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40 1. INTRODUÇÃO CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA Dividido em 19 Regiões Administrativas (Tabela 1), o Distrito Federal (DF), unidade da Federação localizada no centro geográfico do país, Planalto Central, possui uma área de 5.822,1 km². No extremo superior das estimativas populacionais para o ano 2000 situa-se a Ceilândia, com 379.386 (18,8%) habitantes; e no inferior, a Candangolândia, com 15.305 (0,8%) habitantes. TABELA 1 - ESTIMATIVA POPULACIONAL DO DISTRITO FEDERAL POR REGIÃO ADMINISTRATIVA, 2000 Região Administrativa Populaç ão Região Administrativa Populaçã o RA I – Brasília 227.456 RA XI- Cruzeiro 62.801 RA II – Gama 135.339 RA XII – Samambaia 172.830 RA III – Taguatinga 246.211 RA XIII – Santa Maria 96.034 RA IV – Brazlândia 52.634 RA XIV – São Sebastião 48.918 RA V – Sobradinho 112.226 RA XV – Recanto das Emas 56.803 RA VI – Planaltina 128.555 RA XVI – Lago Sul 32.634 RA VII – Paranoá 51.771 RA XVII – Riacho Fundo 23.571 RA VIII – Núcleo Bandeirante 34.948 RA XVIII – Lago Norte 29.135 RA IX – Ceilândia 379.386 RA XIX – Candangolândia 15.305 RA X – Guará 114.604 DISTRITO FEDERAL 2.020.965 Fonte: GDF/CODEPLAN Das Regiões Administrativas, Brasília foi a única inicialmente planejada. Nela concentram-se a maior parte dos empregos existentes no DF e as pessoas com rendimentos mais elevados, as quais dispõem de melhor infra-estrutura urbana que as residentes nas demais regiões. A formação das outras localidades, também denominadas cidades-satélites, ocorreu de forma diversa e gradativa. Algumas surgiram do intenso fluxo migratório estabelecido para Brasília - sobretudo do Nordeste - desde o início de sua construção; outras, para abrigar os funcionários públicos dos governos federal e local.

1. INTRODUÇÃO · 2020. 7. 31. · Assim, em 1978, o DF, com 1.006.182 habitantes, dispunha de uma rede de serviços aquém da inicialmente planejada, funcionando por meio de considerável

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1. INTRODUÇÃO

CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

Dividido em 19 Regiões Administrativas (Tabela 1), o Distrito Federal (DF), unidade da Federação localizada no centro geográfico do país, Planalto Central, possui uma área de 5.822,1 km².

No extremo superior das estimativas populacionais para o ano 2000 situa-se a Ceilândia, com 379.386 (18,8%) habitantes; e no inferior, a Candangolândia, com 15.305 (0,8%) habitantes.

TABELA 1 - ESTIMATIVA POPULACIONAL DO DISTRITO FEDERAL POR REGIÃO ADMINISTRATIVA, 2000

Região Administrativa População

Região Administrativa População

RA I – Brasília 227.456 RA XI- Cruzeiro 62.801

RA II – Gama 135.339 RA XII – Samambaia 172.830

RA III – Taguatinga 246.211 RA XIII – Santa Maria 96.034

RA IV – Brazlândia 52.634 RA XIV – São Sebastião 48.918

RA V – Sobradinho 112.226 RA XV – Recanto das Emas 56.803

RA VI – Planaltina 128.555 RA XVI – Lago Sul 32.634

RA VII – Paranoá 51.771 RA XVII – Riacho Fundo 23.571

RA VIII – Núcleo Bandeirante 34.948 RA XVIII – Lago Norte 29.135

RA IX – Ceilândia 379.386 RA XIX – Candangolândia 15.305

RA X – Guará 114.604 DISTRITO FEDERAL 2.020.965

Fonte: GDF/CODEPLAN

Das Regiões Administrativas, Brasília foi a única inicialmente planejada. Nela

concentram-se a maior parte dos empregos existentes no DF e as pessoas com rendimentos mais elevados, as quais dispõem de melhor infra-estrutura urbana que as residentes nas demais regiões.

A formação das outras localidades, também denominadas cidades-satélites,

ocorreu de forma diversa e gradativa. Algumas surgiram do intenso fluxo migratório estabelecido para Brasília - sobretudo do Nordeste - desde o início de sua construção; outras, para abrigar os funcionários públicos dos governos federal e local.

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Em relação à economia urbana, verifica-se predomínio dos setores de

administração pública, outros serviços e comércio, cada um dos quais absorvendo, respectivamente, 52,5%, 21,3% e 15% de mão-de-obra.

ORGANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO DISTRITO FEDERAL

A assistência à saúde é realizada pelos setores público e privado. No setor

público, destaca-se a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), que responde pela maioria dos atendimentos efetuados nas unidades assistenciais do DF - os demais distribuem-se entre um hospital universitário, três hospitais militares e alguns hospitais e clínicas particulares.

A análise histórica dos 40 anos da SES-DF evidencia que a concepção, a

organização e o desenvolvimento de sua rede de prestação de serviços e prática assistencial ocorreram com base em dois planos: o Plano Geral da Rede Médico-Hospitalar do Distrito Federal e o Plano de Assistência à Saúde no Distrito Federal.

O Plano Geral da Rede Médico-Hospitalar, elaborado em 1959 por

Henrique Bandeira de Melo, visava estabelecer um estado sanitário de nível elevado. Para tanto, propôs a construção de uma extensa rede de assistência médico-hospitalar composta por hospitais de dimensões variadas e funções complementares, Hospital de Base, hospitais distritais, hospitais rurais e unidades-satélites - com previsão de 2.500 leitos e capacidade de atendimento a 500.000 habitantes. As atividades desenvolvidas nesse complexo seriam coordenadas e integradas por um órgão central, a Fundação Hospitalar do Distrito Federal (FHDF), subordinado à Secretaria de Saúde, de modo a integrar as atividades preventivas, curativas e de reabilitação.

Ao longo dos anos, administrações tradicionalistas embasadas na concepção

cartesiana e tecnológica da medicina promoveram a prática de uma assistência pulverizada em especialidades e cada vez mais médico-hospitalar. Assim, em 1978, o DF, com 1.006.182 habitantes, dispunha de uma rede de serviços aquém da inicialmente planejada, funcionando por meio de considerável aporte de recursos mas desvinculada das reais necessidades de saúde da população, o que redundava em elevada concentração de clínicas e de equipamentos em unidades hospitalares de algumas Regiões Administrativas, geralmente as mais desenvolvidas. Situação essa retratada em indicadores de saúde como, por exemplo, os da mortalidade proporcional por idade (de 1977), onde observa-se que mais da metade dos óbitos ocorreram em menores de 35 anos e por causas evitáveis, e os da distribuição de atendimentos realizados em 1979, com registros de 53,9% nas emergências e 46,1% nos ambulatórios, quando a situação ideal seria de 20% e 80%, respectivamente.

Em que pesem a competência técnica e suficiência de profissionais atuantes

na rede - à época, a relação era de 1 médico para cada 1.000 habitantes, condição considerada ótima segundo os padrões da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a capacidade de prestação de serviços nas unidades existentes, fatos como o crescimento populacional e o maior consumo de cuidados médicos, induzidos pela gratuidade da assistência e pelo entendimento de que quanto mais tecnologia e opções terapêuticas melhor o ato médico, fizeram com que as pessoas residentes em áreas próximas ou distantes afluíssem de momento a momento, inicialmente para os ambulatórios e, posteriormente, para as emergências. Esse afluxo afetava as

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condições gerais de trabalho e provocava tanto insatisfação profissional como descontentamento dos usuários em relação à qualidade da assistência prestada.

Os determinantes dessa sobrecarga permaneceram; por conseguinte, o

quadro assistencial agravou-se, passando a ser denominado por alguns como "caótico", preocupando as autoridades locais de modo tal que as mesmas solicitaram a elaboração de um outro plano.

Como alternativa ao enfrentamento desta crise, inicia-se então, em 1979, o

período referente ao Plano de Assistência à Saúde no Distrito Federal, elaborado pelo Dr. Jofran Frejat.

Neste plano, é nítida a preocupação de seu autor em não reproduzir o

modelo então vigente no país - caracterizado pelo predomínio de unidades hospitalares, com localização imprópria e duplicação de serviços de alto custo operacional. Sabe-se que a aquisição de equipamentos médico-hospitalares, dependendo do tamanho da obra e características do atendimento, consome, em média, de 47% a 90% do valor do capital necessário para a implantação de um hospital e, segundo normas internacionais, a manutenção desses equipamentos implica gastos anuais entre 5% e 10% dos seus valores totais. Esse modo de organização, aliado à falta de coordenação e colaboração entre hospitais do governo, privados e de ensino, por um lado restringia o acesso das populações menos favorecidas à assistência prestada e, por outro, favorecia a manutenção de uma prática especializada e curativa com pouca ênfase na promoção da saúde individual e coletiva e ou prevenção das doenças prevalecentes. Inadequa-se, portanto, para o atendimento das necessidades de saúde de grupos de risco como, por exemplo, materno-infantil, idosos, portadores de doenças crônico-degenerativas.

As diretrizes para a elaboração do Plano de Assistência à Saúde no Distrito

Federal estavam ligadas à seguinte idéia:

“(...) Na política de saúde deve haver um equilíbrio entre o ônus e os benefícios para a população, o Estado e a classe médica, sem o que todos os interessados manter-se-ão insatisfeitos como agora.

O sacrifício de qualquer dos componentes desse tripé acarretará fatalmente o desequilíbrio, gerando uma estrutura instável fadada ao insucesso: o povo, sem a qualidade e mesmo a possibilidade de assistência desejável; o Estado, investindo cada vez mais e obtendo resultados cada vez menores; e a classe médica massificada, correndo de emprego para emprego, exposta a erros e críticas, impossibilitada de exercitar sua potencialidade (...)” ( Plano de Assistência à saúde no DF, 1979).

Desse modo, a reorientação da prestação de serviços de saúde na rede pública

do DF atentou para a adequação destes três componentes - população, Estado e profissões da

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saúde - mediante a prática de políticas racionalizadoras, com ênfase na medicina preventiva, coordenação institucional, regionalização dos serviços, hierarquização dos meios e desenvolvimento dos recursos humanos.

Cumpre destacar que a política de racionalização a partir daí empreendida não

visava contenção de gastos, até porque sua implantação envolvia aporte de recursos financeiros, mas sim a aplicação de modelos adequados que possibilitassem ao Estado os elementos necessários para assistir à população no seu direito social à saúde, com acesso aos serviços de prevenção, orientação, reabilitação, diagnóstico e tratamento, sem barreiras de quaisquer natureza a não ser aquelas inerentes ao grau de complexidade clínica de cada caso.

A diferenciação das unidades assistenciais conforme a complexidade da

atenção prestada e sua organização em bases territoriais são aspectos importantes do processo de regionalização.

Assim, como objetivos iniciais para que a assistência à saúde fosse oferecida,

tanto quanto possível, pelo nível básico do sistema, optou-se pela reunião das unidades existentes da SES - e aquelas a serem construídas - em quatro Grupamentos, conforme suas características e responsabilidades, distribuídas por áreas populacionais.

O Grupamento I englobava as unidades-satélites de saúde, os postos e

centros de saúde localizados em áreas de fácil acesso e com capacidade para assistir núcleos populacionais de 25 a 30 mil habitantes nas seguintes situações: doenças imunizáveis, doenças transmissíveis (como tuberculose, hanseníase e venéreas), nutrição e alimentação, saneamento e educação sanitária, assistência primária de adultos, crianças e gestantes, primeiros-socorros e atendimento odontológico.

O Grupamento II, composto pelos hospitais regionais e dispondo de

maternidades, berçário, assistência materno-infantil e pronto-socorro geral permanente, prestaria uma assistência intermediária em clínicas básicas e algumas especialidades não contempladas no Hospital de Base.

O Grupamento III era formado pelo Hospital de Base e o Instituto de Saúde

(ambos existentes, contudo necessitando de adaptações). Ao primeiro competia, além da prestação de uma assistência de alta complexidade, o desenvolvimento de pesquisas e a formação e o aperfeiçoamento de pessoal; ao segundo, a integração das atividades de saúde pública.

O Grupamento IV era constituído pelos seguintes hospitais especializados:

crônicos e convalescentes, reabilitação e psiquiátrico e doenças mentais – os quais contavam com estruturas de baixo custo orientadas para a prestação de assistência a pacientes que demandavam cuidados de enfermagem sob supervisão médica diária.

Aplicando-se os conceitos-chave dos Distritos Sanitários àquela época, o DF

foi dividido em sete regionais de saúde - “territórios-região” - espacialmente similares às Regiões Administrativas. Cada regional disporia de um hospital secundário - com a responsabilidade de assistir, no seu nível de complexidade, à população do “território-região” - e das unidades- satélites necessárias para atender os residentes em sua área de abrangência (“território-área”). A integração e coordenação das atividades direta ou indiretamente relacionadas com a prestação de serviços de saúde nesses territórios ocorreriam mediante um

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trabalho articulado entre as instâncias de coordenação do nível regional com a do nível central, ou seja, a Secretaria de Saúde.

Com relação à política de desenvolvimento de recursos humanos, o Plano de

Assistência à Saúde no Distrito Federal estabeleceu metas de curto, médio e longo prazos. A curto prazo, a SES-DF, por meio de seu órgão de ensino para profissões

de saúde, com assessoria do Departamento de Saúde Pública, encarregou-se do treinamento de agentes de saúde para a realização do trabalho comunitário.

A médio prazo, implantaram-se programas de treinamento para servidores

dos diferentes níveis de assistência - em especial, os pediatras, clínicos, ginecologistas, enfermeiros, nutricionistas, odontólogos e assistentes sociais. O treinamento desses profissionais efetivou-se com base no Programa Ampliado de Imunização (PAI) e nos Programas de Assistência Integral à Saúde da Criança (PAISC), de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) e de Assistência Integral à Saúde do Adulto (PAISA).

A metodologia adotada nos treinamentos do PAISC, PAISM e PAISA

baseou-se em alguns pressupostos, dentre eles o de que “(...) o treinando é sujeito de sua aprendizagem, intervindo no próprio processo de treinamento. Ao invés de “receber”, ele vai trocar, mudar e mudar-se (...) (MS 1989). Desse modo, a exposição oral para transmissão de conhecimentos, como principal atividade do processo de ensino-aprendizagem, foi substituída por metodologias mais participativas como, por exemplo, a de pequenos grupos com até dez participantes e um monitor.

O material didático elaborado pelo Ministério da Saúde, com assessoria da

OPAS e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), especialmente desenvolvido para esses treinamentos, promovia a discussão organizada e sistemática de casos ocorridos no âmbito dos serviços de saúde, substituindo a abordagem pontual dos problemas da criança, da mulher e do adulto pelo conceito de atenção integral à saúde desse público específico, com condutas terapêuticas de caráter individual, familiar e ambiental, além de tópicos sobre a organização dos serviços - como o relacionamento entre todos os níveis de atenção - e programação de atividades.

Sobre a formação de profissionais de nível superior a longo prazo, a

Universidade de Brasília (UnB) deveria adaptar-se para suprir as necessidades do mercado. Um plano desse porte envolve grande complexidade, requer preparação,

demanda tempo e não é finito em sua implantação, dado, entre outros fatores, o crescimento populacional.

Atualmente, as 19 Regiões Administrativas estão reunidas em 15 regionais de

saúde, correspondendo a uma população estimada, para o ano 2000, de 2.020.965 habitantes. A expansão da rede física da SES-DF a partir da implantação do Plano de

Assistência à Saúde no Distrito Federal é mostrada na Tabela 2. Nela, observa-se o crescimento da rede de serviços, sobretudo em relação às unidades do Grupamento I, postos e centros de saúde.

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TABELA 2 - DISTRIBUIÇÃO DAS UNIDADES DE SAÚDE DA SES-DF CONFORME CLASSIFICAÇÃO DO PLANO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO DISTRITO FEDERAL, 1979/99

Grupamento Ano 1979 1982 1990 1999

Grupamento I Postos de saúde 5 11 22 27 Centros de saúde - 40 46 59 Grupamento II Hospitais regionais 6 7 8 9 Grupamento III Hospital de Base 1 1 1 1 Instituto de Saúde 1 1 1 1 Grupamento IV Hospitais especializados 1 1 1 3 Fontes: SES-DF Relatório Estatístico 1999 SES-DF Plano de Saúde 2000 SES-DF Plano de Assistência à Saúde no Distrito Federal

Além dessas unidades, a SES-DF é atualmente composta pela Fundação

Hemocentro de Brasília (responsável pela coleta, processamento, armazenamento, distribuição e controle de qualidade de sangue e seus derivados), dois laboratórios regionais, uma central de radiologia, uma policlínica, duas unidades mistas, um hospital-dia e um centro de orientação médico-psicopedagógica.

A assistência sanitária organiza-se com base nos princípios da vigilância à

saúde, conglomerando ações de vigilância epidemiológica e ambiental. Recentemente, a SES-DF renovou sua política em favor de uma prática

assistencial eqüânime e humanizada, implantando o Programa Saúde da Família (PSF), a partir do qual a base territorial de atuação da Secretaria expandiu-se para os domicílios “território-família”, espaço de vida, de uma forma específica de agregação - a família - moldada pelo processo de desenvolvimento socioeconômico, demandando, por tais características, políticas e programas específicos.

O PSF insere-se na SES-DF em consonância com o modelo de

regionalização fixado no Plano de Assistência à Saúde no Distrito Federal em 1979, que enfatiza os papéis funcionais das unidades e a adequação dos meios para o atendimento dos problemas de saúde da população. O Programa é composto por duas modalidades de equipes, a de saúde e a de saúde bucal. A primeira, possui um médico, um enfermeiro, três auxiliares de enfermagem e cinco agentes comunitários de saúde; a segunda, um odontólogo, um atendente de consultório dentário e um técnico em higiene dental. Atualmente, existem no DF 133 equipes de saúde - das quais 74 (55,6%) estão incompletas em relação ao profissional médico - e 64 equipes de saúde bucal, distribuídas em 13 das 15 regionais de saúde existentes.

A expansão da capacidade instalada, conforme descrito, culminou com o

aumento das atividades médico-hospitalares desenvolvidas pela SES-DF no decorrer dos anos, algumas das quais apresentadas na Tabela 3.

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TABELA 3 - ATIVIDADES MÉDICO-HOSPITALARES E CAPACIDADE INSTALADA DA SES-DF PARA OS ANOS DE 1978 E 1999

Variável 1978 1999 Variação %

População 1.006.182 1.962.031 + 95,0 Consultas 2.152.824 4.489.327 +108,5 Internações 52.000 110.612 +112,7 Partos 24.408 47.804 + 95,8 Cirurgias 38.000 34.036 -10,4 Exames 1.628.000 (1) 5.991.886 + 268,1 Consultórios (...) 1.002 (...) Leitos 1.777 2.427 + 36,6 Médicos 1.085 (2) 2.369 + 118,3 Fontes: SES-DF. Relatório Estatístico 1978 SES-DF. Relatório Estatístico 1980 SES-DF. Relatório Estatístico 1999 SES-DF. Plano de Assistência à Saúde no Distrito Federal Notas: (...) Dado não disponível em relação a 1978; em 1980: 414 consultórios, variação percentual no período 1980/99 de 142%

(1) Inclui anatomopatológico, laboratório e radiologia (2) Referente à FHDF Dados trabalhados pelos autores

A avaliação é imprescindível e deve ser inerente a todo processo de trabalho.

No que diz respeito às práticas sanitárias, reveste-se de certo grau de complexidade em vista da natureza das operações envolvidas e da multiplicidade de fatores atuantes. Os estudos de indicadores hospitalares de produtividade e de qualidade, bem como de indicadores de saúde, são modos de avaliação.

Alguns indicadores hospitalares de 1999 mostram padrões que apontam para

o aumento da produtividade da SES-DF, como, por exemplo, a Taxa de Ocupação Hospitalar, que passou de 58,6%, em 1998, para 83,2% (parâmetro de 75% a 85%). De modo semelhante, observam-se padrões de qualidade na assistência prestada no interior dos hospitais, retratados na Taxa de Mortalidade Global de 1,7% (relação percentual entre o número de óbitos ocorridos em pacientes internados durante um determinado período e o número de pacientes egressos, por altas e ou óbitos, no mesmo período - parâmetro 4%) e na Taxa de Mortalidade Institucional, também de 1,7% (relação percentual entre o número de óbitos ocorridos no hospital após 24 horas de internação em determinado período e o número de pacientes egressos, por altas e ou óbitos, no mesmo período).

Em relação aos indicadores de saúde, o bem-estar materno-infantil é, dentre

outros, sensível às intervenções em saúde. Desse modo, os coeficientes de mortalidade infantil, mortalidade neonatal, pós-neonatal e mortalidade materna são úteis para monitorar a adequação das práticas sanitárias direcionadas para esse grupo populacional. Coeficientes de mortalidade infantil abaixo de 20 por 1.000 nascidos vivos são considerados baixos, constituindo-se meta para este fim de século em países europeus.

A Tabela 4 apresenta os coeficientes de mortalidade no DF, por faixa de

idade, para os anos de 1990 e 1999. Nela, observamos a diminuição de todas as taxas de mortalidade, particularmente as infantis. Em 1999, o coeficiente de mortalidade infantil para o DF foi de 15,9 mortes por 1.000 nascidos vivos. No limite superior, a Região Administrativa do Guará apresentou um coeficiente de 18,4 por 1.000 nascidos vivos; no inferior, o Lago Sul

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registrou 5 por 1.000 nascidos vivos, o que configura para todas as regiões do DF um padrão de baixa mortalidade infantil.

TABELA 4 - COEFICIENTES DE MORTALIDADE POR FAIXA ETÁRIA NO DISTRITO FEDERAL, 1980, 1990 E 1999

Faixa etária em anos Coeficiente de mortalidade 1980 1990 1999 (1)Variação %

99/80 Menor de 1 ano 36,1 26,3 15,9 -55,9 1-4 6,2 4,7 2,0 -67,7 5-9 0,7 0,5 0,3 -57,1 10-14 0,6 0,5 0,3 -50,0 15-19 1,2 1,2 1,2 - 20-29 1,8 1,9 1,6 -11,1 30-39 3,0 2,9 2,5 -16,7 40-49 5,0 5,2 4,1 -18,0 50 ou mais 21,9 28,6 22,8 +4,1

Fonte: SES-DF. Relatório de Eventos Vitais do Distrito Federal , 1999 Notas: (1) Dados trabalhados pelos autores Os coeficientes de mortalidade nos menores de 1 ano e nos de 1 a 4 foram calculados por 1.000 nascidos vivos; nas demais faixas, por 1.000 habitantes na faixa etária correspondente

Ressalte-se que os ganhos obtidos, alguns aqui sumariados, como a melhoria

dos indicadores de saúde e as expansões da rede física e da prestação de serviços de saúde, não foram isentos de dificuldades – o problema dos recursos humanos é uma delas.

Com relação aos recursos humanos, a SES-DF possui 20.950 servidores

envolvendo as diversas categorias profissionais. Em que pese a grandeza do número, o balanço entre admissões, exonerações e aposentadorias tem-se mostrado negativo, levando a Secretaria a conviver, ao longo dos anos, com a insuficiência de recursos humanos, sobretudo de médicos, apesar dos esforços desenvolvidos para suprir o quadro mediante contratos especiais e abertura de concurso público.

"(...) É preciso uma vigilância sobre as necessidades de pessoal porque há uma grande defasagem entre a percepção de excesso ou falta de um dado tipo de profissional e a correção do desequilíbrio, justamente pelo longo período de formação (...)” (CHAVES, 1980). A abordagem do tema é complexa e não deve restringir-se apenas ao aspecto

quantitativo, requerendo o exame de outros ângulos. A carreira e o mercado de trabalho para o médico, bem como a adequação de sua formação para o exercício profissional, têm fomentado grande parte dos debates.

"(...) Um indivíduo bem utilizado é aquele que tem a oportunidade de aplicar ao limite os conhecimentos e habilidades que adquiriu. Deve-se,

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pois, procurar adequar a formação à função a ser desempenhada. É tão mau o subtreinamento quanto o supertreinamento. Ambos levam à frustração, a problemas emocionais (...)" (CHAVES, 1980). Considerando tais fatos, o planejamento de recursos humanos, especialmente

de médicos ajustados para o modelo assistencial implantado pela SES-DF, é um aspecto relevante para o efetivo alcance dos resultados almejados.

ENSINO DE PROFISSÕES DA SAÚDE NA SES-DF

O setor saúde caracteriza-se pelo uso intensivo de mão-de-obra. Do orçamento geral do Governo do Distrito Federal para 2000, coube à saúde 15,02%, ou seja, R$ 1.021.476.000,00 (um bilhão, vinte e um milhões, quatrocentos e setenta e seis mil reais). Desse montante, 62,1% destinam-se aos pagamentos de pessoal e encargos sociais; 30,1% às outras despesas e 7,8% à despesa de capital.

“(...) aquele que deseja atender às necessidades dos indivíduos e das comunidades não pode esperar a solução a partir de um sistema impessoal de homens e coisas, ainda que muito desenvolvido sob o aspecto técnico(...)” (GONÇALVES, 1987).

Delimitando o campo de análise da formação de recursos humanos para o

setor saúde, observa-se que, concomitante ao fato de prestar serviços às pessoas, de há muito a SES-DF tem demonstrado sua vocação para o ensino das profissões relacionadas com essa atividade. A formação de agentes de saúde, de auxiliares de enfermagem, de técnicos de enfermagem e os programas de Residência Médica e Internato são claros e bons exemplos.

À época de sua fundação, Brasília não dispunha de auxiliares e técnicos de

enfermagem suficientes para suprir a SES-DF em suas necessidades. Tal constatação fez com que, em 1960, surgisse o primeiro órgão de ensino da Secretaria, então denominado Escola de Auxiliares de Enfermagem de Brasília (EAEB), ao qual coube a responsabilidade pela formação desses profissionais. Com o passar dos anos, a escola não só atingiu os propósitos iniciais como também adequou-se às exigências do mercado de trabalho do setor, incorporando a docência de outras profissões de nível técnico, tais como higiene dental, anatomia patológica, radiodiagnóstico, medicina nuclear.

A especialização médica é outro marco da atividade de ensino da SES-DF,

que já em 1960 criara um curso para o aperfeiçoamento técnico desses profissionais. Almejava-se atrair para a cidade médicos recém-formados e sextanistas de medicina e, desse modo, fixá-los à instituição. Quatro anos depois, os responsáveis pelo projeto - alicerçados em modelos desenvolvidos nos Estados Unidos e no Rio de Janeiro - estabelecem as regras para o funcionamento do Sistema de Residência e Internato da SES-DF. Em 1985, a Secretaria, consonante com a legislação federal, institui as Comissões de Residência Médica (COREMEs).

Seqüencialmente, em 1986 foi criado o Centro de Desenvolvimento de

Recursos Humanos para a Saúde (CEDRHUS), órgão da SES-DF que desde então reúne, integra e coordena as atividades educacionais direcionadas para os recursos humanos do setor, como o ensino das profissões de nível médio, a especialização médica e os programas de

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treinamento para o exercício profissional dos servidores da Secretaria. Em 1997, com a implantação do PSF , o CEDRHUS também incorporou o Pólo de Capacitação para a formação e educação permanente em Saúde da Família.

Diversos autores têm destacado a participação da Residência na formação

médica. Das modalidades de ensino de pós-graduação ela é a mais freqüente, com 75% das preferências.

Como comentado anteriormente, a Residência Médica, atualmente com 72

programas, é uma atividade de grande expressão dentro da Secretaria de Saúde, o que pode ser demonstrado pela leitura da Tabela 5, que apresenta o número de residentes da SES-DF na última década.

TABELA 5 - DISTRIBUIÇÃO DE MÉDICOS RESIDENTES NA SES-DF, POR ANO,

NO PERÍODO 1991/2000 Ano Freqüência absoluta Freqüência absoluta

acumulada 1991 317 317 1992 371 688 1993 398 1.086 1994 440 1.526 1995 473 1.999 1996 486 2.485 1997 498 2.983 1998 540 3.523 1999 600 4.123 2000 600 4.723

Fonte: Relatório da Seção de Residência Médica e Internato/SES-DF Dados não publicados, sujeitos a correção

De acordo com a análise, um estudo planejado, baseado em dados da pesquisa Perfil de Médicos no Brasil, realizada em 1994, analisou, entre outros fatores, a migração interna de médicos com vistas à Residência Médica. Os resultados mostraram que dentre as unidades da Federação, São Paulo, Rio de Janeiro e o Distrito Federal são centros de interesse para a especialização, o que denota a importância dos programas desenvolvidos pela SES-DF no contexto da complementação do ensino médico em nível nacional.

ASPECTOS DO ENSINO MÉDICO NO PAÍS

“(...) O trabalho médico é uma das atividades humanas que mais tipicamente

se caracteriza como profissão. Há um conjunto específico de conhecimentos (sobre o corpo humano, seu funcionamento, doenças, como diagnosticá-las e como tratá-las) e há orientação para um ideal de serviço (de modo genérico, a atenção à saúde/doença das pessoas) (...)” (FEUERWERKER, 1988). “(...) A medicina com o ofício de curar é uma atividade que não somente requer o apelo de lidar com pessoas como evoca uma grande capacidade de persistência ao longo da formação profissional. Tornar-se médico significa estar em processo de formação por cerca de vinte anos (...)” (MACHADO, 1988).

