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2011 09 setembro

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PALAVRA DO PRESIDENTE

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerên-

cia de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com

distribuição gratuita aos seus associados.Os artigos assinados

são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

CONSELHO EDITORIAL

Bartolomeu Braz Pereira;

Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo da Costa

Editores: Francila Calica (01996/GO) e

Rhudy Crysthian (02080/GO)

Reportagem: Alessandra Goiaz (GO 01772 JP) e

Karine Rodrigues (01585/GO)

Fotografi a: Jana Tomazelli Techio, Mendel Cortizo

e Raphaela Boghi

Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)

Diagramação: Rowan Marketing

Impressão: Gráfi ca Talento Tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2200

[email protected]

DIRETORIA FAEG

Presidente: José Mário Schreiner

Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel

Caixeta Haun. Diretores-Secretários: Bartolomeu Braz

Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Diretores-Tesoureiros:

Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares. Suplentes:

Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel

Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de

Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães.

Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues

da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini

Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro

da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano,

Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados repre-

sentantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro

Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,

Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.

Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,

Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta

Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar

Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes:

Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho

Serafi m, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon

Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson Alcântara,

José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos Fernandes.

Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino

Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce

Mônica Vilela Souza.

Superintendente: Marcelo Martins

FAEG - SENAR

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Para falar com a redação ligue:

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(62) 3096-2115.

José Mário SchreinerPresidente do Sistema

FAEG/SENAR

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O produtor rural que pretende ter sucesso, e o mínimo possív-el de contratempos em sua atividade, já conhece a equação básica: estratégia e planejamento. Os custos dos insumos,

preços futuros dos grãos, mercado internacional, estoques regu-ladores nacionais e internacionais, clima, volume a ser plantado na região, condições financeiras, entre outros, devem constar na elabo-ração do plano de plantio na hora de decidir qual cultura plantar e qual tamanho da área que pretende cultivar.

Os agricultores que buscam alta performance tratam a lavoura como um negócio que envolve todas as etapas do processo. Porém, o planejamento deve ser mais abrangente. O produtor precisa acom-panhar diariamente o mercado, estar atento às políticas do governo quanto ao crédito, formação de estoques, cotação do dólar e as movimentações das bolsas de valores, que balizam os preços das commodities no mercado internacional.

Safra Planejada

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PAINEL CENTRAL

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“Um dos principais projetos da Unica foi o desenvolvimento do mercado internacional. Fundamos escritórios fora do Brasil, zemos campanha e estamos abrindo o mercado americano. Entretanto, houve uma crise em 2008 que atingiu as empresas que investiram muito em 2006.”

Prosa Rural

Safra de verão

Novidades na frota agrícola

Marcos Jank, presidente da União das

Indústrias de Cana-de-açúcar (Unica), fala dos

novos rumos do mercado de etanol no País.

Produtores de milho, soja, feijão e algodão, as principais culturas da safra 2011/12, no Estado, se preparam para o novo ciclo que começa a ser plantado.

Fabricantes e montadoras de máquinas e implementos agrícolas lançam equipamentos para os produtores rurais otimizarem os trabalhos da safra que se inicia

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Inseminação bovina

Vonaldo de Moraes, de Silvânia, prepara o solopara o cultivo da nova safra de soja e milho.Foto produzida por Jana Tomazelli

29

Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Cartão Produtor 12

Delícias do Campo

Campo Aberto

33

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Pode faltar etanol nas bombasCom preços 35% mais caros que no

ano passado, Brasil já importa o

combustível verde de outros países

para abastecer os postos nacionais.

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Avicultura de corteAumento de granjas no Estado faz crescer

a demanda pelo curso de avicultura de

corte do Senar, em Goiás.

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Campo Responde 32

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Criador, Carmo Alves, de Uruana, comemora resultado de animais inseminados em sua propriedade. Goiás possui

um dos melhores rebanhos fornecedores de sêmen de boi.

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AGENDA RURAL

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SETEMBRO

13 a 15

INTERCONF 2011 - Conferência Internacio-

nal de Confi nadores - Oliveira´s Place, em

Goiânia. Informações: (11) 2198-1888.

16

1ª Conferência Estadual sobre

Transparência e Controle Social (Regiões

Oeste e Sudoeste) – Palmeiras de Goiás.

Informações: (64) 3571-1415

17

Campo Saúde, em

Aragoiânia, às 8 horas.

Informações:

(62) 3225-1140

21

Seminário Regional sobre Legislação

Trabalhista e Previdenciária Rural, em

Luziânia, às 8 horas.

Informações: (61) 3621-1060

22

Reunião Regional – Construindo o

Futuro (Região Oeste) – Plaza Inn, em

Goiânia, às 8h30.

Informações: (62) 3096-2200

23

1º Conferência Estadual sobre

Transparência e Controle Social (Regiões

do Entorno do DF e Nordeste), em

Alexânia. Informações: (62) 3336-2248

25

Eleição para a nova diretoria do Sindicato

Rural de Itajá, na sede do Sindicato Rural

do município, das 8 horas às 17 horas

Informações: (64) 3648-1149

30

1ª Conferência Estadual sobre

Transparência e Controle Social (Regiões

Sul e Sudeste), em Itumbiara.

Informações: (64) 3404-1566

17

Aniversário do Sindicato Rural de

Joviânia – AABB de Joviânia, às 20 horas.

Informações: (64) 3408-1377

16

Reunião Regional – Construindo o

Futuro (Região Norte) – Plaza Inn, em

Goiânia, às 8h30.

Informações: (62) 3096-2200

15

Reunião Regional – Construindo o

Futuro (Região Nordeste) – Plaza

Inn, em Goiânia, às 8h30.

Informações: (62) 3096-2200

Fern

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Lei

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12

Posse da diretoria do Sindicato Rural

de Cezarina – sede do Sindicato Rural

do município, às 20 horas.

Informações: (64) 3543-1235

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FIQUE SABENDO

Setembro/2011 CAMPO | 7www.senargo.org.br

ARMAZÉM

REGISTRO

Intercâmbio Comercial do Agronegócio – Principais Mercados de Destino

Estudo realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apresenta as principais informações do comércio agropecuário brasileiro com os 30 maiores importadores. Neste levantamento, são apresentados os números do agronegócio no comércio mundial, o desempenho das exportações agrícolas brasileiras, a participação brasileira nos principais mercados de destino e detalhes da relação comercial entre Brasil e os países importadores. Os interessados podem encontrar a publicação no site: www.agricultura.gov.br. Mais informações na central de relacionamentos do Mapa pelo telefone: 0800-704-1995.

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Os presidentes das Federações de Agricultura, Comércio e Indústria do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, participaram do 2º Fórum das Entidades do Setor Produtivo, realizado em Goiânia, no dia 22 de agosto. Entre os assuntos abordados estava a recém-criação do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO). O fundo terá R$ 1,3 bilhão para financiar a execução de projetos de ferrovias ou hidrovias que promovam a utilização de energia renovável. Também foi apresentado o plano Brasil Maior, que visa promover o desenvolvimento industrial brasileiro no âmbito da tecnologia e agregação de valor.

Fórum Produtivo

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PESQUISA

A Embrapa Cerrado desenvolve estudos para solucionar os principais fatores limitantes do cultivo de trigo em condições de sequeiro. Para chegar a uma variedade de trigo tolerante à seca, os experimentos são plantados no campo durante o período em que

não há chuvas no Cerrado. A irrigação não é uniforme, pois, assim, é possível avaliar o desempenho das plantas diante do problema de estresse hídrico. As pesquisas também são voltadas para a brusone, principal doença que afeta a cultura no bioma.

Trigo sequeiro no Cerrado

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Presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, (Unica) desde 2007, Marcos Jank é uma das principais autoridades do País no setor sucroenergético. O principal defensor da transformação do etanol em commodity, Jank afirma que o produto brasileiro é competitivo, que há espaço para aumentar a produtividade e explica sobre a necessidade de elevar a produção em máxima potência.Em entrevista à Revista Campo, Jank fala dos gargalos que impedem o avanço da produção e as soluções viáveis para fazer do etanol brasileiro um produto de primeira necessidade no mundo.

Rumos do etanol brasileiro

Karine Rodrigues | [email protected]

MARCOS JANK

PROSA RURAL

Presidente da UNICA

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Revista Campo: O Brasil trabalha há anos para transformar o álcool em uma commodity. Como fazer isso se o País sofre seguidamente de crises relacionadas à baixa produção de etanol? Marcos Jank: De 2000 a 2008 houve um crescimento de 10% ao ano na produção de cana no Brasil, o que mostra sucessivas altas na produção. Quando entrei na Unica em 2007, havia sobra do produto. Um dos principais projetos que a entidade promoveu foi o desenvolvimento do mercado internacional. Fundamos escritórios fora do Brasil, fizemos campanha e estamos abrindo o mercado americano. Entretanto, houve uma crise em 2008 que atingiu as empresas que investiram muito em 2006, ano em que ocorreu um ciclo de abertura de 112 novas usinas, dentre elas, várias em Goiás. Em 2008, por conta da crise financeira global, boa parte dessas empresas que nem tinham começado a produzir, sofreu com a conjuntura e muitas mudaram de proprietários.

