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Material Digital do Professor Ciências – 8º ano 2º bimestre – Sequência didática 1 O sistema Sol, Terra e Lua e as fases da Lua, eclipses e estações do ano Duração: 4 aulas Referência do Livro do Estudante: Unidade 2, Capítulo 4 Relevância para a aprendizagem Nesta sequência didática são propostas atividades que envolvem a construção de modelos representativos do sistema Sol, Terra e Lua. Por meio desses modelos, os estudantes poderão investigar e compreender as fases da Lua, eclipses solar e lunar e as estações do ano. Esse conjunto de aulas de caráter investigativo possibilita aos estudantes o desenvolvimento científico, uma vez que eles se envolverão em atividades as quais lhes permitirão realizar a representação de sistemas com modelos simplificados, a observação de fenômenos, a elaboração de hipóteses, a coleta, a organização e a análise de dados. Desse modo, as atividades sugeridas nesta sequência têm o propósito de desenvolver, também, o entendimento dos estudantes acerca da construção de modelos científicos e sua importância para a ciência. Objetivos de aprendizagem Identificar e caracterizar os aspectos observáveis das fases da Lua. Relacionar as fases da Lua às posições relativas do Sol, da Terra e da Lua. Reconhecer a influência das fases da Lua na cultura indígena. Representar o fenômeno do eclipse utilizando modelos representativos do Sol, da Terra e da Lua. Diferenciar o eclipse lunar do solar, comparando-os quanto à posição relativa do Sol, da Terra e da Lua. Compreender a relação entre a inclinação do eixo de rotação da Terra e as estações do ano.

2º bimestre Sequência didática 1 O sistema Sol, Terra e ...€¦ · brasileiros, por exemplo, apresentam diversos mitos e lendas que envolvem a Lua. Comente também que o povo

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Ciências – 8º ano

2º bimestre – Sequência didática 1

O sistema Sol, Terra e Lua e as fases da Lua, eclipses e

estações do ano

Duração: 4 aulas

Referência do Livro do Estudante: Unidade 2, Capítulo 4

Relevância para a aprendizagem

Nesta sequência didática são propostas atividades que envolvem a construção de modelos

representativos do sistema Sol, Terra e Lua. Por meio desses modelos, os estudantes poderão

investigar e compreender as fases da Lua, eclipses solar e lunar e as estações do ano. Esse conjunto de

aulas de caráter investigativo possibilita aos estudantes o desenvolvimento científico, uma vez que

eles se envolverão em atividades as quais lhes permitirão realizar a representação de sistemas com

modelos simplificados, a observação de fenômenos, a elaboração de hipóteses, a coleta, a organização

e a análise de dados. Desse modo, as atividades sugeridas nesta sequência têm o propósito de

desenvolver, também, o entendimento dos estudantes acerca da construção de modelos científicos e

sua importância para a ciência.

Objetivos de aprendizagem

• Identificar e caracterizar os aspectos observáveis das fases da Lua.

• Relacionar as fases da Lua às posições relativas do Sol, da Terra e da Lua.

• Reconhecer a influência das fases da Lua na cultura indígena.

• Representar o fenômeno do eclipse utilizando modelos representativos do Sol, da Terra e da Lua.

• Diferenciar o eclipse lunar do solar, comparando-os quanto à posição relativa do Sol, da Terra e da Lua.

• Compreender a relação entre a inclinação do eixo de rotação da Terra e as estações do ano.

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Ciências – 8º ano

2º bimestre – Sequência didática 1

Competências gerais e específicas (BNCC)

Competências

Gerais

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências,

incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade,

para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e

criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes

áreas.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e

escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens

artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações,

experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que

levem ao entendimento mútuo.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular,

negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e

promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo

responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em

relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

Específicas

2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da

Natureza, bem como dominar processos, práticas e procedimentos da investigação

científica, de modo a sentir segurança no debate de questões científicas,

tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, continuar aprendendo e

colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

3. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos

ao mundo natural, social e tecnológico (incluindo o digital), como também as

relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer

perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos

conhecimentos das Ciências da Natureza.

