estada na provncia do Esprito Santo,muitos dos quais representaram espcies novas e passaram aincorporar a elaborao de Flora Brasilis Meridionalis. A florado Esprito Santo foi alvo de citaes tanto antes como depoisde Saint-Hilaire. No entanto, tais referncias pouco elucidarama respeito de sua composio ou fisionomia. Aps Saint-Hilaire,

    Lamego (1940) foi o primeiro a descrever geomorfologia doEstado, e fez consideraes muito discretas sobre a flora derestingas e manguezais. Mesmo Abreu (1943) quando abordou maisdetalhadamente a geomorfologia da regio litornea do Esprito

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    Ferreira e SilvaA degrao da cobertura vegetal costeira do Esprio Santo

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    Santo, no forneceu informaes florsticas ou caractersticasfitofisionmicas sobre a vegetao litornea.

    Ruschi (1950) apresentou uma f i togeograf ia doEstado, com o primeiro sistema detalhado de classificaofisionmica de vegetao, cada uma caracterizada por umarelao de espcies vegetais, alm de caracteres edficose climatolgicos. Em sua fitogeografia do Esprito Santo,o referido autor deixou explcita a inteno de analisar aevoluo do processo de destruio da cobertura vegetal doEstado que, j quela poca, o assombrava.

    Levantando a ocorrncia de plantas curarizantes na regiodo Rio Doce, Campos e Mello Filho (1951) apresentaram umacontribuio sobre alguns outros componentes vegetais daMata Atlntica nos municpios capixabas de Pancas, Linhares eColatina deixando expressa sua decepo pela constatao de

    sinais de devastao por toda parte, ressaltando a existncia deglebas queimadas como testemunhos da atividade agrcola.Egler (1951), em detalhado estudo histrico e geogrfico

    sobre a regio ao Norte do Rio Doce, forneceu importantesinformaes que por certo contriburam bastante para aelaborao do atual perfil fitogeogrfico do Esprito Santo,ampliando as informaes sobre as formaes florestais. Aomesmo tempo, o referido autor chamou a ateno para adestruio irracional das formaes vegetais, para a instalaode uma agricultura que foi extenuante para os solos arenososnaturalmente pobres dos tabuleiros, o que resultou nesta regio

    a instalao de pastos igualmente pobres.Magnanini e Mattos Filho (1956) ofereceram uma

    contribuio para caracterizao florstica e estrutural dasflorestas da Zona Tabular Costeira do Norte do Esprito Santo,que, segundo os referidos autores, era pioneira para este tipo deformao vegetal no Estado, sem aparentarem conhecer o trabalhoanterior de Ruschi (1950). Os referidos autores criticaram, e commuita insistncia, a intensa explorao de madeira na regio, oque sacrificou indiscriminadamente seu potencial econmicoflorestal, sendo tal sacrifcio realizado sem qualquer norma ouprocedimento nacional de conservao dos produtos naturais.Deste caos, prosseguem eles, surge o aproveitamento do solo comcafezais mal-formados e para a criao de pastagens pobres, porinfluncia dos centros pecuaristas mineiros e baianos.

    Azevedo (1958a e b) fez algumas consideraes sobre afitofisionomia da regio litornea do Estado, ressaltando a faltade estudos florsticos e a ao destruidora do homem. Ento,Azevedo (1962) props um sistema da classificao detalhado paraos tipos de vegetao do Espirito Santo, fazendo a distribuio dascomunidades observadas em mapa. Esta classificao difere da deRuschi (1950) mais pela acepo dos conceitos do que em sua

    essncia. Porm, o trabalho de Ruschi (1950) no fazia parte dascitaes bibliogrficas de Azevedo (1962) que apresentava sobreo primeiro a vantagem de explicar criteriosamente a metodologiapara estimar as reas ocupadas pelas formaes observadas.

    Ruschi (1969) apresentou o mapa fitogeogrfico doEsprito Santo, pretendido por ele desde 1950. No houvealteraes no seu sistema de classificao e, embora Azevedo(1962) integrasse a vasta citao bibliogrfica do trabalho, emnenhuma parte do texto se percebe a incluso do trabalhode Azevedo (1962) em discusses. Porm, a metodologiade estimativas das reas vegetacionais no foi devidamenteesclarecida por Ruschi (1969).

