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Prólogo

Dizem que quando somos muito jovens o amor não é real. São apenas

nossos corpos, cheios de hormônios em fúria e nossas mentes preenchidas por

luxúria que nos faz pensar que estamos apaixonados. Posso dizer que estão

equivocados. Esse tipo de amor é real. É possível, existe, pelo menos em

meus 17 anos de vida.

— Você não vai ver esse garoto nunca mais  – Gritou Corrine enquanto

me seguia para cima.

— Mãe, para! Você nem o conhece.

— Sei o suficiente para não gostar. – Correu atrás de mim.

Entrei em meu quarto e virei na porta.

— Não gosta porque não é rico e nem vive em uma grande casa de

luxo – disse bruscamente.

Corrine continuou dentro do meu quarto.

— Ele não é bom o suficiente para você e não quero que o veja.

— É sério mãe? Você se preocupa que arruíne a sua reputação, dando

aos teus amigos algo para falar ou melhor ainda, que desonre o sobrenome

Montgomery?

— Claire, isso não é justo! – Disse bruscamente.

— Não é justo?  – Gritei — O que não é justo é você julgar Sam por

causa do lugar que ele vem em vez de conhecê-lo como pessoa.

—  Esta discussão terminou e seu relacionamento também.  –  Disse

enquanto girava sobre seus sapatos de salto e saia irritada do meu quarto.

 As lágrimas ameaçaram cair dos meus olhos enquanto me deitava na

cama, olhando nossas fotos em meu celular. Sam era perfeito para mim e eu o

amava. Só desejava poder fazer que meus pais vissem isso.

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apítulo Um

Harry e Corrine Montgomery. O que posso dizer? Harry era um médico,

cirurgião plástico, para ser exato, e era o melhor em Orange County. Corinne,

minha mãe, passava seu tempo, quando ela não estava tentando dirigir minha

vida, fazendo trabalhos voluntários para várias instituições de caridade.

 Às vezes as pessoas nos confundiam com irmãs. Ela não parecia ter

quarenta e cinco anos, e sim não mais de trinta anos. Eu acho que ajudou o

fato de seu marido ser um cirurgião plástico. Sua melhor característica era seu

longo cabelo castanho escuro que complementava seus olhos cor de

esmeralda.

Harry e eu tínhamos os mesmos olhos: azul gelo como o mar. Meus

pais eram esnobes em todos os sentidos da palavra. Julgavam as pessoas

com base no que elas tinham no lugar de ver quem elas eram. Eu me

perguntava se eles tinham me adotado, porque eu era muito diferente. Não era

materialista e as grandes coisas caras não me importavam tanto quanto meus

pais e Zoey.

Minha irmã, Zoey, era uma mini-Corinne, compartilhou da mesma cor

de cabelo, olhos cor de esmeralda, e com a idade de vinte anos, estava

comprometida com o filho de um senador. Ele estava de olho nela desde que

ela tinha dezesseis anos. Os Desmonds eram uma das famílias mais influentes

da Califórnia e Zoey estava asegurando-se de fazer parte disso. O que Zoey

não sabia era que Dylan Desmond, seu amado noivo tentou fazer sexo comigo

no ano passado. Eu disse a ele que, pelo seu bem, eu não diria a minha irmã,

mas seria melhor nunca se aproximar 6 metros de mim outra vez ou iniciaria

um escândalo, não só pelo que já havia tentado comigo, mas com todas as

outras mulheres que teve por perto. Eu tinha fotos dele das quais nem ele

mesmo conhecia. Metade do tempo não me olhava mais, que era o jeito que eu

gostava.

Zoey passava grande parte de seu tempo me criticando pela minha

forma de me vestir, aparentemente, jeans e camisetas não eram seu estilo. Ela

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não gostava de dizer às pessoas que éramos irmãs, porque tinha vergonha de

mim.

Corrinne não gostava de andar comigo, dizendo que Zoey é que era

boa e, em seguida, as duas começavam a discutir sobre o casamento.

Realmente não importava, no entanto a minha família era de um mundo

diferente e era um mundo ao qual eu não pertencia.

Eu era o tipo tranquila. Tinha minhas melhores amigas, Ally e Rachel,

ao quais conhecia desde o jardim de infância.

Minha paixão era ler e gostava de me perder em um bom livro. Foi o

escape da minha família.

Outra das minhas paixões era Sam Snow.

Sam e eu nos conhecemos quando meu carro quebrou e estava

parado ao lado da estrada tentando chamar Corrine ou Harry mas nenhum

respondeu.

Sam estava dirigindo um caminhão de reboque quando me viu e parou

para perguntar se eu precisava de ajuda. No momento em que ele abriu a porta

e saiu de seu caminhão, eu sabia que minha vida nunca mais seria a mesma.

Ele era o cara mais quente que eu já tinha visto. Se pôs de pé com seu metro e

oitenta e sua estrutura muscular. Seu cabelo castanho curto, espetado e

desordenado mas muito sexy e os olhos eram de um cinza azulado que

cativavam ao vê-los.

— Olá, você precisa de ajuda? – Perguntou o bonito estranho enquanto

andava na minha direção.

—  Hum, meu carro quebrou e eu estou tentando ligar para os meus

pais, mas não estou com sorte.

Ele sorriu para mim e meus joelhos começaram a tremer. Ninguémdeveria ser tão bonito. — Parece que é o seu dia de sorte. Eu posso levar você

e seu carro para o minha oficina. É em Irvine.

Eu realmente não tinha escolha a não ser ir com ele. Deveria ter tido

medo? Talvez eu deveria ter tido, porém não foi assim. Havia algo nele que me

fez sentir segura. Eu senti coisas no meu corpo que nunca antes havia sentido

quando ele me olhou.

— Obrigada. Eu realmente aprecio isso. – Eu sorri.

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Ele abaixou a cabeça como se estivesse envergonhado, enquanto o

sorriso nunca deixou seu rosto.

—  Tudo bem, vamos suspender   seu carro. Você pode esperar na

caminhonete.

Eu balancei a cabeça e andei. Uma vez que o meu carro estava

suspenso, subiu e sentou-se ao meu lado. Ele se virou, olhando para mim com

aqueles olhos incríveis e estendeu a mão.

— Oi, eu sou Sam Snow.

Mordi o lábio inferior, e voltei a sorrir.

— Sou Claire Montgomery.

 A carga que percorreu meu corpo quando nos tocamos foi incrível, era

como se tivesse voltado à vida. Ligou a caminhonete e se dirigiu para Irvine. O

rádio estava ligado e a canção "Yellow", do Coldplay emitida pelas caixas

acústicas.

—  Amo essa música. – Eu disse.

Sam olhou para mim quando ele se virou.

— Eu também. Coldplay é minha banda favorita de todos os tempos.

—  Mentira?!  –  Exclamei olhando para ele. É minha banda favorita

também.

Ele riu baixo e o resto da viagem para Irvine falamos sobre todos as

outras músicas que tínhamos em comum.

Quando chegamos ao "Reboques de Trailers e Cal:" Eu saí do

caminhão e Sam deu um passo para trás, colocando o carro em um local vazio

e liberado. Eu andei ao redor, tentando chamar Corrine e Harry novamente,

mas eles não atendiam. Então, eu tentei, contra o meu juízo, com Zoey.

— Oi, Claire. O que você quer? – Ele perguntou de maneira irritada.—  Pode vir me pegar? Meu carro quebrou. Eu o tenho rebocado e

agora preciso de uma carona para casa. – Ouvi um suspiro.

— Onde você está? – Perguntou ela.

— Estou em um lugar chamado Trailers Cal Irvine.

—  Irvine!  –  Gritou ela. —  Olha, estou com Dylan neste momento e

estamos vendo os convites para a festa de noivado. Você vai ter que esperar

algumas horas, ou chamar um táxi.

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— Um taxi? Eu não vou chamar um táxi. Você é minha irmã e eu não

posso localizar a mãe ou o pai.

Sam estava de pé na minha frente, ouvindo a minha conversa com a

minha irmã egoísta. Ele fez um gesto dizendo-me que ele ia me levar em casa.

—  Claire, deixe de ser um bebê  –  disse enquanto eu desliguei e

suspirei.

— Não precisa se preocupar. Eu posso te levar para casa.  – Ele sorriu

enquanto olhou para baixo e levemente chutou o chão com a ponta da bota.

Toda vez que ele sorria, sentia os meus joelhos fracos.

— Eu não quero que você saia do seu caminho, por minha causa eu

não queria ser um peso.

—  Não é um problema em absoluto e nem um peso. Por favor, não

pense assim.

Olhei para baixo, envergonhada. —  É que a minha família está

ocupada com suas vidas e bem ...

Sam se inclinou de modo que seu rosto estava olhando para mim.

— Eu quero te levar para casa, Claire.

Eu dei um pequeno sorriso. Ele não era o único tímido aqui.

— Tudo bem, então eu aceito.

Eu preenchi uma papelada para reparos no meu carro enquanto Sam

pegou as chaves.

— Hey, Cal, Claire não tem transporte, então eu vou levá-la para casa.

Vou voltar em breve.

— Tudo bem, Sam. Foi um prazer conhecê-la, Claire. – disparou Cal.

— Prazer em conhecê-lo também.  – Eu disse adeus com um sorriso.

O carro de Sam era um Chevy Impala 1967 preto. Se aproximou daporta do passageiro e abriu-a para mim. Até agora, parecia ser um perfeito

cavalheiro.

— Pneus lindos que você tem aqui.

— Obrigado. Este bebê é meu orgulho e alegria. – Ele sorriu.

— Existe uma história por trás disso?

— Eu vou dizer-lhe no caminho para sua casa, mas em primeiro lugar,

eu preciso que você me diga onde você mora.

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Uma sensação de mal estar se instalou no meu estômago. Eu não

queria dizer que vivia em Newport Beach, com medo de pensar que eu era

uma daquelas garotas ricas convencidas. Comecei a deslizar meus dentes ao

longo do meu lábio menor enquanto sussurrava: — Em Newport Beach.

Ele inclinou-se e sussurrou: — O que você disse?

Deixei escapar uma risadinha. —  Em Newport Beach, por favor, não

me julgue. – As palavras vieram da minha boca.

Sam inclinou a cabeça. — Por que eu iria julgá-la?

Deixei escapar um suspiro. — Porque as pessoas costumam julgar as

pessoas de Newport Beach.

Os cantos de seus lábios subiram ligeiramente. —  Parece que você

está com vergonha de morar lá.

Encolhi os ombros. Vamos dizer que eu preferiria viver em outro lugar.

 Agora diga-me sobre seu bebê.

Eu precisava mudar de assunto. Já seria bastante ruim quando visse a

minha mansão e como vivo. Eu podia ver seus olhos azul-acinzentados

acender quando eu estava prestes a dizer.

—  Alguém o rebocou para a garagem. Não o ligaram em anos e ele

enferrujou.

— Cal me disse que se eu pudesse consertá-lo e restaurá-lo, o carro

era meu.

— Ora, isso foi muito generoso de sua parte. – eu disse.

Ele mostrou um pequeno sorriso.

— Sim, tem sido como um pai para mim por alguns anos.

Eu podia ver a dor em seu rosto quando ele disse isso, mas perguntar

mais não era da minha conta.—  Abra o porta luvas. – Eu apertei o botão e abriu. Dentro havia um CD

em uma caixa que era rotulado "Coldplay". Eu olhei para ele e ambos sorrirmos

um para o outro.

— Você pode colocá-lo. – Disse.

Eu levei o CD para fora da caixa e coloquei no leitor. "Fix You" foi o

primeira música que soou nos alto-falantes do Chevy Impala 1967.

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Nós dirigimos, escutando e cantando durante todo o caminho para

casa.

Quando Sam deu a volta no caminho longo e sinuoso para minha casa,

eu podia ver o olhar em seu rosto quando ele viu a mansão.

— Uau, isso é muito bom, Claire. – Disse enquanto se debruçava sobre

o volante para dar uma olhada melhor.

Encolhi os ombros.

— Está bem.

Ele saiu, deu a volta e abriu a porta para mim. Isso é o que mais me

surpreendeu sobre Sam.

— Obrigado, Sam, pela ajuda hoje. Eu quero recompensá-lo de alguma

maneira.

Ele colocou as mãos nos bolsos e olhou para o chão. Fazia isso

bastante. 

— Você pode jantar comigo – sussurrou.

Inclinei-me para ele e sussurrei: — O que você disse?

Ele olhou para mim e riu. —  Eu disse que se você pudesse jantar

comigo algum dia.

Um enorme sorriso veio ao meu rosto. — Eu adoraria jantar com

você. – Ele sorriu de volta enquanto ele brincava.

— Que tal amanhã à noite? Eu posso buscá-la às sete horas.

— Parece ótimo. Eu vou estar pronta.

O sorriso nunca deixou seu rosto quando ele se aproximou de seu

carro, acenou e foi embora.

 Ao observá-lo ir embora, meu telefone tocou e o nome de Zoey

apareceu.— Olá – Eu atendi durante a caminhada para casa.

—  Ainda precisamos buscá-la?

— Não, eu estou em casa agora. Sinto te encomodar.  – apertei o botão

desligar.

Entrei na mansão e fui para meu quarto quando ouvi Corrine dizer o

meu nome.

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— Eu vi que você tentou ligar um bilhão de vezes, Claire. O que era tão

importante? – Parei abruptamente no meu lugar e me virei para encará-la.

— Por que você não atendeu, mãe?

— Eu estava em uma reunião de caridade e não podia falar.

— Bem, meu carro quebrou e eu estava parada no acostamento.

Mas não se preocupe. Um bom homem parou e me ofereceu doces e

quando eu concordei, me deu uma viagem para uma garagem. – Seus olhos se

arregalaram.

— Claire, você poderia ter sido estuprada ou raptada. O que eu disse

a você sobre estranhos? Por que não chamou a sua irmã?

—  Liguei para Zoey, mas estava muito ocupada com o seu cão

namorado para me pegar.

— Claire não pode falar assim de Dylan.

Subi as escadas pisando duro, porque essa conversa havia terminado, 

no que dependia de mim.

— Onde está o seu carro? – Gritou ela.

— Não se preocupe com isso. Ele está sendo reparado e vou pegá-lo

amanhã. – Fui para o meu quarto e bati a minha porta, em seguida, cai para o

outro lado da cama e adormeci.

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apítulo Dois

 Acordei algumas horas mais tarde com alguém batendo na minha

porta.

— Claire é a hora do jantar – Zoey gritou.

Outro maravilhoso jantar de família, os quatro sentados em volta da

mesa para falar sobre o nosso dia. Oh, espere, a conversa seria entre Corrine

e Zoey sobre a festa de noivado, casamento ou um novo designer de roupas

que acabara de descobrir. Revirei os olhos e caminhei escadas para baixo. Fui

até Harry, sentado na sala de jantar e dei-lhe um beijo na bochecha.

— Oi, pai – Eu sorri.

— Oi, Claire. Como foi seu dia? Eu não pude responder sua chamada,

porque eu estava em cirurgia durante todo o dia.

— Tudo bem, papai. Não se preocupe.

— Não pensei que estivesse em casa. Eu não vi o carro na garagem  – 

Disse.— Ele quebrou hoje. Eu chamei o guincho e eles estão reparando.

—  Quebrou? Você vê Claire, é por isso que eu queria que você

comprasse um carro novo e não dirigir esse velho.

— Pai, o carro só tem seis anos e eu gosto do meu Volkswagen fusca.

Harry revirou os olhos enquanto Corrine e Zoey vieram e colocaram o

 jantar na mesa. Eu dei uma encarada para Zoey e me virei. Não precisava

dizer-lhe que nunca mais me deixasse encalhada, não que me importe, porqueSam não teria me levado para casa e provavelmente nós não iríamos a um

encontro amanhã à noite, mas foi uma desculpa para estar zangada com ela.

—Oh, não me olhe assim, Claire. Se tivesse deixado o pai lhe comprar

um carro novo, você não estaria nessa situação.

— Cale a boca, Zoey. Você soa estúpida – eu rebati.

— Mãe, você vai deixar ela falar assim? – Queixou-se.

Corrine suspirou.

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— Claire, qual é o problema com você? Por que você não pode se dar

bem com sua irmã? Lamento que seu carro tenha quebrado, mas ela tem um

ponto. Se você tivesse um carro novo, isso não teria acontecido.

Olhei para baixo e não disse mais uma palavra. Sei que não sou digna

deles quando se trata de Zoey.

Harry falou.

—  O ponto é, Claire chegou em casa bem e em segurança.  –  Ele

piscou para mim.

— Como você chegou em casa? – Perguntou Corrine.

— O homem da garagem ouviu minha irmã cadela se recusar a vir para

encontrar-me e me ofereceu uma carona para casa.  – Eu sorri, porque sabia

que estava indo para afetar Corrine e Zoey.

—  Bem  – murmurou. —  Eu tenho que agradecer a esse homem por

garantir que você chegasse à casa segura, mas poderia ter sido um assassino,

Claire.

Ok! está pronto? Este é o lugar onde Corrine vai ter um ataque.

— Você pode agradecer amanhã. Ele pediu-me para jantar com ele.

Eu sorri.

Corrine abaixou o garfo e olhou para mim do outro lado da mesa.

— Você colocou um feitiço sobre ele ou algo assim? – Zoey riu.

— Zoey, Cale a boca! – Eu gritei.

— Claire, eu não acho que é uma boa ideia. Quantos anos tem este

homem?

— Tem dezenove, mãe e antes que você pergunte, sim, formou-se na

secundária.

— Ele trabalha naquela garagem para viver?Eu podia ver o desgosto em seu rosto quando ela perguntou isso.

— Sim. Ele é um mecânico e vai consertar meu carro.

Zoey revirou os olhos.

—  Agh.. Um macaco de graxa.

Fechei meu punho esquerdo, porque eu ia pular em cima da mesa e

socar direto em seu rosto bonito. Harry me olhou e viu o que estava

acontecendo. Ele gritou com ela para calar a boca. Corrine baixou o olhar e

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não disse uma palavra. Levantei-me em silêncio, peguei meu prato e fui colocá-

lo na pia da cozinha.

—  Olha o que vocês fizeram, ambas deveriam ter vergonha de si

mesmas. – lhes disse Harry.

Em silêncio tomei as escadas de volta para o meu quarto. Peguei meu

celular em cima de minha cama e vi que tinha uma mensagem de texto de um

número que eu não o reconheci.

“Oi, Claire, é Sam. espero que não se importe, mas peguei seu

Número do r egist ro d a of ic ina. Só queria dizer que estou ans ioso para

 jantar amanhã à noite.”

Eu sorri como uma criança na manhã de Natal enquanto respondia.

“Ol  á, Sam . Eu não me importo . Na verdade, eu es tou con ten te que

você fez. Eu também estou ansiosa para jantar com você amanhã.”  

Poucos segundos depois, outro texto de Sam chegou.

“Ótimo. Até amanhã. Adeus, Claire.”

Meu coração acelerou e a excitação percorreu pelo meu corpo. Eu

tomei um banho e fui para a cama, olhando pela janela o céu iluminado com

estrelas e pensando em Sam

Na manhã seguinte, meu despertador tocou às seis para ir à escola.

Minhas melhores amigas, Rachel e Ally, me buscaram já que meu carro estava

sendo reparado. Eu usava jeans, minha camiseta do Coldplay e puxei meu

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cabelo comprido castanho claro com um rabo de cavalo. Este era geralmente o

meu estilo para ir à escola todos os dias. Cheirava como panquecas toda a

casa e como eu não comi o jantar da noite passada, estava morrendo de fome.

Desci as escadas de trás para a cozinha e encontrei Harry lançando as

panquecas.

— Bom dia, querida. – Ele sorriu.

— Bom dia, pai  – eu disse enquanto gentilmente coloquei minha mão

por cima do seu ombro. —  Cheira bem aqui. São aquelas suas famosas

panquecas de canela e maçã?

— Sim e eu fiz apenas para você. – piscou para mim.

Servi-me de uma xícara de café e sentei em um banquinho na bancada

de café da manhã. Harry colocou duas grandes panquecas no meu prato e

deixou o frasco de xarope no balcão. Corrine e Zoey entraram.

— Oh, Harry, tem um cheiro maravilhoso. – Ela sorriu enquanto beijava

sua bochecha.

Zoey olhou para mim e rosnou:

— Você vai ficar gorda.

Eu cortei um pedaço grande da minha panqueca, peguei com minha

mão, e coloquei na minha boca e a olhava enquanto eu mastigava devagar.

— Claire, Isso é o suficiente! – Corrine explodiu.

— Bom dia para você também, mãe – eu disse com a boca cheia.

Harry olhou para Zoey.

—  Claire pesa cerca de quarenta e cinco quilos. Ela poderia ganhar

alguns quilos a mais. Deixe-a em paz.

Havia uma coisa que eu sempre podia contar é que sempre teria Harry

ao meu lado. Ele sentou ao meu lado na mesa.— Eu estava pensando, por que você não pergunta a seu novo amigo

para vir aqui em casa para o jantar hoje à noite?

Eu comecei a engasgar com minhas panquecas.

— Pai, sem ofensa, mas eu acabei de conhecê-lo. Eu não estou pronta

para arrastar ele pela lama da família.

— Claire, nós não faríamos nada – disse.

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— Oh, inferno que não. Eu tenho que ir para a escola. Até logo pai.  –

Levantei-me, beijei-o no rosto, e olhei para Zoey, disse adeus a Corrine.

Rachel e Ally estavam esperando por mim lá fora. Subi no banco de

trás e eu suspirei. Ally se virou e olhou para mim.

— Outro café da manhã com a família Montgomery?

Revirei os olhos.

— Sim, a merda de sempre.

— E então, o que aconteceu com o fusca? – Rachel perguntou.

— Simplesmente estragou e eu tenho um encontro hoje à noite.  – Eu

sorri.

 Ally virou a cabeça para olhar para mim.

— O quê? Claire Montgomery não vai a encontros.

—  Eu sei, eu sei mantenham suas calcinhas no lugar  –  Eu disse

enquanto mordia o lábio.

— Vamos, Claire, não tenho o dia todo. – Cuspiu Rachel.

— O nome dele é Sam e dirigia seu caminhão de reboque ontem e me

viu ao lado da estrada com meu carro. Ele parou e se ofereceu para ajudar.

Levou o meu carro para sua garagem, me levou para casa e pediu-me para ir

 jantar com ele.

 Ally bateu os punhos nos joelhos.

— Meu Deus! Não posso acreditar. É como o Príncipe Encantado que

vem ao seu resgate.

Eu sorri.

— É muito gentil. Ele é um cavalheiro e nós dois amamos Coldplay.

— Bem, há um casal feito no céu. – Rachel riu.

Entramos no estacionamento da escola e Ally me segurou pelo braço.—  O que você vai dizer para Corrine, Claire? Ele trabalha em uma

garagem, não é um milionário.