Objetos de conhecimento e habilidades (BNCC)

Objeto de conhecimento Habilidades

Sistema Sol, Terra e Lua

(EF08CI12) Justificar, por meio da construção de modelos e da observação da Lua no céu, a ocorrência das fases da Lua e dos eclipses, com base nas posições relativas entre Sol, Terra e Lua.

(EF08CI13) Representar os movimentos de rotação e translação da Terra e analisar o papel da inclinação do eixo de rotação da Terra em relação à sua órbita na ocorrência das estações do ano, com a utilização de modelos tridimensionais.

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Ciências – 8º ano

2º bimestre – Sequência didática 1

Desenvolvimento

Aula 1 – Compreendendo as fases da Lua (Parte 1)

Duração: 1 aula (cerca de 45 minutos).

Local: sala de aula.

Organização dos estudantes: inicialmente, sentados em suas carteiras na disposição usual. Em um segundo momento, os

estudantes formarão grupos de quatro integrantes, de modo a construírem um modelo simplificado para a compreensão

das fases da Lua.

Recursos e/ou material necessário: quadro de giz, giz, bolas de tênis de mesa ou de isopor, pedaço de papelão, papel preto,

objeto esférico (bola de tênis, por exemplo), tinta guache preta e amarela, estilete e cola.

Atividade 1 – Levantamento de conhecimentos prévios (15 minutos)

Inicie a aula investigando quais são as concepções dos estudantes a respeito da Lua com

questões como: “O que vocês sabem sobre a Lua?”; “Em relação ao seu tamanho, ela é maior ou menor

que a Terra? E em relação ao Sol?”; “Por que ela é brilhante?”; etc. Aproveite esse momento para

estabelecer com os estudantes algumas características da Lua: a Lua é um astro aproximadamente

esférico que orbita a Terra, sendo o satélite natural do nosso planeta. Faça perguntas aos estudantes

acerca das fases da Lua: “Ao observar a Lua no céu, ela sempre apresenta o mesmo aspecto?”; “Quais

são as fases da Lua?”; “Por que elas ocorrem?”. Anote as respostas dos estudantes no quadro de giz

para possível discussão posterior.

Discuta com os estudantes os movimentos da Terra e da Lua. Explique que esses astros

apresentam movimentos de rotação (em torno de seu próprio eixo) e de translação (em torno do Sol,

no caso da Terra, e em torno da Terra, no caso da Lua). Informe também que a Lua orbita a Terra e por

isso é considerada seu satélite natural. Explique ainda que o tempo que a Lua leva para percorrer uma

volta em torno da Terra é, aproximadamente, o mesmo tempo que leva para dar uma volta completa

em torno de si mesma. Comente que é por isso que a Lua sempre apresenta a mesma face voltada

para a Terra. Amplie a conversa, dizendo que entre Terra, Sol e Lua, a Lua é o menor astro e possui

ambiente frio e seco. Além disso, apresenta superfície rochosa e cheia de crateras que foram formadas

ao longo de milhões de anos por choques de meteoritos.

Atividade 2 – Construindo um modelo para compreender as fases da Lua (30 minutos)

Solicite aos estudantes que se organizem em grupos de quatro integrantes. Proponha que

construam um modelo simplificado, de modo que possam compreender as mudanças de aspecto da

Lua. Distribua os materiais necessários para cada grupo e instrua os grupos a construírem o modelo

seguindo o procedimento a seguir.

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Ciências – 8º ano

2º bimestre – Sequência didática 1

Material necessário por grupo:

• Pedaço de papelão retangular com dimensões aproximadas de 1 m × 1,2 m;

• Pedaço de papel preto suficiente para cobrir o papelão;

• Estilete;

• 8 bolas de tênis de mesa;

• Pincel;

• Cola;

• Tinta guache preta ou aquarela;

• Um objeto esférico maior que uma bola de tênis de mesa, como uma bola de tênis.

Procedimento:

1. Faça um orifício no centro do pedaço de papelão. Esse buraco deve ser suficientemente grande para que uma pessoa consiga passar a sua cabeça por ele. Supervisione o manuseio de materiais cortantes.

