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ATPS PERÍCIA 8º SEMESTRE
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Universidade Anhanguera Uniderp
Centro de Educação a Distância
Curso: Ciências Contábeis
Aluno: RA:
Aluno: RA:
Aluno: RA:
Aluno: RA:
Aluno: RA:
PERÍCIA, ARBITRAGEM E MEDIÇÃO
Tutor Presencial:
Disciplina: Contabilidade Geral
Professor EAD:
Pólo Presencial Valparaiso - SP
8º Série /Ano2013
2
Universidade Anhanguera Uniderp
Centro de Educação a Distância
Curso: Ciências Contábeis
PERÍCIA, ARBITRAGEM E MEDIÇÃO
Pólo Presencial Valparaiso - SP
8º Série /Ano2013
Atividade Pratica Supervisionada
apresentada ao Curso de Ciências
Contábeis do Centro de Educação a
Distância-CEAD da Universidade
Anhanguera UNIDERP como
requisito obrigatório para
cumprimento da disciplina de Perícia, Arbitragem e Medição.
3
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 04
ETAPA 1............................................................................................................................... 05
Conceito e finalidade da Perícia Contábil...............................................................................05
Metodologia usada em Perícia Contábil............................................................................... ...10
Qualidades e Responsabilidades de um perito......................................................................... 10
Riscos na Perícia...................................................................................................................... 13
ETAPA 2.................................................................................................................................. 14
Laudos Periciais....................................................................................................................... 14
ETAPA 3................................................................................................................................. 19
Quadro 1 – Fraudes em Contabilidade..................................................................................... 19
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................... 21
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................................... 22
4
INTRODUÇÃO
A Perícia é idealizada como uma atividade de examinar as coisas e os fatos, reportando sua
autenticidade e opinando sobre as causas, essências e efeitos da matéria examinada.
Encontram-se indicativo de Perícia desde os primórdios da civilização lá onde iniciou se o
processo civilizatório, onde um indivíduo que por sua experiência ou por ser mais forte,
comandava a sociedade primitiva este era o juiz, o legislador e executor ao mesmo tempo,
logo que ele mesmo examinava a situação , julgava, fazia e executava as leis.
Registros apontam que na Índia surgiu a figura do árbitro que era eleito pelas partes, e
desempenhava o papel de perito e juiz ao mesmo tempo, dele dependia a verificação dos fatos
e a decisão do litígio, também tinha o poder da decisão judicial.
Também há relatos de perícia no Egito e na Grécia, com o início da sistematização dos
conhecimentos jurídicos, mas nestes lugares já se observava a existência de especialistas em
determinados campos para proceder à verificação e ao exame de determinadas matérias.
Contudo, é no Direito Romano primitivo que se encontra com maior clareza a figura do
perito, embora que associada a árbitro. No Sistema Romano, o magistrado apelava ao
especialista, que por ter conhecimentos técnicos, tinha condições de opinar sobre a questão e
elaborar um laudo que se constituía na própria sentença.
Com o renascimento do Direito, após os tempos de obscuridade da Idade Média, houve uma
maior valorização da perícia, como instrumento técnico-científico auxiliar na promoção da
justiça.
No que se refere à perícia contábil, é complicado identificar a época e o lugar de sua origem.
Alguns acreditam que tenha originado nos Estados Unidos, no início do século XX, quando
nasceu a Escola Americana, pois nesse período surgiu a Auditoria e a Análise de Balanços. Já
no Brasil, podemos articular que a Perícia Contábil teve origem em 1905, quando do
reconhecimento da Academia de Comércio do Rio de Janeiro e da Escola de Comércio
Armando Álvares Penteado.
5
ETAPA 1
CONCEITO E FINALIDADE DA PERÍCIA CONTÁBIL
A palavra Perícia deriva do latim Perítia que significa conhecimento, experiência.