Revista Campo: O que falta para a produção brasileira de etanol retomar o crescimento? Marcos Jank: Entendemos que se forem desenhadas as políticas corretas, principalmente em relação ao etanol hidratado, e conseguirmos recuperar sua competitividade ante à gasolina, que está congelada desde 2005, acredito que o setor tem de tudo para crescer 10% ao ano e atender aos mercados interno e externo de açúcar e de etanol.

Revista Campo: Qual será o impacto dessa atual crise econômica sobre o setor sucroenergético? Marcos Jank: Acredito que essa

crise, assim como a anterior, não vai afetar muito o setor. Uma crise esse ano não vai ter tanto impacto porque não tem novos projetos. O aumento da frota flex e o crescimento do mercado de açúcar são coisas que não mudam muito. As pessoas não deixam de consumir açúcar porque estamos vivendo uma crise. O que pode acontecer, talvez, é um impacto nesse mercado de etanol que vemos nos Estados Unidos. Mas eu não acho que esse seja o maior problema. O maior problema está aqui no Brasil. O que dificulta o setor crescer é a fixação do preço da gasolina desde 2005. Tivemos aumento de custo e hoje o preço do etanol hidratado, que corresponde a 70% do custo da gasolina, é inferior ao custo de produção. É, por isso, que as empresas não estão investindo.

Revista Campo: Há cerca de dois meses foi publicada uma matéria pela Unica informando que a atual produção de etanol não corresponde a 45% da demanda pelo combustível no País. Como vai ficar esse mercado? Marcos Jank: O etanol representa

45% do ciclo oto, o que significa que se todos os carros fossem flex, cada um teria 55% de gasolina e 45% de etanol em seu tanque. Há três anos era o contrário. O que acontece hoje é que se não desenharmos políticas públicas, em breve vai ser 40%, depois 35% e assim sucessivamente. O etanol vai perder espaço. É por isso que precisamos fazê-lo crescer. O maior risco hoje são as pessoas usarem mais gasolina em seus carros flex. Isso não é bom, nem para o meio ambiente, nem para a saúde pública. Também não é bom para o setor pelo qual o Brasil se tornou referência no mundo. Mas o carro flex depende demais de preço de gasolina, como se sabe é um valor que tem sido administrado pelo governo, não pelo mercado.

Revista Campo: Quais são os principais fatores estruturais que precisam ser solucionados para que a competitividade do etanol seja restabelecida? Marcos Jank: Primeiro, estamos nos referindo ao álcool hidratado, pois o anidro crescerá sempre junto com a gasolina e, por sua vez, crescerá também pela demanda que virá de fora, dos EUA, por exemplo. Mas para o hidratado precisamos analisar alguns fatores e o principal é sabermos qual é o mecanismo de fixação de preço da gasolina hoje. Não é possível investir em um setor que não se sabe como e quando o preço do seu concorrente vai mudar, sendo que nesse caso é um monopólio que o preço é fixado pelo Estado. Deveria haver uma regra, que pelo menos dissesse que a gasolina vai seguir o preço do petróleo, mas não diariamente e sim uma média dos últimos anos. Nossa reivindicação é que o imposto do etanol seja igual ao do diesel, pois

Acredito que o setor tem de tudo para crescer 10% ao ano e atender os mercados interno e externo de açúcar e de etanol”

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PROSA RURAL

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esse combustível tem um estímulo de impostos mais baixos, a gente defende que o etanol, por todas as características que tem, esteja mais próximo do diesel que da gasolina.

Revista Campo: O Brasil está preparado para exportar etanol? Marcos Jank: O Brasil está preparado para exportar etanol na medida em que planejamos adequadamente. Se me perguntassem há três anos, eu diria que estava sobrando etanol. Hoje estamos com uma oferta muito justa. São necessários quatro anos para por uma usina em operação. Eu diria que o fato mais relevante da abertura do mercado americano é que ele sinaliza para que o etanol seja uma commodity global como o açúcar. Hoje, 70% do açúcar brasileiro é exportado e não tivemos grandes dificuldades de ocupar o mercado mundial. Somente 7% do etanol brasileiro é exportado atualmente. A meta de ter uma commodity que atenda o mundo como uma alternativa ao petróleo, por ser um produto de baixo carbono, pode ser totalmente atingida. Temos 1,5% das terras aráveis para fazer etanol. Podemos usar uma proporção maior, acho que é uma forma inteligente para esse País. Não temos uma restrição de tecnologia, de clima, de terra ou de mão de obra. A nossa restrição hoje está relacionada às políticas públicas e privadas.

Revista Campo: Quais são as soluções possíveis para aumentar a produção e a produtividade das lavouras de cana-de-açúcar a longo e médio prazo? Marcos Jank: O aumento da produtividade das lavouras é fundamental, porque quando começou o Pró-Álcool eram

produzidos três mil litros de etanol por hectares, hoje são extraídos 7,5 mil litros de álcool por hectare e temos tecnologia para chegar a 13 ou 14 mil litros por hectare. Mas para aumentar a produtividade, precisamos obter mais investimentos em novas variedades, incluindo as transgênicas, hoje não há transgenia na cana. Outro fator importantíssimo, e que pode aumentar a produção de etanol no Brasil, é o recolhimento da palha. Fruto da mecanização que vai aumentar nossa capacidade de fazer bioeletricidade. O uso de caldeiras maiores que geram mudanças na fermentação, uma melhor logística no transporte do açúcar por trens e não caminhões e o transporte do etanol por alcooldutos também ajuda a melhorar a produtividade do setor. Essas são as principais áreas a serem trabalhadas para o setor ganhar eficiência. Outro ponto importante é usar o bagaço e a palha não só para fazer eletricidade, mas para produzir o etanol de segunda geração. Dessa forma, vamos conseguir produzir muito mais etanol por hectare. Com as tecnologias que estão no laboratório, com a soma

de combustível e eletricidade, é possível dobrar a quantidade de energia por hectare. Acho que essa é uma meta boa para os próximos dez anos.

Revista Campo: Como o senhor vê a relação entre indústria e produtor? Marcos Jank: Acredito que sempre há melhoras que podem ser feitas. Mas o sistema que criamos é exemplo para várias outras cadeias produtivas. A cana foi pioneira no Consecana, que é um modelo de preço de nove produtos finais entre eles o açúcar e etanol, no mercado interno e externo, convertido por meio dos custos de produção. Esse mecanismo gera uma referência de preços para a negociação livre entre produtores e usinas. É muito inteligente. Tanto que algumas cadeias produtivas como café, citrus, boi estão estudando o nosso sistema.

Revista Campo: A Unica levantou que para atender a demanda de etanol para a próxima década serão necessários investimentos de R$ 80 bilhões. Como viabilizar esses investimentos? Marcos Jank: As 130 usinas que gerariam 400 milhões de toneladas de cana também demandariam investimentos de 180 bilhões. Uma imensa geração de emprego em todo interior. Goiás é um exemplo típico de onde a cana chega e muda a qualidade de vida no município. Acho que os investimentos acontecerão se a equação econômica for resolvida. Não acredito que a prioridade de política pública para o setor seja a parte de financiamento, a prioridade hoje é resgatar a competitividade do hidratado frente à gasolina.

O Consecana, esse mecanismo que gera uma referência de preços para a negociação livre entre produtores e usinas, é muito inteligente”

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MERCADO E PRODUTO

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O setor de fertilizantes vive um momento de considerável expansão, já que a demanda aumentou bastante nesses últimos dois anos. Vários projetos estão em desenvolvimento para tentar alavancar a produção nacional, que hoje atende em média 30,6% das necessidades internas. Para os próximos cinco anos, esse número deve saltar para mais de 50%, diminuindo a dependência de matéria-prima do mercado externo. Mesmo diante desse quadro de aumento da produção nacional, dois fatores são altamente preocupantes, um é a alta carga tributária e outro é o problema da infraestrutura que afeta diretamente a logística de distribuição dos produtos. Para se ter uma ideia, é mais vantajoso trazer o fertilizante fosfatado de Marrocos, ou o potássio da Rússia, do que trazer de Sergipe ou de Uberaba, por conta do custo que temos em impostos e em logística. Por esta razão, o Rio Grande do Sul é um dos maiores importadores de fertilizantes do Brasil.

É bom lembrar que os investimentos vêm sendo feitos em território nacional, porém, têm sido totalmente absorvidos pela demanda. Por isso, não houve retração nos preços, que continuam bastante altos em relação aos anos anteriores. O grande fator negativo da dependência de importação de matéria-prima ainda é o gargalo do setor, que poderia estar em um momento melhor se não fossem os 30% dos custos totais comprometidos somente com fertilizantes. Junto a isso, a infraestrutura portuária brasileira acaba gerando mais ônus no produto por conta de problemas, como por exemplo, os atrasos nos desembarques que acabam gerando multas e diárias para os importadores. A taxa portuária chega até US$ 30 mil por navio que não consegue

atracar, obviamente, esse custo acaba sendo repassado e o prejudicado maior quem está lá na ponta da cadeia: o produtor rural.

