18
XX 118 05/07/2012 * R$ 3 bi para falsos seguros - p.01 * Sacolas: 663 lojas foram autuadas - p.03 * Juiz proíbe divulgação de salários de servidores - p.15

05 Julho 2012

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Clipping Geral Eletrônico

Citation preview

Page 1: 05 Julho 2012

XX 118 05/07/2012

* R$ 3 bi para falsos seguros - p.01

* Sacolas: 663 lojas foram autuadas - p.03

* Juiz proíbe divulgação de salários de servidores - p.15

Page 2: 05 Julho 2012

Marinella Castro e Pedro Rocha Franco

As associações e cooperativas que nasceram em Minas Gerais para comercializar a chamada proteção au-tomotiva, uma espécie de seguro vei-cular para carros e caminhões, estão se alastrando pelo país. Partindo de Minas, as organizações criaram bra-ços e proliferaram em estados do Sul e Sudeste, faturando alto no espaço que antes era reservado ao mercado oficial. Cálculos do setor de seguros dão conta de que no ano passado o mercado paralelo movimentou R$ 3 bilhões, que deveriam ser direciona-dos às empresas formais. Os falsos seguros deixaram de ser negócio pe-queno para movimentar volume que já corresponde a cerca de 15% dos prêmios arrecadados em 2011 no seg-mento de automóveis.

No país está em curso uma briga bilionária envolvendo órgãos oficiais e as associações de proteção veicular, sob pressão do mercado oficial. Esti-mativas do setor de seguros já apon-tam para 500 mil veículos ligados ao segmento que aumenta sua operação no país, sem aval do órgão regulador. Na prática, um grupo de pessoas for-ma uma associação e a partir daí co-meça a capturar associados. O produ-to é chamado de falso porque é vendi-do sem permissão da agência regula-dora. O comércio não tem regulação ou intervenção do Estado, como no mercado formal. Em um ambiente sem reservas técnicas, também não há como garantir que as organizações conseguirão pagar suas indenizações. Como a cobrança ocorre na forma de rateio, ou seja, o prejuízo é dissolvido por todos os associados, é difícil pre-ver quanto o seguro custará ao térmi-no de um ano. Algumas associações estão formando filas para o rateio: em caso de acidente o segurado é obriga-do a esperar meses para ter o veículo consertado.

A Superintendência de Seguros Privados (Susep), Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF) operam em uma força-tarefa por meio da qual investigam a ação de cerca de 20 associações, além de ações civis públicas e criminais que tramitam na Justiça. Do outro lado, para fazer frente à fiscalização e de-fender o território ocupado, as asso-ciações brigam na Justiça, mudam de endereço e multiplicam CNPJs. Luciano Santanna, superintendente da Susep, aponta que associações da Grande BH foram identificadas man-tendo filiais na região dos lagos e em alguns bairros da capital do Rio de Janeiro.

Neival Freitas, diretor-executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), diz que o setor en-trou na briga, denunciando a prática, dando suporte a ações civis públicas e criminais. “O valor que se estima de desvios chega perto de 15% dos prêmios do mercado de seguros”, re-força. A reportagem procurou o MPF. O órgão preferiu não se pronunciar, informando que as investigações es-tão em curso.

Há dois anos, o transportador João Luiz Amorim tombou sua van na BR-040. Como de praxe, ele re-gistrou o boletim de ocorrência e acionou o falso seguro. Depois disso, encaminhou o veículo para a oficina, mas a Associação do Corpo de Bom-beiros Militar de Minas Gerais (As-cobom) não aceitou os parâmetros do orçamento e foi sugerido que João procurasse outra mecânica. O reparo seria pago em duas prestações. Entre as divergências, o entendimento do transportador era que o acidente ha-via resultado em perda total, enquan-to a credenciada considerava ser pos-sível recuperar a van. As condições não foram aceitas e João Luiz se viu obrigado a entrar na Justiça. Para pio-rar, ele teve que arcar com o conserto

de R$ 3 mil do caminhão envolvido no acidente.