Segundo o NBC - T - 13 – CFC é o “Conjunto de procedimentos técnicos e científicos
destinado a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa
solução do litígio, mediante laudo pericial contábil...”.
Perícia é a atividade de examinar as ocorrências e os fatos, reportando sua autenticidade e
opinando sobre as causas, essências e efeitos da matéria examinada. Pode acontecer em
qualquer área, sempre onde existir a polêmica ou a pendência, inclusive em algumas situações
empíricas.
O objeto da perícia é o patrimônio das pessoas, jurídicas ou físicas. O patrimônio se revela
para o Contador através da Contabilidade, portanto os meios disponíveis para a perícia
contábil são todos os componentes do sistema contábil.
A perícia contábil é uma ramificação da Contabilidade, utiliza-se das mesmas técnicas desta
ciência de forma particular, sendo uma modalidade superior da profissão contábil, a qual
fornece informações sobre o patrimônio das entidades físicas e jurídicas. Na qual seus
objetivos específicos são:
a) Informação fiel.
b) Certificação, exame e a análise do estado circunstancial do objeto.
c) Esclarecimento e a abolição das dúvidas suscitadas sobre o objeto.
d) Fundamento cientifico da decisão.
e) Formulação de uma opinião ou juízo técnico.
f) Mensuração, análise e a avaliação ou o arbitramento sobre o “quatum” monetário do
objeto.
g) Trazer à luz o que está oculto por inexatidão, erro, inverdade, má-fé, astúcia ou fraude.
6
No campo do Direito, a atividade de perícia contábil/financeira é conhecida como perícia
judicial.
Segundo Rodrigues (1985):
“A perícia judicial é uma medida de instrução, necessitando de investigações
complexas, confiadas pelo juiz, em virtude de seu poder soberano de apreciação, a
um especialista a fim de que ele informe sobre as questões puramente técnicas
excedentes de sua competência e seus conhecimentos. Não deve ser confundida com
a perícia extrajudicial, seja ela a perícia amigável, resultante de acordo da partes
interessadas, seja a perícia oficiosa, esta fora e anterior ao litígio e em curso de
processo independente da decisão do juiz, na qual as partes pretendem colher
elementos para melhor conhecimento da questão.”
Assim entende-se Perícia Contábil Judicial como o conjunto de procedimentos técnicos
contábeis, tais como, exame e análise de livros e documentos, vistoria ou diligência para
averiguar uma situação ou evidenciar um fato, o arbitramento de valores por critérios
técnicos, a avaliação de coisas, bens, direitos, haveres e obrigações, e a investigação de tudo
que possa elucidar o Laudo Pericial. Este laudo irá conter as respostas aos quesitos
formulados pelo Juiz e/ou pelas partes representadas pelos advogados, com a devida
observação e conclusão do perito, proverá os subsídios para a decisão da lide. A perícia segue
um rito processual na forma do judiciário.
A perícia judicial traz como desígnio colocar os conhecimentos e técnicas específicas à
disposição do Magistrado sendo um elemento que serve de convicção pessoal do julgador da
lide, fornecendo subsídios baseados em exposições técnicas ou científicas ao juiz ou às partes
em litígio. Tem sua amplitude relacionada á causa que a deu origem ou o objeto do litígio.
Deste modo, uma perícia que envolva questões tributárias levará em conta a escrituração
contábil, a legislação fiscal, e outros assuntos que rege a matéria relacionada aos exames.
Os casos que levam a necessidade de se fazer uma Perícia Contábil são os seguintes:
a) Irregularidades Administrativas:
Generalidades: Pela função de revisão ou perícia, são descobertas e evidenciadas
irregularidades administrativas, motivando medidas acauteladoras ou sanções, e
7
estabelecendo-se a verdade dos fatos, com acepções de responsabilidade e justa
atribuição de direitos e obrigações pecuniárias.
