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Ano XIII | 216 | Junho 2013 ISSN 2178-5781 Vitória dos produtores Plano Safra deve injetar R$ 13 bilhões em Goiás Dez anos de Pesebem Programa atende quase três mil pecuaristas e já pesou cinco milhões de cabeças Açafrão Norte de Goiás investe na produção altamente rentável

2013 06 junho

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Ano XIII | 216 | Junho 2013

ISSN

217

8-57

81

Vitória dos produtoresPlano Safra deve injetar R$ 13 bilhões em Goiás

Dez anos de Pesebem Programa atende quase três mil pecuaristas e já pesou cinco milhões de cabeças

Açafrão Norte de Goiás investe na

produção altamente rentável

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PALAVRA DO PRESIDENTE

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela

Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,

com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos

assinados são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

COnselhO editOriAl

Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto;

Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins

editores: Francila Calica (01996/GO)

reportagem: Catherine Moraes e Leydiane Alves

Fotografia: Larissa Melo e Mendel Cortizo

revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)

diagramação: Rowan Marketing

impressão: Gráfica Talento tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2200

[email protected]

diretOriA FAeG

Presidente: José Mário Schreiner

Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel

Caixeta Haun. Vice-Presidentes institucionais: Bartolomeu

Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes

Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Pal-

hares Ribeiro. suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira,

Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius,

Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo

Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da

Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva

Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. suplentes:

Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Mar-

gareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo

Vicente. delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu

Cortez. suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira,

Walter Vieira de Rezende.

COnselhO AdMinistrAtiVO senAr

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,

Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.

suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,

Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta

Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar

Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. suplentes:

Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho

Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo:

Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson

Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos

Fernandes.

suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino

Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce

Mônica Vilela Souza.

superintendente: Marcelo Martins

FAeG - senAr

Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222

site: www.sistemafaeg.com.br

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Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o

e-mail: [email protected].

Para falar com a redação ligue:

(62) 3096-2208 - (62) 3096-2248

(62) 3096-2115.

José Mário SchreinerPresidente do Sistema

FAEG/SENAR

A nova forma estabelecida pelo governo para definir necessidades e recursos, para o Plano Agrícola e Pecuário 2013, fez com que a recém-anunciada medida se apresen-tasse como a mais bem estruturada nos últimos anos. O envolvimento de entidades do setor na construção do Plano fez toda a diferença.

Somente em Goiás, a equipe de trabalho da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) esteve por duas vezes com a equipe técnica da Faeg para levantar as demandas goianas. Com essas reuniões, conseguimos expor uma série de entraves que estávamos enfrentando e contribuir para que fossem melhorados.

O resultado está em um Plano com recursos 18% maio-res que no ciclo passado, cerca de R$ 13 bilhões destinados à Goiás e consideráveis avanços nas áreas de seguro rural, estrutura de armazenagem, de atendimento aos pequenos e médios produtores rurais e de assistência técnica e extensão rural. Além de um compromisso público, da presidente Dil-ma Rousseff , em suplementar recursos, caso necessário, na medida em que os produtores necessitem.

Nossa preocupação, agora, é com a garantia de que os produtores conseguirão acessar, no tempo certo, os recur-sos anunciados. Temos enfrentado, ano após ano, a moro-sidade e as excessivas exigências dos agentes financeiros em aprovar os limites de crédito. Muitas vezes, quando o produtor consegue acessar o recurso, já é tarde. Não raro, há casos de produtores que são excluídos do benefício. A forma de operacionalização do Plano será preponderante para mantenção seus avanços iniciais.

resultado de uma negociação

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PAINEL CENTRAL

Plano Safra prevê R$ 25 Bi para

que produtores como João Van

Ass invistam em armazéns. Foto

produzida por Mendel Cortizo

Dez anos de balança do produtor

Norte de Goiás investe no açafrão

Pesebem nos frigoríficos garante boa relação entre indústria e pecuaristas

Rendimento é expressivo e mercado está em crescimento

Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Mercado e Produto 11

Delícias do Campo 32

Campo Aberto 38

Treinamentos e cursos do Senar 36

Sociedade na apicultura 34

26

14

Men

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As grandes questões doagronegócio acontecemprimeiro aquiDias 8 e 9 de agostoem Cuiabá-MTCenarium Ruralwww.bienaldaagricultura.com.br

MT - MS - DF - GOESTADOS PARTICIPANTES 2

013

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Co-

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Apoi

o

Para ter sucesso na nossa atividade,você, produtor rural, precisa acompanhartemas bem diversos e cada vez mais complexos.Participe da Bienal de Negócios da AgriculturaBrasil Central, um evento de vanguarda quecoloca em debate questões estratégicaspara o seu negócio.

Sucessão no Agro | Cobrança de RoyaltiesLogística | Apagão da Mão de Obra

Anúncio 1PG Bienal 21,0x29,7 m - Famato.ai 3 17/06/2013 11:21:46

Page 6: 2013 06 junho

AGENDA RURAL

24/06 26/06

Encontro Técnico Processamento de Frutos do CerradoHora: 9h

Local: Mini-auditório do Senar Goiás, GoiâniaInformações: 3545-2600

Lançamento da Bienal dos Negócios da Agricultura - Brasil CentralHora: 14h

Local: Centro de Convenções de GoiâniaInformações: (62) 3096-2208

26/06 28/06Abertura Oficial da Exposição Agropecuária de São Miguel do Araguaia

Hora: 14hLocal: Parque de Exposição Agropecuária de

São Miguel do AraguaiaInformações: (62) 3364-1102

Assembleia Geral Ordinária da FaegHora: 14h

Local: Auditório da Faeg, GoiâniaInformações: (62) 3096-2115

25, 26 e 27 de JunhoCongresso Internacional da Carne

Hora: das 8h às 18h

Local: Centro de Convenções de Goiânia

Informações: www.congressodacarne2013.com.br

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FIQUE SABENDO

ArmAzém

O Serviço Nacional de Apren-dizagem Rural (Senar) está distri-buindo um kit composto com três livros do Programa Sindicato Forte destinado aos dirigentes e funcio-nários dos Sindicatos Rurais. Ma-nual de Capacitação, Manual de Excelência Sindical – Volume 1 E Manual de Aplicação, Índice de Desenvolvimento Sindical – IDS – Volume 2 trazem conteúdo para desenvolvimento pessoal com atu-alização de conhecimento, apli-cação de diagnóstico e guia para um planejamento estratégico do sindicato. O objetivo final do ma-terial é melhorar o atendimento e os serviços prestados ao principal cliente do Sistema, o produtor ru-ral brasileiro. Toda a metodologia de avaliação de Sindicatos Rurais presente nas cartilhas foi desen-volvida pelo Sistema Faeg/Senar e compartilhada em nível nacional.

Ano 2013. Editora e autor: Ser-viço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar)

Laris

sa M

elo

Faeg recebe homenagem do setor avícola

sindicato Forte

rEGISTrO

O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, recebeu homenagem da Associação dos Avicul-tores Integrados da Perdigão Agroin-dustrial (Avip), de Mineiros. A placa destaca os “assinalados serviços, dedi-cação e apoio dispensados” à entidade e foi entregue das mãos do presidente da Avip, Suair Pereira Barbosa.

A homenagem ocorreu durante o 3º Fórum Avícola realizado pela Avip e Unifimes, no início de junho, naquele município, onde o José Má-rio ministrou palestra. Ele defendeu que o Brasil será o maior produtor mundial de alimentos dentro de

nove anos e que no ano de 2022, a demanda mundial por alimentos será 20% maior. “O Brasil tem con-dições de atender 40% dessa de-manda. Mas, é preciso sanear uma série de gargalos”, ressaltou.

O dirigente ainda explicou que com a capacidade de produção do produtor brasileiro e com a cres-cente aplicação de tecnologia no campo, em 2022, a safra brasileira poderá atingir os 205 milhões de to-neladas. Para que essas estimativas se concretizem, diz José Mário, é preciso investir no desenvolvimento das famílias rurais.

pESquISA

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançou no mês passado uma nova cultivar de mi-lho com a quantidade de pró-vitamina A (carotenoide) cerca de quatro vezes superior à encontrada em cultivares comuns do cereal.

Segundo a cientista de alimentos Maria Cristina Dias Paes, da Embra-pa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), Unidade responsável pelo desenvol-

vimento da cultivar, o milho biofor-tificado, identificado pela sigla BRS 4104, apresenta concentração de caro-tenoides percursores da vitamina A na faixa de 6 a 8 microgramas por grama de grãos. O milho comum apresenta entre 2,5 e 4 microgramas.

A pró-vitamina A se transforma em vitamina A a partir de reações químicas no organismo. Entre suas funções estão a manutenção de uma

boa visão, uma pele saudável e um bom funcionamento do sistema imu-nológico. A falta dela no organismo humano resulta na hipovitaminose A, considerado um dos principais problemas de nutrição no mundo. Essa deficiência está associada à per-da de visão em crianças.

