169
Propostas de planificação Situações de aprendizagem Recursos de apoio à aprendizagem Testes de avaliação com tipologia de exame CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR – 11. o ANO Português CONCEIÇÃO COELHO FÁTIMA AZÓIA FÁTIMA SANTOS

03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

∫ Propostas de planificação

∫ Situações de aprendizagem

∫ Recursos de apoioà aprendizagem

∫ Testes de avaliação com tipologia de exame

CADERNODE APOIO

AO PROFESSOR

– 11.o ANOPortuguês

CONCEIÇÃO COELHO • FÁTIMA AZÓIA • FÁTIMA SANTOS

Page 2: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

11

NOTA INTRODUTÓRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO NO SISTEMA EDUCATIVO PORTUGUÊS . . . . 4

AULA DIGITAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

CONTRIBUTOS PARA O DESENVOLVIMENTO CURRICULAR. . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

• Finalidades da disciplina de Português . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

• Objetivos da disciplina de Português . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

EXPLORAÇÃO DAS SEQUÊNCIAS DE ENSINO

Sequência de ensino-aprendizagem n.o 1

A. Planificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

B. Em interação: Situações de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

C. Recursos de apoio ao desenvolvimento das situações de aprendizagem . . . . . . 17

D. Recursos de apoio à avaliação das situações de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

E. Teste de avaliação n.o 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

Sequência de ensino-aprendizagem n.o 2

A. Planificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

B. Em interação: Situações de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

C. Recursos de apoio ao desenvolvimento das situações de aprendizagem . . . . . . 46

D. Recursos de apoio à avaliação das situações de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

E. Teste de avaliação n.o 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

Sequência de ensino-aprendizagem n.o 3

A. Planificação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

B. Em interação: Situações de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

C. Recursos de apoio ao desenvolvimento das situações de aprendizagem . . . . . . 76

D. Recursos de apoio à avaliação das situações de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

E. Teste de avaliação n.o 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87

ÍNDICE

Page 3: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

2

Sequência de ensino-aprendizagem n.o 4

A. Planificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98

B. Em interação: Situações de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99

C. Recursos de apoio ao desenvolvimento das situações de aprendizagem . . . . . . . . . . 102

D. Recursos de apoio à avaliação das situações de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . 115

E. Teste de avaliação n.o 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120

Sequência de ensino-aprendizagem n.o 5

A. Planificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132

B. Em interação: Situações de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133

C. Recursos de apoio ao desenvolvimento das situações de aprendizagem . . . . . . 136

D. Recursos de apoio à avaliação das situações de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . 143

E. Teste de avaliação n.o 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146

SOLUÇÕES DOS RECURSOS DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO

E À AVALIAÇÃO DAS SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157

Nota: Este Caderno encontra-se redigido conforme o novo Acordo Ortográfico.

Page 4: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

3

NOTA INTRODUTÓRIA

O Caderno de Apoio ao Professor (CAP) do Interações do 11.o ano pretende ser um instrumento de apoio à ativi-dade dos docentes na promoção de uma aprendizagem significativa e contextualizada. As propostas apresentadasconfiguram um paradigma fundamentado num modelo dinâmico de aprendizagem, no qual o aluno (re)constrói osaber, partindo de um significado contextual e interacional e buscando a transformação para intervir na realidade.Sem este propósito de intervenção, qualquer aprendizagem é inócua.

Mais do que um momento em que se apresentam conceitos, a aula de Português deve provocar aprendizagens.Daí que este CAP proponha um trabalho em torno de situações de aprendizagem globais, progressivamente maiscomplexas e que exigem um olhar do aluno sobre os seus limites e potencialidades, criando novas relações com oconhecimento.

No desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, o professor busca formas criativas e estimulantespara desafiar as estruturas cognitivas dos alunos, procurando, simultaneamente, avaliar os procedimentos adota-dos na resolução das atividades. A avaliação é diversificada e emerge das situações de aprendizagem, apresentandoo CAP instrumentos auxiliares da prática avaliativa, sob a forma de grelhas simplificadas, onde se procura averi-guar do grau de desenvolvimento das competências preconizadas pelo Programa. A avaliação mais formal surgeem testes globais, no final de cada sequência, procurando familiarizar os alunos com o modelo de exame de finalde ciclo.

Todas as propostas aqui apresentadas foram construídas na convicção de que a aprendizagem constitui umprocesso dialógico problematizador e que só é possível em sintonia e conexão com os outros. A língua portuguesapode ser, afinal, o veículo de todas as interações!

As Autoras

Page 5: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

4

O novo acordo ortográfico no sistema educativo português

Principais alterações

Por Paulo Feytor Pinto

A ortografia da língua portuguesa, tal como a própria língua, tem sofrido alterações ao longo do tempo. Em2011, com a entrada em vigor da nova ortografia que aqui se apresenta, chega ao fim um período de 100 anos duranteo qual a língua portuguesa teve duas ortografias oficiais distintas. Este facto foi provocado pelos portugueses que,em 1911, adotaram uma nova ortografia, tornaram-na oficial e não consultaram os brasileiros.

Apesar de a nova ortografia comum ter provocado alterações tanto na ortografia portuguesa como na brasileira,aqui apresentam-se apenas as regras que alteram a ortografia a utilizar no sistema educativo português. Todas asregras ortográficas que não são referidas mantêm-se, portanto, inalteradas. Também a terminologia utilizadanesta brochura é a adotada no ensino básico e secundário e não a do texto legal.

As alterações introduzidas na ortografia são as seguintes:1. Introdução das letras k, w e y no alfabeto (Base I).2. Obrigatoriedade de inicial minúscula em alguns nomes próprios e formas de cortesia (Base XIX).3. Supressão das letras c e p em sequências de consoantes (Base IV).4. Supressão de acento em palavras graves (Base IX).5. Supressão e/ou substituição do hífen em palavras compostas e derivadas, formas verbais e locuções (Bases

XV-XVII).

A consulta deste texto pode ser complementada com a leitura do diploma legal que aprova a nova ortografia,em especial das bases ou regras acima identificadas e das respetivas notas explicativas. A Resolução daAssembleia da República, de agosto de 1991, está permanentemente disponível em:

http://dre.pt/pdf1sdip/1991/08/193A00/43704388.pdf

A Resolução do Conselho de Ministros que determina a entrada em vigor da nova ortografia, de janeiro de 2011,adotou também o Vocabulário Ortográfico do Português e o conversor Lince desenvolvidos pelo Instituto deLinguística Teórica e Computacional, com financiamento público do Fundo da Língua Portuguesa. Uma vez que otexto legal que descreve a nova ortografia prevê exceções e não é exaustivo na exemplificação, estas duas ferra-mentas são muito úteis para esclarecer as inevitáveis dúvidas e estão disponíveis gratuitamente no sítio:

www.portaldalinguaportuguesa.org

Alfabeto

k w y

As letras k, w e y fazem parte do alfabeto da língua portuguesa. Apesar desta novidade, as regras de utilizaçãomantêm-se as mesmas. Estas três letras podem, por exemplo, ser utilizadas em palavras originárias de outras lín-guas e seus derivados ou em siglas, símbolos e unidades internacionais de medida, como darwinismo, Kuwait, kmou watt.

A posição destas três letras no alfabeto é a seguinte: …j, k, l… …v, w, x, y, z.

Page 6: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

5

Minúsculas

sábado agosto verão sul senhor Silva

A letra minúscula inicial é obrigatória nos:– nomes dos dias: sábado, domingo, segunda-feira, terça-feira, quarta-feira…– nomes dos meses: agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro, janeiro…– nomes das estações do ano: verão, outono, inverno, primavera…– nomes dos pontos cardeais ou equivalentes, mas não quando eles referem regiões: sul, leste, oriente e oci-

dente europeu, mas o Ocidente.

A letra minúscula inicial é obrigatória também nas formas de tratamento ou cortesia: senhor Silva, cardealSantos…

A letra inicial tanto pode ser maiúscula como minúscula em: – títulos de livros, exceto na primeira palavra: Amor de perdição ou Amor de Perdição.– nomes que designam cursos e disciplinas: matemática ou Matemática.– designações de arruamentos: rua da Liberdade ou Rua da Liberdade.– designações de edifícios: igreja do Bonfim ou Igreja do Bonfim.

C & P

ação facto ótimo apto

As letras c e p são suprimidas sempre que não são pronunciadas pelos falantes mais instruídos, como acon-tece em algumas sequências de consoantes: ação, ótimo, ata, ator, adjetivo, antártico, atração, coletânea, conce-ção, letivo, noturno, perentório, sintático…

As letras c e p mantêm-se apenas nos casos em que são pronunciadas: facto, apto, adepto, compacto, contacto,corrupção, estupefacto, eucalipto, faccioso, fricção, núpcias, pacto, sumptuoso…

Assim, tal como na oralidade, na escrita temos Egito e egípcio.

Aceita-se a dupla grafia quando se verifica oscilação na pronúncia culta, como em sector e setor. Já existiamem português outras palavras com mais de uma grafia, como febra, fevra e fêvera.

As letras b, g e m mantêm-se na escrita em português europeu padrão de sequências idênticas de consoan-tes: subtil, súbdito, amígdala, amnistia, omnipresente…

A letra h mantém-se tanto no início e no fim de palavra como nos dígrafos ch, lh e nh: homem, oh, chega,mulher, vinho.

Page 7: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

6

Acento

joia heroico leem veem pera para

O acento agudo é suprimido das palavras graves cuja sílaba tónica contém o ditongo oi. Generaliza-se portantoa regra já aplicada em dezoito e comboio. Assim, passamos a ter: joia, heroico, boia, lambisgoia, alcaloide, para-noico…

O acento circunflexo é suprimido das formas verbais graves, da terceira pessoa do plural, terminadas emeem. Assim, passamos a ter: leem, veem, creem, deem, preveem…

O acento gráfico, agudo ou circunflexo, é suprimido das palavras graves que não têm homógrafas damesma classe de palavras. Assim, para pode ser uma preposição ou uma forma do verbo parar, tal como acordo jápodia ser um nome ou uma forma do verbo acordar. Outros exemplos são: acerto (verbo ou nome), coro (verbo ounome), fora (verbo ou advérbio)…

O acento agudo mantém-se na escrita em português europeu padrão das formas verbais da primeira pessoado plural, do pretérito perfeito do indicativo, dos verbos da primeira conjugação: gostámos, levámos, entregámos,andámos, comprámos…

Hífen

autoavaliação paraquedas semirrígido suprassumo fim de semana hei de

O hífen é suprimido das palavras derivadas em que a última letra do primeiro elemento – o elemento nãoautónomo – é diferente da primeira letra do segundo elemento: autoavaliação, autoestrada, agroindústria, anti-americano, bioalimentar, extraescolar, neoidealismo…

O hífen mantém-se nas derivadas começadas por ex, vice, pré, pós, pró, circum seguido de vogal ou n, panseguido de vogal ou m, ou ab, ad, ob, sob ou sub seguido de consoante igual, b ou r. Assim, continuamos a ter: pós --graduação, pan-americano, sub-região…

O hífen mantém-se nas derivadas em que o segundo elemento começa por h, r ou s. No primeiro caso, man-tém-se a regra anteriormente em vigor: anti-herói, pan-helénico…

O hífen é suprimido de palavras cuja noção de composição se perdeu, tal como já tinha acontecido com pontapé.Assim, passamos a ter: paraquedas, mandachuva…

O hífen é substituído por r ou s, duplicando-o, nas palavras derivadas e compostas acima referidas em que aúltima letra do primeiro elemento é uma vogal e a primeira letra do segundo elemento é um r ou um s : semirrí-gido, suprassumo, antirroubo, antissemita, girassol, madressilva, ultrassecreto…

O hífen é substituído por um espaço em branco nas locuções substantivas, adjetivas, pronominais, adver-biais, prepositivas ou conjuncionais: fim de semana, cão de guarda, cor de vinho…

Page 8: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

7

O hífen é substituído por um espaço em branco nas quatro formas monossilábicas do verbo haver seguidasda preposição de: hei de, hás de, há de e hão de.

Mantém-se a ortografia em exceções pontuais tais como desumano, cor-de-rosa…

O hífen mantém-se em todos os restantes casos: – generalidade das compostas: cobra-capelo, ervilha-de-cheiro, mal-estar, tenente-coronel…– derivadas em que a última letra do primeiro elemento é igual à primeira letra do segundo elemento: anti-ibé-

rico, hiper-realista…– formas verbais seguidas de pronome pessoal dependente: disse-lhe, disse-o, dir-te-ei…– encadeamentos vocabulares: estrada Lisboa-Porto, ponte Rio-Niterói…

Page 9: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

8

AULA DIGITAL

A Aula Digital possibilita a fácil exploração do projeto Interações, através das novas tecnologias em sala deaula. Utilize uma ferramenta inovadora que lhe permitirá tirar o melhor partido do seu projeto escolar, simplificandoo seu trabalho diário.

Explore e vá mais longe

Projete e explore as páginas do manual na sala de aula e aceda a um conjunto de conteúdos multimédia inte-grados com o manual, para tornar a sua aula mais dinâmica:

• Vídeos – documentários de divulgação científica, biografias dos autores abordados no Programa ou anúnciospublicitários são alguns dos vídeos disponibilizados na Aula Digital, que permitem explorar, de forma originale criativa, os diferentes conteúdos programáticos.

• Áudios – gravações de leituras expressivas de diversos textos do manual.

• PowerPoint – apresentações multimédia sobre as principais obras e autores abordados no manual (Umolhar sobre…) e temas como publicidade, discurso político ou dramatização.

• Testes Interativos – extenso banco de testes interativos personalizáveis e organizados de acordo com osdiversos temas do manual.

• Links Internet – sugestões de endereços de páginas na Internet com conteúdos de apoio às matérias explo-radas em contexto de sala de aula, com vista a complementar informação e a alargar conhecimento.

Prepare as suas aulas em pouco tempo

A Aula Digital simplifica a preparação de aulas com as novas tecnologias. Prepare facilmente sequências pla-neadas e personalizadas de recursos digitais, para exploração no quadro interativo ou com o projetor simples.

Avalie os seus alunos de forma fácil

• Utilize os testes predefinidos ou crie um à medida da sua turma, a partir de uma base de mais de 300 ques-tões.

• Imprima os testes para distribuir, projete em sala de aula ou envie aos seus alunos com correção automática.

• Acompanhe o progresso dos alunos através de relatórios de avaliação detalhados.

Comunique e interaja

Tire partido das funcionalidades de comunicação e de interação que lhe permitem trocar mensagens e parti-lhar recursos com os seus alunos.

Page 10: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

9

Sequência CD Áudio Vídeos PowerPoint Outros recursos

1

Singles e publicidaderadiofónica

• Vídeo Tvnet sobre a enzima protetora da malária

• Eles andam aí(vídeos 1 e 2)

• Ler um artigo de apreciação crítica

• Um olhar sobre a publicidade

• Código da Publicidade(documento)

• Formulário deReclamação doConsumidor(documento)

• A retórica ou a artede convencer(documento)

• Testes interativos

2

• Um mundo multirriscos• A herança de Padre

António Vieira• Sermão de Santo

António aos Peixes –Capítulo I

• Sermão de SantoAntónio aos Peixes –Capítulo V (excerto)

• Sermão de SantoAntónio aos Peixes –Capítulo IV

• Pluralidade cultural –índios no Brasil, quemsão eles

• A arquitetura barroca• O problema da história

única

• Argumentar para convencer

• Um olhar sobre o Sermãode Santo António aosPeixes

• Educação, um tesouro a descobrir, de JacquesDelors (documento)

• Testes interativos

3

• Memória aoConservatório Real deLisboa

• Frei Luís de Sousa, atoI, cena VIII

• Frei Luís de Sousa, atoIII, cena IV

• Frei Luís de Sousa, atoIII, cena XI

• Louvor a Garrett, deAntónio Mega Ferreira

• Tragédia e Drama• Um olhar sobre Frei Luís

de Sousa

• Testes interativos

4

• Os Maias, capítulo VIII(excerto)

• Os Maias, capítulo XVII(excerto)

• Os Maias, capítulo IV(excertos)

• Eça de Queirós, realidade e ficção

• Conhecer Eça de Queirós• Um olhar sobre Os Maias

• Testes interativos

5

• «Num bairro moderno»• «Cristalizações»• «Deslumbramentos»• «Contrariedades»• «De tarde»• «Provincianas»

• Nas nossas ruas, ao anoitecer

• Um olhar sobre a poéticade Cesário Verde

• Testes interativos

Materiais multimédia

Page 11: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

10

CONTRIBUTOS PARAO DESENVOLVIMENTO CURRICULAR

«O programa de Português valoriza o exercício do pensamento reflexivo pela importância de que se reveste nodesenvolvimento de valores, capacidades e competências decorrentes do processo de ensino formal, atribuindo àescola a função de incrementar a capacidade de compreensão e expressão oral e escrita do aluno.»1

Finalidades da disciplina de Português:

• «Assegurar o desenvolvimento das competências de compreensão e expressão em língua materna.

• Desenvolver a competência de comunicação, aliando o uso funcional ao conhecimento reflexivo sobre a língua.

• Formar leitores reflexivos e autónomos que leiam na Escola, fora da Escola e em todo o seu percurso de vida, cons-cientes do papel da língua no acesso à informação e do seu valor no domínio da expressão estético-literária.

• Promover o conhecimento de obras/autores representativos da tradição literária, garantindo o acesso a um capi-tal cultural comum.

• Proporcionar o desenvolvimento de capacidades ao nível da pesquisa, organização, tratamento e gestão de infor-mação, nomeadamente através do recurso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).

• Assegurar o desenvolvimento do raciocínio verbal e da reflexão, através do conhecimento progressivo das poten-cialidades da língua.

• Contribuir para a formação do sujeito, promovendo valores de autonomia, de responsabilidade, de espírito crítico,através da participação em práticas de língua adequadas.

• Promover a educação para a cidadania, para a cultura e para o multiculturalismo, pela tomada de consciência dariqueza linguística que a língua portuguesa apresenta.»2

Objetivos da disciplina de Português:

• «Desenvolver os processos linguísticos, cognitivos e metacognitivos necessários à operacionalização de cadauma das competências de compreensão e produção nas modalidades oral e escrita.

• Interpretar textos/discursos orais e escritos, reconhecendo as suas diferentes finalidades e as situações de comu-nicação em que se produzem.

• Desenvolver capacidades de compreensão e de interpretação de textos/discursos com forte dimensão simbólica,onde predominam efeitos estéticos e retóricos, nomeadamente os textos literários, mas também os do domínioda publicidade e da informação mediática.

1 Programa de Português do 10.o, 11.o e 12.o anos dos Cursos Científico-Humanísticos e Cursos Tecnológicos do Ensino Secundário, páginas 2 e 3.2 Idem, página 6.

Page 12: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

11

• Desenvolver o gosto pela leitura dos textos de literatura em língua portuguesa e da literatura universal, comoforma de descobrir a relevância da linguagem literária na exploração das potencialidades da língua e de ampliaro conhecimento do mundo.

• Expressar-se oralmente e por escrito com coerência, de acordo com as finalidades e situações de comunicação.

• Proceder a uma reflexão linguística e a uma sistematização de conhecimentos sobre o funcionamento da língua,a sua gramática, o modo de estruturação de textos/discursos, com vista a uma utilização correta e adequada dosmodos de expressão linguística.

• Utilizar métodos e técnicas de pesquisa, registo e tratamento de informação, nomeadamente com o recurso às TIC.

• Desenvolver práticas de relacionamento interpessoal favoráveis ao exercício da autonomia, da cidadania, do sen-tido de responsabilidade, cooperação e solidariedade.»3

3 Idem, página 7.

Page 13: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

12

Competências transversais

• Comunicação: Componentes linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.• Estratégica: Estratégias de leitura e de escuta adequadas ao tipo de texto e à finalidade; seleção e organização de infor-

mação; operações de planificação, execução e avaliação da escrita e da oralidade; pesquisa em vários suportes; conce-ção e utilização de instrumentos de análise; elaboração de ficheiros; utilização das TIC.

• Formação para a cidadania: Tomada de consciência e exercício de direitos e deveres; apresentação e defesa de opi-niões; desenvolvimento do espírito crítico.

Tipos de texto: Artigos científicos e técnicos, artigos de apreciação crítica, textos publicitários, reclamação/protesto

COMPREENSÃOORAL

Testes de compreensão oral (CD áudio/manual):

• Documentário de índole científica: A árvore genealógica da humanidade.

• Publicidade (comercial e institucional):Jogos Santa Casa; Eles andam aí...; Águadas Pedras.

Escuta/visionamento:

• Documentário de índole científica: A árvore genealógica da humanidade.

• Publicidade (comercial e institucional):Jogos Santa Casa ; Eles andam aí...; Água das Pedras.

• Outros documentários e exemplos depublicidade selecionados na comunica-ção social por professores e alunos.

EXPRESSÃOORAL

• Textos de apreciação crítica.

• Textos publicitários.

• Descrição e interpretação de imagens.

EXPRESSÃOESCRITA

• Artigos de apreciação crítica.

• Texto publicitário.

• Reclamação/Protesto.

LEITURA Textos informativos (páginas 15 a 28)

Leitura seletiva:

• Loucos por anúncios, página 51.

• A arte de chamar a atenção, página 52.

• A retórica ou a arte de convencer(Aula Digital).

CO

MP

ETÊN

CIA

S N

UC

LEA

RES

SEQUÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM N.o 1

10 blocos 90 minutos (20 aulas)A. Planificação

(Continua)

Page 14: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

13

LEITURA

• Artigos científicos e técnicos.• Artigos de apreciação crítica (socieda-

de, economia, política, cultura); edito-rial.

• Reclamação/Protesto.

Leitura analítica: • Jovens cientistas europeus em Lisboa• Pura adrenalina• Está aí alguém?• Lugar ao sol• Direito à esperança• O meu avô, o meu pai e eu• As salas de aula, 50 anos depois• Cinema e democracia• Sistemas quânticos e eterna juventudeLeitura global: Textos do manual e outrosselecionados pelo(a) professor(a) e pelosalunos em revistas e jornais da atualidade.Leitura recreativa: Contrato de Leitura.

Imagem fixa e em movimento: Imagens de publicidade comercial e institucional.

FUNCIONAMENTODA LÍNGUA

• Tempo, aspeto e modalidade.• Tropos e figuras retóricas. • Consolidação dos conteúdos de morfologia, classes de palavras, sintaxe.

AVALIAÇÃO• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.

CO

MP

ETÊN

CIA

S N

UC

LEA

RES

B. Em interação: situações de aprendizagem

Situação de aprendizagem n.o 1• Visionamento de documentário de índole científica (manual); tomada de notas.• Interação verbal em torno das ideias expressas no documentário.• Identificação de vocabulário específico e construção de glossário de termos científicos.• Deteção da estrutura do documentário.• Oficina de escrita (planificação):

– Planificação de texto a partir das ideias expressas no documentário: construção do universo de referência/tópico; determinação da situação e objetivos de comunicação; construção de um plano-guia.

• Documentário de índole científica.• Artigos científicos e técnicos.• Artigos de apreciação crítica (sociedade, economia, política, cultura); editorial.• Publicidade (comercial/institucional); texto publicitário. • Reclamação/Protesto.

Page 15: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

14

Avaliação:

• Avaliação da interação verbal.• Participação ativa no trabalho da oficina de escrita.• Avaliação do plano construído.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Situação de aprendizagem n.o 2

• Pesquisa e constituição de Webfólio/Portefólio de artigos científicos e técnicos.• Seleção dos artigos por área de ciência/técnica.• Constituição de pequenos grupos por área científica/técnica de interesse dos alunos.• Leitura dos artigos selecionados para levantamento de vocabulário específico e informação.• Elaboração de glossário de termos científicos.• Produção de um PowerPoint com informação relevante extraída dos artigos para ser apresentado à turma.• Alargamento do conhecimento: pesquisa de um termo/experiência apresentado(a) nos artigos que suscite a

curiosidade intelectual do grupo. • Apresentação à turma do resultado da pesquisa.

Avaliação:

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.• Produção de um texto individual, a partir de um dos artigos analisados e da informação recolhida, utilizando

vocabulário específico.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Situação de aprendizagem n.o 3

• Leitura, em trabalho de pares, de um editorial apresentado pelo professor:– Deteção da opinião do meio de comunicação – ponto de vista da entidade/instituição.– Modo como influencia a opinião pública a tomar aquele posicionamento como verdadeiro ou certo.– Relevância do tema tratado.– Afirmações que conferem ao editorial um estatuto de autoridade.– Enquadramento no género de discurso jornalístico que é persuasivo por natureza e visa orientar os indivíduos

e a sociedade em geral.• Apresentação oral e registo de conclusões.• Leitura analítica individual de um editorial trazido pelo par com quem o aluno trabalhou inicialmente – registo

escrito.

Avaliação:

• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.• Auto e coavaliação do trabalho em pares.• Leitura analítica individual de um editorial.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Page 16: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

15

Situação de aprendizagem n.o 4

• Constituição de quatro grandes grupos para leitura de artigos de apreciação crítica (sociedade, economia, políti-ca, cultura).

• Procedimentos de leitura para cada grupo:– Identificação de sequências informativas e de sequências argumentativas.– Identificação da tese defendida.– Registo de argumentos que revelem a apreciação crítica do autor do artigo.– Levantamento de exemplos utilizados para comprovar a tese e ilustrar os argumentos.– Registo da utilização de linguagem valorativa ou depreciativa.– Identificação do tom utilizado, de acordo com a intenção da crítica.– Verificação da consecussão do objetivo de atingir a eficácia persuasiva, isto é, de influenciar o leitor.

• Apresentação oral e registo de conclusões.• Oficina de escrita (planificação, textualização e revisão):

– Elaboração de um artigo de apreciação crítica (manual): – Estrutura.– Características.– Expressão de pontos de vista e de juízos de valor.– Estratégias argumentativas.– Vocabulário (valorativo ou depreciativo).

Avaliação:

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.• Participação ativa no trabalho da oficina de escrita.• Elaboração individual de um artigo de apreciação crítica.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Situação de aprendizagem n.o 5

• Trabalho em pequenos grupos em torno de anúncios publicitários escritos e audiovisuais.• Leitura de imagem.• Identificação de características da linguagem publicitária/dos mecanismos de persuasão.• Levantamento dos recursos expressivos que suportam a informação/crítica/argumentação.• Ficha de funcionamento da língua a partir do anúncio.• Produção de um anúncio publicitário que evidencie a relação entre o verbal e o visual, com recurso à função

informativa, crítica e argumentativa da imagem e a figuras de estilo/tropos adequados.

Avaliação:

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.• Anúncio publicitário produzido.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Page 17: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

16

Situação de aprendizagem n.o 6

• Leitura, em pares, de textos onde seja evidente a reclamação/o protesto: levantamento de factos/situações,razões apresentadas, argumentação evidenciada, soluções alternativas propostas, linguagem que suporta areclamação/o protesto.

• Ficha de funcionamento da língua a partir do texto.• Elaboração, em pares, de reclamação/protesto sobre tema à escolha.

Avaliação:

• Produção individual de reclamação/protesto.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Page 18: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

17

C. Recursos de apoio ao desenvolvimento das situaçõesde aprendizagem

Jovens identificaram espécie de rã-de-focinho-pontiagudo

Três alunos da Escola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves conseguiram identificar, na região deOdemira, uma espécie de rã da família Discoglossidae – também chamada de rã-de-focinho-pontiagudo –, consi-derada espécie protegida, mas atualmente ameaçada por destruição de habitat. A descoberta valeu-lhes o tercei-ro lugar no Concurso Nacional para Jovens Cientistas e Investigadores e a participação na Semana Internacionalde Investigação, na Suíça, que vai decorrer entre 27 de junho e 3 de julho.

Com o projeto Anfíbios e répteis: completar o atlas para a região de Odemira, Francisco Silva, João PedroPereira e Rúben Gonçalinho, todos da Escola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves, conseguiram garantir apresença na Semana Internacional de Investigação que durante sete dias junta, na Suíça, mais de 20 jovens cien-tistas, entre os 17 e os 20 anos, de várias nacionalidades.

A ideia desta Semana é promover o contacto com a natureza, descobrir a vida selvagem alpina e, simultanea-mente, despertar os mais novos para os temas relacionados com a ecologia, a biodiversidade, o comportamentoanimal ou as diferentes espécies de plantas. O objetivo é que os participantes desenvolvam um trabalho de inves-tigação sobre uma área, podendo fazer análises de campo para obter as conclusões necessárias.

Em Portugal, os três alunos da Escola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves identificaram novas espé-cies de anfíbios e répteis da Região de Odemira, ajudando a valorizar o património natural daquela zona e, poroutro lado, a promover a sua conservação efetiva. A ideia surgiu quando «nos deparámos, pela primeira vez, com oAtlas editado em 2008 pelo Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade e percebemos que espéciesque estávamos habituados a ver na zona de Odemira não se encontravam registadas nas respetivas quadrículas»,explicam os alunos.

Orientados pela professora Paula Canha, calçaram as botas de borracha e os impermeáveis e durante algunsmeses percorreram vários charcos, munidos de recipientes para a identificação das larvas de anfíbios, réguas,lanternas e máquina fotográfica.

De entre as espécies com maior número de novos registos, isto é, que foram encontradas em quadrículas nasquais a equipa do Atlas não as detetou, destacam-se: o tritão-de-ventre-laranja (Lissotriton boscai ), a rã-de-focinho -pontiagudo (Discoglossus galganoi ), a cobra-cega (Blanus cinereus ), a cobra-de-ferradura (Hemorrhoishippocrepis ) e a cobra-de-capuz (Macroprotodon brevis).

A presença dos «jovens investigadores» na Suíça conta com o apoio da Fundação da Juventude, entidade quevai promover a organização da Final Europeia para Jovens Cientistas, a decorrer em Lisboa, no próximo mês desetembro.

Fonte: www.cienciahoje.pt

5

10

15

20

25

Page 19: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

18

A dança das partículas fantasmas

O neutrino é uma partícula engraçada. Teorizada pelo físico austríaco Wolfgang Pauli, em 1930, só viria a serdetetada 30 anos mais tarde. Porém está em todo o lado: em cada segundo chegam até nós, vindas do Espaço, 65 mil milhões destas partículas por centímetro quadrado. As estrelas e as centrais nucleares produzem-nas, talcomo a radioatividade natural e, até, o corpo humano.

Estas partículas mínimas são impercetíveis. Como só raramente interagem com a matéria, atravessam-nacomo fantasmas inofensivos, quer estejamos a falar de uma parede, de uma pessoa ou dos 732 quilómetros desubsolo que separam o CERN (Centro Europeu de Física das Partículas), em Genebra, do laboratório de GranSasso, perto de Roma.

Foram estes laboratórios a detetar a metamorfose da partícula, como anunciaram os cientistas da equipainternacional da experiência Opera, iniciada em 2006.

O neutrino apresenta-se sob três formas ou «sabores»: o neutrino do eletrão, o neutrino do muão e o neutrinodo tau. Contudo, pode sofrer uma mutação brusca – oscilar, como dizem os físicos – de um tipo para outro.

A experiência Opera teve início no CERN, onde se procede à aceleração de protões – partículas elementaresde carga positiva – contra um alvo de grafite. A colisão produz outras partículas elementares que se desintegramrapidamente, fazendo desaparecer, sobretudo, os neutrinos do muão.

Enterradas 1400 metros abaixo da superfície para ficarem protegidas dos raios cósmicos, as salas de teste do laboratório de Gran Sasso foram construídas viradas para Genebra. Dentro delas, um detetor, constituído por150 mil tijolos de chumbo e por emulsões fotográficas, aguarda os biliões de biliões de neutrinos de muão envia-dos pelo CERN.

Foi no meio desta horda de partículas do tipo muão que os investigadores apanharam nas suas redes umapartícula tau. «É quase como se um cão tivesse ido dar um passeio e voltado transformado num gato», dizem osfísicos.

Essa confirmação experimental é importante porque, segundo a teoria, para se poder transformar, o neutrinoprecisa de ter massa. Acontece que o Modelo-Padrão, o sustentáculo em que, desde há décadas, assenta toda afísica das partículas, presume que o neutrino não tem massa – tal como o fotão, a partícula mensageira da luz.

Para Alain Blondel, estamos a aproximar-nos de uma coisa fundamental: a física dos neutrinos com massapoderá ter desempenhado um papel no desequilíbrio entre matéria e antimatéria, o desequilíbrio que possibilitouque as duas entidades não se tivessem aniquilado por completo depois do Big Bang. «Isso poderia permitir-noscompreender por que razão o mundo é feito de matéria e não de antimatéria.»

Lucia Sillig, in Courrier Internacional, n.o 174, agosto de 2010 (texto com adaptações)

5

10

15

20

25

Page 20: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

19

Leitura interativa

1. Especifica o tema deste artigo.

2. Relaciona o título com o tema que indicaste na questão anterior.

3. Atenta nas seguintes afirmações:a) «O neutrino é uma partícula engraçada» (linha 1).b) «atravessam-na como fantasmas inofensivos» (linha 5-6).c) «Essa confirmação experimental é importante» (linha 23).

3.1 Explica cada uma delas, de acordo com o sentido do texto.

4. Explicita o facto que leva os físicos a afirmar: «É quase como se um cão tivesse ido dar um passeio e voltadotransformado num gato.»

5. Faz três perguntas sugestivas a partir das informações contidas no artigo.

6. Refere-te à relevância e atualidade do tema explorado.

Page 21: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

20

Admirável mundo próprio

Assíduas e pontuais, as pessoas afetadas por síndroma de Asperger adaptam-se surpreendentemente bem aomundo digital. História de sucesso numa empresa suiça onde estão em maioria.

Aos 37 anos, Susan Conza dirige, em Zurique, uma empresa de informática fora do comum: emprega técnicoscom síndroma de Asperger, uma forma ligeira de autismo. Fundada há dois anos, a Asperger Informatik tem seisfuncionários e dá lucro. «Não somos uma instituição social, mas uma sociedade anónima lucrativa», afirma a dire-tora que também sofre da doença.

Antes de se lançar no webdesign, a firma especializara-se em testes aos programas informáticos, uma tarefameticulosa e repetitiva que se adequa na perfeição a um Asperger. Geralmente inteligentes, as pessoas com estadoença revelam competências em áreas técnicas, como a mecânica e a informática, as artes e as línguas.

A empresa emprega dois «neurotípicos», o nome que os Asperger dão às pessoas normais: o sogro da diretora éo responsável pelos recursos humanos e pela gestão de projetos. Susan Conza acompanha os funcionários nas des-locações aos clientes, para evitar percalços que possam inviabilizar o trabalho, nomeadamente em grandes gabi-netes por onde circulam dezenas de pessoas. «Compreendemos mal a linguagem corporal, as subtilezas da línguae as metafóras. A ambiguidade desestabiliza-nos: as coisas têm de ser claras, verdadeiras ou falsas. O aparecimen-to da Internet ajudou-nos imenso: sentimo-nos mais à vontade a comunicar por correio eletrónico do que por tele-fone. Estamos muito bem adaptados ao mundo digital e já me questionei se não seremos os representantes deuma nova etapa na evolução da espécie humana», diz a sorrir Susan Conza, a quem não faltam humor e encanto.

«A nossa franqueza total pode parecer brusca. Se pensamos que um chefe não tem razão, dizemos. Sem arro-gância, mas também sem rodeios...». Esta sinceridade e a criatividade podem ser uma vantagem na política e nasempresas. Damos connosco a sonhar: um mundo onde as manipulações dos políticos e as ligações de amizade darãolugar a trocas diretas, francas e unívocas... Medo da solidão, propensão para a mentira, hipersensibilidade e negaçãoda realidade: os neurotípicos também têm alguns defeitos. Mas, ao contrário dos Asperger, nunca os reconhecem.

Daniel Saraga, in Courrier International, n.o 174, agosto de 2010 (texto com adaptações)

Leitura interativa

1. A partir das ideias contidas no texto, caracteriza:1.1 os Asperger;1.2 os neurotípicos.

2. «(…) e já me questionei se não seremos os representantes de uma nova etapa na evolução da espécie humana»(linhas 16-17).2.1 Explica o contexto em que surge esta afirmação.

3. Salienta as razões que permitem validar a opinião de que a sinceridade e a criatividade podem ser uma vanta-gem na política e nas empresas.

4. Trabalho de grupo: Imagina que vais constituir uma empresa. Elabora um breve estudo de implementação:– Indica o ramo de atividade. – Apresenta a tua visão de futuro, estabelecendo metas.– Estabelece o horário de trabalho. – Perspetiva a rentabilidade.– Traça o perfil dos funcionários. – Sê criativo.– Esboça a hierarquia.

5

10

15

20

Page 22: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

21

Compreensão oral

Filme publicitário Jogos Santa Casa

Se eu ganhasse, a primeira coisa que fazia era comprar uma casa com piscina e com vista para o mar.Comprava um carro novo para a minha irmã e outro para o meu irmão. Comprava um barco para os meus pais.À Sara, comprava um colar de diamantes. Depois, pegava em todos os meus amigos e fazia uma festa numa ilhadeserta.

Este é o outro lado dos jogos, sempre que apostar está a apoiar inúmeras instituições que todos os dias levamesperança e sorrisos a milhares de pessoas. Aposte nos jogos da Santa Casa. Se ganhar, vai fazer muita gente feliz;se não ganhar, também.

Filmes publicitários Eles Andam Aí

a) Cheguei de manhãzinha. Já ali estava um objeto não identificado, parecia uma pipa serrada ao meio que faziaUUUUUUUUUUUUUU!!!! Com medo que me roubassem as ameixas soltei os cães – era só o que faltava, nãohaver ameixas para o novo néctar da Compal. Abalaram, não levaram uma ameixa!

