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cc942328-80b6-411b-8d1e-a8c92f9f4b83 1.º DE MAIO REFORMADOS EM MAIORIA NAS CELEBRAÇÕES EM LISBOA Destaque, 2/3 DANIEL ROCHA Governo lança em 2014 o maior corte na despesa social de que há registo Corte previsto nas prestações sociais ronda os 1300 milhões de euros. É a maior diminuição anual de que há registo, incluindo o corte de 2012, o ano em que o pagamento do 13.º e do 14.º mês foi suspenso Economia, 16 Bayern ganha em Barcelona por 4-0. Pela primeira vez haverá uma final alemã na Liga dos Campeões p42 Varela Martins tinha sido criticado por não levar a julgamento membros do governo regional p8 Hollande encontrou no novo primeiro-ministro italiano um “amigo” para promover mudanças na UE p22 Enfermeiros querem passar a ser os “pivôs” nos centros de saúde. Mas a Ordem dos Médicos está contra p4/7 Hegemonia alemã na Europa estende- -se ao futebol Procurador que não acusou Governo da Madeira demitiu-se França e Itália de acordo para frente a favor do crescimento Enfermeiros querem ser os primeiros a avaliar utentes QUI 2 MAI 2013 EDIÇÃO LISBOA Ano XXIV | n.º 8422 | 1,10€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos HOJE Chanson Française: Vol. 15: Henri Salvador Por + 6,95€

2 Maio PÚBLICO

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cc942328-80b6-411b-8d1e-a8c92f9f4b83

1.º DE MAIOREFORMADOS EM MAIORIANAS CELEBRAÇÕES EM LISBOADestaque, 2/3

DANIEL ROCHA

Governo lança em 2014 o maior corte na despesa social de que há registoCorte previsto nas prestações sociais ronda os 1300 milhões de euros.É a maior diminuição anual de que há registo, incluindo o corte de 2012,o ano em que o pagamento do 13.º e do 14.º mês foi suspenso Economia, 16

Bayern ganha em Barcelona por 4-0. Pela primeira vez haverá uma fi nal alemã na Liga dos Campeões p42

Varela Martins tinha sido criticado por não levar a julgamento membros do governo regional p8

Hollande encontrou no novo primeiro-ministro italiano um “amigo” para promover mudanças na UE p22

Enfermeiros querem passar a ser os “pivôs” nos centros de saúde. Mas a Ordem dos Médicos está contra p4/7

Hegemonia alemã na Europa estende--se ao futebol

Procurador que não acusou Governo da Madeira demitiu-se

França e Itália de acordo para frente a favor do crescimento

Enfermeiros querem ser os primeiros a avaliar utentes

QUI 2 MAI 2013EDIÇÃO LISBOA

Ano XXIV | n.º 8422 | 1,10€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos

HOJE Chanson Française: Vol. 15: Henri Salvador Por + 6,95€

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2 | DESTAQUE | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

1.º DE MAIO

Reformados foram a maioria nas ruas de Lisboa

ACGTP anunciou que vai vi-

rar baterias contra Cavaco

Silva. A UGT apelou à con-

certação social e à unida-

de do movimento sindical.

Foram dois dos caminhos

apontados ontem pelos líderes das

centrais sindicais, que voltaram a

celebrar separadas o Dia Mundial do

Trabalhador. A CGTP subiu a Avenida

Almirantes Reis, a UGT desceu a

Avenida da Liberdade, em Lisboa. No

conjunto terão saído à rua algumas

dezenas de milhares de pessoas.

A acompanhar a manifestação da

GCTP esteve também uma delega-

ção do Partido Socialista. Foi a pri-

meira vez desde 1975 – quando os

socialistas se queixaram de terem

sido impedidos de participar pelo

PCP no comício fi nal da manifesta-

ção – que o PS se fez representar

num desfi le do 1.º de Maio da GCTP,

facto que fez questão de frisar.

No fi nal da manifestação da CGTP,

o seu líder, Arménio Carlos, anun-

ciou na Alameda Afonso Henriques

que voltará à rua no próximo dia

25, um sábado, desta vez com uma

concentração junto ao Palácio de

Belém para exigir de Cavaco Silva

a demissão do Governo. “O Presi-

dente da República disse que era

preciso escutar o povo, então que

escute”, exortou, numa altura em

que a alameda se encontrava divi-

dida em duas: os que continuavam

concentrados junto ao palco e aque-

les que descansavam sentados na

relva ou que tentavam a sorte nas

enormes fi las que se formaram fren-

te às barraquinhas de comes e bebes

montadas pelo sindicatos.

Sardinhas, bifanas, caldo verde.

Como sempre, o 1.º de Maio da CG-

TP voltou a ser um misto de manifes-

tação e arraial. Ou, dito de outro mo-

do, de protesto e celebração, com os

reformados em larga maioria. Já na

manifestação da UGT, embora com

os reformados também em maioria,

destacava-se uma mancha de jovens,

entre os quais uma forte delegação

da Escola profissional Professor

Agostinho Roseta.

Mais de um século após a morte

pela polícia de uma dezena de ope-

rários de Chicago que então reivin-

dicavam um horário de trabalho de

oito horas ( trabalhavam mais de 12),

os desfi les de ontem foram marca-

dos pela perspectiva de despedi-

mentos na administração pública

e de mais cortes nas despesas so-

ciais do Estado, medidas que foram

igualmente contestadas tanto por

Arménio Carlos, como por Carlos

Silva, o novo líder da UGT.

O primeiro alertou que Portugal

se está aproximar “vertiginosamen-

te da realidade grega”. “A austeri-

dade falhou. Há outro caminho, o

da sensibilidade social, da justiça

social e da solidariedade”, garan-

tiu, pelo seu lado, o líder da UGT

durante o discurso, nos Restaura-

dores com que encerrou o desfi le

desta central.

Carlos Silva tinha também outra

mensagem pública, já enunciada

no discurso no congresso onde foi

eleito, há dez dias. Sem nunca men-

cionar directamente a CGTP, voltou

a sublinhar ontem que o momento

que o país atravessa é demasiado sé-

rio para o movimento sindical estar

de “costas voltadas” (ver caixa). Já

Arménio Carlos optou, no seu dis-

curso, por ignorar os apelos de Car-

los Silva. O seu único comentário

foi feito aos jornalistas: “Vamos lá

ver se as palavras correspondem aos

actos. O tempo dirá.”

Alice Lopes, 58 anos, vestiu-se

de vermelho para assinalar o dia.

Nunca faltou a esta manifestação da

CGTP desde “o primeiro 1.º de Maio

em liberdade”, em 1974: um milhão

de pessoas nas ruas de Lisboa em

estado de esperança e alegria. “Não

houve outro assim e nem vai haver”,

assegura ainda no Martim Moniz.

Ela estava grávida do seu primeiro

fi lho. Teve depois mais dois. A mais

nova, de 22 anos, emigrou há qua-

tro meses: ”Não conseguia arranjar

trabalho e o que eu ganho não dá

para as duas.”

Para a CGTP, uma das prioridades

será agora a de reforçar a sua inter-

venção nos locais de trabalho, anun-

ciou Arménio Carlos. O pontapé de

saída será dado a 30 de Maio, data

As duas centrais sindicais voltaram a celebrar o 1.º de Maio separadas, mas o novo líder da UGT não afasta futuro entendimento com a CGTP

Clara Viana e Mariana Dias

Há alguém que nos quer esmagar e não podemos deixar. Acho que ainda devo lutar por mim e pelos outros. Não podemos baixar os braços

Maria Fernanda, 71 anos

Page 3: 2 Maio PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013 | DESTAQUE | 3

O 1.º de Maio teve o de-

semprego como tema em

Espanha e na Grécia, países

que vão quebrando recor-

des trimestre após trimes-

tre, enquanto em Istambul

houve confrontos e gás lacrimogé-

neo, e no Bangladesh trabalhadores

saíram à rua exigindo pena de morte

para os responsáveis pelo prédio,

onde funcionavam fábricas de rou-

pa, que ruiu deixando cerca de 400

mortos.

Em Espanha, dezenas de milhares

de pessoas saíram à rua em 82 ma-

nifestações por todo o país, com os

sindicatos a pedir um “grande pac-

to” contra a “emergência nacional”

do desemprego.

Em Madrid, a manifestação con-

vocada pela Confederação Sindical

das Comissões dos Trabalhadores

(CCOO) e pela União Geral de Traba-

lhadores (UGT) terá juntado mais de

50 mil pessoas, dizem os organiza-

dores citados pelo diário El País.

“Contra o drama do desemprego

– reactivação económica e emprego.

Contra as privatizações – serviço pú-

blico e protecção social”, dizia uma

das faixas de uma das manifestações

na capital espanhola. “Este 1.º de

Maio tem de marcar um antes e um

depois. Há que pôr o emprego em

primeiro lugar”, disse Cándido Mén-

dez, secretário-geral da UGT, suge-

rindo que a Europa destine entre 1%

e 2% do seu PIB para combater o

desemprego.

Na Grécia, três manifestações em

Atenas e uma em Salónica juntaram

13 mil pessoas, segundo a AFP. O dia

foi marcado por greves, com os fer-

ries para as ilhas parados, transpor-

tes públicos irregulares em Atenas

e os hospitais a funcionar com ser-

viços mínimos.

Na Grécia, houve mais de 20 para-

lisações gerais contra a austeridade.

Ainda assim, o Governo de Antonis

Samaras diz que não há alternativa e

promete que este será o último ano

de recessão. A percentagem de de-

semprego grega – 27% da população

activa – é igual à espanhola.

“O Governo tem de recuar nestas

medidas de austeridade, as pesso-

Protestos na Europa contra austeridade e desemprego

as não aguentam mais”, disse Ilias

Iliopoulos, secretário-geral do ADE-

DY, à Reuters, numa das manifes-

tações em Atenas (onde o partido

comunista faz sempre uma marcha

separada). Um cartaz dizia: “Estão

a tirar-nos as nossas vidas e a nos-

sa dignidade. Não iremos permitir

isso.”

Relatos dos media dão, no entan-

to, conta de um dia calmo. Se alguns

apontavam o facto de a Páscoa Orto-

doxa ser este ano a 5 de Maio como

explicação para a menor adesão, ou-

tros notam uma certa fadiga, lem-

brando que no domingo foi aprova-

do no Parlamento um novo pacote

de cortes sem quaisquer protestos

na rua.

Onde houve violência durante o

dia de ontem foi na vizinha Turquia.

Não é algo inédito que a polícia use a

força para impedir manifestações na

principal praça de Istambul, a Tak-

sim. Este ano, a praça está em obras

e foi declarada pouco segura pelas

autoridades.

Cerca de 22 mil polícias foram

mobilizados para impedir o acesso

à Praça Taksim. Mas alguns mani-

festantes tentaram, ainda assim,

chegar ao local, e a polícia usou gás

lacrimogéneo e canhões de água pa-

ra impedir o acesso. O governador

da cidade deu conta de 30 pessoas

feridas (das quais 22 eram polícias,

disse) e 72 detenções. Comerciantes

fecharam as portas e distribuíram

limões para ajudar quem estava na

rua a minorar os efeitos do gás.

RUI GAUDÊNCIO

Maria João Guimarães

Arménio Carlos na cabeça da manifestação da CGTP, ontem, em Lisboa

Na Grécia, os protestos foram também contra a Alemanha

em que se assinala o dia de Corpo

de Deus, que este ano já não será

feriado, com uma “jornada de luta

no sector privado e público”.

Maria Fernanda, 71 anos, desfi la à

cabeça da manifestação da UGT, com

um cravo ao peito, outro preso num

chapéu-de-chuva que agarra com

uma das mãos. Na outra a bandeira

da central sindical. A aposentada já

era sindicalista antes do 25 de Abril

e declara que já nessa altura “lutava

pelos direitos” dos portugueses. “Do

outro lado há alguém que nos quer

esmagar e não podemos deixar. Acho

que ainda devo lutar por mim e pelos

outros. Não podemos baixar os bra-

ços – vale sempre a pena”, afi rma. No

entanto, a sua principal preocupação

são os jovens: “Hoje estão sempre na

corda bamba. Não podem ter expec-

tativas, não podem ter sonhos como

nós tivemos.”

Atrás dela vem uma carrinha com

colunas de onde brotam as palavras

de ordem repetidas por uma fi leira

de jovens que carregam uma faixa

onde se lê “Comissão da Juventude

da UGT”. Com as mãos calejadas,

Rúben agarra uma das pontas da

faixa. Tem 17 anos, veio de Castelo

Branco para se juntar à manifesta-

ção “para ver se o país muda”. Diz

que os jovens ali presentes estão

preocupados com o futuro e alguns

têm mesmo “receio” dele. Rúben

teve de substituir os livros pelas

serras da serração onde agora tra-

balha para ajudar a família. “Tenho

de proporcionar educação aos meus

irmãos e de ajudar os meus pais”,

afi rma com convicção.

Meg, 39 anos, tem a cara meio

tapada com uma das máscaras dos

Anonymous, que também se junta-

ram ontem ao desfi le da CGTP. Co-

meçou a vir em miúda com o pai,

um operário da Lisnave. Mantém a

tradição, embora pense que, para

mobilizar de verdade as pessoas, é

necessário encontrar “outras formas

de acção”.

No Porto, segundo a Lusa, mi-

lhares de pessoas também reivin-

dicaram mudanças de política e de

Governo. Em Coimbra a manifesta-

ção da CGTP reuniu cerca de 500

pessoas. “Em função dos cortes dos

salários e subsídios, de uma política

de austeridade que tem levado as

pessoas ao empobrecimento, que

tem causado miséria no país, certa-

mente era para termos aqui milha-

res de pessoas a encherem as ruas

da cidade. Não temos porque as pes-

soas andam cansadas”, disse à Lusa

António Moreira, coordenador da

União de Sindicatos de Coimbra.

Apelos à CTGP dividem UGT

Carlos Silva diz que não está de mão estendida

O recém-eleito secretário-geral da UGT, Carlos Silva, afirmou ontem que a sua central sindical não tem

proximidade demasiada “com quem quer que seja”. Em causa estão as declarações do ex-presidente da UGT João de Deus, acusando esta central de estar “de mão estendida” para a CTGP em linha com “o sindicalismo partidário e de bota-abaixo”. Por isso o actual presidente da mesa do congresso da UGT considera que, depois do pedido de reunião à CGTP feito pela nova direcção e das mensagens proferidas no último congresso pelo seu novo líder, a UGT atravessa um momento “preocupante”.“Não podemos confundir

convergência e unidade na acção como um estender da mão ou uma passadeira vermelha a quem quer que seja”, disse Carlos Silva ao PÚBLICO. “O momento que o país vive implica que haja disponibilidade de todos para dialogar e para se prepararem soluções”, frisou.Também João Proença, ex-secretário-geral da UGT, considerou não haver motivos de preocupação com o caminho seguido pela nova direcção: “A linha da central é a mesma, mas adaptada à realidade que vai mudando.” Evocando o lema “Diálogo social sim, imposição não”, Proença considerou que esta é uma tese que a central deve continuar a afirmar”. M.D.

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4 | DESTAQUE | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

Enfermeiros querem ser os primeiros a avaliar utentes nos centros de saúdeOs enfermeiros querem passar a ser os “pivôs” nos centros de saúde. Mas a Ordem dos Médicos discorda. Os centros de saúde funcionam bem e não precisam de “porteiros”, ironiza o bastonário José Manuel Silva

Se as pessoas não estão neces-

sariamente doentes quando

vão a um centro de saúde,

por que razão é que devem

ser vistas por um médico?

Este é um dos argumentos

que servem de base à mudança de

paradigma neste momento em pre-

paração para os cuidados de saúde

primários. A ideia é revolucioná-

ria: os enfermeiros querem passar

a ser os primeiros a avaliar os cida-

dãos nos centros de saúde – à se-

melhança do que se faz há muito

tempo nas urgências hospitalares,

onde os doentes são previamente

triados por estes profi ssionais an-

tes de serem encaminhados para

os médicos, compara o bastonário

da Ordem dos Enfermeiros (OE),

Germano Couto.

É uma reforma para ser concreti-

zada em três anos: pretende-se que

cada utente tenha, até 2016, o seu

enfermeiro de família, que será o

responsável pelo acompanhamento

periódico das crianças e pelo apoio

aos doentes crónicos, por exemplo,

e que tratará de encaminhar as si-

tuações que se justifi quem para os

médicos, nutricionistas, psicólogos

ou enfermeiros de outras especia-

lidades. Assegurando, portanto,

algumas funções hoje a cargo dos

médicos e conseguindo prevenir e

detectar problemas numa fase mais

precoce.

“Não podemos continuar a ser

os profi ssionais das injecções e dos

tratamentos”, defende Germano

Couto, que lembra o percurso já

efectuado por outros países para

sublinhar que Portugal está muito

atrasado neste caminho. “Portugal

assinou a declaração de Munique

da Organização Mundial de Saúde

em 2000 [que recomenda a criação

é que foi dado o pontapé de saída,

com a criação de um grupo de tra-

balho que, fi nalmente, apresentou

uma proposta para a operaciona-

lização da nova metodologia de

trabalho em 29 de Janeiro passado.

Mas já se antevê um confl ito: a OE

aceitou na globalidade a proposta,

sugerindo apenas alguns ajustes de

pormenor, mas a Ordem dos Médi-

cos (OM) respondeu “não, obriga-

do”. O Ministério da Saúde adianta

apenas que ainda está a analisar as

propostas apresentadas pelas duas

organizações.

O bastonário da OM, José Manuel

Silva, explica que não apoia a auto-

nomia que se quer dar aos enfermei-

ros, promovendo-os a “gestores de

família”. “Transformar os enfermei-

ros em porteiros dos cuidados de

saúde primários é algo que não con-

cordamos e que acredito que nem

sequer os dignifi ca”, ironiza.

Consciente de que este proces-

so terá de ser gradual e que a “luta

não vai ser fácil”, o bastonário da OE

adianta que a meta é que todos os

cidadãos passem a ter um enfermei-

ro de família até 2016, que terá a seu

cargo entre 300 e 400 famílias. Uma

revolução nos centros de saúde que,

para passar do papel à prática, im-

plica, porém, a contratação de pelo

menos seis mil novos profi ssionais,

calcula Germano Couto.

O actual rácio enfermeiro/médi-

co está “completamente desajustado

das normas da OMS”, defende. No

Health at a Glance de 2012 da OCDE

(dados relativos a 2010), Portugal

aparece, de facto, no quinto lugar

SAÚDE

NUNO FERREIRA SANTOS

Projecto prevê que cada profissional fique responsável por 300 a 400 famílias numa determinada área

Alexandra Camposdo fi m da tabela da União Europeia,

com um rácio de enfermeiros por

médico de cinco para um, em com-

paração com os mais de quatro na

Dinamarca e Finlândia, e quatro na

Irlanda (ver quadro).

Confi ante de que desta vez a ideia

é para avançar, Germano Couto acre-

dita que durante este mês haverá no-

vidades sobre esta matéria, porque

o Ministério da Saúde “está muito

receptivo”. Ainda em Abril passado,

num encontro da OMS sobre o im-

pacto da crise nos sistemas de saúde,

o ministro Paulo Macedo destacou a

criação do enfermeiro de família no

lote das medidas em curso para os

cuidados de saúde primários.

Consciente de que o ministro es-

tará a “sofrer pressões” para que

o projecto não avance, Germano

Couto acredita, mesmo assim, que

Paulo Macedo “é resiliente e vai

conseguir” alterar a situação. Em

paralelo, a OE está a delinear a espe-

cialidade de enfermeiro de família,

que ainda não existe, apesar de já

terem sido aprovadas as respectivas

competências em assembleia geral.

A especialidade terá a duração de

dois anos, à semelhança das outras

que já existem para este profi ssio-

nais (como a de reabilitação, saúde

mental, entre outras).

A equação dos médicos“Porquê mexer nisto? As coisas es-

tão a correr mal nos cuidados de

saúde primários?”, questiona o

bastonário da OM, que tem solução

provisória e defi nitiva para o proble-

ma da falta de médicos. Se por um

lado sugere a abertura de concursos

para a contratação de médicos espe-

cialistas reformados para resolver

a questão a curto prazo, por outro

assegura que o problema da falta de

médicos estará em breve resolvido

(“até vamos ter um excesso”). José

Manuel Silva defende que uma equi-

do enfermeiro de família]”. “Desde

1996 que falamos nisto”, acrescen-

ta José Carlos Martins, do Sindica-

to dos Enfermeiros Portugueses.

Pretende-se que cada profi ssional

fi que responsável por 300 a 400

famílias numa determinada área

geodemográfi ca. Que tarefas po-

derão desempenhar? Assegurar a

prevenção, a ligação com os hospi-

tais no internamento e após a alta,

o acompanhamento das crianças e

de pessoas acamadas, exemplifi ca

José Carlos Martins.

Nalguns pontos do país fi zeram-se

entretanto várias experiências des-

te tipo, ainda que não suportadas

em qualquer base legislativa, e o ex-

ministro Correia de Campos chegou

a admitir que ia criar esta carreira.

Porém, só em Junho do ano passado

Page 5: 2 Maio PÚBLICO

www.millenniumbcp.pt

CRÉDITOEMPRESAS

MAIS 200 MILHÕES DE EUROSPARA APOIAR AUTARQUIASE PME PORTUGUESAS

O Millennium bcp, através da estreita relação com o Banco Europeu de Investimento, disponibiliza mais 200 milhões de euros para financiar a economia portuguesa. Este financiamento destina-se a projetos de média dimensão, PME e Autarquias e insere-se no objetivo global de facilitar o acesso ao crédito em condições mais vantajosas e ajudar no esforço de recuperação do país.

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Page 6: 2 Maio PÚBLICO

6 | DESTAQUE | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

Fontes: OCDE (dados de 2010) e Ordem dos Enfermeiros

Enfermeiros em PortugalEm milhares

Por sexo

Por especialidade

30

40

50

60

70

20122000

Especialistas

Cuidadosgerais

Rácio de enfermeiros por médicos na UEOs 5 melhores e os 5 piores

12.166

53.131

12.351

Reino UnidoHolanda, LuxemburgoIrlandaFinlândiaDinamarca

GréciaItáliaBulgáriaEspanhaPortugal

3,54,0

4,24,34,4

0,51,01,1

1,31,5

Número de enfermeiros quase duplicou numa década

65.467 53.301

Mais a sério, insiste em assegu-

rar que o actual funcionamento das

equipas nos CSP (que implica uma

distribuição de funções pelos vários

profi ssionais, de acordo com as su-

as competências) faz sentido tal co-

mo está. Ainda assim, sublinha que

defende a fi gura do enfermeiro de

família. “Um enfermeiro que deve

ter formação específi ca nesta área

tão exigente e que deve tornar-se

um especialista”, esclarece. Mas,

frisa, mantendo as suas funções. Da

mesma forma que o médico tam-

bém tem de ter formação específi ca

para se tornar um especialista em

Medicina Geral e Familiar.

“O grosso dos cuidados presta-

dos nos centros de saúde são de

enfermagem”, contrapõe Germano

Couto, para quem o actual modelo

implica “desperdício” de recursos

humanos e de dinheiro. Por que

razão é que um enfermeiro espe-

cialista em reabilitação é obrigado

a mandar para um médico uma

pessoa só porque esta precisa de

uma ajuda técnica (canadianas ou

andarilhos)?, pergunta. com An-drea Cunha Freitas

pa nos cuidados de saúde primários

tem de ser liderada por um médi-

co, ainda que inclua enfermeiros.

“Não podemos andar a querer fazer

o trabalho dos outros”, argumenta.

E conclui: “Não podemos resolver o

problema de falta de acesso a médi-

cos de família dizendo aos utentes:

‘Toma lá uma espécie de médico’.

“Imagine o que era um Conselho

de Ministros a funcionar sem um

primeiro-ministro”, compara

Uma das possibilidades que têm

desencadeado mais polémica é a do

acompanhamento das gravidezes

de baixo risco por enfermeiros. “E

um subtil sinal de alarme, quem é

que avalia?”, nota o bastonário da

OM, lembrando que cerca de 20%

das complicações nos partos são

imprevisíveis. Exigindo que os do-

entes tenham uma palavra a dizer

num processo destes, José Manuel

Silva avança ainda com uma provo-

cação: “Admitimos então uma coisa

diferente. Que o ministério passe

a criar nos centros de saúde duas

entradas. Uma para quem quer ser

seguido por um médico e outra para

quem prefere um enfermeiro”.

SAÚDE

Oalargamento das funções

dos enfermeiros é uma

das pastas nas mãos do

Ministério da Saúde e uma

das medidas apontadas

pela troika para reformar

o sistema de saúde português.

O investigador Gilles Dussault

coordena em Portugal um centro

colaborador da Organização

Mundial de Saúde sobre recursos

humanos e acaba de publicar

na Revista Latino-Americana de

Enfermagem um estudo sobre este

tema.

O trabalho contou com a

colaboração de vários especialistas

portugueses e com um inquérito

aos directores dos agrupamentos

dos centros de saúde sobre a

delegação de tarefas. Numa

entrevista ao PÚBLICO, o também

professor do Instituto de Higiene

e Medicina Tropical explica

que o estudo mostra que há

abertura e vantagem em delegar

funções e que os enfermeiros

estão preparados. Mas também

alerta que há muitas resistências,

nomeadamente no campo da

prescrição de medicamentos, e

defende que não tem havido nem

diálogo nem vontade política.

Que visão tem do Serviço

Nacional de Saúde neste

contexto de crise, visto que

também faz parte de um grupo

de análise do Relatório do Grupo Técnico para a Reforma Hospitalar?

Vamos ver cada vez mais pessoal

esgotado e que tem cada vez

mais trabalho e menos recursos.

Mas em termos de qualidade os

profi ssionais estão a prestar um

bom serviço. Se virmos as reformas

no seu conjunto, a importância foi

dada aos aspectos económicos e há

reformas fundamentais que ainda

não foram discutidas. Esse grupo

que mencionou sobre a reforma

hospitalar em relação aos recursos

humanos tem recomendações

muito fortes. Mas aqui em Portugal

temos um problema que não é

muito reconhecido: o desequilíbrio

ente os grupos profi ssionais.

Refere-se aos rácios de

enfermeiros abaixo das médias

da OCDE?

Exacto. Por exemplo, ao nível

das Unidades de Saúde Familiar

(USF) o número de enfermeiros

é igual ao número de médicos

e isso signifi ca que os médicos

vão acabar por fazer coisas que

poderiam ser feitas por outros

profi ssionais. Em outros países

como os Estados Unidos, Canadá,

Austrália e Inglaterra o rácio é

mais ou menos um médico por

cada três, quatro ou até cinco

enfermeiros.

Viveu em vários países da

América do Norte, Brasil,

Austrália... Que diferenças há

no papel dos enfermeiros?

Há países onde o enfermeiro

pode prescrever e há outros

como o Canadá que tem um

pequeno número de enfermeiros

que fi zeram uma formação mais

avançada e que têm direito a

tarefas mais complexas e que está

a discutir a abertura das tarefas a

todos os enfermeiros. O problema

não é técnico e a literatura é

muito clara. Se a formação dos

enfermeiros for adequada, não há

obstáculo. Todos os estudos que

temos indicam que a população

aceita facilmente essa mudança.

Entrevista Romana Borja-Santos

Governo não quer brigas com a Ordem dos Médicos e está a ser prudente

O investigador Gilles Dussault, que coordena em Portugal um centro da OMS, lembra que, no estrangeiro, as qualifi cações dos enfermeiros portugueses são facilmente reconhecidas

Se os enfermeiros estão

preparados e a população

aceita a mudança, onde está

a barreira? É um problema de

corporativismo?

Há resistências profi ssionais por

parte dos médicos, mas sobretudo

por parte das organizações e

menos por parte dos indivíduos.

Nas USF os médicos delegam de

modo informal. Mas também

há resistência nos próprios

enfermeiros. Mais tarefas implicam

mais responsabilidades. Qual é a

protecção jurídica que eu vou ter

se estou a fazer pequenos actos

cirúrgicos, se estou a prescrever?

Vou fazer mais, mas continuo a

receber o mesmo? Quando não há

resposta a essas perguntas, o que

vemos é uma atitude reservada.

No seu estudo refere-se que o

alargamento das tarefas pode

permitir a redução de custos.

O que vemos na literatura é que

a poupança é pouco signifi cativa

e o argumento da poupança não

deve servir para advogar essa

mudança. Se os enfermeiros com

funções alargadas contribuírem

para melhorar o acesso aos

serviços, no fi nal vamos gastar

mais ou menos o mesmo, mas

estamos a gastar melhor. Mas

claro que há poupanças, tais como

menos visitas ao hospital e menos

consultas especializadas.

O Ministério da Saúde está

a trabalhar no sentido de

defi nir o papel do enfermeiro

de família. Para si, como

funcionaria esta fi gura?

Seria o primeiro ponto de contacto

a fazer a fi ltragem dos utentes.

Tudo o que são pacientes crónicos

estáveis ou gravidezes normais

podem ser da responsabilidade

desses enfermeiros sem qualquer

Page 7: 2 Maio PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013 | DESTAQUE | 7

risco para o paciente.

Mas no inquérito que fez aos

directores dos agrupamentos

de centros de saúde no âmbito

do seu estudo os responsáveis

pareciam resistentes...

Não diria que são resistentes,

formulam é mais perguntas. Mas

quando se fala em haver formação

adequada, então tendem a estar

de acordo. Pelo que vejo como

observador, os enfermeiros em

Portugal já têm uma formação de

base mais qualifi cada do que a que

estão a utilizar. Quando vemos

os enfermeiros que saem do país

para trabalhar em Inglaterra, as

suas qualifi cações são facilmente

reconhecidas. Há procura e é ainda

mais fácil recrutar porque o país

não os absorve e precisava.

Mesmo assim, seria necessário

adaptar os cursos?

Claro. Mas o primeiro passo era

defi nir o que seriam as novas

tarefas para adaptar os processos

formativos. Isso vai signifi car

formação dos enfermeiros que já

estão a exercer a sua actividade e

alterar os processos de formação

dos novos.

Se o Ministério da Saúde já

disse que quer avançar neste

sentido, quem não está a querer

conversar?

É preciso envolver todos os

intervenientes – ordens, sindicatos,

instituições de formação – e

começar a discussão. Impor de

cima novas modalidades de divisão

do trabalho não vai funcionar. Tem

de se construir através do diálogo

político um consenso mínimo.

No estudo, deram como

exemplo tarefas que são quase

sempre dos cuidados primários.

É mais difícil implementar este

conceito nos hospitais?

É a mesma coisa. É identifi car

as tarefas, como por exemplo

a preparação pré-cirúrgica que

pode ser da responsabilidade

do enfermeiro. Isso foi estudado

e os resultados são os mesmos

em termos de qualidade, ou até

melhores quando a comparação é

com um jovem médico que acabou

de terminar a sua formação. A

comunicação em geral é percebida

pelo utente como melhor.

O primeiro passo poderia ser

com experiências-piloto em

USF?

Claro. Não faz parte da cultura

administrativa de Portugal

dar mais autonomia. Mas as

pessoas gostam de ter mais

autonomia e aceitam ter mais

responsabilidades. Vai ter de haver

regras gerais, mas que podem ser

defi nidas a partir das experiências

no terreno.

As resistências de alguns

participantes no estudo

surpreenderam-no?

Era esperado que a resistência

viesse mais de quem tem o direito

a prescrever e que a aspiração a

expandir as tarefas viesse dos que

acham que poderiam fazer isso

mas que não têm o direito. Há,

porém, muita falta de familiaridade

com o que está a acontecer nos

outros países, como em Espanha,

em que o enfermeiro, em alguns

casos, já pode prescrever.

A questão da prescrição é

sempre a mais polémica...

Quando falamos de prescrever, não

é qualquer coisa e é em contextos

particulares, como, por exemplo,

a renovação de receitas para

pacientes crónicos estáveis. Vemos

que as reacções de resistência

vêm de pessoas que acham que

expandir as tarefas é uma invasão

do território do outro.

Acha que se confunde o

delegar com o poder dispensar

médicos?

Não estamos a falar de

substituição, mas de redefi nição da

divisão das tarefas. O médico vai

desempenhar cada vez mais um

papel de liderança de equipas de

trabalho.

No encontro a decorrer

no Instituto de Higiene e

Medicina Tropical discute-se a

regulamentação profi ssional.

É aí que pode estar a chave da

mudança?

Sim e também deve haver uma

redefi nição do papel das ordens

profi ssionais. A separação entre

a actividade da ordem e dos

sindicatos está mais clara em

países como o Reino Unido. A

ordem deve ter como papel a

protecção do utente e não do

médico ou do enfermeiro e isso

exige uma mudança cultural

porque aqui os profi ssionais vêem

a ordem como uma organização

para promover a profi ssão.

Quanto tempo demora uma

reforma destas?

Depende da vontade política. A

reforma dos cuidados de saúde

primários começou em 2005 de

forma muito forte, mas depois o

ritmo fi cou mais lento e não tenho

a certeza de que haja uma vontade

política. Em contexto de crise

pode ser um bom momento, mas

também pode ser menos bom.

Bom momento no sentido de que

algo deve ser feito, e menos bom

porque a percepção é de que isto

é feito só para poupar dinheiro. O

tema não está na agenda política.

O Governo não quer brigas com

a Ordem dos Médicos e está a ser

prudente.

RUI GAUDÊNCIODussault lembra que, por vezes, os enfermeiros fazem melhor do que jovens médicos inexperientes

No Centro de Saúde de Vila

do Campo, na ilha de S.

Miguel, Açores, os médicos

tiveram que se sentar à

mesa com os enfermeiros

p a r a c o m p a t i b i l i z a r

os horários e facilitar a vida à

população. “As pessoas deixaram

de ter que vir ao centro de saúde

duas ou três vezes [consecutivas] e

já não têm que contar a sua história

de vida a vários profi ssionais de

saúde”, descreve Luís Ferreira,

coordenador do grupo responsável

pela concretização da experiência-

piloto do enfermeiro de família, que

arrancou há cerca de dois anos nos

Açores.

À partida, o Centro de Saúde de

Vila do Campo tinha condições

ideais para lançar a experiência: o

edifício estava remodelado, quase

toda a população tinha médico de

família e o conselho de administra-

ção do estabelecimento estava sen-

sível e receptivo à ideia. O número

de enfermeiros também respondia

às necessidades. Os 12 enfermeiros

foram então divididos pelas 4143

famílias da vila.

“Progressivamente, foi-se intro-

duzindo uma nova fi losofi a de cui-

dados. A família passou a ser vis-

ta como cliente que necessita de

cuidados globais. E o enfermeiro

Em Vila do Campo, as pessoas vão menos vezes ao centro

passou a ser o profi ssional de re-

ferência e o gestor do projecto de

saúde”, explica Luís Ferreira.

Como mandam as orientações

da Organização Mundial de Saú-

de (OMS), cada profi ssional fi cou

com uma área geodemográfi ca, o

que lhe permite “conhecer as ru-

as, a área em que as pessoas vivem

e identifi car todos os recursos da

comunidade”. No fundo, sintetiza

o coordenador, “além de dar vaci-

nas, faz consultas de enfermagem a

grávidas e a crianças, vai a casa das

pessoas, avaliar o contexto em que

vivem”. E qual é o papel dos médi-

cos? “Acabam por ser um recurso

de saúde que é mobilizado caso seja

necessário”, explica.

Não foi, admite, uma tarefa fácil.

“Esta autonomização foi vista como

um usurpar de funções, mas temos

que ter consciência de que a saú-

de é de tal modo complexa que é

impensável que só um profi ssional

de saúde seja capaz de satisfazer

todas as necessidades das pesso-

as”, frisa.

Além dos Açores, há experiên-

cias deste tipo em outros pontos

do país, apesar de faltar ainda a

base legal que vai dar sustentação

à fi gura do enfermeiro de família.

Pioneira foi a Unidade Local de Saú-

de de Matosinhos (ULSM), que in-

clui o hospital e os quatro centros

de saúde locais e desde há mais de

uma década arrancou com uma

experiência inovadora deste géne-

ro. “Começamos a criar pequenas

equipas com enfermeiros, médicos

e secretários clínicos que passaram

a centrar os cuidados de saúde na

família”, recorda Margarida Filipe,

enfermeira-directora da ULSM.

Hoje, nos centros de saúde de

Matosinhos não há “população a

descoberto” (sem médico ou en-

fermeiro atribuído) e a maior parte

dos enfermeiros são especialistas

ou têm pós-graduações. Uma mu-

lher que engravida em Matosinhos

tem um plano de acompanhamen-

to com consultas médicas e de en-

fermagem e, após o nascimento, o

enfermeiro é quem vai a casa dar

apoio e quem agenda a primeira

consulta médica do bebé. “Não há

duplicações e sai mais barato”, con-

clui Margarida Filipe.

Alexandra Campos

Experiência-piloto nos Açores arrancou há dois anos

Page 8: 2 Maio PÚBLICO

8 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

Varela Martins pediu demissão de procurador no Tribunal de Contas

RUI GAUDÊNCIO

Procurador alega não existirem provas de que Jardim e membros do seu governo tivessem intervindo na violação das normas orçamentais

O procurador-geral adjunto junto da

secção regional do Tribunal de Con-

tas (TC) na Madeira, Varela Martins,

pediu dispensa das funções, na se-

quência do despacho do juiz conse-

lheiro que o censurou publicamente

por não levar a julgamento membros

do governo regional aos quais eram

imputadas responsabilidades na

ocultação de dívidas dos institutos

da Saúde e do Desporto.

“Pedi à senhora procuradora-

geral da República que me liberte

destas funções porque não tenho

serenidade para continuar”, reve-

lou o magistrado Varela Martins ao

PÚBLICO. O pedido a Joana Marques

Vidal de transferência para o lugar

de origem na Procuradoria Distrital

de Lisboa foi formulado na segunda-

feira, dia da publicação do despacho

do juiz conselheiro da secção regio-

nal do TC, João Aveiro Pereira.

“É a primeira vez em 33 anos de

serviço que vejo um juiz fi scalizar

o Ministério Público”, reage Varela

Martins. A Madeira “foi o sítio em

que mais mal recebido fui em toda a

minha vida profi ssional”, revela.

“Cheguei à Madeira conotado com

o PS, saio conotado com o PSD”, la-

menta. No continente foi acusado de

proximidade aos socialistas por ar-

quivar o inquérito aos investigadores

do “caso Freeport” e o do presidente

da Câmara de Cascais, José Luís Ju-

das. Na ilha foi acusado, nomeada-

mente por partidos da posição, de

favorecimento ao poder regional no

arquivamento de auditorias.

Nas declarações ao PÚBLICO na

manhã de terça-feira, horas antes

da Procuradoria-Geral da Repúbli-

ca ter difundido um comunicado a

anunciar a abertura de um “inquéri-

to urgente” aos serviços do Ministé-

rio Público junto do TC na Madeira,

Varela Martins revelou ter solicitado

também uma auditoria à actividade

por si desenvolvida, entre Setembro

de 2011 até agora, no Funchal. “Re-

puto ser uma pessoa honesta e de

tentar decidir sem preconceitos. Co-

mo a minha honestidade é posta em

causa, de forma tão contundente,

e não tendo armas para combater,

vou-me embora”, justifi cou.

Sucessor de Joana Marques Vi-

dal – que acumulou, interinamen-

te, de Janeiro a Setembro de 2011,

as funções de representante do MP

que desempenhava junto do TC dos

Açores com as da Madeira –, Varela

Martins destaca alguns processos

que mandou para julgamento: o es-

candaloso fi nanciamento dos par-

tidos da assembleia regional e do

médico do presidente do governo,

Marcelino Andrade, que recebeu in-

devidamente cerca de 400 mil euros

em vencimentos e horas extraordi-

nárias. “Eu não tenho medo”, subli-

nha. Depois lamenta: “A comunica-

ção social faz do Ministério Público

o elo mais fraco da Justiça”.

Em relação ao processo em que

decidiu não levar a julgamento Jar-

dim e membros do governo regional,

o magistrado alega não existir prova

de que estes tivessem intervenção na

violação das normas orçamentais.

Para que a responsabilidade civil e

criminal, incluindo a reposição de

verbas, recaísse sobre membros do

executivo, “bastava que o tribunal

solicitasse e juntasse aos autos o

procedimento administrativo cor-

respondente, mas não o fez”, frisa.

No despacho em que a PGR soli-

cita ao presidente do Tribunal de

Contas o apuramento de responsa-

bilidade disciplinar de João Aveiro

Pereira, este juiz acusa Varela Mar-

tins de ignorar a responsabilidade

fi nanceira dos membros do governo

e de notifi car apenas os restantes

indiciados. Refere ainda ser “incom-

preensível” e “chocante” a recusa

do MP, “não porque não haja factos

e provas em abundância, que tor-

nam os indícios fortes, indeléveis

e não escamoteáveis, mas porque

optou por uma linha de raciocínio

divergente da realidade plasmada

na auditoria” aos encargos da ad-

ministração regional “varridos para

debaixo do tapete” em 201O.