—  Ela já sabe e está com raiva. Mas eu não me importo, porque

quando eu estava com ele, senti-me viva pela primeira vez na minha vida.

Rachel parou e olhou para mim.

— O que você quer dizer?

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—  Tudo o que sei é que, quando eu estava com ele, senti algo que

nunca tinha sentido antes. Eu estava tão feliz e me senti segura. Senti como se

eu pudesse conquistar o mundo.

 Ally revirou os olhos.

— Pare de ser dramática e vamos às aulas.

Era a verdade e sabia que ninguém conseguia entender o que eu

estava sentindo. Só esperava não estar me dirigindo à uma grande decepção.

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apítulo Três

O dia parecia durar para sempre e não podia esperar para sair da

escola. Eu não tenho muito tempo. Estaria me formando em um mês e, em

seguida, iria para a Universidade de Washington para estudar Jornalismo e

Literatura.

 Assim que cheguei em casa, corri pelas escadas e entrei no chuveiro.

Eu gostava do meu banho com a água bem quente e tinha o hábito de

ficar por muito tempo.

Enquanto estava sob a água quente e lavava o meu cabelo, pensei em

Sam e como não podia esperar para vê-lo.

Estava confusa, porque nunca tinha me sentido assim com alguém

antes.

Os caras estavam sempre interessados em mim, mas eu nunca achei

nenhum deles interessante o suficiente para sair.

Eram todos meninos ricos e mimados que sempre conseguiam o que

queriam

Saí do banho, com toda a pele enrugada e me enrolei na toalha

quando ouvi meu telefone tocando.

Peguei meu celular na bolsa e vi uma mensagem de texto de Sam.

“Oi Claire, o seu carro vai estar pronto em algum momento

amanhã. Tiv e que encomendar uma peça e não chegará atéamanhã de

manhã. Queria te informar. Vejo você à noite.”  

“Obrigado, Sam. Estou ansiosa para o nosso encontro.”  

„Eu também, Claire‟ , respondeu com um rosto sorridente.

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Meu coração começou a bater quando vi seu texto.

Me perguntei se ele estava pensando em mim o dia todo como eu

pensava nele.

Coloquei uma calça preta apertada e uma blusa rendada rosa claro

com uma regata por baixo.

Quando estava vestida, houve uma batida na minha porta.

— Claire, somos nós. Podemos entrar? – Ally disse.

— Sim, está aberta. Entrem.

 A porta se abriu e Ally e Rachel vieram com uma mochila de lona.

—  Estamos aqui para ajudá-la a se arrumar para o seu encontro  – 

Rachel sorriu.

— Eu posso me arrumar por conta própria – sorri.

 Ally se aproximou e segurou minhas mãos.

— Claire, este é o seu primeiro encontro e nós, como suas melhores

amigas, vamos garantir que você esteja quente!

Rachel jogou a mochila na minha cama e começou a pegar uma

grande quantidade de produtos de cabelo, baby liss e maquiagem.

 Ally foi até o meu armário e apontou para uma cadeira, me mandando

sentar.

Fez a minha maquiagem enquanto Rachel ondulou o meu cabelo.

Quando fiquei pronta me olhei no espelho e não podia acreditar nos

meus olhos.

Rachel enrolou meu cabelo de maneira que os cachos fluíam

suavemente ao redor dos meus ombros e Ally maquiou meus olhos com uma

cor esfumando, um pouco de blush e um batom rosa claro.

Eu tive que admitir, parecia bom e pela primeira vez, me senti sexy.Olhei para o meu telefone e eram 18:45h quando desci as escadas.

 Ally e Rachel disseram que não iriam sair até que conhecessem o Sam

Eu poderia dizer que elas estavam morrendo de vontade de ver como

ele parecia.

Fui até a cozinha para pegar um copo de água e Corrine e Zoey

estavam sentadas à mesa, olhando para revistas de casamento.

 Ambas olharam para cima.

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Ele abriu a porta do carro para mim e eu escorreguei para dentro.

— Qual é o seu tipo de comida favorito? –Perguntou Sam.

—  Hmm, eu gosto de todos os tipos de comida, mas se você quer

saber, minha comida favorita é mexicana.

Seus olhos brilham como um relâmpago no céu.

—  A minha também.

Eu gostaria de te levar ao meu restaurante de comida mexicana

favorito, se estiver tudo bem.

— Eu gostaria muito. – Sorri.

Entramos no Diablo´s, um restaurante mexicano que também era o

meu favorito.

— Eu amo este lugar, eles tem a melhor comida mexicana.

— Conhece o Diablo´s? –Perguntou.

— Sim, a primeira vez que vim aqui foi com Rachel e sua família. Fiquei

viciada deste então.

Entramos no restaurante e sentamos em uma mesa perto da lareira.

 A decoração era incrível.

 As paredes foram pintadas com murais da Cidade do México, enquanto

o telhado foi coberto de nuvens.

O garçom veio com algumas batatas fritas e salsa e nos perguntou

pelas bebidas.

 Abri o menu, mas eu sabia o que pedir.

Diablo´s tinha a melhor pizza mexicana.

— O que é que você pede sempre? – Perguntei a Sam.

Ele levantou o olhar do menu.

—  A pizza mexicana ou as enchiladas de frango.Sorri enquanto o meu coração começava a bater mais rápido.

—  A pizza mexicana é a minha favorita.

—  Parece que temos muito em comum Claire  –  disse enquanto

suavemente colocava a sua mão sobre a minha e depois olhou para baixo.

Não a afastei; amei a forma como sua pele estava na minha.

Durante o jantar, tivemos discussões aprofundadas sobre as nossas

famílias.

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O pai de Sam tinha morrido em um acidente de carro quando ele tinha

três anos e sua mãe o criou sozinha, fazendo jornada dupla no hospital para

tentar pagar às despesas.

 Assim que Sam tinha idade suficiente para trabalhar, ele conseguiu um

emprego e ajudou a mãe a pagar as contas.

—  Cal era um amigo de meu pai e quando tinha treze anos, ele

começou a me ensinar a consertar carros. Quando fiz dezesseis anos, me

contratou para ajudar em sua garagem.

Fiquei espantada com esse rapaz, que não só trabalhou para si, mas

também para ajudar a mãe a pagar as contas.

Eu queria chorar, porque nunca conheci uma pessoa que pensava

mais nos outros do que em si mesmo.

Derramei minha alma para ele sobre minha família e como eu me

sentia; talvez fosse muito cedo, mas me senti confortável conversando com

Sam e me senti bem.

Ele segurou minha mão enquanto falava de Corrine, Zoey e Dylan.

Vi seus olhos ficarem um cinza escuro quando lhe disse o que Dylan

tentou no ano passado.

 Assegurei-lhe que estava tudo bem, porque o ameacei e ele sabia que

eu cumpriria essas ameaças

—  Diga-me, você gosta de sorvete mexicano frito  –  disse

entusiasmado.

Olhei para baixo e com um pequeno sorriso, disse:

— Não gosto, amo!

Ele foi de decepção a feliz em questão de um segundo.

O garçom trouxe nossos sorvetes e nos deu a cada um uma colher.Sam rapidamente percorreu a colher pelo sorvete.

—  Abre.

Sorri enquanto segurava a colher na minha boca

Meu coração começou a bater e as borboletas começaram a vibrar no

meu estômago.

 Abri minha boca enquanto me alimentava com o chantilly.

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Eu sabia que era o nosso primeiro encontro, mas pensei que estava

começando a me apaixonar. Parecia a coisa certa. Estar com ele parecia

correto.

Depois que terminamos o sorvete, Sam pagou a conta e pegou a

minha mão. Me levou para fora do restaurante e para um pequeno parque que

estava do outro lado da rua.

Era uma noite bonita e as estrelas iluminavam o céu.

Tomamos um assento nos balanços e nós balançamos lentamente

para trás e para frente à medida que continuamos falando sobre nossos

sonhos e esperanças.

Sam me levou para casa depois de passar uma hora no parque porque

era uma noite de escola. Acompanhou-me até minha garagem e lutei porque

não queria que esta noite terminasse.

Ele estendeu a mão e gentilmente traçou o contorno do meu queixo

com o dedo.

—  Você é muito bonita, Claire Montgomery e tive a melhor noite da

minha vida com você.

Olhei em seus olhos azul-acinzentados e inclinei-me para ele,

concentrando-me em seus lábios.

Delicadamente, ele colocou sua boca na minha e me beijou

suavemente.

Eu comecei a tremer.

Ele segurou meu pescoço enquanto me beijou; sua língua abriu meus

lábios e deslizou suavemente em minha boca.

Eu segui o seu exemplo e deixei a minha língua se juntar à sua.

Sua boca era incrível e incendiou o meu corpo.O desejava, todo ele, desde o primeiro beijo.

Ele deixou sair um gemido profundo, que me deixou selvagem

enquanto corri meus dedos pelo seu cabelo castanho.

Movendo sua boca dos lábios para o meu pescoço e começou a me

beijar suavemente no meu ouvido.

Engoli em seco quando ele moveu a mão para baixo e segurou meu

peito através da minha camisa.

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Ele parou e se afastou.

— Claire me desculpe. Temos que parar – disse ofegante.

— Você não tem nada para se desculpar Sam.  – Eu queria dizer a ele

que era virgem.

Mesmo que eu estivesse envergonhada, lhe diria de qualquer maneira

porque ele tinha o direito de saber.

Ele sorriu para mim e puxou meu cabelo para fora do meu ombro.

— Bem, me deixa feliz saber que você está se guardando para alguém

especial.

Eu coloquei minha mão na sua, enquanto segurava meu rosto. — 

Obrigada.

Ele beijou minha testa, em seguida, a ponta do meu nariz.

— Uma vez que amanhã é sexta-feira... Você consideraria sair comigo

de novo?

Coloquei meus braços em volta de seu pescoço e o abracei com força.

— Não posso esperar para te ver de novo.

Demos um beijo de boa noite e Sam me acompanhou até a porta.

—  Te vejo amanhã, Claire.  –  Ele sorriu de como foi difícil nós dois

soltarmos as mãos.

— Te vejo amanhã, Sam. – Sorri de volta

Harry e Corrine estavam sentados na sala de estar e ambos viraram a

cabeça quando ouviu a porta abrir.

— Olá, Claire. Como foi o seu encontro? – perguntou Harry.

Fui até onde estavam sentados.

— Foi incrível, pai. Tive o melhor momento.

— É bom te ver sorrir.— Este garoto vai para a universidade? – perguntou Corrine.

E lá estava: o interrogatório como se estivesse num julgamento.

— Não, mãe, não vai.

Ele trabalha em tempo integral para que possa ajudar sua mãe com as

contas.

Seu pai morreu quando ele tinha três anos e ela o criou como mãe

solteira.

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Corrine revirou os olhos.

— Não acho que você deve vê-lo novamente.

Pode achar alguém muito melhor.

— Muito pior  – rebati

— Vamos sair amanhã à noite.

Harry decidiu que era hora de intervir.

— Claire, vá para a cama e Corrine, pare, por favor, pare.

Ela se levantou e foi bufando até o seu quarto.

Desejei boa noite para o Harry e fui para o meu quarto.

 Assim que eu coloquei o meu pijama e subi na cama vi um texto que

veio de Sam.

“Eu já sinto saudades, Claire. Talvez seja muito cedo, mas eu

realmente gos to de você.”

O meu coração se derreteu enquanto respondia:

“Sinto sua falta Sam e eu realmente gosto de você também. Boa

noite.”  

“Boa noite, baby”  

Sorri ao ler sua última mensagem e caí em um sono profundo.

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apítulo Quatro

Na manhã seguinte acordei com uma mensagem de bom dia.

“Tenha um bom dia na escola te vejo mais tarde.”  

“Bom dia.Terei um grande dia quando te ver!”  

Rachel ia me levar para a garagem para pegar meu carro depois da

escola.

Nós três fomos almoçar e fui interrogada sobre Sam e nosso encontro.

— Você está apaixonada por ele, Claire Montgomery. – Afirmou Ally.

Sorri e dei de ombros.

Ela estava certa, creio que estava apaixonada.

Quando o último sinal tocou, nós entramos no carro de Rachel e nos

dirigimos a Irvine para pegar o meu.

— Obrigado pela carona. – disse.

— Não tem problema, amiga, por isso que estou aqui. – Sorriu Rachel.

Chagamos na garagem e vi Sam de pé conversando com Cal.

No momento que o vi, meu estômago ficou louco e meu coração

começou a correr.

Ele olhou para mim e sorriu quando eu saí do carro.

Cumprimentou Rachel antes dela sair, eu me aproximei dele e de Cal

com um sorriso no rosto.

— Olá Cal. Como você está?

—  Muito bem, Claire. É bom te ver de novo.  –  Sorriu enquanto se

afastava.

Sam se aproximou, agarrou minha cintura e me puxou para mais perto

dele, beijando suavemente meus lábios.

— Oi – Sussurrou.

— Oi – Sussurrei.

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Ele me deu as chaves e disse para não me preocupar, que ele se

encarregou do meu carro.

— Quanto te devo Sam?

Ele gentilmente beijou meus lábios novamente.

— Um encontro, isso é tudo.

— Por favor, deixe-me pagar pelos reparos.

Ele negou e abriu a porta do meu carro.

— Entende a minhas palavras Sam Snow, eu vou te pagar.

Ele sorriu enquanto me dava um beijo suave.

— Nos vemos esta noite, Claire – disse enquanto fechava a porta.

Voltei para casa ouvindo Coldplay e sorrindo ao pensar em Sam.

 Assim que entrei pela porta fui chamada a cozinha.

—  Claire, preciso que venha jantar conosco esta noite. Vamos com

Dylan e sua família para conversar sobre a festa de noivado.

— Mãe não, vou sair com Sam esta noite e você sabia.

— Não está aberto para discussão. Você vai .

— Não vou e não importa o que você diga. Já fiz planos e não vou

cancelar.

Zoey se levantou da mesa.

— Mãe esquece, se ela quer sair com o macaco de graxa, deixa. Não

quero jantar de qualquer maneira.

Fiquei furiosa e minha pele começou a arder; ninguém chama o Sam

de macaco de graxa e fica impune.

Fiz uma bola com meu punho esquerdo e antes de me dar contar, atirei

Zoey no chão e lhe acertei a bochecha direita.

Corrine correu e me tirou de cima dela.— O que há de errado com você? Meu Deus!

— Estou cansada dela e estou cansada de você sempre estar do seu

lado. – olhei para Zoey, que segurava sua bochecha chorando.

—  E quanto a você, não se atreva a chamar o Sam de macaco de

graxa, sua cadela estúpida.

Passei pela cozinha e subi as escadas até o meu quarto, fechando a

porta.

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Oh garoto, eu estava com problemas agora, mas não me importei.

Senti-me bem em bater na Zoey e insultá-la.

Só mais alguns meses neste inferno e estaria na universidade e não

tenho intenção de voltar.

Sentei na cama, esperando o furação Corrine passar por mim, mas não

o fez.

Um tempo depois, Harry bateu na minha porta, perguntando se podia

entrar, abri a porta e o cumprimentei.

— Corrine te enviou para fazer o trabalho sujo? – perguntei

— Não. Sua mãe está muito chateada. O que você fez a Zoey? Não

pensei que tinha isso em você. – Sorriu.

Ele se sentou na beirada da cama e deu um tapinha para me sentar.

— Claire, entendo o quanto este garoto significa para você. Eu posso

ver isso em seu rosto e nos seus olhos o que sua mãe e sua irmã estão

fazendo é errado, vou falar com elas, mas preciso que faça uma coisa para

mim.

Olhei para a dor em seus olhos.

— O que você precisa que eu faça?

— Preciso que vá e se desculpe com sua irmã e sua mãe.

Rapidamente me levantei.

— Quer que me desculpe com elas por chamar o garoto que gosto de

macaco de graxa? Está brincando comigo, pai?

— Claire, você é uma pessoa melhor e sabe disso. Por favor, faz isso

por mim. – Suplicou.

Respirei fundo e apertei minha mandíbula.

— Está bem, vou pedir desculpas, mas deixa-me dizer algo, desejarianunca ter nascido nesta família. Te amo pai mas quando eu for para a

faculdade, nunca mais vou voltar.

— Não diga isso Claire. Está chateada neste momento.

 Abri a porta e fui ao quarto de Corrine, que estava colocando gelo na

bochecha de Zoey

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— Sinto muito ter golpeado você, Zoey. Foi errado e nunca mais vou

fazer de novo.

— Fora daqui! – Gritou.

Sai fechando a porta.

O hematoma na bochecha ficou notável.

Oh bem, ela merecia.

 Assim que vi o carro de Sam subir a estrada, fui para fora e esperei ele

chegar.

Nem sequer dei a oportunidade pra ele sair e abrir a porta para mim.

Instantaneamente entrei e o abracei.

— Ei, o que aconteceu?

— Estou feliz de te ver.

— Estou feliz de te ver também. – Sorriu e logo dirigiu pela estrada.

Disse a ele o que aconteceu com Zoey, mas não o que ela disse.

— Lembre-me de nunca te chatear. – ele riu.

Nos dirigimos para a praia e Sam pegou uma cesta de piquenique do

banco traseiro.

 Abriu a porta e pegou a minha mão para me ajudar.

— Pensei que poderíamos jantar enquanto vemos o pôr do sol.

 As lágrimas começaram a encher meus olhos porque nunca ninguém

tinha feito algo tão especial para mim.

Ele pegou a minha mão e caminhamos em direção à água.

Encontramos um lugar que gostamos e o ajudei a arrumar o grande

cobertor na areia.

Sentei-me no cobertor e vi as ondas rolarem na costa.

O ar estava quente e não havia nenhuma pitada de vento.Era a noite perfeita para ver o pôr do sol em Newport Beach.

Sam abriu a cesta e pegou vários sanduíches, cinco sacos diferentes

de batatas fritas e quatro garrafas de Coca-Cola.

— Wow, você planeja alimentar um exército?

— Não estava seguro de que tipo de lanches você gosta, então peguei

uma grande variedade, o mesmo com as batatas.

Sorri e suspirei.

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 Agarrei sua camisa e o puxei pra mim enquanto suavemente beijei

seus lábios.

— Por que fez isso? – Sam sorriu.

Sorri enquanto mordi suavemente seu lábio inferior.

— Só por ser como é e nada mais.

Ele envolveu seus braços em mim e me abraçou fortemente.

Nos sentamos no cobertor, comemos sanduíches, batatas fritas e

bebemos nossa Coca-Cola enquanto conversávamos sobre a vida.

Depois que terminamos de comer, Sam se deitou e me puxou para ele,

porque estava encostada em seus braços.

Vimos o pôr do sol sobre o oceano.

Era bonito, mas não tão bonito como este momento em que estava

deitada enrolada nele.

Olhamos um para o outro enquanto nossos lábios se encontraram e

nossas línguas começaram a dançar um tango.

Ele virou-se para ficar em cima de mim, seus belos olhos fixos nos

meus, como se quisesse me devorar.

Começou a beijar meu pescoço e quando comecei a gemer ele mudou

para os meus lábios.

Minhas mãos se moviam para cima e para baixo em suas costas

enquanto ele me pressionava com mais força, me fazendo sentindo sua

ereção.

Suas mãos esfregavam para cima e para baixo os meus quadris e

lentamente se moveram para meus peitos.

Deixou escapar suaves gemidos que me fizeram querer mais dele.

Minhas entranhas começaram a queimar de desejo e dor, eu estavaem chamas.

— Sam, quero que faça amor comigo.

Ele parou e olhou para mim.

— Claire, você tem certeza?

— Você precisa ter certeza, é um grande passo.

— Tenho certeza.Nunca quis nada mais na minha vida. Me guardei pra

você, eu sei disso.

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Lentamente, ele tirou a camisa e desabotoou as calças.

Caminhou em minha direção e me beijou suavemente enquanto

acariciava o meu cabelo.

— Te prometo ser cuidadoso e não te machucar. – Sussurrou.

— Se você se sentir incômoda e quiser parar, nós o faremos.

— Quero que isso seja uma grande experiência para você.

— Obrigado. Mas não se preocupe comigo, vou ficar bem.

Ele tirou minha camisa sobre a minha cabeça e moveu suas mãos

sobre o meu sutiã.

Me beijou suavemente, a minha orelha e do meu pescoço para minha

garganta.

Gemi e joguei a cabeça para trás.

Tirou seus dedos e lentamente desabotoou o meu sutiã, deixando cair

no chão quando ele desabotoou a calça jeans e começou a fazê-la cair.

Me deitou suavemente na cama e tirou suas calças, me olhando o

tempo todo.

—  Você é tão linda, Claire. Espero que saiba disso. Eu nunca quis

alguém como eu quero você.

Pegou meu mamilo duro em sua boca, sugando e puxando cada um.

Gemi enquanto senti um calor e o meio das minhas coxas latejarem.

 Arqueei minhas costas, de modo que meus quadris grudaram nele.

Ele moveu as mãos para a parte da frente da minha calcinha e senti a

umidade que surgiu com o prazer.

Continuou me olhando quando inseriu lentamente o seu dedo dentro de

mim, entrando e saindo.

Gemi e puxei sua cabeça para baixo para poder beijá-lo.Ele tomou a minha mão e segurou-a sobre sua cueca, me fazendo

sentir a sua ereção e deslizei a minha mão pra frente, sentindo a sua dureza

em minhas próprias mãos.

Lhe acariciei para cima e para baixo.

Ele gemia e gemia, o que fez seus dedos se moverem dentro e fora de

mim mais rápido.

Me senti estranha, como se fosse explodir.

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—  Está tão molhada e apertada, Claire. Está pronta para mim?  – 

Perguntou quando alcançou a gaveta da mesa de cabeceira e tirou um

preservativo.

Ele pegou o seu pênis e cobriu com o preservativo, em seguida,

delicadamente colocou entre as minhas pernas e lentamente empurrou dentro

de mim.

Gemi em voz alta.

— Você está bem? – perguntou.

Olhei em seu rosto e passei a mão por seu cabelo.

— Estou muito bem – disse quando uma única e feliz lágrima caiu dos

meus olhos.

Ele empurrou mais fundo até que ficasse completamente dentro de

mim, empurrando para dentro e fora lentamente.

Senti que meu corpo precisava se libertar.

Comecei a gemer.

— Mais rápido, Sam, vai mais rápido. – Me beijou enquanto ele entrava

e saia, cada vez mais rápido, até formar um mesmo ritmo.

Ele gritou o meu nome como eu fiz com o seu e cravei minhas unhas

em suas costas.

Sam caiu em cima de mim e me abraçou.

Ele sussurrou algo no meu ouvido que nunca vou esquecer.

— Eu acho que estou apaixonado por você, Claire.

 Acho que ele ficou surpreso com o que disse.

Me olhou e pediu desculpas.

Passei um dedo por sua bochecha.

— Não se desculpe. Eu sei como você se sente. Também acho queestou apaixonada por você.