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Sobre o ensino de graduação, observa-se - com base na Tabela 6 - que o

surgimento das escolas médicas no Brasil ao longo deste século não ocorreu de modo uniforme, tendo grande expressividade no período de 1965/71, quando foram abertas 37 novas escolas, ou seja, em média, 5,3 escolas/ano. Tal crescimento ocorreu em paralelo com a expansão internacional do ensino superior na segunda metade do século XX: no período de 1965/82 o número de discentes no mundo passou de 13 milhões para 82 milhões. Nos anos recentes, poucas escolas médicas foram criadas.

TABELA 6 - DISTRIBUIÇÃO DOS CURSOS DE MEDICINA CONFORME PERÍODO DE CRIAÇÃO, BRASIL

Período N° de escolas Escolas/Ano Até 1900 4 - 1901 a 1950 9 0,18 1950 a 1964 23 1,5 1965 a 1971 37 5,3 1972 a 1992 7 0,33 1993 a 1999 12 1,7

Fontes: OPAS - Recursos Humanos em Saúde no Mercosul Boletim da ABEM Nota: Dados trabalhados pelo autores

De modo semelhante ao que ocorreu externamente, no Brasil a maioria das escolas localizaram-se nas localidades mais desenvolvidas. A análise dessa distribuição em dois períodos, 1990 e 1999, por região (Tabela 7), mostra que a Sudeste concentra em torno de 54% dos cursos de medicina; os demais 46% situam-se nas quatro regiões restantes.

TABELA 7 - DISTRIBUIÇÃO DAS ESCOLAS

MÉDICAS POR REGIÃO, 1990/99 Região 1990 1999 N.º % N.º % Norte 3 3,75 4 4,3 Nordeste 13 16,25 14 15,2 Centro-Oeste 4 5,0 5 5,4 Sudeste 44 55,0 50 54,3 Sul 16 22,0 19 20,6 Total 80 100,0 92 100,0

Fonte: OPAS - Recursos Humanos em Saúde no Mercosul Boletim da ABEM Nota: Dados trabalhados pelos autores

Uma outra análise, sobre o local do domicílio e de realização do curso médico, utilizando também o banco de dados da pesquisa Perfil dos Médicos no Brasil, realizada pela Fiocruz, revelou que nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul a maioria dos médicos nelas domiciliados graduou-se nas mesmas, com os seguintes percentuais: 92,6%, 92,4% e 86,3%. Na Norte, essa freqüência cai para 54% e , por último, na Centro-Oeste apenas 36% dos médicos nela residentes teve sua formação na região.

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O aumento de escolas de ensino superior no período supracitado, por vezes descrito como de “massificação”, não foi acompanhado de novas experiências de organização curricular e de metodologias de ensino – fato esse que catalisou governos, organismos internacionais e demais instâncias para o exame objetivo das questões relacionadas com a reformulação do ensino.

A Conferência Mundial sobre Educação Superior, promovida pela UNESCO

em outubro de 1999, em Paris, é um referencial importante. Esta conferência teve como documento de síntese a “Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI: Visão e Ação”, a qual, em seu artigo VII, enfatiza a necessidade de fortalecimento e renovação dos vínculos entre a educação superior, o mundo do trabalho e os demais segmentos da sociedade.

Há algum tempo essa questão tem permeado análises sobre a reformulação

do ensino médico no país. Inquérito realizado em 1995, em 14 faculdades de medicina distribuídas por todas as regiões do país e consideradas modelo pelas instituições médicas, procedeu a verificação da carga horária curricular em relação ao local dos estágios práticos. Os resultados mostraram que 86% do treinamento prático ocorriam em hospitais universitários; e os 14% restantes em centros de saúde, hospital-dia e programas de saúde pública. Sobre a assistência desenvolvida por esses hospitais, constatou-se que, embora realizassem atendimentos de média e pequena complexidade, na realidade eram direcionados para uma assistência de alta complexidade, com valorização dos procedimentos tecnológicos e fragmentação do ato clínico. O autor conclui que os hospitais universitários são ótimos serviços para a pós-graduação e pesquisa de ponta – contudo, mostram-se inadequados para o ensino de graduação com a missão de formar médicos com capacidade para prestar uma assistência integral à saúde das pessoas. Por último, recomenda a integração das escolas médicas com o Sistema Único de Saúde (SUS), mediante contrato de co-gestão para o desenvolvimento de projetos docente-assistenciais.

O modo de estruturação das universidades públicas gera instituições difíceis

de administrar. Nelas, há uma dispersão de esforços, duplicação de ações e sobreposição de esferas de decisão, alimentando processos decisórios muito lentos, o que redunda em perda de qualidade nas atividades acadêmicas e administrativas.

Experiências de integração docente-assistencial, em geral desenvolvidas em

instituições públicas, ocorreram nas décadas de 70 e 80. Autores mencionam o curso experimental de medicina da Universidade de São Paulo, a reforma curricular da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, as experiências dos cursos de medicina de Brasília e Niterói. Entretanto, a maioria dos projetos mencionados não subsistiu ao modelo de formação preponderante na educação médica.

No Distrito Federal houve uma tentativa anterior a esse período. Em outubro

de 1966, a SES-DF firmou convênio com a Faculdade de Ciências da Saúde (FCS), da UnB, para a cessão, por dez anos, do Hospital Regional de Sobradinho - que além das atividades assistenciais atuaria como campo de estágio para a formação de pessoal da área da saúde, projeto encerrado em 1980.

Nos anos 90, os cursos de medicina das Universidades Estaduais de Londrina

e de Marília mostraram-se um bom modelo, com destaque para as suas estruturas curriculares e metodologia de aprendizagem baseada em problemas.

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Apesar de importantes, permanecem dúvidas sobre a contribuição de projetos docente-assistenciais centrados em atividades acadêmicas isoladas e em poucos departamentos universitários, geralmente os de medicina preventiva e de saúde coletiva, na mudança do pensamento médico preponderante.

Aprofundando um pouco mais a análise sobre teoria e prática médica, o

estágio curricular - seja no período do ciclo básico ou do clínico – é, em geral, a primeira forma de contato do aluno de medicina com o mundo do trabalho. As experiências vividas nesse período moldam sua atuação futura em relação a uma prática assistencial voltada para a atenção médica integral não-especializada em grupos populacionais.

Há fortes evidências de que alguns aspectos dos currículos dos cursos de

medicina, tais como a rigidez curricular com poucas disciplinas opcionais, a adoção de metodologia de ensino baseada em transmissão de conhecimento com memorização da informação - avaliada por exames teóricos -, o ciclo básico essencialmente teórico com contato tardio dos alunos com o ambiente humano e profissional do trabalho, a ênfase na prática hospitalar em geral realizada no interior de hospitais estruturados para a prestação de uma assistência terciária, hospitais universitários somados à fraca formação científica dos alunos, influem negativamente no comportamento dos médicos em relação ao desenvolvimento das práticas sanitárias realizadas no âmbito do SUS.

Atualmente, as transformações e o desenvolvimento pelos quais passam a

humanidade e suas organizações impõem aos médicos, além do domínio de temas e de habilidades básicas inerentes ao corpo de conhecimentos específicos da profissão, o estudo de assuntos de psicologia, a prática de condutas médico-sanitárias baseadas em evidências, novos modos de abordar a literatura, de tratar os pacientes difíceis, de abordar o erro médico e de encarar as complicações e a incorporação necessária ao trabalho desenvolvido em equipe.

Ainda em relação ao trabalho médico, em face das prioridades sanitárias

estabelecidas pelo Ministério da Saúde, se por um lado há no país uma tendência de crescimento da oferta de empregos na esfera dos governos estadual e municipal, por outro, as transformações nas escolas médicas visando a formação de profissionais com perfil adequado para atuarem conforme os princípios estabelecidos para o SUS têm se mostrado incipientes.

Com referência às instâncias político-administrativas, a segunda versão dos

princípios e diretrizes para a NOB*/RH-SUS (novembro/1998) cita textualmente: “(...) Os gestores municipais e estaduais de saúde deverão, no âmbito de suas

competências, estabelecer mecanismos de negociação intersetorial Saúde/Educação para o progressivo ajuste entre os dois setores, com vistas a uma ação integrada e cooperativa que busque ajustar qualitativa e quantitativamente o aparelho formador às demandas dos sistemas municipais, estaduais e federal de saúde (...)” (NOB, 1998);

"(...) O Estado e a sociedade em geral devem entender que o ensino superior

não é um peso no orçamento público, mas sim um investimento nacional de longo alcance para melhorar a competitividade econômica, o desenvolvimento cultural e a coesão social (...)" (NOB, 1998).

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------------- (*) NOB: norma operacional básica, instrumento normativo de

operacionalização dos preceitos da legislação que rege o SUS. Nesse sentido e sob tais premissas, o Governo do Distrito Federal assumiu

sua responsabilidade ao instituir a Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (FEPECS), órgão da SES/DF ao qual caberá o suporte público para a regulamentação geral e o aporte financeiro necessário para a criação e desenvolvimento do curso de medicina ora proposto.

Em resumo, atualmente o universo do trabalho médico está sendo

redefinido; e o ensino de graduação é o elemento-chave para lidar com esse desafio. As escolas médicas calcadas nos moldes tradicionais, a maioria no país, não têm conseguido inserir em suas estruturas as mudanças necessárias para formar um profissional com o perfil adequado para atuar nesse mundo redesenhado. A implantação das escolas médicas no Brasil ocorreu em detrimento de algumas regiões, entre elas a Centro-Oeste. Na SES-DF, a prática médico-sanitária organiza-se conforme os princípios do SUS, com destaque para a qualidade de sua infra-estrutura física que, mediante alguns investimentos adicionais - como biblioteca, laboratórios de habilidades -, se tornará um excelente campo de estágio prático para alunos de medicina. As funções de ensino em nível de especialização e de treinamento profissional, necessárias para a implementação e o desenvolvimento de políticas de saúde, já vêm sendo desenvolvidas com êxito pela Secretaria, permitindo, ao longo dos anos, o surgimento de uma massa crítica de docentes aptos para o ensino de graduação.

O panorama descrito agrega sólidas razões para que o próprio sistema de

saúde gere os médicos de que necessita, justificando a iniciativa do atual secretário de Saúde, Dr. Jofran Frejat, em criar um curso de medicina na esfera do Governo do Distrito Federal. Dessa maneira, completa-se a última etapa da política de desenvolvimento de recursos humanos do Plano de Assistência à Saúde no Distrito Federal, elaborado em 1979: a de formação de médicos com perfil adequado para o trabalho proposto. Ressalte-se que esta decisão é estratégica para a consolidação do modelo tecnoassistencial da SES-DF, externamente consistente com o SUS.

O Projeto Pedagógico detalhado nas demais seções deste documento incorpora

as proposições emanadas pela “Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI: Visão e Ação”, na medida em que advoga e visa a estabelecer uma prática acadêmica contemporânea aos desafios atinentes ao ensino médico de graduação.

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2. A PRÁTICA MÉDICA E O PROCESSO DE TRABALHO NA

MEDICINA. AS REFORMAS DO SETOR SAÚDE E AS REFORMAS EDUCACIONAIS

A medicina ocidental demonstrou que a boa ou a má saúde não são fatos imutáveis, mas uma condição passível de modificação. Como conseqüência, a saúde passou a ser um valor em si mesmo, desejável e alcançável – além de sempre ter sido uma aspiração e necessidade.

Neste trabalho, encaramos a saúde pública como "um campo de práticas e de

saber cujo objeto são as necessidades sociais de saúde, de modo a que nada que se refira à saúde do público pode lhe ser estranho; a saúde pública é o esforço - organizado ou não - da sociedade que traduz seu compromisso com a busca da satisfação ou a conquista de seus ideais de saúde"(36).

Especificamente, no que se convencionou chamar de crise na saúde pública,

"há incapacidade da maioria das sociedades de promover e proteger sua saúde na medida em que suas circunstâncias históricas requerem"(37) e os recursos existentes sugerem ser possível fazer. Elementos de diversas naturezas contribuíram para caracterizar essa situação de crise. A começar pelo modelo assistencial predominante no mundo ocidental, com orientação biomédica baseada na atenção individual e na utilização intensiva de tecnologia. Algumas faces dessas limitações (38) são:

• falta de correspondência entre o incremento dos gastos e seu impacto no padrão sanitário

das populações. Dados do Banco Mundial, por exemplo, mostram não haver correlação entre gastos em saúde, esperança de vida ao nascer e mortalidade infantil (39);

• não existe garantia de acesso universal da população ao sistema. A disponibilidade de atenção médica tende a variar inversamente às necessidades da população, na distribuição relativa entre grupos sociais e na sua distribuição segundo indicadores sanitários. Nos Estados Unidos, 37 milhões de americanos não têm cobertura do sistema de saúde. A iniqüidade também se manifesta na distribuição de recursos, existindo uma concentração de recursos nas regiões onde há maior concentração de riqueza.

Portanto, apesar do Sistema Único de Saúde já existente, o acesso à atenção e

aos serviços de saúde com qualidade ainda não é um direito real da maioria dos brasileiros. Um dos pilares efetivos da concretização dos preceitos do SUS é a mudança do modelo de atenção, gerador de infinitas demandas e - mesmo assim - incapaz de atender às necessidades, materializadas com maior clareza no pronto-atendimento. O exercício pleno do direito à saúde pelos cidadãos brasileiros depende essencialmente disso - em cujo centro encontra-se a questão de recursos humanos: não há profissionais formados com o perfil, competências e habilidades necessárias para resolver a questão do acesso, da universalidade e da eqüidade. E é nesse ponto que o modelo tradicional de formação médica evidencia seu esgotamento, ficando visível a inadequação dos profissionais hoje formados diante das atuais alternativas de atenção à saúde, com profunda insatisfação dos gestores do SUS, dos professores, dos estudantes e dos usuários dos serviços.

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Além disso, a viabilidade financeira desses sistemas também está em risco, pois os mesmos envolvem custos crescentes e são cada vez mais dirigidos (em função da transição epidemiológica) a problemas complexos e crônicos, e a populações cada vez mais idosas (e não ativas economicamente). Como a lógica da acumulação capitalista predomina na organização dos serviços e da assistência e a criação de demandas e necessidades artificiais e a incorporação tecnológica não têm limites, os custos crescem vertiginosamente (sem a garantia de resultados eficazes) e a iniqüidade aumenta, pois os pacientes que pagam recebem mais tratamento que o necessário; e os pobres, menos.

Por sua vez, a relação da sociedade com a medicina e com a saúde está em

crise. Se a saúde é encarada como um direito, coloca-se, de maneira cada vez mais clara, a necessidade de a sociedade fazer opções sobre as maneiras de construí-la e obtê-la social e individualmente.

Na medicina, a unificação e uniformização dos procedimentos de intervenção

criaram, simultaneamente, o monopólio sobre a prática e o saber. Os médicos são produtores diretos de um serviço e simultaneamente intelectuais. Na medicina, então, foi a prática técnica que adquiriu a qualidade de trabalho intelectual. Mas além do aspecto técnico, o trabalho dos médicos também se assenta em bases éticas. A técnica diz respeito à intervenção reparadora ou mantenedora da vida e está relacionada à ação instrumental desse trabalho, a um saber específico e à ciência. A ética diz respeito ao fato de estar presente a intervenção sobre outro homem; define os critérios de um comportamento que envolve respeito (pois trata-se de uma relação de invasão consentida de privacidade do paciente para o médico) e também as dimensões humanas dessa relação (dedicação, sensibilidade etc.). A ética é, portanto, relacional e está subordinada ao social por ser a tradução concreta das relações sociais e suas regras neste aspecto específico da reprodução de vida em sociedade.

Nos últimos 40 anos, a profissão médica sofreu importantes transformações

no Brasil e no mundo, decorrentes, principalmente, do fenômeno da capitalização do setor saúde e da assistência médica. Em nosso país, foi muito marcante a constituição de um modelo centrado na atuação do Estado como organizador e financiador do setor. Recursos disponíveis da cobertura previdenciária proporcionaram um processo de fortalecimento da produção privada de serviços de saúde e sua reorganização em moldes tipicamente empresariais (40), ao mesmo tempo em que também assistiu-se a um incremento dos serviços públicos e o estímulo à atividade médica especializada, com conseqüente aumento da oferta de empregos médicos (também no setor público) em amplos movimentos que colocaram o assalariamento médico como modalidade crescente de inserção no mercado de trabalho.

A pesquisa Perfil dos Médicos (41) fornece os dados mais recentes a respeito da

distribuição e inserção desses profissionais no mercado de trabalho: • 70% dos médicos brasileiros têm pelo menos um vínculo empregatício no setor público;

60% atuam no setor privado e 76% trabalham em consultório privado. As regiões Norte e Nordeste são as que apresentam índices mais elevados de participação no setor público (84,6 e 81,1%, respectivamente) e mais baixos de inserção no setor privado (55,1 e 54,9%, respectivamente);

• nas atividades de consultório existe forte dependência em relação às necessidades de

grupo, seguros-saúde, convênios estatais e até mesmo com o SUS, pois mais de 80% dos médicos declaram manter essas modalidades de convênios de saúde;

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• 71,1% dos médicos declaram que freqüentaram pelo menos um programa de Residência Médica ou similar; e 57,6% declaram ter título de Especialista. Entre os médicos, as cinco especialidades mais freqüentes em atividade são: pediatria (14,17%), gineco-obstetrícia (12,04%), medicina interna (8,12%), cirurgia geral (6,07%) e cardiologia (4,39%). Entre as capitais e o interior não há alteração significativa na distribuição das quatro primeiras especialidades (destaque para o similar, porque se refere a outros processos de treinamento, como os estágios, já que certamente não houve oportunidade de oferecer Residência Médica para todo esse contingente de médicos);

• 50% dos médicos em atividade no país exercem atividades em regime de plantão;

• 16,6% dos médicos têm apenas uma atividade; os demais 83,4% têm duas ou mais

atividades (27,14% duas; 30,16% três; 17,13% quatro; 6,69% cinco e 2,28% mais de cinco);

• 65,58% dos médicos residem nas capitais (região Norte - 78,72%; Nordeste - 84,27%;

Sudeste - 63,03%; Sul - 47,95% e Centro-Oeste - 76,42%);

• Nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, respectivamente 92,4%, 92,6% e 86,3% dos médicos que ali residem graduaram-se na própria região; na Norte e Centro-Oeste, apenas 54% e 36% graduaram-se na própria região.

Historicamente, portanto, o médico perdeu tanto o seu

monopólio na definição dos serviços como, ainda que continue muitas vezes produzindo seu trabalho por meio de uma prática de consultório, boa parte do controle sobre seus instrumentos, clientela e preço da remuneração do trabalho.

A perda progressiva do controle sobre as condições de trabalho, a

intermediação institucional e a especialização levaram a transformações também na relação médico-paciente. Pelo menos momentaneamente, o paciente não escolhe o principal responsável pelas condições em que se dá o atendimento.

Além disso, a especialização médica e a utilização intensiva da tecnologia

diagnóstica comprometeram a possibilidade de o médico apreender a realidade subjetiva e social do paciente durante a consulta. A especialização trouxe consigo a cisão da totalidade individual do doente, pois não é mais sobre ela que se aplica o cuidado, mas sim sobre partes específicas. Há inclusive contradições entre os diversos “cuidadores” de um corpo. E freqüentemente não há quem se responsabilize pelo cuidado do todo.

A utilização da tecnologia como elemento essencial da fase diagnóstica

também diminui, na prática, a importância da história clínica e do exame físico e, portanto, do contato do médico com o paciente e do interesse por sua fala. Conversar, escutar e examinar o paciente em sua dimensão global, ou seja, a possibilidade de aproximar-se do indivíduo como um todo, era o que fazia a consulta médica individual, exclusiva e privada, ser indispensável nas práticas de atenção à saúde. Entre outros aspectos, era através dela que se oferecia ao paciente um certo conforto, uma compensação pelo fato de ter que se “entregar” à manipulação, submeter-se voluntariamente à invasão de sua intimidade pelo médico; era certamente através

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dela que se realizava o aspecto humano da relação médico-paciente, aí incluindo-se a compreensão, a solidariedade e o consolo.

Esse contato propiciava ao médico apreender aspectos da realidade social do

paciente, indispensáveis para a produção dos “cuidados adequados” a cada nível de extração social. A atual organização da prática desqualifica essa relação e tensiona a individualização que a consulta propiciaria. A quebra da relação de confiança e intimidade é um elemento concreto de ameaça ao lugar social conquistado pelos médicos e pela medicina.

Com a introdução maciça da tecnologia o olhar médico se ampliou para além

dos sintomas, e agora busca alterações onde ainda não existe lesão; passa a ver o “risco”, antevendo a lesão futura. Hoje, a sintomatologia deixou de ser a única fonte de definição do que é patológico e sua supressão também não é mais o único critério de conclusão do trabalho do médico e de alta do paciente.

Nessa conjuntura específica de crise estrutural e paradigmática, renovam-se as

opções de desenvolvimento ou construção de reformas alternativas, com possibilidades de se tornarem realidade tanto em relação às maneiras de organizar a atenção à saúde como no tocante ao processo de formação dos profissionais de saúde, particularmente os médicos. A intenção, aqui, é apresentar algumas características dessas reformas, identificando as exigências reais de novos perfis de recursos humanos, particularmente do médico, haja vista que a crescente ineficiência dos serviços públicos gera insatisfações tanto da população como dos profissionais.

Em todos os países, com exceção dos mais pobres, surgiu e desenvolveu-se

uma “indústria” de assistência médico-hospitalar com custos que crescem de forma exponencial. Além de não se ter conseguido um controle eficaz desse segmento, a maioria das políticas voltadas para reduzir custos resultam infrutíferas; inclusive os esforços para melhorar a qualidade do seu desempenho vêm tendo resultados decepcionantes.

Nos anos 80, e com maior grau de aceleração nos anos 90, como resposta a

essas crises despontam reações em todo o mundo ocidental, bastante distintas, de reformas do setor saúde orientadas pelos princípios da democratização e da universalização, ou por medidas racionalizadoras de contenção dos custos setoriais.

Apesar disso, no cenário latino-americano persistiram desigualdades graves

nas condições de vida e de saúde da população. Verifica-se, ainda, um aumento da demanda aos serviços e o aprofundamento das dificuldades de acesso aos mesmos, cujos custos crescentes desafiam os orçamentos públicos e privados – iniqüidades essas, entrevistas nas condições de saúde da população e no acesso aos serviços de saúde, causadas por diferenças desnecessárias, evitáveis e injustas.

As reformas do setor saúde, como se vê, são processos complexos. No Brasil,

vêm acompanhadas de tendência de expansão e universalização de serviços, ao tempo em que são parte de um processo mais amplo de ajuste de estrutura e função do Estado, para o qual foram desencadeados processos para enfrentar problemas específicos da assistência médico-sanitária tais como a explosão de custos, a ineficiência dos serviços, a iniqüidade do acesso, a insatisfação do usuário e dos prestadores. Some-se a isso a globalização dos padrões de consumo de serviços e as novas possibilidades abertas pelo desenvolvimento tecnológico em saúde, que pressionavam de forma crescente no sentido da expansão dos serviços prestados.

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Entretanto, do mesmo modo que no âmbito das reformas educacionais a Lei

no 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) - vem proporcionando novas possibilidades de flexibilização da educação brasileira - com resultados positivos na educação básica e na educação superior -, as análises, reflexões e atuações no âmbito da saúde vêm gerando uma “nova saúde pública”, assimilando as influências do “movimento pela promoção da saúde” a partir da constatação da importância das determinantes mais gerais da saúde, servindo como motivação e valorização do tema e postulando as criações de uma “cultura para a saúde” e uma “saúde efetiva para todos”.

Os princípios da universalização do acesso aos serviços de saúde, da eqüidade

e da descentralização com um novo arcabouço institucional representam tendências e horizontes para a consolidação e irreversibilidade do Sistema Único de Saúde regulamentado pela Constituição Federal e leis complementares.

Entretanto, seu desafio ainda permanece – a necessária e urgente tradução

dos avanços legais obtidos em mudanças efetivas e resolutivas da prática da atenção à saúde da população.

A necessidade da transformação das práticas de saúde tem demandado o

redirecionamento da formação dos profissionais de saúde, de forma que se possa garantir os níveis de resolubilidade desejados no exercício das atividades referentes à complexidade de sua atuação. Essa demanda inclui, ainda, o resgate do exercício da prática profissional de forma ética e vinculada ao exercício da cidadania, baseada na compreensão de que as condições de saúde de uma dada população são historicamente determinadas e conquistadas.

As reformas estão introduzindo novas formas de organização e gestão dos

serviços, visando melhorar a eficiência e credibilidade do setor. É nesse amplo contexto que identificam-se problemas referentes à escassez de recursos humanos em saúde adequadamente capacitados para levar adiante tanto as tarefas de condução das mudanças como as de desenvolvimento de novas práticas assistenciais.

No contexto da reforma do setor saúde, portanto, os recursos humanos

exigem enfoque categórico e as afirmações que “o desenvolvimento e consolidação das reformas do setor saúde exigem a adequação da formação dos recursos humanos necessários” (SERRANO, 1996) ou que o principal problema das reformas são “a deficiência de recursos humanos devidamente treinados para enfrentar as novas necessidades do setor saúde e a falta de integração estrutural que impede a formação de recursos apropriados ” (42).

Ao expor as limitações e as debilidades da formação médica brasileira, o

processo de avaliação deflagrado pelo INEP/MEC - o Exame Nacional de Cursos (Provão) - acentua o movimento de busca de alternativas por parte das escolas médicas.

Há inúmeras referências (43,44) reiteradas quanto às resistências e

dificuldades de mudança por parte do aparelho formador de recursos humanos, especialmente das universidades, com particular ênfase no tocante às escolas médicas. E há claras sinalizações de que o setor educacional - e as universidades em particular - continua desvinculado da reorganização dos serviços, da redefinição das práticas de atenção e dos processos de reforma. Inúmeros são os exemplos de universidades que têm negligenciado sobre os processos e os contextos nos quais as reformas são desenvolvidas, deixando-se usar como fatores expansivos

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da medicalização intempestiva, da incorporação e desenvolvimento acrítico de tecnologias, descuidando do perfil profissional que formam.

Busca-se hoje a formação de profissionais de saúde capazes de perceber a

multicausalidade dos processos mórbidos, sejam físicos, mentais ou sociais, tanto individuais, como coletivos.

Entretanto, as diretrizes educacionais para o ensino médico e para as

profissões da saúde, de uma maneira geral, continuam a ser engessadas por normas e regras restritivas ou por reações corporativas, em detrimento dos princípios que estabeleceram os direitos sociais e de cidadania na Constituição de 1988, razão porque deve-se dar ênfase igual e combinada à Reforma Sanitária e às reformas educacionais.

O SUS tem proporcionado resultados positivos nos propósitos de

universalização do acesso aos serviços de saúde, eliminando barreiras ao direito à saúde, estendendo a cobertura dos cuidados à saúde e ampliando a descentralização dos sistemas de saúde. Entretanto, avança com mais dificuldade no aprimoramento da qualidade e da resolubilidade da assistência médica ambulatorial e hospitalar; um de seus grandes desafios é dispor de profissionais de saúde que efetivem a disseminação, em todas as regiões do país, da prestação de cuidados integrais que visualizem o indivíduo em seu meio ambiente – seu contexto familiar e social.

Tendo em vista o exposto, todo curso médico deve comungar da mesma

estratégia desenvolvida para o Programa Saúde da Família, implantado pelo Ministério da Saúde, que, além daqueles que caracterizam o SUS, tem como princípios centrais:

• desenvolver um novo processo de trabalho nos cuidados à saúde, substituindo as

práticas convencionais de atendimento e de funcionamento das unidades de saúde, baseadas na organização estanque de programas e no atendimento fragmentado e descontínuo de pacientes por outra, com atenção integral à saúde dos indivíduos e famílias envolvendo a promoção da saúde, a prevenção de doenças e agravos e a recuperação da saúde;

• envolver a participação de médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, agentes

comunitários de saúde e, progressivamente, agregar outros profissionais, como dentistas e assistentes sociais;

• adscrever famílias, a partir de uma base populacional e territorial bem definida, que se

vinculam à unidade de saúde e à equipe de profissionais de saúde;

• atendimento por um médico de família, com formação geral, integrado à equipe e com competência para atender e resolver de 80% a 90% dos problemas de saúde que demandam serviços;

• articulação com a rede de serviços de saúde para assegurar a referência e contra-

referência de pacientes que necessitem de cuidados especializados.

Além dessas transformações do setor saúde, as condições para as mudanças na formação de médicos e de outros profissionais estão também facilitadas pela LDB, por sua implementação pelo MEC e pelos atos normativos decorrentes de pareceres e resoluções do Conselho Nacional de Educação (CNE).

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São partes deste conjunto de princípios as possibilidades de aumento de

ofertas de vagas na educação superior, facilitando a oferta de cursos após a conclusão do ensino médio e de estudos para a atualização e educação continuada dos graduados da educação superior.

As possibilidades maiores para mudanças na educação médica e dos

profissionais de saúde (bem como de todos os profissionais de nível superior), abertas com a LDB, estão na explicitação da flexibilização dos currículos, cursos e programas que são de competência de instituições de ensino, observadas as diretrizes gerais estabelecidas para todo o país.

