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Diretrizes Clínicas Protocolos Clínicos 025 Triagem Nutricional em Paciente Adulto Última revisão: 15/07/2014 Estabelecido em: 30/12/2009 Responsáveis / Unidade Ivan Lamac de Carvalho – Médico | HJXXIII Ivânia Cátia Moutinho Ramos – Nutricionista Colaboradores Aguinaldo Bicalho – Médico | HEM Alduir Bento – Médico | HJXXIII Carmem Mazzili – Médica | HCM Daniela A. Guanaes Tonidandel – Enfermeira | HAC Elizabeth Canuta – Enfermeira Revisores (15/07/2014) Aguinaldo Bicalho – Médico | HEM Fernanda Gomes Dias Rosendo – Nutricionista | HCM Maria Gonçalves Soares – Nutricionista | HMAL Marli Medeiros – Nutricionista | HCM Revisores (03/12/2012) Guilherme Freire Garcia – Médico | CCPC Renata Andrade Viana - Nutricionista Disponível em www.fhemig.mg.gov.br e intranet

025 Triagem Nutricional Em Paciente Adulto 07082014

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triagem nutricional

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    025 Triagem Nutricional em

    Paciente Adulto

    ltima reviso: 15/07/2014

    Estabelecido em: 30/12/2009

    Responsveis / Unidade Ivan Lamac de Carvalho Mdico | HJXXIII

    Ivnia Ctia Moutinho Ramos Nutricionista

    Colaboradores Aguinaldo Bicalho Mdico | HEM

    Alduir Bento Mdico | HJXXIII

    Carmem Mazzili Mdica | HCM

    Daniela A. Guanaes Tonidandel Enfermeira | HAC

    Elizabeth Canuta Enfermeira

    Revisores (15/07/2014) Aguinaldo Bicalho Mdico | HEM

    Fernanda Gomes Dias Rosendo Nutricionista | HCM

    Maria Gonalves Soares Nutricionista | HMAL

    Marli Medeiros Nutricionista | HCM

    Revisores (03/12/2012) Guilherme Freire Garcia Mdico | CCPC

    Renata Andrade Viana - Nutricionista

    Disponvel em www.fhemig.mg.gov.br

    e intranet

  • Pg. 2 25 Triagem Nutricional em Paciente Adulto

    INTRODUO / RACIONAL

    No Brasil a desnutrio est presente em cerca de 48% dos pacientes internados no Sistema

    Pblico de Sade (IBRANUTRI), sendo que parte destes pacientes apresentam algum grau de

    desnutrio quando admitidos, e outros a desenvolvem durante a internao. Estudos

    demonstram que aps a internao hospitalar, cerca de 70% dos pacientes inicialmente

    desnutridos tm uma piora gradativa do seu estado nutricional, o que contribui para o aumento

    da morbidade e mortalidade em at 65% dos pacientes.

    A desnutrio em pacientes hospitalizados est relacionada doenas e fatores associados

    (infeco, doenas do tratro gastrintestinal, rim, fgado, pulmo e corao, complicaes

    cirrgicas, deficincia de cicatrizao de feridas, debilidade msculo-esqueltica) ou decorrente

    de ingesto alimentar inadequada instalada durante o perodo de internao. Assim, sua

    preveno depende da deteco precoce e de ateno especial ao cuidado nutricional em at

    72 horas da admisso do paciente. A triagem nutricional neste perodo possibilita detectar o

    risco nutricional, prediz a desnutrio e desfechos negativos, possibilitando cuidados

    nutricionais adequados, assim como um melhor acompanhamento nutricional.

    Em reconhecimento importncia da deteco do risco nutricional, o Ministrio da Sade

    tornou obrigatria a implantao de protocolos de rastreamento e avaliao nutricional nos

    hospitais beneficiados pelo Sistema nico de Sade (SUS) para remunerao da terapia

    nutricional (Portaria SAS N 131 de 08 de maro de 2005). A Agncia Nacional de Vigilncia

    Sanitria (ANVISA) publicou portarias fixando os requisitos para terapia nutricional enteral e

    parenteral. Estas portarias apresentam normas para preparao, administrao, conservao das

    solues nutritivas, bem como a triagem, a avaliao nutricional, monitorizao do paciente em

    terapia nutricional. Isto implica na criao do Servio de Terapia Nutricional e a formao da

    Equipe Multiprofissional e Interdisciplinar Especializada.

    A existncia de ferramentas de triagem ou rastreamento nutricional simples e de fcil aplicao

    permite aos profissionais da Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN) identificar os

    pacientes desnutridos ou em risco de desnutrio. O risco nutricional refere-se ao risco do

    paciente desenvolver desnutrio e consequente agravamento do seu quadro clnico.

    O teste NRS 2002 foi desenvolvido por Kondrup et al. para aplicao em hospitais, podendo ser

    aplicado em indivduos adultos com diferentes idades e doenas. Este teste foi certificado pela

    European Society for Parenteral and Enteral Nutrion (ESPEN) que o recomendou para identificar

    o risco nutricional em adultos hospitalizados, assim como para indivduos com idade acima de

    70 anos, considerados como em maior risco nutricional. A NRS 2002 considera que a gravidade

    da doena pode refletir no aumento das necessidades nutricionais e, consequentemente, na

    condio nutricional do paciente.