O preço dos fertilizantes vem crescendo no mercado internacional há anos. E mesmo que a dependência dos adubos importados diminua, frente aos investimentos das empresas nacionais na produção interna, a tendência ainda é de alta. O Brasil consome por ano 24 milhões de toneladas de fertilizantes, 70% deste total vem de fora.

Diante da grande demanda, acredita-se que não haverá falta de fertilizantes, mas os preços mundiais, que estão em alta há anos, não têm previsão de queda. Aliás, as altas devem continuar por mais tempo, mesmo que o Brasil alcance 100% de autonomia na produção de fertilizantes.

Mediante esse quadro, é necessário melhorar a rentabilidade mexendo na adubação. Análise de solo e otimização do uso desses insumos são fundamentais para se diminuir os custos. Outras ferramentas, como a agricultura de precisão, podem melhorar a rentabilidade final do produtor.

Em Goiás, no mês de julho, o preço médio da tonelada de fertilizantes foi de R$ 1.120,26 mil, porém, no ano anterior, esse valor foi de R$ 828, 49, ou seja, o produto está 35% mais caro este ano e, mesmo com os bons preços dos produtos agrícolas, a rentabilidade do produtor foi comprometida por conta desse aumento nos custos. É preciso estar atento aos preços dos insumos e fertilizantes, pois impactam fortemente nos custos de produção e afetam diretamente a relação de troca para o produtor. É preciso sempre fazer as contas e ir além da busca pela eficiência tecnológica. A eficiência econômica da atividade também é crucial para o crescimento e manutenção da atividade.

Preço dos Fertilizantes: dor de cabeça para o produtor

Alexandro Alves

é engenheiro

agrônomo e

assessor técnico

da Federação

da Agricultura e

Pecuária de Goiás

(Faeg) para a área

de cana-de-açúcar

e bioenergia.

Alexandro Alves | [email protected]

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Sindicato Rural/Itaberaí

Sindicato Rural/Porangatu

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LANÇAMENTOS

Novas máquinas chegam ao campoFabricantes de máquinas e implementos agrícolas lançam novidades para o mercado. Vendas devem manter bom cenário de 2010

Rhudy Crysthian | [email protected]

Nos próximos meses, a venda de máquinas agrícolas deve ter uma injeção de ânimo. Houve uma pequena queda no primeiro semestre do ano, explicada pelo

esgotamento dos recursos de financiamento do Programa de Sustentação de Investimento, do BNDES. A projeção do setor é que as vendas se equiparem com a comercialização em 2010. O resultado semelhante das comercializações de 2010 e 2011 pode ser considerado um saldo positivo, já que segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 2010 foi um ano bastante positivo para o setor.

De acordo com dados da entidade, o total de vendas inter-nas no atacado de máquinas agrícolas automotrizes em 2010 foi de 68.498 mil unidades. Já o número de unidades expor-tadas de máquinas agrícolas automotrizes foi de 18.699 mil unidades, o que gerou uma receita de US$ 2.310.432 bilhões em exportações no ano passado, aumento de 82,2% se com-parado aos 12 meses de 2009. A robustez das vendas em 2010 garantiu os melhores resultados do setor desde 1976.

O vice-presidente da Anfavea, Milton Rego, afirma que 2010 terminou de forma bastante satisfatória para o setor. Ele destaca que o baixo índice de mecanização agrícola é a maior oportunidade que o agronegócio e os fabricantes de máqui-nas têm para expandir. “Com o crescente avanço do País, a modernização no setor agrário tende a acompanhar esse cres-cimento. O processo contínuo de industrialização das áreas rurais traz transformações na produção e, consequentemente, redefine o cenário socioeconômico e político no campo”, re-lata. Ele acredita ainda que a tendência é que com aplicação de investimentos, oportunidades e políticas favoráveis, o pro-

dutor fique cada vez mais mecanizado, aumentando assim a produção e as vendas.

CréditoSegundo César Di Luca, diretor comercial Case IH, o mer-

cado de colheitadeiras de grãos no Brasil deve crescer nos próximos anos, especialmente, em função da necessidade de renovação da frota de máquinas e aumento de crédito. “Ob-servamos em 2010 uma rápida recuperação dos mercados da América Latina depois da forte queda devido à crise econô-mica mundial. As exportações de tratores do Brasil para os países da América Latina, e Caribe aumentaram aproximada-mente 46% frente a 2009 e as exportações de colheitadeiras de grãos, cresceram 22% considerando a mesma comparação anterior”.

O diretor da empresa acredita que no mercado interno, uma questão importante para o setor são as facilidades de financiamento proporcionadas pelo governo federal no ano passado e mantidas em 2011. “É a união de crédito para o agricultor e boas safras sucessivas que constroem o cenário propício de crescimento do mercado de máquinas agrícolas”, destaca César.

Segundo o diretor comercial da Valtra, Paulo Beraldi, 2010 foi um dos melhores anos da história da indústria. Ele acre-dita que as melhores ofertas de crédito desde 2007 é um dos fatores propulsores. “Apostamos nas novidades e em neces-sidades específicas dos produtores para manter nossa coloca-ção no mercado brasileiro de máquinas agrícolas. Ampliamos nossa participação em novos nichos de mercado para manter os resultados positivos conquistados no último ano”, garante.

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Frota nova na lavouraPara acompanhar o mercado em crescente curva, fabrican-

tes e montadoras de máquinas e tratores agrícolas lançam a cada safra uma variedade de opções para o produtor obter maior eficiência no campo. A Case IH, empresa que criou, projetou e desenvolveu o sistema axial de colheita, lançou recentemente um novo modelo de colheitadeira, a Axial--Flow 2566. Uma máquina compacta, ideal para os pequenos e médios produtores de grãos. De acordo com o gerente de marketing da empresa, Alfredo Jobke, a entrada da Case IH no segmento de colheitadeiras Axial de menor porte tem como principal objetivo viabilizar a inserção dos pequenos e médios agricultores no mercado de colheitadeiras Axiais.

Segundo o especialista em colheitadeiras de grãos da mes-ma empresa, Felipe Dantas, a nova Axial-Flow 2566 guarda as mesmas qualidades dos outros modelos Axiais. “A diferença fica por conta do tamanho, na 2566 o rotor é menor, a área de limpeza de grãos é adequada à capacidade da máquina, mas a parte técnica é absolutamente igual às máquinas maiores como a Axial-Flow 2688 e 2799 por exemplo”.

A empresa também lançou uma nova linha de tratores Magnum que passa a oferecer maior potencia, produtivi-dade e menor consumo de combustível. Os cinco novos modelos serão produzidos no Brasil e substituem gradati-vamente os modelos anteriores da linha. “Com os imple-mentos cada vez maiores e a jornada de trabalho cada vez mais longa, os produtores brasileiros passaram a demandar

tratores mais potentes, com baixo consumo e alta produti-vidade”, esclarece José Roberto Camargo, coordenador de treinamento comercial da Case IH.

Pulverizador O pulverizador MF 9030 completa o portfólio de produtos

desenvolvidos pela Massey Ferguson. Além de ser equipado com chassi Flex Frame, que absorve as irregularidades do ter-reno, enquanto mantém a estabilidade da barra em maiores velocidades de aplicação, fator que aumenta consideravelmen-te o seu nível de resistência. O MF 9030 é equipado com um sistema de transmissão hidrostática 4x4 cruzada permanente, com três velocidades. É um sistema que traciona a roda dian-teira esquerda em conjunto com a roda traseira direita, e vice--e-versa.

De acordo com o engenheiro agrícola Rafael Pansani, ge-rente de pós vendas da Navesa, concessionária da Massey em Goiás, o chassi Flex Frame proporciona maior contato dos pneus com o terreno garantindo melhor tração, possibi-litando transpor obstáculos sem perder contato com o solo. Ele explica que a máquina conta com tecnologia de ponta com fácil manuseio. O equipamento possui sensor que im-pede o acionamento e funcionamento da bomba de pulveri-zação quando o tanque de produto estiver vazio. A máquina possui barras de pulverização de 24 ou 28 metros divididas em sete seções com corte automático.

A nova Axial-Flow 2566 guarda as mesmas qualidades dos outros modelos Axiais. Nesta colheitadeira, o rotor é menor, a área de limpeza de grãos é adequada à capacidade da máquina, mas a parte técnica é absolutamente igual às máquinas maiores como a Axial-Flow 2688 e 2799, por exemplo.

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LANÇAMENTOS

Maiores índices de precisão

Com o avanço da tecnologia no campo, o mer-cado oferece máquinas com menores índices de perda e maior precisão em todas as atividades e processos. Segundo o diretor comercial da Valtra, Paulo Beraldi, os modelos BT 150, BT 170, BT 190 e BT 210, foram lançados com exclusiva transmissão HiSix com PowerShift que possui 24 velocidades à frente e 24 velocidades para marcha ré, possibilitan-do fazer programações para cada tipo de operação. A série BT é pioneira no Brasil.