Os princípios da LDB e as diretrizes gerais para os currículos na educação

superior exigem, além de coerência, que sejam contemplados:

• os elementos de fundamentação essencial em cada área de conhecimento ou profissão, proporcionando uma formação geral;

• a promoção da capacidade do estudante desenvolver-se com mais autonomia, com

práticas de estudo independentes mas supervisionadas pelos professores;

• a indução de práticas de iniciação científica para propiciar ao aluno o desenvolvimento da criatividade e da análise crítica;

• a articulação entre a teoria e a prática e o estímulo à construção de competências,

habilidades e conhecimentos fora do ambiente escolar, em contextos que criem uma ambientação com condições e características semelhantes às de sua prática profissional futura;

• a inclusão de dimensões éticas e humanistas, proporcionando a emergência de valores e

atitudes orientados para a cidadania;

• a incorporação de orientações para a realização de avaliações periódicas que utilizem instrumentos variados, visando estimular docentes e alunos a aprimorarem o processo de ensino-aprendizagem.

As necessidades e as possibilidades de se levar adiante a nova formação

médica, preparada para exercer a prática da medicina no contexto de um novo modelo de cuidados de saúde centrado na estratégia desenvolvida pelo Saúde da Família, dependem da plenitude da implantação das novas diretrizes curriculares no curso médico. A formação de médicos gerais, bem como de médicos especialistas com boa formação geral em medicina, ambos necessários ao provimento do setor saúde, com competências bem definidas, requer o estabelecimento de políticas de ensino e diretrizes correspondentes e coordenadas. Como as que a SES-DF - que historicamente vem formando pós-graduados em medicina (Residência Médica) e estruturou todas as condições indispensáveis e presentes neste Projeto Pedagógico inovador – pretende utilizar ao habilitar-se a desempenhar a função de formação médica graduada.

Ao exercer o papel de autoridade de saúde e setorial no que diz respeito aos

recursos humanos, a SES-DF, enquanto gestora distrital de saúde, cumpre fielmente o

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dispositivo constitucional constante no art. 200, inciso III – ordenar a formação de recursos humanos na área da saúde. 3. A EDUCAÇÃO MÉDICA CONTEMPORÂNEA

No aparelho formador, a repercussão do esgotamento do modelo assistencial hospitalar como solução única para a atenção médica em todos os níveis e sua paulatina substituição por nova racionalidade é clara: o modelo assistencial busca linhas alternativas para equacionar a problemática da atenção médica mais racional e voltada para o acesso a que toda a população tem direito, com a conseqüente e necessária mudança na formação de recursos humanos. A atual formação não vem dando conta dessa mudança e o quadro se agrava a partir da agregação das novas necessidades e demandas criadas a partir das transformações demográficas e epidemiológicas que afetam a população do país, as quais, somadas à extraordinária velocidade da difusão de inovações tecnológicas em medicina, geram expectativas de adoção de procedimentos, equipamentos e medicamentos mais eficazes e seguros e, ao mesmo tempo, mais caros, acelerando as pressões para o aumento das despesas em saúde.

No plano mais geral da análise, os desafios do ensino médico envolvem:

• as tendências de novas necessidades e demandas à prática médica e às políticas de saúde decorrentes da dinâmica da população e dos padrões de mortalidade e morbidade da sociedade brasileira;

• os cenários futuros para a disseminação e aprimoramento das mudanças no modelo de cuidados do Sistema Único de Saúde;

• as relações entre os processos de reforma sanitária e de reformas educacionais mais recentes, especialmente aquelas relacionadas à educação superior.

A cristalização do atual modelo pedagógico das escolas médicas brasileiras,

cujas bases datam do início deste século, é paradigmática do crescente descompasso, cada vez maior, entre a incorporação de um volume de tecnologias e de conhecimentos, as demandas sociais e o médico. Estas contradições se manifestam no colapso da assistência à saúde e na "crise de eficácia da clínica", tanto do profissional recém-formado como daquele já estabelecido no mercado de trabalho.

É usual constatar-se, considerando-se a proposta de atingir as metas

propostas, a inadequação da grade curricular vigente nos cursos oferecidos. Estas metas, aliás, muitas vezes sequer são explicitadas. Na maioria dos casos, não se sabe e sequer se avalia qual o perfil do profissional que se quer graduar.

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Comumente, na análise da grade curricular e estrutura

dos cursos, observa-se:

1. favorecimento e tendência à especialização precoce. Atualmente, vem ocorrendo uma tentativa de transformação em muitos currículos dos cursos de Medicina desenvolvidos no país, existindo um consenso quanto à necessidade de ampla revisão na formação do médico. Geralmente, este propósito baseia-se no que vem sendo denominado “novas tendências na educação médica e nas realidades sociais em que se insere a prática médica”;

2. não-integração entre os objetivos da escola médica, dos alunos, e o desenvolvimento de

uma atitude para enfrentar os problemas específicos da nossa realidade médico-assistencial. Além disso, durante o curso médico, o aluno é colocado em situações artificiais, tanto no laboratório como no hospital, onde os problemas são demonstrados e o educando assume sempre uma atitude passiva;

3. estruturação da grade curricular, em conjunto com o sistema de "créditos", baseado em

enorme número de disciplinas, com elevada fragmentação do conhecimento. Somam-se a isso cargas horárias excessivas em algumas disciplinas, chegando aos limites preconizados para os cursos de especialização. Por sua vez, as disciplinas, fragmentadas, tentam oferecer conhecimento de nível de pós-graduação;

4. deficiência numérica e qualitativa de serviços e laboratórios apropriados para o

desenvolvimento das atividades práticas relacionadas com a grade curricular vigente;

5. enorme quantidade de informação que culmina em avaliações baseadas na memorização, cuja maior fonte são anotações de caderno ou cópias xerox de cadernos dos colegas. Nenhuma atenção é dada à avaliação do desenvolvimento do raciocínio e do senso crítico, das habilidades clínicas e das atitudes inerentes à prática médica. Cria-se, então, uma distorção entre o que se espera do médico e o que é cobrado do estudante, através das avaliações, durante o seu período formativo;

6. centralização excessiva por parte da administração de cada disciplina, tornando a

gerência técnica do ensino do curso figura meramente decorativa já que esta deveria ser diretamente responsável pelas diretrizes curriculares - e zelar principalmente por seu cumprimento, norteado por ações do coordenador-geral, dos coordenadores de módulos e pela autonomia didática e administrativa do curso.

O modelo de ensino que se deseja superar divide o conhecimento em dois

ciclos, com escassa articulação entre os mesmos. Em cada ciclo se agrupam disciplinas ou mini-cursos com enfoque unitário, sem coordenação e integração horizontal ou vertical. É generalizada a opinião de que a organização curricular atual interfere com a aprendizagem significativa e limita a capacidade de recuperar a informação pertinente necessária para solucionar os problemas particulares da clínica.

O ensino tradicional mantém uma dissociação entre classes teóricas e

práticas, o que contribui para diminuir a motivação dos alunos, agravada quando se considera que o tradicional contato com o doente, o hospital e seus problemas ocorre a partir do 3º ano do curso. Esse modelo de currículo representa um excesso de conteúdos e rigidez extremada,

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daí ser indispensável implementar estratégias que confiram flexibilidade ao mesmo, visando desenvolver atitudes favoráveis ao estudo independente.

Ao privilegiar o enfoque por doenças, o ensino tradicional desvincula a

doença do doente e centraliza nela toda a atenção médica, impedindo assim a transmissão de conhecimentos que privilegia a análise de casos - decorrentes de situações integradoras e que permitem enfatizar os contextos em que as pessoas adoecem.

Outro grave problema é a separação entre ensino e assistência da investigação

ou pesquisa. Esta separação determina uma dissociação entre o que se ensina e a tarefa real do médico. Confrontados com a realidade assistencial, os jovens graduados muitas vezes consideram a formação em graduação inútil.

Na maioria das vezes em que tradicionalmente se fala em mudanças na

educação médica, observa-se que as iniciativas restringem-se a promover uma mudança curricular limitada a um simples ajuste de posicionamento disciplinar e carga horária.

Com estas preocupações e compromissos, a Secretaria de Estado de Saúde do

Distrito Federal, através de sua Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (FEPECS), com sua ampla rede de prestação de serviços e experiência em pós-graduação (Residência Médica) e Internato em medicina, decidiu implementar um curso de medicina inovador na região Centro-Oeste.

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4. AS NOVAS ORIENTAÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO MÉDICA

No que tange à justificativa de um projeto de ensino médico, considera-se não apenas a realidade médico-social em que se insere o curso mas também o consenso já alcançado em torno de fatores determinantes a ser considerados como norteadores do projeto de formação médica. Dentre esses fatores, destacam-se:

• as rápidas transformações sociais dos países em desenvolvimento;

• as mudanças nos perfis epidemiológicos, que conferem aos países em desenvolvimento

semelhanças aos do Primeiro Mundo; • a plena convicção de que o ensino compartimentalizado em disciplinas tende a formar

médicos preparados para tratar doenças de forma segmentada, sem capacitá-los para atuar como promotores da saúde integral do ser humano;

• a necessidade de adequação da formação profissional do médico para o modelo

assistencial à saúde que se busca implantar no país, com ênfase na atenção integral da saúde num sistema hierarquizado, englobando uma assistência multiprofissional;

• a necessidade de capacitar o médico para incorporar a prática da educação permanente,

com ênfase nas técnicas de auto-aprendizagem, necessárias para que possa lidar adequadamente com o rápido desenvolvimento científico e tecnológico;

• a prática do exercício da medicina sobre bases científicas e baseada em evidências

válidas; • o desenvolvimento recente de novas áreas do conhecimento, como a Bioética,

facilitadora do desenvolvimento humanista dos profissionais de saúde; • a necessidade de que todos os médicos atuem como agente de transformação social; • a necessidade de o currículo médico conferir um caráter de terminalidade na graduação; • a capacidade de que todos os médicos atendam tanto as necessidades de seus pacientes

quanto às de sua comunidade; • a capacidade de que todos os médicos avaliem e melhorem a qualidade do atendimento

prestado, desenvolvendo habilidades de comunicação;

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• o entendimento e o uso adequado de novas tecnologias; • a promoção de estilos de vida saudáveis, conciliando as exigências sanitárias da

comunidade e do indivíduo; • o trabalho eficiente em equipe de saúde.

Sobre esse conjunto de fatores determinantes, se exige

cada vez mais das autoridades e profissionais das áreas de educação e saúde o enfrentamento e a condução da tarefa de modificar e renovar substancialmente a formação médica. Existe notável concordância dos

elementos-chaves acerca da renovação, que tem como fulcro as mudanças na organização dos serviços de saúde e na crescente demanda por um profissional com maior grau de competência para a prestação de

cuidados preventivos nos níveis individual e comunitário, e para desempenhar eficiente e eficazmente o primeiro nível de atenção e/ou a

atenção ambulatorial. Nas últimas conferências internacionais de educação médica (Edimburgo –

1988; Havana - 1991 e Edimburgo - 1993), no Encontro Americano de Educação Médica (Punta del Este - 1992), bem como no Relatório Geral da Avaliação do Ensino Médico no Brasil (1991-97), têm sido enfatizados conceitos e diretrizes, entre os quais destacam-se:

• "Redefinir o conceito de saúde em função do bem-estar e da qualidade de vida e

destacar a relevância social da educação médica"; • "Necessidade de um novo modelo científico biomédico e social que projete e

fundamente um novo paradigma educativo em função dos indivíduos e da comunidade";

• "Responder às crescentes necessidades e demandas, insatisfeitas em matéria de saúde

das grandes maiorias da população latino-americana e dos serviços que a atendem, em um contexto de crise econômica, política e social e em um novo contexto internacional”;

• "A construção ou reconstrução do modelo educativo que deve gerar simultaneamente a

construção do processo avaliativo, entendendo a avaliação como o instrumento fundamental para orientar a análise de resultados e a reflexão permanente sobre o processo educativo que deve ser profundamente modificável";

"Redimensionamento dos espaços de prática, levando em conta seus níveis de

complexidade e o próprio desenvolvimento de uma nova prática".

Charles Boelen [Medical Radication Reform: the Need for Global Action, Academic Medicine, 67(11)1992] assinala que "tem surgido de forma independente e com surpreendente unanimidade mundial um chamamento a que os médicos do futuro sejam capazes de realizar:

1. avaliar e melhorar a qualidade da atenção para responder a totalidade das necessidades

de saúde do paciente através de serviços de promoção, proteção e recuperação;

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2. otimizar a utilização das novas tecnologias tendo em conta as questões éticas e financeiras e o benefício final do usuário;

3. promover estilos de vida saudáveis através de habilidades da comunicação e facultando

aos indivíduos e grupos a proteção da própria saúde; 4. reconciliar os requerimentos de saúde de cada indivíduo e da comunidade, alcançando

um equilíbrio entre as expectativas do paciente e as da sociedade em geral, tanto a curto como a longo prazo;

5. trabalhar eficientemente em equipe dentro do setor saúde e com outros setores socio-

econômicos que afetam a saúde (...)"

Também não passam desapercebidos os movimentos desenvolvidos pela Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM), Comissão Interinstitucional Nacional de Avaliação do Ensino Médico (CINAEM) e Rede de Projetos UNI e Integração Docente- Assistencial (Rede UNIDA), seguindo propostas de reformas inspiradas na larga trajetória dos educadores médicos brasileiros e nos princípios e orientações debatidos e testados em centros de excelência de ensino médico.

A estruturação do curso médico pretende corroborar, como tem feito a

Organização Pan-Americana da Saúde, que a educação médica e a medicina são práticas sociais cujos fins e meios têm de ser definidos historicamente, considerando-se as necessidades de cada sociedade. As doenças podem não ser diferentes, mas existirão diferenças na ocorrência das mesmas (a malária, por exemplo), nas prioridades regionais e na estrutura cultural e social, que levarão a diferenças na prática médica e sanitária. O objetivo principal do curso de Medicina a ser implantado na SES-DF é graduar o profissional tornando-o ciente destas diferenças e conhecedor das necessidades locais, tornando-o tecnicamente competente para dar início ao exercício de suas atividades profissionais.

A SES-DF vem promovendo as mudanças propostas para o modelo de

cuidados de saúde do SUS, o que impõe aos educadores e profissionais de saúde vinculados a este Projeto Pedagógico sua identificação com as iniciativas que vêm pautando o ensino médico moderno. Devem considerar, também, o acúmulo de experiências inovadoras próprias, decorrentes de iniciativas que deram maior relevância às práticas ambulatoriais e comunitárias e a diversas formas de integração ensino-serviço.

Com essas novas orientações, a SES-DF visa participar na formação de

médicos imprimindo-lhes os seguintes perfis, competências e habilidades:

• relacionar e utilizar os conhecimentos das áreas básicas, clínicas, cirúrgicas e da saúde coletiva para atuar na solução dos problemas mais relevantes que comprometem a saúde dos indivíduos e das famílias;

• compreender e agir frente aos problemas mais comuns dentro de uma visão integral do processo saúde-doença, relacionando os determinantes socioeconômicos, culturais e políticos, assim como os aspectos comportamentais relevantes para a promoção, prevenção e recuperação da saúde;

• ter a capacidade de estabelecer a relação médico-família dentro de padrões éticos, técnicos e humanísticos adequados e legitimados;

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• trabalhar em equipe com os profissionais de saúde, evidenciando o compromisso social com a melhoria contínua do atendimento e do desempenho dos serviços de saúde, dentro de uma perspectiva de universalidade e eqüidade;

• utilizar-se de forma adequada, quando necessário, do sistema de referência e contra-referência, de diagnóstico, tratamento e recuperação das pessoas sob seus cuidados;

• ser capaz de prestar atendimento de emergência e providenciar os cuidados especializados requeridos;

• valer-se da melhor combinação de conhecimentos e recursos tecnológicos de máxima efetividade, eficácia e segurança com o menor custo, de forma a contribuir para a racionalização dos gastos em saúde e adequada alocação de recursos;

• desenvolver a capacidade de atualização profissional, valendo-se dos meios de educação permanente;

• ser capaz de conhecer e estabelecer julgamentos de valor sobre as políticas de saúde e estratégias de intervenção, visando assegurar a universalidade, a eqüidade, a resolubilidade e a continuidade dos cuidados de saúde.

Ao tomar a iniciativa de criar a FEPECS e em seu âmbito participar da

formação de médicos com o perfil acima descrito, a SES-DF tem consciência de que os processos educacionais requerem decisões políticas e o amadurecimento de novas práticas culturalmente enraizadas na sociedade e nos meios profissionais. Os cenários apresentados aos processos educacionais no ensino médico são bastante favoráveis a novas iniciativas de promoção de mudanças, como a retomada do processo de reforma sanitária com as políticas contemporâneas efetivadas pelo Ministério da Saúde e Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. Com o empenho das entidades médicas e de educadores médicos, visa acompanhar a formação médica “pari passu” à estratégia do Saúde da Família, dentro do esforço da montagem de equipes de Saúde da Família preparadas e com habilidades e competências para:

• conhecer a realidade das famílias pelas quais é responsável, através do cadastramento

destas e do diagnóstico de suas características sociais, demográficas e epidemiológicas; • identificar os problemas de saúde prevalentes e situações de risco às quais a população está

exposta; • elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para enfrentamento dos

determinantes do processo saúde-doença; • prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda

organizada ou espontânea, na unidade de Saúde da Família, na comunidade, no domicílio e no acompanhamento ao atendimento nos serviços de referência ambulatorial ou hospitalar;

• desenvolver ações educativas e intersetoriais para o enfrentamento dos problemas de saúde identificados.

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5. PERFIL, METAS E OBJETIVOS NO CONHECIMENTO, HABILIDADES E ATITUDES: PROPOSTAS CURRICULARES

O curso seguirá o consenso mundial em relação às funções que o profissional universitário deve cumprir no campo da saúde. Assim, busca-se alcançar o seguinte perfil para os médicos capacitados e egressos do curso

• empregar o método científico e o trabalho em equipe nas tarefas de assistência, do

ensino e da investigação; • reconhecer e assumir a importância da investigação básica, clínica e socioeconômica na

prática médica; • adquirir o conhecimento e o entendimento da saúde e sua promoção, bem como da

doença, sua prevenção e tratamento, no contexto do indivíduo como um todo, considerando o seu lugar na família e sociedade;

• habilitar-se a praticar os fundamentos da clínica médica, tais como obter a história

clínica do paciente, realizar seu exame físico e verificar seu estado mental de forma abrangente, interpretando os achados; e demonstrar competência na realização de um número limitado de procedimentos técnicos básicos;

• demonstrar as atitudes necessárias para atingir um alto padrão de prática médica, de

maneira a contemplar a assistência ao indivíduo ou a população, valorizando o desenvolvimento pessoal;

• compreender as necessidades de saúde das pessoas não apenas do ponto de vista físico,

mas nos contextos psicológico, familiar, laboral e comunitário; • diagnosticar os problemas de saúde da população identificando os grupos de risco;

• desenhar, implantar e avaliar programas de cuidados de saúde no primeiro nível de

atenção à saúde (Atenção Primária de Saúde - APS);

• prevenir, diagnosticar e tratar as doenças prevalentes e resolver as urgências no primeiro nível de atenção de maneira efetiva, eficiente e humanitária;

• realizar diagnóstico presuntivo de patologias não-habituais e atuar cooperativa e

interdisciplinarmente articulando a estratégia da interconsulta e/ou referenciando o paciente quando a situação exigir;

• reconhecer suas próprias limitações e, frente a situações complexas, dispor-se a atuar cooperativamente;

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• fazer uso racional das tecnologias de diagnósticos e terapêutica dentro de um contexto

ético-social e legal; • avaliar suas atividades de maneira crítica e permanente; • desenvolver estratégias de aprendizagem ou formas que lhe permitam continuar

aprendendo e aperfeiçoando-se durante toda a vida profissional.

Com base nesse perfil profissional e conteúdos de ensino, bem como na legislação educacional em vigor, tornam-se necessárias as metas e os objetivos educacionais a seguir relacionados.

O curso de Medicina da SES-DF, em especial, tem como meta possibilitar

uma formação médica que leve em consideração a identificação das patologias mais relevantes para o ensino médico, considerando-se os agravos epidemiológicos da região Centro-Oeste. Ao final do curso, o graduando estará preparado tanto para o exercício geral da medicina como para seguir uma especialização através da Residência Médica. No que se refere às patologias comuns da região, deverá ser competente e capaz de:

1. diagnosticar e tratar; 2. diagnosticar e tomar condutas de emergência;

3. suspeitar e encaminhar.

São objetivos do curso de Medicina: 1. Cognitivos

Ao término do curso de graduação o estudante terá adquirido o conhecimento e o entendimento:

a) das Ciências Básicas para o exercício da Medicina, enfatizando:

1. como o conhecimento é adquirido; 2. o entendimento dos métodos de pesquisa;

3. a habilidade de avaliar as evidências.

b) da variedade de problemas que se apresentam na prática médica e da variedade de

soluções desenvolvidas para seu reconhecimento, investigação, prevenção e tratamento; c) das doenças, em termos de aspectos físicos ou mentais, em processos tais como

traumas, inflamações, resposta imune, processos degenerativos, neoplasias, distúrbios metabólicos e doenças genéticas;

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d) das formas de apresentação das doenças em todas as idades; como os pacientes reagem às mesmas, sua crença de que estão doentes e como os distúrbios do comportamento variam entre grupos sociais e culturais;

e) dos determinantes sociais e ambientais da doença; os princípios da vigilância

epidemiológica e o modo de propagação das doenças; e a análise da repercussão das doenças dentro da comunidade;

f) dos princípios da prevenção das doenças e da promoção de saúde; g) dos princípios da terapêutica, incluindo;

1. a conduta nos casos agudos; 2. o mecanismo de ação das drogas, sua prescrição e modos de administração;

3. a assistência dos pacientes com doenças crônicas e portadores de deficiência física;

4. a reabilitação, a assistência institucional e comunitária;

5. o alívio do sofrimento e da dor;

6. a assistência ao paciente fora de possibilidades terapêuticas; o processo da morte.

h) da reprodução humana, incluindo :

1. gravidez e parto; 2. fertilidade e contracepção;

3. aspectos psicológicos.

i) das relações humanas, individual e comunitária; j) da importância da comunicação, tanto entre o médico, seu paciente e familiares bem

como com os profissionais de saúde envolvidos com a assistência individual e coletiva;

k) da ética e questões legais pertinentes à prática médica;

l) da organização, administração e oferta da assistência a saúde na comunidade e no hospital; as questões econômicas e práticas políticas que interferem na assistência a saúde; o processo de auditagem aos sistemas e práticas de assistência a saúde.

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2. Habilidades

Ao término do curso de graduação o estudante terá adquirido e demonstrado sua proficiência em comunicação e outras habilidades essenciais para a prática médica, incluindo:

a) fundamentos de Clínica Médica, incluindo a habilidade de realizar:

1. coleta de dados para obter uma história clínica/anamnese abrangente; 2. exame físico completo, incluindo a avaliação do estado mental;

3. interpretação dos dados obtidos na história clínica e no exame físico;

4. avaliação preliminar dos problemas do paciente, formulando um plano para

investigação comprobatória e conduta adequadas ao caso.

b) procedimentos clínicos básicos, incluindo:

1. suporte básico e avançado para a manutenção da vida; 2. punção venosa;

3. inserção e manutenção de cateteres intravenosos.

c) computação básica aplicada a medicina

1. uso de processador de texto, planilha, programas estatísticos e de gerenciamento de

dados; 2. obtenção de dados bibliográficos via rede de computação, ou através de CD-ROM;

3. uso de aplicativos para o ensino médico e sua avaliação.

3. Formação de atitudes

Ao término do curso de graduação o estudante terá adquirido e demostrado atitudes fundamentais à prática da medicina, incluindo:

a) respeito aos pacientes e colegas, que compreenderá, sem preconceitos, a diversidade de bases culturais e a igualdade, as línguas, a cultura e o modo de vida;

b) o reconhecimento dos direitos do paciente em todos os aspectos, em particular a

confidencialidade da informação e consentimento informado prévio ao ato médico;

c) o entendimento de que o conhecimento está baseado na curiosidade e que a sua exploração ultrapassa a aquisição passiva, devendo ser procurada por toda a vida profissional;

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d) a habilidade de lidar com o inesperado;

e) a conscientização das responsabilidades morais e éticas envolvidas na assistência

individual ao paciente, bem como a responsabilidade com o provimento da assistência coletiva da saúde - conscientização essa que deverá ser adquirida a partir do início do curso;

f) a conscientização de que "sempre" deve ser assegurada a melhor qualidade possível de

assistência médica;

g) o desenvolvimento da capacidade de auto-avaliação e da participação consciente no processo de avaliação pelos pares;

h) o conhecimento das limitações pessoais, da disposição pessoal de procurar auxílio

quando necessário e a habilidade de trabalhar como membro de uma equipe;

i) a disposição de utilizar as habilidades profissionais adquiridas no transcorrer do curso para contribuir com a comunidade da mesma forma que com o bem-estar individual, alcançado pelo entendimento da medicina preventiva e pelo estímulo à prática da promoção de saúde;

j) a habilidade de adaptação às mudanças;

k) a conscientização da necessidade de continuidade no desenvolvimento profissional

aliado com a educação médica continuada, de modo a manter um alto padrão de competência clínica e de conhecimentos;

l) a aceitação da responsabilidade de contribuir da melhor maneira possível para o avanço

do conhecimento médico de forma a beneficiar a prática médica e, primordialmente, melhorar a qualidade da assistência médica.

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6. AS DIRETRIZES CURRICULARES E O MODELO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA

Tecnicamente, o processo educacional é uma combinação entre o ensino e o aprendizado. O ensino tradicional está centrado na figura do professor, a quem cabe, de maneira completa, a responsabilidade pelo processo de aprendizado do aluno. Deste modo, decide sempre o que é importante para os alunos conhecerem; naturalmente, enfatiza aquilo que mais o interessa, enquanto especialista em alguma área particular da Medicina. Neste caso, a participação do aluno é passiva. Este aprendizado (tradicional) geralmente ocorre através da transmissão de conhecimentos pelo professor, em salas de aula com grandes grupos de alunos, ou em aulas práticas onde o professor assume o papel dominante.

Ainda hoje, as escolas médicas fazem uso, muitas vezes acriticamente, dos

parâmetros educacionais datados de 1910 (Flexner, 1910) . Na década de 50, o ensino médico sinaliza uma retomada na busca por

mudanças, com o pioneirismo de John Dewey e seus aprendizes da Case Western Reserve University, com métodos de ensino-aprendizagem que atualmente servem como base para a estratégia pedagógica da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), ainda hoje utilizada com sucesso em inúmeras escolas médicas de todo o mundo, inclusive no Brasil.

Ações organizadas visando a formação de médicos de família já apontavam

para um movimento mais amplo, de expressão reivindicatória de justiça social, em busca do aprimoramento e expansão da atenção primária de saúde, que teve como máxima a Declaração de Alma-Ata. Reforça-se, então, a noção de que para o atendimento das urgentes reivindicações faz-se necessário elaborar novas estratégias curriculares, visando ao novo perfil do profissional desejado.

Dejano T. Sobral (Currículo de Graduação: Desafios e Perspectivas. Ver. Bras. Educ.

Méd.. v. 22 supl. 1, pp. 27 - 29, 1998) identifica diversas estratégias atualmente em uso, ressaltando:

• integração interdisciplinar - que objetiva a conversão da estrutura horizontal de

disciplinas, observada no currículo tradicional, para a estrutura vertical. Por sua vez, estas devem poder ser entendidas da seguinte forma:

• integração horizontal - que distribui as disciplinas conforme o padrão flexneriano e

com origem nas idéias de Taylor - segmentação como meio de elevar a eficiência. O estudo de determinado sistema ou aparelho biológico é feito em uma seqüência básica tida erroneamente como obrigatória (morfologia, fisiologia, patologia), levando a referidas revisões de conteúdos já abordados, processo repetitivo e gerador de desinteresse;

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• integração vertical - traduzida, em contrapartida, por uma justaposição de conteúdos de diversas disciplinas presentes na distribuição, seguindo a saudável prática interdisciplinar - para o que faz-se necessário "quebrar" a departamentalização dos conhecimentos;

• aprendizagem baseada em problemas - esta pode ser classificada como uma estratégia

pedagógica na qual o ensino está centrado nos discentes e é facilitada pelos docentes. O aluno é o agente principal da dinâmica ensino-aprendizagem, buscando informações diretamente junto às diversas fontes disponíveis, cabendo ao professor o papel de facilitador da aprendizagem, indicando os caminhos a serem seguidos na busca de soluções para problemas previamente selecionados. Daí a ABP ser uma propositora de situações significantes, contextualizadas e do mundo real, fornecedora de fontes, guias e instruções para aprendizes - enquanto da busca de conhecimentos e habilidades para resolver problemas;

• aprendizagem ativa - orientada para o adulto, centrada em problemas, centrada nos

estudantes, colaborativa, integrada, interdisciplinar, utiliza pequenos grupos e opera num contexto clínico e social. Durante todo o tempo, os estudantes buscam informações entre si, informalmente, nas bibliotecas e salas de aula, ou formalmente, por exemplo em seminários, organizados por eles próprios sobre temas que facilitem a aprendizagem das diversas disciplinas ligadas ao caso em questão. Aqueles envolvidos na APB apresentam significativa mudança e melhoria quanto ao pensamento crítico, resolução de problemas, formulação e definição de problemas, estudos extra livros-texto, tomada de decisão, estudo de literatura para a resolução de problemas, habilidade para argumentar sistematicamente prós/contras;

• diversificação de ambientes – centra-se na prática e na exposição precoce do aprendiz

às reais necessidades de saúde da população. Os alunos têm a oportunidade de conhecer as doenças prevalentes em cada comunidade, o que desperta maior interesse pelas mesmas ao longo do curso;

• aprendizado nuclear – neste, o currículo é composto por conteúdos considerados

indispensáveis à formação básica do profissional médico objetivado pelo curso - no caso, a de um médico de atenção primária. Com relação ao restante do currículo, o aluno participa de seu processo de formação, uma vez que cerca de 30% abordará áreas optativas por ele escolhidas, de acordo com as aptidões e conhecimentos nos quais deseja se aprofundar.

