9
2. KALECKI: DEMANDA EFETIVA E CICLO ECONÔMICO 2.2. Investimentoe Ciclo Econ ômico Ciclo Econômico Kalecki, TDE, cap. 11 As equações que determinam o processo dinâmico O ciclo econômico automático O “teto” e o “fundo Flutuações explosivas e amortecidas Possas e Baltar (1981), Demanda Efetiva e dinâmica em Kalecki (seção 5 ) Possas (1999), Demanda Efetiva, Investimento e Dinâmica (seção 4 )* 16/02/16 1 Base para análise da dinâmica cíclica da economia: Nível de atividades é determinado pelo investimento: ! " = $ "%& +(+) *−, *−- *−, Investimento determinado, com defasagem, pelo nível de atividades e pela taxa de modificação deste nível: $ "./ = 0 *.1 2 " +3 4 ∆6 " ∆" +7 ∆! " ∆" +8Logo o investimento é determinado, com defasagem, pelo nível e taxa de modificação do próprio investimento. As equações que determinam o processo dinâmico “Demonstrou-se no capítulo 5 que, dada essa suposição, o nível das atividades econômicas é determinado pelo investimento. Ademais, demonstrou-se no capítulo 9 que o investimento é determinado, com um certo hiato temporal, pelo nível das atividades econômicas e pela taxa de modificação desse nível. Conclui-se que o investimento a um dado tempo é determinado pelo nível e pela taxa de modificação do nível de investimento numa ocasião anterior. Veremos adiante que isso nos fornece a base para uma análise do processo econômico dinâmico e em particular nos permite demonstrar que esse processo envolve flutuações cíclicas.” (Kalecki, M. (1977[1954]), p.143) 16/02/16 2 Ciclo Econômico Base para análise da dinâmica cíclica da economia: o investimento como função do nível e taxa de modificação do investimento defasado Sendo: S t =I t ∆6 " = * *−, ∆$ "%& ∆" ∆! " = * *−- *−, ∆$ "%& ∆" É possível reescrever a equação do investimento da seguinte forma: $ "./ = 0 *.1 2 " +3 4 ∆6 " ∆" +7 ∆! " ∆" +8$ "./ = 0 *.1 $ " + 3 9 *%, ∆$ ":& ∆" + 7 *%- *%, ∆$ ":& ∆" +8$ "./ = 0 *.1 $ " + 3 9 *%, + 7 *%- *%, ∆$ ":& ∆" +816/02/16 3 Ciclo Econômico Base para análise da dinâmica cíclica da economia: o investimento como função do nível e taxa de modificação do investimento defasado “(O) capítulo 9 nos dá a equação que determina o investimento: Consideremos agora as equações que são relevantes para nosso estudo do ciclo econômico. Da suposição do equilíbrio do comércio externo e do orçamento, conclui-se que a poupança é igual ao investimento: S=I. (...) Conclui-se então diretamente da equação (8ʹ) que: e da equação (10ʹ) que: Fazendo a substituição de ∆P/∆t e ∆O/∆t por essas expressões (...) ” (Kalecki, M. (1977[1954]), p.144-5) d t O e t P b S c a I t t t t ʹ + Δ Δ + Δ Δ ʹ + + = + 1 θ ΔP t Δt = 1 1 q ΔI tω Δt ΔO t Δt = 1 1 q ( ) 1 # α ( ) ΔI tω Δt ( )( ) d t I q e t I q b I c a I t t t t ʹ + Δ Δ ʹ + Δ Δ + + = + ω ω θ α 1 1 1 1 16/02/16 4 Ciclo Econômico

2. KALECKI ... · 2. KALECKI: DEMANDA EFETIVA E CICLO ECONÔMICO 2.2. Investimento e Ciclo Econômico Ciclo Econômico Kalecki, TDE, cap. 11 As equações que determinam o processo

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2. KALECKI:DEMANDAEFETIVAECICLOECONÔMICO

2.2.InvestimentoeCicloEconômico

CicloEconômico

Kalecki,TDE,cap.11Asequaçõesquedeterminamoprocessodinâmico

OcicloeconômicoautomáticoO“teto”eo“fundo

Flutuaçõesexplosivaseamortecidas

PossaseBaltar (1981),DemandaEfetivaedinâmicaemKalecki(seção5)Possas(1999),DemandaEfetiva,InvestimentoeDinâmica(seção4)*

16/02/16 1

Baseparaanálisedadinâmicacíclicadaeconomia:• Níveldeatividadesédeterminadopeloinvestimento:

!" =$"%& + ( +) * − ,

*− - *− ,

• Investimentodeterminado,comdefasagem,peloníveldeatividadesepelataxademodificaçãodestenível:$"./ =

0

*.12" + 3

4 ∆6"

∆"+ 7

∆!"