    Ruschi (1950 e 1969), sem dvida, o nico queapresenta um estudo florstico mais detalhado. Porm, a faltado esclarecimento de metodologia empregada na determinaoespacial e localizao geogrfica das formaes vegetaisconduzem insegurana. Quanto a isto, Azevedo (1962)apresentou criteriosamente os resultados obtidos por fotografiasareas, porm, no se estende muito na florsticas das formaes

    apresentadas, da mesma forma, que o seu sistema no toabrangente em nvel de toda a gama de variaes de fisionomiasque so apresentadas por EMBRAPA (1978).

    Aps quase dez anos, a cobertura vegetal do EspritoSanto voltou a ser objeto de publicaes. CEPA-ES (1978) fez olevantamento e mapeamento da cobertura florestal do EspritoSanto, empregando para tanto, a fotointerpretao. A partirdo estudo sistema de classificao fitofisionmicas do Estadoapresentado por Azevedo (1962) a EMBRAPA (1978) ofereceu umsistema de classificao fitofisionmica detalhado, mais amploe criterioso quanto ao mtodo de trabalho, quando realizou o

    levantamento de solos no Estado. Porm, so escassos os estudosrealizados sobre os componentes vegetais das fitofisionomiasdescritas e que apresentaram uma classificao em relao tanto aRuschi (1950), como em Azevedo (1962), ao mesmo tempo em queelas foram marcadas pela profunda carncia de estudos florsticos,o que levou elaborao de um sistema baseado na fisionomia eestrutura das formaes (EMBRAPA 1978).

    At a dcada de 90 os dados mais atuais da cobertura vegetaldo Estado do Esprito Santo constavam do trabalho de Amorim(1984) que, apesar de se deter com mais detalhes s formaesflorestais, forneceu valiosas informaes sobre a utilizao atual dosolo no Estado. A falta de tais florsticos e estruturais das diferentesfitofisionomias do Estado tem inviabilizado qualquer iniciativa deutilizao dos recursos naturais a disponveis. Entre as consequnciasmais imediatas desta falta de informao pode ser vista no estudofeito por Mendona Filho (1983) ao avaliar o reflorestamento dosestados, e que indicou as espcies deEucalyptus(Mytaceae) ePinus(Pinaceae) para reflorestamento no Esprito Santo. Sem o plenoconhecimento da natureza e pressionado pela corrida imediatistapelo retorno de benefcios, o Estado se viu vulnervel invaso porespcies exticas, uma vez que, das quais as espcies dePinustm

    se demonstrado bastante agressivas para bioinvaso (Carrire et al.2008). Assim, o Estado corre o risco de ver suas espcies vegetaisdesaparecerem, sem ao menos poder conhec-las ou, menos ainda,avaliar seu potencial de aproveitamento.

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    Ferreira e SilvaA degrao da cobertura vegetal costeira do Esprio Santo

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    A especulao imobiliria vem se juntando ou substituindo abusca de solos agricultveis como causa de devastao, e a formaoque mais tem sofrido , sem sombra de dvidas, a restinga. Asrestingas so ecossistemas associados Mata Atlntica, um bioma quese encontra reduzido a fragmentos florestais isolados, principalmentenas regies nordeste e sudeste do Brasil, o que representa menosde 8% da sua rea original (Fundao SOS Mata Atlntica 1998). Deacordo com Pereira (2007a), no estado do Esprito Santo os estudosrelacionados flora e vegetao abrangem restingas desde o Suldo estado, em Guarapari, at o Norte, em Conceio da Barra.

    No contexto das restingas do Esprito Santo, a vegetaode Setiba, no municpio de Guarapari, tem sido alvo deestudos estruturais qualitativos e quantitativos importantespara o conhecimento da vegetao das plancies arenosascosteiras. Pereira (1990) forneceu a primeira descrio

    fitofisionmicas para a restinga de Setiba. Entre os primeirosestudos da estrutura da vegetao de restinga, Fabris et al.(1990) realizaram um estudo fitossociolgico da formaode ps-praia, Pereira et al. (1992) descreveram a estrutura davegetao de ante dunas, Pereira e Arajo (1995) descreverama vegetao entre as moitas da formao aberta de Ericcea norecm denominado Parque Estadual Paulo Csar Vinha e Assiset al. (2004) realizaram um estudo fitossociolgico de umaformao florestal no inundvel do mesmo parque. Fora daregio de Setiba, seguindo para o norte do Estado, Pereira eAssis (2000) descreveram a flors tica do nico remanescente

    de vegetao de restinga da regio continental do municpiode Vitria. No norte do Esprito Santo, Pereira e Assis (2004)descreveram a estrutura qualitativa e quantitativa de umaformao arbustiva inundvel no municpio de Linhares.