A análise de qualquer processo de ensino não pode desvincular-se dos

problemas da sociedade em que o estudante se forma, que tem a cargo a sua formação e na qual o profissional prestará seus serviços. Assim, o perfil profissional do egresso deve coincidir com as demandas da sociedade, dos novos perfis epidemiológicos e demográficos e das condições da prática profissional. A formação em Ciências Sociais é indispensável para que o profissional possa interpretar os processos de saúde-doença em sua dimensão sociocultural.

O saber médico é um saber integrado com o fazer, não é um saber erudito

em que o conhecimento é um valor em si mesmo. Na atividade médica, o saber se integra com a ação em um marco de certo grau de incerteza. Este acionar do médico recai sobre outra pessoa, o que exige, ademais, que a intervenção seja realizada com maior respeito e afeto. Por outro lado, esta ação médica provoca conseqüências econômicas e sociais que devem ser consideradas.

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Daí ser deletéria para o processo de ensino a instrumentação da

aprendizagem fora do contexto de sua aplicação. Ainda que não assista a casos reais, o aluno deve saber “para que aprende o que aprende”. Assim, os conhecimentos e sua evolução têm uma história e um destino. A história é o processo de investigação; o destino, o paciente ou grupos de indivíduos sãos ou enfermos, reais ou “de papel”.

A pedagogia da interação supera, com vantagens, a pedagogia da transmissão

passiva de conhecimentos utilizada nos métodos tradicionais de ensino, possibilitando o aperfeiçoamento contínuo de atitudes, conhecimentos e habilidades dos estudantes. Facilita a estes o desenvolvimento dos seus próprios métodos de estudo, ensinando-os a selecionar criticamente os recursos educacionais mais adequados, trabalhar em equipe e aprender a aprender.

O currículo adotado deve contemplar, com pensamento emancipatório, a

atuação do futuro médico em novos cenários, preparando-o para as possíveis mudanças que vão acontecer. Em função desses novos cenários deverão formar-se profissionais com capacidades criativas, e não meramente reprodutivas, e de investigação/pesquisa científica para enfrentar e resolver problemas.

A SES-DF decidiu-se por uma tendência educacional contemporânea,

posicionando-se favorável a um processo de aprendizado mais ativo, capaz de estimular a “troca de informações entre professores e alunos” e entre os próprios alunos, estimulando a criatividade e levando-os a desenvolver a habilidade de reagir às novas situações que, de maneira concreta, serão impostas pela prática profissional.

A SES-DF, através da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde,

adotou o Projeto Pedagógico centrado no aluno como sujeito da aprendizagem e no professor como facilitador do processo de ensino-aprendizagem, enfocando o aprendizado baseado em problemas e orientado para a comunidade.

O desenvolvimento científico e técnico e as condições do exercício

profissional demandam um profissional com habilidade cognitiva e com um grau de responsabilidade e autonomia que lhe permitam sustentar sua própria educação continuada com base em estudo independente. Por sua vez, o desenvolvimento da tecnologia médica demanda uma formação sistemática no processo de tomada de decisão, considerando-se os princípios da Bioética e a análise dos custos da atenção, pois o saber e a conduta estão indissoluvelmente unidos na atividade médica.

Outro conceito do modelo pedagógico adotado é o de aprender fazendo,

introduzido no início do século, que sugere a inversão da seqüência clássica teoria/prática, caracterizando que o conhecimento ocorre na ordem inversa, ou seja, da prática para a teoria.

Como existem várias possibilidades de ocorrer a aprendizagem e a própria

construção do conhecimento, pode-se priorizar o ponto de partida como sendo a prática profissional e a prática social, não afastando a possibilidade de, em algumas vezes, se ter como ponto de partida idéias, reflexões, questionamentos. Os próprios problemas podem ser observados e extraídos diretamente da prática vivenciada, mas outros serão elaborados por especialistas, com base na necessidade de incorporação de conceitos, noções, princípios etc., não sendo a prática profissional dos alunos o único ponto de partida para a ocorrência do conhecimento. A relação prática-teoria-prática deve ser priorizada, não havendo, no entanto, a

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necessidade de restringir essa à seqüência P > T ou T > P, mas sim P<->T. Este modelo, que ocorre no atual internato médico (5a e 6a séries), será ampliado no currículo adotado.

Uma grande vantagem da aprendizagem baseada em problemas é a

possibilidade de se discutir concomitantemente os aspectos biológicos, psicológicos, culturais e socioeconômicos envolvidos, uma vez que as ciências médicas se situam na interface das ciências biológicas e das ciências humanas. Na realidade, se pretende conjugar o método pedagógico que melhor desenvolva os aspectos cognitivos da educação (aprender a aprender) com o método que permite o melhor desenvolvimento das habilidades psicomotoras e de atitudes (aprender fazendo).

O modelo pedagógico proposto não é exclusivista nem excludente. Seu eixo

metodológico possibilita a oportunidade do exercício de outras técnicas pedagógicas, como é o caso das conferências, de natureza expositiva.

Concluindo: o modelo pedagógico do curso encontra-se fundamentado nos

princípios da pedagogia interativa, de natureza democrática e pluralista, com um firme eixo metodológico que priorize a aprendizagem baseada em problemas como metodologia de ensino-aprendizagem central.

Para que esta relação de competências seja obtida, o projeto político- pedagógico

do curso contemplou:

• currículo fundamentado no construtivismo e no humanismo;

• integração dos conteúdos básicos e profissionalizantes;

• relação de equilíbrio entre a teoria e prática;

• diversificação dos cenários de aprendizagem;

• pesquisa integrada ao ensino, com a participação de profissionais dos serviços e da comunidade;

• educação orientada aos problemas mais relevantes da sociedade;

• seleção dos conteúdos essenciais com bases epidemiológicas;

• currículo flexível com atividades eletivas;

• terminalidade do curso, não formando especialistas em nível de

graduação, mas sim generalistas;

• ensino centrado no aluno;

• avaliação formativa do aluno baseada nas competências cognitivas, afetivas e psicomotoras.

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Deste modo, o processo educacional ativo partiu da definição do perfil do graduado, delineando-se as competências (conhecimentos, habilidades e atitudes) inerentes ao médico graduado.

Abaixo, são descritas as competências gerais desejadas para o graduado no curso

médico (conforme o preconizado pela OPAS):

• atenção à saúde: os profissionais de saúde, em seu âmbito profissional, devem estar aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto no nível individual quanto coletivo. Cada profissional deve assegurar que sua prática seja realizada de forma integrada e contínua com as demais instâncias do sistema de saúde. Os profissionais devem realizar seus serviços dentro dos mais altos padrões de qualidade e dos princípios da ética/bioética, tendo em conta que a responsabilidade da atenção de saúde não se encerra com o ato técnico, mas sim com a resolução do problema de saúde, tanto no nível individual como coletivo;

• tomada de decisões: o trabalho dos profissionais de saúde deve estar fundamentado na

capacidade de tomar decisões visando o uso apropriado, a eficácia e o custo-efetividade da força de trabalho, de medicamentos, de equipamentos, de procedimentos e de práticas. Para este fim, os mesmos necessitam possuir habilidades para avaliar, sistematizar e decidir a conduta mais adequada;

• comunicação: os profissionais de saúde devem ser acessíveis e manter a

confidencialidade das informações a eles confiadas, quando da interação com outros profissionais de saúde e o público em geral. A comunicação envolve comunicação verbal, não-verbal e habilidades de escrita e leitura;

• liderança: no trabalho em equipe multiprofissional, os profissionais de saúde deverão

estar aptos a assumir posições de liderança, sempre tendo em vista o bem-estar da comunidade. A liderança envolve compromisso, responsabilidade, empatia, habilidade para tomada de decisões, comunicação e gerenciamento de forma efetiva e eficaz;

• administração e gerenciamento: os profissionais devem estar aptos a fazer o

gerenciamento e administração da força de trabalho, dos recursos físicos e materiais e de informação, da mesma forma que devem estar aptos a serem gestores, empregadores ou lideranças na equipe de saúde;

• educação permanente: os profissionais de saúde devem ser capazes de aprender

continuamente, tanto na sua formação quanto na sua prática. Desta forma, devem aprender a aprender e ter responsabilidade e compromisso com a educação e o treinamento/estágio das futuras gerações de profissionais, não apenas transmitindo conhecimentos mas proporcionando condições para que haja benefício mútuo entre os futuros profissionais e os profissionais dos serviços.

As competências específicas são:

• otimizar o uso dos recursos propedêuticos, valorizando o método clínico em todos os seus aspectos;

• exercer a medicina utilizando procedimentos diagnósticos e terapêuticos cientificamente validados;

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• utilizar adequadamente recursos semiológicos e terapêuticos contemporâneos, hierarquizados para a atenção integral à saúde, no primeiro, segundo e terceiro níveis de atenção;

• atuar na proteção, promoção da saúde e prevenção de doenças, bem como no tratamento e reabilitação dos problemas de saúde e acompanhamento do processo de morte;

• atuar nos diferentes níveis de atendimento à saúde, com ênfase nos atendimentos primário e secundário;

• realizar procedimentos clínicos e cirúrgicos indispensáveis para o atendimento ambulatorial e para o atendimento inicial das urgências e emergências em todas as fases do ciclo biológico;

• conhecer os princípios da metodologia científica, o que possibilita a leitura crítica de artigos técnico-científicos e uma maior participação na produção de conhecimentos;

• considerar a relação custo-benefício nas decisões médicas, levando em conta as reais necessidades da população;

• diagnosticar e tratar corretamente as principais doenças do ser humano em todas as fases do ciclo biológico, tendo como critérios a prevalência e o potencial mórbido das doenças, bem como a eficácia da ação médica;

• reconhecer e encaminhar, adequadamente, pacientes portadores de problemas que fujam ao alcance da formação geral do médico.

Para atingir essas competências gerais e específicas, os conteúdos definidos nos

módulos, nos treinamentos práticos e na interações entre o ensino, os serviços que freqüentam e as comunidades, descritos no próximo capítulo, contemplam:

• conhecimento das bases moleculares e celulares dos processos normais e alterados, da estrutura e função dos tecidos, órgãos, sistemas e aparelhos, aplicados aos problemas de sua prática e na forma como o médico o utiliza.

• compreensão dos determinantes sociais, culturais, comportamentais, psicológicos, ecológicos, éticos e legais, nos níveis individual e coletivo, do processo saúde-doença;

• abordagem do processo saúde-doença do indivíduo e da população, em seus múltiplos aspectos de determinação, ocorrência e intervenção;

• compreensão e domínio da propedêutica médica – capacidade de realizar história clínica, exame físico, conhecimento fisiopatológico dos sinais e sintomas; capacidade reflexiva e ética, psicológica e humanística da relação médico-paciente;

• diagnóstico, prognóstico e conduta terapêutica nas doenças que acometem o ser humano em todas as fases do ciclo biológico, considerando-se os critérios da prevalência, letalidade, potencial de prevenção e importância pedagógica;

• promoção da saúde e compreensão dos processos fisiológicos dos seres humanos – gestação, nascimento, crescimento e desenvolvimento, envelhecimento, atividades físicas, desportivas e as relacionadas ao meio social e ambiental.

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7. ORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DOS MÓDULOS DE

ENSINO-APRENDIZAGEM, HABILIDADES E ATITUDES E INTERAÇÃO ENSINO-SERVIÇOS-COMUNIDADE: OS CONTEÚDOS CURRICULARES

Estruturas de serviços de saúde e de ensino da SES-DF organizar-se-ão com

vistas a alcançar o perfil de práticas médicas para que o profissional médico a ser graduado no curso possa:

• Relacionar e utilizar os conhecimentos das áreas básicas, clínicas, cirúrgicas e da saúde

coletiva para atuar na solução dos problemas mais relevantes que comprometem a saúde dos indivíduos e famílias.

• Compreender como agir frente aos problemas mais comuns dentro da visão integral do processo saúde-doença, relacionando os determinantes socioeconômicos, culturais e políticos, bem como os aspectos comportamentais relevantes para a promoção, prevenção e recuperação da saúde.

• Ter a capacidade de estabelecer a relação médico-paciente e médico-família sob padrões éticos, técnicos e humanísticos adequados e legitimados.

• Trabalhar em equipe com os demais profissionais de saúde, evidenciando compromisso social com a melhoria contínua do atendimento e do desempenho dos serviços de saúde, sob a perspectiva da universalidade e eqüidade.

• Utilizar-se, de forma adequada, do sistema de referência e contra-referência, quando necessário ao diagnóstico, tratamento e recuperação das pessoas sob seus cuidados.

• Ser capaz de prestar atendimento de emergência e providenciar os cuidados especializados requeridos.

• Valer-se da melhor combinação de conhecimentos e recursos tecnológicos de máxima efetividade, eficácia e segurança com o menor custo, de forma a contribuir para a racionalização dos gastos em saúde e a adequada alocação de recursos.

• Desenvolver a capacidade de atualização profissional, valendo-se dos meios de educação permanente.

• Ser capaz de conhecer e estabelecer julgamento de valor sobre as políticas de saúde e estratégias de intervenção, visando assegurar a universalidade, a eqüidade, a resolubilidade e a continuidade dos cuidados de saúde.

O currículo do curso de Medicina da Secretaria de Saúde do Distrito Federal

deverá ser implantado no ano de 2001. A proposta de interdisciplinariedade e ação multiprofissional do currículo

permeia a integração do meio acadêmico com os serviços da SES-DF - considerada como agente ativo e não mera usuária.

Os quatro primeiros anos, considerados os básicos e pré-clínicos, são

organizados em forma de módulos que permitem reunir problemas e matérias, dando atenção aos problemas mais prevalentes da sociedade; os dois últimos anos (5ª e 6ª séries) compõem o Internato Médico. A aprendizagem é processada através do estudo de casos reais, haja vista ser a metodologia coerente com a proposta para os quatro anos iniciais, ou seja, o aluno enfrenta os problemas de saúde, buscando sua compreensão e solução. Portanto, a metodologia de ensino-

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aprendizagem centra-se no aluno como sujeito da aprendizagem e no professor como o facilitador.

O objetivo do curso é graduar médicos com formação geral, capazes de

resolver os principais problemas de saúde da população, com visão ética, humanística e compromisso social.

PRINCÍPIOS E ORIENTAÇÕES GERAIS

Como princípio, o currículo visa garantir e aperfeiçoar a formação geral do

médico em termos técnicos, científicos e humanísticos, a partir dos seguintes elementos: • interdisciplinaridade entre áreas do saber, envolvendo as denominadas “ciências básicas”, o campo das disciplinas clínicas e cirúrgicas, do adulto e da criança, as ciências sociais e do comportamento, as disciplinas da saúde coletiva - áreas estas estruturadas em módulos que permitem a integração de saberes; • envolvimento dos alunos em situações de prática de saúde desde o início e ao longo de todo o curso, participando em ações de promoção da saúde em uma área territorial definida onde se prestam cuidados integrais de saúde e acompanhamento de famílias adscritas; os campos de prática deverão ser as unidades básicas de saúde, ambulatórios e policlínicas, hospitais gerais e especializados, serviços de reabilitação e recuperação, serviços de atendimento de emergências, sob a perspectiva do Sistema Único de Saúde; a maior parte da carga horária curricular deve ser destinada a integração com os serviços, nas unidades básicas e ambulatórios de Saúde da Família; • integração ensino-serviços-pesquisa, partindo da premissa de que os fundamentos teóricos devam estar, desde logo, articulados à solução de problemas e situações práticas; • desenvolvimento do estudo baseado na problematização, estimulando-se o aluno aprender a aprender a partir de atividades que incentivem o estudo individual e em grupos, o ensino tutorial, centrado no aluno, o manejo de bancos de dados, o acesso a fontes bibliográficas e aos recursos de informática. Ressalte-se que este modelo não é exclusivo nem excludente, apenas baseado em problemas. Há oportunidades de outras técnicas pedagógicas, como conferências e aulas teóricas especiais e específicas. Portanto, o modelo adotado é o da pedagogia interativa, com prioridade para a aprendizagem baseada em problemas; • ensino centrado nas necessidades de aprendizagem dos estudantes, com currículo nuclear comum a todos e a oportunidade de práticas eletivas, cuja função é permitir a individualização do currículo; • desenvolvimento da capacidade de realizar estudos para se manter atualizado (educação permanente), promovendo oportunidades de educação a distância para

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seus egressos, bem como a consulta a especialistas mediante a utilização de meios eletrônicos; • compromisso ético, humanístico e social com o trabalho multiprofissional em saúde e com a promoção, prevenção e recuperação da saúde, no sentido da busca da universalização, da eqüidade, da continuidade e dos resultados favoráveis dos cuidados de saúde no âmbito das famílias, dos diversos grupos sociais e da sociedade; • adoção de uma avaliação que seja formativa e somativa. À guisa de melhor entendimento dos princípios e orientações gerais no

exercício do currículo, o Quadro II (ver Anexos) apresenta a semana-padrão do estudante de 1a a 4a séries.

Os Quadros I e III (ver Anexos) detalham a grade curricular e a seriação das disciplinas do currículo pleno referentes a este perfil. METODOLOGIA DO ENSINO-APRENDIZAGEM

A metodologia da aprendizagem baseada em problemas (APB), como o

próprio nome indica, trabalha com o objetivo de resolver um problema e, nesse sentido, é um processo análogo ao utilizado na metodologia de pesquisa científica. A lógica é a mesma: a partir de um problema, procura-se sua compreensão, fundamentação e busca de dados que são analisados e discutidos. Por último, elaboram-se hipóteses para sua solução, que devem ser postas em prática para que sejam comprovadas e validadas.

O problema é exposto a um grupo de alunos, os quais pesquisam, discutem

com o professor-tutor e outros profissionais e formulam suas hipóteses de diagnóstico e soluções. Com isso, estimula-se o raciocínio, as habilidades intelectuais e a aquisição de conhecimentos.

Há nítida diferença entre a aprendizagem de uma transmissão passiva -

professor-aluno e aquela onde é apresentada uma situação e o aluno é responsável pela busca de informações para sua solução, analisadas pelo grupo com tutoria. Tal abordagem faz com que o aluno seja sempre levado a superar suas falhas/deficiências, desenvolver um método próprio de estudo, utilizar adequadamente uma diversidade de recursos educativos e avaliar criticamente os progressos alcançados.

Características principais da aprendizagem baseada em problemas:

• O aluno é responsável por seu aprendizado, o que inclui a organização de seu tempo e a busca de oportunidades para aprender.

• O currículo é integrado e integrador, com uma linha condutora geral, no intuito de facilitar e estimular o aprendizado. Esta linha se traduz nos módulos temáticos do currículo e nos problemas, que deverão ser discutidos e resolvidos nos grupos tutoriais.

• A escola oferece grande variedade de oportunidades de aprendizado através de laboratórios, ambulatórios, experiências e estágios hospitalares e comunitários, bibliotecas tradicionais e acesso a meios eletrônicos (Internet).

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• O aluno é precocemente inserido em atividades de saúde, fato fundamental para sua vida profissional.

• O conteúdo curricular contempla os problemas mais freqüentes e relevantes a serem enfrentados na vida profissional de um médico com formação geral.

• O aluno é constantemente avaliado em relação ao seu conhecimento cognitivo e ao desenvolvimento de habilidades e atividades necessárias à profissão.

• O currículo é flexível e pode ser modificado. • O trabalho em grupo e a cooperação interdisciplinar e multiprofissional são estimulados. • A assistência ao aluno é individualizada, de modo a possibilitar que ele discuta suas

dificuldades com profissionais envolvidos com o gerenciamento do currículo e outros, quando necessário.

ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM

A estratégia de aprendizagem da formação e do currículo médico baseia-se no seguinte esquema:

PROFISSÃO MÉDICA

FORMAÇÃO = CURRÍCULO MÉDICO

ESTÁGIOS = INTERNATO MÉDICO

Habilidades e Atitudes

(Treinamento)

Módulos

(Aprendizagem

Baseada em Problemas)

Interação Ensino-Serviços-Comunidade

(Problematização)

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I - Módulos de ensino

• Grupos tutoriais • Palestras/conferências • Módulos eletivos • Consultorias • Outras atividades

II – Capacitação em habilidades e atitudes III – Interação ensino-serviços-comunidade IV – Internato Médico V – Gerenciamento acadêmico-administrativo VI – Plano de implantação do currículo I – OS MÓDULOS DE ENSINO ESTRUTURA DOS MÓDULOS

Os módulos temáticos apresentam abordagem interdisciplinar cujo conteúdo

é organizado em problemas que constituem o elemento motivador para o estudo e o momento de integração das disciplinas. Além disso, são ofertadas outras oportunidades de aprendizagem, como palestras, práticas em laboratórios etc.

Os módulos são construídos pelo grupo de planejamento, composto pelos

docentes das várias disciplinas básicas e clínicas envolvidas com o tema, gerenciados por um coordenador e vice, eleitos por seus pares.

Esta metodologia por módulos traz implícita a prática da

interdisciplinaridade. Ou seja, em cada módulo estão embutidas as disciplinas que completam todo o conteúdo de seus enunciados. Neste caso, dá-se a cada disciplina seu verdadeiro papel, que é o do conhecimento. Desse modo, elas estão livres de todo o peso acadêmico-administrativo que possuem na forma tradicional.

Cada módulo se desenvolve em 2 a 8 semanas, perfazendo um total de 38

semanas/ano. Dele, elabora-se a árvore temática que dará origem aos problemas relacionados com o processo saúde-doença. Estes problemas, por sua vez, poderão ser alterados e atualizados de forma permanente, motivo pelo qual não podem integrar o currículo “stricto sensu”.

Também fazem parte da estrutura e conteúdos as atividades de conferências

semanais, interação do ensino-serviços-comunidade, capacitação em habilidades e atitudes e módulos optativos. A cada ano será estabelecida uma lista de habilidades e atitudes julgadas nas

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formas específicas pelos métodos de avaliação, principalmente testes progressivos, semestralmente.

As semanas de atividades dos grupos dos alunos consiste em horas pre-

determinadas para atividades de tutoria, conferências, interação ensino-serviços-comunidade, laboratório de habilidades e outras atividades que poderão ser programadas.

O horário de atividades acadêmicas exige a formação de grupos com oito a

doze alunos (grupos com tutor). Estes grupos se reunirão em dias fixos predeterminados e cada aluno receberá as informações dos respectivos horários no começo do ano letivo, bem como a que grupo e tutor pertencem.

O Quadro IV apresenta o detalhamento dos conteúdos programáticos dos

módulos de ensino e objetivos educacionais da 1ª a 4ª séries.

GRUPOS TUTORIAIS

A estruturação dos grupos setoriais é uma atividade obrigatória e cada grupo

é composto por um tutor (docente) e oito a doze alunos, que se reúnem duas vezes por semana - obedecendo a semana- padrão da série - durante aproximadamente duas horas, para estudar os problemas apresentados nos módulos e relacionados ao processo saúde-doença.

A cada problema são eleitos, entre os alunos, um coordenador e um

secretário, de modo que cada aluno exerça estas funções pelo menos uma vez durante a realização do módulo.

O grupo tutorial desenvolve suas atividades obedecendo uma dinâmica

própria, denominada 7 passos, que consiste em: • ler atentamente o problema e esclarecer os termos desconhecidos; • identificar as questões (problemas) propostas pelo enunciado; • oferecer explicações para estas questões, com base no conhecimento prévio que o grupo

possua sobre o assunto (formulação de hipóteses); • resumir estas explicações; • estabelecer objetivos de aprendizado que levem o aluno à comprovação, ao

aprofundamento e à complementação das explicações; • realizar estudo individual, respeitando os objetivos estabelecidos; • rediscutir no grupo tutorial os avanços de conhecimento obtidos pelo grupo. PALESTRAS/CONFERÊNCIAS

Estas são atividades opcionais, que ocorrem uma vez por semana,

obedecendo a semana-padrão da série, com duração de aproximadamente duas horas. São proferidas por professores do curso ou convidados, sobre temas cuidadosamente escolhidos pela comissão de planejamento do módulo, com o objetivo de possibilitar ao aluno a integração de conhecimentos ou uma primeira aproximação de um tópico de todo desconhecido ou muito difícil

.

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MÓDULOS ELETIVOS (ATUALIZAÇÃO I, II, III E IV)

São módulos obrigatórios que ocorrem uma vez ao ano - com duração de 2 a

8 semanas - e permitem a personificação do currículo. Os alunos têm a liberdade de escolha entre as opções oferecidas. CONSULTORIAS

São oportunidades de aprendizagem opcional ofertada nos módulos.

Permitem um contato próximo com os docentes, em suas áreas de especialidades, visando ao esclarecimento das dúvidas oriundas da leitura e das discussões efetivadas em grupos.

OUTRAS ATIVIDADES

São oportunidades de aprendizagem opcional ofertada nos módulos. Consistem em práticas de laboratórios (básico e clínico), reuniões anatomoclínicas, visitas, sessão de filmes e outras atividades acadêmicas. II - CAPACITAÇÃO EM HABILIDADES E ATITUDES

Esta é uma atividade obrigatória, desenvolvida em um período de 4 horas, de

acordo com a semana-padrão da série. Obedece a uma programação específica orientada por uma Comissão de Habilidades e Atitudes, visando ao desenvolvimento das habilidades clínicas e atitudes necessárias para o bom desempenho profissional.

A capacitação em habilidades e atitudes será realizada não só através de

práticas no momento da integração ensino-serviços-comunidade mas também nos laboratórios de habilidades. O treinamento de habilidades é feito em um programa longitudinalmente estruturado nos quatro primeiros anos e, para o seu desenvolvimento, tem como princípios:

• o desenvolvimento gradual de complexidade no treinamento de habilidades, nos cenários de

aprendizagem e na integração entre estas e os conhecimentos para a solução de problemas: a cada passo, o estudante será treinado em situações práticas cada vez mais complexas;

• a interação entre teoria e prática: o desenvolvimento do programa de habilidades visa, sempre que possível, congruência entre o conhecimento adquirido nos módulos temáticos e os treinamentos ofertados no Programa;

• a apresentação de nova habilidade por demonstração, realizada tanto por parte dos instrutores para os alunos como dos alunos para os instrutores;

• a consolidação da aprendizagem por novos retreinamentos; • a ênfase no auto-aprendizado; • a avaliação de desempenho por OSCE (Avaliação Baseada no Desempenho Clínico) • os conteúdos cumulativos para as avaliações.

As habilidades desenvolvidas são do tipo educacionais, semiologia,

comunicação social, procedimentos médicos e exames complementares, e a distribuição de suas cargas horárias, no currículo, apresenta as seguintes características:

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• habilidades educacionais: 5% na 1ª série; • semiologia: 50% nas 4 séries; • comunicação social: 25% nas 4 séries; • procedimentos médicos: 15% nas 4 séries; • exames complementares: 10% nas 4 séries.

CARACTERÍSTICAS DO TREINAMENTO • Habilidades educacionais – o acesso à informação médica é a primeira atividade desenvolvida

no Programa, feita sob a supervisão de instrutores nos meios eletrônicos de transmissão da informação (Internet) ou mediante acesso e utilização dos recursos das bibliotecas.

• Semiologia - demonstração pelo instrutor, treinamento interpares, com manequins e

simuladores ou com pacientes simulados e/ou verdadeiros. • Comunicação social - demonstrações em vídeo, observação de atendimentos, gravação em

vídeo de entrevistas individuais para posterior análise e discussão na reunião devolutiva com o instrutor e demais membros do grupo.

• Procedimentos médicos - demonstração por instrutor e/ou por vídeo, treinamento individual e

interpares, treinamento com a utilização de manequins e simuladores, treinamento em animais de experimentação e com pacientes verdadeiros.

• Exames complementares:

• Diagnóstico por imagem - demonstração por instrutor, retreinamento individual com material de arquivos didáticos, retreinamento de pequenos grupos com consultores e agendamento prévio; • Laboratório clínico - demonstração por instrutor, prática individual sob supervisão de

exames de baixa complexidade de realização.

O Quadro V contém o detalhamento do programa de habilidades e atitudes da 1ª a 4ª séries. III - INTERAÇÃO ENSINO-SERVIÇOS-COMUNIDADE

A interação ensino-serviços-comunidade é uma unidade educacional -

ofertada nas quatro séries do curso - que tem como diretriz o desenvolvimento de atividades de aprendizagem vinculada à realidade da saúde da população, envolvendo ações de promoção da saúde, prevenção, cura das doenças e recuperação da saúde, em equipe multidisciplinar.