2. Utilizando a cola, cubra o papelão com o papel preto.

3. Com o pincel e a tinta, pinte de preto metade da superfície das bolinhas de tênis de mesa.

4. Cole as bolinhas ao redor do orifício circular, de modo que a parte clara de todas elas fique voltada para um dos lados do papelão em distâncias igualmente espaçadas. Elas devem ser coladas de maneira que, vistas de cima, apresentem metades das duas cores e com a cor branca igualmente orientadas para a parte superior do papelão.

5. Pinte o objeto esférico maior com a tinta amarela e cole-o na frente de uma das bolinhas menores. Esse objeto deve ser colado de forma que esteja de frente para uma das faces brancas (claras) da bolinha.

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Ciências – 8º ano

2º bimestre – Sequência didática 1

Avits Estúdio Gráfico/Arquivo da editora

Representação do modelo a ser construído pelos estudantes. (Esquema e elementos

sem proporção de tamanho entre si. Cores fantasia.)

Informe aos estudantes que na próxima aula eles utilizarão esse modelo para investigar as

fases da Lua. Solicite aos grupos que pesquisem a respeito da influência da Lua na cultura e no

conhecimento de povos indígenas brasileiros, como mitos e lendas ou aplicações das observações do

céu nas atividades desses povos.

Aula 2 – Compreendendo as fases da Lua (Parte 2)

Duração: 1 aula (cerca de 45 minutos).

Local: sala de aula.

Organização dos estudantes: em grupos de quatro integrantes, os mesmos da aula anterior, de modo que possam trocar

ideias a respeito do modelo simplificado, construídos por eles, e com base nesse modelo desenvolver a compreensão

acerca das fases da Lua.

Recursos e/ou material necessário: modelo construído na aula anterior, quadro de giz, giz e livro didático.

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Ciências – 8º ano

2º bimestre – Sequência didática 1

Atividade 1 – Identificando as fases da Lua (25 minutos)

Inicie a aula solicitando aos estudantes que se organizem nos grupos formados na aula

anterior. Entregue a eles os modelos construídos na aula anterior. Solicite a cada integrante do grupo,

um de cada vez, que segure horizontalmente a placa de papelão e coloque a cabeça no orifício central.

Peça que observem o aspecto da representação da Lua e que esquematizem, em seus cadernos, cada

aspecto da Lua observado.

Em seguida, apresente aos estudantes as características das fases da Lua e peça a eles que

associem essas fases às posições das bolinhas menores no modelo. Ressalte que o modelo construído

não está em escala, sendo um modelo simplificado para auxiliar a visualização dos aspectos da Lua em

suas diferentes fases.

Com base nas explicações apresentadas na aula anterior e considerando as observações

realizadas utilizando o modelo simplificado, solicite aos estudantes que elaborem hipóteses a respeito

das fases da Lua. Espera-se que eles relacionem os diferentes aspectos desse satélite à porção da sua

superfície que está voltada para a Terra.

Pergunte aos estudantes qual é a duração de um ciclo lunar, ou seja, qual é o intervalo de

tempo necessário para que a Lua apresente o seu aspecto inicialmente observado. Finalmente, faça

um esquema das fases da Lua no quadro de giz ou utilize o livro didático. Assim, os estudantes poderão

verificar se estabeleceram a relação correta entre os esquemas em seus cadernos e as fases da Lua.

Discuta as dúvidas apresentadas pelos estudantes e os auxilie, de modo que se sintam motivados a

recorrerem aos conceitos estudados previamente e aos resultados da observação do modelo, para

elaborar explicações.

Atividade 2 – Discutindo a presença da Lua na cultura indígena brasileira (20 minutos)

Nesse segundo momento da aula, comente que a Lua é o corpo celeste mais próximo da Terra

e que a observação de suas características e aspectos ao longo do tempo sempre despertou

curiosidade dos povos que aqui viveram em diferentes épocas. Mencione que os povos indígenas

brasileiros, por exemplo, apresentam diversos mitos e lendas que envolvem a Lua. Comente também

que o povo indígena construiu, por meio de observações meticulosas e transmissão por linguagem

oral, um profundo conhecimento de seu ambiente, plantas, animais e astros.