Mais informações pelo telefone: (31) 3027-1905 ou pelo e-mail: [email protected]

embrapa lança milho quatro vezes mais vitaminado

Laris

sa M

elo

Junho / 2013 CAMPO | 7www.senargo.org.br

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PROSA RURAL

Gerenciamento da propriedade é o segredoFrancila Calica | [email protected]

Laris

sa M

elo

SérGio De ZeN ,engenheiro agrônomo,

professor da ESALQ/USP e pesquisador do CEPEA

revista Campo: Sérgio, o que o

pecuarista pode esperar do merca-

do nestes próximos seis meses e no

próximo ano?

sérgio de Zen: Nos próximos seis

meses eu acredito que o mercado

deve passar por um período de es-

tabilidade. Não acredito em sobres-

salto de preços. É uma tendência do

mercado doméstico e do mercado

internacional não crescer em acelera-

do. Por outro lado, a oferta tem uma

tendência à estabilidade, dado que o

mercado futuro não espelha preços

muito altos para o segundo semestre.

revista Campo: Como a crise

europeia pode influenciar no de-

sempenho do mercado de carne do

Brasil?

sérgio de Zen: A crise europeia, de

8 | CAMPO Junho / 2013 www.sistemafaeg.com.br

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O professor e doutor da Universidade

de São Paulo (USP), Sergio De Zen é

estudioso da economia agrária e esteve

em Porangatu, no último mês de maio, durante

o Encontro Regional de Pecuária de Corte.

Personagem da Prosa deste mês, ele discorreu

sobre as deficiências da pecuária de corte do

Brasil, assim como as formas de aumentar a

produtividade. O consultor afirmou ainda que

apesar de inúmeros desafios, a pecuária brasileira

ainda pode ser considerada um caso de sucesso

e destacou pontos que podem ser positivos

para o Estado de Goiás que sedia, neste mês, o

Congresso Internacional da Carne.

por hectare. Isso porque tem o fator

de produção terra que é abundante

e você consegue ter produtividade

nesse nível, sem grandes riscos para

a alimentação do gado e tudo mais.

Agora, quando falamos de uma pe-

cuária de duas a três unidades animal

por hectare, falamos de uma proprie-

dade mais arriscada e que demanda

do produtor, uma capacidade geren-

cial muito grande. Isso, se ele quiser

produzir bastante com baixo custo.

revista Campo: O produtor ques-

tiona muito essa questão da con-

centração de frigoríficos. Como isso

impacta na produção e na comer-

cialização da carne no Brasil?

sérgio de Zen: O processo de con-

centração tem que ser separado do

processo de influência que isso exer-

ce sobre os preços. Por exemplo, no

caso do mercado de soja, mundial-

mente, a gente tem quatro ou cinco

grandes empresas que controlam a

comercialização, mas o preço é for-

mado em bolsa, no caso, na Bolsa de

Chicago. No caso da carne, nós ain-

da não chegamos a esse ponto, mas

temos grandes chances de caminhar

para isso. Ou seja, temos um proces-

so de formação de preços muito for-

te através do mercado futuro. Com

a presença de investidores que não

são do setor, mas são investidores

financeiros, podemos ter um pro-

cesso de formação de preços que se

assemelha ao mercado da soja. As-

sim, a concentração teria um efeito

muito pequeno sobre o processo de

formação de preços. Agora, se não

ocorrer isso, a gente tem que estudar

meios de incentivar a competição, aí

a situação se complica.

revista Campo: Sérgio, por que o

ano de 1994 foi um marco na mu-

dança de atuação do setor?

sérgio de Zen: Logo depois que

o presidente Collor promoveu o

confisco, em 1990, o boi começou a

ser usado como forma de reserva de

certa forma, ela tira um importante

mercado consumidor. A Europa, sau-

dável, representa um mercado muito

importante, não só para o Brasil,

mas para outros países, dado que

é um mercado que é exigente por

qualidade, paga preços elevados pela

carne e respeita contratos.

revista Campo: Quais são as

deficiências, hoje, na pecuária de-

senvolvida no Brasil em termos de

produtividade?

sérgio de Zen: Produtividade na

pecuária demanda não só o domínio

da tecnologia, mas uma verdadeira re-

volução em termos gerenciais de uma

propriedade. Uma coisa muito simples

é gerenciar uma propriedade que

tem menos de uma unidade animal

Junho / 2013 CAMPO | 9www.senargo.org.br

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valor. A partir daí, não existia con-

fiança no sistema bancário, no meio

circulante, então, muitas pessoas

mantinham parcela de suas reservas

em bovinos no geral, porque repre-

sentavam uma fonte interessante de

reserva de valor. A partir de 1994,

com a edição do Plano Real, a queda

dos níveis de inflação e a existência

de uma moeda circulante valiosa, a

situação mudou. A pecuária passou

a ter importância, na medida em que

a sua produção gera excedentes, gera

valor a ser exportado, atendendo

mercados interno e externo.

revista Campo: O que a pecuá-

ria brasileira pode aprender com o

vizinho Uruguai?

sérgio de Zen: Há 10, 15 anos, o

Uruguai tinha uma carne que esta-

va no mesmo patamar de preço da

carne brasileira ou da carne argentina,

quando o governo uruguaio passou a

fazer investimento pesado para criar

uma rastreabilidade para seu produto.

Com esse processo bem conduzido,

ganhou confiabilidade no mercado

internacional. Esse ganho se trans-

formou num elevado ganho de preço.

Hoje, a carne uruguaia tem um preço

equivalente à norte-americana ou aus-

traliana, porque tem acesso a pratica-

mente todos os mercados do mundo.

revista Campo: Como os recentes

movimentos do Governo Federal

brasileiro no mercado influenciaram

a pecuária e o consumo no Brasil?

sérgio de Zen: O governo brasilei-

ro, de certa forma, adotou uma po-

lítica que não deixa claro para os in-

vestidores se vai manter alguns dos

pontos macroeconômicos que foram

referência no processo de estabiliza-

ção, como a política de controle dos

gastos públicos, controle dos níveis

de inflação, através de uma política

monetária rígida, e controle da ba-

lança comercial, através de um dólar

flutuante. Isso afasta os investidores

e daí temos um ambiente onde não

existe capital suficiente e afeta os

investimentos, também no setor da

produção de carnes. Além disso,

sem esse investimento, a economia

cresce pouco, o mercado doméstico

tende a se estabilizar e isso afeta

também o mercado de carne.

revista Campo: Diante deste cená-

rio, qual a saída para o pecuarista?

Há fatores que ele pode controlar e

conseguir uma saída favorável?

sérgio de Zen: O grande instru-

mento que o pecuarista tem é o

gerenciamento interno da sua pro-

priedade. Ele deve investir na gestão

de tal forma que consiga elevar os

índices de produtividade dos fatores

de produção, dentre eles, a terra.

Uma probabilidade para se fazer

grandes investimentos é implantar

um sistema de rotação de agricultura

e pecuária no qual ele reforma as

pastagens usando certas atividades

agrícolas que deixam resíduos de

fertilizantes, por exemplo, na terra,

que dá uma qualidade melhor, uma

recuperação com baixo custo para a

atividade. Dessa forma, renovando

uma parcela da sua propriedade todo

ano, a parcela que resta para a pas-

tagem vai ter um nível de produtivi-

dade maior, com baixo investimento.

revista Campo: Em termos de

comercialização, que ferramentas

estratégicas o pecuarista pode

lançar mão, uma vez que ele não é

formador de preço?

sérgio de Zen: O pecuarista na reali-

dade é um tomador de preços, então,

ele tem que partir desse pressuposto.

E, ao fazer uma venda antecipada deve

fazê-la fixando preço. Dessa forma,

garante sua margem e evita de ofere-

cer o produto sem a fixação de preço

que é um caso indesejável.

revista Campo: Apesar dos pon-

tos de melhoria, a pecuária brasilei-

ra é considerada sucesso. Quais são

os fatores que garantem esse suces-

so apesar dos pontos já citados?

sérgio de Zen: A pecuária tem

sucesso porque, antes de mais nada,

consegue prover o mercado interno e

gerar excedentes exportáveis da pro-

teína mais nobre, que é a proteína da

carne bovina. Não é um sucesso por

acaso, nós temos variedade de capim

mais adaptada às condições climáti-

cas brasileiras, temos uma melhoria

da qualidade genética do rebanho,

melhoria na tecnologia de suplemen-

tação mineral dos animais que tem

evoluído muito nos últimos anos.