Depois de pagar regularmente o “seguro”, o administrador de empre-sas Bruno Catta Preta Pereira teve o carro roubado em fevereiro. A em-presa pediu 30 dias para encontrá-lo, caso contrário pagaria imediatamente. Mas, em abril, ele ficou sabendo que só receberá em setembro. “Disseram que tenho que entrar na fila do rateio. E não tenho outra saída. Se entro na Justiça, pode ser que demore mais.”, afirmou. Nas associações , além do rateio (valores dividido pelo grupo) que faz o associado perder o controle dos valores do seguro, não há garan-tias de que a empresa terá solvência para quitar as indenizações devidas, uma vez que não existe fiscalização ou reserva técnica. O Estado de Mi-nas entrou em contato com a Asco-bom, mas até o fechamento da edição não teve retorno.

Multas inibem açãoMarinella Castro e Pedro Rocha

FrancoSomente na primeira quinzena de

maio cerca de 300 reclamações de con-sumidores envolvendo o mercado da chamada proteção automotiva foram registradas na Susep. Cálculos da supe-rintendência apontam que perto de 200 associações agem no país, sendo 90% delas no mercado automotivo. A maio-ria expressiva, mais de 150, teria sede em Minas Gerais. No país, a Justiça já mandou fechar 16 falsas cooperativas – sendo 15 em Minas. As ações foram transitadas em julgado.

Em Minas a investigação no mer-cado da proteção automotiva foi ini-ciada pelo Ministério Público Estadual (MPE), mas o inquérito agora está sob responsabilidade do MPF. Em sua ope-ração, o MPE chegou a mover ação ci-vil coletiva contra a Ascobom pela ven-da sem controle da chamada proteção automotiva. No então entendimento do MP, a operação não é regulamentada

estado de minas - P. 12 - 05.07.2012R$ 3 bi para falsos seguros

Associações irregulares já movimentam 15% do valor arrecadado pela proteção de veículos do mercado formal. Susep, Polícia Federal e Ministério Público investigam 20 empresas

01

Page 3: 05 Julho 2012

– e, por isso, é ilegal.Uma das estratégias da força-tare-

fa, organizada pelas instituições fede-rais, está na aplicação de multas que correspondem ao valor de arrecadação das associações. No mês passado, a Su-sep aplicou penalidade no valor de R$ 241,1 mil à Associação de Proteção de Veículos do Brasil (Astruck), de Conta-gem, na RMBH. Segundo informações do órgão regulador o valor da penalida-de varia de acordo com a arrecadação da empresa.

Procurado pela reportagem, o ad-vogado da empresa, Renner Fonseca,

diz que a associação está recorrendo da multa tanto judicialmente quanto ad-ministrativamente. “A Susep não tem competência para fiscalizar uma asso-ciação sem fins lucrativos. A associa-ção não é uma seguradora”, afirmou o advogado. “Somos como uma coopera-tiva de crédito”, compara. Segundo ele, o mercado surgiu especialmente para proteger caminhões e a frota usada.

Paralelo e caroQuando se trata de veículos leves,

o preço das associações nem sempre é mais competitivo que o mercado for-

mal. Quem liga para uma associação de Contagem, na Grande BH, com página na internet, escuta a seguinte proposta: “Para fazer o seguro de um Gol modelo 2009, quatro portas, 1.0, é preciso um desembolso de R$ 136 ao mês, outros R$ 120 de taxa de adesão e mais cer-ca de R$ 200 para instalação de sensor obrigatório.” A franquia não pode ser inferior a dois salários mínimos e em caso do chamado sinistro, ou acidente, é preciso ficar fiel à associação durante um ano, pelo menos. No mercado re-gular o preço para serviço semelhante é de R$ 240 ao mês.

Cont.... estado de minas - P. 12 - 05.07.2012

02

Page 4: 05 Julho 2012

ANA PAULA PE-DROSA

Em junho, a Secre-taria Municipal de Ser-viços Urbanos autuou 663 estabelecimentos de Belo Horizonte por descumprirem a lei que obriga o uso de sacolas compostáveis. O núme-ro corresponde a 34% dos cerca de 2.000 es-tabelecimentos fisca-lizados entre os dias 5 e 15 de junho, quando houve uma ação espe-cífica com este foco. Entre os autuados, nove que já tinham sido no-tificados anteriormente foram multados em R$ 1.065,70.

A fiscalização da prefeitura confere as notas fiscais das sacolas e também verifica se as embalagens trazem as inscrições obrigatórias como nome do fabri-cante, CNPJ, menção ao atendimento à NBR 15448-2:2008 e os ter-mos “Biodegradável e Compostável”. A com-posição das sacolas, porém, não pode ser comprovada, porque ainda não há um convê-nio com um laboratório para realizar os testes.