Peça aos grupos que apresentem oralmente uma história mitológica relacionada à Lua ou uma

observação da Lua pesquisada por eles. Alguns dos mitos que podem figurar nessas apresentações são

os da origem da mandioca e da vitória-régia. Além disso, os estudantes poderão discutir acerca da

relação entre as fases da Lua e os movimentos de marés observados pelos povos Guarani que

habitavam o litoral; ou acerca da relação entre a luminosidade correspondente a cada fase da Lua e o

comportamento de animais. Os estudantes poderão citar eventos significativos que dependem da fase

da Lua, como o ritual guarani no qual as crianças recebem seus nomes, ocorrendo geralmente na

primeira Lua minguante de agosto.

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Ciências – 8º ano

2º bimestre – Sequência didática 1

Finalmente, discuta com a turma a importância de saber e preservar o conhecimento

construído pelos povos indígenas. Destaque que esse conhecimento é resultado de práticas,

observações e representações mantidas e desenvolvidas por um longo tempo de interação com o

ambiente. Comente também que, em geral, esse conhecimento é transmitido oralmente de geração

em geração. Mencione que uma das ações que visam valorizar e preservar o conhecimento dos povos

indígenas é o Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas que atua em 105 aldeias no

Brasil, disponível em: <http://prodoc.museudoindio.gov.br/> (acesso em: 10 out. 2018).

Aula 3 – Compreendendo a dinâmica dos eclipses com um modelo simplificado

Duração: 1 aula (cerca de 45 minutos).

Local: sala de aula e, se necessário, posteriormente um espaço aberto com incidência solar.

Organização dos estudantes: em grupos de quatro integrantes, de modo a construírem um modelo simplificado para

compreender os eclipses lunar e solar.

Recursos e/ou material necessário: papelão, material para modelar, régua, pregos, linha ou barbante, fonte de luz.

Atividade 1 – Construindo um modelo simplificado para compreender eclipses (30 minutos)

Inicie a aula questionando os estudantes se eles se lembram de algum eclipse que tenham

observado e como acham que esse fenômeno acontece. Durante a conversa, estimule-os a se lembrar

de alguns detalhes desses fenômenos, como o tamanho da Lua, sua cor e tempo de duração.

Indague os estudantes acerca dos tamanhos relativos do Sol, da Terra e da Lua. Em seguida,

apresente alguns questionamentos acerca de características do sistema Sol, Terra e Lua:

• Quantas vezes o Sol é maior que a Terra?

• Quantas vezes a Terra é maior que a Lua?

Escreva no quadro de giz os diâmetros da Terra (aproximadamente 12 742 km) e da Lua

(aproximadamente 3 474 km) e incentive os estudantes a perceber que a Terra é, aproximadamente,

quatro vezes maior que a Lua.

Em seguida, explique que eles construirão um modelo simplificado para que possam

compreender os eclipses. Solicite que formem grupos de quatro integrantes.

Com os estudantes já organizados em grupos, entregue a cada grupo o material necessário

para a construção do modelo.

Material necessário por grupo:

• Pedaço de papelão grosso do tamanho aproximado de uma folha de papel ofício;

• Dois palitos de madeira ou de bambu, semelhantes aos palitos utilizados para churrasco, medindo em torno de 12 cm;

• Material para modelar (massa de modelar, argila, epóxi, etc.);

• Régua;

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Ciências – 8º ano

2º bimestre – Sequência didática 1

• Linha ou barbante;

• Uma fonte de luz (pode ser uma lanterna, um abajur ou até mesmo o Sol).

Nessa atividade, é importante utilizar um papelão grosso, pois esse material será a base para

encaixar as varetas (palitos), as quais serão suportes para as esferas. Vale lembrar que o modelo não

deve ser montado sobre uma folha branca de papel, que, além de ter espessura pequena, refletiria a

luz oriunda da fonte, dificultando as observações.

Solicite aos estudantes que modelem dois objetos aproximadamente esféricos utilizando o

material para modelar. Explique que uma das esferas deve ter diâmetro de 2,5 cm e a outra, de 10 cm.