Tem como propósito contribuir para a formação de profissionais de saúde,

visando torná-los comprometidos com a saúde da comunidade, desenvolvendo ações de saúde nas unidades básicas com base num novo modelo de atenção à saúde, com enfoque na família, e como tal visa:

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• promover um contato precoce com a realidade de saúde; • identificar os principais problemas de saúde da população; • atuar no sistema de saúde mediante ações de promoção, prevenção, cura e recuperação; • propor e desenvolver alternativas de enfrentamento para os problemas de saúde da

comunidade; • realizar o trabalho em equipe multiprofissional e interdisciplinar; • promover a iniciação à investigação científica; • realizar a integração entre ensino, pesquisa e extensão.

Neste contexto, os estudantes serão inseridos em grupos através dos programas de ensino-aprendizagem, nas atividades das unidades básicas de saúde e suas áreas de abrangência. Deverão encontrar apoio dos coordenadores dos serviços de saúde e lideranças comunitárias.

Os campos de atuação são os ambientes comunitários, as equipes do

Programa Saúde da Família, os serviços de primeiro nível de atenção à saúde (centros e postos de saúde), de segundo nível (hospitais regionais e serviços especializados) e de terceiro nível (Hospital de Base).

O Quadro VI contém o detalhamento, para a 1ª a 4ª séries, da interação

ensino-serviços-comunidade.

IV – INTERNATO MÉDICO

O Internato Médico é um período obrigatório de ensino-aprendizagem com características especiais, durante o qual o estudante deve receber treinamento intensivo, contínuo, sob supervisão docente.

O Internato deverá ser feito de forma rotativa e integrada, caracterizada por

quatro estágios: Saúde do Adulto I e II (engloba as áreas de conhecimento: clínica médica, cirurgia geral, dermatologia, terapia intensiva, otorrinolaringologia, oftalmologia, neurologia, medicina comunitária e psiquiatria,); Saúde Materno Infantil I e II (engloba as áreas de conhecimento: pediatria, gineco-obstetrícia, medicina comunitária e psiquiatria); Emergência e Trauma ( engloba as áreas de conhecimento: clínica médica, cirurgia geral, dermatologia, terapia intensiva, otorrinolaringologia, oftalmologia, neurologia e psiquiatria ); Estágios Eletivos I e II (áreas de interesse do estudante). O Quadro VII contém o detalhamento, para a 5ª e 6ª séries, do Internato.

No Internato, o estudante aprende com a experiência desenvolvida tanto à

“beira-do-leito” como no atendimento prestado aos pacientes no consultório do ambulatório ou centro e posto de saúde (com supervisão direta do preceptor, residente e profissionais de saúde), nos quais aplica os conhecimentos anteriormente adquiridos, procura novos conhecimentos necessários e desenvolve as habilidades e atitudes dele esperadas.

Sabemos que não se aprende a nadar somente com a leitura técnica de

natação: é preciso praticá-la. O aprendizado da medicina não é diferente. Além do conhecimento teórico, é preciso muita prática. Nessa área o saber fazer é muito importante, basta lembrarmos o ato da palpação, percussão e a técnica cirúrgica.

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Um outro aspecto de vital importância é saber escutar. Não se aprende medicina apenas com a leitura de livros ou observando os professores. Ao lado disso, é importante “ler” os pacientes, uma atividade individual indispensável na formação do profissional competente e humano que trata do doente/família e não somente da doença. É imprescindível reconhecer que esta pessoa doente vive em uma sociedade que, ao longo da história, construiu um conjunto de valores, crenças e representações que determinam seu modo de viver, trabalhar, e adoecer. O médico que detém este entendimento realiza melhores diagnósticos, pois sabe da vida, dos riscos e potencialidades desta sociedade. Conseqüentemente, institui tratamentos melhores e adequados ao enfrentamento da realidade.

Além disso, é importante desenvolver a capacidade de trabalhar em equipe

multiprofissional e interdisciplinar, promovendo o compartilhamento de informações entre os diferentes profissionais, visando ao bem-estar do paciente. Paralelamente, o médico deve entender o “local” onde a prática ocorre, sua organização, quais as reais possibilidades de acesso que as pessoas têm aos serviços, qual a lógica que norteia esta organização e qual o seu papel enquanto profissional na manutenção ou transformação da mesma. Deve ainda refletir o quanto esta organização interfere em seu trabalho, em sua relação com o paciente e na escolha do tratamento. Deve também ter clareza dos meios diagnósticos e terapêuticos disponíveis, e saber utilizá-los da melhor forma, com o objetivo de instituir o tratamento de melhor resultado e menor custo tanto para o paciente quanto para o sistema de saúde - isto significa ser crítico incansável da sua própria prática, investigador dos melhores estudos já produzidos, bem como um produtor de conhecimentos, uma vez que deve ser capaz de questionar seu cotidiano. • LOCAL DE REALIZAÇÃO DO INTERNATO

• Programa Saúde da Família • Centros e postos de saúde • Hospitais regionais • Hospitais de especialidades • Hospital de Base

• OBJETIVOS DO INTERNATO

• Conhecimento • Habilidades • Atitudes

• RECURSOS PARA APRENDIZAGEM

• Paciente: o recurso mais importante para a aprendizagem experiencial • Literatura: livros atualizados, artigos de revisão sistemática, ensaios clínicos, coortes etc. • Internet: banco de dados, base de dados etc. • Recursos de informática: editor de texto, planilhas eletrônicas, programas estatísticos

etc. • Modelos: “manequins” em laboratórios de habilidades profissionais e morfofuncional

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• Locais de desenvolvimento da prática: já descritos anteriormente • Professores • Equipes de saúde

• MOMENTOS DA APRENDIZAGEM EM ENFERMARIAS, AMBULATÓRIOS,

CENTROS DE SAÚDE E EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA

• Revisão do prontuário

• resumo de dados importantes • planejamento do atendimento • planejamento da aprendizagem, levantamento de questões relevantes • discussão do planejamento com o preceptor

• Práticas

• atender o paciente (anamnese, exame físico, evolução etc.) • apresentar o paciente e os seus problemas ao preceptor • observar o preceptor na relação com o paciente (fazendo anamnese etc.) • discutir a situação/problema do paciente com o preceptor, preservando

a individualidade e a privacidade • finalizar a consulta (comunicar o diagnóstico, orientar a realização de

exames complementares, participar da prescrição) • descrever a consulta e registrá-la no prontuário com todos os aspectos

relevantes • realizar a referência e contra-referência • identificar questões para aprendizagem • acompanhar o doente no retorno, sempre que possível • pesquisar fontes para estudo e analisar criticamente as informações

obtidas • elaborar o diagnóstico de saúde da comunidade onde estiver estagiando e

planejar atividades de intervenção na mesma • identificar os fatores emocionais e sociais associados à gênese e à

evolução da patologia, e suas repercussões no contexto da vida e evolução da doença

• conhecer a organização e considerar-se parte integrante do sistema de saúde, identificando recursos disponíveis para o adequado atendimento às necessidades do paciente

• utilizar todas as oportunidades de contato paciente/família para desenvolver ações de promoção da saúde e prevenção de doenças

• AMBIENTE DA APRENDIZAGEM NO INTERNATO

• acordo, entre interno e preceptor, em relação aos objetivos a serem alcançados

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• os objetivos serão traçados pelos preceptores e equipe de docentes de cada etapa do Internato

• os objetivos serão traçados pelos internos a partir das necessidades identificadas

• o interno deve saber o que o preceptor espera dele (habilidades, atitudes e conhecimento)

• PAPEL DO INTERNO

• estar aberto para receber/realizar críticas • executar com presteza as tarefas que lhe forem delegadas, de acordo com a

competência assegurada por sua capacitação profissionalizante • além de atender os pacientes agendados, procurar aqueles que vivem

situações ou problemas que preencham os objetivos da aprendizagem • auto-avaliar-se, avaliar os pares e os preceptores, identificando os seus

pontos fortes/fracos e discuti-los com o grupo • usar criticamente os dados encontrados na literatura

V – GERENCIAMENTO ACADÊMICO-ADMINISTRATIVO

O gerenciamento deste currículo deve ser realizado pelo Colegiado do curso

em virtude das características expressas no seu modelo pedagógico, metodologia de ensino-aprendizagem, modos de avaliação da aprendizagem e estrutura e conteúdos dos módulos.

Está previsto um gerenciamento contínuo, realizado por comissões que

trabalham aspectos variados do curso, corrigindo rumos, aperfeiçoando blocos temáticos, propondo novos problemas e gerenciando o desempenho de alunos e docentes.

• Comissão de Currículo

Comissão mista de professores e alunos, de caráter permanente, indicada por votação entre seus pares e que se renova a tempos regulares, tem por obrigações a proposição do currículo e suas atividades, a supervisão do desempenho dos tutores e do método didático-pedagógico em geral. Propõe, ainda, as estratégias de avaliação. Trabalha em união com os setores e serviços onde os docentes estão lotados, aos quais requer a assessoria de especialistas para a elaboração dos temas, bem como os tutores e monitores de estágio.

• Comissão de Proposição de Problemas

Comissão mista de caráter permanente e renovável, reúne um grupo habilitado na técnica de propor problemas adequados ao desenvolvimento dos temas elaborados pela Comissão de Currículo. Recebe retroalimentação contínua dos tutores, dos alunos e das avaliações dos módulos temáticos.

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• Comissão de Avaliação

Igualmente permanente e renovável, mas independente das outras comissões em vista de seu caráter executivo, a Comissão de Avaliação é composta apenas por docentes. Sua tarefa é gerenciar todos os módulos de avaliação empregados no curso. Para tal, as questões da avaliação são requisitadas aos setores que configuram o curso e compõem um banco de dados do qual são retiradas em proporções adequadas à estratégia de avaliação determinada pela Comissão de Currículo.

• Comissão Diretiva

As Comissões Diretivas são os conselhos hierarquicamente superiores às demais comissões: o Colegiado de Curso e o Conselho de Ensino e Pesquisa.

VI - PLANO DE IMPLANTAÇÃO DO CURRÍCULO O currículo da graduação em medicina será composto por quatro séries

anuais modulares e duas séries de Internato Médico: as 5ª e 6ª séries.

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ANEXOS

Quadro I GRADE CURRICULAR

Curso de Medicina

1ª Série

Introdução ao estudo da medicina

Concepção e formação do ser humano

Metabolis-mo

Funções biológicas

Eletivas I

Mecanismos de agressão e

defesa

Abrangência das ações de

saúde

* Interação

ESC I

Habilidades e atitudes I

2ª Série

Nascimento, crescimento e desenvolvi-

mento

Percepção, Consciência e Emoção

Processo de

envelheci-mento

Proliferação celular

Eletivas II

Saúde da mulher,

sexualidade humana e

planejamento familiar

Doenças resultantes da agressão ao

meio ambiente

* Interação

ESC II

Habilidades e atitudes II

3ª Série

Dor

Dor abdominal,

diarréia, vômitos e icterícia

Febre, inflama-

ção e infecção

Problemas mentais e de comporta-

mento

Eletivas III

Perda de sangue

Fadiga, perda de peso e anemias

* Interação

ESC III

Habilidades e atitudes III

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4ª Série

Locomoção

Distúrbios sensoriais,

motores e da consciência

Dispnéia, dor

torácica e edemas

Desordens nutricionais

e metabólicas

Eletivas IV

Manifestações externas das doenças e iatrogenias

Emergências

* Interação

ESC IV

Habilidades e atitudes IV

5ª Série

Estágio em Saúde do adulto I

Estágio em Saúde materno-infantil I Estágio eletivo

6ª Série

Estágio em Saúde do adulto II

Estágio em Saúde materno-infantil II

Estágio em Emergência e trauma Estágio eletivo

(*) Interação ESC = Interação Ensino-Serviços-Comunidade

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Quadro II SEMANA-PADRÃO - 1ª a 4ª séries

Curso de Medicina

1ª SÉRIE Período Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

Manhã 8 às 10h

10 às 12h

Grupo Tutorial

Conferência

Para a 1ª série

Grupo Tutorial

Habilidades

e Atitudes

Tarde

14 às 18h Interação Ensino-Serviços-Comunidade

2ª SÉRIE Período Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

Manhã 8 às 10h

10 às 12h

Conferência para

a 2ª série

Grupo Tutorial

Habilidades

e Atitudes

Grupo Tutorial

Tarde 14 às 18h Interação Ensino-

Serviços-Comunidade

3ª SÉRIE Período Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

Manhã 8 às 12h Laboratório e outras

atividades Habilidades

e Atitudes

Conferência

para a 3ª série

Tarde 14 às 16h

16 às 18h

Grupo Tutorial

Interação Ensino-Serviços-Comunidade Interação Ensino-Serviços-Comunidade

Grupo Tutorial

4ª SÉRIE Período Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

Manhã 8 às 12h

Habilidades e

Atitudes Conferência para

a 4ª série

Tarde 14 às 16h

16 às 18hs

Interação Ensino-Serviços-

Comunidade

Grupo Tutorial

Grupo Tutorial

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Quadro III SERIAÇÃO DAS DISCIPLINAS DO CURRÍCULO PLENO

SÉRIE Nº

Sem CÓDIGO NOME DA DISCIPLINA

CARGA HORÁRIA

1ª 5 MOD101 Introdução ao Estudo da Medicina 150 1ª 6 MOD102 Concepção e Formação do Ser Humano 180 1ª 6 MOD103 Metabolismo 180 1ª 7 MOD104 Funções Biológicas 210 1ª 2 MOD105 Atualização Ia e Ib (eletiva) 120/120 1ª 7 MOD106 Mecanismos de Agressão e Defesa 210 1ª 4 MOD107 Abrangência das Ações de Saúde 120 1ª 38 IESC101 Interação Ensino-Serviços-Comunidade I 140 1ª 38 HA101 Habilidades e Atitudes 140 2ª 6 MOD201 Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento 180 2ª 5 MOD202 Percepção, Consciência e Emoção 150 2ª 7 MOD203 Processo de Envelhecimento 210 2ª 7 MOD204 Proliferação Celular 210 2ª 2 MOD205 Atualização IIa e IIb (eletiva) 120/120 2ª 6 MOD206 Saúde da Mulher, Sexualidade Humana e Planejamento

Familiar 180

2ª 4 MOD207 Doenças Resultantes da Agressão ao Meio Ambiente 120 2ª 38 IESC202 Interação Ensino-Serviços-Comunidade II 140 2ª 38 HA202 Habilidades e Atitudes 140 3ª 7 MOD301 Dor 210 3ª 7 MOD302 Dor Abdominal, Diarréia, Vômitos e Icterícia 210 3ª 5 MOD303 Febre, Inflamação e Infecção 150 3ª 4 MOD304 Problemas Mentais e de Comportamento 120 3ª 2 MOD305 Atualização IIIa e IIIb (eletiva) 120/120 3ª 5 MOD306 Perda de Sangue 150 3ª 5 MOD307 Fadiga, Perda de Peso e Anemias 150 3ª 38 IESC303 Interação Ensino-Serviços-Comunidade III 140 3ª 38 HA303 Habilidades e Atitudes 140 4ª 4 MOD401 Locomoção e Apreensão 120 4ª 5 MOD402 Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 150 4ª 6 MOD403 Dispnéia, Dor torácica e Edemas 180 4ª 4 MOD404 Desordens Nutricionais e Metabólicas 120 4ª 2 MOD405 Atualização IVa e IVb (eletiva) 120/120 4ª 5 MOD406 Manifestações Externas das Doenças e Iatrogenias 150 4ª 5 MOD407 Emergências 150 4ª 38 IESC404 Interação Ensino-Serviços-Comunidade IV 140 4ª 38 HÁ404 Habilidades e Atitudes 140 5ª 18 IM501 Saúde do Adulto I (Estágio) 720 5ª 18 IM502 Saúde Materno-Infantil I (Estágio) 720 5ª 12 IM503 Estágio Eletivo I 480 6ª 12 IM601 Saúde do Adulto II (Estágio) 480 6ª 12 IM602 Saúde Materno-Infantil II (Estágio) 480 6ª 12 IM603 Emergência e Trauma (Estágio) 480 6ª 12 IM604 Estágio Eletivo II 480

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Quadro IV DETALHAMENTO DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

DOS MÓDULOS DE ENSINO E OBJETIVOS EDUCACIONAIS 1ª a 4ª séries

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1ª SÉRIE INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA

Módulo Conteúdo Geral Objetivos

Educacionais Participação

Módulo 1 MD 101

• Estrutura geral do curso médico

• Recursos pedagógicos (bibliotecas e laboratórios)

• História da Medicina • Bases científicas da

Medicina • Introdução ao método

pedagógico e aos tutoriais (utilizando uma doença comum como fio condutor)

• Introdução à informática básica

• Introdução à política de saúde – conceitos e modelos

• Ênfase no enfoque interdisciplinar e integrado com valorização da correlação anatomoclínica fisiológica, social e psicológica condicionantes das doenças

• Dar as boas vindas aos alunos do curso de Medicina

• Apresentar a FEPECS e o sistema de saúde do DF

• Conhecer os meios auxiliares para o aprendizado em Medicina

• Reconhecer nos problemas as dimensões biológica, social e psicológica, articulando-as e integrando-as aos conteúdos de diversas disciplinas na construção do conhecimento

• Trabalhar em grupo • Conhecer os vários

aspectos das doenças • Conhecer a ética que

rege os procedimentos biomédicos

• Anatomia Patológica • Fisiologia • Bioética • Psicologia Médica • Biblioteconomia • Saúde da

Comunidade • Informática em Saúde • Outras Especialidades

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1ª SÉRIE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 2 MD 102

• Aspectos biológicos: morfologia e fisiologia dos aparelhos reprodutores masculino e feminino

• Padrões de heranças monogênicas e cromossômicas

• Processo de gametogênese-ovogênese e espermatogênese

• Processo de fertilização, divisão celular e desenvolvimento embrionário

• Desenvolvimento embrionário e fetal e formação da placenta e anexos

• Hábitos maternos prejudiciais ao desenvolvimento embrionário e fetal

• Aspectos demográficos: fertilidade, índice de fertilidade e fecundidade

• Alguns aspectos estatísticos • Relacionamento materno e

paterno no desenvolvimento do novo ser

• A importância do filho como forma de continuidade da família

• Conhecer e entender a estrutura, funcionamento e desenvolvimento dos órgãos sexuais e dos gametas

• Conhecer a fertilização e o desenvolvimento embrionário

• Conhecer a amplitude do significado da concepção abrangendo os aspectos emocionais, sociais, familiares e as regulamentações legais pertinentes ao tema

• Anatomia Patológica • Biologia Celular • Pediatria • Embriologia • Fisiologia • Genética • Ginecologia e

Obstetrícia • Histologia • Psicologia Médica • Saúde Comunitária • Urologia • Bioética • Outras Especialidades

PRINCIPAIS TEMAS • Hipogonadismo feminino e masculino • Diabetes gestacional • Hiperemese gravídica • Patologia do ciclo menstrual • Infecções congênitas: rubéola, sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus, AIDS • Amenorréia • Esterilidade • Infertilidade • Doenças cromossômicas mais comuns na infância

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1ª SÉRIE METABOLISMO

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 3 MD 103

• Características morfológicas do aparelho digestivo

• Processos metabólicos de digestão, absorção, armazenamento e transporte de nutrientes

• Utilização da glicose: processos aeróbico e anaeróbico

• Regulação dos níveis sangüíneos de colesterol e triglicerídeos

• Macronutrientes da dieta: características bioquímicas

• Proporção de nutrientes em uma dieta equilibrada

• Necessidades basais do organismo

• Aumento da ingesta alimentar e suas conseqüências

• Obesidade: diagnóstico (índice de massa corpórea), repercussões da dieta e atividade física e aspectos psicossociais

• Efeito do álcool no processo da neoglicogênese no organismo

• Diabetes mellitus: alterações no metabolismo de carbohidratos, lipídios e aminoácidos; processo de produção e secreção de insulina

• Diabetes do tipo I e II: características e diferenciação, diagnóstico, papel da dieta e do exercício físico

• Entender os principais processos que envolvem a utilização de nutrientes, incluindo: digestão, absorção, transporte, incorporação e mobilização

• Anatomia Patológica • Biologia Celular • Biofísica • Bioquímica • Endocrinologia • Gastroenterologia • Histologia • Microbiologia • Psicologia Médica • Outras Especialidades

PRINCIPAIS TEMAS • Diabetes mellitus • Cetoacidose diabética • Hipoglicemias • Pancreatite aguda e crônica • Síndrome de má-absorção • Desnutrição • Obesidade • Disfunção tireiodiana

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1ª SÉRIE

FUNÇÕES BIOLÓGICAS

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 4 MD 104

• Situações de acidentes que podem alterar a homeostasia do organismo humano

• Modelos biológicos e a ética na pesquisa científica

• Estruturas anatômicas do aparelho respiratório e digestivo alto, musculatura esquelética e costelas

• Constituição histológica dos órgãos e estruturas do aparelho respiratório e suas respectivas funções

• Mecânica respiratória, difusão e transporte de gases, controle da respiração na homeostase respiratória

• Estruturas e funcionamento do controle central da respiração e aferências periféricas; mecanismos de defesa desencadeadores desse controle

• Estruturas anatômicas do coração, aparelho cadiovascular, vasos da pequena e grande circulação

• Constituição histológica e funcional dos órgãos e estruturas do sistema cardio- vascular

• Atividade eletromecânica cardíaca e parâmetros hemodinâmicos na manutenção da homeostasia do organismo

• Mecanismos de controle da freqüência cardíaca, respiratória no feto, recém-nascido, criança e adulto

• Mecanismos de controle da pressão arterial

• Estruturas anatômicas do sistema urinário: rim, bexiga e vias urinárias

• Compreender as interações entre os meios intracelular, extra- celular e meio ambiente na manutenção dos fenômenos vitais do ser humano, através de seus mecanismos homeostáticos

• Conhecer os princípios que permitem entender o homem como organismo multicelular complexo

• Estudar as células e tecidos de constituição genética idêntica, mesma morfologia e funções distintas e específicas com capacidade para responder à influência de fatores diversos

• Anatomia • Biofísica • Biologia molecular • Bioquímica • Endocrinologia • Farmacologia • Fisiologia • Genética • Histologia • Psicologia Médica • Bioética • Outras Especialidades

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• Constituição histológica e funcional dos órgãos e estruturas do sistema urinário, adrenal e glândulas sudoríparas

• Mecanismos de controle entre a ingestão e excreção de líquidos na manutenção da homeostasia do organismo

• Mecanismos fisiológicos da ingestão alimentar

• Metabolismo celular aeróbico e anaeróbico

• Alteração do equilíbrio ácido-básico no organismo humano: pH sangüíneo e seu controle

• Mecanismos de controle da temperatura: efeitos da hipotermia nos órgãos, sistemas e na homeostase

PRINCIPAIS TEMAS • Choque cardiogênico, hipovolêmico e séptico • Desidratação • Cetoacidose diabética • Septicemia • Insuficiência respiratória • Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) • Distúrbio hidreletrolítico • Distúrbio ácido-básico • Hipertensão arterial

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1ª SÉRIE ATIVIDADE ACADÊMICA COMPLEMENTAR (ELETIVAS)

Módulo Conteúdo Geral Participação

Módulo 5 MD 105

• Cursos • Estágios • Atividades de pesquisa

• Todas as disciplinas ou cursos oferecidos

1ª SÉRIE

MECANISMO DE AGRESSÃO E DEFESA

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 6 MD 106

• Principais mecanismos de agressão: físicos, químicos, biológicos e psicológicos

• Principais mecanismos de defesa inatos

• Principais mecanismos de defesa adquiridos

• Principais conseqüências dos fenômenos que envolvem agressão e defesa

• Sucessos e insucessos dos mecanismos de defesa

• Aplicações desses fenômenos no diagnóstico laboratorial das doenças

• Aspectos morfológicos e fisiológicos dos principais órgãos, tecidos e patologias abordadas neste módulo; e sua prevalência

• Conhecer os principais agentes de agressão e os mecanismos básicos de resposta do organismo agredido

• Anatomia Patológica • Biofísica • Biologia Molecular • Bioquímica • Fisiologia • Genética • Histologia • Imunologia • Microbiologia • Doenças Infecciosas

e Parasitárias • Parasitologia • Patologia Geral • Psicologia Médica • Reumatologia • Outras

Especialidades

PRINCIPAIS TEMAS • Iatrogenia • Doenças infecciosas e parasitárias • Desnutrição • Imunizações • Intoxicações agudas • Queimaduras • Choque • Processo de cicatrização

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1ª SÉRIE ABRANGÊNCIAS DAS AÇÕES DE SAÚDE

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 7 MD 107

• Saúde e sociedade: diferenças sociais, econômicas e

culturais; cidadania e exclusão social; autonomia e dependência.

• Fatores determinantes e predisponentes do processo

saúde-doença: aplicações da epidemiologia clínica; a pessoa com doença

• O papel do Estado: princípio de eqüidade;

financiamento; modelos de atenção à saúde e as

ações de saúde; organização dos serviços de saúde do DF

• Exercício profissional: responsabilidades e áreas de

atuação • Avanços tecnológicos: desenvolvimento, incorporação e

avaliação de tecnologias; limites do conhecimento científico

• Compreender o ser humano na sociedade

• Compreender o processo saúde-doença

• Analisar as políticas de saúde

• Analisar as tecnologias em saúde

• Bioestatística • Bioética • Ciências Sociais • Ginecologia e

Obstetrícia • Microbiologia • Parasitologia • Doenças Infecciosas

e Parasitárias • Pediatria • Saúde Comunitária • Outras

Especialidades

PRINCIPAIS TEMAS • Imunizações • Prevenção de doenças cardiovasculares • Prevenção das doenças infecciosas e parasitárias • Catástrofes • Acidentes coletivos • Desabamentos • Enchentes • Hipertensão arterial • Diabetes mellitus • Intoxicações graves • Programa Saúde da Família • Programas de promoção e prevenção à saúde

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2ª SÉRIE

NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 1 MD 201

• Adaptações morfológicas e funcionais que ocorrem nos diversos sistemas do feto e do recém-nascido

• Determinantes socio-culturais, o tipo de parto e a prática do alojamento conjunto, fatores que podem vir a interferir na saúde do bebê, na unidade mãe-bebê e na família

• Processo de crescimento, físico e mental, do recém-nascido à vida adulta

• Importância da avaliação da idade gestacional do recém-nascido e de sua vitalidade

• Prescrição alimentar da criança de 0 a 2 anos

• Importância do aleitamento materno

• Via de administração de medicamentos no recém -nascido e lactentes

• Mecanismos fisiológicos no processo de crescimento somático e maturação do indivíduo

• Desenvolvimento cognitivo do nascimento à adolescência

Conhecer e entender: • Os fatores que afetam o

crescimento do ser humano em toda a sua dimensão; a curva de crescimento

• O desenvolvimento do sistema imunológico,

órgãos dos sentidos, consciência, cognição, psicomotricidade, personalidade e desenvolvimento sexual

• A contracepção, gravidez fisiológica, parto, pré-natal, e modificações psicológicas que as acompanham

• O processo de nascimento, crescimento e desenvolvimento, até a idade adulta, como fenômenos adaptativos que ocorrem de forma integrada e num processo dinâmico

• Anatomia Patológica • Bioética • Biologia Celular • Fisiologia • Genética • Ginecologia e

Obstetrícia • Doenças infecciosas e

Parasitárias • Pediatria • Psicologia Médica • Saúde Comunitária • Outras

Especialidades

PRINCIPAIS TEMAS • Imunizações • Alimentação adequada • Déficit neuromotor • Malformações otorrinolaringológicas • Asfixia neonatal • Prematuridade • Icterícia neonatal • Infecções do período neonatal • Hidrocefalia na criança • Desvio do crescimento normal • Nanismo em geral

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• Deficiência de produção do hormônio de crescimento • Infecções congênitas (rubéola, sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus, AIDS)

2ª SÉRIE PERCEPÇÃO, CONSCIÊNCIA E EMOÇÕES

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 2 MD 202

• Habilidades individuais para responder aos estímulos internos e externos

• Problemas clínicos de primordial importância no entendimento da percepção, consciência e emoções

• Anamnese, exame físico e dados epidemiológicos na aquisição de informação adicional para o estabelecimento do diagnóstico

• Utilização de exames e métodos complementares no diagnóstico

• Medidas preventivas e tratamento

• Conhecer e entender a anatomia e função dos órgãos dos sentidos (em particular, olhos e ouvidos); sinais provenientes do corpo; condução neuronal dos estímulos; funções cognitivas como a memória, fala, entendimento, níveis de consciência, sono normal e origem das emoções

• Anatomia Patológica • Farmacologia • Fisiologia • Neurologia • Neurocirurgia • Otorrinolaringologia • Oftalmologia • Psicologia Médica • Psiquiatria • Saúde Comunitária • Outras

Especialidades

PRINCIPAIS TEMAS • Aspectos psicossociais das doenças • Relação médico-paciente no referencial psicodinâmico • Medidas de prevenção à saúde do paciente • Vertigem • Depressão • Confusão mental • Retardo mental • Transtornos de ansiedade • Transtornos alimentares • Choque cardiogênico • Processos psicogênicos otorrinolaringológicos (surdez, anosmia, cacosmia) • Malformações oculares e otorrinolaringológicas • Processos inflamatórios oculares e otorrinolaringológicos • Tumores benignos e malignos oculares e otorrinolaringológicos • Processos degenerativos otorrinolaringológicos • Processos vasculares oculares e otorrinolaringológicos