Imperfeições: Por vários motivos e fatores a ação administrativa, em qualquer de suas
manifestações, pode contaminar-se de imperfeições, conscientes e inconscientes, que
enleiam a normalidade. São consideradas imperfeições administrativas, o acúmulo de
funções incompatíveis, a fala na aquisição, guarda conservação e alienação dos bens
materiais.
Negligências: têm efeitos imediatos ou longínquos que exigem investigações de
causas e identificações dos culpados. Quando conscientes, ressaltam a
responsabilidade dos causadores, sendo falta culposa a originada da displicência ou
negligência inconsciente, em que atuam fatores físicos ou psíquicos.
Erros: são procedimentos generalizados de irregularidades. Traduzem-se em omissão,
imprevisão, incompreensão, cálculos inexatos, técnica mal aplicada, decisões
inconvenientes, interpretações irreais, falsas situações de direito etc.
Infrações: a ação da administração deve processar-se de conformidade com normas
gerais estatuídas, originalmente, pelo órgão volitivo ou de deliberação.
Simulações: consistem em disfarçar regularidade em determinado ato ou negócio,
quando em realidade, atos ou negócios simulados contrariam as normas jurídicas e a
ética.
Adulterações: Consiste na alteração de coisas e fatos, com o intuito preconcebido de
enganar a outrem em proveito próprio.
Fraudes: é o ato de enganar ou burlar, para proveito próprio; burla-se a lei em
proveito próprio. A fraude não se presume, deve ser provada por quem acusa.
Variáveis da fraude são: furto, roubo, lesão, desfalque, alcance, estelionato,
falsificação.
Culpas: é causa de dano pela qual responde moralmente seu autor, quando ineficiente
e de boa-sé, e de direito, quando deixa de cumprir obrigações explícitas ou com
tendências para a má-fé.
Responsabilidades: em matéria administrativa, responsável é aquele que se obriga pela
boa guarda e conservação das coisas e pela execução de atos como agente de litígio
dono do objeto administrado.
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b) Irregularidades Contábeis.
Generalidades: a organização contábil e suas respectivas escritas devem afiançar e
confirmar a regularidade administrativa. Contudo, falha administrativa, pode ser causa
de irregularidades contábeis.
Imperfeições técnicas: A organização do trabalho de contabilidade obedece a planos
antecipadamente elaborados e sua execução é norteada por normas predeterminadas.
Principais imperfeições técnicas: desordem geral na escrituração, confusão e atraso;
ausência de evidências, ausência de balancetes e conferências, freqüência demasiada
de estornos.
Negligência profissional: Embora as negligências profissionais se originem na
inabilidade ou incapacidade técnica ou pessoal do contador, as implicações serão
sempre de inferioridade moral na justificação de atos de gestão, defesa de interesses
perante terceiros ou justificação de infrações das leis.
Erros técnicos de escrituração: A primeira distinção a fazer é a do erro substancial ou
formal. Por definição, substancial é o que se refere à essência. Erro de forma é a
representação gráfica defeituosa ou viciada de fatos.
Infrações: é o não cumprimento de uma determinação administrativa e, sobretudo,
legal; cumpri-la parcialmente, com desvirtuamento ou modificação, é infringir normas
ou preceitos a serem observados na contabilidade.
Simulações: é quando acontecimentos e fatos administrativos não correspondem à
verdade Ex: simulação de inventário, de operações ou negócios, de débitos e créditos,
de despesas ou prejuízos.
Adulterações: podem ser de contas, históricos, datas, quantias, lançamentos ou peças
contábeis já elaboradas.
Fraudes: Falsificações de lançamentos nas falências, as falsas situações de contas,
lucros líquidos alterados, erros de classificação de receita e despesa, omissão de
entrada de dinheiro.
Culpas profissionais: as deficiências técnicas de organização e execução de
contabilidade, as negligências profissionais, os erros técnicos e de escrituração e
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outras irregularidades de escrita poder ser causa ocasionadora, direta ou indiretamente,
de prejuízos materiais e morais contrario ao dono de um patrimônio ou de terceiros em
relações comerciais.