Conhecida pela robustez da sua linha, a Valtra se consolidou no Brasil como uma referência em linha pesada. “Passamos por mudanças significati-vas nos últimos anos, ampliando o nosso portfólio com a entrada no mercado de colheitadeiras, pulve-rizadores, investimento na agricultura de precisão, novos implementos. Agora passamos a produzir máquinas mais leves, abaixo de 100 cv, atendendo assim a pequenos, médios e grandes produtores”, explica Beraldi.

Ele está confiante com relação ao aumento de ven-das. “Vimos nos últimos dois anos, após os lançamen-tos dos programas federais de incentivo à Agricultura Familiar, um significativo aquecimento do mercado de máquinas agrícolas voltadas ao pequeno e médio produtor. Hoje, a mecanização é reali-dade mesmo em pequenas proprieda-des. O produtor tem consciência que investir em maquinário para realizar operações agrícolas é sinônimo de produtividade”, diz.

A marca lançou ain-da o pulverizador BS 3020H que alia tecnolo-gia e mecânica inovado-ra. Ela é capaz de man-ter a estabilidade durante todo o processo de pulveriza-ção independente das irregulari-dades do terreno.

Os modelos BT 210 foram lançados com exclusiva transmissão HiSix com PowerShift que possui 24 velocidades à frente e 24 velocidades para marcha ré, possibilitando fazer programações para cada tipo de operação. A série BT é pioneira no Brasil.

O pulverizador BS 3020H alia tecnologia e mecânica inovadora. Ela é capaz de manter a estabilidade durante todo o processo de pulverização independente das irregularidades do terreno.

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Inovação é prioridade das marcasA New Holland passou a comercializar este

ano um dos mais importantes lançamentos dos últimos anos: a série de pulverizadores autopro-pelidos SP, com o modelo 3500. A nova máquina contribui para o objetivo da New Holland de am-pliar sua linha e atender todo o ciclo das culturas passando pela pulverização e colheita. “Entramos neste novo segmento para explorar suas possibi-lidades e atender de forma ainda melhor a nosso público e revendas, com todo o suporte da força da marca”, afirma Douglas Santos, especialista de pulverizador da empresa.

Com motor Cummins de seis cilindros e potência nominal de 202 cvs, o tanque deste pulverizador comporta 3.500 litros de calda. Sua bomba pulve-rizadora é do tipo centrífuga, em aço inox, e tem vazão de 472 litros por minuto. A barra de pulveri-zação tem 27 metros de comprimento (com opção de 30 metros), com quadro central deslizante refor-çado e sete seções com cortes individuais, além de sensores de controle de altura e sensores de cen-tralização.

A New Holland apresentou também a nova linha de tratores T8, que chega ao Brasil para consolidar a participação da marca com máquinas de alta po-tência. Os modelos, que passam a ser produzidos

na planta de Curitiba (PR), se equiparam aos ofe-recidos pela marca nos Estados Unidos e Europa, tornando-se a série de maior potência produzida no País. Esse projeto de nacionalização da linha se deve à visão de crescimento do mercado de trato-res de alta potência. De acordo com o especialista do produto, Marco Cazarim, o lançamento das má-quinas alinha o Brasil aos projetos globais da New Holland. “Estamos consolidando a aplicação do sistema de injeção eletrônica de combustível nas máquinas e oferecendo produtos com Agricultura de Precisão de série, ou seja, tecnologia de ponta que representa ganho operacional.”

A John Deere trouxe para o mercado a colhe-dora de algodão 7760, que enfarda a fibra durante a colheita e simplifica o processo em relação ao sistema convencional. No sistema tradicional, o al-godão colhido precisa ser descarregado e levado para uma prensa para ser enfardado. Com o uso da colhedora 7760, o produtor economiza por usar menos veículos e também por utilizar menos mão de obra. A fabricante destaca que outra vantagem é que os fardos redondos saem da colhedora co-bertos por um filme de polietileno, o que facilita o transporte e processamento, protegendo a qua-lidade da fibra.

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Os tratores da série T8 foram desenvolvidos para o trabalho em grandes áreas, especialmente para o preparo de solo e plantio nos segmentos de cana-de-açúcar e grãos. A velocidade de trabalho pré-determinada é mantida de acordo com a necessidade demandada pela operação. A série é equipada com a exclusiva cabine de menor nível de ruídos e possui computador de bordo.

A colhedora de algodão 7760 enfarda a bra durante a colheita. Assim, o produtor economiza por usar menos veículos e também por utilizar menos mão de obra. Outra vantagem é que os fardos redondos saem da colhedora cobertos por um lme de polietileno, o que facilita o transporte e processamento, protegendo a qualidade da bra.

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SISTEMA EM AÇÃO

Agenda de açõesSistema Faeg/Senar mobiliza lideranças regionais da agropecuária para afunilar ações ligadas ao setor Rhudy Crysthian | [email protected]

O setor produtivo rural realizou uma série de encontros regio-nais para discutir as principais

ações e formular uma agenda executiva para nortear os próximos passos da ca-tegoria. O Sistema Faeg/Senar, mobili-zador dos encontros, reuniu dirigentes sindicais dos municípios de todas as regiões do Estado.

Com o slogan, Encontros Regionais – Construindo o Futuro, os participantes discutiram as agendas que irão nortear as ações do Sistema nos níveis nacional, estadual e municipal. De acordo com o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, infraestrutura, logísti-ca, nova política agrícola, NR 31 e novo

Presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, durante encontros regionais com produtores rurais e autoridades ligadas ao setor

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liCódigo Florestal pautam a Agenda Brasil do setor agropecuário.

Já em âmbito regional, o setor ini-ciou um movimento de união dos es-tados que compõem a região Centro--Oeste. José Mário explicou sobre a importância da criação do Fórum das Entidades Produtivas do Centro--oeste, que congrega as federações de agricultura, indústria e comércio de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, e da formação de uma rede das federações de agri-cultura do Brasil Central. “São instru-mentos para união e fortalecimento da região”, disse o presidente do Sis-tema Faeg/Senar.

Os participantes também foram informados sobre o processo de re-gionalização do Sistema. Serão cria-das sete regionais em todo o Estado, ação que irá descentralizar a atuação do Sistema e permitirá que Faeg e Se-nar ampliem o número de municípios, produtores e trabalhadores rurais atendidos por seus programas.

Também foi pauta do encontro a ampliação da representação política do setor em nível municipal. A pro-ximidade das eleições municipais cria ambiente para que o setor se articule e incentive o apoio a candidatos com-promissados com as causas do seg-mento.

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SAFRA

Planejar para plantar certoPrestes a iniciar o plantio da safra 2011/2012, produtores goianos mostram como se preparar para obter bons resultados na principal colheita do anoKarine Rodrigues | [email protected]

Há duas ou três décadas, o pro-dutor rural decidia o que plan-tar na safra de verão por cos-

tume ou por influências diversas como amigos, parentes, vizinhos e, em últi-mo lugar, por indicação de um técni-co ou consultor especializado. Hoje, o planejamento da safra de verão come-ça praticamente um ano antes. No mo-mento de decidir qual cultura plantar e qual tamanho da área, o produtor con-sidera inúmeros fatores como: custos dos insumos, preços futuros dos grãos no mercado internacional, estoques re-guladores nacionais e internacionais, clima, volume a ser plantado na região, condições financeiras entre outros.

São essas as medidas adotadas pelo produtor rural de Silvânia, Vonal-

do de Morais que, na atividade há 21 anos, vai plantar milho e soja na pró-xima safra. Serão 180 hectares de mi-lho e 3.820 hectares de soja. Ciente da importância de se manter informado, ele explica que acompanha o mercado diariamente e tenta mostrar aos asso-ciados do sindicato que essa atitude é fundamental para não ter prejuízos. “Comprei um notebook para o sindi-cato para que os produtores possam ter acesso mais fácil às informações que estão na internet”, explica. Ele já comprou todos os insumos neces-sários para garantir uma boa colhei-ta. Há dez anos, ele realiza a compra antecipada dos insumos que precisa para fazer o plantio da lavoura e ex-plica que as compras são feitas com

base na experiência que adquiriu ao longo do tempo. Vonaldo é bastante organizado e explica que mantém seus arquivos de compras no computador. Os insumos para esse ano foram com-prados em março. “Estou plantando a safra 2011/2012 e já programando a safra 2012/2013”, ressalta.

Segundo o pesquisador responsá-vel pela área de grãos do Cepea e pro-fessor da Esalq/USP, Lucilio Alves, o produtor deve considerar quais as cul-turas são indicadas para sua região e quais o produtor possui conhecimen-tos técnicos. Aspectos relacionados à liquidez de comercialização também são importantes. Com base neste pon-to, deve considerar a relação benefício e custo, para identificar qual cultura

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Disciplinado e atento, Vonaldo de Morais a rma que planeja o plantio da safra com um ano de antecedência

ou atividade pode resultar em melhor retorno. As expectativas de preços de venda para o momento da comercia-lização são essenciais. Estas análises devem ser efetuadas no momento de compra de insumos e de preparo das lavouras para o cultivo.