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2ª SÉRIE PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 3 MD 203

• Senescência: aspectos biológicos, moleculares, teciduais e funcionais

• Senilidade: doenças degenerativas, cuidados assistenciais, terapêutica, morte

• Social: epidemiologia, identidade, qualidade de vida

• Cuidados e assistência: familiar, domiciliar e institucional

• Compreender o processo de envelhecimento e suas manifestações nas diferentes etapas da vida

• Anatomia Patológica • Biologia Celular • Farmacologia • Imunologia • Neurologia • Pneumologia • Psicologia Médica • Psiquiatria • Reumatologia • Saúde Comunitária • Geriatria • Cardiologia • Epidemiologia • Saúde Comunitária • Outras

Especialidades PRINCIPAIS TEMAS • Osteoartrose • Hipertensão arterial • Doenças cardiovasculares • Doença pulmonar obstrutiva crônica • Arteriosclerose • Acidente vascular cerebral • Osteoporose • Climatério • Demência • Neoplasias • Depressão • Disfunções miccionais

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2ª SÉRIE

PROLIFERAÇÃO CELULAR

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 4 MD 204

• Proliferação celular normal: ciclo celular, oncogênese, genes

supressores normais • Proliferação celular patológica: Fisiopatologia, tipos de anormalidade,

terapêutica/tratamento • Atenção ao doente: diagnóstico e comunicação com o

paciente; tratamento e suporte; sistema de saúde; registro de dados

• Conhecer e entender os mecanismos de proliferação celular normal e patológica • Correlacionar a fisiopatologia do processo tumoral com a prática clínica e os resultados de pesquisa na área • Identificar os tipos de tratamento existentes para o câncer: radioterapia, quimioterapia, remoção cirúrgica e imunoterapia

• Discutir a bioética e os aspectos da comunicação inadequada, bem como as políticas de atenção ao paciente portador de câncer

• Bioética • Biologia Celular • Fisiologia • Farmacologia • Genética • Imunologia • Hematologia • Patologia Geral • Oncologia • Outras

Especialidades

PRINCIPAIS TEMAS • Dislipidemias • Hipertensão arterial • Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) • Leucemias e linfomas • Arteriosclerose obliterante periférica • Linfomas Hodgkin e não-Hodgkin • Mieloma múltiplo • Tumores cutâneos benignos e malignos • Tumores de vias biliares • Tumores de pâncreas • Tumores de cabeça e pescoço • Leucemias e linfomas • Tumores abdominais • Tumor no sistema nervoso central • Oclusão arterial aguda e crônica • Tumores ósseos

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2ª SÉRIE ATIVIDADE ACADÊMICA COMPLEMENTAR (ELETIVAS)

Módulo Conteúdo Geral Participação

Módulo 5 MD 205

• Cursos • Estágios • Atividades de pesquisa

• Todas as disciplinas ou cursos oferecidos

2ª SÉRIE SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO

FAMILIAR

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 6 MD 206

• Saúde da mulher: adolescência; ciclo gravídico- puerperal; menácme; climatério. • Planejamento familiar: contracepção; infertilidade; aspectos demográficos e políticos do planejamento familiar. • Sexualidade humana: comportamento sexual; dinâmica da resposta sexual humana; problemas sexuais, orientações gerais, causas, diagnóstico e tratamento

• Conhecer e compreender os eventos que possam afetar a saúde da mulher durante os períodos evolutivos, adolescência, ciclo gravídico-puerperal, menácme e climatério

• Conhecer a sexualidade humana, os meios e métodos que possam controlar a fertilidade na gravidez indesejada e a infertilidade na gravidez desejada, através do planejamento familiar

• Anatomia Patológica • Bioética • Endocrinologia • Ginecologia e

Obstetrícia • Doenças Infecciosas

e Parasitárias • Psicologia Médica • Saúde Comunitária • Outras

Especialidades

PRINCIPAIS TEMAS • Doença hipertensiva na gestação • Infecção urinária na gestação • Trabalho de parto prematuro • Amniorrexis prematura • Hemorragias pós-parto • Anormalidades do puerpério e infecção puerperal • Doenças infecciosas e parasitárias na gestação • Hiperêmese gravídica • Vulvovaginites • Dismenorréias • Tensão pré-menstrual (TPM) • Doença inflamatória pélvica aguda e crônica • Patologias benignas do colo uterino

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• Sofrimento fetal agudo e crônico • Hemorragia uterina disfuncional • Disfunção hipofisária, hipogonadismo feminino, hiperprolactinemia • Gestação de alto risco • Diabetes gestacional • Gestação múltipla • Hemorragias na gestação • Retardo do crescimento intra-uterino fetal • Incontinência urinária • Endometriose • Adenomiose • Patologia do ciclo menstrual • Patologia da função ovariana • Climáterio • Amenorréia primária e secundária • Esterilidade e infertilidade • Patologias benignas e malignas do colo uterino, corpo uterino, ovário • Patologia benigna e maligna da mama • Endocrinopatias ginecológicas • Doenças sexualmente transmissíveis (DST)

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2ª SÉRIE DOENÇAS RESULTANTES DA AGRESSÃO DO MEIO AMBIENTE

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 7 MD 207

• Preservação do indivíduo em relação à sociedade

• Aspectos da regularidade e ritmos das atividades biológicas

• Aspectos psicossociais da sensação de segurança, contatos sociais e auto-realização

• Informações adicionais para o diagnóstico, tratamento e medidas preventivas

• Conhecer e entender os ritmos circadianos, controle de temperatura, controle hormonal e neural, homeostase e sistema social

• Anatomia Patológica • Ciências Sociais • Dermatologia • Farmacologia • Medicina Legal • Doenças Infecciosas

e Parasitárias • Ortopedia e

Traumatologia • Pneumologia • Psiquiatria • Saúde Comunitária • Outras

Especialidades PRINCIPAIS TEMAS • Iatrogenia • Transtorno do pânico • Síndrome da dependência do álcool • Doença osteoarticular relacionada ao trabalho (DORT) • Lombalgia, cervicalgia, síndrome da compressão radicular • Eczemas • Asma brônquica • Raiva: profilaxia pós e pré-infecção • Tétano: profilaxia • Queimaduras • Urticária aguda • Tipos de lesões corporais (Medicina Legal) • Intoxicações exógenas • Traumatismos de ouvido, nariz, pescoço • Estenose cáustica do esôfago • Ferimentos • Intoxicações e acidentes causados por animais peçonhentos • Espancamentos e maltratos • Doenças alérgicas das vias aéreas • Acidentes de trânsito • Acidentes de trabalho

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3ª SÉRIE

DOR Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 1 MD 301

• Fatores gerais que influenciam na sensação de dor

• Fisiopatologia da dor • Aspectos biopsicossociais da

dor • Anamnese e exame físico na

aquisição de informação adicional

• Dor como mecanismo de defesa e sintoma de doença

• Dor aguda e crônica • Tratamento da dor

• Conhecer e entender a estrutura e funcionamento dos diversos sistemas e a natureza multidisciplinar para o diagnóstico e tratamento da dor

• Conhecer a semiologia para a identificação das doenças com manifestações dolorosas

• Conhecer os recursos disponíveis para o alívio da dor

• Anatomia Patológica • Anestesiologia • Angiologia e Cirurgia

Vascular • Farmacologia • Fisiologia • Neurologia • Neurocirurgia • Ortopedia/ -

Traumatologia • Psicologia Médica • Psiquiatria • Reumatologia • Oncologia • Bioética • Outras

Especialidades

PRINCIPAIS TEMAS • Artrose • Doença osteoarticular relacionada ao trabalho (DORT) • Lombalgia/cervicalgia/síndrome de compressão radicular • Otalgia e otites • Doenças de refluxo e hérnia de hiato • Úlcera péptica • Síndrome dispéptica • Fraturas • Luxações • Cefaléias • Acidente vascular cerebral • Insuficiência coronariana aguda e crônica • Tromboembolismo • Artrites sépticas e reativas • Pancreatite aguda • Abdome agudo • Dissecção aguda de aorta • Colecistopatias • Doenças infecciosas e parasitárias • Oclusão arterial aguda

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3ª SÉRIE DOR ABDOMINAL. DIARRÉIA, VÔMITOS E ICTERÍCIA

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 2 MD 302

• Dor abdominal aguda e crônica: caracterização, fisiopatologia e classificação

• Icterícias: caracterização, fisiopatologia e classificação

• Diarréia: caracterização, fisiopatologia e principais patologias envolvidas

• Exames complementares que auxiliam no diagnóstico dessas manifestações

• Condutas terapêuticas frente ao manejo e estabilidade hemodinâmica

• Medidas preventivas e tratamento

• Conhecer e entender as causas, estrutura e funcionamento dos diversos sistemas para o diagnóstico e tratamento da dor abdominal, diarréia, vômitos e icterícia.

• Conhecer e entender a semiologia e as condutas médicas pertinentes às principais doenças com essas manifestações

• Conhecer a prevalência das doenças envolvidas com essas manifestações

• Anatomia Patológica • Cirurgia Geral • Farmacologia • Gastroenterologia • Ginecologia e

Obstetrícia • Clínica Médica • Doenças Infecciosas

e Parasitárias • Hematologia • Pediatria • Outras

Especialidades

PRINCIPAIS TEMAS • Distúrbios hidreletrolíticos • Distúrbios ácido-básicos • Diarréias agudas • Doenças de refluxo e hérnia de hiato • Megaesôfago e megacolo • Gastrites, úlcera péptica e síndromes dispépticas • Diarréias e gastroenterites • Doença diverticular de cólon • Patologias orificiais (proctologia) • Hiperêmese gravídica • Doença inflamatória pélvica aguda • Dor abdominal • Doença inflamatória intestinal • Pielonefrite aguda • Pancreatite crônica • Abdome obstrutivo • Dissecção aguda de aorta • Anomalias congênitas e divertículos • Endometriose • Icterícia • Colecistopatias • Litíase biliar

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• Doença hepática alcoólica e cirrose • Parasitoses intestinais • Hepatite por vírus • Malária • Leptospirose • Febre amarela • Dengue • Febre tifóide e paratifóide • Tumores de vias biliares • Tumores de pâncreas • Tumores de esôfago • Tumores de estômago • Tumores de cólon, reto e ânus • Tumores de fígado

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3ª SÉRIE

FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 3 MD 303

• Problemas clínicos onde a febre, infecções e/ou inflamações são de primordial importância

• Fisiopatologia da febre • Anamnese, exame físico e

dados epidemiológicos para o estabelecimento do diagnóstico e diagnóstico diferencial

• Exames e métodos complementares no diagnóstico

• Medidas preventivas e tratamento

• Conhecer e entender as diversas patologias que se manifestam com febre, inflamação e/ou infecção; e os recursos disponíveis para seu diagnóstico e tratamento oportuno

• Anatomia Patológica • Farmacologia • Ginecologia e

Obstetrícia • Imunologia • Microbiologia • Doenças Infecciosas

e Parasitárias • Neurologia • Reumatologia • Outras

Especialidades

PRINCIPAIS TEMAS • Infecção urinária • Doenças reumáticas • Doença linfoproliferativa benigna • Otites, laringites e faringites • Úlcera péptica/síndrome dispéptica • Infecção puerperal • Doenças sexualmente transmissíveis (DST) • Pielonefrite aguda • Pneumopatias • Choque séptico • Abdome agudo infeccioso • Emergências infecciosas (septicemia, meningite e artrite séptica) • Infecções do período neonatal • Endocardite bacteriana • Pericardite • Colagenoses • Vasculites • Colecistopatias • Infecções hospitalares • Doenças infecciosas e parasitárias

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3ª SÉRIE PROBLEMAS MENTAIS E DE COMPORTAMENTO

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 4 MD 304

• Função normal e disfunção psicológica

• Distúrbios do humor e síndrome do pânico como fatores etiológicos para comportamentos anormais

• Características patológicas como síndromes e fatores etiológicos no desvio de comportamento

• Medidas preventivas e tratamento

• Conhecer os principais problemas psiquiátricos; realizar análise do problema e diagnóstico diferencial em queixas de ansiedade, distúrbios de humor (conduta) e comportamento aberrante;. indicações para tratamento e opções terapêuticas nos casos de ansiedade e comportamento aberrante

• Conhecer a atenção primária à saúde psicossocial; realizar determinação social de problemas mentais e de comportamento; ter entendimento da conexão entre queixas somáticas e problemas psicossociais

• Conhecer a prevalência das doenças envolvidas com essas manifestações

• Bioética • Ciências Sociais • Endocrinologia • Farmacologia • Medicina Legal • Neurologia • Psicologia Médica • Psiquiatria • Saúde Comunitária • Outras

Especialidades

PRINCIPAIS TEMAS • Vertigem • Depressão • Transtornos de comportamento decorrentes do uso de drogas psicoativas • Síndrome de abstinência de substâncias psicoativas • Transtornos do pânico • Transtornos de humor • Transtornos de ansiedade • Transtornos mentais orgânicos • Transtornos alimentares • Transtornos de personalidade • Transtornos dissociativos • Transtornos hipercinéticos • Reação a estresse grave e transtornos de ajustamento • Esquizofrenia • Síndrome da dependência do álcool • Tensão pré-menstrual • Acidente vascular cerebral

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• Epilepsias • Confusão mental • Retardo mental • Distúrbios psicogênicos em otorrinolaringologia (surdez, anosmia, cacosmia)

3ª SÉRIE ATIVIDADE ACADÊMICA COMPLEMENTAR (ELETIVAS)

Módulo Conteúdo Geral Participação

Módulo 5 MD 305

• Cursos • Estágios • Atividades de pesquisa

• Todas as disciplinas ou cursos oferecidos

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3ª SÉRIE

PERDA DE SANGUE

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 6 MD 306

• Componentes do sangue e suas funções; fisiologia da coagulação; mecanismos fisiológicos compensatórios locais e sistêmicos; técnicas transfusionais de sangue, hemocomponentes e derivados; condutas terapêuticas não-transfusionais; aspectos bioéticos relacionados às transfusões sangüíneas;

principais alterações adquiridas e hereditárias da resposta fisiológica à perda de sangue • Exames complementares

que auxiliam no diagnóstico;

condutas terapêuticas frente à perda de sangue quanto ao manejo do sangramento e estabilidade hemodinâmica • Identificar e compreender as

causas de sangramentos: tumorais, otorrinolaringológicos, respiratórios, digestivos, hematológicos e por traumatimos.

• Identificar as causas de perda de sangue aguda, os mecanismos fisiológicos e fisiopatológicos, as condutas terapêuticas e os aspectos bioéticos envolvidos

• Anatomia Patológica • Cirurgia do Aparelho

Digestivo • Cirurgia Geral • Gastroenterologia • Ginecologia e

Obstetrícia • Hematologia • Pneumologia • Doenças Infecciosas

e Parasitárias • Pediatria • Bioética • Clínica Médica • Otorrinolaringologia • Outras

Especialidades

PRINCIPAIS TEMAS • Anemia • Epistaxes • Hemoptise • Distúrbios hemorrágicos • Hemorragias digestivas • Hemorragia uterina disfuncional • Hemorragias pós-parto • Doenças hemorrágicas do recém-nascido • Choque hipovolêmico • Patologias orificiais (proctologia) • Trombose venosa profunda • Glomerulonefrite difusa aguda

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• Leucemias agudas e crônicas • Trombofilias • Hemoglobinopatias • Púrpuras • Hipoplasias medulares • Hemofilias e doença de Von Willebrand • Tumores de cólon, reto e ânus

3ª SÉRIE FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIAS

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 7 MD 307

• Fatores psicológicos, biológicos, sociais e físicos que têm importante papel na fadiga e/ou perda de peso e/ou anemia • Doenças subjacentes a essas manifestações • Fadiga: caracterização, fisiopatologia e principais patologias envolvidas • Perda de peso: caracterização, fisiopatologia e principais patologias envolvidas • Anemias: caracterização,

fisiopatologia e classificação • Exames complementares que

auxiliam no diagnóstico dessas manifestações

• Condutas terapêuticas. • Medidas preventivas e

tratamento

• Conhecer e entender as deficiências nutricionais e o processamento anormal dos alimentos no organismo • Conhecer e entender a avaliação do estado nutricional e os princípios básicos da dieta; o diagnóstico e tratamento dos quadros clínicos mais importantes acompanhados por fadiga, perda de peso e anemia

• Anatomia Patológica • Endocrinologia • Hematologia • Doenças Infecciosas

e Parasitárias • Pediatria • Psiquiatria • Reumatologia • Nutricionista • Outras

Especialidades

PRINCIPAIS TEMAS • Desnutrição • Hemorragias • Anemias • Anemia falciforme • Talassemias • Deficiência de vitamina K • Disfunção tireoidiana • Estado de ansiedade e anorexia nervosa • Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) • Doença pulmonar obstrutiva crônica • Diabetes mellitus e cetoacidose diabética • Insuficiência adrenal • Leucemias e linfomas

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• Hipoplasia medular • Estenose cáustica do esôfago • Doença hepática alcoólica e cirrose hepática • Megaesôfago • Leucemias agudas e crônicas • Linfomas não-Hodgkin e Hodgkin • Mieloma múltiplo • Hemoglobinopatias • Câncer de pulmão • Tumores de pâncreas • Tumores de cólon, reto e ânus • Tumores de fígado

4ª SÉRIE LOCOMOÇÃO

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 1 MD 401

• Funcionamento do aparelho locomotor em movimento (carga dinâmica) e postura (carga estática) metabolismo energético; bases da fisiologia do exercício; anatomia funcional e relação entre esforço e performance • Doenças do aparelho locomotor • Medidas preventivas e de reabilitação

• Conhecer e entender a locomoção e anatomia; fisiologia; bioquímica da carga estática do aparelho locomotor

• Conhecer e entender: a circulação; o metabolismo energético, as trocas gasosas e a regulação da temperatura

• Anatomia • Angiologia e Cirurgia

Vascular • Neurologia • Neurocirurgia • Ortopedia • Traumatologia • Fisioterapia • Reumatologia • Saúde Comunitária • Outras

Especialidades PRINCIPAIS TEMAS • Doenças crônico-degenerativas • Osteartrose • Lombalgia, cervicalgia e síndrome. de compressão radicular • Varizes • Fraturas em geral • Entorses, contusões, lesões musculares • Luxação de ombro e falange • Lesões tendinosas parciais de tendões extensores • Tenosinovites • Disfunções de paratireóide - hipo e hipercalcemia • Gota • Trombose venosa profunda • Osteoporose • Artrites e artroses

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• Artrite reativa • Doenças reumáticas • Colagenoses • Oclusão arterial aguda e crônica • Tumores ósseos • Osteomielites • Deformidades de coluna • Lesões tendinosas • Patologias do pé, joelho e quadril • Patologias do punho , mão e cotovelo e ombro

4ª SÉRIE

DISTÚRBIOS SENSORIAIS, MOTORES E DA CONSCIÊNCIA

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 2 MD 402

• Anamnese, exame físico e terapia das afecções do sistema nervoso e órgãos dos sentidos

• Causas, aspectos clínicos, evolução e terapias das desordens que se manifestam através da diminuição ou perda de funções • Medidas de prevenção e reabilitação

• Conhecer e entender as afecções mais comuns que acometem o sistema nervoso e os órgãos dos sentidos e as conseqüências geradas pelo déficit neurológico e perda de função

• Anatomia Patológica • Endocrinologia • Neurologia • Neurocirurgia • Oftalmologia • Otorrinolaringologia • Ortopedia • Traumatologia • Psiquiatria • Outras

Especialidades PRINCIPAIS TEMAS • Traumatismo craniano • Choque cardiogênico • Choque séptico • Acidente vascular cerebral • Síndrome de abstinência de substâncias psicoativas • Intoxicação por substâncias psicoativas • Acidente vascular cerebral • Otites, rinites, sinusites • Epilepsias • Cefaléias • Vertigem • Surdez súbita • Confusão mental • Convulsões • Mal de Parkinson • Doença de Alzheimer • Neurocisticercose • Hanseníase

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4ª SÉRIE

DISPNÉIA, DOR TORÁCICA E EDEMA

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 3 MD 403

• Fisiopatologia e exames físicos das características básicas dos quadros clínicos

• Epidemiologia das afecções dos aparelhos respiratório e cardiovascular

• Tratamento e reabilitação • Exame físico, anamnese e

tratamento das doenças respiratórias e cardiovasculares

• Epidemiologia clínica • Medidas de prevenção e

reabilitação

• Conhecer e entender as afecções respiratórias e cardiovasculares e os fatores que contribuem para o seu surgimento, bem como os quadros clínicos, condutas diagnósticas e tratamento das doenças que se manifestam com dispnéia, dor torácica e edema

• Anatomia Patológica • Cardiologia • Gastroenterologia • Hematologia • Imunologia • Doenças Infecciosas

e Parasitárias • Nefrologia • Neurologia • Pediatria • Pneumologia • Cirurgia • Reumatologia • Oncologia • Outras

Especialidades PRINCIPAIS TEMAS • Desnutrição • Hipertensão arterial • Pericardite • Miocardiopatias • Dissecção aguda de aorta • Arritmias • Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) • Insuficiência coronariana aguda • Doença pulmonar obstrutiva crônica • Asma • Pneumopatias • Edema agudo de pulmão • Patologia pleural • Câncer de pulmão • Patologia do mediastino • Glomerulonefrite • Síndrome nefrótica • Úlcera péptica/hérnia de hiato/síndrome dispéptica • Doença de refluxo gastroesofágico • Hipofunção tireoidiana • Insuficiência renal aguda • Cardiopatias congênitas

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• Tromboembolismo • Anemias • Insuficiência hepática • Doenças infecciosas e parasitárias

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4ª SÉRIE

DESORDENS NUTRICIONAIS E METABÓLICAS

Módulo Conteúdo Geral Participação

Módulo 4 MD 404

• Distúrbios nutricionais primários e secundários

• Doenças metabólicas: quadro clínico, tratamento medicamentoso e dietético, epidemiologia

• Obesidade e desnutrição: epidemiologia e reabilitação

• Endocrinologia • Gastroenterologia • Nefrologia • Doenças Infecciosas e Parasitárias • Patologia Geral • Pediatria • Saúde Comunitária • Nutricionista • Outras Especialidades

PRINCIPAIS TEMAS • Diabetes mellitus e gestacional • Obesidade simples • Dislipidemias • Anemia • Deficiência de vitamina K • Desnutrição • Cetoacidose diabética • Hipoglicemias • Disfunção tireoidiana • Disfunção da paratireóide: hipo e hipercalcemias • Gota • Doença hepática alcoólica e cirrose • Pancreatite • Distúrbios metabólicos no período neonatal • Doença de depósito • Síndrome de má-absorção • Síndrome de Cushing • Disfunção adrenal

4ª SÉRIE ATIVIDADE ACADÊMICA COMPLEMENTAR (ELETIVAS)

Módulo Conteúdo Geral Participação

Módulo 5 MD 405

• Cursos • Estágios • Atividades de pesquisa

• Todas as disciplinas ou cursos oferecidos

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4ª SÉRIE MANIFESTAÇÕES EXTERNAS DAS DOENÇAS E IATROGENIAS

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 6 MD 406

• Problemas estéticos que causam desconforto aos pacientes; alterações na pele e outros aspectos que afetam a aparência pessoal

• Doenças dermatológicas mais comuns: epidemiologia, diagnóstico e tratamento

• Manifestações dermatológicas das doenças sistêmicas

• Doenças iatrogênicas com manifestações dermatológicas

• Epidemiologia do consumo de medicamentos e de automedicação

• Conhecer e entender: etiologia, diagnóstico e terapia das manifestações externas das doenças e iatrogenias

• Conhecer e entender os fatores físicos e psicológicos que afetam a aparência, em geral, da pele e seus anexos

• Dermatologia • Farmacologia • Hematologia • Doenças Infecciosas

e Parasitárias • Reumatologia • Pediatria • Bioética • Outras

Especialidades

PRINCIPAIS TEMAS • Iatrogenia • Rinite medicamentosa • Urticária aguda • Eritema multiforme • Síndrome de Steven-Johnson • Necrólise epidérmica tóxica • Vasculites • Lúpus eritematoso discóide • Esclerodermia cutânea • Alopécias • Doenças dermatológicas • Tumores cutâneos malignos e pré-neoplásicos • Pruridos • Manifestações cutâneas paraneoplásicas • Manifestações cutâneas sugestivas de imunossupressão ou de doenças sistêmicas • Malformações congênitas externas • Doenças reumáticas • Doenças infecciosas e parasitárias

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4ª SÉRIE/ EMERGÊNCIAS

Módulo Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Módulo 7 MD 407

• Situações e patologias que constituem riscos agudos à integridade física e/ou mental dos indivíduos e que requerem imediata intervenção médica

• Epidemiologia das principais causas de morbimortalidade

Este módulo auxilia a transição para a prática médica da 5a. e 6a. séries

• Desenvolver competências na resolução de problemas clínicos e cirúrgicos que requerem intervenção imediata

• Anestesia • Cirurgia • Clínica Médica • Ginecologia e

Obstetrícia • Pediatria • Cardiologia • Ortopedia • Neurologia e

Neurocirurgia • Psiquiatria • Radiologia • Outras

Especialidades PRINCIPAIS TEMAS • Acidente vascular cerebral • Epilepsias • Convulsões • Acidente vascular cerebral • Desidratação • Distúrbios hidreletrolíticos e ácido-básicos • Choque • Insuficiência respiratória aguda • Edema agudo de pulmão • Parada cardiorrespiratória • Pneumopatia • Estado de mal asmático • Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) • Hipertensão arterial • Insuficiência coronariana aguda • Pericardite • Miocardiopatias • Dissecção aguda de aorta • Hipoglicemias • Corpo estranho em ouvido, nariz, faringe e laringe • Otorragias • Traumatismo de cabeça e pescoço • Epistaxes e hemoptises • Amniorrexis prematura • Trabalho de parto prematuro • Hemorragia pós-parto

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• Queimaduras • Intoxicações exógenas • Litíase biliar • Depressão com risco de suicídio • Hemorragias digestivas • Abdome agudo • Traumatismo craniano • Traumatismo de cabeça e pescoço • Trauma abdominal e torácico • Fraturas em geral • Lombalgia e lombociatalgia • Luxação de ombro e falanges • Abdome agudo obstrutivo • Emergências infecciosas (septicemias, meningites e artrites sépticas) • Intoxicações e acidentes por animais peçonhentos • Disfunção renal

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4ª SÉRIE

ATIVIDADE ACADÊMICA COMPLEMENTAR (ELETIVAS) INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Código Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

• Bases do treinamento científico, com ênfase nos aspectos técnicos da prática da ciência (metodologia e estatística)

• Elaboração de projeto de pesquisa

• Conhecer e entender as habilidades científicas básicas; em particular, como conduzir um estudo (interpretação, processamento e apresentação de dados da pesquisa)

• Todas as disciplinas ou cursos oferecidos

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Quadro V DETALHAMENTO DO PROGRAMA DE HABILIDADES

E ATITUDES 1ª a 4ª séries

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PROGRAMA DE HABILIDADES

1a SÉRIE

Área Desempenho

Habilidades

Acesso à Informação

• Acessar informações bibliográficas e eletrônicas

• Utilizar biblioteca • Acessar informações via Internet

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Área Desempenho

Habilidades

Semiologia • Reconhecer os topismos anatômicos

• Dominar as técnicas de verificação dos sinais vitais

• Conhecer as técnicas elementares de semiologia no exame físico geral e segmentar

• Dominar a sistematização das etapas do exame físico

• Identificar as sintopias • Verificar com proficiência os sinais

vitais • Demonstrar conhecimentos na

capacidade de realizar o exame físico – inspeção, palpação, percussão e ausculta – em adulto normal

• Identificar as fases do exame físico geral e segmentar

Comunicação • Reconhecer atitudes

facilitadoras para a relação médico-paciente

• Realizar técnicas básicas de entrevista

• Reconhecer a importância da comunicação verbal e não-verbal na relação médico-paciente

• Diferenciar as reações do paciente frente à doença

• Reconhecer atitudes adequadas e inadequadas frente ao paciente; saber avaliar as próprias emoções frente a diferentes situações

• Reconhecer a importância do toque (contato físico)

• Desenvolver a capacidade de observar e ouvir

• Formular perguntas abertas, de comunicação simples

Procedimentos • Realizar alguns procedimentos básicos à prática médica

• Praticar a reanimação cardiopulmonar em condições de ambiente extra-hospitalar

• Dominar a técnica de lavagem de mãos

• Técnicas de aplicação de injeções intramuscular (IM) e subcutânea (SC)

• Realização de curativos simples • Realização das técnicas do suporte

básico de vida (BLS)

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Área Desempenho

Habilidades

Exames complementares

• Saber atuar em laboratórios de apoio diagnóstico.

