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Testede d 1º TESTE DE PORTUGUÊS
FERNANDO PESSOA
MODERNISMO ( PAG 29,30,32,33)
Transformação do quotidiano – novas realidades (Consequências de industrialização). Movimento estético e literário XIX – XX.
Recusa da tradição e da monotonia cultural
Estratégias Provocatórias (Mostra às pessoas que as coisas não estão assim tão bem como a poesia tenta mostrar.)
Fernando pessoa introduz em Portugal o modernismo através da revista Orpheu.
O mundo não é tão belo como a literatura tenta mostrar. Por essa razão surge a poesia provocatória de Fernando Pessoa.
Fernando Pessoa é adepto da teoria existencialista.
Existo, logo penso.
Sentir (Emoção) diferente de Pensar (Intelectualização/Racionalização)
Aqui não há emoção
Não foi o que eles sentiram, mas sim o que eles pensaram que sentiram. Em Fernando Pessoa não há sentimentos, apenas racionalização.
Se poesia é o que se pensa e não o que se sente, então poesia é fingimento da realidade.
Primeiro Modernismo
Como movimento de renovação poética, o modernismo pretendeu
por fim à estagnação em que se encontrava o panorama cultural e
literário em Portugal, propondo uma nova visão do mundo.
A poesia já não é a expressão dos sentimentos interiores do poeta,
a poesia é o produto de um acto de intelectualização/racionalização
das emoções. Assim, o que o poeta escreve não é o que o poeta
sente mas sim o que ele pensa que sente.
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O modernismo surgiu como consequência das grandes conquistas
do homem a nível tecnológico e científico e da sua fragilidade
enquanto ser humano num mundo em crise.
Características do modernismo
. Fingimento poético como nova expressão de arte, de faceta anti-
romântica e despersonalizada: a intelectualização substitui o
sentimento (“o poeta é um fingidor”).
. Abandono do idealismo romântico e desprezo por tudo quanto
esteja ligado ao sentimento.
. Predomínio do irracional, do absurdo, do paradoxal e do
imprevisto que choca “os ideais desta nova geração chocaram
os intelectuais da época pelas duas atitude irreverentes e
provocatórias”.
. Desprezo pelo passado e pela tradição, pretendendo-se a
construção de um futuro novo que exalta a vida moderna, o
progresso e o homem novo.
. Abandono do ideal aristotélico de arte (a arte já não existe
apenas pelo prazer estético que provoca, a arte existe sim ao
serviço da sociedade, sobretudo da máquina). Assim, a arte está
ao serviço da força e da energia e não da beleza.
. Culto do interior, do vago e do oculto.
O Modernismo Em Portugal
Entende-se por «Modernismo» um movimento estético, em que a
literatura surge associada às artes plásticas.
As primeiras manifestações modernistas começaram a surgir no
período compreendido entre as duas guerras mundiais, período
marcado por profundas transformações político-sociais não só em
Portugal como na Europa.
O modernismo na literatura foi praticado por duas gerações de
intelectuais ligados a duas publicações literárias:
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. Um primeiro modernismo surgido em 1915, em torno da revista
Orpheu, revista que desejava romper com o convencionalismo,
com as idealizações românticas, chocando a sociedade da
época. Os escritores do Orfismo, como ficaram conhecidos,
queriam imprimir à literatura portuguesa as inovações
europeias.
. Um segundo modernismo organizado em 1927, em torno da
revista Presença, outra importante revista passa a ser
divulgadora dos novos ideais modernistas, que teve como maior
representante, o escritor José Régio.
O Primeiro Modernismo – a Revista Orpheu
. Os únicos dois números desta revista da revista Orpheu,
lançados em Março e Junho de 1915, marcaram a introdução do
modernismo em Portugal
. Tratava-se de uma revista onde Mário de Sá-Carneiro, Almada
Negreiros e Fernando Pessoa, entre outros intelectuais,
publicaram os seus primeiros poemas de intervenção na
contestação da velha ordem literária.
. O primeiro número provocou o escândalo e a troça dos críticos,
conforme era desejo dos autores. O segundo número, que já
incluiu também pinturas futuristas de Santa-Rita Pintor, suscitou
as mesmas reacções. Perante o insucesso financeiro, a revista
teve de «fechar portas».
Revista “Orpheu”
O Segundo Modernismo – a revista Presença
. A revista Presença foi fundada em 1927, em Coimbra, por
Branquinho da Fonseca, João Gaspar Simões e José Régio. Não
obstante ter passado tempos difíceis, não só financeira como
intelectualmente, foi publicada até 1940.
. O movimento que surgiu em torno desta publicação inseriu-se
intelectualmente na linha de pensamento e intervenção iniciada
com o movimento Orpheu, que acabou por integrar.
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Testede d 1º TESTE DE PORTUGUÊS
. Continuou a luta pela crítica livre contra o academismo literário
e, inspirados na psicanálise de Freud, os seus intelectuais
bateram-se pelo primado do individual sobre o colectivo, do
psicológico sobre o social, da intuição sobre a razão.
. Além da produção nacional, a Revista Presença divulgou
também textos de escritores europeus, sobretudo franceses.
Revista “Presença”
Algumas Características do Modernismo:
. Esquecimento do passado e o propósito de construir e criar o
futuro;
. O desprezo por tudo o que é clássico, tradicional e estático
(museus, academias, servilismo aos mestres, etc.);
. Repúdio de sentimentalismo pelo ingresso frenético na vida
activa através da exaltação do homem de acção e
simultaneamente através do repúdio do homem contemplativo;
. Culto da liberdade, da veracidade, da energia, da força física, da
máquina, da violência, do perigo;
. Culto da originalidade através de uma busca incessante de
expressividade máxima;
. Novo conceito de arte: deve ser a força, o dinamismo, o domínio
dos outros;
. O universalismo.