Acusado de favorecer o governo regional, por não levar a julgamento os seus membros, magistrado pediu transferência para Lisboa. “Cheguei à Madeira conotado com o PS, saio conotado com o PSD”, lamenta

MadeiraTolentino da Nóbrega

Arquivamento de auditorias gera polémica

Outros acusados de favorecer o poder regional

Antecessores de Varela Martins no MP no Tribunal de Contas da Madeira, como Marques de Freitas

e Orlando Ventura foram igualmente censurados pela oposição pelo arquivamento de processos que imputavam responsabilidades financeiras, integratórias e sancionatórias a governantes e autarcas. Em 2003, o caso de “sacos azuis” em Machico e Santa Cruz prescreveu por negligência. Um inquérito do presidente do TC conclui que houve “violação de deveres de competência

na tramitação processual.” Também por julgar ficou o processo das viagens-fantasma de deputados regionais aos quais eram imputados crimes de peculato, burla agravada e falsificação de documentos. Por esta investigação, o antigo juiz conselheiro Ernesto Cunha foi declarado persona non grata e excluído por Jardim do protocolo regional. Sem pronúncia ficam as auditorias às adjudicações das iluminações de fim de ano desde 1996 à SIRAM e aos subsídios a clubes que tinham contas congeladas.

Page 9: 2 Maio PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013 | PORTUGAL | 9

Problema de Portugal está na dívida, disse o primeiro-ministro

O primeiro-ministro, Pedro Passos

Coelho, reiterou ontem estar dispo-

nível para discutir um novo acordo

de concertação social sobre o cres-

cimento económico e o emprego,

sustentando que a realidade mudou

e que é preciso “adaptar as coisas”.

As posições do chefe do Governo fo-

ram assumidas durante um encon-

tro, num hotel de Lisboa, com os

Trabalhadores Sociais-Democratas

(TSD) no âmbito das comemorações

do Dia do Trabalhador.

Ao longo de mais de meia hora,

Passos Coelho centrou a sua inter-

venção dirigida aos TSD, tendência

englobada na UGT, nos problemas

da governação e do país, deixando

também vários alertas implícitos

ao PS sobre a qualidade do debate

político em Portugal. “Precisamos

de que haja realismo sufi ciente dos

partidos e dos sindicatos para que

os portugueses não ouçam o debate

público como um debate de surdos.

Precisamos de criar condições para

que nos possamos ouvir em Portu-

gal”, afi rmou.

O chefe do executivo e presiden-

te do PSD referiu que o documento

para o crescimento e emprego lan-

çado pelo Governo começou a ser

preparado no Verão passado e agora

“precisa de dar frutos”.

Neste contexto, Passos disse exis-

tir abertura do Governo para pro-

postas de outras áreas políticas,

Passos Coelho reafirma disponibilidade para novo acordo de concertação social

“dos parceiros sociais e em parti-

cular da UGT”, e que “se isso for o

princípio de um novo acordo social,

que o seja”. E adiantou: “Valoriza-

mos o acordo de Janeiro de 2012,

mas não temos de fi car cristalizados

em torno daquela letra. A socieda-

de evoluiu, o ajustamento foi mais

rápido e mais profundo, devemos

adaptar as coisas. Se tivermos aqui

um princípio de um novo entendi-

mento, excelente, estamos disponí-

veis para isso”.

O primeiro-ministro defendeu

que o problema do país “não está

nas taxas de juro, mas na dívida”

acumulada, e que para Portugal “ga-

nhar qualidade creditícia” as contas

“têm de bater certo”. E sublinhou:

“Há um mito que se instalou e eu

gostaria de deixar um contributo

para o afastar, que é o de que o Go-

verno só não corta nos juros se não

quiser”.

O chefe do Governo advertiu que

é preciso “encontrar um entendi-

mento sobre a realidade e não sobre

a fi cção” e que, “se fosse em razão

dos juros”, o país devia “preferir fi -

car a vida inteira sob a assistência

económica e fi nanceira”, já que nun-

ca pagou “juros tão baixos”.

Passos considerou, por fi m, que a

sociedade e as empresas precisam

“de cooperar mais”. E advertiu que

o país “precisa de um entendimento

de longo prazo sobre as bases essen-

ciais do crescimento e da reforma”

do Estado.

“Da mesma maneira que o Estado

precisa de um entendimento de lon-

go prazo sobre as bases essenciais

do crescimento e da sua reforma,

precisamos na sociedade de ser

mais cooperativos, de juntar enge-

nho, força e capacidade de traba-

lho”, afi rmou o líder do PSD.

ENRIC VIVES-RUBIO

Governo

O crescimento e a reforma do Estado estão na base de uma nova proposta de negociação que substitua a de Janeiro de 2012

A Cáritas Portuguesa afi rmou on-

tem que o “mundo laboral” vive

actualmente “debaixo de um sen-

timento de medo” que condiciona e

obriga os trabalhadores a aceitarem

“todas as regras e todas as imposi-

ções”. “Não podemos permitir que

isto aconteça. Não podemos permi-

tir que ter um emprego – seja ele

qual for e em que condições – se

torne uma atitude de resignação”,

sublinhou a Cáritas numa mensa-

gem publicada no seu site para as-

sinalar o Dia do Trabalhador.

Naquela mensagem, a organiza-

“Sentimento de medo” obriga trabalhadores a aceitarem tudo, denuncia a Cáritas

periferias da participação cidadã”,

lamentou.

A Cáritas referiu, ainda, que a

“imagem de ‘fracasso’ está desde

sempre associada” aos desempre-

gados e que a crise “veio agudizar

esta realidade”. Mesmo não tendo

falhado no plano pessoal, muitos

portugueses “sentem-se derrotados.

Para estes, o Governo e a sociedade

civil têm de encontrar novas respos-

tas”, defendeu. “Não podemos es-

perar que os programas e planos de

combate ao desemprego sejam hoje

os mesmos que eram há cinco anos.

As pessoas e os problemas que car-

regam consigo não são as mesmas e

as causas são também muito diferen-

tes”, sustentou na mensagem.

Por fi m, a Cáritas, sublinhou que é

preciso estabelecer “novas dinâmi-

cas de organização da própria socie-

dade, renovar a capacidade de cor-

rer riscos” e encontrar novas formas

de dignifi car o trabalho.

ção manifestou a sua solidariedade

com “todos os que estão sem tra-

balho ou o têm, mas não recebem

salários”, assegurando que “não

cruzará os braços na procura de

caminhos que levem Portugal a

ser um país de maior justiça so-

cial, alicerçada no sentido do bem

comum”.

A Cáritas lembrou que a taxa de

desemprego em Portugal nunca foi

tão elevada, acima dos 17%, o que,

para a instituição, signifi ca que “o

acesso ao trabalho está a ser negado

a muitos cidadãos que vêem assim

as suas vidas atiradas para o beco

da exclusão social”. Além da perda

de rendimentos, não ter trabalho é

também “perder estatuto social”,

porque, para a sociedade, apenas os

que são “activos” e que “produzem”

têm valor e lugar social, salientou.

“Isto faz com que os que vêem a sua

actividade limitada por via do de-

semprego se sintam colocados nas

Cidadania

Os sem-emprego ficam nas periferias da participação, o que torna necessário novos programas contra o desemprego

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Page 10: 2 Maio PÚBLICO

10 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

DANIEL ROCHA

Exames do 4.º ano vão deixar outras crianças sozinhas em casa

Na próxima semana, cerca de 100 mil alunos do 4.º ano vão fazer exame de Português e Matemática

Enquanto os cerca de 100 mil alunos

do 4.º ano estiverem a fazer exame,

nas manhãs de terça e sexta-feira da

próxima semana, pelo menos parte

dos estudantes das escolas básicas de

2.º e 3.º ciclos terá de fi car em casa.

“Mais um motivo de preocupação”,

lamenta o presidente da Confede-

ração Nacional das Associações de

Pais (Confap), Jorge Ascensão, que

acredita que “muitas famílias não te-

rão condições para tomar conta das

crianças, nesses dias”.

Os directores têm vindo a alertar

para o problema desde que o Minis-

tério da Educação e Ciência (MEC)

os notifi cou, em meados de Março,

de que deviam congregar no mesmo

espaço, nomeadamente nas escolas-

sede dos respectivos agrupamentos,

“o maior número possível de alunos”

do 4.º ano, em dias de exame.

A necessidade de concentração

das crianças que frequentam as es-

colas do 1.º ciclo (em edifícios que

chegam a estar a 20 e 30 quilóme-

tros da escola-sede) resulta de vários

factores. Ao contrário do que acon-

tecia com as provas de aferição, os

enunciados dos exames terão de ser

entregues, no próprio dia, por mi-

litares da GNR, como acontece nos

casos das provas nacionais realiza-

dos noutros níveis de ensino. Além

disso, os exames do 4.º ano serão

vigiados por professores de outro ci-

clo e de áreas disciplinares diferentes

daquelas sobre as quais incidem as

provas – de Português, no dia 7, e de

Matemática, a 10.

Os directores não contestam as

vantagens de juntar aqueles alunos,

mas têm avisado que a decisão tem

consequências para os restantes.

“Para criar condições para que 300

alunos façam exames na escola-sede,

não posso acolher os 500 que habitu-

almente lá têm aulas: não dispomos

de salas, de funcionários e de pro-

fessores em número sufi ciente”, diz

Filinto Lima, dirigente da Associação

Nacional de Directores de Agrupa-

mentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

Filinto Lima frisa que as soluções va-

riam de agrupamento para agrupa-

mento, consoante o número de alu-

nos do 4.º ano, o de estudantes com

aulas nas escolas-sede nas manhãs de

terça e sexta, a quantidade de salas

e os professores e funcionários dis-

poníveis. “Sei de escolas que, apesar

das difi culdades, asseguram as aulas

os alunos 6.º e 9.º, por serem anos de

exame”, exemplifi ca; “noutros casos,

as direcções optaram por concentrar

nesses dois dias as visitas de estudo

do 2.º e 3.º ciclos”, acrescenta Ma-

nuel Pereira, da Associação Nacional

de Dirigentes Escolares (ANDE).

Os dois dirigentes dizem-se certos,

contudo, de que, “na maior parte das

escolas”, “muitos alunos” fi carão a

cargo das famílias. Jorge Ascensão,

da Confap, também teme que sim.

“Com uma agravante”, sublinha: “Os

pais dos alunos do 4.º ano já sabiam

que se iriam confrontar com inú-

meros problemas decorrentes dos

exames, mas os pais dos restantes

estudantes, em muitos casos só esta

semana estão a ser notifi cados que os

seus fi lhos não deverão ir à escola nas

manhãs de terça e de sexta”.

Recém-eleito, o presidente da

Confap ressalva que quer fazer um

mandato “pela positiva, construti-

vo”. Por isso e por ter garantias do

MEC “de que os erros cometidos es-

te ano serão analisados e evitados

no ano que vem”, não quer “exa-

gerar nas críticas”. Ainda assim,

afi rma não ter dúvidas de que, na

próxima semana, “são as famílias

que vão sofrer na pele” as conse-

quências da decisão de “promover

exames nacionais sem espaços e

recursos adequados para o efeito”.

“O MEC e as direcções das escolas

esperam que os pais faltem ao traba-

lho? Que de véspera peçam dois dias

de férias? Num momento de tantas

difi culdades fi nanceiras, certamente

que não acreditam que possamos

pagar a terceiros para nos fi carem

com os fi lhos”, comenta.

Diz temer que as crianças (algumas

de 10, 11 anos) fi quem “sozinhas em

casa”, uma preocupação que é parti-

lhada por Rui Martins, dirigente Con-

federação Nacional Independente

de Pais e Encarregados de Educação

(CNIPE). Ambos estão apreensivos,

também, com as crianças que fazem

exame para a semana, nomeadamen-

te devido à perturbação que a deslo-

cação lhes pode vir a causar. Aparen-

temente os problemas do transporte

estão ultrapassados – tanto o MEC

como a Associação Nacional de Mu-

nicípios Portugueses informam que

será assegurado pelas autarquias ou

pelos agrupamentos de escolas.

O dirigente da Confederação Nacional das Associações de Pais está preocupado com o facto de parte das escolas fecharem portas a uns alunos para poderem receber os outros, na próxima semana

Ensino básicoGraça Barbosa Ribeiro

Page 11: 2 Maio PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013 | PORTUGAL | 11

A Direcção-Geral da Saúde alerta os

portugueses que tenham uma via-

gem planeada para Angola ou que te-

nham vindo do país há pouco tempo

que estão a ser detectados casos de

febre de dengue em pessoas que es-

tiveram recentemente naquele país.

Num comunicado, o director-geral da

Saúde lembra também que “a febre

de dengue encontra-se, igualmen-

te, difundida na maioria das regiões

tropicais e subtropicais do globo” e

que a doença é transmitida pela pi-

Direcção-Geral da Saúde alerta viajantes para surto de dengue em Angola

cada dos mosquitos infectados com

o vírus, não podendo ser passada de

pessoa para pessoa.

Esta doença propaga-se através de

vários mosquitos do género Aedese

e provoca sintomas semelhantes

a constipações e gripes, podendo

tornar-se hemorrágica e mortal. As-

sim, Francisco George recomenda

às pessoas que durante a estadia ou

até 21 dias depois de regressarem de

Angola ou de outras zonas onde exis-

ta a doença que fi quem atentos às

“queixas sugestivas de dengue, no-

meadamente febre de início súbito

com dores de cabeça, dores muscu-

lares, dores articulares, ou ainda,

mais raramente, manchas no corpo

ou hemorragias”.

Em relação ao tratamento, a Direc-

ção-Geral da Saúde alerta que por

existir a possibilidade de hemorragia

está contra-indicado o uso de medi-

camentos como a aspirina (ácido ace-

SaúdeRomana Borja-Santos

Doença é transmitidapor mosquito e pode demorar até 21 dias a manifestar-se. Febreé o sintoma mais comum

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tilsalicílico) e de anti-infl amatórios

não esteróides como o ibuprofeno.

Para controlar a febre deve dar-se

preferência ao paracetamol e ligar

para a Linha Saúde 24 (808 24 24 24)

ou contactar o médico assistente.

“A principal medida de prevenção

é a protecção contra a picada de mos-

quitos, através do uso de roupas ade-

quadas e da aplicação de repelente”,

explica Francisco George. Assim, em

caso de viagem para Angola, as auto-

ridades de Saúde recomendam que

os turistas utilizem roupas frescas,

largas, de preferência de cores cla-

ras e que cubram o máximo possí-

vel o corpo. Há mais recomendações

que foram dadas aquando do surto

na Madeira. Até à semana passada

a dengue tinha sido diagnosticada

em 30 portugueses, nomeadamente

na consulta pós-viagem do Instituto

de Higiene e Medicina Tropical, em

Lisboa, adiantou a Lusa.

A doença propaga-se através de mosquitos do género Aedese

A ex-ministra da Saúde Ana Jorge

alertou que é impossível cortar 500

milhões de euros no sector até 2016

sem reduzir a qualidade e o acesso ao

Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Se

fosse ministra, sendo profi ssional de

saúde, não conseguiria nem poderia

cortar 500 milhões, quando existe

uma crise social, muito desemprego,

carências graves e fome”, afi rmou à

Lusa Ana Jorge.

A pediatra no Hospital Garcia da

Orta, em Almada, nota que os hospi-

tais estão a funcionar com “equipas

muito reduzidas e têm difi culdade

de acesso a meios complementares

de diagnóstico e meios terapêuticos”

e que “existe um aumento das listas

de espera para consultas e para ci-

rurgias” em resultado dos cortes já

efectuados.

Corte de 500 milhões é impossível, diz Ana Jorge

Serviço Nacional de Saúde

Page 12: 2 Maio PÚBLICO
Page 13: 2 Maio PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013 | PORTUGAL | 13

PAULO PIMENTA

Processos pendentes continuaram a aumentar e atingem recorde em 2012

A duração média dos processos passou de 33 meses em 2007 para 29 meses em 2011

O número de processos pendentes

nos tribunais judiciais de primei-

ra instância continuou a subir em

2012, em comparação com os anos

anteriores, revelam as mais recentes

estatísticas da Direcção-Geral da Po-

lítica de Justiça. Não sendo brutal, o

aumento de perto de 18 mil proces-

sos é desvalorizado pelo Ministério

da Justiça, que prefere focar-se nos

dados do último trimestre do ano.

“É extraordinariamente positivo

que no quarto trimestre de 2012 se

tenha verifi cado uma redução de 0,4

por cento no número de processos

pendentes”, observa uma adjunta

da ministra da Justiça, Susana Videi-

ra, para quem a redução é fruto de

algumas medidas tomadas pela tu-

tela e pode mesmo confi gurar uma

tendência. “No momento que o país

atravessa o aumento das pendên-

cias, é expectável”, prossegue.

São mais que muitos os processos

resultantes de créditos ao consumo

que fi caram por pagar, de telemó-

veis que emudeceram por a conta

não ter sido saldada. No fi nal de

2011 acumulavam-se nos tribunais

judiciais de primeira instância um

total de 1.701.673 processos, núme-

ro que em Dezembro passado subiu

para 1.719.614. Representando um

crescimento de 1,6%, as estatísticas

não incluem os dados dos tribunais

de execução de penas. E tudo po-

dia ter sido ainda pior. Segundo a

Direcção-Geral da Política de Justiça,

o número de processos terminados

— mesmo assim mais 11,3% face a

2011, totalizando mais de 800 mil —

não foi sufi ciente para acompanhar

a quantidade de processos entrados,

mais 26.692 do que no período ho-

mólogo anterior. Susana Videira re-

alça que o aumento de pendências

foi bem maior entre 2010 e 2011.

“Os processos cíveis corresponde-

ram em 2012 a cerca de 72 por cen-

to do total de processos entrados”,

descreve uma nota informativa que

acompanha a estatística. Os dados

mais recentes sobre a duração mé-

dia dos processos dão conta de que

passou, na justiça cível portugue-

sa, de 33 meses, em 2007, para 29

meses em 2011. Metade desse tem-

po é gasto a tentar notifi car a parte

contrária no processo, revelava um

estudo divulgado no fi nal do ano. “A

taxa de resolução processual, que

mede a capacidade do sistema num

determinado ano para enfrentar a

procura verifi cada no mesmo perí-

odo, foi, em 2012, de 96,8%, tendo-

se verifi cado uma melhoria face ao

valor de 95,2% registado em 2011”,

refere ainda a Direcção-Geral da

Política de Justiça. Na área penal, o

total de processos-crime em fase de

julgamento fi ndos diminuiu cerca de

12,3% entre 2007 e 2011. Os crimes

rodoviários ocuparam, em 2011, um

lugar de relevo nos tribunais, com

cerca de 36,1% do total de crimes

julgados. A seguir surgiam os furtos

e roubos (11,6%) e os crimes de ofen-

sas à integridade física (11,3%).

Redução de pendências no último trimestre do ano passado pode ser o início de inversão da tendência, diz Ministério da Justiça, que desvaloriza o aumento de 1,6% em relação a 2011

Justiça Ana Henriques

Insolvências particulares quase duplicam as das empresas

Processos cresceram cinco vezes em apenas cinco anos

Embora as estatísticas do Ministério da Justiça (MJ) dêem conta de um aumento das insolvências

tanto no que diz respeito aos particulares como no que se refere às empresas, é no primeiro caso que o problema atinge patamares mais preocupantes. “Regista-se um aumento, na comparação do quarto trimestre de 2007 com o quarto

trimestre de 2012, do peso das pessoas singulares no total de processos”, refere uma nota informativa. Em cinco anos, as insolvências das famílias quase quadruplicaram, passando de 17,6% para 65,3% do total. Já no caso das pessoas colectivas de direito privado, como é o caso das empresas, a tendência foi inversa: de 81,8% desceram para 34,7% do total. Nas insolvências

decretadas nos tribunais judiciais de 1.º instância destaca-se “uma tendência acentuada para o seu crescimento, sendo que o valor registado no quarto trimestre de 2012 [4154] corresponde a mais de cinco vezes e meia o valor registado no quarto trimestre de 2007 [729]”. O “salto” terá ocorrido entre 2010 e 2011, com um aumento de 75,4% [de 1780 para 3123].

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1,7Havia 1.719.614 processos pendentes nos tribunais de primeira instância no final de 2012. O valor mais alto dos últimos 16 anos

Page 14: 2 Maio PÚBLICO

14 | LOCAL | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

Tribunal obriga Câmara de Faro a manter o parque de lazer das Figuras

VIRGÍLIO FERREIRA

Presidente da Câmara já prometeu manter o parque de lazer das Figuras “ao serviço da população para recreio e desporto”

O Tribunal Central Administrativo

do Sul (TCAS) travou a pretensão da

Câmara de Faro de eliminar um par-

que de lazer – uma área de quatro

mil metros quadrados, situado à en-

trada da cidade, junto à urbanização

Horta das Figuras. No lugar da zona

verde previa-se a construção de uma

bomba de gasolina e, eventualmen-

te, de mais uma área de comércio

e serviços.

O confl ito entre os moradores da

Hortas das Figuras, que se opunham

ao projecto da autarquia, e o muni-

cípio arrastava-se há oito anos. Ago-

ra, o presidente da câmara, Macário

Correia, garante que “a população

contará para sempre com o parque

de lazer das Figuras e com os seus

relvados sem qualquer alteração”.

Anteontem à noite, a assembleia

municipal tomou conhecimento do

acórdão, que reduz à nulidade a deli-

beração que este órgão tinha tomado

em 2005, quando desafectou para o

domínio privado o lote de terreno

da Horta das Figuras, que fora ce-

dido à autarquia destinado a zona

verde. A aprovação que, na altura,

contou com o apoio das principais

forças políticas, foi justifi cada pela

necessidade de salvar o Sporting Fa-

rense da falência. Com essa parcela

em seu poder, diz a câmara, o clube

“ terá fi rmado um compromisso com

uma empresa petrolífera com vista

à criação de um posto de combustí-

vel nesse local”. Porém, uma acção

judicial, movida pelos moradores da

urbanização, travou o negócio.

O acórdão do TCA chegou na al-

tura em que começa a discussão

pública do Plano de Pormenor do

Sítio da Má Vontade e das Pontes de

Marchil – no qual este espaço (lote

54) se inclui –, que já poderá ser ur-

banizado, como previsto. A proposta

de construção, diz Macário, é que,

“nestas novas circunstâncias, dei-

xará de contar com esse lote [54], o

qual na versão seguinte do trabalho

será eliminado”.

O representante dos moradores,

Luís Martins, sublinha que a câmara

foi “forçada a reconhecer os direitos

que assistiam aos cidadãos, na defesa

de uma zona verde”. Macário Correia

desdramatiza. “Ao executar, como

parece óbvio, a decisão judicial, os

órgãos do município manterão o par-

que de lazer das Figuras ao serviço da

população para recreio e desporto”.

Amanhã, a câmara apresenta o Plano

de Pormenor do Sítio da Má Vontade,

que abrange 83 hectares e fi ca em

discussão pública até 23 de Maio.

Embora o autarca garanta que a

população “contará para sempre”

com o parque de lazer das Figuras,

Luís Martins ainda não dá o caso

por encerrado: “Vamos estar aten-

tos, porque há muitos interesses em

presença.” Segundo os moradores,

o relvado do parque de lazer daria

lugar a uma edifi cação com 2552 me-

tros quadrados – dois pisos acima do

solo e um em cave. Macário Correia

justifi ca: “Enquanto não existia uma

decisão judicial, os órgãos munici-

pais estavam vinculados à delibera-

ção tomada há alguns anos. Por isso,

à cautela, sem se saber o sentido do

acórdão, foi mantido nos estudos

prévios do Plano de Pormenor do

Sítio da Má Vontade e das Pontes de

Marchil um lote eventual.”

Os moradores desta urbanização,

numa primeira acção, intentada no

Tribunal Administrativo e Fiscal de

Loulé, perderam. Não desistiram. O

TCAS deu-lhes razão, tendo a sen-

tença transitado em julgado a 19 de

Abril. O parque de lazer faz parte da

Estrutura Verde Principal da cidade,

salvaguardado pelo alvará da urbani-

zação das Figuras, emitido em 1990.

A assembleia municipal aprovou a

29 de Abril o novo Regulamento de

Urbanização e Edifi cação, justifi ca-

do pela necessidade de incorporar

“alterações legislativas” ocorridas

nos últimos dois anos. Um dos as-

pectos considerados, sublinha a câ-

mara, foi a necessidade de “criar um

maior equilíbrio nos encargos para

a compensação da falta de espaços

verdes e equipamentos”.

O Plano de Pormenor do Sitio da Má Vontade e Pontes de Marchil, que vai ser apresentado amanhã, terá que sofrer alterações para se conformar à sentença – manter o local como zona verde

AutarquiasIdálio Revez

Bicicletas de uso partilhado

Concurso público prevê concessão de 20 anos

A Assembleia Municipal de Faro aprovou a proposta do executivo de criação de um sistema de bicicletas

de uso partilhado. O concurso público para a exploração do sistema prevê uma concessão de 20 anos, renovável por mais cinco. O promotor, diz a autarquia, ficará com a responsabilidade de adquirir, “sem quaisquer custos para o município”, todo o equipamento necessário, bem como de assegurar a manutenção e renovação do mesmo. A tabela dos preços a praticar será

“aprovada previamente” pela autarquia. O concurso vai ser lançado para 20 estações, as primeiras oito deverão estar operacionais 120 dias após a assinatura do contrato e as restantes após o quinto ano do contrato.

Page 15: 2 Maio PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013 | 15

Breves

Lisboa

Coimbra

Elevador da Glória pára a 17 de Maio para prova de ciclismo

Queima das Fitas começa às zero horas de sexta-feira

O Elevador da Glória vai parar na noite de 17 de Maio, deixando a estrada livre para a edição do Centenário da Subida à Glória, anunciou ontem a Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC). A corrida inicia-se com uma subida em contra-relógio individual na Calçada da Glória, que permitirá apurar os melhores tempos, cujos detentores passarão às meias-finais que, tal como a final, serão disputadas em regime de eliminação, com dois concorrentes a correrem lado a lado. Um dos maiores desafios da edição do Centenário da Subida à Glória passa pela tentativa de bater o recorde da escalada, que se mantém na posse de Alfredo Piedade, que, em 1926, conseguiu o tempo de 55 segundos.

A Queima das Fitas de Coimbra começa na sexta--feira com a Monumental Serenata e prolonga-se por uma semana. A Queima arranca de quinta para sexta, ao bater da meia-noite, com a serenata na Sé Velha, que dá inicio à maior festa académica do país. Nas actividades tradicionais destacam-se ainda o jantar e baile de gala, no sábado, que este ano se muda para o Convento de Santa Clara-a-Nova. Domingo é dia de cortejo académico a desfilar pelas ruas da cidade. No cartaz de espectáculos das Noites do Parque destacam-se Expensive Soul e DJ Ride, Xutos e Pontapés, o DJ holandês Hardwell, Capitão Fausto, Amor Electro, um DJ set de Maxim, vocalista dos Prodigy, a Kumpania Algazarra e os Gogol Bordello.

Foi a primeira escolha de Luís Fi-

lipe Menezes para lhe suceder na

presidência da Câmara de Gaia, mas

o PSD acabaria por trocar as voltas

a José Guilherme Aguiar, que hoje

anuncia a sua candidatura, como

independente, à presidente da au-

tarquia onde foi vereador durante

vários anos.

Magoado mas não zangado com

Luís Filipe Menezes, Guilherme

Aguiar quer ser o rosto de um pro-

jecto autárquico “totalmente inde-

pendente”, alicerçado na socieda-

de civil e nos valores da cidadania.

Com as 4000 assinaturas exigidas

aos candidatos independentes —

“recolhidas em apenas 13 dias”,

segundo fonte da candidatura —,

Guilherme Aguiar fará hoje ape-

nas uma declaração, sem direito a

perguntas dos jornalistas. E o local

escolhido, Arcozelo, tem um duplo

simbolismo. Foi a freguesia que o

viu nascer e onde foi presidente da

junta.

Natural de Gaia, onde nasceu há

61 anos, Guilherme Aguiar, advo-

gado e comentador televisivo do

programa Dia Seguinte, escolheu

um local à beira-mar, o Café Areal,

em Miramar, para dizer aos gaienses

que está na corrida para as eleições

autárquicas. Consciente de que o

combate vai ser difícil, o ex-presi-

dente da Junta de Arcozelo afi rma

que não se deixa intimidar pelo fac-

Guilherme Aguiar é candidato a Gaia como independente

to de não ter uma máquina partidá-

ria por detrás de si e frisa que uma

candidatura independente obriga

a “puxar pela criatividade”, e que

é isso que pretende fazer.

Ao contrário do futebol, uma área

à qual está ligado há muitos anos co-

mo dirigente do FC Porto e da Liga

de Clubes, Guilherme Aguiar sabe

que neste combate em que agora

embala não há espaço para empa-

tes e promete empenhar-se para que

a vitória não lhe escape.

Sem grandes apoios fi nanceiros

para fazer uma campanha “muito

mediática”, a candidatura indepen-

dente em Gaia vai apostar muito nas

plataformas digitais, porque falta de

notoriedade o candidato não tem.

Guilherme Aguiar é o último no-

me a apresentar a candidatura em

Vila Nova de Gaia e o único inde-

pendente. O PS candidata Eduardo

Victor Rodrigues, o PSD recorreu

ao deputado Carlos Abreu Amorim,

o BE escolheu Eduardo Pereira e o

PCP apostou em Jorge Sarabando.

As próximas eleições autárqui-

cas na Área Metropolitana do Por-

to vão ser um teste às candidaturas

independentes. Pela primeira vez,

haverá, assim, quatro candidaturas

independentes no distrito. No Porto,

a ruptura entre PSD e CDS, que es-

tão coligados há 12 anos, fomentou

o aparecimento de uma candidatura

independente, protagonizada por

Rui Moreira; em Matosinhos, o ac-

tual presidente, Guilherme Pinto —

que o PS preteriu a favor de António

Parada — recolhe assinaturas para se

apresentar aos matosinhenses nas

autárquicas como independente;

e, em Gondomar, o actual vereador

Fernando Paulo é o rosto do Movi-

mento Gondomar no Coração, fun-

dado por Valentim Loureiro.

Eleições autárquicasMargarida Gomes

Após o PSD o ter escolhido e depois recusado, o antigo vereador entra na corrida à Câmara de Gaia

ADRIANO MIRANDA

Guilherme Aguiar diz-se “magoado mas não zangado” com Menezes

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Page 16: 2 Maio PÚBLICO

16 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

Governo prevê corte de 1300 milhões nas prestações sociais em 2014

É a maior diminuição anual de que há registo deste 1977. A medida está inscrita no Documento de Estratégia Orçamental que foi aprovado pelo Conselho de Ministros na passada terça-feira

NUNO FERREIRA SANTOS

Pensões e subsídios com cortes substanciais nas contas do ministro das Finanças, Vítor Gaspar

O Governo pretende realizar, duran-

te o próximo ano, uma redução da

despesa com prestações sociais de

cerca de 1300 milhões de euros, a

maior diminuição anual de que há

registo desde 1977, incluindo o corte

de 2012, o ano em que, entre outras

medidas, o pagamento do 13º e do

14º mês foi suspenso.

De acordo com as previsões apre-

sentadas no Documento de Estraté-

gia Orçamental aprovado esta terça-

feira, o valor suportado pelo Estado

em prestações sociais deverá passar

dos cerca de 39.300 milhões de eu-

ros deste ano para aproximadamente

38.000 milhões de euros em 2014.

Um corte inédito de 1300 milhões

de euros numa rubrica da despesa

que inclui, além das pensões (a que

maior peso tem) e do subsídio de de-

semprego, outras prestações sociais

pagas em dinheiro ou em espécie.

Em 2012, a redução deste tipo de

despesa foi de cerca de 700 milhões

de euros, um valor para o qual con-

tribuiu de forma decisiva a suspen-

são dos subsídios. Além disso, várias

prestações sociais viram as suas re-

gras de acesso mais apertadas, o que

permitiu que a despesa não subisse

tanto como seria normal em deter-

minadas prestações como o subsí-

dio de desemprego. Este ano, com o

Governo a ser forçado pelo Tribunal

Constitucional a recuar no corte dos

subsídios e mais uma vez com o nú-

mero de desempregados a disparar,

prevê-se um acréscimo da despesa

de cerca de 1940 milhões de euros.

Para os anos seguintes a 2014, o

executivo conta com uma quase es-

tabilização do volume de despesa

em 2015 e subidas ligeiras em 2016

e 2017. As prestações sociais conti-

nuarão a perder o seu peso na eco-

nomia, de acordo com as projecções

governamentais, passando de 23,9%

em 2013 para 21,3% em 2017.

As despesas com prestações so-

ciais, em particular com as pensões,

têm, devido à evolução demográfi ca,

apresentado uma tendência de cres-

cimento anual acima do crescimento

da economia. O Governo tem a inten-

ção — de uma forma radical em 2014

— de alterar essa tendência.

No DEO, não é dito quais as medi-

das que serão tomadas para garantir

o corte de despesa com prestações

sociais. No entanto, tendo em conta

a decisão recente do Tribunal Cons-

titucional, cortes como o dos subsí-

dios não podem ser repetidos. Têm

sido ponderadas opções que incluem

a alteração do cálculo das pensões

dos actuais e futuros pensionistas.

O Governo tem ainda de decidir o

que fazer ao corte, supostamente

temporário, em vigor nas pensões

mais elevadas. Entre hoje e amanhã,

o Governo irá dar a conhecer as pro-

postas.

Corte profundo em saláriosA outra grande fatia dos cortes pro-

jectados está nos salários dos funcio-

nários públicos. No DEO, o Governo

aponta para um corte que fi ca pró-

ximo de 2000 milhões de euros até

2017. E o esforço será feito principal-

mente em 2014 e 2015. No próximo

ano, a factura do Estado com salários

será diminuída em 850 milhões de

euros. E em 2015 o corte atinge os

930 milhões de euros.

Em 2012, a diminuição da despe-

sa com salários foi bem maior. Para

além da diminuição maior do que o

previsto no número de funcionários,

o Governo realizou uma poupança

signifi cativa ao não pagar o subsídio

de férias e de Natal a uma grande par-

te dos seus trabalhadores.

Agora, tal como acontece com as

pensões, para efectuar novos cor-

tes, o Governo está limitado pela

decisão do Tribunal Constitucional.

À primeira vista, a solução passará

essencialmente por uma redução

forte do número de funcionários. O

executivo pretende lançar já este ano

um programa de rescisões amigáveis

e relançar a estratégia de colocação

de trabalhadores em situação de mo-

bilidade especial, com perda de parte

do salário.

Reforma do EstadoSérgio Aníbal

Carga fiscal sem alterações

Vários membros do Governo, incluindo o ministro das Finanças, têm defendido a possibilidade de, caso

se avance para um programa ambicioso de corte na despesa pública, alívio da carga fiscal imposta aos portugueses. No entanto, no Documento de Estratégia Orçamental, esse alívio não está previsto.

A carga fiscal – que inclui os impostos e as contribuições sociais suportadas pelos portugueses – depois de subir de 32,1% em 2012 para 33,5% em 2013, deverá estabilizar próximo desse valor nos anos seguintes. Para 2014, o Governo projecta

uma ligeira descida para 33,4%, valor que se mantém em 2015. Em 2016, prevê-se uma subida da carga fiscal novamente para 33,5%, que se acentua em 2017, para 33,8%.

O Governo tem em curso uma reforma do IRC, que em princípio levará a uma redução progressiva da taxa de IRC para um valor próximo dos 10%. No entanto, este imposto tem um peso pouco significativo no total da receita fiscal em Portugal. Os números apresentados no DEO dão indícios de que, no cenário base do Governo, reduções de impostos no IRS ou no IVA não estão presentes.

Page 17: 2 Maio PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013 | ECONOMIA | 17

A transportadora aérea açoriana

Sata assegurou ontem que man-

tém “disponibilidade e abertura

para tentar alcançar um acordo que

permita o desbloqueamento atem-

pado” da greve que começa hoje,

para evitar danos “signifi cativos” na

economia regional.

Os trabalhadores da Sata iniciam

hoje o segundo período de greve,

que se estende até sábado, depois

de ter falhado um entendimento

entre a plataforma de sindicatos e

a empresa, numa reunião realizada

na terça-feira, em Lisboa.

Num comunicado ontem divulga-

do, a Sata sublinhou que “voltou a

apresentar um conjunto de medidas

devidamente enquadradas dentro

do quadro legislativo em vigor, não

tendo, mesmo assim, sido possível

Sata mantém abertura ao diálogo para evitar a greve que começa hoje

chegar a um entendimento com a

plataforma sindical”.

Após a reunião de terça-feira, Rui

Luís, porta-voz da plataforma de sin-

dicatos, disse que os sindicalistas

foram confrontados por parte dos

representantes da Sata com “mais

do mesmo”, admitindo partir para

novas paralisações. Cinco sindicatos

convocaram a greve na transporta-

dora cujo primeiro período já acon-

teceu nos dias 23, 24 e 25 de Abril,

estando a segunda fase da paralisa-

ção marcada para quinta-feira, sex-

ta-feira e sábado, coincidindo com

as festas religiosas do Santo Cristo,

na ilha de São Miguel, nos Açores.

A greve foi convocada contra a

não aplicação na Sata de um acordo

que os mesmos sindicatos assinaram

com a administração da TAP com

vista a evitar cortes salariais entre

os 3,5% e os 10% previstos no Orça-

mento do Estado de 2013. Lusa

Aviação

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DÁRIO CRUZ

Tribunal de Contas está na origem das denúncias de risco dos swaps

O Ministério Público do Tribunal de

Contas esclareceu ontem que não

pendem nem deram entrada quais-

quer processos de auditoria que

evidenciem infracções fi nanceiras

relacionadas com os contratos es-

peculativos swaps, entre empresas

públicas e bancos.

O esclarecimento surge em comu-

nicado assinado pelo procurador-ge-

ral adjunto do Ministério Público do

Tribunal de Contas, António Cluny,

publicado no portal da Procurado-

ria-Geral da República.

Na nota, António Cluny assinala

que “não pendem nem deram en-

trada” nos serviços do Ministério

Público do Tribunal “quaisquer

processos de auditoria” em que,

“nos respectivos relatórios, tenha

sido evidenciada qualquer infracção

fi nanceira relacionada com os refe-

ridos contratos”.

O Governo pediu uma investiga-

ção aos instrumentos fi nanceiros

subscritos por várias empresas pú-

blicas e detectou contratos altamen-

te especulativos, que não se limitam

a fazer a cobertura de risco — através

da fi xação da taxa de juro (os desig-

nados swaps) —, mas que têm asso-

ciadas variáveis complexas, como as

alterações cambiais ou a evolução

das cotações do petróleo.

Recomendações antigasNa segunda-feira passada, o presi-

dente do Tribunal de Contas, Gui-

lherme d’Oliveira Martins, disse que

a instituição que preside fez há muito

tempo recomendações a várias enti-

dades sobre os contratos dos chama-

dos swaps de carácter especulativo,

e que os apelos continuam por res-

ponder. Ontem, o procurador-geral

adjunto António Cluny referiu, no

entanto, que “não pendem nem de-

ram entrada quaisquer processos de

auditoria em que sejam directamen-

te evidenciadas infracções relativas

a tais contratos”.

O magistrado adiantou que tam-

bém “não pendem nem deram en-

trada processos em que, por via de

‘auditorias de seguimento’, o tribu-

nal tenha constatado o não acata-

mento reiterado e injustifi cado de

recomendações feitas em anterio-

Procuradores do Tribunal de Contas não receberam processos relativos aos swaps

empresas públicas em responsabili-

dades potenciais por utilização des-

tes instrumentos fi nanceiros. Esta

situação já levou à substituição dos

secretários de Estado Paulo Braga

Lino e Juvenal Silva Peneda, por ale-

gadamente terem autorizado a cele-

bração destes contratos enquanto

dirigentes de empresas de transpor-

tes nortenhas.

A secretária de Estado do Tesouro,

Maria Luís Albuquerque, foi directo-

ra fi nanceira da Refer, empresa que

subscreveu contratos de protecção

de taxa de juro. Mas o ministro das

Finanças já garantiu que a empresa

não tem contratos considerados “es-

peculativos”.

As operações swaps em contra-

tos de fi nanciamento destinam-se a

proteger as partes contratantes das

oscilações das taxas de juro, ao tro-

car uma taxa variável por uma taxa

fi xa. Os contratos implicam sempre

perdas para um dos contratantes, já

que existe a obrigação de uma das

partes pagar a diferença entre a taxa

fi xa e a variável.

res processos de auditoria sobre tal

matéria”.

Cluny esclareceu que “não pode”

o Ministério Público do Tribunal de

Contas, “em sede de responsabili-

dade fi nanceira, desenvolver, por

si mesmo, qualquer iniciativa pro-

cessual”, salvo as que resultem da

“apreciação e evidenciação prévias,

realizadas em processos e relatórios

de auditoria” do tribunal.