    Impactos antrpicos sobre a cobertura vegetal

    A devastao uma constante nos registros sobre a histria doEsprito Santo, e frequentemente so assinaladas catstrofes ecolgicasque, na realidade, nada mais so do que catstrofes antrpicas, uma vezque representam consequncias diretas na atividade destruidora dohomem. Foram constantes as transformaes de formaes vegetais empastagens pobres, que em muito contriburam para o praguejamentodos rebanhos (EMBRAPA 1978).

    Hartt (1870) fez crticas ao mtodo nacionalmenteempregado no Brasil para preparao do terreno para o cultivo,que utiliza o machado e o fogo, responsveis pela destruiodo hmus e lixiviao do horizonte A nos declives escarpadosda regio serrana do Estado, de modo que a melhor parte dos

    campos cultivados transportada em enxurradas. Este fenmenose repete de um modo geral no Esprito Santo em decorrnciado assoreamento dos rios, abertura de voorocas, deslizamentode barreiras, interrupo de longos trechos rodovirios por

    deslizamento e eroso, esgotamento acelerado dos j pobresterrenos empregados para a agricultura. Estes e diversos outrosproblemas tm em comum uma causa, a eliminao da coberturavegetal, com subsequente exposio da superfc ie s chuvas, cujoregime tambm se encontra desastrosamente alterado, fechando-se assim um perigoso ciclo vicioso.

    Por exemplo, de difcil situao o perodo em que seiniciou- a derrubada das matas do vale do Rio Doce. No entanto,o contraste entre uma observao de Hartt (1870): Em partealguma do Brasil, nem mesmo no Par, vi uma floresta maisexuberante que a do Rio Doce; com a de Campos e Mello Filho(1951) ao documentarem excurso realizada em 1942: Portoda a parte sinais de intensa devastao, o que foi para nsmotivos de decepo, pois imaginvamos ir percorrer regiesainda florestadas. Isto permite pelo menos supor, que se a

    extrao tivesse iniciado aps 1870, os benefcios no puderamser obtidos nem por um sculo, o que j seria desprezvel diantedos milnios da histria da humanidade.

    O desmatamento no vale do Rio Doce foi tambmobjeto de consideraes de Geiger (1951) que assinalouo surgimento de pasto consecutivo atividade madeireirana regio, esta ltima, movida pelo retorno imediato dopouco capital empregado. Da mesma forma, o problema dedevastao foi assinalado por Magalhes (1952). Em 1965, oinventrio florestal promovido pelo Ministrio da Agriculturanas florestas do Norte do Esprito Santo apontou o municpio

    de Linhares como o mais expressivo do Estado, sob o pontode vista florestal, fato este alarmante por ser decorrente dointenso desmatamento irracional (Brasil 1965).

    A partir da dcada de 60, a supresso da vegetao derestinga no Estado se deu devido especulao imobiliria, expanso das reas de agropecuria e invaso de espciesexticas devido s alteraes antrpicas. A ocupao dasreas naturais aconteceu sem nenhum critrio, o que levou afragmentao de habitats, sendo que em determinadas regiesdo Esprito Santo estes fragmentos esto isolados por grandesdistncias (Scherer et al.2005). Segundo Pereira (2007b), essadescaracterizao tem proporcionado situaes que levam a umgrande risco s espcies com ampla distribuio geogrfica e,principalmente quelas de distribuio restrita, muitas vezes,endmicas de determinada rea. Em funo dessa degradao,a comunidade cientfica passou a se preocupar, desenvolvendodiversos estudos no ecossistema restinga (Bertolin 2006).

    No Esprito Santo a linha de costa tem aproximadamente370 km com larguras variadas, que apresenta 8.300 ha da reavegetada remanescente, dos quais 1417,64 ha so preservados,fornecendo um grande potencial para estudos biolgicos

    (Mota 1991). As faixas com cobertura vegetal da costa, emgrande extenso, esto sujei tas a intenso impacto humano, oque resultou na elevada degradao de plancies costeiras, depraias e dunas de restinga ao longo de toda costa brasileira

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    Ferreira e SilvaA degrao da cobertura vegetal costeira do Esprio Santo

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    (Rocha et al. 2004), fato que tambm observado no EspritoSanto. O isolamento em relao s demais regies brasi leirasvivido pelo Esprito Santo at a pr imeira metade do sculo XXfez com que os ecossistemas costeiros afastados dos centrosurbanos sofressem poucas intervenes. No havia ainda seestabelecido a presso pela necessidade de expanso do setorimobilirio, a economia estava estagnada e no existia a buscapor matria-prima como a areia. Desta forma os ecossistemascosteiros permaneceram protegidos at a dcada de 60,quando a economia passa a ter novos rumos, que se direcionapara o padro industrial (Siqueira 2009).