∆"+ 8’

• Logooinvestimentoédeterminado,comdefasagem,peloníveletaxademodificaçãodopróprio investimento.

As equações que determinamo processo dinâmico

“Demonstrou-se no capítulo 5 que, dada essa suposição, o nível das atividadeseconômicas é determinado pelo investimento. Ademais, demonstrou-se nocapítulo 9 que o investimento é determinado, com um certo hiato temporal,pelo nível das atividades econômicas e pela taxa de modificação desse nível.Conclui-se que o investimento a um dado tempo é determinado pelo nível epela taxa de modificação do nível de investimento numa ocasião anterior.Veremos adiante que isso nos fornece a base para uma análise do processoeconômico dinâmico e em particular nos permite demonstrar que esse processoenvolve flutuações cíclicas.” (Kalecki,M. (1977[1954]), p.143)

16/02/16 2

CicloEconômico

Base para análise da dinâmica cíclica da economia: o investimento comofunção do nível e taxa de modificação do investimento defasado

Sendo:

St = It

∆6" =*

* − ,

∆$"%&

∆"

∆!"=*

* − - * − ,

∆$"%&

∆"

É possível reescrever a equação do investimento da seguinte forma:

$"./ =0

*.12" + 3

4 ∆6"

∆"+ 7

∆!"

∆"+ 8’

$"./ =0

*.1$" +

39

*%,

∆$":&

∆"+

7

*%- *%,

∆$":&

∆"+ 8’

$"./ =0

*.1$" +

39

*%,+

7

*%- *%,

∆$":&

∆"+ 8’

16/02/16 3

CicloEconômico

Base para análise da dinâmica cíclica da economia: o investimento comofunção do nível e taxa de modificação do investimento defasado

“(O) capítulo 9 nosdá a equação que determina o investimento:

Consideremos agora as equações que são relevantes para nosso estudo dociclo econômico. Da suposição do equilíbrio do comércio externo e doorçamento, conclui-se que a poupança é igual ao investimento: S=I. (...)

Conclui-se então diretamente da equação (8ʹ) que:

e da equação (10ʹ) que:

Fazendo a substituição de ∆P/∆t e ∆O/∆t por essas expressões (...)

” (Kalecki, M. (1977[1954]), p.144-5)

dtOe

tPbS

caI tt

tt ʹ+Δ

Δ+

Δ

Δʹ+

+=+ 1θ

ΔPtΔt

=11− q

ΔIt−ωΔt

ΔOt

Δt=

11− q( ) 1− #α( )

ΔIt−ωΔt

( )( )d

tI

qe

tI

qbI

caI tt

tt ʹ+Δ

Δʹ−−

Δ

−+

+= −−

+ωω

θ α1111

16/02/16 4

CicloEconômico

Page 2: 2. KALECKI ... · 2. KALECKI: DEMANDA EFETIVA E CICLO ECONÔMICO 2.2. Investimento e Ciclo Econômico Ciclo Econômico Kalecki, TDE, cap. 11 As equações que determinam o processo

Base para análise da dinâmica cíclica da economia: o investimento comofunção do nível e taxa de modificação do investimento defasado

$"./ =0

*.1$" +

39

*%,+

7

*%- *%,

∆$":&

∆"+ 8’

• 0

*.1$": captura influência da poupança corrente (a) e modificação da

capacidade produtiva [1/(1+c)];

• 39

*%,+

7

*%- *%,: captura influência da taxa de modificação dos lucros

39

*%,e da produção 7

*%- *%,.

“Assim, o investimento ao tempo t + θ é função do investimento aotempo t e da taxa de modificação do investimento ao tempo t – ω. Oprimeiro termo do segundo membro da equação representa ainfluência sobre as decisões de investir exercida pela poupançacorrente (coeficiente a) e também o efeito negativo do aumento dosequipamentos (coeficiente 1/1+c). Devemos lembrar que 1/1+c < 1. Osegundo termo representa a influência da taxa de modificação doslucros (coeficiente bʹ/1–q) e da produção [coeficiente e/(1–q)(1–αʹ)]. ”(Kalecki, M. (1977[1954]), p.146) 16/02/16 5

CicloEconômico

Base para análise da dinâmica cíclica da economia: o investimento comofunção do nível e taxa de modificação do investimento defasado

$"./ =0

*.1$" +

39

*%,+

7

*%- *%,

∆$":&

∆"+ 8’

• δ = a/1+c.δ + dʹ: condição para que o sistema possa ser estático, isto é,para que possa permanecer em repouso ao nível de investimento brutoigual à depreciação (It+θ= It = δ), sem que operem modificações de LP.