Na terça-feira, em audiência pública na Assembleia Legislativa, o coordenador do labo-ratório de ciência e tec-nologia de polímeros da UFMG, Roberto Frei-tas, disse que há quatro

meses o local recebeu uma visita de técnicos do Procon e que, desde então, espera uma soli-citação para formalizar a parceria. No mesmo dia, a coordenadora do Procon, Maria Laura dos Santos, informou que o convênio não é de responsabilidade da ins-tituição, mas de outros órgãos da prefeitura que também estiveram no laboratório.

A Secretaria Mu-nicipal de Serviços Ur-banos disse, ontem, por meio da assessoria de imprensa, que o órgão “busca parceria com instituições habilitadas para a realização de tes-tes a fim de verificar se as sacolas distribuídas estão em conformidade com o que é previsto na Lei 9.529/2008”. Os fis-cais já estão recolhendo embalagens suspeitas, A secretaria não informou o motivo de o convênio técnico não ter sido fir-mada até hoje.

Desde novembro de 2011, há fortes indícios de fraudes na compo-sição das sacolas ven-didas na capital. Testes realizados pela UFMG em 20 sacolas consta-taram que apenas uma atendia à legislação. Pesquisa da Newton Paiva com 105 embala-gens recolhidas no co-mércio da capital cons-tatou que apenas 20%

estavam em conformi-dade com as normas. O Instituto Ideais, de São Paulo, e o Centro Fede-ral de Educação Tecno-lógica (Cefet) também já apontaram que as sacolas vendidas como compostáveis são, na verdade, de plástico co-mum, reciclado ou oxi-biodegradável, todos proibidos pela legisla-ção municipal.

Reunião no MP foi

adiada para hoje

Ficou para hoje a reunião entre o Minis-tério Público de Minas Gerais (MPMG) e os representantes de su-permercados, órgãos de defesa do consumidor e técnicos para tratar do preço uniformizado das sacolas nos supermerca-dos, do fato de todos os supermercados cobra-rem pelas embalagens, apesar de a lei permitir a distribuição gratuita de compostáveis e das suspeitas em fraude na composição das sacolas. O promotor de Justiça, Amaury Artmos, diz que pretende encontrar uma solução conciliada, mas promete tomar as providências necessá-rias caso não seja possí-vel. (APP)

Fiscalização

Sacolas: 663 lojas foram autuadasConvênio entre UFMG e órgãos públicos se arrasta há quatro meses

o temPo - mg - on Line - 05.07.2012

03

Page 5: 05 Julho 2012

04

Page 6: 05 Julho 2012

HoJe em dia - bH - mg - P. 06 - 05.07.2012

05

Page 7: 05 Julho 2012

HoJe em dia - bH - mg - P. 10 - 05.07.2012 HoJe em dia - bH - mg - P. 07 - 05.07.2012

06

Page 8: 05 Julho 2012

estado de minas - bH - mg - P. 02 - 05.07.2012em dia Com a PoLítiCa

Cantor desafinadoO Ministério Público Eleitoral ajuizou ação contra o cantor

sertanejo Zezé di Camargo e o prefeito de Bom Despacho, Ha-roldo de Souza Queiroz (PDT), por propaganda extemporânea e uma ação de investigação contra os dois, que teriam estimulado o público a vaiar um vereador de oposição. O show, bancado pela prefeitura, era para ser gratuito, mas houve cobrança dos camaro-tes mais chiques. Daí a reclamação. Se condenados, os acusados terão que pagar multa de R$ 170 mil. O prefeito pode perder tanto o registro da candidatura quanto ficar inelegível por oito anos.

o temPo - bH - mg - P. 02 - 05.07.2012a PaRte

bom despacho

Prefeito e cantor são processadosUm cantor sertanejo e o prefeito de Bom Despacho, Harol do

Queiroz (PDT), irão responder na Justiça por suspeita de propaganda extemporânea durante a festa de cem anos do município da região Central de Minas. O Ministério Público Eleitoral ajuizou ação contra eles após apurar que o músico, durante um show, estimulou o público a vaiar e desqualificar um vereador. Além disso, o artista teria feito promoção do atual chefe do Executivo. Os denunciados poderão ser condenados a pagar multa de R$ 170 mil cada, além de ficarem ine-legíveis por oito anos.HoJe em dia - mg - P. 4 - 05.07.2012