Em seguida, solicite que encaixem um suporte (palito) em um dos cantos do papelão e o outro, no

canto diametralmente oposto, colocando fita adesiva, do outro lado do papelão, nos locais por onde

os palitos passaram e se fixaram, impedindo que eles se movimentem. Peça que tenham cuidado ao

encaixá-los. Por envolver o manuseio de objetos perfurantes, é importante supervisionar o trabalho

dos grupos. Assim, com os dois suportes já fixados, é preciso encaixar as esferas, uma em cada

extremidade livre dos suportes (palitos). Feito isso, solicite que amarrem a linha ou barbante nos

suportes, logo abaixo da base das esferas, conectando-as. Peça que a linha fique inicialmente paralela

ao papelão.

Pergunte aos estudantes quais configurações do modelo em relação à fonte de luz

correspondem ao eclipse lunar e ao eclipse solar. Explique que ambos eclipses ocorrem quando o Sol,

a Terra e a Lua estão alinhados. Em seguida, utilizando a fonte de luz (a lanterna acesa), solicite aos

estudantes que investiguem sob quais condições ocorrem os dois eclipses. Para tanto, eles podem

verificar a sombra projetada por um corpo no outro. Mencione que eles podem inclinar a base do

modelo em relação à fonte de luz e alterar a altura dos suportes dos objetos.

Avits Estúdio Gráfico/Arquivo da editora

Representação do eclipse lunar utilizando o modelo construído. (Esquema e elementos

sem proporção de tamanho entre si. Cores fantasia.)

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2º bimestre – Sequência didática 1

Proponha que eles representem em seus cadernos, utilizando esquemas simplificados, o

modelo e as características que possibilitaram a observação dos eclipses. Espera-se que os estudantes

compreendam que, para a observação do eclipse solar, o objeto menor (Lua) deve estar mais próximo

da fonte de luz, entre o Sol (lanterna) e a representação da Terra, e que, para a observação do eclipse

lunar, o objeto maior (Terra) deve estar mais próximo à fonte de luz, entre o Sol e a representação da

Lua. Durante as produções, acompanhe os estudantes para aferir o aprendizado dos conceitos

expostos na aula e, se necessário, tire as dúvidas deles.

Atividade 2 – Relacionando as observações do modelo aos fenômenos reais (15 minutos)

Nesse segundo momento da aula, proponha uma discussão com a turma acerca da atividade

experimental realizada. Pergunte aos estudantes quais foram suas dificuldades, se a representação do

modelo em seus cadernos esclareceu a dinâmica dos eclipses.

Mencione que modelos, mesmo que simplificados como o construído por eles, são

importantes por auxiliar na compreensão de fenômenos e por permitirem a elaboração de previsões.

Mencione a distância entre a Terra e a Lua (aproximadamente 384 400 km) e pergunte aos estudantes

se o modelo construído está em escala. Informe-os que os objetos esféricos estão aproximadamente

em escala (o diâmetro da Terra é aproximadamente quatro vezes maior que o da Lua), mas que a

distância entre esses corpos não está em escala. Para que estivesse em escala, seria necessário que a

distância entre os pregos fosse de aproximadamente 4,43 m.

Algumas perguntas podem surgir ou podem ser propostas aos estudantes, por exemplo: “Por

que eclipses não ocorrem toda vez que a Lua está entre a Terra e o Sol ou a quando Terra está entre o

Sol e a Lua?”; “Pessoas em todas as regiões da Terra podem observar um eclipse quando ele ocorre?”.

Encaminhe a discussão, com o auxílio do livro didático e do modelo, para que os próprios estudantes

possam responder a essas perguntas.

Aula 4 – Compreendendo a dinâmica das estações do ano

Duração: 1 aula (cerca de 45 minutos).

Local: sala de aula.

Organização dos estudantes: sentados em suas carteiras de frente para o quadro de giz.

Recursos e/ou material necessário: papelão, material para modelar, régua, pregos, linha ou barbante, fonte de luz.