“Na mesma linha de nossa abstração provisória das modificações alongo prazo, supusemos acima que A, Bʹ e E são estritamenteconstantes. Devemos supor o mesmo com relação a dʹ, mas veremosque além disso o nível de dʹ deve estar de acordo com outra condiçãopara que o sistema possa ser “estático”. De fato, tal sistema deve sercapaz de permanecer em repouso ao nível do investimento queé igualà depreciação, δ. Para esse estado do sistema, o investimento, I, épermanentemente estável no nível δ e ∆I, é claro, é igual a zero. Aequação (21) fica dessa forma reduzida a: δ = a/1+c . δ + dʹ (22) quevem a ser a condição que d’ tem que preencher para que o sistemaseja estático no sentido de que não se operem modificações a longoprazo.” (Kalecki, M. (1977[1954]), p.146)

16/02/16 6

CicloEconômico

Base para análise da dinâmica cíclica da economia: o investimento líquidocomo função do nível e taxa de modificação do investimento líquido defasado

$"./ =0

*.1$" +

39

*%,+

7

*%- *%,

∆$":&

∆"+ 8’

; =0

*.1; + 84 logo 84 = ; −

0

*.1; para que It+θ= It = δ

$"./ =0

*.1$" +

39

*%,+

7

*%- *%,

∆$":&

∆"+ ; −

0

*.1;

$"./ − ; =0

* + 1$" − ; +

34

* − ,+

7

*− - *− ,

∆$"%&

∆"

Sendo E = $ − ; e ∆E∆"=

∆$∆"

E"./ =0

* + 1E" +

34

* − ,+

7

*− - *− ,

∆E"%&

∆"

E"./ =0

*.1E" + F

∆E":&

∆"onde F = 39

*%,+

7

*%- *%,=

*

*%,34 +

7

*%-

16/02/16 7

CicloEconômico

*Complementar

Base para análise da dinâmica cíclica da economia: o investimento líquidocomo função do nível e taxa de modificação do investimento líquidodefasado: E"./ =

0

*.1E" + F

∆E":&

∆"

“Pormeiodasubtraçãodaequação(22)daequação(21),obtemos:It+θ – δ=a/1+c.(It – δ)+1/1–q.(bʹ+e/1–αʹ)∆It– ω/∆t.

Representemos por i o desvio do investimento com relação àdepreciação, I – δ. Como δé uma constante, ∆i/∆t = ∆I/∆t e temos:

(23)

A equação (23) pode ser escrita assim: (23’)

” (Kalecki, M. (1977[1954]), p.146-7)

it+θ =a1+ c

it +11− q

"b + e1− "α

#

$%

&

'(Δit−ωΔt

it+θ =a1+ c

it +µΔit−ωΔt

16/02/16 8

CicloEconômico

Page 3: 2. KALECKI ... · 2. KALECKI: DEMANDA EFETIVA E CICLO ECONÔMICO 2.2. Investimento e Ciclo Econômico Ciclo Econômico Kalecki, TDE, cap. 11 As equações que determinam o processo

O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-estável)

E"./ =0

* + 1E" + F

∆E"%&

∆"

0

*.1E" captura a influência da:

ü poupança corrente (a); e

ü variação da capacidade produtiva (*

*.1);

F∆E":&

∆"=

39

*%,+

7

*%- *%,

∆E":&

∆"captura a influência da taxa de

modificação:

ü dos lucros (39

*%,); e

ü da produção (7

*%- *%,).

16/02/16 9

CicloEconômico

O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-estável)

E"./ =0

* + 1E" + F

∆E"%&

∆"

Prosperidade Recessão Depressão RecuperaçãoA B C D E A’ B’ C’ D’ E’

it =0 >0 >0 >0 >0 =0 <0 <0 <0 <00

* + 1E" =0 <it <it <it <it =0 >it >it >it >it

F∆E"%&

∆">0 >0 >0 =0 <0 <0 <0 <0 =0 >0

it+θ >it >it =it <it <it <it <it =it >it >it 16/02/16 10

CicloEconômico

• Quandooinvestimento líquidoézero(E" = G),economianãosedetém.

• Quandooinvestimentosedetém(∆E":&∆"

= G),reverte.

O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-estável)

Partindo de um ponto inicial (A) onde it=0 e vindo de um movimentoascendente, a variação no nível de atividade e do lucro, capturados nosegundo elemento, estimulam a elevação do investimento.A: 0

*.1E" = G (pois E" = G,

0

*.1< *) e F ∆E":&

∆"> G logo E"./ > E"

Num segundo ponto (B) no período de prosperidade, o movimentoascendente ainda estimula a elevação do investimento, apesar de serparcialmente contrabalançado pela combinação da disponibilidade derecursos com a ampliação da capacidade associada ao nível mais elevado deinvestimento.B: 0

*.1E" < E" (pois E" > G,

0

*.1< *) e F ∆E":&

∆"> G logo E"./ > E"

16/02/16 11

CicloEconômico

$"./ =0

*.12" + 3

4 ∆6"

∆"+ 7

∆!"