• Manusear corretamente o microscópio

• Realizar algumas dosagens por equipamentos laboratoriais portáteis

• Conhecer a anatomia normal através dos exames de imagem

• Conhecer os aspectos básicos da eletrocardiografia

• Realizar procedimentos de apoio diagnóstico de acordo com as normas de biossegurança

• Realizar a utilização básica de proteção individual (EPIs)

• Descartar os materiais químicos e biológicos

• Conhecer os símbolos associados aos riscos

• Utilizar corretamente os equipamentos de radioproteção

• Atentar para as condutas proibidas durante as atividades médicas em ambiente hospitalar e laboratorial

• Realizar as dosagens de glicemia, hemoglobina e urinálise por fita

• Identificar as estruturas anatômicas normais nos exames de imagem (radiologia convencional, ultra-sonografia, tomografia e ressonância nuclear magnética)

• Reconhecer o traçado eletrocardiográfico normal

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2a SÉRIE

Área Desempenho

Habilidades

Semiologia • Conhecer a técnica de obtenção da anamnese

• Dominar as técnicas de semiologia necessárias para realizar o exame físico completo em adultos, crianças e recém-nascidos normais

• Conhecer os exames físicos especializados que requeiram instrumental específico

• Demonstrar conhecimentos ao realizar uma anamnese completa (queixa e duração, história da moléstia atual)

• Saber como interrogar sobre os diversos aparelhos, antecedentes pessoais e familiares:

→ Perguntas abertas (queixa e duração)

→ Perguntas fechadas (interrogatório sobre os diversos aparelhos, antecedentes)

• Obter dados antropométricos da criança e da gestante

• Demonstrar proficiência na realização do exame físico em adultos, crianças e recém-nascidos normais

• Conhecer os instrumentos e técnicas para exames físicos especializados:

→ Ginecológico → Obstétrico → Retal → Otorrinolaringológico → Oftalmológico

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Área Desempenho

Habilidades

Comunicação • Conhecer as peculiaridades para a obtenção de uma entrevista satisfatória em indivíduos nas diferentes fases do ciclo vital

• Executar entrevistas com indivíduos nas diferentes fases do ciclo vital:

→ Gestante → Mãe-filho → Adolescente → Adulto → Idoso

• Compreender o paciente nos seus contextos social, cultural e familiar

Procedimentos • Comportar-se adequadamente em centro cirúrgico

• Realizar alguns procedimentos básicos à prática médica

• Comportar-se adequadamente em sala cirúrgica ao assistir a um ato cirúrgico

• Conhecer as técnicas de antissepsia • Conhecer as técnicas de

monitorização • Saber paramentar-se • Realizar punção venosa

Exames complementares

• Manusear adequadamente os equipamentos básicos de laboratório clínico

• Realizar coleta de material biológico para a realização de alguns exames laboratoriais

• Realizar exames laboratoriais comuns de baixa complexidade de execução

• Diagnosticar, por imagem, algumas alterações próprias do processo de envelhecimento

• Diagnosticar algumas anormalidades eletrocardiográficas comuns em idosos

• Manusear equipamentos básicos em laboratório: centrífuga, microscópio óptico, microcentrífuga e banho-maria

• Realizar exames de: → Microhematócrito → Tipagem sangüínea → Teste de gravidez → Líquido amniótico → Análise macroscópica → Teste de Clemens → Células alaranjadas

• Exame a fresco de secreção vaginal, secreção uretral masculina e esperma

• Saber diagnosticar: → Artrose → Osteoporose → DPOC → Calcificações em placas

ateromatosas → Atrofia cerebral

• Realizar diagnóstico eletrocardiográfico das sobrecargas e dos bloqueios

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3a SÉRIE

Área Desempenho

Habilidades

Semiologia • Dominar a execução da consulta médica geral nas diversas condições do ciclo biológico e dos gêneros

• Desenvolver o raciocínio clínico

• Executar com proficiência a anamnese e o exame físico para a consulta médica de clínica geral da criança, do adolescente, da mulher, do adulto e do idoso, nas doenças de maior prevalência

• Praticar a correlação clínica de casos mais simples

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135

Área Desempenho

Habilidades

Comunicação • Desenvolver comportamentos que favoreçam uma boa relação médico-paciente

• Desenvolver as posturas de promotor da saúde e educador

• Desenvolver uma atitude facilitadora da comunicação frente aos diversos padrões de comportamento dos pacientes (pacientes com loquacidade exagerada ou pouco loquazes)

• Saber orientar/educar a família e a comunidade

Procedimentos • Conhecer o instrumental cirúrgico básico

• Coletar material biológico para exames laboratoriais por técnicas de maior complexidade.

• Praticar a reanimação cardiopulmonar em condições de atendimento hospitalar

• Praticar atendimentos de urgência que requeiram baixa complexidade

• Manusear instrumental cirúrgico básico, conhecendo suas características e indicações de uso

• Executar algumas técnicas de coleta de material biológico para exames laboratoriais que requeiram métodos especiais

• Realizar as técnicas do suporte avançado de vida (ACLS)

• Conhecer as técnicas e manusear instrumentos utilizados em procedimentos de baixa complexidade de urgência ( assis-tência ventilatória, uso de monitores, desfibrilador, realização do ECG)

• Realizar imobilizações, tamponamentos, suturas, drenagens e sondagens

Exames complementares

• Conhecer os exames de laboratório de maior utilidade na prática médica geral

• Diagnosticar, por imagem, algumas doenças que devem ser do conhecimento do médico geral

• Conhecer a rotina de realização dos exames de laboratório de maior utilidade na prática médica geral e sua rotina de realização

• Saber diferenciar exames de urgência e rotina, como são obtidos os resultados e tempo de realização dos exames

• Conhecer os principais interferentes nos exames mais comuns

• Saber diagnosticar : → Úlceras gastroduodenais → Colecistopatias litiásicas → Pneumoperitônio → Obstrução intestinal → Pneumonias → Sinusites

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4a SÉRIE

Área Desempenho

Habilidades

Semiologia • Dominar a execução da consulta médica geral, incluindo algumas situações das especialidades médicas

• Desenvolver o raciocínio clínico

• Executar com proficiência a anamnese e o exame físico de uma consulta de clínica geral, incluindo o atendimento nas especialidades médicas em patologias mais prevalentes e/ou com risco de vida

• Realizar a correlação com casos clínicos mais complexos

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137

Área Desempenho

Habilidades

Comunicação • Dominar as fases da pré- consulta, da consulta e da pós- consulta

• Dominar as técnicas de comunicação em situações especiais

• Discutir com o paciente a sua situação clínica

• Saber informar o diagnóstico: → Saber informar planos de

tratamento e prognóstico → Obter o consentimento

informado → Aprender a comunicar as más

notícias • Conduzir o manejo de pacientes e

famílias em situações difíceis (reabilitação de seqüelados, dementes, incapacitados, pacientes agressivos, sedutores, terminais, familiares em luto)

Procedimentos • Coletar material biológico para exames laboratoriais por técnicas de maior complexidade

• Executar técnicas cirúrgicas de baixa complexidade para atendimentos em situações de urgência ou risco de vida

• Realizar cuidados pós- operatórios especiais

• Realizar atendimento obstétrico normal

• Praticar a reanimação cardiopulmonar pediátrica em condições de atendimento extra-hospitalar e hospitalar

• Conhecer as técnicas do atendimento sistematizado ao traumatizado

• Executar algumas técnicas de coleta de material biológico para exames laboratoriais que requeiram métodos especiais

• Executar drenagens, retiradas de corpos estranhos e procedimentos cirúrgicos de baixa complexidade (traqueostomia, drenagem de pneumotórax)

• Cuidados com as ostomias em geral• Conduzir um parto eutócico • Cuidados no puerpério não-

complicado • Realizar as técnicas de reanimação

cardiopulmonar básica e avançada pediátrica ( PALS)

• Realizar as técnicas do suporte avançado de vida no trauma (ATLS)

Exames complementares

• Interpretar criticamente os resultados de exames laboratoriais

• Diagnosticar, por imagem, algumas doenças que devem ser do conhecimento do médico geral

• Diagnosticar algumas alterações do eletrocardiograma que possam acarretar risco de vida

• Saber diagnosticar: → Artrites e artroses → Fraturas e luxações → Artroses piogênicas → AVCI → AVCH → Cardiomegalias → Pneumotórax → Derrame pleural

• Diagnosticar as alterações eletrocardiográficas da isquemia miocárdica e de algumas arritmias

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Quadro VI DETALHAMENTO DA INTERAÇÃO ENSINO-SERVIÇOS-

COMUNIDADE - 1ª a 4ª séries

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1ª SÉRIE INTERAÇÃO ENSINO-SERVIÇOS-COMUNIDADE

Objetivo Geral

• Instrumentalizar os estudantes para o desenvolvimento de ações de saúde nas

unidades básicas de saúde da SES-DF, com vistas ao exercício de uma nova prática em saúde, com enfoque na família, sob a perspectiva de reorientação do modelo de atenção pautado na vigilância à saúde

Conteúdos da 1ª série • Cidadania e democracia • Políticas de saúde • Processo saúde-doença • Relação profissionais de saúde/família(s) • Participação social • Visita domiciliar • Cadastramento da família • Sistema de Informação • Diagnóstico de saúde da comunidade • Investigação científica • Comunicação interpessoal e em grupo • Informática em saúde

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2ª SÉRIE INTERAÇÃO ENSINO-SERVIÇOS-COMUNIDADE

Objetivo Geral

Atuação em Programas de Saúde • Atenção à Saúde da Criança: Programa de Vigilância ao Bebê de Risco

Contribuir para a melhoria da atenção à saúde da criança atuando nos programas de vigilância ao recém-nascido de risco

• Atenção à Saúde do Adulto: Hipertensão Arterial

Contribuir para a melhoria da atenção à saúde do adulto atuando nos programas hipertensão arterial

Recursos metodológicos: Planejamento e implementação de ações prioritárias consensuadas com os

gestores do sistema de saúde, profissionais de saúde e comunidade, em cada área de abrangência

Conteúdos da 2ª série • Educação em saúde • Epidemiologia • Comunicação interpessoal e em grupos • Saúde da Criança – vigilância aos recém-nascidos de risco • Saúde do Adulto – hipertensão arterial • Investigação Científica • Outros conteúdos para abordagem dos temas

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3ª SÉRIE INTERAÇÃO ENSINO-SERVIÇOS-COMUNIDADE

Objetivo Geral

Atuação em Programas de Saúde • Atenção à Saúde da Mulher: Programa de Pré-Natal

Realizar atividades que visem melhorar a adesão da clientela ao programa de pré-natal

• Atenção à Saúde do Adulto: Hipertensão Arterial Realizar atividades que visem melhorar a adesão da clientela ao programa de pré-natal

Recursos metodológicos:

Planejamento e implementação de ações prioritárias consensuadas com os gestores do sistema de saúde, profissionais de saúde e comunidade, em cada área de abrangência

Conteúdos da 3ª série • Planejamento estratégico em saúde • Epidemiologia • Educação em saúde • Comunicação interpessoal e em grupos • Saúde da Mulher – Pré-natal • Saúde do Adulto – Hipertensão arterial • Investigação científica • Outros conteúdos necessários para a abordagem dos temas

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4ª SÉRIE INTERAÇÃO ENSINO-SERVIÇOS-COMUNIDADE

Objetivo Geral

Atuação em Unidades de Atenção Primária de Saúde • Atuar na resolução dos problemas de saúde apoiado pelos profissionais da área de

atenção básica.

Conteúdos da 4ª série • Cuidados clínicos na atenção básica • Administração em saúde • Trabalho multidisciplinar com vista a: Saúde da Família e saúde da comunidade • Educação em Saúde • Epidemiologia • Ética • Outros conteúdos necessários para a abordagem do tema

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Quadro VII DETALHAMENTO DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS E

DOS OBJETIVOS EDUCACIONAIS

5ª e 6ª séries (Internato)

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INTERNATO 5a e 6ª SÉRIES

SAÚDE DO ADULTO I E II

Área de Conhecimento

Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Clínica Médica

• O aprendizado em serviço ocorrerá em atividades com pacientes em enfermarias, ambulatórios e serviços de pronto- atendimento • Nos locais do estágio haverá um programa de atividade que inclui: sessões clínicas, visitas às enfermarias e demonstrações de cuidados especializados • Serviço de Emergência: Atendimentos clínicos em urgência e emergência • Enfermaria: - Acompanhar a evolução clínica das doenças; sob supervisão, fornecer alta hospitalar Adquirir habilidades para a comunicação de más notícias Preencher corretamente o atestado de óbito e atentar para a conduta adequada quando de sua entrega aos familiares • Ambulatório Realizar consultas médicas • Outras atividades: Sessões anátomo-clínicas Grupo de Estudo Guia de Estudos Individuais Suporte psicossocial

• Adquirir conhecimentos e habilidades no diagnóstico e tratamento dos problemas de natureza clínica mais freqüentes no Distrito Federal e Região do Entorno

• Compreender como os

próprios sentimentos e valores influenciam na capacidade de lidar com o paciente

• Adquirir habilidades para

o desenvolvimento do trabalho integrado com equipe multidisciplinar

• Conhecer os mais recentes

avanços diagnósticos e terapêuticos na área de clínica médica

• Clínica Geral • Assistência Social • Fisioterapia • Laboratórios de

Diagnóstico Especializados

• Outras Especialidades

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145

INTERNATO 5a e 6ª SÉRIES

SAÚDE DO ADULTO I E II

Área de Conhecimento

Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Dermatologia

• O aprendizado em serviço ocorrerá em atividades com pacientes em enfermarias, ambulatórios e serviços de pronto-atendimento

• Nos locais do estágio haverá um

programa de atividades que inclui: sessões clínicas, visitas às enfermarias e demonstrações de cuidados especializados

• O estágio deverá propiciar a

aquisição de conhecimentos, atitudes e habilidades sobre: → Princípios básicos, quadro

clínico, diagnóstico e tratamento das principais doenças dermatológicas

→ Histopatologia dermatológica

→ Tratamento com laser → Dermatologia pediátrica → Doenças dermatológicas do

idoso → Oncologia dermatológica → Aspectos médicos e

psicossociais das doenças crônicas de pele relacionadas ao trabalho

→ Doenças alérgicas → Doenças sexualmente

transmissíveis

• Adquirir conhecimentos e habilidades no diagnóstico e tratamento dos problemas dermatológicos mais freqüentes.

• Dermatologia • Angiologia • Alergia • Outras

Especialidades

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146

INTERNATO 5a e 6ª SÉRIES

SAÚDE DO ADULTO I E II

Área de Conhecimento

Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Neurologia

• O aprendizado em serviço ocorrerá em atividades com pacientes em enfermarias, ambulatórios e serviços de pronto-atendimento

• Nos locais do estágio haverá

um programa de atividades que inclui: sessões clínicas, visitas às enfermarias e demonstrações de cuidados especializados

• O estágio deverá propiciar a

aquisição de conhecimentos, atitudes e habilidades sobre:

→ Cefaléia → Vertigem e distúrbios do

equilíbrio → Coma → Distúrbios intermitentes de

consciência → Dor nas costas e pernas e

dor nos braços → Paralisia central e periférica → Trauma no crânio e coluna → Demência → Sinais de irritação meníngea → Aumento da pressão intra-

craniana → Retardo mental → Distúrbios dos movimentos

extrapiramidais → Deterioração da visão → Alterações neurológicas

decorrentes de doenças de outros sistemas

• Adquirir conhecimentos e habilidades no diagnóstico e tratamento dos problemas neurológicos mais freqüentes

• Neurologia • Neurocirurgia • Neuropsicologia • Neuroradiologia • Neuropatologia e • Fisioterapia

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INTERNATO 5a e 6ª SÉRIES

SAÚDE DO ADULTO I E II

Área de Conhecimento

Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Terapia Intensiva

• Nos locais do estágio haverá um programa de atividade que inclui: sessões clínicas, visitas às enfermarias e demonstrações de cuidados especializados • O estágio deverá propiciar a

aquisição de conhecimentos, atitudes e habilidades sobre:

→ Admissão do paciente, hipóteses diagnóstica, evoluções clínicas e terapêutica de forma ordenada

→ Dados da avaliação clínica, gasométrica, valores hemodinâmicos, testes de função pulmonar, eletrocardiograma e exames de imagem

→ Diagnósticos diferenciais e justificativa dos mesmos

→ Testes e terapêuticas apropriadas, justificadas por dados prévios

→ Resposta à terapia proposta → Soluções dos problemas

éticos que envolvem os pacientes internados nessas unidades

→ Fisiologia e complicações da ventilação mecânica

→ Interpretação do eletrocardiograma

• Outras atividades: Sessões anátomo-clínicas Grupo de Estudo Guia de Estudos Individuais Suporte psicossocial

• Adquirir conhecimentos

e habilidades para o acompanhamento, diagnóstico e tratamento de pacientes em estado grave internados nas unidades de terapia intensiva

• Conhecer os mais recentes avanços diagnósticos e terapêuticos na área de medicina intensiva

• Intensivistas • Outras

Especialidades

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INTERNATO 5a e 6ª SÉRIES

SAÚDE DO ADULTO I E II

Área de Conhecimento

Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Oftalmologia

• Nos locais do estágio haverá um programa de atividade que inclui: sessões clínicas, visitas às enfermarias e demonstrações de cuidados especializados • Serviço de Emergência: Atendimentos cirúrgico-oculares e outros tipos de traumas • Centro Cirúrgico: Participar de cirurgias de urgências e eletivas • Enfermaria: Acompanhar as internações e o pós-operatório dos pacientes • Ambulatório Realizar consultas médicas Ambulatório de egressos • Outras atividades: Sessões clínicas Grupo de Estudo Guia de Estudos individuais

• Adquirir conhecimentos e habilidades na área de oftalmologia para a resolução dos problemas clínicos e cirúrgicos mais freqüentes

• Saber reconhecer e

tratar as patologias oftalmológicas mais freqüentes e referenciar para os especialistas os casos de maior complexidade

• Conhecer os mais

recentes avanços diagnósticos e terapêuticos em oftalmologia

• Oftalmologia • Outras

Especialidades

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INTERNATO 5a e 6ª SÉRIES

SAÚDE DO ADULTO I E II

Área de Conhecimento

Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Otorrino laringologia

• Nos locais do estágio haverá um programa de atividade que inclui: sessões clínicas, visitas às enfermarias e demonstrações de cuidados especializados • O estágio deverá propiciar a

aquisição de conhecimentos, atitudes e habilidades sobre:

→ Anatomia e fisiologia do ouvido externo, nariz e seios paranasais

→ Defeitos do ouvido externo, médio e interno

→ Otoesclerose → Técnicas cirúrgicas para o

nariz → Vertigens, zumbidos → Doença de Meniére → Tumores do nervo acústico → Problemas do nervo facial → Rinites, sinusites e atopia → Doenças da cavidade

orofaringeana → Doenças da laringe → Doenças da cabeça e pescoço → Endoscopia em

otorrinolaringologia

• Adquirir conhecimentos e habilidades na área de otorrinolaringologia dos problemas clínicos e cirúrgicos mais freqüentes.

• Saber reconhecer e

tratar as patologias otorrinolaringológicas mais freqüentes e referenciar para os especialistas os casos de maior complexidade

• Conhecer os mais

recentes avanços diagnósticos e terapêuticos em otorrinolaringologia

• Otorrinolaringologia • Audiologia • Fonoaudiologia • Outras

Especialidades

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INTERNATO 5a e 6ª SÉRIES

SAÚDE MATERNO-INFANTIL I E II

Área de Conhecimento

Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Ginecologia e

Obstetrícia

• O estágio se desenvolverá tanto nos serviços de Ginecologia como nos de Obstetrícia (ambulatórios, centro cirúrgico, enfermarias e centro obstétrico)

• Nos locais do estágio haverá um programa de atividades que inclui: sessões clínicas, visitas às enfermarias e demonstrações de cuidados especializados

• O estágio deverá propiciar a aquisição de conhecimentos, atitudes e habilidades sobre:

→ Reprodução: anatomia, fisiologia, fisiopatologia e patologia da reprodução → Adaptações maternas associadas à gravidez normal e patológica → Influência das condições fisiológicas e patológicas dos órgãos do aparelho reprodutivo sobre os outros sistemas do organismo em vários estágios da vida da mulher, e as conseqüentes repercussões emocionais e sociais resultantes → Cuidados no pré-natal

(organização, características, educação da paciente, “fatores de alto-risco”, história obstétrica e os principais problemas que podem surgir durante a gravidez)

→ Perda anormal de sangue pela vagina e ciclo menstrual anormal em vários estágios da vida

→ Corrimento vaginal → Dor no baixo ventre e edemas → Redução da fertilidade → Contracepção

• Adquirir conhecimentos e habilidades no diagnóstico e tratamento dos problemas mais freqüentes relativos á saúde materna

• Saber reconhecer e

tratar as patologias gineco-obstétricas mais freqüentes e referenciar para os especialistas os casos de maior complexidade

• Conhecer os mais

recentes avanços diagnósticos e terapêuticos relacionados à saúde materna

• Obstetrícia • Ginecologia • Genética Clínica • Outras

Especialidades

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INTERNATO 5a e 6ª SÉRIES

SAÚDE MATERNO-INFANTIL I E II

Área de Conhecimento

Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Pediatria

• O estágio se desenvolverá nos serviços de Berçário e Pediatria (ambulatórios, centro cirúrgico, enfermarias e centro obstétrico)

• Nos locais do estágio haverá um programa de atividades que inclui: sessões clínicas, visitas às enfermarias e demonstrações de cuidados especializados

• O estágio deverá propiciar a aquisição de conhecimentos, atitudes e habilidades sobre:

→ Entendimento e compreensão do mundo da criança e da prática pediátrica

→ Conhecimento dos principais quadros clínicos das crianças, em todas as idades

→ Desenvolvimento de habilidades que permitam a obtenção da história clínica, do exame físico, do diagnóstico e tratamento referentes ao(s):

→ Aparelho respiratório → Aparelho digestivo → Sistema nervoso central → Aparelho urogenital → Órgãos endócrinos → Traumas → Doenças infecciosas → Neoplasias → Patologias do recém-nato

• Adquirir conhecimentos e habilidades no diagnóstico e tratamento dos problemas mais freqüentes relativos à saúde infantil

• Saber reconhecer e

tratar as patologias pediátricas mais freqüentes e referenciar para os especialistas os casos de maior complexidade

• Conhecer os mais

recentes avanços diagnósticos e terapêuticos relacionados à saúde infantil

• Pediatria • Outras

Especialidades

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INTERNATO 5a e 6ª SÉRIES

SAÚDE DO ADULTO I E II

Área de Conhecimento

Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Psiquiatria

• O estágio se desenvolverá nos serviços de Psiquiatria (ambulatórios e enfermarias )

• Nos locais do estágio haverá um programa de atividades que inclui: sessões clínicas, visitas às enfermarias e demonstrações de cuidados especializados

• O estágio deverá propiciar a aquisição de conhecimentos, atitudes e habilidades sobre:

→ Doenças psiquiátricas

envolvendo distúrbios afetivos → Distúrbios de personalidade → Síndrome de abstinência de

substâncias psicoativas → Intoxicação por substância

psicoativa → Síndromes psicóticas → Problemas sexuais → Problemas mentais durante a

infância, lidando com a perda e o luto

→ Comportamento suicida → Psicopatologia do idoso → Reações psicossociais para

doenças físicas → Doenças com anormalidades

morfológicas e fisiológicas predominantemente causadas por fatores psicossociais

• Adquirir conhecimentos e habilidades necessárias para prover a assistência psiquiátrica básica, isto é, resolver problemas psiquiátricos e psicossociais em um nível elementar.

• Desenvolver habilidades para reconhecer as dimensões sociais das doenças mentais

• .Adquirir conhecimentos gerais do sistema de classificação das doenças mentais e dos mais importantes psicofármacos e suas aplicações

• Adquirir habilidade para lidar com as próprias atitudes e emoções

• Conhecer os principais sistemas de tratamento: indivíduo, família e grupos

• Psiquiatria

Clínica • Psiquiatria

Social • Psicologia • Terapia

Ocupacional • Outras

Especialidades

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INTERNATO 5a e 6ª SÉRIES

SAÚDE DO ADULTO I E II

Área de Conhecimento

Conteúdo Geral Objetivos Educacionais Participação

Medicina Comunitária

• O estágio se desenvolverá na

comunidade e em serviços que possuem diferentes papéis de medicina social; por exemplo, saúde do adolescente, saúde da mulher, saúde ocupacional, medicina de esportes, segurança social, serviços de prevenção do abuso do álcool e drogas

• Nos locais do estágio

haverá um programa de atividades nesta área

• Adquirir conhecimentos e habilidades na familiarização com o sistema de cuidado de saúde social e com os profissionais desse sistema

• Medicina Comunitária • Epidemiologia • Sociologia Médica • Medicina Ocupacional• Fisioterapia • Outras Especialidades

8. FUNÇÕES DA DOCÊNCIA E APERFEIÇOAMENTO CONSTANTE DO MÉTODO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

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No modelo didático-pedagógico adotado, os profissionais diretamente envolvidos na formação médica deverão estar aptos e capacitados para exercer as funções docentes exigidas pelo modelo pedagógico e metodologia empregados no curso.

Os professores do curso médico serão os especialistas em suas respectivas

áreas. A esses profissionais serão dados os fundamentos necessários para o adequado exercício da função de educador, em consonância com as orientações emanadas nas últimas reuniões da Associação Brasileira de Educação Médica, que apontam para a “docência médica profissionalizada” como meio de obter as mudanças que se fazem necessárias no ensino médico.

A docência em Aprendizado Baseado em Problemas – ABP apresenta as

seguintes funções: Tutor ou Facilitador Consultor Preceptor Clínico Preceptor de Laboratório Responsável por Unidade Coordenador do Ano Pesquisador

Antes de detalhar cada uma destas funções, cabe esclarecer que, em todas, o

processo global da docência (assentada sobre uma base de capacitação permanente) visa trabalhar exaustivamente quatro eixos da educação médica:

• Saúde Comunitária: tem como base a tentativa de oferecer respostas às necessidades

prioritárias de saúde, bem como uma aprendizagem contextual com a população e os agentes de saúde. A ela cabe o papel de fazer com que o estudante exerça a posição de participante na equipe de saúde, e não apenas a de observador;

• Eixo Teórico das Tutorias: faz com que os docentes estimulem os estudantes a estudar contextualmente;

• Eixo das Habilidades: em sua ótica, as habilidades profissionais devem ser objeto de identificação através das ferramentas de intervenção nas situações de saúde e avaliação;

• Eixo das Práticas: visa reconciliar a teoria e a prática, objetivando a boa formação

profissional. TUTOR OU FACILITADOR

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O tutor/facilitador é um professor que auxilia um grupo (orientado para desenvolver/realizar determinada tarefa) a encontrar, com sucesso, os objetivos da aprendizagem. Desenvolvendo este papel, o tutor/facilitador deve cumprir diversas responsabilidades como, por exemplo, zelar pelo desenvolvimento satisfatório do processo de ensino-aprendizagem. Para tanto, estas responsabilidades requerem habilidades/atitudes e incluem o domínio de:

princípios e prática da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) dinâmica de grupo avaliação da aprendizagem do estudante

- princípios - uso de diferentes métodos - desenho de métodos de avaliação recursos de aprendizagem

- princípios - uso de diferentes métodos - desenho e planejamento destrezas de liderança e organização concepção e organização curricular

O tutor/facilitador deve demonstrar concordância com:

a aprendizagem baseada em problemas como um método efetivo para adquirir informação e

desenvolver a habilidade de pensar criticamente a aprendizagem autodirigida, como, por exemplo, os estudantes tornando-se primariamente

responsáveis por seu próprio aprendizado pequenos grupos de tutoria, como fórum para integração, direção e retroalimentação

O tutor/facilitador deve possuir:

compreensão de todas as metas do Programa Educacional compreensão dos objetivos de aprendizagem do componente relevante do Programa

Educacional conhecimento da organização e logística do componente relevante do Programa

Educacional conhecimento dos vários papéis educacionais dos professores envolvidos no componente

relevante do Programa Educacional conhecimento da utilidade dos vários recursos de aprendizagem e eventos educacionais conhecimento dos princípios e métodos de avaliação da performance do estudante competência em como promover:

- aprendizagem baseada em problemas - solução de problemas - pensamento crítico - aprendizagem autodirigida - compreensão dos mecanismos da dinâmica de grupo e da retroalimentação dos pares

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• habilidades para:

• facilitar a aprendizagem: - não perguntando diretamente, mas estimulando questões e desafiando os estudantes,

apropriadamente, - apresentando conseqüências das conclusões dos estudantes, opiniões opostas; dicas

que são necessárias, - indicando quando as informações externas são necessárias, - evitando ensinar, a menos que o grupo pergunte por uma exceção, que seja justificada

habilidades para promover a solução de problemas do grupo e consolidar o pensamento crítico, ajudando aos estudantes a:

- examinar o alcance do fenômeno, do menor ao maior nível de organização, - criticamente avaliar hipóteses baseadas em evidências, - definir objetivos e sintetizar informações habilidades para promover o eficiente funcionamento do grupo; para tanto, deve:

- auxiliar o grupo a atingir metas iniciais e um plano de tutoria, o qual pode ser posteriormente modificado, incluindo uma estrutura organizacional e um plano de avaliação,

- perceber os problemas no funcionamento das sessões de tutorias e ajudar o grupo a solucioná-los,

- colocar os estudantes a par da necessidade da monitorização do progresso do grupo, e servir como modelo para demonstrar caminhos positivos de obter retroalimentação

habilidades para promover a aprendizagem individual do estudante, ajudando-o a: - desenvolver um plano de estudo considerando os seus próprios objetivos (metas) e

osdo do Programa Educacional , - desenvolver métodos efetivos de estudo, incluindo a seleção dos recursos de

aprendizagem habilidades para coordenar a avaliação da performance do estudante:

- revisando e clareando os objetivos do Programa Educacional com o grupo tutorial, - auxiliando os estudantes a definir objetivos pessoais, - auxiliando os estudantes a selecionar métodos de avaliação (se aplicáveis), - revisando a realização da aprendizagem, demonstrando e assegurando que os

estudantes tenham retroalimentação, - preparando o relatório sobre o progresso individual de aprendizagem do estudante, e o

resumo da performance geral do mesmo. São funções dos Tutores:

1. Favorecer que os estudantes desenvolvam capacidade e responsabilidade pela auto-aprendizagem, que deverá instrumentalizá-los para toda a vida;

2. Apoiar a conquista de um alto nível crítico e de autonomia profissional - este nível deve ser

altamente exigente, permitindo constante aperfeiçoamento da atenção em saúde e do ensino;

3. Facilitar aos estudantes a identificação de suas necessidades educacionais; 4. Promover um pensamento crítico sobre o seu trabalho cotidiano; isto inclui a necessidade

de identificar material crítico, bem avaliado pelos estudantes;

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5. Ajudar os estudantes a identificar seus objetivos educacionais e como estes podem apoiar sua própria formação, reconhecendo os hiatos de conhecimento e as necessidades de aprendizagem - isto pode levar a um ganho de autonomia e acrescentar qualidade ao aprendizado autodirigido;

6. Conhecer as modalidades de avaliação do programa, suas virtudes e limitações;

7. Avaliar de forma permanente, precoce, contextual e construtivamente; 8. Ser um modelo de avaliação, usando os princípios básicos de como fazer e receber críticas; 9. Identificar o valor e as dificuldades do processo de ensino, e intervir construtivamente; 10. Identificar seus espaços como especialista e negociar com os estudantes, quando pertinente,

o quê, como e quando trabalhar com os mesmos em sua área de especialidade (não é crime o tutor favorecer encontros fora das tutorias, onde possa atuar como consultor e/ou estimular os estudantes em seu próprio espaço de trabalho profissional, como os laboratórios, espaços clínicos etc.);

11. Identificar o estudante em situações-limite e de risco: apoiando-o e prestando-lhe

orientação e encaminhamento apropriados; 12. Refletir sobre os objetivos estratégicos e as orientações do programa; 13. Estimular os estudantes a transferir os problemas de papel (teóricos) para uma

aprendizagem baseada na prática; a trabalhar nos campos profissionais e não transformar o programa em um exercício exclusivo de teoria nas tutorias - que termina numa prova de módulo ou unidade;

14. Identificar, em cada módulo, os objetivos que determinam os problemas, promovendo a

avaliação formativa dos estudantes, e os recursos educacionais utilizados; 15. Manejar as técnicas que permitem estimular os estudantes para uma aprendizagem

equilibrada e contextualizada em relação aos diferentes determinantes da saúde. Identificar, entre outras, a necessidade do uso das regras da evidência e causalidade, bem como aquelas de determinação da qualidade nos processos de aprendizagem da prática profissional e de ética;

16. Apoiar os diferentes aspectos do programa. Reconhecer os problemas prioritários e as

necessidades prioritárias dos estudantes; 17. Identificar, no mundo da saúde coletiva, o papel central do trabalho (um dos eixos

fundamentais), que não pode ser substituído pelo simples processo de observação; 18. Fomentar sua própria auto-aprendizagem permanente no campo da educação e promover a

pesquisa educacional; 19. Promover o uso ativo de múltiplos artigos, estimulando os estudantes a compartilhar suas

referências. Os docentes não precisam saber o que o estudante precisa saber, mas se sabem usar os sistemas do tipo computacional e de informática, poderão facilitar e apoiar os

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estudantes nestas tarefas. Para serem estimulados a "sair do livro básico" e estudar para entender e resolver problemas reais, os estudantes devem ter um apoio positivo.