Liquidez Em Goiás, segundo as estimativas

do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as culturas mais plantadas na safra de verão são soja, milho, algodão e feijão. A soja é uma commodity que possue maior liquidez. Neste ano, uma previsão é favorável para os produtores brasileiros, o últi-mo relatório do Departamento de Agri-cultura dos Estados Unidos (USDA)

aponta para quebra da safra america-na. Lucilio Alves explica que, como os estoques de passagens da maioria dos produtos agrícolas estão baixos e a de-manda segue firme em termos mun-diais, uma menor produção americana pode postergar a renovação de esto-ques, o que limita espaço para quedas de preços.

Somente uma nova safra excelente do Hemisfério Sul - especialmente para soja - poderá amenizar a situação em termos mundiais. Para o especialista, atualmente, a relação benefício e custo está favorável para o setor agrícola. A boa rentabilidade esperada para essas culturas favorecerá uma disputa im-portante por área entre as mesmas. Vo-naldo diz que optou pela soja por causa

da liquidez proporcionada pelo grão, pois a venda da soja é mais rápida. En-quanto o milho, as opções de venda são escassas na região, pois só há dois armazéns. “Só planto milho para fazer a silagem para o gado”, explica.

Garantia de preçosO engenheiro agrônomo, produtor

rural e consultor, Dalmo Sávio Mar-tins Pereira, explica que o momento é ideal para travar preço dos grãos que serão plantados dentro de alguns dias, essa atitude pode ajudar os produto-res a conseguir recurso para o custeio das lavouras. Ele relata que a ameaça de quebra da safra americana de milho e soja e os baixos estoques de passa-gem do ano anterior fizeram com que

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o mercado se valorizasse para com-modities como soja e milho. “O pro-dutor precisa estar atento para saber da rentabilidade do negócio com base no histórico do produto no mercado, isso é muito importante na tomada de decisão”, lembra o consultor.

Dalmo explica que outro fator que deve ser bem observado pelo produtor que vai plantar milho, mas que ainda não comprou a semente, é o risco de não en-contrar o produto de boa qualidade no mercado, pois as estimativas das entida-des que fazem a previsão de safra são de

aumento da área plantada de milho.Dalmo relata que na região de Silvâ-

nia, a colheita da safra 2010/2011 foi a melhor dos últimos 25 anos, e também por esse fato, os produtores da região não estão com problemas para liquidar dívidas e nem para conseguir recursos de pré-custeio. “Maioria dos produtores já está pronta para plantar, está na fase de preparação do solo, pois os insumos já foram quase todos comprados. A ex-pectativa agora é quanto à regularidade das chuvas, o produtor deve ficar ligado nas alterações do clima”, diz.

Aquisição de recursos Na expectativa pela chegada do pe-

ríodo chuvoso, a maior parte dos pro-dutores que vão plantar grandes áreas já adquiriram os insumos, seja para atender o planejamento, para não se comprometer caso haja falta do pro-duto ou para garantir preços melho-res, pois quase todos os tipos de insu-mos, defensivos, adubos ou sementes tiveram altas nos preços. Por esses motivos quase todos os produtores que iriam captar crédito para custeio da safra, já pegaram os recursos.

Questionado se o momento era propício para adquirir recursos de cus-teio, Lucilio diz que é preciso analisar as regras bancárias, a juros abaixo do mercado físico, assim como as dispo-nibilidades de recursos privados, de bancos e de tradings.

SAFRA

Produtor de feijão há 10 anos, Jo-ari Bertoldi explica que vai plantar o grão por se tratar de uma cultura que está acostumado a trabalhar. “Enquanto todos estão saindo vou permanecer”, diz. A decisão de plantar feijão não foi por puro cos-tume, a rentabilidade que o produto tem gerado, exerceu grande influên-cia. Tanto que o agricultor acredita

que o preço da saca não atingirá pre-ço menor que R$ 80, mas para isso é preciso produzir com qualidade.

Para atingir alto padrão de qua-lidade, o plantio de feijão na pro-priedade de Joari ocorre em quatro etapas. Começa a ser feito no início das chuvas e as sementes de feijão são distribuídas em períodos dife-rentes nos mil hectares. Segundo

Inovação é prioridade das marcas

Joari Bertoldi vai plantar novamente feijão nesta safra

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Na contramão dos demais produtores, Américo vai plantar algodão na safra de sequeiro

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lio produtor, essa técnica é usada para não amontoar o feijão colhi-do. “Fico comprometido com o feijão durante 90 dias, pois é uma cultura que requer cuidados muito específicos, cujo preparo do solo e a colheita devem ser feitos com calma”, relata. Além disso, ele faz plantio direto, faz anualmente a correção do solo, manejo preven-tivo e possui secadores e silos.

O produtor também usa máqui-nas colheitadeiras mais cedo e na palhada planta o milho safrinha. O produtor acrescenta que já comprou todos os insumos que irá utilizar no plantio, está na fase de preparação da terra e dá preferência por com-prar sementes em uma mesma em-presa há alguns anos, por confiar na qualidade do produto.

O produtor de algodão de Acre-úna, Américo Vaz de Lima Filho, mais conhecido com o Saul, plan-

ta algodão há 14 anos e em 2011 não será diferente. Ao contrário da grande maioria dos produtores que tem preferido fazer o plantio irrigado, Saul vai plantar a safra de verão, isso porque ele precisa do produto para manter seu próprio negócio que é a Algodoeira Mutu-ca. A terra já está preparada e os insumos comprados.

Esse ano ele vai plantar 2,5 mil hectares, mesma área que plantou em 2010 e conta que embora o produto esteja com uma boa co-tação no mercado, a situação não está fácil para o produtor. Saul explica o fato de ter verticaliza-do a produção lhe traz uma certa segurança, como a possibilidade de travar a venda do algodão que ainda será plantado. As vendas do algodão são destinadas em sua maioria para São Paulo e Santa Catarina.

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BIOENERGIA

Pode faltar etanol em 2012As reduções da quantidade de cana disponível para a moagem nesta safra, em contrapartida ao aumento da demanda pelo produto, podem gerar uma corrida nas bombas em 2012Rhudy Crysthian | [email protected]

O aumento da demanda por etanol, problemas climáticos no ano passado, a redução do volume de cana-de-

açúcar disponível para moagem e a abertura de novos mercados internacionais para o produto brasileiro podem confirmar um cenário que muitos especialistas já previam, o álcool pode ficar mais caro e até faltar etanol nas bombas na próxima entressafra. De acordo com dados da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), o preço do etanol hidratado, que abastece os veículos, já é 35% maior do que no mesmo período de 2010. Essas consequências são resultado da falta de investimentos na cultura e a baixa produtividade das lavouras.

A expectativa da entidade é que a região Centro-Sul do Brasil – responsável por cerca de 90% da cana processada no País – deverá ter queda na produção de quase três bilhões de litros de álcool na safra 2011/2012. Segundo a Unica, outros fatores que estão levando à redução do volume da cana disponível para a moagem são a idade avançada do canavial, estiagem ocorrida entre abril e agosto de 2010, geada que atingiu as lavouras no final de junho nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná e o florescimento do canavial, fenômeno induzido por condições de temperatura, umidade e radiação solar específicas.

Na estimativa divulgada recentemente pela Unica, a safra 2011/2012 será 4,21% menor que o ciclo passado, atingindo 533,50 milhões de toneladas. A entidade também prevê que

Preço do etanol já está 35% em média mais alto que no mesmo período de 2010

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a produção de etanol deve chegar a 22,54 bilhões de litros nesta safra, 11,19% menor que os 25,38 bilhões de litros da safra anterior. “Como a moagem de cana-de-açúcar será menor que a esperada na safra 2011/2012, o mercado terá menos etanol, afetando os preços do combustível nas bombas”, confirma o assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para a área de cana-de-açúcar e bioenergia, Alexandro Alves.

A consultoria Datagro estimou 561,32 milhões de toneladas de cana moídas na região Centro-Sul, mas segundo o novo cálculo, deve processar apenas 554,1 milhões de toneladas. Entretanto, a Unica nega que vá ocorrer desabastecimento no mercado. A justificativa da entidade é que o reflexo dessa diminuição na oferta de etanol será percebido nas exportações. Para a Unica, não haverá excedente para exportação. Mas para o especialista da Faeg, só não haverá desabastecimento caso o País importe o produto. “O álcool dos Estados Unidos é mais caro que o brasileiro, mas teremos que importar mesmo assim para atender o mercado interno”, disse.

ProblemasSegundo ele, o clima de 2010 foi um dos principais

problemas do setor, pois afetou o desenvolvimento da cana e, consequentemente, atrasou o início da moagem. “Em Goiás, por exemplo, as estações climáticas são bem definidas, mas em outros estados como São Paulo, essas alterações do clima afetam drasticamente a produção da cultura”, justifica. De acordo com ele, os problemas climáticos também afetaram o teor de energia da cana.