∆"+ 8’

E"./ =0

* + 1E" + F

∆E"%&

∆"

O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-estável)

No terceiro ponto (C), o estímulo do crescimento econômico e dos lucros,capturado pelo segundo componente da fórmula, é exatamente compensadopelo desestímulo gerado pela ampliação da capacidade produtiva combinado àpossibilidade de reinvestimento parcial da poupança, capturado pelo primeirocomponente, fazendo com que a economia se detenha (D).C-D: 0

*.1e F são tais que economia se detém em C-D logo E"./ = E"

A detenção faz com que o ciclo inicie sua reversão, entrando na fase derecessão, visto que a variação do nível de atividade e dos lucros não exercenenhum estímulo aos investimentos, enquanto a expansão da capacidadepressiona pela queda dos investimentos no período posterior.D: 0

*.1E" < E" (pois E" > G,

0

*.1< *) e F ∆E":&

∆"= G logo E"./ < E"

16/02/16 12

CicloEconômico

$"./ =0

*.12" + 3

4 ∆6"

∆"+ 7

∆!"

∆"+ 8’

E"./ =0

* + 1E" + F

∆E"%&

∆"

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O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-estável)

Esta queda (E) faz com que a nova decisão de investimento seja influenciadapelo movimento descendente da economia (menor lucro e menor nível deatividade), agravado pelo investimento líquido ainda positivo, levando a quedasubsequente.E: 0

*.1E" < E" (pois E" > G,

0

*.1< *) e F ∆E":&

∆"< G logo E"./ < E"

Neste ponto (A’), o investimento atinge o nível de depreciação e a novadecisão de investimento seguirá o movimento de queda, tendo em vista ainfluência da trajetória descendente.A’: 0

*.1E" = G (pois E" = G,

0

*.1< *) e F ∆E":&

∆"< G logo E"./ < E"

16/02/16 13

CicloEconômico

$"./ =0

*.12" + 3

4 ∆6"

∆"+ 7

∆!"

∆"+ 8’

E"./ =0

* + 1E" + F

∆E"%&

∆"

O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-estável)

No período seguinte (B’), na fase de depressão, a trajetória descendentecontinua a ter influência negativa nas decisões de investimento, que, agora,passa a ser parcialmente compensada pelo fato de o investimento ser menordo que o nível de depreciação, diminuindo a capacidade produtiva.B’: 0

*.1E" > E" (pois E" < G,

0

*.1< *) e F ∆E":&

∆"< G logo E"./ < E"

No próximo ponto (C’), a influência negativa da trajetória descendente sobre onível de atividade e lucros, capturado no segundo componente, passa a serexatamente compensado pelo elevado nível de desinvestimento e redução dacapacidade provocados pela depreciação.C’-D’: 0

*.1e F são tais que economia se detém em C-D logo E"./ = E"

16/02/16 14

CicloEconômico

$"./ =0

*.12" + 3

4 ∆6"

∆"+ 7

∆!"

∆"+ 8’

E"./ =0

* + 1E" + F

∆E"%&

∆"

O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-estável)

A economia, então, se detém (D’), provocando o início da recuperação. Adetenção faz com que o segundo componente (relativo à variação dos níveisde atividade e lucro) não tenha impacto sobre a decisão de investir, enquantoa corrosão da capacidade produtiva estimula a retomada dos investimentos.D’: 0

*.1E" > E" (pois E" < G,

0

*.1< *) e F ∆E":&

∆"= G logo E"./ > E"

No ponto seguinte (E’), o início da trajetória ascendente estimula novaelevação dos investimento, reforçada pela depreciação que ainda corrói acapacidade produtiva.E’: 0

*.1E" > E" (pois E" < G,

0

*.1< *) e F ∆E":&

∆"> G logo E"./ > E"

A economia finalmente alcança novamente o nível de depreciação (A),recomeçando o ciclo.

16/02/16 15

CicloEconômico

$"./ =0

*.12" + 3

4 ∆6"

∆"+ 7

∆!"

∆"+ 8’

E"./ =0

* + 1E" + F

∆E"%&

∆"

O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-estável)

e

Ciclo econômico automático estável resultante do efeito dual e defasado doinvestimento sobre a demanda agregada e sobre a capacidade produtiva,gerando flutuação do investimento, renda e nível de emprego.