Anteontem, a Procuradoria-Geral

da República anunciou que está a

analisar os elementos que lhe foram

enviados pela Secretaria de Estado

do Tesouro sobre os contratos swaps.

Em causa estão cerca de três mil

milhões de euros no perímetro das

Empresas públicas

Ministério Público do tribunal diz que não tem competência para abrir processos por iniciativa própria

14O Governo já conseguiu liquidar 14 contratos considerados tóxicos pelo IGCP e referentes ao Metro de Lisboa e Metro do Porto

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Page 18: 2 Maio PÚBLICO

18 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

Breves

Bolsa

Energia

Empresa norte--americana comprou 2,02% da EDP

Japão levanta os cortes ao consumo de electricidade

A EDP informou a autoridade bolsista que a Massachusetts Financial Services Company (MFS) lhe comunicou a constituição de uma participação qualificada, composta por 73.696.918 acções, representativas de 2,02% do seu capital social e dos respectivos direitos de voto. Esta participação resultou da aquisição de 696.653 acções, na bolsa lisboeta, em 24 de Abril passado. A MFS detém directamente 71.329.123 acções, representativas de 1,95% do capital social da EDP e outro tanto dos respectivos direitos de voto. Os principais accionistas da EDP são a China Three Gorges (21,35%), a Iberdrola (6,79%) e a Oppidum (6,18%). A empresa passou a ter 13 accionistas com mais de 2%.

O Japão iniciou ontem uma campanha para reduzir o consumo de energia no Verão, mas sem estabelecer limites para o corte, o que acontece pela primeira vez desde o acidente na central nuclear de Fukushima, em Março de 2011.Com a campanha, intitulada “Cool Biz”, o Governo permitirá aos seus funcionários e deputados que trabalhem sem as habituais gravatas e fatos, numa tentativa de não sobrecarregar o consumo energético por via de um maior recurso ao ar condicionado.Ao abrigo da medida, de cariz voluntário, todas os departamentos do país são instados a não programar os ares condicionados abaixo dos 28 graus, permitindo-se, em paralelo, que utilizem roupa mais informal.

DGO divulga trimestralmente atrasos no pagamento pelo Estado

No fi nal do primeiro trimestre deste

ano, havia 40 entidades da adminis-

tração directa e indirecta do Estado

com um prazo médio de pagamento

a fornecedores superior a 60 dias.

Os dados, divulgados na noite de

terça-feira pela Direcção-Geral do

Orçamento (DGO), representam um

aumento de duas entidades face à

lista que tinha sido elaborada para

o último trimestre de 2012.

O balanço da DGO é encabeçado

pelo Instituto Politécnico de Santá-

rém, que tem agora um prazo médio

de pagamento de 328 dias, três dias

mais do que evidenciava no fi nal do

ano passado. Este estabelecimento

de ensino pagava aos fornecedores

com um atraso médio de 76 dias no

início de 2012.

O Instituto Nacional de Aviação Ci-

vil ocupava a segunda posição, com

um tempo médio de pagamento de

266 dias, também a aumentar nos

atrasos face à estatística do fi nal do

ano passado. Acima do 200 dias,

encontravam-se ainda a Autorida-

de Metropolitana de Transportes

de Lisboa, o Gabinete de Estratégia,

Planeamento e Avaliações Culturais,

a Direcção-Geral das Artes e o Gabi-

nete de Planeamento e Políticas.

O ministério de Assunção Cristas,

que além da Agricultura tutela tam-

bém os Assuntos do Mar, do Ambien-

te e do Ordenamento do Território, é

Entidades públicas falham pagamentos a tempo e horas

dos mais representados na lista das

entidades com prazos médios de pa-

gamento superiores a 60 dias — que

a DGO está obrigada a publicitar tri-

mestralmente por força do Decreto-

Lei 36/2013, de 11 de Março.

Instituto de Investigação Agrária

e Veterinária, Inspecção-Geral do

Ministério da Agricultura, direcções

regionais e Agência Portuguesa do

Ambiente são entidades referidas na

lista divulgada na noite de terça-feira

pela Direcção do Orçamento.

Saúde preocupaNum outro universo, o das empresas

públicas, há também situações de

grande falta de liquidez, o que faz

derrapar os tempos de pagamento

aos fornecedores. Os casos mais gra-

ves encontram-se na área da saúde,

com o Centro Hospitalar Lisboa Nor-

te a liderar a lista, com um prazo

médio de pagamento de 476 dias no

fi nal de 2012. Seguem-se o Hospital

de Faro (474 dias) e o Centro Hospi-

talar Lisboa Ocidental (412 dias). Fo-

ra deste universo, assumem maior

relevância a CP (123 dias), a Parque

Expo (118) e o Metropolitano de Lis-

boa (113). A Metro do Porto, que no

fi nal de 2011 tinha um atraso médio

de 236 dias passou para apenas 52

dias em Dezembro de 2012.

Em Março, o Estado aumentou em

42 milhões de euros o montante dos

pagamentos em atraso face a Feve-

reiro, o que se deveu aos pagamen-

tos devidos aos hospitais EPE, que

subiram 81 milhões de euros.

De acordo com a síntese de execu-

ção orçamental de Março, no fi nal

do primeiro trimestre ascendiam

aos 1957 milhões de euros os paga-

mentos em atraso do Estado, valor

que no fi nal do mês anterior era de

1996 milhões.

FERNANDO VELUDO/NFACTOS

DívidasJosé Manuel Rocha

Quatro dezenas de entidades do Estado tinham prazos médios de pagamento a fornecedores superiores a 60 dias

A Fernave existe desde 1992 para ser referência nos transportes

A Fernave fechou 2012 com prejuízos

de 1,2 milhões de euros. Parece mui-

to, mas tendo em conta que em 2010

esta empresa afi liada da CP tinha 2,3

milhões de euros de prejuízos, os

resultados do ano passado indiciam

uma tendência de recuperação que

contraria a crise e que só foi possível

graças a uma aposta forte nos mer-

cados africanos.

Em 2012, mais de 20% do volume

de negócios da Fernave foram reali-

zados com os caminhos-de-ferro de

Angola e Moçambique. Fonte ofi cial

da empresa disse ao PÚBLICO que

a estratégia da Fernave para o ano

em curso passa por “aumentar a sua

quota de mercado em Angola e man-

ter os níveis de crescimento verifi ca-

dos no mercado moçambicano”.

A súbita vocação africana desta

empresa colmatou o decréscimo

de facturação em Portugal, sobre-

tudo para a sua principal cliente e

accionista CP, que no ano passado

lhe adjudicou menos de metade dos

serviços habituais. A Fernave viu, as-

sim, reduzir-se o volume de horas de

formação para os ferroviários, bem

como os exames psicológicos reali-

zados aos maquinistas. Em causa es-

tão as restrições orçamentais da CP e

também a instabilidade laboral, dado

que em períodos de greve o cumpri-

mento dos ciclos de segurança com

a realização daqueles exames não é

uma prioridade.

O relatório e contas de 2012 refere

que a contenção de custos imposta

pela troika às empresas do Sector

Mercados africanos ajudam a Fernavea contornar a crise

Empresarial do Estado “resultaram

numa maior retracção por parte dos

principais clientes da Fernave no que

diz respeito à actividade de forma-

ção, o [seu] core business”.

Ainda assim, o documento realça

que, apesar da enorme quebra nas

vendas – que diminuíram de 1,3 pa-

ra 0,9 milhões de euros nos últimos

dois anos –, os resultados líquidos

não se agravaram, tendo os prejuí-

zos evoluído favoravelmente de 1,3

para 1,2 milhões de euros.

Tal como acontece com a empresa

mãe CP, esta participada sofre tam-

bém com o peso da dívida que, em

2012, representou encargos fi nancei-

ros de 235 mil euros. No entanto, de

2011 para o ano passado, o endivida-

mento desceu de 3,1 milhões para 2,8

milhões de euros graças à alienação à

CP da participada Ecosaúde, que era

defi citária. Ficou tudo em casa, mas

a Fernave melhorou as contas.

Desde a sua constituição, em 1992,

a Fernave foi detida pela CP, Transte-

jo, STCP, Metro de Lisboa, Carris, e

mais tarde a Refer. Pretendia ser uma

escola de referência no sector dos

transportes. Mas um a um os accio-

nistas – todos públicos – foram saindo

e a CP fi cou a única proprietária da

empresa.

A internacionalização em curso

salvou-a de ter sido extinta, mas não

está excluída a sua privatização, se

se tornar apetecível no mercado da

formação e da consultoria. Dá preju-

ízo, é certo, mas tem um activo que

agrada aos privados – um portfólio

de clientes cada vez mais alargado e

exterior ao grupo CP.

Em 2012, a Fernave arrancou

com o primeiro curso de maquinis-

tas aberto ao mercado, tendo hoje

praticamente assegurada a coloca-

ção destes formandos em estágios e

eventuais empregos junto de opera-

dores ferroviários privados (Takargo,

MSC Rail e Transdev). Um segundo

curso vai abrir em 13 de Maio.

FormaçãoCarlos Cipriano

Empresa da CP conseguiu reduzir os prejuízos e conta consolidar a recuperação com os negócios em África, que já valem 20% do total

NUNO FERREIRA SANTOS

Page 19: 2 Maio PÚBLICO

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Page 20: 2 Maio PÚBLICO

20 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

Reserva Federal em risco de reforçar programa de estímulo económico

IURI KADOBNOV/AFP

Economia nos EUA está a crescer, mas não a um nível que permita a recuperação do mercado de trabalho, afectado pela crise do subprime

A Reserva Federal (Fed) norte-ame-

ricana pode estar em vias de alterar

os planos de política monetária que

tinha elaborado. Em vez de começar

a reduzir a amplitude do programa

de estímulo económico, a instituição

liderada por Ben Bernanke poderá

ver-se obrigada a reforçar a inter-

venção na economia, cuja recupe-

ração está a ser mais lenta do que

o desejável.

Ontem, o Comité de Política Mo-

netária terminou uma reunião de

dois dias, em Washington, sem de-

cidir mudanças signifi cativas de ru-

mo. As taxas de juro vão manter-se

perto do zero (banda de fl utuação

entre 0% e 0,25%) e a intervenção

na economia, através do programa

de quantitative easing (compra de

obrigações no mercado secundário

para gerar liquidez de dinheiro na

economia) continuará com uma am-

plitude de 85 mil milhões de dólares

por mês.

Mas a agência Reuters assinalava

ontem que cresce, entre a direcção

máxima da Fed, a ideia de que será

necessário reforçar o programa de

estímulo num contexto económico

em que os sinais não apontam para

uma recuperação sólida e sustentá-

vel. E o comunicado fi nal do comité

confi rmava que a Fed “está prepara-

da para aumentar ou reduzir o rit-

mo de compras”, de acordo com a

evolução do mercado de trabalho e

da infl ação. Uma outra solução que

está em cima da mesa consiste em a

Fed manter em stock as obrigações

que foi comprando até que atinjam

a maturidade, em vez de se desfazer

delas antes que isso aconteça.

A opção por um reforço de com-

pras representará uma mudança

naquilo que eram as intenções da

Reserva Federal — de “começar a ti-

rar o pé do acelerador”, ou seja, de

diminuir as aquisições a partir do se-

gundo semestre e, eventualmente,

suspender o programa no fi nal do

ano ou no início do próximo.

Esses planos podem agora estar a

ser reconfi gurados. Porquê? Porque

a economia norte-americana está a

crescer, mas não ainda a um nível

que possa permitir, entre outras coi-

sas, recuperar o mercado de traba-

lho, gravemente afectado pela crise

que se sucedeu à crise do subprime e

à falência do Lehman Brothers.

As empresas norte-americanas

estão a gerar criação líquida de

emprego nos últimos meses, mas

a taxa ofi cial de desemprego ainda

continua próxima dos 8%. Em Abril,

o número de trabalhadores que

conseguiram emprego aumentou

119 mil, abaixo dos 131 mil regista-

dos em Março passado, segundo o

Instituto de Pesquisa ADP.

O preço das casas está em recupe-

ração, mas os dados mais recentes

apontam para uma quebra nas des-

pesas de construção, o que poderá

sinalizar um enfraquecimento do

mercado habitacional. O indicador

teve um recuo de 1,7% em Março,

depois de um incremento de 1,5%

em Fevereiro.

Esta situação tem, essencialmen-

te, a ver com a redução nas emprei-

tadas de obras públicas, num país

onde a despesa do Estado está cada

vez mais condicionada pelos pro-

blemas orçamentais e a falta de um

solução de longo prazo acordada

entre a Casa Branca e o Congresso.

O volume de obras públicas recuou

4,1%, o que representa a maior que-

da desde Março de 2002.

Do lado da produção de bens du-

radouros a situação também não

aponta para grandes doses de opti-

mismo. Em Março, as encomendas

deste tipo de produtos às empresas

caíram para o nível mais baixo em

sete meses.

A primeira estimativa de evolu-

ção do produto interno bruto dos

Estado Unidos nos primeiros três

meses deste ano aponta para um

crescimento de 2,5% numa base

anualizada, mas os analistas come-

çam a duvidar que se consiga um

resultado semelhante no trimestre

em curso.

Timidez da recuperação económica norte-americana pode obrigar a Reserva Federal a mudar de planos e a adiar a cessação da compra de obrigações para injectar dinheiro no sistema fi nanceiro

Política monetáriaJosé Manuel Rocha

Reunião, hoje, em Frankfurt

BCE deve optar pela redução das taxas de juro

O conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE) reúne-se hoje, com o mercado a apontar para

a possibilidade de um corte dos juros para facilitar o crédito e impulsionar o crescimento.

Para Rui Serra, economista--chefe do Montepio Geral, o cenário central passa por um “corte de 0,75% para 0,5%” da taxa de juro directora do BCE. Uma opinião partilhada pelos economistas do alemão Commerzbank. “É provável que aumente a pressão para que o BCE relaxe a sua política

monetária”, disse o analista do Commerzbank Christoph Weil, citado pela agência de notícias Efe. Os analistas que antecipam um corte do preço do dinheiro baseiam-se nas palavras de início de Abril do presidente do BCE, Mario Draghi, que disse estar “preparado para agir” caso fosse necessário e que ia observar atentamente os novos dados económicos.

Desde então, os indicadores sinalizam um enfraquecimento da economia da zona do euro, que está em contracção há cinco trimestres consecutivos.

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22 | MUNDO | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

O desemprego é o cerne de tudo, disse Letta, e Hollande concordou

BERTRAND LANGLOIS/AFP

“A Itália é para a França mais que um parceiro, é um país amigo”, disse Hollande a Letta

Em Enrico Letta, o novo primeiro-

ministro italiano, François Hollande

encontrou o amigo de que precisava

na Europa. Letta é alguém capaz de

dizer que “é preciso coordenar as

políticas do trabalho a nível euro-

peu, para responder aos que perde-

ram emprego e aos que não conse-

guem encontrar trabalho, para não

passar aos cidadãos a mensagem de

que a Europa é um desastre demo-

crático”. Mas, ao mesmo tempo, sos-

sega os ouvidos alemães e do Nor-

te da Europa, dizendo partilhar “a

ideia de que crescimento e rigor não

são incompatíveis”.

O Presidente socialista francês

recebeu ontem no Eliseu o novo

governante italiano, do Partido De-

mocrático (centro-esquerda), e o en-

tendimento para a criação de nova

frente europeia pró-crescimento foi

notório. “Foi um encontro impor-

tante e positivo: a taxa de satisfação

da minha parte é de 100%”, disse

num francês impecável Enrico Let-

ta, que estudou em França.

Paris e Roma têm como horizonte

próximo a cimeira europeia de Ju-

nho: querem pôr de pé uma estraté-

gia de luta contra o desemprego na

Europa — “em especial contra o de-

semprego jovem, que é o verdadei-

ro pesadelo deste ano”, sublinhou

Enrico Letta. “O trabalho é o cerne

de tudo”, tinha já dito em Berlim

na véspera, depois de um jantar de

trabalho com a chanceler Angela

Merkel.

O novo ministro da Segurança

Social italiano, Enrico Giovannini,

aproveitando o Dia do Trabalhador,

anunciou ontem a possibilidade de

vir a mexer na reforma do Código do

Trabalho feita em 2012 pelo Gover-

no de Mario Monti, a chamada Lei

Fornero. Foi inspirada pela fl exi-se-

gurança do Norte da Europa, mas na

prática não está a facilitar a entrada

dos jovens no mercado de trabalho.

“A reforma Fornero foi concebida de

forma muito coerente para uma eco-

nomia em crescimento, mas pode

criar problemas para uma economia

em recessão”, afi rmou Giovannini.

“Temos de perceber bem que mo-

difi cações fazer, mas o mercado de

trabalho precisa de estabilidade e

de regras”.

o desemprego e a visão do relança-

mento económico como uma ques-

tão democrática com um traço mais

dramático: “Não se trata apenas de

saber se Itália e França sairão da cri-

se, mas de saber se a Europa terá um

futuro comum. Ou se os egoísmos

nacionais vão triunfar.”

Criar esperançaEm resposta a uma pergunta dos jor-

nalistas na conferência de impren-

sa conjunta, Enrico Letta explicou

que a sua relação com a chanceler

Angela Merkel “não é de tensão ami-

gável”, como François Hollande já

confessou que era a sua. “Não pode

haver uma Europa em que todos os

países se afundam e só dois ou três

é que fi cam bem. Partilho a ideia de

que crescimento não é alternativa

ao rigor, são complementares”, es-

clareceu, repetindo as palavras que

Merkel tinha dito no dia anterior.

Letta partiu para esta visita a vá-

rias capitais europeias logo a seguir

ao seu Governo ter sido confi rmado

pela câmara baixa do Parlamento e

pelo Senado. Ontem ainda foi jan-

tar a Bruxelas com o presidente do

Conselho Europeu, Herman van

Rompuy, e esta manhã encontra-se

com Durão Barroso, o presidente da

Comissão Europeia.

Na segunda-feira, irá ainda a Ma-

drid, outro grande país europeu que

está a ter problemas de consolidação

orçamental e onde o desemprego

alastra, sobretudo entre os jovens.

Mariano Rajoy é mais um potencial

aliado para a nova entente da Europa

cansada da austeridade que Letta es-

tá a tentar construir para dar fôlego

ao crescimento como a nova ideia

capaz de dar esperança aos euro-

peus. “Esta viagem é uma questão

de política interna e não externa”,

fez questão de frisar.

O Presidente francês recebeu o novo primeiro-ministro italiano em Paris. França e Itália preparam as bases de uma nova aliança pró-crescimento na Europa — que não esqueça o rigor orçamental

União EuropeiaClara Barata

Com o primeiro-ministro italiano

ao lado, Hollande recordou o “pacto

de crescimento” que apresentou aos

Vinte e Sete quando ele próprio foi

eleito, há um ano – embora o novo

fôlego que parecia trazer se tenha

desvanecido num sopro, à medida

que Paris enfrenta difi culdades para

controlar a sua própria dívida e para

estimular o crescimento económico,

com o desemprego a atingir níveis-

recorde.

Mas os desafi os não são apenas

económicos: “O declínio europeu

faz crescer os piores sentimentos;

estas questões devem preocupar os

líderes de cada um dos países euro-

peus nos próximos meses”, subli-

nhou Hollande.

Com a experiência que um ano de

tramitações nos bastidores das altas

esferas europeias lhe deram, o Pre-

sidente francês sublinhou o apelo

de Letta ao empenho na luta contra

Paris e Roma têm como horizonte a cimeira europeia de Junho: querem acordar uma estratégia de luta contra o desemprego na Europa. “Em especial contra o pesadelo do desemprego jovem”, disse Letta

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PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013 | 23

PAUL ROGERS/AFP

Uma ala dos conservadores pede a Cameron uma viragem à direita

As eleições locais, como as que

hoje se realizam em Inglaterra e

no País de Gales, são momentos

habituais de contestação ao Go-

verno. Este é um argumento que

primeiro-ministro britânico, Da-

vid Cameron, tem repetido com

insistência para desvalorizar os

previsíveis maus resultados dos

conservadores. Mas o velho cliché

pode não bastar para acalmar os

críticos da sua liderança, se o par-

tido perder mais assentos do que

o esperado e o partido antieuro-

peu UKIP provar nas urnas que é

uma alternativa para os eleitores

de direita descontentes.

Os 34 conselhos e entidades mu-

nicipais que hoje vão a votos re-

presentam apenas uma pequena

fracção do território britânico e

fi cam quase todos em zonas rurais

consideradas bastiões seguros dos

conservadores (em 2009, o partido

venceu em 29 deles). Mas também

por isso será nos tories que todas as

atenções vão estar centradas quan-

do às dez da noite fecharem as ur-

nas e começar a contagem daquele

que é o principal desafi o eleitoral do

ano e um prelúdio da difícil batalha

europeia de 2014.

As previsões apontam para que o

partido de Cameron perca cerca de

300 dos 2400 lugares em votação,

deixando fugir três municípios que

conquistou em 2009. Derrotas que

os analistas consideram geríveis,

tanto mais que os conservadores

registaram uma ligeira subida nas

sondagens, a reboque da morte da

ex-primeira-ministra Margaret Tha-

tcher. Mas ninguém descarta a hipó-

tese de uma derrota mais pesada,

o que faria ressurgir os fantasmas

que despontaram em Março quan-

do o Partido da Independência do

Reino Unido (UKIP) relegou os con-

servadores para terceiro lugar nas

eleições intercalares no círculo de

Eastleigh.

O sistema eleitoral britânico – vo-

tação uninominal, em que o vence-

dor é eleito por maioria simples – di-

fi culta a eleição dos candidatos dos

partidos mais pequenos, e o UKIP

deve fi car-se pelos 40 mandatos.

Serão, ainda assim, quase o triplo

Mau resultado em eleições locais pode deixar Cameron sob pressão do UKIP

económica Dow Jones o professor

John Curtice, especialista em sonda-

gens da Universidade de Strathcly-

de. Andrew Hakins, presidente da

empresa de sondagens ComRes,

prevê que os resultados “vão ser

maus para os conservadores, mas

não catastrófi cos”. “Só que mesmo

isso é sufi ciente para reforçar a con-

vicção de que eles não vão vencer as

[legislativas] de 2015”, acrescentou

o analista.

As últimas sondagens colocam os

tories a nove pontos dos trabalhistas

(que esperam materializar nas elei-

ções de hoje essa vantagem), o que,

associado ao crescimento do UKIP

e à erosão dos liberais-democratas,

parceiros na actual coligação, torna

mais improvável a reeleição de Ca-

meron. Uma derrota pesada deverá,

por isso, reacender a contestação

interna ao líder conservador, ou,

no mínimo, dar argumentos aos

que pedem uma viragem à direita

do Governo.

Sinal do nervosismo com que os

tories chegam a estas eleições foi o

ataque, no último fi m-de-semana,

do ministro veterano Ken Clarke ao

UKIP. Retomando uma frase do pró-

prio Cameron, que em 2006 cha-

mou aos eurocépticos “malucos e

racistas envergonhados”, Clarke

classifi cou o UKIP como “um ban-

do de palhaços e de gente zangada”

sem propostas. Uma tirada que, iro-

nicamente, acabaria por ser repu-

diada pela própria imprensa con-

servadora, que acusou o ministro

de desrespeito pelos eleitores.

dos eleitos que detém actualmente,

o que demonstra bem a vertiginosa

escalada do partido de Nigel Farage

que, com o seu discurso anti União

Europeia e anti-imigração, angaria

já mais de 10% das intenções de vo-

to a nível nacional.

Paul Webb, professor de Política

da Universidade de Sussex, escreveu

no Guardian que os municípios que

hoje vão a votos “são um terreno

de caça fértil para o líder populis-

ta”, que espera obter o “máximo de

ganhos junto dos eleitores conser-

vadores desiludidos com questões

locais ou nacionais, do casamento

gay aos projectos eólicos”.

“Estas eleições podem sublinhar,

aliviar ou limitar-se a manter os re-

ceios sobre os estragos que o UKIP

está a fazer no Partido Conserva-

dor”, disse ao site de informação

Reino UnidoAna Fonseca Pereira

Partido antieuropeu quer, no escrutínio de hoje, transformar em votos a sua popularidade crescente

“Estas eleições podem sublinhar, aliviar ou limitar--se a manter os receios sobre os estragos que o UKIP está a fazer no Partido Conservador”, considera o professor John Curtice

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Page 24: 2 Maio PÚBLICO

24 | MUNDO | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

AFP

A trágica morte de Shahina, a “última sobrevivente” do Rana Plaza

O corpo de Shahina a ser retirado dos escombros do Rana Plaza

Shahina Akter, que morreu depois

de ter sobrevivido a 110 horas de an-

gústia e sofrimento sob os escom-

bros do prédio que ruiu no Bangla-

desh, tornou-se num dos símbolos

da pior tragédia da história industrial

daquele país.

Rodeada de cadáveres esmagados

por toneladas de betão e aguentando

um calor sufocante, esta viúva de 30

anos nunca perdeu a esperança de

sair viva daquele horror e de encon-

trar o seu fi lho, contaram as equipas

de socorro que acompanharam o seu

calvário.

Mas os cinco dias de luta de Shahi-

na, de quarta-feira a domingo pas-

sado, foram subitamente reduzidos

a nada quanto um socorrista que

manobrava uma serra mecânica

provocou acidentalmente um in-

cêndio que transformou as ruínas

onde a mulher estava num braseiro

infernal.

A televisão, que seguia em directo

a corrida contra o tempo para ten-

tar salvar Shahina através de estrei-

tos túneis, mostrou os bombeiros à

beira das lágrimas depois da morte

daquela que era considerada pelos

socorristas como “a última sobrevi-

vente” que ainda estava presa nos

escombros.

Ontem, uma semana depois da

queda do edifício onde funcionavam

cinco fábricas têxteis na localidade

de Savar, nos arredores de Daca, o

balanço do mortos foi actualizado

para 406 (e ainda 149 desparecidos).

Entre as vítimas mortais lá está o no-

me de Shahina Akter. “Nunca vi nin-

guém tão corajoso em toda a minha

vida”, contou um emocionado Abul

Khayer, que, na segunda-feira, aju-

dou os bombeiros a retirarem o seu

corpo dos escombros.

Shahina Akter tinha deixado os

campos onde nasceu no Bangladesh

para se instalar num dos muitos su-

búrbios miseráveis de Daca e encon-

trar trabalho nas fábricas têxteis da

capital. O seu percurso é igual ao de

muitos outros trabalhadores deste

sector que fornece vestuário a várias

marcas internacionais: milhares mi-

gram para Daca para tentar encon-

trar um meio de subsistência ou para

conseguirem pagar empréstimos.

“A nossa mãe tinha sido operada

à vesícula há 20 anos e na altura tí-

nhamos pedido 5000 taka (45 euros)

a um prestamista. Com os juros, o

valor subiu para 70 mil taka. Ela e eu

tivemos que migrar para conseguir

pagar o empréstimo”, contou o seu

irmão Jahirul Islam.

Shahina, quarta fi lha de uma fa-

mília de camponeses sem terra de

uma zona costeira do Bangladesh,

começou a trabalhar quando tinha

13 anos. Ela era “uma óptima tra-

balhadora”, segundo o seu irmão

Jahirul. “Havia dias em que traba-

lhava das oito da manhã até às dez

da noite. Às vezes trabalhava a noite

toda.”

Por mês ganhava um salário mise-

rável de 4200 taka (40 euros). Com

as horas extraordinárias podia con-

seguir mais 2000 taka extras, que

enviava sempre para os seus pais.

[Ontem, em Roma, o Papa Francisco

chamou a isto “trabalho escravo”.]

“Era também uma bela mulher.

E a mais obstinada de todas”, diz o

irmão. “Apaixonou-se por um colega

de trabalho e casou-se com ele sem

o nosso consentimento. Soubemos

depois que ele morreu num aciden-

te quando ela estava grávida de três

meses.”

Segundo Jahirul Islam, o fi lho de

18 meses de Shahina era “o centro da

sua vida”. “Ela disse-nos que nunca

mais voltaria a casar-se. O seu sonho

era oferecer uma educação melhor a

Robin. Sonhava que ele viesse a ser

médico ou engenheiro.”

Cerca de 3000 trabalhadores tra-

balhavam no Rana Plaza quando este

prédio de oito andares sem licenças

de construção ruiu na quarta-feira

da semana passada. Na véspera, os

trabalhadores assinalaram fi ssuras

no prédio e um técnico recomendou

mesmo a evacuação do imóvel, mas

os responsáveis das fábricas deram

ordens para que toda a gente conti-

nuasse a trabalhar.

Dados da Federação de Trabalha-

dores do Sector Têxtil do Bangladesh

indicam que nos últimos 15 anos

cerca de 600 pessoas morreram e

3000 fi caram feridas em acidentes

registados em fábricas têxteis (in-

cêndios ou derrocadas) em diversas

localidade do país.

O pequeno Robin não sabe que

Shahina morreu. Já perguntou quan-

do é que a mãe volta para casa, mas

ainda ninguém teve coragem de lhe

dizer a verdade.

Podia ter sido o momento milagroso da tragédia da semana passada no Bangladesh, quando um prédio que albergava várias fábricas de roupa ruiu nos arredores de Daca. Mas é uma entre os mais de 400 mortos

BangladeshShafiq Alam (AFP), Savar

Page 25: 2 Maio PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013 | 25

O Presidente dos EUA chega hoje

ao México, no fi nal de uma semana

que começou com o anúncio que

as autoridades de segurança norte-

americanas mais temiam: o novo

Governo mexicano, do Presidente

Enrique Peña Nieto, anunciou o

fi m da colaboração directa entre as

agências de combate ao narcotráfi co

de ambos os lados da fronteira. A

partir de agora, as operações têm de

passar pelas mãos do Ministério do

Interior, numa mudança que está a

ser vista nos EUA como um recuo de

12 anos na política mexicana.

Mas Obama prefere esperar para

ver. E ouvir o que o seu homólogo

tem a dizer sobre um assunto tão

delicado. “Não vou fazer julgamen-

tos sobre de que forma é que isto

vai alterar a relação entre os Estados

Unidos e o México até ouvir em pri-

meira mão qual é a intenção deles”,

disse o Presidente dos EUA numa

conferência de imprensa sobre a sua

visita de dois dias ao México. Mas

deixou bem claro que a nova polí-

tica mexicana será um dos pratos

fortes do jantar que partilhará com

o seu homólogo mexicano, ainda

que publicamente a Casa Branca

esteja mais interessada em vincar a

importância das relações económi-

cas entre os dois países. “Na minha

primeira conversa com o Presiden-

te [Peña Nieto], ele indicou-me que

continua preocupado com as formas

que temos de lidar em conjunto com

o problema dos cartéis de droga

transnacionais”, revelou.

Para Larry Holifi eld, antigo di-

rector da agência de combate ao

tráfi co de droga dos EUA (Drug En-

forcement Administration, DEA) na

Cidade do México, a nova estratégia

do Presidente Enrique Peña Nieto e

do seu Partido Revolucionário Insti-

tucional (PRI) é “passar as questões

de segurança das mãos dos agen-

tes operacionais para as mãos dos

políticos”. Citado pelo The Dallas

Morning News, o antigo responsá-

vel considera que está em curso um

regresso “aos dias do velho PRI”.

“Não consigo perceber de que forma

é que isto vai ajudar na partilha de

informação em tempo real”, critica.

Obama no México entre a economia e o narcotráfico

Ao fi m de 71 anos no poder, o

PRI passou para a oposição no ano

2000, onde fi cou até ao Verão do

ano passado. Nesses 12 anos – espe-

cialmente a partir de 2006 –, o Mé-

xico e os EUA desenvolveram uma

cooperação muito próxima no com-

bate ao narcotráfi co, mas o elevado

número de mortes por causa da vio-

lência dos cartéis levou a uma rea-

valiação da política mexicana. “Al-

gumas pessoas vão considerar que

isto representa o fi m da cooperação

tal como a conhecemos, mas temos

de aceitar que, em última análise, a

decisão é de quem joga em casa”,

disse ao mesmo jornal Tony Garza,

embaixador norte-americano entre

2002 e 2009.

A segurança e o narcotráfi co fo-

ram os temas mais debatidos nos

media norte-americanos nas vés-

peras da visita, mas Barack Obama

garante que o principal motivo da

sua viagem ao México é a economia.

“Muita da atenção vai centrar-se na

economia”, disse o Presidente dos

EUA. “Passamos tanto tempo a fa-

lar de assuntos de segurança entre

os Estados Unidos e o México que

por vezes nos esquecemos deste gi-

gantesco parceiro, responsável por

enormes quantidades de comércio

e de postos de trabalho em ambos

os lados da fronteira.” Do outro lado

do Rio Grande, a mensagem é seme-

lhante: “O nosso objectivo no Méxi-

co é transformar a América do Norte

na região mais competitiva e dinâmi-

ca do mundo. Isso signifi ca que cer-

tamente irá existir uma integração

da economia”, disse à Associated

Press Sergio Alcocer, secretário de

Estado dos Negócios Estrangeiros

do Governo mexicano.

América Alexandre Martins

EUA garantem que a visita vai centrar-se na economia, mas a mudança de Peña Nieto sobre o narcotráfico tem dominado os media

É a primeira visita de Obama ao México com Peña Nieto no poder

A polícia de Boston anunciou on-

tem que “três outros suspeitos”

foram detidos para interrogatório

no quadro das investigações sobre

o atentado na maratona de Boston.

A informação foi dada pela polícia

através do Twitter, sem avançar

mais pormenores.

Num pequeno comunicado pu-

blicado no site da polícia de Boston

lê-se que “os três suspeitos foram

detidos em relação com o ataque na

maratona de Boston”, mas o mesmo

texto salienta que “não existe perigo

para a segurança pública”.

O jornal The Boston Globe citou

uma fonte policial anónima para

dizer que os suspeitos são três estu-

dantes universitários, todos colegas

de Djokhar Tsarnaev, o presumível

autor dos atentados que se encon-

tra detido.

É a primeira vez depois do aten-

tado de 15 de Abril que a polícia

fala de “suspeitos” para além dos

irmãos Tsarnaev, presumíveis au-

tores do ataque que provocou três

mortos e 264 feridos. Segundo o

The Boston Globe, os três detidos

poderão ser acusados de obstru-

ção à justiça, se a polícia der como

provado que fi zeram desaparecer

uma mochila e um computador a

pedido de Djokhar.

Djokhar Tsanaerv, de 19 anos, foi

gravemente ferido no dia 19 de Abril

e está desde então numa prisão-hos-

pital a cerca de 60 quilómetros de

Boston. O seu irmão, Tamerlan, de

26 anos, foi morto durante uma tro-

ca de tiros com a polícia no dia 18 de

Abril num subúrbio de Boston.

Segundo o Washington Post, a

polícia federal norte-americana es-

tava já a investigar várias “pessoas

de interesse” nos Estados Unidos e

na Rússia (os Tsarnaev são de ori-

gem tchetchena e viveram no Da-

guestão antes de se mudarem para

os EUA).

Entre outras coisas, a polícia es-

taria a tentar localizar a origem da

pistola utilizada por Tamerlan no

tiroteio com a polícia, até porque

teria sido feita uma tentativa para

apagar o número de série da arma e

os especialistas não conseguiram re-

cuperar todos os dígitos gravados.

Detidos “três outros suspeitos” em Boston

EUA

Colegas de Djokhar Tsarnaev não representam perigo público, mas podem ser acusados de terem mentido às autoridades

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Page 26: 2 Maio PÚBLICO

26 | MUNDO | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

Julio Borges, da oposição: “Estes ataques só nos dão mais força”

O Parlamento da Venezuela foi pal-

co de confrontos, na terça-feira ao

fim do dia, entre deputados da

maioria e da oposição que resul-

taram em 11 feridos, segundo o El

País.

A sessão prometia ser tensa, re-

lata o jornal espanhol, porque se

esperava para ver se o presidente

da Assembleia Nacional, Diosdado

Cabello, número dois do chavismo,

continuaria a impedir o uso da pa-

lavra aos deputados opositores que

não reconheceram Nicolás Maduro

como Presidente da República.

Ao chegarem ao hemiciclo, os

deputados da oposição verifi caram

que lhes tinham sido retirados os

microfones dos seus lugares. Depois

tiveram de esperar quase três horas

para que terminasse uma reunião

entre os deputados da maioria e Ca-

bello. Já com toda a gente sentada,

e passada meia hora de trabalhos,

Cabello impediu os deputados da

oposição de participarem no de-

bate. Estes utilizaram buzinas para

protestar e levantaram um cartaz

com a inscrição “Golpe no Parla-

mento”. Foi quanto bastou para os

deputados da bancada da maioria

chavista se lançarem contra os seus

adversários.

Voaram cadeiras e computadores

e as imagens televisivas mostram

pelo menos um deputado a ser vio-

lentamente agredido a murro por

Confrontos no Parlamento deixam 11 deputados feridos

outro, vestido com um casaco de

fato de treino com as cores da ban-

deira da Venezuela, que é já uma

imagem de marca dos chavistas.

Julio Borges, líder do Partido Pri-

mero Justicia, foi um dos que fi ca-

ram em pior estado. “Eles podem

bater-nos, prender-nos, matar-nos,

mas nós não vamos vender os nos-

sos princípios”, disse Borges numa

conferência de imprensa após os in-

cidentes. “Estes ataques só nos dão

mais força”.

Diosdado Cabello reafi rmou a

proibição de os deputados da opo-

sição se exprimirem no Parlamento.

“Enquanto não reconhecerem as

autoridades, as instituições da re-

pública, a soberania do nosso povo,

os deputados da oposição, não vão

falar nesta Assembleia Nacional.”

Maduro, que foi o sucessor esco-

lhido por Chávez, derrotou o candi-

dato da oposição, Henrique Capri-

les, por 1,5%. Capriles recusou-se

a reconhecer a vitória do chavista,

denunciando irregularidades na vo-

tação e exigindo uma recontagem

dos votos.

De Espanha chegou uma oferta

para mediar o confl ito que se agrava

de dia para dia entre os partidários

de Maduro e a oposição. Mas Madu-

ro foi insolente ao rejeitar a oferta:

“Deixem de enfi ar os vossos narizes

na Venezuela. Ministro dos Negó-

cios Estrangeiros espanhol: vá-se

embora, seu homem impertinente.

A Venezuela é para ser respeitada”,

disse o Presidente num discurso in-

fl amado, referindo-se ao ministro

José Manuel Garcia-Margallo, que na

segunda-feira, numa reunião com

representantes da Organização de

Estados Americanos, em Washing-

ton, tinha sugerido a mediação do

Governo de Madrid.

LEO RAMIREZ/AFP

Venezuela

Chavistas atacaram deputados da oposição.Estes denunciaram um “golpe no Parlamento”, por estarem proibidos de falar

PUBLICIDADE

Um conjunto de imagens captadas

por satélite mostra um cenário de

“destruição generalizada e matan-

ça” na cidade nigeriana de Baga, no

Nordeste do país, de acordo com a

Human Rights Watch (HRW). A orga-

nização de defesa dos direitos huma-

nos acusa as forças governamentais

de terem atacado e saqueado a cida-

de numa operação contra o grupo

radical islâmico Boko Haram, no dia

16 de Abril, que terá resultado na

morte de pelo menos 183 pessoas,

a maioria das quais civis.

Segundo a análise das imagens

feita pela HRW, o raide das tropas

governamentais — lançado em res-

posta a um ataque do Boko Haram

contra uma patrulha militar — dei-

xou 2275 edifícios destruídos e 125

muito danifi cados, “a maioria dos

quais eram provavelmente habita-

ções”, lê-se no relatório publicado

no site da organização. O docu-

mento contém testemunhos de se-

te habitantes de Baga, que fugiram

da cidade na noite dos confrontos.

Os soldados são acusados de terem

levado a cabo uma operação por-

ta a porta para capturar alegados

militantes e simpatizantes do Boko

Haram, um grupo jihadista salafi sta

que quer impor uma interpretação

radical da sharia (lei islâmica) no

Norte do país e cujos ataques estão a

ser investigados pelo Tribunal Penal

Internacional como possíveis crimes

contra a humanidade.

O responsável da HRW em África,

Daniel Bekele, considera que “a des-

truição e a matança por soldados em

Baga constituem graves violações

dos direitos humanos” e insta o Go-

verno a “investigar e acusar os res-

ponsáveis, sem olhar a patentes”.

O brigadeiro general Chris Oluko-

lade disse à HRW que os números

avançados pela organização são

“grosseiramente exagerados” e que,

“a terem existido atrocidades, foram

cometidas pelos insurgentes, para

causar destruição e atacar quem não

simpatiza com as suas causas”. Os

números ofi ciais apontam para 37

mortos – 30 militantes do Boko Ha-

ram, um soldado nigeriano e um ci-

vil – e apenas 30 casas destruídas.

