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Portugal global Pense global pense Portugal Setembro 2008 // www.portugalglobal.pt Porto de Sines Porta estratégica para o mundo 04 Lídia Sequeira A gestora que mudou Sines 07 ZILS Parque inovador 12 Marrocos Mercado em ebulição 32

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Porto de Sines Porta estratégica para o mundo 04 Lídia Sequeira A gestora que mudou Sines 07 ZILS Parque inovador 12 Marrocos Mercado em ebulição 32 Pense global pense Portugal Setembro 2008 // www.portugalglobal.pt

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Porto de SinesPorta estratégicapara o mundo 04

Lídia SequeiraA gestoraque mudou Sines 07

ZILSParque inovador 12

MarrocosMercado em ebulição 32

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sumárioSetembro 2008 // www.portugalglobal.pt

Destaque // 4Dado o seu papel de charneira na economia regional, nacional e o seu crescente protagonismo a nível europeu e global, o Porto de Sines, com múltiplas valências, capacidade de expansão e de instalação industrial e logística, é hoje uma peça fundamental no abastecimento energético nacional, na atracção de grandes e médias empresas e no reposicionamento da importância do mar para Portugal.

Entrevista // 7Em entrevista, a presidente da Administração do Porto de Sines, Lídia Sequeira, fala-nos dos resultados alcançados com a implementação do plano estratégico no principal porto marítimo nacional e dos projectos que irá levar a cabo durante o seu segundo mandato, iniciado há pouco mais de quatro meses.

Comércio // 24O crescimento das exportações portuguesas, embora contínue positivo, regista um abrandamento, devido sobretudo à crise que afecta os nossos principais clientes, nomeadamente Espanha.

Empresas // 28ISA no topo da inovação tecnológica.Vicaima: as portas do sucesso.

Mercado // 32Marrocos, o mercado em foco nesta edição, ocupa actualmente o primeiro lugar no que respeita à atractividade para o investimento estrangeiro no contexto do Magrebe. O vasto programa de construção de infra-estruturas e a definição pelo governo de sectores estratégicos abrem oportunidades ao investimento das empresas portuguesas.

Opinião // 41Um artigo de Armindo Rios, director do escritório da AICEP em Maputo, Moçambique.

Notícias // 43

Para além dos negócios… // 44Varsóvia.

Análise de risco por país – COSEC // 46

Feiras // 50

aicep Rede Externa // 52

Bookmarks // 54

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A primeira pedra do Complexo Indus-trial de Sines foi colocada no início dos anos 70, com o objectivo de equipar o país com um porto de águas profundas e com uma cidade industrial construí-dos de raiz.

O projecto inovador, aprovado pelo Estado, foi acolhido com cepticismo e provocou acesa controvérsia na época. Passadas três décadas, com incertezas de permeio, o sonho ganha consistência e torna-se realidade em crescimento.

Hoje, o Porto de Sines desempenha um papel fundamental na economia regio-nal e nacional, reforçando o reposicio-namento da importância do mar para Portugal. Neste contexto, já não é pos-sível pensar o desenvolvimento do país sem incluir, como prioritária, a relevân-cia estratégica e logística de Sines, do seu porto e dos seus espaços industriais infra-estruturados.

É, pois, natural que a revista Portugal-global, da AICEP, lhe consagre as suas páginas mais nobres.

É preciso que se saiba – tanto no plano nacional como internacional – que o Porto de Sines é líder entre os portos portugueses na quantidade de mer-cadorias movimentadas e na capta-ção de tráfego marítimo estratégico e que, nesta medida, se posiciona cada vez mais como um dos grandes portos

europeus. Como moderna plataforma logística que é, dá apoio ao transporte oceânico, rodoviário, ferroviário e aéreo que se cruza no território português e que se prolonga no hinterland natural.

Contribuem para esta crescente dinâmi-ca nacional e global do Porto de Sines as suas águas profundas e o fácil e rápido acesso à rede nacional de auto-estradas e de caminhos de ferro (a 150 quilóme-tros de Lisboa e a 600 de Madrid), o seu modelo de gestão e estratégia de cresci-mento, a sua modernização tecnológica e grande capacidade de transhipment, assim como as extensas e bem planea-das Zonas Industriais e Logísticas de pro-ximidade – a ZILS (com gestão da aicep Global Parques) e a ZALS (Administração do Porto de Sines) e Zonas de Indústria Ligeira (sob gestão municipal).

Para além de corresponder às neces-sidades dos grandes operadores na-cionais e internacionais, em matéria de transporte marítimo, o Porto de Sines, directa e indirectamente, ganha cada vez mais peso no abastecimento energético nacional, nas reservas ener-géticas estratégicas, na atracção de grandes e médias empresas através dos parques industriais e na internacionali-zação e globalização do tecido empre-sarial português.

BASÍLIO HORTAPresidente da Comissão Executiva da AICEP

EDITORIAL

// Julho 08 // Portugalglobal2

Revista PortugalglobalAv. 5 de Outubro, 101

1050-051 LisboaTel.: +351 217 909 500Fax: +351 217 909 578

Propriedadeaicep Portugal Global

O’Porto Bessa Leite ComplexR. António Bessa Leite, 1430 – 2º

4150-074 Porto Tel.: +351 226 055 300Fax: +351 226 055 399NIFiscal 506 320 120

Comissão ExecutivaBasílio Horta (Presidente), José Abreu Aguiar,

José Vital Morgado, Luis Florindo, Rui Boavista Marques

DirectoraAna de Carvalho

[email protected]

RedacçãoCristina Cardoso

[email protected]

José Escobar

[email protected]

Vitor Quelhas

[email protected]

Colaboram neste número aicep Global Parques, Centro de Negócios

da AICEP para a Europa Central , Direcção de Informação Internacional da AICEP,

Direcção Internacional da COSEC, Eduardo Henriques, Francisco Sá, João Manuel Santos, João

Rosa Lã, Lídia Sequeira, Nuno Ribeiro da Silva.

Fotografia e ilustração Dreamstime, Fotolia, Moroccan National Tourist Office (Brahim Tazi, Françoise Peuriot, Jacques Bravo, Philippe Ploquin, Xavier Richer), Rodrigo

Marques, Warsaw Tourist Office (© W.Z.Panów).

Publicidade [email protected]

SecretariadoHelena Sampaio

[email protected]

AssinaturasREGISTE-SE AQUI

Projecto gráficoaicep Portugal Global / Imagem

Paginação e programaçãoRodrigo Marques

[email protected]

ERC: Registo nº 125362

As opiniões expressas nos artigos publicados são da res-

ponsabilidade dos seus autores e não necessariamente

da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global.

A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal

não implica qualquer compromisso por parte desta

com os produtos/serviços visados.

Porto de Sines:uma realidade com futuro

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DESTAQUE

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No primeiro semestre de 2008, o Porto de Sines cresceu em mercadorias movimentadas, navios em operação comercial e carga contentorizada, uma tendência que corresponde às expectativas da APS e que, segundo as previsões, se deverá manter ao longo deste ano, o melhor da sua história. Dado o seu papel de charneira na economia regional, nacional e o seu crescente protagonismo a nível europeu e global, este porto de águas profundas, com múltiplas valências, capacidade de expansão e de instalação industrial e logística, é também uma peça fundamental no abastecimento energético nacional, na atracção de grandes e médias empresas e no reposicionamento da importância do mar para Portugal.

Porto de Sines

PORTA ESTRATÉGICA PARA O MUNDO

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Graças aos seus cinco terminais – Terminal Petroleiro,Termi-nal Petroquímico, Terminal Multipurpose, Terminal de GNL (Gás Natural Liquefeito) e Terminal XXI – que têm condições para receber todos os tipos de embarcações de transporte, em 2007, aportaram em Sines 1.200 navios provenientes de destinos internacionais e, até Junho de 2008, foram 727 os navios que ali estiveram em operação comercial, o que representa um crescimento de 10,3 por cento em compa-ração com o ano transacto. No primeiro semestre de 2008, ascendeu a 13,3 milhões de toneladas a carga movimenta-da nos diversos terminais.

OFERTA COMPETITIVA FAZ A DIFERENÇAO Porto de Sines é líder, entre os portos portugueses, na quantidade de mercadorias movimentadas, na captação de tráfego marítimo estratégico, na modernização dos equipamentos e na inovação portuária. Factores como a expansão da capacidade operacional, instalação de mais equipamentos de operação, flexibilização e especialização da mão-de-obra portuária e o despacho electrónico, contribuíram para o tornar atractivo para o comércio global por via marítima.

tos adquiridos, inclui-se o pórtico de cais super-post-panamax QC3, com 100 metros de altura e um alcance de 20 filas de contentores a bordo. Uma melhoria efectiva das condições de operação do Terminal, que passa a contar com uma área de armazenagem com uma extensão total de 24 hectares, fi-cando dotado de capacidade para movimentar 650.000 TEU, com resultados para a produtividade e competitividade do porto. Um investimento total de 110 milhões.

O Terminal XXI representa uma melhoria qualitativa para todo o Sistema Portuário Nacional, na medida em que per-mite ao país reforçar significativamente o posicionamento no mercado internacional do transporte marítimo, captan-do tráfegos até há poucos anos inacessíveis aos portos por-tugueses, como é o caso de navios de grande dimensão e com calados da ordem dos 14 metros.

As características do porto, de águas profundas, oferecendo grande capacidade de transhipment, e a qualidade e inovação nos serviços instalados, têm atraído a Sines empresas e navios de grande porte, destacando-se a quantidade de mega-carriers que, no caso dos porta-contentores operados no Terminal XXI, são navios de 8.000 TEU (1 TEU equivale a um contentor com cerca de 13 toneladas) e 9.200 TEU, provenientes do Extremo Oriente, sendo Sines a sua primeira paragem na Europa.

O Terminal XXI teve, em 2007, a sua capacidade operacional aumentada para 350 000 TEU, e entre os novos equipamen-

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Também para a Administração do Porto de Sines (APS), os sistemas de informação têm uma importância estratégica, dado que a competitividade está hoje associada à simplifi-cação de procedimentos e ao recurso às novas tecnologias para garantir uma articulação célere e eficaz ao foreland e ao hinterland. Para garantir a eficiência dos terminais portuá- rios, torna-se obrigatório que os fluxos de entrada e saída dos contentores (considerados como uma medida ideal de transporte por mar), sejam rápidos e coordenados. A gestão quotidiana da actividade portuária em Sines está, por isso, entregue a complexos sistemas de informação, numa lógica de constante aumento de performance. Nesta medida, e à semelhança de Lisboa e Leixões, Sines implementa uma plataforma comum para a transferência electrónica dos do-cumentos e de informação com vista a acelerar o despacho de mercadorias e navios, que se enquadra na filosofia de Janela Única Portuária.

do Porto de Sines na Península Ibérica e na Europa. Com este objectivo, está em curso o aumento do terminal fer-roviário de duas para quatro linhas, em 2009 e, para seis, em 2011, assim como outros projectos, como é o caso da construção da variante de Alcácer, que aumenta a velocida-de e a redução do tempo de percurso na ligação de Sines ao Poceirão, a Setúbal e à Área Metropolitana de Lisboa, e é também o caso da ligação Sines-Évora-Elvas-Caia, que reforça a ligação à rede ferroviária e aos principais centros de produção e consumo espanhóis. Actualmente, mais de 95 por cento dos contentores movimentados são por ferro-via, com uma operação média de 11 comboios diários, de e para a zona portuária.

A melhoria das acessibilidades, associada às condições es-pecíficas da envolvente do Porto de Sines – um porto clara-mente vocacionado para uma economia globalizada –, no-meadamente em matéria de Zonas Industriais e Logísticas (ZILS, ZALSines e ZIL 2) potenciam uma vasta plataforma com características únicas na Península Ibérica e na Europa. A actual expansão do porto está associada à entrada e saída de navios de maiores dimensões, que percorrem distâncias cada vez maiores e que estão associados a centros de pro-dução, de distribuição e de consumo cada vez mais distan-tes e mais complexos.

Por outro lado, para garantir uma maior segurança, dispõe de um sistema de controlo de tráfego marítimo na costa portuguesa, constituído por dois radares, que captam o po-sicionamento dinâmico das embarcações num raio de cerca de 16 milhas náuticas e que monitoriza as manobras das embarcações, emitindo avisos sempre que regista opera-ções de risco. Estes sistemas, desenvolvidos à medida, per-mitem a execução de um conjunto de tarefas de gestão, como sejam as entradas e saídas de embarcações, booking e ocupação dos lugares, gestão de serviços e facturação, entre outras.

O Porto de Sines está a investir nas acessibilidades rodo-fer-roviárias que permitem a sua ligação com a Rede Transeu-ropeia de Transportes e com os principais centros de distri-buição e de consumo, o que significa garantir a projecção

Na realidade, a crescente oferta do Porto de Sines consti-tui um investimento estratégico ao nível da competitivida-de dos portos portugueses face aos congéneres ibéricos e europeus, colocando o país ao nível das melhores práticas mundiais em matéria de sistemas, equipamentos e infra-estrutras portuários, e posicionando-o em melhores condi-ções para a integração nas Auto-Estradas do Mar.

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Quais as principais linhas estratégicas que defende para o Porto de Sines?Em termos de cumprimento de objectivos, o plano estraté-gico tem sido uma das nossas preocupações fundamentais. Vamos no segundo mandato, que começou há pouco mais de quatro meses. Quando chegámos, em 2005, já existia um plano estratégico que tinha sido encomendado pelo an-terior conselho de administração do Porto de Sines, mas não estava implementado. Decidimos estudá-lo e implementar uma metodologia para o cumprir. Eu defendo que os planos existem não para ficarem na gaveta mas para serem asso-ciados a acções, cuja concretização tem de ser associada a projectos. Na altura, identificámos as acções que eram indispensáveis para atingir os cinco objectivos desse plano e associámos a essas acções os respectivos projectos.

Pode falar-nos desses grandes objectivos?O primeiro grande objectivo estratégico era alterar o mo-delo de gestão, o que passava pela introdução do modelo landlord port, ou seja, com os terminais concessionados e a administração portuária a gerir essas concessões. Este ob-jectivo ficou cumprido no dia 1 de Agosto passado, com a concessão do Terminal Petroleiro e da Gestão Integrada de Resíduos à Petrogal. Simultaneamente, dentro do modelo de gestão estava previsto o cumprimento de um conjunto de procedimentos que nos permitiriam ter uma certificação de qualidade, de segurança e ambiental. A certificação da qualidade foi atingida em Dezembro de 2006 e, já em Maio deste ano, a APS obteve a certificação de segurança e am-biental. Estas certificações são extremamente importantes porque exigem a definição prévia de um conjunto de proce-

PORTO DE SINESO ANO DE TODOS OS RECORDESPela primeira vez na sua história, o Porto de Sines, nos últimos três anos, teve resultados positivos. Em 2006 e 2007 os resultados líquidos alcançados foram, respectivamente, de 4,3 milhões de euros e de 3,8 milhões de euros. O resultado previsto para este ano é de 4,5 milhões de euros. O plano estratégico implementado e concretizado por Lídia Sequeira, presidente da Administração do Porto de Sines (APS), está a dar resultados. Os melhores de sempre.

DESTAQUE - ENTREVISTA

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dimentos preventivos e outros que são accionados em caso de acontecer qualquer anormalidade.

Em relação ao segundo objectivo, que visa o incremento da movimentação de mercadorias no porto, devo referir que também tem vindo a ser cumprido. O porto tem crescido e este ano está a ser muito positivo. No primeiro semestre, tive-mos um acréscimo de 4,8 por cento na movimentação total de mercadorias e prevemos que no final do ano se consiga um aumento global de 3 a 4 por cento, uma fasquia que pode ser perfeitamente ultrapassada. No caso dos contento-res temos uma previsão que aponta para um crescimento de mais de 50 por cento em relação ao ano passado.

Um terceiro grande objectivo é o desenvolvimento da info-es-trutura portuária. Um porto tem de funcionar bem e tem de funcionar como uma plataforma virtual onde todas as entida-des públicas e privadas se ligam sem papéis. E isso já nós con-seguimos, desde o início deste ano, com o projecto da Janela Única Portuária. Lembro-me que há cerca de dois anos fiz uma apresentação deste projecto numa conferência e na altura hou-ve quem fizesse humor com o assunto e fosse céptico quanto à sua implementação e concretização. Neste momento, este objectivo foi cumprido. O projecto foi desenvolvido simultanea-mente pelos portos de Sines, Lisboa e Leixões e está a ser alar-gado a todos os outros portos portugueses, que devem iniciar o processo no ano que vem. Deste modo, todos os portos podem e devem funcionar em rede. Em Sines, a aplicação da medida já está a 100 por cento. Esta meta era fundamental.

Outro objectivo incontornável: contribuir para o desenvol-vimento global da região e do país. Nesse sentido, foi pro-movido um conjunto de iniciativas no qual se encontra o projecto de infra-estruturação da Zona de Actividades Lo-gísticas (ZAL) intra-portuária, que está neste momento con-cluída e em fase de comercialização.

Um último objectivo era o reforço das condições de segu-rança, para o que desenvolvemos um conjunto de passos para a aplicação integral do código ISPS (International Ship and Port Facility Security Code), e o reforço de todas as me-didas de segurança no porto.

Em qual destes grandes objectivos se insere uma outra meta: a obtenção de resultados financeiros positivos para o Porto de Sines? Esse é um resultado natural que decorre da implementação de um modelo de gestão e de concretização assente nos res-tantes objectivos estratégicos. Pela primeira vez nos últimos três anos, o Porto de Sines teve sempre resultados positivos. Inclusivamente nos anos de 2006 e 2007 já distribuiu dividen-dos ao accionista Estado. Em 2005 conseguimos resultados ainda pouco significativos, mas em 2006 e 2007 os resultados alcançados já foram mais interessantes, respectivamente, de 4,3 milhões de euros e de 3,8 milhões de euros. O resultado previsto para este ano é de 4,5 milhões de euros.

“A concorrência existe no mercado portuário e o nosso objectivo é sermos melhores que os outros. Não há mais segredo nenhum. Se não formos melhores, ninguém vem para cá.”

Mas eu penso que um porto não deve ter como objectivo estratégico a obtenção de lucros gigantescos. Tem, isso sim, que ter lucros e de ser auto-suficiente, não constituindo um encargo para o Estado. Mas um porto com elevados resulta-dos financeiros pode estar a sobrecarregar os seus tarifários e deste modo a deixar de ser competitivo. Temos de ter a noção de um justo equilíbrio. É importante ter lucros, mas muito mais importante é o crescimento da sua actividade.

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Qual era a situação financeira do Porto de Sines quando tomou posse?Quando aqui chegámos, encontrámos uma dívida que cres-cia todos os anos. A dívida de longo e médio prazo ascendia a 78 milhões de euros. Até Julho deste ano já tínhamos con-seguido reduzir a dívida em 21 milhões, mas esta ainda era significativa. Com a concessão do TGLS (Terminal de Granéis Líquidos do Porto de Sines) e da GIR tivemos a possibilidade de limpar a divida e, neste momento, eu diria que temos uma situação financeira equilibrada que nos permite olhar para a frente e desenvolver novos investimentos, mantendo um crescimento sustentado.