O presidente da Unica, Marcos Jank, explica que o setor está investindo em novas unidades para atender o aumento da demanda. Segundo ele, a compra de pequenas empresas fez com que a produção crescesse menos que a demanda por etanol. “Entendemos que se forem desenhadas as políticas corretas, principalmente em relação ao etanol hidratado, e se recuperarmos a competitividade do hidratado ante à gasolina, que está ‘congelada desde 2005, o setor tem de tudo para crescer 10% ao ano e atender os mercados interno e externo de açúcar e de etanol”, projeta.

O produtor de cana-de-açúcar, Pau-lo Henrique Garcia Cardoso, da região de Goiatuba, vê um mercado mais pro-missor nas próximas safras. Segundo ele, com o aumento dos créditos ofe-recidos pelo governo federal, a ten-dência é que novas áreas de cana se-jam plantadas. O canavieiro é um dos membros da Associação dos Fornece-dores de Cana da Usina Bom Sucesso (AFC Bom Sucesso) e conta que tem aumentado o número de produtores de outras áreas que estão interessados em plantar cana na próxima safra.

Por outro lado, o produtor afirma que, em virtude da seca do ano pas-sado, quem não fez irrigação de salva-mento sofrerá diminuição de produti-vidade de 10% a 15%. Ele, por sua vez, utilizou a irrigação como um aliado, fez o controle da cigarrinha, investiu em adubação e atualmente espera uma média de produtividade de 91 tonela-das por hectare, bem maior que a mé-dia de 75 toneladas por hectare espe-rada para Goiás.

Paulo Henrique explica que devido

às perspectivas de preços mais ele-vadas, atualmente ser fornecedor de cana-de-açúcar está mais vantajoso do que ser arrendatário. “Os preços hoje estão muito bons e a tendência é de ganhar mais quando você forne-ce o produto”. O produtor diz ainda que a produção de cana é uma forma de diversificação da propriedade, que também cultiva soja e confina gado. “Assim, otimizamos a mão de obra e garantimos trabalho o ano inteiro”.

Mais créditoEm busca por mais produtividade

na área plantada de cana-de-açúcar, o governo federal criou linhas de finan-ciamentos que visam a expansão, a renovação e ampliação dos canaviais. Por meio do Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, foram criadas duas novas linhas de investimento para o setor com taxa fixa de 6,75% ao ano, com financiamento de até R$ 1 milhão pelo crédito rural, com prazo de pagamento de cinco anos, incluídos até 18 meses de carência.

Estas linhas favorecem investimen-tos em novos canaviais, que geram maior produtividade. “Conforme o canavial vai ficando mais velho, a sua produtividade também diminui. Por isso, há a necessidade de cultivo de novas plantas para conseguirmos uma produção maior”, ressalta o presiden-te da Comissão de Cana-de-Açúcar e Bioenergia da Faeg, Ênio Fernandes Jú-nior. Ele conta também que devido aos períodos conturbados de crise econô-mica e de adversidade climática, os ca-naviais estão com mais de cinco anos de idade e a tendência é uma queda na produtividade desta área.

De acordo com o assessor técnico da Faeg para a área de cana-de-açúcar e bioenergia, Alexandro Alves, a falta de renovação dos canaviais ocasionou uma safra de lavouras envelhecidas. Fato que geralmente ocorre nas usinas mais velhas. “A implantação e renova-ção de um canavial hoje está muitos onerosa. O custo total para implantar ou renovar o plantio gira em torno de R$ 8 mil por hectare”, calcula.

Visão do produtor

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A produção agrícola e usineira ainda não conseguiu acompanhar o crescimento da demanda por etanol. Segundo o presidente da Comissão de Cana-de-Açúcar e Bionergia da Faeg, Ênio Jaime Fernandes Júnior, os produtores começaram a sentir os problemas com a cultura com a crise mundial ocorrida em 2008, quando houve retração no crédito e ocasionou um forte endividamento por parte das indústrias.

Este cenário resultou na falta de pagamento a fornecedores, falta de investimentos em novos canaviais e até mesmo na execução dos tratos culturais nos canaviais já existentes. “O setor crescia com muita força. Com a crise de 2008, o crédito ficou escasso, abriu-se menos usinas e a consequência foi a falta de pagamento aos produtores e aos fornecedores”, conta o presidente. O resultado desta crise refletiu na diminuição dos investimentos nas lavouras, como em fertilizantes, manejo contra ervas daninhas, calcário, gesso, entre outros insumos. “Passou a ser feito estritamente o necessário”, conta.

Apesar de todos estes problemas, Goiás, atualmente, ocupa a terceira maior área produtora de cana-de-açúcar do

País, respondendo por 8% da produção nacional de cana, 5,2% da produção de açúcar e 11% da produção de etanol. Por outro lado, a cultura representa somente 1,1% da área plantada no Estado, muito atrás da soja com 12,4%, do milho verão e safrinha com 4,7% e atrás das pastagens com 76,3%. “Ainda há muito espaço para produtores fornecerem a matéria-prima para as usinas”, destaca o assessor técnico da Faeg para o setor, Alexandro Alves.

Produção Para a safra 2011/2012, Goiás deve produzir cerca de

48 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, em uma área de 670 mil hectares. A produtividade estimada é de 75 toneladas por hectare. A produção de etanol deve ficar em torno de três bilhões de litros, um incremento de 9% se comparado ao período anterior. A produção de açúcar será de aproximadamente 1,8 milhão de toneladas. Conforme o presidente da Comissão de Cana-de-Açúcar e Bioenergia da Faeg, Ênio Fernandes Filho, a tendência é que a produção de cana continue crescendo. Para ele, o mercado está aberto e necessita do produto.

Produtores alertam para problemas do passado

BIOENERGIA

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Presidente da Comissão de Cana-de-Açúcar e Bioenergia da Faeg, Ênio Fernandes, diz que a tendência é que a produção de cana continue crescendo

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O reconhecimento de que a inseminação artificial (IA) é um componente tecnológico importante na pecuária e o maior acesso a essa tecnologia,

devido à queda do dólar, fizeram do IA a nova queridinha da bovinocultura. Os números mostram que, o uso da técnica no gado cresceu 51,60% nos últimos dez anos. Os dados foram contabilizados pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) em seu último relatório de produção, importação e comercialização de sêmen.

Só no ano passado, a venda de sêmen bovino em todo o País cresceu 13,69%, foram 10,415 milhões de doses comercializadas. Desse total, 42,15% vieram de outros países. Essa é a maior participação relativa que o produto importado alcançou desde 2000, porém, em termos absolutos é o maior volume já comprado pelo Brasil. Se o mercado continuar neste ritmo, a Asbia estima que, para o próximo ano, o segmento de inseminação artificial cresça mais 15%. O que resultaria em um aumento de 12% no rebanho de vacas inseminadas em 2013.

O maior foco do uso da tecnologia por parte dos produtores brasileiros está na produção de carne e leite, explicado pelo aumento da demanda global por carne bovina nos últimos anos, ainda que 2009 tenha sido um ano mais fraco por causa da última crise mundial. De tudo o que foi vendido no ano passado, a parcela destinada à pecuária de corte foi de 57,85%. Os 42,15% restantes

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SÊMEN BOVINO

Genética bovina em alta Produtores batem recorde na comercialização de sêmen bovino. Setor prevê mais um aumento de 15% para o próximo anoRhudy Crysthian | [email protected]

de sêmen bovino. Setor prevê mais um aumento de 15% para o próximo anoRhudy Crysthian | [email protected]

foram para a pecuária leiteira.O pecuarista do município de Uruana, Carmo Alves

Barbosa engrossa esses números. Desde que começou a adotar a tecnologia, não parou mais. Ele presenciou o nascimento do primeiro animal inseminado em sua propriedade no ano de 2000. Desde então, passou a ser um assíduo defensor da tecnologia em sua região.

Atualmente, 90% do rebanho da propriedade de Carmo é resultado de inseminação artificial. “A inseminação é um caminho de mão única. É uma tecnologia muito promissora e depois que começamos a trabalhar com ela percebemos que se o produtor quiser evoluir e crescer ele precisa se adequar a essa ferramenta”, destaca. Uma das vantagens apontadas por ele é a possibilidade de o produtor formatar um rebanho “top de linha” sem ter que desembolsar quantias milionárias.

Segundo Carmo, uma amostra de sêmen de animal com mais de um milhão de doses comercializadas custa hoje no mercado em torno de R$ 40. “Um animal com mais de um milhão de doses vendidas é muito valioso. Não conseguiríamos ter no rebanho um animal desse porte, mas com a compra do sêmen podemos ter vários com a mesma qualidade”, compara.

O zootecnista Renato Cândido Mendonça trabalha em uma propriedade rural no município de Matrinchã, noroeste goiano, onde adota a tecnologia de inseminação

Boi Dymph FIV da Goly, da Fazenda Carandá, é animal contratado para fornecer sêmen. A propriedade compra em média 1,3 mil doses de sêmen por ano

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SÊMEN BOVINO

artificial desde 2003. “Com a inseminação artificial, temos a garantia de que o resultado será satisfatório”, ressalta. Renato chama a atenção ainda para o fato de que as medidas de avaliação do sêmen são uma espécie de garantia de qualidade do produto.