Tropas nigerianas acusadasde abusos

ÁfricaAlexandre Martins

Human Rights Watch analisa imagens após raide contra radicais islâmicos e fala em “graves violações dos direitos humanos”

ipsilon.publico.ptDísponível em formato digitalpublico.pt/digital/

Sexta

Doze artistas num

Encontro de irmãos

(com banda sonora dos National)

Em Mistaken for Strangers, Tom Berninger olha de baixo para cima para o irmão Matt, vocalista dos National. A nação indie parece suspirar por esse documentário

Um programa da Gulbenkian de

Londres levou um grupo de artistas

às Galápagos, entre 2007 e 2011. O resultado é uma

exposição que quer defender um

lugar e, através dele, o mundo paraíso a prazo

Meditação moral sobre uma América trash hedonista, Viagem de Finalistas traz de volta Harmony Korine e os seus kids

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Page 28: 2 Maio PÚBLICO

28 | CULTURA | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

Como um Piero portug

Piero della Francesca não tem o há-

bito de viajar. Os coleccionadores de

arte americanos descobriram, logo

no início do século XX, que nem to-

do o dinheiro do mundo conseguiria

comprar as grandes obras do pintor

renascentista. Piero della Francesca

pintou sobretudo frescos, que são o

oposto de arte portátil. Mesmo que

alguém comprasse uma igreja com

frescos de Piero della Francesca,

nunca conseguiria retirá-los.

É por isso que todos os Pieros

della Francesca que o dinheiro

americano conseguiu comprar ca-

bem numa sala da Frick Collection,

a casa-museu na Quinta Avenida, em

Nova Iorque: seis pinturas em painel

de madeira, todas provenientes de

museus nos Estados Unidos.

Mas a principal atracção, a pintu-

ra que a New York Review of Books

chamou “a mais esplêndida” da ex-

posição Piero della Francesca in Ame-

rica, não veio de um museu ameri-

cano. Nem veio da National Gallery

em Londres, do Louvre ou de Milão,

onde o raro Piero della Francesca

pode ser encontrado. A única obra

na exposição da Frick pertencente a

uma instituição não americana é um

empréstimo do Museu Nacional de

Arte Antiga, em Lisboa, Santo Agosti-

nho. “Seria uma sorte para qualquer

museu nos Estados Unidos ter essa

pintura”, diz Nathaniel Silver, cura-

dor da exposição.

Mas o que faz o Piero de um mu-

seu português numa exposição inti-

tulada Piero della Francesca in Ame-

rica, a primeira dedicada ao pintor

nos Estados Unidos?

A Frick Collection é o museu com

mais obras de Piero della Frances-

ca fora de Itália. As suas quatro

pinturas pertencem todas ao mes-

mo políptico (retábulo com vários

painéis), originalmente criado no

século XV para a Igreja de Santo

Agostinho em Sansepolcro, terra

natal do pintor, na Toscana. Muitos

dos painéis desse retábulo — uma

estrutura com cerca de seis metros

de altura — estão perdidos. Cerca

de um século depois de Piero ter

completado o retábulo, em 1555, a

Igreja de Santo Agostinho mudou

de mãos e foi remodelada para aco-

lher a nova ordem de monjas de

Santa Clara.

Os estudiosos da obra de Piero

della Francesca calculam que é nes-

sa altura que o retábulo é desmon-

tado. Apesar de ter sido procurado

por uma casta de clientes célebres

— o papa Pio II, o duque de Urbino,

o príncipe Malatesta —, 50 anos após

a sua morte, Piero della Francesca

já era considerado um artista anti-

quado, nota a historiadora de arte

Marilyn Aronberg Lavin ao PÚBLICO,

e muitas das suas obras foram cober-

tas ou removidas. “Os documentos

do século XVI identifi cam-no como

um grande matemático primeiro e

só depois como pintor – o que não é

propriamente um sinal de entusias-

mo em relação à sua pintura”, diz a

professora da Universidade de Prin-

ceton, autora de uma monografi a so-

bre Piero publicada pela Phaidon.

Que se saiba, apenas oito painéis

do retábulo de Santo Agostinho so-

breviveram até hoje, e o curador Na-

thaniel Silver tentou reuni-los todos

na exposição na Frick. Só havia um

problema: uma tentativa anterior

de reconstituir o retábulo para uma

exposição, em 1996, não tinha sido

bem sucedida, porque muitas das

instituições não estavam dispostas a

ceder os seus Pieros. E como Natha-

niel Silver veio a descobrir, o S. Mi-

guel que está na National Gallery em

Londres provavelmente nunca sairá

daquele museu porque um restauro

feito no século XIX deixou a pintura

com sérios problemas de conserva-

ção. Outro painel, S. Nicolau de To-

lentino, encontra-se no Museo Poldi

Pezzoli em Milão, que se mostrou in-

teressado em colaborar com a expo-

sição no Frick, mas apenas se fosse

possível juntar todas as pinturas do

retábulo. O Museu Nacional de Arte

Antiga (MNAA), em Lisboa, foi o úni-

co que disse “sim”. Tanto o director

adjunto José Alberto Seabra Carva-

lho como o conservador de pintura

do MNAA Joaquim Caetano mostra-

ram “grande entusiasmo” e interes-

se em participar, “desde o início”,

diz Silver. “E isso foi fantástico, não

só por o Santo Agostinho ser uma

pintura assombrosa, mas também

porque os americanos costumam

ir a Paris ou Londres e vão menos a

Lisboa. Portanto, trazer esta pintura

a Nova Iorque é uma oportunidade

O que faz o Santo Agostinho do Museu de Arte Antiga na primeira exposição dedicada a Piero della Francesca nos EUA? “Seria uma sorte para qualquer museu americano ter essa pintura”, diz o curador

ExposiçãoKathleen Gomes,em Nova Iorque

para mostrar algo que de outra for-

ma talvez não vissem.”

Santo Agostinho é um dos cinco

painéis principais do retábulo com

o mesmo nome. De acordo com uma

montagem fotográfi ca apresentada

na exposição, a parte central do re-

tábulo continha, da esquerda para

a direita, representações de Santo

Agostinho, S. Miguel, uma imagem

da Virgem, S. João Evangelista e S.

Nicolau. A imagem central, da Vir-

gem, nunca foi descoberta. A expo-

sição na Frick inclui uma Virgem e

Menino no Trono com Quatro Anjos,

para dar uma ideia aproximada do

que poderia ter sido esse painel

central, mas a pintura pertencia

originalmente a outro retábulo em

Sansepolcro.

Um santo glamorosoEm baixa voz, quase um murmúrio

— não porque seja segredo, mas para

não perturbar os visitantes da ex-

posição — Nathaniel Silver declara,

frente ao Santo Agostinho: “Este é,

de longe, o mais glamoroso de to-

dos os santos de Piero que sobre-

viveram.”

Se esta pintura em particular é

um objecto de fascínio para as pes-

soas familiarizadas com o pintor,

isso deve-se ao aparente contraste

da sua abundância pictórica com a

simplicidade habitualmente associa-

da à obra de Piero della Francesca.

Como resume a historiadora de ar-

te Marilyn Aronberg Lavin, “there’s

everything in the world in that”. Isto

é, Piero della Francesca não descan-

sou enquanto não pôs tudo e mais

alguma coisa nessa pintura.

“Santo Agostinho é a fi gura mais

importante do retábulo, porque ele

foi feito para uma igreja agostinia-

na”, nota o curador. “Fica-se com

a impressão de que ele queria des-

tacar o fundador daquela ordem na

forma como pintou tudo isto.”

Tudo isto é um Santo Agostinho

majestoso. Piero della Francesca

retratou-o como um bispo, em to-

da a sua autoridade e sumptuosida-

de: a mitra adornada com pérolas,

o bastão de cristal, as luvas brancas

repletas de anéis com pedras precio-

sas, e a capa, tão rica em materiais

como em detalhes.

Nathaniel Silver podia falar o dia

todo sobre esta pintura.

“Piero não usou folha de ouro

Page 29: 2 Maio PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013 | CULTURA | 29

guês seduziu a América

O Santo Agostinho do Museu Nacional de Arte Antiga (à esquerda), uma pintura feita a óleo e têmpera entre 1454 e 1469

Pormenor do manto onde se vêem vários quadros dentro do quadro

A sala onde está a pintura de Lisboa na Frick Collection, em Nova Iorque

“Foi fantástico, não só por o Santo Agostinho ser uma pintura assombrosa, mas também porque os americanos costumam ir a Paris ou Londres e vão menos a Lisboa. Portanto, trazer esta pintura a Nova Iorque é uma oportunidade para mostrar algo que de outra forma talvez não vissem”, diz o curador Nathaniel Silver

nesta pintura, mas ele pintou a ca-

pa como se tivesse sido tecida a pano

de ouro, que é o têxtil mais caro no

período do Renascimento — fi o de al-

godão envolto em folha de ouro. Uma

capa feita desse material seria pesada

ao ponto de alguém necessitar pro-

vavelmente de assistência para a ves-

tir.” A pintura sugere essa noção de

peso na forma como a capa cai sobre

os ombros de Santo Agostinho, arre-

dondados como uma campânula. O

curador também chama a atenção

para os efeitos de luz criados por Pie-

ro na vestimenta de Santo Agostinho,

tentando reproduzir os refl exos que

a luz de velas produziria numa capa

tecida a pano de ouro.

Mas não é tudo. A capa contém

dez cenas em miniatura da vida de

Cristo, da Anunciação à Crucifi ca-

ção. Piero della Francesca não se li-

mitou a pespegar as cenas na capa

como se fosse um ecrã. Elas fazem

parte da capa e, como tal, adquirem

vez que é apresentada nos Estados

Unidos, não é a sua primeira mostra

no estrangeiro. Segundo o catálogo

de Piero della Francesca in America,

ela esteve em quatro exposições:

anteriores Florença (1954), Urbino

(1992), Milão (1996) e Bona (1999).

Um pintor adoradoJá depois de propor a exposição à

Frick Collection, na fase de pesqui-

sa, é que Nathaniel Silver se deu con-

ta de que nunca tinha havido uma

exposição dedicada a Piero della

Francesca nos Estados Unidos. “Par-

ti do princípio que tinham existido

imensas exposições sobre ele. Afi -

nal, ele era um artista extremamen-

te popular nos anos 1950 e 1960.”

Muitos dos pintores expressionistas

abstractos adoravam-no. “Ainda ho-

je, quando digo a um artista que o

meu trabalho é sobre o Piero, a re-

acção deles é: ‘Ó meu Deus, Piero é

o meu artista favorito!’”, diz Marilyn

Aronberg Lavin.

Depois de um longo período de

obscuridade, Piero della Francesca

foi redescoberto no fi nal do século

XIX, em grande parte graças às via-

gens das elites europeias. O Grand

Tour tornou-se um ritual obrigató-

rio na educação de qualquer jovem

europeu endinheirado, tendo sido

adoptado, no início do século XX,

pelas elites americanas. Ele foi de-

terminante para o contacto com um

artista cujas grandes obras perma-

necem em Itália, fora dos grandes

centros turísticos, em pequenas

localidades como Arezzo, Sanse-

polcro, Perugia ou Monterchi. Are-

zzo contém o mais famoso ciclo de

frescos de Piero della Francesca,

Lenda da Vera Cruz, na Basílica de

S. Francisco.

Sabe-se que os colecionadores

americanos que tentaram comprar

obras de Piero no início do século

XX fi zeram essa peregrinação e vi-

ram os frescos de Arezzo. Todos os

Pieros que hoje existem nos Estados

Unidos foram comprados entre 1903

e 1950, normalmente a preços-recor-

de. Robert Sterling Clark, o herdei-

ro da fortuna da Singer, pagou 170

mil dólares pela Virgem e Menino no

Trono com Quatro Anjos, o que cus-

tou três vezes mais do que pagara

pela sua casa em Paris. Se fosse só

uma questão de dinheiro, haveria

hoje muito mais do que sete pintu-

ras de Piero na América (a sétima,

um fresco de Hércules, encontra-se

no Museu Isabella Stewart Gardner,

em Boston).

Nathaniel Silver não está desapon-

tado por não ter conseguido reunir

todas as pinturas do retábulo de

Santo Agostinho na Frick Collection.

Afi nal, aqui está ele numa sala cheia

de obras-primas. E quem aqui vier

poderá familiarizar-se com todo o

reportório de talentos de um dos

maiores pintores de todos os tem-

pos, garante o curador. Em sete pin-

turas apenas.

A exposição fi ca até 19 de Maio.

a sua forma. Como a banda direita

da capa está voltada, algumas das

cenas são apenas parcialmente vi-

síveis ou mesmo invisíveis. Tudo

o que se vê na última cena repre-

sentada é uma pequena fi gura de

vermelho, presumivelmente Maria

Madalena, o que sugere tratar-se

de uma representação da Descida

da Cruz. Nathaniel Silver tem uma

teoria sobre a invisibilidade das últi-

mas cenas narrativas. “É uma forma

de encorajar o espectador devoto

a meditar sobre a vida de Cristo,

incitando-o a completar o resto do

ciclo na sua cabeça. É preciso não

esquecer que esta é uma peça de al-

tar, portanto as pessoas ajoelham-se

diante dela para rezar. Em termos

pictóricos, é uma manobra extre-

mamente habilidosa.”

Quando Santo Agostinho foi ad-

quirido pelo Estado português, num

leilão em 1936 — no mesmo ano em

que a Frick Collection compra o seu

primeiro Piero, S. João Evangelista —,

ainda não estava atribuído a Piero

della Francesca. A pintura perten-

cera à colecção do conde e banquei-

ro Henri Burnay, dono do Palácio

da Junqueira, e crê-se que terá sido

comprada na década de 1880.

A pintura só foi identifi cada como

sendo uma obra de Piero e parte

integrante do retábulo de Santo

Agostinho em 1947, por Kenneth

Clark, professor em Oxford e anti-

go director da National Gallery em

Londres. Apesar de ser a primeira

Page 30: 2 Maio PÚBLICO

30 | CULTURA | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

DANIEL ROCHA

A cenografia inspirou-se nas construções impossíveis de M. C. Escher

Há uma cidade que se ergue ao som

de Gershwin. Já o vimos, foi em No-

va Iorque, na Manhattan de Woo-

dy Allen, nuLm preto e branco que

continha tanto de nostalgia quanto

de mistério, fi xando uma ideia de

cidade e uma memória herdadas.

Vemo-lo novamente nas esquinas

da cLenografi a que Artur Pinheiro

criou, inspirado nas construções

impossíveis de M. C. Escher, para

a coreografi a que Clara Andermatt

concebeu para a Companhia Nacio-

nal de Bailado a partir das composi-

ções para os musicais americanos.

Na angulosidade das escadas, nos

cantos escuros dos seus vãos surgem

os bailarinos, como os trabalhado-

res de uma era industrial em plena

ascensão, então como agora, prota-

gonistas de um novo tempo.

É, em muitos anos, a melhor core-

ografi a de Andermatt, precisamen-

te porque nunca se compromete

com uma só ideia e nunca se deixa

defi nir. Arriscada, sabe conjugar a

impulsividade característica do seu

movimento com uma construção em

camadas contrastantes que tiveram

o seu ponto alto em Uma História da

Dúvida (1998). É aliás evidente, até

pela dimensão escultórica do cená-

rio, que a ocupação do espaço se faz

também na resiliência de corpos que

se adequam a um objecto primeira-

mente fi xo e que depois vai cedendo

e assumindo diálogos cada vez mais

A mais feliz das coreografiasde Clara Andermatt oferecida a uma CNB que arrisca

abertos, amplos e generosos com os

próprios intérpretes.

Os bailarinos respondem a um

movimento que guarda interior-

mente as suas pulsões e apenas as

exibe quando a composição musical

de João Lucas transporta as sonori-

dades do George Gershwin da Rhap-

sody in Blue (1924) para o Leonard

Bernstein de West Side Story (1961).

É assim, como se um movimento pu-

desse ler a evolução social que 40

anos produziram, que se constrói

este Dance Bailarina Dance, peça

de uma felicidade imensa assinada

por uma coreógrafa sem medo de

experimentar.

Entre a ambígua felicidade de

um tempo e a esperança utópica

de outro — expostos nos fi gurinos

de Aleksandar Protic que fazem, a

partir do preto e branco, um jogo de

experimentação visual — é uma peça

livre como numa construção rapsó-

dica, até mesmo os momentos mais

negros, ou mais interiores, onde o

foco se concentra nos solos dos bai-

larinos, numa espécie de enfoque

do que era um movimento colecti-

vo. Como se nunca se abandonasse

a importância do indivíduo para a

noção de bem social (tema transver-

sal na obra de Andermatt)

Do mesmo modo que João Lucas

Crítica de Dança

Dance Bailarina Dance

de Clara Andermatt para a

Companhia Nacional de Bailado.

Música de João Lucas, interpretação

Circular Ensemble, direcção Pedro

Moreira.Teatro Camões, 29 Abril, 21h,

sala cheia. Até 5 de Maio

Tiago Bartolomeu Costa

mmmMM

inventaria um século de compo-

sições, numa brilhante aliteração

musical que é um festim para a

audição e um prazer para a visão

pelo modo comprometido como o

Circular Ensemble dança a música,

também Andermatt permite que o

seu movimento seja conduzido por

uma inventividade rara no discurso

coreográfi co para companhias de

repertório contemporâneo a nível

europeu. Exemplo maior será a se-

quência “improvisada” por quatro

bailarinos com o som de aplicações

para iPhone, pensada por Jonas Ru-

na, que cria espaços de acção em tu-

do assimétricos e, por isso mesmo,

hipnotizantes. Ao mesmo nível, o

desenho de luz de Rui Horta, cheio

de cambiantes que cria, no mesmo

palco, o quente sensual e o cinzen-

to da realidade, sugerindo profun-

didades de campo que Andermatt

explora com sagaz cuidado. É aliás

assim que Dance Bailarina Dance

se inscreve no momento alto que a

CNB vive através da linha proposta

pela direcção de Luísa Taveira.

Depois da interioridade e do ima-

terial de Du Don de Soi, de Paulo

Ribeiro (2011) e da apropriação da

identidade nacional através da mate-

rialização poética da dança em Per-

da Preciosa, de André e. Teodósio/

Rui Lopes Graça (2012), a escolha de

Andermatt permite equacionar um

percurso que refl ecte sobre o que

é, e quanto vale, uma imagem em

dança. Se em La Valse ( João Bote-

lho/Paulo Ribeiro, 2011) e Lago dos

Cisnes (Edgar Pêra/Fernando Duar-

te, 2013) era através do cinema —

portanto, da imagem exposta — que

chegávamos ao movimento, agora o

sentido é o inverso.

Repare-se como aqui é através do

movimento que se convoca um sécu-

lo de dança: as bailarinas entre o que

havia de radicalmente experimental

em Esther Williams (Ziegfeld Follies,

1946), contemporânea de Martha

Graham (Appalachian Spring, 1944);

os bailarinos expondo-se a uma vi-

rilidade que combina a delicadeza

de George Balanchine em Apollon

Musagète (1931) com o marialvismo

sensível de John Alton, de Um Ame-

ricano em Paris (1951).

Neste jogo de espelhos alicerça-

se o modo como a CNB tem vindo

a testar uma outra forma de cons-

truir um repertório contemporâneo,

atendendo a um diálogo multi-refe-

rencial que em tudo se afasta de um

didactismo que, por curtas visões,

se poderia impor a uma companhia

nacional de bailado.

O novo Mariinsky será dos maiores centros de artes performativas

Demorou dez anos a ser construído,

depois de três concursos e algumas

trocas de arquitectos. Não faltaram

controvérsias, nem críticas. Não é

por isso de estranhar que hoje, dia

da inauguração do Teatro Mariinsky

II, em São Petersburgo, as opiniões

não sejam consensuais. Mas uma coi-

sa é certa: a ampliação do Mariinsky

vai torná-lo num maiores centros de

artes performativas do mundo. E is-

so merece ser celebrado com toda

a pompa e circunstância pelo Presi-

dente russo, Vladimir Putin, que esta

noite dá as boas-vindas aos primeiros

convidados.

Enquanto no Bolshoi, em Mosco-

vo, continuam as investigações ao

ataque com ácido ao director artís-

tico, ao mesmo tempo que alguns

bailarinos vão falando do mau am-

biente no teatro, o Mariinsky, casa

imperial da ópera e do ballet, cons-

truído em 1860, começa hoje uma

nova era. O investimento de cerca

de 550 milhões de euros, pagos pelo

Governo russo, é o maior de sempre

num edifício deste género, e garante

não só um aumento do espaço como

também acompanha as mais recentes

evoluções tecnológicas. Não é apenas

uma construção de agora, como tam-

bém para o futuro. O passado, esse,

não é esquecido e é por isso que há

uma ligação, através de uma ponte

sobre um canal do rio Neva, entre

o novo Mariinsky e o antigo, que

O Teatro Mariinsky inaugura hoje uma nova era, a da modernidade

continuará a receber espectáculos.

Mas como em todas as mudanças

não podiam faltar as críticas. Algu-

mas centram-se exactamente nas

diferenças entre os dois edifícios.

Têm surgido muitas vozes contra a

nova construção, defendendo que

esta se devia ter mantido fi el não só

à imagem do Mariinsky como de toda

a zona envolvente. O director do Mu-

seu Hermitage, Mikhaïl Piotrovski,

diz que este novo edifício é banal e

para o realizador Alexandre Sokurov,

Leão de Ouro em Veneza em 2011, pa-

rece uma caixa. Grande parte dos ci-

dadãos de São Petersburgo também

não vê no Mariinsky II uma casa de

espectáculos mas antes um centro

comercial.

Valery Guerguiev, o prestigiado

maestro russo que há dez anos sen-

tiu necessidade de ampliar o teatro,

não está preocupado com as críticas,

porque tem a certeza que quem cri-

tica mudará de opinião assim que

conhecer o espaço por dentro. “A

inauguração do Mariinsky II vai rea-

fi rmar e reforçar a grande tradição

do teatro, abrindo caminho para o

futuro, tornando possível criar obras

de vanguarda e performances inova-

doras, com as quais até aqui não po-

díamos nem sonhar”, disse o russo

à Reuters. Adiantou que muitas das

vozes críticas se calaram quando em

Abril se abriram as portas para um

teste acústico do novo auditório, que

tem lugar para duas mil pessoas.

Jack Diamond, responsável pelo

projecto, é da mesma opinião de

Guerguiev. O arquitecto canadiano

foi escolhido em 2009, em substi-

tuição do francês Dominique Per-

rault, cujas ideias para o Mariinsky

não agradaram. O arquitecto diz que

inovou, mas garante que não ignorou

o passado daquele local, ao tentar

relacionar os dois espaços.

Rússia Cláudia Carvalho

O resultado das obras de ampliação, que custaram ao Governo russo 550 milhões de euros, é esta noite mostrado ao público

Dance Bailarina Dance constrói um percurso pela dança e imagina como seria possível ler, através do movimento, 40 anos de evolução social

ALEXANDER DEMIANCHUK/REUTERS

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32 PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013CLASSIFICADOS Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30De seg a sex das 09H às 19HSábado 11H às 17H

Edif. Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte,1350-352 Lisboa

[email protected]

Diversos TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE

COMARCA DE CASCAIS3.º Juízo Cível

Processo: 2541/10.2TBCSC

ANÚNCIOA Mm.ª Juíza de Direito Dra. Ana Ro-drigues da Silva, do 3.º Juízo Cível do Tribunal de Família e Menores e de Comarca de Cascais:Faz saber que nos autos de Divi-são de Coisa Comum com o n.º 2541/10.2TBCSC foi designado o dia 20-06-2013, pelas 09:30 horas, neste Tribunal, para a abertura de propostas que sejam entregues até esse momen-to, na Secretaria deste Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte bem: Fracção autónoma designada pela letra G, que corresponde ao se-gundo andar direito, com uma garagem com o n.º 1 na cave do prédio urbano constituído em propriedade horizontal sito na Rua António Tomás Botto, lote 3 - Cabeço de Mouro, freguesia de São Domingos de Rana, Concelho de Cas-cais, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 14445 e descrita na conservaória do registo predial de Cascais sob o n.º 07016 daquela freguesia.Valor-base do imóvel: € 104.747,56Os bens encontram-se na posse de AIzira da Piedade de Sousa Alcobia Baptista, residente na Rua António Tomás Botto, Lote 3, 2.º Dt.º, Cabeço de Mouro, 2785-001 São Domingos de Rana.Nota: No caso de venda mediante pro-posta em carta fechada, os proponen-tes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem da secretaria, no montante correspon-dente a 20% do valor-base dos bens ou garantia bancária no mesmo valor - n.º 1 do Art.º 897.º do CPC.Referência: 11261537Cascais, 17 de Abril de 2013.

A Juíza de DireitoDr.ª Ana Rodrigues da Silva

O Escrivão Adjunto - Carlos AlexandrePúblico, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

RECHEIOS DE CASAANTIGOS - Arte,bibliotecas, livros, pratae curiosidades. P. pag.Telm: 91 739 83 53

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TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE COMARCA DE LOURES

2.º Juízo CívelProcesso: 166107/11.2YIPRT - Ação Esp. Cump. Obrig. DL 269/98

(Limite = Alçada 1.ª Inst.ª) Referência: 16534944A Mm.ª Juíza de Direito Dr.ª Ana Barão, do 2.º Juízo Cível - Tribunal de Família e Menores e de Comarca de Loures:Faz saber que a Ré Soingeste Imóveis - Soc. de Construção e Comercialização de Imóveis, Lda., NIF - 503594741, domicílio: Edf. Soingeste - Casal dos Moinhos, Lt. 4, Estrada da Paiã, 1674-014 Pontinha, para contestar, querendo, no prazo de 15 dias contados da data da afi xação do último edital, a ação acima identifi cada, com a advertência de que na falta de contestação poderá ser conferida força executiva à petição. Fica ainda advertido de que as provas devera ser oferecidas na audiência de julgamento, podendo apresentar até 3 testemunhas.O pedido consiste no pagamento de € 2.329,79, proveniente de contrato, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Se-cretaria, à disposição do citando.Passei o presente e mais dois de igual teor para serem afi xados.Loures, 09-04-2013

A Juíza de Direito - Ana BarãoA Ofi cial de Justiça - Ana Maria Branco C. Costa

Público, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

TRIBUNAL DE FAMÍLIAE MENORES E DE

COMARCA DO BARREIRO2.º Juízo Cível

Processo: 1150/13.9TBBRRCarta Precatória (Distribuída)

ANÚNCIOExequente: Cetelem, Sfac, S.A. - Sociedade Financeira de Aquisições a CréditoExecutado: Marta Maria Mendes Maia e outro(s)Processo de origem: Execução Ordinária,Processo n.º 27516/03.4YXLSB do Lisboa - Juí-zos Cíveis (6.º A 8.º ), 8.º Juízo CívelNos autos acima identifi cados foi designado o dia 16-05-2013, pelas 14.00 horas, neste Tribu-nal, para a ABERTURA DE PROPOSTAS, que sejam entregues até esse momento, na Secreta-ria deste Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte bem: Fração autónoma, designada pela letra A, a que corresponde ao Rés-do- Chão direito, destinado à habitação, do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito na Rua Sociedade de Instrução e Recreio Barreirense Os Penicheiros, n.º 20, da freguesia do Lavradio, concelho do Barreiro, inscrito na matriz da fre-guesia do Lavradio, sob o art.º 2054, e descrita na Conservatória do Registo Predial do Barreiro sob o n.º 593/16690423, sendo que o mesmo vai à venda pelo valor-base de € 90.000,00 reduzido a 70% - art.º 889.º n.º 2 do C.P.C. podendo os proponentes assistir ao ato.Penhorado à Executada: Marta Maria Men-des Maia, estado civil: Desconhecido, NIF - 223932132, BI - 10743392, domicílio: Rua Socie-dade Barreirense Os Penicheleiros, N.º 20, R/c Dt.º Fidalguinhos, 2835-000 LavradioÉ fi el depositário:Óscar António Melo Martins, BI - 06631716, Endereço: Rua S.D.U.B. Os France-ses N.º 8, Loja B, Urbanização dos Fidalguinhos, 2835-801 Lavradio.Créditos reclamados e graduados pelo Credor Banco Espírito Santo, no valor de € 81.522,23. Quantia exequenda: 5.367,71, acrescida de ju-ros e custas prováveis.Nota: No caso de venda mediante proposta em carta fechada, em Execução Comum (instaura-da em data igual ou posterior a 15/09/2003) os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem do Solicita-dor de Execução ou, na sua falta, da secretaria, no montante correspondente a 20% do valor-base dos bens ou garantia bancária no mesmo valor (n.º 1 ao Art.º 897.º do CPC).N/Referência: 5899110Barreiro, 18/04/2013

O Juiz de Direito - Dr. Domingos António MiraA Ofi cial de Justiça - Maria João Niza

Público, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

VARAS CÍVEISDE LISBOA

12.ª Vara CívelProcesso: 1610/12.9TVLSBReforma de Documentos

ANÚNCIOA Mm.ª Juíza de Direito Dr.ª Cristina Maria Xavier Machado Dá Mesquita, da 12.ª Vara Cível de Lisboa:Faz saber que nos autos acima identifi cados, correm éditos para citação dos interessados Elinas - Projectos e Construção Civil, Lda., com última sede conhecida na Rua Brigadeiro Baptista de Carvalho, n.º 3 B, 2810-031 FEIJÓ e João José Macedo Juvêncio Legatheaux, com último domicílio conhecido na Rua Bernardo Santareno, Lote C - 23, 4.º A, Miratejo, 2800-000 Corroios, para comparecerem pessoalmente neste tribunal, no dia 30-05-2013, às 09:15 horas, a fi m de intervirem na confe-rência, a que se refere o n.º 2 do art.º 1069.º do CPC, fi cando ainda adver-tidos de que:Na falta de acordo, devem os inte-ressados dissidentes, deduzir a sua contestação no prazo de 20 dias contados da realização de confe-rência.Na falta de contestação, o juiz orde-nará a reforma do título em confor-midade com a petição inicial que se encontra à disposição dos citandos na Secretaria do TribunalN/Referência: 18524824Lisboa, 05/04/2013

A Juíza de DireitoDr.ª Cristina Maria Xavier Machado

Dá MesquitaA Escrivã Auxiliar

Ilda Maria MonteiroPúblico, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

VARAS CÍVEISDE LISBOA7.ª Vara Cível

Processo: 93653/12.4YIPRTAção de Processo Ordinário

ANÚNCIOAutor: Adidas Portugal - Artigos de Desporto, S.A.Réu: J.M. Dias, Lda. e outro(s)...Nos autos acima identifi cados, cor-rem éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando:Maria Irene de Jesus Marques Dias, com última residência conhecida na Rua Maria Veleda, lote 2, 3.º G, em Lisboa, na qualidade de legal repre-sentante da Ré J.M. Dias, Lda, pes-soa colectiva n.º 500683492, com última sede conhecida na Rua Dr. Joaquim Manso, 12-B, em Lisboa, para, no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ação, com a cominação de que a falta de contestação impor-ta a confi ssão dos factos articulados pela autora e que em substância o pedido consiste na condenação so-lidária dos Réus a pagar à Autora a quantia peticionada de 61.636,62€, acrescida de juros e legais acrésci-mos, tudo como melhor consta da petição inicial cujo duplicado se en-contra nesta Secretaria, à disposição do citando.O prazo acima indicado suspende-se, no entanto, nas férias judiciais.Fica advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.N/Referência: 18555904Lisboa, 18/04/2013

A Juíza de DireitoDr.ª Armandina Silva Lopes

A Ofi cial de JustiçaMaria do Rosário Monteiro

Público, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

TRIBUNALADMINISTRATIVO E FISCAL DE LOULÉProcesso: 619/11.4BELLE

ANÚNCIOAcção administrativa especial de pretensão conexa com ac-tos administrativosIntervenientes:Autor: Ministério Público do Tribunal Administrativo e Fiscal de LouléContra-interessado: Vilaliving - Promoção e Gestão de Cui-dados de Saúde Continuados, Lda.Réu: Município de Vila Real de Santo AntónioNos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, con-tados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando a contra-interessada Vilaliving - Promoção e Gestão de Cuidados de Saúde Conti-nuados, Limitada, com última residência conhecida no Edi-fício Fonte da Moura, Av. da Boavista, n.º 3383, 9.º - 4100-138 Porto para, no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a acção, com a cominação de que a falta de contestação não importa a confi ssão dos factos articulados pelo autor e que em substância o pedido consiste, em virem a ser anuladas as deliberações da Ré Município de Vila Real de Santo António de 13/11/2009 e 16/12/2009, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.Fica advertido de que é obriga-tória a constituição de manda-tário judicial.Louié, 25 de Fevereiro de 2013.

A Juíza de DireitoMaria Helena Paulino Costa

Meirinho FilipeO Ofi cial de Justiça

António Boaventura Pereira Antunes da Silva

Público, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

TRIBUNALADMINISTRATIVO E FISCAL DE LOULÉProcesso: 817/11.0BELLE

ANÚNCIOAcção administrativa especial de pretensão conexa com actos ad-ministrativosIntervenientes:Autor: Ministério Público do Tri-bunal Administrativo e Fiscal de Loulé;Contra-interessado: Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Silves (e Outros);Réu: Município de Silves Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, conta-dos da data da segunda e última publicação do anúncio, citan-do a contra-interessada ANNE TAYLOR, com última residência conhecida no Edifício Amarelo, fracção B, r/c E, Furadouro - S. Bartolomeu de Messines para, no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, que-rendo, a acção, com a cominação de que a falta de contestação não importa a confi ssão dos factos articulados pelo autor e que em substância o pedido consiste em que venham a ser declarados nulos os actos administrativos praticados pelo Município de Silves, designadamente os des-pachos da Sr.ª Presidente da Câmara Municipal de Silves de 07/06/2004, que deferiu o pedido de licença de construção e o de 23/08/2007, que deferiu o pedido de licença de utilização do prédio entretanto construído, no âmbito do Processo Camarário de Li-cenciamento de Construção com o n.º 136/04, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Se-cretaria à disposição do citando.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial.Louié, 9 de Janeiro de 2013.

A Juíza de DireitoMaria Helena Paulino Costa

Meirinho FilipeO Ofi cial de Justiça

António Boaventura Pereira Antunes da Silva

Público, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando o au-sente Pedro Jorge Gomes Lima com a última residência conheci-da na Estrada Marquês de Pombal, n.º 73 3.º C, 2635-301 Rio de Mouro, para no prazo de 20 dias, decorrido que seja o dos éditos, proceder à entrega do bem objecto da presente execução, ou de-duzir oposição.O duplicado do requerimento executivo e a cópia dos documentos estão à sua disposição na secretaria do Juízos de Execução de Lis-boa.Findo esse prazo, e caso não se oponha à execução no prazo indica-do e não proceda à entrega voluntária do bem objecto da presenre execução, seguem-se os termos do artigo 930.º do C.P.C. É ainda advertido:- Que o prazo acima indicado suspende-se, no entanto, durante as férias judiciais e que terminando em dia que os tribunais estive-rem encerrados, transfere-se o seu tempo para o primeiro dia útil seguinte.- Que é obrigatória a constituição de mandatário judicial, nos termos do art.º 60.º do CPC.- Sendo requerido nos Serviços de Segurança Social o benefício de apoio judiciário na modalidade de nomeação de patrono, deverá o ci-tando, juntar aos presentes autos, no prazo da oposição, documento comprovativo da apresentação do referido requerimento, para que o prazo em curso se interrompida até notifi cação da decisão do apoio judiciário (n.º 4 e 5 do art.º 25.º da Lei n.º 30 E/2000, de 20/12).Passei o presente e mais dois de igual teor para serem afi xados.

O Agente de ExecuçãoHelder Rodrigues

Av. 5 de Outubro, 156 - 3.º, 1050-062 LISBOATelf. 21 848 12 29 - Fax 21 315 73 63 - e.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 9.00 às 11.00h

Público, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

EDITALCITAÇÃO AUSENTE EM PARTE INCERTA

(ARTIGOS 244.º E 248.º C.P.C.)

HELDER RODRIGUESAgente de Execução

Cédula n.º 3268

Processo: 1664/09.5TBOERVALOR: 9.203,00 €

Exequente(s): Banco Credibom, S.A.Executado: Pedro Jorge Gomes Lima

Referência Interna: PE/124/2009

TRIBUNAL JUDICIAL DE OEIRASJuízo de Execução

TRIBUNAL JUDICIAL DE SETÚBAL

Vara de Competência MistaProcesso: 7485/11.8TBSTB

ANÚNCIOAção Ordinária - Paternidade/Ma-ternidadeAutor: Ministério PúblicoRéu: Paulo Alexandre Santos Silva CasteloNos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última pu-blicação do anúncio, citando Réu: Paulo Alexandre Santos Silva Cas-telo, Casado, NIF - 205487793, BI estrangeiro - 10125129, domicílio: Pallift - Equipamentos de Elevação, Ld.ª, Rua do Moinho, N.º 15 - 3.º B, 2910-615 Setúbal / Rua da Alfazema, n.º 1 - r/c - frente, 2910 Setúbal / Rua São Tomé e Principe, n.º 20 - cave Dt.ª - 2900 Setúbal, com última re-sidência conhecida na(s) morada(s) indicada(s) para no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ação, com a cominação de que a falta de contes-tação não importa a confi ssão dos factos articulados pelo autor e que em substância o pedido consiste em declarar o réu pai da menor Beatriz Sofi a Ribeiro, tudo como melhor consta do duplicado da petição ini-cial que se encontra nesta Secreta-ria, à disposição do citando.O prazo é continuo suspendendo-se, no entanto, nas férias judiciais.Fica advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.Passei o presente e mais dois de igual teor para serem afi xados.N/ Referência: 12077086Setúbal, 23-04-2012.