Quer falar desses novos investimentos e das principais obras realizadas durante o seu primeiro mandato?Nos três últimos anos fizemos muito investimento de manu-tenção no terminal petroleiro, porque a situação encontrada assim o exigia. E fizemos um investimento importantíssimo para a segurança no porto, que consistiu no reforço do talude de contenção no molhe oeste, que é uma obra de protecção essencial. É certo que se trata de um investimento que não dá direito a notícias nos jornais, mas que é muito importan-te. Ficou concluído – e ainda bem! – antes do Inverno do ano passado, que foi aliás devastador, mas que, graças à obra efectuada, não nos afectou. Foi um investimento que consi-derámos prioritário e que rondou os 5 milhões de euros.

Outro investimento efectuado e que eu considero da maior importância foi a infra-estruturação da Zona de Actividades Logísticas e a construção do edifício de apoio logístico. Foi um investimento da mesma ordem de grandeza e que é funda-mental para uma nova área de desenvolvimento do porto.

Há outros investimentos que gostaria de referir?Há os investimentos na ligação do porto à cidade, nome-adamente na construção de um novo edifício de apoio no Porto de Recreio e no melhoramento da área circundante, que ficou bastante valorizada. Também procedemos a me-lhorias na própria praia Vasco da Gama, dotando-a de ca-sas-de-banho adequadas e de rampas para deficientes. Esta praia é, desde há dois anos, uma praia de bandeira azul, muito acessível a pessoas de mobilidade reduzida. Este ano também conseguimos bandeira azul na marina.

E em relação ao futuro?Em relação ao futuro, vamos ter as obras de prolongamento do cais do terminal de contentores, a cargo da PSA - Termi-nais de Contentores, SA, que vão fazer esse prolongamento do cais. Nós próprios temos já o projecto de execução con-cluído e vamos lançar o concurso para o prolongamento do molhe leste que dá cobertura a essa nova extensão de cais. Esta vai ser a grande obra deste mandato da APS.

Em que consiste concretamente essa obra?Com esta extensão de cais, o terminal de contentores, que tinha uma capacidade de 250 mil TEU (neste momento com as obras que foram entretanto efectuadas, já permite che-gar a mais de 300 mil TEU), o porto ficará com capacidade

para 800 mil TEU. O molhe vai permitir dar cobertura a esse aumento do cais. Este é um porto de mar aberto que exige uma cobertura de molhe para o navio ficar em segurança no cais. Isso quer dizer que o Terminal XXI poderá receber mais navios de grande porte. Um dos nossos objectivos é trazer cada vez mais navios a Sines.

Em termos de investimentos, pretendemos também conti-nuar a desenvolver a ZAL e temos ainda prevista uma me-lhoria das acessibilidades ferroviárias no porto, essencial para dar resposta ao aumento do movimento.

Para além do Terminal XXI, quais são os outros terminais do Porto de Sines e quais são as suas valências? Nós temos cinco terminais: o petroleiro (ou de granéis líqui-dos), que é o nosso maior terminal e que é responsável por 63 por cento de toda a nossa carga. É o mais importante do porto de Sines. Obviamente que este irá perder importância relativa, até porque há dois terminais emergentes, que estão a ganhar importância. Estou a falar do terminal de conten-tores ou Terminal XXI – que neste momento já detém mais de 10 por cento da movimentação do Porto de Sines e que vai ganhando cada vez mais peso – e do terminal de gás natural, que representa já cerca de 7 por cento do total mo-

vimentado. São dois terminais em crescimento acelerado: o de contentores está com um crescimento de 50 por cento e o de gás natural, de 20 por cento.

É de referir que o gás natural que nos chega por via marítima é já responsável por 55 por cento do abastecimento ao país. O restante vem da Argélia, por gasoduto, via Espanha. Trata-se de uma diversificação das fontes de gás natural em termos de abastecimento, evitando a dependência de um único fornece-dor. Eu diria que se o Porto de Sines parasse parava o país.

Temos ainda o terminal de granéis sólidos que é o segundo maior do porto em termos de importância, com 18 a 19 por

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cento de toda a movimentação de carga no porto. É por este terminal que passa um conjunto de mercadorias a granel, onde o peso dominante é o carvão, que abastece a central de Sines e a central do Pego. Por último, temos o terminal petroquímico que tem uma importância menor, da ordem dos 2 por cento, embora seja muito importante do ponto de vista estratégico.

Quais as vantagens que o porto de Sines oferece face aos concorrentes, sejam estes portugueses ou estrangeiros?Uma das vantagens competitivas do Porto de Sines reside exactamente neste conjunto de valências dos seus terminais – contentores, petroquímico, granéis líquidos e sólidos, gás natural – associado ao facto do porto ter fundos naturais de grande profundidade, o que lhe permite receber qual-quer tipo de navio em operação comercial e movimentar qualquer tipo de mercadorias. Outra vantagem competitiva deste porto é obviamente o facto de ele operar 24 horas por dia, 365 dias por ano, o que só é possível graças ao regime de flexibilidade laboral que temos.

fim-de-semana, justamente quando os outros portos têm menos movimento. Ou seja, Sines tem de explorar as vanta-gens competitivas que tem e enfrentar a concorrência, ofe-recendo aquilo que eles não têm possibilidade de oferecer.

Como está a competição com outros portos europeus, nomeadamente de Espanha?Barcelona e Valencia são portos muito interessantes, de gran-de dimensão e que trabalham muito bem, mas Valencia, por exemplo, tem problemas laborais permanentes. Ambos são portos maiores e com maior importância que o nosso. Barce-lona, por exemplo, tem uma vantagem enorme em relação a todos os outros portos: num hinterland de 50 quilómetros tem praticamente garantido o movimento do porto quer na pro-dução quer no consumo. A importância económica daquela região é enorme e só por si gere e absorve uma carga signifi-cativa proveniente daquele porto. Por outro lado, a empresa que gere a info-estrutura portuária é fantástica, o que é muito difícil de bater em termos de concorrência.

Por último, penso que a nossa info-estrutura portuária – que está ao nível das melhores da Europa – é outra das vantagens do porto de Sines. Estas são as vantagens que nos permitem considerar-nos competitivos em relação aos outros portos europeus.

Há alguma estratégia para ultrapassar a concorrência dos outros portos europeus?A concorrência existe no mercado portuário e o nosso ob-jectivo é sermos melhores que os outros. Não há mais segre-do nenhum. Se não formos melhores, ninguém vem para cá. E se o porto não oferecer um serviço eficiente e eficaz, não tem clientela. Sines oferece águas profundas e tem um porto que trabalha 24 horas por dia. É uma vantagem com-petitiva fantástica em relação a outros portos. Barcelona e Valencia é assim que funcionam. Ou seja, eu tenho que ter as mesmas condições que estes portos e mais qualquer coi-sa. Esse ‘mais qualquer coisa’ é a flexibilidade laboral, que eles não têm. Neste sentido, é interessante verificar que o Porto de Sines tem mais movimento à noite e durante o

As acessibilidades, nomeadamente ferroviárias, estão a condicionar a evolução do Porto de Sines? A mim interessa-me sobretudo a acessibilidade ferroviária, que deve funcionar bem, já que 95 por cento do nosso tráfego é por caminho-de-ferro. A ligação de Sines ao mundo tem de ser por ferrovia, que actualmente dispõe aqui de 11 comboios por dia. Para dar conta do actual nível de necessidades, o acesso ferroviário existente satisfaz, mas com o crescimento previsto para o Porto de Sines, poderá vir a ser insuficiente. Há, portan-to, melhorias físicas a fazer na ferrovia. Na linha Lisboa-Faro – que é uma linha muito importante para Sines – o comboio tem de abrandar no pk 94. Mas cada abrandamento no cami-nho-de-ferro custa muito dinheiro e muito tempo. A variante de Alcácer que neste momento está a ser construída, ao con-seguir evitar esse abrandamento, vai permitir-nos ter uma eco-nomia de tempo até Lisboa de 20 minutos. Na linha de Sines temos o constrangimento da pendente de Ermidas, que não permite a tracção de um número significativo de vagões. Esse constrangimento tem de ser resolvido. Há pequenas coisas que têm de melhorar para termos melhores acessos.

DESTAQUE - ENTREVISTA

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Que papel espera vir a desempenhar o Porto de Sines no âmbito do projecto europeu das Auto-Estradas do Mar?Penso que nos últimos anos foi dado um salto muito gran-de em termos do conceito de transporte marítimo. A Srª Secretária de Estado dos Transportes tem uma visão arti-culada dos transportes, exactamente porque, pela primeira vez, tutela as áreas da rodovia, da ferrovia e do transporte marítimo, o que permite uma actuação integrada do siste-ma que está na base do conceito de auto-estrada do mar. O conceito de auto-estrada do mar tem por base a optimiza-

electronicamente uma mercadoria do seu ponto de origem ao seu ponto de destino. Por isso, é fundamental que o transporte marítimo esteja perfeitamente articulado com o transporte terrestre, sobretudo ferroviário, e que haja uma simplificação de procedimentos que o torne competitivo. Em Sines há um grande esforço no sentido de que tudo isto funcione. Este transporte articulado tem de ser competitivo e vantajoso para ser desejado pelo cliente.

Que importância atribui à ZILS no desempenho do Porto de Sines?É uma grande vantagem competitiva. A ZILS é o seguro de vida do Porto de Sines. Uma grande zona industrial associada a um porto tem, ela própria, necessidade de absorver um importante conjunto de mercadorias e essas mercadorias têm obrigatoria-mente de ir para Sines. Por outro lado, o que produz tem de sair por Sines. A ZILS pode ser uma peça crucial para garantir esta necessidade de aportar e de largar a partir de Sines.

Que metas gostaria de ver atingidas neste seu segundo mandato?Fundamentalmente o que pretendo é fazer mais e melhor no campo da info-estrutura portuária e conseguir atingir, até 2010, um aumento de movimentação de mercadorias para os 33 milhões de toneladas. É importante termos concluídas estas grandes obras relativas ao alargamento da extensão do terminal e da protecção do molhe, porque isso é essen-cial para o crescimento da movimentação e, finalmente, es-pero que este seja o mandato do grande desenvolvimento da actividade logística em Sines e que esta esteja associada ao desenvolvimento da ZILS, já que estamos a contar com ela para a afirmação internacional do porto.

Uma gestora determinadaMaria Lídia Ferreira Sequeira, li-cenciada em economia, é actualmen-te Presidente do Conselho de Admi-nistração do Porto de Sines, função que exerce desde 2005. Quando ocupou o cargo, muitos eram os que viam com desconfiança o seu futuro desempenho. Antes de mais, porque era uma mulher a ocupar as funções de gestão habitualmente atribuídas a homens. E, por outro lado, porque Lídia Sequeira gosta de implementar, de concretizar, enfim, de mudar as coisas. Garantiu à partida que Sines ia ter lucros. E cumpriu.

Os cargos de topo fazem parte do seu currículo. No desempenho da sua actividade profissional exerceu fun-ções de gestão no Ministério da Ciên-cia e Tecnologia (2004-2005), como

Gestora da Intervenção Operacio-nal de Acessibilidades e Transportes (1997-2004), de Subdirectora-Geral de Transportes Terrestres (1992-96), Directora do Gabinete de Estudos e Planeamento da DGTT (1990-92) e Chefe de Divisão de Transportes In-ternacionais (1985-90).

Entre outras actividades relevantes, participou nas negociações do 3º Quadro Comunitário de Apoio (2000) como representante do Ministério do Equipamento Social, bem como nos Conselhos (Transportes) da União Eu-ropeia, como membro da Delegação Portuguesa de 1986 a 1996.

Foi condecorada como Oficial da Ordem do Mérito, Grau concedido em 1990.

“Um porto com elevados resultados financei-ros pode estar a sobrecarregar os seus tarifá-rios e deste modo deixar de ser competitivo. Temos de ter a noção de um justo equilíbrio. É importante ter lucros, mas muito mais im-portante é o crescimento da sua actividade.”

ção do transporte de mercadorias de um ponto de origem a um ponto de destino, e por isso é fundamental que haja acessos e articulação no porto que permitam de imediato transportar a mercadoria para o seu ponto de destino. O desenvolvimento articulado do sistema de transporte e de criação das condições para que ele exista, está igualmen-te associada a uma simplificação de procedimentos. É este processo que se pretende introduzir no transporte marítimo: conceito de rede, por um lado, e de simplificação de pro-cedimentos, por outro. Isto exige uma coordenação inter-modal muito grande, além dos meios que permitam seguir

DESTAQUE - ENTREVISTA

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“A ZILS é uma localização industrial e logística muito atrac-tiva porque oferece condições de instalação ímpares na fachada ocidental da Península Ibérica, vocacionadas para produzir e abastecer os mercados português e espanhol, bem como outros mercados servidos por mar”, enfatiza Francisco Sá, presidente da Comissão Executiva da aicep Global Parques. Além disso, a localização deste parque em-presarial e as suas acessibilidades (rodoviárias e ferroviárias ao hinterland espanhol e à área metropolitana de Lisboa), são alguns dos factores “que tornam o complexo de Sines

A aicep Global Parques gere directamente três Parques Empresariais, dos quais, pela sua dimensão e importância estratégica, se destaca a ZILS - Zona Industrial e Logística de Sines, com mais de dois mil hectares. O objectivo é oferecer áreas vocacionadas para actividades industriais, logísticas e de serviços, que têm na vizinhança o porto de Sines, líder no sector de contentores em Portugal e que liga, por via marítima, a ZILS ao mundo.

DE VIVA VOZ

A JÓIA DA COROA>COM FRANCISCO SÁ, PRESIDENTE DA AICEP GLOBAL PARQUES

As empresas que queiram instalar-se no parque encontram um modelo de negócio – o direito de superfície – que lhes permite fasear os custos de instalação, “fazendo com que o terreno e a sua urbanização possam ser pagos ao longo da

um produto único, cujas estratégias de promoção e desen-volvimento comuns continuam a ser articuladas entre as ad-ministrações do Porto de Sines e da aicep Global Parques”.

O perfil das empresas que se pretende para a ZILS merece es-pecial atenção: “Por razões de equilíbrio e sustentabilidade a prazo, temos desenvolvido um esforço particular na tentativa de diversificação do tipo de indústrias e outras actividades instaladas de que é exemplo a promoção da Zona de Activi-dades Logísticas em articulação com a APS. Não podemos, contudo, ignorar que o complexo de Sines reúne um conjun-to de características que são particularmente atractivas para sectores como o petroquímico, as energéticas ou os biocom-bustíveis”. São projectos com um ciclo de vida longo, bem patente no modelo contratual, em que esta procura projectos “economicamente sustentados, tecnologicamente evoluídos e ambientalmente equilibrados”, sublinha o gestor.

“Por razões de equilíbrio e sustentabilidade a prazo, temos desenvolvido um esforço particular na tentativa de diversificação do tipo de indústrias e outras actividades instaladas de que é exemplo a promoção da Zona de Actividades Logísticas em articulação com a APS.”

vida útil do projecto”. Por outro lado, Francisco Sá sublinha que o preço da instalação é competitivo – primeiro porque “ajustado à realidade do mercado português”, segundo, porque a prestação de serviços da ZILS, num “quadro de colaboração com as entidades locais, regionais e nacionais, permite um processo eficiente e que se traduz numa redu-ção dos custos de instalação”.

A política da ZILS relativamente às empresas nacionais ou estrangeiras que a procuram, assenta preferencialmente “no conjunto de benefícios para as empresas que decorrem das suas próprias mais-valias, enquanto parque empresarial, e não num quadro de subsídio seja ele qual for”, esclarece o gestor. “O parque tem de valer por si. O que por vezes acontece é que, após conhecer o projecto de um poten-cial cliente, apercebemo-nos que este poderá ter acesso ao quadro de incentivos e benefícios em vigor”, o que é feito em articulação com a aicep Portugal Global, o seu accionis-ta de referência.

Entre outras vantagens oferecidas pela ZILS, contam-se a excelência das utilities, a manutenção de áreas comuns e as

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oportunidades de gerar sinergias entre as próprias empre-sas instaladas, nomeadamente em matéria de projectos e custos partilhados. Francisco Sá dá como exemplo a gestão integrada das redes de esteiras: “A aicep Global Parques e algumas das empresas instaladas partilham os custos de manutenção e segurança das esteiras de ligação por pipeli-ne da ZILS à zona portuária, tendo um modelo de colabora-ção e de implementação do projecto que permite partilhar recursos e saberes”. Na sua área de prestação de serviços, o parque pretende, de forma inovadora, “adicionar valor à sua oferta pela capacidade de induzir produtividade ao processo dos seus clientes”, acrescenta.

As boas condições das acessibilidades são objecto de es-pecial cuidado por parte da ZILS, reconhecendo o seu res-ponsável que “para um parque empresarial que não tem na retaguarda qualquer cidade de média ou grande di-mensão, as acessibilidades são fundamentais para a sua competitividade.” Sendo servida pelo maior porto de mar nacional (com capacidade para continuar a crescer), pelo aeroporto de Lisboa – o actual e o futuro – e, em breve, pelo aeroporto de Beja, e a nível rodoviário pelo IP8, cujos projectos de remodelação já estão lançados, assim como a sua ligação à A2, “esperando-se que o complexo de Si-nes fique, a partir de 2010, directamente ligado à rede europeia de auto-estradas”. Quanto à estrada de acesso à Metalsines e à GALP, que não se encontra no seu melhor estado, a aicep Portugal Parques, embora se trate de um acesso público, decidiu avançar com a reparação. Ao nível da ferrovia, “a infra-estrutura mais importante para o salto

qualitativo do complexo de Sines, estão já em desenvol-vimento os projectos para a ligação de Sines à rede de velocidade alta para mercadorias”.

A gestão ambiental do parque, nomeadamente em matéria de armazenamento e tratamento de águas residuais, faz-se em estrito cumprimento da legislação “quer em relação aos seus próprios projectos quer das entidades que se ins-talam”, destaca o responsável. “Subscrevemos com outras entidades públicas e empresariais o protocolo de constitui-ção do GISA – projecto de gestão integrada dos impactos da actividade económica, na região de Sines, na saúde e no ambiente. Paralelamente, a aicep Global Parques tem em preparação um projecto de monitorização ambiental da ZILS nos domínios do solo, qualidade do ar, águas e ruído. Este projecto entrará em execução ainda no corrente ano”.

O desenvolvimento sustentável é, para a Global Parques, uma prioridade que esta assume por inteiro e um compro-misso social que inclui naturalmente as actividades da ZILS: “O ambiente, a formação e qualificação de recursos huma-nos, o património histórico e cultural e o desenvolvimento regional, são alguns dos eixos pelos quais pautamos a nossa actuação. Ao ter assumido, desde Janeiro de 2007, estas prioridades, temos procurado ser um parceiro que, junto da edilidade municipal de Sines e de outros actores, apoia projectos concretos que melhore a qualidade de vida na re-gião”. A Escola Tecnológica do Literal Alentejano, o Festival de Músicas do Mundo e a Feira do Emprego em Sines são alguns dos projectos apoiados no âmbito da ZILS.