Inicie a aula perguntando aos estudantes a respeito das estações do ano, quando ocorrem e

quais são suas características. Pergunte a eles se as características usualmente associadas às estações

do ano são verificadas em sua localidade. Em seguida, pergunte a eles o motivo pelo qual temos

diferentes estações ao longo do ano. Nesse momento, é possível que surjam respostas que relacionem

as estações do ano à distância entre a Terra e o Sol. Explique a eles que o fator determinante para a

ocorrência das estações do ano é a inclinação do eixo de rotação da Terra, e não a órbita elíptica da

Terra ao redor do Sol. Sob essa perspectiva, proponha que construam um modelo simplificado para

que possam compreender como a inclinação de um corpo em relação a uma fonte de luz determina a

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Ciências – 8º ano

2º bimestre – Sequência didática 1

intensidade da energia luminosa que incide sobre esse corpo. Para tanto, posicione uma placa rígida,

como um livro grande ou um pedaço de papelão, sobre a mesa. Coloque uma folha de cartolina branca

sobre a placa. Posicione a fonte de luz (pode ser utilizada uma lanterna com diâmetro acima de 10 cm

ou um abajur com um cilindro de papel preto envolvendo a fonte de luz) a uma pequena distância da

placa. Informe os estudantes que é necessário reduzir a iluminação externa para que seja possível

realizar as observações, então mantenha o ambiente escurecido.

Com a ajuda de estudantes voluntários, ligue a fonte de luz e posicione a placa

perpendicularmente à mesa. Peça a um dos estudantes que circule a área iluminada no papel branco.

Em seguida, modifique o ângulo de inclinação da placa em relação à mesa e peça novamente ao

estudante que marque a área iluminada. Realize esse procedimento para ângulos agudos (menores

que 90°) e obtusos (maiores que 90°). Em todas as etapas, solicite que realizem observações. Pergunte,

por exemplo, como a área iluminada varia com a inclinação da placa ou como a intensidade da luz varia

com a inclinação da placa. Peça a eles que anotem essas observações em seus cadernos. Essas

observações podem ser sistematizadas em uma tabela que utiliza os padrões da área e luminosidade

quando a placa está posicionada perpendicularmente à mesa.

Ângulo aproximado Área Intensidade da luz

90° --- ---

120° Maior/menor Mais intensa/menos intensa

45° Maior/menor Mais intensa/menos intensa

Solicite aos estudantes que relacionem as situações observadas de incidência luminosa com as

estações inverno e verão. Proponha uma discussão acerca dessas relações, encaminhando o debate

para que os estudantes compreendam que a placa representa uma parte da Terra (o hemisfério norte

ou sul). Sugira que a placa representa a inclinação do hemisfério sul em relação ao Sol e pergunte a

eles como seria a inclinação do hemisfério norte em relação ao Sol. Com isso, desenvolva a discussão

para que os estudantes compreendam que a inclinação dos hemisférios em relação ao Sol é sempre

oposta e, por isso, as estações também o são.

Para finalizar, faça na no quadro de giz um diagrama da inclinação da Terra em relação ao Sol

em diferentes posições, ou utilize o livro didático, para que os estudantes possam relacionar a

inclinação do eixo de rotação da Terra, a intensidade luminosa e a área iluminada pelo Sol nas

diferentes estações do ano.

Aferição do objetivo de aprendizagem

A avaliação do processo de aprendizagem pode ser realizada por meio das atividades

propostas nesta sequência didática e deve considerar o desenvolvimento individual dos estudantes.

Desse modo, promove-se a avaliação visando a formação do estudante em todas as dimensões,

considerando aspectos procedimentais, atitudinais e elaboração de conceitos.

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Ciências – 8º ano

2º bimestre – Sequência didática 1

Em um primeiro momento, espera-se que os estudantes sejam capazes de caracterizar os

aspectos observáveis da Lua em diferentes posições da sua órbita ao redor da Terra, relacionando

esses aspectos à ocorrência de fases da Lua. No desenvolvimento dessa atividade, os estudantes são

estimulados a pesquisar a influência das fases da Lua no contexto da cultura indígena. Dessa maneira,

eles poderão valorizar o conhecimento construído empiricamente pelos povos indígenas, assim como

poderão conhecer, valorizar e difundir aspectos dessa cultura.