Sam sorriu e saiu da cama para descartar o preservativo, quando

voltou eu fiquei em seus braços e falamos sobre os nossos sentimentos de um

pelo outro.

Embora só tivéssemos nos conhecido por alguns dias, senti como se

fosse por toda a vida e esse sentimento era mútuo para nós.

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 Acho que todo mundo tem uma alma gêmea, Sam era a minha e eu era

a sua.

Eu queria ficar com ele a noite toda, mas sabia que esta noite não era

a noite por causa do que aconteceu com Corrine e Zoey.

Ele me levou para a casa e foi tão ruim nos despedirmos, mas fizemos.

— Tchau, baby. – Sorri enquanto me passava o dedo pela bochecha.

— Até logo, baby – eu respondi com um beijo.

Eu coloquei a chave na porta, subi as escadas e tomei um banho

quente.

Fui para a cama desejando que ele estivesse ao meu lado.

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apítulo inco

 Acordei na manhã seguinte com duas mensagens perdidas de Ally e Rachel,

exigindo saber como foi minha noite com Sam. Me levantei, me vesti e reuni forças

suficientes para me reunir à minha família para o café da manhã de sábado. Desci as

escadas sentindo o cheiro de crepe, ovos e bacon.

— Cheira bem aqui – Disse.

Harry e Zoey estavam sentados na mesa e Corrine cozinhando.

— Aí está nossa menina – Harry sorriu.

— Bom dia, Claire – falou Corrine só porque tinha que fazer.Me servi de uma xícara de café e sentei na mesa. Zoey me olhou e, oh! Seu

pequeno hematoma estava pior hoje. Realmente deixei minha marca. Em silêncio

sorri.

— Zoey, me desculpa – lhe disse me esforçando muito para não rir.

— Não precisa irmãzinha. Não quero suas desculpas. É uma sem vergonha.

— Zoey, basta – gritou Harry.

Coloquei minha mão em seu braço.

— Está tudo bem, papai. Tem todo o direito de me odiar. O que fiz foi ruim esei que com o tempo me perdoará.

Levantei da mesa, tomei meu café e fui para meu quarto. Liguei para Ally e

Rachel e pedi que viessem para conversarmos antes de ver o Sam. Uns trinta minutos

depois, escutei vozes que subiam as escadas e soube que eram elas. A porta do meu

quarto abriu e as duas correram e saltaram na minha cama.

— Desembucha, Claire. Precisamos de detalhes agora – disse Rachel.

Sorri quando me levantei da cama e fui até o armário procurar a roupa

perfeita.

— Foi incrível e a experiência mais bonita da minha vida. Foi tão suave para

não me machucar e não deixava de perguntar se estava bem.

 Ally gritou.

— É perfeito. Oh meu Deus! Quero um homem como ele.

— Claire, o que vai fazer? – perguntou Rachel.

Virei e olhei pra ela confusa.

— Fazer o quê?

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Teus pais. Sabe que Corrine e Harry não o aprovariam e Corrine causará

problemas.

—  Não estou preocupada com a Corrine. Posso lidar com ela. Tudo o que

tenho que fazer e manter a calma nos próximos meses e logo vou estar longe daqui e

dela também. Não vai controlar minha vida nunca mais.

— Oh! Com certeza, bom trabalho com Zoey. A vimos quando entramos.  – 

 Ally sorriu. — Sabia que ia acontecer algo assim um dia desses.

Ri enquanto colocava um vestido e me preparava para meu dia com Sam.

Dirigi até a casa de Sam para poder conhecer a sua mãe. Quando cheguei

em sua casa, ela estava chegando do trabalho. Virou para mim enquanto fechava

porta do carro.

— Olá, Sra. Snow, sou Claire. – ela sorriu.

Tinha o mesmo sorriso de Sam.

— Olá, Claire, prazer te conhecer. Por favor, entra.

Segui-a até a casa e Sam estava preparando um bule de café. Se aproximou

de mim, me beijou e abraçou como se não tivesse me visto em meses.

— Vejo que se conheceram.

— Sim, é uma moça muito bonita, Sam.

 A mãe de Sam era uma mulher atraente. Tinha cerca de um metro e sessenta

de altura, um corpo delgado e cabelo vermelho cortado no estilo bob. Me surpreendeu

que não voltou a se casar desde que o pai de Sam morreu. Ela foi ao seu quarto e nosdirigimos para a porta.

— Foi genial conhecê-la Sra. Snow.

— O prazer foi meu, Claire. – Sorriu enquanto me deu um beijo na bochecha.

Sam e eu tivemos um grande dia; jogamos boliche, almoçamos no pátio do

lado de fora de um restaurante italiano, demos um passeio pela praia e desfrutamos

de nossa companhia. Me encantou escutar sobre a sua infância e como cresceu. As

histórias que contava sobre ele e sua mãe depois que seu pai faleceu me comoveram.

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 A proximidade e o vínculo que tinha com sua mãe era algo que desejava poder ter

com Corrine, mas ela sempre me veria como diferente.

 À medida que caminhamos pela praia, lembrei algo que queria perguntar a

Sam.

— A festa de noivado da minha irmã é no mês que vem e gostaria que viesse.

— Não acho que teus pais me queiram ali, Claire. Nós dois sabemos o que

sua mãe pensa de mim.

— Deixa que me ocupe com Corrine; te quero ao meu lado para te mostrar a

todo mundo.

— Se te faz feliz, então está bom, irei.

— Tem um traje? – perguntei com um sorriso.

Sam riu e me apertou a ponta do nariz.

— Sim, tenho um traje, sabichona.

Fui para casa cedo essa noite porque Sam tinha que estar na garagem ao

amanhecer. Entrei pela porta só para encontrar Harry, Corrine, Zoey e Dylan, todos

sentados na sala de estar tomando umas taças e rindo. Isso era algo que nunca teria

com minha família e Sam. Dylan me olhou e me deu o mais sujo dos olhares pelo que

fiz com Zoey. Não pude evitar rir com seu olhar.

— Está em casa cedo – disse Corrine.

—  Sam tem que trabalhar pela manhã. Hoje, o convidei para festa de

noivado.

Corrine girou a cabeça tão rápido que pensei que ia ter uma torção.

— Quê? – gritou.

— Corrine, calma - disse Harry.

— Não permitirei que...

Fechei bem meu punho esquerdo para que dessa vez Zoey pudesse ver.

— Que seja, Claire. Convide seu namorado e o faça de ridículo.— Claire, vamos falar disso mais tarde – disse Corrine.

— Se Sam não é bem vindo, então eu tampouco.  – Disse e sai correndo para

as escadas.

Quando cheguei em meu quarto, enviei uma mensagem para Sam dizendo o

quanto o amava e que sentia sua falta. Não tinha maneira de Corrine me impedir de

vê-lo.

Uns segundos mais tarde ele respondeu.

Te amo, Claire. Tenha doces sonhos e estaremos juntos amanhã.

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apítulo Seis

Sam e eu éramos inseparáveis. Estávamos saindo por quase dois meses

agora e nos víamos todos os dias, mesmo se fosse por um par de horas. Corrine

pouco me falava nesses dias e Zoey nem sequer me olhava. Não só estava chateada

que dei a entrada de Dylan a Sam para minha formatura, como também estava

chateada pelo golpe que lhe dei. Sem mencionar o fato de que me neguei a produção

de uma festa de formatura que Corrine passou anos planejando. Só queria algo

simples com Sam e sua mãe. Desafortunadamente, minha família não sabia disso.Era cerca de onze da manhã, quando terminava de me vestir, meu telefone

tocou e era Sam.

— Oi, baby – respondi.

— Tenho uma surpresa pra você hoje. Está pronta para ir?

— Ir aonde? – perguntei.

— Só me diz se está vestida.

— Claro que estou vestida.

Escutei a campainha.— Sam, espera; tem alguém na porta.

Desci as escadas e abri a porta, só para ver Sam ali de pé segurando o

telefone na orelha. Sorri.

— Te ligo de volta. Tem um cara realmente quente na minha porta sorrindo

pra mim. Até mais tarde, baby.

Guardou seu telefone e envolveu seus braços ao meu redor, me fazendo

sentir segura.

— Que surpresa é essa?

— Já vai ver. Vamos sair daqui e pegar algo para almoçar.

Corrine estava andando por aí e parou de repente.

— Olá, senhora Montgomery – sorriu Sam.

— Olá Sam – disse e então continuou andando para sala de estar.

— Nossa, isso foi incômodo. – Disse

— É uma rainha de gelo; só ignore-a. – Sorri.

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preocupava estava se desfazendo e a vida parecia perfeita. Agora tudo o que tinha

que fazer era conseguir ir o mais longe possível da minha família.

Sam me deixou em casa enquanto ele e sua mãe iam às compras. Me pediu

para ir com ele e, tanto quanto queria ir, senti que era importante passar um tempo a

sós com ela desde que não se viam muito, especialmente agora que estava indo para

a universidade. Entrei na cozinha e vi Corrine sentada na mesa com Dylan e Zoey.

Olhou para mim e pediu que sentasse. Havia algo que queria me falar. Meu estômago

se atou em nós; Quando Corrine me pede para sentar nunca são boas notícias. Não

me sentia cômoda na mesa com Dylan e o que seja que ela tenha que dizer, não ia

ser na frente dele.

— Seja o que for que precisa dizer, mamãe, podemos fazer em privado e não

na frente de uma plateia?

— Claire, por favor. Pode me escutar ao menos uma vez?

Revirei os olhos e foquei em Zoey e Dylan, que estavam me olhando com

emoção no olhar. O que seja que Corrine tinha que dizer, tinha a sensação que eles

estavam por detrás disso. Inclinei no balcão e cruzei as pernas.

— Fale mamãe. Estou ouvindo.

Corrine se moveu na cadeira.

— Sabia que Sam tem um histórico de prisão?

Virei para encará-la.

— Está bem, e?

— Você sabia, Claire? – persistiu

— Não mãe, não sabia - respondi.

— Esse rapaz, que diz conhecer tão bem, tem histórico de prisão por tráfico

de drogas.

— Isso foi no passado; não usa ou trafica drogas. Que diabos é isso? De todo

modo como sabe? – Olhei para Dylan, que rapidamente desviou o olhar.

 Apontei para ele.—  Você tem algo a ver com isso, certo?  –  gritei enquanto começava a

avançar no seu caminho. Levantou as mãos.

— Claire, para – Gritou Corrine.

—  Pedi a Dylan para checá-lo para mim porque queria saber que tipo de

rapaz estava vendo.

Meu rosto se inflamou e meu coração disparou. Como se atreve? Foi o que

pensei.

— O rapaz tem histórico criminal, e nem sequer te disse.

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Coloquei a mão nas orelhas e dei a volta para as escadas.

—  Não vai mais ver esse rapaz !  –  gritou Corrine enquanto me seguia

subindo.

— Mãe, para! Nem sequer o conhece!

— Sei o suficiente para que não me agrade. – Veio atrás de mim.

Entrei no meu quarto e girei para a porta.

— Não lhe agrada porque não é rico e não vive em uma casa de luxo.  –Disse

bruscamente.

Corrine me seguiu para o quarto.

— Ele não é bom o suficiente para você e não quero que o veja.

— É sério, mãe? Te preocupa que vou arruinar a sua reputação dando ao

seus amigos algo para falar ou melhor, algo que vai arruinar o nome Montgomery?

— Claire, isso não é justo.

— Não é justo? – gritei. — O que não é justo é que julgue Sam pelo lugar de

onde veio em vez de chegar a conhece- lo como pessoa.

— Essa discussão terminou e também tua relação  –  disse enquanto virava

seus sapatos e saia com raiva do quarto.

 As lágrimas começaram a arder meus olhos enquanto encostava na minha

cama, olhando uma foto nossa no meu telefone. Sam era perfeito para mim e o

amava. Só desejava que meus pais vissem isso.

 As lágrimas caiam como se tivesse aberto as comportas. Não estava

chorando pelo que Corrine me disse de Sam; Estava pelo que fez e como fez.

Precisava de um plano. Não podia ficar mais aqui e nunca veria Corrine e Zoey da

mesma maneira outra vez. E então tinha Dylan, cara estúpido. Esperava que desse

conta de que acabava de escavar sua própria sepultura. Agarrei minha mala do closet

e comecei a jogar algumas roupas nela. Alcancei uma caixa de sapatos escondida e

agarrei o dinheiro que eu estava juntando e enfiei na maleta. Liguei para Sam.

— Oi baby, o que foi? – o som de sua voz me acalmou.— Sam, preciso que venha me pegar. Vou sair de casa e preciso de você, por

favor. – Comecei a chorar outra vez.

— Claire, o que aconteceu? – perguntou com preocupação.

—  Explicarei tudo quando chegar aqui, mas não venha à entrada. Te

encontrarei. Só me envia uma mensagem quando chegar.

— Estou a caminho querida. Te amo.

— Te amo também. Se apresse. – Embalei mais algumas coisas.

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Peguei uma bolsa de lona rosa debaixo da cama e a enchi com artigos de

higiene e beleza. Dentro de pouco tempo meu telefone tocou com um texto de Sam.

Estou aqui baby

Com cuidado abri minha porta e olhei para os lados, para ter certeza que não

tinha ninguém ali. Desci em silêncio as escadas. Quando cheguei ao fim, pude ouvir

Corrine falando na cozinha. Lentamente abri a porta da frente e saí. Missão cumprida,

estava fora e ninguém havia escutado. Corri pelo caminho até o carro de Sam. Ele

saiu imediatamente, pegando minhas malas e jogando no bagageiro. Entrei no carro e

disse que saísse dali antes que alguém nos visse. Enquanto Sam saía, uma sensação

de alegria veio sobre mim. Pus a cabeça para trás e deixei escapar um profundo

suspiro.

— Está bem? O que aconteceu?  – perguntou Sam enquanto segurava minha

mão e apertava.

Não podia contar o que Corrine falou. Não me importava de todas as formas,

assim tive que pensar em algo rapidamente. Esta ia ser a primeira mentira que lhe

diria.

— Estava cheia, Sam. Corrine começou a falar sobre a festa de noivado na

frente de Zoey e Dylan, e só não pude suportar mais.  – Deixou ir minha mão. Limpou

uma lágrima que caia do meu olho. — Não quero falar disso, estou fora dali e é isso

que importa.

—  Está bem querida, não tem que falar disso. Vai ficar na minha casa.  – 

Sorriu.

Olhei seu doce rosto e sorri.

— Tem certeza que sua mãe não se importa?

—  Não. Eu falei com ela. Minha mãe te ama e disse que podia se mudar.

 Além de que, lhe encantará ter outra mulher em casa.

Parou no farol vermelho e me inclinei para beijar sua bochecha.

— Obrigada – sussurrei.Sam beijou minha cabeça e a luz ficou verde. Pisou no acelerador e, no meio

do caminho, vi dois jogos de faróis vindo em nossa direção. Gritei para Sam parar

enquanto escutava um forte golpe e tudo ficava escuro.

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apítulo Sete

Podia escutar o apito do monitor. Olhei ao redor e me vi deitada em

uma cama de hospital, conectada a um monitor e a um ventilador. Não me

reconheci porque minha cabeça estava envolvida por faixas brancas e tinha

múltiplas contusões em meu rosto. Estava morta? Como poderia estar aqui e

ver meu próprio rosto?

Corrine estava ajoelhada aos pés da cama, segurando minha mão e

chorando. De alguma forma senti compaixão dela. Harry andava de um lado

para o outro pelo quarto, passando as mãos pelos cabelos. A expressão de dor

em seu rosto me destruiu. Como cheguei aqui? O que aconteceu? De repente,

a porta do quarto abriu e entrou um homem com um jaleco branco.

—  Senhor e senhora Montgomery, Claire sofreu um grave trauma na

cabeça. Temos tentado entrar e conter a hemorragia em seu cérebro. – Corrine

se agarrou a Harry como se fosse desmaiar — O cérebro de Claire está muito

inflamado neste momento e tivemos que colocá-la em coma induzido até que a

inflamação diminua. Tivemos que tirar o baço e conter a hemorragia interna.

Seus rins estão destroçados e seu braço esquerdo esta quebrado. Para ser

honesto com vocês é um milagre que sua filha sobreviva.

Harry apenas podia falar.

— Quais são as probabilidades doutor?

O médico respondeu:

—  Não estamos certos neste momento. As próximas quarenta e oito

horas e setenta e duas horas são as mais criticas. Sinto muito, mas isso é tudo

o que posso dizer agora.

O médico saiu do quarto, Corrine e Harry choraram nos braços um do

outro. Aproximei-me de onde estava deitada na cama e olhei. Tinha que

encontrar Sam. Onde estava? Tinha que ter certeza de que estava bem. Se

algo acontecesse eu morreria porque não tinha lugar para mim neste mundo

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sem ele. Saí do quarto e escutei os sons de choro de uma mulher no corredor.

Segui o som que me levou até o quarto de Sam. Fiquei ali e olhei para o amor

da minha vida, que estava impotente, conectado ao mesmo monitor e

ventilador que eu estava. Sua cabeça estava envolta em ataduras brancas e

seu rosto estava inchado, apenas o reconheci. Aproximei-me de sua mãe, que

estava segurando sua mão contra o rosto enquanto chorava e suplicava que

acordasse. Estendi a mão para tocá-la, porém, minha mão passou através da

sua. Olhei para minha mão confusa. Que diabos estava acontecendo? Inclinei-

me próximo do rosto de Sam e sussurrei:

— Sam acorde, eu preciso de você.

Quando fui beijá-lo percebi que não poderia fazer. Não podia tocá-lo.

 Assustei-me e quando me virei para correr de volta para o meu quarto, estava

de pé em meio a um belo jardim. O sol brilhava sobre mim, enchendo minha

pele e meu corpo com calidez. Podia cheirar a fragrância de cada flor no

 jardim; era o cheiro mais delicioso com que alguma vez eu tinha encontrado.

Olhei ao redor buscando alguém ou algo. Sentia tanto amor e paz aqui que não

queria ir.

Claire. Escutei que uma voz sussurrava. Girei a cabeça na direção que

vinha, mas não havia ninguém lá. Quando me virei vi uma mulher vestida de

branco, descalça do outro lado do jardim de frente para mim. Era magra e

pálida; seu cabelo era puro branco e caia até sua cintura.

— Claire, não é sua hora. Não pode ficar aqui. – Falou suavemente.

— Não quero ir.

— Sei que não quer, mas tem que fazer. O caminho da recuperação

será duro, mas chegará ao final eu prometo.

— E Sam? Onde está Sam? – perguntei.— Seu amado não está aqui Claire. Seu caminho de recuperação será

longo e duro também. Se seu amor for verdadeiro e eterno, se encontrarão

outra vez.

Ela começou a desaparecer e sentia como se alguém estivesse

afastando.

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—  Espera! O que quer dizer com isso?  –  gritei enquanto estendia

minha mão para alcançá-la. Estava lutando para permanecer no jardim, mas a

força que estava me levando de volta era muito maior.

 Abri os olhos e olhei ao redor do quarto. Minha cabeça pulsava

fortemente e tudo estava embaçado. O lento e constante som do apito do

monitor não ajudava. Uma garota que estava sentada na cadeira próxima de

minha cama pulou e gritou:

— Mamãe acorde! Claire acordou!

 A mulher do outro lado da cama levantou a cabeça e começou a

chorar.

— Meu bebê. Você voltou para nós.

 A garota correu saindo do quarto, gritando pelo médico. O médico veio

ao quarto com a enfermeira e ambos se aproximaram de mim.

— Boa tarde. Sou o Dr. Georgeson. Pode me dizer seu nome?

O olhei e pisquei algumas vezes, depois olhei para a enfermeira, que

estava sorrindo.

— Pode me dizer seu nome? – perguntou mais uma vez.

Olhei-o e sussurrei:

— Creio que meu nome é Claire.

 A mulher desmoronou e começou a chorar enquanto a garota a

segurava. O médico pegou sua pequena lanterna e fez brilhar em meus olhos.

— Lembra-se do que aconteceu? – perguntou.

 Acreditava que havia sofrido um acidente já que estava vendada e

deitada em uma cama de hospital.

—  Acidente? – sussurrei.

—  Isso mesmo. Você sofreu um acidente de carro muito grave. É ummilagre que esteja aqui conosco.

 A mulher segurou minha mão.

— Bem vinda outra vez, Claire – chorou.

O médico continuou me examinando.

— Claire, sabe em que ano estamos?

Não tinha ideia.

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— Sabe onde vive?

Não tinha ideia.

— Sabe quantos anos tem?

Sussurrei:

— Não estou certa.

— Dezoito querida, agora tem dezoito – chorou Corrine.

O médico continuou:

— Você se lembra dessas pessoas, Claire?

 Assenti.

— Minha mãe e minha irmã.

—  Bom. Isso é bom.  –  Sorriu —  Senhora Montgomery, Claire tem

amnésia devido ao trauma cerebral que sofreu pelo acidente. Pode recordar

muito pouco de sua vida agora.

—  Quanto tempo vai durar isso? Quando começará a recordar as

coisas? – perguntou.

—  Não sei. É difícil dizer. Poderá demorar mais alguns dias, alguns

meses, alguns anos; talvez nunca recupere a memória  – disse — Façam que

se sinta cômoda e tentem ajudá-la a se lembrar. Sua recuperação será longa e

dolorosa, necessitará de todo apoio  – disse enquanto dava a volta e saia do

quarto.

Passei seis semanas deitada em uma cama de hospital me

recuperando. Minha mãe passou cada dia comigo e meu pai ficava comigo

depois de sair do trabalho. Minhas amigas Raquel e Ally vieram me ver um dia

antes que eu recebesse alta. Visitavam-me com freqüência e ainda assim não

recordava quem eram, pareciam muito amáveis. Estava sentada em uma

cadeira de rodas enquanto Raquel me empurrava pelo corredor ao pátio. Era

um belo dia de verão, o sol brilhava e os pássaros piavam suavemente. Fiquei

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na cadeira de rodas enquanto minhas amigas se sentavam no banco.

— Eu trouxe um pouco de comida para você.  – Ally sorriu enquanto me

entregava uma pequena cesta de vime marrom com uma toalha que cobria a

parte superior. Devolvi o sorriso e tirei a toalha.

— É a comida que costumávamos comer na escola – disse Raquel.

Dentro da cesta tinha um sanduíche de peru com queijo, alface em pão

integral, um saco de batatas fritas Lays, uma lata de coca-cola e um pacote de

cockies de chocolate.

— Obrigada.

— Pensei que poderia trazer algumas lembranças – disse Ally.

Raquel pegou o telefone.

— Quero mostrar algumas fotos. Talvez ajude a lembrar.

Olhei para o telefone. Tinha muitas fotos de nós três na escola, em um

baile, e em um quarto que imaginei ser meu, mas não estava certa.

—  Aqui; pode vê-las você mesma  –  disse enquanto me entregava o

telefone.