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Mais de uma dezena de empresas industriais estão instaladas na ZILS, entre as quais a Petrogal, a Repsol Polímeros, a EDP, a Metalsines e a Euroresinas, que em conjunto garantem mais de 2.600 postos de trabalho directos e indirectos, estando previstos ou já em fase de concretização novos investimentos, no montante de 3 mil milhões de euros, que gerarão mais 1.500 empregos. Além destas unidades, estão também instaladas na Zona Industrial e Logística de Sines onze empresas de serviços.

Os projectos em curso em Sines não produzem apenas mais emprego, como trazem também novas oportunidades para a criação de empresas. Os contratos firmados com a Artenius,

com a GALP Power – Central de Ciclo Combinado, a reserva de espaço assinada com a NGC – National Gás Company (Rússia), assim como os projectos de biocombustíveis que já estão em marcha, sem esquecer os anúncios de expansão da refinaria da GALP e do espaço da REPSOL, assim como da ZALSines (projecto da aicep Global Parques e da APS, incluído no Programa Portugal Logístico) constituem um desafio positivo para o projecto e a gestão da ZILS.

Só o investimento espanhol na ZILS, como é o caso da Artenius, que contará com tecnologia de última geração e que terá como principal actividade o fabrico de PTA (matéria prima para o fabrico de plástico), ascenderá a cerca de 1,2

Situada nas imediações do maior porto português, a Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS) é uma localização empresarial nacional que disponibiliza espaços infra-estruturados e plataformas a empresas ou entidades não empresarias, numa área de solo industrial superior a dois mil hectares, a mais extensa da Península Ibérica. O principal objectivo é atrair e fixar investimento na região. O número das empresas instaladas está a aumentar, o que consolida a estratégia de internacionalização da aicep Global Parques, a agência nacional de referência no apoio à localização empresarial.

EMPRESAS INVESTEM EM SINES

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mil milhões de euros, representando aproximadamente 40 por cento do investimento total que este parque industrial irá receber até 2010. O nascimento de um pólo petroquímico de grande dimensão em Sines, a par dos grandes europeus, é considerado pelo Ministro da Economia e Inovação como uma significativa retoma do investimento estrangeiro no país.

Além da prestação de serviços de gestão integrada, a ZILS intervém também a nível da qualificação dos recursos humanos. Neste domínio é de referir a Escola Tecnológica do Litoral Alentejano (ETLA), sedeada no Edifício de Negócios da ZILS, que procura responder às necessidades de recursos humanos qualificados requeridos pelas empresas que se implantam na região. Na ETLA estão disponíveis os cursos de Mecatrónica, Gestão Informática, Electrónica e Instrumentação Industrial, Química Tecnológica, Construção Civil e de Saúde, Segurança e Ambiente.

Quanto à Zona de Actividades Logísticas do Porto de Sines – ZALSines – encontra-se em fase de construção e está vocacionada para acolher empresas nacionais e estrangeiras com actividades de apoio ao complexo portuário de Sines. Considerado como um dos pilares fundamentais do Portugal Logístico, constitui uma plataforma logística moderna com elevado potencial estratégico. A ZALSines compreende duas áreas, uma na zona intraportuária (30 hectares sob jurisdição da APS) e outra na zona extraportuária (cerca de 215 hectares na ZILS), gerida pela aicep Global Parques.

A oferta de Sines, um porto de águas profundas gerido pela APS (Administração do Porto de Sines) com um conjunto de terminais portuários, como o Terminal XXI ou o Terminal Multipurpose, e que dispõe de serviços prestados pela aicep Global Parques, facilitadores do processo de instalação de empresas é, no actual contexto de globalização dos fluxos de mercadorias, fortemente competitiva e um activo importante para Portugal no contexto internacional. Nesta medida, e no que diz respeito ao tempo e aos custos de transporte, Portugal – e Sines, em particular –, está integrado na

Trans-European Transport Network, oferecendo vantagens competitivas que decorrem do facto de ser uma porta de entrada na Europa.

Porém, a oferta de Sines não se esgota nas características físicas do seu porto e nos serviços destinados à instalação de empresas. Enquanto localização vocacionada para atrair IDE e investimento nacional de natureza estruturante, considera fundamentais elementos de contexto como sejam a qualificação do território, onde as questões ambientais e socio-económicas têm especial relevo, assim como a qualificação dos recursos humanos. Sines conta actualmente com uma

de oferta e procura das mesmas – que Portugal tem vindo a desenvolver uma estratégia de afirmação do território português como porta de entrada, e de saída, de fluxos de mercadorias da Europa – e em particular do mercado ibérico – procurando fazer da sua localização atlântica uma vantagem competitiva. E tem-no feito agindo no quadro do ordenamento e da qualificação da oferta logística, promovendo neste domínio produtos e serviços que se posicionam no mercado global como soluções eficientes para abastecer o mercado europeu.

Os projectos em curso em Sines não produzem apenas mais emprego, como trazem também novas oportunidades para a criação de empresas.

actividade económica, social e cultural cada vez mais valorizada e diversificada, o que a torna globalmente um projecto com futuro assegurado, assumindo-se a aicep Global Parques como um parceiro activo nesse processo de desenvolvimento.

Foi percepcionando este novo contexto – integrador das economias das diferentes regiões do globo, mas simultaneamente ‘desintegrador’ das tradicionais funções

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Duas carreiras regulares de transporte de mercadorias por via marítima – Auto-Estradas do Mar – ligam actualmente o porto de Leixões a Roterdão, na Holanda, e ao porto de Tillbury, no Reino Unido, e o Porto de Sines a La Spezia, em Itália, estando em negociação o acesso a outros portos euro-peus, em particular espanhóis e franceses. Compreende-se

esta opção, dado o peso destes dois países no comércio bi-lateral. A Espanha, país vizinho, é o principal cliente e forne-cedor de Portugal, de onde importámos, em 2007, 17,7 mil milhões de euros e exportámos 10,6 mil milhões. A França é o terceiro maior parceiro comercial português em matéria de importações (5 mil milhões de euros em 2007) e de expor-

AUTO-ESTRADAS DO MARO NOVO CAMINHO MARÍTIMOPortugal tem duas Auto-Estradas do Mar (AEM) a funcionar desde o ano passado, a partir dos portos de Sines e Leixões, mas o objectivo é alargar esta possibilidades aos principais portos comerciais portugueses, como Lisboa, Setúbal e Aveiro. Estas vias de acesso marítimo, associadas à simplificação e eficiência de procedimentos introduzidos pela Janela Única Portuária, são uma das medidas que irão contribuir para duplicar o volume de carga movimentado nos portos nacionais até 2015. O Porto de Sines está a postos.

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tações (cerca de 4,7 mil milhões de euros também no ano transacto). Estes valores e a circulação de mercadorias que eles representam, constituem um factor de peso para imple-mentação de auto-estradas do mar entre Portugal e esses parceiros estratégicos, consolidando as relações bilaterais.

A União Europeia representa 40 por cento da frota mundial e é líder deste sector global, transitando, anualmente, pelos portos marítimos europeus, 3,5 mil milhões de toneladas de mercado-rias e 350 milhões de passageiros, gerando os portos europeus e serviços associados um valor acrescentado de aproximadamente 20 mil milhões de euros. Num contexto de aumento do volume do comércio mundial, o desenvolvimento do transporte marí-timo de curta distância e das auto-estradas do mar abre novas oportunidades para os sectores envolvidos, nomeadamente os serviços marítimos associados (seguros, banca, intermediação, consultoria, entre outros) numa perspectiva de crescimento con-tínuo. Tendo em conta que 90 por cento das trocas comerciais extra-comunitárias são feitas por mar e que mais de 40 por cen-to do comércio interno da UE se faz igualmente por via maríti-ma, Portugal está ainda a apostar em percursos de maior fôlego, dado que tem uma posição atlântica e geoestratégica que lhe confere vantagens competitivas no que diz respeito à utilização do tráfego marítimo, em particular de mercadorias.

O projecto europeu das Auto-Estradas do Mar (AEM), assim como o transporte marítimo a curta distância, têm sido lide-rados por Portugal, que investiu mais de 2,5 milhões de euros para integrar cinco portos nas novas vias de acesso marítimo. A UE prevê que entre 2008 e 2012 sejam retirados das suas estradas, cada vez mais congestionadas, o equivalente a 160 mil camiões de mercadorias. O financiamento europeu defi-nido para implementar as AEM é de mais de 300 milhões de euros para além das verbas decorrentes do Programa Marco Pólo, com 400 milhões de euros. A UE faz uma forte aposta nas AEM por considerá-las uma iniciativa que terá assinalável impacto na redução não apenas dos custos de transporte, como de CO2 lançado para a atmosfera, através da diminui-ção de veículos para transporte de mercadorias a circular nas rodovias europeias. A circulação de navios de carga implica menores constrangimentos aduaneiros, maior rapidez, com-petitividade económica e sustentabilidade ambiental.

As auto-estradas do mar, com rotas predefinidas e carrei-ras regulares de transporte de mercadorias importadas e exportadas por via marítima, combinadas com o transpor-te rodoviário e ferroviário, têm como finalidade reduzir o tempo de imobilização dos navios nos portos e os custos de transporte, pois facilitam os procedimentos administra-tivos necessários à circulação de carga no mar, reduzindo o mínimo ao capital circulante e integrando o transporte em toda a cadeia de valor, numa perspectiva de desenvolvimen-to sustentado. Em Portugal, o projecto PORTMOS preside à integração do sistema marítimo-portuário nas AEM. É de realçar que o PORTMOS conceptualizou, desenvolveu e tes-tou a info-estrutura de apoio não apenas das AEM, mas também constituiu uma “Janela Única Logística” para toda a cadeia de transporte, numa lógica de porta-a-porta.

No contexto da economia global e intracomunitária, a inte-gração de Portugal nas auto-estradas do mar europeias cons-titui uma opção nacional prioritária, uma vez que isto significa uma estratégia quanto à organização das cadeias de trans-porte no espaço europeu e à necessidade de alinhamento entre portos nacionais e europeus. E também constitui uma oportunidade de explorar novas rotas, pois estão previstos quatro corredores na UE: a auto-estrada do Mar Báltico, que liga os estados do Báltico com os da Europa Central e Orien-tal, incluindo a rota via Mar do Norte e o Canal do Báltico; a da Europa Ocidental, que liga Portugal a Espanha, através do Arco Atlântico até ao Mar do Norte e à Irlanda; a do sudeste da Europa, que liga o Mar Adriático até ao Mediterrâneo, incluindo Chipre; e a do Sudoeste da Europa, que liga o Sul da Península Itálica ao Sul da Península Ibérica.

Embora a mobilidade de bens e mercadorias intra-comuni-tário se faça por via terrestre, com destaque para a rodovia, o congestionamento dos corredores transeuropeus e a exis-tência de pontos de estrangulamento nos principais eixos

rodoviários, constituem cada vez mais um obstáculo à com-petitividade da Europa. É neste contexto que assumem par-ticular importância o desenvolvimento e a transformação do transporte marítimo, assegurando-lhe novas valências logísticas, nomeadamente promovendo a sua integração plena nas cadeias logísticas de transportes. Numa interven-ção, no âmbito Conferencia Ministerial sobre Auto-Estradas do Mar e Logística, Ana Paula Vitorino, Secretária de Estado dos Transportes, enfatizou que “os portos deverão deixar de ser pontos de rotura das cadeias logísticas, constituindo-se antes como elos facilitadores da cadeia global, incluindo a sua relação com o hinterland”.

Nesta medida, considera-se que as auto-estradas do mar deverão constituir-se como substitutos e prolongamentos das auto-estradas terrestres (o que é válido tanto para o transporte de passageiros como de mercadorias), não só para evitarem corredores saturados como para permitirem o acesso rápido a países separados por mar do resto da União Europeia. Para Portugal, as plataformas logísticas, o transporte marítimo a curta distância e as auto-estradas do mar constituem peças fundamentais do seu desenvolvi-mento e crescimento económico sustentados.

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Depois de terem sido assinados, em 2007, os protocolos en-tre todos os agentes económicos do Porto de Sines e a DGA (Direcção Geral das Alfândegas), e de terminadas todas as ac-ções de formação e fases de testes, a JUP está já em pleno funcionamento graças à estreita cooperação de todas as partes envolvidas, o que permitiu agilizar mais rapidamente o sistema.

JANELA SIMPLEXA Janela Única Portuária (JUP) está a mudar por completo a gestão portuária nos portos nacionais, como já acontece em Lisboa, Sines e Leixões. No Porto de Sines, este sistema inovador já “navega” em eficiente velocidade de cruzeiro.

cho aduaneiro. Ao contrário dos “3 a 4 dias” de procedimentos aduaneiros, em apenas uma ou duas horas é possível fazer o rastreio das mercadorias e um controlo efectivo da informação de suporte ao combate à fraude e evasão fiscal. Em 2007, nas Alfândegas, 87 por cento das declarações de exportação foram feitas por via electrónica.

Em Janeiro deste ano, o papel passou à história no porto, pois tanto as escalas de navios como os manifestos das cargas pas-saram a existir unicamente em suporte virtual. Seguidamente, este processo estendeu-se ao despacho de navios e, por fim, integrou tanto a Sanidade Marítima, como o Serviço de Estran-geiros e Fronteiras (SEF) e a Capitania do Porto de Sines.

A Janela Única Portuária (JUP) foi criada pelo Governo para permitir a centralização, numa plataforma tecnológica, da informação, da documentação e dos processos relativos às várias entidades públicas e agentes económicos (designa-damente, agentes de navegação, transitários, transportado-res terrestres, operadores logísticos, empresas gestoras dos parques logísticos e empresas aí sedeadas) que actuam nos portos marítimos. Deste modo, a JUP liga todos eles – num só sistema, numa lógica de “balcão único virtual” – que desmaterializa os processos administrativos e cria condições para a interoperabilidade dos sistemas de informação das várias autoridades a operar nos portos: portuária, marítima, aduaneira, de fronteira, de sanidade e veterinária.

Entre outras vantagens competitivas deste sistema é que ele evita atrasos no trânsito portuário de mercadorias e no despa-

Entre as aplicações deste processo de modernização e compe-titividade, o Porto de Sines, deu outro passo essencial: a inte-gração do Terminal XXI com a CP, que permite agora obter, em tempo real, a escala do navio e do comboio, através da aplicação SIMXXI. No que se refere aos contentores, a autoriza-ção de saída das mercadorias da caixa agilizou-se igualmente, permitindo que estas saiam rapidamente do perímetro do ter-minal em direcção ao seu destino. Na “janela” electrónica do porto está igualmente centralizada a entrada e saída de viaturas e pessoas, tanto a bordo como nos terminais.

Em termos de benefícios operacionais, a Janela Única Por-tuária reduz os custos administrativos directos dos agentes económicos que o utilizam, assim como os custos internos inerentes à recolha e tratamento manual de dados sobre todos os navios e mercadorias que passam pelos portos. O despacho de navios e mercadorias torna-se mais rápido, os tempos de espera mais reduzidos, assim como os tempos de ocupação e parqueamento, o planeamento da utilização e optimização dos recursos dos terminais torna-se mais efi-ciente. Feitas as contas, a JUP é uma garantia para que os portos portugueses consigam o melhor nível de eficiência e competitividade internacionais.

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Segundo dados do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM), a movimentação global de mercadorias no Porto de Setúbal foi a que mais cresceu em 2007 – mais 10 por cento face a 2006 –, seguindo-se Lisboa com um aumento de 8 por cento, atingindo 12 milhões de toneladas.

Leixões e Sines foram os “motores” do crescimento da actividade, com as melhores performances, em termos absolutos, o primeiro, e em termos relativos, o segundo. Lisboa também deu um forte contributo. Aveiro registou um “prejuízo” de 2 por cento na movimentação de mercadorias.

O movimento de contentores nos quatro principais portos nacionais cresceu 11 por cento no ano passado, acelerando ligeiramente a tendência verificada no exercício anterior, acrescenta o IPTM.

No que respeita ao movimento de navios, registou-se, em 2007, um aumento significativo do número de navios entrados no porto de Sines, menos acentuado no porto de Leixões e nos portos sob gestão do I. P. T. M, uma tendência inversa à verificada nos restantes portos que viram esse movimento reduzir-se. Neste domínio, Lisboa foi o porto com maior peso no ano em análise.

PORTOS PORTUGUESES NA ROTA DO COMÉRCIO INTERNACIONALLisboa, Sines, Setúbal, Leixões e Aveiro são os cinco grandes portos marítimos portugueses. Em 2007, movimentaram perto de 64 milhões de toneladas de carga, com Sines a pesar 41 por cento neste total. Sines é também, desde o início do ano, um dos dois portos portugueses já a funcionar como auto-estrada do mar.

MOVIMENTAÇÃO GLOBAL DE MERCADORIAS POR PORTOPORTO 2005 2006 2007 Var. 2006-2007

Tons Peso Tons Peso Tons Peso Tons %

APDL 13.330.903 22% 13.229.734 21% 14.047.037 22% 817.298 6

APA 3.328.816 5% 3.349.570 5% 3.272.005 5% -77.565 -2

APL 11.302.565 18% 11.069.925 18% 11.949.375 19% 879.451 8

APSS 6.642.136 11% 6.204.146 10% 6.833.985 11% 629.839 10

APS 24.929.311 41% 26.933.999 43% 26.299.079 41% -634.919 -2

IPTM 1.746.675 3% 1.902.132 3% 2.027.024 3% 124.892 7

TOTAL 61.280.406 100% 62.689.506 100% 64.428.505 100% 1.738.999 3

Fonte: Administrações Portuárias e IPTM,IP

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É líder nacional no movimento de navios (em número e em GT) e ocupa o 1º lugar no ranking de movimentação de carga contento-rizada e de granéis sólidos agro-alimentares. Estes dois tipos de mercadorias colocam o Porto de Lisboa a par dos principais portos ibéricos. A sua centralidade geo-estratégica confere-lhe um estatu-to de relevo nas cadeias logísticas do comércio internacional e nos principais circuitos de cruzeiros, e os seus resultados têm registado um forte crescimento nos últimos anos em todas as sua áreas de ac-tuação, que abrangem também o transporte fluvial, a náutica de recreio e a dinamização cultural e de entretenimento de toda a zona ribeirinha sob sua jurisdição.As actividades portuárias desen-volvem-se em ambas as margens do rio. Na margem Norte está con-

centrada a movimentação de car-ga contentorizada, Roll-on/Roll-off e a maioria da carga fraccionada. Na margem Sul estão localizados diversos terminais especializados nos granéis líquidos e sólidos.Até Julho passado, o Porto de Lisboa registou uma movimenta-ção de mercadorias superior a 8,2 milhões de toneladas o que re-presentou um crescimento de 2,1 por cento face a igual período de 2007. Este crescimento foi supor-tado por uma evolução favorável ao nível dos granéis e da carga contentorizada.

APLAdministração do Porto de Lisboa, SA.