Agora, não quer dizer que a gente es-

gotou a possibilidade do crescimento,

existe muito mais ainda a melhorar.

revista Campo: Goiás vai sediar,

no mês de junho, o Congresso

Internacional da Carne. Que oportu-

nidades, o Estado e o país poderão

encontrar, sediando, no território,

esse tipo de evento que é tão rele-

vante?

sérgio de Zen: Goiás estará na vitri-

ne, então, esses agentes internacionais

que vão estar aqui. Tanto o público,

quanto os palestrantes, vão observar

o Estado. Goiás precisa aproveitar a

oportunidade e mostrar, tanto na pre-

sença do produtor dentro dos deba-

tes, quanto fisicamente, o setor para

esses agentes do mercado internacio-

nal. Haverá uma troca muito grande

de conhecimento, de experiências e

de imagem. A formação da imagem

da carne goiana para esses agentes é

o ponto principal que o estado deve

buscar nesses momentos.

10 | CAMPO Junho / 2013 www.sistemafaeg.com.br

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MERCADO E PRODUTO

Até o início da colheita da primei-ra safra de milho, os preços se mantiveram firmes em torno dos

R$ 25 a saca de 60 kg, em Goiás. Porém, como já era esperado, começaram a cair a partir de abril quando se acentuou a colheita da primeira safra em todo o país.

Apesar de uma redução na área planta-da da ordem de 9,2% em nível nacional e de 25,6% em Goiás, as condições climá-ticas proporcionaram um acréscimo de 2,9% na safra nacional, com 34,84 milhões de toneladas colhidas, apesar de uma redução na primeira safra goiana de 4,38 milhões de toneladas para 3,11.

A expectativa de uma maior pressão de oferta interna vem se confirmando com a consolidação de um safra cheia no Paraná e Mato Grosso, onde o clima tem contribu-ído favoravelmente para o bom desenvolvi-mento do plantio. Apesar do clima adverso em Goiás, um incremento na área plantada da ordem de 12,8%, será o suficiente para compensar as perdas e ainda colher um volume próximo do ano anterior, 4,2 mi-lhões de toneladas.

Assim, o país deve colher 11,5% acima da segunda safra passada, com 43,6 mi-lhões de toneladas, o que totalizará 78,5 milhões de toneladas neste ano, nas duas safras - 5,5 milhões de toneladas a mais do que no ano anterior. Já em nível esta-dual o total da safra goiana deverá ficar em 7,3 milhões de toneladas, cerca de 1,3

milhão a menos em relação à safra ante-rior. O estado ainda terá um excedente em torno de dois milhões de toneladas a ser destinado, principalmente, à exportação. Isso ocorrerá devido às boas colheitas nos estados do sul do país, principal região consumidora.

Com relação ao mercado externo, as cotações da Bolsa de Chicago para o últi-mo trimestre deste ano, quando é colhida a safra dos Estados Unidos, é de baixa diante da expectativa de uma supersafra da ordem de 355 milhões de toneladas. Um atraso no plantio já levou a uma redução nas estimativas iniciais de cerca de 3,5 milhões de toneladas, mas que é muito pouco para impactar o mercado.

Diante destas considerações sobre a colheita a ser concretizada até fim de agosto, as expectativas de preços não são muito favoráveis. Os preços já caíram (referência Rio Verde - GO), neste primeiro semestre, em torno de 27%. Atualmente, estão próximos a R$ 19,50 o saco de 60 kg e com tendência de baixa.

E podem, ainda, ser mais achatados caso se concretize toda essa perspectiva de safra e caso o Governo Federal não implemente operação de sustentação de preços bem maiores que as já sinalizadas em Contratos de Opções e de apoio à ex-portação, conforme pedido já encaminha-do pela CNA, Faeg e diversas instituições dos demais estados brasileiros.

Milho: preços em quedaPedro Arantes | [email protected]

Pedro Arantes é

economista e analista

de mercado da Faeg

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AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL

LuzIânIA

ITArumã

pALmEIrAS dE GOIáSBELA VISTA dE GOIáS

O Sindicato Rural de Luziânia recebeu em sua sede, no dia 6 de maio, o Presidente da Câmara Municipal, Álvaro Roriz. Ele estava acompanhado do Presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente de Luziânia, o vereador Marcelo Braz; além dos vereadores Luzia Diretora, Denis Meireles e Nei Queiroz. Na ocasião, foi apresentado o trabalho da Faeg e do Sindicato Rural de Luziânia. “O que chamou a nossa atenção foi o carinho e o compromisso que estes vereadores demonstraram com o Sindicato. Sabemos que outros vereadores também estão engajados em nossos ideais, que é o de construir um Sindicato à altura de nossa querida Luziânia”, disse o presidente do Sindicato, Marcos Epaminondas.

O Sindicato Rural de Itarumã ministrou uma palestra, no dia 17 de maio, sobre Associativismo, com o tema: Organizar para Empreender. O intuito foi motivar lideranças formadoras de opinião para fomento à criação de formas organização dos produtores e trabalhadores rurais capazes de dinamizar a produção no município.

O Sistema Faeg/Senar e Sindicato Rural de Palmeiras, presidido por César Savini, estiveram presentes e apoiaram a realização das Cavalhadas de Palmeiras de Goiás, juntamente com o Sindicato Rural do município, no último dia 2 de junho. José Mário Schreiner, presidente do Sistema Faeg/Senar, esteve na abertura oficial das Cavalhadas e participou do cortejo que partiu da Igreja Matriz ao cavalhódromo e que deu início à batalha, simbólica, entre Mouros e Cristãos.

Uma cavalgada, em homenagem aos 25 anos de realização da exposição agropecuária de Bela Vista de Goiás, reuniu cerca de quatro mil cavaleiros, no dia 2 de junho. Realizada pelo Sindicato Rural do município, presidido por Wanderley de Siqueira, a cavalgada já é tradicional e atrai a atenção de toda a população, que se aglomera nas ruas de Bela Vista para ver carros de boi e cavaleiros desfilarem. O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário, participou da cavalgada conduzindo a bandeira brasileira pelo percurso. Também participaram no pelotão de frente da cavalgada o prefeito do município, Eurípedes do Carmo; o deputado estadual Valcênor Braz e toda a diretoria do Sindicato Rural de Bela Vista de Goiás.

Sind

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sindicato recebe presidente da Câmara

Associativismo e empreendedorismo

resgate da tradiçãohomenagem de 25 anos

12 | CAMPO Junho / 2013 www.sistemafaeg.com.br

Page 13: 2013 06 junho

Recomendações de calagem e adubação.Monitoramento da qualidade física e química dos solos.

Orientação de práticas conservacionistas dos solos.Planejamento de uso e manejo de resíduos agrícolas e industriais.

Recomendações de calagem e adubação.Monitoramento da qualidade física e química dos solos.

Orientação de práticas conservacionistas dos solos.Planejamento de uso e manejo de resíduos agrícolas e industriais.

[email protected] | www.cienciaemsolo.com.brFone: (17) 3305-1074 | São José do Rio Preto - SP

Qualidade e dedicação a serviço do agricultor.Qualidade e dedicação a serviço do agricultor.

pETrOLInA

JATAí

ArAGuApAz

pALmInópOLIS

Foi realizada em Petrolina, no mês de maio, a terceira etapa do Programa Prefeito Aliado do Progresso (PPAP), programa desenvolvido pela Faeg. Na ocasião, foi apresentado o resultado do planejamento feito pela equipe participante e relatado pelos representantes do Sindicato Rural e da Secretaria da Agricultura. O objetivo principal do projeto é a criação de oportunidades de negócios para os produtores do município e solidificação do agronegócio municipal, por meio da gestão participativa.

O Sindicato Rural de Jataí realizou abertura oficial da 41ª Exposição Agropecuária de Jataí (Expaja), no dia 12 de junho, com uma programação de palestras técnica de alta qualidade, com nomes como o consultor de mercado Fernando Muraro e o jornalista apresentador do Jornal Nacional, Heraldo Pereira. José Mário falou da importância da produção agropecuária do município e do perfil dos produtores locais. O presidente do Sindicato, Ricardo Perez, fez a abertura oficial do evento e comentou a importância do evento em levar informações atualizadas de mercado e de perspectivas de negócios aos produtores rurais, empresários, técnicos e estudantes presentes.

Associação dos Produtores do Vale do Araguaia (Aprova) realizou, no dia 25 de maio, o III Encontro Técnico dos Parceiros da Aprova, na Fazenda Barra do Santo Antônio. O Sistema Faeg/Senar e o Sindicato Rural de Britânia e Aruanã foram apoiadores do evento, que reuniu um público com aproximadamente 200 produtores rurais, empresários, técnicos, autoridades e representantes das empresas patrocinadoras. O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner participou do encontro.

O Sistema Faeg/Senar, representado pelo presidente José Mário Schreiner, esteve presente, no dia 1º de junho, no encontro de produtores rurais cooperados da Cooperativa Mista Agroindustrial de Palminópolis (Coomap). Mais de cinco mil produtores e seus familiares estiveram na sede da cooperativa para o encontro, que também teve o apoio do Sindicato Rural de Palmeiras de Goiás, presidido por César Savini.