 Arrastei meu dedo pela tela, esperando que uma dessas fotos

desencadeasse uma lembrança. Parei em uma foto minha com um cara.

 Acendeu um lampejo escuro em minha mente, seguido de uma luz brilhante.

Pulei e o telefone caiu no meu colo.

— Claire, o que aconteceu?

Não sabia o que acabava de acontecer, porém, tinha doído. Peguei o

telefone do colo e olhei a foto.

— Com quem estou?

Elas se olharam, tive certeza de que algo estava acontecendo.

—Hum esse é o meu primo Riley  –  disse Ally enquanto pegava otelefone de minha mão.

Inclinei a cabeça de um lado.

— Éramos namorados? Parece que éramos.

Raquel tocou meu braço ligeiramente.

— Não seja tonta. Eram bons amigos e depois ele é gay.

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 Algo não se encaixava em suas respostas. Se éramos muito amigos,

então porque ele não veio me visitar no hospital? Senti algo que não podia

explicar ao ver essa foto.

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— Claire, quero que avance rápido para quando tinha treze anos de

idade.

—  Estou com Ally e Raquel, estamos num parque, patinando. Caí e

ralei o joelho – comecei a chorar.

—  Claire, quero que continue e avance para a idade de dezessete

anos.

De repente, minha mente começou a piscar através de lembranças,

como um álbum de fotos, imagens minhas e de um garoto no baile, de sua

mão, nos divertindo, beijando, nos tocando e estando juntos. Meu corpo se

encheu de alegria e senti tudo. Então, de repente, me encontrava no carro e o

único que via eram os faróis cegando meus olhos.

— Sam! – comecei a gritar.

—  Claire, vou contar até cinto e você vai despertar. Um, dois, três,

quatro, cinco. Bateu palmas.

Despertei no mesmo instante e me encontrei coberta de suor. Olhei

para a Dra. Blakely enquanto engolia em seco.

— Claire, quem é Sam?

Olhei para ela em seguida ao redor da sala.

— Não sei.

Rabiscou algo em sua caderneta e a sessão terminou. Sai de seu

consultório me sentindo pior do que tinha me sentido em meses. Parecia que

todo o progresso que fiz desapareceu, assim como minhas lembranças. Depois

desse dia não retornei.

Não podia deixar de pensar no nome Sam. Quando cheguei em casa,

fui a cozinha onde Corrine estava ajudando com o jantar.

— Como foi a consulta Claire? – perguntou.— Mamãe eu conheço alguém chamado Sam?

Ela deixou de mexer com a salsa e congelou por um momento. Deu a

volta e me olhou.

— Samantha era uma de suas amigas.

— Estava comigo no carro?

— Porque está perguntando isso e como se lembrou desse nome?

— A Dra. Blakely utilizou hipnoterapia hoje e gritei o nome de Sam.

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Notei que ela estava incomodada. Pediu que me sentasse-se à mesa

com ela. Pegou minhas mãos e apertou com suavidade.

— Sam morreu no acidente.

 As lagrimas começaram a cair em meus olhos.

— Como?

— Não queríamos dizer para não se sentir culpada. Não foi sua culpa,

Claire. Ela estava sentada no banco do passageiro.

Não pude controlar minhas lagrimas quando minha mãe se aproximou

e me abraçou.

— Está bem, querida. É o momento de seguir em frente depois desse

horrível acidente.

— Mas minha amiga morreu!

— Não foi sua culpa e não se atreva a se culpar.

— E sua família? Tenho que falar com eles! – disse.

— Não pode Claire. Depois do acidente, eles se foram. Este é o motivo

de não contarmos.

Fingi estar bem, só para que Corrine deixasse de falar. Não podia

acreditar que alguém morreu enquanto eu dirigia. Disseram que não era minha

culpa, mas ainda assim me sentia como se fosse. Queria algo em memória de

Sam, mas não tinha nenhuma imagem ou qualquer coisa. Chamei Ally e

Raquel que confirmaram a historia de Corrine. Disseram que iriam desenterrar

algumas fotos dela, mas nunca fizeram. Depois de algum tempo e de ter a

sensação de que estava sendo enganada, me dei por vencida tratando de falar

com Corrine e Harry sobre o acidente. Tive a sensação de que tinha muito mais

do que me diziam. Em seu devido tempo, gostaria de descobrir o que estavam

escondendo.

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Passei meu tempo aprendendo coisas que não sabia fazer antes do

acidente. Aprendi a tocar piano e guitarra com naturalidade. Minha mãe me

disse que tinha um talento natural para a música. Sentava-me no piano e

tocava durante horas, afogando minha tristeza nas teclas do piano e criando

minhas próprias melodias tristes. Caminhava pela vizinhança, no parque e até

mesmo na cidade, esperando que a menor visão me traria uma nova

lembrança. Fui à praia e caminhei por toda a orla. Coloquei uma manta e me

sentei com meus joelhos em meu peito. Olhei fixamente para a água azul do

oceano e vi as ondas quebrarem.

Sentia-me como se tivesse sido atraída para vir aqui, como se devesse

estar aqui. Não conseguia explicar o sentimento ou o porquê.Tudo que sabia

era que eu tinha que estar na praia. Sentei-me no meu cobertor com a areia

macia e quente debaixo de mim, enquanto o sol estava prestes a se pôr. De

repente, minha cabeça começou a doer e quando segurei minha cabeça com

as mãos, vi uma cena de uma praia em retrospectiva, eu e pessoas sentadas

em um cobertor. Estavam rindo.

No mesmo instante, luzes brilhantes me cegavam e escutei o forte som

de um choque. Minha mente finalmente estabilizou e as imagens se foram.

Tudo que restou foi uma dor de cabeça. Dobrei o cobertor e fui para casa. A

Dra. Blakely tinha prescrito uma medicação caso minhas dores de cabeça

piorassem. Abri meu armário de remédios e tirei o frasco. Tirei a tampa de

segurança branca e joguei um comprimido em minha mão. Tomei com um copo

de água e fui para a cama.

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apítulo Nove

Fazia três anos desde o acidente e nada mais do que umas luzes

intermitentes e imagens sombrias ocupavam minha mente. As memórias

haviam ido longe demais, com exceção de que eu fiz quando acordei do meu

coma. Segui com minha vida o melhor que pude. Zoey havia se casado com o

Dylan no ano anterior e estavam esperando seu primeiro bebê. Minha mãe e

Zoey ocasionalmente tentaram me arrumar encontros, mas a verdade era que

eu não estava interessada em sair com ninguém e não estava interessada em

relações.

Eu me sentia como metade de uma pessoa e não era justo com o

pobre rapaz ter apenas metade de mim. Além disso, eu não me conectava com

ninguém. Meu coração doía e não havia nenhuma explicação para isso.

Mesmo depois de três anos, não se passou um único dia em que meu coração

não doeu. Eu tinha desistido de tentar descobrir a minha vida antes do acidente

 já que era o suficiente para conduzir qualquer pessoa sã direto ao manicômio.

Eu não podia ficar protegida na minha vida passada ou nesta casa nunca mais.

Teria que começar tudo de novo, em algum lugar novo e apropriado.

Meus pais processaram o motorista do outro carro e colocaram o

pagamento em minha conta. Eu não me importei com o dinheiro na época, mas

agora que estava planejando ir embora me viria a calhar. A primeira coisa que

tinha que fazer era escolher uma cidade onde eu queria começar a minha nova

vida. Peguei meu laptop e abri em um mapa dos Estados Unidos. Olhei para as

cidades de Nova York, Chicago e Las Vegas, mas não eram atraentes para

mim, pelo menos não para viver. Meu bloqueador de pop-up deve ter sido

desativado porque uma mensagem do melhor Café de Seatte apareceu através

do meu computador. Eu olhei para a palavra "Seattle". Devo ter tido vontade de

ir para lá, porque me inscrevi para estudar na Universidade de Washington

antes do acidente, de acordo com o que Corrine disse. Pronto, a cidade de

Seattle era onde eu iria começar minha nova vida. Digitei "Expedia.com" na

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barra de busca e procurei voos de Newport Beach para Seattle. O próximo voo

era de manhã, às sete horas eu pedi um táxi que estivesse na minha casa às

quatro.

Eu sentei na minha mesa e escrevi uma carta para a minha família:

Querid os mamãe e pap ai,

Quero agradecer a vocês po r tudo o q ue f izeram po r m im. Quando

est iverem lendo isso, eu vo u estar no caminho de algum lugar para

começar a m inh a vida p or m inh a própr ia conta. Eu não tenho certeza para

ond e estou in do, mas quand o m e estabelecer lhes avisarei . Isso éalgo

que eu tenho que fazer por m im e espero q ue vocês po ssam m e entender

. Realmen te não s ei o qu e esto u pr oc urand o, mas eu sei q ue não es tá

aqui em Newport Beach. Semp re serei grata por s eu apoio. Eu os amo

muito , por is so não cho rem , deixem -me fazer o qu e for n ecessário p ara

me enco ntrar.

Com amor,

Sua fi lh a, Claire

Eu me senti horrível por não lhes dizer para onde estava indo, mas não

precisava deles me perseguindo antes de aterrissar. Falaria sobre Seattle, o

mais rapidamente possível quando estivesse instalada. Eu arrumei minha mala

com a maior quantidade de coisas que consegui encaixar e, em seguida, minha

bagagem de mão com coisas de mulher. Supus que o que eu não carregasse

compraria lá quando precisasse. Enviei um par de e-mails para algunsapartamentos que eu encontrei online. Decidi que estaria lidando com isso

quando pousasse. Eu deitei por um tempo, mas, aparentemente, não fui capaz

de adormecer. Olhei para o relógio e era quase quatro horas. Desci as escadas

na ponta dos pés e deixei minhas malas na porta. Fui até a cozinha, acendi a

luz e deixei o bilhete sobre a mesa de café. Apaguei a luz, levei as malas, abri

a porta e fui em direção ao táxi que esperava.

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Eu entrei no avião e de repente fiquei nervosa. Como não podia me

lembrar de ter voado antes, eu considerei esta a minha primeira vez e estava

me sentindo ansiosa. Eu encontrei o meu lugar e sentei-me rapidamente. O

voo não foi assim tão ruim e o pouso foi suave. Fui para fora e respirei o ar de

Seattle. Dei sinal a um táxi e pedi ao motorista para me levar para o Hilton. Eu

coloquei a chave na porta e girei a maçaneta. Entrei no quarto e admirei as

cores Borgonha e Bege da decoração, enquanto colocava minha mala em cima

da cama.

Puxei o celular da minha bolsa e tinha um texto de Corrine.

“  Por favor, se mantenh a em segu rança e nos chame assim q ue

chegar ao seu destino.”  

Eu sorri, porque esperava palavras duras e uma luta. Mas pode ser que

eles entenderam e me deixaram ir.

“Já desembarquei e estou segura. Por favor, não se preocupem.”  

Eu chequei meu e-mail e encontrei uma resposta para um dos

apartamentos para o qual eu havia ligado. Eles tinham um apartamento de um

quarto que estava pronto para ocupação imediata. Disquei e disse para a

menina ao telefone que estava interessada em vê-lo.

O táxi parou no edifício de tijolo marrom de três andares e perguntei ao

motorista se ele poderia esperar. Ele balançou a cabeça e entrou em uma

garagem de aluguel. Quando entrei na porta, a gerente levantou seu dedo para

mim, enquanto terminava de falar com alguém no telefone. Quando ela

terminou a sua conversa, ela se levantou da cadeira e se apresentou.

— Sou Tina, a gerente destes apartamentos.

Eu estendi minha mão.

—  Oi, Claire Montgomery. Foi comigo que você falou sobre oapartamento de um quarto para alugar.

— Ah sim, Srta Montgomery, siga-me.

Segui a vagabunda de pernas longas até as escadas para o segundo

andar. Caminhamos por um longo corredor até o 5B. Tina inseriu a chave na

fechadura, abriu a porta, deu um passo para dentro e olhou em volta. As

paredes foram todas pintadas em tons de bege e o carpete parecia novo. A

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cozinha em forma de L tinha um balcão de café. A sala era ampla, com duas

 janelas do chão ao teto. Caminhei pelo corredor curto, tinha um pequeno

banheiro e, em seguida, encontrei o quarto com banheiro privado. No geral, o

apartamento era perfeito e não hesitei em deixar Tina saber que o queria.

— Boa escolha, Claire. Eu sei que você vai amar aqui. Venha até o

meu escritório para preencher a papelada.

Ela disse que podia mudar-me naquele dia, mas precisava comprar

alguns móveis primeiro. Eu disse a ela que me mudaria durante o fim de

semana. Quando estávamos saindo do apartamento e ela estava fechando a

porta, um homem do outro lado do corredor estava saindo de seu apartamento.

Ele fechou a porta, acenou e me deu um sorriso amigável. Eu estaria mentindo

se dissesse que não foi uma grande coisa, este homem era bonito e tinha um

sorriso que faria o coração de qualquer garota vibrar. Justo o que eu precisava,

um homem gostoso vivendo do outro lado do corredor.

Eu fui para o táxi que estava parado no meio-fio. Agradeci pela sua

paciência e pedi-lhe para me levar para a loja de móveis mais próxima. Assim

que chegamos, eu peguei o meu dinheiro e paguei a tarifa de táxi. Eu disse a

ele que poderia ir e chamaria outro táxi quando estivesse pronta para ir

embora. Entrei na ―Móveis Para Você‖ e instantaneamente, uma vendedora se

aproximou.

— Bem-vinda a ― Móveis Para Você‖. O que eu posso te mostrar?

Eu sorri.

— Só estou olhando agora, mas se eu precisar de ajuda, vou deixar

você saber. Disse enquanto olhava de soslaio para o seu nome no cartão de

identificação. — Rose.

Ele balançou a cabeça e afastou-se com um sorriso, mas eu percebique estava irritada. O primeiro lugar que eu queria começar foi a seção da sala

de estar. No mesmo instante eu me apaixonei por um jogo de sofá de couro

vermelho e uma espreguiçadeira . Eu encontrei uma mesa de café quadrada

prefeita e ao final uma mesa que complementava o estilo do sofá. Eu procurei

Rose pela loja porque agora eu precisava de ajuda. Enquanto caminhava pela

seção de sala de jantar, meu coração parou por um breve momento, quando eu

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vi ela falando com o cara que mora do outro lado do corredor. Isso foi pura

coincidência, certo? Ela se foi por um breve momento e ele voltou a examinar a

mesa de jantar que eu tinha certeza que ele tinha acabado de comprar. Bem,

não era grande coisa, precisava de uma mesa de jantar também, então eu fui à

essa seção olhar os jogos. De rabo de olho o peguei me olhando. Podia senti-

lo. Eu olhei para cima enquanto ele caminhava em minha direção.

— Hey. Será que vamos ser vizinhos? – Ele sorriu timidamente, com as

mãos nos bolsos da calça jeans.

— Hey. Sim, acho que sim.

Eu me senti como uma idiota e não sabia mais o que dizer. Eu tive que

pensar rapidamente.

— Você está comprando móveis para sua casa?

Ele sorriu e meu coração vibrou. Bem, isso não é correto; meu coração

não deveria vibrar. Ele tirou as mãos do bolso.

— Sim, eu comprei este conjunto de mesa e cadeira, disse enquanto

me indicava que o seguisse.

Eu concordei e passei a minha mão sobre a madeira.

— Bom jogo. Bom gosto. Eu sorri.

— Eu suponho que você vai comprar móveis também?

— Sim, eu acabei de me mudar para cá e não tenho móveis.

Torci para ele não me perguntar de onde eu estava me mudando. Ele

não o fez.

Rose veio e deu-lhe o seu cartão de crédito, o recibo e apertou sua

mão. Ele sorriu educadamente e agradeceu por sua ajuda. Eu percebi que ela

foi cativada por ele pela forma que estava olhando-o de cima abaixo.

— Adeus, vizinha. Se você precisar de qualquer coisa, você sabe ondeeu moro. – Ele riu um pouco.

— Adeus.  – Sorri enquanto lhe dava uma pequena despedida com a

mão.

Rose tocou meu braço levemente.

— Você o conhece?

— Não. Eu aluguei o apartamento no mesmo corredor que ele. Mas

ainda não me mudei.

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— É tão gostoso e parecia que ele gostava. Eu tenho o seu telefone do

recibo. Talvez ligue e peça para sair.

Ela estava agindo como uma adolescente com uma queda e deveria

ser pelo menos dez anos mais velha do que ele. Ela precisava concentrar sua

atenção em mim e eu queria comprar móveis. Mordi o lábio inferior e estava

pronta para quebrar o coração da pobre mulher.

— Umm, Rose? Ele é gay.

— Ugh, realmente? – Perguntou, com os ombros curvados.

— Sim. A gerente do prédio pra onde estou mudando me disse.

Parecia que acabei de matar o seu gato ou algo assim, mas eu pensei

que a quantidade de dinheiro que eu gastaria e a comissão daria a ela novo

ânimo. Peguei tudo que eu precisava: um conjunto de jantar, TV, jogo de

quarto, e um par de luminárias. Eu estava certa; Rose ficou muito feliz com sua

venda. Quando estava prestes a sair da loja, puxei meu celular da bolsa e vi

que tinha uma nova mensagem de correio de voz. Digitei a senha e escutei.

“ Claire é Zoey. Mamãe me contou o que você fez e eu não posso

acred itar qu e vo cê foi assim mesmo, sem qu alqu er c on sider ação para s ua

fam ília. As co is as nunca mudam , não é? Mamãe e p apai es tão mu ito

ch ateados e você tem q ue c hamá-los. Pelo menos iss o. Eu v ou falar com

você mais tarde.”

Revirei os olhos enquanto eu caminhava em direção as portas da loja

de móveis. Que diabos ela quis dizer com "as coisas nunca mudam"? Eu parei

assim que meus pés tocaram o chão da rua, porque o meu novo vizinho estava

encostado em seu carro com os braços cruzados.

— Umm, Olá! – eu disse timidamente.

Me deu aquele sorriso tímido e olhou para baixo.— Hey. Eu prometo que eu não sou um perseguidor.

 Algo dentro de mim me disse que era inofensivo, mas uma menina

nunca pode ser muito confiante.

—  Bem, agora que nós estabelecemos que você não é um

perseguidor, eu posso perguntar por que você está esperando aqui fora?  – Eu

disse enquanto mordia o lábio inferior.

Ele moveu seu corpo contra o carro.

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—  Quando saí do meu apartamento, eu vi um táxi na calçada e eu

pensei que era para você, então quando eu te vi aqui sem transporte, pensei

que talvez você pudesse poupar algum dinheiro se eu te der uma carona já que

seremos vizinhos e tudo o mais...

Não só era sexy aos olhos, mas era ainda mais sexy quando ele falava.

Houve uma timidez sobre ele que eu achava atraente. Oh, meu Deus, o

que estava errado comigo? Eu só estava em Seattle a um par de horas e um

cara já me oferece uma carona.

— Tudo certo. Eu vou chamar um táxi.

— Entendo. Nova cidade, cara estranho que lhe oferece uma carona.

Eu compreendo e para ser honesto, eu estou feliz que você disse isso porque

significa que você é prudente e deve ser.

 Algo sobre a maneira como ele disse que era muito doce e

reconfortante.

—  Vejo você no prédio. Disse enquanto caminhava para o lado do

motorista e abriu a porta.

Eu não queria que se fosse. Merda. O que diabos há de errado

comigo?

— Ei, se você não se importa, eu poderia usar sua carona para o meu

hotel.  – As palavras escaparam dos meus lábios e sorri. Ele caminhou até o

lado do passageiro e abriu a porta, fazendo sinal para entrar. Oh Deus, o que

estava fazendo? Seu Volvo preto era quase tão sexy quanto ele. Ele entrou no

carro, prendeu o cinto de segurança e estendeu a mão.

— Eu sou Sam. Sam Snow.

Eu estendi minha mão para encontrar a sua.

— Sou Claire Montgomery e é um prazer conhecê-lo, Sam Snow.  – Eusorri.

No momento em que nossas mãos se tocaram, um flash de luz passou

na minha cabeça. Eu levei a minhas mãos à cabeça e a segurei com as duas

mãos, olhando para baixo e respirando com dificuldade. A dor era insuportável.

Minha mente estava piscando imagens minhas mãos apertando a mão de

alguém em um carro. Eu não podia ver seu rosto, apenas sua mão.

— Claire, você está bem? – Gritou Sam.

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Depois de alguns minutos, a dor diminuiu e a respiração voltou ao

normal. As lágrimas corriam pelo meu rosto e agora estava completamente

humilhada. Olhei para Sam, cujo rosto e os olhos mostraram dor e

preocupação.

— O que aconteceu? – Perguntou Sam.

Eu tomei uma respiração profunda.

— Às vezes tenho dores de cabeça muito fortes.

Claro como o inferno que não diria mais nada sobre mim. Nem mesmo

queria ter dito isso, mas ele realmente parecia preocupado.

— Do nada, como agora?

Eu olhei para fora da janela do carro.

— Sim.

— Você já viu um médico para dor de cabeça?

Bem, agora ele estava sendo um pouco pessoal demais.

— Sinto muito, Sam, mas eu não vou falar sobre isso.

— Eu entendo. – Ele disse enquanto ligou o carro.

Senti-me mal, mas não o conhecia e não estava disposta a colocar

toda a minha bagagem sobre ele. Parecia um cara legal e não precisava dos

meus problemas médicos para complicar a sua vida. Eu olhei para ele e

gentilmente toquei seu braço.

— Ei, desculpe, mas é difícil falar eu só quero tomar um banho de água

quente.

— Tudo bem, Claire. Não há necessidade de explicar. Eu só quero me

certificar de que você está bem.

— Eu vou ficar bem, obrigado pela sua preocupação. Eu vou ficar no

Hilton.Ele começou a dirigir com uma mão no volante, inclinou o assento

ligeiramente para trás; Estava sexy e eu não conseguia parar de olhar. Eu tinha

essa

avassaladora sensação de estar com ele e era algo que eu não

conseguia explicar.

— Você conhece alguém aqui em Seattle?  – Ele perguntou, olhando

para mim.

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— Não – respondi.

Ele parou no hotel, pegou um pedaço de papel e uma caneta do seu

porta-luvas. Quando ele se abaixou seu braço roçou minha coxa.

— Aqui está o meu número de telefone. Se você precisar de alguma

coisa ou apenas quiser conversar, por favor me ligue.

Peguei o papel da mão dele.

— Obrigado, Sam, eu agradeço.

Ele sorriu e fez meu coração agitar novamente. Eu saí do carro, fechei

a porta e disse adeus.

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apítulo Dez

Liguei o chuveiro tão quente quanto eu poderia. A coisa boa sobre

hotéis é que neles nunca acaba a água quente. Eu fui e abaixei a cabeça sob a

água corrente. Não conseguia parar de pensar em Sam e cada vez que ele

sorriu. Por que eu estou pensando nele enquanto estou no chuveiro? Ele foi a

primeira pessoa que conheci em Seattle e foi bom. Pra não falar que era

quente como o inferno.