A Compal orgulha-se de ter as ameixas mais procuradas de todas. Novo Compal Clássico Ameixa. Fruta que faztão bem como sabe.

b) Olhe, era p’ra aí dez p’ras cinco quando comecei a sentir os cães alvoraçados. Abateu-se uma luz, ficou dia,assim p’ro vermelho, aquilo parecia um ovo estrelado de ferro, parado ali por cima daquele carreiro. Penseilogo, mais uns maganos que vêm roubar as ameixas, atão e depois, e se as roubam? O que é que digo aos senho-res da Compal? Eles precisam das ameixas para fazer o novo néctar. Vai daí, deitei unhas à enxada, sumiram-sede tal maneira, nunca mais os vi!

A Compal orgulha-se de ter as ameixas mais procuradas de todas. Novo Compal Clássico Ameixa. Fruta que faztão bem como sabe.

Page 23: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

22

Código da Publicidade1

Artigo 3.o

Conceito de publicidade1. Considera-se publicidade, para efeitos do presente diploma, qualquer forma de comunicação feita por entidades

de natureza pública ou privada, no âmbito de uma atividade comercial, industrial, artesanal ou liberal, com oobjetivo direto ou indireto de:a) Promover, com vista à sua comercialização ou alienação, quaisquer bens ou serviços;b) Promover ideias, princípios, iniciativas ou instituições.

2. Considera-se, também, publicidade qualquer forma de comunicação da Administração Pública, não prevista nonúmero anterior, que tenha por objetivo, direto ou indireto, promover o fornecimento de bens ou serviços.

3. Para efeitos do presente diploma, não se considera publicidade a propaganda política.(…)

Artigo 6.o

Princípios da publicidadeA publicidade rege-se pelos princípios da licitude, identificabilidade, veracidade e respeito pelos direitos do consumidor.

Artigo 7.o

Princípio da licitude1. É proibida a publicidade que, pela sua forma, objeto ou fim, ofenda os valores, princípios e instituições fundamen-

tais constitucionalmente consagrados.2. É proibida, nomeadamente, a publicidade que:

a) Se socorra, depreciativamente, de instituições, símbolos nacionais ou religiosos ou personagens históricas;b) Estimule ou faça apelo à violência, bem como a qualquer atividade ilegal ou criminosa;c) Atente contra a dignidade da pessoa humana;d) Contenha qualquer discriminação em relação à raça, língua, território de origem, religião ou sexo;e) Utilize, sem autorização da própria, a imagem ou as palavras de alguma pessoa;f) Utilize linguagem obscena;g) Encoraje comportamentos prejudiciais à proteção do ambiente;h) Tenha como objeto ideias de conteúdo sindical, político ou religioso.

3. Só é permitida a utilização de línguas de outros países na mensagem publicitária, mesmo que em conjunto coma língua portuguesa, quando aquela tenha os estrangeiros por destinatários exclusivos ou principais, sem prejuí-zo do disposto no número seguinte.

4. É admitida a utilização excecional de palavras ou de expressões em línguas de outros países quando necessáriasà obtenção do efeito visado na conceção da mensagem.

Artigo 8.o

Princípio da identificabilidade1. A publicidade tem de ser inequivocamente identificada como tal, qualquer que seja o meio de difusão utilizado.2. A publicidade efetuada na rádio e na televisão deve ser claramente separada da restante programação, através

da introdução de um separador no início e no fim do espaço publicitário.3. O separador a que se refere o número anterior é constituído, na rádio, por sinais acústicos e, na televisão, por

sinais óticos ou acústicos, devendo, no caso da televisão, conter, de forma percetível para os destinatários, apalavra «publicidade» no separador que precede o espaço publicitário.

1 Decreto-Lei n.o 330/90 de 23 de outubro (excertos), com as alterações introduzidas pelos Decretos-Lei n.o 74/93, de 10 de março, n.o 6/95, de 17 de janeiro e n.o

61/97 de 25 de março, n.o 275/98, de 9 de setembro.

Page 24: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

23

A retórica ou a arte de convencer

O político quer mostrar a relevância das suas ideias.O publicitário quer promover um produto.O advogado de defesa deve demonstrar a inocência do seu cliente.O adolescente quer convencer os pais a deixá-lo sair à noite.O intelectual quer convencer o mundo da relevância da sua visão do mundo.

A retórica está em toda parte e muito para além das suas áreas tradicionais (política, publicidade ou barra dotribunal). Considera-se mesmo que ela está na base do discurso científico (persuasão implícita sob o disfarce dedemonstração) e que está na linguagem comum do dia a dia. Somos todos retóricos.

Sempre que surge um problema na comunicação, as pessoas afirmam a sua posição ou tentam diminuir a dis-tância que as separa. Neste sentido, a retórica não se limita às alegações jurídicas ou ao discurso político.

Durante muito tempo, a retórica foi mal vista. Associada à propaganda, à manipulação, à publicidade (muitasvezes enganosa) e a muitas outras formas de sedução, muitas vezes enganadora, a retórica gozava de pouca consi-deração. Foi necessário que a sociedade se liberalizasse e se abrisse à pluralidade de opiniões, para que se aceitassecomo normal e saudável que houvesse debates contraditórios. Uma sociedade de comunicação, onde cada umtenta convencer, quando não seduzir, só pode ser dominada por uma retórica preocupada em criar acordos e con-sensos.

A retórica serve, então, não apenas para propor respostas, mas, sobretudo, para negociar o que pode separarcada pessoa de outra pessoa. E pode também servir não só para esbater diferenças, mas para as reforçar. Quandoinsultamos alguém que acaba de provocar um acidente de automóvel estamos a distanciarmo-nos desse compor-tamento. E isso também é retórica.

A retórica só adquire sentido em relação ao ato de questionar. Se assistimos a um debate sobre educação, ouentre dois adversários políticos ou simplesmente um casal que discute a decoração da sala, isso acontece porqueuma questão se impõe: é preciso reformular programas ou repensar a noção de escola; é necessária ou não aajuda externa para a crise financeira que o país atravessa; que tipo de materiais vamos privilegiar num espaço aser usado por crianças pequenas.

Afinal, porque é que se diz, quando se fala de retórica, que a tónica deve ser colocada nas perguntas? Quandoas opiniões e os pontos de vista se tornam problemáticos, pede-se para se justificarem as respostas para que elassejam validadas (como respostas), o que obriga a encontrar argumentos. É esse o caráter racional da retórica.

Mas como as respostas caducam e as respostas válidas ainda fazem pouco eco, há a possibilidade de manipu-lar o auditório fazendo-o acreditar em respostas que não o são. A forma, o estilo, a elegância, as figuras (de retórica)servem pois para fazer passar as respostas sem argumentar a questão. A publicidade é disso um exemplo por exce-lência.

Texto adaptado de «La rhétorique d’Aristote à Obama» in Sciences Humaines, n.o 209,dossiê coordenado por Jean François Dortier, novembro de 2009

5

10

15

20

25

30

Page 25: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

24

D. Recursos de apoio à avaliação das situaçõesde aprendizagem

Avaliação da competência de compreensão oral

Ouve, atentamente, o editorial «Lugar ao sol», da autoria de Rui Cardoso. Assinala com uma X a opção que te pare-ce correta.

1. O Sol tem sido tema de reflexão desde épocas remotas.

2. Para os gregos, o Sol era designado de deus Rá.

3. Os egípcios consideravam o sol como símbolo da vida.

4. Segundo a mitologia clássica, Apolo, deus do Sol, tinha uma dupla função.

5. Com o aparecimento das religiões monoteístas, o Sol ganha protagonismo como divin-dade.

6. No início do período do iluminismo, o rei Luís XVI passou a ser conhecido como o Rei-Sol.

7. O telescópio de Galileu trouxe a Terra para o centro do universo visível, em detrimentodo astro-rei.

8. No contexto civilizacional atual, o homem faz o culto solar.

9. Atualmente, o Sol desencadeia apenas situações funestas no ser humano.

10. O desenvolvimento da tecnologia trouxe-nos privilégios, mas também graves prejuízos.

11. A libertação de elevadas quantidades de dióxido de carbono atenua os problemasambientais.

12. A solução para alguns dos problemas ambientais pode vir do Sol.

13. O calor pode servir para obtermos água, através da dessalinização.

14. A ação do Sol na atmosfera terrestre impede a expansão das energias renováveis.

15. Na parte final do texto, o autor estabelece uma ligação entre o tema desenvolvido e outros assuntos da edição do jornal.

16. Para terminar o editorial, o autor referencia publicações de jornais da atualidade.

17. Um dos assuntos a abordar na edição é o dos protestos dos índios do Amazonas.

18. Charles de Gaulle e Winston Churchill viveram no século XVIII.

19. O editorial apresenta uma linguagem manifestamente objetiva.

20. Em geral, o editorial é um texto jornalístico bastante relevante.

V F

Page 26: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

25

Avaliação da competência de expressão oral

Interação verbal

Parâmetros

a) Intervém voluntária e pertinentemente, mostrando segurança e compreensão dos assun-tos colocados à discussão.

b) Pronuncia as palavras com clareza, exprimindo-se num tom de voz audível e conjugandoadequadamente o acento, a entoação e o ritmo.

c) Textualiza com coesão, coerência e sequencialização.d) Demonstra competência argumentativa na forma como sustém uma linha de argumentação.e) Manifesta, através da comunicação oral, interesses, hábitos e atitudes de trabalho, interagindo,

com todos os intervenientes, de forma crítica e solidária.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

Page 27: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

26

Avaliação da competência de leitura

Avaliação do trabalho de pesquisa de artigos científicos e técnicos em vários suportes

Parâmetros

a) Seleciona informação relevante.

b) Mobiliza a informação de forma correta e adequada.

c) Organiza de forma coerente e estruturada um glossário de termos científicos.

d) Produz um PowerPoint de qualidade com a síntese da informação recolhida.

e) Apresenta de forma dinâmica e relevante os trabalhos realizados.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

Page 28: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

27

Textos científicos e técnicos

Parâmetros

a) Identifica as características específicas do tipo de texto.

b) Explicita as questões organizadoras do texto.

c) Salienta a relevância e a atualidade do tema.

d) Distingue factos de opiniões.

e) Identifica o contributo para a difusão da cultura científica.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

Page 29: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

28

Trabalho de grupo: Leitura de artigos de apreciação crítica (sociedade, economia, política,cultura)

Grupos

a) Identifica sequências informativas/sequências argumentativas.

b) Identifica a tese defendida.

c) Seleciona os argumentos que revelam a apreciação crítica do autor do artigo.

d) Deteta os exemplos utilizados para comprovar a tese e ilustrar os argumentos.

e) Distingue a linguagem valorativa ou depreciativa utilizada.

f) Reconhece a intencionalidade crítica, identificando o tom utilizado.

g) Verifica a eficácia das estratégias persuasivas na receção textual.

a) b) c) d) e) f) g) Observações

1.o

2.o

3.o

4.o

Grupos

a) Apresenta a tese defendida pelo autor.

b) Explicita os pontos de vista/argumentos evidenciados pelo autor.

c) Salienta a intencionalidade crítica.

d) Sintetiza as estratégias persuasivas utilizadas.

e) Usa um tom expressivo e um ritmo adequados.

f) Articula com clareza, rigor e correção.

g) Regista as conclusões enunciadas pelos colegas.

a) b) c) d) e) f) g) Observações

1.o

2.o

3.o

4.o

Apresentação oral e registo de conclusões

Page 30: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

29

Publicidade

Parâmetros

a) Identifica a intencionalidade.

b) Descreve e analisa os constituintes verbais e visuais.

c) Interpreta a mensagem, relacionando imagem e texto.

d) Identifica os recursos expressivos (visuais e verbais) que servem a mensagem publicitária.

e) Avalia a eficácia persuasiva.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

Page 31: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

30

Avaliação da competência de expressão escrita

Texto de apreciação crítica

Parâmetros

a) Evidencia uma estrutura formal (título/introdução/desenvolvimento/conclusão).

b) Expressa um juízo de valor fundamentado em argumentos válidos.

c) Articula com coerência, continuidade e progressão temática.

d) Mobiliza recursos adequados à intenção comunicativa.

e) Utiliza, com correção linguística, uma linguagem valorativa/depreciativa.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

Page 32: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

31

Reclamação/Protesto

Parâmetros

a) Aplica a estrutura da reclamação/do protesto.

b) Expõe com clareza e pertinência o(s) motivo(s) da reclamação/do protesto.

c) Apresenta argumentação consistente para fundamentar a reclamação/o protesto.

d) Demonstra capacidade crítica e interventiva, propondo soluções pertinentes.

e) Redige com correção linguística.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

Page 33: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

32

GRUPO I

ALê, atentamente, o seguinte editorial, da autoria de José Carlos Vasconcelos. Se necessário, consulta o

vocabulário que se apresenta nas notas de rodapé.

A procura de «respostas»

Portugal, a Europa e o mundo em geral passam por um momento especialmente difícil, para não dizer, em mui-tas circunstâncias, dramático. Aliás, miséria, fome, injustiça, iniquidade1, corrupção, tirania – às vezes, mormente emalguns países africanos, até massacres, genocídios –, têm sido e continuam a ser, em várias latitudes, tristes realida-des do nosso tempo. De resto, isso não é de agora – e não convém esquecer o passado e suas lições: estudos credíveis(por exemplo do PNUD2) mostram que, apesar de tudo, a miséria e a pobreza têm diminuído a nível mundial.

No entanto, não sendo de agora, é cada vez mais incompreensível e insuportável que, apesar de todos os avan-ços e progressos globais, sobretudo a nível científico e tecnológico, ainda em tanto sítio se mantenham aquelassituações. E que o progressivo desenvolvimento de regiões, países, territórios, não seja acompanhado de umamelhor distribuição da riqueza, antes amiúde, apesar de diminuir a miséria, ou aumentar o rendimento per capita,ainda cresçam as tremendas desigualdades sociais. Aliás, a nível europeu, Portugal é o país da UE em que as desi-gualdades sociais são maiores. (…)

Algumas daquelas situações levaram ao promissor triunfo, na Tunísia e no Egito, de revoluções populares quejá afastaram ditadores corruptos e, embora subsistam perigos, ameaças, abriram as portas a regimes mais demo-cráticos e sérios. Enquanto serviram de exemplo, foram detonadores da contestação a regimes iguais ou piores –na Líbia, no Iémen, no Barém, etc. Veremos como tudo vai terminar, designadamente na Líbia, onde a ONU, muitobem, decidiu intervir para evitar o bombardeamento e o extermínio de civis.

Acrescendo à grave crise económica e financeira ainda não superada, e em Portugal muito grave, há aindaoutras «desgraças»: desde a subida em flecha do preço do petróleo e dos alimentos até ao terrível sismo e tsunamino Japão, mais o subsequente acidente nuclear em Fukushima, que mostrou à exuberância a justeza do «nuclearnão» e sobre cujos efeitos ainda há imensas dúvidas.

Em Portugal estamos, aliás, à beira de uma crise política, com queda de governo e eleições antecipadas.Desconhecem-se as consequências, sabe-se a extrema dificuldade da situação. Este não é o local próprio para aná-lises e comentários políticos. Creio, no entanto, não haver nenhuma resposta de fundo capaz e com resultadossatisfatórios, perduráveis, dentro do atual modelo de sociedade. As muitas dezenas de milhares de pessoas, sobre-tudo jovens, que há uma dúzia de dias encheram ruas e praças de Lisboa e do Porto, clamando contra a situaçãoatual e reclamando melhores condições de vida, num misto de protesto e festa, com exemplar civismo, terão deprocurar novas respostas. Todos teremos de as procurar. Quando às vezes já nem se sabe quais são as perguntas.

Entretanto, é saudável e indispensável que, com esse mesmo civismo e sem violência, os cidadãos se indignem.Dos mais jovens aos mais velhos, como o resistente ao nazismo Stephane Hessel, de 93 anos, que publicou emFrança o opúsculo Indignai-vos, que rápida e muito significativamente vendeu ali 1 milhão e 300 mil exemplares – e que foi agora editado em Portugal (pela Objetiva) com um certeiro prefácio de Mário Soares. A indignação comoprimeiro passo para a(s) mudança(s) necessárias – eis o que poderá ser o início de um bom caminho, mesmo igno-rando se alcançamos a meta...

José Carlos de Vasconcelos, in Jornal de Letras, 23 de março de 20111 Iniquidade – injustiça.2 PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

TESTE DE AVALIAÇÃO N.o 1

5

10

15

20

25

30

Page 34: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

33

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as respostas aos itens que se seguem.

1. Esclarece a situação socioeconómica de Portugal no contexto europeu.

2. Justifica a opinião do autor face aos problemas que aborda no texto, relacionando-a com aspetos da linguagemvalorativa e subjetiva presentes no editorial.

3. Explica a estruturação lógica do editorial em análise.

4. Explicita as razões que possibilitam classificar o texto transcrito como um editorial.

B

«1. Considera-se publicidade, para efeitos do presente diploma, qualquer forma de comunicação feita por enti-dades de natureza pública ou privada, no âmbito de uma atividade comercial, industrial, artesanal ou liberal, com oobjetivo direto ou indireto de:

a) Promover, com vista à sua comercialização ou alienação, quaisquer bens ou serviços;b) Promover ideias, princípios, iniciativas ou instituições.»

N.o 1 do artigo 3.o do Código da Publicidade

Fazendo apelo à tua experiência de leitura e de visionamento/audição de textos publicitários, comenta,num texto de oitenta a cento e trinta palavras, as estratégias publicitárias que causam maior impacto nointerlocutor/potencial consumidor.

Observações relativas ao item B

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quan-

do esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independen-

temente dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).

2. Um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.

Page 35: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

34

GRUPO II

Lê atentamente o texto seguinte.

Fomento de vocações científicas

Uma sociedade desenvolvida necessita de atrair para a ciência e tecnologia alunos em quantidade e qualidadesuficientes. Isso pressupõe o fomento de vocações científicas, o que significa não só vocações para a criação daciência, mas também para a aplicação da ciência na vida prática.

Tem-se assistido em todo o mundo a um declínio do número de jovens que procuram cursos e carreiras de ciên-cia e tecnologia, no sentido estrito, em favor da procura de cursos de ciências sociais, artes, etc. E o problema atin-ge-nos também. Precisamos de mais cientistas e engenheiros, se compararmos os nossos índices dessas profissõescom os índices dos países mais desenvolvidos da Europa, a que pertencemos. Toda a Europa, para se desenvolverrumo à «economia mais desenvolvida do mundo» (um objetivo da Estratégia de Lisboa do ano 2000, cuja concreti-zação ficou bastante aquém do previsto), necessita de mais pessoas com formação em ciência e tecnologia.

Como superar este evidente desfasamento entre oferta de jovens e procura pela sociedade e pelo mercado?Porque é que os jovens se afastam, pode mesmo dizer-se, se autoexcluem, da ciência e da tecnologia? As causassão várias, mas entroncam todas no distanciamento entre ciência e sociedade. Se é verdade que a ciência é impul-sionadora do progresso social, proporcionando aos cidadãos níveis de conforto inalcançáveis sem o seu concurso(em múltiplos fatores: na saúde, alimentação, habitação, transportes, comunicações, lazer, etc.), não é menos certoque parte importante da sociedade receia a ciência, chegando mesmo em alguns casos extremos a recusá-la limi-narmente. A ciência, depois dos desastres de Bhopal e Chernobyl (para não falar de outros mais recentes, como oderrame petrolífero no golfo do México), está associada a perigos, não se encontrando interiorizada a noção de queo risco é inerente a qualquer atividade humana e que a própria ciência, mais e melhor do que ninguém, poderá pre-ver, evitar e diminuir os riscos.

Carlos Fiolhais (2011), A ciência em Portugal, Lisboa, Fundação Francisco Manuel dos Santos, páginas 63-64

1. Seleciona, em cada um dos itens de 1 a 7, a única opção que permite obter uma afirmação adequada aosentido do texto. Escreve, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção correta.

1. Segundo o autor do texto…a) há muitos jovens com grande vocação científica.b) os jovens revelam reduzida vocação científica.c) é necessário desenvolver a vocação científica nos jovens.d) é imperativo inibir a vocação científica nos jovens.

2. Para atingir um dos objetivos da Estratégia de Lisboa 2000, é prioritário…a) reduzir o tempo dos cursos para algumas profissões.b) circunscrever os currículos de alguns cursos superiores.c) diminuir o número de cientistas e de engenheiros.d) incrementar a formação em ciência e em tecnologia.

5

10

15

Page 36: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

35

3. A superação do desfasamento entre a lógica da procura de jovens com formação científica e a respetiva ofertapoderá residir…a) na total ausência de progresso social.b) na aproximação entre ciência e sociedade.c) no distanciamento entre ciência e sociedade.d) nas lacunas da sociedade do conhecimento.

4. No discurso parentético (linha 14), encontramos…a) uma personificação.b) uma sinestesia.c) uma gradação.d) uma enumeração.

5. A forma verbal «compararmos» (linha 6) encontra-se no…a) futuro do modo indicativo.b) presente do modo indicativo.c) futuro do modo conjuntivo.d) presente do modo conjuntivo.

6. Em «a recusá-la liminarmente» (linhas 15-16), o constituinte «-la» desempenha a função sintática de…a) complemento do adjetivo.b) complemento oblíquo.c) complemento indireto.d) complemento direto.

7. Em «não se encontrando interiorizada a noção» (linha 17), o pronome encontra-se anteposto ao verbo, porque…a) o texto é de um autor brasileiro.b) a frase se encontra na negativa.c) há uma incorreção sintática.d) a oração é subordinada.

2. Faz corresponder a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, de modoa obteres uma afirmação adequada ao sentido do texto. Escreve, na folha de respostas, as letras e osnúmeros correspondentes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.

Coluna A Coluna B

1. Com a expressão entre aspas «economia maisdesenvolvida do mundo» (linha 8),

2. Com o advérbio «liminarmente» (linhas 15-16)

3. Ao usar os parênteses (linha 14)

4. Com a expressão «o risco é inerente a qualquer ati-vidade humana» (linha 18)

5. Com o segmento «a própria ciência, mais e melhordo que ninguém, poderá prever, evitar e diminuir osriscos» (linhas 18-19)

a) o enunciador recorre à ironia.

b) o enunciador introduz um modificador do predicado.

c) o enunciador introduz um modificador restritivo.

d) o enunciador recorre ao aspeto gramatical genérico.

e) o enunciador recorre à modalidade deôntica.

f) o enunciador demarca uma citação.

g) o enunciador faz uso da modalidade epistémica.

h) o enunciador explicita a possibilidade de existiremoutros exemplos.

Page 37: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

36

GRUPO III

Imagina que os laboratórios da tua escola se encontram desprovidos de materiais essenciais para a rea-lização de experiências.

Escreve uma carta de reclamação, correta e bem estruturada, com um mínimo de duzentas e um máxi-mo de trezentas palavras, dirigida à Direção da escola, aduzindo argumentos que sustentem a tua contesta-ção e propondo uma solução para o problema.

Respeita os aspetos formais da carta.

Observações

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando

esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independente-

mente dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).

2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras –,

há que atender ao seguinte:

• A um texto com extensão inferior a oitenta palavras é atribuída a classificação de zero pontos.

• Nos outros casos, um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até cinco pontos) do

texto produzido.

FIM

Page 38: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

37

Critérios específicos de classificação

GRUPO I

A

1. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................... 15 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 3 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Apresenta, com pertinência e rigor, todos os aspetos inerentes àsituação do país no contexto europeu.

9

3Apresenta, com pertinência e rigor, dois dos aspetos referentes àsituação do país no contexto europeu.

7

2Apresenta, com imprecisão, dois dos aspetos relativos à situaçãodo país no contexto europeu.

5

1Apresenta, com acentuadas imprecisões, um ou dois aspetosreferentes à situação do país no contexto europeu.

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• Situação difícil de toda a Europa.

• Portugal é o país da UE que apresenta maiores desigualdades sociais.

• Crise económica e financeira muito grave.

• Crise política, com eleições antecipadas.

• …

Page 39: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

38

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Explicita, com clareza e pertinência, a opinião do autor, desta-cando evidências da linguagem valorativa e subjetiva.

12

3

Explicita, com clareza e pertinência, a opinião do autor, mas nãodestaca evidências da linguagem valorativa e subjetiva.Ou Destaca aspetos da linguagem valorativa e subjetiva, mas nãoexplicita a opinião do autor, com clareza e pertinência.

9

2Expõe, com imprecisão, a opinião do autor, transcrevendo algunsexemplos da linguagem valorativa e subjetiva.

6

1Expõe, com muita imprecisão, a opinião do autor.OuTranscreve alguns exemplos da linguagem valorativa e subjetiva.

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• Desencanto do autor perante as dificuldades que assolam a humanidade («miséria, fome, injustiça, iniquidade,corrupção, tirania»; «massacres, genocídios»), ideias marcadas pela subjetividade da expressão «tristes realidadesdo nosso tempo».

• Consciência de que esta situação tem abrangido várias gerações.

• Recurso à expressão valorativa e subjetiva «incompreensível e insuportável», para salientar que, numa sociedadecaracterizada pelo progresso científico e tecnológico, permanecem as desigualdades sociais.

• Triunfo das revoluções em países subjugados a regimes ditatoriais («promissor triunfo»).

• Aprovação, através da expressão «muito bem», da operação da ONU na Líbia.

• Apologia da intervenção dos cidadãos em defesa do interesse coletivo.

• ...

2. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 15 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos– Estruturação do discurso ........................................................................................................................................................ 4 pontos– Correção linguística .................................................................................................................................................................. 4 pontos

Page 40: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

39

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Explica, com rigor e clareza, a estruturação do editorial, identifi-cando a introdução, o desenvolvimento (exposição, argumenta-ção e exemplificação) e a conclusão.

12

3Explica, com rigor e clareza, as partes constituintes do discurso(introdução, desenvolvimento e conclusão), mas não explicita,com precisão, os argumentos.

9

2Explica, com algumas imprecisões, as partes constituintes dodiscurso (introdução, desenvolvimento e conclusão).

6

1Refere, com muitas imprecisões, as partes constituintes do dis-curso (introdução, desenvolvimento e conclusão)..

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• Introdução (primeiro parágrafo): Apresentação sucinta do tema; generalização das dificuldades e das injustiçassociais em Portugal, na Europa e no mundo.

• Desenvolvimento (segundo, terceiro, quarto e quinto parágrafos): Referencial histórico (situações do passadoque se repetem no presente; contexto político em Portugal); argumentação: injustiça das desigualdades sociais;continuidade dessas situações numa sociedade marcada pelo progresso científico e tecnológico; confirmação eexemplificação: revoluções populares que tentam inverter as assimetrias sociais; intervenção da ONU em defesade cidadãos comuns; retoma da referência à situação de Portugal (crise política; contestação)...

• Conclusão: A atitude de cidadania deve pautar-se pela intervenção não violenta...

• …

3. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 20 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos– Estruturação do discurso ........................................................................................................................................................ 4 pontos– Correção linguística .................................................................................................................................................................. 4 pontos

Page 41: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

40

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Explicita, com rigor e pertinência, as características do texto quepermitem a sua integração no editorial, salientando tratar-se deum género jornalístico que expressa opinião

9

3Explicita as características do texto que permitem a sua integra-ção no editorial, referindo tratar-se de um género jornalístico queexpressa opinião.

7

2Explicita, com algumas imprecisões, características do texto quepossibilitam a sua classificação de editorial.

5

1Explicita, com muitas imprecisões, características do texto quepossibilitam a sua classificação de editorial.

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• Género do discurso jornalístico que expressa a opinião através de uma linguagem valorativa e subjetiva.

• Discurso sobre os factos mais importantes no espaço político-social-económico com abrangência nacional(Portugal) e internacional (a Europa e o mundo)

• Pretende persuadir o público, levando-o a tomar aquele posicionamento como verdadeiro ou certo.

• Texto exortativo e persuasivo, visando a orientação dos indivíduos e da sociedade em geral.

• ...

4. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 15 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos– Estruturação do discurso ........................................................................................................................................................ 3 pontos– Correção linguística .................................................................................................................................................................. 3 pontos

Page 42: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

41

B

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 18 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 12 pontos– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 7 pontos– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 5 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

6Comenta, com rigor e pertinência, o impacto de diversas estraté-gias publicitárias no público, evidenciando um excelente domíniodo tema.

18

5Comenta, com rigor e pertinência, o impacto de diversas estraté-gias publicitárias no público, demonstrando um bom domínio dotema.

15

4Comenta, com algum rigor e alguma pertinência, o impacto dediversas estratégias publicitárias no público, evidenciando umbom domínio do tema.

12

3Comenta, com algum rigor e alguma pertinência, o impacto dediversas estratégias publicitárias no público, evidenciando umdomínio suficiente do tema.

9

2Comenta, com imprecisão e pouco rigor, o impacto de diversasestratégias publicitárias no público, evidenciando um domíniosuficiente do tema.

6

1Comenta, com muita imprecisão, o impacto de diversas estraté-gias publicitárias no público, tecendo considerações gerais e inci-pientes.

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• A mensagem publicitária contém uma significação indireta, aludindo e evocando, através da associação e daconotação…

• Os argumentos recaem sobre a criação de um significado complexo, conotado positivamente, que se vem asso-ciar à marca e àqueles que a consomem. A beleza, a riqueza, a felicidade familiar, as férias ou a amizade sãodesta forma invocados, por metonímia, segundo mecanismos significantes que podem parecer complicados, masque desencadearão no público a atitude determinada pelos objetivos da publicidade...

• As imagens sonoras e visuais são estratégias publicitárias muito eficazes.

• O método AIDMA (atenção, interesse, desejo, memória e aquisição) e o método DDPC (dramático, descritivo, per-suasivo, compra) são recorrentes na publicidade.

• …

Page 43: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

42

GRUPO II

Níveisde desempenho

Descritores do nívelde desempenho Pontuação

3 Estabelece quatro ou cinco correspondências corretas. 15

2 Estabelece duas ou três correspondências corretas. 9

1 Estabelece uma correspondência correta. 3

GRUPO III

Critérios específicos de classificação

• Estruturação temática e discursiva .......................................................................................................................................................................................... 30 pontos

• Correção linguística .................................................................................................................................................................................................................................... 20 pontos

Chaves de correção:1.1. c); 2. d); 3. b); 4. d); 5. c); 6. c); 7. b).

2.1. g); 2. b); 3. h); 4. d); 5. e)

Parâmetros Estruturação temática e discursiva Pontuação

Tema e tipologiatextual

• Cumpre integralmente a instrução quanto a:– tema (escreve um texto sobre a dificuldade de realizar aulas práticas nos laborató-

rios da escola);– tipo de texto – carta formal de reclamação com caráter expositivo-argumentativo.

• Integra, pelo menos, uma sequência descritiva relativa à situação exposta e dois argu-mentos.

• Apresenta a disposição gráfica dos elementos distintivos da carta (destinatário comfórmula de tratamento adequada; assunto, data, fórmulas de abertura e de despedi-da, assinatura...).

20

Coerênciae pertinência

da informação

• Redige um texto que respeita totalmente o tema.– Produz um discurso coerente:

– com informação e argumentação pertinente;– com progressão temática evidente; – com abertura, desenvolvimento e conclusão adequados.

5

Estruturae coesão

• Domina os mecanismos de coesão textual:– Recorre a processos variados de articulação interfrásica, designadamente coneto-

res diversificados de tempo, de sequencialização, …– Assegura a manutenção de cadeias de referência (através de substituições nomi-

nais, pronominais…);– Garante a manutenção de conexões entre coordenadas de enunciação (pessoa,

tempo, espaço) ao longo do texto.

5

Morfologiae sintaxe

• Recorre a estruturas sintáticas variadas e complexas.• Domina processos de conexão interfrásica (concordância, flexão verbal, propriedades

de seleção...)5

Repertóriovocabular

• Usa um registo de língua adequado ao texto.• Recorre a um repertório lexical variado. 5

Ortografiae pontuação

• Não dá erros ortográficos.• Pontua de forma sistemática e pertinente.• Assinala, inequivocamente, as marcas de início de parágrafos.

10

Page 44: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

43

SEQUÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM N.o 2

12 blocos de 90 minutos (24 aulas)A. Planificação

Competências transversais:• Comunicação: Componentes linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.• Estratégica: Estratégias de leitura e de escuta adequadas ao tipo de texto e à finalidade; seleção e organização da

informação; operações de planificação, execução e avaliação da escrita e da oralidade; pesquisa em vários suportes;conceção e utilização de instrumentos de análise; elaboração de ficheiros; utilização das TIC.

• Formação para a cidadania: Construção de uma identidade pessoal e cultural através da reflexão sobre ideias, motiva-ções e ações; conhecimento e aceitação das diferenças do outro; apresentação e defesa de opiniões; desenvolvimento decapacidades críticas.

Tipos de texto: Sermão, exposição, textos expositivo-argumentativo

COMPREENSÃOORAL

Testes de compreensão oral(CD áudio/manual): • «Um mundo multirriscos».• «A herança do Padre

António Vieira».• Sermão de Santo António

aos Peixes (capítulo IV).

Escuta/visionamento:• «Um mundo multirriscos».• «A herança do Padre António Vieira».• Sermão de Santo António aos Peixes (capítulo IV).• Vídeos da RTP2 selecionados pelos alunos e pelo(a)

professor(a) e disponíveis no YouTube.

EXPRESSÃOORAL

Expressão oral• Exposição (a partir de plano-guia).

EXPRESSÃOESCRITA

• Texto expositivo-argumentativo.• Comunicado:

– Planificação; textualização; revisão.

LEITURA

Textos informativos:(páginas 68 a 72; 74 a 102)

Leitura seletiva:• Excerto de Carta sobre o achamento do Brasil.• «Entre o sonho e a realidade». • «Todo o discurso de Vieira é empolgante».

Leitura literária:• Sermão de Santo António

aos Peixes, Padre AntónioVieira.

• Discurso político.• Comunicado.

Leitura analítica: • Discurso do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, sobre

os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio ; «Educação,um tesouro a descobrir»; «Objetivo: mudança»; Sermãode Santo António aos Peixes; «Comunicado dos povosindígenas do Xingu».

Leitura global:• Outros discursos políticos e comunicados selecionados

pelo(a) professor(a) e pelos alunos. Leitura recreativa:• Contrato de Leitura.

FUNCIONAMENTODA LÍNGUA

• Processos fonológicos.• Processos irregulares de formação das palavras.• Relações semânticas entre palavras.• Coesão, coerência e progressão textual.• Consolidação de conteúdos: classes de palavras, morfologia e sintaxe.

AVALIAÇÃO• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.

CO

MP

ETÊN

CIA

S N

UC

LEA

RES

Page 45: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

44

B. Em interação

Situação de aprendizagem n.o 1• Audição de discurso político (manual); tomada de notas.• Interação verbal em torno das ideias expressas no discurso.• Deteção da estrutura do discurso.• Identificação de tese e estratégias de argumentação, persuasão e manipulação.• Redação de um comunicado a partir das ideias transmitidas pelo discurso político.• Recolha e seleção de discursos políticos do passado e da atualidade: Semelhanças e diferenças na estrutura e nos

temas abordados.• Enquadramento do discurso no seu tempo: Pesquisa sobre o autor e sobre o contexto de produção.• Apresentação oral dos resultados da pesquisa.

Avaliação:• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.• Avaliação do comunicado.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Situação de aprendizagem n.o 2• Leitura, em trabalho de grupo, de um texto argumentativo/expositivo-argumentativo:

– Identificação do tema.

– Deteção do ponto de vista (explícito ou implícito) do autor.

– Análise da cadeia argumentativa: Argumentos e exemplos utilizados na defesa do ponto de vista; possíveis con-tra-argumentações; recursos mobilizados para refutar as possíveis contra-argumentações.

• Ficha de funcionamento da língua a partir do texto analisado.• Apresentação oral e registo de conclusões.• Registo escrito individual – posicionamento crítico relativamente ao tema abordado no texto analisado.

Avaliação:

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.• Avaliação da ficha de funcionamento da língua.• Produção de um texto individual – posicionamento crítico face ao tema exposto pelo autor do texto estudado em

grupo.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

• Texto argumentativo; texto expositivo-argumentativo.• Discurso político.• Sermão de Santo António aos Peixes, de Padre António Vieira (excertos).• Comunicado.• Exposição (a partir de um plano-guia previamente fornecido).

Page 46: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

45

Situação de aprendizagem n.o 3• Leitura, em grupo, de um excerto do Sermão de Santo António aos Peixes (louvor ou crítica a um peixe):

– Identificação do peixe e do louvor/crítica respetivo/a.– Esquematização do excerto (estrutura e ideias transmitidas).– Reconhecimento da argumentação e da exemplificação.– Levantamento dos princípios lógicos subjacentes à argumentação.– Identificação de marcadores e conetores discursivos.– Comparação do peixe em questão com Santo António.– Comparação do louvor/crítica com a atualidade.

• Apresentação oral e registo de conclusões.• Conceção de um quadro global analítico que evidencie os louvores e as críticas presentes no Sermão.• Oficina de escrita (planificação, textualização e revisão):

– Produção de um texto argumentativo individual que apresente um louvor ou uma crítica a uma situação dasociedade contemporânea.

