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f. -i ANPM jfeoClÃÇAO NACIONAL DOS PROCURADORES MUNICIPAIS EXCELENTÍSSIMO SENHOR GILMAR MENDES MINISTRO DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Supremo Tribunal Federal 13/08/2015 13:57 0039192 ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROCURADORES MUNICIPAIS - ANPM qualificada nos autos, tendo realizado pedido^ in^sc> na qualidade de amicus curiae, vem respeitosamente perante V. Exa., apresentar MEMORIAIS, para subsidiar o julgamento do presente Recurso Extraordinário. O ponto fulcral a ser debatido no presente caso éa obrigatoriedade imposta pela Constituição Federal, em seu art. 37, II, de reahzaçao de concurso público para provimento de cargos efetivos. O recurso utilizado pelo Município de Itatiba, em contratar escritório de advocacia por inexigibilidade de licitação, nada mais é do que uma burla a norma constitucional que impõe a necessidade de concurso publico. Conforme exposto no v. acórdão do STJ, no RESP 488.842, nada nos autos demonstra que o serviço para o qual se contratou o escritório * «^ não noderia ser realizado pelos próprios procuradores concursados. Afinal, aatividade Zr^ZZZí^ ocontrato era de acompanhamento de processos perante o Tribal de Cont do Estado. Atividade, portanto, bastante corriqueira da Administração Pública. É totalmente descabida a contratação por inexigfcilidade de licitação. Note-se que o STJ se pronunciou no sentido da nulidade do contrato, í Telefone: (61) 3963-9089 -[email protected] - www.anpm.com.br

124 - Petição (39192-2015)

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RE 635.659

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ANPMjfeoClÃÇAO NACIONAL DOSPROCURADORES MUNICIPAIS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR GILMAR MENDES MINISTRO DO EGRÉGIOSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

Supremo Tribunal Federal13/08/2015 13:57 0039192

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROCURADORESMUNICIPAIS -ANPM já qualificada nos autos, tendo realizado pedido^ in^sc> naqualidade de amicus curiae, vem respeitosamente perante V. Exa., apresentarMEMORIAIS, para subsidiar ojulgamento do presente Recurso Extraordinário.

O ponto fulcral a ser debatido no presente caso é aobrigatoriedade imposta pela Constituição Federal, em seu art. 37, II, de reahzaçaode concurso público para provimento de cargos efetivos.

O recurso utilizado pelo Município de Itatiba, em contratarescritório de advocacia por inexigibilidade de licitação, nada mais édo que uma burla anorma constitucional que impõe anecessidade de concurso publico.

Conforme exposto no v. acórdão do STJ, no RESP 488.842, nadanos autos demonstra que oserviço para oqual se contratou oescritório *«^não noderia ser realizado pelos próprios procuradores concursados. Afinal, aatividadeZr^ZZZí^ ocontrato era de acompanhamento de processos perante oTribal de Cont do Estado. Atividade, portanto, bastante corriqueira daAdministração Pública.

Étotalmente descabida acontratação por inexigfcilidade delicitação. Note-se que oSTJ jã se pronunciou no sentido da nulidade do contrato,

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por não estarem presen.es os requisitos da Lei 8.666/93. «-*>**<f£»£ £federal não há mais nada oque se discutir. Afinal, compete ao STJ adefuuçao detpri^n oou não de !ei federal. Assim, não há mais que se *"-»-»*» 'le^dade ou não do contrato, pois não há mais dúvidas quanto àsua tlegahdade.

O texto constitucional é bastante claro em determinar quecompetirá àlegislação, no caso aLei 8.666/93, disciphnar os casos em que não seránecessária alicitação para contratação pela Administração.

Ora se não há mais dúvida quanto àilegalidade do contrato, cabeaesta Suprema Corte decidir defmitivamente ,»e acontratação de advogados (ou^curadores) pübUcos municipais deve ocorrer através de concurso pubüc, nostermos do art. 37, II.

A inexigibilidade de licitação ocorre, excepcionalmente, paracasos em que há uma comprovada singularidade do objeto, bem como megavelZZZ do contratado. Aregra para acontratação de servidores na, ea„» (haja inexigibilidade o» não), mas sim oconcurso publtco. Es.m osp^radlrS mun.cfpais são inegavermente servidores pübHcos essencats para asobrevivência cotidiana da Administração.

Não há dúvida de que a contratação do corpo jurídico doi o,* ii TT e NÃO nelo art. 37, XXI. A regra claramenteMunicípio deve ocorrer pelo art. 37, 11 e nau peio aii. ,

imposta pela Constituição éoconcurso público.

Há no Texto Magno apenas duas exceções ao concurso público,

exceções.

Arealização de um concurso público não émera faculdade doadministrador, trata-se, pelo contrário, de ato obrigatório, imposto pela Constituição.Tanto éassim que aSúmula 685 do STF determina que:

Éinconstitucional toda modalidade de provimento aue Propicie™servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso publico^

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destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira naqual anteriormente investido.

Neste sentido, não são admitidas quaisquer tipos de práticasfraudulentas com intuito deburlar a obrigatoriedade do concurso público.

Interessante analisar calmamente quais as exceções

constitucionais àregra do concurso público. Aprimeira exceção está prevista no próprioinciso II do art. 37 e diz respeito aos cargos comissionados. AConstituição permite quesejam de livre provimento e exoneração aqueles cargos entendidos de confiança, dechefia e assessoramento.

Ainda prevê a Constituição uma segunda exceção, que é aquelatratada no inciso EX do art. 37 daConstituição, que dispõe: "a lei estabelecerá oscasosde contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária deexcepcional interesse público ".

De uma breve leitura das normas constitucionais, percebe-se queaconduta questionada na presente ação éflagrantemente inconstitucional. Eomotivo ébastante óbvio. OMunicípio realizou contratação de pessoas sem concurso público. AMagna Carta não deixa escolha aos entes públicos. A contratação de pessoas paraprovimento de cargos efetivos somente pode ocorrer por concurso público.

O art. 37, II é norma impositiva à Administração Pública. Não setrata de norma aberta, de norma programática, mas sim de regra obrigatória a todo entepúblico. Ea necessidade constitucional de realização de concurso público tem comofundamento maior o princípio damoralidade administrativa.

Juridicamente, pouco há o que se considerar, afinal não háqualquer dúvida de que a regra para contratação pela Administração Pública énecessariamente oconcurso público. As exceções constitucionais são igualmente claras,de modo que aexigência do concurso público somente pode ser dispensada quando setratar de cargo em comissão ou quando houver necessidade temporária de excepcionalinteresse público.

O caso discutido nos autos obviamente não se enquadra emnenhuma das exceções constitucionais ao interesse público, afinal a contratação

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realizada pelo Município é para contratação de serviço de assessoria jurídicapermanente, que, por sinal, jáexiste no Município de Itatiba.

Não há dúvida, portanto, da inconstitucionalidade da condutaperpetrada.

Diante do exposto e do que há nos autos, a requerente ANPMopina pela completa procedência do pedido formulado no Recurso Extraordinário.

Termos em que Pede Deferimento.

Brasília, 10 de agosto de 2015.

íira

Presidente

Jezler Campelloda ANPM

OAB/BA 16.258

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