07

Page 9: 05 Julho 2012

HoJe em dia - bH - mg - P. 11 - 05.07.2012

08

Page 10: 05 Julho 2012

Cont... HoJe em dia - bH - mg - P. 11 - 05.07.2012

09

Page 11: 05 Julho 2012

Humberto Siqueira - Estado de MinasUm segmento que já movimenta R$ 30 milhões em Belo Ho-

rizonte e que ajuda a conservar o patrimônio arquitetônico tombado da capital. Esse foi o propósito da criação da Unidade de Transferên-cia do Direito de Construir (UTDC), uma moeda que pode ser gerada por imóveis tombados quando restaurados. São cerca de 700 deles na cidade.Segundo o Conselho do Patrimônio Municipal de Belo Hori-zonte, cerca de 5% desses imóveis estão em péssimo estado de conser-vação, relegados pelos próprios proprietários, e, assim, ficam à mercê da invasão de moradores de rua e até de criminosos. Esse descaso ocorre pela falta de informação desses proprietários sobre a Lei de Transferência do Direito de Construir (Lei Municipal 7.165, de 27 de agosto de 1996).

Mas a lei só começou a pegar mesmo depois de 2003, quando os grandes terrenos em Belo Horizonte começaram a ficar mais escassos. O UTDC é uma moeda que permite ao construtor extrapolar o coefi-ciente de uso e ocupação do solo em até 20%, baseado no coeficiente disponível e não utilizado em imóveis tombados, que não podem ser demolidos, alterados ou descaracterizados.

Segundo o engenheiro civil e diretor executivo da Decisão Enge-nharia, especializada na comercialização de UTDCs, Maurílio Duarte Câmara, “o regulamento consiste em beneficiar os proprietários de imóveis com restrições urbanísticas, que, quando tombados, sofrem com a desvalorização natural. Esses imóveis geralmente têm potencial construtivo transferível, que pode ser aproveitado por outros imóveis, que a lei chama de receptores. O cálculo dessa área resulta na moeda denominada UTDC”, detalha. A lei, contudo, restringe-se aos imóveis tombados em bom estado de conservação.CíRCULo ViRtUoso

Ainda de acordo com o engenheiro, todos os envolvidos no pro-cesso são beneficiados. O dono do imóvel tombado, que tem o bem restaurado e valorizado; as construtoras e incorporadoras, que, com a compra, aumentam a capacidade construtiva de seus empreendimentos e o rendimento nos negócios; a prefeitura, que passa a arrecadar mais impostos com o aumento de área dos empreendimentos receptores; e a própria cidade de Belo Horizonte, pois, nesse processo, terá seu pa-trimônio preservado.João Bosco Kuimara é proprietário de um imóvel tombado na esquina das ruas Espírito Santo e AImorés, no Bairro de Lourdes. “Considero-me um preservacionista. Comprei o imóvel já sabendo que era tombado. Só depois descobri essa legislação, que é de alta valia. O dinheiro arrecadado com o UTDC auxilia o proprietário na manutenção constante do imóvel”, defende.aLienação da UtdC

Depois da análise da solicitação e constatação de que o imóvel faz jus à Transferência do Direito de Construir, é emitida pela Pre-feitura de Belo Horizonte a Certidão de Transferência do Direito de Construir – Imóvel Gerador, documento que certifica a área líquida possível de ser transferida. De posse dessa certidão, o proprietário do imóvel gerador providencia a averbação em cartório de imóveis e, a partir daí, pode alienar as UTDCs, total ou parcialmente, inclusive em momentos diferentes.Belo Horizonte conta com cerca de 700 imóveis tombados pelo patrimônio histórico, sejam residenciais ou comerciais, que contam com um mercado em ascensão para ajudar a preservá-los: a comercialização de potencial construtivo transferível, por meio da moeda Unidade de Transferência do Direito de Construir (UTDC).