Avaliação:

• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.• Participação ativa no trabalho da oficina de escrita.• Texto argumentativo individual.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Situação de aprendizagem n.o 4• Exposição oral a partir de um plano guia previamente fornecido (manual) – trabalho de pares:

– Preparação da exposição a partir do tema e do plano apresentado (seleção de recursos de apoio).– Discussão com o par do enfoque a emprestar ao tema.– Divisão lógica e coerente da parte da exposição que cabe a cada um.– Apresentação da exposição com os recursos de apoio.

Avaliação:

• Auto e coavaliação do trabalho em pares.• Avaliação da exposição oral.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Page 47: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

46

C. Recursos de apoio ao desenvolvimentodas situações de aprendizagem

Um mundo multirriscos

A queda, em 1989, do bloco soviético virou uma página da história mas, paradoxalmente, o fim da Guerra Fria,que marcara os decénios precedentes, deu origem a um mundo mais complexo e inseguro e sem dúvida mais peri-goso. Talvez a Guerra Fria encobrisse, há muito tempo já, as tensões latentes que existiam entre nações, etnias,comunidades religiosas, que agora surgem à luz do dia, constituindo outros tantos focos de agitação ou causas deconflitos declarados. A entrada neste mundo «multirriscos», ou pressentido como tal, constituído por elementosainda por decifrar, é uma das características dos finais do século XX, que perturba e inquieta profundamente aconsciência mundial.

É correto, sem dúvida, considerar a queda de alguns regimes totalitários como um avanço da liberdade e dademocracia. Mas há muito caminho a percorrer ainda, e a revelação da multiplicidade de riscos que pesam sobre ofuturo do mundo coloca o observador perante numerosos paradoxos: o poder totalitário revela-se frágil, mas osseus efeitos persistem; assiste-se, simultaneamente, ao declínio da ideia de Estado nacional e ao aumento dosnacionalismos; a paz parece, agora, menos impossível do que durante a Guerra Fria, mas a guerra surge, também,como menos improvável.

A incerteza quanto ao destino comum da humanidade assume novas e variadas formas. A acumulação dearmas, mesmo de armas nucleares, não tem o mesmo significado simples de dissuasão nem de segurança contra orisco de uma guerra entre dois blocos; é fruto de uma competição generalizada, para ver quem detém as armasmais sofisticadas.

Ora, esta corrida aos armamentos não diz respeito apenas a alguns Estados; implica entidades não institucio-nais, como associações políticas ou grupos terroristas.

Mesmo tendo resolvido o problema da não proliferação dos testes nucleares, o mundo não está livre dos efei-tos de novas e sofisticadas armas químicas ou biológicas. Ao risco de conflitos entre as nações vem, pois, juntar-seo das guerras civis e da violência, mais ou menos generalizada, para os quais as grandes organizações mundiais e,designadamente a ONU, bem como as diversas chancelarias, não encontram solução.

Além da incerteza sobre o próprio destino, partilhada por todos os habitantes do planeta, pois ninguém estálivre da violência, a impressão geral que se tem é ambígua: nunca anteriormente o sentimento de solidariedade foitão forte; mas, ao mesmo tempo, nunca foram tantas as ocasiões de divisão e de conflito.

O medo destes riscos, mesmo se universalmente partilhado, devido, em especial, à grande difusão das informa-ções acerca dos efeitos da violência, não afeta com a mesma intensidade os que, de algum modo, tiram vantagensdesta evolução e os que apenas lhe sofrem os inconvenientes. Impelidos por estas rápidas alterações, todos senti-mos necessidade de segurança contra estes riscos ou, pelo menos, de os controlar, a fim de os minimizar. Mas háquem, por razões económicas e políticas, seja incapaz de dominar estes fenómenos. Neste caso, o perigo para ahumanidade é que estas pessoas se tornem reféns e depois, eventualmente, mercenários daqueles que queremobter o poder pela violência.

Jacques Delors (coordenação), Educação, um tesouro a descobrir, Relatório para a UNESCOda Comissão Internacional sobre educação para o século XXI, Edições Asa, página 44

5

10

15

20

25

30

Page 48: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

47

Discurso político

Na Grécia Antiga, o político era o cidadão da pólis (cidade entendida como comunidade organizada). Com o tempo,passou-se a utilizar a palavra para designar os responsáveis pelos negócios públicos. Tudo era decidido na Ágora, apraça onde se realizavam as assembleias, com a mediação de políticos, que utilizavam palavras persuasivas paraobter decisões de interesse para o bem comum ou para impor seus próprios pontos de vista ou os de quem repre-sentavam. Daí surgiu o discurso político, baseado na oratória (arte de falar em público) e na retórica (arte de con-vencer os outros através da oratória ou outras formas de comunicação).

Para que os seus alunos tenham condições de analisar e debater, em sala de aula, o discurso dos políticos, o professor pode recomendar que os alunos consultem, através dos vários meios de comunicação, incluindo aInternet, discursos proferidos em congressos partidários e na Assembleia da República, entre outros. Poder-se-átambém sugerir uma ida à Câmara Municipal da sua área de residência para assistirem a uma reunião da vereaçãocamarária.

O discurso seguinte, de Barack Obama, revela a força das palavras e como elas podem aglutinar pessoas em tornode um ideal.

Discurso de tomada de posse do presidentedos Estados Unidos da América Barack Obama1

Caros compatriotas,

Estou aqui hoje com humildade perante a tarefa que nos é imposta, grato pela confiança que me concederam,consciente dos sacrifícios consentidos pelos nossos antepassados. Agradeço ao Presidente Bush pelo serviço pres-tado ao nosso país e pela generosidade e cooperação demonstradas durante a transição. Quarenta e quatro ameri-canos prestaram juramento como presidentes. Estas palavras foram proferidas em momentos de grandeprosperidade e em águas calmas de paz. Contudo, quantas vezes o juramento é prestado no meio de nuvens acu-muladas e tempestades violentas. Nestes momentos, a América prosseguiu não só devido à competência e visãodos que estavam no poder, mas também porque Nós o Povo nos mantivemos fiéis aos ideais dos nossos antepassa-dos e leais aos documentos fundadores. Assim tem sido. Assim deve ser com esta geração de americanos.

Que nos encontramos no meio de uma crise é agora bem compreendido. O nosso país está em guerra contrauma vasta rede de violência e ódio. A nossa economia está muito enfraquecida em consequência da ganância e dairresponsabilidade de alguns, mas também devido ao nosso fracasso coletivo em fazer escolhas difíceis e prepararo país para uma nova era. Perderam-se casas, eliminaram-se empregos, fecharam-se empresas. Os nossos cuida-dos de saúde são demasiado caros, as nossas escolas falham muitas vezes e cada dia traz-nos mais provas de queas formas como utilizamos a energia fortalecem os nossos adversários e ameaçam o nosso planeta.

Estes são indicadores de crise, sujeitos a dados e estatísticas. Menos mensurável mas não menos profunda é afalta de confiança em toda a nossa terra, um receio incómodo de que o declínio da América seja inevitável e a próximageração tenha que diminuir as suas expetativas.

1 Proferido a 20 de janeiro de 2009, em Washington, D. C., Estados Unidos da América.

5

10

15

Page 49: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

48

Hoje, digo-vos que os desafios que enfrentamos são reais. São graves e são muitos. Não será fácil vencê-losnum curto período de tempo. Mas uma coisa é certa, América: serão vencidos.

Hoje, estamos reunidos porque escolhemos a esperança ao medo, a unidade de objetivos ao conflito e à discór-dia. Hoje, viemos proclamar o fim de pequenos agravos e falsas promessas, recriminações e dogmas gastos, quedurante demasiado tempo estrangularam a nossa política.

Continuamos a ser um país jovem, mas segundo as Sagradas Escrituras é chegado o momento de pôr de ladoas criancices. É chegado o momento de reafirmar a nossa perseverança de espírito, de optar por melhorar a nossahistória, de levar avante esse dom precioso, essa ideia nobre, transmitida de geração em geração: a promessa feitapor Deus de que todos são iguais, todos são livres e todos merecem uma oportunidade de alcançar a felicidade.

Ao reafirmar a grandeza da nossa nação, compreendemos que a grandeza nunca é um dado adquirido. Tem deser ganha. A nossa jornada nunca foi de atalhos nem de nos contentarmos com pouco. Nem tem sido uma via paraos de coração fraco, os que preferem o ócio ao trabalho ou que procuram apenas o prazer da riqueza e da fama.Pelo contrário, têm sido os que correm riscos, os que trabalham, os que fazem coisas, alguns celebrados, mas maisfrequentemente homens e mulheres obscuros na sua tarefa, que nos levaram por caminhos longos e difíceis para apaz e a liberdade.

Por nós, embalaram os seus parcos bens terrenos e atravessaram oceanos em busca de uma nova vida. Pornós, labutaram em fábricas e povoaram o Oeste, suportaram o chicote e lavraram a terra dura. Por nós, lutaram epereceram em lugares como Concord e Gettysburg, Normandia e Khe Sahn. Várias vezes estes homens e mulhereslutaram e sacrificaram-se e trabalharam até ficarem com as mãos gretadas, para que pudéssemos ter uma vidamelhor. Consideraram a América maior do que a soma das nossas ambições individuais, maior do que todas as dife-renças de berço, riqueza ou fação.

Esta é a jornada que prosseguimos hoje. Continuamos a ser o país mais próspero e poderoso à face da Terra. Os nossos trabalhadores não são menos produtivos do que quando começou a crise. As nossas mentes não sãomenos criadoras, os nossos produtos e serviços não são menos necessários do que eram na semana passada, nomês passado ou no ano passado. A nossa capacidade continua inalterável. Mas o nosso tempo de nos recusarmos amudar de planos, de protegermos interesses mesquinhos e de adiarmos decisões desagradáveis, esse tempo semdúvida que já passou.

A partir de hoje, devemos erguer-nos, sacudir a poeira e começar de novo o trabalho de reconstruir a América.Para onde olharmos, há trabalho a ser feito. O estado da economia exige ação arrojada e rápida e nós agiremos nãosó para criar novos empregos, mas para lançar novas bases para o crescimento. Construiremos estradas e pontes,redes elétricas e linhas digitais que sustentem o nosso comércio e nos unam. Voltaremos a dar à ciência o lugarque merece e dominaremos as maravilhas da tecnologia para melhorar os cuidados de saúde a um custo menor.Aproveitaremos o sol e os ventos e o solo como combustível para os nossos carros e fábricas. E transformaremosas nossas escolas e universidades para satisfazer as exigências de uma nova era. Podemos fazer tudo isto. Faremostudo isto.

Há alguns que questionam a amplitude das nossas ambições, que sugerem que o nosso sistema não pode supor-tar planos demasiado grandiosos. Têm a memória curta. Porque se esqueceram do que este país já fez, do que homense mulheres livres podem realizar quando a imaginação se junta a um fim comum e a necessidade à coragem.

O que os cínicos não conseguem compreender é que a situação mudou, que os argumentos políticos viciados,que durante tanto tempo nos consumiram, já não se aplicam. A questão que se coloca hoje não é se o nosso governoé demasiado grande ou pequeno, mas se funciona, se ajuda as famílias a arranjar empregos com um salário decente,se podem pagar os cuidados de saúde, se conseguem uma reforma digna. Onde a resposta for afirmativa, tenciona-

20

25

30

35

40

45

50

55

60

Page 50: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

49

mos avançar. Se a resposta for negativa, os programas serão terminados. E aqueles que gerem os dólares públicosterão de prestar contas, para gastarem com sensatez, deixarem de lado maus hábitos e fazermos o nosso trabalhocom transparência, porque só assim podemos restaurar a confiança vital entre o povo e o seu governo.

Também a questão que nos é colocada não é se o mercado é uma força para o bem ou para o mal. O seu poderde gerar riqueza e aumentar a liberdade é ímpar, mas esta crise veio lembrar-nos que, sem um olhar atento, o mer-cado pode descontrolar-se, que um país não pode prosperar durante muito tempo quando só favorece os ricos. O êxito da nossa economia nunca dependeu apenas da dimensão do nosso Produto Interno Bruto, mas do alcanceda nossa prosperidade, da habilidade de estendermos a oportunidade a todos os que a desejarem, não por caridademas porque é a via mais segura para o nosso bem comum. Quanto à defesa comum, rejeitamos como falsa a esco-lha entre a nossa segurança e os nossos ideais.

Os nossos Pais Fundadores… Os nossos Pais Fundadores, confrontados com perigos que dificilmente consegui-mos imaginar, elaboraram uma carta para garantir o Estado de Direito e os Direitos do Homem, uma carta que seexpandiu pelo sangue de gerações. Esses ideais ainda iluminam o mundo e não desistiremos deles por conveniên-cia. E assim, a todos os outros povos e governos que nos estão a ver hoje, das maiores capitais à pequena aldeia emque o meu pai nasceu, fiquem a saber que a América é amiga de cada país, de cada homem, mulher e criança queprocure um futuro de paz e dignidade e que estamos prontos a liderar mais uma vez.

Lembrem-se de que as gerações anteriores enfrentaram o fascismo e o comunismo não só com mísseis e tan-ques, mas também com alianças sólidas e convicções duradouras. Compreenderam que só o nosso poder nãobasta para proteger-nos, nem nos dá o direito de fazermos o que nos apetece. Pelo contrário, sabiam que o nossopoder aumenta através de prudência na sua utilização, a nossa segurança resulta da justeza da nossa causa, aforça do nosso exemplo das qualidades moderadas de humildade e sobriedade.

Nós somos os defensores deste legado. Guiados por estes princípios uma vez mais, podemos enfrentar essasnovas ameaças que exigem um esforço ainda maior, uma cooperação ainda maior e compreensão entre as nações.Começaremos responsavelmente por deixar o Iraque para o seu povo e forjar uma paz duramente conquistada noAfeganistão. Com amigos antigos e antigos inimigos, trabalharemos incansavelmente para diminuir a ameaçanuclear, fazer recuar o espetro do aquecimento global. Não pediremos desculpas pela nossa forma de viver, nemrecuaremos na sua defesa e para aqueles que procuram avançar os seus objetivos, provocando o terror e matandoinocentes, dizemos que agora a nossa coragem é mais forte e não pode ser quebrada, não podem sobreviver-nos enós derrotá-los-emos.

Sabemos que a nossa herança de retalhos é uma força e não uma fraqueza. Somos uma nação de cristãos emuçulmanos, judeus e hindus e descrentes. Somos moldados por todas as línguas e culturas de todos os cantos daTerra e, porque provámos o gosto amargo da Guerra Civil e da Segregação e emergimos desse capítulo negro maisfortes e mais unidos, temos de acreditar que os ódios antigos um dia acabam, que as linhas da tribo em breve desa-parecem, que à medida que o mundo fica mais pequeno a nossa bondade comum se revela e que a América devedesempenhar o seu papel anunciando uma nova era de paz.

Para o mundo muçulmano, procuramos um novo caminho a seguir baseado no interesse e respeito mútuos.Para os líderes em todo o mundo que procuram semear o conflito ou culpar o Ocidente pelos males da sua socieda-de, fiquem a saber que o vosso povo irá julgar-vos por aquilo que conseguirem construir e não pelo que destroem.Para aqueles que se agarram ao poder através da corrupção, da fraude e do silenciamento de dissidentes, fiquem asaber que se encontram no lado errado da história, mas que vos daremos a mão se quiserem abrir o vosso punho.

Aos povos de países pobres prometemos trabalhar convosco para fazer prosperar as vossas quintas e deixarcorrer água limpa, para alimentar corpos famintos e nutrir espíritos famintos. E aos países como o nosso, que des-

65

70

75

80

85

90

95

100

Page 51: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

50

frutam de relativa abundância, dizemos que não podemos continuar indiferentes ao sofrimento fora das nossasfronteiras, nem podemos consumir os recursos mundiais sem nos preocuparmos com as consequências. Porque omundo mudou e nós devemos mudar também.

Ao considerarmos o caminho que se estende à nossa frente, lembramo-nos com humilde gratidão dos bravosamericanos que, neste preciso momento, patrulham desertos longínquos e montanhas distantes. Eles têm algo adizer-nos, tal como os heróis que tombaram e jazem em Arlington sussurram através dos séculos. Nós honramo --los não só porque são os defensores da nossa liberdade, mas porque encarnam o espírito de missão, uma vontadede encontrar significado em algo maior do que eles próprios; é precisamente este espírito que todos devemos ter.

Porque por muito que o governo possa e deva fazer, em última análise, o nosso país conta com a fé e a determi-nação do povo americano. É a bondade de receber um estranho quando os diques rebentam, o altruísmo do traba-lhador que prefere trabalhar menos horas a ver um amigo perder o emprego, que nos guiam nas horas maisdifíceis. É a coragem do bombeiro de correr por uma escada cheia de fumo, mas também a vontade de um pai dealimentar um filho, que finalmente decidem o nosso destino.

Os nossos desafios podem ser novos. Os instrumentos que temos para os enfrentar podem ser novos. Mas osvalores dos quais depende o nosso êxito – honestidade e trabalho árduo, coragem e jogo limpo, tolerância e curiosi-dade, lealdade e patriotismo –, estes são antigos. Estas são coisas verdadeiras. Têm sido a força silenciosa do pro-gresso ao longo da nossa história. O que é exigido é um regresso a estes princípios. O que nos é exigido agora é umanova era de responsabilidade, um reconhecimento da parte de cada americano de que temos deveres para connosco,para o nosso país e para o mundo, deveres que não aceitamos com relutância, mas que cumprimos alegremente,sabendo com toda a certeza que não há nada mais compensador para o espírito, que defina tão bem o nosso cará-ter, do que entregarmo-nos de alma e coração a uma tarefa difícil.

Este é o preço e a promessa de cidadania. Esta é a origem da nossa confiança: saber que Deus nos convida amoldar um destino incerto. Este é o significado da nossa liberdade e do nosso credo – a razão pela qual homens,mulheres e criança de todas as raças e religiões se podem unir em celebração ao longo desta magnífica alameda ea razão pela qual um homem cujo pai há menos de sessenta anos não podia ser atendido num restaurante local,pode estar aqui à vossa frente a prestar o mais sagrado juramento.

Portanto, assinalemos este dia com a memória de quem somos e do longo caminho percorrido. No ano do nas-cimento da América, nos meses mais frios, um pequeno grupo de patriotas estava apinhado à volta de fogueirasquase apagadas nas margens de um rio gelado. A capital estava abandonada. O inimigo avançava. A neve estavamanchada de sangue. No momento em que o resultado da revolução estava mais em dúvida, o pai da nossa naçãomandou que estas palavras fossem lidas ao povo: «Que se diga ao mundo futuro… que num inverno rigoroso, ondenada a não ser a esperança e a virtude podiam sobreviver… que a cidade e o país, alarmados com um perigo comum,saíram para enfrentá-lo».

América, perante os perigos comuns, neste inverno de dificuldades, lembremo-nos destas palavras imortais.Com esperança e retidão, enfrentemos mais uma vez as correntes geladas e as tempestades que surgirem. Que osnossos filhos digam que quando fomos postos à prova recusámos deixar terminar esta jornada, não voltámos ascostas nem vacilámos, e de olhos postos no horizonte e com a graça de Deus transportámos essa grande dádiva daliberdade, entregando-a com segurança às gerações futuras.

Obrigado. Que Deus vos abençoe. E que Deus abençoe os Estados Unidos da América.

105

110

115

120

125

130

135

140

Page 52: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

51

Leitura interativa

1. O discurso do presidente Obama foi escrito com a finalidade de ser «pregado» à semelhança do Sermão de Santo Antónioaos Peixes, de Padre António Vieira.1.1 Assinala as partes constituintes deste discurso, propondo uma estrutura interna.

2. Tal como no Sermão, também neste discurso podemos verificar que o autor recorre a um conjunto de artifíciosque, juntamente com o uso de variações de intensidade e inflexão da voz, asseguram, na perfeição, a atençãodos ouvintes.2.1 Identifica alguns desses artifícios.

3. Comenta este discurso, salientando a sua organização contrastiva.

Page 53: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

52

Comunicado do Conselho de Ministros de 7 de abril de 2011

I. O Conselho de Ministros, reunido hoje na Presidência do Conselho de Ministros, aprovou os seguintes diplomas:

1. Resolução do Conselho de Ministros que autoriza a realização da despesa com a aquisição de vacinascontra a infeção por vírus do papiloma humano, no âmbito do Plano Nacional de Vacinação.

Esta Resolução autoriza a realização da despesa, no valor global de 12 118 772,00 euros, com a aquisição devacinas contra a infeção por vírus do papiloma humano, no âmbito do Plano Nacional de Vacinação.

2. Decreto-Lei que estabelece especificações técnicas para a análise e monitorização dos parâmetrosquímicos e físico-químicos caracterizadores do estado das massas de água superficiais e subterrâneas eprocede à transposição da Diretiva n.o 2009/90/CE, da Comissão, de 31 de julho de 2009

Este Decreto-Lei estabelece as especificações técnicas para a análise e monitorização dos parâmetros quími-cos e físico-químicos, caracterizadores do estado das massas de água superficiais e subterrâneas, garantindo quese atinjam os objetivos de qualidade estabelecidos numa diretiva comunitária sobre a matéria.

Assim, em primeiro lugar, de modo a garantir a qualidade e a comparabilidade dos resultados analíticos doslaboratórios para efetuar a monitorização química do estado da água, determina-se que todos os laboratóriosdevem observar, para a validação dos métodos de análise utilizados, a norma NP EN ISO/IEC 17025, que estabelecerequisitos gerais de competência para laboratório de ensaio e de calibração.

Em segundo lugar, estabelece-se que os métodos de análise química da água devem cumprir determinadoscritérios de desempenho mínimo.

Determina-se ainda, em terceiro lugar, que para se efetuarem análises químicas, os laboratórios devemdemonstrar a sua competência, através de uma acreditação. No entanto, sempre que sejam introduzidos novosparâmetros a analisar, a demonstração de competência num período transitório de um ano pode ser efetuada atra-vés da participação em programas de ensaio de aptidão reconhecidos a nível internacional ou nacional.

Atribui-se às administrações das regiões hidrográficas a responsabilidade de garantir a monitorização e a aná-lise químicas do estado da água.

3. Decreto-Lei que estabelece os procedimentos de elaboração de listas e de publicação de informaçõesnos domínios veterinário e zootécnico, aprova diversos regulamentos relativos a condições sanitárias, zoo-técnicas e de controlo veterinário e transpõe a Diretiva n.o 2008/73/CE, do Conselho, de 15 de julho de 2008

Este Decreto-Lei estabelece a harmonização no domínio veterinário e no domínio zootécnico das regras relati-vas ao registo, elaboração, atualização, transmissão e publicação das listas dos estabelecimentos, bem como doslaboratórios nacionais de referência, de modo a assegurar um acesso mais simples a essas listas por parte dos ope-radores económicos, transpondo uma diretiva comunitária sobre a matéria.

O diploma prevê também a simplificação dos procedimentos relativos às trocas de informação no domínio zoo-técnico, designadamente no que se refere aos concursos de equinos, bem como à criação e manutenção de livrosgenealógicos por parte das organizações e associações de produtores ou por empresas privadas.

4. Resolução do Conselho de Ministros que autoriza a realização de despesa com a aquisição de serviçosde disponibilização e locação de meios aéreos destinados ao combate aos incêndios florestais

Esta Resolução autoriza a realização de despesa, no montante global de 12 983 740,00 euros, valor ao qualacresce o IVA, com a aquisição de serviços de disponibilização e locação de meios aéreos necessários à prossecução

Page 54: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

53

das missões públicas de combate aos incêndios florestais atribuídas ao Ministério da Administração Interna, duranteo ano de 2011.

Os incêndios florestais constituem uma ameaça que afeta sazonalmente o nosso país, tal como acontece nospaíses da bacia mediterrânica em geral, obrigando à prossecução de um conjunto de ações de ordenamento do ter-ritório, de desenvolvimento rural, de sensibilização, de prevenção, de vigilância e fiscalização e de combate aosincêndios.

Contextualização do Sermão de Santo António aos Peixes

É dentro das lutas que dividem os jesuítas e os colonos, por causa dos indígenas, que Vieira profere este sermão. (…)

Os colonos exploravam de uma forma desumana os índios. Os jesuítas não podiam permitir tal atrocidade.Eram homens sem escrúpulos que enriqueciam à custa do suor e do sangue dos pobres índios. Vieira defendia osseus direitos e pretendia a abolição de leis que os tornavam cativos. A palavra era (…) a maior arma [de PadreAntónio Vieira]. No Sermão XIV, na Baía, refere: «E que cousa há na confusão deste mundo mais semelhante aoinferno destes nossos Engenhos, e tanto mais quanto de maior fábrica? Por isso tão bem recebida aquela breve ediscreta definição de quem chamou a um Engenho do açúcar: doce inferno (…).»

Tentou comunicar, por cartas, ao Rei D. João IV a insustentável situação. Enviou uma primeira carta em abrilde 1654, na qual expunha todo o problema; na seguinte propunha possíveis soluções. Eis aqui excertos de algumas:«No estado do Maranhão, Senhor, não há outro ouro nem outra prata mais que o sangue e o suor dos Índios: o san-gue se vende nos que se cativam, e o suor se converte no tabaco, no açúcar e nas mais drogas que com os ditosÍndios se lavram e fabricam (…) Desde o princípio do mundo, entrando o tempo dos Neros e Dioclecianos, não se exe-cutaram em toda a Europa tantas injustiças, crueldades e tiranias como executou a cobiça e impiedade dos cha-mados conquistadores do Maranhão. (…) nenhum destes índios vai senão violentado e por força, e o trabalho éexcessivo, e em todos os anos morrem muitos, por ser venenosíssimo o vapor do tabaco; o rigor com que são trata-dos é mais que de escravos; os nomes que lhes chamam e que eles muito sentem, feiíssimos; o comer é quasenenhum, a paga, tão limitada que não satisfaz a menor parte do tempo, nem do trabalho (…) Assim ausentes e divi-didos não podem os índios ser doutrinados, e vivem sem conhecimento da fé, nem ouvem missa, nem a têm para aouvir, nem se confessam pela Quaresma, nem recebem nenhum outro Sacramento, ainda na morte (…).»

Não vendo progressos na sua resolução, [Padre António Vieira] decidiu embarcar para o reino a 14 de junho de1654 e colocar o rei ao corrente de tudo. Aproveitando o facto de a 13 de junho ser o dia de Santo António, no calen-dário litúrgico, pronuncia o célebre Sermão de Santo António aos Peixes, que deixou enraivecidos os espíritos poraquelas paragens, tão profundas foram as suas palavras.

Em Lisboa, depois de uma atribulada viagem, tentou a alteração de algumas leis de forma a limitarem o poderdos colonos que viam no índio mão de obra barata que exploravam sem piedade. Esta contenda, entre jesuítas ecolonos, remonta à época dos descobrimentos.

Finalmente, em abril de 1655, conseguiu que fosse dada «a exclusividade da faina das missões» aos jesuítas.

O tema do sermão é a denúncia das atrocidades que os índios sofrem às mãos dos sanguinários colonos. Toda acrítica é feita sob a forma de alegoria na qual os peixes simbolizam os vícios dos homens.

Rodrigues Lapa classifica o sermão como «uma obra-prima do humorismo». É, na verdade, um quadro interes-sante este pintado por Vieira. Igualmente interessante é o conhecimento que mostra ter da história natural que lhepermite uma descrição tão viva e clara dos peixes retratados.

Fernanda Carrilho (2008), Sermão de Santo António aos Peixes, O texto em análise, Lisboa, Texto Editores, páginas 57-58.

5

10

15

20

25

30

Page 55: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

54

Ouve, atentamente, uma breve contextualização da obra Sermão de Santo António aos Peixes, de PadreAntónio Vieira. Seleciona a opção que considerares correta.

D. Recursos de apoio à avaliação das situações de aprendizagem

Avaliação da competência de compreensão oral

1. O Sermão de Santo António aos peixes é proferidonum contexto de lutas entre...

a) colonos e índios.

b) missionários jesuítas.

c) colonos e jesuítas.

d) povos indígenas.

2. Os jesuítas eram...

a) complacentes face às atitudes dos colonos.

b) inflexíveis para com os indígenas.

c) benévolos para com os marinheiros.

d) intolerantes face às crueldades dos colonos.

3. Os colonos...

a) evangelizavam os indígenas.

b) enriqueciam à custa dos índios.

c) trabalhavam arduamente.

d) divertiam-se com os jesuítas.

4. O engenho do açúcar era considerado o...

a) maravilhoso paraíso.

b) desumano inferno.

c) doce inferno.

d) ardente inferno.

5. Padre António Vieira denunciou as injustiças doscolonos a...

a) Pêro Vaz de Caminha.

b) D. João VI.

c) D. João IV.

d) D. Manuel I.

6. Muitos índios morriam devido a...

a) não se converterem.

b) lutas entre tribos.

c) contendas com os missionários.

d) inalarem o vapor do tabaco.

7. Padre António Vieira viajou para Portugal no dia...

a) 13 de junho de 1654.

b) 14 de junho de 1654.

c) do seu aniversário.

d) de Santo António.

8. O Sermão de Santo António aos Peixes foi pregado...

a) em Lisboa.

b) em São Paulo.

c) no Rio de Janeiro.

d) no Maranhão.

9. Padre António Vieira consegue...

a) completar legislação em defesa dos índios.

b) que seja alterada legislação em benefício dos índios.

c) que seja alterada legislação em benefício doscolonos.

d) aprovar novas leis no estado do Maranhão.

10. Segundo o autor Rodrigues Lapa, o Sermão deSanto António aos Peixes é...

a) uma obra-prima da dramaturgia.

b) uma obra-prima do lirismo.

c) uma obra-prima do humorismo.

d) uma obra-prima da narrativa.

Page 56: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

55

Avaliação da competência de expressão oral

Exposição

Parâmetros

a) Apresenta e fundamenta o seu ponto de vista sobre um tema.a) Produz um discurso coerente e coeso, desenvolvido numa sequência lógica e apoiado em

informação pertinente.a) Exprime-se com correção linguística, utilizando um vocabulário rico, diversificado, adequado

e pertinente.a) Adequa o discurso à situação, utilizando uma entoação e mímica expressivas, imprimindo

um ritmo adequado de modo a persuadir o interlocutor.a) Revela autonomia e criatividade.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

Page 57: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

56

Avaliação da competência de leitura

Texto expositivo-argumentativo

Parâmetros

a) Identifica o tema e o ponto de vista (explícito ou implícito).

b) Reconhece a argumentação e a exemplificação.

c) Salienta os princípios lógicos subjacentes à argumentação.

d) Verifica o uso de marcadores e conetores discursivos ao serviço da exposição/argumentação.

e) Regista os recursos linguísticos e expressivos que suportam o tipo de texto.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

Page 58: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

57

Trabalho em grupo

Parâmetros

a) Colabora de forma empenhada, dando opiniões pertinentes e aceitando/potenciando asopiniões dos colegas.

b) Dinamiza o grupo, fomentando um ambiente de trabalho propício à evolução do trabalho.c) Planifica o trabalho a realizar e seleciona a informação recolhida de acordo com os objetivos.d) Organiza a informação de forma adequada, cumprindo o plano de trabalho ou propondo

alterações/reajustamentos pertinentes.e) Contribui, de forma decisiva, para a apresentação do produto final e para a partilha dos

conhecimentos adquiridos.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

Page 59: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

58

Avaliação da competência de expressão escrita

Texto argumentativo

Descritores Sem dificuldade Com dificuldade Com grande dificuldade

a) Identifica a problemática parareflexão.

b) Inicia o texto com uma introdu-ção, apresentando a problemá-tica.

c) Textualiza, revelando• Coesão aspeto-temporal • Coerência lógica-concetual• Coesão lexical e interfrásica

d) Revela progressão temática, in-troduzindo argumentos relevan-tes.

e) Fundamenta opiniões e pontosde vista com exemplos elucida-tivos.

f) Finaliza o texto com uma conclu-são, sintetizando o raciocínio efe-tuado.

g) Revela correção linguística

h) Legibilidade gráfica:• Margens respeitadas.• Mancha gráfica organizada.• Grafia legível.• Apresentação cuidada.

Estratégias de superação

Page 60: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

59

TESTE DE AVALIAÇÃO N.o 2

GRUPO I

ALê atentamente o texto seguinte.

Com os Voadores tenho também uma palavra, e não é pequena a queixa. Dizei-me, Voadores, não vos fez Deuspara peixes; pois porque vos meteis a ser aves? O mar fê-lo Deus para vós, e o ar para elas. Contentai-vos com omar, e com nadar, e não queirais voar, pois sois peixes. Se acaso vos não conheceis, olhai para as vossas espinhas, e para as vossas escamas, e conhecereis, que não sois ave, senão peixe, e ainda entre os peixes não dos melhores.Dir-me-eis, Voador, que vos deu Deus maiores barbatanas, que aos outros do vosso tamanho. Pois porque tivestesmaiores barbatanas, por isso haveis de fazer das barbatanas asas? Mas ainda mal porque tantas vezes vos desenga-na o vosso castigo. Quisestes ser melhor que os outros peixes, e por isso sois mais mofino que todos. Aos outros pei-xes do alto, mata-os o anzol, ou a fisga; a vós sem fisga, nem anzol, mata-vos a vossa presunção, e o vosso capricho.Vai o navio navegando, e o Marinheiro dormindo, e o Voador toca na vela, ou na corda, e cai palpitando. Aos outrospeixes mata-os a fome, e engana-os a isca, ao Voador mata-o a vaidade de voar, e a sua isca é o vento. Quantomelhor lhe fora mergulhar por baixo da quilha, e viver, que voar por cima das antenas, e cair morto. Grande ambi-ção é, que sendo o mar tão imenso, lhe não basta a um peixe tão pequeno todo o mar, e queira outro elemento maislargo. Mas vede, peixes, o castigo da ambição. O Voador fê-lo Deus peixe, e ele quis ser ave, e permite o mesmo Deusque tenha os perigos de ave, e mais os de peixe. Todas as velas para ele são redes como peixe, e todas as cordaslaços como ave. Vê, voador, como correu pela posta o teu castigo. Pouco há nadavas vivo no mar com as barbata-nas, e agora jazes em um convés amortalhado nas asas. Não contente com ser peixe, quiseste ser ave, e já não ésave, nem peixe: nem voar poderás já, nem nadar. A Natureza deu-te a água, tu não quiseste senão o ar, e eu já tevejo posto ao fogo. Peixes, contente-se cada um com o seu elemento. Se o Voador não quisera passar do segundo aoterceiro, não viera a parar no quarto. Bem seguro estava ele do fogo, quando nadavam na água, mas porque quisser borboleta das ondas, vieram-se-lhe a queimar as asas.

À vista deste exemplo, Peixes, tomai todos na memória esta sentença. Quem quer mais do que lhe convém,perde o que quer, e o que tem. Quem pode nadar, e quer voar, tempo virá em que não voe nem nade. Ouvi o caso deum Voador da terra. Simão Mago, a quem a Arte Mágica, na qual era famosíssimo, deu o sobrenome, fingindo-se,que ele era o verdadeiro Filho de Deus, sinalou o dia, em que nos olhos de toda Roma havia de subir ao Céu, e comefeito começou a voar muito alto; porém a oração de S. Pedro, que se achava presente, voou mais depressa que ele,e caindo lá de cima o Mago, não quis Deus que morresse logo, senão que nos olhos também de todos quebrasse,como quebrou, os pés. Não quero que repareis no castigo, senão no género dele. Que caia Simão, está muito bemcaído; que morra, também, estaria muito bem morto, que o seu atrevimento e a sua arte diabólica o merecia. Masque de uma queda tão alta não rebente, nem quebre a cabeça, ou os braços, senão os pés? (...) Eis aqui Voadores domar, o que sucede aos da terra, para que cada um se contente com o seu elemento. Se o mar tomara exemplo nosrios, depois que Ícaro1 se afogou no Danúbio, não haveria tantos Ícaros no Oceano.

Oh Alma de António, que só vós tivestes asas, e voastes sem perigo, porque soubestes voar para baixo, e nãopara cima!

Padre António Vieira, Sermão de Santo António aos Peixes, capítulo V (excerto)

1 Ícaro – personagem da mitologia grega que tentou voar com asas de cera, mas estas derreteram e Ícaro caiu no oceano e afogou-se.

5

10

15

20

25

30

Page 61: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

60

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as respostas aos itens que se seguem.

1. Localiza o excerto transcrito na estrutura global da obra Sermão de Santo António aos Peixes, tendo presenteque o orador segue os preceitos da retórica clássica.

2. Explica as consequências da ousadia dos voadores.

3. Explicita o significado dos aforismos presentes no início do segundo parágrafo (linhas 21 e 22).

4. Justifica a apóstrofe final a Santo António (linhas 32 e 33), tendo em atenção a globalidade do Sermão.

B

Onde as leis, onde a justiça, onde a verdade, onde a razão e onde o mesmo Deus parece estar longe (…) Não gas-temos tempo, a verdade que vos digo é que no Maranhão não há verdade. Se o império da mentira não fora tão uni-versal no mundo pudera-se suspeitar que nesta nossa ilha tinha a sua corte a mentira.

Padre António Vieira, in J. Lúcio de Azevedo (1931), História de António Vieira,Lisboa, Livraria Clássica Editora, volume 1, página 209

Comenta o excerto transcrito, tendo em conta a tua experiência de leitura da obra Sermão de SantoAntónio aos Peixes.

Escreve um texto bem estruturado, de oitenta a cento e trinta palavras.

Observações relativas ao item B:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quan-

do esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, indepen-

dentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).

2. Um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.

Page 62: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

61

GRUPO II

Lê atentamente o texto seguinte.