20. Estimular os estudantes para o uso avançado dos computadores e de sistemas de obtenção e

organização de seus próprios materiais e informações, bem como organizar suas referências e montar suas próprias bibliotecas;

21. Promover a avaliação dos problemas e colaborar para aprimorá-los sistematicamente: isto

deve incluir a busca, pelos estudantes, de novos recursos e novas referências. O momento de "compartilhar referências" nas tutorias não deve ser aquele em que os alunos simplesmente indicam o que usaram, sem produzir discussão sobre os méritos e problemas que estes recursos apresentam. O tutor deve promover esta discussão e utilizá-la na avaliação dos problemas.

22. Promover a utilização adequada dos recursos educacionais, tais como a consultoria. Os

estudantes não devem usar os consultores como fonte de informação, mas sim para consultas sobre dúvidas e/ou desenvolvimento de novas estratégias de aprendizagem;

23. Estimular e apoiar os estudantes para o bom desenvolvimento da aprendizagem baseada

em problemas. CONSULTOR

Todos os docentes serão consultores em diversas áreas e especialidades, bem como alguns convidados de outras instituições que contribuirão com a aprendizagem dos estudantes em assuntos de sua especialidade. Estas contribuições poderão ocorrer através de:

1. Sessões plenárias (grandes grupos)

Os professores poderão proferir conferências, participar de oficinas de trabalho, seminários, reuniões clínicas/anátomo-patológicas ou outros eventos científicos que acontecerão semanalmente - previamente agendados pelos coordenadores de unidades e que abordarão assuntos relacionados com a unidade que estiver sendo desenvolvida. Nestas sessões, estes professores poderão promover amplas discussões, onde a participação dos alunos será sempre estimulada.

2. Sessões em pequenos grupos

Serão realizadas para um ou mais grupos de tutoria, que poderão solicitá-las sempre que tiverem dificuldades com determinados assuntos e necessitarem da orientação de um especialista na pesquisa bibliográfica ou da opinião de um “expert”. Estas sessões deverão ser previamente agendadas com o professor, técnico ou profissional, por indicação do tutor e através do secretário responsável pela série em curso.

3. Consultorias individuais

Excepcionalmente, quando um estudante sentir dificuldade individual em determinado assunto, o qual não desperte o interesse dos demais participantes do grupo de tutoria, poderá solicitar auxilio de um professor especialista, mediante agendamento prévio com o mesmo, por indicação do tutor e através do secretário responsável pela série em curso.

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PRECEPTOR CLÍNICO

Os docentes responsáveis pelo ensino de habilidades clínicas necessárias para o desempenho futuro da prática profissional exercerão o papel de preceptores clínicos. A eles cabe orientar os estudantes em pequenos grupos dentro dos hospitais, ambulatórios ou unidades básicas de saúde, utilizando a metodologia da aprendizagem baseada na prática, onde os problemas são reais (pacientes) ou simulados (modelos, manequins, voluntários).

PRECEPTOR DE LABORATÓRIO

Os docentes responsáveis pela orientação e supervisão nos diversos laboratórios de ensino exercerão a função de preceptores de laboratório. A eles cabe a responsabilidade pela organização e manutenção das boas condições de ensino - aprendizagem nos laboratórios. Os principais laboratórios a serem utilizados pelos estudantes são, dentre outros, os de Informática, Acesso a Informações (biblioteca), Habilidades Clínicas (simulação) e Integração Morfofuncional.

RESPONSÁVEL POR UNIDADE

Cada unidade do curso médico terá um ou dois docentes responsáveis pela coordenação de sua construção , organização e desenvolvimento. A eles cabe resolver todos os possíveis problemas surgidos durante o decorrer da unidade.

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COORDENADOR DO ANO

Cada série do curso médico terá um ou dois coordenadores a quem os demais

docentes responsáveis pelas unidades educacionais daquele período deverão se reportar. A eles cabe coordenar a integração entre as unidades da respectiva série com as unidades das demais séries. Todos os problemas que acontecerem durante o decorrer do curso deverão ser solucionados pelos coordenadores do ano, em conjunto com a Diretoria do curso.

PESQUISADOR

Todos os docentes serão pesquisadores em potencial; portanto, estimulados a

produzir trabalhos científicos, bem como orientar os estudantes quando os mesmos demonstrarem interesse em desenvolver pesquisas específicas.

A prática educacional não é uma habilidade inata nem pode ser

improvisada como vem ocorrendo com a educação médica há décadas. Para manter-se atualizada e em avanço, faz-se necessário grande investimento nos aspectos específicos e

prioritários em capacitação docente, haja vista estar comprovado que “docência não é transferência de informação”, como indica Paulo Freire (Pedagogia da Anatomia).

Para os docentes, foram desenhados programas visando o atingimento

de alto grau de proficiência no desenvolvimento e gerência dos recursos educacionais do curso médico. Considerando-se a necessidade de identificação, implementação, avaliação e

aprimoramento das técnicas de ensino e condições de aprendizagem, foi criado o Programa de Capacitação Permanente para a Docência Médica, a seguir descrito.

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PERMANENTE PARA A DOCÊNCIA MÉDICA O presente Projeto Pedagógico considera que para a continuidade do modelo

educativo proposto faz-se indispensável a implementação de uma estratégia que profissionalize a função docente no curso de Medicina. Com relação a essa questão vital, José Venturelli (Washington, 1997) assim se refere: “(comumente)(...) os docentes de uma faculdade de Medicina são recrutados entre profissionais que se destacam em sua disciplina. Suas habilidades clínicas ou de investigação são as que mais são valorizadas. Deve-se levar em consideração a "motivação" do profissional em participar do processo pedagógico inovador”.

Raramente, os docentes são confrontados com as necessidades específicas do

processo educacional. Portanto, é fundamental que esses profissionais desenvolvam um processo de formação acadêmica – o que permitirá evitar-se a improvisação, quase uma norma histórica na maioria dos programas de formação de profissionais de saúde.

Para que esta improvisação não ocorra, está sendo desenvolvida, em termos

quantitativos e qualitativos, uma estrutura docente com a necessária idoneidade profissional- pedagógica para implementar o ensino e a avaliação propostas, a saber:

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• ensino integrado, desenvolvimento de conteúdos de ensino por nível de complexidade crescente sob a forma de espiral - visa a identificação dos profissionais da rede de serviços de saúde diretamente envolvidos com a docência, de modo a operarem como promotores ativos da aprendizagem, centrando sua atuação no interesse do aluno;

• aprendizagem baseada em problemas – realização de trabalhos em pequenos grupos, com tutores (facilitadores da aprendizagem);

• estudo independente; • avaliação formativa para o seguimento e controle da aprendizagem alcançada; • desenvolvimento de instrumentos de avaliação que contemplem não apenas os aspectos

cognitivos mas também as aptidões de análise e síntese frente a problemas complexos, a atitude colaborativa com o corpo de profissionais e a atitude humanitária para com os pacientes;

• avaliação sistemática das competências clínicas e de saúde.

No que diz respeito à formação docente permanente, será criada uma equipe permanente que conheça os diferentes papéis docentes. Como diz Paulo Freire, além de facilitar a aprendizagem dos estudantes, o "ensino exige a corporificação das palavras pelo exemplo" (Freire, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Edições Paz e Terra. 1998, 8º edição. ISBN 85-219-0243-3). Os problemas concernentes ao próprio modelo pedagógico adotado ou áreas de planejamento de módulos não poderão ser coordenados exclusivamente por especialistas no local de trabalho interdisciplinar e integrado.

A equipe permanente responsável pelo curso visa também identificar,

sempre, as necessidades e organizar e providenciar programas de capacitação de tutores e de todos os outros grupos específicos do curso de Medicina – fazendo valer, sempre, as características centrais do ensino nas profissões de saúde, conforme o modelo: • centrado no estudante; • baseado em problemas; • integrado e integrador; • baseado em prioridades; • com avaliação formativa; • cooperativo e responsável.

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Para a capacitação tutorial , foram identificadas e serão atendidas duas

necessidades: 1. Programa de Capacitação Básica de Tutores (PCBT)

2. Programa de Capacitação Avançada de Tutores (PCAT)

• PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO BÁSICA DE TUTORES (PCBT)

O PCBT visa introduzir o docente no amplo programa educacional inovador e no aprendizado baseado em problemas, inclusive em encontros para a apresentação da estrutura curricular e dos recursos educacionais do curso médico. Na programação a seguir, são ressaltados objetivos educacionais globais muito bem clareados, bem como a compreensão da inserção de cada módulo, com seus objetivos específicos, e cada componente do curso médico (interação ensino-serviços-comunidade, laboratórios de Habilidades, de Comunicação e outros): 1. Áreas de aprendizagem

Metodologia da aprendizagem baseada em problemas

Objetivos gerais do programa do curso médico

Estrutura curricular

Recursos educacionais do curso: informática, biblioteca, recursos programáticos, recursos humanos, ensino a distância, e outros

Dinâmica de grupo

Avaliação e impacto

Abordagem integrada das dimensões social, psicológica e biológica

Medicina baseada em evidências

Bioética

2. Áreas de aprendizagem vivencial (prática)

Tutorias entre docentes

Co-tutores com grupo de alunos e com um tutor experiente

Reuniões de grupo semanais para discussões e desenvolvimento dos temas de aprendizagem

Participação nas reuniões semanais da unidade onde são co-tutores

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3. Temas desenvolvidos • Objetivos gerais, estrutura curricular, recursos educacionais do curso médico - revelam porque cada

módulo tem múltiplos objetivos, considerados sob um contexto mais global. • Dinâmica de grupo – os pequenos grupos são o instrumento-chave para a modalidade de

ensino adotada. • Avaliação - na aprendizagem baseada em problemas existem múltiplas formas de avaliação

que precisam ser do conhecimento do tutor. • Abordagem integrada das dimensões social, biológica e psicológica - aspecto determinante para se

manter um alto grau de integração educacional e conceitual com vistas à compreensão abrangente dos problemas de saúde e estabelecer, por exemplo, correlações entre aspectos morfológicos, funcionais e entre conteúdos biológicos das áreas clínicas e básicas.

• Medicina Baseada em Evidências - ferramenta que deve ser utilizada pelos tutores visando

favorecer aos estudantes a aquisição de habilidades de busca e análise das informações técnicas e científicas.

• Bioética – fundamental para que os alunos tenham uma aprendizagem vivencial, com

direcionamento voltado para o dia-a-dia do trabalho profissional da medicina. PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO AVANÇADA DE TUTORES (PCAT)

Enquanto o PCBT funciona como “porta de entrada” para que os docentes possam transitar pelas demais áreas, o processo educacional docente se lhe amplia, onde muitos ganham qualificação e passagem para condições cada vez mais avançadas – através do PCAT.

Este programa aborda, em maior profundidade, o trabalho e o estudo dos temas e áreas definidas. A liderança institucional oferecerá o apoio organizacional necessário para que os tutores atuem sistematicamente e é considerada como fator de formação acadêmica. 1. Áreas de aprendizagem

Avaliação (avançada, formativa, somativa, escrita, imediata)

Dinâmica de grupo

Medicina Baseada em Evidências

Bioética

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2. Atividades

Grupos de trabalho

Discussões teóricas

Simulações

Além desses programas de capacitação docente, para dar suporte à docência do curso de Medicina e aos quatro eixos centrais da educação médica - Saúde Comunitária, Eixo Teórico das Tutorias, Eixo das Habilidades e Eixo das Práticas –, são considerados os seguintes itens :

• Pesquisa Educacional • Comissão de Avaliação

• Desenho Curricular Adotado

• Liderança

• Apoio aos Estudantes

• Apoio de Informática

No que diz respeito à pesquisa educacional, esta visa fundamentalmente

evitar "congelar" a discussão sobre a prática e a teoria educacional, permitindo a todos olhar e estudar criticamente a realidade e compartilhar experiências com outros cursos e escolas que desejam dar passos no rumo da inovação do ensino médico.

A Comissão de Avaliação constitui parte-chave do programa e deverá ser

sempre atualizada, visando utilizar, de forma criteriosa, instrumentos de avaliação que possam ser fidedignamente aplicados.

Quanto ao desenho curricular e sua relação com o grupo formado pelas

equipes de planejamento dos módulos, cuida-se para que haja um alto grau de consistência com todos os objetivos do currículo, bem como evitar que sejam apenas conteúdos. Cuida-se também na coerência do mesmo desde o início até o final do programa de estudos, tornando conseqüentes as atividades com o planejamento e considerando permanentemente os objetivos profissionais, levando em consideração os seguintes aspectos:

• princípios, objetivos e construção de modelos integradores; • conhecimento e uso das disciplinas de forma integrada, promovendo a necessidade de os

estudantes entenderem os conceitos e mecanismos, e não de simplesmente "passar" pelo máximo de temas e/ou doenças, sem critérios de prioridade ou valor normativo;

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• desenvolvimento do programa das habilidades com o maior grau de especificidade por parte dos docentes envolvidos, mas mantendo sua integração com os módulos;

• identificação da integração dos cenários de saúde e da organização administrativa de saúde

nas negociações para a implementação destes programas, não só nos módulos/unidades de saúde comunitária mas em cada unidade educacional ou módulo - isso permitirá que o estudante consiga estabelecer a conexão entre o problema “de papel” e os problemas reais;

• estudo das novas pesquisas e experiências mundiais; • reconhecimento dos tipos de avaliações específicas e potenciais impactos nas estratégias de

estudo dos alunos. Outro ponto importante de suporte à docência é subsidiar a formação de

novas lideranças nas diferentes áreas e torná-las capazes de lidar com os problemas de gerenciamento (e cooperação, integração e pesquisa) acadêmico.

É igualmente tarefa fundamental apoiar os estudantes visando abrir espaços

vitais para permitir um crescimento autônomo. Como o apoio de informática, usualmente, não é "cobrado" pelos docentes

por falta de conhecimento e uso desta importante ferramenta, o programa de capacitação docente deve assumir a formação maciça para haver docentes e estudantes lidando adequadamente nesta importante área.

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9. SISTEMA DE AVALIAÇÃO

Validade, confiabilidade, factibilidade e aceitabilidade são funções intrínsecas que os modelos de avaliação vêm utilizando para desenvolver novos métodos e culturas de avaliação.

A avaliação será executada de maneira independente do projeto pedagógico e

do processo de aprendizagem; por isso, tem destinação exclusiva. Para atingir sua finalidade específica, a avaliação do aluno deve ser coerente

com os princípios psicopedagógicos e sociais adotados no processo de ensino-aprendizagem. Considerando que:

• o curso de graduação almeja a formação integral do aluno, isto é, incluindo atitudes e

habilidades com o mesmo interesse e valoração dados à aquisição de conhecimentos; • a aferição da aprendizagem deve representar um processo de compreensão dos avanços,

limites e dificuldades que os alunos estão encontrando para atingir os objetivos propostos; • a avaliação deve ser compreendida como um ato dinâmico que subsidia o redirecionamento

da aprendizagem, possibilitando o alcance dos resultados desejados, justifica-se a implantação das avaliações não só formativa mas também somativa, porque esta avaliação visa o acompanhamento do processo de aprendizagem dos alunos. Ela possibilita ao professor/tutor conhecer as dificuldades dos mesmos e, por conseguinte, identificar o tipo de ajuda mais adequado para a superação de suas dificuldades e o desenvolvimento de suas potencialidades. Por seu lado, a avaliação somativa ajudará o professor/tutor a identificar a aprendizagem efetivamente ocorrida.

Considerando, portanto:

• a importância da avaliação em qualquer modelo pedagógico; • a ênfase que a questão da avaliação vem ganhando nas novas organizações curriculares,

tendo inclusive sido criada uma Comissão de Avaliação específica para o curso de Medicina;

• a necessidade de o aluno estar plenamente consciente do modo como será avaliado e

entender o processo como um todo; • a necessidade de que a participação do aluno em todo o processo seja efetiva, para que a

proposta não fique só no papel; • que o curso de graduação almeja a formação integral do aluno, com o mesmo grau de

interesse tanto para a aquisição de conhecimentos como para o desenvolvimento de

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atitudes e habilidades, lista-se, na seqüência, os diversos métodos e técnicas de avaliação adotadas pelo curso e classificados segundo modalidade, áreas de aprendizagem e periodicidade. A seguir, são apresentados o sistema/critérios de aprovação dos alunos, a avaliação do currículo de estudos e a avaliação do curso.

ESPECIFICAÇÕES DOS MÉTODOS E TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO

Serão aplicadas as seguintes técnicas de avaliação:

• AVALIAÇÃO BASEADA NO DESEMPENHO CLÍNICO

• EXAME CLÍNICO OBJETIVO ESTRUTURADO Mede habilidades clínicas específicas e atitudes. O método avalia o desempenho com base em um número variado de diversos materiais e recursos (exames laboratoriais, peças anatômicas, pacientes, imagens, vídeos e outras modalidades realizadas ao longo do módulo de habilidades), possibilitando a garantia de maior objetividade e padronização das condições de avaliação.

• AUTO-AVALIAÇÃO

É a avaliação realizada pelo aluno sobre o seu próprio desempenho. Deve englobar a monitorização do seu conhecimento, atitudes e habilidades, ajudando-o a reconhecer e assumir maiores responsabilidade em cada etapa do processo de aprendizagem.

• AVALIAÇÃO INTERPARES

É a avaliação realizada pelos membros do grupo sobre o desempenho individual dos participantes.

• AVALIAÇÃO PELO TUTOR

Visa identificar as habilidades e progressos de cada aluno durante as sessões grupais.

• RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DO PACIENTE

Este tipo de avaliação oferece ao aluno a oportunidade para demonstrar sua habilidade em tomar condutas frente ao problema do paciente. A questão é apresentada em quatro fases:

- informações sobre o paciente;

- ação do aluno;

- "feedback";

- conclusão do problema.

• QUESTÕES DE ENSAIO MODIFICADAS

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Consiste em uma série de questões relacionadas a um problema de saúde. A informação sobre o caso é apresentada em estágios sucessivos.

• TESTE PROGRESSIVO

Elaborado para fornecer uma avaliação longitudinal do progresso do aluno durante o curso, em todas as áreas da ciência pertinentes à formação profissional. O mesmo teste será aplicado duas vezes ao ano para todos os alunos do curso de Medicina (1a a 6a séries), mas seu resultado não entra no cômputo da nota final.

• TESTE DE MÚLTIPLA ESCOLHA

Modalidade de avaliação bastante conhecida, de caráter objetivo.

• AVALIAÇÃO OBSERVACIONAL

Avaliação do aluno em ação, com a demonstração de seus conhecimentos e habilidades, além de suas atitudes. Um aperfeiçoamento do tradicional "conceito", com padronização de critérios e estabelecimento de "checklist".

• EXERCÍCIOS EM TRÊS ETAPAS Avalia principalmente a capacidade de resolver um problema clínico O aluno é apresentado a um problema clínico, discutido com o avaliador, e posteriormente vai buscar as informações necessárias para sua resolução. Na etapa final, volta a discutir com o avaliador as soluções para o problema.

Esses métodos e técnicas serão utilizados nas avaliações do aluno, do

currículo e do curso.

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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO SEGUNDO MODALIDADE

Formativa Somativa Auto-Avaliação Avaliação Baseada no Desempenho Clínico (OSCE) Avaliação Interpares Múltipla Escolha Avaliação pelo Tutor Observacional Teste Progressivo Resolução Problema-Paciente (PMP) Observacional Questões Ensaio Modificadas (MEQ)

Exercícios em Três Etapas (TJE)

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO SEGUNDO ÁREAS DE APRENDIZAGEM

Método Cognitivo Habilidades Atitudes- Auto-Avaliação X - Avaliação Interpares X - Avaliação pelo Tutor X X - Resolução Problema-Paciente (PMP) X - Avaliação Baseada no Desempenho Clínico

(OSCE) X X X

- Múltipla Escolha X - Observacional X X X - Questões Ensaio Modificadas (MEQ) X - Exercícios em Três Etapas (TJE) X - Teste Progressivo X

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO SEGUNDO PERIODICIDADE

Método Semanal Módulo Semestre- Auto-Avaliação X X - Avaliação Interpares X X - Avaliação pelo Tutor X X - Resolução Problema-Paciente (PMP) X - Avaliação Baseada no Desempenho Clínico

(OSCE) X

- Múltipla Escolha X - Observacional X - Questões Ensaio Modificadas (MEQ) X - Exercícios em Três Etapas (TJE) X - Teste Progressivo X

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AVALIAÇÃO DO ALUNO Ao longo de todo o curso, ocorrerão as avaliações formativa e somativa,

assim definidas:

• Avaliação formativa - visa acompanhar o processo de aprendizagem do aluno, assim estruturada:

- Auto-avaliação - Avaliação interpares - Avaliação pelo tutor - Teste progressivo • Avaliação somativa - visa identificar a aprendizagem efetivamente ocorrida ao final de

cada módulo, assim estruturada:

- Avaliação cognitiva/observacional - Avaliação prática em múltipla escolha - Avaliação baseada no desempenho clínico (OSCE) - Resolução problema paciente (PMP) - Questões ensaio modificadas(MEQ) - Exercícios em três etapas (TJE)

AVALIAÇÃO DO CURSO

Para que o modelo pedagógico em vigor seja constantemente aperfeiçoado, o sistema de monitoramento do curso será amplo, participativo, contínuo e completamente informatizado, com respostas rápidas.

Essas informações serão obtidas das avaliações realizadas pelos alunos, pelos

tutores e docentes nos seguintes quesitos:

• Avaliação do tutor – realizada pelo tutor e pelo aluno, ao final de cada módulo

• Avaliação de problemas – realizada pelo tutor e pelos alunos, ao final de cada problema sob a coordenação do tutor

• Avaliação do módulo – realizada pelo aluno, ao final de cada módulo, contendo variáveis

como: - Organização do módulo - Conteúdo do módulo - Sistema de avaliação - Recursos materiais (bibliotecas e laboratórios) - Recursos humanos

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SISTEMA DE APROVAÇÃO DOS ALUNOS A avaliação formativa terá peso 5 (cinco), assim distribuído:

- peso 1 para auto-avaliação - peso 1 para avaliação interpares - peso 3 para avaliação pelo tutor

Esta avaliação será realizada durante toda a extensão do curso, em todos os grupos tutoriais.

A escala de pontuação do curso, de 1 a 5, tem o seguinte significado:

1. Péssimo 2. Fraco 3. Regular 4. Bom 5. Excelente

A conversão da escala de pontuação para a definição das notas ocorrerá

mediante a multiplicação do escore obtido por 2 (dois). Ex.: aluno com escore 2 terá nota 4; aluno com escore 4 terá nota 8.

MÉTODO ESCALA DE PONTUAÇÃO

PERIODICIDADE PESO

Auto-Avaliação 1 a 5 2 a 3 vezes por módulo

1

Avaliação Inter-Pares 1 a 5 2 a 3 vezes por módulo

1

Avaliação pelo Tutor 1 a 5 Todos os grupos tutorias

3

A avaliação somativa terá peso 5 (cinco), assim distribuído:

MÉTODO ESCALA DE PONTUAÇÃO

PERIODICIDADE PESO

Avaliação Cognitiva Teórica 0-10 Final do módulo 2,5 Avaliação Prática 0-10 Final do módulo 2,5

CRITÉRIOS DE APROVAÇÃO

Os critérios de aprovação e reprovação serão aqueles determinados pelo Colegiado do Curso de Medicina da SES-DF, descritos no Regimento do curso. Os principais critérios são:

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• Aprovação sem exame - o aluno que obtiver média igual ou superior a 7,0 (sete), em cada

módulo, estará aprovado.

• Aprovação com exame - o aluno que, num módulo, obtiver média final entre 3,0 (três) e 6,9 (seis vírgula nove) deverá submeter-se a exame final e será aprovado se obtiver média aritmética igual ou superior a 5,0 (cinco), entre a nota do exame e a média do módulo.

• Dependência - o aluno que não satisfazer os critérios a ou b em até 2(dois) módulos ficará

em dependência. • Reprovação - o aluno que não satisfazer os critérios a ou b em 3(três) ou mais módulos

ficará reprovado na série. • Reprovação por falta – quando o aluno não cumprir 75% (setenta e cinco por cento) de

freqüência às programações dos módulos.

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II – CONSULTA A TEXTOS LEGAIS SOBRE REGULAMENTAÇÃO DE SAÚDE, EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E EDUCAÇÃO SUPERIOR

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Capítulo II da Ordem Social, Seco II, artigos 196 a 200, Governo do Brasil, 1988. Decreto nº 2.036, de 19 de agosto de 1997. Regulamentação das instituições de ensino superior. Decreto nº 2.026, de 10 de outubro de 1996. Estabelece procedimentos para o processo de avaliação dos cursos e instituições de ensino superior. Decreto nº 2.208, de 17 de abril de 1997. Regulamentação da educação profissional. Edital SESu nº 04/97, de 10 de dezembro de 1997. Convocação das Instituições de Ensino Superior para apresentação de propostas para as novas Diretrizes Curriculares dos cursos superiores. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 (Lei do Sistema Único de Saúde). Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). Minuta encaminhada à CNE do anteprojeto das diretrizes curriculares nacionais para os cursos de graduação em medicina (mimeo, set. 2000). Portaria nº 640, de 13 de maio de 1997. Credenciamento de faculdades integradas, faculdades, institutos superiores ou escolas superiores. Portaria nº 641, de 13 de maio de 1997. Autorização de novos cursos em faculdades integradas, faculdades, institutos superiores ou escolas superiores em funcionamento. Portaria nº 646, de 14 de maio de 1997. Regulamentação do disposto nos artigos 39 a 42 da LDB e no Decreto nº 2.208/97.

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Portaria nº 877, de 30 de julho de 1997. Estabelece procedimentos para o reconhecimento de cursos/habilitações de nível superior e sua renovação.