“A ideia central de Kalecki sobre o movimento cíclico de uma economiacapitalista pode ser sintetizada pela bem conhecida referência ao papelcontraditório do processo de investimento ao gerar, de um lado,estímulos dinâmicos através da demanda efetiva e, de outro, na criaçãode nova capacidade produtiva que este mesmo processosimultaneamente engendra, e que terá de ser de algummodo ocupadaa seguir, sob pena de dificultar o prosseguimento daquele mesmoimpulso inicial. A conjunção de ambos os efeitos num padrão temporalnecessariamente assimétrico dá lugar a um mecanismo que tende agerar, endogenamente, flutuações no nível da atividadeeconômica(...)”. (Possas e Baltar, 1981, p.131)

16/02/16 16

CicloEconômico

$"./ =0

*.12" + 3

4 ∆6"

∆"+ 7

∆!"

∆"+ 8’ E"./ =

0

* + 1E" + F

∆E"%&

∆"

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O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-estável)

e

Ciclo econômico automático estável resultante do efeito dual e defasado doinvestimento sobre a demanda agregada e sobre a capacidade produtiva,gerando flutuação do investimento, renda e nível de emprego.

“(O) investimento, enquanto resultado da decisão de ampliar acapacidade produtiva das unidades capitalistas, responde a estímulosprovenientes de uma expansão da demanda efetiva, por intermédio doefeito que esta exerce sobre a rentabilidade esperada do novo capitalaplicado. Simetricamente, reagirá de maneira desfavorável frente àredução da rentabilidade associada ao incremento da capacidadeprodutiva decorrente do próprio investimento”. (Possas e Baltar, 1981,p.132)

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CicloEconômico

$"./ =0

*.12" + 3

4 ∆6"

∆"+ 7

∆!"

∆"+ 8’ E"./ =

0

* + 1E" + F

∆E"%&

∆"

O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-estável)

E"./ =0

*.1E" + F

∆E":&

∆"

• A: 0

*.1E" = G (pois E" = G,

0

*.1< *) e F ∆E":&

∆"> G

O ciclo econômico automático

“Discutiremos agora a tendência cíclica inerente à equação (23ʹ). Emtoda essa discussão, a suposição de que o coeficiente a/1+c é menorque 1é de importância crucial.

Imaginemos que principiamos da posição onde it =0, isto é, do ponto Aonde o investimentoé igualà depreciação (ver gráfico 10). Imaginemosainda que ∆it – ω/∆t > 0. Isso quer dizer que antes de A ser alcançado oinvestimento estava abaixo do nível de depreciação mas subindo em suadireção. Agora fica claro que it + θ é positivo, porque o primeirocomponente do segundo membro da equação (23ʹ) [a/(1+c)].it = 0 e osegundo, μ.∆it – ω/∆t > 0. Em outras palavras, i aumentou assim atéchegar ao ponto B acima do nível da depreciação.” (Kalecki, M.(1977[1954]), p.147)

16/02/16 18

CicloEconômico

O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-estável)

E"./ =0

*.1E" + F

∆E":&

∆"

• B: 0

*.1E" < E" (pois E" > G,

0

*.1< *) e F ∆E":&

∆"> G

“Contudo, depois de i ter-se tornado positivo, o problema de suacontínua elevação, istoé, se it + θ é maior que it, depende do valor doscoeficientes a e μ. De fato, o primeiro componente de it + θ, isto é,[a/(1+c)].it, é mais baixo que i, porque supusemos que o coeficientea/(1+c) < 1; e isso tende a reduzir it+θ abaixo do nível de it. Por outrolado, o segundo componente μ.∆it – ω/∆t é positivo, porque i estava seelevando antes de alcançar o nível de it, e isso tende a aumentar it+θacima do nível de it. Há, portanto, duas alternativas no caso: que oscoeficientes a/1+c e μ são tais que a elevação do investimento sedetém no ponto C; ou que a elevação continua até que as atividadeseconômicas cheguem a um nível onde um aumento adicional não sejamais permitido por escassez da capacidade produtiva existente ou damão-de-obra disponível. ” (Kalecki, M. (1977[1954]), p.147-8)

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CicloEconômico

O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-estável)

E"./ =0

*.1E" + F

∆E":&

∆"

• C-D: 0

*.1e F são tais que economia se detém em C-D

• D: 0

*.1E" < E" (pois E" > G,

0

*.1< *) e F ∆E":&

∆"= G

• E: 0

*.1E" < E" (pois E" > G,

0

*.1< *) e F ∆E":&

∆"< G

“Tomemos a primeira alternativa. Depois de o investimento ter-se detido em C, nãopode ser mantido nesse nível, mas tem que cair de D para E. De fato, representando onível máximo de i por itop, temos para o ponto D: it = itop e ∆it – ω/∆t = 0.Assim, para it + θ ao ponto E, o componente μ.∆it – ω/∆té igual a zero e o componente[a/(1+c)].itopé menor que itop porque a/1+c < 1. Consequentemente, it+θ é menor queitop e o investimento cai de seu nível mais altoaté o ponto E.Dali para diante o investimento sedeslocará para baixo, istoé, it+θ será mais baixo queit, por duas razões: o componente [a/(1+c)].it será menor que it, e o componente μ.∆it– ω/∆t será negativo. Dessa forma, i finalmente cairá a zero, isto é, o investimentochegará ao nível da depreciação.” (Kalecki, M. (1977[1954]), p.148)