Outros passageiros

Os navios trouxeram não apenas riquezas mas furtivos e clandestinos passageiros que davam pelo nome deratos. Os ratos foram notáveis disseminadores de doenças e pragas. É difícil imaginar quantas trocas se faziam jáno século XIV entre as mais longínquas paragens. Acreditamos que viagens tão difíceis exigem os atuais e sofistica-dos meios náuticos. Mas o desafio de cruzar os mares estimulou, desde há muito, o engenho e a arte de ser humano.Nunca nos conformámos com o destino e o lugar que nos coube. Sempre partilhámos com os deuses o milagre decaminhar sobre as águas.

As embarcações trouxeram também enganos e mal-entendidos. Quando Colombo desembarcou na Costa daAmérica batizou os habitantes locais de «índios». Acreditava estar perante um povo das Índias, no oceano Índico. O nome, fruto de equívoco, não foi nunca retificado. Ficou para sempre e para todos (incluindo para os mal batiza-dos «índios»). Outras marcas sobreviveram durante séculos. A história das navegações não é feita só de glórias. Os navegantes europeus trouxeram com eles doenças contra as quais as populações americanas não haviamadquirido resistências. Epidemias mataram milhões desses «índios». Acredita-se que, um século depois da chegadade Colombo, alguns destes povos tenham sido reduzidos a um décimo da sua população originária.

As viagens realizaram trocas de produtos alimentares. Muito do que incorporamos na nossa dieta quotidianavem dessas américas. Foram os navegadores portugueses os maiores responsáveis por esta disseminação. Muitosmoçambicanos acreditam que produtos como a mandioca, a batata-doce, o caju, o amendoim, a goiaba e a papaiasão genuinamente africanos. Todos eles foram importados e chegaram a África no porão de alguma pequena naulusitana. (...)

Mais que obstáculo, o oceano Índico foi um caminho, um cruzamento de culturas. Por suas águas chegaramnavegantes de outros continentes, de outras raças, de outras religiões. Na costa moçambicana os navios eram aagulha que costurava esse imenso pano onde ainda hoje se estampam diversidades. Durante séculos não se proce-deu apenas ao comércio de mercadorias, de línguas, de culturas e de genes. Construíram-se nações. Moçambiquefoi tecido do mar para o interior. A linha que costurou o nosso país veio da água, da viagem, do desejo de ser outro. A bandeira que nos cobre é um pano de muitos variegados e fios.

Mia Couto (2010), Pensageiro frequente, Lisboa, Editorial Caminho, páginas 65-67

1. Seleciona, em cada um dos itens de 1 a 7, a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentidodo texto. Escreve, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção correta.

1. Os ratos eram...a) ambiciosos mercadores.b) roedores marinhos.c) viajantes ilegais.d) indígenas brasileiros.

2. Colombo designou os habitantes da costa da América de índios, porque…a) descobriu o Brasil.b) descobriu a Índia.c) pensava estar no Brasil.d) pensava estar na Índia.

5

10

15

20

Page 63: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

62

Coluna A Coluna B

1. Com o uso de «também» (linha 7)

2. Com a enumeração «a mandioca, a batata-doce, o caju, oamendoim, a goiaba e a papaia» (linha 16)

3. Com a oração «Quando Colombo desembarcou na Costada América» (linhas 7 e 8)

4. Com o grupo nominal «Os navios» (linha 1)

5. Com o constituinte «um caminho, um cruzamento deculturas» (linha 19)

a) o enunciador estabelece uma referência temporal.

b) o enunciador traduz um nexo de causalidade.

c) o enunciador recorre a uma conexão contrastiva.

d) o enunciador faz uso de um mecanismo de coesão pormeronímia.

e) o enunciador introduz o sujeito da frase.

f) o enunciador estabelece uma conexão aditiva.

g) o enunciador introduz o predicativo do sujeito.

h) o enunciador faz uso de um mecanismo de coesão refe-rencial lexical por hiponimia

3. Muitos nativos índios morreram devido a…a) falta de imunidade.b) agressões físicas.c) carências nutritivas.d) fenómenos da natureza.

4. A papaia e a goiaba são frutos…a) genuinamente africanos.b) originários da Europa.c) provenientes da Ásia.d) procedentes das Américas.

5. O pronome pessoal «eles» (linha 11) é um mecanismo de coesão…a) interfrásica.b) gramatical.c) lexical.d) temporal.

6. Em «os navios eram a agulha que costurava esse imenso pano onde ainda hoje se estampam diversidades»(linhas 20 a 21), identificamos a presença da…a) hipálage.b) comparação.c) sinestesia.d) imagem.

7. A palavra «variegados» (linha 24) significaa) matizados.b) calorosos.c) alegres.d) uniformes.

2. Faz corresponder a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, de modo aobteres uma afirmação adequada ao sentido do texto. Escreve, na folha de respostas, as letras e os núme-ros correspondentes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez..

Page 64: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

63

GRUPO III

Partindo dos dois primeiros artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, escreve um textoexpositivo-argumentativo, devidamente estruturado, de duzentas a trezentas palavras, no qual fundamen-tes a tua perspetiva sobre a importância dos princípios consignados nos artigos transcritos.

Fundamenta o teu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um deles com,pelo menos, um exemplo significativo.

Artigo 1.o

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência,devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Artigo 2.o

Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, semdistinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de ori-gem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação.

Fonte: http://www.portugal.gov.pt/pt/GC18/Portugal/SistemaPolitico/dudh/Pages/DeclaracaoUniversaldosDireitosHumanos.aspx

Observações:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando

esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independente-

mente dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).

2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras –,

há que atender ao seguinte:

• A um texto com extensão inferior a oitenta palavras é atribuída a classificação de zero pontos.

• Nos outros casos, um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até cinco pontos) do

texto produzido.

FIM

Page 65: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

64

Critérios específicos de classificação

GRUPO I

A

1. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................... 15 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 3 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Localiza, com pertinência e rigor, o excerto na estrutura globaldo Sermão de Santo António aos Peixes, fazendo o respetivoenquadramento na obra.

9

3Localiza, com pertinência e rigor, o excerto na estrutura globaldo Sermão de Santo António aos Peixes.

7

2Localiza, com algumas imprecisões, o excerto na estrutura glo-bal do Sermão de Santo António aos Peixes.

5

1Localiza, com acentuadas imprecisões, o excerto na estruturaglobal do Sermão de Santo António aos Peixes.

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• O Sermão apresenta três partes fundamentais: o exórdio (capítulo I, onde se encontra, também, a invocação), a argumentação (desenvolvimento do tema, através da exposição e confirmação: capítulos II, III, IV e V) e a perora-ção (conclusão exortativa).

• O excerto localiza-se, pois, no capítulo V (repreensões em particular).

• O orador apresenta os defeitos particulares dos peixes, metáfora dos homens.

• …

Page 66: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

65

2. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 20 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Explica, com pertinência e rigor, as consequências da ousadia dosvoadores.

12

3Explica, com pertinência, as consequências da ousadia dos voa-dores.

9

2Explica, com esporádicas imprecisões, as consequências da ousa-dia dos voadores.

6

1Explica, com acentuadas imprecisões, as consequências da ousa-dia dos voadores.

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• Os voadores, porque têm maiores barbatanas do que os outros peixes, tentam voar.

• Como os voadores não são aves, a sua ousadia, presunção e vaidade têm como consequências a sua destruição ea sua morte.

• A excessiva ambição do voador é castigada: «Todas as velas para ele são redes como peixe, e todas as cordaslaços como ave.»

• A tentativa de entrar num elemento que não é o seu (o ar) leva-o ao fogo, metáfora da morte.

• ...

Page 67: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

66

3. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 15 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 3 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Explicita, com pertinência e rigor, o significado dos dois aforis-mos.

9

3 Explicita, com pertinência, o significado dos dois aforismos. 7

2Explicita, com algumas imprecisões, o significado dos dois aforis-mos.

5

1Explicita, com acentuadas imprecisões, o significado dos doisaforismos.

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• Ambos os aforismos («Quem quer mais do que lhe convém, perde o que quer e o que tem»; «Quem pode nadar equer voar, tempo virá em que não voe nem nade») constituem máximas de vida, alertando para o facto de a ambi-ção, o capricho e a vaidade poderem originar a desgraça, a perdição e, inclusivamente, a morte.

• …

Page 68: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

67

4. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 20 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Justifica, com pertinência e rigor, a apóstrofe a Santo António,tendo em atenção a globalidade da obra.

12

3Justifica, com pertinência, a apóstrofe a Santo António, tendoem atenção a globalidade da obra.

9

2 Justifica, com alguma pertinência, a apóstrofe a Santo António. 6

1Justifica, com acentuadas imprecisões, a apóstrofe a SantoAntónio.

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• Descontente com a violência e a exploração que os colonos do Maranhão exerciam sobre os índios, Padre AntónioVieira decidiu embarcar para o reino, no dia 14 de junho de 1654, e dar a conhecer ao rei esta situação. No entanto,na véspera da sua partida, aproveita o facto de se comemorar o dia de Santo António, proferindo o Sermão deSanto António aos Peixes, no dia 13 de junho.

• A bondade e a humildade de Santo António contrastavam com a ambição e a desumanidade dos colonos doMaranhão.

• Padre António Vieira estabelece um paralelo entre a ação do Santo medieval (Santo António) e as atitudes doshomens seus contemporâneos, enaltecendo as virtudes do primeiro («Oh Alma de António, que só vós tivestesasas, e voastes sem perigo, porque soubestes voar para baixo, e não para cima») e criticando os vícios e defeitosdos segundos.

• ...

Page 69: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

68

B

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 18 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 12 pontos– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 7 pontos– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 5 pontos

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• Padre António Vieira dedicou-se arduamente à sua vocação de missionário, difundindo a fé cristã e tentando pro-teger a vida dos indígenas.

• Quando chegou ao Brasil, em 1653, Vieira descobriu que mais de dois milhões de índios tinham sido mortos, situa-ção que não era divulgada ao rei; a mentira e a insensatez dos colonos indignaram o missionário.

• O Sermão de Santo António aos Peixes, pregado no Maranhão, critica os defeitos dos homens e denuncia a mentirae as atrocidades dos que enriqueciam à custa dos indefesos índios.

• Através da alegoria, o missionário jesuíta atinge os defeitos dos homens que andam permanentemente à procurade «como hão de comer, e como se hão de comer».

• Os peixes, metáfora dos homens, possibilitam a crítica à arrogância («roncadores»), ao parasitismo («pegadores»),à vaidade («voadores») e à traição («polvo»).

• ...

Níveis dedesempenho

Descritores Pontuação

6Comenta, com pertinência e rigor, o excerto transcrito, associando-o ao Sermãode Santo António aos Peixes, de Padre António Vieira, fazendo referências querefletem um muito bom conhecimento da obra.

18

5Comenta, com pertinência e rigor, o excerto transcrito, associando-o ao Sermãode Santo António aos Peixes, de Padre António Vieira, fazendo referências querefletem um bom conhecimento da obra.

15

4Comenta, com alguma pertinência e menor rigor, o excerto transcrito, associan-do-o ao Sermão de Santo António aos Peixes, de Padre António Vieira, fazendoreferências que refletem um conhecimento suficiente da obra.

12

3Comenta, com ligeiras ou esporádicas imprecisões, o excerto transcrito, associan-do-o ao Sermão de Santo António aos Peixes, de Padre António Vieira, fazendoreferências que refletem um conhecimento suficiente da obra.

9

2Comenta, com acentuadas imprecisões, o excerto transcrito, associando-o aoSermão de Santo António aos Peixes, de Padre António Vieira, fazendo referênciasque refletem um conhecimento insuficiente da obra.

6

1Tece comentários gerais sobre o excerto transcrito, pouco relevantes para o temaproposto e que revelam um conhecimento incipiente do Sermão de SantoAntónio aos Peixes, de Padre António Vieira.

3

Page 70: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

69

GRUPO II

Níveisde desempenho

Descritores do nívelde desempenho

Pontuação

3 Estabelece quatro ou cinco correspondências corretas. 15

2 Estabelece duas ou três correspondências corretas. 9

1 Estabelece uma correspondência correta. 3

GRUPO III

Chaves de correção:1.1. c); 2. d); 3. a); 4. d); 5. b); 6. d); 7. a).

2.1. f); 2. h); 3. a); 4. e); 5. g).

Níveisde desempenho Pontuação

Descritores do nívelde desempenho

• Trata, sem desvios, o tema proposto (liberdade e igualdade dedireitos humanos).

• Mobiliza, sempre com eficácia argumentativa, uma informaçãoampla e diversificada:– Produz um discurso coerente e sem qualquer tipo de ambiguida-

de.– Define, de forma inequívoca, o seu ponto de vista.– Fundamenta a perspetiva adotada em (pelo menos) dois argu-

mentos, distintos e pertinentes, cada um deles ilustrado com(pelo menos) um exemplo significativo.

• Redige um texto estruturado, refletindo uma planificação prévia eevidenciando um bom domínio dos mecanismos de coesão textual:– Apresenta um texto constituído por três partes (introdução,

desenvolvimento, conclusão), individualizadas, devidamente pro-porcionadas e articuladas entre si de modo consistente.

– Marca corretamente os parágrafos.– Utiliza, com adequação, conetores diversificados e outros meca-

nismos de coesão textual.

• Faz uso correto do registo de língua adequado ao texto, eventual-mente com esporádicos afastamentos, que se encontram, noentanto, justificados pela intencionalidade do discurso e marcados(com aspas ou sublinhados).

• Mobiliza expressivamente, com adequação e intencionalidade,recursos da língua (repertório lexical variado e pertinente, figurasde estilo, procedimentos de modalização, pontuação,...).

9 30

Page 71: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

70

6 21

• Trata, sem desvios, o tema proposto (liberdade e igualdade dedireitos humanos).

• Mobiliza informação diversificada, com suficiente eficácia argu-mentativa:– Produz um discurso coerente, pontuado, no entanto, por ambi-

guidades pouco relevantes.– Define com suficiente clareza o seu ponto de vista.– Fundamenta a perspetiva adotada em (pelo menos) dois argu-

mentos adequados, cada um deles documentado com (pelomenos) um exemplo apropriado.

• Redige um texto estruturado, refletindo uma planificação e recor-rendo a mecanismos adequados de coesão textual:

– Apresenta um texto constituído por três partes (introdução, desen-volvimento, conclusão), individualizadas, proporcionais e satisfato-riamente articuladas entre si.

– Marca corretamente os parágrafos.– Utiliza adequadamente conetores e outros mecanismos de coesão

textual.

• Utiliza o registo de língua adequado ao texto, apesar de esporádicosafastamentos que não afetam, porém, a adequação geral do discurso.

• Mobiliza um repertório lexical adequado e variado.

• Trata o tema proposto (liberdade e igualdade de direitos huma-nos), embora apresente desvios pouco relevantes.

• Mobiliza informação suficiente, nem sempre com eficácia argu-mentativa:– Produz um discurso globalmente coerente, apesar de algumas

ambiguidades evidentes.– Define o seu ponto de vista, eventualmente com lacunas que não

afetam, porém, a inteligibilidade.– Fundamenta a perspetiva adotada em (pelo menos) dois argu-

mentos adequados, mas apresentando um único exemplo epouco significativo.

• Redige um texto pouco estruturado, refletindo uma escassa plani-ficação e evidenciando um domínio apenas suficiente dos mecanis-mos de coesão textual:– Apresenta um texto constituído por três partes (introdução,

desenvolvimento, conclusão), articuladas entre si de modopouco consistente.

– Marca, em geral, corretamente os parágrafos, mas com falhasesporádicas.

– Utiliza apenas os conetores e os mecanismos de coesão textualmais comuns, embora sem incorreções graves.

• Utiliza, em geral, o registo de língua adequado ao texto, mas apre-sentando alguns afastamentos que afetam pontualmente a ade-quação global.

• Mobiliza um repertório lexical adequado, mas pouco variado.

7

5

24

18

8 27

Page 72: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

71

• Trata globalmente o tema (liberdade e igualdade de direitos), mascom desvios notórios.

• Mobiliza pouca informação e com reduzida eficácia argumenta-tiva:– Produz um discurso com alguma coerência, mas nem sempre

claramente inteligível.– Define um ponto de vista identificável, mas fá-lo de forma con-

fusa.– Fundamenta a perspetiva adotada em um único argumento ou

em dois argumentos redundantes e não apresenta exemplos, ouapresenta exemplos pouco adequados.

• Redige um texto com deficiências de estrutura, evidenciando umdomínio insuficiente dos mecanismos de coesão textual:– Apresenta um texto em que não distingue com clareza três par-

tes (introdução, desenvolvimento, conclusão) ou em que as mes-mas se encontram insuficientemente marcadas, comdesequilíbrios de proporção mais ou menos notórios e com defi-ciências ao nível da articulação entre elas.

– Marca parágrafos, mas com incorreções de alguma gravidade.– Utiliza poucos conetores, por vezes de forma inadequada e recor-

rendo, frequentemente, a construções paratáticas.

• Apresenta, em número significativo, afastamentos do registo delíngua adequado ao texto.

• Utiliza um vocabulário simples e comum, com impropriedades quenão perturbam, porém, a comunicação.

• Aborda lateralmente o tema (liberdade e igualdade de direitoshumanos), porque o compreendeu mal ou porque não se cinge auma linha condutora e se perde em digressões.

• Mobiliza muito pouca informação e sem eficácia argumentativa:– Produz um discurso geralmente inconsistente e, por vezes, inin-

teligível.– Não define um ponto de vista identificável.– Não cumpre a instrução no que diz respeito à tipologia textual ou

apresenta um texto em que traços do tipo de texto solicitado semisturam, sem critério, com os de outros tipos textuais.

• Redige um texto com estruturação muito deficiente, desprovido demecanismos elementares de coesão textual.

• Utiliza, indiferenciadamente, registos de língua distintos, mas semmanifestar consciência do registo adequado ao texto, ou um únicoregisto inadequado.

• Utiliza vocabulário elementar e restrito, não raro redundante e/ouinadequado.

3

1

12

6

2 9

Ver critérios gerais de classificação das provas de Exame Nacional (http://www.gave.min-edu.pt/np3/exames)

4 15

Page 73: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

72

SEQUÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM N.o 3

12 blocos de 90 minutos (24 aulas)A. Planificação

Competências transversais:• Comunicação: Componentes linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.• Estratégica: Estratégias de leitura e de escrita adequadas ao tipo de texto e à finalidade; seleção e organização da

informação; produção de resumo; operações de planificação, execução e avaliação da escrita e da oralidade; pesquisaem vários suportes; conceção e utilização de instrumentos de análise; elaboração de ficheiros; utilização das TIC.

• Formação para a cidadania: Construção de uma identidade cultural; apresentação e defesa de opiniões; reconheci-mento da importância da herança do passado na construção do presente; assunção dos valores da democracia, da liber-dade e da responsabilidade como valores consensuais a defender.

Tipos de texto: Drama, textos argumentativos, expositivo-argumentativos e resumo.

COMPREENSÃOORAL

Testes de compreensão oral:• A viagem de Almeida Garrett.• Memória ao Conservatório Real,

de Almeida Garrett.• Louvor a Garrett, de António Mega

Ferreira.

Escuta/visionamento:• A viagem de Almeida Garrett – documentário.• Memória ao Conservatório Real de Lisboa,

de Almeida Garrett.• Louvor a Garrett, de António Mega Ferreira.

EXPRESSÃOORAL

Expressão oral:• Dramatização (páginas 191 e 192)

EXPRESSÃOESCRITA

• Texto expositivo-argumentativo.• Resumo de textos expositivo-argumentativos.

LEITURA

Textos informativos: (páginas 198 a 199 (Em interação))

Leitura seletiva:• «Frei Luís de Sousa – personagem histórica».• «Drama, espetáculo teatral e Frei Luís de Sousa».• «Um destino inflexível a pesar sobre os homens».

Leitura literária:• Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett

(leitura integral):– Categorias do texto dramático.– Intenção pedagógica.– Sebastianismo.– Ideologia romântica.– Valor simbólico de alguns elemen-

tos.

Leitura analítica: • Frei Luís de Sousa (páginas 132 a 183).

Leitura global:• Frei Luís de Sousa.• Outros textos selecionados pelo(a) professor(a)

e pelos alunos.

Leitura recreativa:• Contrato de Leitura.

Leitura de imagem fixa: Imagens do romantismo.

CO

MP

ETÊN

CIA

S N

UC

LEA

RES

(Continua)

Page 74: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

73

Análise do discurso, pragmática e linguística textual:• Interação discursiva: Discurso.• Adequação discursiva (registos formal e informal; formas de tratamento).• Atos ilocutórios e força ilocutória:

– Atos ilocutórios diretos e indiretos.– Tipologia dos atos ilocutórios (assertivos, diretivos; compromissivos; expressivos; decla-

rativos).– Princípios reguladores da interação discursiva (princípios de cooperação, máximas con-

versacionais, princípio de cortesia e saber compartilhado).• Processos interpretativos inferenciais:

– Pressuposição.– Implicatura conversacional.

• Elementos do discurso oral e deixis.• Consolidação de conteúdos: morfologia, classes de palavras, sintaxe.

FUNCIONAMENTODA LÍNGUA

AVALIAÇÃO• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.

B. Em interação

Situação de aprendizagem n.o 1

• Visionamento de documentário sobre Almeida Garrett; tomada de notas.

• Teste de compreensão oral (manual).

• Interação verbal em torno das ideias expressas no documentário.

• Pesquisa em vários suportes sobre a vida e a obra de Garrett, nomeadamente a sua ligação ao teatro.

• Apresentação oral dos resultados da pesquisa.

• (Re)Construção em PowerPoint da biografia de Garrett a partir dos dados do documentário e da pesquisa efetuada(trabalho em grandes grupos).

Avaliação: • Avaliação do teste de compreensão oral.• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

• Documentário A viagem de Almeida Garrett.• Memória ao Conservatório Real de Lisboa, de Garrett.• Leitura literária: Frei Luís de Sousa (leitura integral).• Dramatização.• Texto expositivo-argumentativo.• Resumo de texto expositivo-argumentativo.

Page 75: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

74

Situação de aprendizagem n.o 2• Audição do texto Memória ao Conservatório Real de Lisboa, de Garrett.• Teste de compreensão oral (manual).• Identificação de informação relevante que configure um momento de pré-leitura:

– Assunto de índole trágica.– Ação simples.– Poucas personagens.– Contenção de cenas.– Recurso à prosa.– Assunto de caráter nacional e histórico.– Caráter didático.– Hibridismo de género – drama ou tragédia?

• Interação verbal em torno da informação identificada e de uma possível antecipação de conteúdo.• Construção de um guião orientador de dramatização (manual).• Dramatização.

Avaliação: • Avaliação do teste de compreensão oral.• Avaliação da interação verbal.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Situação de aprendizagem n.o 3

• Leitura analítica, em trabalho de grupo, das cenas I e II do Ato I de Frei Luís de Sousa (questionário no manual):– Importância da leitura e o seu reflexo cultural e moral.– Caracterização das personagens presentes em cena e ausentes.– O sebastianismo.– Os indícios trágicos.– Valor simbólico de alguns elementos/situações.– Enquadramento no modo dramático.– Apresentação oral e registo de conclusões.– Leitura dramatizada de um excerto da cena II.– Registo individual escrito das primeiras impressões de leitura da peça de Garrett.

Avaliação: • Auto e coavaliação do trabalho em grupo.• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.• Avaliação do registo escrito das impressões de leitura.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Situação de aprendizagem n.o 4

• Constituição de quatro grandes grupos para leitura da cena VIII do Ato I (questionário no manual):– Contraste entre as personagens em cena.– Classicismo e romantismo presentes na caracterização/atitude das personagens.– Registo das decisões tomadas pelas personagens e motivos que as impelem.

• Apresentação oral e registo de conclusões.• Pesquisa sobre romantismo e classicismo em Frei Luís de Sousa.

Page 76: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

75

• Elaboração de um PowerPoint de apresentação dos resultados da pesquisa.• Oficina de escrita (planificação, textualização e revisão):

– Elaboração de um texto argumentativo – discurso de Manuel de Sousa incitando a resistir ao invasor ou umapelo à luta contra uma situação da sociedade contemporânea que constitua um atentado aos direitoshumanos:• Estrutura canónica de base da argumentação: tese, antítese, síntese.• Argumentação e contra-argumentação.• Estratégias do sujeito.• Alusões e subentendidos.• Processos de influência sobre o destinatário.• Tipos de argumentos.• Progressão temática e discursiva.• conetores predominantes.• Figuras de retórica.

Avaliação: • Auto e coavaliação do trabalho em grupo.• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral dos resultados da leitura analítica e da pesquisa efetuada.• Participação ativa no trabalho da oficina de escrita.• Avaliação do texto argumentativo.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Situação de aprendizagem n.o 5

• Leitura analítica, em trabalho de grupo, das cenas XI, XIV e XV do Ato II de Frei Luís de Sousa (questionário nomanual):– Importância do diálogo travado entre as personagens Romeiro e D. Madalena.– Consequências do regresso do Romeiro.– Importância das didascálias.– A superstição popular como suporte ideológico do romantismo.– O sebastianismo.– A anagnórise.– Valor simbólico de alguns elementos/situações.

• Apresentação oral e registo de conclusões.• Pesquisa sobre a batalha de Alcácer Quibir e o seu impacto na sociedade portuguesa da época.• Elaboração de um PowerPoint de apresentação dos resultados da pesquisa.• Dramatização da cena XV.• Oficina de escrita (planificação, textualização e revisão):

– Elaboração de um resumo de texto expositivo-argumentativo (manual):• Compreensão do(s) texto(s)-fonte (oral/escrito).• Reagrupamento das ideias: observância das técnicas do resumo.

Avaliação:

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral dos resultados da leitura analítica e da pesquisa efetuada.• Avaliação do resumo.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Page 77: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

76

C. Recursos de apoio ao desenvolvimento das situaçõesde aprendizagem

Memória ao Conservatório Real de Lisboa

(...) Na história de Frei Luís de Sousa (...) há toda a simplicidade de uma fábula trágica antiga. Casta e severacomo as de Ésquilo, apaixonada como as de Eurípedes, enérgica e natural como as de Sófocles, tem, demais do queessoutras, aquela unção e delicada sensibilidade que o espírito do Cristianismo derrama por toda ela... acendendo,até às últimas trevas da morte, a vela da esperança que se não apaga com a vida.

A catástrofe é um duplo e tremendo suicídio; não se obra pelo punhal ou pelo veneno: foram duas mortalhasque caíram sobre dois cadáveres vivos...

(...) Esta é uma verdadeira tragédia – se as pode haver, e como só imagino que as possa haver sobre factos e pes-soas comparativamente recentes. Não lhe dei todavia esse nome porque não quis romper de vizeira com os estafer-mos respeitados dos séculos...

Demais, posto que eu não creia no verso como língua dramática possível para assuntos tão modernos, tambémnão sou tão desabusado contudo que me atreva a dar a uma composição em prosa o título solene que as musasgregas deixaram consagrado à mais sublime e difícil de todas as composições poéticas. O que escrevi em prosa,pudera escrevê-lo em verso (...) E di-lo-ei porque é verdade – repugnava-me também pôr na boca de Frei Luís deSousa outro ritmo que não fosse o da elegante prosa portuguesa que ele, mais do que ninguém, deduziu com tantaharmonia e suavidade.

(...) Contento-me para a minha obra com o título modesto de drama; só peço que a não julguem pelas leis queregem, ou devem reger, essa composição de forma e índole nova; porque a minha, se na forma desmerece da cate-goria, pela índole há de ficar pertencendo sempre ao antigo género trágico.

(...) Nenhuma ação mais dramática, mais trágica do que esta; mas as situações são poucas: estender estas deinvenção era adelgaçar a força daquela, quebrar-lhe a energia.

(...) Nem amores, nem aventuras, nem paixões, nem carateres violentos de nenhum género. Com a ação que sepassa entre pai, mãe e filha, um frade, um escudeiro velho, e um peregrino que apenas entra em duas ou três cenas– tudo gente honesta e temente a Deus – sem um mau para contraste, sem um tirano que se mate ou mate alguémpelo menos no último ato... eu quis ver se era possível excitar fortemente o terror e a piedade ao cadáver das nossasplateias, gastas e caquéticas pelo uso contínuo de estimulantes violentos...

(...) Para ensaiar estas minhas teorias de arte, que se reduzem a pintar do vivo, desenhar do nu e a não buscarpoesia nenhuma nem de intervenção nem de estilo fora da verdade e do natural, escolhi este assunto, porque emsuas mesmas dificuldades estavam as condições de sua maior propriedade.

(...) Escuso dizer-vos, Senhores, que me não julguei obrigado a ser escravo da cronologia... Eu sacrifico às musasde Homero não às de Heródoto...

Nem o drama, nem o romance, nem a epopeia são possíveis, se os quiserem fazer com a «Arte de verificar asdatas» na mão...

Almeida Garrett, Memória ao Conservatório Real de Lisboa, lido a 6 de maio de 1843

Page 78: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

77

Louvor de Garrett

Entre as muitas coisas novas e diferentes que então se praticavam no Pedro Nunes, havia um grupo de teatro,animado por Maria Helena Lucas, no qual, talvez a partir de 1963, participei ativamente. Aí fui escudeiro na Farsa deInês Pereira, aí li Tchekov pela primeira vez, aí disse poemas de Musset («Sobre os móveis, o pó, e o pálido fanal» étudo o que me lembro, para lá da obsolescência adivinhável da tradução e da imagem nítida de, nesse espetáculo,ter contracenado com Ana Zanatti, minha colega de turma), aí fiz um papel em O Alfageme de Santarém. Dosensaios do Alfageme, aliás, lembro-me bem: passavam-se na vastidão álgida do ginásio antigo, situado no primeiroandar de uma das alas do edifício principal, que dá para a Avenida Álvares Cabral, em frente do Jardim-EscolaJoão de Deus. As récitas, essas, tinham normalmente lugar no pequeno palco arranjado para o efeito na sala dosprofessores.

Aí – ou nas aulas de Português, mas é natural que ambas as experiências, a teatral e a literária, se tenham com-plementado – devo ter caído na «poção mágica» do Romeiro de Frei Luís de Sousa. Li o texto pela primeira vez quan-do tinha 13 ou 14 anos – e ainda não me refiz do fascínio inicial, aumentado pelas muitas releituras, não sei quantasrepresentações teatrais, filmes e telefilmes. Aquele Romeiro, aquela «ameaça» à normalidade feliz do triânguloMaria-Madalena-Manuel de Sousa Coutinho, foi para mim uma fonte de mistério, o sinal de uma coisa que maistarde, muito mais tarde, reconheceria como «desassossego» (o livro do dito, convém que se recorde, só foi conheci-do em 1982).

Ao mesmo tempo, na quase impenetrável opacidade da literatura que íamos conhecendo (não chegáramos aoEça, andávamos pelo Sá de Miranda e pelo Camões), o «Ninguém» carregado de presságio daquela espécie de fan-tasma de D. João de Portugal era uma espécie de «buraco negro» pelo qual se esvaía a normalidade da literaturacomo corpus de coisas a aprender – mas de cujo ensino, parece-me, estava ausente qualquer ligação com a vida, a quotidiana, corriqueira «vidinha» de todos e cada um de nós. Frei Luís de Sousa foi a primeira exceção a este dis-tanciamento entre nós e a literatura que nos ensinavam.

De forma evidentemente não consciente, o que o «Ninguém» do Romeiro me deixava entrever é que, para lá dodito, do explícito, havia – há – no texto literário um amplo espaço de indeterminação, o espaço do mistério, de umsegredo que nos cabe adivinhar ou (o que é ainda melhor) simplesmente reconhecer.

Nessa altura, eu não sabia que algum fundo de verdade histórica existia naquele punhado de retratos apenasesboçados por Garrett. É claro que só muito mais tarde descobri em Manuel de Sousa Coutinho o soberbo prosa-dor, cuja vida se dividiu entre a aventura e a literatura, a esta tendo legado a magistral Vida de Dom FreiBartolomeu dos Mártires. Nem, por maioria de razão, podia saber que o episódio perturbador do Romeiro eraenxerto sebastianista (o sebastianismo ficaria para mim envolto em nevoeiro até à leitura, no início dos anos 70,do estudo clássico de Joel Serrão), hoje atribuído a Frei António da Encarnação. O meu fascínio era, por isso, abso-luta e exclusivamente literário, funcionando em estado puro de verosimilhança, fora de quaisquer consideraçõeshistóricas ou ideológicas.

Quer dizer que, naquela indecisão histórica que a figura do Romeiro vem transformar em autêntica tragédia,eu pressentia a vibração de uma outra literatura, uma literatura que não se esgotava na aparência da sua imagi-nária «perfeição», porque os textos literários nos eram dados como coisas finais, definitivas. Ora, o Frei Luís deSousa foi, para mim, nessa altura, o primeiro texto «aberto» que me era dado ler: o suspense, a emoção, o descon-certo, o excesso emocional, tudo estava lá, ou, pelo menos, tudo eu imaginava lá figurar. Leio o Frei Luís de Sousaantecipando sempre aquele momento catártico já prenunciado por mil e um sinais, mas adivinhado com amesma excitação com que somos capazes de antecipar uma sequência já conhecida de um filme visto e amadomais de uma vez (...)

Page 79: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

78

Dorme Maria, no delírio que a febre e os seus sonhos de grandeza alimentam? E Telmo conforta-se na sua ape-gada ternura pela menina, como se a pureza que ela lhe entrega limpasse a recordação de uma qualquer culpapassada? E Dona Madalena, quem pode dizer, entre os sustos cheios de presságio de Maria e as meias palavras deTelmo, que realmente sossega nos braços de Manuel de Sousa? E Manuel de Sousa, quem aquieta esta extenuantevontade de ação, que o leva de Lisboa à outra margem, uma vez e outra e outra?

O espaço de representação de Frei Luís de Sousa é atravessado por um vendaval permanente: ninguém estábem naquele lugar, ninguém está bem no seu papel e, por isso, Manuel de Sousa acaba por incendiar aquela casa,como se com isso quisesse exorcizar pelo fogo a causa de toda a inquietude. E é extraordinária a curta frase comque Manuel de Sousa Coutinho, o autêntico, descreve o incidente, no prefácio às Obras Poéticas de Jaime Falcão:«Possuído de extraordinária exaltação, furtei as minhas paredes a essa injúria (a requisição dos procuradores) comnova e inaudita metamorfose: foram-se abaixo em fumo e cinzas.»

Frei Luís de Sousa é o livro do desassossego português, antes de ser drama histórico, narrativa amorosa ou tra-gédia sebastiana. Todas as personagens vivem um mal-estar, cuja causa difusa, corporizada no fantasma de D. João de Portugal, é, afinal de contas, «ninguém». E qual de nós pode dizer que nunca se sentiu, ainda que por ins-tantes, prisioneiro deste desejo de não ser, neste momento em que existe? «Eu só estou bem onde não estou», lem-bram-se? E é preciso ler Frei Luís de Sousa em voz alta, para ouvir o eco que o silêncio entre as palavras nos envia –ou a música que faria da obra-prima de Garrett a ópera portuguesa por excelência.

Sei hoje – e sei dizê-lo – porque é que o Frei Luís de Sousa foi tão importante para mim: a partir daí, a literaturapassou a ser, aos meus olhos, o terreno onde se desenhava o risco dos limites e a experiência do indivisível. Com Garrett comecei a aprender o que quer dizer, literariamente, ser moderno.

António Mega Ferreira, in Público, 8 de fevereiro de 1999

Page 80: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

79

Resposta à questão n.o 4 da leitura interativa da página 140:

Caracterização D. Madalena Telmo Maria Manuel de SousaD. João

de Portugal

Direta:Elementos forne-cidos pelas perso-nagens

Viúva, orfã e semninguém aos de-zassete anos; obe-dece a Telmocomo uma filha;chorou a perda domarido e procu-rou-o durante seteanos; nobre e hon-rada senhora.

O escudeiro valido;o familiar quaseparente; amigo ve-lho e provado;acredita em agoi-ros e profecias; aioe amigo de D. Joãode Portugal; al-cançou um poderno espírito de D.Madalena; fiel ser-vidor; inteligente;usa palavras mis-teriosas e alusõesfrequentes a D. Se-bastião; amigo deMaria.

Tem crescido de-mais; tem trezeanos; um anjo,uma viveza, umespírito; está sem-pre a querer saber,a perguntar; nãoé muito forte, édelgadinha; anjode formosura ebondade; com-preende tudo; ésangue de Vilhe-nas e de Sousas;formosura, enge-nho, dotes admi-ráveis; inocente;curiosidade; espí-rito perspicaz.

É instruído; sabelatim; fidalgo deprimor e de boa li-nhagem; guapocavalheiro; honra-do fidalgo; bomportuguês; bommareante; cava-leiro de Malta; ca-ráter inflexível.

Primeiro maridode D. Madalena;desapareceu nabatalha com o paie outros fidalgos;escreveu uma car-ta onde diz que vaivoltar a ver a mu-lher vivo ou morto;amava muito D.Madalena; espelhode cavalaria e gen-tileza; flor dosbons; nobre amo,santo amo.

Indireta:Elementos dedu-zidos pelo leitor apartir das atitudes,gestos e compor-tamentos das per-sonagens

Nervosa, insegura,aterrada (compor-tamento muitoagitado; falas en-trecortadas; evitafalar no assuntoque a preocupa)).

Crença no sebas-tianismo e no re-gresso do seu pri-meiro amo quemuito ama, maisdo que a Manuelde Sousa; respeitaD. Madalena e porisso acaba tam-bém por evitar fa-lar sobre o assun-to-tabu, para nãopenalizar Maria, aquem muito ama.