Rua da Junqueira, 94 1349-026 Lisboa, PortugalTel.: +351 213 611 000 [email protected]

www.portodelisboa.com

Porto de Lisboa

Com um importante plano de in-vestimentos em curso, o Porto de Aveiro pretende ser um dos mais dinâmicos e competitivos portos da Faixa Atlântica da Península Ibérica no transporte de curta e média distância, com um amplo pólo de desenvolvimento logísti-co e industrial. No entanto, regis-tou uma quebra de 2 por cento na carga total movimentada em 2007, que se cifrou em perto de 3,3 milhões de toneladas. Para já é necessário investir na fluidez dos acessos marítimos, uma vez que as características da barra de acesso ao porto de Aveiro, no-meadamente a cota de profun-didade, a largura e as condições de navegabilidade induzidas pelas marés, com limitações ao porte máximo dos navios, reduzem o potencial de mercado para linhas regulares de tráfego contentoriza-

do ou Roll-on/Roll-off. Igualmente importante será a conclusão (pre-vista para o 4º trimestre de 2009) da construção do Ramal de Liga-ção Ferroviária ao Porto de Aveiro, que além de aumentar a atracti-vidade do porto, permitirá alargar o hinterland portuário à região de Castela e Leão. No final deste programa de investimentos, o porto de Aveiro terá um con-junto de cinco terminais de movimentação de mercado-rias tecnicamente adequados para movimentar todo o tipo de mercadorias.

APAAdministração do Porto de Aveiro, S.A.

Edifício 9 - Forte da Barra Apartado 91, 3834-908 Gafanha da Nazaré[email protected]

www.portodeaveiro.pt

Porto de Aveiro

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O Porto de Setúbal é constituído por diver-sos terminais, de duas naturezas distintas: terminais de serviço público (dois multiu-sos, o Roll-on Roll-off da Autoeuropa, o terminal portuário SAPEC e o terminal de Granéis Sólidos) e terminais de uso priva-tivo (terminal SECIL, da Uralada, da Praias do Sado, da Alstom Portugal, Terminal Tan-quisado/Eco-Oil, terminal Eurominas e ter-minal Teporset, em construção). É também em Setúbal, no estaleiro da Mitrena, que se encontram os Estaleiros Navais da Lisnave, para a reparação naval.A melhoria das acessibilidades marítimas

do porto e das ligações a Espanha, nomea-damente à Andaluzia e à Extremadura, com Madrid no horizonte, são os desafios que se colocam à Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, depois de um ano – 2007 – marcado pelo forte crescimento do tráfego de mercadorias em Setúbal.

APSSAdministração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, SA

Praça da República 2904-508 Setúbal Portugal Tel.: +351 265 542 000 [email protected]

www.portodesetubal.pt

O Porto de Leixões é a maior infra-estrutura portuária do Norte de Portugal e uma das mais importantes do país. Com 5 quiló-metros de cais, 55 hectares de terraplenos e 120 hectares de área molhada, Leixões dispõe de boas acessibilidades marítimas, rodoviárias e ferroviárias, representando cerca de 25 por cento do comércio exter-no português, com um movimento de 15 milhões de toneladas de mercadorias por ano. Em Leixões passam anualmente cerca de 3.000 navios, com todo o tipo de cargas, e ainda passageiros dos navios de cruzeiro. Principal missão da APDL: fazer do Porto

de Leixões uma referência para as cadeias logísticas da fachada atlântica da Península Ibérica. É, desde Janeiro último, auto-estra-da do mar para o Norte da Europa (Holanda e Inglaterra).

APDLAdministração dos Portos do Douro e Leixões, SA

Avenida da Liberdade Apartado 3004 4451-851 Leça da PalmeiraTel.: +351 229 990 700 [email protected]

www.portodeleixoes.pt

Porto de Setúbal

Porto de Leixões

É o principal porto na fachada ibero-atlânti-ca e líder nacional na quantidade de merca-dorias movimentadas, com condições para acolher todos os tipos de navios. Conside-rado um activo estratégico nacional é, por um lado, a principal porta de abastecimen-to energético do país (petróleo e derivados, carvão e gás natural) e, por outro, posicio-na-se como um importante porto de carga geral/contentorizada com elevado potencial de crescimento, pelo que se tornou uma referência ibérica, europeia e mundial. O porto e a sua Zona Industrial e Logística, com mais de 2.000 hectares, são já uma platafor-ma logística de âmbito internacional, com capacidade para receber os grandes ‘actores’ dos sectores marítimo-portuário, industrial

e logístico. No 1º semestre de 2008 o porto de Sines registou um aumento de 4,8 por cento no total de carga movimentada, atin-gindo 13,3 milhões de toneladas, números que reflectem o crescimento sustentado do Terminal XXI, que desde o início do ano re-cebe navios porta-contentores com mais de 8 mil TEU directamente do Extremo Oriente. Como auto-estrada do mar, a sua ligação é a Itália.

APSAdministração do Porto de Sines, SA

Apartado 16 7520-953 SinesTel.: +351 269 860 [email protected]

www.portodesines.pt

Porto de Sines

Page 24: 2008.09 Portugalglobal 05

Como é sabido Sines tem um ADN energético muito forte. A sua localização geográfica e as carasterísticas da sua morfologia e águas profundas conferem-lhe reconhecidos argumentos.

Toda a evolução da questão da energia tem vindo a reforçar a importância das infra-estruturas logísticas com pendor ener-gético. Com efeito, em particular nos anos recentes, o pilar da segurança do abastecimento, evidenciou a sua importância nas políticas energéticas, a par da articulação energia/ambien-te e da eficiência e competitividade dos respectivos sistemas.

Sines, pelo porto e respectivas infra-estruturas dos terminais de petróleo, carvão e gás natural, afirma-se como o coração do sistema energético nacional. Acresce a capacidade de armazenamento daquelas três formas de energia primária, que representam 85 por cento do consumo final de energia de Portugal, assim como a logística dos pipelines, gasodu-tos, rede eléctrica e sistema ferroviário.

De momento, é sabido que esta vocação estratégica está em pleno reforço com o aumento da tancagem de gás na-

tural, com o upgrade da refinaria, com a construção de no-vas unidades petroquímicas, de novas centrais eléctricas a gás natural e com a reserva de capacidade para uma nova central eléctrica para carvão “limpo”.

Enfim, indiscutivelmente a rotunda energética do país! E no contexto da Península Ibérica e, mesmo da Europa, Sines tem claramente a oportunidade histórica de se afirmar.

Não é acomodável no espaço deste artigo desenvolver exaustivamente todo este potêncial. Ficam algumas notas.

É reconhecida em Espanha a importância e o potencial de Sines para o reforço da logística de abastecimento, em particular do centro/sul daquele país, sobretudo no gás natural e também no petróleo e derivados. Quanto à electricidade, a linha Sines – Bal-boa e a interligação que entrará em operação a Sul, por volta de 2012, são peças essenciais da interligação do ‘puzzle’ eléctrico Ibérico. No petróleo e refinados, muito dependerá do novo per-fil da refinaria de Sines e do seu parque de armazenamento e da anunciada construção da nova refinaria na zona de Badajoz.

SINES: PÉROLA DA LOGÍSTICA ENERGÉTICA>POR NUNO RIBEIRO DA SILVA, PRESIDENTE DA ENDESA PORTUGAL

DESTAQUE - OPINIÃO

// Setembro 08 // Portugalglobal22

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Uma rede de pipelines, para crude e refinados a partir de Sines para o hinterland espanhol, afirmará, desde logo, Si-nes como o porto petrolífero de base para a nova refinaria da Extremadura espanhola. Só por si, tal poderá duplicar a operação de Sines associada ao petróleo.

Por outro lado, a reconfiguração da refinaria da GALP pode levar à diminuição da operação com refinados para o mer-cado nacional, dado que aproximará o output em gasóleos e gasolinas à procura interna, reduzindo a reexportação de gasolinas e a importação directa de gasóleos.

Mas, ainda no domínio dos petróleos, a crescente volati-lidade dos preços, quer do crude quer dos derivados, e o

reforçado valor atribuido à segurança do abastecimento, relançam o porto e o armazenamento como activos de renovado valor, em operações de espera e transhipment. Afinal, trata-se de revisitar ideias dos anos 70, embora em novo contexto…

Permitam-me conferir uma ênfase muito especial ao gás natural. Sines pode ser o hub ibérico e uma peça estraté-gica na frágil logística europeia de abastecimento e arma-zenamento de gás natural. Os recentes acontecimentos no Cáucaso reconfirmam a vulnerabilidade do abastecimento russo à Europa Ocidental. Urge, pois, reforçar as alternativas à entrada de gás, na rede europeia, proveniente de fontes alternativas, pelo ocidente europeu.

Para lá da Península, ainda será necessário reforçar ligações por tubo e rede eléctrica, entre Espanha e França: um ro-mance interminável, mas que vai andando…Mas, sobretu-do para a Península, o terminal de Sines dispõe das melho-res condições para abastecimento e armazenagem de gás, entre os seis terminais ibéricos.

Construir um gasoduto para Sul, que abasteça o Algarve, fechando o anel nacional e ligando ao terminal de Huelva, a par de outro que ligue a Extremadura espanhola e Madrid, são infra-estruturas que estão na agenda e reforçam as ób-vias vantagens funcionais e estratégicas de Sines.

Articulado com o armazenamento nas estruturas geológi-cas salinas de Pombal, que reunem condições inéditas para a constituição das reservas estratégicas obrigatórias – que Espanha não cumpre – podemos reforçar a logística e con-dições económicas do nosso aprovisionamento e contribuir para a melhoria do sistema Ibérico e Europeu.

Enfim, o que é necessário é ter consciência que estamos a viver um momento histórico – sem abusar da palavra histó-rico! – na redefinição das opções energéticas e na logística que lhe está associada, com redrobrada ênfase na segurança do abastecimento obrigando à redundância de infra-estru-turas de operação e reforço dos stocks de segurança.

Estas ênfases são assumidas pela União Europeia – cofinan-ciando infra-estruturas com vocação energética – e pelos governos Ibéricos. Julgo que, com base na consciência clara dos argumentos de Sines, há que promover uma estraté-gia concertada de promoção desse potencial e promovê-lo junto das entidades oficiais e das empresas internacionais e nacionais ligadas ao sector.

Endesa PortugalQuinta da Fonte, Ed. D. Manuel I, Piso 0, Ala B2770-203 Paço de ArcosTelef: 351 211 102 [email protected]

www.endesaportugal.pt

DESTAQUE - OPINIÃO

Portugalglobal // Setembro 08 // 23

Page 26: 2008.09 Portugalglobal 05

A crise financeira internacional que atingiu fortemente os países desen-volvidos, clientes de Portugal, e a forte valorização do euro face ao dólar pro-vocaram uma desaceleração da pro-cura externa dirigida à economia por-tuguesa, afectando a competitividade das nossas exportações não só nos mercados extracomunitários – como os EUA –, mas também a nível intraco-munitário, onde a procura é maior para produtos concorrentes provenientes de países terceiros, vendidos em dólares.

Depois de um excelente desempenho em 2006, quando a procura externa por bens e serviços nacionais cresceu 9,1 por cento, regista-se um abranda-mento do crescimento das exportações desde finais da primeira metade de 2007, ano em que – quando compara-do com período homólogo – esse cres-cimento foi de 5,5 por cento. O Banco de Portugal prevê que as exportações portuguesas cresçam 4,4 por cento este ano e 4,0 por cento em 2009, en-quanto as últimas previsões da OCDE apontam para uma taxa de crescimen-to real do comércio externo deste con-junto de países de 5,6 por cento.

Embora longe dos ritmos registados no início de 2007, o crescimento das ex-portações continua a ser positivo e com importantes contributos para o PIB. Na evolução das exportações a longo prazo e no contexto dos desempenhos recentes

O crescimento das exportações portuguesas regista um abrandamento, devido sobretudo à crise que afecta os nossos principais clientes, nomeadamente Espanha, mas a recente evolução das nossas vendas ao exterior revela sinais de uma capacidade de resposta que não se verificava há poucos anos atrás. Actualmente, exportamos produtos com maior incorporação tecnológica, o número de empresas exportadoras aumentou e vendemos para mais mercados, sendo crescente a importância dos países extracomunitários neste domínio.

EXPORTAÇÕESCRESCIMENTO ABRANDA MAS CONTINUA POSITIVO

da economia e do comércio mundiais, o cenário apresenta sinais positivos.

Tomando 2006 como referência para comparação, verifica-se que nesse ano as exportações portuguesas de bens e serviços cresceram 13,2 por cento em termos nominais (12,3 por cento na componente de bens) e 8,7 por cento em volume. Em 2007, esse crescimento foi de 10,4 por cento em termos nomi-nais (8,5 por cento na componente de bens) e 7,5 por cento em volume. Tra-ta-se, ainda assim, da segunda melhor taxa de crescimento observada desde 2001, facto que assume maior relevân-cia quando se compara com as taxas de crescimento do comércio de mercado-

rias a nível mundial registadas nos dois últimos anos (8,5 por cento em 2006 e 5,5 por cento no ano passado, em ter-mos reais). É ainda de sublinhar que, em 2007, Portugal aumentou em cerca de dois por cento a sua quota de mercado nas exportações mundiais, após anos consecutivos de quebras até 2005 e uma variação, em 2006, que não tendo sido negativa, foi praticamente nula.

Diversificação ainda insuficienteEmbora as nossas exportações de ser-viços apresentem também uma ten-dência de abrandamento em 2008 (taxa de variação homóloga de 9,0

COMÉRCIO

// Setembro 08 // Portugalglobal24

TAXAS DE VARIAÇÃO HOMÓLOGAS DAS EXPORTAÇÕES

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatísticas

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por cento no primeiro semestre), é a vertente de bens que, por representar cerca de 76,6 das exportações totais (bens e serviços), se destaca em termos de contributo para a evolução global das nossas vendas ao exterior.

Dados recentes do INE relativos à com-ponente de bens para 2008 (Janeiro a Junho), dão conta de um crescimento de 13,8 por cento das exportações extraco-munitárias, fruto do esforço de diversifi-cação de mercados feito por muitas em-presas, destacando-se neste contexto o mercado angolano que é, actualmente, o nosso primeiro cliente extracomunitá-rio e quinto a nível global, por troca com os EUA. De referir que, neste período, os Países Terceiros valeram 74,5 por cento do aumento total das nossas exporta-ções (4,1 por cento).

Analistas consideram, porém, que o crescimento verificado a nível dos extra-comunitários é insuficiente para com-pensar a quebra verificada no cresci-mento das nossas exportações para os

países comunitários, onde se destacam a Espanha – que absorve cerca de um terço das nossas vendas ao exterior –, a Alemanha, a França e o Reino Unido. No conjunto, as exportações portuguesas para os países da UE-27, destino de 75,7 por cento das exportações totais, cresce-ram 1,0 por cento no período de Janeiro a Junho deste ano, segundo o INE. Para o período Janeiro a Julho prevê-se algu-ma recuperação, com um crescimento global das exportações de mercadorias de 4,8 por cento (1,9 por cento e 14,8 por cento nas componentes intra e ex-tracomunitárias, respectivamente).

Apesar de Espanha continuar a contri-buir positivamente para o crescimento das nossas exportações (2,7 por cento no período em referência), o abranda-mento económico registado naquele país começa a ter reflexos na procura pelos bens e serviços portugueses. A crise que atingiu outras economias im-portantes como a Alemanha, França e Reino Unido está também a afectar o comércio externo português.

Numa observação por mercados, os EUA, Japão, França, Reino Unido e Ma-lásia, responsáveis, em conjunto, por uma contribuição negativa de 57,8 por cento para o crescimento global das ex-portações de bens no primeiro semes-tre deste ano, têm sido aqueles para onde as vendas têm observado maiores abrandamentos, sendo, no entanto, compensados pelos contributos positi-vos de outros mercados, dos quais se destacam Espanha, Angola, Singapura e Irlanda (66,6 por cento do crescimen-to total no mesmo período).

Por produtos, em 2007, e no que res-peita aos principais grupos de bens exportados, apenas os combustíveis registaram uma taxa de variação ne-gativa, enquanto, por exemplo, as ex-portações de máquinas e aparelhos e veículos automóveis cresceram a taxas nominais de 19,8 por cento e 12,7 por cento, respectivamente. De salientar, ainda, os crescimentos positivos das exportações de produtos tradicionais que em 2006 haviam observado taxas de variação negativas, como foram os casos do vestuário e do calçado.

Do lado das importações de bens, ob-servou-se um crescimento nominal de 10,7 por cento em 2008 (Janeiro a Ju-nho), contra 7,4 por cento em 2007. Para este aumento das compras ao ex-terior está a contribuir principalmente a rubrica de combustíveis minerais, res-ponsável por cerca de 56,1 por cento do aumento registado nos seis primei-ros meses deste ano.

Importante contributo para o PIBOutro aspecto que merece destaque é o crescente peso das exportações de bens e serviços no PIB, componente que con-tinua a revelar a sua importância no de-senvolvimento da nossa economia.

Em 2007, as vendas ao exterior atingi-ram o peso de 36,7 por cento no Pro-duto, em volume, o registo mais ele-vado desde, pelo menos, 1995, e con-tribuíram em 135,9 por cento para o crescimento real da riqueza do país. Por outro lado, e ainda ao longo da última década, apenas em 1999 e 2001 o PIB cresceu acima das exportações de bens

COMÉRCIO

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20 PRINCIPAIS MERCADOS CLIENTES DAS EXPORTAÇÕES PORTUGUESAS DE BENS

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatísticas

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COMÉRCIO

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e serviços. Outro aspecto a salientar é o contínuo aumento do grau de aber-tura da nossa economia, que no ano passado atingiu 41,3 por cento (29,8 por cento em 1995), medido a preços constantes, mais por via do aumento das exportações que pela diminuição das importações.

Em 2008 (1º semestre), o peso das exportações de bens e serviços no PIB aumentou para 37,4 por cento, com esta componente a representar 122,5 por cento do crescimento económico nacional neste período.

A evolução recente do comércio exter-no português permite observar uma mudança na estrutura das exportações. Verifica-se, em primeiro lugar, que o peso dos produtos de média intensidade tecnológica tem aumentado sustentada-mente, ao mesmo tempo que exporta-mos cada vez mais bens do nível de alta intensidade tecnológica, ainda que esse aumento seja gradual. Igualmente, a su-bida do nível das trocas intra-indústria, em particular nos sectores da maquina-ria e material de transporte, revela um padrão de especialização de país desen-volvido, registando-se um aumento dos fluxos de produtos de maior incorpora-ção tecnológica, com maior incidência de economias de escala e diferenciação de produtos, em detrimento dum pa-drão de especialização baseado essen-cialmente em vantagens comparativas e produtos tradicionais.

Por outro lado, há um aumento crescen-te do número de empresas exportadoras (23,5 mil em 2006 contra 16,7 mil em 2000), a par da subida do valor médio de exportação por empresa, o que acontece principalmente a partir de 2003, sendo também de salientar a maior diversifica-ção dos mercados de destino das vendas portuguesas ao exterior, com a crescente importância dos países extracomunitários (23,2 por cento em 2007 contra 15,8 por cento em 1999).