16/02/16 20

CicloEconômico

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O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-estável)

E"./ =0

* + 1E" + F

∆E"%&

∆"

• A’: 0

*.1E" = G (pois E" = G,

0

*.1< *) e F ∆E":&

∆"< G

• B’: 0

*.1E" > E" (pois E" < G,

0

*.1< *) e F ∆E":&

∆"< G

• C’-D’: 0

*.1e F são tais que economia se detém em C-D

• D’: 0

*.1E" > E" (pois E" < G,

0

*.1< *) e F ∆E":&

∆"= G

• E’: 0

*.1E" > E" (pois E" < G,

0

*.1< *) e F ∆E":&

∆"> G

16/02/16 21

CicloEconômico

O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-estável)

E"./ =0

* + 1E" + F

∆E"%&

∆"

“Desse ponto em diante, o padrão da fase de prosperidade serepe}ráde modo inverso na fase de depressão. Depois de o nível dedepreciação ter sido cruzado no sentido descendente no ponto Aʹ, odeclínio do investimento con}nuará até finalmente deter-se em Cʹ.Contudo, o investimento não se manterá nessa posição, elevando-sede Dʹ para Eʹ e chegando de novo ao nível da depreciação.

Essas flutuações do investimento serão acompanhadas por flutuaçõesdas rendas, da produção e do nível de emprego. A natureza da relaçãoentre o investimento, de um lado, e o montante da renda real e daprodução do setor privado, do outro, se acha explicitada no capítulo5.” (Kalecki, M. (1977[1954]), p.148)

16/02/16 22

CicloEconômico

O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-estável)

E"./ =0

* + 1E" + F

∆E"%&

∆"

Quando a economia cruza o nível de depreciação (E" = G), tende a seguir seumovimento (expansão/contração), devido à variação (elevação/redução) doslucros e da produção na mesma direção (F ∆E":&

∆"> G).

“O mecanismo dos ciclos econômicos acima referido baseia-se em doiselementos: (a) quando o investimento alcança o nível da depreciação vindode baixo (no ponto A), não se detém nesse ponto, mas cruza-o, deslocando-separa cima. Isso porque a elevação do investimento, e consequentemente oaumento dos lucros e do montante da produção antes de se alcançar o nívelda depreciação, faz com que o investimento seja superior àquele nível noperíodo subsequente. O equilíbrio estático só pode ocorrer se o investimentoestiver no nível da depreciação e se, além disso, seu nível não se tivermodificado no passado recente. A segunda condição não é preenchida em A eessa é a razão pela qual o movimento ascendente continua. Quando oinvestimento atinge o nível da depreciação vindo de cima (no ponto Aʹ), asituação é análoga, isto é, o investimento não pára, mas cruza o nível dadepreciação ao descer.” (Kalecki, M. (1977[1954]), p.149)

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CicloEconômico

O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-estável)

E"./ =0

*.1E" + F

∆E":&

∆"

Quando a economia se detém (∆E":&∆"

= G), tende a reverter sua trajetória,porque 0

*.1< *, que reflete a influcência da variação do estoque de capital fixo

(c>0) e o reinvestimento incompleto da poupança (se a<1).

“(b) Quando o movimento ascendente do investimento se detém, não permanecenesse nível, mas principia a declinar. Isso acontece porque o coeficiente a/1+c émenor que 1, o que reflete a influência negativa sobre o investimento exercida pelaampliação do capital em equipamento (c > 0). Possivelmente também o fatorrepresentado pelo reinvestimento incompleto da poupança (se a < 1). Se houvesse oreinvestimento completo da poupança (istoé, a = 1) e se a acumulação de bens decapital pudesse ser descartada (istoé, se c fosse desprezível), o sistema se manteriaem seu nível máximo. Mas, de fato, a acumulação de bens de capital, que com asatividades econômicas a um nível estável determina uma taxa de lucrosdecrescentes, tem um efeito adverso tangível sobre o investimento (isto é, c não édesprezível). Ademais, o reinvestimento da poupança pode ser incompleto (istoé, a< 1). Consequentemente, o investimento declina e assim começa a fase dedepressão. (Essa análise demonstra claramente que a suposição a/1+c <1é condiçãonecessária para a existência do ciclo econômico (cf. p. 126).)” (Kalecki, M.(1977[1954]), p.149)

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CicloEconômico

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O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-estável)

E"./ =0

* + 1E" + F

∆E"%&

∆"

A taxa de lucro (P/K) cai no ponto mais alto da prosperidade e se eleva noponto mais baixo da depressão.