Um mistério pare-ce ensombrar avida desta perso-nagem; é ela o mo-tivo principal daconversa entre asduas personagensem cena; pelo quesobre si é dito (ouescondido), perce-be-se que é preco-ce.

A parte final dacena faz deduzir aquestão políticaque virá a ser im-portante no finaldo capítulo.

A carta escrita namadrugada da ba-talha de AlcácerQuibir prepara oleitor/espetadorpara o decorrer da«tragédia».

Page 81: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

80

O romantismo

O romantismo em Portugal está ligado à transformação revolucionária da sociedade portuguesa no início doséculo XIX. Deve notar-se, no entanto, que, anteriormente à revolução liberal, se vinham desenvolvendo temas eestilos que anteviam a criação de um novo conceito de literatura; já os árcades procuravam um estilo mais direto,descritivo e individualizante, oposto ao estilo clássico. Também eles atribuíram à literatura uma função social enacional que será ponto de partida para os primeiros românticos.

Na génese do romantismo está o acesso da burguesia à literatura, com o surto do jornalismo que nasce emmeados do século XVII e se desenvolve durante o século XVII, apesar do controlo exercido pelo poder central sobre aspublicações periódicas. Com as revoluções ocorridas entre 1820-1831, verificam-se grandes vagas de emigração,tendo os emigrados repartido-se entre França e Inglaterra, onde o romantismo estava em florescimento. É emplena emigração que Almeida Garrett publica as suas primeiras obras: Camões (1825) e D. Branca (1826), em Paris.Com o regresso dos emigrados, devido à vitória dos liberais na guerra civil de 1832-34, o romantismo ganhou firmeza,com a participação ativa de Alexandre Herculano e Almeida Garrett, vindo a ter o seu apogeu com Camilo CasteloBranco e sendo substituído pelo realismo em 1871.

O romantismo caracteriza-se pela rejeição, por um lado, das tradições do classicismo como modelos e, poroutro, do racionalismo do século XVIII. Vejamos as suas principais características:• Valoriza-se o indivíduo em si mesmo, a sensibilidade, o sentimento e a exaltação do eu interior, estando inerentes

a inquietação e o desequilíbrio, assim como o sofrimento, a melancolia, a fatalidade; da nostalgia causada pelaimpossibilidade de alcançar o absoluto e da frustração da condição humana, nasce o «mal du siècle» que pode tercomo manifestação o protesto político.

• Verifica-se o contraste entre a realidade idealizada e a história e privilegia-se a liberdade e o nacionalismo, nãosendo a este alheio o interesse pela Idade Média como época representativa do surgimento das nações, pela afir-mação das nacionalidades e independências políticas, tão cara aos românticos que na sua época aderem a causasautonomistas e liberais (…).

• Privilegia-se a fuga no tempo e no espaço, a evasão no sonho, na meditação, no mistério, na morte, no fantástico eo gosto pela tradição, pelo pitoresco e popular, sintomático do que é próprio e nacional e não alheio, como semanifestavam os cânones do classicismo.

• Enaltece-se a imaginação, a espontaneidade, o natural, o ser genial de cada indivíduo, a religião, o misticismo.• Centra-se nos jogos de contrastes e antíteses, registando-se com frequência a ironia e o sarcasmo, a fluência voca-

bular predominantemente emocional e o gosto pelo coloquialismo do discurso com marcas nítidas da oralidade;liberaliza-se a forma, nomeadamente no uso do verso livre, estrofes irregulares e da prosa no género dramático.

• O herói romântico é incompreendido e perseguido pela sua singularidade: busca o infinito, o absoluto do amor, dajustiça, da verdade e da beleza; é excessivo, fatal, solitário, dominado pelo coração, rebelde, procurando a suapureza imaginária através de uma contestação às regras da sociedade; o homem transfere-se para a obra, fazendodesta a realização imaginária da sua vida, dos seus desejos ou da raiva contra os seus próprios limites enquantoser humano; este é assumido como um misto de sublime e de grotesco.

• A paisagem romântica é revolta, tumultuosa, agreste, sombria, povoada por seres selvagens, notívagos («locushorrendus»), associada aos estados de alma e capaz de provocar sensações violentas.

Tendo em conta algumas características da época anterior (classicismo), que contrastam com as acima mencionadas,note-se que a natureza clássica («locus amoenus») é aprazível, primaveril, diurna, simétrica; os artistas do Renascimento(em Portugal sobretudo no século XVI, apresentando um cunho próprio resultante da expansão ultramarina) basearam asua doutrina na imitação da Antiguidade Clássica (grega e romana, seus modelos e regras), na imitação da Natureza, valori-zando o primado da razão e daí o equilíbrio corpo/espírito, forma/conteúdo, harmonia, sobriedade e serenidade.

Dulce Pereira Teixeira; Lurdes Aguiar Trilho (2008), Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett,O texto em análise, Lisboa, Texto Editores, páginas 146-149

Page 82: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

81

1. Em Portugal, o romantismo emerge num clima de paz política.

2. Para os primeiros escritores românticos, a literatura tinha uma função nacional e social.

3. Em 1825 e 1826, Garrett publica os poemas Camões e D. Branca em Inglaterra.

4. Em Portugal, o romantismo tem o seu apogeu com Camilo Castelo Branco.

5. O romantismo caracteriza-se pela aceitação dos modelos clássicos.

6. Os românticos cultivaram os princípios do racionalismo iluminista do século XVIII.

7. Os românticos valorizam o indivíduo, a sensibilidade, o sentimento e a exaltação do euinterior.

8. No romantismo, privilegia-se a liberdade e o nacionalismo, evidenciando-se o interessepelo Renascimento.

9. Tal como os escritores do classicismo, os românticos valorizam o que é alheio em detri-mento do nacional.

10. No romantismo, enaltece-se a imaginação, a espontaneidade, o natural, a religião e omisticismo.

11. Os textos românticos apresentam marcas de oralidade, evidenciando o gosto pelo colo-quialismo.

12. O herói romântico é dominado pela razão.

13. O herói romântico procura o infinito, o absoluto do amor, da justiça, da verdade e da beleza.

14. A paisagem romântica é revolta, tumultuosa, na esteira do locus amoenus do classicismo.

15. A paisagem clássica é designada de locus horrendus.

16. Por oposição à natureza aprazível dos artistas do Renascimento, os românticos mani-festam preferência pela natureza sombria e agreste.

17 Os românticos optaram pelo versilibrismo e pela irregularidade estrófica.

18. No texto dramático, os escritores românticos manifestam preferência pelo verso.

19. Os românticos preocupam-se com a imitação dos textos da Antiguidade Clássica.

20. Os escritores clássicos valorizam a razão e o equilíbrio entre forma e conteúdo.

V F

D. Recursos de apoio à avaliação das situaçõesde aprendizagem

Avaliação da competência de compreensão oral

Ouve atentamente o texto «O romantismo». Assinala com X as respostas que considerares verdadeiras (V) oufalsas (F). Corrige as afirmações falsas.

Page 83: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

82

Avaliação da competência de expressão oral

Dramatização

Parâmetros

a) Mobiliza informações relevantes contidas no texto representado.

b) Manifesta eficácia comunicativa da organização e da estrutura do texto.

c) Evidencia coordenação da voz, do gesto e do movimento relativamente ao texto.

d) Faz uso correto do registo de língua e do tom adequados ao texto.

e) Perspetiva o impacto geral da representação nos espetadores.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

Page 84: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Coluna A Coluna B

1. Manuel de Sousa

2. Dona Madalena de Vilhena

3. Dona Maria de Noronha

4. Frei Jorge Coutinho

5. O Romeiro

6. Telmo Pais

a) «Não digais mais, senhora, não me lembreis de tudo o que eu era.»b) «Meu senhor chegou: vi agora daquele alto entrar um bergantim, que é por força

o nosso.»c) «Parentes!… os mais chegados, os que eu me importava achar… contaram com a

minha morte, fizeram a sua felicidade com ela: hão de jurar que me não conhe-cem.»

d) «(possuída de grande terror)»e) «Manuel de Sousa Coutinho, irmão Luís de Sousa, pois em tudo quisestes despir

o homem velho, abandonando também ao mundo o nome que nele tínheis! —Soror Madalena! Vós ambos que já fostes nobres senhores no mundo, e aquiestais prostrados no pó da terra, nesse humilde hábito de pobres noviços...»

f) «Meu pai morreu desastrosamente caindo sobre a sua própria espada: quemsabe se eu morrerei nas chamas ateadas por minhas mãos? Seja.»

g) «Dúvida de fiel servidor, esperança de leal amigo, meu bom Telmo! que diz comvosso coração, mas que tem atormentado o meu…»

h) «Minha senhora mana! — A bênção de Deus te cubra, filha!»i) «Voz do povo, voz de Deus, minha senhora mãe: eles que andam tão crentes nisto,

alguma coisa há de ser.»

Avaliação da competência de leitura

Ficha de verificação de leitura

Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett

1. Faz corresponder a cada nome de personagem da coluna A um único segmento textual da coluna B, de modo aobteres uma correspondência adequada entre o nome e a fala da personagem. Escreve, na folha de respostas,as letras e os números correspondentes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.

2. Ordena as afirmações que se seguem, de acordo com a sequência cronológica dos acontecimentos em Frei Luísde Sousa.

1 Maria mostra as papoilas murchas a D. Madalena.

2 Maria e Manuel de Sousa vão a Lisboa.

3 O Romeiro fala com D. Madalena e Frei Jorge.

4 Manuel de Sousa destrói a sua casa para que os governadores não se instalem naquele espaço.

5 Miranda anuncia a chegada de um peregrino vindo dos lados de Espanha.

6 Dona Madalena lê dois versos d’Os Lusíadas.

7 Maria diz a Telmo que Dona Madalena está muito angustiada desde que se mudaram para o palácio quefora de D. João de Portugal.

8 Maria diz que morre «de vergonha».

9 Telmo diz acreditar no regresso de D. João de Portugal, devido à existência de uma carta deixada a FreiJorge, no dia da batalha.

10 Dona Madalena e Manuel de Sousa vão para a capela, para professarem a vida religiosa.

83

Page 85: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

84

3. Lê, atentamente, as afirmações transcritas. Assinala a opção que te parece correta.

3.1 Frei Luís de Sousa é um texto...a) lírico. b) narrativo. c) dramático.

3.2 A obra estrutura-se em...a) dois atos.b) três atos.c) quatro atos.

3.3 No primeiro ato, a ação decorre...a) no palácio de Manuel de Sousa.b) na capela.c) no palácio de D. João de Portugal.

3.4 O texto está escrito...a) em verso.b) em prosa.c) predominantemente em verso.

3.5 D. Madalena revela-se...a) receosa. b) corajosa. c) arrojada.

3.6 Telmo Pais é...a) pai de Maria. b) cunhado de D. Madalena. c) um escudeiro da família.

3.7 Frei Jorge é...a) tio de Miranda. b) irmão de Manuel de Sousa. c) irmão de D. Madalena.

3.8 Maria de Noronha...a) tem oito anos. b) tem dezoito anos. c) tem treze anos.

3.9 Manuel de Sousa é...a) o primeiro marido de D. Madalena. b) o segundo marido de D. Madalena.c) irmão de D. Madalena.

3.10 O Romeiro é...a) um peregrino impostor. b) D. Sebastião. c) D. João de Portugal.

3.11 O Romeiro é reconhecido quando profere a palavra...a) ninguém. b) rei. c) nobre.

3.12 Maria de Noronha revela-se...a) imatura. b) precoce. c) imprudente.

Page 86: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Avaliação da competência de expressão escrita

Texto expositivo-argumentativo

Parâmetros

a) Trata, sem desvios, o tema proposto.

b) Mobiliza, sempre com eficácia argumentativa, uma informação ampla e diversificada.

c) Redige um texto estruturado, refletindo uma planificação prévia e evidenciando um bomdomínio dos mecanismos de coesão textual.

d) Faz uso correto do registo de língua adequado ao texto.

e) Mobiliza expressivamente, com adequação e intencionalidade, recursos da língua.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

85

Page 87: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Parâmetros

a) Reconhece o assunto global do texto, identificando as suas relações lógicas.

b) Conserva as ideias fundamentais e os exemplos importantes.

c) Mantém a enunciação e a ordem do texto.

d) Produz um texto conciso e coerente, mantendo a rede semântica e o limite de palavras.

e) Utiliza corretamente a ortografia, a pontuação e os conetores frásicos.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

86

Page 88: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

TESTE DE AVALIAÇÃO N.o 3

GRUPO I

ALê atentamente o texto a seguir transcrito.

Maria (entrando com umas flores na mão, encontra-se com Telmo, e o faz tornar para a cena) – Bonito! Eu hámais de meia hora no eirado passeando — e sentada a olhar para o rio a ver as faluas e os bergantins que andampara baixo e para cima — e já aborrecida de esperar… e o senhor Telmo, aqui posto a conversar com minha mãe,sem se importar de mim! — Que é do romance que me prometestes? não é o da batalha, não é o que diz:

Postos estão, frente a frente,Os dois valorosos campos;é o outro, é o da ilha encoberta onde está el-rei D. Sebastião, que não morreu e que há de vir, um dia de névoa

muito cerrada… Que ele não morreu: não é assim, minha mãe?

Madalena – Minha querida filha, tu dizes coisas! Pois não tens ouvido, a teu tio Frei Jorge e a teu tio Lopo deSousa, contar tantas vezes como aquilo foi? O povo, coitado, imagina essas quimeras para se consolar na desgraça.

Maria – Voz do povo, voz de Deus, minha senhora mãe: eles que andam tão crentes nisto, alguma coisa há deser. Mas ora o que me dá que pensar é ver que, tirado aqui o meu bom velho Telmo (chega-se toda para ele, acari-nhando-o), ninguém nesta casa gosta de ouvir falar em que escapasse o nosso bravo rei, o nosso santo rei D. Sebastião. — Meu pai, que é tão bom português, que não pode sofrer estes castelhanos, e que até às vezes dizemque é de mais o que ele faz e o que ele fala… em ouvindo duvidar da morte do meu querido rei D. Sebastião… nin-guém tal há de dizer, mas põe-se logo outro, muda de semblante, fica pensativo e carrancudo: parece que o vinhaafrontar, se voltasse, o pobre do rei. — Ó minha mãe, pois ele não é por D. Filipe; não é, não?

Madalena – Minha querida Maria, que tu hás de estar sempre a imaginar nessas coisas que são tão pouco paraa tua idade! Isso é o que nos aflige, a teu pai e a mim; queria-te ver mais alegre, folgar mais, e com coisas menos…

Maria – Então, minha mãe, então! — Veem, veem?… também minha mãe não gosta. Oh! essa ainda é pior, quese aflige, chora… ela aí está a chorar… (vai-se abraçar com a mãe, que chora) Minha querida mãe, ora pois então! —Vai-te embora, Telmo, vai-te: não quero mais falar, nem ouvir falar de tal batalha, nem de tais histórias, nem decoisa nenhuma dessas. — Minha querida mãe!

Telmo – E é assim: não se fala mais nisso. E eu vou-me embora. (aparte, e indo-se depois de lhe tomar as mãos.)Que febre que ela tem hoje, meu Deus! queimam-lhe as mãos… e aquelas rosetas nas faces… Se o perceberá a pobreda mãe!

Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as respostas aos itens que se seguem.

1. Localiza o excerto transcrito na estrutura externa e na estrutura interna de Frei Luís de Sousa.

2. Explicita os argumentos utilizados por D. Madalena para dissuadir a filha de determinadas ideias.

3. Interpreta o provérbio «Voz do povo, voz de Deus», atendendo ao contexto em que é proferido.

4. Caracteriza a personagem Maria de Noronha a partir do excerto transcrito.

5

10

15

20

25

87

Page 89: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

B

O mito de D. Sebastião percorre a literatura do século XIX como uma espécie de espetro, assumindo formasespecíficas que se cruzam com o nacionalismo romântico e com a forma como ele encarou a relação entre a litera-tura e o poder.

Teresa Almeida (1997), Dicionário do Romantismo literário português,Lisboa, Editorial Caminho, página 531

Fazendo apelo à tua experiência de leitura de Frei Luís de Sousa, comenta, num texto de oitenta a cento etrinta palavras, a relevância do mito sebastianista para a compreensão da ação dramática.

Observações relativas ao item B

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando

esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independente-

mente dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).

2. Um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.

GRUPO II

1. Relê a cena transcrita no Grupo I. Para cada um dos itens que se seguem, escreve, na tua folha de respos-tas, a letra correspondente à alternativa correta, de acordo com o sentido do texto.

1. Na primeira fala de Maria, a palavra «Bonito!» (linha 1) é...a) um advérbio.b) um adjetivo.c) uma interjeição.d) um pronome.

2. Na expressão «névoa muito cerrada» (linhas 7-8), o adjetivo «cerrada» está...a) no grau superlativo relativo de superioridade.b) no grau superlativo absoluto analítico.c) no grau superlativo relativo de inferioridade.d) no grau superlativo absoluto sintético.

3. Na expressão «em que escapasse o nosso bravo rei» (linha 13), o verbo está...a) no presente do indicativo.b) no presente do conjuntivo.c) no pretérito imperfeito do indicativo.d) no pretérito imperfeito do conjuntivo.

88

Page 90: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

4. Com a questão «Que ele não morreu: não é assim, minha mãe?» (linha 8), o locutor realiza um ato...a) ilocutório assertivo.b) ilocutório compromissivo.c) ilocutório diretivo.d) ilocutório declarativo.

5. A frase «Minha querida filha, tu dizes coisas!» (linha 9) evidencia um ato...a) ilocutório expressivo.b) ilocutório assertivo.c) ilocutório compromissivo.d) ilocutório diretivo.

6. Na expressão «Minha querida Maria» (linha 18), o locutor recorre a uma forma de tratamento...a) nobiliárquica.b) honorífica.c) eclesiástica.d) familiar.

7. No segmento textual «e o senhor Telmo, aqui posto a conversar com minha mãe» (linha 3), a palavra «aqui» éum deítico...a) pessoal.b) espacial.c) temporal.d) espácio-temporal.

2. Faz corresponder a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, de modoa obteres uma afirmação adequada ao sentido do texto. Escreve, na folha de respostas, as letras e osnúmeros correspondentes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.

Coluna A Coluna B

1. Ao usar parênteses (linha 1),

2. Com o adjetivo «bravo» (linha 13)

3. Com a palavra «minha» (linha 20),

4. Com o constituinte «Minha querida Maria» (linha 18),

5. Com a expressão «para se consolar na desgraça» (linha 10),

a) o enunciador traduz uma ideia com valor não restritivo.b) o enunciador introduz um vocativo na frase.c) o enunciador recorre a um pronome possessivo.d) o enunciador traduz um nexo de fim.e) o enunciador introduz o sujeito da frase.f) o enunciador traduz uma ideia com valor restritivo.g) o enunciador faz uso de uma didascália.h) o enunciador recorre a um determinante possessivo.

89

Page 91: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

GRUPO III

Resume o texto a seguir transcrito, constituído por trezentas e cinquenta e seis palavras, num texto decento e cinco a cento e trinta palavras.

A arte teatral nasce do encontro entre duas forças convergentes: a obra, concebida pelo poeta1 dramático eanimada sobre as tábuas do palco pelo encenador, e o público, a quem se dirige e destina. O ator é o elo de ligaçãoentre estes dois elementos: a ele compete produzir a descarga elétrica resultante da aproximação desses doispólos; é por via dele que se transmite ao público o pensamento do autor, tornado, graças à sua intervenção, sensí-vel e presente.

Inicialmente um texto, o teatro não se esgota, contudo, nesse texto. A obra escrita pelo poeta implica a presençado ator (que emprestará a sua pessoa às personagens por aquele concebidas) e o mundo em que este há de evoluire viver o conflito ideado pelo autor. Assim, vem o teatro a resolver-se numa verdadeira síntese das artes, num modosuperior de expressão em que todas as formas artísticas – da poesia2 à declamação e à mímica, da pintura e daarquitetura à música – colaboram e, unificadas no plano comum do espetáculo, harmoniosamente se fundem.

O ator, com a sua presença física, viva, real, a sua voz, os seus gestos, a sua marcha, é um dos elementos essen-ciais dessa síntese. «O prazer da metamorfose – escreveu Nietzsche3 em A origem da tragédia – é a condição préviade toda a arte dramática. O fenómeno dramático primordial consiste em ver-se a si próprio metamorfoseado e agircomo se realmente se vivesse dentro de um outro corpo, com um outro caráter.»

Épocas houve da história do teatro em que o ator (...) ocupou o lugar predominante adentro da síntese teatral.Tais épocas, porém, não coincidem com os períodos áureos da arte dramática, visto que esse predomínio de umadas partes do todo sobre o próprio todo equivale ao rompimento do equilíbrio pressuposto pela síntese das artes.Os momentos mais altos da história do teatro são aqueles em que – como sucedeu na Grécia Antiga, no apogeu daIdade Média ou na Inglaterra Isabelina4 – todas as artes, e portanto também a do ator, embora gravitando em tornodo texto e ordenadas em sua função, concorrem harmoniosa e proporcionalmente para atingir o objetivo comum: o espetáculo teatral.

Luiz Francisco Rebello (1953), «O Ator» in Separata da Enciclopédia da Vida Corrente, Lisboa

1 Poeta – neste contexto, significa autor.2 Poesia – neste contexto, significa literatura.3 Nietzsche – filósofo alemão.4 Isabelina – relativa ao reinado de Isabel.

5

10

15

20

90

Observações:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quan-

do esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independen-

temente dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).

2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras –,

há que atender ao seguinte:

– A um texto com extensão inferior a oitenta palavras é atribuída a classificação de zero pontos.

– Nos outros casos, um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até cinco pontos) do

texto produzido.

Page 92: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Critérios específicos de classificação

GRUPO I

A

1. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................... 15 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 3 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Localiza, com pertinência e rigor, o excerto em Frei Luís deSousa, evidenciando um muito bom conhecimento da obra.

9

3Localiza, com pertinência, o excerto em Frei Luís de Sousa, evidenciando um bom conhecimento da obra.

7

2Localiza, com esporádicas imprecisões, o excerto em Frei Luísde Sousa, evidenciando um conhecimento suficiente da obra.

5

1Localiza, com acentuadas imprecisões, o excerto em Frei Luísde Sousa, evidenciando um conhecimento insuficiente da obra.

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• Estrutura externa: Ato I, de Frei Luís de Sousa.

• Estrutura interna: Exposição (apresentação do tema e das personagens).

• Após o longo diálogo entre Dona Madalena e Telmo, que nos dá a conhecer o passado da família, na cena II, aspalavras de Maria de Noronha vêm confirmar os receios da mãe.

• …

91

Page 93: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

2. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 15 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 3 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Explicita, com rigor e pertinência, os argumentos utilizados porDona Madalena para dissuadir a filha da crença no regresso dorei.

9

3Explicita, com rigor, os argumentos utilizados por DonaMadalena para dissuadir a filha da crença no regresso do rei.

7

2Explicita, com algumas imprecisões, os argumentos utilizadospor Dona Madalena para dissuadir a filha da crença no regressodo rei.

5

1Explicita, com acentuadas imprecisões, os argumentos utilizadospor Dona Madalena para dissuadir a filha da crença no regressodo rei.

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• Dona Madalena evoca as palavras de Frei Jorge e do tio Lopo de Sousa, para dissuadir Maria.

• A personagem argumenta que essas ideias sobre o regresso do rei são crendices populares.

• Dona Madalena diz que aqueles assuntos não são adequados à idade da filha.

• …

92

Page 94: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

3. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 20 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Interpreta, com rigor e pertinência, o provérbio, tendo em aten-ção o contexto em que é proferido.

12

3Interpreta, com rigor, o provérbio, tendo em atenção o contextoem que é proferido.

9

2Interpreta, com algum rigor, o provérbio, mas tem dificuldadeem enquadrá-lo no contexto em que é proferido.

6

1 Interpreta, com acentuadas imprecisões, o provérbio. 3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• Maria manifesta crença na voz do povo, argumentando que a «voz do povo» terá algum fundamento.

• Maria de Noronha é o protótipo da personagem romântica, revelando, por isso, o gosto por temas da histórianacional, pela religiosidade, pelo popular e a crença em adágios.

• …

93

Page 95: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

4. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 20 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 4 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Caracteriza, com pertinência e rigor, a personagem Maria deNoronha, apoiando-se no excerto transcrito.

12

3Caracteriza, com pertinência, a personagem Maria de Noronha,apoiando-se no excerto transcrito.

9

2Caracteriza, com esporádicas imprecisões, a personagem Mariade Noronha.

6

1Caracteriza, com acentuadas imprecisões, a personagem Mariade Noronha.

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• Maria de Noronha interessa-se por assuntos da história nacional, manifestando um grande patriotismo («o nossobravo rei, o nosso santo rei D. Sebastião»).

• É carinhosa, meiga e sensível («chega-se toda para ele, acarinhando-o»; «vai-se abraçar com a mãe, que chora»).

• Revela perspicácia e sentido de responsabilidade, sendo muito precoce e observadora para a sua idade («meu pai(...) põe-se logo outro, muda de semblante, fica pensativo e carrancudo»).

• Supersticiosa e crente na voz do povo («Voz do povo, voz de Deus»).

• …

94

Page 96: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

B

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 18 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 12 pontos– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 7 pontos– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 5 pontos

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar quatro dos aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• O sebastianismo é um mito com origem no desaparecimento do rei D. Sebastião, na batalha de Alcácer Quibir, a 4de agosto de 1578.

• D. João de Portugal, primeiro marido de Dona Madalena, tal como grande parte da nobreza portuguesa, desapa-recera nessa batalha.

• O eventual regresso de D. João de Portugal significaria a destruição do matrimónio de Dona Madalena e deManuel de Sousa Coutinho. Consequentemente, Dona Madalena revela-se supersticiosa e assustada com a possi-bilidade da vinda de D. João de Portugal. Por isso, não gosta que Telmo e Maria falem nesse assunto.

• Telmo compromete-se a não verbalizar esse assunto junto de Maria; no entanto, manifesta a convicção de que oseu primeiro amo haveria de voltar.

• Maria, crente na voz do povo, elogia o rei e acredita que ele há de voltar num «dia de névoa muito cerrada».• O regresso de D. Sebastião, para esta família, não significaria a salvação, mas sim a fatalidade.• …

Níveis dedesempenho

Descritores Pontuação

6Comenta, com rigor e pertinência, a relevância do mito sebastianista para a com-preensão da ação dramática, fazendo referências que revelam um muito bomconhecimento da obra Frei Luís de Sousa.

18

5Comenta, com rigor e pertinência, a relevância do mito sebastianista para a com-preensão da ação dramática, fazendo referências que revelam um bom conheci-mento da obra Frei Luís de Sousa.

15

4Comenta, com alguma pertinência e menor rigor, a relevância do mito sebastia-nista para a compreensão da ação dramática, fazendo referências que revelamum conhecimento suficiente da obra Frei Luís de Sousa.

12

3Comenta, com ligeiras ou esporádicas imprecisões, a relevância do mito sebastia-nista para a compreensão da ação dramática, fazendo referências que refletemum conhecimento suficiente da obra Frei Luís de Sousa.

9

2Comenta, com acentuadas imprecisões, a relevância do mito sebastianista para acompreensão da ação dramática, fazendo referências que refletem um conheci-mento insuficiente da obra Frei Luís de Sousa.

6

1Tece comentários gerais sobre a relevância do mito sebastianista para a com-preensão da ação dramática, pouco relevantes para a temática proposta, querefletem um conhecimento incipiente da obra Frei Luís de Sousa.

3

95

Page 97: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4 Estabelece quatro ou cinco correspondências corretas. 15

3 Estabelece duas ou três correspondências corretas. 9

2 Estabelece uma correspondência correta. 3

GRUPO III

Parâmetros PontuaçãoDescritores do nível

de desempenho

• Mantém a informação nuclear do texto, através da referência aosseguintes tópicos:– O encontro, através do ator, entre dramaturgo e público como

princípio da arte teatral.– O espetáculo teatral como síntese das diferentes artes.– O ator como um dos elementos fundamentais dessa síntese,

constituindo a sua metamorfose em personagem a condição daarte dramática.

– A contribuição harmoniosa de todas as artes na produção doespetáculo teatral, como característica dos momentos maisaltos da história do teatro.

– Preservação da rede semântica relativa ao tema, no todo ou emparte, a qual deverá integrar vocábulos e expressões constantesno texto, ou seus equivalentes, tais como: arte teatral, obra,público, ator, autor, texto, síntese das artes, espetáculo, meta-morfose, arte dramática, equilíbrio, história do teatro.

Preservação da informa-ção nuclear do texto

20

Critérios específicos de classificação

• Estruturação informacional e discursiva .......................................................................................................................................................................... 30 pontos

• Correção linguística .................................................................................................................................................................................................................................... 20 pontos

(Continua)

GRUPO II

Chaves de correção:1.1. c); 2. b); 3. d); 4. c); 5. a); 6. d); 7. b).

2.1. g); 2. a); 3. h); 4. b); 5. d).

96

Page 98: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

• Recorre a um discurso conciso, optando por construções mais eco-nómicas: supressão de expressões sintáticas ou lexicais repetiti-vas; uso de vocabulário genérico que substitua expressõesnominais mais específicas (hiperónimos e expressões englobantescom valor anafórico).

• Mantém o registo discursivo do texto-fonte, isento de marcas deenunciação do sujeito produtor do resumo.

• Mantém a ordem do texto-fonte.• Respeita o limite de palavras.

• Produz um discurso coerente, mantendo informação e argumenta-ção pertinente.

• Domina os mecanismos de coesão textual:– Recorrendo a processos variados de articulação interfrásica,

designadamente conetores diversificados de tempo, de sequen-cialização…

– Assegurando a manutenção de cadeias de referência (através desubstituições nominais, pronominais…).

• Recorre a estruturas sintáticas complexas.• Domina processos de conexão interfrásica (concordância, flexão

verbal, propriedades de seleção...).• Usa um registo de língua adequado ao texto.• Recorre a um repertório lexical variado.

• Não dá erros ortográficos.• Pontua de forma sistemática e pertinente.• Assinala as marcas de início de parágrafos.

Estratégias discursivaspróprias do resumo

Coerência e coesão

Morfologia, sintaxee repertório vocabular

Ortografiae pontuação

10

5

5

5

Cf. Critérios de correção da Prova Escrita de Português de 2001, 1.a fase, 1.a chamada

97

Page 99: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

SEQUÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM N.o 4

16 blocos de 90 minutos (32 aulas)

A. Planificação

Competências transversais:• Comunicação: Componentes linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.• Estratégica: Estratégias de leitura e de escuta adequadas ao tipo de texto e à finalidade; seleção e organização da

informação; produção de síntese; operações de planificação, execução e avaliação da escrita e da oralidade; pesquisa emvários suportes; conceção e utilização de instrumentos de análise; elaboração de ficheiros; utilização das TIC.

• Formação para a cidadania: Construção de uma identidade cultural; desenvolvimento de capacidades críticas; apre-sentação e defesa de opiniões pessoais relevantes sobre situações diversas e reflexão sobre pontos de vista.

Tipos de texto: Romance, debate, síntese.

COMPREENSÃOORAL

Testes de compreensão oral:• Eça de Queirós, realidade ou ficção. • Excerto do capítulo IV d’Os Maias.

Escuta/visionamento:• Eça de Queirós, realidade ou ficção – documen-

tário.• Excerto do capítulo IV d’Os Maias.• Excertos gravados no CD áudio de Interações.

EXPRESSÃOORAL

• Debate (páginas 266 a 268).

EXPRESSÃOESCRITA

• Síntese de textos expositivo-argumentativos.

LEITURA

Textos informativos:(páginas 281 a 282 (Em interação))

Leitura seletiva:• Texto de Carlos Reis sobre Eça de Queirós. • «O realismo como nova expressão de arte».

Leitura literária:• Os Maias, de Eça de Queirós:

– Categorias do texto narrativo.– Contexto ideológico e sociológico.– Valores e atitudes culturais.– Características da prosa queiro-

siana.

Leitura analítica:• Excertos d’Os Maias, de Eça de Queirós (páginas 214 a

261).

Leitura global:• Os Maias, de Eça de Queirós.

Leitura recreativa:• Contrato de Leitura.

Leitura de imagem fixa: Caricaturas, desenhos humorísticos (função crítica da imagem).

CO

MP

ETÊN

CIA

S N

UC

LEA

RES

(Continua)

98

Page 100: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

(Continuação)

• Lexicologia:– Neologia.– Polissemia.

• Análise do discurso, pragmática e linguística textual:– Reprodução do discurso no discurso (citação, discurso direto, discurso indireto, discurso

indireto livre).• Semântica:

– Valor dos adjetivos (valor restritivo e não restritivo).– Valor das orações relativas (valor restritivo/explicativo).

• Consolidação de conteúdos: Morfologia, classes de palavras, sintaxe.

FUNCIONAMENTODA LÍNGUA

AVALIAÇÃO• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.

B. Em interação

Situação de aprendizagem n.o 1

• Visionamento de documentário sobre a vida e obra de Eça de Queirós; tomada de notas.

• Teste de compreensão oral (manual).

• Interação verbal em torno das ideias expressas no documentário.

• Interação verbal em torno do PowerPoint sobre a biografia de Eça.

• Eça visto por outros : Constituição de um conjunto de recursos, a incluir no Webfólio/Portefólio, representativosda receção pelo público/crítica literária da obra do escritor ao longo dos tempos.

• Documentário sobre a vida e obra de Eça de Queirós.• Leitura literária: Os Maias, de Eça de Queirós.• Leitura de imagem: caricaturas, desenhos humorísticos (função crítica da imagem).• Debate.• Síntese de texto expositivo-argumentativo

99

Page 101: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Avaliação: • Avaliação do teste de compreensão oral.• Avaliação da interação verbal.• Apreciação crítica dos recursos constantes do Webfólio/Portefólio.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Situação de aprendizagem n.o 2• Leitura analítica, em trabalho de grupo, de excertos selecionados d’Os Maias, de acordo com os temas sugeridos

(manual):– Realismo e naturalismo.– A intriga principal.– A crónica de costumes.– O histórico, o simbólico e o trágico.– Narrador e processo narrativo.– Linguagem e estilo queirosianos.

• Apresentação oral num PowerPoint sugestivo e registo de conclusões.• Registo individual escrito de um texto expositivo-argumentativo sobre o tema do trabalho realizado em grupo.

Avaliação: • Auto e coavaliação do trabalho em grupo.• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.• Produção de um texto expositivo-argumentativo individual.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Situação de aprendizagem n.o 3• Leitura de imagem: caricaturas, desenhos humorísticos (função crítica da imagem).• Pesquisa e constituição de Webfólio/Portefólio de caricaturas/desenhos humorísticos.• Seleção das caricaturas/dos desenhos por área (por exemplo, política).• Constituição de pequenos grupos e trabalho em torno de uma das caricaturas selecionadas ou de um dos car-

toons selecionados.• Identificação de características da linguagem visual/verbal utilizada;• Levantamento dos recursos expressivos e dos mecanismos de persuasão que suportam a crítica.• Apresentação oral e registo de conclusões.• Seleção de excertos d’Os Maias que configurem um exemplo de caricatura escrita.• Produção e apresentação de um esquema que exemplifique essa caricatura.

Avaliação: • Avaliação da interação verbal e da apresentação oral;• Auto e coavaliação do trabalho em grupo;• Avaliação do esquema/leitura de uma caricatura;• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

100

Page 102: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Situação de aprendizagem n.o 4• Oficina de escrita (planificação, textualização e revisão):

– Síntese de texto expositivo-argumentativo (manual) em trabalho de pares.

Avaliação:• Auto e coavaliação do trabalho de pares.• Participação ativa no trabalho da oficina de escrita.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Situação de aprendizagem n.o 5• Constituição de quatro grandes grupos para preparação prévia de debate.

– Discussão em torno do tema apresentado (manual).– Registo escrito dos melhores argumentos/contra-argumentos e exemplos.

• Seleção de um aluno moderador e dois alunos secretários, encarregados de tirar notas durante o debate para, nofinal, elaborarem a síntese oral do processo e das conclusões do debate.

• Debate no grupo-turma:– Discussão das ideias-força de cada grupo.– Verificação da eficácia argumentativa.– Dinâmica que o moderador imprime ao debate, não o deixando esmorecer, através da introdução de questões

pertinentes que relancem a discussão.• Síntese oral final.• Síntese escrita das conclusões do debate.

Avaliação:• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.• Avaliação da participação no debate e da síntese oral final.• Avaliação da síntese escrita.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

101

Page 103: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

C. Recursos de apoio ao desenvolvimentodas situações de aprendizagem

Vídeo-documentário: O homem que nunca se maçava

Nas palavras da filha, Dona Maria Eça de Queirós (falecida em 1970), adivinha-se a personalidade do escritorsubjacente à sua obra. Mesmo na tarefa árdua de burilar a escrita, guardava um sorriso para os seus quatro filhos,um ensinamento como esse de que a vida é demasiado preciosa para que nos deixemos maçar. Recordações comoesta surgem no filme da SinalVídeo, produzido e financiado pelo Instituto Camões, Eça de Queirós, realidade e fic-ção. Com guião e apresentação do reputado queirosiano A. Campos Matos (autor de várias obras, entre as quais oDicionário de Eça de Queirós ), este trabalho (que tem edições legendadas em inglês, francês e castelhano) traça operfil biográfico do autor d’Os Maias.