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Prefeito Aliado do Progresso

sucesso em feira de negócios

sistema Faeg/senar participa de dia de Campo

Comemoração ao cooperativismo

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especiaria dá lucro e movimenta a economia de municípios. em Mara rosa, apenas uma cooperativa espera colher 500 toneladas do produto

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Produção muda realidade do Norte

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Uma erva ancestral, de fácil manejo cultural e com mer-cado consumidor pungente,

o açafrão vem mudando o cenário e estilo de vida de pequenos produto-res rurais da região Norte do Estado. Em pequenos lotes de terra, é pos-sível extrair do condimento de cor amarelada, um rendimento expressi-vo e ainda ter tempo para se dedicar a outras culturas.

“Achei interessante a cultura. Ela é rentável, precisa de pouca extensão de terra e ocupa pouquíssimo tem-po”, resume o produtor de açafrão e diretor da Cooperativa dos Produto-res de Açafrão de Mara Rosa (Coope-raçafrão), Elson Carlos Martins. Para ele, esses foram os principais moti-

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vos que o atraíram, há cinco anos, na empreitada do plantio do açafrão. Ao contrário do que muitos imaginam, a erva também tem valor comercial na indústria têxtil e farmoquímica.

Ele explica que o ciclo do açafrão é bianual e seu manejo é considerado rústico. O plantio ocorre logo depois que iniciam as chuvas, ou seja, entre os meses de outubro e novembro. An-tes disso é necessário preparar a lim-peza do terreno por meio de aragem.

Para o desenvolvimento da planta, não é utilizada adubação química e o espaçamento recomendado para a cul-tura é de 40 centímetros entre plantas e 50 centímetros entre linhas, o que além de apresentar boa produtividade também facilita a capina. “Em solos com boa fertilidade natural ou após culturas bem adubadas, pode-se dis-pensar a adubação”, afirma.

Elson explica que o manejo do aça-frão, basicamente, se restringe à ca-pina manual ou animal. Como o ciclo completo da cultura é de 18 meses, as duas primeiras capinas ocorrem logo no início, após 30 dias e 60 dias do

plantio. Já no segundo ano, ocorre mais uma capina, entre 30 e 90 dias após a emergência de brotos. “O tra-balho de manejo é praticamente este, por isso ocupa pouco tempo e permi-te que o produtor trabalhe com outras culturas. Não toma tempo”, ressalta. Outra particularidade é que caracterís-ticas da própria planta não permitem a presença de invasores. De cheiro acentuado e gosto forte, nem animais se atrevem a consumi-la.

RecomendaçõesEmbora seja considerada uma cul-

tura de fácil manejo, a colheita ne-cessita de um pouco mais de cuidado e pode se tornar dispendiosa para o produtor rural. O período de colhei-

ta ocorre nos meses de seca, entre os meses de junho e setembro. “Enquan-to não estiver chovendo, a colheita pode se estender”, ensina. A matu-ração manifesta-se com o amareleci-mento das folhas até a secagem total.

Durante a colheita, diz, alguns produtores ainda praticam a queima da palha seca para obter maior lim-peza da área e amolecer levemente o solo, pela umidade trazida pela eva-poração de partes mais profundas. Dessa forma, os produtores dividem a área em talhões com a quantidade a ser colhida em dois ou três dias, já que, após esse intervalo o solo torna--se duro, o que dificulta a colheita. “Mas há dois anos, estamos traba-lhando para que não haja mais a quei-

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O município de Mara Rosa, referência no plantio do açafrão, corresponde a 90% da produção goiana e abriga cerca de 200 pro-dutores. Destes, um pouco mais da metade estão filiados à Coo-peraçafrão. Criada em 2003, com objetivo de organizar e propiciar caráter empresarial à comunidade produtora de açafrão, a coopera-tiva processa, atualmente, cerca de 500 toneladas do produto in natura. Quando processado, ou na forma desidratada, fatiada ou mo-ída, esse volume cai para 18% da quantidade inicial.

Aproximadamente 80% da produção têm como destino o Es-tado de São Paulo (SP) e o restante é distribuído pelos Estados de Goi-ás (GO), Pará (PA), Tocantins (TO) e Minas Gerais (MG).

Elson lembra que, no ano pas-sado, eles exportaram parte da produção para a China. Entretanto, a mesma medida não será tomada em 2013. “Não vamos continuar para não deixarmos o mercado interno desabastecido”, diz. Infor-mação que leva a crer que o produ-to tem mercado comprador e um aumento de área pode temperar ainda mais a economia da região.

Produção em Mara rosa corresponde a 90% do total de Goiás

ma da palha. Estamos tentando incu-tir a prática da roçagem”, afirma.

Outra recomendação feita por El-son diz respeito ao tamanho da área. Ele afirma que o ideal é cultivar so-mente um hectare da raiz. “A colhei-ta é pesada tanto no manejo quanto financeiramente”, diz.

Dessa forma, explica, o produtor deve se ater a plantar uma quantida-de de área na qual ele e sua família consigam colher sem precisar da con-tratação de mão de obra externa. Em um hectare é necessário o trabalho de seis pessoas para a colheita. Em

média, um trabalhador consegue co-lher até 300 quilos/dia.

Para se ter ideia, um hectare pro-duz até 40 toneladas do produto in natura, ou seja, com rendimento de até 7,5 toneladas do açafão em pó. Co-mercializando o produto processado a R$ 4,50 o litro, essa área irá render ao produtor até R$ 33 mil.

Elson afirma que o custo de pro-dução gira em torno de R$ 15 mil. Nesse cálculo, ele está incluindo tam-bém o custo da mão de obra para a colheita – cerca de R$ 10 mil, o que corresponde a dois terços do valor do

custo total de produção. “Sem a mão de obra, ele iria pagar somente as se-mentes e o trato da terra”, ressalta.

Na ponta do lápis, caso o produtor tenha que contratar funcionários para a colheita do açafrão, ele irá lucrar cerca de R$ 18 mil. Entretanto, no re-gime de agricultura familiar, no qual todos os componentes da família tra-balhem nessa etapa do ciclo do aça-frão, o rendimento pode saltar para R$ 28 mil. “Por isso é que orientamos para que as pessoas plantem uma área em que elas mesmas conseguem colher. O lucro é bem maior”, afirma.

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Medida é válida para equipamentos fabricados a partir deste ano. Faeg vai auxiliar produtores

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Contran exige emplacamento de máquinas agrícolas

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Proprietários de máquinas fabricadas em 2013 terão de pagar IPVA

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Máquinas agrícolas fabrica-das a partir de 1º de ja-neiro de 2013 deverão ser

emplacadas e licenciadas. A decisão foi do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que modificou a Resolução nº 429 aplicando esta necessidade a partir de 1º de junho deste ano. No intuito de conscientizar os produto-res rurais goianos com a nova reso-lução, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) se reuniu, no último dia 10 de junho, com re-presentantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com o chefe do Setor de Operações do Departamento Na-cional de Infraestrutura de Transpor-te (Dnit), Eurípedes Júnior e presi-dentes de Sindicatos Rurais.

De acordo com a resolução, o pro-prietário que não cumprir as determi-nações será multado em R$ 191,54, terá o veículo apreendido e receberá sete pontos na carteira. Antes, o Có-digo de Trânsito Brasileiro (CTB) pre-via que esses veículos só eram per-mitidos transitar em carrocerias de caminhões. Por enquanto, máquinas antigas ainda não estão sendo em-placadas mas, em outra resolução, o Contran determinou que o registro de tratores fabricados até 1º de ju-nho deste ano, quando necessário, pode ser feito sem necessidade de pré-cadastramento.

Bartolomeu Braz, vice-presidente institucional da Faeg, destacou que a entidade se preocupa em adequar to-dos os produtores rurais às novas re-gras. Segundo os inspetores da PRF, Álvaro de Rezende e André Maeda, para poder trafegar com os veículos,

os proprietários deverão atender a le-gislação de Trânsito, cumprindo todas as medidas necessárias para empla-camento e licenciamento, bem como, a verificação das medidas máximas para o trânsito.

Segundo Álvaro, dependendo das dimensões das máquinas agrícolas (acima de 2,60 metros), os produ-tores precisarão de autorização de tráfego obtida junto ao Dnit; uso de batedores particulares ou da Polícia Rodoviária Federal. “O registro é ne-cessário para a fiscalização dos equi-pamentos em trânsito, embarcados. Esse é o único instrumento para veri-ficação da propriedade que dispõem, e com isso teriam mais facilidade na verificação da propriedade e assim coibir os furtos e roubos de máquinas agrícolas”, salienta.