Eu fiz um amigo e era bom saber que eu conhecia alguém aqui. Sequei

meu corpo e olhei para os meus comprimidos na minha bolsa. Minha cabeça

ainda estava doendo, então eu tomei um comprimido, deitei na cama e

adormeci.

 Acordei na manhã seguinte com um raio de luz que brilhava através de

uma fenda nas cortinas. Olhei para o relógio e vi que eram nove horas. Meus

móveis seriam entregue em dois dias e ainda tinha que comprar um monte de

coisas.

Chequei meu telefone e não tinha nenhuma mensagem. Eu usava um

par de jeans skinny, uma camiseta preta e um par de sapatos pretos. Escovei

meus dentes, fiz alguns cachos no meu cabelo castanho e me maquiei

levemente.

Peguei meu telefone na cômoda e chamei um táxi. O motorista teria

que me levar para o centro comercial, que abrigava muitas lojas de varejo

como a Crate and Barrel. Eu podia sentir o aroma do Starbucks vindo da rua.

Não há nada melhor do que ir às compras enquanto você toma uma xícara de

café quente da Starbucks.

Eu entrei e imediatamente meus olhos foram para um canto onde eu vi

Sam sentado em uma cadeira grande Borgonha, lendo um livro e bebendo

café. Estava sentado ali em um par de jeans escuro e uma camisa azul escuro.

Usava óculos quadrados de aro preto que emolduravam seu rosto esculpido e

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seu cabelo castanho claro estava desgrenhado suavemente. Meu DEUS!!!

Poderia ser mais perfeito?

Borboletas vibraram no meu estômago e agitavam toda vez que o

olhava, eu estava ficando louca. Revirei os olhos e balancei. Ele olhou para

mim enquanto eu estava olhando para ele, sem jeito. Ele me pegou de

surpresa, tão rapidamente acenou e eu pedi um café com leite quase branco.

 Assim que eles chamaram para a minha bebida, eu agarrei o balcão e caminhei

até onde Sam estava sentado. Ele não tirava os olhos de cima de mim o tempo

todo que eu esperava pelo meu café. Levantou-se quando me aproximei e fez

sinal para que me sentasse na cadeira grande vazia ao seu lado.

—  É bom ver você, Srta. Montgomery.  –  Ele sorriu, fazendo meu

coração bater a todo vapor.

— É um prazer vê-lo também, Sr. Snow. Que livro você está lendo?  – 

Ele parecia tão estudioso e inteligente, com óculos e eu pensei o que eu não

deveria pensar.

Ele segurava um livro de psicologia e sorriu. —  Ah!  –  disse com a

confusão. Sam sorriu levemente. — Eu estou tendo uma aula de psicologia na

faculdade.

Sentei-me na cadeira e cruzei as pernas. —  Sério?  –  Perguntei. — 

Estou pensando em ter algumas aulas também. É por isso que aluguei um

apartamento perto do campus.

— Verdade? – Perguntou ele. Então, em algum momento, vou mostrar-

lhe ao redor do campus, se quiser. Meu sorriso cresceu.

— Eu gostaria disso. – Sentou-se com o cotovelo no braço da cadeira e

tirou os óculos.

— O que trouxe você a Starbucks hoje?— Meu vício em cafeína.  – Ele riu baixinho. — Na verdade, eu estava

indo para Crate and Barrel.

— Oh, Crate and Barrel. Muito boa loja. Fazer mais compras?

—  Sim. Não tenho nada mais do que móveis e preciso obter os

habituais itens de cozinha, produtos de higiene e...  – Seus lindos olhos azuis

acinzentados me olharam diretamente.

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—  Passei por isso há pouco tempo. É uma trabalheira para fazer

compras.  – Sorri maliciosamente. Aí vem a pergunta pessoal que não queria

fazer, porque eu não quero chegar muito perto.

— Há quanto tempo você mora aqui?

— Três meses  – Respondeu. — Ei, eu tenho uma ideia!  –  Ele disse

enquanto colocava o café na mesa. — Se você não se importa, eu posso levá-

la para Crate and Barrel e, em seguida, para o seu apartamento, para que você

possa começar a colocar as coisas no lugar. Algo como vantagem e começar

com a organização.

Oh não, as borboletas que haviam se acalmado começaram a se

agitar novamente. Eu não queria que fosse comigo, mas depois eu fiz. Não sei

se foi porque eu estava começando a sentir um pouco de medo aqui sozinha

em uma cidade ou se era porque realmente queria e precisava de um amigo.

— Está bem. Não quero que você tenha problemas. Tenho certeza que

você tem suas próprias coisas para fazer.

— Eu não tenho nada para fazer hoje, não é nenhum problema. Confia

em mim; você vai ser grata por me ter lá.  – Ele olhou para baixo e sorriu. Não

pude evitar que as bordas da minha boca se curvassem. 

— É assim, Sr. Snow?  – Seus olhos dançaram quando ele levantou a

cabeça e olhou para mim.

— Sim, senhorita Montgomery. Tenho certeza que você vai apreciar a

ajuda e não ter que colocar todas as malas em um táxi. Levantei-me da cadeira

grande.

— Tudo bem, então vamos lá. – Eu sorri. Seu sorriso se espalhou pelo

rosto quando ele pegou seu café e me seguiu pela porta.

Passamos mais de duas horas na Crate and Barrel e ele estava certo:eu estava grata por ele estar comigo, não só pela ajuda, mas também por sua

companhia. Eu comprei tudo, desde pequenos itens elétricos de cozinha para a

mesa, talheres, copos, recipientes de armazenamento, produtos de higiene

pessoal, uma colcha para a minha nova cama, travesseiros, roupa de cama e

artigos de decoração para o lar.

— Uau, você não está agradecida que tenha vindo contigo? – Ele disse

enquanto gentilmente golpeou meu braço.

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— Sim, sim, sim, e sim, você está certo, eu estou feliz.  – Sorri. Ele se

inclinou para mim, com a mão atrás da orelha.

— O quê? O que foi isso, Claire? Você disse que eu estava certo? – Eu

ri e meti o cotovelo em seu braço para afastá-lo. Ele colocou as mãos nos

bolsos e sorriu.

Saímos, eu havia gastado uma quantia obscena de dinheiro. Sabia que

Sam estaria curioso, mas não iria compartilhar um pouco da minha vida com

ele; simplesmente não podia. Algumas coisas que eu comprei iriam ser

entregues pela manhã e as restantes iriam enfiadas no porta-malas e na parte

de trás do carro de Sam. Ele dirigiu para o apartamento e começamos a

guardar os sacos e caixas, uma a uma. Ele estava sem fôlego quando

entramos com o último.

— Menos mal, isso pode ser a minha distração ao longo dos próximos

três meses! – Eu disse enquanto limpava o suor da minha testa.

—  Sem brincadeira. Algumas dessas coisas eram pesadas.  –  Sua

camisa azul escura estava encharcada de suor.

—  Vou atravessar o corredor e trocar de camisa. Quando eu voltar,

talvez possamos ir jantar?  – Meu estômago se contorceu em nós. Não tinha

comido nada o dia inteiro e estava morrendo de fome.

— Soa como um plano.  – Eu sorrio. Essa coisa do jantar não significa

nada. Porque ele estava com fome e eu estava com fome, é isso que os

amigos fazem; comem juntos.

Enquanto esperava por Sam, comecei a arrumar minha cozinha.

Coloquei a cafeteira no balcão e continuei a organizar os armários. Um pouco

mais tarde, alguém bateu na porta. Fui até lá, abri a porta e suspirei. Sam

estava ali, com os braços descansando sobre a moldura da porta com jeansescuro e camisa branca de algodão com botões. Oh Deus, esperava que ele

não entendesse meu suspiro.

— Hey. – Ele sorriu.

— Hey, você está pronta para ir? – Perguntou ele.

—  Sim. Entre por um segundo, enquanto eu pego minhas coisas.  – 

Peguei minha bolsa e fechei a porta enquanto Sam colocou a mão na parte

inferior das minhas costas.

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— Sei de uma excelente pizzaria no final da rua; isto é, você gosta de

pizza?

— Eu gosto de pizza. – Sorri.

Chegamos na Antonio’s e sentarmos numa cabine confortável. O

restaurante era uma sala de estilo familiar, com mesas decoradas com toalhas

em preto e branco. O chão era feito de azulejos pretos e luzes negras pairavam

sobre cada mesa.

— O que devemos pedir? – Sam perguntou, olhando para o seu menu.

— Hmm ... pizza e salada? – Eu disse quando olhei em seus olhos.

— Deixe-me adivinhar; você é o tipo de garota abacaxi e presunto. – 

Mordi o lábio inferior.

— Sim, Como você sabe?

— As meninas geralmente são.  – Ele riu entre dentes. A alta e magra

garçonete veio tomar nosso pedido e eu percebi como estava olhando para

Sam.

—  Posso anotar o seu pedido?  –  Timidamente perguntou com um

grande sorriso no rosto.

— Vamos pedir a grande com meia havaiana e meia salsicha italiana e

pimenta verde.

Ela anotou o pedido e continuou a olhar para Sam.

— Desculpe. Olá, aqui. – Acenei com a mão. A alta e magra garçonete

estremeceu e se fixou em mim. — Adiciona uma salada antepasto ao pedido,

por favor.

— Está bem, mais alguma coisa?  – Perguntou. Sam sorriu e percebi

que seus joelhos enfraqueceram.

— Duas cocas, por favor. – Ela virou as costas e foi embora.—  Nunca se cansa das mulheres que te comem com os olhos?  – 

Perguntei.

Ele jogou a cabeça para trás e deu uma gargalhada. —  O que você

está falando?

— Oh meu Deus, era tão óbvio que ela te queria.

— Não, ela não fez. – Ele sorriu e seus olhos se iluminaram.

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— Na verdade, como eu disse a vendedora na loja de móveis que você

era gay. – Seus olhos se arregalaram.

— Por que você fez isso?

— Bem, ela falou e continuou falando sobre como você a olhou. Disse

que podia dizer que a desejava e que iria chamar e a convidar pra sair.

Gostaria de saber se te conhecia e bem, eu disse que você era gay.

Sam levantou a cabeça e riu. — Parece que você está com ciúmes.  – 

Engoli em seco.

— Ciúme? Não, ela era uma cougar 1. – E... Ele sorriu. Eu olhei para ele

e neguei. Eu estava com ciúmes? É por isso que eu disse que ele era gay? De

 jeito nenhum poderia ficar com ciúmes; mal o conhecia.

—  Então, de onde é você, Claire Montgomery?  –  Sam perguntou

enquanto ele se inclinava sobre a mesa. Merda, sabia que se eu tivesse que

sentar e ter uma conversa com ele, começaria a me fazer perguntas pessoais.

Eu tive que pensar e tomar cuidado para não deixar que nada realmente

pessoal me escapasse. — Newport Beach. – Disse.

Ele ergueu as sobrancelhas e parou com a minha mão.

— Eu sei o que você está pensando, mas... Eu sou de Santa Ana  – Ele

disse enquanto cortava. Inclinei a cabeça para um lado.

— Sério?

— Sim, eu mudei para cá há três meses para estudar na Universidade

de Washington.

Fiquei aliviada quando ele disse que era de Santa Ana. Aqui estavam

dois jovens que não moram muito longe um do outro, na Califórnia, que vivem

um de cada lado do corredor do outro e que vão estudar na mesma

universidade. De alguma forma, eu achei muito reconfortante. Ele continuou afalar de sua mãe e Cal, onde trabalhou como mecânico para ajudar a sustentar

a família.

— Conte-me sobre sua família, Claire.  – Sorri. Minhas paredes foram

fixadas e era assim que iam permanecer.

1 Cougar é uma expressão de Inglês, gíria, para definir as mulheres queprocuram um parceiro mais jovem 

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— Meu pai, Harry, é um cirurgião plástico. Minha mãe, Corrine, faz um

monte de trabalho de caridade e Zoey minha irmã se casou com o filho de um

senador. É isso aí.

— Diga-me como foi crescer em Newport Beach.  – Bem, eu tinha que

parar com isso. Estava ficando muito pessoal e eu não podia permitir. Além

disso, como seria dizer que as únicas lembranças que tenho da minha vida são

de três anos após o meu acidente?

— Foi bom. – Menti. Necessitava mudar de assunto rapidamente.

— Você acha que pode me levar para o hotel para que possa sair e

pegar minhas malas? Acho que eu quero ficar no apartamento esta noite, então

estarei lá na primeira hora da manhã para o caminhão de entrega.  –  Seus

olhos azul-acinzentados tornou-se mais brilhante.

— Claro que posso. Essa é uma ótima ideia.

 A garçonete trouxe a conta e quando eu fui para pegar, Sam colocou a

mão na minha. No mesmo instante, senti uma onda através do meu corpo. A

sensação de calor e de segurança bombeando em minhas veias.

— Convidei-a. – Ele sorriu.

Eu recusei. —  Sam, por favor, deixe-me pagar por isso. É o meu

agradecimento por tudo o que fez por mim desde que eu cheguei em Seattle,

por favor. – Dei-lhe os olhos do filhote de cachorro e ele sorriu.

— Bem, mas na próxima eu pago.

Ele tirou a mão da minha e se voltou para a conta. Revirei os olhos

com a forma como Trish, a garçonete, colocou seu nome e número de telefone

na parte inferior da conta e escreveu: "Ligue para mim." Mostrei a conta para

Sam que começou a rir. Trish pegou o dinheiro na mesa. Ela foi pegar a contae coloquei minha mão sobre a dela.

— Trish, eu sinto muito em dizer-lhe que ele é gay. – Eu sorri enquanto

apontei para Sam.

Ela suspirou, pegou a nota e partiu. Sam olhou para mim com os olhos

arregalados e depois riu. Era tão lindo quando ele ria. Eu ri com ele enquanto

ele pôs a mão na parte inferior das minhas costas e saímos de Antonio’s.

— Eu não posso acreditar que você fez isso, Claire. – Ele riu enquantoabria a porta do carro para mim.

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— Sim, bem, ela merecia. Ela não deveria estar tentando levar o garoto

que está com uma garota. E se fosse sua namorada ou noiva?  – As palavras

só saíram.

Ele entrou no carro e sorriu. — Sim, você está certa.

Eu percebi que estava pensando em algo, mas não queria saber o que

era. Nos dirigimos para o hotel e pegamos o elevador para o meu quarto. A

senhora da limpeza tinha passado, por isso, estava impecável. Eu já tinha

embalado tudo e Sam se aproximou para pegar minha bolsa.

— Isso é tudo? – Perguntou ele.

— E isso? – Disse quando eu levantei a minha bagagem de mão.

— Wow, Claire, viaja sem peso.

— Tudo o que eu queria trazer para Seattle estão nessas duas bolsas.

— A mim parece como se fosse uma decisão de última hora e você

está fugindo de alguma coisa.  – Eu não podia acreditar que ele disse isso, que

não era muito longe da verdade.

— Não, eu não queria dirigir 17 horas de carro, então voei e era tudo

que eu poderia trazer. – Ele sorriu e saiu pela porta atrás de mim.

Saí do hotel, paguei minha conta e Sam me levou para o meu

apartamento.

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apítulo Onze

 Abri a porta do apartamento no momento em que meu telefone

começou a tocar. Enquanto pegava em minha bolsa, vi que era Zoey. Decidi

atender embora não quisesse falar na frente de Sam. Coloquei minha sacola

no chão enquanto ele me seguia no apartamento.

— Olá, Zoey.

— Claire, meu chá de bebê será em algumas semanas. Você voltará

para casa de qualquer planeta em que está para participar? – Disse irritada.

Limpei a garganta.

— Sim, Zoey. Estarei lá. Dê a mamãe e ao papai um grande abraço de

minha parte, os verei em algumas semanas. – Desliguei.

Olhei para Sam e ele estava me olhando.

— Minha irmã está grávida e seu chá de bebê é em algumas semanas.

Ela queria saber se eu estaria em casa.  – Por que estava explicando isso para

ele?

— Chá de bebê? Parece divertido. – sorriu.

Ele olhou ao redor do apartamento.

— Claire, onde você vai dormir?

— Tenho cobertores que posso colocar no chão. Estarei bem.

Ele me deu um olhar sexy, mas não acho que percebeu.

—  Deixe-me ajudá-la a colocar algumas dessas coisas para fora  – 

disse quando me viu mexer nas sacolas. — Em primeiro lugar, precisamos de

um pouco de música. – Pegou seu iPhone do seu bolso e de repente Coldplay

começa a cantar. Luzes brilhantes lampejam em minha mente, me cegando

enquanto segurava minha cabeça com as duas mãos e caia de joelhos. Sam

se apressou sobre mim enquanto caia ao meu lado e me segurou em seus

braços. Mantive os olhos bem fechados enquanto as imagens de um carro e

essa mesma música tocava no rádio. Eu estava no banco do passageiro, mas

não conseguia ver quem estava dirigindo. Cantávamos junto com a música.

Sam me embalava e eu queria morrer ali mesmo em seus braços.

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 A dor parou, as luzes se apagaram e minha mente ficou escura. As

lágrimas caiam pelo meu rosto enquanto me segurava nos braços de Sam.

—  Claire  –  sussurrou. Ele se inclinou para trás de modo que estava

completamente deitada no chão, mas não me deixou ir.

Movi-me e ambos caímos no sono enquanto ele me abraçava.

Meus olhos se abriram, olhei para baixo e vi Sam com o braço em volta

da minha cintura. Olhei para ele e seus olhos se abriram.

— Bom dia. – Ele sorriu.

Levantei imediatamente.

— Sam, que diabos! Por que ficou aqui a noite toda?

— Eu tinha que ter certeza que você estava bem. Não deixaria você

assim.

 As dores de cabeça pareciam vir com mais freqüência desde que me

mudei para Seattle.

— Eu aprecio Sam, mas não é sua a responsabilidade de cuidar de

mim – disse zangada.

Ele se levantou e me olhou com dor em seus olhos.

— Claire me desculpe, mas sou seu amigo e amigos cuidam uns dos

outros. Espero que, se alguma coisa acontecer comigo, você também se

preocupe comigo.

Deixei cair meus ombros e suspirei. Ele tinha razão e estava sendo

mais do que uma cadela de coração frio. Me aproximei de onde ele estava

parado e coloquei minha mão em seu coração.

— Você tem um coração bondoso, Sam Snow. Obrigada.

Ele sorriu e meu coração derreteu, especialmente quando ele estava lá

de pé, com o cabelo bagunçado pela manhã, o vendo tão quente como nunca.— Você tem café? – Perguntei enquanto mordia meu lábio inferior.

— Claro que sim. Eu vou pegar um pouco e trazê-lo aqui.

— Obrigada – disse enquanto levantava minha mão de seu peito duro

como uma rocha.

Ele foi para seu apartamento e eu entrei no chuveiro. Permaneci lá e

deixei a água quente correr pelo meu corpo enquanto pensava no episódio da

noite anterior. Achei estranho que assim que Sam colocou Coldplay, a dor de

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cabeça começou. Devia ter escutado essa música porque o que vi foi um

vislumbre de uma lembrança, eu sei que era. Mas quem dirigia o carro e

cantava comigo? Tantas perguntas e tão poucas respostas. Eu realmente não

tinha respostas. Abri meus olhos quando ouvi a porta bater.

— Sam – gritei.

— Sim, sou eu. Trouxe o café. Eu vou fazer.

Estendi a mão para pegar o shampoo, mas me esqueci de colocar algo

no chuveiro. Não tinha sabonete, shampoo, barbeador, nada. Merda.

Relutantemente, chamei Sam.

— Sam.

— Sim – gritou.

— Você pode, por favor, pegar minha nécessaire com meu shampoo,

condicionador, sabonete e barbeador? – Ouvi-o rir.

— Claro.

Ele bateu na porta do banheiro, que estava entreaberta, estava tão

envergonhada.

— Um, aqui?

— Basta deixá-la na prateleira – disse.

Podia senti-lo sorrindo. Ele saiu e depois que terminei meu banho, me

enrolei em uma toalha e olhei ao redor do banheiro. Deus do céu, não trouxe

nenhuma roupa comigo.

— Sam, você poderia virar? Tenho que pegar alguma roupa.

Ele riu.

— Tudo bem, não estou olhando.

Saí do banheiro e olhei para o corredor para me certificar de que Sam

não estava olhando. Corri para o meu quarto e fechei a porta.Vesti-me e enquanto penteava meu cabelo molhado, a campainha do

meu apartamento tocou.

— Vou atender Claire – gritou Sam.

Quando saí do quarto, vi dois caras trazendo as caixas das coisas que

tinha comprado. O café estava pronto, peguei duas xícaras do armário e enchi.

Olhei para Sam enquanto entregava uma xícara.

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— Espero que você goste de café puro porque não fui até a loja e não

tenho creme e nem açúcar.

Ele sorriu levemente.

— Café puro está bem.  – Ele segurava a xícara de café, levou até a

minha e o bateu suavemente.

—  Um brinde para o seu primeiro passo se mudando para Seattle.

Espero que goste daqui.

Eu sorri. Eu gostarei daqui, enquanto ele viver do outro lado do

corredor, pensei.

— Claire, sei que não quer falar sobre isso, mas eu realmente acho

que você deve consultar um médico sobre essas dores de cabeça.

 Aqui vamos nós outra vez. Ele não vai desistir certo?

— Sam, eu vi os médicos, muitos médicos e não sabem o que está

errado. Enquanto eu tiver meus comprimidos estarei bem.

— Não, não vai ficar bem. Eu nunca vi ninguém com essa dor antes.

— Não é tão ruim – menti.

— O inferno que não – disse irritado. — A noite passada foi a segunda

vez que vi você assim e para ser honesto, me assustou como a merda.

—  Sinto muito Sam, mas, se vamos continuar amigos, então, se

acostume com isso e pare de me fazer perguntas, porque não vou dar

nenhuma resposta – disse rispidamente.

Lá, eu disse. Deixei bem claro que não iria falar livremente da minha

vida com ele.

Seu rosto parecia aflito e me doeu o coração vê-lo ali de pé assim

também. Colocou sua xícara de café sobre o balcão.

—  Vou para casa para tomar um banho. Tenho aula em algumashoras. Te vejo por aí, Claire.

Não disse uma palavra enquanto ele saia do meu apartamento,

fechando a porta atrás de si. As lágrimas começaram a arder meus olhos. Eu o

feri profundamente, eu podia dizer, mas não podia deixar que se aproximasse

de mim. Ele merecia mais, algo melhor do que eu. Tentei esquecer nossa

conversa e passei o dia guardando tudo e me organizando para a entrega de

meus móveis amanhã. Já que precisava encher minha geladeira, sai doapartamento e caminhei pela rua até um pequeno mercado que estava

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localizado na esquina. Peguei uma cesta e escolhi algumas coisas. Só podia

comprar o suficiente para levar caminhando.