A ação do filme começa na Póvoa de Varzim. Filho dos amores de Carolina Pereira d’Eça e de José Teixeira deQueirós, José Maria de Eça de Queirós, nascido naquela cidade costeira a 25 de novembro de 1845, teve uma infân-cia decerto confortável, mas desprovida do afeto dos pais. Dos cuidados de uma ama, residente em Vila do Conde,passará para casa dos avós paternos em Verdemilho (Aveiro) e, à morte destes quando contava dez anos, para ocolégio da Lapa no Porto, onde, sob grande austeridade, viverá a adolescência. Em 1861, ruma a Coimbra, onde cur-sará Direito e encontrará Antero de Quental, circunstância que terá profundas consequências na evolução literáriade ambos. Fazendo juz ao seu título – Eça: realidade e ficção – o filme cruzará a partir de então a vida e a obra doescritor, lendo frequentemente passagens de livros, cartas e testemunhos. Sobre esses anos vividos em Coimbra,recordará: «Também me sentei num degrau, quase aos pés de Antero que improvisava, a escutar, num enlevo,como um discípulo. E para sempre assim me conservei na vida.»

Segue-se nova «viagem» para o espetador. Aos 21 anos, Eça terá uma experiência inédita: ruma a Lisboa para,finalmente, viver com os pais e com os irmãos. Com morada na Praça do Rossio, n.o 26, torna-se um janota (comorecorda a filha), frequentando os lugares da boémia chique da capital – o Grémio Literário, a Casa Havaneza, o Passeio Público, o Aterro, o Café Martinho (supremamente elogiado no romance A Capital ), lugares que depois setornarão o palco de personagens inesquecíveis como João da Ega, Carlos da Maia, Maria Eduarda, Dâmaso Salcede,Palma Cavalão, Artur Corvelo, Luísa e o seu primo Basílio. O essencial da formação do escritor estava assegurado.Ao longo dos anos acumulará funções oficiais com a escrita. Em 1872, torna-se diplomata, assumindo o cargo decônsul em Havana. Seguir-se-ão os postos de Newcastle, Bristol e Paris, onde falecerá em 1900. As funções diplo-máticas nunca se mostraram incompatíveis com a escrita e a publicação – a sua bibliografia é publicada por estaordem: O Crime do Padre Amaro (1876); O Primo Basílio (1878); A Relíquia (1887); Os Maias (1888).

Embora nunca deixe de assinalar a importância literária destas obras e do seu autor, Eça de Queirós: realidadee ficção nunca perde de vista o homem. Aborda a sua profunda e longuíssima amizade por Ramalho Ortigão, comquem escreveu As Farpas e O Crime da Estrada de Sintra, o modo como se indignou contra as condições de traba-lho dos trabalhadores macaenses em Havana e o profundo amor e respeito que devotou à esposa, Emília, e aos qua-tro filhos do casal.

Ao contrário de muitos outros artistas do século XIX, os seus contemporâneos não tardaram a reconhecer-lhe otalento. Cem anos depois, a homenagem é completa. A sua obra continua perfeitamente atual.

Fonte: www.instituto-camoes.pt/encarte/ecasempre.htm

5

10

15

20

25

30

102

Page 104: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

As FarpasCrónica mensal da política, das letras e dos costumes

Ah! É verdade, já nos esquecia! Este mês caiu um ministério e subiu outro! Também – se pomos aqui este factotrivial, é só para completar a crónica do mês. De resto estamos como o país: que caiam ministérios ou que subam,que é que isso nos faz a nós – a vós, pobres homens da província que trabalhais e pagais, a vós burgueses que gozaisas vossas rendas, a vós comerciantes que vendeis as vossas peças de pano cru, a vós árvores que ramalhais, a ti solque nos crias? Um ministério vai, outro vem; uns têm, outros não, são bens de sacristão, cantando vêm cantandovão. Pobres deles! Vivem e não têm vida; pousam o pé e não deixam pegada; morrem e nada nos falta.

Este outono vai bom: as colheitas no Douro não foram más, e algumas árvores, já meias desfolhadas, começama destacar, no tom outonal, sobre a palidez do ar!

Oh! Eles também não são precisos para nada, os ministérios! Tire-se o ministério, e o país continuará a viver, assementeiras fazem-se, os tributos pagam-se, os pobres enterram-se, os rios descem para o mar, os agiotas vencem!

É sempre o mesmo! Se têm minoria, dissolvem, fazem outra câmara com maioria, mas daí a pouco, essa maio-ria tornou-se minoria, e como não podem dissolver outra vez – caem! Ocupados nisto não podem fazer mais nada!Ele, até o melhor era deixar que cada ministério dissolvesse as câmaras que quisesse! Ficava um ministério parasempre. Já a gente os conhecia. É verdade que assim também os conhece. De mais! Pobre gente! entretém-senaquilo! Também se não fosse a política que seria de muita gente? Que seria do sr…. Por exemplo? Ele não é agri-cultor, ele não é escritor, ele não é tenor, ele não é Cora Pearl, ele não é a corveta Estefânia… Se não fosse político…credo, que o pobre homem era capaz de não ser coisa nenhuma! Ah! A política: excelente arrumação! Pudera! Ela éa posição dos nulos, a ocupação dos vadios, a ciência dos ignorantes, o préstimo dos inúteis, a grandeza dos medío-cres, a renda dos que não têm renda!... Mas em que estávamos nós a falar? No ministério. Sim, coitado, foi feliz,subiu!»

Eça de Queiroz; Ramalho Ortigão, in Maria Filomena Mónica (2004) (coordenação),As Farpas, Lisboa, Publicações Principia, páginas 201-202

5

10

15

20

103

Page 105: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Ficha de verificação de leitura d’Os Maias, de Eça de Queirós

Capítulo I

1. Indica a data em que tem início a narração d’Os Maias.a) 1820. c) 1875.b) 1870. d) 1887.

2. Assinala o subtítulo do romance Os Maias.a) Cenas da vida doméstica.b) Episódios da vida romântica.c) Episódios da vida aristocrática.d) Cenas da vida oitocentista.

3. Os Maias são uma família. Explicita o seu estatuto social e as três últimas gerações dessa família.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

4. Identifica o nome da casa que os Maias foram habitar e onde se situava.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

5. Assinala o nome da estátua que existia no jardim dessa casa.a) Cupido.b) Vénus.c) D. Afonso Henriques.

6. Identifica o elemento mais novo da família.

____________________________________________________________________________________________________________________________

7. Determina o que era Santa Olávia e onde se situava.

____________________________________________________________________________________________________________________________

8. Explica quem era o Reverendo Bonifácio.

____________________________________________________________________________________________________________________________

9. Identifica o país estrangeiro em que Afonso e a sua mulher viveram.

____________________________________________________________________________________________________________________________

104

Page 106: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

10. Nomeia o filho de ambos, sintetizando, numa frase, a maneira como foi educado.

__________________________________________________________________________________________________________________________

11. Indica o nome da mulher por quem este se viria a apaixonar.

__________________________________________________________________________________________________________________________

12. Clarifica o motivo pelo qual lhe chamavam negreira.

__________________________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________________________

13. Descreve a reação de Afonso quando o filho lhe pediu autorização para se casar.

__________________________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________________________

Capítulos II, III e IV

1. Explicita os países que Pedro da Maia e Maria Monforte visitaram após o casamento.

______________________________________________________________________________________________________________________

2. Assinala o bairro de Lisboa onde o casal se instalou.a) Santos.b) Janelas Verdes. c) Arroios.d) Campo de Ourique.

3. Identifica o amigo do casal que virá a conhecer Carlos quando adulto.

____________________________________________________________________________________________________________________________

4. Explica o motivo da escolha do nome de Carlos.

____________________________________________________________________________________________________________________________

5. Assinala o número de filhos que Pedro da Maia e Maria Monforte tiveram.a) Um filho.b) Dois filhos.c) Quatro filhos.

105

Page 107: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

6. Descreve a atitude de Pedro após a fuga de Maria, sua esposa.

___________________________________________________________________________________________________________________________

7. Assinala os aspetos que podem caracterizar o tipo de educação que Afonso quis proporcionar ao neto.

8. Identifica os filhos de D. Eugénia Silveira.

___________________________________________________________________________________________________________________________

9. Explicita as revelações feitas a Afonso acerca do paradeiro da neta.

___________________________________________________________________________________________________________________________

10. Carlos formou-se em Medicina. Especifica os seus projetos.

___________________________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________________________

11. Ega é o grande amigo e companheiro de Carlos. Refere os planos daquele.

___________________________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________________________

12. Identifica o local do consultório de Carlos.

___________________________________________________________________________________________________________________________

13. Preenche o seguinte quadro acerca das personagens indicadas.

Aspetos Sim Não

Estudo do latim

Exercício físico

Estudo de línguas vivas

Conhecimentos teóricos

Conhecimentos práticos

Personagem Profissão/Ocupação Nacionalidade

Steinbroken

Craft

Cruges

Cohen

106

Page 108: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Capítulos V, VI e VII

1. Sintetiza como eram passados os serões em casa dos Maias, mencionando quem os frequentava.

____________________________________________________________________________________________________________________________

2. Assinala o teatro que Carlos frequentava.a) Dona Maria.b) São Luís.c) São Carlos.d) Trindade.

3. Refere alguns locais de Lisboa por onde deambulam as personagens.

____________________________________________________________________________________________________________________________

4. Clarifica o que pretende dizer Ega com a expressão «Vamo-nos gouvarinhar».

____________________________________________________________________________________________________________________________

5. Identifica a quem pertencia a famosa Vila Balzac.a) Aos Cohen.b) Aos Maias.c) A Alencar.d) A João da Ega.

6. Indica o sítio onde viu Carlos, pela primeira vez, uma mulher que o impressionou.a) No Hotel Central.b) No Chiado. c) Na Rua de São Francisco. d) No Teatro São Luís.

7. Menciona o sítio onde decorre o jantar organizado por Ega.

____________________________________________________________________________________________________________________________

7.1 Explicita os objetivos desse jantar.

________________________________________________________________________________________________________________________

8. Nesse jantar discutiram-se vários assuntos. Identifica-os.a) As mulheres. b) Os menus. c) Teorias literárias. d) Desportos.

9. Determina quem é que entra em conflito nesse jantar e o motivo de tal confronto.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

107

Page 109: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

10. Identifica a personagem que repete, com frequência, a expressão «Chique a valer!».

__________________________________________________________________________________________________________________________

11. Explica o que designa a expressão Petits Pois à la Cohen.

__________________________________________________________________________________________________________________________

12. Explicita as revelações que são feitas a Carlos acerca do seu passado.

__________________________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________________________

13. Carlos volta a encontrar a mulher que o tinha impressionado muito, na companhia de:a) Ega. b) Dâmaso.c) Alencar. d) Eusebiozinho.

14. Indica onde Carlos decide ir e o objetivo que o leva a fazer esta viagem.

__________________________________________________________________________________________________________________________

Capítulos VIII, IX e X

1. Indica quem acompanha Carlos a Sintra e a recomendação que lhe é feita ao sair de casa.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

2. Identifica o trajeto percorrido pelos dois amigos até chegarem a Sintra.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

3. Assinala o que, durante o percurso, o amigo de Carlos comeu.a) Coelho à caçador.b) Coelho guisado.c) Ovos com chouriço. d) Fruta.

4. Indica três locais de Sintra referidos neste capítulo.

____________________________________________________________________________________________________________________________

5. Assinala onde Carlos e o amigo ficam instalados.a) No Central. b) Na Lawrence. c) No Nunes. d) No Tivoli.

108

Page 110: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

6. Identifica quem lá encontram, relevando o aspeto dessas personagens.

__________________________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________________________

7. A determinada altura, os dois companheiros encontram um amigo comum. Identifica-o.

__________________________________________________________________________________________________________________________

8. Assinala o sítio para onde se dirigem de seguida.a) Seteais.b) Palácio da Pena.c) Monserrate.d) Lawrence.

9. Explica o estado de espírito com que Carlos deixa Sintra e a sua origem.

__________________________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________________________

10. Descreve a reação do amigo de Carlos no final deste passeio.

__________________________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________________________

11. Apresenta o motivo que leva Carlos a sentir, a certa altura, um «desejo brutal de espancar» Dâmaso.

__________________________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________________________

12. Sintetiza o que acontece de inesperado no início da soirée dos Cohens.

__________________________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________________________

13. Assinala a mulher com quem Carlos tem uma relação adúltera.a) Raquel Cohen.b) Condessa da Gouvarinho.c) D. Maria da Cunha.d) Ministra da Baviera.

14. Descreve o sítio onde decorrem as corridas de cavalos e o ambiente que as rodeia.

__________________________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________________________

15. Descreve em que consiste a agradável surpresa de Carlos, após a corrida de cavalos.

__________________________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________________________109

Page 111: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Capítulos XI, XII e XIII

1. Indica o local de Lisboa onde morava a mulher que atraía Carlos.

____________________________________________________________________________________________________________________________

2. Explicita o motivo da ida de Carlos a casa de Maria Eduarda.

____________________________________________________________________________________________________________________________

3. Um acontecimento inesperado verifica-se na estação de Santa Apolónia. Indica-o.

____________________________________________________________________________________________________________________________

4. Refere como passava, agora, Carlos as suas tardes e que tipo de sentimentos o dominava.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

5. Identifica quem veio também numa dessas tardes e que ambiente se gerou.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

6. Menciona onde se instalou Ega, após regressar do seu exílio em Celorico.

____________________________________________________________________________________________________________________________

7. Indica qual a personagem que, ao dirigir-se a Carlos e Ega, disse: «Pois então façam vocês essa revolução. Mas pelo amor de Deus, façam alguma coisa.» a) Cruges. b) Alencar. c) Dâmaso. d) Afonso.

8. Assinala o tema abordado durante o jantar em casa dos Gouvarinhos. a) A escravatura. b) As teorias literárias. c) A ópera. d) A moda.

9. Explica o comportamento da Condessa de Gouvarinho em relação a Carlos, durante e após este jantar.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

10. Refere de que modo evoluiu a relação de Carlos e Madame Castro Gomes e o que ambos decidiram.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

11. Explicita como evoluiu a amizade entre Carlos e Dâmaso.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

110

Page 112: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

12. Explica o que era a «Toca».

__________________________________________________________________________________________________________________________

13. Assinala o que representava o quadro que impressionou Madame Castro Gomes na visita à casa dos Olivais.a) Vénus e Marte. b) S. João Batista. c) S. António. d) Guerra de Troia.

14. Menciona a razão pela qual ficou impressionada com tal quadro.

__________________________________________________________________________________________________________________________

15. Explica o que aconteceu à Gouvarinho.

__________________________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________________________

Capítulos XIV e XV

1. Identifica e situa a nova casa de Maria Eduarda.

____________________________________________________________________________________________________________________________

2. Explica como decorria a relação entre Carlos e Maria Eduarda e qual a sua intenção.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

3. Identifica a personagem que revelou a Carlos aspetos desconhecidos sobre Maria Eduarda.

____________________________________________________________________________________________________________________________

4. Explicita as revelações feitas por essa personagem.

____________________________________________________________________________________________________________________________

5. Assinala o verdadeiro nome de Maria Eduarda. a) Mac Cartney. c) MacDonald.b) Mac Gren. d) Mac Green.

6. Explica como reagiu Carlos.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

7. Refere outras revelações feitas posteriormente por Maria Eduarda.

____________________________________________________________________________________________________________________________

111

Page 113: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

8. Assinala o nome do jornal que publicou um artigo sobre Carlos. a) Sentinela do Diabo. b) Corneta do Diabo. c) A Tarde. d) O Diabo.

9. Identifica o redator do artigo.

____________________________________________________________________________________________________________________________

10. Menciona o conteúdo do artigo.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

11. Identifica a personagem que mandara publicar tal artigo.

____________________________________________________________________________________________________________________________

12. Explica como acabou a questão.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

13. Indica o motivo pelo qual também Ega se quis vingar dessa personagem.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

Capítulos XVI a XVIII

1. Refere-te ao modo como decorreu o sarau do Teatro da Trindade.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

2. Identifica a personagem que fala com Ega sobre Maria Eduarda.

____________________________________________________________________________________________________________________________

3. Explicita a revelação feita e os argumentos existentes que confirmavam essa revelação.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

4. Identifica a personagem que conta toda a verdade a Carlos.

____________________________________________________________________________________________________________________________

5. Clarifica o que se passa a seguir entre Carlos e Maria Eduarda.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

112

Page 114: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

6. Menciona o que acontece a Afonso e onde.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

7. Explica o que faz Carlos depois do grande desgosto.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

8. Indica ao fim de quanto tempo se reencontram de novo Carlos e Ega.

____________________________________________________________________________________________________________________________

9. Ao passearem por Lisboa, Carlos e Ega encontram pessoas conhecidas. Identifica essas pessoas, explicando emque sentido tinham evoluído.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

10. Refere a opinião de Carlos sobre a capital após todos aqueles anos.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

11. Explicita o que aconteceu a Maria Eduarda.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

12. Refere o que acontece de inesperado quando os dois amigos visitam o Ramalhete.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

13. Indica a teoria de vida referida pelos dois e que, naquele momento, pauta as suas vidas. Conseguem levar essateoria à prática? Porquê?

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

14. Explicita de que maneira termina o romance.

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

113

Page 115: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Roteiro queirosiano em Lisboa

Lisboa serve de cenário ao capítulo final d’O Crime do Padre Amaro, a O Primo Basílio, a A Capital, a A Tragédiada Rua das Flores, a Os Maias, a Alves & Cia., a José Matias, a Singularidades de uma Rapariga Loira e a A Catástrofe. Também com Lisboa se relacionam O Mandarim, A Relíquia, O Conde de Abranhos, A Ilustre Casa deRamires e Correspondência de Fradique Mendes.

• Rossio:– No n.o 26, 4.o andar, sobre o atual café Nicola, situava-se a residência dos pais de Eça.– Espaço central por onde passam todas as personagens queirosianas.

Era no Rossio que se situava:– o consultório de Carlos da Maia (Os Maias);– o escritório do Dr. Vaz Correia (Conde de Abranhos);– o Gonçalinho (A Ilustre Casa de Ramires);– o Raposão – «como o Rossio não há» (A Relíquia).

• Restauradores:«Um obelisco, com borrões de bronze no pedestal, erguia um traço cor de açúcar na vibração fina da luz de inverno;e os largos globos dos candeeiros que o cercavam, batidos do sol, brilhavam» (Os Maias).

• Praça da Figueira:Aqui funcionava o mercado, demolido em 1949. «Maria Eduarda viera indignada da Praça da Figueira» (Os Maias ).

• Largo do Pelourinho (Praça do Município):«Como estavam no Pelourinho [o senhor Guimarães], rogou a Ega que esperasse um bocadinho, enquanto ele cor-ria, acima, buscar os papéis da Monforte» (Os Maias ).

• Avenida da Liberdade:«Ora aí tens tu essa Avenida, hem?... Já não é mau!» (Os Maias ).

• Teatro da Trindade:«Ega voltou a falar dos inundados do Ribatejo e do sarau literário e artístico que em benefício deles se ia cometerno salão da Trindade» (Os Maias ).

• Hotel Central:«Então, couraçado de libras, corri a saciar-me! Ah, que dia! Jantei num gabinete do Hotel Central, solitário eegoísta, com a mesa alastrada de Bordéus, Borgonha, Champagne, Reno...» (O Mandarim).«Ega oferece o Jantar a Cohen no Hotel Central» (Os Maias ).

• Hipódromo de Belém (atual zona residencial a oeste do Mosteiro dos Jerónimos):«Estavam todas as senhoras que vêm no high life dos jornais, as dos camarotes de São Carlos, as das terças-feirasdos Gouvarinhos. A maior parte tinha vestidos sérios de missa.» (Os Maias ).

• Alto do Chiado:Onde acaba Os Maias .A expressão do tempo – o tempo psicológico – 2 anos = toda a vida.

• Hotel Bragança:O hotel dos vencidos da vida.

• Largo do Pelourinho:Onde João da Ega encontra o Sr. Guimarães, portador de toda a «tragédia» (Os Maias).

• Rampa de Santos (atual Calçada Ribeiro Santos)/Aterro (avenida 24 de Julho)«Ainda o apanhamos! De novo a lanterna deslizou e fugiu. Então, para apanhar o americano, os dois amigos rom-peram a correr desesperadamente pela Rampa de Santos e pelo Aterro sob a primeira claridade luar que subia.»(Os Maias ).

114

Page 116: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

D. Recursos de apoio à avaliação das situações de aprendizagem:

Avaliação da competência de compreensão oral

Ouve atentamente o excerto do capítulo XVII d’Os Maias, de Eça de Queirós. Seleciona a opção que considerarescorreta.

1. A ação decorre...a) nos Olivais. c) no Ramalhete.b) em Santa Olávia. d) em Celas.

2. Quando entrou em casa e avistou a figura do avô, Carlos...a) cumprimentou-o com muito afeto. c) esgueirou-se rapidamente para o salão.b) proferiu uma saudação em voz baixa. d) recuou e parou num recanto.

3. Carlos entrou no quarto às escuras e...a) tropeçou num sofá. c) bateu na cómoda.b) esbarrou na porta. d) tropeçou na cama.

4. Compreendendo que o seu segredo fora descoberto, Carlos...a) deseja repousar num local longínquo. c) lembra-se dos seus tempos de estudante.b) pensa realizar uma viagem pela Europa. d) considera que a solução seria o suicídio.

5. De manhã, Carlos é interpelado por...a) Vilaça. c) Ega.b) Batista. d) Dâmaso.

6. A governanta pede a um moço que...a) levante Afonso da Maia. c) vá chamar o doutor Azevedo.b) vá acordar Carlos da Maia. d) se dirija para a padaria.

7. Afonso da Maia estava tombado sobre a mesa...a) do quintal. c) da sala.b) da cozinha. d) de bilhar.

8. Para descrever a barba de Afonso, o narrador recorre a uma...a) hipálage. c) antítese.b) metáfora. d) comparação.

9. Para tentar salvar o avô, Carlos...a) vai ao consultório. c) leva-o para casa.b) borrifa-o de água. d) tenta levantá-lo.

10.Neste excerto, o narrador é...a) autodiegético. c) heterodiegético.b) homodiegético. d) protagonista.

115

Page 117: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Avaliação da competência de expressão oral

Debate (participação)

Parâmetros

a) Gere com pertinência o tempo que tem para intervir.

b) Mobiliza informação adequada ao tema em debate.

c) Defende os seus pontos de vista, argumentando e desenvolvendo estratégias discursivaspersuasivas.

d) Interage produtiva e corretamente com os outros.

e) Evita interromper a intervenção dos restantes intervenientes e repetir o que já foi dito.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

116

Page 118: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Parâmetros

a) Expõe sumariamente o assunto a debater.

b) Mobiliza informação adequada ao tema em debate.

c) Estabelece uma relação entre as diversas opiniões expressas, procurando ser imparcial.

d) Evita que os intervenientes se desviem do assunto.

e) Apresenta as conclusões.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

Debate (moderador)

Parâmetros

a) Regista com rigor os pedidos de intervenção.

b) Colabora com o moderador na gestão do tempo e da ordem das intervenções.

c) Regista, por escrito, os aspetos relevantes da discussão.

d) Colabora com o moderador na dinamização da discussão.

e) Apresenta oralmente a síntese dos aspetos relevantes da discussão.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

Debate (secretário)

117

Page 119: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Avaliação da competência de leitura

Leitura de imagem

Parâmetros

a) Descreve os elementos constitutivos da imagem.

b) Mobiliza recursos linguísticos adequados à leitura de imagem.

c) Analisa os constituintes da imagem, procurando as suas relações e a sua função.

d) Constrói, com pertinência e criatividade, hipóteses de leitura interpretativa.

e) Descodifica a simbologia subjacente à imagem.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

118

Page 120: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Avaliação da competência de expressão escrita

Síntese

Parâmetros

a) Reconhece o assunto global do texto, identificando as suas relações lógicas.

b) Conserva as ideias fundamentais e os exemplos importantes.

f) Apresenta o texto na terceira pessoa com indicação do(s) autor(es), respeitando o limite depalavras.

c) Produz um texto conciso e coerente, mantendo a rede semântica.

d) Utiliza corretamente a ortografia, a pontuação e os conetores frásicos.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

119

Page 121: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

GRUPO I

A

Lê atentamente o texto a seguir transcrito.

O aposento, a que as velhas estantes de pau-preto davam um ar severo, estava adormecido tepidamente, napenumbra suave, com as cortinas bem fechadas, um resto de lume na chaminé, e o globo do candeeiro pondo a suaclaridade serena na mesa coberta de livros. Em baixo, os repuxos cantavam alto no silêncio da noite.

Enquanto o escudeiro rolava para o pé da poltrona de Afonso, numa mesa baixa, os cristais e as garrafas desoda, Vilaça, com as mãos nos bolsos, de pé e pensativo, olhava a brasa da acha que morria na cinza branca. Depoisergueu a cabeça, para murmurar, como ao acaso:

– Aquele rapazito é esperto...

– Quem? O Eusebiozinho? – disse Afonso, que se acomodava junto ao fogão, enchendo alegremente ocachimbo. – Eu tremo de o ver cá, Vilaça! O Carlos não gosta dele, e tivemos aí um desgosto horroroso... Foi jáhá meses. Havia uma procissão e o Eusebiozinho ia de anjo... As Silveiras, excelentes mulheres, coitadas, man-daram-no cá para o mostrar à viscondessa, já vestido de anjo. Pois senhores, distraímo-nos, e o Carlos, que oandava a rondar, apodera-se dele, leva-o para o sótão, e, meu caro Vilaça... Em primeiro lugar ia-o matandoporque embirra com anjos... Mas o pior não foi isso. Imagine você o nosso terror, quando nos aparece oEusebiozinho aos berros pela titi, todo desfrisado, sem uma asa, com a outra a bater-lhe os calcanharesdependurada de um barbante, a coroa de rosas enterrada até ao pescoço, e os galões de ouro, os tules, as len-tejoulas, toda a vestimenta celeste em frangalhos!... Enfim, um anjo depenado e sovado... Eu ia dando cabo doCarlos.

Bebeu metade da sua soda e, passando a mão pelas barbas, acrescentou, com uma satisfação profunda:

– É levado do Diabo, Vilaça!

O administrador, sentado agora à borda de uma cadeira, esboçou uma risadinha muda; depois ficou calado,olhando Afonso, com as mãos nos joelhos, como esquecido e vago. Ia abrir os lábios, hesitou ainda, tossiu de leve; econtinuou a seguir pensativamente as faíscas que erravam sobre as achas.

Afonso da Maia, no entanto, com as pernas estiradas para o lume, recomeçara a falar do Silveirinha. Tinhatrês ou quatro meses mais que Carlos, mas estava enfezado, estiolado, por uma educação à portuguesa: daquelaidade ainda dormia no choco com as criadas, nunca o lavavam para o não constiparem, andava couraçado derolos de flanelas! Passava os dias nas saias da titi a decorar versos, páginas inteiras do Catecismo dePerseverança. Ele por curiosidade um dia abrira este livreco e vira lá «que o Sol é que anda em volta da Terra(como antes de Galileu), e que Nosso Senhor todas as manhãs dá as ordens ao Sol, para onde há de ir e onde há deparar, etc., etc.» E assim lhe estavam arranjando uma armazinha de bacharel...

Vilaça teve outra risadinha silenciosa. Depois, como subitamente decidido, ergueu-se, fez estalar os dedos,disse estas palavras:

– Vossa Excelência sabe que apareceu a Monforte?

Afonso, sem mover a cabeça, reclinado para as costas da poltrona, perguntou tranquilamente, envolvido nofumo do cachimbo:

TESTE DE AVALIAÇÃO N.o 4

5

10

15

20

25

30

120

Page 122: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

– Em Lisboa?

– Não senhor, em Paris. Viu-a lá o Alencar, esse rapaz que escreve, e que era muito de Arroios... Esteve até emcasa dela.

E ficaram calados. Havia anos que entre eles se não pronunciava o nome de Maria Monforte. Ao princípio, quan-do se retirara para Santa Olávia, a preocupação ardente de Afonso da Maia fora tirar-lhe a filha que ela levara. Masa esse tempo ninguém sabia onde Maria se refugiara com o seu príncipe: nem pela influência das legações, nempagando regiamente a polícia secreta de Paris, de Londres, de Madrid, se pôde descobrir a «toca da fera», comodizia então o Vilaça.

Eça de Queirós (2004), Os Maias (prefácio e cronologia de Maria Filomena Mónica),Lisboa, Texto Editores, páginas 64-65

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.

1. Esclarece a reação (ou reações) que as palavras iniciais de Vilaça provocam em Afonso da Maia.

2. Expõe sucintamente o episódio humorístico protagonizado por Carlos e Eusebiozinho.

3. Explicita o efeito expressivo da personificação na expressão «os repuxos cantavam alto no silêncio da noite»(linha 3)

4. Eusebiozinho «tinha três ou quatro meses mais que Carlos, mas estava enfezado, estiolado, por uma educaçãoà portuguesa» (linhas 23-24). Explica as características da tradicional educação portuguesa oitocentista pre-sentes no texto.

B

Tido como obra-prima do romance português, Gaspar Simões considerou-o (...) «a mais perfeita obra de arteliterária que ainda se escreveu em Portugal depois d’Os Lusíadas».

A. Campos Matos (1988), Dicionário de Eça de Queirós, Lisboa, Editorial Caminho, página 389

Fazendo apelo à tua experiência de leitura de Os Maias, comenta, num texto de oitenta a cento e trintapalavras, a relação que existe entre a personagem Alencar e a família Maia.

Observações relativas ao item B

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo

quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, inde-

pendentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).

2. Um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.

35

40

121

Page 123: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

GRUPO II

1. Relê o excerto d’Os Maias transcrito no Grupo I. Para cada um dos itens que se seguem, escreve, na tuafolha de respostas, a letra correspondente à alternativa correta, de acordo com o sentido do texto.

1. O primeiro parágrafo do texto é uma sequência textual...a) expositiva.b) descritiva.c) narrativa.d) preditiva.

2. O segmento «Bebeu metade da sua soda e, passando a mão pelas barbas, acrescentou» (linha 18) atualiza oprotótipo textual...a) argumentativo.b) conversacional.c) instrucional.d) narrativo.

3. No segmento textual «Quem? O Eusebiozinho? – disse Afonso» (linha 8), está presente um verbo...a) de sentimento.b) de dimensão interativa.c) dicendi.d) de opinião.

4. No segmento textual «Eu tremo de o ver cá, Vilaça!» (linha 9), o constituinte «Vilaça» desempenha a funçãosintática de...a) sujeito.b) complemento direto.c) complemento indireto.d) vocativo.

5. Na expressão «uma risadinha muda» (linha 20), identificamos uma...a) personificação.b) hipálage.c) sinestesia.d) antítese.

6. O processo de formação da palavra «Eusebiozinho» designa-se...a) derivação por sufixação.b) derivação por prefixação.c) composição morfológica.d) composição morfossintática.

7. A forma verbal «recomeçara» (linha 23) encontra-se...a) no pretérito imperfeito do indicativo.b) no futuro do indicativo.c) no pretérito mais-que-perfeito do indicativo.d) no pretérito perfeito do indicativo.

122

Page 124: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

2. Faz corresponder a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, de modoa obteres uma afirmação adequada ao sentido do texto. Escreve, na folha de respostas, as letras e osnúmeros correspondentes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.

Coluna A Coluna B

1. Ao usar o nome Eusebiozinho (linha 8),2. Com o pronome pessoal «o», em «Eu tremo de o ver cá»

(linha 9),3. Com as palavras «asa», «barbante», «coroa de rosas»,

«galões de ouro», «tules», «lentejoulas» (linhas 14-16),4. Ao usar o adjetivo em posição pré-nominal, em «velhas

estantes» (linha 1),5. Ao usar o verbo haver no singular, em «Havia anos»

(linha 38),

a) o enunciador recorre a um mecanismo de coesão inter-frásica.

b) o enunciador contrói o campo lexical de «vestimentaceleste».

c) o enunciador traduz subjetividade.d) o enunciador recorre a um mecanismo de coesão refe-

rencial gramatical. e) o enunciador põe em evidência que se trata de uma

exceção à regra de concordância.f) o enunciador contrói o campo semântico de «vestimen-

ta celeste».g) o enunciador recorre a um mecanismo de coesão

frásica.h) o enunciador retoma o referente «Aquele rapazito»

(linha 7)

GRUPO III

Faz uma síntese do texto a seguir transcrito, constituído por quinhentas e vinte e duas palavras, numtexto de cento e vinte a cento e quarenta palavras.

Whisky duplo, por favor!

Luís Afonso é um exemplo de humor minimalista: tudo começa pela mudança de uma letra (diríamos melhorde «um fonema») que nos faz saltar do «cartoon» para o «bartoon», de um «p» para um «b», e assim cria um cenárioconhecido, o da «conversa de bar». É uma pausa no dia, um lugar de confidências ou invenções pessoais, umcomentário dos acontecimentos, e é nesta aceção que surge como personagem central «o leitor de jornais». ParaLuís Afonso, a atualidade não se obtém através de uma participação nos factos, mas, sim, através dessa forma dedistanciamento e envolvimento que é da ordem do que oscila entre o jornal e a televisão, a «conversa fiada» e a«conversa afiada».

Uma das características que distinguem os desenhos (...) é o de terem todos o mesmo cenário, o de um balcãode um bar, três bancos em que quase sempre apenas um está ocupado, uma máquina de cervejas, um dono ouempregado desse mesmo bar, às vezes acompanhado pela mulher, e um interlocutor. Alguns dos interlocutoresreincidem, embora o mais frequente seja aquele que duplica o próprio dono do bar, se bem que com uma pequena

5

10

123

Page 125: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

diferença de cabelos. Mas há a mulher de calças e longa cabeleira negra e frisada (mas de tempos a tempos mudade roupa e põe uma saia), há o jovem de camisola e calças às riscas, há o intelectual de gravata com flores e óculos,há o jovem robusto e mal barbeado com um gorro na cabeça, representante estudantil da chamada «geraçãorasca», há o marialva endividado e o homem de negócios de óculos escuros. (...) E temos ainda uma longa teoria depersonagens que simbolizam os grandes protagonistas da atualidade política, desde o homem das cavernas quefaz as gravuras de Foz Côa até às mulheres de burka, e o próprio Deus em pessoa numa versão de Pai Natal. É aeste, aliás, que cabe a frase decisiva, quando vê o estado do mundo que criou: «um whisky duplo, por favor!» (...)

O leitor poderá nem reparar, mas estes desenhos conseguem criar a sua própria banda sonora através dos ges-tos e dos movimentos dos olhos. Por vezes o olhar é frontal, por vezes volta-se para dentro como quem fica perplexoe reflete, por vezes há pálpebras que descem sobre o olhar, ou os olhos ficam mais próximos de espanto ou emo-ção, ou o olhar ganha uma espécie de lateralidade como quem insinua o que está a dizer. Por vezes o espanto confi-gura-se na mão segurando o queixo.

O prazer que resulta destes «cartoons» vem, como se disse, da sua matriz extremamente reduzida.Reencontramos um cenário idêntico, as mesmas situações, as mesmas personagens anónimas ou representativasde determinados grupos sociais (militares americanos, talibans, padres) – e nunca nos surge uma pessoa concreta(não há caricaturas, há apenas amostras de uma realidade complexa). O código comunicacional é extremamenteescasso e feito de discretas marcas quase subliminares. A realidade é concentrada e depurada através da suamedição discursiva: existe na medida em que é dita, comentada, transformada em lugar-comum. O trabalho deLuís Afonso é um trabalho sobre lugares-comuns da vida coletiva.

Eduardo Prado Coelho (prefácio) in Luís Afonso, 10 anos de Bartoon,Lisboa, Publicações Dom Quixote

Observações:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quan-

do esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independen-

temente dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).

2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras –,

há que atender ao seguinte:

– A um texto com extensão inferior a oitenta palavras é atribuída a classificação de zero pontos.

– Nos outros casos, um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até cinco pontos) do

texto produzido.

FIM

15

20

25

30

124

Page 126: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Critérios específicos de classificação

GRUPO I

A

1. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................... 15 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 3 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Esclarece, com pertinência e rigor, os efeitos que as palavrasde Vilaça provocam em Afonso da Maia.

9

3Esclarece, com pertinência, os efeitos que as palavras de Vilaçaprovocam em Afonso da Maia.

7

2Esclarece, com esporádicas imprecisões, os efeitos que as pala-vras de Vilaça provocam em Afonso da Maia.

5

1Esclarece, com acentuadas imprecisões, os efeitos que as pala-vras de Vilaça provocam em Afonso da Maia.

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• A afirmação de Vilaça («Aquele rapazito é esperto») desperta a satisfação de Afonso, que enche «alegremente ocachimbo» e aproveita para narrar um episódio que ridiculariza Eusebiozinho e a educação retrógrada que lhe éministrada.

• A evocação do episódio narrado provoca uma «satisfação profunda» em Afonso, que se orgulha da inteligência edestreza do neto («É levado do Diabo»).

• …

125

Page 127: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

2. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 20 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Expõe sintetizadamente, com rigor e pertinência, o episódioprotagonizado por Carlos e Eusebiozinho.

12

3Expõe sintetizadamente e com pertinência, o episódio protago-nizado por Carlos e Eusebiozinho.

9

2Expõe, com pertinência, o episódio protagonizado por Carlos eEusebiozinho, mas revela pouca capacidade de síntese.

6

1Expõe, com acentuada imprecisão, o episódio protagonizadopor Carlos e Eusebiozinho, revelando muita dificuldade na ela-boração da síntese.