De salientar ainda o facto de, em 2007, se ter registado pela primeira vez um saldo positivo da balança de serviços tecnológica, que se mantém em 2008, o que denota uma evolução sustentada deste indicador.

20 PRINCIPAIS MERCADOS CLIENTES DAS EXPORTAÇÕES PORTUGUESAS DE BENS

CRESCIMENTO DAS EXPORTAÇÕES 2008 (JANEIRO A MAIO) (%)

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatísticas

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatísticas

CRESCIMENTO DAS EXPORTAÇÕES 2008 (JANEIRO A MAIO) (%)

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatísticas

EXP TOTALBENSSERV.

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EMPRESAS

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A ISA – Intelligent Sensing Anywhere foi a pioneira mundial na introdução de sistemas de telemetria nos tanques de GPL e assegura a posição de líder in-contestada nesse mercado. Em 2007, a empresa registou um aumento de 100 por cento no seu volume de negócios. Foram 3,8 milhões de euros, dos quais 87 por cento se referem a exportações. Sobretudo desde 2003, a empresa con-seguiu um crescimento contínuo, a um ritmo médio anual de 63 por cento e aponta, segundo as suas previsões, para uma facturação de 12 milhões de euros em 2012. A empresa sediada em Coim-bra, fundada em 1990 por cinco jovens engenheiros da Universidade de Coim-bra, colhe agora os frutos de 18 anos de investigação, desenvolvendo e lan-

çando a nível mundial produtos tecno- lógicos reconhecidamente inovadores e de grande valor acrescentado.

Para além de pioneira no uso da tele-metria aplicada a diversas áreas, a ISA surpreendeu pelo carácter inovador do iLogger, um sistema de gestão autóno-mo e multifacetado, que possibilita data logging, leitura automática de contado-res e emissão de alarmes. Este produto, transformou o mercado de abastecimen-to de GPL numa ciência logística exacta, o que permite às operadoras poupar mi-lhões de euros anualmente em viagens de reabastecimento desnecessárias. Pelas características inovadoras e fiabili-dade dos produtos apresentados, a ISA alcançou uma quota superior a 50 por

cento no mercado mundial da teleme-tria. A aplicação deste conceito à tele-contagem multi-utility para o gás, água e electricidade e a introdução de uma rede doméstica de eficiência energética para traçar o perfil de consumo de cada lar tornaram-se agora uma das grandes apostas da ISA.

Em face da velocidade meteórica da evolução tecnológica e da criação de novos produtos nos mercados, a ISA adoptou uma estratégia com o mote “a step ahead” que tem sido um factor de sucesso da empresa. A ISA compete com gigantes tecnológicos, apresen-tando preços mais competitivos e uma maior rapidez na colocação de novos produtos no mercado. Segundo um

ISANO TOPO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICANa área da telemetria do GPL (Gás Petrolífero Liquefeito), a ISA dá cartas a nível mundial. A empresa exporta soluções de registo de níveis de enchimento e de comunicação remota de informação, fazendo de Portugal um grande exportador desta tecnologia. As maiores empresas multinacionais petrolíferas ou distribuidoras de gás líquido estão entre os seus clientes mais importantes.

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EMPRESAS

Portugalglobal // Setembro 08 // 29

As soluções de telemetria da ISA permitem às companhias de GPL conhecer globalmente o estado de abastecimento de toda a sua rede de depósitos, através de uma plata-forma robusta de armazenamento, tratamento e exposição de dados dos cinco continentes. Cada cliente pode, assim, mediante um acesso seguro ao portal +Gás, consultar num mapa o panorama geral ou pormenorizado de todas as suas instalações de gás, observar e registar tendências, de-tectar anomalias, desenvolver planos optimizados de reabastecimento dos diferentes locais. Os grandes produ-tos da empresa são:

autónoma de transmissão da informa-ção através de uma rede em malha.

iMeter – Sistema automático de telecontagem multi-utility que per-mite a consumidores e empresas a optimização dos seus consumos de electricidade, de água e de gás.

iPlugMeter – Sensor e actuador da rede iMeter junto de cada tomada. Traça o perfil completo de consu-mo eléctrico de um aparelho vinte e quatro horas por dia.

Netmeter – Dispositivo versátil de monitorização de contadores. Se o contador dispuser de uma saída eléc-trica de impulsos, o NetMeter proce-de à contagem dos impulsos de saída e entra numa rede de comunicação em malha à qual comunica os resul-tados das contagens.

responsável da empresa, “quando os nossos competidores chegam ao mer-cado, a ISA já se prepara para lançar novos produtos que manteve secretos até à altura do seu lançamento”.

A Shell Gás, a BP Gás, a Butagaz, a SHVGás/Primagaz, a Repsol e a Galp es-tão entre os grandes clientes para quais a empresa instalou as maiores redes de telemetria existentes em exploração nesta área. São já cerca de 35.000 os equipamentos ISA em funcionamento na Europa com o mercado francês em grande destaque, logo seguido do es-panhol. Embora o mercado de GPL seja a grande fonte de rendimentos, a em-presa aposta também na exportação de produtos e serviços nas áreas das solu-ções de comunicação com o consumi-dor, serviços de saúde e soluções médi-cas, soluções de gestão remota para o ambiente, telecontagem multi-utility e eficiência energética. Entretanto, uma rede domótica, especialmente voltada para a eficiência energética e para a informação aos consumidores do me-nor consumo possível de recursos, será considerada no curto prazo, sendo, na convicção dos seus responsáveis, o maior factor de sucesso da empresa.

A capacidade inovadora da ISA já lhe valeu inúmeros prémios de grande pres-tígio internacional, tendo-lhe sido atri-buído desde 2005 o título de PME Ino-vadora pela COTEC Portugal. Durante o “Meeting Europe 2006”, em Cope-nhaga, a ISA foi reconhecida interna-cionalmente na categoria de Inovação, com a atribuição do prémio “European Utilities Award” para a sua solução de telecontagem sem fios baseada em re-des em malha. Depois de em 2006, ter sido galardoada com o Prémio de Inter-nacionalização/Empresas de Tecnologia de Informação e Electrónica, no último mês de Junho recebeu uma menção honrosa entregue pelo Presidente da República, no âmbito do Prémio Pro-duto Inovação COTEC-Unicer pela sua solução de telecontagem iMeter.

Actualmente, a empresa conta com cerca de 80 colaboradores altamente especializados, maioritariamente licen-ciados, mas também com mestres e doutorados em áreas tecnológicas de relevo para a actividade da empresa.

ISA PortugalRua Carlos Seixas, 93030-177 CoimbraTel.: 351 239 791 090Fax: 351 239 791 [email protected]

www.isa.pt

As soluções ISA

iLogger – Sistema de gestão remota autónomo e multifacetado (alimen-tado por bateria e com comunicação GSM/GPRS) que possibilita data log-ging, leitura automática de contado-res e emissão de alarmes.

iCenter - Plataforma de software de telemetria de tanques e teleconta-gem de contadores. Trata-se de uma plataforma web, acessível a partir de qualquer browser, em qualquer lu-gar do mundo.

iEyeMeter – Sistema que permite trans-formar um velho contador analógico num contador digital, com capacidade

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EMPRESAS

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Trabalhar a madeira é com a Vicaima. O seu core business são portas, aros e rou-peiros. Mas são as portas a ocupar gran-de parte da produção, para todos os gos-tos e nos mais diversos estilos. São elas o grande cartão de visita da empresa e 80 por cento destinam-se à exportação. Os mercados no topo das vendas são Por-tugal, Espanha, Inglaterra e Irlanda. Uma das estrelas é a linha Performance, onde se distingue o Portaro, cuja produção, nos últimos três anos, cresceu a um ritmo anual de 20 por cento. Já representa 35 por cento da produção total da empresa e é exportada, quase integralmente, para mais de dez países. Para o Reino Unido, por exemplo, 70 por cento do total ex-portado são portas corta-fogo.

A aposta no corrente ano é a linha Haute Couture que integra a colecção Black & White. Para a empresa o target desta co-lecção “são pessoas que gostam de estar na moda, que apreciam alta-costura e que nas suas casas ou nos espaços onde traba-lham, apostam em decorações dinâmicas

e muito criativas”. Composta por dez mo-delos, a preto e branco, já garantiu vendas dignas de registo em Portugal, Espanha, Dubai, México, Inglaterra e França.

Para o sucesso nos mercados externos é determinante o upgrade constante às ga-mas existentes e o lançamento regular de novas colecções. Segundo Arlindo Costa Leite, CEO da Vicaima, “as portas não são um produto estático; a aposta muito forte que fazemos na inovação tem o objectivo de marcar a evolução da porta de simples commodity para uma peça de decoração e até elemento de arte”, e acrescenta, enumerando os três princípios chave da Vicaima: “pretendemos sempre melhorar o produto mantendo a simplicidade das soluções, procurando sempre um eixo di-ferenciador e fugindo ao óbvio”.

É por isso que a estratégia de interna-cionalização reflecte a capacidade de flexibilizar e disponibilizar produtos que se adaptem às tendências dos diferentes mercados. E, se por um lado, a estraté-

VicaimaAS PORTAS DO SUCESSO

Fabricar portas corta-fogo de grande qualidade e dar uma função decorativa às portas fabricadas projectou a Vicaima para um lugar cimeiro no mercado europeu. No domínio das portas interiores a empresa é mesmo um dos maiores ‘players’ mundiais.

Vicaima – Indústrias de Madeiras e Derivados, SAApartado 93730 953 Vale de CambraTel.: 351 256 426 300Fax: 351 256 426 [email protected]

www.vicaima.com

gia de abordagem a cada mercado passa sempre pela qualidade dos produtos, fac-tores como o design e o preço competi-tivo têm um peso igualmente importante em todas as soluções da marca Vicaima.

A empresa assume uma política de res-ponsabilidade ambiental – “é nossa pre-ocupação contribuirmos para um mundo sustentável”, diz o mesmo responsável –, e canaliza esforços no sentido de reduzir o nível do consumo de recursos naturais e emissões gasosas ou alcançar maior efici-ência energética. A Vicaima conta actual-mente com 720 trabalhadores.

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MARROCOSUm mercado em plena ebulição>POR EDUARDO HENRIQUES, DIRECTOR DO CENTRO DE NEGÓCIOS DO MAGREBE

Nos últimos anos, Marrocos tornou-se num pólo de estabilidade no contexto do Magrebe, ocupando o primeiro lugar em termos de atractividade para o investimento estrangeiro no lado sul da bacia do Mediterrâneo. Também a definição, pelas autoridades marroquinas, de um conjunto de sectores prioritários estratégicos para o desenvolvimento do país, está a mudar a um ritmo impressionante a face económica de Marrocos.

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MERCADO

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Os vastos programas de construção de infra-estruturas que vêm sendo realiza-dos, deverão conhecer um novo impul-so com o recente lançamento de mais um plano a desenvolver entre 2008 e 2012, que prevê a realização de projec-tos num valor superior a 10 mil milhões de euros (incluindo auto-estradas, ro-cade mediterranéenne, estradas rurais, manutenção de estradas, TGV, gares e rede ferroviária, porto de Tanger-Med II, aeroportos, etc.).

No turismo, que fixa através do Plan Azur uma série de objectivos estratégi-cos (10 milhões de turistas, 170 mil ca-mas e 7 mil milhões de euros de receitas para 2010), o mercado vem conhecen-do um autêntico boom de construção e desenvolvimento de projectos turísticos um pouco por todo o território.

Na indústria automóvel, a atracção para Marrocos do projecto da Renault-Nissan, já lançado em Tânger, catapul-tará o país para a ribalta mundial da produção automóvel, em especial no nicho particularmente promissor dos automóveis de baixo custo. Com uma produção prevista de 400 mil unida-des/ano para a nova unidade de Tân-ger, em 2012, e o reforço para cerca de 100 mil unidades/ano da unidade que o construtor franco-nipónico já possui em Casablanca, Marrocos transformar-se-á num pólo especialmente atractivo para toda a fileira.

Na sequência da apresentação do pro-grama “Emergence” (2005), são já evi-

Tanger Med: Uma plataforma logistica para o Mediterrâneo

O novo complexo portuário de Tân-ger està em funcionamento desde 2007, sendo hoje um dos maiores do Mediterrâneo. Com a progres-são dos investimentos na zona de Tânger (em especial na zona fran-ca), com particular destaque para o grande projecto da Renault-Nissan, está já previsto uma expansão da infra-estrutura existente tendo por objectivo atingir 8 milhões de con-tentores, 1,7 milhões de passageiros e 700 mil camiões por ano.

dentes alguns resultados da aposta na atracção de investimento estrangeiro em sectores tão diversos como o off-shoring (estando em curso o desenvol-vimento de vários parques tecnológicos ao longo do país, que atraem grandes investidores internacionais), a electróni-ca, a aeronáutica e o agro-alimentar.

Na energia, em face da enorme de-pendência do petróleo, o país está a lançar um ambicioso plano de expan-são das energias alternativas, com es-pecial incidência na eólica, mas que também passa pelo reforço das redes de transporte e distribuição de ener-

gia (estando previstos investimentos superiores a 600 milhões de euros até 2010 nesta área).

Para além destes sectores, o desenvol-vimento de Marrocos abre inúmeras oportunidades em outras àreas de ac-tividade como a agro-índustria, pesca, metalurgia e metalomecânica, imobiliá- rio, protecção ambiental e outras.

Em face deste contexto, Marrocos ofe-rece condições únicas para a interna-cionalização das empresas portugue-sas. Com a enorme vantagem de estar tão perto de Portugal!

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MERCADO

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Os marroquinos apreciam um interlocu-tor simpático, confiante e assertivo, que passe uma mensagem positiva e clara. Apesar de em Marrocos a língua dos ne-gócios ser o francês, é importante notar que esta não é a língua materna, pelo que é fundamental que a mensagem seja bem transmitida. Também se po-dem encontrar interlocutores que falam espanhol (sobretudo no Norte do país) ou inglês (entre os homens de negócios mais viajados ou na alta administração pública e empresas públicas).

As reuniões devem ser marcadas com alguma antecedência e confirmadas um ou dois dias antes. Apesar de ser possível marcar reuniões em Julho e Agosto, assim como durante o mês do Ramadão, é preciso ter em atenção que durante esses períodos os horários de trabalho são mais curtos.

Muitos marroquinos tiveram a sua for-mação em França, pelo que mantêm algumas das características francesas, como seja o tratamento formal (Mon-sieur, Madame, vous) ou a importância da aparência, sendo aconselhável ves-tir-se bem, de fato e gravata.

A concretização de negócios depende em grande medida das relações pessoais,

pelo que é importante estabelecer uma relação com os seus interlocutores, pro-movendo convívios, convites para visitar a empresa em Portugal ou oferecendo-lhes lembranças de cortesia. Uma boa forma de fortalecer as relações pessoais é mos-trar interesse pela cultura local ou encon-trar interesses ou passatempos comuns.

Antes de avançar com qualquer negócio é essencial recolher o máximo de informa-ção sobre o seu interlocutor, certificando-se da sua solvência financeira, idoneidade e credibilidade, devendo-se também ter em atenção a sua respectiva rede de con-tactos e os seus parceiros locais.

A conclusão de um negócio necessita, geralmente, de um ampliado período de negociação, com várias reuniões e en-contros, pelo que se deve ter paciência e muita persistência até à sua conclusão. Exímios negociadores, os marroquinos necessitam de, durante o processo ne-gocial, sentir boa vontade da parte do interlocutor e, no final, de ficarem com a impressão de um ganho palpável.

Quando lidar com a administração públi-ca ou com empresas/serviços a ela ligados (cujo peso em Marrocos é ainda muito elevado) prepare-se para algumas infor-mações contraditórias, interpretações

legais divergentes, tempos de resposta longos e uma burocracia significativa.

Em quase todos os sectores de activida-de é conveniente contar com um par-ceiro local capaz de desbloquear proble-mas e para servir de interlocutor junto das autoridades locais, podendo ser um enorme facilitador dos negocios.

Apesar de minimamente qualificada e barata, a mão-de-obra marroquina tem sérios problemas de produtivida-de, particularmente durante os meses de Verão e no Ramadão. Ao nível de quadros locais, a qualidade varia mui-to, tendo geralmente melhor qualidade os provenientes de áreas científicas.

Apesar dos marroquinos não serem ri-gorosos com a pontualidade, há inter-locutores que podem sentir-se ofendi-dos com o atraso, sendo aconselhável chegar a horas.

COMO FAZER NEGÓCIOS EM MARROCOS

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MERCADO

Portugalglobal // Setembro 08 // 35

Em termos globais, Marrocos é ainda um parceiro comercial pouco impor-tante para Portugal. Em 2007 ocu-pou a 21ª posição como cliente e a 47ª como fornecedor. Como cliente, no entanto, e tendo em consideração apenas os países extra-comunitários, a sua posição é particularmente relevan-te, assumindo o 9º lugar.

De acordo com os números do INE, as exportações portuguesas para Marrocos têm vindo a crescer continuadamen-te desde 2005, tendo alcançado, em 2007, 199,2 milhões de euros, mais 22 por cento que no ano anterior e mais 51 por cento que em 2005, o que ates-ta o forte interesse das empresas portu-

guesas por este mercado. As máquinas e aparelhos ocupam o primeiro lugar (cerca de 25 por cento), seguindo-se as matérias têxteis (quase 14 por cento) e os metais comuns (12 por cento).

Relativamente às importações de Mar-rocos, em 2007 observou-se uma subi-da de 18 por cento em relação ao ano anterior, tendo-se alcançado os 85,5 milhões de euros.

É importante sublinhar que os números referentes ao comércio bilateral compila-dos pelo lado marroquino apontam para valores ainda mais elevados, com cerca de 273,4 milhões de euros a correspon-derem a bens comprados a Portugal e

183 milhões de euros a bens marroqui-nos exportados para o nosso país.

No que toca à presença de empresas portuguesas no mercado, depois de ter sido o primeiro investidor em Marrocos no inicio da década, naturalmente de-vido ao enorme investimento realizado pela PT na compra de uma participação no operador Meditel, Portugal tem vin-do a perder posições. Apesar do número de empresas instaladas estar em cresci-mento, rondando hoje as 110, os valores investidos são relativamente pequenos, sobretudo por se tratarem de PME.

De acordo com o Office des Changes de Marrocos, os investimentos directos

TROCAS COMERCIAIS FAVORÁVEIS A PORTUGALO interesse manifestado por muitas empresas portuguesas pela economia marroquina permite antever um reforço dos laços comerciais. Nos últimos anos, o relacionamento bilateral não apresenta oscilações significativas.

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MERCADO

// Setembro 08 // Portugalglobal36

Pontos fortes Pontos fracos

• Simpatia em relação a Portugal;• Proximidade geográfica;• Flexibilidade e adaptabilidade das em-

presas portuguesas.

• Desconhecimento da oferta portu-guesa/falta de imagem;

• Não associação de Portugal à inovação tecnológica ou tradição industrial;

• Escasso acompanhamento/apoio dos clientes por parte dos fornecedores portugueses.