Bartolomeu acrescenta, entretan-

to, que essa exigência não deve causar custo ao produtor. Segundo ele, exis-tem milhares de máquinas agrícolas desprovidas de documentos para re-gistro por serem muito antigas, mui-tas inclusive são anteriores ao Código de Trânsito. “A Faeg vai buscar junto às autoridades a adequação da legisla-ção para não prejudicar os produtores. Essas inovações são importantes, mas devem ser implementadas de forma gradativa e com bastante orientação.”

O vice-presidente institucional diz que, dessa maneira será possível pro-porcionar a adequação dos proprietá-rios das máquinas. “Lembrando que é necessário buscar junto ao Detran uma maneira de viabilizar registros das máquina já existentes no campo, sabendo que estes equipamentos não possuem notas fiscais”, finalizou. (Colaborou Leydiane Alves)

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Veículos sem placa poderão ser apreendidos

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Negociado com entidades do setor agropecuário, Plano divulgado, se concretizado, será o mais bem estruturado da história

Karina ribeiro | [email protected]

Especial para a Revista Campo

Governo Federal prevê R$ 13 bi para agricultura goiana

PLANO SAFRA

Senadora e Presidente do CNA, Kátia Abreu, participa de lançamento

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As novidades do novo plano safra agrada produtores e entidades. As maiores novidades são o se-

guro rural, recursos para construções de novos armazéns e criação da Agência de assistência técnica e extensão rural. O lançamento do Plano Safra Agrícola e Pecuário 2013/2014, se consolidado, pode ser considerado o melhor planeja-mento da atividade agrícola pecuária da história do País.

De olho na sustentabilidade das ati-vidades que correspondem a um quar-to do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, os recursos oficiais para custeio, comercialização e investimentos para a próxima safra são da ordem de R$ 136 bilhões – um incremento de 18% se comparados ao ciclo anterior. O pro-grama avança no que tange ao seguro rural, à estrutura de armazenagem de grãos e ao atendimento aos pequenos e médios produtores rurais. Com forte articulação de federações e entidades do setor, o plano deve contemplar al-gumas antigas reivindicações.

A retomada de políticas públicas voltadas para o pequeno e médio pro-dutor rural é vista como um dos pon-tos mais importantes do novo plano e evidencia uma preocupação do Gover-no Federal no crescimento do superá-vit primário da balança comercial. Com disponibilização de assistência técnica e investimentos na ampliação de maior conhecimento no campo, a medida deve imprimir maior produtividade nas

lavouras dos pequenos e médios produ-tores rurais.

O presidente da Comissão de Cré-dito Rural da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Alexandre Câmara, acredita que os resultados pos-sam começar a serem colhidos na pró-xima safra, desde que haja um traba-lho efetivo para que a medida não seja inócua. “Temos que saber como tudo isso será feito. Cabe a nós cobrarmos do governo para que as medidas saiam do papel”, conclui.

Embora o setor comemore a libera-ção de mais dinheiro para o custeio e investimentos no campo (somente para Goiás está prevista a liberação de cerca de R$ 13 bilhões), Alexandre se mos-tra preocupado com a morosidade da análise de limites de crédito. Ele explica que houve uma mudança na forma de cálculo, que centralizou a verificação da análise de crédito do produtor, capaci-dade de pagamento e alavancagem de recursos dos agentes financeiros ins-talados em Brasília. “Precisamos des-centralizar. De acordo com o volume pleiteado, essa demora pode atingir 40 dias”, afirma. Essa também é uma pre-ocupação do presidente da Faeg, José Mário Schreiner. “Temos enfrentado, ano após ano, a morosidade dos agen-tes financeiros em aprovar os limites de crédito”, diz. Ele espera que na próxima safra seja diferente, uma vez que mais agentes financeiros passarão a operar com recursos oficiais.

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Alexandre Câmara enxerga como positivo o novo modelo de acesso ao seguro rural da safra 2013/2014, que terá projeto piloto testado em Goiás. Nessa nova modalidade, os recursos para subvenção do prêmio serão aces-sados diretamente pelos produtores rurais que poderão escolher a segura-dora que os atenderão.

Ele afirma que com a mudança da forma de contratação, ou seja, com a

regionalização dos recursos o produ-tor terá maior garantia e seguridade. Ou seja, a “customização” do servi-ço deve imprimir maior eficácia. “O produtor daqui tem características diferentes do produtor de Mato Gros-so, por exemplo. É como seguro de carro, suas características como con-dutor traçam uma melhor apólice de seguro de veículo”, explica.

Embora desconheça detalhes do

novo plano safra, o produtor rural de Montividiu, José Oscar Durigan, vê com bons olhos o novo modelo do se-guro rural. Ele acredita essa forma de implementação não deve baratear os custos dos produtores rurais, porém deve ser mais eficiente. “Recebo mui-tos produtores dos Estados Unidos que ficam impressionados com o seguro rural brasileiro. Lá eles têm garantias enquanto que aqui não temos”, diz.

Produtores terão novo modelo de acesso a Seguro rural

João Van Ass diz que falta de armazéns é um dos principais problemas da região

Uma das maiores novida-des do Plano está vinculada ao crédito de R$ 25 bilhões destinados para a construção de armazéns. Esse dinheiro será investido ao longo dos próximos cinco anos, sendo que R$ 2,3 bilhões poderão ficar em Goiás.

Alexandre afirma que o aporte financeiro é expressivo e expli-ca a importância dessa medida chegar até o produtor rural. A construção de silos nas propriedades rurais, am-pliaria o poder de barganha do pro-dutor e de todos os elos da cadeia e, de quebra, permitiria o controle da oscilação de preços. A medida es-timula a criação de silos para esto-cagem de 65 milhões de toneladas nas propriedades rurais do País. “O armazém é uma espécie de agente balanceador. Atualmente, só temos capacidade para armazenar 70% da

safra de grãos”, conclui.Alexandre lembra que há um pon-

to a ser observado. “É um avanço os recursos para armazenagem de grãos e de aumento de limites de crédito para o produtor, mas de nada adianta o aumento de oferta creditícia se, em contrapartida, há aumento de preços dos equipamentos e máquinas agríco-las”, diz. O receio é de que as medidas do governo sejam neutralizadas com

o aumento dos preços dos equipamen-tos por parte da indústria de capital.

O produtor rural de Montividiu, município localizado na Região Su-doeste, João Van Ass, afirma que a falta de armazéns na região é um dos principais problemas dos produtores rurais. Ele diz que, se consolidada, a medida deve facilitar a negociação e garantir melhores preços. “Estamos carentes de armazéns. Quem tem grãos depositados dentro da proprie-dade é dono do produto. Quem não tem, fica refém de um único compra-dor”, afirma. Ele lembra que, mesmo calculando o custo da armazenagem, ter armazéns na propriedade, é ga-rantia de ganho na rentabilidade.

Para João, a armazenagem ainda pode melhorar as condições de tra-balho dos caminhoneiros. Para ele, o tempo para cumprimento de metas e horários são responsáveis por vários acidentes nas rodovias. “Para saldar seus compromissos, acabam forçando viagens, cansados e à noite”, afirma.

Medidas avançam para a melhoria na armazenagem

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No novo Plano Safra e Pecuário 2013/2014, a agricultura familiar foi atendida com maiores recursos, am-pliação de créditos e menores juros. Os recursos giram na ordem de R$ 39 bilhões para financiar diversas políti-cas públicas voltadas para o setor.

Com ampliação de seus limites de crédito e renda, o enquadramento no Programa de Agricultura Familiar (Pronaf), foi aumentado de R$ 160 mil para R$ 350 mil e o limite para finan-ciamento de custeio da safra saltou de R$ 80 mil para R$ 100 mil. Para as operações de custeio com valor acima de R$ 30 mil, os juros foram reduzi-dos de 4 % ao ano para 3% - nas de-mais linhas, a taxa é de 3,5% ao ano.

Os agricultores familiares que se enquadravam no Grupo B do Pronaf,

ou seja, aqueles de menor rendimento terão aumento de até 40% em seu limi-te de financiamento. A partir da safra 2013/2014, o agricultor familiar com renda bruta anual de até R$ 10 mil, poderá contratar até R$ 3,5 mil pelo Pronaf B. Na safra passada, esse limite era de R$ 2,5 mil. Na safra atual, o pro-grama dispõe de R$ 21 bilhões para as linhas de crédito. O programa também considerado uma oportunidade para que os agricultores coloquem em prá-tica projetos de desenvolvimento, ex-pectativa de renda e mudança de vida.

GarantiasSerão disponibilizados para o Segu-

ro da Agricultura Familiar (Seaf) – R$ 21 bilhões. O programa é um mecanis-mo de prevenção disponibilização aos

agricultores familiares que contratam financiamentos de custeio e investi-mentos agrícolas no âmbito no Pronaf.