Ele destaca ainda que por meio do acasalamento genético, pode-se obter resultados melhores utilizando sêmen mais indicado. Há ainda o melhoramento do rebanho por meio da utilização de reprodutores comprovadamente superiores para a produção de carne e leite e outros. A inseminação artificial padroniza os rebanhos. Com a utilização de um só reprodutor em um grande número de vacas, pode-se obter lotes de animais com padrão zootécnico muito semelhante, tanto de fenótipo-aparência externa como de genótipo-mérito genético.

PreferidosA raça Aberdeen Angus disparou na preferência do

criador que investe em tecnologia, alcançando 1,452 milhão de doses comercializadas no ano passado. O Red Angus responde por 491.371 delas e o Angus, por 961.442, volume 58,73% maior que o registrado em 2008 e 362,27% mais que as 207.982 doses de 2005. A raça líder na venda de sêmen continua sendo o Nelore, que teve 2,291 milhões de doses vendidas nas centrais de inseminação no ano passado.

De acordo com o presidente da Asbia, Lino Rodrigues Filho, o principal gargalo para um crescimento ainda maior da inseminação artificial é a falta de mão de obra

qualificada. “Temos um grande desafio pela frente em encontrar e qualificar mão de obra para atuar neste setor”, disse. Outro ponto também levantado pelo presidente é a adaptação das propriedades para alcançar melhores resultados com o processo. “A inseminação tem uma grande interdependência com o manejo e a alimentação do rebanho, os três trabalham em conjunto”, completou.

Principais países compradores de sêmen bovino brasileiro

Carmo Alves Barbosa manuseia sêmen armazenado em botijão. Há 11 anos nascia o primeiro animal resultado de inseminação em sua propriedade

Jana

Tom

azel

li

Fonte: AsbiaFonte: Asbia

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Setembro/2011 CAMPO | 31www.senargo.org.br

Com base zebuína, o rebanho nacional não tem número elevado de animais de origem europeia - especialmente das raças Angus e Red Angus - com as avaliações necessárias para garantir a qualidade mínima de reprodução. Por esse motivo, é mais fácil para as centrais de inseminação importarem o sêmen de outros países do que iniciar um processo de seleção e análise desses animais que, além de caro, também consome tempo.

Foram comercializadas no Brasil em 2010 pouco mais de 5,2 milhões de doses para a pecuária de corte, das quais 21,1% foram importadas. Para se ter uma ideia dessa evolução, em 2005, quando a venda para a pecuária de corte somou 3,91 milhões de unidades, apenas 6,6% vieram de outros países. O aumento da demanda e o processo de internacionalização dos frigoríficos estão fazendo com que o Brasil, dono do maior rebanho comercial de gado de corte do mundo, tenha que importar sêmen bovino para atender o crescimento do mercado de genética, segundo dados

Importação de sêmen

Principais raças comercializadas

da Asbia.Entre os criadores de gado leiteiro,

a preferência pelo sêmen importado liderou em 2010. Das 3,94 milhões de doses comercializadas, 70% vieram de fora do Brasil. A raça Holandêsa continua liderando na preferência do criador, com 2,39 milhões de doses compradas ano passado, um aumento de 6,1% em relação ao ano anterior. Em cinco anos, a Girolando foi a raça que mais cresceu entre as leiteiras, com crescimento de 81,4%, contra 67,02% da Holandêsa e 34,20% da Jersey.

EntregaA entrega do sêmen em qualquer lugar

do Brasil também é facilitada. Desde 2005 é possível receber o pedido por meio dos Correios via sedex. O envio é feito em botijões “Sêmen Express” e o material é acondicionado sob vapor de nitrogênio a uma temperatura que pode chegar à casa dos 190 graus negativos. Durante a viagem até o destino final, esta temperatura é monitorada através

de um aparelho que viaja acoplado ao botijão. A entrega é feita em um prazo entre 24 e 72 horas.

O zootecnista Renato Cândido Mendonça afirma que são adquiridos em média 1,3 mil doses de sêmen bovino na propriedade onde trabalha. Na Fazenda Carandá, são manejadas mil matrizes. Renato destaca que existem uma média de cinco centrais de comercialização de sêmen no País, duas em São Paulo e três em Minas Gerais. Ele destaca que Goiás possui um dos melhores rebanhos fornecedores de sêmen do Brasil.

O boi Dymph FIV da Goly é um exemplo da qualidade do rebanho goiano. De propriedade da Fazenda Carandá o animal é contratado para fornecer sêmen para um escritório de comercialização do produto. “O rebanho do Centro-Oeste é um dos melhores avaliados no País. Mas Goiás possui apenas duas centrais de prestação de serviços que não comercializam sêmen, mas atendem produtores no auxílio à utilização da técnica”, conta.

Ele destaca também que a Inseminação Artifical em Tempo Fixo (IATF) é a grande aposta das centrais de inseminação voltada para a produção de carne de qualidade de forma rentável. “A utilização dessa técnica, evita que o produtor tenha que observar o cio natural do animal”. Utilizando o método IATF o criador tem ainda a possibilidade de programar a aplicação da técnica em todo o rebanho.

No Brasil, outras técnicas de aprimoramento genético também estão em utilização crescente. Uma delas é a fertilização in vitro (FIV) que consiste na fecundação em ambiente de laboratório voltada para a produção de embriões em maior número e a custo bem inferior. O sêmen sexado é outra atração na genética bovina brasileira, pois permite a escolha prévia do sexo do animal.

Fonte: Asbia

Nelore 51% Brahman 13% Senepol 10%

Corte

Leite

Girolando 17% Guzerá Leiteiro 4% Gir leiteiro 78%

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32 | CAMPO Setembro/2011 www.sistemafaeg.com.br

CAMPO RESPONDE

Quando começa e quando termina o período da safra da

cana-de-açúcar? E qual o período da entressafra?Rogério Pereira

O período de safra varia em todas as regiões produtoras do País e é diferente do calendário de

produção de grãos. Em Goiás, que está inserido na região Centro-Sul,

a safra inicia-se, geralmente, no final de abril e se estende até o

mês de outubro, quando o período chuvoso se inicia. A entressafra vai

de novembro a março.

CONSULTOR: ALEXANDRO ALVES, assessor técnico da Faeg para a área

de cana-de-açúcar e bioenergia.

Um proprietário de terras que comercializou por meio

de atravessadores (sem emissão de notas fiscais)

pode ter o registro no CNIS para contagem de tempo

de se serviço/contribuição previdenciária? Qual o caminho

a seguir? A propriedade está cadastrada no INCRA e com todos os pagamentos de ITR

em dia.Ricardo Cardoso Câmara

A comprovação da contribuição previdenciária só é realizada por

meio de documentos oficiais. As mercadorias vendidas para

atravessadoras não serão prova a seu favor perante a Previdência

Social.

CONSULTORA: ROSIRENE CURADO, assessora jurídica

da Faeg.

Como fazer para comprar bois na bolsa? Posso começar a partir de quando? Qual o montante ideal em dinheiro para começar a investir?

Eduardo Lucena

O Boi na Bolsa se refere à comercialização de bovinos no mercado físico, onde o produtor oferta os bois e estipula o preço pretendido via corretora ao site da

Bolsa. Da mesma forma os compradores manifestam o interesse pela oferta, via corretora, aceitando o preço ou colocando outra oferta até que ambos estejam

com o mesmo preço.Finalizando o negócio, o comprador deverá depositar 90% do valor no banco da Bolsa,

só então o produtor estará autorizado a liberar os bois que, após abate e

constatado o peso real dos animais, acertará o restante com o frigorífico.

Mais detalhes no site: www.bolsademercadorias.com.br/ leilão de

carne bovina. Quanto ao mercado futuro, não há produto físico e sim contratos, com mais detalhes a

serem observados e atendidos.Mais informações no site: www.bmfbovespa.com.br

CONSULTORA: CHRISTIANE ROSSI, assessora técnica da Faeg para a área de bovinocultura.

Envie suas dúvidas para [email protected]. Não se esqueça de colocar seu nome completo, a região onde mora e a cultura que produz. Envie-nos também fotos do assunto que pretende obter resposta.

Finalizadeposita

cac

bcarne bovina.

produto físico e

Mais informaçõ

CONSULTORA: CHRI

Gostaria de saber se qualquer pessoa pode fazer a declaração de ITR e se existe na Receita Federal algum treinamento?Alexsandre Serapião

No site da Receita Federal tem as informações sobre o ITR, além do próprio software. É imprescindível ter conhecimento de informática. Existem empresas de consultorias que oferecem treinamentos específ icos para o público em geral. Outras instituições como a Faeg e a OCB oferecem aos funcionários das entidades f iliadas treinamento adequado.

CONSULTOR: ANTELMO TEIXEIRA ALVES, gerente sindical da Faeg.