“A posição no ponto mais baixo da depressão é análoga à do pontomais alto da fase de prosperidade. Enquanto a taxa de lucros cai noponto mais alto da fase de prosperidade devido a adições ao estoquede capital em equipamento, ela se eleva no ponto mais baixo da fasede depressão porque a depreciação dos equipamentos nãoestá sendorecomposta.” (Kalecki, M. (1977[1954]), p.149)

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CicloEconômico

O Mecanismo do Ciclo Econômico (não-automático)• Caso não se considere a hipótese de que os coeficientes a/1+c e μ sejam

tais que assegurem o ciclo automático, ainda assim a flutuação poderesultar dos limites impostos pelo “teto” e “fundo”.

• Teto: elevação do investimento na fase de prosperidade irá se deter pelaescassez de equipamento e mão-de-obra...

O “teto” e o “fundo”

“As considerações acima baseavam-se na suposição de que os coeficientes dea/1+c e μ são de molde a provocar a detenção automática da elevação doinvestimento na fase de prosperidade e a detenção da queda doinvestimento na fase de depressão. No caso alternativo, a elevação doinvestimento na fase de prosperidade só se deterá ao sentir os danosprovocados pela escassez de equipamento e de mão-de-obra. Quando sechegar a essa posição, os pedidos em aberto irão se acumular rapidamente eas entregas sofrerão atrasos drásticos. Isso fará com que a elevação sedetenha ou mesmo com que se produza uma queda do investimento emestoques. O investimento em capital fixo pode ser afetado de modosemelhante pela ocorrência de escassez nesse setor. O período de execuçãodas ordens de investimento seprolongará e a elevação do investimento emcapital fixo terá que diminuir.” (Kalecki, M. (1977[1954]), p.150)

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CicloEconômico

O Mecanismo do Ciclo Econômico (não-automático)• Teto: elevação do investimento na fase de prosperidade irá se deter pela

escassez de equipamento e mão-de-obra, iniciando o funcionamento domecanismo cíclico.

“Depois que a elevação da taxa de investimento se tiver detido e onível das atividades econômicas se tiver mantido por algum temponesse “teto”, o mecanismo do ciclo econômico principia a operar. Osinvestimentos começam a cair, como no caso apresentado acima,devido ao aumento do estoque de capital em equipamento e também,provavelmente, devido ao reinvestimento incompleto da poupança(fatores esses que tornam a/1+c < 1). Tendo começado desse modo, adepressão continua da mesma forma que o ciclo econômico“automático” (Kalecki, M. (1977[1954]), p.150-1)

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CicloEconômico

O Mecanismo do Ciclo Econômico (não-automático)• Fundo: redução do investimento na fase de depressão limitado pelo

investimento bruto em capital fixo igual a zero e pelos desinvestimentosem estoque. Quando a depressão se detém, inicia a recuperação.

“Surge a questão de saber se existe um “fundo” para a depressão, damesma forma quehá “teto” para a fase de prosperidade. Certamenteexiste esse “fundo” no caso do investimento em capital fixo, uma vezque o seu valor bruto não pode cair abaixo de zero. Contudo, nãoexiste um limite análogo para o desinvestimento em estoques. Assim,quando o investimento bruto em capital fixo chega ao nível zero, a fasede depressão pode tornar-se mais lenta; mas não deter-se, uma vezque o desinvestimento em estoques pode ganhar impulso. Se, contudo,a depressão de fato se detém, o processo de recuperação é bastantesemelhante ao que foi descrito na secção anterior.” (Kalecki, M.(1977[1954]), p.150-1)

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CicloEconômico

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O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático)

• Característica das flutuações cíclicas (estáveis, explosivas ouamortecidas) depende dos coeficientes a/1+c e μ.

Flutuações explosivas e amortecidas

“Voltemos ao caso do ciclo econômico automático. Parece que asflutuações cíclicas inerentes à equação podem ser estáveis,explosivas ou amortecidas (ver gráfico 11), dependendo do valordos coeficientes, a/1+c e μ, e dos hiatos temporais θ e ω. Dado umcerto conjunto desses valores, a amplitude das flutuações seráconstante. Mas se o coeficiente μ aumentar enquanto a/1+c , θ e ωpermanecem inalterados, as flutuações se tornam explosivas; e se μreduzir-se, elas se tornam amortecidas. ” (Kalecki, M. (1977[1954]),p.151-2)

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CicloEconômico

O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-explosivo)

• Flutuação explosiva: devido à amplitude crescente das flutuações, nafase de prosperidade, o investimentos eventualmente se deterá no teto,recobrando o movimento cíclico de flutuação explosiva com teto.