Oportunidades Ameaças

• Forte crescimento económico e lança-mento de vastos programas de obras públicas e privadas;

• Significativos investimentos estrangeiros em curso ou em vias de concretização;

• Existência de mecanismos de crédito preferenciais (linha de crédito de 200 milhões de euros que deverá ser bre-vemente duplicada).

• Concorrência movida por todos os países que já têm presença significati-va no mercado (em especial europeus e do Golfo Pérsico);

• Sensibilidade particular aos factores preço e condições de pagamento.

ANÁLISE SWOT DO MERCADO

portugueses terão sido próximos de 5 milhões de euros em 2007, número equivalente ao observado no ano ante-rior, sendo que Portugal desceu ao 22º lugar como país investidor. Em sentido oposto, o desinvestimento português em Marrocos terá rondado os 2,5 mi-lhões de euros no mesmo ano.

Assim sendo, Marrocos caiu, segundo o Banco de Portugal, para 20º lugar como destino de investimento directo português no estrangeiro, depois de ter ocupado o 7º em 2002.

Nos primeiros meses do ano corrente foram anunciados dois grandes casos de desinvestimento de empresas por-tuguesas (Grupo José de Mello Adubos e Sunviauto), perspectivando-se, no entanto, para breve investimentos que poderão compensar estas perdas relati-vas, de que se destacam a construção de uma nova cimenteira pela Cimpor e de uma fábrica da Frulact.

Apesar de alguma evidente desacelera-ção dos montantes investidos por algu-mas empresas portuguesas em Marro-cos, é de sublinhar o crescente interesse de outras por sectores em pleno desen-volvimento, como sejam o turismo, o imobiliário, as energias renováveis ou a indústria automóvel.

Uma área que mantém uma importan-te presença nacional é a da construção e obras públicas, sendo que, e de acor-do com um inquérito efectuado este ano pelo Centro de Negócios da AICEP em Rabat, mais de 600 milhões de eu-ros em obras foram adjudicados entre 2007 e meados de 2008 a empresas portuguesas presentes no mercado.

Os fortes investimentos previstos para os próximos anos, protagonizados pelo Es-tado marroquino ou pelo sector privado e grandes empresas multinacionais (em áreas como a construção de estradas,

EVOLUÇÃO DA BALANÇA COMERCIAL BILATERAL(103 EUR) 2003 2004 2005 2006 2007 Evol.a %

Exportações 129.226 143.925 131.103 164.020 199.208 12,3

Importações 59.943 57.196 56.427 72.367 85.506 10,1

Saldo 69.284 86.729 74.676 91.653 113.702 --

CoeficienteCobert. (%)

215,6 251,6 232,3 226,7 233,0 --

Fonte: INE Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2003-2007 Valores declarados (últimas versões)

longo da década. Entre 2003 e 2007, o crescimento médio anual do PIB foi de 4,4 por cento, abaixo do limite considerado pelas autoridades como necessário para reduzir significativa-mente a pobreza e o desemprego. No entanto, a média dos últimos anos esconde uma performance irregular, com as taxas a oscilarem entre 1,9 por cento (2005), 7,8 por cento (2006) e 2,2 por cento (2007).

Para 2008, as previsões oficiais apon-tam para uma taxa de crescimento na ordem dos 6 por cento, dependendo da evolução do sector agrícola (apa-rentemente as colheitas serão maiores este ano do que em 2007), cuja va-riação foi aliás responsável pelo fraco desempenho económico do último ano (menos 19,4 por cento). É impor-tante frisar, no entanto, que a activi-dade económica não agrícola do país tem dado sinais extremamente posi-tivos, com uma taxa de crescimento acima dos 5 por cento em 2007.

Apesar do aumento do défice comer-cial em 2007 (mais 39,1 por cento), os restantes fundamentos da economia marroquina mantêm-se relativamente saudáveis, com taxas de FBCF supe-riores a 20 por cento, a dívida externa estabilizada em torno dos 20 por cento do PIB e a dívida pública próxima dos 55 por cento do PIB.

portos e aeroportos, turismo, energia e indústria automóvel), abrem novas opor-tunidades e fazem antever um maior envolvimento e um reforço da presença nacional no mercado de Marrocos.

Conjuntura macroeconómicaA economia marroquina tem eviden-ciado um comportamento irregular ao

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MERCADO

Portugalglobal // Setembro 08 // 37

Falar do relacionamento entre Portugal e Marrocos é falar, em primeiro lugar, de constantes geográficas e históricas, é fa-lar de geopolítica. E, neste aspecto, quase nada haverá a acrescentar à fórmula de Bismark: “nós os políticos podemos mu-dar tudo, menos a geografia”.

Portugal e Marrocos partilham, desde logo, um espaço geográfico em grande parte coincidente: ambos estão debru-çados para o Atlântico, à entrada do Mediterrâneo.

Essa proximidade permitiu influências e permutas várias ao longo da história. A cultura portuguesa possui um amplo legado patrimonial árabe, com marcas que vão desde a arquitectura às artes decorativas, dos vocábulos que entra-ram no nosso léxico aos hábitos tradi-cionais do quotidiano. Marrocos, por seu turno, tem também na sua história, no seu território e no seu património inegáveis marcas da presença portu-guesa que, a partir do século XV, ali se fixou temporariamente.

Desde 1774, data da assinatura do Tra-tado de Paz que sucedeu à saída por-

PARCERIA ESTRATÉGICA EM DESENVOLVIMENTO>POR JOÃO ROSA LÃ, EMBAIXADOR DE PORTUGAL EM MARROCOS

tuguesa do seu último bastião em Mar-rocos, a Fortaleza de Mazagão, que as relações político-diplomáticas entre os dois países se caracterizam por um per-feito equilíbrio e estabilidade, sem um único conflito que gere incompreensões e mal-entendidos. Nenhum outro vizinho de Marrocos pode invocar uma relação idêntica, incluindo a França. As caracte-rísticas da nossa presença histórica, não configurando uma situação colonial típi-ca, afastam do nosso país essa conota-ção altamente negativa.

Num tempo dos chamados “choques culturais”, em que se equaciona a coe-xistência pacífica entre diversas concep-ções de vida, do mundo e dos valores, o exemplo que podemos dar de uma convivência sem contenciosos, (forta-lecida por valores históricos e culturais que partilhamos, bem como pela nossa maneira de estar no mundo), assume uma enorme relevância, como prova de um relacionamento possível entre os povos e os países, quaisquer que sejam as suas matrizes civilizacionais.

Numa perspectiva política, as relações entre os nossos dois países assumem grande interesse, creio, pelas questões incontornáveis que se levantam hoje, quer quanto à estabilidade política da área, quer à segurança regional que se torna indispensável, quer ainda para assegurar uma mais completa integra-ção entre o Magrebe e a União Euro-peia imposta pela vizinhança próxima das duas regiões, que cria laços de in-terdependência que não podem deixar de ser devidamente acautelados.

Finalmente, também sob ponto de vista económico será do maior interesse cha-mar a atenção dos agentes económicos nacionais para as enormes potenciali-dades que se lhes abrem em Marrocos.

Este país está actualmente envolvido num importante processo de desenvolvimento económico, com vultuosos investimentos em infra-estruturas e na modernização da sua economia, que suscitam o interes-se de muitas empresas internacionais. A nossa proximidade geográfica, o nosso estádio de desenvolvimento e a necessá-ria internacionalização das nossas empre-sas, em especial das PME, justificam que se passe a olhar o mercado marroquino como um mercado apetecível e natural dos nossos agentes económicos.

Os últimos governos têm dedicado grande atenção ao desenvolvimento das nossas relações económicas, de-signadamente dotando-as de um en-quadramento político adequado e de instrumentos decisivos. Estão, neste úl-timo caso, as linhas de crédito abertas para alavancar a presença das nossas empresas em Marrocos, as quais têm vindo, de forma crescente, a instalar-se neste país. Desde 2006 o governo por-tuguês quadruplicou a linha de crédito inicial de 100 milhões de euros para 400 milhões, nos termos de um acordo obtido na última Cimeira de S.Julião da Barra, em Julho do corrente ano.

Por todas estas razões, creio que se jus-tifica dedicar uma atenção particular ao tema das nossas relações com Marrocos, sobretudo tendo em conta as vantagens comparativas que usufruímos, face a um mundo cada vez mais competitivo e à necessidade de olharmos para outras rea-lidades, para lá do espaço de sucesso Eu-ropeu que integramos. A excelência das nossas parcerias com o Magrebe, à seme-lhança do nosso relacionamento com ou-tras áreas do globo (Brasil, PALOP), serão mais valias inquestionáveis e de peso para a nossa relativamente reduzida capacida-de de manobra política no seio da UE e face aos nossos parceiros europeus.

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MERCADO

// Setembro 08 // Portugalglobal38

Duas razões de fundo marcam a aposta da Inosat no mercado marroquino. Ali, o negócio da Inosat tinha ‘pernas para an-dar’ devido à falta de oferta de produtos para a localização de veículos e à segu-rança que uma parceria com uma empre-sa local proporcionou ao investimento. O apoio no terreno, dado pela Movitec, posicionou os produtos da Inosat na linha da frente no seu sector de actividade.

Desde 2000 que a Inosat domina esta tecnologia. Depois de milhares de uni-dades instaladas na Península Ibérica a empresa saltou para Marrocos a daí pensa expandir os negócios para ou-tros países do Norte de África e Médio Oriente. As soluções da Inosat casam na perfeição o hardware instalado nos veículos e desenhado em Portugal, com o software. As caixas negras instaladas

O mercado marroquino foi conquistado pela Inosat com o Inofrota Pro. A empresa especializou-se na tecnologia GPS que permite aos clientes localizar veículos e pessoas em qualquer parte do mundo.

DESCOBRIR MARROCOS COM GPS

InosatRua Consiglieri Pedroso, 71 – 7º2730-055 BarcarenaTel.: 214 342 410Fax: 214 342 [email protected]

www.inosat.pt

no meio de transporte contêm sistemas de GPS e GSM que transmitem infor-mações em tempo real para o centro de controlo. No mercado, é na região de Casablanca, muito desenvolvida e europeizada, que a empresa desenvol-ve a maior parte dos negócios.

São muitas as vantagens que a tecno-logia Inofrota Pro, concebida integral-mente na Inosat, possibilita aos gesto-res de frotas. Um exemplo: impede o uso irregular de veículos e os gastos de combustível inexplicados. Um segundo exemplo: indica vias alternativas e avisa os clientes de possíveis atrasos ao minu-to. Ainda um outro exemplo: aumenta a segurança porque possibilita ao ges-tor de frota enviar meios de socorro, imobilizar o veículo em caso de roubo e assegurar a protecção da mercadoria.

Uma grande surpresa está ainda reserva-da para cada novo utilizador desta tec-nologia. No final do mês há um relatório exaustivo sobre cada unidade e cada fun-cionário, com número de viagens, horas, locais, tempos de pausa, excesso de velo-cidade ou demasiada lentidão. A Inosat torna assim possível detectar todos os desvios à média ideal para cada cliente.

O mercado de Marrocos é de capital im-portância para o crescimento sustentado da empresa. O mercado interno, embora muito importante, não apresenta as opor-tunidades de negócio necessárias para manter o ritmo de crescimento acelera-do, de 50 por cento ao ano, que a Inosat pretende concretizar nos seus objectivos de médio e longo prazo. A empresa tem 200 colaboradores e escritórios em Lis-boa, Porto e Covilhã.

InofrotaO Inofrota é um sistema de localização de veículos e gestão de frotas. Baseado em tecnologia GPS e GSM, permite ao gestor de frota visualizar em qualquer momento a localização de todos os veículos em qualquer parte do mundo. Garante a segurança do veículo, do

Principais produtos da empresa

condutor e da carga, optimiza os recur-sos e a gestão eficaz da frota. É de fácil manuseamento e utilização.

Child LocatorÉ um sistema de segurança e localiza-ção GPS que permite localizar crian-ças/adultos, sempre e onde quiser.

Simples e discreto oferece até 30 dias de autonomia.

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Pet LocatorÉ um sistema de segurança e localiza-ção GPS que permite localizar o animal de estimação quando este foge ou é roubado.

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MERCADO

Portugalglobal // Setembro 08 // 39

Nos próximos dois anos os negócios da Eusébios no mercado marroquino vão rondar os 50 milhões de euros. Merece destaque a participação no consórcio da empreitada da Estação de Trata-mento de Águas de Marraquexe e con-sequente exploração durante dez anos, projecto orçamentado em 100 milhões de euros. A aposta em parcerias locais deu frutos e a entrada noutros países também está para breve. O Senegal, a Argélia, a Líbia e os Emirados poderão ser alcançados a partir do sucesso con-seguido no mercado marroquino.

São três as áreas de actuação da su-cursal no mercado: construção civil, com grande ênfase na edificação, en-genharia civil e engenharia ambiental. Mas o principal investimento, nos pri-meiros três anos no mercado, foi na

construção civil, com empreitadas em Marraquexe, Casablanca e Rabat e a carteira de negócios a crescer de forma sustentada. Desde o início, a “Eusébios Maroc” projectou a actividade na asso-ciação com empresas marroquinas, o que permitiu um rápido conhecimento do mercado e das especificidades eco-nómico-sociais, fiscais, administrativas e jurídicas do mercado. Segundo João Santos, responsável da empresa, a en-trada em Marrocos não foi fácil, “pelas diferenças dos métodos de trabalho, pela falta de mão-de-obra especializa-da, pelas flutuações dos preços, pela falta de materiais disponíveis, pela au-sência de normas de segurança, pelas diferenças de região para região e ou-tras”. Como elementos positivos que ajudaram na integração da empresa o responsável destaca: “a facilidade de

interacção com a população, o baixo custo da mão-de-obra, a existência no mercado de empresas especializadas na desburocratização dos problemas, a qualidade dos trabalhadores e o eleva-do número de projectos com financia-mento aprovado”.

Além do mercado português a Eusébios já desenvolve a sua actividade em Espanha, Bélgica, Marrocos, Argélia e Angola.

MERCADO ESTRATÉGICOCom uma presença assente em sólidas parcerias locais, a Eusébios aposta em Marrocos como placa giratória para outros mercados.

Eusébios & Filhos, SACasa da Renda4720 285 CarrazedoAmaresTel.: 253 900 200Fax: 253 900 [email protected]

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MERCADO

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FICHA DE MERCADO

Rabat

Área: 710.850 km2

População: 31,9 milhões de habitantes (es-

timativa 2006)

Densidade populacional: 44,9 habitantes

por km2 (2006)

Designação oficial: Reino de Marrocos

Chefe de Estado: Rei Mohamed VI

Primeiro-Ministro: Abbas el-Fassi

Data da actual Constituição: 13 de Se-

tembro de 1996

Principais partidos políticos:

Lealistas: Congregação Nacional dos Inde-

pendentes; União Constitucional; Movimen-

to Popular; Aliança Nacional.

Esquerda e Centro-Esquerda: União Socialista

das Forças Populares; Partido Istiqlal; Partido do

Progresso e do Socialismo; Esquerda Socialista

Unificada.

Islamitas: Partido da Justiça e Desenvolvimen-

to. O maior movimento islamita do país é o

banido al-Adl-wal-Ihsane (Justiça e Caridade).

As últimas eleições realizaram-se em Novem-

bro de 2007.

Capital: Rabat – 1,398 milhões de habitantes

Outras cidades importantes: Casablanca,

Fez, Tânger e Kénitra.

Religião: A religião oficial é o islamismo; a

maioria da população é muçulmana.

Língua: A língua oficial é o árabe, embora

uma minoria significativa fale o berbere. O

castelhano é falado nas regiões do norte e o

francês no resto do território.

Unidade monetária: Dirham marroquino

(MAD) 1 EUR = 11,4887 MAD (Março de

2008)

Ranking em Negócios: Índice 5,50 (10 =

máximo)

Ranking geral: 70 (entre 82 países)

Risco de crédito: 3 (1=risco menor; 7=

risco maior)

(COSEC – Julho 2008 – http//cgf.cosec.pt)

Grau de abertura e dimensão relativa

do mercado:

Exp.+ Imp./PIB = 67,9% (2006)

Imp./PIB = 36,9% (2006)

Imp./Imp. Mundial = 0,19% (2006)

MARROCOS

Empresas portuguesas em destaque no mercado

Asibel Construções

Bicafé

Casais Empreiteiros

Cimpor

Conduril - Construtora Duriense

Delta Cafés

Efacec

Etermar

Eusébios e Filhos

Frulact

Grupo Amorim

Grupo BPI

Grupo Espirito Santo

Hidroprojecto

Inosat

Jaime Ribeiro & Filhos

Joamar S.A

Lena Construções

Maconde

Portugal Telecom

Somafel

Sovena

Tecnovia

Tegael

Telcabo

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As teorias neoliberais continuam a de-fender uma diminuição do papel do Estado na economia, tendo por base o raciocínio de que a liberdade é o pilar

O PAPEL DO ESTADO NAS RELAÇÕES ECONÓMICAS INTERNACIONAIS>POR ARMINDO RIOS, DIRECTOR DO ESCRITÓRIO DA AICEP EM MAPUTO

em que assenta a sociedade e que os Estados sistematicamente limitam ou destroem esse bem inalienável. Os últi-mos anos têm, porém, mostrado o pa-pel essencial do Estado na garantia da segurança das pessoas, na promoção e melhoria da educação e da saúde e, no campo económico, na criação de con-dições ao sector privado para que este faça crescer a riqueza e o emprego.

Igualmente, as acções concertadas dos Estados para combater o terrorismo, a circulação ilegal de pessoas e as tran-sacções fraudulentas são exemplos do papel do Estado para promover e au-mentar a segurança das pessoas e dos seus bens. O Estado tem tido um pa-pel relevante no aumento exponencial dos jovens que frequentam o sistema de ensino obrigatório, nomeadamente nas economias em desenvolvimento, e no crescimento significativo do numero

de alunos universitários, assim como na sistemática discussão e experimenta-ção de modelos de ensino que tornem os sistemas mais eficazes e eficientes, focalizando o papel das comunidades (descentralização) e dos pais.

Este continuado esforço dos Estados, em complementaridade com o sector privado, tem permitido que o conheci-mento seja o maior e melhor recurso de qualquer país.

Na vertente económica, a discussão so-bre o papel do Estado tem sido a mais fracturante em termos de discurso po-lítico, com consequências positivas ou negativas no desenvolvimento das eco-nomias emergentes e nos ciclos econó-micos dos países desenvolvidos. A plu-ralidade de pólos de desenvolvimento no Mundo, a globalização crescente dos mercados de mercadorias, serviços

OPINIÃO

Portugalglobal // Setembro 08 // 41

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e financeiros e, mais recentemente, os factores culturais, mostram de novo o papel crucial do Estado como incenti-vador de boas práticas, como regula-dor e como promotor de confiança. As recentes intervenções dos bancos centrais no mercado financeiro, injec-tando liquidez através de empréstimos de biliões à banca comercial, a inter-venção directa do Banco de Inglaterra na gestão do Northern Rock, os preços diferenciados para energias amigas do ambiente e as acções desenvolvidas no âmbito da OMC são alguns exemplos da actuação do Estado em importantes áreas da economia com reflexos muito importantes na vida das populações.