Em seguida, espera-se que os estudantes consigam compreender como as posições relativas

entre Sol, Terra e Lua possibilitam a ocorrência de eclipses. Espera-se também que eles sejam capazes

de caracterizar cada um desses eclipses e compreender suas particularidades, como o motivo pelo qual

não há um eclipse lunar e outro solar uma vez por mês. Por fim, espera-se que os estudantes sejam

capazes de relacionar a ocorrência das estações do ano com a inclinação do eixo de rotação da Terra

e não com a posição relativa da Terra ao Sol.

A construção de modelos, mesmo que simples, possibilita aos estudantes a investigação dos

fenômenos representados. Dessa maneira, fomenta-se o desenvolvimento científico dos estudantes,

estimulando-os a pensar sistematicamente nos fenômenos para a construção de modelos, a realizar

observações, a elaborar e testar hipóteses. É importante que os estudantes compreendam as

limitações dos modelos construídos, como a representação fora de escala proposta em alguns casos,

uma vez que explorar essas limitações também faz parte da prática da investigação científica.

Além disso, as atividades investigativas possibilitam levantamento de hipóteses, coleta e

organização de dados, bem como mobilização de conceitos trabalhados ao longo das aulas de Ciências

e sua contextualização, considerando situações familiares aos estudantes. Finalmente, destacam-se

como elementos avaliativos o trabalho em equipe e o desenvolvimento das habilidades sociais dos

estudantes, por meio da rotatividade de funções no grupo, bem como a participação nos debates e

discussões.

Além disso, é possível promover uma autoavaliação dos estudantes com os seguintes

questionamentos:

• O que eu compreendi a respeito da relação entre o sistema Sol, Terra e Lua e fenômenos como as fases da Lua, os eclipses e as estações do ano?

• Qual foi minha maior dificuldade nos experimentos investigativos?

Questões para auxiliar na aferição

Além das atividades propostas nesta sequência didática, algumas questões podem ser

utilizadas para aferir a aprendizagem dos estudantes em relação aos objetivos aqui explorados. Por

exemplo:

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2º bimestre – Sequência didática 1

1. A Lua, satélite natural da Terra, exerce grande influência sobre a cultura, desde as primeiras civilizações. Sua presença, seguida de suas mudanças, possibilitou a marcação do tempo e inspirou a criação de mitos, lendas e diversas manifestações artísticas, tanto na literatura quanto nas artes plásticas. Dentre tantas formas de manifestações, podemos citar a obra A Lua (1928, óleo sobre tela, 110 cm × 110 cm, Coleção particular, SP) de Tarsila do Amaral (1886-1973). Procure uma reprodução dessa obra na internet e pesquise um pouco a respeito da pintora e sua obra. Registre em seu caderno o resultado de sua pesquisa e suas impressões acerca da obra. O que pode ser observado na obra? Qual é a fase da Lua representada no quadro?

2. Durante a ocorrência de um eclipse solar, o que um observador na Lua observaria ao olhar para a Terra?

3. Uma pessoa que mora na região por onde passa a linha imaginária do equador observou que, em um mesmo horário, sua sombra projetada é maior no inverno que no verão. Como você explicaria isso?

Gabarito das questões

1. Espera-se que o estudante pesquise a obra, faça apontamentos acerca de Tarsila do Amaral e sua contribuição para o movimento modernista brasileiro e registre suas impressões da obra. Espera-se também que ele consiga relacionar a representação da Lua à fase crescente da Lua.

2. Espera-se que o estudante compreenda que, durante um eclipse solar, o Sol, a Terra e a Lua estão alinhados, e a Lua está posicionada entre o Sol e a Terra. Dessa maneira, um observador na Lua, ao olhar a Terra, veria uma pequena região sombreada.

3. Espera-se que o estudante seja capaz de relacionar o tamanho da sombra projetada nas diferentes estações do ano à inclinação do eixo de rotação da Terra. No inverno, os raios solares incidem na região por onde passa a linha do equador com maior inclinação, resultando na projeção de uma sombra de maior tamanho. Já no verão, os raios solares incidem nessa mesma região com menor inclinação, resultando em uma sombra de menor tamanho.