“Tomemos primeiramente o caso das flutuações explosivas.É evidenteque, devido à amplitude crescente das flutuações, o investimento,durante a fase de prosperidade, terá que, mais cedo ou mais tarde,atingir o “teto”. Depois disso, conforme foi demonstrado acima, viráuma depressão, cuja recuperação levará de novo o investimento aonível do “teto”, e assim por diante. (Ver gráfico 12.) O fundo dadepressão é mantido no mesmo nível, porque o decurso da contraçãoé totalmente determinado, de acordo com a equação (23ʹ), pelo nível ino ponto máximo da fase de prosperidade, pelos coeficientes a/1+c eμ, e pelos hiatos θ e ω.” (Kalecki, M. (1977[1954]), p.151-2)

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CicloEconômico

O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-amortecido)

• Flutuação amortecida: sofre interferência de choques irregulares, quecapturam as relações estocásticas (sujeitas a perturbação aleatória)entre investimento, lucros e produção.

“No caso das flutuações amortecidas, a amplitude irá declinarcontinuamente, de forma que nesse caso poderia parecer que o ciclovai diminuindo até tornar-se insignificante. Contudo, isso não estácorreto, pela seguinte razão: as relações entre o investimento, oslucros e a produção, sobre as quais se baseia a equação (23ʹ) são“estocásticas”, isto é, sujeitas a perturbações aleatórias. (Os desviosdos valores reais com relação aos valores calculados apresentados nasilustrações estatísticas acima podem ser interpretados comoperturbações desse gênero.) Assim, a equação (23ʹ) deveria ser escritarealmente como:

onde εé uma perturbação aleatória.”(Kalecki, M. (1977[1954]), p.152)

it+θ =a1+ c

it +µΔit−ωΔt

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CicloEconômico

O Mecanismo do Ciclo Econômico (automático-amortecido)

• Flutuação amortecida: sofre interferência de choques irregulares, quecapturam as relações estocásticas (sujeitas a perturbação aleatória) entreinvestimento, lucros e produção.

• Os “choques irregulares” contrabalançam o amortecimento inerente aomecanismo básico, gerando movimento cíclico semirregular.

• Possibilidade de flutuações cíclicas que não tocam o teto – mais próximoà realidade.

“Ora, parece que o efeito dos “choques irregulares”, ε na equação (23ʹʹ)contrabalança o amortecimento inerente ao mecanismo básico. Oresultado é que se gera uma espécie de movimento cíclicosemirregular, cuja amplitude é determinada pela magnitude e pelopadrão dos choques, ε, e pelos parâmetros da equação (23ʹ).

Esse resultado é de importância considerável, já que demonstra apossibilidade de ocorrerem flutuações cíclicas que não tocam o “teto”,ajudando assim a explicar o fato de que esse frequentemente é opadrão seguido pelas flutuações reais.” (Kalecki, M. (1977[1954]),p.152)

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CicloEconômico

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O Mecanismo do Ciclo Econômico: explicação formal

Possas(1999),DemandaEfetiva,InvestimentoeDinâmica(seção4),p.36-7

Esta é uma equação a diferenças finitas linear de 2a ordem com termo constante (g),cuja solução homogênea terá a forma de flutuações – que Kalecki procurava explicitar –se raízes características forem complexas conjugadas, o que impõe aos parâmetros daequação a condição seguinte:

(...) Além disso, a ocorrência de trajetórias explosivas, regulares ou amortecidas— sejamcíclicas ou não — depende apenas do parâmetro μ; respectivamente, que:

e

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CicloEconômico

*Complementar

O Mecanismo do Ciclo Econômico: explicação formal

Flutuação (ciclo automático):raízes complexas conjugadas da equação característica

KL − F +0

* + 1K + F = G

F +0

* + 1

L

< MF

⇒ µ < 4 e⇒ a/(1+c) < 1

Trajetóriaµ > 1: explosivaµ = 1: regularµ < 1: amortecida

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CicloEconômico

*Complementar

Possas(1999),DemandaEfetiva,InvestimentoeDinâmica(seção4),p.36-7

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CicloEconômico

$"./ =0

*.12" + 3

4 ∆6"

∆"+ 7

∆!"

∆"+ 8’

E"./ =0

* + 1E" + F

∆E"%&

∆"

$"./ =0

*.1$" +

39

*%,+

7

*%- *%,

∆$":&

∆"+ 8’

a– reinv.poupança (disp.recursos)b – sensib.var.lucroc – sensib.var.cap.produtivad – fat.desenv.(var.LP)e– ajusteestoquemat.pr.eb.finaisq– propensãoaconsumirdocapitalistaN - param.distr.Renda

O" E"./

E"

"

Flutuação

F +0

* + 1

L

< MF

⇒ µ < 4 e⇒ a/(1+c) < 1

Trajetóriaµ > 1: explosivaµ = 1: regularµ < 1: amortecida