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• Eusebiozinho vai a Santa Olávia para mostrar a «vestimenta» de anjo que iria levar na procissão, mas Carlos, quenão simpatizava com Eusebiozinho e que embirrava com anjos, levou-o para o sótão e destruiu toda a indumentá-ria do pequeno Silveirinha.

• …

126

Page 128: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

3. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 15 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 3 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Explicita, com rigor e pertinência, o efeito expressivo da perso-nificação.

9

3 Explicita, com pertinência, o efeito expressivo da personificação. 7

2Explicita, com algumas imprecisões, o efeito expressivo da per-sonificação.

5

1Explicita, com acentuadas imprecisões, o efeito expressivo dapersonificação.

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• Na expressão «os repuxos cantavam alto no meio da noite», a personificação sugere alegria, tranquilidade, har-monia.

• Esta personificação desperta a sensação de uma perfeita comunhão entre a Natureza e a paz que se vivia naquelelar.

• A água, símbolo de vida, canta e, por isso, sobrepõe-se às trevas («noite»), sugerindo o bem-estar de Afonso e doneto.

• …

127

Page 129: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

4. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 20 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Explica, com rigor e pertinência, as características da tradicio-nal educação portuguesa oitocentista presentes no texto.

12

3Explica, com pertinência, as características da tradicional edu-cação portuguesa oitocentista presentes no texto.

9

2Explica, com alguma imprecisão, as características da tradicio-nal educação portuguesa oitocentista presentes no texto.

6

1Explica, com acentuadas imprecisões, as características da tra-dicional educação portuguesa oitocentista presentes no texto.

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• Superproteção feminina («ainda dormia no choco com as criadas»).

• Afastamento da higiene diária para não contrair doenças («nunca o lavavam para o não constiparem, andavacouraçado de rolos de flanelas»).

• Memorização em detrimento do desenvolvimento do espírito crítico («Passava os dias nas saias da titi a decorarversos»).

• Culto exacerbado da religiosidade («páginas inteiras do Catecismo de Perseverança»).

• Aprendizagem de conceitos retrógrados («vira lá “que o Sol é que anda em volta da Terra (como antes deGalileu)”»).

• Consequências: Criança atrofiada, medrosa, enfezada, dependente das «saias da titi» e da mamã.

• …

128

Page 130: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

B

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 18 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 12 pontos– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 7 pontos– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 5 pontos

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os dois primeiros aspetos que a seguir se enunciam e/ou outros considerados relevantes:• Personagem secundária do romance Os Maias; no entanto, associa-se à geração de Pedro da Maia, de quem era

amigo. Frequentava a casa de Arroios, de Pedro e Maria Monforte, tinha lá «o seu talher», proclamava-se «cavalei-ro e poeta» de Maria, dedicando-lhe, numa paixão inocente, o seu poema «Flor de Martírio». Acompanha o desfe-cho trágico de Pedro da Maia.

• No episódio do Hotel Central, Alencar, emocionado, abraça Carlos e evoca saudosamente o passado e o seu gran-de amigo Pedro da Maia. O poeta de Vozes de Aurora, Elvira, «Flor de Martírio» e O Segredo do Comendador é ini-migo da literatura realista e naturalista.

• Quando Carlos vai a Sintra à procura de Maria Eduarda, encontra Alencar.• Na noite em que Guimarães revela o grau de parentesco entre Carlos e Maria Eduarda, Alencar estivera a decla-

mar os seus românticos versos no sarau do Teatro da Trindade.• …

Níveis dedesempenho

Descritores Pontuação

6Comenta, com rigor e pertinência, a relação que existe entre a personagemAlencar e a família Maia, fazendo referências que revelam um muito bomconhecimento da obra Os Maias.

18

5Comenta, com rigor e pertinência, a relação que existe entre a personagemAlencar e a família Maia, fazendo referências que revelam um bom conheci-mento da obra Os Maias.

15

4Comenta, com alguma pertinência e menor rigor, a relação que existe entre apersonagem Alencar e a família Maia, fazendo referências que revelam umconhecimento suficiente da obra Os Maias.

12

3Comenta, com ligeiras ou esporádicas imprecisões, a relação que existe entre apersonagem Alencar e a família Maia, fazendo referências que refletem umconhecimento suficiente da obra Os Maias.

9

2Comenta, com acentuadas imprecisões, a relação que existe entre a persona-gem Alencar e a família Maia, fazendo referências que refletem um conheci-mento insuficiente da obra Os Maias.

6

1Tece comentários gerais sobre a personagem Alencar, pouco relevantes para atemática proposta, que refletem um conhecimento incipiente da obra Os Maias.

3

129

Page 131: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

GRUPO II

Níveisde desempenho

Descritores do nívelde desempenho

Pontuação

3 Estabelece quatro ou cinco correspondências corretas. 15

2 Estabelece duas ou três correspondências corretas. 9

1 Estabelece uma correspondência correta. 3

GRUPO III

Critérios específicos de classificação

• Estruturação informacional e discursiva .......................................................................................................................................................................... 30 pontos

• Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................... 20 pontos

Chaves de correção:1.1. b); 2. d); 3. c); 4. d); 5. b); 6. a); 7. c).

2.1. h); 2. d); 3. b); 4. c); 5. e).

Parâmetros PontuaçãoEstrutura informacional,

discursiva e linguística

• Preserva a informação nuclear do texto, através de:– manutenção dos tópicos:

• Luís Afonso é um modelo do humor, através dos cartoons, conse-guindo excelentes resultados com técnicas minimalistas.

• O recurso aos mesmos cenários e às mesmas personagensconstitui traço distintivo dos seus desenhos.

• Os olhos e o movimento das personagens são pormenores a queo leitor deve estar atento.

• O cartoonista apresenta vários tipos sociais, nomeadamente osprotagonistas da atualidade política.

– manutenção da rede semântica relativa ao tema, no todo ou emparte, a qual deverá integrar vocábulos e expressões constantesno texto, ou seus equivalentes, tais como: Luís Afonso, cartoon,atualidade, cenário, personagens, desenhos, gestos, movimentos,protagonistas da atualidade.

• Recorre a um discurso conciso, optando por construções mais eco-nómicas: supressão de expressões sintáticas ou lexicais repetiti-vas; uso de vocabulário genérico que substitua expressõesnominais mais específicas (hiperónimos e expressões englobantescom valor anafórico).

• O texto pode apresentar marcas de enunciação do sujeito produtorda síntese e fazer referências diretas ao autor do texto-fonte(«Segundo o autor...»).

• A ordem do texto-fonte pode ser alterada.

Preservação da infor-mação nuclear dotexto

Estratégias discursi-vas próprias da sínte-se

20

10

130

Page 132: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

• Produz um discurso coerente mantendo informação e argumenta-ção pertinente.

• Domina os mecanismos de coesão textual:– recorrendo a processos variados de articulação interfrásica,

designadamente conetores diversificados de tempo, de sequen-cialização…;

– assegurando a manutenção de cadeias de referência (através desubstituições nominais, pronominais…)

• Recorre a estruturas sintáticas complexas.• Domina processos de conexão interfrásica (concordância, flexão

verbal, propriedades de seleção...).• Usa um registo de língua adequado ao texto.• Recorre a um repertório lexical variado.

• Não dá erros ortográficos.• Pontua de forma sistemática e pertinente.• Assinala as marcas de início de parágrafos.

Coerência e coesão

Morfologia, sintaxe erepertório vocabular

Ortografiae pontuação

5

10

131

Page 133: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

SEQUÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM N.o 5

10 blocos de 90 minutos (20 aulas)

A. Planificação

Competências transversais:• Comunicação: Componentes linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.• Estratégica: Estratégias de leitura e de escuta adequadas ao tipo de texto e à finalidade; seleção e organização da infor-

mação; operações de planificação, execução e avaliação da escrita e da oralidade; pesquisa em vários suportes; conce-ção e utilização de instrumentos de análise; elaboração de ficheiros; utilização das TIC.

• Formação para a cidadania: Construção de uma identidade cultural; apresentação e defesa de opiniões; interação coma realidade de forma crítica e criativa.

Tipos de texto: Textos líricos; textos expressivos e criativos; textos argumentativos e expositivo-argumentativos.

COMPREENSÃOORAL

Testes de compreensão oral:• Home – O mundo é a nossa casa.• «Provincianas».

Escuta/visionamento:• Home – O mundo é a nossa casa.• Produções áudio e audiovisuais diversas.• Audição de poemas do CD áudio do manual.

EXPRESSÃOORAL

• Exposição oral.• Debate.

EXPRESSÃOESCRITA

• Texto expressivo e criativo.• Resumo e síntese de texto expositivo-argumentativo.• Texto argumentativo e expositivo-argumentativo.

LEITURA

Textos informativos:

(páginas 329 a 331 (Em interação))

Leitura seletiva:• «Cesário Verde», de Jacinto do Prado Coelho. • «A cidade e o campo», de Hélder Macedo.

Leitura literária:• Poesia de Cesário Verde:

– O repórter do quotidiano.– A oposição cidade/campo.

Leitura analítica: • Poemas de Cesário Verde (páginas 296 a 317).

Leitura global:• Poemas de Cesário Verde e poemas de homenagem

a Cesário Verde, de autores do século XX.

Leitura recreativa:• Contrato de Leitura.

Leitura de imagem fixa: Imagens do impressionismo, realismo, surrealismo e fotografiasde Lisboa Antiga.

CO

MP

ETÊN

CIA

S N

UC

LEA

RES

(Continua)

132

Page 134: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

• Paratextos.• Tipologia textual (protótipos textuais).• Noções de versificação.• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.

FUNCIONAMENTODA LÍNGUA

AVALIAÇÃO• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.

B. Em interação: situações de aprendizagem

Situação de aprendizagem n.o 1• Visionamento de documentário; tomada de notas.• Teste de compreensão oral (manual).• Deteção da estrutura do documentário.• Debate sobre as ideias expressas no documentário.• Oficina de escrita (planificação, textualização, revisão):

– Produção de texto expositivo-argumentativo a partir das ideias expressas no documentário: construção do uni-verso de referência/tópico; determinação da situação e objetivos de comunicação; construção de um plano --guia; deteção de inadequações e de insuficiências e determinação de estratégias de aperfeiçoamento.

Avaliação:• Avaliação do teste de compreensão oral.• Avaliação da participação no debate.

• Documentário Home – O mundo é a nossa casa.• Audição de poemas.• Leitura literária: Poesia de Cesário Verde.• Exposição oral.• Debate.• Texto expressivo e criativo.• Resumo e síntese de texto expositivo-argumentativo. • Texto argumentativo e expositivo-argumentativo.

133

Page 135: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

• Participação ativa no trabalho da oficina de escrita.• Avaliação do texto expositivo-argumentativo.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Situação de aprendizagem n.o 2• Constituição de antologia de poemas de e sobre Cesário Verde.• Audição de poemas (manual).• Constituição de grupos para trabalho sobre a poesia de Cesário Verde:

– Leitura analítica de um poema.– Produção de um PowerPoint com dados sobre a análise efetuada para ser apresentado à turma.– Seleção do verso preferido de cada elemento do grupo.– Apresentação, por cada elemento do grupo, das razões da sua escolha.– Mobilização criativa dos versos de Cesário – «O poema da turma, à maneira de Cesário...».

• Elaboração de um texto expressivo e criativo individual a partir do verso selecionado.

Avaliação:• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.• Avaliação da leitura analítica.• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.• Avaliação de texto expressivo e criativo.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Situação de aprendizagem n.o 3• Leitura de imagem, em trabalho de grupo (manual), e associação com a poesia de Cesário Verde:– Leitura das imagens apresentadas, convocando o estudo da poesia de Cesário Verde.– Integração das imagens em três grupos, dando-lhes um título, de acordo com as temáticas estudadas.– Associação de cada conjunto de imagens a um poema, justificando a escolha.• Apresentação oral e registo de conclusões.• Pesquisa sobre o impressionismo: características, autores mais representativos...• Recolha e seleção de imagens representativas do impressionismo.• Seleção de excertos de poemas representativos da linguagem impressionista.• Construção de PowerPoint que evidencie as aprendizagens realizadas sobre o impressionismo para ser apresen-

tado à turma.

Avaliação:• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.• Avaliação da correção e da pertinência das informações contidas no PowerPoint.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Situação de aprendizagem n.o 4• Exposição oral sobre o tema futuro das cidades (manual), relembrando o processo de operacionalização das suas

diversas fases: enunciar uma tese, demonstrando-a com argumentos, confirmando-a com exemplos e apresen-tando uma conclusão.

• Oficina de escrita (planificação, textualização e revisão):

134

Page 136: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

– Elaboração de um texto expositivo-argumentativo individual, expondo, argumentando e concluindo o ponto devista do aluno sobre o que poderá/deverá ser o futuro das cidades.

Avaliação:• Avaliação da exposição oral.• Participação ativa no trabalho da oficina de escrita.• Elaboração individual de um texto expositivo-argumentativo.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

Situação de aprendizagem n.o 5

• Trabalho em pares: Resumo e síntese (semelhanças e diferenças no manual) de um mesmo texto, cujo tema estejarelacionado com a poesia de Cesário Verde.

Avaliação: • Auto e coavaliação do trabalho em pares.• Avaliação do resumo e da síntese.• Balanço individual do trabalho desenvolvido e das aprendizagens realizadas.

135

Page 137: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

C. Recursos de apoio ao desenvolvimento das situaçõesde aprendizagem

Home – O mundo é a nossa casa (introdução):

Leitura de imagem móvel

1. Acabaste de ler/ver Home. Assinala o que te parecer mais apropriado.

O documentário começa com «Ouça-me, por favor» numa personificação evidente dopróprio planeta como se este, agonizante, clamasse por ajuda. As imagens aéreas em maisde cinquenta países traçam o percurso da humanidade, coadjuvadas por uma narração emvoz off e uma banda sonora que salienta a urgência do agir em defesa do planeta. O mundoé a nossa casa, mas está tão fragilizado que, sem uma ação rápida e eficaz, corre o risco dedesaparecer. Semelhante ao teor de Uma verdade inconveniente, Home vai mais longe nasua abrangência. As imagens selecionadas são de uma beleza comovedora, mesmo na suatragicidade. A palavra, muitas vezes poética, impele-nos à reflexão, questionando as nossasações coletivas e individuais, pois, tal como se diz no filme, «é tarde demais para ser pessi-mista».

Televisão

Vídeo

Informática (Internet/DVD)

Cinema

Suporte

Proximidade/distância da câmara

Plano de conjunto

Plano semiconjunto

Plano médio

Plano americano

Plano aproximado

Grande plano/Insert

136

Page 138: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Horizontal

Cima para baixo

Baixo para cima

Ângulo de visão

Panorâmico

Travelling

Movimentos da câmara

Género

Policial

Documentário

Comédia

Drama psicológico

Musical

Ficção científica

Suspense

Referencial ou descritiva

Narrativa

Argumentativa

Estética

Funções da imagem

137

Page 139: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

2. Exprime, agora, as tuas impressões sobre o documentário, tendo em conta os seguintes aspetos:

Título

Banda sonora

Discurso

Impacto das imagens

Estratégias persuasivas

Propostas de implicação do espetador/ouvinte.

3. O documentário quer sublinhar um ponto de vista. Expõe o teu sobre o mesmo assunto.

4. Refere-te a duas ou três medidas imprescindíveis para minorar os «males» da «nossa casa».

Aluno: ___________________________________________________________________________________________________________________

138

Page 140: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Provincianas

Olá! Bons dias! Em marçoQue mocetona e que jovemA terra! Que amor esparsoCorre os trigos, que se movemÀs vagas dum verde garço!

Como amanhece! Que meigasAs horas antes de almoço!Fartam-se as vacas nas veigasE um pasto orvalhado e moçoProduz as novas manteigas.

Toda a paisagem se doura;Tímida ainda, que fresca!Bela mulher, sim senhora,Nesta manhã pitoresca,Primaveril, criadora!

Bom Sol! As sebes de encostoDão madressilvas cheirosasQue entontecem como um mosto.Floridas, às espinhosasSubiu-lhes o sangue ao rosto.

Cresce o relevo dos montes, Como seios ofegantes; Murmuram como umas fontesOs rios que dias antesBramiam galgando pontes.

E os campos, milhas e milhas,Com povos de espaço a espaço.Fazem-se às mil maravilhas;Dir-se-ia o mar de sargaçoGlauco, ondulante, com ilhas!

Pois bem. O inverno deixou-nos.É certo. E os grãos e as sementesQue ficam doutros outonosAcordam hoje frementesDepois duns poucos de sonos.

Mas nem tudo são descantesPor esses longos caminhos;Entre favais palpitantesHá solos bravos, maninhos,Que expulsam seus habitantes

É nesta quadra de amoresQue emigram os jornaleirosGanhões e trabalhadores!Passam clãs forasteirosNas terras de lavradores.

Tal como existem mercadosOu feiras, semanalmente,Para comprarmos os gados,Assim há praças de gentePelos domingos calados!

Enquanto a ovelha arredonda,Vão tribos de sete filhos,Por várzeas que fazem onda,Para as derregas dos milhose molhadelas da monda.

De roda pulam borregos;Enchem então as cardosasAs moças desses labregosCom altas botas barrosasDe se atirarem aos regos!

Ei-las que vêm às manadasCom caras de sofrimento,Nas grandes marchas forçadas!Vêm ao trabalho, ao sustento,Com fouces, sachos, enxadas!

Ai o palheiro das servasSe o feitor lhe tira as chaves!Elas chegam às catervas,Quando acasalam as avesE se fecundam as ervas!...

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

Cesário Verde, O livro de Cesário Verde,Assírio & Alvim, 2009, páginas 127-130

139

Page 141: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Texto para resumo e síntese

Evocação de Cesário Verde

Na reedição da Poesia Completa de Cesário Verde, livro que trago debaixo do braço depois de passar pela«Bertrand» da avenida de Roma (passe a publicidade), paro junto do pequeno jardim na rua Dona Estefânia que temo seu nome, observo o busto de bronze que permanece aqui desde o centenário do nascimento, revejo Cesário namemória dos anos e dos tempos, e sei do prazer que tive na descoberta dos seus poemas, sonhados para lá dos limi-tes da vida prática que levou, e ainda o posso imaginar ao balcão da loja de ferragens de seu pai, na rua dosFanqueiros, mesmo no centro da Baixa Pombalina e lisboeta. E não sei entabular outro diálogo a não ser pela leitu-ra dos seus poemas ou no olhar atento do retrato de Columbano que por aí anda espalhado em vários livros ou deum desenho sério e grave de António Fernando. Porque a provada amizade de Silva Pinto, seu irmão de jornada e dedestino, tudo pôde recuperar da poeira das revistas e dos jornais em que ficaram muitos dos seus poemas, e houvequem amasse tanto Cesário ao ponto de fixar o texto correto ou anotar muitas das suas cartas aos amigos. E porisso o Livro de Cesário se lê e relê no anseio de reinventar o tempo e poder imaginá-lo perdido ou não nesta Lisboa,tantos anos passados, quando as pessoas já não andam ao ritmo do coupé ou do landau, mas ainda se vestem pelossinais que foram do seu deslumbramento e cristalização: os anos passaram e mais atento parece ter ficado ao quecorresse à sua volta – levou para a cova a sentida desilusão de não lhe ligarem muito, não serem lidos os seus ver-sos e por isso sempre desabafava nas cartas aos amigos, e numa delas dizia a Macedo Papança, que foi o conde deMonsaraz, em agosto de 1880, depois de ter publicado esse belo poema «Sentimento dum ocidental» em homena-gem a Camões: «Ah! Quanto eu ia indisposto contra tudo e contra todos! Uma poesia minha, recente, publicadanuma folha bem impressa, limpa, comemorativa de Camões, não obteve um olhar, um sorriso, um desdém, umaobservação! Ninguém escreveu, ninguém falou, nem num noticiário, nem numa conversa comigo; ninguém dissebem, ninguém disse mal!»

Fonte: Serafim Ferreira, in www.apagina.pt

Impressionismo

O impressionismo é um movimento artístico surgido em França, no século XIX, que criou uma nova visão conce-tual da natureza utilizando pinceladas soltas, enfatizando a luz e o movimento. Geralmente as telas eram pintadasao ar livre para que o pintor pudesse captar melhor as nuances da luz e da natureza.

A arte alegre e vibrante dos impressionistas enche os olhos de cor e luz. A presença dos contrastes, da natureza,transparências luminosas, claridade das cores, sugestão de felicidade e de vida harmoniosa transparecem nasimagens criadas pelos impressionistas.

Os impressionistas retratam os reflexos e efeitos que a luz do Sol produz nas cores da natureza. A fonte dascores estava nos raios do Sol. Uma mudança no ângulo destes raios implica uma alteração de cores e tons. É comum um mesmo motivo ser retratado diversas vezes no mesmo local, porém com as variações causadas pelamudanças das horas do dia e das estações ao longo do ano.

O impressionismo mostra a graciosidade das pinceladas, a intensidade das cores e a sensibilidade do artista,que em conjunto emocionam quem contempla as suas obras.

5

10

15

20

5

10

140

Page 142: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Paula Rego

Ela estava fatigada e feliz. A casa encheu-se de gente, e mais gente, e mais gente. Toda essa gente obedecia aosquadros. Subjugada, olhava-os como se olham as imagens nas igrejas antigas. Corria um silêncio murmurado deexclamações. Cá fora, no jardim, existia o movimento dos corpos e dos copos, que põem a vista num turbilhão deonde não sai mais. Havia a festa da festa: os braços dançavam em vez das pernas. Os gestos cruzavam-se ecolidiam. A montanha-russa das vozes andava para cima e para baixo. As conversas caíam umas sobre as outras,acabavam antes do fim, começavam depois do princípio. Tudo se cruzava e se cortava. Todos estavam alegres porestarem ali e todos estavam ali para estarem alegres. Todos cumprimentavam todos com o sorriso de todos.Nestas alturas, a malícia segue a alegria. Dizem-se palavras que a mostram, fazem-se sinais que a escondem. A consciência da seleção torna quem foi selecionado ainda mais seletivo. Este darwinismo mundano tem as suasleis, e uma delas diz que aqui não ganha o mais inteligente, o mais forte, ou o mais sábio. Ganha o mais ágil, o maissurpreendente, o que melhor se sabe adaptar.

Foi Proust quem empurrou os mundanos e a mundanidade, essa desocupação tão ocupada, para um vazio deque teve longamente a experiência, o gosto e, finalmente, o remorso. A sua obra é escrita contra esse vazio, mas,sem a memória dele, não seria o que é. Proust dizia que o artista é o escravo de uma rainha chamada solidão. Ela sabe isso.

O jardim estava cheio de gente que a ocultava. Mas, de repente, como num filme, surgia dela um grande plano.Batia-nos no rosto, contente e cansada. Estava com os amigos, ou com os amigos dos amigos – e isso lhe bastava!Todos a queriam ver, todos lhe queriam falar, todos a queriam ouvir, todos a queriam tocar. Estava vestida comopara uma peça de teatro em que fizesse de Paula Rego. A sua aura, o valor da obra, a ênfase da ocasião davamàquele dia o prestígio da História. Quem lá estava não queria esquecer que lá esteve. E queria levar consigo a fraseouvida, a mão agarrada, a face beijada, o quadro olhado. Queria levar isso na memória disso. Paula Rego estava ali eestava fora dali. Sabe aproximar-se com distância. E sabe distanciar-se com proximidade. Sabe falar com silênciosque a defendem. Sabe rir com risos que a protegem. Sabe andar com passos que a recuam. Em todo aquele dia,naquela peça, fazia de Paula Rego – Branca de Neve na casa da floresta. E nós éramos os seus anões. Não sete, nem setenta, nem setecentos – mas sete mil!

Eu estava lá, e ela chamou-me. Então, escolheu as palavras certas para não dizer o que se costuma dizer(«Obrigado por ter vindo», por exemplo).

A Paula não diz lugares-comuns, mesmo quando os ouviu durante horas a fio. Ela é sempre ela, com o seugénio ágil e uma estratégia exata para que não a culpem de o ter. Quando saí, voltei a olhá-la. Estava ainda maiscansada e mais feliz, como que suspensa. Penso que, em momentos assim, olha e vê animais: «Este é um gato;aquela, um cão; aquele, um porco; aquela ali, um coelho... não, um rato.» No dia seguinte, falei-lhe pelo telefone:estava tão atordoada que ia fugir. Fugir para dentro de si, fugir para a pintura, fugir para Londres. É lá que é a suacasa, o seu castelo, a sua prisão – nesse ateliê que parece os bastidores de um teatro, cheio de bonecos sob a luz.

A Casa das Histórias, em Cascais, também lhe pertence, porque é verdadeira e imaginativa como ela. Vi aquelaarquitetura que tem o rigor na imaginação e às vezes mesmo no desespero. As cores exteriores, o verde do jardim eo almagre das paredes encontram-se e festejam-se. A casa está cheia de génios bons e maus. Cheia de histórias.Isto é, de segredos, de suspeitas, de ameaças, de crueldades, de crimes, de castigos. E de memórias, de enigmas, de adivinhas, de narrativas, de moralidades. Tudo o que lá está mostra que os grandes artistas são capazes dealcançar o mundo. De o dominar. De o destruir. De o substituir.

José Manuel dos Santos, in Expresso, 3 de outubro de 2009

5

10

15

20

25

30

35

141

Page 143: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Leitura interativa

José Manuel dos Santos escreveu este texto a propósito da inauguração da Casa das Histórias, museu da pinturade Paula Rego, a mais conceituada e internacional pintora portuguesa.

1. Analisa cuidadosamente o comportamento dos convidados tendo em atenção a ironia do autor do texto. Não teesqueças de ilustrar as tuas afirmações com exemplos textuais.

2. Explica o que pensa o autor da «mundanidade».

3. «Penso que, em momentos assim, olha e vê animais.» Exprime a tua opinião sobre o que Paula Rego veria naspessoas ao pensar:a) «Este é um gato.» c) «Aquele, um porco.»b) «Aquela, um cão.» d) «Aquela ali, um coelho... não, um rato.»

4. Interpreta a seguinte afirmação: «Tudo o que lá está mostra que os grandes artistas são capazes de alcançar omundo. De o dominar. De o destruir. De o substituir.»

5. Refere o que significa para ti a arte.

6. Traça o perfil de Paula Rego de acordo com a visão de José Manuel dos Santos.

7. Esta crónica revela características literárias. Aponta três aspetos da escrita de José Manuel dos Santos queconfirmem esta opinião.

8. A literatura/pintura revela sempre, de uma forma ou de outra, uma observação do mundo. Paula Rego/ CesárioVerde. Dois artistas, dois olhares. 8.1 Num texto organizado e estruturado, apresenta a tua reflexão sobre a realidade filtrada/subjetivada pelo

olhar de cada um deles.

A cidade feliz

A minha utopia urbana é a cidade do encontro. Não necessariamente constante mas sempre possível. Pois asolidão imposta é das mais duras formas de pobreza. E é grande a solidão no Portugal cheio de urbanização e compouca cidade, que deixou irem-se fragmentando os espaços e as redes de proximidade, dos afetos e das amizades.Sim, os idosos – mas muitos mais.

Somos, recorrentemente, referidos nos estudos da felicidade como uma sociedade pouco feliz. A solidão é umatragédia. E, para muitos, uma tragédia banalizada em paisagens de asfaltos, de consumos, de televisões e de fute-bóis sempre iguais.

A solidão deve ser uma escolha e não uma imposição, a nossa liberdade, a nossa intimidade necessitam doencontro com o outro para crescer e ser mais humanas. E combater a solidão no Portugal urbanizado deveria serdas nossas maiores prioridades. (…)

João Seixas, in Público, 13 de março de 2011

9. Num texto bem estruturado, de cento e cinquenta a duzentas e cinquenta palavras, apresenta uma reflexãosobre a temática da cidade, partindo da perspetiva exposta no excerto transcrito e da leitura dos textos deCesário Verde. Fundamenta o teu ponto de vista, recorrendo a argumentos e exemplos significativos.

5

10

142

Page 144: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

D. Recursos de apoio à avaliação das situaçõesde aprendizagem

Avaliação da competência de compreensão oral

Ouve, atentamente, o poema «Deslumbramentos», de Cesário Verde. Seleciona a opção que considerares correta.

1. O sujeito poético...a) sente-se seguro quando observa «Milady». c) expressa que odeia contemplar «Milady».b) refere que é perigoso contemplar «Milady». d) sente que abomina contemplar «Milady».

2. A mulher referida pelo «eu» poético integra-se...a) no povo. c) na aristocracia.b) no clero. d) na plebe.

3. Podemos inferir que esta mulher é...a) gentil e afetuosa. c) artificial e carinhosa.b) sofisticada e gélida. d) nobre e terna.

4. O sujeito poético sente-se atraído pela mulher como se esta fosse um...a) diamante. c) tesouro.b) palácio. d) brilhante.

5. O poeta refere que encontrou aquela mulher...a) no dia anterior. c) havia muito tempo.b) em Inglaterra. d) na Áustria.

6. O olhar de «Milady» é...a) carinhoso e amável. c) indiferente e arrogante.b) distante e gélido. d) agressivo e confortador.

7. A altivez da figura feminina é comparada...a) ao orgulho de Ana de Áustria. c) à simpatia de Ana de Áustria.b) à sensatez de Ana de Áustria. d) à agressividade de Ana de Áustria.

8. O sujeito poético adverte a mulher, para que...a) esta não se isole. c) esta tenha cuidado.b) esta prossiga outro caminho. d) esta não circule de noite.

9. A metáfora «flor de luxo» sugere...a) a classe aristocrata. c) o aroma da mulher.b) a beleza feminina. d) o amor avassalador.

10. Para concluir o poema, o sujeito poético...a) passa do plano coletivo para o individual. c) faz uma alusão ao ambiente campestre.b) passa do plano individual para o coletivo. d) sente-se um farrapo humilhado.

143

Page 145: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Avaliação das competências de leitura e de expressão oral

Apresentação do livro do Contrato de Leitura

Parâmetros

a) Comprova a leitura do livro, apresentando referências pertinentes.

b) Produz um discurso coerente, recorrendo a informações relevantes.

d) Expõe com clareza, utilizando um tom de voz audível.

d) Mobiliza um vocabulário adequado, pertinente e variado.

e) Exprime-se com fluência e expressividade, motivando os colegas para a leitura.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

144

Page 146: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Avaliação da competência de expressão escrita

Texto expressivo e criativo

Parâmetros

a) Apresenta uma estrutura adequada à tipologia textual escolhida.

b) Desenvolve um tema, mobilizando recursos expressivos pertinentes e referências culturais.

c) Utiliza um tom adequado ao tema.

d) Revela criatividade na forma que escolheu.

e) Redige com correção linguística e legibilidade gráfica.

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total

145

Page 147: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

GRUPO I

A

Lê atentamente o texto a seguir transcrito. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário que se apre-senta nas notas de rodapé.

Em PetizI

De tarde

Mais morta do que viva, a minha companheiraNem força teve em si para soltar um grito;E eu, nesse tempo, um destro e bravo rapazito,Como um homenzarrão servi-lhe de barreira!

Em meio de arvoredo, azenhas1 e ruínas,Pulavam para a fonte as bezerrinhas brancas;E, tetas a abanar, as mães, de largas ancas,Desciam mais atrás, malhadas e turinas2.

Do seio do lugar – casitas com postigos –Vem-nos o leite. Mas batizam-no primeiro.Leva-o, de madrugada, em bilhas, o leiteiro,Cujo pregão vos tira ao vosso sono, amigos!

Nós dávamos, os dois, um giro pelo vale:Várzeas, povoações, pegos, silêncios vastos!E os fartos animais, ao recolher dos pastos,Roçavam pelo teu «costume de percale3».

Já não receias tu essa vaquita preta,Que eu seguirei, prendi por um chavelho? JuroQue estavas a tremer, cosida com o muro,Ombros em pé, medrosa, e fina, de luneta!

Cesário Verde, O livro de Cesário Verde,Assírio & Alvim, 2009, páginas 90-91

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.

1. Sintetiza o episódio apresentado pelo sujeito poético neste poema.

2. Explicita o efeito expressivo das sensações presentes na composição poética, transcrevendo um exemplo decada uma delas.

TESTE DE AVALIAÇÃO N.o 5

1 Azenhas – moinhos movidos a água.2 Turinas – raça de gado bovino.3 Percale – ou percal é um tecido de algodão, fino e liso.

5

10

15

20

146

Page 148: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

3. Caracteriza, a partir do poema, a figura feminina.

4. Explica a presença dos dois momentos temporais a que o sujeito poético se reporta.

B

A participação ativa na vida rural levou (...) Cesário a reformular o básico contraste entre campo e cidade, alar-gando-o para abranger as realidades da experiência rural em contraste com a abstração metafórica do campobucólico.

Hélder Macedo (1986), Nós, uma leitura de Cesário Verde,Lisboa, Publicações Dom Quixote, páginas 45-46

Fazendo apelo à tua experiência de leitura de O livro de Cesário Verde, comenta o excerto acima transcrito,num texto de oitenta a cento e trinta palavras.

Observações relativas ao item B

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando

esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independente-

mente dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).

2. Um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.

GRUPO II

Lê antentamente o seguinte texto.

Fortifique o cérebro!

A plasticidade do cérebro continua a surpreender-nos, muito embora Santiago Ramón y Cajal, considerado o pai da neurologia moderna, já o tivesse afirmado há um século: os neurónios podem trocar de ligações entre si,pelo que convém exercitá-los. Se moldamos com a experiência o órgão pensante, até que ponto será possívelmelhorá-lo? Podemos fazer algo para evitar que as doenças de Parkinson ou de Alzheimer nos esvaziem a mentequando formos idosos ou, pelo menos, para retardar o seu aparecimento? Uma montanha de ideias e soluçõesrodeia a tão propagandeada ginástica cerebral. Sim, ninguém tem dúvidas sobre a necessidade de exercitar amassa cinzenta. O problema é saber como.

A revista Nature fez eco de um estudo que demonstrava a ineficácia dos videojogos cujos anúncios mostravamadultos muito felizes quando conseguem «distinguir maçãs de peras» num ecrã. A fim de comprová-lo, 11.430voluntários entre os 18 e os 60 anos tiveram de se entreter com um dos referidos programas; embora a pontuaçãoque obtinham fosse cada vez melhor (como seria de esperar quando se apanha o jeito de matar marcianos), os resultados não se refletiam nos testes que avaliavam de modo científico a memória, o raciocínio e a aprendiza-gem. «Não houve absolutamente nenhum efeito de transferência», esclareceu um dos autores da investigação, oneurocientista Adrian Owen, da Universidade de Cambridge (Inglaterra).

Será que isso significa que a ginástica mental é inútil? De modo algum: Cajal tinha razão. O cérebro opera emfunção das ligações que estabelece entre os neurónios. É aquilo que nos faz ser como somos. Nesse caso, o que

5

10

15

147

Page 149: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

falha? A carga intelectual de um videojogo, ou de um documentário, é bastante menor do que a proporcionadapor um livro. Foram feitas experiências para observar o que acontece quando se lê: o cérebro recria paisagens eemoções, e são ativadas áreas cerebrais relacionadas com a informação que se está a obter. Em contrapartida,quando vemos algo num ecrã, a única coisa que se «acende» é a zona visual. (...)

Primeira lição: quer manter o cérebro em forma? Pois arranje um bom livro e mergulhe nas suas páginas;ou então uma revista com histórias surpreendentes que estimulem a sua curiosidade e imaginação (...). Pode tam-bém deixar momentaneamente de lado a máquina de calcular e fazer algumas contas; ou tentar aprender outralíngua, ou tocar um instrumento musical. O cérebro agradece os desafios e, numa época ultratecnológica, o leitornão tem necessariamente de envergar um traje virtual e ser protagonista de Tron para pô-lo à prova.

Além disso, não se instale no sofá. Correr um pouco não mata. Passeie ou frequente aulas de dança. Compreuma bola de fitness e faça ginástica. As experiências efetuadas com pacientes e, sobretudo, em animais submetidosa exercício físico moderado mostram claramente um aumento do respetivo rendimento cerebral. O exercíciomuda a face dos nossos neurónios: os vínculos aumentam e tornam-se mais ricos.

Luís Miguel Ariza, in Super Interessante, n.o 156, abril de 2011, página 26

1. Seleciona, em cada um dos itens de 1 a 7, a única opção que permite obter uma afirmação adequada aosentido do texto. Escreve, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção correta.

1. O estudo de problemas neurológicos teve início...a) recentemente.b) há um século.c) há meio século.d) na antiguidade.

2. Para exercitar os neurónios, é aconselhável...a) a prática de videojogos.b) o visionamento de documentários.c) a leitura de um livro.d) a ausência de atividade.

3. No estudo sobre o impacto dos videojogos na aprendizagem foi divulgado...a) na revista Nature.b) por Santiago Ramón y Cajal.c) pela revista Super Interessante .d) pela Universidade de Cambridge.

4. Quando lemos, …a) o cérebro reduz a criação de imagens.b) é cancelada a atividade cerebral.c) os neurónios ficam inertes.d) são estimuladas as áreas cerebrais.

5. No início do texto (linhas 1 a 3), o autor recorre a um...a) argumento por analogia.b) argumento de autoridade.c) argumento dedutivo.d) argumento sobre causas.

20

25

148

Page 150: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

6. O segmento textual «considerado o pai da neurologia moderna» (linha 2) tem...a) valor restritivo.b) valor causal.c) valor consecutivo.d) valor explicativo.

7. A palavra «Sim» (linha 6) é...a) um advérbio de inclusão.b) um advérbio de frase.c) um advérbio de afirmação.d) um advérbio conetivo.