A Juíza de DireitoDr.ª Vera Antunes

A Ofi cial de JustiçaDora Canteiro Matos

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Agente de Execução, Alexandra Gomes CP 4009, com endereço profi ssional em Av. João da Cruz, n.º 70, Edifício S. José - 2.º Esq.º Frente, 5300-178 Bragança.Nos termos do disposto no artigo 890.º do Código de Processo Civil, anuncia-se a venda do bem adiante designado:Bens em VendaTIPO DE BEM: Direito ao Quinhão HereditárioDESCRIÇÃO: Direito ao Quinhão Hereditário que o Executado, José Marques Afonso Pinto, detém sobre os bens móveis e imóveis, saldos de todos os depósitos e dos valores mobiliários escriturais e titulados integrados em sistema centralizado, bem como quaisquer créditos ou outros direitos sus-ceptíveis de penhora, que constituam a herança indivisa por óbito de José Manuel Pinto, NIF 706 575 563, a qual integra, presumivelmente, entre os referidos, os bens descritos na participação n.º 714027 de transmissões gratuitas de imposto de selo, junto aos autos.Bens Imóveis½ Herança indivisa prédio rústico artigo 218 da Freguesia Gimonde Concelho de Bragança.½ Herança indivisa prédio urbano artigo 1229 Fre-guesia da Sé Concelho de Bragança.½ Herança indivisa prédio rústico artigo 4919 da Freguesia de Penhas Juntas, Concelho de Vinhais.¼ Herança indivisa prédio rústico art.º 4927 da Fre-guesia de Penhas Juntas, Concelho de Vinhais.1/6 Herança indivisa prédio rústico artigo 5833 da Freguesia de Penhas Juntas, Concelho de Vinhais.½ Herança indivisa prédio urbano artigo 1449 da Freguesia da Sé, Concelho de Bragança.½ Herança indivisa prédio rústico artigo 6 da Fre-guesia de Santa Maria, Concelho de Bragança.1/1 Herança indivisa prédio urbano artigo 389 da Freguesia de Gimonde, concelho de Bragança.Bens Móveis/Direitos de Autor / Direitos de Pro-priedade Industrial½ Herança indivisa - Um Automóvel Ligeiro de Mercadorias de cor Branco, matrícula: 14-11- NF Marca Opel, valor declarado: 7.500,00 euros, valor aquisição: 20.000,00 euros;

½ Herança indivisa - Uma Espingarda de Caça marca: Parkemy n.º 75397, livrete n.º M09004 data de aquisição 1998/02/23, valor declarado: 375,00 euros; valor aquisição: 700,00 euros.½ Herança indivisa – Um depósito bancário na con-ta à ordem n.º 03510.008279-7 do Montepio Geral- Agência de Bragança, valor: 4.292,80 euros. PENHORADO EM: 29/12/2011EXECUTADOS: José Marques Afonso Pinto, NIF: 187153884 e Sandra de Lurdes Filipe Marques Pinto NIF 219948739, ambos com morada na Urbanização da Bela Vista, Lote 37, São Pedro de Serracenos- Bragança .MODALIDADE DA VENDA:Venda mediante proposta em carta fechada, a se-rem entregues na Secretaria do supra-mencionado Tribunal, pelos interessados na compra, fi cando como data para abertura das propostas o dia 14 de Maio de 2013, pelas 13.30 Horas, no Tribunal Judicial de Bragança.VALOR-BASE: 54.409,49euros.Serão aceites propostas de melhor preço, em montante igual ou superior a 38.086,64 euros, correspondente a 70% do valor-base. Nos termos do n.º 1 do art.º 897.º C. P. Civil “os Proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem do Agente de Execução ou, na sua falta, da secretaria, no montante correspondente a 5 % do valor anun-ciado para a venda, ou garantia bancária no mesmo valor”. Os Proponentes deverão, ainda, indicar o seu nome completo, morada, números de bilhete de identidade e contribuinte, e apresentar as propostas até ao dia e hora designados para a sua abertura.A sentença que se executa está pendente de re-curso ordinário: NãoEstá pendente oposição à execução: NãoEstá pendente oposição à penhora: Não

A Agente de Execução - Alexandra GomesRua D. Sancho I, n.º 17 A/B - 2800-712 AlmadaE-mail: [email protected].: 210 833 058 - Fax: 212 743 259

Público, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

Alexandra GomesAgente de Execução

CPN 4009

TRIBUNAL JUDICIAL DE BRAGANÇA2.º Juízo

ANÚNCIO DE VENDA

Processo 491/09.4TBBGC - Execução Comum (Sol. Execução)Ref. Interna: PE-78/2009 - Data: 29/04/2013

Exequente: Fernando Jorge AfonsoExecutados: José Marques Afonso Pinto e Sandra de Lurdes

Filipe Marques Pinto

TRIBUNAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

1.º JuízoProcesso: 350/12.3YHLSB

Ação de Processo OrdinárioANÚNCIO

Autor: Audiogest - Associação Para a Gestão e Dis-tribuição de DireitosRéu: José Miguel Salgueirinho AlvesNos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publica-ção do anúncio, citando:Réu: José Miguel Salgueirinho Alves, nascido(a) em 26-06-1992, NIF - 243425082, BI - 13663035, com última residência conhecida na Rua Principal, 1797, Bidoeira de Cima, 2415-002 Bidoeira de Cima - Leiria para, no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ação e que em substân-cia o pedido consiste em:a) ser o Réu condenado a reconhecer à Autora o direi-to exclusivo de autorizar a utilização/execução pública de fonogramas e/ou videogramas no estabelecimento comercial que explora, denominado “Alfa Café Bar”;b) ser o Réu condenado na proibição de utilizar/exe-cutar publicamente fonogramas e/ou videogramas no estabelecimento comercial que explora, denominado “Alfa Café Bar” enquanto não obtiver, junto da Autora, a licença Passmusica;c) ser o Réu condenado no pagamento da remunera-ção de acordo com as tabelas tarifárias da Autora, que vigoraram para 2011 acrescida de IVA, à taxa legal, à data, em vigor, por contrapartida do respectivo licen-ciamento da Passmusica e que actualmente se cifra em 1.928,13 € (1.865,04 € - 63,09 €) correspondente ao capital em dívida e aos juros de mora vencidos e, bem assim, os juros de mora vincendos à taxa su-pletiva legal sucessivamente em vigor, desde 03 de Setembro de 2012 (data da entrada da presente acção em Tribunal) até efectivo e integral pagamento;d) ser o Réu condenado no pagamento da remune-ração de acordo com as tabelas tarifárias da Autora, que vigoram para 2012 acrescida de IVA, à taxa legal, em vigor, por contrapartida do respectivo licencia-mento da Passmusica e que actualmente se cifra em 1.987,11 € (1.943,74 € + 43,37 €) correspondente ao capital em dívida e aos juros de mora vencidos e, bem assim, os juros de mora vincendos à taxa supletiva le-gal sucessivamente em vigor, desde 03 Setembro de 2012 (data da entrada da presente acção em Tribunal) até efectivo e integral pagamento;e) ser o Réu condenado a pagar à Autora a quantia de 500,00 € (quinhentos euros) devida a título de in-demnização arbitrada pelos danos não patrimoniais causados pela sua conduta omissiva;f) ser ainda o Réu condenado a pagar à Autora a quantia de 500,00 € (quinhentos euros), correspon-dente a ressarcimentos dos encargos suportados com a protecção dos direitos lesados pelo Réu, bem como, com a investigação e cessação da conduta lesiva do mesmo;g) ser também o Réu condenado a pagar à Autora a quantia diária de 30,00 € a título de sanção pecu-niária compulsória pelo atraso na prática do facto positivo do Réu.h) serem os bens a apreender, violadores dos direitos conexos em causa, por força do decretamento do procedimento cautelar infra-identifi cado, dados como perdidos a favor do Estado.Tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposi-ção do citando.O prazo acima indicado suspende-se, no entanto, nas férias judiciais.Fica advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.N/Referência: 27278Lisboa: 26/04/2013

A Juíza de Direito - Dr.ª Helena Isabel Dias BolieroA Ofi cial de Justiça - Maria de Lurdes Custódio

Público, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

VARAS CÍVEISDE LISBOA10.ª Vara Cível

Processo: 1658/11.0TVLSB

ANÚNCIOAção de Processo Ordi-nárioAutor: Ministério PúblicoRé: Fernanda da Conceição CardosoA Dr.ª Margarida de Mene-zes Leitão, Mm.ª Juíza de Direito da 10.ª Vara Cível de Lisboa, faz saber que nos autos acima identifi cados, correm éditos de 20 dias, contados da data da se-gunda e última publicação do anúncio, citando os cre-dores desconhecidos quegozem de garantia real so-bre a herança jacente da ré Fernanda da Conceição Cardoso, residente que foi na Rua Pascoal de Melo, n.º 120, 5.º Dt.º, em Lis-boa, para, no prazo de 15 dias, decorrido que seja o dos éditos, reclamarem o pagamento dos respetivos créditos pelo produto de tal bem.N/ Referência: 18479323Lisboa, 11-03-2013.

A Juíza de DireitoDr.ª Margarida de Menezes

LeitãoA Ofi cial de Justiça

Maria do Carmo CostaPúblico, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

VARAS CÍVEISDE LISBOA

7.ª Vara CívelProcesso: 1858/11.3TVLSB

Ação OrdináriaPaternidade/Maternidade

ANÚNCIOAutor: Ministério PúblicoRéu: Johannes Seybrand SenekalFaz-se saber que, correm éditos de 30 dias, contados da data da segun-da e última publicação do anúncio, citando Réu: Johannes Seybrand Senekal, residente em: 550, Chopin Street, Constantia Park, Pretória, últi-ma residência conhecida na morada indicada, para no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ação, com a cominação de que a falta de contes-tação não importa a confi ssão dos factos articulados pelo autor e que em substância o pedido consiste, no reconhecimento do menor Caleb Michael da Costa, como fi lho do reú, bem como o averbamento de tal pa-ternidade no assento de nascimento daquele, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à dis-posição do citando.O prazo é contínuo suspendendo-se, no entanto, nas férias judiciais.Fica advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.N/Referência: 18541336Lisboa, 11/04/2013

O Juiz de DireitoGonçalo da Cunha Pires

A Ofi cial de JustiçaElisabete Martins

Público, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

TRIBUNAL JUDICIALDE TOMAR

1.º JuízoProcesso: 208/13.9TBTMR

Interdição

ANÚNCIORequerente: Ministério Pú-blico de TomarRequerido: Mário de Oli-veiraFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal, a ação de Interdição em que é re-querido Mário de Oliveira, com residência em domicí-lio: Casal da Pereira, n.º 19, Montes - Olalhas, 2300-000 Tomar, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.N/Referência: 2357591Tomar, 27/02/2013

A Juíza de DireitoDr.ª Filomena Bernardo

O Ofi cial de JustiçaAntónio Simões

Público, 02/05/2013

TRIBUNAL JUDICIALDE OEIRAS

3.º Juízo Competência CívelProcesso: 2593/13.3TBOER

Interdição / Inabilitação

ANÚNCIORequerente: Ministério PúblicoRequerida: Maria Izilda Cardoso Casimiro CarvalhoFaz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Inter-dição/Inabilitação em que é requerida Maria Izilda Cardoso Casimiro Carvalho, com do-micílio: Rua Ernesto Veiga de Oliveira n.º 6 - 2.º C, 2780-052 Oeiras, para efeito de ser decre-tada a sua interdição por motivo de doença, sofre de Alzheimer, demência degenerativa grave e sequela de AVC, doenças gra-ves que têm carácter actual e permanente.N/Referência: 12091005Oeiras, 16/04/2013

A Juíza de DireitoDr.ª Ausenda Brás Moreira Pires

A Ofi cial de JustiçaAna Maria Soares

Público, 02/05/2013

TRIBUNAL DE COMARCA E DE FAMÍLIA E

MENORES DE ALMADA1.º Juízo Competência CívelProcesso: 1845/13.7TBALM

Interdição / Inabilitação

ANÚNCIORequerente: Ministério PúblicoRequerido: Arlindo Manuel da Costa MouroFaz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdi-ção/Inabilitação em que é requeri-do Arlindo Manuel da Costa Mou-ro, com residência em domicílio: Santa Casa da Misericórdia de Almada, Lar Granja Luís Rodri-gues, Costas de Cão - Almada - 2825-045 Caparica, para efeito de ser decretada a sua interdição por Anomalia Psíquica.N/Referência: 11354619Almada, 18/04/2013

A Juíza de DireitoDr.ª Rita Silva ViegasA Ofi cial de Justiça

Isabel Maria Cardoso GoesPúblico, 02/05/2013

COMARCA DA GRANDE LISBOA-NOROESTE

Amadora- Juízo de Média Instância Cível

Processo: 497/13.9T2AMDInterdição/Inabilitação

ANÚNCIORequerente: Ministério PúblicoRequerida: Nilange Gomes Palege JasseFaz-se saber que foi distribu-ída neste tribunal, a ação de Interdição em que é requerida Nilange Gomes Palege Jasse, com residência na Unidade de Cuidados Continuados Sagra-da Família - Complexo Social Sagrada Família, sita na Av.ª da República - Buraca - 2610-047 Amadora, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.N/Referência: 21826496Amadora, 26/04/2013

O Juiz de DireitoDr. Diogo Alves

A Ofi cial de JustiçaAna Cristina Nascimento

Público, 02/05/2013

TRIBUNAL JUDICIALDE ELVAS

1.º JuízoProcesso: 232/12.9TBELV

Ação de Processo Ordinário

ANÚNCIOAutor: José Manuel Martins MirandaRéu: Fundo de Garantia Automóvel e outros.Fernando Taínhas, Mm.º Juiz de Direi-to do 1.º Juízo do Tribunal de Elvas:Faz saber que nos autos acima iden-tifi cados, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação deste anúncio, citando o réu Francisco Bento Rita de Sousa, nascido em 27-09-1952, freguesia de Alvaiade (Santiago do Cacém), NIF - 166223549, BI - 02214707, com última residência conhecida na Rua 8, n.º 28, Ermidas, 7565-228 Ermidas - Sado - Santiago do Cacém, para, no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ação, acima indicada, com a cominação de que a falta de contestação importa a confi ssão dos factos articulados pelo autor e que em substância o pedido consiste no pagamento ao autor da quantia de €: 125.250,00, acrescida de juros de mora, à taxa legal, a partir da citação e até integral pagamento, tudo como melhor consta do duplica-do da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.O prazo acima indicado suspende-se, no entanto, nas férias judiciais.Fica advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.N/Referência: 2097792Elvas, 15/04/2013

O Juiz de DireitoFernando Taínhas

A Ofi cial de JustiçaM.ª Anunciação Castanheira

Público, 02/05/2013 - 1.ª Pub.

TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE

COMARCA DE CASCAIS1.º Juízo Cível

Processo: 5169/11.6TBCSC

ANÚNCIOAção de Processo OrdinárioAutora: Isabel ManuelRéu: António Paes do AmaralNos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, conta-dos da data da segunda e última publicação do anúncio, citando:Réu: António Paes do Amaral, esta-do civil: solteiro, NIF - 207964041, domicílio: Prt. Moçambique Lt. 15, R/c Dt.º, Alcabideche, 2645-270 Alcabideche, com última residên-cia conhecida na(s) morada(s) indicada(s) para, no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos édi-tos, contestar, querendo, a ação, cujos factos articulados pelo(s) autor(es) consistem na dissolução da união de facto entre autora e réu; ser atribuída à autora a casa de morada de família, decidindo a favor da mesma o direito ao arrendamento do imóvel, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.O prazo acima indicado suspende-se, no entanto, nas férias judiciais.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial.N/ Referência: 11222325Cascais, 09-04-2013.

A Juíza de DireitoDr.ª Emília Palma

A Ofi cial de JustiçaPaula Teixeira

Público, 02/05/2013 - 1.ª Pub.

JUÍZOS CÍVEIS DE LISBOA (1.º A 5.º)

3.º Juízo CívelProcesso: 4112/12.0TJLSB

ANÚNCIOAção de Processo SumárioAutor: Urban Science Us, Unipes-soal, LdaRéu: Luís Augusto Marques PaisNos autos acima identifi cados, cor-rem éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publica-ção deste anúncio, citando:Réu: Luís Augusto Marques Pais, NIF - 197724205, domicílio: Rua dos Açores, n.º 1, 1000-001 Lisboa com última residência conhecida na morada indicada para, no prazo de 20 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ação, com a cominação de que a falta de contestação importa a confi ssão dos factos articulados pela autora e que em substância o pedido consiste na condena-ção do réu ao pagamento de € 7.716,85, tudo como melhor cons-ta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.O prazo acima indicado suspende-se, no entanto, nas férias judiciais.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial.

N/ Referência: 13140326

Lisboa, 11-04-2013.

O Juiz de DireitoDr. Carlos Colaço Ferreira

A Ofi cial de JustiçaMaria Amélia Gonçalves Dias

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Lanço: Lamego - Bigorne

KM 104+350 a KM 104+600 (Sul-Norte)

de 06-05-2013 a 31-05-2013

A Norscut informa que o tráfego estará condicionado

no troço e data acima indicados.

Os trabalhos estarão devidamente sinalizados no

local.

Agradecemos a compreensão dos utentes por

eventuais transtornos causados no decorrer dos

trabalhos.

Número de Apoio ao utente: 808 24 00 24

FAZ-SE SABER que nos autos aci-ma identifi cados, encontra-se de-signado o dia 23 de Maio de 2013, pelas 14:00 horas, no Tribunal de Família e Menores e de Comarca de Cascais, 4.º Juízo Cível, para a abertura de propostas, que se-jam entregues até às 14 horas da véspera, na secretaria do tribunal, pelos interessados na compra do seguinte Bem:1/2 da fracção autónoma, desti-nada a habitação, designada pela letra “D”, correspondente ao rés-do-chão letra D, com uma arreca-dação na cave, do prédio urbano afecto ao regime da propriedade horizontal, sito na Rua Pedro Ál-vares Cabral, n.º 64, em Matar-raque, freguesia de S. Domingos de Rana, concelho de Cascais, descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Cascais sob o número 1855, da referida fregue-

sia, inscrito na matriz predial sob o artigo 12270.Valor-base: 76.560,46 € (setenta e seis mil, quinhentos e sessenta eu-ros e quarenta e seis cêntimos).Será aceite a proposta de melhor preço de valor igual ou superior a 53.592,32 € (cinquenta e três mil quinhentos e noventa e dois euros e trinta e dois cêntimos), corres-pondente a 70% do valor-base.É fi el depositário, que o deve mos-trar, a pedido, o executado George Washington dos Santos Silva.Sintra, 26 de Abril de 2013

A Agente de ExecuçãoAna Paula Ramos

Beloura Offi ce Park, Ed. 3, piso 2, s/11 Quinta da Beloura - 2710-693 SintraTel. 21 0069 240 - Fax 21 006 92 45/10Horário de Atendimento: Dias úteis das 10.00h às 12.00h

Público, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

ANA PAULA RAMOSAgente de Execução

Cédula 3486

EDITAL

TRIBUNAL FAMÍLIA E MENORES E COMARCA DE CASCAIS4.º Juízo Cível

N.º do Processo: 1908/08.0TBCSCExequente: Banco Espírito Santo, S.A.

Executado(s): George Washington dos Santas SilvaValor: 135.782,60 €

Referência interna: PE/22/2008

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Nos autos acima identifi cados, encontra-se designado o dia 12 de Junho de 2013, pelas 09:30 horas, neste Tribunal para a aber-tura de propostas, que até esse momento sejam entregues no referido 2.º Juízo do Tribunal Ju-dicial de Cantanhede, pelos inte-ressados na compra do seguinte bem imóvel:Prédio urbano, composto por rés-de-chão e logradouro, destinado à habitação, sito em Rua Canto do Pinhal, N.º 4, Balsas, freguesia de Febres, concelho de Canta-nhede, descrito na Conservatória do Registo Predial de Cantanhe-de, sob o n.º 5763/19990326, da freguesia de Febres, e inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o art.º 4262.

O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer, acima de 70% do valor-base de 85.000.00 (oitenta e cinco mil euros), ou seja, 59.500,00 (cinquenta e nove mil e quinhentos euros).É fi el depositária a executada, Maria Luísa Oliveira das Neves, que a pedido o deve mostrar.O(s) proponente(s) deve(m) jun-tar à sua proposta, como caução, cheque visado, à ordem do Agen-te de Execução, no montante correspondente a 5% do valor anunciado para a venda.

A Agente de ExecuçãoHelena Chagas

Rua Alberto Serpa, 19-A2855-126 St.ª Marta do PinhalTel.: 212532702 Fax.: 212552353E-mail: [email protected]úblico, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

TRIBUNAL JUDICIAL DE CANTANHEDE2.º Juízo

HELENA CHAGASAgente de Execução

Cédula 2621

ANÚNCIOVenda mediante propostas em carta fechada

Processo: 468/11.0TBCNTExequente: Caixa Geral de Depósitos, S.A.Executados: Licínia Rodrigues de Oliveira e

Neves, José Manuel Esteves Beira das Neves e Maria Luísa Oliveira das Neves

Nos autos acima identifi cados, encontra-se designado o dia 22 de Maio de 2013, pelas 10:00 horas, neste Tribunal para a abertura de propostas, que até esse momento sejam entregues no referido 1.º Juízo Cível, do Tribunal Judicial de Setúbal, pelos interessados na compra do seguinte bem imóvel:Fração autónoma designada pela letra A, correspondente ao rés-do-chão direito, do prédio urbano, destinado à habitação, sito em Rua Cristóvão de Figueiredo, N.º 8, Urbanização de São Gabriel, Azeda de Baixo, freguesia de Se-túbal (São Sebastião), concelho de Setúbal, descrito na 2.ª Conserva-tória do Registo Predial de Setúbal sob o n.º 8230/20100204 - A, da freguesia de Setúbal (São Sebas-tião), e inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o art.º 8921.

O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer, acima de 70% do valor-base de 54.000,00 (cinquenta e quatro mil euros), ou seja, 37.800,00 (trinta e sete mil e oitocentos euros).São fi éis depositários os execu-tados António Joaquim Felício Graixas e Maria de Lurdes Coelho dos Santos Graixas, que a pedido o devem mostrar.O(s) proponente(s) deve(m) jun-tar à sua proposta, como caução, cheque visado, à ordem do Agente de Execução, no montante corres-pondente a 5% do valor anunciado para a venda.

A Agente de ExecuçãoHelena Chagas

Rua Alberto Serpa, 19-A2855-126 St.ª Marta do PinhalTel.: 212532702 Fax.: 212552353E-mail: [email protected]úblico, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

TRIBUNAL JUDICIAL DE SETÚBAL1.º Juízo Cível

HELENA CHAGASAgente de Execução

Cédula 2621

ANÚNCIOVenda mediante propostas em carta fechada

Processo: 4104/10.3TBSTBExequente: Caixa Geral de Depósitos, S.A.

Executados: António Joaquim Felício Graixas e Maria de Lurdes Coelho dos Santos Graixas

Nos autos acima identifi cados foi desig-nado o dia 24/05/2013, pelas 09:30 ho-ras, no Tribunal Judicial da Comarca de Albufeira, para a abertura de propostas, que sejam entregues até esse momen-to, na Secretaria deste Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte bem imóvel: - Fracção autónoma designada pela letra “B”, Lote 18 B, correspondente a uma moradia unifamiliar de dois pisos e lo-gradouro, tipo T2, destinada a habitação, localizada a nascente, do prédio urbano localizado na Urbanização Alto dos Cali-ços, na cidade, freguesia e concelho de Albufeira, inscrita na matriz sob o artigo 18860 e descrita na C. R. Predial de Albu-feira sob o n.º 06771/910412 da freguesia de Albufeira, composta por rés-do-chão com sala comum, cozinha com estendal, despensa, casa de banho e coberto para viaturas, e primeiro andar com dois quartos e casa de banho, com 256 m2. Penhorado em 28/02/2008.- Valor-base para a venda do imóvel: 228.600,00 Euros (Duzentos e vinte e

oito mil e seiscentos euros), sendo o va-lor a anunciar para a venda igual a 70% do valor-base.- Fiel Depositário: A executada: Maria No-élia Gonçalves Fernandes Correia.OBS.: Os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem da Agente de Execução no montante correspondente a 20% do valor anunciado para a venda, ou garan-tia bancária no mesmo valor.As propostas enviadas pelo correio deve-rão conter fotocópia do bilhete de identi-dade de cidadão nacional e número de contribuinte do proponente ou do seu legal representante, bem como número de telefone ou contacto, sob pena de as propostas não serem consideradas.

A Agente de ExecuçãoMaria da Glória P. Bárbara

Rua Bartolomeu Dias, Lote 9, r/c C - CerroAlagoa - Apartado 2408, 8201-918 ALBUFEIRA

Telf./Fax: 289 502 472e.mail: [email protected]ário atendimento 15h-17h

Público, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

TRIBUNAL JUDICIAL DE ALBUFEIRA2.º Juízo

Maria da Glória P. BárbaraAgente de Execução

Cédula 2650

ANÚNCIO

Processo n.º 437/05.9TBABFEXECUÇÃO COMUM - PAGAMENTO DE QUANTIA CERTAExequente: Caixa de Crédito Agrícola de Albufeira, C.R.L.Executado(s): Maria Noélia Gonçalves Fernandes Correia

e Rui Paulo Fernandes CorreiaValor: € 50.631,98 EUR

Proc.º Interno n.º PE/103/2005

Anúncio - Consulta PúblicaAvaliação de Impacte Ambiental

Projecto: “Almendres Resort”Proponente: Sociedade Agrícola de Almendres II, S.A. e Sociedade Agrícola de Almendres III, S.A.Licenciador: Câmara Municipal de Évora

O projecto acima mencionado está sujeito a um procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental, conforme estabelecido na alínea c) e na alínea f) do n.º 12 do Anexo II do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro.Este projecto localiza-se na freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe, pertencente ao concelho de Évora.Nos termos e para efeitos do preceituado nos n.ºs 1 e 2 do art.º 14.º e nos art.ºs22.º, 23.º, 24.º, 25.º e 26.º do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, enquanto Autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental, informa que o Estudo de Impacte Ambiental, incluindo o Resumo Não Técnico, se encontra disponível para Consulta Pública, durante 25 dias úteis, de 17 de Abril a 23 de Maio de 2013, nos seguintes locais:

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do AlentejoAv. Eng.º Arantes e Oliveira, n.º 193, 7004-514 ÉvoraAgência Portuguesa do AmbienteRua da Murgueira, 9/9A – Zambujal, 2611-865 AmadoraCâmara Municipal de ÉvoraPraça do Sertório, 7004-506 Évora

O Resumo Não Técnico pode ainda ser consultado na Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe, Concelho de Évora, encontrando-se também disponível na Internet (www.ccdr-a.gov.pt).No âmbito do processo de Consulta Pública, serão consideradas e apreciadas todas as opiniões e sugestões apresentadas por escrito, desde que relacionadas especifi camente com o projecto em avaliação. Essas exposições deverão ser dirigidas ao Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo até à data do termo da Consulta Pública.O licenciamento do projecto só poderá ser concedido após Declaração de Impacte Ambiental Favorável ou Condicionalmente Favorável, emitida pelo Senhor Secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território, ou decorrido o prazo para a sua emissão.A Declaração de Impacte Ambiental deverá ser emitida até 7/8/2013.Évora, 5 de Abril de 2013

O Presidente - António Costa Dieb

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,DO MAR, DO AMBIENTEE DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

TRIBUNAL DO TRABALHO DO BARREIROSecção Única

Processo: 681/12.2TTBRR

ANÚNCIOAção de Processo ComumAutor: Bruno Miguel Gordinho TeixeiraRéu: Medinfotec - Consultoria e Medicina, S.A.Nos autos acima identifi cados, correm éditos citando o réu Medinfotec - Consultoria e Medi-cina, S.A., com última residência conhecida em domicílio: Aveni-da da Igreja, 42 - 6.º Dt.º, 1700-239 Lisboa, para comparecer pessoalmente neste Tribunal no dia 03-06-2013, às 13:45 horas, a fi m de se proceder à audiência de partes.Fica ainda advertido de que, em caso de justifi cada impossibili-dade de comparência, se deve fazer representar por mandatário judicial com poderes de repre-sentação e as especiais para confessar, desistir ou transigir, fi -cando sujeito às sanções previs-tas no CPC para a litigância de má-fé (art.º 456.º CPC), se faltar injustifi cadamente à audiência.Fica ainda advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.O duplicado da petição inicial encontra-se nesta secretaria, à disposição da citando.N/ Referência: 1150934Barreiro, 24-04-2013.

A Juíza de DireitoDr.ª Anabela Gomes Marques

A Ofi cial de JustiçaAna Maria Robalo C. Geraldes

Público, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

OBJECTIVO E FUNDAMENTO DA CITAÇÃONos termos e para os efeitos do disposto no art.º 248.º e ss. do Código de Processo Civil (CPC), correm éditos de 30 (trinta) dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citan-do Luís Correia Pereira e Rosa Maria Pinheiro, com domicílio conhecido na 5 Rue Dr. Menard, 93160 Noisy-Le-Grand, França, para no prazo de 30 (trinta) dias, fi nda a dilação de 30, decorrido que seja o dos éditos, querendo, deduzir oposição ao inventário, impugnar a legitimidade dos interessados citados ou alegar a existência de outros, impugnar a competên-cia do cabeça-de-casal ou as indicações constantes das suas declarações.A cópia dos documentos encontram-se à disposição dos citandos na Secretaria do Tribunal de Torres Novas.Seguindo junta a relação de bens, pode ainda, no mesmo prazo, reclamar da mesma.Ficam advertidos de que só é obrigatória a consti-tuição de advogado caso se suscitem ou discutam questões de direito e ainda em sede de recurso.

A Agente de Execução - Cristina FerreiraRua Engenheiro Duarte Pacheco, n.º 157, 2380 Vila MoreiraTelf. 249 822 158 - Fax 249 811 082 - [email protected]

Público, 02/05/2013 - 1.ª Pub.

CRISTINA FERREIRAAgente de Execução

Cédula 3488

TRIBUNAL JUDICIAL DE TORRES NOVAS

EDITAL DE CITAÇÃOA CITAR: Luís Correia Pereira e Rosa Maria Pinheiro

Processo de InventárioProcesso N.º 760/10.0TBTNV

Requerente: Luís Pereira VieiraInteressados: Luís Correia Pereira e

Rosa Maria Pinheiro

Nos autos acima identifi cados, encontra-se designado o dia 20 de Maio de 2013, pelas 14.30 horas, neste Tribunal, para a abertura de propostas, que até esse momento sejam entregues no referido 3.º Juízo da 3.ª Secção dos Juízos de Execução de Lisboa, pelos in-teressados na compra do seguinte bem imóvel:Fração autónoma designada pelas letras AJ, correspondente ao rés-do-chão - loja 4, do prédio urbano, destinado a comércio e serviços, sito em Avenida da Quinta Grande, n.ºs 22, 22-A, 22-B e 22-C, com traseiras para a Alameda dos Moi-nhos, n.ºs 1, 1-A e 1-B, freguesia de Alfragide, concelho de Amado-ra, descrito na 2.ª Conservatória do Registo Predial de Amadora sob o n.º 477/19911023-AJ, da freguesia de Alfragide, e inscrito na respectiva matriz predial urbana

sob o art.º 810.O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer, acima de 70% do valor-base de 54.000,00 euros (cinquenta e quatro mil eu-ros) ou seja, 37.800,00 euros (trin-ta e sete mil e oitocentos euros).São fi éis depositários os executa-dos José Manuel Leitão Ladeiro e Maria Lucília Azevedo Ferreira Lei-tão Ladeiro, que a pedido o devem mostrar.O(s) proponente(s) deve(m) jun-tar à sua proposta, como caução, cheque visado, à ordem da Agente de Execução, no montante corres-pondente a 5% do valor anunciado para a venda.

A Agente de ExecuçãoHelena Chagas

Rua Alberto Serpa, 19-A2855-126 St.ª Marta do PinhalTel.: 212532702 Fax.: 212552353E-mail: [email protected]úblico, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

JUÍZOS DE EXECUÇÃO DE LISBOA3.º Juízo - 3.ª Secção

HELENA CHAGASAgente de Execução

Cédula 2621

ANÚNCIOVenda mediante propostas em carta fechada

Processo: 23864/10.5YYLSBExequente: Caixa Geral de Depósitos, S.A.

Executados: José Manuel Leitão Ladeiro e Maria Lucília Azevedo Ferreira Leitão Ladeiro

ANÚNCIOVenda mediante propostas em carta fechada

Nos autos acima identifi cados, en-contra-se designado o dia 24 de Maio de 2013, pelas 09.30 horas, neste Tri-bunal para a abertura de propostas, que até esse momento sejam entre-gues no referido 2.º Juízo, do Tribu-nal Judicial de Torres Vedras, pelos interessados na compra do seguinte bem imóvel:Prédio urbano composto por casa de rés-do-chão e primeiro andar, com garagem e logradouro, destinado à habitação, sito em Urbanização Alto dos Fétais, lote 2, freguesia e con-celho de Sobral de Monte Agraço, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sobral de Monte Agraço, sob a fi cha 1181/19960416, da fre-guesia de Sobral de Monte Agraço, e inscrito na respetiva matriz predial urbana sob o art.º 1701.O bem será adjudicado a quem me-

lhor preço oferecer, acima de 70% do valor-base de 165.000,00 euros (cento e sessenta e cinco mil euros), ou seja, 115.500,00 euros (cento e quinze mil e quinhentos euros).São fi éis depositários os executados Paulo António Alves Batista e Maria Fernanda Tavares Pereira Batista, que a pedido o devem mostrar.O(s) proponente(s) deve(m) juntar à sua proposta, como caução, cheque visado, à ordem do Agente de Execu-ção, no montante correspondente a 5% do valor anunciado para a venda.

O Agente de ExecuçãoJosé Maria Soares

Rua Alberto Serpa, 19-A2855-126 St.ª Marta do PinhalTel.: 212532702 Fax.: 212552353E-mail: [email protected]

Público, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

JOSÉ MARIA SOARESAgente de Execução

Cédula 2616

TRIBUNAL JUDICIAL DE TORRES VEDRAS2.º Juízo

Processo: 428/09.0TBTVDExequente: Caixa Geral de Depósitos, S.A.

Executados: Paulo António Alves Batista e Maria Fernanda Tavares Pereira Batista.

TRIBUNAL DOTRABALHO DE CASCAIS

Secção ÚnicaProcesso: 225-C/1989

ANÚNCIOHabilitação de HerdeirosRequerente: António Miguel Fer-reira PintoRequerido: António José Cabrita de Oliveira e outro(s)...Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, conta-dos da data da segunda e última publicação do anúncio, citando Requerido: António José Cabrita de Oliveira, domicílio: Rua Lima, N.º 16 - 3.º C, Carcavelos, 2775-000 Carcavelos e Requerida: Elsa Susana Cabrita de Oliveira, domicílio: Rua Infantes - Casa Infante D. Pedro, Alcoitão, 2765-000 Alcoitão, com última residên-cia conhecida na(s) morada(s) indicada(s), para no prazo de 10 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ha-bilitação de herdeiros, sob pena de vir a ser julgado(a) sucessor do(s) falecido(s), para consigo prosseguir a causa principal, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial.N/ Referência: 569593Cascais, 24-04-2013.

O Juiz de DireitoDr. Marco Brites

O Ofi cial de JustiçaAntónio Calado

Público, 02/05/2013 - 2.ª Pub.

VARAS CÍVEISDE LISBOA

2.ª Vara CívelProcesso: 7404/03.5TVLSB

ANÚNCIOExecução Ordinária A Mm.ª Juíza de Direito Dr.ª Cristina Isabel Santos Coelho, da 2.ª Vara Cível - Varas Cíveis de Lisboa:Faz saber que correm éditos de 20 dias para citação dos credo-res desconhecidos que gozem de garantia real sobre os bens penhorados ao(s) executado(s) abaixo indicados, para recla-marem o pagamento dos res-petivos créditos pelo produto de tais bens, no prazo de 15 dias, fi ndo o dos éditos, que se começará a contar da data da afi xação do presente edital.Bens penhorados:TIPO DE BEM: VeículoMATRÍCULA: 83-02-QUDESCRIÇÃO: Volkswagen PassatPENHORADO EM: 23-05-2011 00:00:00PENHORADO A EXECUTADA: Teresa Luís Mateus Rainho Dourado. Estado civil: casada. Documentos de identifi cação: BI - 10800024, NIF - 210298677. Endereço: Quinta das Courelas, 20 - Pátio, 2685-000 Camarate.N/ Referência: 18541164Lisboa, 11-04-2013.

A Juíza de DireitoDr.ª Cristina Isabel Santos

CoelhoA Ofi cial de Justiça

Helena SilvaPúblico, 02/05/2013 - 1.ª Pub.

VARAS CÍVEISDE LISBOA

5.ª Vara CívelProcesso: 633/13.5TVLSBInterdição / Inabilitação

ANÚNCIORequerente: Ministério Pú-blicoRequerida: Celeste Rodrigues Nunes Caldeira BenvindoFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerida Celeste Rodrigues Nunes Caldeira Benvindo, com residência em domicílio: Rua Maria Pia, n.º 193, Lisboa, 1350-206 Lisboa, para efeito de ser decretada a sua inabilitação por anomalia psíquica.N/Referência: 18535390Lisboa, 10/04/2013

A Juíza de DireitoHigina Maria Almeida Orvalho

da Silva CasteloA Ofi cial de Justiça

Maria do Rosário SerraPúblico, 02/05/2013

VARAS CÍVEISDE LISBOA

6.ª Vara CívelProcesso: 684/13.0TVLSBInterdição / Inabilitação

ANÚNCIORequerente: Ministério Pú-blicoRequerido: Jorge Carlos Ferreira GarciaFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerido Jorge Carlos Ferreira Garcia, com residência em domicílio: Estrada de Benfi ca, n.º 680 - 1.º andar, 1500-000 Lisboa, para efeito de ser decretada a sua interdição por anoma-lia psíquica.N/Referência: 18549749Lisboa, 17/04/2013

A Juíza de DireitoDr.ª Isabel LourençoA Ofi cial de Justiça

Maria das Dores PretoPúblico, 02/05/2013

Page 34: 2 Maio PÚBLICO

34 | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

SAIR

CINEMALisboa Cinemateca PortuguesaR. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200A Grande Ilusão M16. Sala Félix Ribeiro - 15h30; Le Bassin de J. W. M12. Sala Félix Ribeiro - 19h; O Manuscrito Perdido Sala Félix Ribeiro - 21h30; O Pão Nosso de Cada Dia Sala Luís de Pina - 22h; A Flecha Sagrada Sala Luís de Pina - 19h30 Medeia Fonte NovaEst. Benfica, 503. T. 217145088O Grande Dia M12. Sala 1 - 14h10, 16h30, 19h, 21h30; Os Amantes Passageiros M16. Sala 2 - 17h, 19h30; Nome de Código Paulette M12. Sala 2 - 14h30, 22h; Homem de Ferro 3 M12. Sala 3 - 14h20, 16h45, 19h15, 21h45 Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72. T. 213142223Viagem de Finalistas M16. Sala 4 - Cine Teatro - 14h, 16h, 18h, 20h, 22h, 00h30; O Grande Dia M12. Sala 1 - 13h40, 15h45, 17h45, 19h45, 21h45, 00h15; Fintar o AmorM12. Sala 2 - 13h20; Os Amantes Passageiros M16. Sala 2 - 15h30, 17h30, 21h30, 24h; Professor Lazhar M12. Sala 2 - 19h30; Não Sala 3 - 13h50, 16h30, 21h30, 24h; Nome de Código Paulette M12. Sala 3 - 19h NimasAv. 5 Outubro, 42B. T. 213574362Fausto M12. Sala 1 - 15h30, 18h30, 21h30 UCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221A Noite dos Mortos-Vivos M18. Sala 1 - 14h20, 16h45, 19h15, 21h50, 00h15;Transe M16. Sala 2 - 14h10, 16h30, 21h35, 00h05; A Melhor Oferta M12. Sala 2 - 18h50; Comboio Nocturno Para Lisboa M12. Sala 3 - 21h40, 00h10; Gladiadores M6. Sala 3 - 14h15, 18h35 (V.Port./2D), 16h25 (V.Port./3D); Taxi Driver M16. Sala 4 -19h15; Fintar o Amor M12. Sala 4 - 14h15, 16h50, 21h45, 00h15; Viagem de FinalistasM16. Sala 5 - 14h10, 16h35, 19h15, 21h50, 00h10; Esquecido Sala 6 - 14h05, 16h40, 19h15, 21h55, 00h30; Um Homem a AbaterM16. Sala 7 - 00h25; É o Amor M16. Sala 7 - 15h, 18h15, 21h30; Não Sala 8 - 14h05, 16h40, 19h15, 21h50, 00h25; Homem de Ferro 3 M12. Sala 9 - 14h, 19h15, 00h30 (2D), 16h35, 21h50 (3D) ; Os Amantes Passageiros M16. Sala 10 - 19h, 21h40, 23h55; Professor Lazhar M12. Sala 10 - 14h05, 16h30; Dou-lhes Um Ano M12. Sala 11 - 18h55; Nome de Código Paulette M12. Sala 11 - 14h20, 16h30, 21h30, 23h40; O Capital M12. Sala 12 - 14h15, 16h45, 19h15, 21h45, 00h20; O Grande Dia M12. Sala 13 - 14h15, 16h45, 19h05, 21h40, 00h05; Regra de Silêncio M12. Sala 14 - 14h, 16h35, 19h10, 21h45, 00h20 Universidade de LisboaAv. Professor Gama Pinto. T. 217932579Homens de Negócios M12. Reitoria - 18h ZON Lusomundo AlvaláxiaEstádio José Alvalade. T. 16996Nome de Código Paulette M12. 15h20, 17h30, 19h40, 21h50; O Grande Dia M12. 16h20, 18h30, 21h30; Homem de Ferro 3 M12. 16h, 18h50, 21h40; Fintar o AmorM12. 21h45; Os Croods M6. 15h40, 18h10 (V.Port.); Esquecido 15h50, 18h40, 21h20;Scary Movie 5: Um Mítico Susto de FilmeM12. 17h; Um Homem a Abater M16. 21h35;Gladiadores M6. 16h10, 18h20 (V.Port.);Homem de Ferro 3 M12. 16h50, 21h (3D);Transe M16. 16h25, 19h, 21h25; Viagem de Finalistas M16. 16h40, 19h, 21h10; Fogo Contra Fogo M12. 16h30, 18h55, 21h20; ANoite dos Mortos-Vivos M18. 15h30, 18h, 22h

ZON Lusomundo AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996Homem de Ferro 3 M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h20, 00h15 (3D) ; Um Pedacinho do Paraíso 13h15, 15h40, 21h50, 00h20; A Oportunidade da Minha Vida M12. 13h45, 16h10, 18h30; Os Amantes Passageiros M16. 20h50, 23h30; O Frágil Som do Meu Motor 18h; Gladiadores M6. 13h30, 15h55, 18h15 (V.Port.) ; Transe M16. 21h30, 00h05; O Capital M12. 12h55, 15h25, 18h45, 21h10, 23h45 ZON Lusomundo ColomboAv. Lusíada. T. 16996Nome de Código Paulette M12. 13h10, 15h45, 18h, 21h, 23h35; Gladiadores M6. 13h20, 15h50, 18h10 (V.Port.) ; Transe M16. 21h15, 00h05; Fogo Contra Fogo M12. 13h30, 16h, 18h20, 21h10, 23h45; Fintar o Amor M12. 18h45 ; Esquecido 12h50, 15h40, 21h40, 00h30; Homem de Ferro 3 M12. 12h40, 15h30, 18h25 (2D), 21h30, 00h25 (3D) ; O Grande Dia M12. 13h, 15h20, 17h50, 21h20, 23h55; Viagem de Finalistas M16. 12h55, 16h20, 18h40, 21h50, 00h15; A Noite dos Mortos-Vivos M18. 13h25, 16h10, 18h30, 21h25, 00h10 ZON Lusomundo Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996Nome de Código Paulette M12. 13h20,15h50, 18h20, 21h10, 23h40; GladiadoresM6. 13h10, 15h20, 17h30, 19h40 (V.Port.) ; Homem de Ferro 3 M12. 12h40, 15h40, 18h30, 21h20, 00h10 (3D); Transe M16. 22h, 00h30; O Grande Dia M12. 13h, 15h30, 17h40, 19h50, 21h50, 24h; Viagem de Finalistas M16. 12h50, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 23h50; A Noite dos Mortos-Vivos M18. 13h30, 16h, 18h40, 21h30, 00h20

Almada ZON Lusomundo Almada FórumEstr. Caminho Municipal, 1011. T. 16996Homem de Ferro 3 M12. 12h25, 15h15, 18h10, 21h05, 24h (3D) ; O Grande Dia M12. 13h, 15h45, 18h, 21h15, 23h45; Viagem de Finalistas M16. 13h15, 15h50, 18h20, 21h40, 00h10; Os Croods M6. 13h35, 16h10, 18h40 (V.Port.) ; Esquecido 12h35, 15h20, 18h15, 21h15, 00h10; Homem de Ferro 3 M12. 12h40, 15h35, 18h30, 21h30, 00h25 (2D) ; Um Pedacinho do Paraíso 13h05, 15h50, 18h30, 21h15, 23h50; Fintar o Amor M12. 12h50, 15h25, 21h10, 23h55; Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. 12h55, 15h10, 17h20, 19h35, 21h45, 00h20; Um Homem a Abater M16. 21h20, 00h15; Nome de Código Paulette M12. 13h, 15h30, 18h40, 21h20, 00h15; O Frágil Som do Meu Motor 18h05; Gladiadores M6. 13h25, 15h50, 18h45 (V.Port.) ; Transe M16. 21h, 23h45; Fogo Contra Fogo M12. 12h50, 15h20, 18h, 21h05, 23h50; O Capital M12. 12h55, 15h40, 18h25, 21h25, 00h10; A Noite dos Mortos-Vivos M18. 13h05, 15h55, 18h15, 21h, 23h30

Amadora UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, EN 249/1. T. 707232221Os Croods M6. Sala 1 - 14h, 16h35 (V.Port.); Um Homem a Abater M16. Sala 1 - 19h15, 21h45; Homem de Ferro 3 M12. Sala 2 - 13h45, 16h20, 19h, 21h40; Um Refúgio para a Vida M12. Sala 3 - 21h55; Gladiadores M6. Sala 3 - 13h45, 17h50 (V.Port./2D), 15h45, 19h55 (V.Port./3D); Fogo Contra Fogo M12. Sala 4 - 14h15, 16h25, 19h05, 21h25; Fintar o Amor M12. Sala 5 - 13h50, 16h15, 18h55, 21h25; Transe M16. Sala 6 - 14h, 16h30, 19h05, 21h35; Esquecido Sala 7 - 14h05, 16h35, 19h10, 21h45; Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. Sala 8 - 14h20, 16h45,

Viagem de FinalistasDe Harmony Korine. Com Vanessa Hudgens, Selena Gomez, Ashley Benson. EUA. 2012. 94m. Comédia, Thriller. M16. Para fi nanciar a viagem de fi nalistas

e viver a aventura das suas vidas,

quatro raparigas decidem assaltar

um pequeno restaurante da

zona. Após conseguirem dinheiro

sufi ciente para concretizar os

seus planos, seguem para Miami,

onde, depois de uma noite de

farra, são apanhadas pela polícia

e apresentadas perante um juiz.