    As restingas so ecossistemas que geram grandes preocupaespor serem considerados ambientes de extrema fragilidade, passveisde perturbao e baixa capacidade de resilincia, devendo-se isso aofato daquela vegetao se encontrar sobre solos arenosos, altamente

    lixiviados e pobres em nutrientes (Arajo et al.2004, Guedes et al.2006). A supresso dessa vegetao ocasiona uma reposio lenta,geralmente de porte e diversidades menores, onde algumas espciespassam a predominar (CONAMA 1996). Embora protegidas legalmente,as formaes de restinga perdem, anualmente, considervel poro derea em decorrncia do aumento da ao antrpica ao longo da costabrasileira, acarretando numa contnua destruio e degradao doscomponentes biolgicos e paisagsticos (Santos e Medeiros 2003).

    A especulao imobil i ri a e a ex trao de arei a soatividades antigas e de grande impacto ao meio ambiente (Santos eMedeiros, 2003). Com o decorrer dos anos, o aumento da presso

    antrpica se deu devido especulao imobiliria, extrao deareia para construes civis, explorao de espcies lenhosas parautilizao como combustveis, introduo de espcies exticas,dentre outras (Falkenberg 1999, Pereira 2007b). A areia umamatria-prima essencial sociedade, pelo seu uso em grandeescala na construo civil e na indstria, o que se reflete nogrande volume de produo. Segundo dados do DepartamentoNacional de Produo Mineral havia no Brasil cerca de 2.000empresas dedicadas minerao de areia, que produziram cercade 236 milhes de toneladas em 2001 (DNPM 2002). A extraode areia na rea de restinga gera impactos como destruio daflora e fauna, a alterao paisagstica do terreno e da eventualdestruio dos stios arqueolgicos (Amador 1988).

    As dunas costeiras so formaes exclusivamente elicas erepresentam ameaas potenciais urbanizao litornea. Com amigrao das areias pela fora e direo dos ventos, elas podemavanar para o continente com velocidade de at 80 m por ano,quando no so consolidadas pela vegetao (Lamego 1940). A vilade Itanas, no Norte do Estado foi inteiramente soterrada h poucomais de 50 anos, num processo que durou aproximadamentede40 anos, e a atual Itanas recua, na medida em que as gigantescas

    dunas avanam. Em Magnanini e Mattos Filho (1956) foi encontradopraticamente o nico registro deste evento natural, sendo que,quela poca, os autores diziam estarem as dunas consistindo emameaa ao vilarejo. Ainda assim, o desnudamento das formaes

    arenosas costeiras vem caminhando com velocidade assustadora,deixando-as ao sabor da ao dos ventos, devido ao loteamentodo concorrido litoral do Estado.

    Neste sentido, o paisagismo no deve ser encarado comouma mera opo de humanizao das cidades. Alm desteimportante papel, o emprego de essncias nativas em tratamentourbansticos pode representar um processo imediato de combateao prejuzo causado ao ambiente pela exposio s chuvas e outrasaes erosivas. Neste sentido cabe salientar a preocupao deFreire (1983) com a fixao de dunas, a de Weinberg (1983) comas restingas do Esprito Santo, ou ainda a de Carauta e Oliveira(1982), Oliveira et al. (1975) e Miranda e Oliveira (1983), dirigidapara o conhecimento da flora ripcola de modo a poder aplic-laem tratamentos para conteno das encostas.

    Estas iniciativas, conforme salienta Weinberg (1983), se

    baseiam no emprego em tratamentos paisagsticos de espciesj h sculos selecionadas pelas condies que so naturalmenteexigidas. Mas h ainda uma infinidade de outras aes deutilizao de recursos, quer alimentares, medicinais, ou mesmoenergticos, desde que o extrativismo seja racionalizado peloconhecimento da biologia e ecologia das espcies, que permitama utilizao mais prolongada.