    A Associao Diettica Americana (ADA), o Comit das Organizaes de Sade (JCHO) e a

    Iniciativa de Triagem Nutricional (NSI) definiram triagem nutricional como o processo de

    identificao das caractersticas que se sabe estarem associadas a problemas dietticos ou

    nutricionais. aplicada a um grupo ou populao (por exemplo, todos os pacientes internados

    num determinado servio de sade) para identificar aqueles que esto em risco nutricional, e se

    uma avaliao nutricional mais detalhada ser necessria. Os indivduos identificados como em

  • 25 Triagem Nutricional em Paciente Adulto Pg. 3

    risco pela triagem devem ser submetidos avaliao nutricional para se classificar seu estado

    nutricional e se planejar a terapia. J a avaliao caracteriza o estado nutricional do indivduo

    mais profundamente.

    Ressalta-se que triagem nutricional de pacientes se refere a apenas detectar a presena de risco

    ou no de desnutrio. J a avaliao nutricional, alm de detectar desnutrio, tambm

    classifica seu grau e permite coleta de informaes que auxiliem em sua correo. A princpio, o

    paciente pode ser triado como em risco nutricional, mas para possibilitar deteco e

    classificao da desnutrio, a avaliao nutricional indispensvel.

    OBJETIVOS

    1.Identificar o estado nutricional dos pacientes adultos internao aps AIH, com exceo de

    gestantes de risco habitual internadas para parto, e pacientes crticos (UTI, CTI, unidades

    semi-intensivas) que j esto em risco nutricional.

    2.Disponibilizar a concluso da triagem no pronturio do paciente para subsdio do profissional

    que ir realizar a avaliao nutricional, implementando aes imediatas de interveno

    nutricional, contribuindo com a reduo da morbimortalidade dos pacientes e reduzindo a

    mdia de permanncia hospitalar.

    SIGLAS

    AIH - Autorizao de Internao Hospitalar IBRANUTRI - Inqurito Brasileiro de Nutrio

    AVE - Acidente Vascular Enceflico PI - Paciente Internado

    BCP - Broncopneumonia PT - Paciente Triado

    DPOC - Doena Pulmonar Obstrutiva Crnica PRN - Paciente em Risco Nutricional

    EMTN - Equipe Multidisciplinar de Terapia

    Nutricional

    TMO - Transplante de Medula ssea

    TN - Terapia Nutricional

    MATERIAL / PESSOAL NECESSRIO

    Profissional capacitado para aplicao do protocolo: nutricionistas, mdicos, enfermeiros,

    tcnicos de enfermagem, acadmicos e/ou outro profissional de sade devidamente treinado.

    ATIVIDADES ESSENCIAIS

    Qualquer membro da EMTN ou profissional da sade, previamente treinado, est apto a realizar

    a triagem nutricional.

    Aplicar o questionrio em at 72 horas de internao a pacientes adultos admitidos no

    regime de internao;

    Utilizar questionrio especfico (impresso NRS 2002) que composto por questes

    referentes ao IMC*, perda de peso no intencional em trs meses, apetite, habilidade de

  • Pg. 4 25 Triagem Nutricional em Paciente Adulto

    ingesto e absoro de alimentos e fator de estresse da doena.

    IMC* - ndice de massa corporal - obtido pela frmula: Peso (kg) / Altura (m)2

    NRS Nutritional Risk Screening 2002

    Realizar triagem inicial

    Se houver uma resposta POSITIVA a qualquer pergunta da triagem inicial, a triagem final dever

    ser utilizada.

    Se a resposta for negativa a todas as perguntas da triagem inicial, o paciente dever ser retriado

    de 7 em 7 dias at a alta hospitalar.

    Triagem final

    Utiliza-se uma pontuao varivel entre os valores 0 e 6, os pacientes so classificados como em

    risco nutricional, quando obtm somatrio > 3 pontos. Para valores de escore < 3 reavaliar,

    semanalmente, para detectar precocemente o desenvolvimento de risco nutricional durante a

    internao hospitalar.

    A quantificao da dieta ingerida feita em quartis (entre 50%-75%, 25%-50% e 0%-25%).

    Classifica-se o estado nutricional e a gravidade da doena de acordo com as pontuaes : (0)

    ausente, (1) leve, (2) moderada e (3) grave.

    A idade acima de 70 anos considerada como um fator de risco adicional para ajustar a

    classificao do estado de risco nutricional e deve ser acrescentado um ponto no escore.

    Sim No

    1. IMC < 20,5 Kg/m?

    2. Perda de peso nos ltimos 3 meses?

    3. Reduo da ingesto na ultima semana?

    4. Sade gravemente comprometida?

  • 25 Triagem Nutricional em Paciente Adulto Pg. 5

    Pontuao Estado Nutricional Pontuao Gravidade da Doena

    1

    Leve

    ( ) Perda de peso > 5% em 3 meses.