2. Faz corresponder a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, de modoa obteres uma afirmação adequada ao sentido do texto. Escreve, na folha de respostas, as letras e osnúmeros correspondentes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.

GRUPO III

Escreve um texto, devidamente estruturado, de duzentas a trezentas palavras, no qual apresentes umaapreciação crítica sobre um dos livros que leste no âmbito do Contrato de Leitura. Refere o(s) elemento(s)paratextuais que, de algum modo, contribuíram para a tua opção de leitura.

Observações:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando

esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independente-

mente dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).

2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras –,

há que atender ao seguinte:

– A um texto com extensão inferior a oitenta palavras é atribuída a classificação de zero pontos.

– Nos outros casos, um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até cinco pontos) do

texto produzido.

FIM

Coluna A Coluna B

1. Com o constituinte «-los» (linha 3)2. Ao usar a palavra «cujos» (linha 8), 3. Com as conjunções «ou» (linha 22)4. Ao usar o segmento «para pô-lo à prova» (linha 25),5. Ao usar os verbos «passear» e «frequentar» (linha 26)

a) o enunciador apresenta alternativas.b) o enunciador retoma o referente «a plasticidade do

cérebro».c) o enunciador introduz um nexo de fim.d) o enunciador introduz uma oração subordinada adver-

bial concessiva.e) o enunciador exorta à realização de ações.f) o enunciador introduz uma oração relativa.g) o enunciador traduz um nexo de causa.h) o enunciador retoma o referente «os neurónios».

149

Page 151: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Critérios específicos de classificação

GRUPO I

A

1. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................... 20 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Sintetiza, com pertinência e com rigor, o episódio apresentadopelo sujeito poético no poema.

12

3Sintetiza, com pertinência, o episódio apresentado pelo sujeitopoético no poema.

9

2Sintetiza, com esporádicas imprecisões, o episódio apresentadopelo sujeito poético no poema.

6

1Sintetiza, com acentuadas imprecisões, o episódio apresentadopelo sujeito poético no poema

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• Durante um passeio pelo campo, o sujeito poético e a sua companheira foram surpreendidos por uma «vaquitapreta», que se aproximou e assustou a rapariga. Porém, o jovem rapaz, assumindo a atitude de um «homenzar-rão», agarrou o animal, para proteger a companheira. O poema apresenta-nos um cenário rural, fazendo alusãoao momento em que o gado recolhe aos estábulos, evidenciado, também, a atividade dos leiteiros que vendem oleite, nas povoações, pela manhã.

• …

150

Page 152: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

2. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 20 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 4 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Explicita, com rigor e pertinência, o efeito expressivo das sensa-ções presentes na composição poética, transcrevendo um exem-plo de cada uma delas.

12

3Explicita, com pertinência, o efeito expressivo das sensações pre-sentes na composição poética, transcrevendo um exemplo decada uma delas.

9

2

Explicita, com algumas imprecisões, o efeito expressivo das sen-sações presentes na composição poética, mas não transcreve umexemplo de cada uma delas.OuTranscreve um exemplo de cada uma das sensações presentes nopoema, mas não explicita o respetivo efeito expressivo.

6

1

Explicita, com acentuadas imprecisões, o efeito expressivo dassensações presentes na composição poética, mas não transcreveum exemplo de cada uma delas.OuTranscreve alguns exemplos de sensações presentes no poema,mas não explicita o respetivo efeito expressivo.

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• As expressões que remetem para as sensações contribuem para que o leitor participe no «quadro» impressionis-ta, percecionando o espaço rural apresentado.

• Veem-se as «bezerrinhas brancas» e as «malhadas turinas», «Em meio de arvoredo, azenhas e ruínas»; ao longe,avistam-se «várzeas, povoações, pegos» (sensações visuais).

• Ouvem-se «silêncios vastos», naquele cenário rural, mas, de manhã, o pregão do leiteiro entrará no ambienteurbano (sensações auditivas: «o leiteiro / cujo pregão vos tira ao vosso sono, amigos!»).

• A figura feminina assusta-se aquando da aproximação de um animal (sensação tátil: «E os fartos animais, ao recolher dos pastos, / Roçavam pelo teu “costume de percale”»).

• …151

Page 153: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

3. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 15 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 3 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4 Caracteriza, com rigor e pertinência, a figura feminina. 12

3 Caracteriza, com pertinência, a figura feminina. 9

2 Caracteriza, com alguma imprecisão, a figura feminina. 6

1 Caracteriza, com acentuadas imprecisões, a figura feminina. 3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• A figura feminina pertenceria, provavelmente, à burguesia ou à aristocracia, não estando familiarizada com oambiente rural, o que se reflete no seu comportamento aquando da aproximação de uma «vaquita preta»: «esta-vas a tremer, cosida com o muro, / Ombros em pé, medrosa, e fina, de luneta!».

• O facto de a rapariga vestir um «costume de percale» e usar «luneta» permite traçar o retrato de uma figura femi-nina urbana.

• Ao longo da composição poética, é reiterado o seu receio dos animais («Nem força teve em si para soltar umgrito»).

• …

152

Page 154: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

4. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 15 pontos

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 3 pontos

Níveisde desempenho

Descritores Pontuação

4Explica, com rigor e pertinência, a presença dos dois momentostemporais a que o sujeito poético se reporta.

9

3Explica, com pertinência, a presença dos dois momentos tempo-rais a que o sujeito poético se reporta.

7

2Explica, com algumas imprecisões, a presença dos dois momen-tos temporais a que o sujeito poético se reporta.

5

1Explica, com acentuadas imprecisões, a presença dos doismomentos temporais a que o sujeito poético se reporta.

3

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes:

• Construção do poema em dois tempos: o da escrita e o da história.

• O poeta evoca um episódio passado, fazendo o seu autorretrato, com alguma ironia: perante uma situação deperigo imaginário, sentiu-se um «destro e bravo rapazito», que protegeu a sua assustada companheira.

• No presente, o sujeito poético, através da memória, evoca o passado, e pergunta se a figura feminina ainda receiaaquela «vaquita preta», sugerindo a contextualização do episódio na infância de ambos.

• …

153

Page 155: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

B

Critérios específicos de classificação

• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 18 pontos

• Aspetos de organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 12 pontos– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 7 pontos– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 5 pontos

Cenário de respostaA resposta deve contemplar os dois primeiros aspetos que a seguir se enunciam, e/ou outros considerados relevan-tes:• Cesário apresenta o contraste entre a sociedade industrial e a sociedade agrária e, consequentemente, a dicoto-

mia cidade/campo.• A sua integração e a sua experiência rural levam a que o poeta se identifique com o povo comum e se sinta forta-

lecido em contacto com a natureza.• O campo não é apresentado apenas como um espaço idílico e bucólico, mas, essencialmente, como uma realida-

de concreta, associada ao trabalho duro dos trabalhadores rurais.• No poema «Nós», por exemplo, a cidade surge conotada com a repressão, confinamento, doença e morte e o

campo é exaltado como símbolo de liberdade, saúde e vida.• Em «Provincianas», o trabalho rural é apresentado em primeiro plano, salientando-se a rudeza da atividade das

personagens e algumas injustiças e conflitos sociais.• …

Níveis dedesempenho

Descritores Pontuação

6Comenta, com rigor e pertinência, o excerto transcrito, revelando um muito bomconhecimento da obra de Cesário Verde.

18

5Comenta, com rigor e pertinência, o excerto transcrito, fazendo referências querevelam um bom conhecimento da obra de Cesário Verde.

15

4Comenta, com alguma pertinência e menor rigor, o excerto transcrito, fazendoreferências que revelam um conhecimento suficiente da obra de Cesário Verde.

12

3Comenta, com ligeiras ou esporádicas imprecisões, o excerto transcrito, fazendoreferências que refletem um conhecimento suficiente da obra de Cesário Verde.

9

2Comenta, com acentuadas imprecisões, o excerto transcrito, fazendo referênciasque refletem um conhecimento insuficiente da obra de Cesário Verde.

6

1Tece comentários gerais sobre Cesário Verde, pouco relevantes para a temáticaproposta, que refletem um conhecimento incipiente da poética do autor.

3

154

Page 156: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

GRUPO II

Níveisde desempenho

Descritores do nívelde desempenho

Pontuação

3 Estabelece quatro ou cinco correspondências corretas. 15

2 Estabelece duas ou três correspondências corretas. 9

1 Estabelece uma correspondência correta. 3

GRUPO III

Critérios gerais de classificação dos testes

1. Fatores de desvalorização no domínio da correção linguística:• Por cada erro de sintaxe ou de impropriedade lexical, são descontados dois (2) pontos.• Por cada erro inequívoco de pontuação ou por cada erro de ortografia (incluindo erro de acentuação, erro por

ausência de letra maiúscula quando obrigatória e erro de translineação), é descontado um (1) ponto.

• Por cada erro de ortografia repetido (incluindo acentuação, usos convencionais de letra maiúscula e erro detranslineação), apenas é descontada uma ocorrência.

• Por cada erro por incumprimento das regras de citação de texto (ausência ou uso indevido de aspas, ausênciade indicador(es) de corte de texto, etc.) ou de referência a uma obra (ausência de sublinhado ou de uso deaspas no título, etc.), é descontado um (1) ponto.

• Os descontos por erro de citação de texto ou de referência a uma obra são efetuados até ao máximo de cinco(5) pontos na totalidade do instrumento de avaliação.

• Os descontos por aplicação dos fatores de desvalorização, no domínio da correção linguística, são efetuadosaté ao limite das pontuações indicadas para este critério.

Nos itens de resposta aberta de composição curta/composição extensa, a cotação é percentualmente distribuídapelos seguintes parâmetros:

a) aspetos de conteúdo (60%);

b) aspetos de organização e correção linguística (40%).

Se o aluno obtiver 1/3 nos aspetos de conteúdo, a cotação relativa a aspetos de correção linguística será igual-mente proporcional a 1/3.

Chaves de correção:1.1. b); 2. c); 3. a); 4. d); 5. b); 6. d); 7. c).

2.1. h); 2. f); 3. a); 4. c); 5. e).

155

Page 157: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Sempre que for indicado um número mínimo e/ou máximo de palavras para a elaboração da resposta, deve ser tidoem conta o seguinte:

a) Os limites explicitados correspondem a requisitos relativos à extensão de texto, que devem ser respeitados.

b) O incumprimento dos limites de extensão implica o desconto de (1) um ponto por cada palavra a mais ou amenos, até ao máximo de (5) cinco pontos, depois de aplicados todos os critérios definidos para o item. Se daaplicação deste fator de desvalorização resultar uma classificação inferior a zero pontos, é atribuída à res-posta a classificação de zero pontos.

O afastamento integral dos aspetos de conteúdo relativos a cada um dos itens implica a desvalorização total daresposta.

Fonte: http://www.gave.min-edu.pt/np3/294.html

156

Page 158: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Sequência 1

«A dança das partículas fantasmas» (página 18)

1. O tema é a mutação dos neutrinos.

2. O título A dança das partículas fantasmas relaciona-se com o tema na medida em que, como o texto especifica,os neutrinos raramente interagem com a matéria, atravessando-a, seja ela qual for, como um fantasma inofen-sivo, ou seja, não lhe provoca nenhuma alteração.

3.1a) É uma partícula engraçada pois está em todo o lado, é produzida até pelo corpo humano, porém é impercetí-

vel e sofre metamorfoses.b) Não se detetam pois raramente interagem com a matéria. Por isso são como fantasmas, inofensivos por

atravessarem a matéria sem nela provocarem alterações.c) A experiência Opera deu conta da mutação das partículas de neutrinos muão, ao detetarem uma partícula de

neutrino tau. Neste caso a confirmação da experiência é importante porque toda a física das partículas presumeque o neutrino não tem massa. No entanto, para se transformar o neutrino precisa de possuir massa.

4. A metamorfose levada a cabo pela dança das partículas fantasma é tão surpreendente, como nos surpreende-ríamos se assistíssemos à transformação de um cão em gato.

5. Exemplos de perguntas:– Que relação tem o CERN com o laboratório San Sasso?– E se, tal como o neutrino, o fotão sofresse mutações como se tivesse massa?– Onde nos poderá levar a física dos neutrinos com massa?

6. Contributo para a construção de novas teorias sobre matéria e antimatéria; relação com o Big Bang; compreen-são das razões do mundo ser constituído por matéria e não antimatéria.

«Admirável mundo próprio» (página 20)

1.1 São assíduos, pontuais, adaptam-se muito bem ao mundo digital, são inteligentes, revelam competências emáreas técnicas, adequam-se a tarefas meticulosas e repetitivas, compreendem mal a linguagem corporal, assubtilezas da língua e as metáforas, a ambiguidade desestabiliza-os, sentem-se mais à vontade a comunicar porcorreio eletrónico do que por telefone, são francos e falam sem rodeios.

1.2 Têm medo da solidão, propensão para a mentira, hipersensibilidade e negação da realidade. Ao contrário dosAsperger, não reconhecem os seus defeitos.

2.1 Ao explicar a sua adaptação ao mundo digital, Susan Conza ventila a hipótese de os Asperger constituírem umanova fase da espécie humana, com uma nova forma de comunicação.

SOLUÇÕES DOS RECURSOS DE APOIOAO DESENVOLVIMENTO E À AVALIAÇÃODAS SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM

157

Page 159: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

3. As razões consistem na possibilidade de erradicar as manipulações da política e das ligações de amizade e deconstruir relações diretas, francas e unívocas.

Compreensão oral (página 24)

1. V; 2. F; 3. V; 4. V; 5. F; 6. V; 7. F; 8. V; 9. F; 10. V; 11. F; 12. V; 13. V; 14. F; 15. V; 16. F; 17. V; 18. F; 19. F; 20. V.

Sequência 2

Discurso de tomada de posse de Barack Obama (página 47)1.1 • De «Estou aqui hoje com humildade…» (linha 2) até «…esta geração de americanos.» (linha 9): Agradecimento e

homenagem à história, à Constituição, aos Pais Fundadores e aos seus representantes ao longo dos tempos.• De «Que nos encontramos no meio de uma crise…» (linha 10) até «…tenha de diminuir as suas expetativas.» (linha 18):

Diagnóstico do estado de coisas; ponto de partida; o que está em jogo.• De «Hoje, digo-vos que os desafios…» (linha 19) até «…uma oportunidade de alcançar a felicidade.» (linha 27):

Promessa de vencer apesar das dificuldades; a fé inabalável no povo americano.• De «Ao reafirmar a grandeza da nossa nação…» (linha 28) até «…por caminhos longos e difíceis para a paz e a liber-

dade.» (linha 33): A força está nos novos desafios e em não desistir. A história da América foi feita por todos, inde-pendentemente dos seus ofícios.

• De «Por nós, embalaram os seus parcos bens terrenos…» (linha 34) até «…sem dúvida que já passou.» (linha 45): O sacrifício dos que foram para a América como o sonho da terra prometida.

• De «A partir de hoje, devemos erguer-nos…» (linha 46) até «Faremos tudo isto.» (linha 53): Projeção do futuro; oque tem de ser feito.

• De «Há alguns que questionam a amplitude das nossas ambições…» (linha 54) até «…entre a nossa segurança e osnossos ideais.» (linha 70): Concessão aos adversários.

• De «Os nossos Pais Fundadores…» (linha 71) até «…qualidades moderadas de humildade e sobriedade.» (linha 81): A lição e o exemplo da história; carta; Constituição.

• De «Nós somos os defensores deste legado…» (linha 82) até «…anunciando uma nova era de paz.» (linha 95):Continuação do legado herdado, do modo de vida americano; a diversidade étnica e cultural é uma força e nãouma fraqueza.

• De «Para o mundo muçulmano…» (linha 96) até «…nós devemos mudar também.» (linha 105): As parcerias e aspromessas aos seus aliados e amigos.

• De «Ao considerarmos o caminho…» (linha 106) até «…prestar o mais sagrado juramento.» (linha 128): Com o exem-plo dos bravos e a ajuda de todos será possível ser melhor; apesar de instrumentos e desafios novos, estes devemser travados com os mesmos valores.

• De «Portanto, assinalemos este dia…» (linha 129) até «…os Estados Unidos da América.» (linha 141): Assinalar esteacontecimento como a revalidação de todos os princípios da luta pela liberdade e dos valores democráticos quefizeram da América o que ela é.

2.1• A voz poderosa e invulgar, a articulação e a excelente dicção do orador devem ser assinaladas como um fator

determinante na captação da atenção dos ouvintes, assim como o seu carisma e a sua presença física, a boa figura,

158

Page 160: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

a elegância, o sorriso, a tranquilidade que inspira confiança; poder-se-á ainda acrescentar que a sua origem afri-cana personifica o caráter multicultural que caracteriza os Estados Unidos.

• A confissão de humildade e agradecimento, a emotividade, o uso do nós em vez do eu, o apelo às referências eaos fundamentos da nação americana.

• A repetição anafórica: Hoje – presentificação do momento da sua eleição como início de mudança e ruturacom o passado. Este/estes – enunciação e enumeração das suas prioridades.

• Construções simétricas: «Construiremos estradas e pontes, redes elétricas e linhas digitais que sustentem onosso comércio e nos unam. Voltaremos a dar à ciência o lugar que merece e dominaremos as maravilhas datecnologia para melhorar os cuidados de saúde a um custo menor. Aproveitaremos o sol e os ventos e o solocomo combustível para os nossos carros e fábricas. E transformaremos as nossas escolas e universidadespara satisfazer as exigências de uma nova era.»

• O uso de metáforas, de enumerações e de comparações.

3. Sugestão de resposta: O discurso do presidente americano ao ser iniciado com as palavras «Estou aqui hoje comhumildade perante a tarefa que nos é imposta, grato pela confiança que me concederam, consciente dos sacri-fícios consentidos pelos nossos antepassados» denota uma extraordinária capacidade oratória (potenciada pelasua formação em Direito), que desde o famoso «yes we can» (que ficou para a posteridade), galvanizou não só osamericanos mas todo o planeta.  A sua sensibilidade faz dele um cidadão de perfil conciliador, capaz de convocarpara o seu discurso parceiros e adversários. As suas palavras são profundamente marcadas pela negociação, mastambém pelos aspetos programáticos: é importante o que vamos fazer e como vamos fazer.

A construção rigorosa do seu discurso assenta em oposições simples e binárias para demarcar as suas priorida-des, favorecendo a coerência e a clareza da sua mensagem: a cada progressão temática das suas intenções polí-ticas, opõe o que os seus potenciais opositores criticam, apontando soluções para cada um dos problemasdiagnosticados, demarcando-se claramente de um passado de estagnação e de falta de confiança para umfuturo de prosperidade e de esperança, invocando as grandes personalidades e os homens e as mulheres anóni-mos que fizeram e fazem a grandeza da América.

Para além das técnicas retóricas e da eloquência do orador, a quem alguém já chamou o novo Cícero, a constru-ção do seu discurso gira em torno de três ideias-chave: a esperança num mundo melhor; a capacidade do povoamericano para fazer o impossível; a união de todos para forjar a mudança tendo como referência os valoresfundadores da nação americana.

Avaliação da competência de compreensão oral (página 54)

1. c); 2. d); 3. b); 4. c); 5. c); 6. d); 7. b); 8. d); 9. b); 10. c).

Sequência 3

Avaliação da competência de compreensão oral (página 81)

1. F – Em Portugal, o romantismo emerge num clima revolucionário.2. V3. F – Em 1825 e 1826, Garrett publica os poemas «Camões» e «D. Branca» em Paris.

159

Page 161: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

4. V5. F – O romantismo caracteriza-se pela rejeição dos modelos clássicos.6. F – Os românticos rejeitaram os princípios racionalistas do século XVIII.7. V8. F – No romantismo, revela-se gosto pela Idade Média.9. F – Tal como os escritores do classicismo, os românticos valorizam o que é próprio e nacional e não alheio.

10. V1 1. V12. F – O herói romântico é dominado pelo sentimento.13. V14. F – A paisagem romântica é revolta e tumultuosa, é o locus horrendus.15. F – A paisagem clássica é designada de locus amoenus.16. V17. V18. F – No texto dramático, os escritores românticos manifestam preferência pela prosa.19. F – Os escritores clássicos preocupam-se com a imitação dos modelos da Antiguidade Clássica.20. V

Avaliação da competência de leitura

Verificação de leitura de Frei Luís de Sousa (página 83)

1.1. f); 2. g); 3. i); 4. h); 5. c); 6. a).

2.6; 9; 1; 4; 7; 2; 5; 3; 10; 8.

3.3.1. c); 3.2. b); 3.3. a); 3.4. b); 3.5. a); 3.6. c); 3.7. b); 3.8. c); 3.9. b); 3.10. d); 3.11. a); 3.12. b).

Sequência 4

Verificação de leitura d’Os Maias (páginas 104 a 113)

1. a).

2. b).

3. Os Maias são uma família lisboeta, representante da alta burguesia, num conjunto de três gerações sucessivas:Afonso da Maia (primeira geração), Pedro da Maia (segunda geração) e Carlos da Maia (terceira geração).

4. Afonso da Maia e seu neto Carlos instalam-se no Ramalhete, em Lisboa, na rua de São Francisco, às JanelasVerdes, no outono de 1875.

5. b).

160

Page 162: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

6. Carlos da Maia

7. Santa Olávia era uma enorme quinta, o solar que a família possuía, na margem esquerda do Douro, em Resende.

8. Era o gato «pesado e enorme angorá, branco com malhas louras», que acompanha a família para a nova morada,«o fiel companheiro de Afonso».

9. Afonso e Eduarda Runa viveram em Inglaterra.

10. Pedro é o filho de ambos e teve uma educação à antiga portuguesa, privilegiando o latim e algumas práticasfossilizadas. Maria Eduarda Runa, a sua mãe, impõe este tipo de educação ao filho, o que o «condena» ao suicí-dio por não o ter preparado para enfrentar as adversidades da vida.

11. Apaixona-se por Maria Monforte.

12. Esta alcunha pejorativa deve-se ao facto de o seu pai estar ligado ao comércio de escravos, de ter feito fortunacomo comandante de um navio de transporte de escravos.

13. Afonso reage muito mal e não lhe dá a pretendida autorização.

Capítulos II, III e IV

1. Pedro casa com Maria Monforte contra a vontade de seu pai e partem para Itália, depois para França.

2. c).

3. Tomás de Alencar, o poeta.

4. A escolha do nome Carlos Eduardo deve-se ao facto de Maria Monforte estar a ler uma novela cujo herói tinhaeste nome.

5. b).

6. Pedro fica completamente transtornado, incapaz de enfrentar e resolver a adversidade, acaba por se suicidar,deixando uma carta para o pai.

7. Estudo do latim: não; exercício físico: sim; estudo de línguas vivas: sim; conhecimentos teóricos: não; conheci-mentos práticos: sim.

8. Eusébio Silveira (Eusebiozinho) e Teresinha.

9. Após as diligências de Afonso para encontrar a sua neta, foi-lhe transmitido que esta morrera em Londres.

10. Carlos queria exercer a sua profissão, ser útil, o que o seduzia na medicina era essa vida a sério, prática e útil;atraiam-no agora estes lados militantes e heroicos da ciência.

11. Ega queria escrever um livro, Memórias de um Átomo.

12. Carlos montou o seu consultório num lugar nobre da capital, em pleno Rossio.

13. Steinbroken: Diplomata da Finlândia; finlandês. Craft: Sem profissão, diletante, coleciona obras; inglês.Cruges: Pianista; português. Cohen: Banqueiro; português.

Capítulos V, VI e VII

1. O avô fazia o seu whist com os velhos parceiros: D. Diogo, o Sequeira e o conde de Steinbroken, o Taveira, o Cruges, o marquês de Souselas.

161

Page 163: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

2. c).

3. O teatro, o Grémio Literário, a casa dos Gouvarinhos (às terças-feiras), o Hotel Central, o Aterro…

4. Ega quer dizer que se vão à procura de companhia feminina para se divertirem.

5. d).

6. a).

7. No Hotel Central.

7.1 Neste jantar, Ega pretende homenagear Cohen, o marido de Raquel, por quem Ega está apaixonado e com aqual mantinha uma relação; o outro objetivo é o de apresentar Carlos à sociedade lisboeta.

8. c) teorias literárias.

9. Confrontam-se Ega e Alencar por defenderem teorias literárias diferentes: Ega é defensor das novas teorias daliteratura, do realismo e naturalismo, ao contrário de Alencar que defende o ultrarromantismo; esta discussãorevela uma sociedade dominada por valores tradicionais, a que se opõe uma nova geração, representante dageração de 70.

10. É Dâmaso Salcede.

11. Esta expressão é o nome de um prato (ervilhas) à Cohen, pois assim presta homenagem ao Cohen e à esposa.

12. Carlos conhece, por Alencar, alguns aspetos da vida de seus pais com os quais ele convivera, durante o períodoem que viveram em Lisboa.

13. b).

14. Carlos decide ir a Sintra com o objetivo de poder ver Maria Eduarda.

Capítulos VIII, IX e X

1. É Cruges, pois nunca tinha ido a Sintra e sua mãe recomenda-lhe que traga as queijadas.

2. Carlos saiu de casa, passou pela rua de São Francisco para apanhar Cruges, passaram pela estrada de Benfica,seguiram via Porcalhota e finalmente o break foi penetrando sob as árvores do Ramalhão, depois de avistaremas primeiras casa de Sintra.

3. c).

4. Lawrence, Nunes, castelo da Pena.

5. c).

6. Encontraram o Eusebiozinho e o amigo Palma acompanhados de duas espanholas, a Lola e a Concha.

7. Encontraram Alencar, o poeta.

8. a).

9. Carlos deixa Sintra desolado por não ter visto ou encontrada a deusa, a brasileira que esperava encontrar.

10. O amigo de Carlos, já no regresso, sucumbido exclamou – «Esqueceram-me as queijadas».

11. Por ele estar perto da brasileira e Carlos não a ter visto.

12. O romance entre Ega e Raquel Cohen é descoberto e Ega é posto fora de casa dos Cohen. «Você, seu infame,ponha-se já no meio da rua!»

162

Page 164: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

13. b) .

14. As corridas de cavalos decorrem numa quintarola arranjada para o efeito.

15. Carlos recebe um bilhete da Senhora Castro Gomes, de Maria Eduarda.

Capítulos XI, XII e XIII

1. Maria Eduarda morava na rua de São Francisco.

2. Carlos vai a casa de Maria Eduarda a seu pedido para consultar a governanta inglesa, Miss Sara.

3. O conde de Gouvarinho decide acompanhar a esposa ao Porto que ia aos anos do pai.

4. Carlos passava as suas tardes na rua de São Francisco em grande enlevo amoroso.

5. Foi Dâmaso que também por lá apareceu e houve algum desagrado, tornando-se o ambiente um pouco pesado.

6. Instalou-se no Ramalhete.

7. d).

8. a).

9. A Condessa de Gouvarinho faz alusões indiretas às novas ocupações de Carlos, acusando-o de passar o seutempo com a brasileira.

10. Carlos compra uma casa nos Olivais para Maria Eduarda se instalar.

11. Dâmaso revela o seu mau caráter e má formação e difama Carlos cheio de despeito, sentindo-se preterido porMaria Eduarda.

12. A Toca era o recanto idílico, nos Olivais, onde Maria Eduarda e Carlos da Maia partilharam as suas juras deamor. Objetivamente ligada à habitação de alguns animais, a toca representa simbolicamente o território deCarlos da Maia e de Maria Eduarda.

13. b).

14. Por causa da cabeça cortada e do sangue…

15. A Gouvarinho pede explicações a Carlos, discutem e terminam a relação.

Capítulos XIV e XV

1. Maria Eduarda muda-se para a Toca nos Olivais.

2. A relação amorosa de Carlos e Maria Eduarda evolui e têm a intenção de ficar juntos.

3. Foi Joaquim Álvares de Castro Gomes.

4. Ele revela-lhe que Maria Eduarda não é sua mulher e que ela é afinal Madame Mac Gren, que veio para os braçosdele, vindos de outros, que ela era uma mulher a quem ele pagava.

5. b).

6. Carlos ficou lívido, assombrado «só lhe restava o sentimento atordoado de uma coisa muito bela, resplandecendomuito alto, e que caia de repente, se fazia em pedaços de lama…» Carlos revolta-se e pensa na rutura.

7. Maria Eduarda conta a Carlos a sua infância, a vida atribulada com sua mãe, a sua fuga com o irlandês quemorre na guerra, a filha Rosa a seu cargo; procura dar aulas de piano em Londres mas nada dá certo, a sua mãeestá doente e falida, passa fome e vê a sua filha a passar privações e é aí que conhece Castro Gomes.

163

Page 165: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

8. b).

9. Palma Cavalão.

10. São uns ditos difamatórios e injuriosos a respeito de Carlos da Maia.

11. Dâmaso Salcede, cheio de despeito.

12. Cruges e Ega vão a casa de Dâmaso desafiá-lo, a pedido de Carlos. Ega convence-o a escrever uma carta naqual se retratava e refere que estava bêbedo quando proferiu as injúrias sobre Carlos.

13. Devido ao facto de Dâmaso ter acompanhado os Cohen e a Raquel, a Sintra durante o verão.

Capítulos XVI a XVIII

1. O sarau foi um verdadeiro desastre, evidenciando o gosto convencional e fossilizado dos portugueses dominadospor valores caducos, enraizados num sentimentalismo educacional e sociais ultrapassados.

2. É o Senhor Guimarães, o tio de Dâmaso, que vive em Paris.

3. Ele revela que Maria Eduarda é filha de Maria Monforte e de Pedro da Maia e entrega a Ega uma caixa com docu-mentos comprovativos.

4. É Ega que conta a Carlos toda a verdade.

5. Carlos, após uma primeira reação de revolta, continua a manter a relação incestuosa.

6. Afonso morre de desgosto, de ataque de apoplexia, no jardim do Ramalhete.

7. Carlos reconhece e aceita o castigo e decide afastar-se de Maria Eduarda.

8. Passados dez anos, Carlos regressa a Lisboa e reencontra Ega.

9. Essas pessoas evoluíram para pior, ajudando a retocar a imagem soturna da sociedade portuguesa, em contrastecom a beleza da terra.

10. Que está decadente, cada vez pior – «arrasta os seus derradeiros dias, caquética e caturra, a velha Lisboa fidalga».

11. Ia casar com alguém mais velho do que ela, um casamento de conveniência «para afrontar juntos a velhice».

12. Ambos começam a dar espirros aflitivos, pois Vilaça, seguindo uma receita de almanaque, fizera espalharcamadas espessas de pimenta branca sobre os móveis, os lençóis, as roupas…

13. As suas vidas parecem pautar-se por uma espécie de fanatismo muçulmano – «Nada desejar e nada recear…Não se abandonar a uma esperança nem a um desapontamento». Porém, logo a seguir correm para apanhar o«americano» que lhes permitirá chegar a horas ao jantar que marcaram no Hotel Central.

14. O romance acaba com uma nota irónica de Carlos e Ega correndo atrás do «americano» enquanto convicta-mente proclamavam que nada na vida os faria apressar o passo. Podemos então concluir que a teoria que ten-tavam pôr em prática era apenas uma defesa para evitar novos fracassos. Talvez ambos precisassem de umaluz, de um estímulo que os fizesse sair da decadência em que se encontravam.

Avaliação da competência de compreensão oral (página 115)

1. c); 2. d); 3. a); 4. d); 5. b); 6. c); 7. a); 8. b); 9. b); 10. c).

164

Page 166: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Sequência 5

Leitura interativa (página 141)

1. Aquando da inauguração da Casa das Histórias, museu da pintura de Paula Rego, os convidados observavam apintura de Paula Rego com exclamações de aprovação e até com alguma reverência, colocando a sua pintura(moderna) ao lado pintura antiga, conferindo-lhe, pois, a mesma importância. Havia, no entanto a «festa dafesta», ou seja o lado social, o estar ali para se mostrar e para ser visto, as conversas de circunstância, os sorri-sos, os gestos, o barulho de vozes que se entrecruza, o ruído de «copos e de corpos» de «braços que dançam emvez de pernas».

2. Segundo o autor a mundanidade, inventada por Proust é uma maneira de estar de quem nada faz/produz a queele chama «desocupação», mas, no entanto, muito «ocupada» a gerar vazios. Afinal, mundanidade é o mundodas aparências e do jogo social.

3. a) felino, arisco, inteligente…; b) fidelidade, amiga, solidária…; c) prosperidade, poupança, economicista…; d)indefinição, ambiguidade, esperteza…

4. Tudo o que está naquela Casa, tudo o que a pintura de Paula Rego representa é, afinal, a visão do homem nasociedade com as suas forças e as suas fraquezas, a capacidade de se superar, mas também de se violentar a siou a outrem. Assim, o génio artístico de alguns criadores tem o privilégio de tocar o mundo, ou seja, de oapreender na sua totalidade e, consequentemente, de o dominar para o destruir e para o substituir, pois, mos-trando, denunciando, através da arte, contribui para que cada um se veja com maior nitidez no espelho da pin-tura, neste caso, nesta casa, da pintura de Paula Rego.

5. Resposta pessoal.

6. De acordo com a visão de José Manuel dos Santos, Paula Rego faz o que quer e não os que os outros esperamdela. É distante e próxima, é sempre genuína, embora saiba sempre o que dizer de modo a proteger-se, não seexpondo demasiado. Não diz lugares-comuns, é muito perspicaz para tudo o que está à sua volta, analisando ocomportamento das pessoas como se fizesse um estudo para os seus quadros.

7. Visualismo descritivo: Escrita cinematográfica em planos sucessivos de conjuntos de pessoas como se fossemquadros sociais. Primeiro plano de Paula Rego.

Recursos expressivos (exemplos):

• Aliteração («cruzavam-se e colidiam.»).

• Repetição expressiva («A casa encheu-se de gente, e mais gente, e mais gente.»).

• Antítese («Paula Rego estava ali e estava fora dali. Sabe aproximar-se com distância. E sabe distanciar-se comproximidade.»).

• Enumeração («E queria levar consigo a frase ouvida, a mão agarrada, a face beijada, o quadro olhado.»; «Isto é,de segredos, de suspeitas, de ameaças, de crueldades, de crimes, de castigos. E de memórias, de enigmas, de adivinhas, de narrativas, de moralidades.»).

• Quiasmo («Todos estavam alegres por estarem ali e todos estavam ali para estarem alegres.»).

• Comparação.

• Ironia («Cá fora, no jardim, existia o movimento dos corpos e dos copos.»; «Havia a festa da festa: os braçosdançavam em vez das pernas. Os gestos cruzavam-se e colidiam.»).

• Dupla adjetivação («fatigada e feliz»).

165

Page 167: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

166

Simetrias nas construções frásicas. («Fugir para dentro de si, fugir para a pintura, fugir para Londres.»; «Todos aqueriam ver, todos lhe queriam falar, todos a queriam ouvir, todos a queriam tocar.»).

8.1 Tópicos:

• A pintura de Paula Rego traduz um olhar lúcido e cru da realidade social.

• Desenvolve temas difíceis de ver «retratados» que nos perturbam e nos emocionam.

• Os seus quadros são cheios de imaginação e ousadia que exprimem por vezes um olhar infantil. Os seustransbordam de emoções: ironia, medo, revolta e terror.

• A sua enorme capacidade de observar criticamente o que vê lembra os «quadros revoltados» de CesárioVerde.

• As suas figuras são pessoas vulgares, como as que habitam a poesia narrativa de Cesário Verde.

• Na sua deambulação, Cesário também apreende de modo lúcido e crítico a vida social, colocando-se sempredo lado dos mais fracos e mais desfavorecidos, exprimindo as suas emoções.

• Elogia os trabalhadores que honestamente ganham o seu pão e critica os que nada fazem e que exploram osmais fracos.

• O poeta foca lugares nauseabundos que nunca tinham sido colocados em verso, denuncia o outro lado quesustenta a ostentação e a grandeza.

• O poeta transfigura o que observa, filtrando a realidade através dos sentidos.

• Cesário pinta com palavras à maneira dos impressionistas.

• Paula Rego conta-nos autênticas histórias nos seus quadros.

9. Tópicos:

• A busca de melhores condições de vida e de oportunidades leva as pessoas a imigrar para as grandes cida-des.

• Cada vez mais populosas, as cidades são espaços de modernidade, mas também de degradação, de opulên-cia e de miséria, onde os contrastes são cada vez mais violentos.

• As cidades tornaram-se em lugares de desencontros e de solidão, espaços de verdadeiras tragédias sociais,onde os idosos engrossam as estatísticas de suicídios, de maus tratos, de negligência ou de indiferença.

• a inclusão é uma miragem, tal como a proximidade e as relações sociais, o encontro de culturas quase nãoacontece.

• Na cidade, o fosso entre o egoísmo e a bondade parece muito maior e a batalha que se trava é a da humani-dade.

• A cidade do encontro pode também ser urbana, próxima de cada um, com grande densidade e complexidaderelacional.

• A cidade do futuro pode ser uma cidade de aprendizagem e de educação permanente; uma cidade nova emadura na sua liberdade e na sua intimidade. A cidade do encontro pode deixar de ser utopia e passar a serpossível.

Avaliação da competência de compreensão oral (página 143)

1. b); 2. c); 3. b); 4. c); 5. a); 6. d); 7. a); 8. c); 9. a); 10. b).

Page 168: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia
Page 169: 03d97bf9b5aa954c237fedae4b20222ee6eeb183 - Cópia

Inte

raçõ

es 11

.oan

o • C

ader

no d

e A

poio

ao

Prof

esso

r