    A avaliao do impacto ambiental sobre os ecossistemas costeiros

    A avaliao de impacto ambiental vai muito a lm daqueleexpresso na regulamentao, englobando alteraes de ordembiofsica, econmica, social ou cultural, oriundas ou no deobras ou atividades que emitam ou liberem matria ou energia(Snchez 1998). A regio costeira uma das reas mais alteradase exploradas do pas desde o descobrimento, resultado de poucomais de 500 anos de ocupao aps descobrimento do Brasil.O litoral brasileiro foi povoado na poca da colonizao numpadro descontnuo, partindo de centros de difuso localizadosna costa. As atividades ps-guerra e a metropolizao contriburampara a migrao em massa e para a intensificao dos impactosambientais da zona costeira, degradando os ecossistemaslitorneos (Souza 2004, Santos e Medeiros 2003).

    No Esprito Santo esta situao no foi diferente, apesar dadegradao ter ocorrido de forma mais lenta, devido a vrios obstculosque impediam a ocupao rumo ao interior do estado: a) a proibio daCoroa Portuguesa penetrao de embarcaes via Rio-Doce, caminhonatural para as Minas Gerais, como medida de precauo contra ainvaso estrangeira, b) a proibio da construo de estradas para asMinas Gerais, com a descoberta de ouro nessa capitania, c) o relevo

    acidentado e a cobertura florestal densa que na poca cobria 95% dasuperfcie da capitania, d) o clima tropical mido, muito propcio incidncia de doenas endmicas, como o impaludismo, e) a resistnciade grupos indgenas (Loureiro 2006).

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    Ferreira e SilvaA degrao da cobertura vegetal costeira do Esprio Santo

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    Amorim (1984) quando aval ia a si tuao florestal doEstado, afirmou que no Esprito Santo, apenas o macio formadopela Reserva Biolgica de Sooretama e Reserva Florestal daCompanhia. Vale do Rio Doce escaparam a devastao. Dentreas formaes florestais, a das Zonas dos Tabuleiros que considerada, pelo referido autor, a floresta tpica do EspritoSanto, nota-se que apenas reduzida parcela significativa emestado natural encontrada nas reservas Florestas Rio Docee Sooretama. J a floresta Atlntica tem sua principal zona deocorrncia na regio de Cachoeiro de Itapemirim. Para as demaisformaes no h dados que possam ser apresentados dentrodesta mesma faixa de certeza, porm o que se pode garantir que se encontram em condies igualmente alarmantes.

    Segundo Paglia et al. (2006), toda vez que se fala emconservao do meio ambiente, toda uma conotao social

    atingida, j que esto envolvidas nos processos de devastao,circunstncias ligadas a problemas sociais como a moradia ea fome. Os referidos autores salientam que, no entanto, osmtodos imediatistas at ento empregados no aparentamgarantir condies de construo de um futuro melhor, poisas condies estabelecidas com a compartimentalizao dacobertura florestal, tais como influncia do tamanho e aheterogeneidade ambiental dos fragmentos, matriz de habitatsdo entorno, conectividade entre fragmentos e o efeito de bordaque levam os organismos a enfrentarem diferentes problemasrelacionados com sobrevivncia, reproduo, interao, entre

    espcies e disperso entre fragmentos (Paglia et al.2006).

    Empreendimentos impactantes sobre as restingas do estadodo Esprito Santo

    Os estudos na restinga se iniciaram atravs da descriode sua flora em Cabo Frio, no Rio de Janeiro, realizado porUle (1901). Este autor registrou os primeiros dados florsticossobre a vegetao litornea brasileira. Posteriormente, outrospesquisadores empenharam-se na descrio da fisionomia e noslevantamentos florsticos das restingas em diferentes regiesdo litoral brasileiro, tais como Araujo e Henriques (1984) nolitoral do Rio de Janeiro, Andrade-Lima (1954) no Nordeste, eWaechter (1985) no Rio Grande do Sul .

    Com o passar do tempo houve um aumento do interesseem se compreender a flora da restinga e os estudos passarama ser, no s qualitativos como tambm quantitativos. SegundoMartins (1991), o conhecimento da fisionomia de uma vegetaorepresenta um importante conjunto de informaes quanto a sua

    disposio, arranjo, ordem e relao entre as populaes e/ouindivduos que constituem estas comunidades.