Dani

lo F

iuza

Dani

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DELÍCIAS DO CAMPO

Setembro/2011 CAMPO | 33www.senargo.org.br

Receita elaborada por Cristiano Ferreira, instrutor de Pani cação Rural do Senar, em Goiás Pão Branco

MODO DE FAZER:

Em uma bacia grande com dois copos de água, dissolva o fermento, a margarina e o açúcar. Coloque a farinha e o sal até a massa se soltar da vasilha. Cubra a massa com um pano e deixe fermentar por 40 minutos. Modele e deixe descansar até dobrar o volume. Asse em forno pré-aquecido a 180º C por aproximadamente 35 minutos ou até a crosta ficar dourada.

INGREDIENTES:

1 kg de farinha de trigo (ou até dar o ponto)2 copos de água20 gramas de fermento seco2 colheres de sopa cheia de margarina6 colheres de sopa de açúcar1 colher de sopa de sal

Cris

ano

Fer

reira

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CASO DE SUCESSO

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Sílvia e Antônio come-moram os rendimentos obtidos com a produção de hortaliças. O alface é o carro-chefe da produção

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azel

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Setembro/2011 CAMPO | 35 www.senargo.org.br

Todas as segundas, quartas, sextas e sábados a horticultora, Sílvia Cordeiro, 34, sai da Chácara Esplendor, logo que o sol aparece no céu, rumo ao centro do município de Britânia. Na traseira da bicicleta, leva uma carretinha repleta de hortaliças para os 20 clientes fixos que possui na cidade. Há três anos, ela e o marido, Antônio Carlos Luiz da Silva, 37, deixaram a pecuária de leite para se dedicarem ao cultivo de hortaliças.

Para que a mudnaça de atividade fosse possível, o casal buscou conhecimento e especialização nos treinamentos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em Goiás, oferecidos pelo Sindicato Rural de Britânia e Aruanã. Antônio conta que o leite rendia muito pouco, mas exigia um grande trabalho. “Virei escravo da atividade. Acordava de madrugada para a primeira ordenha. Não podia sair de casa, porque de tarde tinha a segunda ordenha. À noite, cansado, ia dormir cedo. Mesmo assim, o que as vacas davam nas águas, a seca comia”, relembra.

Depois que houve a divisão das terras herdadas do pai entre os oito irmãos, a situação se agravou. O espaço ficou pequeno demais para abrigar o rebanho e manter o mesmo nível de produção. Foi quando Antônio e Sílvia aceitaram o convite do Sindicato Rural, mobilizador do

Senar no Sindicato de Britânia e Aruanã, e

passaram a participar dos treinamentos de capacitação e qualificação de mão de obra da entidade.

RentabilidadeA renda do casal saltou de R$ 600 por mês com o leite,

para R$ 2.000 ao mês com a produção de hortaliças. A maior lição tirada dos treinamentos do Senar, conta Sílvia, foi a diversificação. Hoje, o casal produz 17 qualidades de hortaliças e investem nas que têm maior demanda como alface e maxixe.

Com a renda das hortaliças, Antônio e Sílvia constuíram um poço artesiano e já planejam a implantação de um sistema de irrigação. A ideia é aumentar a produção já que, segundo Sílvia, há em Britânia verdurões interessados em fornecedores fixos e que tenham capacidade de produzir em escala. Ela também já começou a prospectar novos clientes individuais e garante que tem demanda para dobrar o número. Essa é a meta do casal até o fim deste ano.

O Sindicato Rural de Britânia e Aruanã oferece um leque completo de treinamentos e cursos do Senar a produtores e trabalhadores rurais. Os interessados devem se dirigir à sede da entidade, em Britânia, e se informar sobre a agenda de treinamentos com o mobilizador Ronivaldo Pereira. Mais informações, também, podem ser obtidas pelo telefone da entidade: (62) 3383-1244.

Ao mudar de atividade produtiva e investir em qualifi cação, produtores familiares ampliam renda e planejam crescimento da produção Francila Calica | [email protected]

Horta rentável

Como participarOs interessados em treinamentos e cursos do Senar Goiás no município de Britânia e Arua-nã devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone: (62) 3383-1244.

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Page 36: 2011 09 setembro

CURSOS E TREINAMENTOS

EM AGOSTO, O SENAR PROMOVEU

242 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL

39

Na área de

agricultura

Em ativida-

de de apoio

agrossilvipas-

toril

73

Na área de

silvicultura

10

Na área de

agroindústria

3

Na área de

aquicultura

2

Na área de

pecuária

78

Em atividades

relativas à

prestação de

serviços

37

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54 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

23

Alimentação

e nutrição

Organização

Comunitária

6

Saúde e

Alimentação

3

Prevenção

de acidentes

9

Artesanato

13

A expansão da avicultura de corte para regiões abundantes em grãos, como Goiás, com clima favorável e com o uso de novas tecnologias, refletiu no aumento de novas granjas no Estado e fez crescer também

a procura por cursos profissionalizantes especializados em avicultura de corte. As parcerias das agroindústrias com os produtores familiares criaram uma demanda por profissionais aptos a elevar a competitividade do setor, via redução dos custos e aumento da produção. De olho neste novo cenário, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em Goiás, oferece treinamento em avicultura de corte com o objetivo de preparar novos profissionais para atender a esse mercado.

O curso abrange o manejo de água, luz, ração e cortinas nas granjas, controle de mortalidade, pesagem dos lotes, vacinação e medicação, manejo pré-abate, recebimento e devolução de ração, tratamento de cama com fermentação e cal. São repassados ainda aos participantes informações referentes à pré-lavagem, lavagem e desinfecção de aviários. O treinamento é voltado ao produtor e ao trabalhador rural que tenha idade mínima de 18 anos.

Avicultura de corte

Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br.

Rhudy Crysthian | [email protected]

3.307PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

Page 38: 2011 09 setembro

CAMPO ABERTO

38 | CAMPO Setembro/2011 www.sistemafaeg.com.br

Todos temos um pouco de médico, técnico de futebol e de presidente da

República. Sempre conhecemos um bom remédio para cada doença, o melhor esquema tático para o time e a solução para a economia do País. E sobre a contabilidade? Será que também temos o conhecimento suficiente de contabilidade para tomar a decisão correta no dia a dia?

Qual de nós faz uma análise nas demonstrações financeiras da empresa antes de aceitar uma oferta de emprego ou mesmo da empresa que estamos trabalhando? No entanto, conhecemos pessoas que foram surpreendidas com a perda do emprego após uma crise financeira na empresa em que trabalhava.

Um conceito muito importante da contabilidade é o do regime de competência. Significa que os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem e não quando há movimentação financeira. Esse conceito é muito importante para poder entender, por exemplo, que o custo efetivo da remuneração de um empregado no período deve levar em consideração o valor pago a título de salário e encargos sociais (FGTS e INSS), também os valores proporcionais de férias e 13º salário.

Uma aplicação importante desse tema pode ser feita em uma residência, para se avaliar o

custo versus o benefício de uma empregada doméstica. Nesse caso, deve-se considerar o valor pago mensalmente a título de salários e encargos e acrescentar a proporção das férias e 13º salário que serão pagos no futuro, comparando-os com os benefícios obtidos.

A compra de um apartamento é sempre um momento importante em nossa vida. Para alguns que compram o apartamento na planta, o momento da entrega pode tornar-se um pesadelo. A construtora pode passar por dificuldades financeiras e não conseguir honrar os compromissos. Essa dificuldade poderia ser identificada no momento da compra, através de uma análise das suas demonstrações financeiras. No entanto, não nos preocupamos com esse “detalhe”.

Na compra de automóveis por uma pessoa jurídica, precisamos conhecer os diferentes impactos contábeis da compra à vista, financiada ou através de arrendamento (leasing). Cada uma das opções tem impacto diferenciado na contabilidade e no pagamento dos tributos. Para a avaliação do fluxo financeiro dessa operação é necessário conhecer os impactos tributários, que só podem ser definidos com o conhecimento contábil da operação.

Quando vamos constituir uma empresa é necessário definir

a melhor estrutura de capital, ou seja, segregar os recursos necessários em capital e dívida (que pode ser com terceiros ou com os próprios sócios). Existem vantagens e desvantagens, sejam elas tributárias ou na composição de índices financeiros. A decisão acertada passa pelo conhecimento contábil.

As aplicações no mercado de ações são cada vez mais comuns, como também são comuns as reclamações sobre investimentos que não produziram os resultados esperados pelos aplicadores. Quando perguntados, os aplicadores informam que fizeram o investimento com base na recomendação do gerente do banco, do corretor, de um amigo ou porque aquele título gerou uma boa remuneração no passado.

No entanto, poucos analisam as informações contábeis da investida. Podemos continuar investindo com base em orientações de terceiros ou, com base em conhecimento contábil, tirar nossas próprias conclusões.

Esses são alguns exemplos de como a contabilidade está presente no nosso dia a dia e como algumas noções básicas podem nos ajudar a tomar a decisão certa. Portanto, além de médicos, técnicos de futebol e presidente da República, também devemos ser um pouco de contadores.

A contabilidade para não contadoresGeovani Fagunde | [email protected]

Geovani Fagunde

é Sócio de

auditoria da PwC

em Brasília.

Telm

o Xi

men

es/P

wC

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