O caso Portugal-MoçambiqueNo caso do relacionamento entre Por-tugal e Moçambique, a acção do Esta-do em determinados sectores econó-micos teve um papel determinante nos últimos meses, culminando nas visitas oficiais que o Presidente da República – que foi acompanhado por diversos membros do Governo português e pelo Presidente da AICEP – e o Ministro de Estado e das Finanças efectuaram a este país africano, respectivamente, em Março e Junho.

Estas visitas permitiram resolver todos os contenciosos que ainda existiam entre os dois países, nomeadamente

o dossier Cahora Bassa e a dívida bi-lateral no âmbito do Clube de Paris, e impulsionaram as bases já existentes para o crescente papel do sector pri-vado português no desenvolvimento de Moçambique, principalmente na agricultura, energia, infra-estruturas e educação/formação.

Este impulso foi dado com a criação de um Fundo de Apoio ao Investimento em Moçambique no montante de 124 milhões de dólares, a ser utilizado pre-ferencialmente nos sectores da energia, turismo e indústria transformadora, e que será gerido pela SOFID – Socieda-de Financeira para o Desenvolvimento, recentemente criada.

Foi também criada uma linha de cré-dito no montante de 100 milhões de euros para alavancar as nossas exporta-ções para o mercado moçambicano, as quais mostram um crescimento susten-tado desde 2005, ocupando Portugal o 4º lugar no ranking dos fornecedores, embora o valor exportado em 2007 seja de apenas 108 milhões de dólares. Esta linha de crédito, com um grau de con-cessionalidade de 50 por cento, a ser gerida pela Caixa Geral de Depósitos, poderá ser utilizada para a exportação de materiais, equipamentos e serviços de origem portuguesa necessários aos projectos de desenvolvimento a execu-tar em Moçambique.

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Na componente pública, o IPAD (Insti-tuto Português de Apoio ao Desenvol-vimento) reforçou o seu papel na ajuda ao desenvolvimento, centrando os seus esforços na saúde, educação e cultura e criando um fundo destinado a oferecer fortes bonificações de juro a projectos empresariais que sejam complemen-tares das intervenções da cooperação portuguesa. Além dos sectores referi-dos, a defesa é outro sector importante da nossa cooperação, para melhorar a capacidade das forças de segurança.

Do lado do Estado moçambicano, te-mos assistido a um papel relevante para criar estabilidade politica e económica duradoiras, e ainda a vontade politica de dialogar periodicamente com o sec-tor privado para melhorar o ambiente de negócios.

Neste capítulo específico, devemos sa-lientar a criação do Balcão de Atendi-mento Único (BAU) – do tipo ‘loja do cidadão’ –, a melhoria na gestão das Alfândegas, a informatização na área dos impostos – melhorando o seu con-trolo e aumentando o universo de con-tribuintes –, o alargamento da gestão do orçamento por suporte informático alargado às Províncias e alguns Distri-tos e, ainda, a implementação de uma nova lei cambial.

A existência em Moçambique dum Estado cada vez mais seguro, estável e com condições para o sector priva-do aproveitar os recursos disponíveis e criar riqueza, aliado aos instrumentos financeiros postos à disposição pelo Es-tado português para a promoção dos negócios das empresas portuguesas neste país, e em parceria com os em-presários locais, são o contributo deci-sivo dos dois Estados para o crescimen-to sustentado das relações económicas bilaterais.

OPINIÃO

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Portugalglobal // Setembro 08 // 43

NOTÍCIAS

O Contrato de Concessão de Incenti-vos de Projecto Conjunto no âmbito do Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME, aprovado ao abrigo do 1º Concurso do QREN, foi assinado no final de Agosto, numa sessão que contou com a presença do presidente da AICEP, Basílio Horta, e do presidente da VINIPORTUGAL, Vasco d`Avillez. Reforçar e consolidar a imagem de qualidade dos vinhos portugueses nos mercados externos e

fomentar o seu pleno sucesso nos mer-cados prioritários do Reino Unido e dos Estados Unidos, são os grandes objec-tivos do projecto conjunto agora assi-nado. O documento QREN abrangeu um programa de intervenção estrutu-rado num conjunto de 189 empresas do sector dos vinhos, com um inves-timento elegível total de 5,3 milhões de euros, correspondente à atribuição de 2,5 milhões de euros de incentivo QREN-FEDER.

A aicep Global Parques celebrou, a 9 de Setembro, um contrato de promessa de constituição de direito de superfície com a Petrogal, empresa da GALP Energia, com vista à expansão da sua refinaria instalada na ZILS - Zona Industrial e Logística de Sines. A expansão desta unidade permitirá à Petrogal modernizar o seu aparelho refinador através do investimento em unidades de conversão da mais avançada tecnologia, vocacionadas para a produção de gasóleo a partir de fracções mais pesadas de crude. Estas unidades de conversão de crude irão assim ajustar o perfil da produção às necessidades do mercado. O investimento da Petrogal será superior a 760 milhões de euros e levará à criação de 100 novos postos de trabalho. O início das operações das novas unidades está previsto para 2011.

Os Pavilhões de Portugal na Feira Internacional de Maputo (FACIM) e na Feira In-ternacional de Luanda (FILDA) foram premiados em 2008. Na FACIM, que decorreu no início de Setembro, a presença portuguesa conquistou o 1º prémio atribuído aos pavilhões estrangeiros, tendo em conta a decoração, o impacto junto do visi-tante, a qualidade dos serviços e produtos apresentados, a informação disponível e o bom nível de atendimento. Na FILDA, que teve lugar em Luanda, em Julho, o pavilhão oficial de Portugal recebeu, pela primeira vez, os dois principais prémios do certame, atribuídos, respectivamente, à Melhor e à Maior Representação Oficial Estrangeira. A participação portuguesa, em ambas as edições, foi assegurada e organizada pela aicep Portugal Global.

Os resultados do PPCE - Plano de Pro-moção da Eficiência no Consumo de Energia Eléctrica, em 2007, excederam todas as expectativas, revelou a ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Ener-géticos). O conjunto das 26 iniciativas de eficiência energética que, no âmbito deste plano, foram implementadas nos segmentos residencial e da indústria permitiram poupanças de energia eléc-trica equivalentes ao consumo anual de 165 mil famílias e um benefício social de 46 milhões de euros.

A Martifer vai construir uma Fábrica de Torres Eólicas na cidade de San Angelo, no Texas (EUA), num investimento de cerca de 40 milhões de dólares. A Fábrica de Torres Eólicas, cuja construção deverá estar concluída no segundo semestre de 2009, criará 225 postos de trabalho e, em 2013, terá uma capacidade de pro-dução anual de 400 torres.

A GALP viu autorizada pela Comissão Europeia a aquisição da rede da AGIP em Espanha. Este negócio permitirá à GALP ficar com mais de 500 estações de serviços em Espanha, face às actuais 220, duplicando o seu volume de ven-das dos 2,5 milhões de toneladas regis-tadas o ano passado para 5 milhões de toneladas previstas.

Portugal ganha prémios

Petrogal expande instalações na ZILS

Vinhos recebem incentivos do QREN Portugueses poupam energia

Martifer no Texas

GALP avança em Espanha

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// Setembro 08 // Portugalglobal44

PARA ALÉM DOS NEGÓCIOS

Varsóvia (em polaco Warszawa) é a capital e a maior cidade da Polónia, com uma população de 1.702 mil ha-bitantes. Situada nas margens do rio Vístula, a cidade pertence aos mais im-portantes núcleos europeus do ponto de vista científico, cultural, económi-co e político. De acordo com o estu-do “European Cities Monitor 2008” (Cushman&Wakefild / Healey&Baker), Varsóvia está cotada entre as primeiras 20 cidades eleitas como as melhores da Europa para o estabelecimento de negócios.

Mas, para além de um bom clima de negócios, o que pode a capital da Po-lónia oferecer aos seus visitantes? A cidade é composta por três grandes reservas naturais com uma área flores-tal conjunta de 60 hectares: o Parque Nacional de Kampinos, o Parque Pai-sagístico Chojnowski e o Parque Paisa-gístico Mazowiecki. Varsóvia é mesmo a capital europeia com mais florestas, que constituem 14 por cento da sua su-perfície municipal. Os bosques de Wa-wer, Rembertów, Okuniew, Białołęka,

Kabaty, Powsin e Bielany são os maiores e habitualmente utilizados pelos seus habitantes como sítios de recreio e lazer nos fins-de-semana. Além dos bosques há diversos parques históricos como o Jardim Saski, o Parque Real Łazienki e de Wilanów. Por ser uma cidade plana com imensas zonas verdes, Varsóvia possui actualmente uma rede de 100 quiló-metros de caminhos interligados des-tinados a ciclistas que, com facilidade, podem deslocar-se a qualquer ponto, ao longo de ambas as margens do rio Vístula, até às reservas naturais acima referidas, sem colidirem com o trânsito.

Varsóvia atrai os seus visitantes ou não residentes pelo seu clima ameno, assim como pela sua identidade e passado histórico. Aqui interligam-se as influên-cias da cultura da Europa Ocidental e do Leste Europeu. Os trajectos e monu-mentos mais representativos são a Stare Miasto (Cidade Velha), a Nowe Miasto (Cidade Nova), a Plac Krasińskich (Pra-ça da família nobre dos Krasińskich), a Plac Teatralny (Praça do Teatro Grande), a Plac Piłsudskiego (Praça do Governa-

dor Piłsudski), a Plac Bankowy (Praça Bancária), o Krakowskie Przedmieście (Subúrbio Cracoviense), a Aleje Ujazdo-wskie (Avenida Ujazdowskie), o Łazienki Królewskie (Parque Real Łazienki) e a Wilanów (Vila Nova).

Os apreciadores e entusiastas da cul-tura, arte e de um bom divertimento podem ver várias exposições de arte e pintura polaca e estrangeira em Var-sóvia, no Museu Nacional, no Castelo Real, em Wilanów, na Residência Real de Łazienki, nas galerias da arte con-temporânea de Zachęta do Palácio de Ujazdów. Têm também teatros que oferecem um repertório musical e de espectáculos variadíssimo, começando pela clássica – Teatro Grande da Ópera e Bailado, Filarmónica Nacional, Teatro Nacional – e continuando por musicais modernos nos teatros Roma, Buffo ou Teatro Judaico.

Varsóvia acolhe, todos os anos, vários festivais de renome internacional, como o Concurso Internacional de Piano da Música de Fryderyk Chopin, o Festival

VARSÓVIACIDADE DE CULTURA, FLORESTAS E JARDINS

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PARA ALÉM DOS NEGÓCIOS

destruída durante II Guerra Mundial, sendo hoje o palco principal de todas as festividades e celebrações nacionais.

Plac Bankowy (Praça Bancária) – cons-truída em 1825 no lugar do Terrei-ro do Paço da família aristocrata dos Ogińskich. Na 2ª metade do século XIX, a praça foi remodelada em forma de um triângulo e foram construídos edifí-cios em estilo classicista.

Krakowskie Przedmieście (Subúrbio Cra-coviense) – é das ruas mais representa-tivas de Varsóvia e nos tempos antigos estava rodeada de palácios e residências de nobres, aristocratas e magnatas com imponentes jardins, igrejas e claustros. Salvaram-se alguns edifícios dos séculos XVII e XVIII, principalmente a arquitectu-ra sacra e palacetes.

Aleje Ujazdowskie (Avenida Ujazdo-wskie) – vai da Praça das Três Cruzes (Plac Trzech Krzyży) até à rua Belweder-ska e é, hoje em dia, a mais elegante artéria de Varsóvia. Em ambos os lados da avenida existem edifícios históricos da cidade – palácios, residências da nobreza, embaixadas, ministérios, etc. – e ainda dois parques históricos – o Parque Ujazdowski, Łazienki Królewskie e Jardins do Belweder.

Łazienki Królewskie (Parque Real Łazienki) – um dos mais belos parques

Internacional da Música Contempo-rânea Warszawska Jesień, o Jazz Jam-boree, o Warsaw Summer Jazz Days, o Concurso Internacional de Canto, o Festival de Mozart, o Festival de Música Antiga, os Encontros Internacionais de Teatro, o Festival Internacional de Cine-ma e o Biennale Internacional de Car-taz. Varsóvia conta ainda com inúmeros restaurantes, cafés com música ao vivo, bares, clubes nocturnos e discotecas.

A visitar:Stare Miasto (Cidade Antiga) – é o mais antigo bairro da cidade, construído nos séculos XIII e XIV, com um plano urbanístico notável de ruas feitas em “xadrez”. A Cidade Antiga, destruída durante a II Guerra Mundial, foi recons-truída preservando a sua traça original, fazendo hoje parte da lista de Patrimó-nio Mundial da UNESCO.

Nowe Miasto (Cidade Nova) – edificada nos séculos XIV e XV, desenvolveu-se a partir de 1408 como uma metrópole à parte até ao século XVIII, altura em que passou a integrar Varsóvia.

Plac Krasińskich (Praça dos nobres Krasińskich) – nesta praça encontra-se um imponente palácio de estilo barroco, considerado o mais bonito de todos os palácios de aristocratas existentes em Var-sóvia. É propriedade estatal desde 1764.

Plac Teatralny (Praça do Teatro Grande) – antiga zona cultural e comercial, é hoje constituída por edifícios monu-mentais, entre os quais o Teatro Gran-de da Ópera e do Bailado.

Plac Piłsudskiego (Praça do Piłsudski) – situada na parte central da cidade, foi

da Europa, deve a sua traça actual ao último rei polaco, Stanisław August Po-niatowski, no poder de 1764 a 1795. Com 80 hectares de área florestal, o parque tem jardins em estilo francês e inglês, a Residência Real de veraneio de estilo classicismo na ilha, um tea-tro ao céu aberto chamado ‘o teatro na água’, o edifício grande de Stara Pomarańczarnia, o Palacete Myślewicki e a Casa Branca.

Wilanów (Vila Nova) – residência real do Jan III Sobieski, no poder de 1674 a 1696, é um dos mais prestigiados mo-numentos polacos de estilo barroco, tendo sido construído por Agustyn W. Locci nos finais do século XVII.

Rede aicep Portugal GlobalCentro de Negócios para a Europa Central

Portugalglobal // Setembro 08 // 45

Page 48: 2008.09 Portugalglobal 05

África do Sul*C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

AngolaC Caso a caso numa base restritiva.

M/L Garantia soberana. Limite total de responsabilidades.

Antilhas HolandesasC Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Arábia SauditaC Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).M/L Caso a caso.

ArgéliaC Sector público: aberta sem res-

trições. Sector privado: eventual exigência de carta de crédito irrevogável.

M/L Em princípio, exigência de garan-tia bancária ou garantia soberana.

ArgentinaT Caso a caso.

BareinC Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

BenimC Caso a caso, numa base muito

restritiva.M/L Caso a caso, numa base muito

restritiva, e com exigência de garantia soberana ou bancária.

Brasil*C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária ou garantia de transferência.

Bulgária C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Cabo Verde C Aberta sem condições restritivas.

M/L Eventual exigência de garantia bancária ou de garantia soberana (decisão casuística).

CamarõesT Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Chile C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

China* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Chipre C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Colômbia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Coreia do Sul C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Costa do MarfimC Caso a caso, com eventual

exigência de garantia bancária ou de garantia soberana. Extensão de prazo constitutivo de sinistro para 12 meses.

M/L Exigência de garantia bancária ou de garantia soberana. Extensão do prazo constitutivo de sinistro de 3 para 12 meses.

Costa RicaC Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

CroáciaC Carta de crédito irrevogável ou

garantia bancária. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percen-tagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação.

Cuba T Fora de cobertura.

Egipto C Carta de crédito irrevogável

M/L Caso a caso.

Emirados Árabes UnidosC Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

EslováquiaC Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).M/L Não definida.

Eslovénia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

EstóniaC Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

EtiópiaC Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso numa base muito restritiva.

Filipinas C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

GanaC Caso a caso numa base muito

restritiva.M/L Fora de cobertura.

GeórgiaC Caso a caso numa base restritiva,

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva e com a exigência de contra garantias.

Guiné-BissauT Fora de cobertura.

Guiné EquatorialC Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Clientes públicos e soberanos: caso a caso, mediante análise das garantias oferecidas, desig-nadamente contrapartidas do petróleo. Clientes privados: caso a caso, numa base muito restri-tiva, condicionada a eventuais contrapartidas (garantia de banco comercial aceite pela COSEC ou contrapartidas do petróleo).

Hong-KongC Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

HungriaC Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

IémenC Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva.

ÍndiaC Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

IndonésiaC Caso a caso, com eventual

exigência de carta de crédito irre-vogável ou garantia bancária.

M/L Caso a caso, com eventual exi-gência de garantia bancária ou garantia soberana.

IrãoC Carta de crédito irrevogável ou

garantia bancária.M/L Garantia soberana.

Iraque T Fora de cobertura.

IsraelC Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).M/L Caso a caso, numa base restritiva.

JordâniaC Caso a caso.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

KoweitC Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

LetóniaC Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária.

LíbanoC Clientes públicos: caso a caso

numa base muito restritiva. Clientes privados: carta de crédito irrevogável ou garantia bancária.

M/L Clientes públicos: fora de cober-tura. Clientes privados: caso a caso numa base muito restritiva.

LíbiaC Aberta, com eventual exigência

de carta de crédito irrevogável.M/L Aberta, com garantia bancária,

soberana ou outra considerada adequada.

LituâniaC Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária.

MacauC Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

MalásiaC Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

MalawiC Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Clientes públicos: fora de co-bertura, excepto para operações de interesse nacional. Clientes privados: análise casuística, numa base muito restritiva.

MaltaC Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Marrocos*C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

MartinicaC Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

México*C Aberta sem restrições.

M/L Em princípio aberta sem restrições. A eventual exigência de garantia bancária, para clientes privados, será decidida casuisticamente.

MoçambiqueC Caso a caso, numa base restritiva

(eventualmente com a exigência de carta de crédito irrevogável, garan-tia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e aumento do prazo constitutivo de sinistro).

COSECNo âmbito de apólices individuais

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

// Setembro 08 // Portugalglobal46

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

Page 49: 2008.09 Portugalglobal 05

M/L Aumento do prazo constitutivo de sinistro. Sector privado: caso a caso numa base muito restritiva. Operações relativas a projectos geradores de divisas e/ou que admitam a afectação prioritária de receitas ao pagamento dos créditos garantidos, terão uma ponderação positiva na análise do risco; sector público: caso a caso numa base muito restritiva.

NigériaC Caso a caso, numa base restritiva

(designadamente em termos de alargamento do prazo consti-tutivo de sinistro e exigência de garantia bancária).

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva, condicionado a even-tuais garantias (bancárias ou contrapartidas do petróleo) e ao alargamento do prazo contitutivo de sinistro.

OmanC Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão ca-suística).

PanamáC Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

PaquistãoC Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva.