É então que descobrem que a sua

fi ança foi paga por um criminoso

local que, em troca de momentos

de adrenalina, as inicia numa vida

de crime, droga e todo o género de

perversidade.

Fogo Contra FogoDe David Barrett. Com Josh Duhamel, Bruce Willis, Rosario Dawson, 50 Cent, Vincent D’Onofrio. EUA. 2012. 97m. Drama, Crime. M12. Jeremy Coleman, bombeiro

de profi ssão, presencia um

crime brutal numa loja de

conveniência. Como única

testemunha, é convencido a

depor contra Neil Hagan, o

autor dos disparos. Quando a

sua vida é ameaçada, Jeremy

é colocado sob o programa de

protecção de testemunhas.

Porém, enquanto se esforça por

recomeçar a sua vida sob outra

identidade, um erro judicial põe

Hagan de novo em liberdade.

Revoltado e cheio de desejo de

vingança, o assassino apenas

deseja encontrar o homem que

testemunhou contra si...

O Grande DiaDe Justin Zackham. Com Robert De Niro, Diane Keaton, Katherine Heigl. EUA. 2012. 90m. Comédia. M12. Já há muitos anos que Don e

Ellie decidiram divorciar-se.

Essa circunstância parecia

perfeitamente ultrapassada até ao

dia em que Jared, o fi lho adoptivo

de ambos, decide casar e convidar

a sua mãe biológica. De forma a

manter as aparências e provar

àquela mãe que foram a escolha

acertada para cuidar do seu fi lho,

Don e Ellie resolvem fi ngir que,

durante todos esses anos, a família

nada mais foi do que um grande

exemplo de união e felicidade.

Porém, parece que nada vai

acontecer como esperado...

Sinais de Serenidade Por Coisas Sem Sentido + As Ondas + SoloDe Sandro Aguilar, Miguel Fonseca, Mariana Gaivão. POR. 2013. m. M12. O Som e Fúria apresenta três

curtas-metragens de três

realizadores distintos: Sinais

de Serenidade por Coisas Sem

Sentido, de Sandro Aguilar, As

Ondas, de Miguel Fonseca e

“Solo“, de Mariana Gaivão.

Um Pedacinho do ParaísoDe Nicole Kassell. Com Kate Hudson, Gael García Bernal, Kathy Bates. EUA. 2011. 106m. Comédia Romântica. Apesar da sua alegria de viver,

Marley sempre optou por

relações que não implicassem

grande proximidade emocional.

Um dia, é-lhe diagnosticado um

cancro no colo do útero em fase

terminal. Consciente do fi m que

se aproxima, a jovem decide

aproveitar os meses que lhe restam

da maneira mais intensa possível,

fazendo tudo o que que nunca

teve tempo, ou coragem, de fazer.

É com esse espírito que Marley se

liga emocionalmente ao Dr. Julian

Goldstein, o seu ginecologista, que

se apaixona pela sua personalidade

alegre e pela forma digna e cheia

de humor com que ela aceita a sua

condição. Juntos vão viver uma

grande história de amor.

Em [email protected]@publico.pt Viagem de Finalistas

19h20, 21h50; A Noite dos Mortos-Vivos M18. Sala 9 - 13h50, 16h15, 18h55, 21h25; O Grande Dia M12. Sala 10 - 14h, 16h30, 19h05, 21h35; Nome de Código Paulette M12. Sala 11 - 13h55, 16h25, 18h55, 21h35

Barreiro Castello Lopes - Fórum BarreiroCampo das Cordoarias. T. 760789789Homem de Ferro 3 M12. Sala 1 - 15h30 (2D), 18h30, 21h20 (3D); Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. Sala 2 - 21h40; Gladiadores M6. Sala 2 - 15h10, 17h20, 19h30 (V.Port.); Gladiadores M6. Sala 2 - 17h20 (V.Port.); Dou-lhes Um Ano M12. Sala 3 - 15h20, 18h10, 21h10; O Grande Dia M12. Sala 4 - 15h40, 18h20, 21h30

Cascais ZON Lusomundo CascaiShoppingEN 9, Alcabideche. T. 16996Fintar o Amor M12. 21h45, 24h;Esquecido 12h35, 15h10, 17h50, 21h05,00h10; Nome de Código Paulette M12. 12h40, 15h20, 18h10, 21h10, 23h20;Gladiadores M6. 13h20, 16h, 18h (V.Port./3D) ;Homem de Ferro 3 M12. 12h30, 15h30, 18h30, 21h30, 00h20 (3D) ; O Grande Dia M12. 13h, 15h50, 18h40, 21h, 23h30;Viagem de Finalistas M16. 12h50, 15h40, 18h20, 21h20, 23h40; A Noite dos Mortos-Vivos M18. 13h10, 16h10, 18h50, 21h40, 23h50

Caldas da Rainha Vivacine - Caldas da RainhaC.C. Vivaci. T. 262840197Comboio Nocturno Para Lisboa M12. Sala 1 - 21h15; Gladiadores M6. Sala 1 - 15h25, 18h (V.Port.); Nome de Código Paulette M12. Sala 2 - 15h20, 18h, 21h30; Homem de Ferro 3M12. Sala 3 - 15h25, 18h15, 21h05; O GrandeDia M12. Sala 4 - 15h40, 18h20, 21h25;Esquecido Sala 5 - 15h30, 18h10, 21h20

Carcavelos Atlântida-CineCentro Comercial Carcavelos. T. 214565653Professor Lazhar M12. Sala 1 - 15h30, 21h30;Comboio Nocturno Para Lisboa M12. Sala 2 - 15h45, 21h45

Sintra Castello Lopes - Fórum SintraLoja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789Nome de Código Paulette M12. Sala 1 - 21h35; Gladiadores M6. Sala 1 - 15h, 17h10, 19h20 (V.Port.); Homem de Ferro 3 M12. Sala 2 - 15h40, 18h30, 21h30; A Noite dos Mortos-Vivos M18. Sala 3 - 15h10, 17h20, 19h30, 21h30; O Grande Dia M12. Sala 4 - 15h20, 17h30, 19h35, 21h40; Esquecido Sala 5 - 15h30, 18h10, 21h; Scary Movie 5: UmMítico Susto de Filme M12. Sala 6 - 18h40;Transe M16. Sala 6 - 15h50, 21h10; Viagem de Finalistas M16. Sala 7 - 16h, 18h50, 21h50

Montijo ZON Lusomundo Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996Gladiadores M6. 15h50, 18h10 (V.Port.); Homem de Ferro 3 M12. 15h30, 18h20 (2D), 21h10 (3D); Transe M16. 21h; Esquecido 15h40, 18h30, 21h15; Viagem de Finalistas M16. 16h, 18h15, 21h20; A Noite dos Mortos-Vivos M18. 16h20, 18h40, 21h40; Nome de Código Paulette M12. 16h10, 18h50, 21h30

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PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013 | 35

A norte-americana regressa a Portugal para se encontrar em palco com o português Frankie Chavez. Kaki King (na foto) é cantora e compositora, mas é à guitarra que mais se distingue, ao ponto de se ter tornado a primeira mulher a entrar no lote de guitar gods da revista Rolling Stone. Vem apresentar o novo álbum, Glow. Quanto a Frankie

Chavez, falam dele lá fora como revelação blues-folk vinda do Sul da Europa. Também ele é um apaixonado pelo instrumento ao ponto de ousar, por exemplo, levar a guitarra portuguesa a passear por paisagens blues. Family Tree é o título do primeiro longa-duração. Para ouvir hoje, às 21h, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Bilhetes a 15€.

Guitarras ao alto com Kaki King

AS ESTRELAS DO PÚBLICO

JorgeMourinha

Luís M. Oliveira

Vasco Câmara

a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente

Os Amantes Passageiros mmmmm – mmmmm

O Capital mmmmm – –Cativos mmmmm mmmmm mmmmm

É o Amor mmmmm mmmmm mmmmm

Fausto mmmmm mmmmm mmmmm

O Frágil Som do Meu Motor mmmmm – –Não mmmmm mmmmm mmmmm

Professor Lazhar – – mmmmm

A Rapariga de Parte Nenhuma – mmmmm –Transe mmmmm – –

Odivelas

ZON Lusomundo Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996Esquecido 15h40, 18h15, 21h; Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. 21h35; Nome de Código Paulette M12. 16h, 18h30, 21h30; Gladiadores M6. 15h50, 18h10 (V.Port.); Homem de Ferro 3 M12. 15h30, 18h20, 21h10; O Grande Dia M12. 15h20, 18h, 21h20

Oeiras ZON Lusomundo Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996Homem de Ferro 3 M12. 12h40, 15h30, 21h30, 00h25 (2D), 18h30 (3D) ; O CapitalM12. 12h55, 15h45, 18h25, 21h05, 23h55;Esquecido 12h50, 15h50, 21h40, 00h30;Nome de Código Paulette M12. 13h, 15h15, 17h25, 19h40, 21h50, 00h10; O Frágil Som do Meu Motor 18h40; Gladiadores M6. 13h05, 15h20, 18h10 (V.Port.) ; Transe M16. 21h20, 24h; O Grande Dia M12. 13h10, 15h40, 18h15, 21h10, 23h50; Viagem de Finalistas M16. 13h15, 16h, 18h20, 21h45, 00h15

Miraflores ZON Lusomundo Dolce Vita MirafloresAv. das Túlipas. T. 707 CINEMAOs Croods M6. 15h, 18h (V.Port.); Comboio Nocturno Para Lisboa M12. 21h;Esquecido 21h10; Nome de Código Paulette M12. 15h30, 18h30, 21h30;Gladiadores M6. 15h10, 18h10 (V.Port.);Homem de Ferro 3 M12. 15h20, 18h20, 21h20

Torres Novas Castello Lopes - TorreShoppingBairro Nicho - Ponte Nova. T. 707220220Homem de Ferro 3 M12. Sala 1 - 12h50, 15h20(2D), 18h10, 21h10 (3D); Um Refúgio para aVida M12. Sala 2 - 13h, 15h40, 18h30, 21h30;Esquecido Sala 3 - 21h20; Gladiadores M6. Sala 3 - 12h40, 15h, 17h05, 19h10 (V.Port.)

Torres Vedras Teatro-Cine de Torres VedrasAv. Tenente Valadim, 19. T. 261338131Tabu M12. Sala 1 - 21h30 ZON Lusomundo Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996Homem de Ferro 3 M12. 15h30, 18h30 (2D), 21h25 (3D); O Grande Dia M12. 16h, 18h15, 21h; Esquecido 21h10; Nome de Código Paulette M12. 15h10, 17h15, 19h20, 21h40; Gladiadores M6. 16h15, 18h45 (V.Port.); A Noite dos Mortos-Vivos M18. 15h45, 18h, 21h50

Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 760789789Nómada M12. Sala 1 - 16h, 18h40, 21h15;Dou-lhes Um Ano M12. Sala 2 - 16h10, 18h50,21h; Homem de Ferro 3 M12. Sala 3 - 15h50,18h35, 21h20; Esquecido Sala 4 - 21h40;Gladiadores M6. Sala 4 - 15h10, 17h20, 19h30 (V.Port.); G. I. Joe Retaliação M12. Sala 5 - 15h40, 18h20, 21h50; O Grande Dia M12. Sala 6 - 15h, 17h10, 19h15, 21h30

Setúbal Auditório CharlotAv. Dr. Ant. Manuel Gamito, 11. T. 265522446A Rapariga de Parte Nenhuma M12. Sala 1 - 21h30

Faro

SBC-International CinemasC. C. Fórum Algarve. T. 289887212Esquecido Sala 1 - 13h15, 16h, 18h40, 21h20; Um Homem a Abater M16. Sala 2 - 13h40, 16h15, 18h50, 21h30; Homem de Ferro 3 M12. Sala 3 - 15h30, 18h15, 21h; Gladiadores M6. Sala 4 - 13h20, 15h30, 17h40 (V.Port.); Viagem de Finalistas M16. Sala 4 - 19h50, 22h; Homem de Ferro 3 M12. Sala 5 - 13h25, 16h10, 18h55, 21h40 (3D); A Noite dos Mortos-Vivos M18. Sala 6 - 13h50, 15h55, 18h, 20h05, 22h10; O Grande Dia M12. Sala 7 - 14h35, 16h40, 19h05, 21h10; O Expatriado M12. Sala 8 - 19h40; Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. Sala 8 - 15h40, 17h40, 21h55; G. I. Joe Retaliação M12. Sala 9 - 14h40, 17h05, 21h45; Dou-lhes Um Ano M12. Sala 9 - 19h30

Olhão Algarcine - Cinemas de OlhãoC.C. Ria Shopping. T. 289703332Homem de Ferro 3 M12. Sala 1 - 15h30, 18h30, 21h30; Sangue Quente M12. Sala 2 - 15h20, 18h30, 21h30; Snitch - Infiltrado Sala 3 - 15h15, 18h15, 21h15

Portimão Algarcine - Cinemas de PortimãoAv. Miguel Bombarda. T. 282411888Homem de Ferro 3 M12. Sala 1 - 15h, 17h30, 19h30, 21h30; As Fantásticas Aventuras de Tad M6. Sala 2 - 14h (V.Port.); Fogo Contra Fogo M12. Sala 2 - 15h45, 18h, 21h45

Tavira Zon Lusomundo TaviraR. Almirante Cândido dos Reis. T. 16996Nome de Código Paulette M12. 15h35, 18h20, 21h10; Homem de Ferro 3 M12. 15h35, 18h20, 21h10; Esquecido 15h45, 18h30, 21h15; Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. 21h40; Scary Movie 5: Um Mítico Susto de Filme M12. 15h15, 17h20, 19h20, 21h25; Gladiadores M6. 17h20, 19h30 (V.Port.); O Grande Dia M12. 15h05, 17h10, 19h25, 21h20

TEATROLisboaBiblioteca Municipal Orlando RibeiroEstrada de Telheiras, 146. T. 217549030 A Fanfarra Grupo: TeatroÀParte. Enc. Sandra Faleiro. Dia 2/5 às 21h30.Casa do Artista - Teatro Armando CortezEstrada da Pontinha, 7. T. 217110890 A Curva da Felicidade Grupo: Centro de Artes Dramáticas de Oeiras. De 2/5 a 8/6. 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 16h e 21h30 (excepto dia 11 e 25 de Maio). M/12. 90m. A Flauta Mágica Grupo: Teatro Infantil de Lisboa. Enc. Fernando Gomes. De 5/10 a 21/6. 3ª às 11h (escolas). 4ª, 5ª e 6ª às 11h e 15h (escolas). Sáb e Dom às 15h. M/4. 105m. Casino LisboaAlameda dos Oceanos. T. 218929000 Guru Enc. José Pedro Gomes. A partir de 2/5. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h (no Auditório dos Oceanos). M/12. Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 A Estalajadeira Enc. Jorge Silva Melo. De 26/4 a 4/5. 2ª, 3ª, 5ª, 6ª e Sáb às 21h. Dom às 16h (no Pequeno Auditório). M/12. 120m.

Mini Teatro da CalçadaCalçada do Combro, 147. Auricolérica e Teleufórica Com Tércio Borges (músico). Com Alexandra Freudenthal, Susana Palmerston. De 2/5 a 27/7. 5ª a Sáb às 21h30. Teatro do BairroRua Luz Soriano, 63. T. 213473358 Pequenas Comédias Enc. António Pires. De 10/4 a 19/5. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/12. Teatro Maria VitóriaAv. Liberdade (Parque Mayer). T. 213461740 Humor com Humor se Paga Enc. Mário Rainho. A partir de 1/11. 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 16h30 e 21h30. Dom às 16h30. M/12. Teatro RápidoRua Serpa Pinto, 14. T. 213479138 A-Bor-Todas! Enc. Alberto Sogorb Jover. De 2/5 a 31/5. 2ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom às 18h20 , 18h50, 19h20, 19h50 e 20h25 (na Sala 4). M/12. 15m. Debaixo de Água Enc. Eduardo Frazão. De 2/5 a 31/5. 2ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom às 18h , 18h30, 19h, 19h30 e 20h. M/16. 15m. Gisberta Enc. Eduardo Gaspar. De 2/5 a 31/5. 2ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom às 18h15 , 18h45, 19h15, 19h45 e 20h15. M/12. 15m. Nana (Canção de Embalar) Enc. Silvina Pereira. De 2/5 a 31/5. 2ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom às 18h05 , 18h35, 19h05, 19h35 e 20h05. M/12. 15m. Teatro Tivoli BBVAAvenida da Liberdade, 182. T. 213572025 TOC TOC Enc. António Pires. A partir de 13/3. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/16. Teatro TurimEstrada de Benfica, 723A. T. 217606666 TimeLine De Cecília Henriques, Raimundo Cosme, Rita Chantre. De 25/4 a 5/5. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/16. Teatro VillaretAv. Fontes Pereira de Melo. T. 213538586 Isto É Que Me Dói! Enc. Francisco Nicholson. Até 19/5. 5ª e 6ª às 21h30. Dom às 16h. M/12. Teatro-Estúdio Mário Viegas / Companhia Teatral do ChiadoLargo do Picadeiro. T. 213257641 Amor com Amor se Paga Comp.: Companhia Teatral do Chiado. Enc. Juvenal Garcês. A partir de 17/4. 5ª às 21h. às 21h. No Escuro Damos as Mãos Enc. Juvenal Garcês. A partir de 18/4. 5ª e 6ª às 21h30 , 21h30.

CascaisTeatro Municipal Mirita CasimiroAvenida Fausto Figueiredo. T. 214670320 Viagem à Roda da Parvónia Grupo: Teatro Experimental de Cascais. Enc. Carlos Avilez. De 13/4 a 26/5. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12.

Faro

Teatro LethesRua de Portugal, 59. T. 289820300 Um Dia os Réus Serão Vocês: O Julgamento de Álvaro Cunhal Comp.: Companhia de Teatro de Almada. Enc. Rodrigo Francisco. De 1/5 a 4/5. 4ª a Sáb às 21h30. M/12. 60m.

Linda a VelhaAuditório Municipal Lourdes NorbertoLargo da Piramide, 3N. T. 214141739 Beijinho ao Pai, Beijinho à Mãe! Com Anna Carvalho, Bruno Pópulo. De 27/4 a 27/7. Sáb às 17h. 5ª às 15h.

EXPOSIÇÕESLisboa3 + 1 Arte ContemporâneaRua António Maria Cardoso, 31. T. 210170765 What You Had and What You Lost De AnthonyArrobo. De 22/3 a 11/5. 3ª a Sáb das 14h às 20h.Alecrim 50R. do Alecrim, 48-50. T. 213465258 O Teatro De Luís Silveirinha. De 2/5 a 29/6. 3ª a 6ª das 11h às 19h. Sáb das 11h às 14h. Appleton SquareRua Acácio Paiva, 27 - r/c. T. 210993660 Um Dia de Chuva De João Seguro. De 4/4 a 4/5. 3ª a Sáb das 15h às 20h. Arquivo FotográficoRua da Palma, 246. T. 218844060 Imagem entre Imagens De Alberto Carlos Lima, António Júlio Duarte, Daniel Antunes Pinheiro, Daniel Blaufuks, Eurico Lino do Vale, Paulo Catrica, entre outros. De 14/3 a 11/5. 2ª a Sáb das 10h às 19h. Fotografia. Baginski Galeria/ProjectosR. Capitão Leitão, 51/53. T. 213970719 2013 Rebuild_01 [Projecto Convidado] De Tomaz Hipólito. De 17/4 a 15/5. 3ª a Sáb às 14h. LPS (La Place du Spectateur #2) De Carlos Correia. De 17/4 a 15/5. 3ª a Sáb às 14h. Biblioteca Nacional de PortugalCampo Grande, 83. T. 217982000 Dos Céus ao Universo De 2/5 a 26/7. 2ª a 6ªdas 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30.Bloco103 Contemporary ArtR. Rodrigues da Fonseca. T. 213823131 Paisagens Improváveis De Ana Tecedeiro, Tiago Mourão. De 21/3 a 12/5. 3ª a 6ª das 13h às 19h30. Sáb das 15h às 19h.

Caixa de Crédito AgrícolaR. do Castilho, 233. T. 213805510 International Surrealism Now De Alexander Varganov, Andrew Nekrasov, Egill Eibsen, Héctor Pineda, Steve Smith, Vu Huyen Thuong, entre outros. De 10/4 a 6/5. 2ª a 6ª das 09h às 19h30. Caroline Pagès GalleryR. Tenente Ferreira Durão. T. 213873376 Pulsar De Jesus Alberto Benitez. De 18/4 a 15/6. 2ª a Sáb das 15h às 18h. Casa Museu Dr. Anastácio GonçalvesAvenida 5 de Outubro, 6/8. T. 213540823 Nuno Sousa Vieira: Sala de Exposição De 5/4 a 18/5. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Instalação, Outros. Casa-Museu da Fundação António Medeiros e AlmeidaRua Rosa Araújo, 41. T. 213547892 Intromissões De Eduardo Nery. De 2/4 a 4/5. 2ª a 6ª das 13h às 17h. Sáb das 10h às 17h30. Pintura. Peças com história... A partir de 25/3. 2ª a 6ª das 13h às 17h30. Sáb das 10h às 17h30. Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 ARX Arquivo/Archive De Nuno Mateus + José Mateus. De 21/3 a 21/7. 3ª a Dom das 10h às 18h. Centro de Arte Moderna José de Azeredo PerdigãoR. Doutor Nicolau Bettencourt. T. 217823474 A obra perdida de Emmerico Nunes De Emmerico Nunes. De 19/4 a 7/7. 3ª a Dom das 10h às 18h. Desenho. Galápagos De Paulo Catrica, Kaffe Matthews, Jyll Bradley, Jeremy Deller, Dorothy Cross, Alison Turnbull, Filipa César. De 19/4 a 7/7. 3ª a Dom das 10h às 18h. Fotografia. Razões Imprevistas - Retrospectiva de Fernando de Azevedo De 19/4 a 7/7. 3ª a Dom das 10h às 18h. Chiado 8 - Arte ContemporâneaLargo do Chiado, 8. T. 213237335 Vraum De Gonçalo Barreiros. De 1/3 a 10/5. 2ª a 6ª das 12h às 20h. Cristina Guerra - Contemporary ArtRua Santo António à Estrela, 33. T. 213959559 Duet De Julião Sarmento e Salma Cheddadi, Jaime Pitarch e Rui Toscano, Filipa César e Lisa Tan, Eric Baudelaire e Pablo Pijnappel, Duncan Campbell e Raphaël Zarka. De 23/4 a 11/5. 3ª a 6ª das 12h às 20h. Sáb das 15h às 20h. Instalação, Vídeo, Outros. CulturgestRua Arco do Cego. T. 217905155 Esculturas Sonoras 1994-2013 De Rui Toscano. De 8/2 a 19/5. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19h (encerra 29/3, 31/3 e 1/5). Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h. Escultura, Som, Instalação. Retrato de Michel Auder De Michel Auder. De 8/2 a 19/5. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19h. Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h.Espaço TranquilidadeProjectos EspeciaisR. Rodrigues Sampaio, 95. T. 213503500 Instructions De Ramiro Guerreiro. De 7/3 a 3/5. 3ª a 6ª das 12h30 às 19h. Fundação Arpad Szenes - Vieira da SilvaPraça das Amoreiras, 56. T. 213880044 Estes e Outros Encontros: Obras da Colecção Fundação Luso-Americana e Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva Com Ana Hatherly, Vieira da Silva. De Helena Almeida, Lourdes Castro, Rui Chafes, Ana Jotta, Vítor Pomar, António Poppe, Rui Sanches. De 18/4 a 14/7. 4ª a Dom das 10h às 18h. Pintura, Outros. Vieira da Silva, Agora De 14/3 a 16/6. 4ª a Dom das 10h às 18h (grátis ao Dom das 10h às 14h). Fundação Carmona e CostaEd de Espanha - 6º A/C/D. T. 217803003 Joana Rosa De 16/3 a 28/12. 4ª a Sáb das 15h às 20h (visitas por marcação). Porcelana, Pintura. Jorge Martins: A Substância do

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36 | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

SAIRTempo De 15/3 a 10/6. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb, Dom e feriados das 10h às 19h. Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 360º Ciência Descoberta De 2/3 a 2/6. 3ª a Dom das 10h às 18h. Clarice Lispector - A Hora da Estrela De 4/4 a 23/6. 3ª a Dom das 10h às 18h. Ocupações Temporárias De 11/4 a 26/5. 3ª a Dom das 10h às 18h. Fundação Leal RiosR. do Centro Cultural, 17-B. T. 210998623 Helena Almeida De 4/4 a 18/5. 5ª e 6ª das 15h às 17h30 (visitas só por marcação). Galeria 36Rua S. Filipe Nery, 36. T. 918972966 Quadricula Versátil De Pedro Noronha. De 18/4 a 25/5. 2ª a Sáb das 16h às 19h30. Galeria Arte PeriféricaPraça do Império, CCB. T. 213617100 Fragmentos em Trânsito De Alexandra Mesquita. De 6/4 a 2/5. Todos os dias das 10h às 20h. Galeria Belo-GalstererR. Castilho 71, RC, Esq. T. 213815891 Juliane Solmsdorf + Mário Macilau De 11/4 a 25/5. 3ª a 6ª das 12h às 19h. Sáb das 14h às 19h.Galeria BoavistaR. da Boavista, 50. T. 213476335 Mansilla/Tuñón Madrid De Luis M. Mansilla, Emilio Tuñón Alvarez. De 11/4 a 31/5. 3ª a Dom das 15h às 18h. Arquitectura, Outros. Galeria das SalgadeirasRua das Salgadeiras, 24. T. 213460881 Luz De Lucília Monteiro. De 23/3 a 18/5. 4ª, 5ª e 6ª das 17h às 21h. Sáb das 16h às 21h. Galeria de Arte UrbanaCalçada da Glória. T. 213227000 Almada por Se7e De Fidel Évora, João Samina, Mário Belém, Miguel Januário, Pantónio, Pedro Batista, Tamara Alves. De 7/4 a 30/9. Todos os dias (24h). Pintura.Galeria DiferençaRua São Filipe Neri, 42 - Cave. T. 213832193 Suspensa e leve no horizonte, passava De José Barrias. De 2/5 a 29/6. 3ª a 6ª das 14h às 19h. Sáb das 15h às 20h. Galeria Filomena SoaresRua da Manutenção, 80. T. 218624122 The Sorrows of Electricity De António Olaio. De 14/3 a 25/5. 3ª a Sáb das 10h às 20h. Tranquila ferida do sim, faca do não De Rui Chafes. De 14/3 a 25/5. 3ª a Sáb das 10h às 20h. Escultura.

partir de 9/11. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Pintura, Outros. Museu do OrienteAv. Brasília - Edifício Pedro Álvares Cabral - Doca de Alcântara Norte. T. 213585200 Cartazes de Propaganda Chinesa - A Arte ao Serviço da Política De 25/1 a 27/10. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). Deuses da Ásia De Vários autores. A partir de 9/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (última admissão 17h30). 6ª das 10h às 22h (última admissão 21h30) (gratuito 18h às 22h). Outros. Exposição permanente. Do Vasto e Belo Porto de Lisboa De 1/3 a 27/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). . Macau. Memórias a Tinta-da-China De Charles Chauderlot. De 1/2 a 30/6. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). Presença Portuguesa na Ásia. O Coleccionismo de arte do Extremo Oriente De Vários autores. A partir de 9/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (última admissão 17h30). 6ª das 10h às 22h (última admissão 21h30) (gratuito das 18h às 22h).Museu Nacional de Arte AntigaRua das Janelas Verdes. T. 213912800 Deambulações. Desenhadores Franceses em Portugal nos séculos XVIII e XIX De 28/2 a 5/5. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Desenho. Ilusionismos - Os Tectos Pintados do Palácio Alvor De 8/3 a 26/5. 3ª das 14h às 17h30. 4ª a Dom das 10h às 17h30. Pintura. Pintura e Artes Decorativas do Século XII ao XIX De Vários autores. A partir de 16/12. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h .Vera Cortês - Agência de ArteAvenida 24 de Julho, 54 - 1ºE. T. 213950177 If I were you I’d paint it pink and place a chair upside down De Joana Bastos. De 22/3 a 4/5. 3ª a Sáb das 14h às 19h.

MÚSICALisboaFundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 Paul Lewis e Orquestra Gulbenkian Com Paul Lewis (piano). De 2/5 a 3/5. 5ª às 21h. 6ª às 19h. Hot Clube de PortugalPraça da Alegria, 48. T. 213619740 Bruno Santos Quinteto De 2/5 a 4/5. 5ª a Sáb às 22h30. Lux FrágilAv. Infante D. Henrique. T. 218820890 Efterklang + Modeselektor Dia 2/5 às 21h30. MusicBoxRua Nova do Carvalho, 24. T. 213430107 Domi Chansorn + Lx Music feat. Merlo + Andy Burton + Midnoize & Mastersoul Dia 2/5 às 22h30. Teatro Municipal de S. LuizRua António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 Anamar Dia 2/5 às 21h.Teatro Nacional de São CarlosLargo de São Carlos, 17. T. 213253045 La Traviata Orq. Sinfónica Portuguesa. Enc. Francesco Esposito. Dia 2/5 às 20h. Universidade Nova de LisboaCampus de Campolide. T. 213715600 Orquestra de Sopros da Metropolitana e Academia de Música Costa Cabral do Porto Dia 2/5 às 21h.

FaroCampo do Complexo Desportivo da PenhaFaro. T. 289807293 XXVIII Semana Académica do Algarve De 2/5 a 11/5. Todos os dias às 20h. Dia 2: Serenata. Inf: 289818606.

MafraPalácio Nacional de MafraTerreiro de Dom João V. T. 261817550 Quarteto Colonial Dia 2/5 às 21h (Festival de Música Clássica Brasileira).

SAIRGaleria Graça BrandãoRua dos Caetanos. T. 213469183 Nuno Sousa Vieira: Sala de Exposição De 5/4 a 18/5. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Instalação, Outros. Galeria MøblerR. Nova da Piedade, 49. Rui Gaiola De 2/5 a 2/6. 4ª, 5ª e 6ª às 14h. Sáb às 11h. Fotografia. Galeria Novo SéculoRua do Século, 23A/B. T. 213427712 Pinturas no Atelier De Carlos Barroco, Heitor Figueiredo, Júlio Pomar, Jorge Varanda, Manuel João Vieira, Zeca Risques Pereira, entre outros. De 4/4 a 4/5. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Pintura, Objectos, Outros. Galeria Pedro CeraRua do Patrocínio, 67E. T. 218162032 Horizon De Matt Keegan. De 12/4 a 1/6. 3ª a 6ª das 10h às 13h30 e das 14h30 às 19h. Sáb das 14h30 às 19h. Fotografia, Outros. Galeria Quadrado Azul - LisboaR. Reinaldo Ferreira, 20-A. T. 213476280 Gloom De Paulo Nozolino. De 4/4 a 25/5. 3ª a Sáb das 13h às 20h. Fotografia. Galeria QuadrumR. Alberto Oliveira. T. 218170534 Ciclo Budapeste: Diogo Evangelista De 23/4 a 5/5. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Outros. Galeria RattonR. Academia das Ciências, 2C. T. 213460948 Que Procura Vmê De Júlio Pomar. De 7/3 a 3/5. 2ª a 6ª das 10h às 13h30 e das 15h às 19h30. Azulejo. GiefarteRua Arrábida, 54B. T. 213880381 We May Not Be Perfect But Heaven Knows We Try De Manuel Caldeira. De 19/3 a 17/5. 2ª a 6ª das 11h às 14h e das 15h às 20h. Kunsthalle LissabonAv. da Liberdade, 211 - 1º. T. 912045650 I dreamt the work of another artist De Mona Vatamanu, Florin Tudor. De 27/3 a 1/6. 5ª a Sáb das 15h às 19h. Livraria Sá da CostaRua Garrett, 100. T. 213460702 Ilha De Bárbara Assís Pacheco, Cláudia Varejão, Edvinas Grin, Frauke Frech, Joana Linda, José Miguel Vitorino, Lara Torres + Diogo Melo, Miguel Bonneville, Sara Pazos, Sofia Arriscado, Sónia Baptista, Vicky Sabourin. De 20/4 a 18/5. 2ª a Sáb das 15h às 19h.

Lumiar CitéR. Tomás del Negro, 8-A. T. 213521155 Labour in a Single Shot De Antje Ehmann e Harun Farocki. De 2/5 a 16/6. 4ª a Dom das 15h às 19h. Vídeo. Inaugura 2/5 às 19h. MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Arte Portuguesa 1850-1975 De João Cristino da Silva, Columbano Bordalo Pinheiro, João Marques de Oliveira, António Carneiro, Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana, Mário Eloy, entre outros. De 20/2 a 31/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura, Escultura, Outros. Hetero Q.B. De Ana Bezelga, Ana Pérez-Quiroga + Patrícia Guerreiro, Carla Cruz, Elisabetta di Sopra, Lilibeth Cuenca Rasmussen, Mare Tralla, Oreet Ashery, Rachel Korman, Roberta Lima, Zanele Muholi, entre outros. De 9/4 a 30/6. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h30).Módulo - Centro Difusor de ArteCalçada dos Mestres, 34A/B. T. 213885570 Tito Mouraz De 23/3 a 11/5. 2ª a Sáb das 15h às 20h. Fotografia. MUDE - Museu do Design e da ModaRua Augusta, 24. T. 218886117 Percursos. Barro Negro/ Castanho/Ferro/ Granito De Linde Burkhardt. De 11/4 a 18/8. 3ª a Dom às 10h (última admissão às 17h45. Único e Múltiplo. 2 Séculos de Design A partir de 27/5. 3ª a Dom das das 10h às 20h.Museu Colecção BerardoPraça do Império, CCB. T. 213612878 BES Photo 2013 De Albano Silva Pereira, Filipe Branquinho, Pedro Motta, Sofia Borges. De 17/4 a 2/6. Todos os dias das 10h às 19h. Fotografia. Exposição Permanente do Museu Colecção Berardo (1960-2010) De Vito Acconci, Carl Andre, Alan Charlton, Louise Bourgeois, José Pedro Croft, Antony Gormley, Jeff Koons, Allan McCollum, Gerhard Richter, Cindy Sherman, William Wegman, entre outros. A

Instalação de Mona Vatamanu e Florin Tudor na Kunsthalle Lissabon

FARMÁCIAS

LisboaServiço PermanenteAeroporto (Alvalade - (Ant. Av. Aeroporto)) - Av. Almirante Gago Coutinho, 101 - D - Tel. 218482384 Corvo (Mercado do Chile) - Rua Angela Pinto, 32 - B - C - Tel. 218476756 Eusil (Alto do Pina) - Rua Barão de Sabrosa, 104 - Tel. 218141912 Sanex (Alvalade) - Av. da Igreja, 31 - C - Tel. 218497505 Sírius (Bairro Azul) - Rua Fialho de Almeida, 38-A - Tel. 213876700 Soares (Rato) - Av. Alvares Cabral, 1 - Tel. 213884282

Outras LocalidadesServiço PermanenteAbrantes - Duarte Ferreira (Rossio ao Sul do Tejo) Alandroal - Santiago Maior, Alandroalense Albufeira - Santos Pinto Alcácer do Sal - Alcacerense Alcanena - Correia Pinto Alcobaça - Magalhães, Alves (Benedita), Nova (Benedita) Alcochete - Cavaquinha, Póvoas (Samouco) Alenquer - Cuco, Matos Coelho Aljustrel - Pereira Almada - Charneca da Caparica (Charneca da Caparica), Torre das Argolas (Costa da Caparica), Atlântico (Cova da Piedade),

Moderna (Laranjeiro) Almeirim - Barreto do Carmo Almodôvar - Ramos Alpiarça - Aguiar Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança) Alvaiázere - Ferreira da Gama, Castro Machado (Alvorge), Pacheco Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Borel, Campos, Guizo Ansião - Teixeira Botelho, Medeiros (Avelar), Rego (Chão de Couce), Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Misericórdia Arronches - Batista, Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Dias da Silva, Nova Barrancos - Barranquense Barreiro - Higiénica Batalha - Ferraz, Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - J. Delgado (S. João Batista) Belmonte - Costa, Central (Caria) Benavente - Miguens, Martins (Samora Correia) Bombarral - Franca Borba - Carvalho Cortes Cadaval - Misericórdia, Figueiros (Figueiros Cadaval (Jan,Mar,Maio)), Luso (Fev,Abr,Jun) (Vilar Cadaval (Fev,Abr,Jun)) Caldas da Rainha - Rainha Campo Maior - Campo Maior Cartaxo - Central do Cartaxo Cascais - Abrantes (Alcabideche), Vilar (Carcavelos),

A. Costa Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Higiene (Amatus Lusitanus) Castelo de Vide - Freixedas Castro Verde - Alentejana Chamusca - Moura (Vale de Cavalos) Constância - Carrasqueira (Montalvo) Coruche - Almeida Covilhã - Pedroso Crato - Misericórdia Cuba - Da Misericórdia Elvas - Lux Entroncamento - António Lucas Estremoz - Carapeta Irmão Évora - Avó Faro - Montepio Ferreira do Alentejo - Salgado Ferreira do Zêzere - Moderna (Frazoeira/Ferreira do Zezere) Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda), Vidigal Fronteira - Vaz (Cabeço de Vide) Fundão - Taborda Gavião - Gavionense, Pimentel Golegã - Salgado Grândola - Pablo Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova), Serrasqueiro Cabral (Ladoeiro), Freitas (Zebreira) Lagoa - José Maceta Lagos - Telo Leiria - Batista Loulé - Martins, Algarve (Quarteira), Paula (Salir) Loures - Santo António dos Cavaleiros, Soares (Sacavém), Santa Iria (Santa Iria da Azoia) Lourinhã - Correia Mendes (Moita dos Ferreiros), Leal (Rio Tinto) Mação - Catarino Mafra -

Marques (Azueira), Medeiros (Fânzeres) Marinha Grande - Central Marvão - Roque Pinto Mértola - Pancada Moita - Cristina Monchique - Moderna Monforte - Jardim Montijo - São Pedro Mora - Canelas Pais (Cabeção), Falcão, Central (Pavia) Moura - Nataniel Pedro Mourão - Central Nazaré - Sousa, Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa - Ferreira Pinto Odemira - Confiança Odivelas - Nabais Vicente (Espinho), Serra da Luz (Serra da Luz) Oeiras - Combatentes, Alegro (Dafundo), Central Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros), Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - da Ria Ourém - Pastorinhos (Fátima), Verdasca Ourique - Nova (Garvão), Ouriquense Palmela - Galiano (Quinta do Anjo) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Melo Peniche - Proença Pombal - Vilhena Ponte de Sor - Varela Dias Portalegre - Chambel Suc. Portel - Fialho Portimão - Central Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova - Roda, Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo - Xavier da Cunha Reguengos de Monsaraz - Moderna Rio Maior - Central Salvaterra

de Magos - Martins Santarém - Confiança Santiago do Cacém - Corte Real São Brás de Alportel - São Brás Sardoal - Passarinho Seixal - Santa Marta Pinhal Serpa - Oliveira Carrasco Sertã - Lima da Silva, Farinha (Cernache do Bonjardim), Confiança (Pedrogão Pequeno) Sesimbra - Bio-Latina, Leão Setúbal - Farinha Pascoal, Normal do Sul Silves - Sousa Coelho Sines - Atlântico, Monteiro Telhada (Porto Covo) Sintra - Portela, Do Magoito (Magoito), Correia (Queluz), Viva (Rio de Mouro) Sobral Monte Agraço - Costa Sousel - Mendes Dordio (Cano), Andrade Tavira - Montepio Artistico Tavirense Tomar - Alfa (Porto da Laje) Torres Novas - Lima Torres Vedras - Quintela Vendas Novas - Santos Monteiro Viana do Alentejo - Nova Vidigueira - Pulido Suc. Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca de Xira - Ascenção Nunes, Botto e Sousa, Eduardo A. César, Estevão (Brejo), Higiene Vila Nova da Barquinha - Carvalho (Praia do Ribatejo) Vila Real de Santo António - Carrilho Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Torrinha Montemor-o-Novo - Sepúlveda

Page 37: 2 Maio PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013 | 37

FICAROs mais vistos da TVTerça-feira, 30

FONTE: CAEM

TVISICTVISICSIC

21,918,716,414,211,5

Aud.% Share

43,235,232,432,221,9

RTP1

2:

SICTVI

Cabo

10,8%%

2,222,7

29,1

25,9

R. Madrid X B. DortmundDancin' DaysBig Brother VipAvenida BrasilJornal da Noite

CINEMAUma Família Com Etiqueta[The Joneses]TVC1, 21h30Quando os Joneses se mudam

para o novo bairro, parecem a

família perfeita. Tudo neles, na

sua casa e no seu modo de vida

parece saído do catálogo de uma

revista, o que faz nascer uma

certa dose de inveja nos seus

novos vizinhos. Porém, por mais

bizarro que pareça, eles não são

propriamente uma família, mas

sim funcionários de uma empresa

de marketing com métodos ultra-

agressivos. A função de cada

um é usar produtos adequados

ao seu género e faixa etária,

incentivando, assim, o seu

consumo. Uma comédia com

Demi Moore e David Duchovny.