A ampliação de recursos para o Programa de Aquisição de Alimen-tos (PAA) e para o Programa Nacio-nal de Alimentação Escolar (Pnae), é, segundo o assessor técnico da Faeg, Pedro Arantes, fundamental para a agricultura familiar. “A comercializa-ção é um dos principais gargalos da agricultura familiar”, comenta.

Na safra 2013/2014, o governo fede-ral ampliou o limite de aquisição anual por agricultor – que saltou de R$ 4,5 mil para R$ 5,5 mil. Embora não divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o objetivo para esta sa-fra é ampliar os volumes de aquisição de alimentos para atender o Pnae.

Agricultura familiar receberá r$ 39 bilhões

Produtor José Oscar Durigan vê com bons olhos novo modelo de seguro rural

Durigan alega que, para conse-guir financiamento para custear as lavouras de milho e soja, distribuí-das em uma área de 1,5 mil hecta-res, não é demorado, porém faz um desabafo. “O dinheiro até está dis-ponível, mas sempre temos que ad-quirir outro produto, como seguro, cota de consórcio. Isso deveria aca-bar”, afirma.

ArticulaçãoA articulação entre Governo Fe-

deral e entidades do setor foi fun-damental para que a elaboração do novo plano safra alcançasse par-te dos anseios do setor. Para se ter ideia, somente em Goiás, o secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária e Abasteci-mento (MAPA), Neri Gueller esteve, no início deste ano, duas vezes, em reuniões com o corpo técnico da Faeg para levantar as demandas do setor. “Com essas reuniões conseguimos expor uma série de entraves que está-vamos enfrentando e contribuir para que fossem melhorados”, afirma José Mário, presidente da entidade.

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evento realizado no Palácio das esmeraldas destinou doações à oVG

Leydiane Alves | [email protected]

Entidades doam 63 mil litros

DIA MUNDIAL DO LEITE

Em comemoração ao Dia Mun-dial do Leite, produtores rurais e indústrias que compõem a ca-

deia do leite em Goiás, se reuniram no dia 3 de junho, no salão Dona Ger-cina Teixeira Borges, do Palácio das Esmeraldas. Durante um “Leite da manhã”, com presença do governa-dor de Goiás, Marconi Perillo, foram entregues 63 mil litros de leite para o governo do Estado, que os remeterá a entidades filantrópicas e à Organiza-ção das Voluntárias de Goiás (OVG).

O presidente do Sindileite, Joa-quim Guilherme, ressaltou que Goi-ás é a quarta maior bacia produtora de leite do Brasil, com mais de 60 mil unidades produtivas. “O leite é muito importante do ponto de vista econômico e também do social.” Jo-aquim Guilherme afirmou ainda que a parceria do Governo de Goiás com

a cadeira produtiva do leite permitiu o crescimento do setor, que passou a importar leite para a industrialização. “A desoneração que houve de tribu-tos nos últimos anos possibilitou o crescimento da nossa indústria, que hoje é forte na produção e na comer-cialização por ser competitiva.”

Para o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, a come-moração do dia mundial do leite é simbólica e muito importante, porque o leite é um alimento necessário a to-dos os seres humanos. Ele explica que, por trás da produção de leite existe uma cadeia muito forte no Estado de Goiás, onde se têm 65 mil produtores envolvidos. “Se observarmos a cadeia toda, são mais de 220 mil pessoas li-gadas direta e indiretamente”, conta.

Durante o evento, o governador Marconi Perillo afirmou que o agrone-

gócio é o sustentáculo da economia e do desenvolvimento do Estado e que o governo vem fazendo a sua parte, de maneira planejada, para viabilizar o crescimento do setor. Marconi an-tecipou aos produtores presentes no evento que já enviou à Assembleia Legislativa projeto para a prorrogação dos incentivos fiscais até 2014.

“Antes dos incentivos do Governo, a cadeia produtiva leiteira era expor-tadora de matéria-prima, de produtos in natura para outros estados. Ago-ra, precisamos importar leite para a industrialização. Isso se deu graças a uma política agressiva de incenti-vos fiscais para que nosso produto fosse competitivo. Desenvolvimento combina ação produtiva, o capital do empresariado, a ação trabalhadora de operários com a ação proativa dos go-vernos”, completou.

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Segundo o presidente José Mário Schreiner, atualmente, a cadeia leiteira representa mais de 60 mil produtores envolvidos

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Programa da Faeg possui quase 3 mil cadastrados e balanças nos principais frigoríficos do estado

Catherine Moraes | [email protected]

10 anos de Pesebem

BALANÇA DO PRODUTOR

Atualmente, seis frigoríficos fazem parte do Pesebem, em Goiás. No total são 10 unidades do Estado inclusas no Programa.

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Mais de 5 milhões de ca-beças pesados. Este é o balanço do programa Pe-

sebem, a balança do produtor que completa 10 anos em 2013 e já soma 2.753 produtores cadastrados. Insta-ladas com a finalidade de suprir uma reclamação dos produtores sobre possíveis fraudes, as balanças da Fe-deração de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) já estão presentes em 10 frigoríficos do Estado. Com captura automática, o programa trouxe mais lisura ao processo e segurança aos produtores.

Gestor do Pesebem, Olímpio Tava-res explica que o programa teve início após produtores procurarem auxílio junto à Faeg por meio dos Sindicatos Rurais. A reclamação era que alguns frigoríficos estavam fraudando as pe-sagens com a coleta feita à mão. “Era muito complicado, porque o balan-ceiro atendia telefone, auxiliava em outros serviços, nem sempre a ba-lança estabilizava e a perda chegava a arrobas. Hoje, a luta é por diferença de gramas, isso mostra que já conse-

guimos muito”, justifica. Depois que a reclamação foi for-

malizada, a Federação buscou apoio do Sindicato das Indústrias de Car-nes e Derivados no Estado de Goiás (Sindicarne) e da cooperativa Goiás Carne. Olímpio conta que no início foi complicado e alguns frigoríficos reagiram contra a novidade quei-mando balanças com o uso inade-quado de água, por exemplo. “Agora, chegamos ao ponto de alguns frigo-ríficos solicitarem a implantação das balanças. Os produtores ficam mais tranquilos quando existe nossa pre-sença. porque estamos lutando pelo produtor e caminhamos na direção que ele indicar”, afirma.

Produtor do município de São Mi-guel do Araguaia, Osvaldo Guima-rães ressalta que o Pesebem é uma grande ferramenta que atende aos interesses não só dos pecuaristas, mas também dos frigoríficos. “Este programa é um termômetro do peso justo. Nós ficamos muito felizes por saber que Goiás foi pioneiro no Brasil. Esta foi uma iniciativa que

deu certo e o desejo é que continue prestando este serviço”, completou.

Osvaldo recorda que ajudou a implantar o programa e, hoje, pos-sui até balanças na própria fazenda. Como conselho, ele diz que a Fede-ração precisa investir ainda mais em divulgação do Pesebem para que de-mais produtores saibam dos benefí-cios que podem garantir. “Com maior divulgação e agressividade positiva, mais produtores saberão das melho-rias que podem obter depois de ade-rirem ao Pesebem”, finaliza.

O Pesebem possui uma equipe própria selecionada e contratada pela Faeg que atua nos frigoríficos em apoio ao produtor. A balança utilizada opera com um software que foi desenvolvido exclusivamen-te para esta finalidade. Ao final da pesagem de cada lote autorizado, é impresso um relatório oferecendo ao pecuarista o resultado do peso dos animais. O romaneio do Pesebem fica pronto antes do

Osvaldo Guimarães, produtor de São Miguel do Araguaia, afirma que programa é termômetro do peso justo

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relatório do frigorífico e o produtor pode comparar o desempenho de di-ferentes lotes em diversos períodos. Além disso, os equipamentos passam periodicamente por vistorias e afe-rições do INMETRO e da fabricante das balanças.

Olímpio afirma que, com o passar do tempo, o programa ganhou tanta credibilidade que alguns produtores só pesam em unidades cadastradas e os frigoríficos solicitam a inclusão. “Os produtores pensam que, se o fri-gorífico não abriu as portas para a Faeg, é sinal de que algo pode estar errado e confiam mais quando existe a nossa presença”.

Valor e cadastroO valor cobrado do produtor,

atualmente, é de R$ 1,41 por animal pesado e a renda é revertida apenas para custear o programa, ou seja, paga a balança e o funcionário da Fe-deração, que fica disponibilizado no estabelecimento. No total, 10 unida-des do Estado estão inclusas no Pe-sebem. Para que demais frigoríficos façam parte do programa, é necessá-rio que o valor arrecadado seja sufi-ciente para manter as despesas. Para

se cadastrar é necessário assinar uma autorização para o acompanhamento da pesagem dos animais. O produtor pode procurar a Faeg ou o Sindicato Rural, até mesmo por telefone.