Quando saia do mercado, notei uma loja de violões na do outro lado da

rua. Esperei que o trânsito diminuísse, atravessei a rua e entrei.

— Você pode colocar as sacolas aqui de baixo do balcão, se quiser

olhar – disse um homem que estava coberto de tatuagens.

— Obrigado – sorri.

Ele tinha cerca de uns dois metros de altura, aparência magra, cabelo

longo e negro, olhos misteriosos de cor marrom escuro. Os braços estavam

cobertos de tatuagens, principalmente religiosas com cruzes e versículos da

Bíblia. Me aproximei dos violões que forravam as paredes. Adorava a forma

como soavam quando tocava as cordas.

— Você gostou de algo? – disse o homem atrás de mim.

Chamou-me atenção uma Gibson Montana com desenho vintage em

forma de raio. Depois do acidente, me escondia em meu quarto e praticava

violão por horas todos os dias, juntamente com o piano. Violão e o piano se

tornaram a minha vida e a música ajudou com a minha depressão.

— Posso experimentar esse?

— Claro. Quanto tempo você toca?

— Cerca de três anos – disse.

Ele ergueu o violão fora do gancho da parede e me entregou. Passei a

mão sobre o braço do violão e ao redor da base para me adaptar antes de

começar a tocar as cordas. Este violão me fez sentir bem. Me sentei e o

coloquei em meu colo, segurando e posicionando os dedos na traste2. Toquei

cada corda enquanto repassava as notas. Sorri quando comecei a tocar uma

música que eu escrevi em Newport Beach. Vi o funcionário sorrindo com osolhos fechados ao assimilar cada nota que tocava.

— A música limpa a alma do pó da vida cotidiana.

Parei de tocar e olhei para ele com um sorriso.

— A citação é de Berthold Auerbach.

— Muito bem, mocinha. – Piscou.

2 Trastes ou trastos são pequenas divisões de certos instrumentos de cordas,tais como: baixo elétrico, guitarra, violão entre outros. 

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— E você está certo. Ela faz.  – Me levantei e entreguei-lhe o violão. — 

Vou levá-lo com esta capa e algumas palhetas.

— Ótima escolha em violões mocinha e me deixe dizer menina você

realmente tem talento.

— Obrigado. – Sorri enquanto pagava.

Peguei a capa com o violão dentro e desajeitadamente segurei as duas

sacolas do mercado. Sorri e saí. Graças a Deus meu apartamento era próximo

à esquina, pois, não seria capaz de segurar estes alimentos por mais tempo.

 Assim que estava me aproximando do edifício, uma simpática velhinha abriu a

porta para mim.

— Bom dia, querida. Vejo que você tem as mãos ocupadas. Precisa de

ajuda?

— Não, obrigada. Eu posso lidar com isso. – sorri.

— Você é a menina que se mudou do outro lado do corredor de Sam,

certo?

Sorri enquanto a olhava.

— Sim, eu sou Claire Montgomery.

—  Sou Ida Whitfield, querida, prazer em conhecê-la. Sam me falou

sobre você.

— Sério?  – disse enquanto inclinava minha cabeça para um lado. Ida

sorriu.

— Não se preocupe querida. Ele não falou mal de você. Eu moro aqui

no 1A. Desça qualquer dia desses para tomar um café com biscoitos e que

podemos ter uma conversar e nos conhecermos melhor.

— Obrigado Ida eu farei, mas agora tenho que conseguir chegar com

essas coisas lá em cima.Subi as escadas. Precisava fazer exercícios, especialmente para

minhas pernas. Coloquei uma sacola no chão, enquanto procurava no meu

bolso as chaves. Abri a porta, peguei a sacola de compras e chutei a porta

fechada atrás de mim. Guardei tudo no lugar e olhei para a capa do violão

apoiada contra a parede. Ouvi uma porta se fechar do outro lado do corredor e

senti que Sam tinha acabado de chegar a casa. Eu sentia falta dele e me

odiava por me sentir desse jeito. Não conseguia parar de pensar na noiteanterior e no jeito que ele me segurou enquanto eu chorava e como ele ficou

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comigo durante toda a noite para se certificar de que estava bem. Ele estava

apaixonado por mim?

Sabia muito bem que eu estava me apaixonando por ele e me

assustava como a merda. Eu não sabia se já tinha me apaixonado por um cara

antes. Pelo menos, se o fiz não me lembro, tive um momento difícil tentando

acreditar em minha família e amigos quando perguntava. Peguei o telefone e

disquei para Rachel.

— Claire olá, como você está? Onde está? Você está bem?

Rachel tinha o hábito de apenas divagar e não deixar ninguém dizer

uma palavra.

—  Eu estou bem, Rachel. Estou em Seattle me instalando em meu

novo apartamento e quis ligar para dizer um oi.

— Ah! Claire, você soa triste e solitária – se queixou.

— Eu estou bem, Rachel e falo sério. Você e Ally terão que vir aqui

para me visitar.

— Adoraríamos. Você já conheceu alguém aí?

Eu hesitei em dizer a ela sobre Sam.

— Acabei de conhecer um cara do outro lado do corredor e Ida, que

vive no andar térreo.

Ouvi entusiasmo em sua voz.

—  Então me diga sobre este cara do corredor. É quente? É sexy?

Como se chama? – Eu ri.

— Rachel, ele é muito atraente e isso é tudo que você precisa saber

agora.

— Claire Montgomery, solta essa língua agora! – exigiu.

— Ouça, não há nada a dizer. Ele me ajudou com algumas caixas eque isso é tudo. Ele é um cara bom. De qualquer forma, tenho que perguntar

uma coisa.

— Diga – disse.

—  Sei que já perguntei isso antes, mas você tem certeza que não

estava saindo com alguém antes do acidente?  – Havia uma dúvida clara em

sua voz.

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—  Não, Claire. Você não estava saindo com alguém. Você sempre

disse que caras que se sentiam atraídos por você eram muito imaturos e

mimados.

Eu suspirei.

— Por que você pergunta, afinal? – Perguntou.

— Desde me mudei para cá, minhas dores de cabeça e os flashes de

memória pioraram, tive um ontem à noite, estava sentada em um carro ao lado

de alguém e estávamos cantando Coldplay juntos. Era a voz de um homem,

Rachel.

— Eu não sei Claire, talvez fosse seu pai ou Dylan. Não sei querida,

mas eu tenho que ir. Tenho que ir trabalhar. Eu ligarei em breve. Te amo.

E foi assim que ela se foi. Levantei o telefone e fiquei olhando. Isso foi

estranho, pude sentir o nervosismo em sua voz.

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apítulo Doze

Caminhei até o estojo do violão, abri o fecho e levantei a tampa,

expondo meu novo violão. Sorri enquanto tirava e então me sentei, me

inclinando na parede. Rasguei alguns acordes notando o quanto o violão já

estava no tom, admirando o Garoto de tatuagem da loja. Comecei a rasgar a

canção ―Winter‖ a qual era uma das minhas favoritas para tocar. Fechei meus

olhos e toquei o tom inteiro, pensando sobre o que o garoto da loja de violão

disse:

―A música limpa nossa alma do pó da vida diária‖. 

Sempre me perdia quando tocava violão ou piano. Eu gostava de ser

transportada a um mundo próprio onde nada podia me tocar ou machucar. Me

sentia segura no meu mundo de música e era pra onde eu ia quando precisava

escapar e estar sozinha. De repente, me sobressaltei por uma batida na porta.

— Claire, é Ida, de baixo.

Me levantei e abri a porta.

— Olá querida. Você estava tocando essa canção bonita?

— Sim, sinto muito se te incomodei.

— Não querida, eu só tinha que te dizer o quanto era bonita.

Sorri e a convidei para entrar. Ela olhou sobre meu ombro e olhou o

apartamento vazio.

— Que tal se a gente descesse pra minha casa e você traz o violão

com você? Me encantaria que você jantasse comigo. Pode ser solitário estar

por minha conta às vezes.

Tanto quanto não queria incomodá-la, olhei ao redor do meu

apartamento vazio. Segurei meu violão, pus os sapatos e a segui para baixo.

Seu apartamento tinha a mesma distribuição que o meu. Seus móveis eram de

modelo floral que pareciam os dos anos 70. Tinha pequenas folhas tricotadas

em cada mesa e fotos dos seus filhos e netos estavam espalhadas por todo o

lugar. Era a típica pequena casa de uma anciã.

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—  Olá, Claire.  – Disse enquanto entrava e colocava o saco sobre o

balcão.

— Olá Sam. – Sorri.

— O que é isso, Sam? – Ida perguntou.

— Eu estava na loja e só te trouxe algumas coisas.

Meu coração se derreteu e as lágrimas surgiram nos meus olhos. Esse

homem era tão perfeito e tão doce com os outros e eu o tratei como merda.

Baixei o olhar enquanto Ida caminhava até ele. Ela segurou seu rosto

com as mãos.

— Você é o filho que eu nunca tive e te adoro, Sam Snow. Agora se

sente e eu te conseguirei um pouco de chá.

Ele lhe deu um sorriso cálido.

— Eu tenho que ir Ida. Tenho que...

— Bobagem. – Ela disse. — Você vai ficar e tomar sopa comigo e com

Claire e não quero escutar nem mais uma palavra sobre isso.  – disse em um

tom autoritário.

— Sim senhora. – Disse ele enquanto se sentava ao meu lado.

— Sinto muito.  – Vocalizei. Me deu um meio sorriso. A metade de um

sorriso que encheu meu coração com calor e fez meu estômago dar voltas.

— Sam, sabia que essa pequena dama sabe tocar violão?

Ele me olhou com esses olhos azuis acinzentados e disse:

— Não, eu não sabia disso.

— Bom, ela sabe. Vamos querida, toque alguma coisa para nós.

— Sim, toque algo para nós Claire.  – Sorriu. Rolei os olhos para ele.

Me levantei e peguei meu violão.

— Lindo violão. Wow. Claire, é uma beleza.— Obrigada, o comprei hoje na loja de música na rua abaixo.

— Então você conheceu Al?

— Se você está falando do homem com um milhão de tatuagens, então

sim.

— É um bom homem e sábio também. – Sam disse.

— Sim, foi genial e realmente de grande ajuda.

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 Afinei meu violão e pensei sobre o que tocar. Tentei uns tantos acordes

e iniciei uma canção.

Sam olhou em meus olhos e começou a cantar as letras.

―Tudo o que nunca conheci, só você‖ 

Comecei a cantar com ele e, antes de saber, estávamos cantando

 juntos. Sua voz era angelical e cada nota que cantava era perfeita. Terminei a

canção com uma dedilhada e ele sorriu.

— Joshua Radin é um dos meus favoritos.

Engoli em seco, porque nesse momento, esse precioso momento, tudo

o que eu pensava de Sam se tornou real.

Ida se levantou da sua cadeira e secou seus olhos.

— Vocês dois me fizeram chorar. – Disse enquanto colocava pratos de

sopa na nossa frente.

— Sinto muito Ida. Não foi de propósito.  – Sam Sorriu.

Nós sentamos ao redor da mesa e falamos na maioria do tempo sobre

Ida e sua família. Nos disse como encontrou e se casou com sua alma gêmea

e tiveram três filhos, doze netos e cinco bisnetos.

Sem que eu percebesse, três horas haviam passado.

— Bom Ida, acho que é hora da gente ir. Tá ficando muito tarde.  – 

Sam disse enquanto se levantava.

 Abracei Ida me despedindo e agradecendo pela deliciosa sopa. Sam

fez o mesmo e pôs sua mão nas minhas costas enquanto saíamos pela porta.

 Ambos subimos as escadas e enquanto nos aproximávamos de nossos

apartamentos, Sam disse boa noite e colocou sua chave. Eu precisava me

desculpar pelo jeito que me comportei antes e agora era um momento tão bom

quanto qualquer outro.— Sam. – Deu a volta e me olhou antes de abrir sua porta.

— Sim Claire

Respirei profundamente.

— Quero me desculpar pelo que fiz antes. Eu sinto muito pelas coisas

que eu disse. Você não fez nada pra merecer isso.  – Disse enquanto baixava o

olhar.

Ele caminhou até mim e com a mão levantou meu queixo.

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— Está bem. Eu cruzei a linha e sinto muito por isso.

Neguei. Porque o que ele disse não era verdade.

—  Não Sam, você não fez. Você está preocupado como qualquer

amigo estaria e eu fiquei contra você.

Seus lindos olhos olharam nos meus e enquanto inclinava seu rosto

mais perto e suavemente roçava meus lábios com os seus. Meu coração

começou a bater rapidamente enquanto eu pedia a Deus que minha cabeça

não começasse a doer. Ele me olhou para se assegurar que eu estava bem e

sorri. Tomando seus lábios nos meus e os separando enquanto sentia sua

língua entrar. Meu corpo começou a ficar frágil e queria mais dele, inclusive

ainda que soubesse que não era uma boa ideia. Se afastou dos meus lábios e

me abraçou apertado.

— Eu desejei fazer isso desde o primeiro dia que te vi.

Fico frágil enquanto ele diz isso e nesse momento, sei para o que fui

feita.

— Você pode fazer algo por mim? – perguntou.

— O que for. O que é?

— Fica no meu apartamento essa noite, totalmente como amigos, sem

sexo, nada. Só não gosto da ideia de você dormindo no chão duro. Pode ficar

na minha cama e eu fico no sofá.

Sorri porque a ideia era atrativa demais e na realidade não queria estar

sozinha com nada no apartamento.

— Não acho que seja uma boa ideia.

Suas mãos agarram minhas cadeiras.

— Você tem razão Claire. Não é uma boa ideia. É uma ideia genial e

não está em discussão. Não vou te deixar dormir no chão. Agora, me diz quegosta da ideia.

Suspirei enquanto olhava seus olhos suplicantes.

—  Eu gosto muito dessa ideia, Sam. Obrigada pela oferta.  – Estava

sorrindo de orelha a orelha enquanto me beijava suavemente.

— Está bem, vai buscar o que precisa e vem. Não precisa tocar, pode

só entrar. – Dei um abraço nele antes de entrar no meu apartamento.

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— Estarei ai logo. – Corro no banheiro e me troco, um par de calças de

pijamas de algodão pretos da Victoria’s secret e uma camiseta. Ponho meu

cabelo em um rabo de cavalo alto, Pego meu carregador de telefone e caminho

até o apartamento de Sam.

Entrei e o vi de pé na cozinha, lavando alguns pratos.

— Ah, tratando de limpar antes que a garota chegue? – Ri.

— Suponho que se possa dizer isso.

O apartamento de Sam era agradável. Suas paredes eram da mesma

cor bege que as minhas. Em sua sala de estar havia moveis de couro negro

com mesas de cristal e uma televisão de plasma pendurada na parede.

— Eu gostei do seu apartamento, senhor Snow.

—  Obrigada senhorita Montgomery. Devo dizer que você fica muito

linda no seu pijama. – provocou.

Eu ri e ligeiramente o golpeei no braço.

— Quer ver um filme? – perguntou timidamente.

— Claro. Que filme?

— Podemos alugar o que você quiser na televisão.

Caminhou até a mesa pegou o controle remoto e ligou a televisão.

Passou através dos novos filmes e decidimos por uma comédia romântica.

— Não é um filme completo sem pipocas. – Disse.

O segui até a cozinha e ele fez algumas pipocas no micro-ondas. Notei

uma foto dele e uma mulher mais velha na geladeira.

— É a sua mãe?

— Sim, essa foi tirada logo antes que eu viesse.

— Ela é bonita. – sorri.

Sam tirou a pipoca do micro-ondas e abriu o saco.— Auch – Disse enquanto deixava o saco cair no balcão.

— Você está bem?

— Só uma queimadura de vapor. – Ficou amuado.

 Agarrei sua mão e a segurei embaixo da água fria. Me olhou com um

sorriso. Peguei sua mão e a envolvi em uma toalha para secá-la, trouxe suas

mãos aos meus lábios e suavemente beijei o lugar onde havia queimado.

— Pronto, tudo melhor.

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— Você será uma grande enfermeira, Claire.  – sorriu enquanto trazia

sua mão a minha bochecha.

O toque da sua mão nua acende meu corpo. Desejava esse homem de

todas as formas possíveis e isso me assustava. A sensação de ser a metade

de uma pessoa era terrível e Sam merecia muito mais.

Terminei de pôr as pipocas no copo e nos sentamos no sofá, olhando

para o filme. Ele pôs seu braço nas costas do sofá e eu me apoiei neles.

Odiava admitir que quando estava com ele, me sentia completa e

inteira. Estava me dirigindo aos problemas e uma dor no coração, eu sabia.

Nada podia durar para sempre. Sua vida podia mudar em um instante e

antes que você se desse conta, tudo o que você conhecia e amava havia ido.

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apítulo Treze

O jardim era bonito e senti tanta paz.

Se o amor é verdadeiro e eterno, se encontrarão outra vez.

Escutei alguém sussurrar essas palavras uma vez ou outra.

Eu estava de volta no escuro até que as luzes brilhantes começaram a

piscar na minha cabeça.

 As imagens da praia, seguindo e representando de novo e de novo na

minha mente.

Escutei a mesma colisão de novo e de novo.

Comecei a tremer e ouviu uma voz sussurrar: —  Claire acorda; é

apenas um sonho. Acorde, querida. Por favor.

 Acordei enrolada em posição fetal no chão, com as mãos cobrindo

meus ouvidos e as lágrimas que derramava pelo rosto.

Sam estava de joelhos diante de mim, com os braços ao meu redor.

 Agarrei-me ao seu braço e enterrei minha cabeça em seu peito.

—  Não aguento mais  –  gritei. —  Isso tem que parar. Estou ficando

louca, Sam.

—  Ssh... foi um sonho ruim, Claire. Eu estou aqui e não vou deixar

nada acontecer com você.

Eu me afastei e ele recuou.

— Isso não foi um sonho, Sam; esta é a minha realidade, meu inferno

de vida. – Levantei-me e virei às costas, então não teria que enfrentá-lo.

Não queria ver a decepção e a dor em seu rosto.

— Deixe que seja meu inferno também, Claire. Compartilhe a sua vida

comigo. Diga-me o que aconteceu com você. Droga, Claire. Deixe-me te

ajudar. – Congelei e neguei.

— Eu não posso deixar você me ajudar. Estou tão fodida e quebrada,

não há nada que você possa fazer para me salvar e não te arrastarei para o

meu inferno – gritei, e sai do seu apartamento e entrei no meu.

Enrolei-me no meu cobertor e chorei o resto da noite.

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Sam não veio para mim.

Na manhã seguinte, o caminhão de entrega chegou e entregou meus

móveis.

Eles foram gentis o suficiente para colocar os móveis exatamente onde

eu lhes disse.

Meu coração doía tanto e meus olhos estavam vermelhos e inchados

depois de chorar a noite toda.

Parecia que eu tinha sido atropelada por um caminhão.

Mais uma vez eu estraguei as coisas com Sam.

 A vida podia ser pior por deixá-lo em minha vida?

Eu vivia meu próprio inferno pessoal, mas quando eu estava com ele,

parecia o céu.

Queria sentir isso todos os dias.

Tinha perdido esse sentimento desde o acidente.

Sam queria me dar isso, e cada vez, o distanciava.

Olhei ao meu redor para o meu recém decorado apartamento e tentei

sorrir.

Tudo estava no lugar e isso era agora uma casa, a minha casa.

Não havia outra coisa que eu tinha que fazer.

Isso não importa mais.

Eu não poderia me sentir um pouco pior, mais tinha que tentar e me

sentir melhor.

 Atravessei o corredor e bati na porta de Sam.

Ele respondeu usando apenas a parte inferior de seu pijama azul

marinho que ficou pendurado um pouco nos seus quadris.

Eu comecei a tremer quando o vi.Seu peito muscular era duro como uma rocha e seu tanquinho estava

maravilhosamente bem definido.

Me olhou de maneira diferente de que alguma vez havia feito.

Seus olhos estavam frios e escuros, não seu quente e habitual azul

cinza brilhante.

Ele não disse uma palavra e não me convidou para entrar.

Empurrei a porta.

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— Claire, o que você está fazendo?

Levantei minha mão e girei.

Notei que ele tinha uma cicatriz cerca de cinco centímetros do umbigo

para baixo em torno de seu lado direito.

Parecia ser algum tipo de cicatriz cirúrgica.

Fechei os olhos e respirei fundo.

— Estive em um acidente de carro muito grave que me deixou quase

morta. Eu realmente morri por três minutos e, quando eles me trouxeram de

volta, não tinha nenhuma lembrança da minha vida. As únicas pessoas que

apenas recordava eram minha mãe, pai e Zoey. Dezessete anos de vida

desapareceram em um instante.  –  As lágrimas começaram a encher meus

olhos.

Sam ficou lá por um momento com um olhar de choque no rosto.

Ele começou a caminhar em minha direção e eu o parei.

— Não faça isso; por favor, deixe-me terminar. Desde o acidente, tenho

esses flashes de luzes brilhantes na minha cabeça e imagens desfocadas. Eu

acho que podem ser memórias, mas não tenho certeza. É quando as dores de

cabeça começam.  –Sam se aproximou, passou os braços em volta de mim e

beijou minha cabeça.

—  Meu Deus, Claire. Eu sinto muito.  –  Comecei a chorar em seu

ombro.

— Você não vê? Tenho apenas três anos de minha vida que posso

compartilhar com você. Não posso compartilhar a minha infância com você

porque eu não me lembro. Sou uma estranha no meu próprio corpo.

Ele me levantou e me levou para seu quarto, onde me deitou na cama

e continuou me segurando.Quando o enfrentei, eu corri meu dedo para cima e para baixo de sua

cicatriz.

— O que aconteceu com você? – Respirei fundo.

Sam beijou minha bochecha.

— Vou te dizer em outra oportunidade – disse acariciando meu cabelo.

Olhei para o seu rosto que mostrava grande preocupação por mim.

— Me mudei para cá porque não podia mais viver naquela casa. Ao

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longo dos últimos três anos, eu parecia uma estranha na casa onde cresci. Eu

tive que começar a minha própria vida. Precisava tentar me encontrar, se isso

faz sentido. – Sam tirou o cabelo do meu rosto.

— Isso faz sentido e estou feliz que você escolheu Seattle.

Só havia despido minha alma e agora estávamos ligados de uma

maneira que jurei que nunca estaria com ninguém.

O desejava e realmente queria senti-lo dentro de mim.

 A atração estava ali na hora que o vi.

Ergui a cabeça e tracei seus lábios com o meu dedo.

Quando ele sorriu, meu coração começou acelerar.

Sentei-me e levantei minha camisa sobre a minha cabeça, jogando-a

no chão.

Sam respirou fundo.

— Você é tão linda, Claire.

Inclinei-me e beijei seus lábios.

Não tinha que pedir-lhe para fazer amor comigo.