Desses 700, cerca de 500 realmente podem gerar a UTDC, cujo preço varia de R$ 400 a R$ 1,2 mil, de acordo com a região do imóvel gerador. Cabe à PBH dizer quantas UTDCs uma empresa vai precisar para extrapolar o potencial construtivo do terreno. Mas o preço do metro quadrado comprado por meio dessa moeda é mais baixo do que o metro quadrado do terreno. “A diferença de preço se deve também

a algumas regras da PBH: um imóvel receptor na Zona Central de BH só pode comprar UTDCs provenientes do mesmo zoneamento ou da Zona Hipercentral”, exemplifica Márcia Junqueira, assessora técnica da Secretaria Municipal Adjunta de Regulação Urbana.

A fórmula para o cálculo de UTDCs leva em conta o preço do metro quadrado do terreno, de acordo com o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e a área e o saldo da área líquida transferí-vel. Os valores a serem recebidos pelo proprietário do imóvel gerador costumam ser altos. “Ter um imóvel tombado é um bom negócio”, garante Maurílio Duarte Câmara, engenheiro civil e diretor executivo da Decisão Engenharia.

Atenta a essa demanda, a empresa especializou-se em restaura-ção de imóveis tombados pelo patrimônio histórico e criou um banco para comercialização de UTDCs. “Esse trabalho permite proporcio-nar um retorno significativo aos proprietários de imóveis tombados. Incentivamos esses proprietários a restaurar seu imóvel e, em alguns casos, utilizando recursos próprios da empresa, podendo restituir es-ses valores investidos por meio da comercialização das UTDCs ou com elas próprias, desde que estejam disponibilizadas ao mercado por meio desse banco.”Atualmente, o banco conta com mais de 500 mil UTDCs. Em 2011, ano recorde para a empresa, foram negociados 60 mil moedas. “A procura tem aumentado bastante com a falta de terre-nos maiores e a mudança na Lei de Uso e Ocupação do Solo. Deveria ser criada uma lei estadual parecida, pois tem muito imóvel histórico que poderia ser beneficiado com esse incentivo”, completa Maurílio.ContRoLe

Para o diretor da Decisão Engenharia, Maurílio Duarte Câma-ra, ter um imóvel tombado é um bom negócio (Jair Amaral/EM/D.A Press)

Para o diretor da Decisão Engenharia, Maurílio Duarte Câmara, ter um imóvel tombado é um bom negócio

As UTDCs são geradas apenas uma vez e podem ser vendidas para diferentes receptores. Se uma pessoa tem 5 mil UTDCs e vende mil, vai receber uma segunda certidão depois da venda, com o devido abatimento. “A prefeitura tem todo o controle dessas moedas. Quando compra a moeda para um projeto, a construtora tem que nos apresentar essa certidão e o projeto é conferido para garantir que não extrapo-le mais de 20% do potencial construtivo do terreno”, avisa Márcia Junqueira, assessora técnica da Secretaria Municipal Adjunta de Re-gulação Urbana.José Eduardo Rubim de Moura, presidente do Cen-tro Educacional Professor Estevão Pinto, negociou no ano passado as UTDCs relativas a um imóvel da instituição. O casarão, na Serra, pertenceu ao próprio Estevão Pinto e fica numa área de 4 mil metros quadrados. “O dinheiro veio em hora muito oportuna. Com ele paga-mos pela restauração do imóvel e a maior parte ainda está guardada para uma emergência. Agora, pretendemos alugar o casarão. A verba ajudará na despesa da creche, que atende 600 crianças”, pontua.

O processo para gerar as UTDCs junto à PBH levou dois anos, mas José Eduardo ficou satisfeito. “É uma forma de compensar o pro-prietário. O tombamento desvaloriza o imóvel em cerca de 25%.”

Como funciona a comercialização de UTDC» Os donos dos imóveis tombados entram em contato com uma

empresa ou profissional que tem o desejo de vender suas UTDCs;» A empresa avalia a quantidade de UTDCs do imóvel disponível

para venda, conforme a lei;» Feita a avaliação, a empresa fecha con-trato com o proprietário do imóvel tombado, abre o processo de Trans-ferência do Direito de Construir e inicia a restauração para gerar o Potencial Construtivo Transferível, que será convertido em UTDCs;

» Construtoras, incorporadoras, engenheiros e arquitetos que querem aumentar o potencial construtivo do seu empreendimento compram UTDCs que sejam compatíveis com o terreno receptor.