Assessoria de AbateCaso o produtor não possa ou não

queira fazer, pessoalmente, esta veri-ficação, é possível contratar ainda os serviços de uma assessoria de abate. O trabalho já existia antes mesmo do programa, mas agora funciona de forma diferenciada devido ao traba-lho desenvolvido pela Faeg. Há seis anos, Cândido Carvalho de Resende, técnico em agropecuária, abriu uma empresa de assessoria, juntamente com a esposa. Ele conta que o serviço é bastante procurado e acaba por au-xiliar o produtor garantindo que seus direitos sejam cumpridos.

“Queremos o melhor para o pe-cuarista e tudo que vem para agregar é ótimo. Nem todos os produtores podem estar presentes para conferir a pesagem e é, por isso, que nós repre-sentamos o produtor dentro dos fri-goríficos. O Pesebem é um programa que garante melhoria no rendimento do pecuarista”, complementa.

Hélio de Oliveira Gomes é ge-rente de compras dos frigoríficos JBS em Goiás que inclui as unida-des: Goiânia, Anápolis, Senador Ca-nedo e Mozarlândia, todas inclusas no Pesebem. Ele recorda que quan-do o programa teve início ainda trabalhava no Minerva, localizado em Palmeiras de Goiás. Na época, se esforçou para que o estabeleci-mento aderisse à novidade e conse-guiu a implantação. Hoje, no JBS, ele se orgulha em dizer que todas as unidades do Estado já possuem balanças da Faeg e afirma que isso possibilita mais transparência entre a empresa e o produtor.

“Hoje, por exemplo, se exis-te uma contestação por parte do produtor, ele pode comparar com a pesagem da Faeg e perceber que os números batem. Vejo com muito bons olhos esta ação e é uma for-ma eficaz de conseguir melhorias neste processo. No JBS todas as unidades estão equipadas, inclu-sive a de Senador Canedo, aberta recentemente”, finaliza.

Sinal de transparência

Ao final da pesagem de cada lote autorizado, é impresso um relatório oferecendo ao pecuarista o resultado do peso dos animais

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• JBS-Friboi: Goiânia, Anápolis, Senador Canedo e Mozarlândia• Marfrig: Mineiros e Rio Verde• Mataboi: Santa Fé de Goiás• Minerva: Palmeiras de Goiás • Plena Alimentos: Porangatu• Independência: Senador Canedo

• Contra-pesagem comparativa e garantia de peso certo;• Produzir e fornecer um documento seguro e autêntico para comparação com relatório emitido pelo frigorífico;• Histórico de pesagens anteriores possibilitando um comparativo;• Dados das pesagens obtidos logo após o processo de pesagem do último animal, antes do relatório emitido pelo

frigorífico.

Unidades Cadastradas no Pesebem

Benefícios ao Produtor

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Medida que retira PiS/PASeP e Confins foi aprovada na Câmara e aguarda sanção presidencial

Catherine Moraes | [email protected]

Rações desoneradas

IMPOSTOS

Antiga reivindicação da Federa-ção da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e da Confedera-

ção da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que reduz a zero as contribuições para PIS/Pasep e Cofins para rações, su-plementos minerais e ureia pecuária deu mais um grande passo para a concreti-zação, no último dia 5 de junho.

Nesta data, a Comissão Mista da Câmara dos Deputados analisou a Me-dida Provisória 609/13, que desonera itens da cesta básica. Além disso, a desoneração foi estendida também a todos os tipos de máquinas utilizadas na agricultura com a mesma redução já concedida a tratores e máquinas auto-propulsadas. A medida espera agora a

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aprovação final da Câmara e a sanção presidencial.

O líder do governo no Senado, sena-dor Eduardo Braga (PMDB-AM), assim como o relator Edinho Araújo (PMDB--SP) estão confiantes na aprovação da MP nas duas Casas. “Houve a queda da obstrução aqui, e o que acontece na comissão costuma ser um bom termô-metro”, afirmou Araújo na ocasião. O presidente da Faeg, José Mário Schrei-ner, comemorou a conquista, conside-rada por ele um incentivo à produção agropecuária. “Essa desoneração é uma reivindicação antiga do setor rural e permitirá que o produtor rural dimi-nua seu custo de produção e aumente a aplicação de tecnologia em sua proprie-dade”, ressaltou.

De acordo com a zootecnista e as-sessora técnica da Faeg para pecuária, Christiane de Paula Rossi, alguns estu-dos estão sendo realizados pelo CNA com o Ministério da Fazenda no intuito de minimizar os impactos a outros se-tores envolvidos.

- Carnes, Carne de frango Congelada, mortadelas e linguiças;

- Camarões e ração para esses animais;

- Café, mate, suCos integrais e açúCar;

- Óleos vegetais em estado bruto;

- pão de forma e bisCoitos Cream CraCker, água e sal, maria e maizena;

- molho de tomate, vinagre e polvilho;

- manteiga;

- material esColar e de Construção;

- gás de Cozinha;

- água sanitária, sabão em barra, desinfetantes;

- esCovas de dente, absorventes higiêniCos e fraldas desCartáveis;

- papel higiêniCo, pasta de dente e sabonete.

Confira itens que foram isentos

Inclusão Durante a votação do texto, o rela-

tor, deputado Edinho Araújo (PMDB--SP) promoveu apenas uma alteração incluindo o sal entre os produtos da cesta básica, sugestão dos depu-tados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e

Sandra Rosado (PSB-RN). A redução também se deu em outros produtos (veja box). Arroz, feijão, farinhas, pão comum, massas alimentícias, leite e queijos, entretanto, já são isentos destes tributos desde 2004, pela Lei 10.925/04.

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WWW.JBS.COM.BR FAZ PARTE DO SEU MUNDO

60 anos de tradição em alimentos e respeito às culturas do mundo

Com mais de 300 unidades de produção espalhadas por todos os continentes, a JBS oferece ao mercado produtos com garantia de origem, qualidade e atenção às práticas sustentáveis.

DELÍCIAS DO CAMPO

MASSA

1 kg de trigo para quibe750 ml de água fervendo1 kg de carne moída (colocar no mínimo 1 kg de carne moída e no máximo 3 kg para cada 1 kg de trigo para quibe)1 cebola média picada1 maço de hortelã picado10 dentes de alho picados3 pimentas bode verde picadas1 colher de chá de pimenta do reinoSal para temperar

RECHEIO:200 g de mussarela raladaOrégano a gosto

MASSA

1º PASSO: Coloque a água para ferver.

2º PASSO: Coloque o trigo em uma tigela e jogue a água fervendo mexa bem e deixe descansar por 1 hora.

3º PASSO: Moa de 2 a 3 vezes, em pente fino da máquina de moer, o trigo hidratado junto à carne e aos temperos (não tempere com sal, senão enferruja a máquina de moer).

4º PASSO: Sove bem a massa já moída com o sal e corrija os temperos.

5º PASSO: Faça bolinhas para separar a massa por igual e modele os quibes (sem ou com recheio) e use sempre um pouco de água nas mãos para não grudar.

Receita elaborada por tecnólogo em gastronomia e instrutor do Senar Goiás, Cristiano Ferreira da Silveira.

QUiBe

Envie sua sugestão de receita [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.

Cristi

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60 anos de tradição em alimentos e respeito às culturas do mundo

Com mais de 300 unidades de produção espalhadas por todos os continentes, a JBS oferece ao mercado produtos com garantia de origem, qualidade e atenção às práticas sustentáveis.

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Curso do Senar une trabalhadores, em sociedade, em busca de nova atividade. Meta dos sócios para 2013 é produzir mil quilos de mel

Catherine Moraes | [email protected]

Parceiros na apicultura

CASO DE SUCESSOFr

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Trabalhando durante toda a vida como vaqueiro, Manoel Elias, 40, sofreu um acidente de tra-

balho há pouco mais de três anos e descobriu que a profissão não seria mais viável. Ele caiu de um cavalo en-quanto tocava o gado, teve uma fratura na coluna cervical e ao implantar uma

placa de metal no pescoço soube que teria que arranjar outro emprego. Por meio do Sindicato Rural de São Do-mingos, foi informado sobre o curso de apicultura promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Se-nar Goiás) e lá, ganhou mais que uma especialização, ganhou um amigo.

O futuro parceiro de Elias, como é popularmente conhecido, Antônio Lino da Conceição, 55, participava do curso pela segunda vez. Juntos, eles descobriram uma forma de trabalhar em dupla. Antônio, que é agricultor desde os 12 anos, conta que os dois compraram uma pequena terra já no

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estado da Bahia, próximo ao municí-pio. Lá começaram a criação de abe-lhas que, somente em 2012 rendeu 400 kg de mel. Para este ano, entre-tanto, a expectativa é de ultrapassar mil quilos. No trabalho, cada um possui renda individual.