ParaguaiC Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

PerúC Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Polónia*C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

QatarC Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

QuéniaC Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.República Checa

C Aberta sem condições restritivas.M/L Garantia bancária (decisão ca-

suística).

República DominicanaC Carta de crédito irrevogável.

M/L Não definida.

RoméniaC Exigência de carta de crédito

irrevogável (decisão casuística).M/L Exigência de garantia bancária

ou garantia soberana (decisão casuística).

RússiaC Sector público: aberta sem restri-

ções. Sector privado: caso a caso.M/L Sector público: aberta sem restri-

ções, com eventual exigência de garantia bancária ou garantia sobe-rana. Sector privado: caso a caso.

S. Tomé e PríncipeT Fora de cobertura.

SenegalC Em princípio, exigência de

garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro.

M/L Eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. Sector público: caso a caso, com exigên-cia de garantia de pagamento e transferência emitida pela Autoridade Monetária (BCEAO); sector privado: exigência de garantia bancária ou garantia emitida pela Autoridade Mone-tária (preferência a projectos que permitam a alocação prioritária dos cash-flows ao reembolso do crédito).

Sérvia e MontenegroC Caso a caso, numa base restritiva,

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, com exigência de garantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

SingapuraC Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

SíriaT Caso a caso, numa base muito

restritiva.

SuazilândiaC Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Tailândia C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).M/L Não definida.

TaiwanC Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

No âmbito de apólices globais

Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única transação para um determinado mercado, enquanto a apólice global cobre todas as transações em todos os países para onde o empresário exporta os seus produtos ou serviços.

As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens de consumo e intermédio, cujas transações envolvem créditos de curto prazo (média 60-90 dias), não excedendo um ano, e que se repetem com alguma frequência.

Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices, a política de cobertura é casuística e, em geral, mais flexível do que a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais. Encontram-se também fora de cobertura Cuba, Guiné-Bissau, Iraque e S. Tomé e Príncipe.

Portugalglobal // Setembro 08 // 47

TanzâniaT Caso a caso, numa base muito

restritiva.Tunísia*

C Aberta sem condições restritivas.M/L Garantia bancária.

TurquiaC Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Ucrânia C Carta de crédito irrevogável.

Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses.

M/L Garantia bancária ou soberana. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses.

UgandaC Caso a caso, numa base muito

restritiva.M/L Fora de cobertura.

UruguaiC Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).M/L Não definida.

VenezuelaC Clientes públicos: caso a caso

numa base restritiva. Clientes privados: fora de cobertura.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

ZâmbiaC Caso a caso, numa base muito

restritiva.M/L Fora de cobertura.

ZimbabweC Caso a caso, numa base muito

restritiva.M/L Fora de cobertura.

Advertência:A lista e as políticas de cobertu-ra são indicativas e podem ser alteradas sempre que se justi-fique. Os países que constam da lista são os mais represen-tativos em termos de consultas e responsabilidades assumidas. Todas as operações são objecto de análise e decisão específicas.

Legenda:

C Curto Prazo

M/L Médio / Longo Prazo

T Todos os Prazos

* Mercado prioritário.

COSEC Companhia de Seguro de Créditos, S. A.Direcção Internacional

Avenida da República, 581069-057 LisboaTel.: 217 913 832 Fax: 217 913 839

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

[email protected] www.cosec.pt

Page 50: 2008.09 Portugalglobal 05

A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Clas-sificativa de Países com a graduação dos mercados em função do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corres-

pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento e o grupo 7 à maior.As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas de prémio aplicáveis.

Tabela classificativa de paísesPara efeitos de Seguro de Crédito à exportação

Grupo 1* Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7

AlemanhaAndorraAustráliaÁustriaBélgicaCanadáCheca, Rep.Coreia do SulDinamarcaEslováquiaEslovéniaEspanhaEUAFinlândiaFrançaGréciaHolandaHong-KongIrlandaIslândiaItáliaJapãoLiechtensteinLuxemburgoMónacoNoruegaNova ZelândiaReino UnidoSão MarinoSingapuraSuéciaSuiçaTaiwanVaticano

Arábia SauditaBareinBotswanaBruneiChileChinaChipre–Z. GregaEAUa

EstóniaGibraltarKoweitLituâniaMacauMalásiaMaltaMéxicoOmanPolóniaQatarTrind. e Tobago

África do SulArgéliaBahamasBarbadosBrasilBulgáriaCosta RicaDep/ter Austr.b

Dep/ter Din.c

Dep/ter Esp.d

Dep/ter EUAe

Dep/ter Fra.f

Dep/ter N. Z.g

Dep/ter RUh

HungriaIlhas MarshallÍndiaIsraelLetóniaMarrocosMauríciasMicronésiaNamíbiaPalauPanamáPeruRoméniaRússiaTailândiaTunísia

Aruba CazaquistãoColômbia Croácia Egipto El Salvador FidjiFilipinas TurquiaUruguaiVietname

Antilhas HolandesasAzerbeijãoDominicana, Rep.GuatemalaIndonésiaJordâniaLesotoMacedóniaPapua–Nova GuinéParaguaiS. Vic. e Gren.Santa LúciaUcrânia

AlbâniaAngolaAnt. e BarbudaArméniaBangladeshBelizeBeninButãoCabo VerdeCambojaComores DjiboutiDominicaGabãoGanaGeórgiaHondurasIemenIrãoJamaicaKiribatiLíbiaMaldivasMaliMoçambiqueMongóliaMontenegroNauruNigériaPaquistãoQuéniaSamoa Oc.SenegalSri LankaSuazilândiaTanzâniaTurquemenistãoTuvaluUgandaUzbequistãoVanuatuVenezuelaZâmbia

AfeganistãoArgentinaBielorussiaBolíviaBósnia e HerzegovinaBurkina FasoBurundiCamarõesCampucheaCent. Af, Rep.ChadeCongoCongo, Rep. Dem.Coreia do NorteC. do MarfimCuba EquadorEritreiaEtiópiaGâmbiaGrenadaGuianaGuiné EquatorialGuiné, Rep. daGuiné-Bissau HaitiIraqueLaosLíbanoLibériaMadagáscarMalawiMauritâniaMoldávia MyanmarNepal NicaráguaNíger

QuirguistãoRuandaS. Crist. e NevisS. Tomé e Príncipe Salomão Seicheles Serra Leoa SérviaSíria Somália Sudão Suriname TadzequistãoTogo Tonga Zimbabué

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos, S.A.* Não é aplicável o sistema de prémios mínimos, à excepção da Eslováquia, Hong-Kong e Taiwan.

a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma b) Ilhas Norfolk c) Ilhas Faroe e Gronelândiad) Ceuta e Melilha e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico

f) Guiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna

g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Niveh) Anguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta.

Helena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos

NOTAS

COSEC

// Setembro 08 // Portugalglobal48

TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES

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// Setembro 08 // Portugalglobal50

FEIRAS

O desafio da Exponor foi lançado sob a forma de convite. E a aceitação não tar-dou. Sob a dinamização da sua embaixa-da em Portugal, a Espanha assumirá um destaque particular durante a próxima e 12ª edição da EMAF – Exposição Interna-cional Máquinas-ferramenta e Acessórios, no calendário da Feira Internacional do Porto de 12 a 15 de Novembro próximo.A maior cimeira desta indústria portu-guesa, que acontece a cada dois anos e se assume cada vez mais como uma plataforma impulsionadora da interna-cionalização das empresas portuguesas, emprestará assim uma boa parte do seu palco ao tecido empresarial do país vi-zinho, em sectores como o das máqui-nas-ferramenta e acessórios, metalurgia e metalomecânica, produtos, serviços e manutenção para a indústria.Segundo António Proença, director da feira, “um dos factores que, nos últi-mos anos, se tem destacado de uma forma consistente é a forte adesão do mercado espanhol à EMAF, em termos de empresas expositoras e de visitantes profissionais que a ela têm acorrido. A título de exemplo, sublinhe-se que 12 por cento da área líquida total da últi-ma edição foi ocupada por 53 empre-sas e marcas espanholas”.

Para além de reforçar ainda mais a co-mitiva empresarial espanhola, esta ini-ciativa da Exponor trará à EMAF 2008 altos representantes de instituições pú-blicas do país vizinho para a abertura do certame, o qual deverá acolher ain-da um congresso luso-espanhol que, nos segmentos abrangidos pela mos-tra, se debruçará sobre os dois merca-dos, inclusive com a apresentação de vários casos de sucesso.No entender de António Proença, esta 12ª edição vai reforçar ainda mais a atenção que o certame sempre deu ao mercado do país vizinho: “a nossa organização foi sempre muito voltada para as empresas espanholas, possuin-do delegações em Madrid, Barcelona e Vigo. Desde 2000 até agora, a Exponor foi o escaparate escolhido por mais de 2.500 empresas e 25.000 compradores espanhóis e a EMAF, com a dinamiza-ção especial para a edição deste ano, incrementará ainda mais essa ligação”.

Local: Exponor (Leça da Palmeira)Data: 12 a 15 de Novembro de 2008Organização: [email protected]

EMPRESAS PORTUGUESAS BENEFICIAM DO SUCESSO DA MESSE FRANKFURT

EMAF 2008 TERÁ ESPANHA COMO PAÍS CONVIDADO

Durante o ano de 2007 as empresas por-tuguesas investiram na Messe Frankfurt cerca de 1,8 milhões de euros só em alu-guer de espaços de exposição. A maior fatia de investimento português foi na Heimtextil, onde cerca de um terço das empresas esteve no sector Premium, no More Style e More Clarity. Nestes espa-ços estão apenas stands de empresas que passaram pela aprovação de um júri. Também a feira Paperworld, dedicada a artigos de escritório, papelaria e brindes, tem vindo a receber um interesse cres-cente das empresas portuguesas, tendo o investimento, também no último ano, rondado os 100 mil euros.Não é apenas no território alemão que os empresários apostam na Messe

Frankfurt. Em feiras fora da Alemanha a participação portuguesa voltou a des-tacar-se nas feiras de têxteis na Ásia e na Rússia. As empresas portuguesas apresentaram-se com objectivos bem definidos sobre quais os mercados em que querem entrar e escolhem prefe-rencialmente certames da responsabili-dade da Messe Frankfurt para o fazer. Em 2007 mais de 100 mil euros foram investidos em certames fora da Alema-nha. Para o corrente ano prevê-se já um aumento de espaço de exposição das empresas portuguesas na Messe Frankfurt e no resto do mundo.

[email protected]

©Import Shop Berlin

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Portugalglobal // Setembro 08 // 51

FEIRAS

FEIRAS EM PORTUGALINTERINDÚSTRIA Salão Internacional de Produtos e Serviços para a IndústriaLocal: Exponor (Leça da Palmeira)Data: 12 a 15 de Novembro de 2008Organização: Associação de Parques e Exposições do [email protected]

PORTUGAL TECNOLÓGICOMostra de TecnologiasLocal: FIL (Lisboa)Data: 18 a 23 de Novembro de 2008Organização: Associação Industrial Portuguesa (AIP)[email protected]

ARTE LISBOAFeira da Arte ContemporâneaLocal: FIL (Lisboa)Data: 19 a 24 de Novembro de 2008Organização: Associação Industrial Portuguesa (AIP)[email protected]

MERCADO DE STOCKSFeira de Calçado, Vestuário, Acessórios e TêxteisLocal: BragaData: 22 e 23 de Novembro de 2008Organização: Parque de Exposições de [email protected]

FEIRAS NO ESTRANGEIRO

MATELECFeira Internacional de Material Eléctrico e ElectrónicoLocal: Madrid (Espanha)Data: 28 de Outubro e 1 de Novembro de 2008 Organização: Ifema – Feira de [email protected]

VENDING EXPOFeira Internacional de VendingLocal: Paris (França)Data: 29 de Outubro a 1 de Novembro de 2008Organização: Reed Exhibitions Francewww.reedexpo.fr

AOEFeira de TelecomunicaçõesLocal: Xangai (China)Data: 30 de Outubro a 2 de Novembro de 2008Organização: Wen Global Solutions [email protected]

FEIRA INTERNACIONAL DE ARTESANATO

A próxima edição da Import Shop Berlin – Feira Internacional de Artesanato decorre em Berlim de 12 a 16 de Novembro. Este certame tem o conceito de mercado glo-bal para produtos locais e é representado em Portugal pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA).Tem os segmentos temáticos organizados por áreas distintas, em número de três e com as designações art & style, natural living e winter at home. Neles são espera-dos produtos oriundos um pouco de todo o mundo, bem como compradores inte-ressados em produtos étnicos e naturais.Para a edição deste ano a CCILA está a organizar um stand nacional, no qual participam a Oficina de Guimarães, Ecolã, Flor do Algodão, Carola & Bor-

ralho, Sra. Jackel, Ana Lebre e Vanda Palma. No mesmo pavilhão irão estar presentes os artesãos Ilhabela e a Corti-ça. No segmento art & style destacam-se os expositores Liliana Guerreiro, Inês Sobreira e Arminda Mendez.O evento do ano passado contou com 544 expositores de 64 países, distribuídos por seis pavilhões e registou mais de 40.000 visitantes, com o volume de compras por cada um a fixar-se nos 135 euros. No in-quérito então realizado apurou-se que a quase totalidade dos visitantes pretendia regressar para a edição deste ano e que 95 por cento compraram algo na feira.

[email protected]

©Import Shop Berlin

©Import Shop Berlin

©Exponor

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REDE EXTERNA DA AICEP

Centro de Negócios

Escritórios

Representações

ÁFRICA DO SUL / Joanesburgo

ALEMANHA / Berlim

ANGOLA / Luanda

ARGÉLIA / Argel

ARGENTINA / Buenos Aires

ÁUSTRIA / Viena

BÉLGICA / Bruxelas

BRASIL / São Paulo

CABO VERDE / Praia

CANADÁ / Toronto

CHILE / Santiago do Chile

CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA / Xangai

CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA / Pequim

COREIA DO SUL / Seul

DINAMARCA / Copenhaga

S. Francisco

Toronto

Cidade do México

Nova Iorque

Copenhaga

Berlim

Haia

Bruxelas

Dublin

Londres

Paris

Milão

Barcelona

Madrid

Praia

Rabat

São Paulo

Santiago do ChileBuenos Aires

Argel

// Setembro 08 // Portugalglobal52

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EMIRADOS ÁRABES UNIDOS / Dubai

ESPANHA / Madrid

ESPANHA / Barcelona

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

/ Nova Iorque

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

/ S. Francisco

FINLÂNDIA / Helsínquia

FRANÇA / Paris

HOLANDA / Haia

HUNGRIA / Budapeste

ÍNDIA, REPÚBLICA DA / Nova Deli

IRLANDA / Dublin

ISRAEL / Telavive

ITÁLIA / Milão

JAPÃO / Tóquio

MACAU / Macau

MARROCOS / Rabat

MÉXICO / Cidade do México

MOÇAMBIQUE / Maputo

NORUEGA / Oslo

POLÓNIA / Varsóvia

REINO UNIDO / Londres

REPÚBLICA CHECA / Praga

ROMÉNIA / Bucareste

RÚSSIA / Moscovo

SINGAPURA / Singapura

SUÉCIA / Estocolmo

SUÍÇA / Zurique

TUNÍSIA / Tunes

TURQUIA / Ancara

Luanda

Maputo

Joanesburgo

Tunes

OsloHelsínquia

Estocolmo

Zurique Moscovo

Varsóvia

Praga

Budapeste

Viena

Bucareste

Ancara

Telavive

Dubai

Pequim

Nova DeliXangai

SeulTóquio

Macau

Singapura

Portugalglobal // Setembro 08 // 53

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A comunicação é uma galáxia com-plexa, pela qual não é fácil viajar. Na realidade toda a comunicação é uma relação – é esta a tese central deste livro – e quando as relações entre co-municadores não estão bem, o mais certo é que surjam problemas comuni-cacionais, a todos os níveis de relação, nomeadamente de trabalho. Xavier Guix, um conhecido comunica-dor catalão, terapeuta e especialista em Programação Neurolinguística, com apli-cações na área das empresas, centra-se, em primeiro lugar na psicodinâmica do eu que comunica (quem somos, como vemos o mundo, como somos vistos por ele) e no seu potencial e perfomance de comunicação. Franc Ponti, no prólogo,

sublinha que se olharmos atentamente à nossa volta, verificamos que muitos dos problemas quotidianos de indivíduos, grupos, organizações e Estados estão re-lacionados com um défice de comunica-ção. Em síntese: se aprendemos a conhe-cer o que “descomunica” (isto é, o que é disfuncional nos processos de comuni-cação), se aprendemos a identificar e a neutralizar os “ruídos” (o que interfere inadequadamente neste processo), sere-mos então capazes de sair do labirinto e comunicar eficazmente.

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Autores: Xavier Guix

Editor: Lua de Papel

Ano: 2008

BOOKMARKS

As crises locais e globais, como as guer-ras de preços ou as causas por detrás de outras guerras, como a do Iraque ou do Irão, ou mesma da Geórgia, em plena Europa, que actualmente se fazem sen-tir em torno da exploração, produção e distribuição de petróleo e de gás natural, multiplicam-se sem fim à vista. Segundo David Strahan, autor de A Última Crise do Petróleo, um jornalista de investiga-ção na área dos negócios e da ciência, nomeadamente no quadro da BBC, se nas próximas décadas continuarmos a drenar, ao mesmo ritmo, este “fluxo vital da civilização industrial”, o declínio desta fonte de energia poderá acarretar pro-blemas sociais e políticos de tremendo impacto. A par das alterações climáticas e das suas consequências, este é, por-tanto, um desafio que agora confronta irremediavelmente os líderes mundiais.Não são só os analistas, os políticos e os economistas que estão a ficar preo-cupados com o esgotamento acelerado dos recursos petrolíferos e com as con-sequências globais desse esgotamento. Na Internet, a julgar pelo número de

A ÚLTIMA CRISE DO PETRÓLEOMANUAL DE SOBREVIVÊNCIA PARA A EXTINÇÃO IMINENTE DO HOMEM DO PETRÓLEO

NEM EU ME EXPLICONEM TU ME ENTENDESUM GUIA PARA SE ORIENTAR NOS LABIRINTOS DA COMUNICAÇÃO

pesquisas no Google, esta preocupação já se estende aos cidadãos, preocupan-do-os duas vezes mais que o problema da camada do ozono. David Strahan não se limita a colocar o dedo na ferida. Faz uma bem docu-mentada reflexão sobre o problema, retira ilações e aponta soluções, nomea-damente quanto às novas energias, à tecnologia automóvel, aos combustíveis alternativos e à mudança dos hábitos de consumo. A indiferença, o adiamento ou o escamotear destas questões, torna mais provável “a nossa colisão a toda a velocidade contra uma parede de be-tão”, em vez de começarmos a travar a fundo e a escolher uma via mais se-gura. “Todavia, acredito que o resulta-do ainda está dentro do nosso controle – mesmo que seja à justa. Bem-vindos à última crise do petróleo. Obrigado por lerem lido este livro e boa sorte”.

Autores: David Strahan

Editor: Europa-América

Ano: 2008

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