Ele já sabia que o queria.

Ele tirou suas mãos e lentamente desabotoou meu sutiã, jogando-o

para o lado da cama.

Suas mãos se moveram livremente sobre meus peitos, cobrindo cada

um, dando atenção especial aos mamilos.

Sam rompeu nosso beijo e olhou para mim.

— Você tem certeza? – perguntou.

— É a primeira coisa de que alguma vez estive tão segura em minha

vida – sussurrei.

Gentilmente me empurrou de volta para a posição deitada e pairousobre mim.

Minhas mãos subiam e desciam de suas costas enquanto suavemente

ele beijava meu pescoço e sua língua encontrou o seu caminho até minha

garganta.

Inclinei a cabeça para trás para que ele pudesse ter melhor acesso.

Eu podia sentir sua ereção contra mim quando gentilmente ele puxou

cada mamilo, em seguida, delicadamente lambeu para aliviar a dor.

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Sua mão se moveu para baixo do meu torso e baixou pelas minhas

calças.

Quando me levantei para ajudar, empurrou gentilmente de lado minha

calcinha com os dedos.

Um gemido veio do fundo de sua garganta quando sentiu a umidade

que foi causada por ele.

Seus lábios encontraram os meus enquanto ele cuidadosamente

inseriu o dedo dentro de mim e esfregou meu clitóris em círculos com o

polegar.

Gemi e subi meu quadril enquanto cuidadosamente empurrou outro

dedo dentro.

Ele era gentil e me fez sentir segura.

Seu toque, sem dúvida, me excitou e meu corpo começou a apertar e

minha respiração tornou-se rápida.

Senti como se um terremoto ia explodir dentro de mim quando os meus

gemidos se tornaram fortes.

Minhas mãos pegaram o cós da calça de pijama e desceram

segurando sua bunda perfeitamente definida.

Seus lábios deixaram os meus e se moveram para cada mama, a

minha barriga para o meu umbigo e depois para o meu ponto de dor que tanto

ansiava.

Quando sua língua foi para o meu clitóris, ele e eu podíamos senti-lo

crescer e eu não conseguia segurar por mais tempo.

— Goza pra mim, Claire. Vem pra mim – sussurrou.

 Apenas as palavras foram o suficiente para me enviar para o

esquecimento.Gritei quando o orgasmo varreu meu corpo e eu comecei a tremer.

Ele abriu o caminho de volta para mim.

— Tenho preservativos. – Sorri.

— Estou tomando pílula, mas Sam, no entanto acho que devemos usar

um preservativo de qualquer maneira.

Eu sorri e alcançou a sua carteira.

Ele rasgou a camisinha e sentou, colocando sobre seu pinto duro.

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Olhou-me antes de levar minha boca a sua, beijando-me com força e

paixão.

Envolvi minhas pernas em volta dele enquanto ele agarrou seu pênis e

empurrou-o dentro de mim.

Gememos ao mesmo tempo.

 Agarrei seu cabelo e movi minhas mãos através dele enquanto ele

empurrava dentro e fora de mim, lentamente.

Cravei minhas unhas em suas costas, que o fez empurrar mais e mais

rápido, gritei o nome dele, quando eu podia sentir outro orgasmo chegando.

— Goza comigo, querida. Quero ouvir – suspirou.

Finalmente, cheguei ao meu auge quando ele empurrou dentro de mim,

chamando meu nome enquanto olhava para os meus olhos.

Segurei seu rosto quando sussurrei seu nome e meu orgasmo

explodiu.

Ele caiu sobre mim e ficamos ali, sentindo o coração do outro contra a

nossa pele nua.

Foi a experiência mais bonita que eu já senti.

No momento, nada mais importava na minha vida, exceto Sam.

Então ele se levantou, tirou a camisinha e discretamente eliminando no

banheiro, sorriu enquanto ele caminhava em direção à cama, oferecendo sua

mão e apontando para se juntar a ele no chuveiro, onde fizemos amor

novamente.

Eu tive que voltar para o meu apartamento para me vestir e disse-lhe

para vir assim que ele estivesse pronto.

Fiquei de pé no banheiro, olhando para o espelho, me perguntando se

alguma vez havia feito amor com alguém antes.Escutei a porta se abrir e de repente, havia braços me envolvendo.

— Olá, querida. – Sorri.

O olhei pelo espelho.

— Posso perguntar algo?

— Claro. Dispara!

Não sabia como perguntar, então só vou dizer.

— Você acha que eu era virgem?

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Sam me olhou do espelho e logo me girou assim fiquei de frente para

ele.

— Por que pergunta?

—  Porque quero saber. Não sabe como é frustrante ter essa

experiência e não saber ou recordar se alguma vez a sentiu antes.

Ele olhou para baixo.

— Não, não creio que era e realmente sei, bem, de certo modo o que

você está passando.

Deitei minha cabeça para o lado.

— O que você quer dizer?

Ele pegou minha mão e me conduziu até o quarto.

— Sente-se – disse.

Sentei-me sobre a cama, meu coração acelerado e meu estômago

apertado, sem saber o que ele iria dizer.

— Essa cicatriz que você viu – disse enquanto levantou sua camisa

— É de um acidente de carro em que estive faz aproximadamente três

anos.

Suspirei e coloquei minha mão sobre a boca.

—  Tiveram que me fazer um transplante de rim e quando acordei

depois de estar em coma durante vários dias, não tinha nenhuma recordação

do ano antes do acidente.

Lágrimas brotaram dos meus olhos.

Sam se ajoelhou diante de mim e agarrou as minhas mãos.

— Não chore querida. Por favor. Por favor. Isso é passado e ambos

avançaremos juntos, isto é se você quer que façamos juntos. Por favor, chega

de lágrimas.Levei minha mão para sua bochecha e contemplei seus lindos olhos.

— Isto é estranho, Sam. Parece como se o destino me trouxesse aqui

para você. Duas pessoas com o mesmo problema. Estou impressionada agora.

 – eu ri.

Ele riu e me puxou para um abraço.

— Sim, é estranho, mas vamos tirar proveito disso. Está aqui, eu estou

aqui e definitivamente estamos atraídos um pelo outro. O destino trabalha de

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modos misteriosos, Claire.

Meu telefone começou a tocar e quando olhei, vi que era Corrine.

— Olá Mãe – respondi.

— Olá, Claire. Somente quero ter certeza que estará aqui a tempo para

o chá de bebê da sua irmã.

— Sim, estarei não se preocupe.

— Claire, você soa diferente.

— Estou Mãe. Esta mudança foi boa para mim. Finalmente sinto que

estou onde devo estar.

— Um homem não tem nada haver com isso, tem?

Não estava pronta para divulgar qualquer informação sobre Sam.

—  Vamos dizer que tem, encontrei alguém e acredito que ele é

realmente especial. – Falei enquanto olhava para Sam.

—  Isso é ótimo, Claire. Eu gostaria de conhecê-lo algum dia. Talvez

seu pai e eu pudéssemos ir te visitar.

Essa era a última coisa que eu queria nesse momento.

— Podemos falar sobre isso quando estiver em casa no chá de bebê.

Diga para o pai que o amo e te amo, mãe.

— Te amamos também, querida. Vejo você em breve.

Desliguei e olhei para Sam.

Ele tomou minha mão e me conduziu para a sala.

— Vamos sair para comer. Estou faminto – Disse.

— Soa como um plano. Tenho fome também.  – Sorri enquanto peguei

minha bolsa, entrelacei meu braço no seu e saímos pela porta.

Enquanto estávamos no restaurante, Sam sorriu para mim do outro

lado da mesa.— Tenho uma ideia. Vamos voltar para Califórnia juntos.

— Você pode ir para o chá de bebê da sua irmã e eu posso visitar a

minha mãe.

Meus olhos começaram a dançar de prazer.

— Essa é uma grande ideia. Posso reservar nosso voo.

Ele sorriu de uma maneira sexy que enviou calafrios por todas as

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partes do meu corpo.

— Nenhum avião, vamos dirigindo.

Considere uma pequena viagem.

— Você percebe que são 17 horas de viagem, não é?

— Sim e quero passar todas às 17 horas sentado ao teu lado.

Inclinei-me e o beijei.

— Eu gosto dessa ideia.

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apítulo Quatorze

Preparei o jantar e esperei Sam voltar da aula. Abriu a porta do

apartamento, pôs a mochila no chão, me envolveu em seus braços e me beijou

por trás.— Como foi seu dia, amor? - Perguntou.

— Muito só sem você - Fiz uma careta.

Ele riu e encostou-se na mesa.

— Hoje falei com o Dr. Benjamin.

— Quem é?

— É um neurocirurgião que leciona na universidade. Ele quer te ver.

Ele disse que pode te ajudar.

— Sam, tenho visto muitos doutores e nenhum me deu resposta.

Ele me tomou pela cintura, puxando-me.

— Olhe, não fará nenhum mal falar com ele, eu estarei com você, não

precisa ficar nervosa.

Um calor penetrou dentro de mim.

Significou muito para mim que Sam queria ajudar-me e não o queria

decepcionar.

Mais, não podia recusar sua ajuda já que significava para ele.

Toquei seu nariz com meu dedo.

— Tudo bem, vou vê-lo.

— Bem, porque ele vem para o jantar. Estará aqui em uma hora.

— Sam Snow! ̵ gritei

Ele se esquivou da minha raiva e fui para o banheiro. Ele estava

fazendo spaghetti, então havia abundância de alimentos. Alguns momentos

depois, Sam saiu do banheiro com as mãos para cima.

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— Será que estamos bem? ̵ Ele sorriu.

— Estamos bem? ̵ Sorri

— Sim, mais tem que fazer a salada.

Me acariciou e sussurrou no meu ouvido:

— Sou bom para fazer muitas coisas

Sorri.

- Salada, agora.

Me fez rir e foi até a geladeira, na busca de ingredientes para a salada.

Dr. Benjamin media cerca de um metro e oitenta e cinco centímetros,

com uma estatura mediana e cabelos grisalhos. Ele lembrou o Dr. Oz.

Sentamos à mesa e falou primeiro de sua carreira e sua família. Ele apoiou os

cotovelos sobre a mesa e cruzou as mãos.

— Claire, eu quero começar com uma ressonância magnética.Temos

que ver como seu cérebro está curado. Eu acho que o que você está

experimentando com Pisca-Pisca e as imagens são memórias reais que estão

tentando forçar seu caminho de volta, mas algo as impede.

Olhei e inclinei a cabeça em confusão. — Poderia ser qualquer coisa a

partir de um tumor, tecido cicatricial ou talvez algo que seu subconsciente não

quer lembrar.

— Isso é ridículo, Dr. É claro que eu quero me lembrar de minha vida.

— Você me disse que ninguém em sua família vai lhe dar respostas

claras sobre a sua vida antes do acidente e acho que eles estão escondendo

algo.

—  Eu não sei, Dr. Benjamin; talvez eu estivesse apenas sendo

paranoica.

Ele levantou-se da mesa.—  Sam me disse que vai para casa por alguns dias. Eu realmente

gostaria que você fizesse antes de ir uma ressonância. Você pode vir amanhã

à tarde?

Olhei para Sam e ele assentiu.

— Sim, ela vai estar lá amanhã.

— Sim, eu vou estar lá amanhã. ̵ Sorri

— Perfeito. Obrigada pelo jantar. Estava delicioso e foi agradável te

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projetasse como eu. Voltemos para a cama. Terá um grande dia com sua

Ressonância Magnética e precisamos dormir um pouco.

Ficamos na cama e ele me abraçou enquanto eu colocava minhas

costas contra ele. Eu não conseguia dormir, porque eu sabia que tinha razão.

Minha mente estava correndo a mil por hora, tentando colocar as peças em

conjunto. Seu acidente foi há três anos. Meu acidente foi há três anos. Nós dois

perdemos nossas memórias. Esta não foi uma coincidência.

Eu odiava Ressonância Magnética. Confinamento, não sendo capaz de

me mover, o ruído metálico da máquina. Isso não me incomodava, mas tive

muitos deles desde o acidente, eu sabia o que esperar. Sam esperava Dr.

Benjamin sobre o outro lado do vidro.

Quando ele terminou, eu me vesti e esperei na sala com Sam pelo Dr.

Benjamin. Fiquei olhando para o meu telefone, esperando que Rachel me

chamasse, mas ela não o fez e tentei ligar o tempo todo, mas esta foi para a

caixa de correio de voz. Dr. Benjamin nos chamou ao seu escritório e disse-nos

que sentássemos

  ̶ Eu vi a sua ressonância magnética, Claire você tem um monte de

tecido cicatricial acho que isso que está causando as dores de cabeça.

Francamente fico surpreso que você não teve nenhum ataque.

— O que você pode fazer por ela, doutor ? ̵ Perguntou Sam.

— Eu posso entrar e remover o tecido cicatricial e esperar pelo melhor.

Mas eu vou ser honesto, Claire, a partir dos relatos que eu vi do seu acidente e

o trauma que sofreu, é um milagre que você está aqui.

— Me mandaram de volta. A mulher disse que não era a minha vez ̵ eu

disse olhando para baixo.

— Os olhos de Sam se arregalaram e Dr. Benjamin continuou olhando.—  Vamos agendar a cirurgia , quando você retornar de sua viagem ̵ 

disse enquanto fechou sua carteira e saiu de seu escritório.

— O que quer dizer que foi "mandada de volta"? ̵ ele perguntou quando

pegou minha mão.

Eu olhei.

— Aqui não. Vamos em outro lugar.

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Levantei-me, saí do escritório e fora do hospital. Eu entrei no carro de

Sam enquanto me perguntou onde eu queria ir. Tinha começado a chover de

novo, típico de Seattle, mas não me importava.

--Quero ir à praia

Sam me olhou como se estivesse louca.

- Claire está chovendo!

- Eu sei mas é para onde quero ir.

Deixou sair um grande suspiro:

— Bem, então iremos à praia, debaixo de um chuva torrencial.

 Assim que estacionou saí do carro e corri para a água. Sam veio atrás

de mim. Virei-me e vi que a água caía sobre nós.

— Queria saber o que queria dizer antes, no hospital. Bem, aqui está.

Vi meu corpo estendido em uma cama do hospital e logo em um jardim cheio

de flores. Uma mulher com um traje comprido e branco que ficou de pé na

minha frente e me disse que não era meu momento e que o caminho para a

recuperação ia ser grande e doloroso. Depois me disse que se o nosso amor

era verdadeiro e eterno, nos encontraríamos outra vez.

Sam ficou ali me olhando fixamente.

— Não contei isso para ninguém.

  ̶ Você me disse que não tinha namorado.

— Não, eu não tinha, ou pelo menos isso é o que todos me disseram.

Sam, não entende? Acho que foi você. O seu acidente de carro, meu acidente

de carro, ambos perdemos nossas memórias. Vivemos cerca de vinte minutos

um do outro. Junte tudo isso, Sam.

Ele ficou ali na chuva com as mãos nos quadris, olhando para mim.

— É uma coincidência, Claire, que você e eu tivemos um acidente decarro. Eu teria me lembrado pelo amor de Deus.

— Você disse que não se lembrava de um ano de sua vida antes do

acidente. Que saíamos neste ano e não se lembra?

Eu não poderia dizer se a água no rosto de Sam era pela chuva ou

lágrimas.

—  Não! Minha mãe me disse que não estava namorando ninguém

antes do acidente e minha mãe nunca mentiu para mim  – gritou — Acabe com

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isso, Claire. Acho que está tentando acreditar em coisas que não são reais ou

que nunca ocorreram para assim poder se sentir melhor.

Meu coração se apertou e me senti fraca. Suas palavras me ferroaram

como uma picada de abelha. Olhei para ele, e logo comecei a correr. As

lágrimas que caíam dos meus olhos se misturavam com a chuva que caía em

meu rosto. Não podia respirar; era demais. Sentia como se o mundo estivesse

pairando sobre mim. A única pessoa que confiei em minha vida e ele não podia

encontrar em seu coração uma razão para crer.

—  Claire, volta aqui . Para onde vai ? ̵  Começou a me perseguir e,

estando em melhor forma que eu, me derrubou no chão e ambos caímos sobre

a areia molhada.

— Fique longe de mim! ̵ Gritei e lutei para soltar o afrouxar sobre mim.

— Não, não você não vai me escapar. Te amo Claire Montgomery. Te

amo tanto que dói.

Eu parei a luta, quando ouvi suas palavras. Ele afrouxou o controle

sobre mim e eu me virei para encará-lo, pegou meu rosto e beijou-o

apaixonadamente.

—  Eu também te amo , Sam Snow . ̵  E lá estavam elas, aquelas

palavras o fizeram meu. Sam sorriu enquanto ele estava em cima da mim.

— Tem certeza, Claire?

Eu nunca estive tão segura de nada na minha vida. Eu sorri.

— Então precisamos descobrir, mas não pode continuar pensando que

era eu quem estava contigo há três anos atrás . Isso é impossível.

Podia sentir a dor em sua voz. Sam estava morrendo de medo, tinha

razão e agora sabia que tinha que descobrir a verdade por minha conta. Não

queria causar mais dor. Me deu um último beijo e logo me ajudou a levantar daareia. Caminhamos de mãos dadas de volta para o carro.

— É uma coisa boa que você tem bancos de couro. ̵ Eu ri.

— Não, merda. Vamos para casa e tomar um banho quente. ̵ Debrucei-

me sobre ele e beijei a sua bochecha.

— Sinto muito, Sam. ̵ Ele empurrou minha cabeça para mais perto e

acariciou meu cabelo molhado.

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—  Descobriremos juntos , eu prometo ̵ disse e nquanto beijava minha

cabeça.

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apítulo Quinze

Pegamos a estrada para nossa viagem de volta para Califórnia. Ida

olhava pela janela, sorrindo e dizendo adeus. Acenei com a mão me

despedindo, entrei no carro e prendi o cinto de segurança. Olhei para Sam,

vestindo calça jeans de cor clara, com um ligeiro buraco no joelho e uma

camiseta preta apertada.

Seu cabelo castanho claro estava perfeitamente desgrenhado e tinha

colocado seu Ray Ban preto. Ele olhou para mim enquanto eu observava.

— Por que você está me olhando? ̵ Ele sorriu.

— Porque eu estou tão apaixonada por você.

Ele estendeu a mão e acariciou minha bochecha com a mão.

— Eu estou tão apaixonado por você também, querida.

Eu coloquei um CD de Joshua Radin e cantamos duetos juntos.

Éramos apenas nós e a estrada inteira. Sentei-me e olhei para fora da janela,

refletindo sobre tudo o que estava acontecendo. Assim que chegar a Newport

Beach, vou encontrar a verdade sobre minha vida antes do acidente e estava

indo para começar com Rachel e Ally.

— Você está com fome, querida? ̵ Sam perguntou dando uma palmada

na minha coxa.

— Sim, eu estou. Existe um lugar próximo para parar?

Houve um cartaz abaixo com uma lista de restaurantes. Meu celular

tocou com uma mensagem de Ally:

“  Oi, Claire. Esto u m ui to f eliz qu e você está vo ltando para casa

 para o chá de bebê. Eu não posso esperar para te ver.”

Sorri enquanto escrevi minha resposta.

“Eu não posso esperar para ver você também.”

Ela não imagina que ia ser do meu jeito e nos meus termos. Ninguém

sabia que eu estava dirigindo de volta com Sam. Todos pensavam que eu

estava voando em um avião. Harry se ofereceu para me pegar no aeroporto,

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Eu adorava quando ele me chamava de querida e baby. Era tão bom e

me dava arrepios cada vez que ele dizia isso.

Encontramos um hotel que atendeu minhas necessidades. Foi o

terceiro hotel a que nós nos dirigimos. Sam inseriu o cartão-chave e abriu a

porta. Eu andei e coloquei minha mochila no chão. Virei-me para Sam, levantei

sua camisa e comecei a desabotoar sua calça jeans.

— O que você está fazendo, Srta Montgomery? ̵ Ele sorriu.

Eu pressionei meus lábios suavemente em seu pescoço e mordisquei

sua orelha.

— Eu sei que você está cansado, então me deixe fazer o trabalho.

Tirei a calça jeans e depois a sua cueca preta. Eu passei minha mão

em torno de sua ereção, acariciando suavemente para cima e para baixo,

enquanto o guiava para a cama. Gemidos suaves escaparam de sua garganta

enquanto eu o empurrava para baixo e me despi para ele. Ele se acomodou

nos travesseiros enquanto eu subia em cima dele, beijando seus lábios.

Enquanto pairava sobre ele, acariciou meus seios e puxou meus mamilos

eretos. Levou cada seio em sua boca e chupou apaixonadamente.

— Venha aqui que eu vou te deixar molhada ̵ sussurrou.

Deslizei-me para ele enquanto lambia onde estava dolorido e me

chupava suavemente, certificando-se de que estava pronta para ele. Podia

sentir que eu inchava então se mudou para baixo e gentilmente segurou seu

pênis o guiando para mim.

Ele gemeu e moveu os quadris para cima para chegar mais fundo em

mim. Sentei-me e montei-o para cima e para baixo, apertando o peito com as

mãos. Ele manteve as mãos em meus quadris me puxando para baixo,

movendo em círculos. Ambos estávamos prontos para vir já que gememos e eubaixei sobre ele, fazendo-o explodir dentro de mim. Eu desmaiei e enterrei meu

rosto em seu pescoço. Quando a minha respiração começou a diminuir, a dor

na minha cabeça veio em flashes de luzes brilhantes encheram minha mente.

— Ah! ̵ Eu gritei quando eu saia de cima dele e agarrei a minha cabeça.

—  Porra!

Sam sentou-se imediatamente e agarrou meus braços. Ele sabia que

só tinha que me deixar lidar com isso, porque não havia nada que ele pudesse

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fazer. Flashes de uma cama e eu deitada nos braços de alguém. Rodavam

através da minha mente. Nós dois estávamos nus. Fechei os olhos com mais

força, tentando me concentrar no homem ao meu lado, mas eu não podia ver

seu rosto. De repente, a dor foi embora, as luzes tinham ido também as

imagens. Eu deixei minha cabeça cair nos braços de Sam.

— Eu não era virgem. ̵ eu disse.

— O quê?

Eu olhei para o rosto de Sam.

—  Não era uma virgem. Os flashes que eu tinha era eu e alguém

deitado em uma cama.

Ele me puxou para ele e suspirou.

— Eu não me importo se você era ou não era virgem. O que importa é

que estamos juntos e vamos passar por isso.

Eu sabia no fundo do meu coração que era ele comigo antes do

acidente. Eu podia sentir cada vez que ele me tocava.

Na manhã seguinte, retomamos a I-5 e nos afastamos de Oregon. Não

demoraria muito para chegarmos à Califórnia. Eu coloquei meus pés no painel

do carro enquanto ouvíamos e cantávamos juntos Queen. Sam parecia mais

sexy do que o habitual, porque ele não se barbeava há alguns dias e usava

essa barba sexy masculina. Eu levantei minha mão e a acariciava. Ele virou acabeça e olhou para mim com um sorriso.