Preservar imóveis históricos pode ser lucrativoModalidade criada por construtora favorece a restauração de imóveis

tombados em BH e movimenta mercado imobiliário na cidade

estado de minas - bH - mg - on Line - 28.06.2012

10

Page 12: 05 Julho 2012

o temPo - bH - mg - P. 27 - 05.07.2012

11

Page 13: 05 Julho 2012

HoJe em dia - bH - mg - P. 09 - 05.07.2012

12

Page 14: 05 Julho 2012

Valquiria Lopes

Será ouvida hoje na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescen-te (Depca), na Região Centro-Sul de Belo Ho-rizonte, a babá E. V. S., de 31 anos, suspeita de ter cometido maus-tratos contra um bebê de dois meses e meio. A menina, filha da empresária A.H., de 39 anos, foi diagnosti-cada com a síndrome do bebê sacudido, que ocor-re quando uma criança, geralmente lactente, é violentamente balançada gerando graves proble-mas cerebrais. Ela deu entrada há 20 dias em es-tado de coma no Hospi-tal Mater Dei, no Bairro Santo Agostinho, Região Centro-Sul, onde perma-nece internada com le-sões neurológicas e risco de ficar cega e com para-lisia cerebral.

Apesar de ter recebi-do indicação para traba-lhar na casa da criança, a funcionária está sendo considera a principal sus-peita pela violência por ter sido a única pessoa que teve contato com a menina no dia em que ela passou mal. A babá já prestou depoimento uma vez e, segundo o delega-do Geraldo Toledo, que está à frente do caso, ela prestou informações in-coerentes.

Outro forte indicati-

vo de suspeita contra E. está descrito no Boletim de Ocorrência feito pela mãe junto à Polícia Mili-tar. No documento consta que após levar a menina ao hospital, a pedido da mãe que saiu do trabalho para encontrar a filha e a funcionária na unidade de saúde, a babá teria volta-do ao trabalho, no Bairro Serra, na companhia do sobrinho da empresária para buscar a certidão de nascimento da crian-ça. Mesmo tendo ido sob orientação da patroa, a babá não retornou ao hospital e nem mesmo ao trabalho. “Os pais acre-ditam que a babá possa ter maltratado a menina. Ela já depôs, mas vou voltar a ouvi-la tendo em vista que os depoimentos da família e dos antigos patrões trouxeram novos elementos à investiga-ção”, afirmou Toledo.dePoimento

Conforme o policial, no dia em que depôs, E. negou que tenha sido agressiva com a menina. Disse que estava prepa-rando a mamadeira da criança, enquanto ela es-tava no carrinho ao lado, e que de repente teria dado um gritinho. Ainda segundo o depoimento da babá ao delegado, a menina teve uma convul-são, momento em que ela ligou para a patroa co-municando o fato. Foi aí

que a empresária a teria orientado a pegar um táxi e dirigir-se com a crian-ça até o hospital. O fato ocorreu em 15 de junho.

Na unidade hospita-lar, o bebê foi avaliado por neurologistas e oftal-mologistas, passou por exames de ressonância magnética e tomografia que detectaram um coá-gulo no cérebro e o rom-pimento dos vasos ante-riores dos olhos, o que pode causar cegueira. As informações constam em um relatório médico de 200 páginas anexadas ao inquérito. O caso foi de-nunciado à polícia pela direção do Mater Dei, dois dias depois da inter-nação da criança.

De acordo com o delegado, se comprova-da a culpa da babá, ela pode responder por lesão corporal gravíssima ou tentativa de homicídio. A pena pode chegar a 20 anos de prisão caso a de-núncia seja confirmada. Se ela não comparecer à delegacia hoje, o in-vestigador afirmou que pode pedir a prisão pre-ventiva dela. Emocional-mente abalados, os pais da criança não estão se pronunciando sobre o caso. No trabalho da em-presária, uma funcioná-ria informou que desde o dia da internação ela fica praticamente o dia intei-ro no hospital.

estado de minas - on Line - 05.07.2012 inVestigação

Polícia ouve babá suspeita`de maus-tratos Delegado apura se mulher chacoalhou com violência menina internada em hospital de BH

com lesão cerebral. A criança foi diagnosticada com a chamada ‘síndrome do bebê sacudido’

13

Page 15: 05 Julho 2012

metRo - bH - mg - P. 04 - 05.07.2012

14

Page 16: 05 Julho 2012

BRASÍLIA. No mes-mo dia em que o presi-dente da Câmara Marco Maia (PT-RS), anunciou que iria divulgar os nomes e os salários dos servido-res da Casa na internet, o juiz federal Francisco Neves da Cunha, da 22ª Vara do Distrito Federal, concedeu decisão provi-sória suspendendo a di-vulgação da remuneração dos servidores públicos na web. A divulgação está prevista na Lei de Acesso à Informação.