Uma História de Violência [A History of Violence]RTP2, 22h30Tom Stall (Viggo Mortensen)

vive calmamente com a mulher

advogada (Maria Bello) e os dois

fi lhos numa pequena e pacata

cidade no Indiana. Mas, uma

noite, a sua idílica existência é

perturbada quando impede um

roubo na sua cafetaria e salva os

seus clientes e amigos matando

dois criminosos. O acontecimento

atrai de imediato todos os meios

de comunicação social e Tom

é considerado um herói, mas

todo este circo mediático deixa-o

desconfortável. Ele e a família

tentam a todo o custo voltar à

normalidade. É então que um

misterioso e ameaçador estranho

chega à cidade.

Diamante de Sangue [Blood Diamond]TVC2, 22h00Serra Leoa, anos 90. O país

desintegra-se num banho de

sangue de torturas, assassinatos

e guerra civil, uma carnifi cina

motivada pelo comércio ilegal de

pedras preciosas. Um diamante

cor-de-rosa raro marca o destino

de dois africanos: Danny Archer

(Leonardo DiCaprio), um ex-

mercenário do Zimbabwe que

troca diamantes por armas e

que quer livrar-se do círculo

de violência e corrupção que

o engoliu, e Solomon Vandy

(Djimon Hounsou), um pescador

da tribo mende, que quer salvar

a mulher e as fi lhas dos campos

de refugiados e libertar o fi lho

do terrível destino de criança-

soldado. Realizado por Edward

Zwick, com fotografi a assinada

pelo português Eduardo Serra.

MÚSICA

Música MaestroRTP1, 22h57A partir de um determinado tema

clássico, o maestro Rui Massena

propõe-se desmistifi car a música

erudita e evidenciar como a

música está presente em cada

cantinho do país. Neste episódio,

o maestro vai a Guimarães

para revelar o clássico de Igor

Stravinsky, O Pássaro de Fogo. A

acompanhá-lo nesta viagem está

Jorge Palma.

DESPORTO

Futebol: Liga EuropaSIC, 19h55Directo. O Fenerbahçe visita

o Estádio da Luz e defronta o

Benfi ca, no jogo da 2.ª mão das

meias-fi nais da Liga Europa. A 1.ª

mão fi cou marcada por 1-0 contra

a equipa de Jorge Jesus.

DOCUMENTÁRIOS

Home, História de uma ViagemOdisseia, 18h00Episódio 1. Yann Arthus-Bertrand

viaja pelo mundo inteiro no seu

balão de ar quente, recolhendo

as mais belas imagens do

planeta. Mas, ao longo dessas

viagens, também tem observado

mudanças inquietantes. Nesta

série documental de dois

episódios, regressou aos mesmos

locais e fi lmou o impacto brutal

que o ser humano tem sobre o

planeta Terra.

Perdido, VendidoDiscovery, 22h00Billy, Mark, Laurence e Sally

viajam até Vancôver (Canadá)

para participar num novo

leilão de bagagem perdida. Na

esperança de ganharem alguns

dos mais singulares tesouros,

as equipas arriscam e licitam

sobre malas sem saberem o que

contêm. Mas este leilão atrai mais

de 2000 licitadores. Conseguirão

as equipas ter a habilidade

necessária para arriscar e ainda

ter lucro?

Odisseia, 19h00 Louis Theroux na Megaprisão de Miami

[email protected]

RTP16.30 Bom Dia Portugal 10.00 Praça da Alegria 13.00 Jornal da Tarde 14.15 Windeck - O Preço da Ambição 15.10 Éramos Seis 15.49 Portugal no Coração 18.00 Portugal em Directo 19.00 O Preço Certo 20.00 Telejornal - Inclui 360º 21.00 Linha da Frente 21.46 AntiCrise 22.08 Sinais de Vida 22.57 Música Maestro 23.51 5 Para a Meia-Noite 1.02 True Justice 1.53 Californication - 4.ª série 2.23 Vidas em Jogo - 2 episódios

RTP27.00 Zig Zag 13.02 O Império das Formigas do Deserto 13.53 Iniciativa 13.55 Ténis: Portugal Open - Directo 18.30 A Fé dos Homens 19.02 Eurodeputados 19.31 Iniciativa 19.35 Biosfera 20.00 Zig Zag 21.08 As Cobras Mais Venenosas da Índia 22.00 24 - Sumário - Directo 22.30 Cinco Noites, Cinco Filmes - Uma História de Violência 00.00 24 Horas - Directo 1.06 U24 1.35 Olhar o Mundo

SIC7.00 Edição da Manhã 8.40 A Vida nas Cartas - O Dilema 10.15 Querida Júlia 13.00 Primeiro Jornal 14.40 Vingança 15.45 Boa Tarde 18.30 Cheias de Charme 19.15 Jornal da Noite 19.55 Futebol: Benfica x Fenerbahçe - Directo 22.05 Dancin´ Days 23.00 Avenida Brasil 00.00 Páginas da Vida 1.00 CSI Nova Iorque 1.55 Futebol: Liga Europa - Resumos 2.10 Cartaz Cultural 3.00 O Encantador de Cães

TVI 6.30 Diário da Manhã 10.08 Você na TV! - Directo 13.00 Jornal da Uma 14.42 Ninguém Como Tu 16.00 A Tarde é Sua 18.15 Doce Fugitiva 19.14 Doida Por Ti 20.00 Jornal das 8 21.53 Big Brother VIP - Diário 22.28 Destinos Cruzados 23.30 Mundo ao Contrário 0.50 Big Brother VIP - Extra 1.55 Autores 2.53 Eureka 3.40 Amanhecer 4.58 É a Vida, Alvim!

TVC1 10.35 O Artista 12.15 A Dívida 14.05 Alta Pedrada 15.55 The Killing Fields - O Campo da Morte 17.40 John Carter 19.50 O Artista 21.30 Uma Família Com Etiqueta 23.05 Ano Novo, Vida Nova! 1.00 A Dívida

FOXMOVIES10.49 Belas Criaturas 12.15 A Ilha das Cabeças Cortadas 14.21 Entrevista Com o Vampiro 16.20 Uma Segunda Juventude 18.21 A Morte Soube-nos Tão Bem 19.56 Maverick 22.00 Levity - Redenção 0.39 A Verdadeira História de Jack, o Estripador

HOLLYWOOD10.00 O Lado Selvagem 12.05 As Amigas do meu Namorado 13.35 O Código da Vinci 15.50 Stardust - O Mistério da Estrela Cadente 16.15 Paranóia 17.55 O Ás da Bola 19.45 A Dupla Face da Lei 21.30 The Paper - Primeira Página 23.20 World Trade Center 1.15 A Miúda do Lado

AXN16.26 C.S.I. Miami 17.16 Mentes Criminosas 18.56 Jogo de Audazes 19.46 Perseguição 20.36 C.S.I. Nova Iorque 21.30 Sherlock 23.20 Brigada Anti-Vício 0.15 Memphis Beat 1.10 Lasko. O Punho de Deus

AXN BLACK14.04 Chuck 14.51 Comportamento Perturbado 16.15 Torchwood 17.08 Boardwalk Empire 18.07 Chuck 18.54 Torchwood 19.47 Sangue Fresco 20.42 Roma Criminal 21.35 Chuck 22.23 Bem-Vindo a Casa Roscoe Jenkins 0.19 Chuck 1.07 Sangue Fresco

AXN WHITE17.48 As Ginastas 18.36 Smash 19.24 Las Vegas 20.12 Melissa e Joey 21.00 Gossip Girl 21.50 Dança Feroz 23.55 Gossip Girl 0.42 Era Uma Vez 1.29 Melissa e Joey

FOX 14.10 Family Guy 14.35 Os Simpson 15.20 Foi Assim Que Aconteceu 16.10 Ossos 17.40 Lei e Ordem. Los Angeles 18.25 Lei e Ordem. Los Angeles 19.15 Family Guy 19.40 Os Simpson 20.50 Foi Assim Que Aconteceu 21.20 Casos Arquivados 22.20 Investigação Criminal. Los Angeles 23.05 Hawai Força Especial 0.55 Spartacus. A Revolta dos Escravos

FOX LIFE 14.10 90210 14.57 Um Homem Entre Mulheres 15.43 Body of Proof 16.25

No Meio do Nada 16.50 Uma Família Muito Moderna 17.34 Um Homem Entre Mulheres 18.17 90210 19.01 Masterchef USA 20.31 O Sexo e a Cidade 21.25 Anatomia de Grey 22.16 American Idol 23.00 O Sexo e a Cidade 23.57 Body of Proof 0.42 Medium 1.27 Revenge

DISNEY15.20 Casper – o Fantasminha 15.45 Rekkit Rabbit 16.10 Timon e Pumba 17.00 Phineas e Ferb 17.50 Monster High 17.53 Shake It Up 18.15 A.N.T. Farm - Escola de Talentos 18.40 Professor Young 19.05 Wasabi Warriors 19.30 Boa Sorte, Charlie! 19.55 Austin & Ally 20.20 Jessie 20.45 Phineas e Ferb 21.00 Hannah Montana

DISCOVERY18.25 Jóias Sobre Rodas 19.20 O Segredo das Coisas 20.10 Titãs Mecânicos. World’s Top 5. Mega Navios 21.05 Ed Staff ord. Sozinho na Ilha 22.00 Perdido, Vendido 22.30 Perdido, Vendido 23.00 O Liquidatário 23.25 O Liquidatário 23.55 Jóias sobre Rodas. Morris Minor Traveller 0.45 Fanáticos por Armas 1.10 Fanáticos por Armas 1.35 Negócio Fechado

HISTÓRIA 16.00 O Preço da História. Ep. 13 e 14 16.50 O Legado Celta 17.45 Monstros Lendários. Assassinos de Gado 18.35 Caçadores do Pântano. Arvoredo de Ciprestes 19.25 O Preço da História 21.00 A História da Electricidade. O Magnetismo 22.00 A II Guerra Mundial Vista do Espaço 23.40 II Guerra Mundial, os Arquivos Perdidos. Dia D 0.30 O Preço da História. Uma Chave Que Dispara

ODISSEIA16.00 Armagedão Animal. Raios Letais 17.00 A Vida Secreta das Florestas Tropicais 18.00 Home, História de uma Viagem. Episódio 1 19.00 Louis Theroux na Mega Prisão de Miami. Episódio 1 20.00 Operações Ocultas. A Caça a Bin Laden 21.00 1000 Formas de Morrer II 22.00 Armas que Mudaram o Mundo II. A Metralhadora Gatling e o Avião A-10 23.00 Armas que Mudaram o Mundo. M1911 Colt .45 0.00 1000 Formas de Morrer II

0naMiami

Page 38: 2 Maio PÚBLICO

38 | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

JOGOSCRUZADAS 8422

BRIDGE SUDOKU

TEMPO PARA HOJE

A M A N H Ã

Açores

Madeira

Lua

NascentePoente

Marés

Preia-mar

Leixões Cascais Faro

Baixa-mar

Fonte: www.AccuWeather.com

PontaDelgada

Funchal

Sol

15º

Viana do Castelo

Braga8º 23º

Porto9º 20º

Vila Real5º 18º

9º 21º

Bragança4º 17º

Guarda4º 16º

Penhas Douradas2º 13º

Viseu7º 19º

Aveiro9º 20º

Coimbra8º 23º

Leiria7º 22º

Santarém9º 24º

Portalegre8º 19º

Lisboa12º 23º

Setúbal9º 24º Évora

6º 22º

Beja8º 23º

Castelo Branco8º 21º

Sines10º 21º

Sagres10º 20º

Faro10º 20º

Corvo

Graciosa

FaialPico

S. Jorge

S. Miguel

Porto Santo

Sta Maria

15º 18º

15º 18º

Flores

Terceira14º 17º

13º 20º

14º 20º

14º 18º

15º

17º

06h38

Crescente

20h30

12h142 Maio

0,5-1m

2m

16º

2m

19º0,5-1m

18º2-2,5m

09h14 2,821h40 3,0

02h55 0,915h21 1,1

08h53 2,821h20 3,0

02h32 1,114h56 1,3

08h54 2,721h23 2,9

02h17 1,014h40 1,2

1,5-2,5m

1,5-2,5m

2-3m

13º

15º

Horizontais 1. Torcida fina envolvida em cera que serve para alumiar. Fruto deiscente das leguminosas. 2. Concha ou prato da balança. Acusação. 3. Brinquedo de crianças. Latim (abrev.). 4. Pessoas adultas do sexo masculino. Prefixo (repetição). 5. Argola. Realizam. 6. Ente. Elemento de formação de pa-lavras que exprime a ideia de vinho. 7. Artigo antigo. Névoa, densa e rasteira. 8. Rompe com violência. Género de família das ericáceas, a que pertence a urze. 9. Boi bravo. Pequena argola com que se enfeitam os dedos. 10. Diário. Cabeça (pop.). 11. Pecados. Tocar ao de leve.

Verticais: 1. Computador Pessoal. Existir. Preposição que designa pos-se. 2. Criador. Ladrar. 3. Regressámos. Produzir som. 4. Embarcação de re-creio. Passo da boca ao estômago. 5. Pôr freio a. 6. Plana. Partícula afirmati-va do dialecto provençal. 7. Caminho. Administre diligentemente. Atmosfera. 8. Prefixo (afastamento). Partícula apas-sivante que indica que um verbo está na voz passiva. Irritara. 9. Sistema que não é sólido nem líquido. Crianças do sexo masculino. 10. Segurar-se com as gavi-nhas. Moldura côncava na base da co-luna (Arquitectura). 11. Zombaria, troça. Em forma de asa. Depois do problema resolvido encon-tre o provérbio nele inscrito (5 pala-vras).

Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Cais. Postal. 2. Apneia. Poro. 3. Crismar. 4. Abar. Si. Pia. 5. Do. AMANTES. 6. Art. Agir. Oc. 7. Livre. Impo. 8. Casaria. Iam. 9. Alarmante. 10. Sonoro. Cair. 11. Asar. Seara.Verticais: 1. Camada. Casa. 2. AP. Borla. OS. 3. Inca. Tisana. 4. Serra. Valor. 5. II. Marrar. 6. PASSAGEIROS. 7. Mini. AM. 8. SPA. Tri. Aca. 9. Torpe. Minar. 10. Ar. Isopatia. 11. Loja. Comer.Título do Filme: Os Amantes Passageiros.

Oeste Norte Este Sul 1♥passo 1♠ passo 2♥

passo 3♥ passo 4♥

Todos passam

Leilão: Qualquer forma de Bridge.

Carteio: Saída: 2♦. Qual o seu plano de jogo?

Solução: Somente uma péssima distri-buição dos trunfos pode colocar esta partida em perigo, e ainda assim é pos-sível sobreviver a isso. A chave é evitar usar o Rei de copas, a única entrada para o morto, prematura-mente. É vital, depois de prender a vaza inicial com o Ás de ouros, começar por jogar o Ás de trunfo. Quando as copas se apresentarem 4-0, podemos ainda tentar a passagem a espadas, como úl-timo recurso para cumprir esta partida. A Dama de espadas faz a vaza (aleluia!) e o Rei de copas é a entrada que neces-sitamos para encaixar ainda o Ás de es-padas, para baldar o ouro perdente. A defesa terá direito ás suas duas vazas de

Dador: SulVul: NS

Problema 4832 Dificuldade: fácil

Problema 4833 Dificuldade: difícil

Solução do problema 4830

Solução do problema 4831

NORTE♠ AJ543♥ K7♦ 108♣ Q962

SUL♠ Q♥ A965432♦ A5♣ KJ10

OESTE♠ K1082♥ -♦ KJ732♣ 8753

ESTE♠ 976♥ QJ108♦ Q964♣ A4

João Fanha/Luís A.Teixeira ([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com

trunfo e ao Ás de paus, mas nada mais.Se todos assistirem ao Ás de copas, po-demos jogar uma segunda volta de trun-fo para o Rei do morto. Dependendo se estão 3-1 ou 2-2, acabaremos com dez ou onze vazas.

Oeste Norte Este Sul 1♥ 2ST* passo?

*- Bicolor menor

O que marca com a seguinte mão?♠AQ1082 ♥9842 ♦105 ♣Q3

Resposta: Pode não haver um fit efe-tivo nos naipes menores, mas marcar 3 espadas será um erro crasso, não só por ser forcing, mas sobretudo porque a probabilidade de encontrar três cartas de espadas no parceiro é extremamente reduzida. A prudência diz-nos que, em caso de misfit, o melhor é tentar parar no nível mais baixo possível. A boa voz: 3 paus.

MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt

Page 39: 2 Maio PÚBLICO

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OBRIGADO

Chegámos aos 350 mil fãsSomos a maior comunidade de informação portuguesa no Facebook

Page 40: 2 Maio PÚBLICO

40 | DESPORTO | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

A missão do Benfi ca é difícil, mas está muito longe de ser impossível

A história mostra que o Benfi ca tem

um bom aproveitamento quando

chega às meias-fi nais de uma com-

petição europeia. Em 12 vezes, os

“encarnados” seguiram para a fi nal

em oito ocasiões e falharam o jogo

decisivo por quatro vezes. Hoje, na

Luz, terão a oportunidade de prosse-

guir com esta boa tendência, frente

aos turcos do Fenerbahçe, em jogo

da segunda mão das meias-fi nais da

Liga Europa, depois de um desaire

no jogo da última quinta-feira, em

Istambul, por 1-0.

A missão do Benfi ca de chegar à

fi nal que está marcada para 15 de

Maio, em Amesterdão, não será

fácil, mas está muito longe de ser

impossível e Jorge Jesus conta com

uma arma que, na sua opinião, for-

taleceu os turcos no jogo da primei-

ra mão: o factor casa. “Acho que o

Benfi ca, com o seu público, é muito

mais forte e acho que o Fenerbahçe

não vai ser tão forte como foi no seu

estádio. Fez bons resultados fora de

casa, mas o Benfi ca é muito forte

nos jogos em casa e acredito que

vamos estar na fi nal”, observou Je-

sus, que confi a nas possibilidades

benfi quistas, mas alerta para a im-

previsibilidade do resultado.

“1-0 é um resultado traiçoeiro,

mas que nos dá confi ança e garantia

de o podermos alterar. Temos algu-

ma experiência nestes duelos e esta-

mos tranquilos. Não vamos mudar

nada daquilo que temos feito. O Fe-

nerbahçe tem o seu sistema de jogo.

Vai mudar alguns jogadores, mas,

de resto, vai ser tudo igual”, frisou

o técnico benfi quista, para quem a

pressão de poder estar na fi nal de

uma competição europeia não é di-

ferente da pressão de disputar um

jogo decisivo da Liga portuguesa:

“Não estou nervoso. A minha ex-

periência dá-me conhecimento de

como é estar nestas situações. Estou

tão nervoso como estive antes do

jogo com o Marítimo, a responsabi-

lidade é a mesma. Sinto-me normal

e espero que os jogadores estejam

assim amanhã [hoje].”

Jesus tem razões para não dar a

reviravolta como um dado adquiri-

do porque o Fenerbahçe, que está

nas meias-fi nais de uma competição

europeia pela primeira vez na sua

história, tem feito a vida muito difícil

aos seus adversários nos jogos fora

de Istambul. Nesta Liga Europa, a

formação turca venceu os seus três

jogos fora na fase de grupos (4-2 ao

Borussia Mönchengladbach, 1-0 ao

AEL Limassol e ao Marselha) e não

perdeu qualquer jogo fora nas elimi-

natórias (0-0 com o BATE Borisov,

1-0 com o Viktoria Plzen, e 1-1 com

a Lazio de Roma).

Apesar de estar perto de uma

fi nal europeia, Jesus continua a di-

zer que a prioridade continua a ser

a Liga, que o Benfi ca lidera, com

quatro pontos de vantagem sobre

o FC Porto. “Chegar longe na Euro-

pa faz parte do que pensávamos no

início da época e vamos tentar tudo

amanhã [hoje] para que a fi nal seja

uma realidade. Os adeptos do Ben-

fi ca dão prioridade ao campeonato

e a nossa primeira prioridade é o

campeonato”, garantiu.

Esta não será a primeira vez que

Em Istambul, o Benfica não conseguiu contrariar o ascendente dos turcos

“Encarnados” jogam hoje na Luz o acesso à fi nal da Liga Europa com o Fenerbahçe, depois da derrota por 1-0 no encontro da primeira mão, em Istambul

FutebolMarco Vaza

o Benfi ca está em desvantagem nu-

ma meia-fi nal de competições eu-

ropeias. Já aconteceu por três vezes

e em duas delas foi eliminado. Em

1972, os “encarnados” defrontaram

o Ajax nas meias-fi nais da Taça dos

Campeões Europeus e perderam

por 1-0 no Olímpico de Amester-

dão, não conseguindo melhor que

um empate sem golos no jogo da

Luz. A segunda vez aconteceu em

1981, na Taça dos Vencedores das

Taças, frente ao Carl Zeiss Jena, da

República Democrática Alemã. Após

um desaire na primeira mão por 2-0,

a formação na altura orientada por

Lajos Baroti ainda conseguiu marcar

um golo (Reinaldo, aos 59’), mas o

triunfo pela margem mínima acabou

por não ser sufi ciente.

A única ocasião em que o Benfi ca

conseguiu recuperar de um resulta-

do negativo em meias-fi nais aconte-

ceu em 1990, na Taça dos Campeões

Europeus, frente ao Marselha. No

primeiro jogo, em França, Franck

Sauzée e Jean-Pierre Papin marca-

Benfica 4-4-2

Fenerbahçe 4-3-3

MelgarejoGarayLuisãoAndré

Almeida

Artur

Demirel

Sahin

Sow

GonulKorkmazYoboZiegler

KuytErkin

Matic

Lima

Salvio

Estádio da LuzLisboa

Árbitro: Stéphane Lannoy

Jogo em directo em publico.pt/desporto

França

20h05SIC

Enzo Pérez

Cardozo

Gaitán

Christian Uçan

Salvio de olho no terceiro título

No actual plantel do Benfica, há um jogador que sabe bem o que significa disputar uma final da Liga

Europa. Aos 22 anos, com uma longa carreira ainda pela frente, Eduardo Salvio já soma duas presenças no jogo do título, ambas pelo Atlético de Madrid, e outros tantos troféus da segunda competição de clubes mais importante do calendário da UEFA.

A aventura do argentino arrancou em 2010, ano em que chegou à Europa vindo do Lanús. A 12 de Maio, começou no banco (entraria aos 78 minutos) o jogo entre Atlético e Fulham que terminou com o triunfo dos “colchoneros” por 2-1, após prolongamento. Com

apenas meia época completa em Espanha, chegava ao primeiro título europeu.

Na época seguinte, voltou às meias-finais da prova, já com a camisola com o Benfica. Os “encarnados” seriam eliminados pelo Sp. Braga, mas a carreira de Salvio na competição conheceria um novo capítulo, um ano depois. Durante a edição de 2011-12 da Liga Europa, faria cinco golos e ajudaria o Atlético a conquistar um novo troféu. Desta vez, o adversário na final foi o Athletic Bilbau (3-0) e o argentino voltou a ser lançado no jogo já perto do final.

Hoje, o internacional argentino terá a possibilidade de chegar à terceira final da carreira nas últimas quatro épocas. N.S.

Page 41: 2 Maio PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013 | 41

ram para os gauleses, depois de o

Benfi ca ter entrado a ganhar com

um golo de Lima, logo aos 10’. Na

Luz, o Benfi ca acabaria por conquis-

tar o apuramento para a fi nal com

um triunfo por 1-0 graças ao polémi-

co golo do avançado angolano Vata,

com a mão — os “encarnados” aca-

bariam por sair derrotados na fi nal

de Viena pelo AC Milan, por 1-0.

Apesar de ter o dobro de apura-

mentos para a fi nal em relação às

vezes que fi cou pelo caminho nas

“meias”, as últimas duas vezes em

que o Benfi ca chegou a esta fase aca-

bou eliminado. Aconteceu frente ao

Parma, em 1994, na Taça das Taças

(triunfo por 2-1 na Luz e derrota por

1-0 em Itália) e em 2011, na Liga Eu-

ropa, com o Sporting de Braga. Já

com Jorge Jesus no banco “encar-

nado”, o Benfi ca venceu por 2-1 na

Luz, mas os minhotos conseguiram

o lugar na fi nal de Dublin (em que

seriam derrotados pelo FC Porto)

graças a uma vitória por 1-0 no jogo

da segunda mão.

BULENT KILIC/AFP

No primeiro encontro ofi cial da his-

tória entre Chelsea e Basileia, há

uma semana, na Suíça, os londrinos

levaram a melhor (2-1). No segundo,

esta noite, os blues vão tentar segu-

rar (ou alargar) uma vantagem que

lhes permitirá disputar, no dia 15

de Maio, em Amesterdão, um título

que ajudará a completar uma trilogia

europeia iniciada em 1970-71, com a

conquista da Taça das Taças.

“O meu receio é que pensemos

que já estamos na fi nal. Não é o caso.

Defrontamos uma equipa de qualida-

de que marca golos fora”. O alerta é

lançado por Rafa Benítez, treinador

de um Chelsea que surgirá em Sta-

mford Bridge ainda com o estatuto

de detentor da Liga dos Campeões.

Os londrinos não estiveram à altura

de defender o título na Champions e

têm nesta Liga Europa uma espécie

de segunda vida na UEFA, que que-

rem aproveitar da melhor forma.

E não é só a vantagem consegui-

da na primeira mão que joga a favor

dos actuais terceiros classifi cados da

Premier League. É a estatística: nas

últimas 18 visitas a Inglaterra, as equi-

pas suíças não venceram nenhuma

(6 empates e 12 derrotas) — o último

triunfo em terras britânicas foi alcan-

çado pelo Lucerna, em 1995, frente

ao Tottenham, por 2-0. Ainda assim,

os jogadores do Chelsea prometem

uma abordagem cautelosa: “Este

é aquele tipo de jogo que pode ser

muito arriscado. Sabemos disso. O

Basileia é bom com a bola nos pés

e merece estar nesta fase”, anota

Juan Mata.

Os suíços já confi rmaram esta

época a sua melhor prestação de

sempre na Taça UEFA/Liga Europa

e hoje terão de marcar pelo menos

dois golos (e não sofrer nenhum)

para seguirem em frente. Tarefa

especialmente delicada num ter-

reno onde o Chelsea não perde há

12 jogos para as provas europeias e

onde procurará garantir a possibili-

dade de se juntar a Bayern Munique,

Juventus e Ajax no lote dos clubes

que conquistaram as três grandes

competições da UEFA.

Chelsea à procura de fazer história

Nuno Sousa

Breves

Futebol

Futebol

Olhanense despede Manuel Cajuda a três jornadas do fim

António Costa apela ao civismo dos adeptos do Benfica

Manuel Cajuda tornou-se ontem no nono treinador a deixar o comando técnico de um clube da I Liga portuguesa, na edição 2012-13 da prova, com o Olhanense a sofrer a segunda “chicotada psicológica” esta época. Após a 27.ª jornada, o treinador deixa o clube algarvio na 14.ª e penúltima posição do campeonato, uma acima da zona de despromoção, tendo conseguido apenas um triunfo desde que chegou ao clube, para substituir Sérgio Conceição, após a 13.ª ronda. “A três jornadas do fim, era urgente tomar uma decisão. Mal ou bem, o tempo o dirá. Mas sempre no sentido de salvar o clube da descida de divisão. Este clube não pode descer”, justificou Isidoro Sousa, presidente do Olhanense.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, apelou ontem ao “civismo” dos adeptos do Benfica nos festejos, no caso de a equipa de futebol conquistar algum dos títulos que ainda disputa. Depois de, na terça-feira, a estátua do Marquês de Pombal ter “acordado” com um grafito com a frase “Reservado SLB”, assinada pela claque do clube benfiquista No Name Boys e Casal Ventoso, António Costa apelou para que o incidente não se repita. “Espero que [os festejos] decorram com muita alegria e entusiasmo, mas em total civismo”, afirmou o autarca, adiantando que a estátua já foi limpa e que as portas do município estarão abertas para receber a equipa, caso conquiste algum troféu.

fugas.publico.pt

Disponível em formato digital

Publico.pt/digital/assinaturas

Capa

Passeio

Dormir

Epic Sana Algarve

Um épico na natureza

algarvia

Vila Velha do Ródão Portas e varandas do Tejo

Animação turística Lisboa e Porto como nunca as tínhamos visto antes

SÁBADO

Page 42: 2 Maio PÚBLICO

42 | DESPORTO | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

LLUIS GENE/AFP

Bayern voltou a dar uma lição ao Barcelona e confi rmou a fi nal alemã

Arjen Robben abriu caminho ao triunfo do Bayern em Barcelona, ao fazer o primeiro golo da noite

No próximo dia 25, em Londres,

22 homens vão perseguir uma bola

durante 90 minutos (se não houver

prolongamento) e no fi nal ganhará

a Alemanha. O Bayern Munique vol-

tou a ganhar convincentemente ao

Barcelona (0-3), agora em Espanha,

e juntou-se ao Borussia Dortmund

na fi nal da Liga dos Campeões, que

pela primeira vez será disputada en-

tre clubes germânicos.

Depois de o Real Madrid ter fi ca-

do a um golo de superar o Borussia

Dortmund, ao Barcelona faltou mui-

to mais. A equipa de Jupp Heynckes

voltou a ser muito melhor do que o

adversário, que não perdia os dois

jogos de uma eliminatória europeia

desde 1987, e colocou de pé o 16.º

duelo entre equipas da mesma nação

nas fi nais das competições europeias

de futebol. Contudo, é preciso recu-

ar mais de 30 anos para encontrar o

outro exemplo de uma fi nal 100 por

cento alemã: em 1979-80, na Taça

UEFA, o Eintracht Frankfurt venceu

em duas mãos o Borussia Mönchen-

gladbach. Essa edição da prova fi cou

conhecida pelo facto de os quatro se-

mifi nalistas serem todos da RFA.

O recorde pertence a Espanha,

mas a sétima fi nal entre espanhóis

foi sempre uma miragem desde que

a bola começou a rolar nestas meias-

fi nais. Apesar de ter de recuperar

do 4-0 da primeira mão, o Barcelo-

na, mesmo a jogar em casa, nunca

conseguiu assustar o Bayern. O que

aconteceu no início do encontro foi,

de resto, o contrário: pressionante e

a jogar muito rápido e ao primeiro to-

que, o campeão alemão aproximou-

se com perigo da baliza de Victor Val-

dés nos primeiros 20 minutos.

Lionel Messi não saiu do banco

— devido a problemas físicos — e o

Barça só por duas vezes conseguiu

estar perto da vantagem, mas Neuer

defendeu o remate de fora da área

de Pedro (24’) e Xavi atirou por cima

(27’). Ao intervalo, manteve-se o nulo

e a eliminatória estava mais que en-

caminhada para o lado dos bávaros,

a quem pertenceu depois por inteiro

a segunda parte.

No arranque (48’), o holandês Ar-

jen Robben, que já tinha marcado na

primeira mão, fez o primeiro golo

num bom lance individual. Aos 72’,

houve fi nalmente um golo cuja auto-

ria pertenceu a um homem do Barça,

mas Gerard Piqué marcou na baliza

errada, depois de uma iniciativa de

Ribéry. O francês fez uma grande exi-

bição, a defender e a atacar no fl an-

co esquerdo, e coroou-a com uma

assistência que Thomas Müller, de

cabeça, não desperdiçou (76’).

O Bayern ganhou e teve ainda

o bónus de Lahm, Javi Martínez e

Schweinsteiger sobreviverem à pos-

sibilidade de serem afastados da fi nal

com um amarelo.

Os dois clubes que têm batalhado

pela hegemonia no futebol da Alema-

nha nos últimos anos também o vão

fazer agora a nível continental. Mas

antes há um ensaio geral: no próximo

sábado, Bayern e Borussia Dortmund

defrontam-se na Bundesliga.

O clube de Munique ganhou no Camp Nou e venceu a eliminatória por um resultado conjunto de 7-0, marcando encontro com o Borussia Dortmund para a 1.ª fi nal da Liga dos Campeões 100% germânica

Liga dos CampeõesManuel Assunção

As finais anteriores entre clubes do mesmo país

Época Prova Vencedor Finalista Resultado2011-12 Liga Europa Atlético de Madrid Athletic Bilbau 3-02010-11 Liga Europa FC Porto Sp. Braga 1-02007-08 Liga dos Campeões Manchester United Chelsea 1-1 (6-5 g.p.)2006-07 Taça UEFA Sevilha Espanyol 2-2 (3-1 g.p.)2002-03 Liga dos Campeões Milan Juventus 0-0 (3-2 g.p)1999-00 Liga dos Campeões Real Madrid Valência 3-01997-98 Taça UEFA Inter Milão Lazio 3-01994-95 Taça UEFA Parma Juventus 1-0, 1-11990-91 Taça UEFA Inter Milão Roma 2-0, 0-11989-90 Taça UEFA Juventus Fiorentina 3-1, 0-01979-80 Taça UEFA Eintracht Frankfurt Borussia Mönchengladbach 2-3, 1-01971-72 Taça UEFA Tottenham Wolves 2-1, 1-11965-66 T. Cidades com Feira Barcelona Saragoça 0-1, 4-2 (a.p.)1963-64 T. Cidades com Feira Saragoça Valência 2-11961-62 T. Cidades com Feira Valência Barcelona 6-2, 1-1

Page 43: 2 Maio PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013 | DESPORTO | 43

Breves

Basquetebol

Xadrez

Ovarense e CAB apuram-se para as meias-finais da Liga

Gelfand e Aronian triunfam no Memorial Alekhine

Está completo o alinhamento das meias-finais da Liga de Basquetebol, depois de Ovarense e CAB Madeira resolverem com êxito a “negra”. A Ovarense venceu em casa o Vitória de Guimarães, por 73-71, graças a um cesto no último segundo de Miguel Miranda (22 pontos), e jogará agora com o campeão, Benfica. A outra vaga para a eliminatória do título será disputada entre CAB e Académica, duas equipas que nunca chegaram à final dos play-offs. Ontem, o conjunto madeirense derrotou o Barcelos no decisivo quinto jogo, por 72-65. Com uma eficácia de lançamento quase perfeita, Jason Smith marcou 27 pontos e desequilibrou a balança a favor do CAB. Os jogos 1 e 2 estão marcados para sábado e domingo.

O arménio Levon Aronian e o israelita Boris Gelfand foram os vencedores do Memorial Alekhine, a prova que homenageou o legado de Alexander Alekhine (o quarto campeão mundial e o único que terminou a sua vida na posse do título) e que foi dividida em duas fases, a primeira em Paris e a segunda em São Petersburgo. Aronian, depois de um mau início, foi melhorando e acabou em bom nível, com uma vitória sobre o francês Maxime Vachier-Lagrave. Como Gelfand não foi além do empate perante o campeão mundial, Viswanathan Anand, viu-se igualado na liderança pelo arménio, terminando ambos com 5,5 pontos de nove possíveis, mais meio ponto do que Anand, que alcançou a terceira posição.

JOSÉ SARMENTO MATOS

David Ferrer venceu ontem Edouard Roger-Vasselin por 6-4, 4-6, 6-3

Foi em Abril de 2002, uma semana

depois de cumprir 20 anos, que o

jovem David Ferrer logrou aceder a

um quadro principal do ATP World

Tour. No então Estoril Open, o es-

panhol que ocupava a 207.ª posição

no ranking mundial derrotou o por-

tuguês Hélder Lopes e o brasileiro

Francisco Costa no qualifying, antes

de roubar um set ao russo Marat Sa-

fi n, então sétimo do mundo e uma

das vedetas da prova. Onze anos de-

pois, é Ferrer a estrela do Portugal

Open e, ontem, venceu o seu primei-

ro encontro nesta 24.ª edição, num

dia em que afl uíram ao Jamor 7418

pessoas — a quarta maior assistência

diária na história do torneio.

“Estava em casa, no sábado, a des-

cansar porque não ia competir esta

semana, quando me ligaram a di-

zer que o Del Potro tinha desistido.

Foram muito simpáticos comigo e

apenas tenho de agradecer”, expli-

cou Ferrer, o convidado de última

hora, para colmatar a desistência

do bicampeão argentino.

Antes, o número quatro do

ranking tinha trabalhado bastante

para ultrapassar o francês Edouard

Roger-Vasselin (73.º): 6-4, 4-6 e 6-3.

“Joguei bem no primeiro e parte do

segundo sets, estive a vencer por 4-2

(40-0), servi, mas perdi esse jogo e

o meu foco. Finalmente no tercei-

ro, consegui o break, mas preciso de

melhorar o meu jogo para o próxi-

mo encontro”, explicou Ferrer, que

terá como próximo adversário o ro-

meno Victor Hanescu (54.º), igual-

mente de 31 anos e responsável pela

eliminação de Rui Machado.

A jornada no court central encer-

rou com um longo duelo italiano,

em que Fabio Fognini (25.º), o quar-

to mais cotado do torneio, bateu

Paolo Lorenzi (63.º), por 7-6 (7/5),

5-7 e 6-4, ao fi m de duas horas e 42

minutos.

Hoje, estreiam-se Stanislas Wa-

wrinka (não antes das 15h30) e An-

dreas Seppi (a fechar a jornada).

Também Gastão Elias (113.º) joga

(14 horas) com o uzbeque Denis Is-

tomin, por (50.º), por um lugar nos

quartos-de-fi nal, o mesmo aconte-

cendo a Frederico Gil/Pedro Sou-

Foi dia do trabalhador David Ferrer no Portugal Open

sa. A dupla portuguesa vai decidir

a presença nas meias-fi nais com os

italianos Fognini/Daniele Bracciali,

depois de, ontem, ter derrotado o

britânico Jamie Murray (irmão mais

velho do número três do ranking,

Andy) e o australiano John Peers,

com um duplo 6-4, num court n.º

1 totalmente apinhado.