“Nós trabalhamos juntos, nos aju-damos, mas possuímos as próprias caixas. Depois de colher o mel, cada um é responsável pela própria venda. Para mim é um trabalho muito espe-cial, porque eu não posso mais carre-gar peso e ser apicultor é bem mais tranquilo. No início a gente tinha al-guns problemas, as abelhas fugiam.

Antônio Lino e Manoel Elias são responsáveis pela venda do mel produzido

Apicultores recolhem mel em caixa de abelhas na divisa de Goiás com Bahia

Os interessados em treinamentos e cursos do Senar, em Goiás, no município de São Domingos devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone: (62) 9609-4148

Mas, fomos recebendo auxílio e com três anos de trabalho posso dizer que o nosso negócio está indo muito bem”, se alegra.

No total, Antônio já trabalha como apicultor há cinco anos, mas ainda pre-cisa conciliar o serviço com a agricul-tura. Ele explica que visita as abelhas no máximo três vezes por semana e o restante do tempo é dedicado à venda do mel e ao campo. “Nós aprendemos a fazer as caixas e os equipamentos necessários para a criação. Estamos trabalhando com garra mas, em breve, quero me dedicar apenas à apicultura. Eu ainda gerencio um reflorestamen-to, mas quero que nossa parceria seja meu trabalho único. O Elias é uma pessoa ótima e é muito difícil alguém não dar certo comigo, porque eu tam-bém sou”, afirma gargalhando.

Inicialmente, a venda de todo o mel produzido pelos produtores era feita apenas no município de São Domin-gos, mas Antônio garante que com pre-tensão de ampliar o número de caixas, esta situação precisará mudar. “Agora buscamos auxílio para conseguirmos novos compradores”, completa.

Potencial de atividadeO curso de apicultura é ministrado

pelo Senar Goiás há 11 anos, mas sua procura aumentou nos últimos anos. Segundo dados da entidade, 998 pes-soas participaram do treinamento so-mente entre janeiro de 2012 e maio de 2013. Destes, mais de 66,6% são homens e, aproximadamente 32,5% mulheres. De acordo com o instrutor do Senar Goiás, Paulo Ricardo Dou-rado, esta é uma área com grande potencial de melhoria e, apesar de a agricultura familiar ainda ser a princi-pal demanda, a busca pela especiali-zação já é considerada grande.

“Esta é uma atividade com poten-cial e que pode, inclusive aumentar a produção rural pela polinização das abelhas. No Norte do Estado a pro-dução cresceu bastante e com auxílio de uma cooperativa em Porangatu, conseguimos colocar o mel na me-renda escolar. Devido à seca no Nor-deste do País tivemos uma quebra de 50% na produção nacional. Hoje, só na cooperativa, temos 60 colabora-dores e estamos precisando de uma produção ainda maior”, finaliza.

Junho / 2013 CAMPO | 35www.senargo.org.br

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CURSOS E TREINAMENTOS

Agricultura de Precisãoleydiane Alves | [email protected]

Jana

Tom

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eM MAiO, O senAr PrOMOVeU

354 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 75 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

5.845PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

43 150 6 6 11 107 29 36 5 3 10 13 3

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área de

pecuária

Em atividades

relativas à

prestação de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

36 | CAMPO Junho / 2013 www.sistemafaeg.com.br

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A AP é uma inovação permanente para o campo que otimiza o uso de insumos. A Agricultura de Precisão (AP) é um pro-

cesso de gestão da propriedade. É uma postura gerencial que leva em conta a

variabilidade espacial para aumentar o retorno econômico e minimizar o efeito negativo ao meio ambiente. O primeiro passo é observar se existe essa variabilidade. Caso exista, o pro-dutor deve investir em Agricultura de Precisão.

AP é um sistema de gerenciamento agrícola que cresce no País na medida da disseminação dos conceitos, técnicas e vantagens para o pro-dutor rural. As tecnologias de AP detectam, monitoram e orientam homens e mulheres do campo na gestão da propriedade, para melho-rar a produtividade, a preservação do meio am-biente e a renda.

A AP começou com as tecnologias das má-quinas dotadas de receptores GPS e geração de mapas de produtividade. Com medidas de ges-tão adaptadas à realidade de cada produtor, oferece ferramentas para a otimização do uso de insumos e inovação permanente no campo.

Os interessados em participar do curso de Agricultura de Precisão devem procurar o Sin-dicato Rural de seu município, ou se informar na sede do Senar, em Goiás, no telefone (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br. O curso é dividido em cinco módulos de 24 horas (Informática e GPS; Piloto Automático; Contro-lador de fluxo; Taxa fixa e variável e Monitor de colheita) com turmas de 12 pessoas por grupo.

Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br. Procure também o Sindicato Rural de seu município

eM MAiO, O senAr PrOMOVeU

354 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 75 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

5.845PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

43 150 6 6 11 107 29 36 5 3 10 13 3

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área de

pecuária

Em atividades

relativas à

prestação de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

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CAMPO ABERTO

Os danos causados pelas lagartas nas principais culturas agrícolas cul-

tivadas no país vêm se intensi-ficando com o passar dos anos. Na última safra, este problema alcançou patamares nunca an-tes vistos, elevando os custos de produção, pelo aumento do nú-mero de aplicações de inseticida e diminuindo os patamares de produtividade.

A safra 2012/13 evidenciou um novo problema nas lavouras bra-sileiras, a presença de outra es-pécie de lagarta conhecida como Helicoverpa armigera. Apesar de aparecer com maior intensidade apenas nesta última safra, acre-dita-se que ela já estava presente no país há alguns anos, mas por apresentar difícil identificação vi-sual era confundida com lagartas de outras espécies.

O aumento significativo do aparecimento da Helicoverpa ar-migera no país ocorreu devido a práticas utilizadas no campo que privilegiaram a proliferação da praga. Entre elas podemos des-tacar o uso indiscriminado de inseticidas não específicos, que diminuíram as populações de ini-migos naturais, a não adoção de refúgio nos cultivos com a tecno-logia BT e o plantio sucessivo de culturas hospedeiras da praga.

A praga atinge mais de 180 espécies de plantas hospedeiras, podendo alimentar-se de prati-camente todas as culturas de in-

teresse econômico, como soja, milho, tomate, feijão, algodão, sorgo, hortaliças e citros. Outro fator que favorece o crescimento populacional da lagarta, principal-mente no Centro-Oeste brasileiro, é o plantio de milheto e sorgo em sucessão às culturas de verão, cul-turas hospedeiras da praga e que, tradicionalmente, não recebem aplicações de inseticida, facilitan-do o desenvolvimento da praga.

A lagarta apresenta uma am-pla capacidade adaptativa e re-produtiva. Uma mariposa fêmea pode depositar até 1,5 mil ovos por ciclo, de forma isolada, e mi-grar a uma distância de até mil quilômetros, comprovando sua alta capacidade de dispersão.

Por ser um problema recente no país, os métodos de controle para mitigar os danos causados pela praga, ainda estão sendo pes-quisados. É importante que esse controle seja pensado para todo o sistema de culturas durante o ano, não somente durante o desenvol-vimento do cultivo principal.

Desta forma, é recomendada a manutenção de um período sem o cultivo de plantas hospedeiras, para que ocorra a quebra do ciclo da lagarta, e consequente dimi-nuição na população. Outra im-portante prática é a destruição dos restos culturais logo após a emergência das plantas voluntá-rias depois da colheita, diminuin-do a disponibilidade de alimento da praga. Pelo mesmo fator, para

culturas como o tomate e os ci-tros, é importante realizar-se a retirada dos frutos não aproveita-dos na colheita das proximidades da área de cultivo.

Outra forma utilizada para o controle da Helicoverpa armigera nas lavouras é a liberação de agen-tes biológicos e parasitoides. Alia-do à liberação destes agentes é im-portante a diminuição do uso de inseticidas não específicos, como os piretroides, que eliminam as populações de inimigos naturais que atacam os ovos e as lagartas.

O uso de tecnologias BT, nas culturas de milho, soja e algodão também é um importante aliado no controle destas lagartas, lem-brando que é imprescindível a manutenção de áreas de refúgio, diminuindo a seleção de biótipos resistentes a tecnologia. Entre os produtos testados no controle da praga, destacam-se as diamidas antranílicas, que quando utiliza-das no momento correto, com as lagartas nas primeiras fases de desenvolvimento, apresentam um controle satisfatório.

Realmente estamos diante de uma nova ameaça às lavouras de todo o país. Pensar toda a dispo-sição da safra como um sistema, utilizando práticas que favore-çam o equilíbrio do ambiente da lavoura, para manter sob controle as populações de lagartas nocivas é a melhor forma de evitar que problemas como este voltem a ocorrer e trazer graves prejuízos.

Helicoverpa armigera: nova ameaça à produção

Christiano Palavro

é engenheiro agrô-

nomo e consultor

técnico do Sistema

Faeg/Senar para

a área de cereais,

fibras e oleaginosas

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Christiano Palavro | [email protected]

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