    ( ) 50 a 75 % das necessidades

    energticas.

    1

    Leve

    ( ) Complicaes

    Agudas de Doenas

    Crnicas

    ( ) DPOC

    ( ) HD (hemodilise)

    ( ) Cncer

    2

    Moderada

    ( ) Perda de peso > 5% em 2 meses.

    ( ) IMC 18,5 20,5 Kg/m

    ( ) 25 a 50% das necessidades

    energticas

    2

    Moderada

    ( ) AVC

    ( ) BCP Severa

    ( ) Cirurgia no TGI ou

    abdominais

    ( ) Infeces Graves

    3

    Grave

    ( ) Perda de peso > 5% em 1 ms

    ( ) perda de peso > 15% em 3 meses

    ( ) IMC < 18,5 Kg/m

    ( ) < 25% das necessidades

    energticas

    3

    Grave

    ( ) Neurocirurgia

    ( ) TMO

    ( ) UTI (Apache >10)

    Fonte: KONDRUP e col. (2003).

    Para o clculo final do escore, os pontos obtidos na categoria relacionada ao estado nutricional

    devem ser somados aos da gravidade da doena.

    Classificao do paciente: com risco ou sem risco nutricional;

    Os pacientes so classificados como em risco nutricional, quando obtm somatrio >3 pontos.

    ITENS DE CONTROLE

    1. Nmero e percentual de pacientes triados (PT) / Nmero de pacientes internados com

    mais de 72 horas de internao no trimestre (PI). Meta: 80%.

    2. Nmero e percentual de pacientes triados e classificados em risco nutricional (PRN/PT).

    REFERNCIAS

    1. Shills, M. et al. Modern Nutrition In Health and Disease. 9 ed. So Paulo: Editora

    Atheneu, 2000.

    2. K. Barendregt, P. B., Soeters S. P., Kondrup A. J., Sobota, L. Bases da Nutrio Clnica. 3

    ed. Rio de Janeiro: Editora Rbio, 2008.

    3. Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria Nacional de Vigilncia Sanitria. Portaria n 272

    de 8 de abril de 1998, D.O.U. 23/04/98.

    4. Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria Nacional de Vigilncia Sanitria. Portaria n 63 de

    Julho de 2000. Regulamento Tcnico para a Terapia Nutricional.

    Estado Nutricional

    Gravidade da Doena Idade > 70 anos (Acrescentar 1

    ponto) Total

    Valor

  • Pg. 6 25 Triagem Nutricional em Paciente Adulto

    5. Waitzberg, D. L. Nutrio Oral, Enteral e Parenteral na Prtica Clnica. 3 ed., So Paulo:

    Editora Atheneu, 2001.

    6. Destky, A.L., Smalley, P.S., Chang, J. Is This Patient Malnourished? JAMA, 1994; 271(1): 54-

    8.

    7. Barbosa, M.R.S. Tese de Doutorado. Desempenho de testes de reastreamento e avaliao

    nutricional como preditores de desfechos clnicos negativos em pacientes hospitalizados.

    Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo, 2010.

    8. Arajo, M.A.R. e cols. Anlise comparativa de diferentes mtodos de triagem nutricional

    do paciente internado. Cincias Sade, 2010; 21(4):331-342.

    9. Vale Rodrigues, F.C. Logrado,M.H.G. Estudos de validao de ferramentas de triagem e

    avaliao nutricional: uma reviso acerca da sensibilidade e especificidade. Cincias Sade.

    2013:22(4)31-46.

    10. Raslan M., Gonzales M.C., Dias M.C.G., Paes-Barbosa F.C., Cecconello I., Waitzberg, D.L .

    Aplicabilidade dos mtodos de triagem nutricional no paciente hospitalizado. Rev. Nutr.

    Campinas, 21(5):553-561, set/out,2008.

    11. Leandro-Merrhi, V.A. Morete, J.L. Oliveira, M.R.M. Avaliao do estado nutricional precedente

    ao uso de nutrio enteral. Arq. Gastroenterol v.46-n 3 - jul/set, 2009

    12. Brasil. Ministrio da Sade. Portaria SAS N 131 se 08 de maro de 2005.

    13. SBNPE, ABN. Projeto Diretrizes. Triagem e Avaliao do Estado Nutricional, 2011.

  • 25 Triagem Nutricional em Paciente Adulto Pg. 7

    ANEXO I

    Formulrio de Pedido de Interconsulta

    Clnica

    ___________________________________________________________________________________________________

    Clnica solicitante

    _________________________________________________________________________________________

    Paciente

    ___________________________________________________________________________________________________

    Enfermaria ____________ Leito ____________ Registro _____________

    Data _______/_______/______________ Horrio _____ : _____ Urgente Sim No

    Motivo da Interconsulta

    _____________________________________________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________________________________________

    Relatrio da Interconsulta

    _____________________________________________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________________________________________

    Data:________ /__________ /_______________

    _________________________________________________________ Assinatura e carimbo do profissional consultante