    At a dcada de 80, percebe-se no Esprito Santo, ao mesmotempo um desinteresse na adoo de medida de conservao

    e falta de iniciativas, no sentido de, concomitantemente recuperao das reas destrudas, desenvolver uma tecnologia,de aproveitamento racional das espcies nativas, sem que istorepresente usufruir de benefcios que perdurem por pouco maisde meio sculo. Os recursos financeiros escassos contriburammuito para a situao ocorrida naquele perodo. Porm halgumas tentativas que merecem ser lembradas, ainda que notivessem ocorrido no Estado.

    Os investimentos pblicos incrementaram a economiacapixaba, atraindo grandes complexos industriais para o Estado.Os complexos siderrgicos estavam centrados nas atividades daUsina de Peletizao da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), UsinaSiderrgica de Tubaro (CST) e Usina de Peletizao Samarco.O complexo paraqumico centrou-se na Aracruz Celulose S/A,acoplando indstria, floresta e infraestrutura porturia e Flonibra

    - Empreendimentos Florestais, investimento em indstria e floresta(IJSN 1987). Ambos instalados em grandes reas de restinga.O complexo siderrgico abriga vrias indstrias do setor

    minerador de ferro no litoral capixaba, mais precisamente emVitria e em Ubu, Municpio de Anchieta no Litoral Sul. Alm dasupresso da vegetao, que leva fragmentao do ecossistema, apresena dessas indstrias contribuiu para a alterao da fisionomiada vegetao de restinga, em longas distncias, uma vez que suasemisses de dixido de enxofre, de material slido particulado(MSP) so potencialmente deletrias (Lopes et al. 2000).

    De acordo com os dados do IBGE (2008) o plantio de

    eucalipto ocupa 34,55% da rea total do municpio de Conceioda Barra e 15,68% da rea total do municpio de So Mateus (CensoAgropecurio, 2006, IBGE, 2008). O RIMA do Terminal Especializadode Barra do Riacho Portocel II (CEPEMAR 2008), ampliaode empreendimento voltado para logstica de celulose, prev asupresso de vegetao de 7 h, no Municpio de Aracruz/ES.

    Conforme descrito no Relatrio de Impacto Ambiental RIMA do Projeto, de projeto voltado para peletizao de minrio de ferro(CEPEMAR 2009), no Municpio de Anchieta, ES, o impacto sobre avegetao nativa ocorrer nas reas de influncia direta sendo devido supresso de vegetao em 6,9 ha de floresta plantada e 4,24 haem vegetao secundria em estgio mdio.

    O RIMA de empreendimento que desenvolver a atividadede Siderurgia, no Municpio de Anchieta/ES (CEPEMAR 2009),descreve que 848,568 ha de vegetao de Mata Atlntica e seusecossistemas associados sero suprimidos para instalao doempreendimento, sendo que 0,021 ha desta rea correspondemao ecossistema de restinga.

    Segundo estudo de impacto ambiental de empresavoltada para a ativ idade de Terminal porturio para embarquede Minrio de Ferro, que se instalar no Municpio de

    Presidente Kennedy, ser suprimida uma rea de 317,02 ha,onde 136,02 ha, se encontram com cobertura vegetal nativaem diversos estgios (CEPEMAR 2010).

    Conforme Deliberao CONREMA III (2010) ser suprimida

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    16ISSN 18067409 - http://www.naturezaonline.com.br

    uma rea de 23,48 ha de vegetao de restinga e em rea dePreservao Permanente, para instalao de um Estaleiro, naBarra de Sahy, no Municpio de Aracruz.

    Uma nova onda de empreendimentos de grande porteindustrial chegou ao Esprito Santo que junto principalmente comdescoberta de petrleo no pr-sal, pressiona novamente o ambientecosteiro, tanto pela implantao dos empreendimentos em si, comopela construo dos portos destinados ao escoamento de seusprodutos. Isto aumenta a importncia deste panorama que ponderaos custos e benefcios da degradao ambiental.

    O avano econmico e desenvolvimento do Estado cobra umalto preo para o ecossistema presente no litoral, local de interessede instalao dos grandes empreendimentos que sempre necessitamde sada para o mar. A supresso da vegetao nativa a partir de 2008acontece de forma crescente, num ritmo bastante acelerado. As

    promessas de recuperao de reas, muitas vezes atingindo o dobroda rea devastada, nunca atingir a funo da floresta desmatada.As perdas da biota presente na rea so irreparveis e muitas vezessem meios de serem efetivamente compensadas.

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