Num primeiro mo-

mento, o juiz determinou que a União se abstenha de realizar novas divulga-ções dos rendimentos dos servidores. Numa segunda decisão, provocado pela Confederação dos Servi-dores Públicos Federais, ele estendeu os efeitos da medida aos servido-res cujos dados já foram divulgados no Portal da Transparência. A confe-deração alega que os mais de 700 mil servidores “es-tão com suas informações escancaradas na internet, sofrendo dia a dia, minuto

a minuto, danos irrepa-ráveis”. Cunha disse que irá ouvir a União antes de tomar sua decisão defini-tiva.CâmaRa

Antes de divulgada a decisão do juiz, o presi-dente da Câmara, Marco Maia disse que iria divul-gar ontem os salários dos servidores da Casa. Tam-bém ontem, a Câmara oficializou o reajuste em 30% da verba de gabinete dos 513 deputados fede-rais, que passou de R$ 60 mil para R$ 78 mil.

o temPo - on Line - 05.07.2012 internet

Juiz proíbe divulgação de salários de servidores

o temPo - bH - mg - P. 16 - 05.07.2012

15

Page 17: 05 Julho 2012

HoJe em dia - mg - P. 2 - 05.07.2012

16

Page 18: 05 Julho 2012

Estamos cons-tatando, há algum tempo, que o go-verno se tem perdi-do na condução da política econômi-ca, esquecendo-se dos seus objetivos. Isso se comprova mais uma vez na intenção de rever a política das com-pras com cartão de crédito.

Até então, a posição firme era de proibir as lojas de cobrar preço su-perior nas compras com cartão. Agora, três organismos ofi-ciais - o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Secre-taria Nacional do Consumidor (Se-nacom) e o Banco Central - estão estu-dando uma reforma das normas para os Procons do Brasil para permitir taxar as vendas pagas por meio de cartões.

O primeiro efeito dessa medi-da seria de reduzir as vendas no vare-jo que já há alguns anos são feitas com os cartões de crédi-to.

As lojas não têm obrigação de aceitar pagamen-

to com cartão de crédito, se aceitam essa modalidade de pagamento é porque se trata de um meio de atrair clientes e vender mais.

Isso explica por que aceitam pagar uma remuneração ao administrador do cartão que, por sua vez, assume o risco da inadimplência e de receber o valor da venda alguns dias depois da sua efetivação.

Além disso, não devemos ter ilusões, as lojas in-cluem esses custos no preço à vista, como mostra a di-ficuldade para se obter um desconto quando o compra-dor está propondo pagamento imedia-to em dinheiro.

Mais estranho ainda é o fato de que muitas lojas oferecem a seus clientes distribuir o pagamento no car-tão em três ou seis vezes sem cobrar nenhum juro, o que faz pensar que os lojistas, com a ga-rantia de que o ad-ministrador do car-tão pagará a conta, estão interessados

em vender em pra-zo maior sem ter perdas.

O uso do cartão de crédito foi uma boa invenção para os compradores que, deste modo, não precisam por-tar dinheiro vivo, evitando roubos e a expansão da base monetária. Os ban-cos se associaram a essa inovação, mesmo precisando enfrentar despesas em caso de clona-gem do cartão ou de inadimplência, que, aliás, é com-pensada pelos juros astronômicos que cobram para finan-ciar os pagamentos em caso de atraso dos titulares dos cartões de crédito.

É difícil negar que o cartão de cré-dito favoreceu as vendas varejistas e a vida dos com-pradores. Podemos entender que as autoridades mone-tárias estejam pre-ocupadas com um excesso de uso dos cartões, que favore-ce a inadimplência e o endividamento. Caberia apenas aos bancos se mostra-rem mais exigentes na distribuição dos cartões.

o estado de sP - on Line - 05.07.2012

Vendas com cartão não podem ter preço superior

17