Entre a década de 80 do século XIX e a Primeira Guerra Mundial
(1914-1918), surge o Modernismo, a traduzir a inquietude de
uma época em crise e de grande agitação social. Diversas
correntes estéticas procuram a novidade contra o estabelecido,
numa clara reacção aos valores e aos sistemas políticos, sociais
e filosóficos em vigor. Umas, de carácter novi-romântico,
permitem movimentos tradicionalistas como o neogarrettismo, o
nacionalismo e o integralismo; outras, procurando separar-se da
burguesia e do seu materialismo, tentam a ruptura, apregoando
a liberdade criadora, o cosmopolitismo, a originalidade, todas as
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formas de expressão capazes de traduzir uma nova realidade
para a sua contemporaneidade. Estas novas experiências,
denominadas de Vanguarda ou Vanguardismo, irão constituir o
Modernismo, que abrange ou recobre todos os ismos: futurismo,
cubismo, impressionismo, dadaísmo, expressionismo,
interseccionismo, paulismo, sensacionismo... Fernando Pessoa,
Mário de Sá-Carneiro, Almada-Negreiros, entre outros, que
fizeram no Saudosismo a sua iniciação, rapidamente transitam
para o Modernismo com todas as influências das correntes
estéticas e filosóficas europeias. Com eles, surge a revista
Orpheu a traduzir as novas ideias. Este Primeiro Modernismo
português vê a sua acção prosseguida e esclarecida pelo grupo
da Presença (Segundo Modernismo), com José Régio, Casais
Monteiro, Miguel Torga e outros.
Fernando Pessoa (13.06.1888 – 30.11.1935)
Fernando Pessoa, Ortónimo
. Vertente modernista (textos interseccionistas, paulismo e
sensacionista)
. Vertente saudonista e sabestionista (Mensagem, 1934)
. Vertente popular do cancioneiro
- Sentir vs pensar / Inconsciência vs consciência
- Nostalgia da infância
- Fragmentação do “eu”
Fernando Pessoa, Ortónimo
. Alberto Caeiro, o poeta da Natureza
. Ricardo Reis, o clássico pagão
. Álvaro de Campos, o filho indisciplinado da sensação
- Decadentista (1ª Fase)
- Futurista/Sensacionalista (2ª Fase)
- Intimista, pessoal e pessimista (3ª Fase)
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AUTOPSICOGRAFIA
(Criador – O poeta cria uma realidade outra, advinda do pensamento, ou seja, finge a realidade ao escrever o que pensa ou sentiu.)
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor → Dor fingida - pensamento
A dor que deveras sente. → Dor sentida - sentimento
E os que lêem o que escreve → Leitores
Na dor lida sentem bem → Dor lida – pensamento (interpretação que o(s)
Não as duas que ele teve leitores faz(em) do poeta que leu(ram)
Mas só a que eles não têm
E assim nas calhas de roda → Vida (metáfora)
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda → Coração
Que se chama coração → Sentimento
NOTA:
O fingimento poético é a teoria que diz que aquilo que se escreve não é o
que se sente mas o que se pensa que se sente, logo, não se sente, só se
pensa.
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Sobre o texto “Autopsicografia”
Este texto de Pessoa integra-se na temática da diplomacia sentir vs
pensar. Numa primeira fase o poeta revela ser um criador, um
fingidor, na medida em que diz que o que escreve é fruto não
daquilo que sente mas daquilo que pensa que sente, logo, finge
uma realidade, chegando à ideia de que a poesia não é mais do
que a intelectualização ou racionalização das emoções. Assim, a
dor sentida de facto é a realidade, o seu fingimento é a literatura.
Posteriormente revela que o leitor “sente” uma dor lida, ou seja
“sente” aquilo que pensa que o poeta sentiu quando escreveu. Esta
dor lida, pensada teve origem numa dor sentida própria de cada
ser humano. Finalmente, conclui que o coração/sentimento é como
que um alimento que permite que a razão/pensamento funcione.
A Escrita de Fernando Pessoa tem inúmeras características que o
tornam especial:
Este escrevia sobre o que o rodeava, não se prevenindo de
escrever sobre os seus próprios sentimentos, a sua angústia, a sua
desilusão, a sua solidão, o seu cepticismo, a sua revolta, a sua
saudade da infância, a sua tristeza, tentando por isso criar como
solução para esses problemas todos um mundo dele próprio, de
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fantasia, de sonho, de utopia, não tendo no entanto, tido grande
sucesso nessa tarefa. Retrata muito as ambiguidades que o
rodeiam, as duvidas, as indecisões, as contrariedades, e os
extremamente opostos (gerais ou pessoais), (pensar/sentir,
fingimento/sinceridade, consciência/inconsciência).
Uma das principais características de Fernando Pessoa é a sua
capacidade de escrever sob o nome de diversos heterónimos.
Através destes “pensamentos”, Fernando Pessoa acaba por
mostrar que o mesmo mundo pode ser visto de várias formas
absolutamente diferentes. Os heterónimos, diferentes dos
pseudónimos, são personalidades poéticas completas: Identidades
que em inicio falsas se tornam verdadeiras através da sua
manifestação artística própria e diversa do autor original.
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