— Você gosta disso?

— Eu amo isso. ̵ Eu sorri.

De repente, eu percebi uma coisa.

— Oh merda, eu não comprei para Zoey um presente para o bebê.

— Como se esqueceu disso?

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— Por que será eu tenho curiosidade de saber, Sam. Você tem sido

uma grande distração.

Ele riu.

— Oh, agora é minha culpa que você não comprou para sua irmã um

presente para o bebê?

—  Sim, talvez se você não fosse tão sexy e tão encantador, seria

capaz de pensar em outras coisas.

Ele estendeu o braço e agarrou a minha mão.

—  Eu conheço o sentimento, baby. Não se preocupe. Assim que

chegarmos a Califórnia, nós paramos e compramos alguma coisa.

Olhei pela janela, imersa em pensamentos, enquanto mordia meu lábio

inferior.

— Você está bem, Claire?

— Estou um pouco nervosa em ver minha família, isso é tudo.

Sam colocou a mão na minha coxa.

— Eu sei, mas se você quiser, eu vou com você.

— Você sabe o quanto eu te amo, certo? ̵ Perguntei.

— Sim, é claro.

— Eu não sei se estou pronta para que conheça a família Montgomery.

Tenho perguntas ainda não respondidas e que poderia ficar feio.

—  Tudo certo. Eu entendo, mas eu quero que você conheça minha

mãe.

Eu olhei para ele e sorri enquanto pegava sua mão.

— Eu não posso esperar para conhecê-la.

Estávamos a uma curta distância de Newport Beach.

—  Meu iPhone diz que o Toys3  R US mais próximos é de cerca de8km.

— Eu sei. Lembre-se, também vivi aqui. ̵ Ele sorriu.

— Apenas outra coincidência, certo?

Entramos no estacionamento e andamos de mãos dadas em direção à

loja. Abri a lista de Zoey e dei uma olhada.

3 Toys "R" Us: é uma cadeia de lojas de brinquedos nos Estados Unidos. Acadeia também tem lojas no Canadá, Europa, Ásia, Oceania e África. 

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—  Meu Deus . Tudo isso para um bebê ? ̵  Sam exclamou enquanto

olhava comigo.

— Acho que sim. Ainda bem que ela mora em uma casa grande.

— Eu acho que você pode ter esperado muito tempo, Claire. Parece

que tudo foi comprado.

Encolhi os ombros.

— Tudo bem. Vou pegar algumas roupas para o bebê.

Fomos para a seção de roupas e, em seguida, para a área infantil.

Zoey teria um menino e poderia dizer que ela estava secretamente

desapontada. Estava entre um expositor e Sam em outro. Era tão bonito, e

examinando os macacões erguendo para o alto para examinar. Isso me fez

pensar que talvez um dia estivesse fazendo isso para o nosso bebê.

Ok, eu estava me adiantando, mas a ideia me veio à mente.

— Claire, é você? ̵ Ouvi alguém familiar. Virei-me para o outro lado do

corredor e ali estavam Rachel e Ally — Oh, é você ̵ disse com voz estridente ,

enquanto corria e quase me derrubaram no chão.

Rachel seguiu e nós três compartilhamos um grande abraço de

amigas.

— O que vocês estão fazendo aqui? ̵ Perguntei.

— Compras de última hora para o chá de bebê de sua irmã ̵ Rachel

respondeu.

Sam se aproximou e colocou a mão na parte inferior das minhas

costas. Ally e Rachel suspiraram e Ally cobriu a boca com a mão.

— Rachel, Ally, este é Sam Snow, meu namorado.

Eu notei uma reação estranha e os olhares nos rostos de Ally e Rachele então eu tive uma sensação de mal estar no estômago.

— Olá, prazer em conhecê-las. ̵ Sam sorriu e estendeu a mão.

 Ambas as meninas gaguejaram e atuaram nervosas.

— O que acontece com vocês duas? ̵ Perguntei.

—  Nada, Claire. É que seu namorado é incrivelmente sexy e nós

estamos muito felizes em ver você com alguém ̵ disse Ally.

Sam corou e olhou para baixo.

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Rachel olhou para seu telefone.

— Merda, olha que horas são Ally, chegamos tarde para essas coisas.

Temos que ir.

—  Tudo bem, vejo vocês amanhã no chá de bebê. Por favor, não

contem aos meus pais ou a Zoey sobre Sam. Eu quero que seja uma surpresa.

— Não se preocupe Claire. Nossos lábios estão selados. ̵ disse Ally.

Quando saíram dali, eu podia ver algo em seus rostos enquanto

sussurravam entre si.

— Isso foi um pouco estranho ̵ disse Sam.

—  Sim, sem brincadeira. Alguma coisa está acontecendo com elas.

Elas sabem alguma coisa.

Eu paguei pelos itens de bebê e voltamos para o carro. Sam olhou para

mim enquanto colocava o cinto de segurança.

— Vou levá-la para casa e, em seguida, ir para a casa da minha mãe.

Meu rosto ficou triste.

— Eu não posso suportar ficar sem você essa noite.

Sam passou o dedo ao longo da minha mandíbula.

— Eu sei querida. Nem eu posso.

— Quero conhecer sua mãe agora. Não quero ir primeiro para casa e

em seguida, podemos conseguir um hotel para passar a noite e ir para casa

amanhã para participar do chá de bebê?

 A expressão de Sam era de surpresa.

— Claro, eu vou levá-la para casa comigo agora, mas é melhor você

contar a sua mãe que não vai ir hoje.

Eu puxei meu celular da minha bolsa e chamei Corrine.

— Oi, Claire. ̵ Ela parecia tensa.—  Oi, mãe. Eu queria que você soubesse que meu vôo estava

atrasado e não vou chegar até amanhã.

— O quê? Rose Claire Montgomery é melhor você não se atrasar para

o chá de bebê da sua irmã.

Os olhos de Sam tinham aumentado porque o viva voz estava ligado e

ela estava gritando.

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—  Calma mamãe. Estarei em casa cedo, antes do chá de bebê, eu

prometo.

—  É melhor ser, Claire, isso é muito importante para o sua irmã e

Dylan.

—  Adeus, mamãe.  –  virei meus olhos quando eu apertei o botão

desligar.

— Sério! Eu poderia pensar que o mundo gira em torno de Zoey  ̵ disse

Sam.

— Sim, é mais ou menos isso ̵ disse a sério.

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apítulo Dezesseis 

Meu estômago revirou quando Sam estava na porta de entrada da

casa da sua mãe. Respirei fundo e saí do carro. Sam pegou a minha mão

enquanto caminhávamos em direção à porta.

—  Aqui está o meu garoto ̵ Disse sua mãe . Quando ela se virou ficou

sem fôlego.

De repente, parecia tão branca como um fantasma.

— Mãe, você está bem?

Ela ficou lá olhando, congelada, como se tivesse visto um fantasma.

—  Eu estou bem , Sam. Estou tão feliz que você está aqui ̵ Ela

gaguejou.

Ele se aproximou e abraçou-a.

— Mãe, esta é Claire, a garota que eu falei por telefone.

 As lágrimas começaram a encher os olhos quando ela colocou a mão

sobre a boca, incapaz de controlar os soluços que se seguiu.

— Mamãe, o que é? O quê? ̵ Sam pegou a mão dela e levou-a para a

mesa para que ele pudesse se sentar.

Eu assisti com horror.

— Sam, eu acho que sou eu.

— Não seja ridícula, Claire.

Eu me aproximei da sua a mãe e peguei sua mão.

— Você me conhece não é?

—  Claire, chega!  –  Disse Sam enquanto entrava abruptamente na

cozinha para pegar um copo de água na pia.

— Senhora Snow, por favor. Eu lhe imploro.

Sam caminhou em minha direção.

— Claire, eu disse chega!

 Apenas quando ele voltou, sua mãe falou.

— Ela está certa, Sam.

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lado toda a emoção. Eu senti sua dor, mas tinha chorado tanto que não havia

nada e agora tinha que ser forte por ele. Levantei sua cabeça e beijei

suavemente seus lábios.

Levei-o para a cama, e ficamos por lá, um abraçados um com o outro.

— Desculpe, Claire.

— Você sente muito por que, Sam?

Este homem amoroso bonito, não tinha nada para pedir desculpas e

quebrou meu coração por ter pedido.

— Sinto muito por não acreditar em você.

Eu acariciava suavemente seu rosto.

— Você não tem nada que se desculpar. Você já esteve aqui para mim

me amando mesmo quando você pensou que eu estava louca.

Sam deu uma ligeira risada. Eu apertei o nariz dele e beijei-lhe os

lábios.

—  A única coisa que importa é que nos encontramos novamente.

Quantas pessoas conseguem isso?

Sam entrelaçou nossos dedos.

— Perdi três anos sem você e acredite em mim, eu vou passar o resto

da minha vida te recompensando.

Ele me puxou para perto e segurou minha cabeça contra seu peito

—  Eu não posso acreditar nisso, Claire. Eu ainda estou tentando

assimilar. como nossos pais foram capazes de fazer isso?

Correção.

— Quer dizer, como é que os MEUS pais fizeram isso? Eu nunca vou

perdoa-los por isso. O que eles fizeram é imperdoável e eu sempre soube que

algo não estava certo.Na manhã seguinte, nós levantamos ,tomamos um banho e nos

vestimos. Sam se aproximou de mim enquanto eu estava dando os últimos

retoques da minha maquiagem.

— Não te machuquei ontem à noite, certo?

Ele perguntou com grande preocupação.

Eu me virei e olhei.

— Não, querido, você não me machucou em nada. Na verdade, foi

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rápido que pude. O hall de entrada foi decorado com arranjos de flores frescas.

Fui até a cozinha, onde um chef e sua equipe estavam preparando os

alimentos. Os garçons e garçonetes ofereciam seus serviços no quintal, tendo

certeza que todos os convidados fossem servidos. Eu saí pela porta do pátio.

— Claire, querida ̵  Disse Corrine quando me abraçou.

— Bem-vinda à casa, querida.

— Oi, mãe. Dei-lhe um beijo em sua bochecha.

— Claire, você está fabulosa . ̵  Disse Zoey quando ela me abraçou e

depois sussurrou. — Você tem algumas explicações a dar.

Revirei os olhos e sussurrei. — Você não tem ideia.

No meio do pátio, havia uma grande tenda branca decorada com luzes

brancas. Dentro da tenda, havia mesas redondas com toalhas brancas e azuis

claras. Arranjos florais frescos com cravos azuis e rosas brancas decoravam as

mesas com a louça de porcelana branca que foi perfeitamente colocada. De

um lado foi preenchido com mesas feitas para presentes, enquanto o outro

abrigava uma mesa para o bolo e várias torres de biscoitos.

— Claire, querida. Harry se aproximou de mim com os braços abertos.

— Oi, pai. Como você está?

— Eu estou bem , querida. Como você está ? Você está maravilhosa . ̵ 

Sorri quando ouvi Rachel e Ally me chamado.

Eu virei e olhei para elas.

— Vai falar com suas amigas. Tenho certeza de que você tem bastante

coisas para por em dia . Harry disse isso, beijou meu rosto e foi embora.

Eu fiquei ali e esperei que elas se aproximassem. Ally veio correndo

em minha direção com os braços abertos com Rachel mais lentamente atrás

dela. Nos abraçamos e fingimos que nada tinha acontecido na loja ontem. Ochá de bebê estava prestes a começar quando Corrine levantou-se e deu um

discurso.

Depois de quatro horas e cerca de algumas centenas de presentes

mais tarde, os convidados começaram a sair dos seus lugares e irem. Zoey e

Dylan estavam sorrindo de orelha a orelha enquanto se olhavam sobre os

generosos presentes que as pessoas lhes deram. Enviei uma mensagem de

texto para Sam.

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— E quanto a vocês, mãe, pai, Zoey? ̵ Os olhei fixamente.

Soltei Sam e me aproximei dos meus pais, rodeando-os enquanto

falava.

—  O que estava fazendo antes do acidente? Com quem estava ?

 Alguém pode me dizer?

Corrine olhou para mim com um olhar severo.

— Claire, nós já passamos por isso milhares de vezes.

— Você está certa, Corrine. ̵ Ela arregalou os olhos .

— Conversamos sobre isso milhares de vezes e tem sido nada mais

que mil mentiras.  –  Gritei no seu rosto. —  Eu acho que Sam e eu não nos

conhecemos em Seattle. Estávamos saindo antes do acidente e me proibiu de

vê-lo novamente, então arrumei minhas coisas e saí de casa, exceto que não

fui muito longe, né mãe?

 As lágrimas encheram seus olhos.

— Claire, é o suficiente . ̵ Disse Harry. Tirei meus olhos de Corrine e

olhei pro do meu pai.

— Eu não estou nem perto de terminar pai , e de todas as pessoas eu

pensei que poderia confiar em você . ̵ Seu rosto mostrava a dor e seus olhos

fecharam lentamente.

— Como você pôde fazer isso? Sou sua filha, sua carne, seu sangue e

destruiu minha vida.

Corrine olhou para mim e apertou sua mandíbula.

— Não, ele destruiu a sua vida . ̵ Disse e apontou para Sam.

Engoli em seco.

— Foi um acidente e poderia ter acontecido com qualquer um. Destruiu

a minha vida no momento em que me proibiu de vê -lo. Se vocês só nostivessem aceitado , o acidente não teria acontecido , então não teria ninguém

para culpar além de si mesma, vadia. ̵ Eu chorei.

Corrine levantou a mão e me deu um tapa no rosto.

Sam suspirou e avançou para mim. Eu puxei meu braço para trás para

bloqueá-lo enquanto Harry agarrou Corrine e abraçou-a. Zoey deu um passo

adiante, mas Dylan segurou. Eu segurei o lado do meu rosto, que estava

picado por causa da sua mão.

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— Você se sente melhor agora, Corrine? Mulher tola, você pensou que

porque tem dinheiro e influência poderia manter Sam longe e nos separar? Mas

acho que o universo tinha outros planos para nós e foram destinados para

encontrar um ao outro novamente.

Zoey falou. — Ela tem razão, mãe.

Eu olhei para ela e apontei o dedo.

— Você deveria ser minha irmã . Como você pode mentir para mim ? ̵ 

 As luzes começaram a piscar na minha mente, como se alguém estivesse

tirando fotos com o flash ligado. Peguei minha cabeça e me ajoelhei no chão,

as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Sam colocou os braços em volta de

mim por trás e se sentou no chão comigo.

— Respire, baby, não lute contra isso . ̵  Sussurrou enquanto beijava

minha cabeça.

Corrine e Harry correram em minha direção.

— Fiquem longe dela ̵ Sam gritou quando olhou para eles.

— Como se atreve? Essa é a minha filha. ̵ Corrine rebateu com raiva.

— Não tem ideia sobre o que sua filha passou. Você não estava lá,

ajudando quando ela teve estas dores de cabeça insuportáveis.

Harry se ajoelhou na minha frente.

— Claire, querida, deixe-nos ajudar.

Eu sorri enquanto as imagens pararam e as luzes desapareceram.

Sam me soltou e ajudou a levantar. Eu virei para ele com o sorriso que nunca

saiu da minha boca.

—  Eu vi você, nós, na praia. Estávamos assistindo o pôr do sol e

sentados em um cobertor. Você empacotou alguns sanduíches para nós; Na

verdade, você trouxe um monte deles e não sabia o que eu gostava. Lembrei-me daquele momento , Sam. ̵  Eu chorei quando ele me abraçou e beijou

suavemente o topo da minha cabeça.

— Você vai se lembrar de muitos ̵ ele sussurrou.

Eu me virei para encarar minha família e amigos. Era hora de dizer

adeus. Todo mundo estava chorando.

— O que cada um de vocês nesta sala nos fez é imperdoável . Cada

um tinha uma parte em fazer os últimos três anos da minha vida um inferno. ̵ 

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 Apontei com o meu dedo para cada pessoa na tenda. —  Poderiam ter me

contado sobre Sam e poderíamos ter tentado voltar mas não fizeram;

esconderam como um pequeno segredo sujo e, portanto, nunca vou perdoar.

Considere-me morta para todos vocês, porque é assim que todos vocês estão

para mim. Agora, me desculpem, eu tenho uma vida para viver. Tomei a mão

de Sam e andei em direção à porta da tenda.

Corrine gritou:

— Claire, não, por favor, não faça isso! Nós te amamos. ̵ Ally e Rachel

correram para o quintal atrás de nós.

— Por favor, Claire, Sam, por favor, nos desculpem .̵ Parei de repente e

virei meu corpo para enfrentá-las.

—  Vocês são minhas melhores amigas? Eu esqueci uma vez e eu

posso facilmente fazer isso de novo. Vocês escolheram o lado da Corrine após

o acidente, em vez do meu . Mesmo quando eu liguei e implorei para que me

dissessem a verdade , ainda não o fizeram . Não são amigas , são pequenas

cachorras nojentas e não quero ver nenhuma de vocês de novo . ̵  Ally e Rachel

começaram a chorar. Harry veio até mim e me implorou para não ir.

— Desculpe, pai, mas você e o resto da família não tem ninguém para

culpar além de si mesmos. O que você fez para manter segredos e contar

mentiras sobre o meu passado é imperdoável. Você e mamãe me deixaram

achar que eu estava dirigindo e alguém morreu no meu carro. Você acha que

seu dinheiro e suas influências podem controlar as pessoas. Bem, você sabe o

que, Harry? Você falhou. Você pode ser capaz de comprar as pessoas e

mantê-las quietas, mas você não pode controlar o destino e o universo. Todo

mundo precisa dar uma boa olhada em si mesmo no espelho e pedir perdão a

Deus. Quando quase morri naquela cama de hospital, uma mulher veio até amim num jardim e me disse que se o nosso amor fosse verdadeiro e eterno,

iríamos nos encontrar novamente. Isso é algo que você nunca pode silenciar.

Todos vocês são patéticos . ̵ Eu balancei a cabeça e Sam colocou o braço em

volta de mim.

Não havia mais lágrimas para cair dos meus olhos. Quando me virei

para ir embora, eu podia ouvir soluços da Corrine. Zoey agarrou meu braço e

me fez virar.

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—  Não faça isso, irmã. Eu sei que tivemos nossas diferenças no

passado, mas agora podemos ser diferentes. Meu bebê vai precisar de você.

Por favor, não vá embora.

Eu olhei para ela e gentilmente coloquei minha mão em seu rosto.

— Embora eu não lembre como o nosso relacionamento costumava ser

antes do acidente, tenho a sensação de que me odiava. Para ser honesta com

você, Zoey, não quero estar perto de uma cadela egoísta como você e ver você

estragar a vida do seu filho. Gosta de ser mãe e esposa de um senador. Você

aprendeu com a melhor que você, e merece tudo o que vem no seu caminho . ̵ 

Eu disse isso enquanto olhava para Corrine.

Sam beijou minha cabeça e me puxou para ele. Virei as costas para

eles e quando eu saí, larguei a mão dele e balancei.

— Adeus, família Montgomery.

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apítulo Dezessete 

Entramos no carro dele, ele dirigiu até virar a esquina e estacionou no

parque. Ele virou o corpo, de modo que ele estava de frente para mim e

agarrou minha mão.

— Você é uma mulher incrível. O que você fez lá precisou de força e

coragem. Eu te amo tanto, Claire Montgomery. ̵ Ele sorriu.

Eu respirei fundo antes de me inclinar e beijar seus lábios suavemente.

— Você é o único que me dá força , Sam. Estar com você é o melhor

que eu já passei . ̵  Eu sorri. — Eu quero e preciso lembrar de nosso tempo

 juntos antes do acidente e a única pessoa que pode ajudar com isso é sua

mãe.

— Claire, eu não estou pronto para ...

— Shh ...̵ Eu disse eu coloquei meu dedo sobre os lábios. — Sua mãe

estava preocupada com suas despesas médicas e seu futuro. Ela fez o que

tinha que fazer para ajudá-lo. Corrine e Harry são pessoas muito convincentes

também. Por que você acha que ela tinha um envelope com as nossas

fotografias? Porque sabia que um dia nos encontraríamos novamente. Você

tem que ir e concertar as coisas com ela. Diga que a perdoou e diga a ela o

quanto você a ama. Você é tudo que ela tem, Sam.

Ele olhou para baixo, enquanto uma lágrima caiu dos seus olhos.

— Você está certa, você vem comigo? ̵ Perguntou ele.

—  Não queria fazer de outra maneira . ̵  Eu sorri antes de beijá-lo

novamente.

Sam respirou fundo, colocou o carro em marcha e dirigiu para a casa

de sua mãe. Quando entrou na garagem, ela estava na frente, plantando

algumas flores. Ela se virou e sorriu quando nos viu. Descemos do carro,

enquanto ela removia as luvas de jardinagem. Sam se aproximou dela e

passou os braços, abraçando-a com força.

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 As lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto enquanto ela continuava

se desculpando uma e outra vez.

— Tudo bem, mamãe . ̵  Disse Sam.

— Não, Sam, não está certo. O que eu fiz foi errado e eu estou muito

envergonhada.

Meu telefone não parava de tocar e tocar. Eu o tirei do meu bolso e vi

que tinha perdido as chamadas de Harry, Zoey, Ally e Rachel. Eu desliguei

meu celular. A primeira coisa que eu faria quando voltasse para Seattle era

comprar um telefone novo.

— Está tudo bem? ̵ Perguntou Sam.

— Tudo está bem. ̵ Eu sorri.

Sam foi para a casa de sua mãe e eu os segui. Ela tinha acabado de

assar uns biscoitos com raspas de chocolate e uma limonada fresca. Ele pediu

para Sam colocar o prato de biscoitos em cima da mesa, enquanto ela estava à

procura de algo. Momentos depois, ela saiu com um telefone e entregou a

Sam.

— Este é o telefone que você tinha antes do acidente. Tem algumas

imagens, mas eu quero que vocês vejam todas as mensagens de texto que

foram enviadas entre vocês. Eu vou voltar para fora e terminar o plantio dessas

flores, enquanto você vê como era a vida antes do acidente.

— Por que você guardou essas coisas, mãe?

Ela colocou a mão em seu rosto e sorriu.

— Porque eu esperava que um dia vocês se encontrassem novamente

e você iria gostaria de saber.

— Eu te amo, mãe.

— Também amo você, Sam. Se precisarem de mim, estarei lá fora.Sam e eu nos sentamos no sofá e começamos a olhar seu telefone.

Começamos com as imagens. Apesar da tela ter uma rachadura,

podíamos ver claramente. Havia apenas algumas fotos nossas que sua mãe

não conseguiu revelar. Havia uma abundância de fotos na praia, minha

formatura e eu em um parque com Ally e Rachel. Eu coloquei minha cabeça no

ombro de Sam, apontando nossas caretas e nós rimos. Ele começou ver as

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