“O ambiente estava espectacular.

Foi engraçado jogar com o court

completamente cheio. O jogo foi

muito intenso, jogado num ritmo

muito acelerado. Eu e o Pedro temos

vindo a jogar bem e penso que faze-

mos um bom par”, disse Gil, antes

de revelar que ambos têm como ob-

jectivos chegar aos Jogos Olímpicos

de 2016 e afi rmarem-se como uma

opção forte para o par da selecção

na Taça Davis.

Eliminados foram Frederico Sil-

va e Leonardo Tavares, impotentes

perante o espanhol David Marrero

e o brasileiro Marcelo Melo, como

indicam os parciais de 6-1, 6-1, con-

cluídos em 41 minutos.

No torneio feminino, a estoniana

Kaia Kanepi (40.ª WTA) abriu a jor-

nada no court central e manteve a

defesa do título, ao bater a romena

Sorana Cirstea (26.ª), que se revelou

muito inconstante, contribuindo pa-

ra os parciais de 6-1, 6-2.

Para os quartos-de-fi nal, quali-

fi caram-se igualmente a espanho-

la Carla Suarez Navarro (23.ª) e as

russas Anastasia Pavlyuchenkova

(19.ª) e Elena Vesnina (28.ª) — que

hoje se defrontam no centralito — e

a campeã de Roland Garros de 2009,

Svetlana Kuznetsova (45.ª).

Já a sua sucessora no palmarés do

Grand Slam francês, a italiana Fran-

cesca Schiavone (37.ª), foi afastada

pela porto-riquenha Monica Puig

(102.ª). A tenista de 19 anos, residen-

te em Miami, só cedeu cinco jogos à

vencedora, no domingo, do torneio

de Marraquexe: 6-3, 6-2.

TénisPedro Keul

Milhares de adeptos aproveitaram o feriado para assistirem à estreia do número quatro do ranking na 24.ª edição do torneio

Inês Henriques e Ana Cabecinha

continuam a protagonizar uma ex-

celente temporada de 2013 na mar-

cha atlética e ontem, na nona prova

do World Challenge da disciplina,

disputada em Sesto San Giovanni,

em Itália — perto de Milão —, volta-

ram a fi car no pódio na distância

olímpica de 20km. A vantagem foi

da atleta do Natação de Rio Maior

face à do CO Pechão, com Inês a

acabar em segundo lugar, apenas

vencida pela campeã olímpica e re-

cordista mundial Elena Lashmano-

va, surgindo Ana logo a seguir.

Inês Henriques ganhara logo em

Fevereiro a primeira etapa do Chal-

lenge em Chihuahua, no México,

com Ana Cabecinha na segunda

posição. E quando o circuito che-

gou a Portugal para a etapa de Rio

Maior, no início de Abril, foi quarta,

um lugar atrás da alentejana, com

Lashmanova sempre na frente.

Ontem a prova realizou-se com

tempo muito quente (22 graus) e

húmido (71%) e só começou a defi -

nir-se a partir dos 17km. Nessa altu-

ra, Lashmanova mudou secamente

de andamento e deixou de haver

discussão quanto à vitória. Uma lé-

gua fi nal de 21m41s permitiu a Elena

uma vitória fácil, com um tempo

discreto de 1h32m07s. Inês Henri-

ques percorreu essa légua fi nal um

minuto mais lenta que a russa, mas

isso foi sufi ciente para se destacar

de Ana Cabecinha na segunda po-

sição, obtida com 1h33m06s contra

1h33m18s desta. Vera Santos acabou

em oitavo, com 1h35m20s.

A competição marcou também

o regresso da veteraníssima Su-

sana Feitor às lides após longo in-

terregno por lesão, mas a grande

fi gura histórica da marcha portu-

guesa acabou em 11.º lugar, com

1h39m43s.

Nos 20km para o sector mascu-

lino, João Vieira confi rmou estar

em boa condição e terminou em

quinto, sendo o tempo modesto

de 1h24m28s explicado pelas con-

dições meteorológicas. Escapan-

do a todos nos 5km fi nais, o eslo-

vaco Matej Toh impor-se ia com

1h22m02s, adiante do polaco Jakub

Jelonek (1h22m29s), do australiano

Dane Bird-Smith (1h23m18s) e do

recordista japonês Yusuke Suzuki

(1h24m03s), atleta que é o actual

segundo melhor mundial do ano

com o seu máximo nacional de

1h18m34s obtido em Março.

Henriques foi segunda no World Challenge

Marcha Luís Lopes

Page 44: 2 Maio PÚBLICO

44 | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

ESPAÇOPÚBLICO

EDITORIAL

Um dia para pensar nos desempregados

No jargão técnico do programa de

ajustamento ou na banalização

da palavra “austeridade” não há

grande lugar para o maior drama das

sociedades europeias na actualidade:

o drama do desemprego. Mas não é só aí que

se sente um vazio. Os rituais de celebração

do Dia do Trabalhador padecem do mesmo

alheamento. Perante a evidência dos

números do desemprego, o 1.º de Maio faz

hoje menos sentido pela defesa dos direitos

conquistados ao longo de gerações do que

pela luta e o protesto contra a situação de

exclusão a que foram votadas centenas de

milhares de pessoas. Porque, por muito que

sejam consideradas injustas ou inaceitáveis

as medidas que elevaram a carga fi scal dos

trabalhadores até ao limiar do insustentável,

ainda que sejam legítimas as queixas e

A factura mais alta e moralmente mais inaceitável da crise está a ser paga pelos desempregados

os protestos contra o corte de salários e

pensões, convém reconhecer que a factura

mais alta e mais moralmente inaceitável da

crise actual está a ser paga pelos que foram

proscritos do mundo do trabalho. Num

modelo de ajustamento que exige a expiação

calvinista do sacrifício como redenção

de supostos pecados, os que sofrem a

perda de rendimentos são condenados a

empobrecer; mas os que tiveram de deixar

os seus lugares em empresas insolventes ou

à beira da insolvência, ou os que acabaram

os seus estudos e julgavam ter direito a uma

nova fase das suas vidas, foram não apenas

sujeitos à perda de rendimentos como a uma

privação ainda mais cruel, a que lhes nega o

direito à condição essencial de trabalhador.

Ainda que a ideia de que os actuais activos

têm de perder direitos e estabilidade para

que o mercado possa acolher os não-activos

seja polémica, derrotista e perigosa, ninguém

nos nossos dias deixará de aceitar que,

num plano de prioridades no actual estado

do país, as reivindicações clássicas dos

sindicatos reclamam actualização. Pedir hoje

mais salários ou mais garantias torna-se uma

questão acessória quando tantos vivem sem

esperança de poder sequer trabalhar.

O caos em Caracas

Já se imaginava que a sucessão de

Hugo Chávez fosse difícil. Porque

nunca é fácil garantir a passagem

do testemunho de um líder com

o carisma do ex-presidente da

Venezuela. O que muitos não previram

foi uma divisão do país em dois, entre

os herdeiros do chavismo e os que o

combateram ferozmente. Quando as duas

facções fi caram separadas por apenas

1,5% dos votos nas últimas eleições, fi cou

então claro que a Venezuela corria sérios

riscos de trocar uma democracia muito

pouco liberal por um confl ito político de

feição perigosa e imprevisível. Ontem,

no Parlamento de Caracas, os primeiros

traços desse confl ito fi caram defi nidos.

Entre a ausência de reconhecimento

da legitimidade de Maduro e a negação

de legitimidade aos deputados que o

contestam gerou-se um muro difícil de ser

transposto pelas regras da democracia. As

agressões mostram um regime e um país

partidos ao meio, onde cada parte nega a

existência e a legitimidade da outra. Muitas

guerras civis tiveram início por menos.

Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores

CARTAS À DIRECTORA

A verdadeira tragédia

Primeiro, através de argumentos

falsos, aplicando-os de

privilegiados, proclamaram

na opinião pública a sua

marginalização. Disseram de forma

clara que era uma classe, sem

classe, preguiçosa, com proventos

acima da média, incompetente e

sem valor. Deste modo, tiveram,

espantem-se ou não, a vossa

anuência, a companhia negra

de uma campanha mediática,

através de jornais, quase todos,

e televisão com os assentos

do costume; meu Deus e que

gente. Toda a sociedade, ou

quase toda, civil, não se inibiu

de se promiscuir e aplaudir a

desrealização de profi ssionais que,

sempre contra tudo e todos, na

sua grande maioria, nunca teve

indisponibilidade para resolver

problemas directos e indirectos

inerentes à ética, esforço, estudo,

As cartas destinadas a esta secção

devem indicar o nome e a morada

do autor, bem como um número

telefónico de contacto. O PÚBLICO

reserva-se o direito de seleccionar

e eventualmente reduzir os textos

não solicitados e não prestará

informação postal sobre eles.

Email: [email protected]

Contactos do provedor do Leitor

Email: [email protected]

Telefone: 210 111 000

boa vontade e estar sempre

presente. Estes elementos,

componentes de uma coisa que

afi nal é uma profi ssão como outra

qualquer: é ser professor.

Nós, professores, realmente

acreditamos, sim, agora, sabemos,

de forma ingénua, na inversão

dessa campanha caluniosa.

Estávamos fartos de agressões

diárias de gente que afi nal não

passa de criaturas que abrem

portas a pontapés e fecham-nas

à patada. Contudo, a resposta aí

está: vocês estão a mais.

Gens Ramos, Porto

Reabilitação urbana

Tenho acompanhado com muita

atenção e muito interesse as

notícias amplamente divulgadas

pelo jornal PÚBLICO acerca do

imobiliário, sobretudo no que

respeita à reabilitação urbana.

Muita gente se tem pronunciado

sobre a matéria, e, embora a

maioria dos inquiridos não seja

propriamente do ramo, é curioso

que quase todos concordam

que a reabilitação é necessária

e urgente. Também a maioria

refere a falta de recursos próprios

e de fi nanciamentos. Quase

todos sabem que há exigências

despropositadas, por parte

das câmaras municipais e do

próprio Estado. Alguns dizem

que reabilitar bem é caro (e

para quem sabe, digo eu) e que

não é de todo rentável. Quando

experimentarem, como eu e

outros já fi zemos, fi carão muito

mais habilitados a opinar sobre

o assunto. O quarteirão das

Cardonas (que eu aplaudo) e

outros casos “especiais” que já

foram experimentados no Porto e

em Lisboa não são bons exemplos

para o que há a fazer nos bairros

históricos, especialmente nos

da capital. Há vários anos que

escrevo sobre a reabilitação destes

bairros. Reafi rmo tudo o que

tenho dito. Esse programa não é

para uma legislatura, é preciso

mais que uma geração. Ninguém

quer a “batata quente”. Não dá

votos, mas é urgente.

Guilherme Duarte, Lisboa

O PÚBLICO ERROU

No artigo publicado na segunda-

feira “Os livros científi cos dos

séculos XVI e XVII, ou como a

Inquisição ‘limpou’ as bibliotecas”

refere-se erradamente que na

segunda metade do século XVI

foram impressos na Europa entre

15 e 20 milhões de livros e no

século XVII este valor multiplicou-

se por 10. O correcto é que na

segunda metade do século XV se

imprimiram entre 15 e 20 milhões

de livros na Europa e no século

XVI este valor foi 10 vezes maior.

Page 45: 2 Maio PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013 | 45

Dos astros e da inutilidade da política

Gosto de astrologia. Pela simples

razão de que não acredito

nela. Mas agradam-me as

coincidências. Acho-as mesmo

irresistíveis. Se viajo, com feliz

e assumida futilidade, pelas

colunas onde se desvenda o

que o futuro me reserva no

amor ou no trabalho, estou

sempre a comparar as sábias

e avisadas recomendações dirigidas a mim

e aos leitores com o que se passa no mundo

real. Chego sempre à mesma conclusão. A

fantasia do astrólogo e o que consigo antever

sobre a vida são ambas previsões. Ambas

falíveis. Por isso, mantenho fi rme esta minha

crença no valor da astrologia.

A política tal como é nos tempos

que correm pertence a uma idêntica

irrealidade. Como adivinhos do tarot, os

actores políticos opinam, com enorme

propriedade e não menor versatilidade,

não sobre as suas fortunas no amor ou

na carreira, mas sobre questões como a

austeridade, o consenso, ou o crescimento

económico. O que, bem vistas as coisas,

vai quase dar ao mesmo. Na dúvida, pode

mesmo ser a astrologia a sair vencedora.

Comecemos por considerar ao acaso

umas quantas personalidades políticas.

O presidente da Comissão Europeia, a

directora-geral do FMI e o Presidente da

República, por exemplo. Os dois primeiros,

Durão Barroso e Christine Lagarde,

juntaram-se à cruzada antiausteridade,

com lamentos pungentes sobre os erros das

políticas que patrocinaram e reclamando

mudanças. Se fossem astrólogos, estariam

a dizer-nos para abandonarmos o amor

à austeridade ou prepararmo-nos para

enfrentar as consequências de tão

desenfreada e esgotante paixão...

Já o terceiro, Cavaco Silva, está a fazer a

cruzada em sentido inverso. Depois de anos

a lançar farpas sobre os perigos dessa paixão

pela austeridade, como o risco da espiral

recessiva, no discurso do dia da revolução

inverteu a marcha e lembrou-nos que temos

que ser obedientes.

O problema, claro está, é Durão Barroso

e Christine Lagarde serem os responsáveis

máximos por duas das três partes da troika,

que aplica as políticas de austeridade que

eles próprios criticam. Eventualmente,

Durão Barroso estará a falar para dentro,

almejando uma candidatura a Belém em

2016. O presidente da comissão faria bem em

pôr os olhos no actual inquilino do palácio,

reduzido que está à condição de refém do

Governo, por não ter alternativa a uma

eventual demissão de Passos Coelho.

O que dirão os horóscopos destas

personalidades sobre temas como o amor

ou o sucesso profi ssional? Que com as suas

carreiras está tudo bem desde que não

interfi ram no andamento das coisas que

os astros, supostamente, ditarão. Como

sempre, quando ganha a carreira, perde o

amor. Se têm dúvidas, olhem para os astros,

que é como quem diz para as notícias que

por aí fl utuam na galáxia da crise europeia.

Depois de Chipre, um sexto país do euro,

a Eslovénia, está à beira do resgate. Aí vão

seis. Os números do desemprego que não

param de subir na zona euro e a enorme

discrepância entre os países do Sul e os

países do Norte. O desemprego jovem em

Espanha que chegou aos 57%. 57%? Quase

dois terços? É a antecipação da distopia e um

mundo onde só uma minoria tem direito ao

trabalho. Eis uma matemática de proporções

bem mais gélidas do que as dos astros, que

semeia a frustração e o sofrimento. Mas

que progride inexoravelmente, movida por

forças face às quais o discurso da política

parece impotente, irrelevante. Como o

discurso de um astrólogo. Sem que seja

preciso para aqui chamar os que se enganam

sempre nas previsões, como o FMI ou o

ministro das Finanças...

Onde está o futuro? Dizem que o Partido

Socialista é candidato. No congresso da

Feira, o alinhamento dos planetas foi da

conveniência do líder. Dizem que é por

cheirar a poder, embora, aí, os astros sejam

omissos quanto à data. Mas António José

Seguro reuniu na sua órbita as tendências

rivais e pode aproveitar o descrédito do

Governo para afi rmar que será o pólo dos

consensos futuros. O conclave socialista

coincidiu ainda com

um momento em

que, a nível europeu,

os socialistas

questionam

cada vez mais a

austeridade. Só que,

lá está, François

Hollande também

teve que fazer

marcha atrás e foi

obrigado a resignar-

se à austeridade.

Portanto, aos

socialistas,

portugueses e

europeus, é legítimo

perguntar se não

estão também

prisioneiros dos

astros e se o seu

discurso não se

revelará também inútil e inefi caz. Pois

que a mim sempre me aborreceu que os

horóscopos só tratassem do amor ou do

trabalho e não tivessem categorias dedicadas

à introspecção ou à nossa capacidade de

compreender o mundo. Seria uma maneira,

eventualmente fútil, de nos lembrarmos que

andamos perdidos e à mercê dos elementos,

numa crise que precisa inadiavelmente de

respostas. E sem respostas não há amor

nem carreira que resistam.

Jornalista. Escreve quinzenalmente à quinta-feira

Aos socialistas é legítimo perguntar se o seu discurso não se revelará também inútil e ineficaz

Os discursos políticos andam tão desfasados da realidade como a astrologia. Isso é mau para o futuro

Miguel GasparUma linha a mais

É para esquecer

Não é verdade que nunca se deve

comer carne em restaurantes

de peixe, mas, de vez em vez,

quando o peixe é sempre bom e

é raro alguém pedir um bife, é.

Também não é boa ideia pedir

peixe (que não bacalhau) numa

casa especializada em carnes.

Geralmente têm apenas o

salmão — de viveiro e congelado,

ainda por cima — como menor dos males.

A culpa é tanto de quem pede como de

quem serve. Veio um bife, que eu queria

mal passado, cinzento desde um lado

até ao outro. Foi substituído por outro,

já algo cor-de-rosa no meio, mas rijo e

sem sabor nenhum. Não consegui comer.

Vieram depois umas febras. Estavam tão

carbonizadas que só uma pequena garfada

me amargou a boca durante horas. O

proprietário não só concordou logo comigo

como se recusou a apresentar a conta,

mesmo daquilo que tínhamos comido com

prazer (queijinhos frescos e sopas).

“É para esquecer”, disse ele, deixando-

nos sair com toda a cordialidade com que

nos tinha convidado a entrar. Não só fi cámos

ainda mais amigos — é um restaurante

que conheço e aprecio (eu e mais cem mil

habitués) desde a minha adolescência —

como fi cámos logo com vontade de lá voltar,

para comer os moluscos (amêijoas, chocos)

e peixinhos fresquíssimos e peritamente

grelhados que nos deliciam ano após ano.

Uns dias antes, num dos restaurantes

mais antigos e afamados do Porto, jantámos

mal e pouco. Pediram-nos desculpa — mas

pagámos como se tivéssemos jantado bem.

Nunca mais lá voltaremos. Não dá para

esquecer.

Miguel Esteves CardosoAinda ontem

BARTOON LUÍS AFONSO

Page 46: 2 Maio PÚBLICO

46 | PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013

Cavaco Silva cometeu um erro crasso no 25 de Abril – identificou-se com a figura do primeiro-ministro

O caminho suicidário do Presidente da República

Francisco Assis

1.Quando um político decide dedicar-se

ao singular exercício da interpretação

de si próprio, é sinal de que algo cor-

reu mal na declaração anterior. Quan-

do esse político é o próprio Presidente

da República e a declaração em causa

corresponde ao discurso proferido

perante o Parlamento na sessão solene

do 25 de Abril, a coisa assume propor-

ções especialmente relevantes. Aníbal

Cavaco Silva cometeu um erro crasso naque-

la manhã – identifi cou-se superlativamente

com a fi gura do primeiro-ministro, ao ponto

de se parecer mais com Pedro Passos Coelho

do que o próprio. Alguém o deveria ter ad-

vertido para os riscos do culto da heterono-

mia. Há muito que sabemos que este prazer

está vedado aos políticos.

Lembremos essa infausta manhã

presidencial. Depois de ter ouvido um

brilhante discurso de Alberto Costa, e uma

interessante refl exão fi losófi ca de Assunção

Esteves, o locatário de Belém optou pela

mais inesperada das vias, a da colagem

quase acrítica ao executivo. As reacções

desmentem qualquer ambiguidade:

a direita, eufórica, aplaudiu de pé; a

esquerda, estupefacta, permaneceu

silenciosa e sentada. A hipocrisia ausentou-

se do hemiciclo naquele instante, uns

e outros exprimiram genuinamente o

que sentiam. Cavaco tinha acabado de

retroceder no tempo e de se autolimitar no

espaço, abdicando incompreensivelmente

de uma maior latitude de intervenção

política. Comportamento estranho num

homem que tinha todas as condições

para se elevar acima das contingências

da política quotidiana. É verdade que o

Presidente já tinha uma mancha no seu

percurso – o discurso da sua segunda

tomada de posse. Só que então havia

a explicação do ressentimento, na

sequência de uma campanha em que

tinha sido questionada a sua integridade

pessoal. Se já então a dimensão passional

parecia sobrelevar toda e qualquer outra

preocupação, subsistia ainda uma razão

conjecturável. Agora, contudo, já não se

consegue antever facilmente um motivo

razoável para que o Presidente da República

enverede por tão suicidário caminho.

Esperemos que este comportamento

não seja o resultado de uma reacção

instintiva ao regresso de José Sócrates ao

espaço mediático nacional. Seria muito

mau se assim fosse. A última coisa de

que precisamos é de um Presidente da

República incapaz de superar uma tentação

de tipo pavloviano.

Ao mesmo tempo que o país assistia

a este discurso, o executivo dava sinais

de adesão à paixão pela heteronomia.

Provavelmente cansado de ser apenas ele

próprio, o primeiro-ministro desdobra-se

agora nas fi guras de Vítor Gaspar e Poiares

Maduro, com nítido prejuízo para esse

grande mestre da heterodoxia enquanto

propaganda chamado Paulo Portas. De um

momento para o outro o Governo passou

a proclamar as virtudes do consenso e a

apelar à participação do principal partido

da oposição na busca de entendimentos

que postula de imprescindíveis. Há, porém,

qualquer coisa de pouco fi ável neste

discurso. A realidade teima em desmenti-

lo. Ouvimos Miguel

Maduro e fi camos

com a sensação de

que ele não passa

de uma espécie

de superstrutura

de um executivo

que continua a ter

em Vítor Gaspar

a infra-estrutura

determinante, para

utilizarmos de uma

forma simplista

e metafórica

algumas categorias

elementares do

pensamento

marxista. Maduro

entoará hinos

a uma Europa

onírica que alguma

esquerda aprecia,

Gaspar imporá as receitas que a liderança

germânica preconiza. Maduro apregoará,

Gaspar decidirá. Maduro desempenhará

na perfeição a tarefa de um magistral

relações-públicas, Gaspar continuará a

mandar no Governo. Do ponto de vista

da imagem política, a solução não é má:

ambos são brilhantes, inquestionavelmente

inteligentes, situando-se muito acima da

média da sofrível vida política portuguesa.

Do ponto de vista da ética, já é muito mais

questionável. No plano dos resultados os

efeitos antevêem-se catastrófi cos.

Numa altura destas carecíamos de um

Presidente da República verdadeiramente

dotado de independência, em condições

de desempenhar uma função mediadora

e de promover autênticos consensos

nacionais. Infelizmente Cavaco Silva

deixou-se aprisionar pela actual maioria

parlamentar, alienou o seu prestígio junto

das correntes políticas oposicionistas

e perdeu capacidade de gestação de

equilíbrios institucionais. Ao agir dessa

forma, prejudicou o próprio Governo, já

que este, como agora se comprova, precisa

de estabelecer pontes com uma parte

signifi cativa da oposição. A pergunta que

se impõe perante tudo isto é a de saber

se Cavaco Silva ainda pode sobreviver ao

seu último desatino político. Apesar de

tudo, creio que sim, se passar a actuar

com mais racionalidade e isenção. Se há

alguém que nada tem a lucrar com uma

excessiva identifi cação com as políticas

governamentais presentes, é ele próprio.

Bem pelo contrário, só poderá readquirir

a devida centralidade no panorama

político nacional se souber reencontrar

o distanciamento institucional próprio

Infelizmente, Cavaco Silva deixou-se aprisionar pela actual maioria parlamentar

Deputado (PS). Escreve à quinta-feira

da função que desempenha. Isso exigirá

um elevado grau de sabedoria política.

Esperemos que Cavaco Silva venha a revelar

possuí-la.

2.O professor Jorge Miranda, um

dos pais-fundadores da nossa

democracia constitucional, tem

vindo a invectivar reiteradamen-

te a Assembleia da República

pela sua incapacidade de pro-

duzir legislação clara e incontro-

versa no domínio da limitação

dos mandatos autárquicos. Tem

toda a razão. A imagem do Parla-

mento está a sofrer uma grande erosão por

esse motivo. Se já não formos capazes de ir a

tempo de corrigir esta insufi ciência, que ao

menos aprendamos com as consequências

funestas da mesma.

3Reencontro com António Arnaut

no fi nal da tarde do dia 25 de

Abril em Coimbra. Não haveria

melhor forma de celebrar essa

data. Arnaut, do alto dos seus 76

anos, olha para o presente com

inquietação e para o futuro com

esperança. Gosto da sua retórica

não-estereotipada, da sua gra-

mática da desobediência lúcida,

da sua linguagem culta e exigente. Relembra

os primeiros anos da democracia e sinteti-

za o estado de espírito então prevalecente

numa simples frase: “Estávamos a construir

um país novo, mais livre e mais justo.” Por

um instante a política reencontra toda a sua

dignidade.

RUI GAUDÊNCIO

Page 47: 2 Maio PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 2 MAI 2013 | 47

NUNO FERREIRA SANTOS

O ruído autárquico e o Cais do Sodré

O período pré-eleitoral iniciou-se

em Lisboa, por impossibilidade

de comparência do adversário,

com o passeio triunfal de

António Costa rumo à vitória.

Lamentavelmente para os

lisboetas, o debate público

que se impunha neste

momento sobre os problemas

de Lisboa, nomeadamente o

seu enorme endividamento e o modelo de

desenvolvimento sustentável que o mesmo

permite, encontra-se comprometido por

uma inacreditável estratégia autárquica da

coligação PSD/CDS-PP.

Lisboa vive problemas dramáticos, sujeita

que está à condicionante terrível do seu

gigantesco passivo e a severos limites ao

endividamento. Neste quadro, afastada

a realização de grandes obras, o grande

desafi o para Lisboa nos próximos anos

consiste no repovoamento do seu centro

histórico, sujeito a décadas de abandono,

aliado à dinamização do comércio e do

turismo de qualidade e à promoção da

reabilitação urbana, actividades com

assinalável potencial de criação de emprego.

Para o efeito, será importante contar

com um executivo responsável e actuante.

Inacreditavelmente, porém, o actual

executivo, apesar da intervenção na área

da Almirante Reis, que é de saudar, levou a

cabo uma política hostil ao repovoamento

sustentável do centro histórico, que defi nha

entre a incúria e o abandono.

A este título, é paradigmática a actuação

autárquica na zona do Cais do Sodré, a

qual teve efeitos nefastos numa ampla área

entre o Chiado e o Mercado da Ribeira,

abrangendo as zonas do Corpo Santo,

Arsenal e Rua Bernardino Costa e alastrando

até Santos. Isto — sublinhe-se — após ter

permitido por décadas a propagação do

ruído nocturno por todo o Bairro Alto.

No Cais do Sodré, a gestão do espaço

público, delegada por António Costa em

José Sá Fernandes, foi tratada com total

desprezo pelos direitos dos residentes. Com

efeito, em pouco mais de um ano, a dupla

A. Costa e Sá Fernandes conseguiu o feito

único de transformar o Cais do Sodré, zona

onde a actividade nocturna se circunscrevia

a alguns estabelecimentos da Rua Nova

do Carvalho/Rua de São Paulo, num foco

de ruído, delinquência e insalubridade e

num exemplo paradigmático de retrocesso

civilizacional.

Em Setembro de 2011, na sequência de

um abaixo-assinado de comerciantes da

diversão nocturna da Rua Nova do Carvalho,

e sem qualquer audição dos moradores,

Sá Fernandes encerrou esta rua ao trânsito

automóvel, tendo a mesma sido pintada

de cor-de-rosa. Tal medida surgiu de

“um acordo” entre aquele vereador e os

comerciantes da zona, “para transformar

esta rua num novo espaço pedonal que terá

esplanadas” (PÚBLICO Online, 15/09/2011).

A esta medida seguiu-se um conjunto

de festas nocturnas organizadas em plena

rua cor-de-rosa e apoiadas pela CML,

com uma alegada dimensão cultural, mas

caracterizadas pelo ruído intenso e pelo

patrocínio de marcas de álcool. Os residentes,

esses passaram a ter, de quinta à noite até

à manhã de domingo, um megaconcerto

entrando-lhes pelas paredes e janelas.

O encerramento da rua cor-de-rosa

deu ainda um sinal claro aos empresários

da diversão nocturna (e também aos

frequentadores da mesma) de que esta

actividade era fomentada e promovida pela

CML na zona do Cais do Sodré, na qual de

imediato surgiram novos espaços como

bares, restaurantes/cafés com música e lojas

de conveniência, todos em horário alargado.

Estes estabelecimentos têm como

factor comum a concentração ruidosa de

frequentadores fora de portas, a venda de

álcool para a rua e a emissão de música em

volume elevado

para o exterior.

Outros operadores

como as smart

shops juntaram-se

a esta realidade,

transformando

radicalmente a

paisagem comercial

daquela zona, antes

constituída por

pequeno comércio

diurno.

Finalmente, a

CML seleccionou

um projecto de

requalifi cação do

histórico Mercado

da Ribeira, da autoria da revista Time

Out, assente, entre outros espaços, num

“bar/discoteca”, de modo a que “este

equipamento seja visto pelos lisboetas como

um sítio que tem quase sempre as portas

abertas, dia e noite”.

Apesar dos consideráveis recursos

públicos que a CML veio entretanto

a mobilizar para contrariar esta

realidade, depois de inúmeras queixas

de moradores, o essencial mantém-se

(ruído e insalubridade), e a rua cor-de-rosa

permanece encerrada a automóveis e ao

serviço do divertimento nocturno.

Este é, reconheça-se, um fenómeno

que ocorre noutros pontos de Lisboa e

nos centros históricos de outras cidades

portuguesas, pelo que assume uma

dimensão nacional. Porém, nunca como

no Cais do Sodré um executivo autárquico

assumiu tão diligentemente os interesses do

divertimento nocturno e atentou com tanta

No Cais do Sodré, a gestão do espaço público foi tratada com total desprezo pelos direitos dos residentes

intensidade contra aqueles que deveria

proteger. Note-se que à CML compete

exclusivamente a defesa do interesse

público, que neste caso se confunde com o

direito dos moradores ao repouso e a um

ambiente sem ruído nocivo.

No seu artigo 66.º, a Constituição da

República Portuguesa (CRP) garante o

“direito a um ambiente de vida humano,

sadio e ecologicamente equilibrado e o dever

de o defender” (n.º 1), fazendo recair sobre

o Estado o dever de “prevenir e controlar a

poluição e os seus efeitos” (n.º 2, alínea a)).

Conforme jurisprudência uniforme do

Supremo Tribunal de Justiça, o direito ao

repouso integra-se no direito à integridade

física e a um ambiente de vida humana,

sadio e ecologicamente equilibrado, e,

através destes, no direito à saúde e à

qualidade de vida. Em caso de colisão, o

direito ao repouso é “superior ao direito

de propriedade e ao direito ao exercício

duma actividade comercial” (STA, Ac. de

96/01/09, Proc. n.º 87941). Acresce que a

“ilicitude de um comportamento ruidoso,

que prejudique o repouso, a tranquilidade

e o sono de terceiros está no facto de,

injustifi cadamente e para além dos limites

do sociavelmente tolerável, lesar tais

baluartes de dignidade pessoal” (STA, Ac. de

02/01/17, Proc. n.º 01B4140).

Fica assim bem claro que, em caso de

confl ito entre o exercício da actividade

de diversão nocturna (ou de qualquer

actividade comercial) e o direito ao

descanso dos moradores a um meio

ambiente saudável, este último prevalece

em qualquer circunstância!

É a partir desta premissa que deve partir o

debate sobre a requalifi cação e repovoamento

do centro histórico e a promoção da

actividade económica e do emprego nas

cidades, questões absolutamente centrais

na próxima campanha autárquica e que são

transversais a todo o país.

Movimento Nós Lisboetas www.facebook.com/AquiMoraGente

Debate Gestão do espaço públicoLuís Neto Galvão, Ana Andrade e Isabel Sá da Bandeira

‘Agramatical’ lusofonia

Por um lado, estou esclarecida.

José Mário Costa não precisa

da minha “Contribuição para

uma errata”, como a designei na

ignorância de que não utiliza o

nosso português mas sim, mais

propriamente, um género de

lusofonês personalizado.

Veio munido de bibliografi a

brasileira reiterar um “inerente

nele”, com o à-vontade de quem vai na

lanchonete. Chega a atribuir foros de fi gura

de estilo (uma ênfase nada menos que

camoniana!) ao seu peculiar “ruído de fundo

à volta”. Lança-me a par e passo o Dicionário

Houaiss, muito útil noutros aspectos,

pouco ciente quiçá dessa notável síntese do

humorista brasileiro Millôr Fernandes: “O

Houaiss conhece todas as palavras da língua

portuguesa; ele só não sabe juntá-las!”

Por outro lado, fi quei confundida...

A) José Mário Costa diz que entregou,

na Assembleia da República, um

contributo “pessoal”, assim como quem

pessoalmente se responsabiliza pela coisa...

Eu estava convencida de que tinha ido

lá em representação do Ciberdúvidas da

Língua Portuguesa. Conferi na tabela das

“audições” (a convite dos deputados) e,

de facto, a instituição (!) Ciberdúvidas está

agora omitida — muitas edições aquelas

tabelas sofrem de cada vez que escrevo

sobre elas! — e surge

lá tão-somente

o nome de José

Mário Costa, com o

epíteto “jornalista”

em jeito de título

académico...

B) Um jornalista,

creio eu, teria

maior cuidado na

transcrição de frases

que atribui a outrem

no uso do direito de

resposta. Neste caso, não se limita a contestar

a sua própria citação deturpada, acusa-me de

fazer-lhe imposições agramaticais... Credo...!

Substitua “não obstante” por “apesar”, e diga

que vai da minha parte... Não tem de quê.

C) A minha confusão aumentou ao

verifi car que José Mário Costa, na RTP (de

cujo Centro de Formação é coordenador

pedagógico), é designado por “linguista”,

por oposição a um (apenas, mas já não é

pouco!) “jornalista”...

Ora bem, se calhar é por estas e outras que

a inserção de caracteres, na RTP, é o que é...

Ou será que agora se escreve “insersão”,

tal como surge no texto do tratado

internacional que dá pelo nome de “Acordo

Ortográfi co da Língua Portuguesa de 1990”?

Médica, escritora e activista cívica

Debate Acordo ortográficoMadalena Homem Cardoso

Veio munido de bibliografia brasileira reiterar um “inerente nele”

Page 48: 2 Maio PÚBLICO

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ESCRITO NA PEDRA

“Dá tanto trabalho escrever um livro mau como um bom. Ele brota com igual sinceridade da alma do autor” Aldous Huxley (1894-1963), escritor e poeta inglês

I S S N : 0 8 7 2 - 1 5 4 8

QUI 2 MAI 2013

Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares, Miguel Almeida, Pedro Nunes Pedro E-mail [email protected] Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350-352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Agenda 210111007; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de mais de 10% do capital: Sonae Telecom, BV Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição Logista Portugal – Distribuição de Publicações, SA; Lisboa: Telef.: 219267800, Fax: 219267866; Porto: Telef.: 227169600/1; Fax: 227162123; Algarve: Telef.: 289363380; Fax: 289363388; Coimbra: Telef.: 239980350; Fax: 239983605. Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Abril 41.267 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem

Número de processos aumentou em 18 mil, mais 1,6% que no ano anterior p13

Museu de Arte Antiga emprestou pintura de Piero della Francesca p28/29

Escolas fecham portas a uns alunos para poderem fazer exame a outros p10

Pendentes nos tribunais atingem recorde em 2012

Como um Piero português seduziua América

Exames do 4.º ano deixam crianças sozinhas em casa

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Clara Andermatt

Com Dance Bailarina Dance a coreógrafa Clara Andermatt

reinventa a herança das composições da época dourada dos musicais norte-americanos e oferece à Companhia Nacional de Bailado um dos mais felizes e inventivos espectáculos do ano. Com a colaboração de João Lucas e do Circular Ensemble para a interpretação musical, a coreografia constitui um dos melhores espectáculos da carreira de Andermatt e coloca a CNB num patamar de excelência a nível europeu (Pág. 30)

Jupp Heynckes

Não deixa de ser irónico que a equipa que celebrizou Pep

Guardiola como treinador tenha sido humilhada pelo treinador

que o catalão vai substituir no Bayern Munique. Os alemães voltaram a provar em Camp Nou que Heynckes

tinha a lição bem estudada e nunca deixaram o adversário discutir o apuramento, fechando a eliminatória com um pesado 7-0. Em Wembley, a final da Liga dos Campeões será discutida entre dois clubes e dois técnicos alemães. (Pág. 42)

Eugénio Fonseca

A Cáritas Portuguesa, presidida por Eugénio Fonseca, lançou

ontem, Dia do Trabalhador, um apelo contra o “sentimento de medo” debaixo do qual vive o mundo laboral, obrigando os trabalhadores a aceitarem “todas as regras e todas as imposições” para ter um emprego”. Este, segundo a organização, não pode tornar-se “uma atitude de resignação”. E alertou para as “periferias da participação cidadã” para onde estão a ser empurrados os desempregados. (Pág. 9)

Nicolás Maduro

A maioria chavista do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, trocou

o debate político por murros, arremessos de cadeiras e computadores contra a oposição que não reconhece Maduro. Envolveu-se em confrontos físicos com os deputados da oposição, depois de estes terem protestado por estarem a ser impedidos de usar a palavra. Os ataques resultaram em 11 feridos. (Pág. 26)Jornalista

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O RESPEITINHO NÃO É BONITO

A esquerda sublimada

O Rui Tavares escreveu

ontem neste espaço

uma crónica chamada

“A febre não é a doença”

que eu (imodestamente)

considero que é um bom

reforço para a minha tese acerca

do desconchavo do nosso debate

político: de que vale andar a

discutir soluções se ninguém se

entende à partida sobre qual é o

problema? Desde há 15 dias, os

membros do Governo repetem a

palavra “consenso” com o mesmo

denodo com que as beatas de

Fátima rezam ave-marias, mas

a probabilidade do consenso

realmente aparecer é tão grande

quanto o de Nossa Senhora voltar

a subir às árvores na zona de

Ourém. Enquanto as pessoas e os

partidos com vontade de governar

não assentarem em torno de

um diagnóstico comum sobre a

dimensão do Estado, da dívida

e da sua solvabilidade, procurar

soluções “consensuais” é como

andar à caça aos gambuzinos.

O país está como os Tavares:

sob o mesmo nome escondem-

se ideias muito diferentes. Por

exemplo, se eu levar a expressão

“Estado social” a jantar com o

verbo “reformar”, um qualquer

João Miguel Tavares

polícia de esquerda vai com

certeza mandar-me parar a meio

do caminho e acusar-me de estar

a querer matar a senhora, essa

virgem impoluta na qual não se

pode tocar com um dedo – tipo

mamã de Norman Bates. Eu

sei que o Rui não é polícia de

esquerda (e já deu provas disso),

mas quando cita na crónica a frase

“o Estado social não é gordura,

é músculo” está a defi nir a sua

trincheira (ou o seu “quadrado”,

na versão mais poética do oblíquo

Manuel Alegre). Ora bolas: e não

se pode defender que o Estado

social é simultaneamente gordura

e músculo? Não se pode achar

que nalguns lugares da nossa

sociedade há Estado a mais e que

noutros até há Estado a menos?

Ou então – vamos lá a uma frase

de perigoso radical de direita

– admitir que se não houver

dinheiro para o alimentar, tanto

dá que seja gordura ou músculo,

porque morre de qualquer

maneira?

Negando a

insustentabilidade do

modelo social português,

o Rui apresenta na sua

crónica dois valores

maiores do que o nosso

défi ce anual e que passam à

margem do sistema: 12 mil

milhões de euros (a “matéria não

taxada” da “economia paralela”)

e 78 mil milhões (a estimativa

da fuga de capitais de Portugal

após o resgate grego). Dando os

números por bons, ambos têm

problemas. O primeiro combate-

se, mas enquanto os dealers

não passarem factura é difícil

contar inteiramente com ele; e

o segundo, caro Rui, é para mim

e não para ti. Tira lá a mão dos

meus argumentos: então o grande

capital dá à sola cheio de medo

do país, tem de ser substituído

por uma seminacionalização dos

bancos, e isso é a prova de que a

esquerda tem razão?

É neste ponto que chegamos

àquilo que o Rui Tavares

classifi ca como um “velho

problema” político: “a direita está

estruturalmente convencida de

que a esquerda não sabe fazer

contas”. Na verdade, aquilo de

que eu estou convencido – e

apesar de o Rui ser historiador,

atrevo-me a dizer que a História

está do meu lado – é que a

esquerda quando chega ao poder

começa a fazer contas como

a direita. O senhor Hollande

prova-o todos os dias a partir do

Eliseu. Claro que se pode dizer

que Hollande ou o PS não são

“verdadeiramente de esquerda”,

mas isso signifi ca defender que

a esquerda só existe em estado

sólido no vácuo – assim que se

levanta a campânula e se deixa

entrar a realidade ela passa de

imediato ao gasoso. Na química,

a sublimação até é um processo

bonito. Mas na política é batota.

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