Responsabilidades profissionais: sejam involuntárias as falhas e culpas do contador,
ou intencionais, que seja ação de dolo ou fraude, o profissional contábil sofre as
relativas implicações, que se traduzem em perda de emprego, ressarcimento de
prejuízos ou responsabilidade criminal.
Classificação da Perícia Contábil
A Perícia contábil classifica-se em:
I. Voluntária: Por vontade ou consentimento do proprietário
II. Perícia Judicial: Por ordem judiciária
Espécies de Perícia contábil, identificáveis e definíveis:
a) Perícia Judicial: é realizada dentro dos procedimentos processuais do poder
judiciário, por determinação, requerimento ou necessidade de seus agentes ativos, e se
processa segundo regras legais específicas (Justiça do Trabalho e Justiça Civil, Poder
Judiciário).
b) Perícia Semijudicial : é realizada dentro do aparato institucional do Estado, mas fora
do poder judiciário (Em âmbito Policial e na área de Administração Tributária,
Tribunal de Contas).
c) Perícia Extrajudicial: é realizada entre pessoas físicas e privada, fora do Estado e
fora do poder judiciário.
d) Perícia Arbitral: é realizada no juízo arbitral, instancia decisória criada pela vontade
das partes, tem característica específica de atuar parcialmente como se judicial e
extrajudicial – Tribunais de Mediação e Arbitragem.
A perícia contábil, tanto a judicial, como a extrajudicial e a arbitral, é de competência
exclusiva de Contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade. Cabe à
Fiscalização do CRC verificar se os Contadores estão procedendo regularmente, conforme os
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preceitos das Normas de Auditoria e Perícia (técnicas e profissionais) na elaboração de seus
laudos e, também, coibir atuação de Leigos neste segmento específico da profissão contábil.
METODOLOGIA USADA EM PERÍCIA CONTÁBIL
A metodologia empregada dependerá sempre do objeto que será examinado, ou seja, o curso
do trabalho pericial será delineado de acordo com a matéria que se tem a examinar. Assim, se
a matéria é parcial, limitada, examina-se o todo do objeto, se a matéria é muito ampla, sem
possibilidades de proceder ao exame de seu todo, emprega-se o método de amostragem.
Entretanto, este critério deve ser tido como excepcional.
O método da perícia é o analítico, de maior abrangência, porém com especificidade de
escopo. Por essa razão é necessário que:
O objeto seja bem identificado;
O trabalho seja delineado de forma competente;
A execução deve ser baseada em evidências inequívocas, plenas e totalmente
confiáveis;
A conclusão deve ser enunciada somente com absoluta segurança e com muita cautela;
O laudo ou parecer deve ser lavrado de forma clara, precisa e inequívoca.
QUALIDADES E RESPONSABILIDADES DE UM PERITO
A origem do termo perito vem do latim “Peritu” significa aquele que entende, conhece
profundamente, que sabe pôr experiência; em inglês derivou para expert e em francês para
expertise. De acordo a etimologia da palavra “Peritus”, significa: “que sabe por experiência,
que tem prática”. Ou seja é toda pessoa que, por seu reconhecido saber (técnico ou científico),
ou por ter titularidade acadêmica específica em determinado tema, se constitui em expert
sobre o mesmo, após a prática comprovada.Perito é o profissional que deve possuir
conhecimentos técnicos aprimoramento, especializado e aperfeiçoado em sua área de atuação
como pessoa, deve ser íntegro e ter virtudes como: honestidade, personalidade,
imparcialidade, equilíbrio emocional, independência e autonomia funcional, e sobretudo,
obediência irrestrita e incondicional aos princípios da ética e da moral.
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Na definição de Ornelas (2.000), no perfil profissional do perito, deve haver duas qualidades:
“1º - deve possuir cultura geral e contábil profunda que lhe permitam colaborar com
o magistrado na verificação ou apreciação dos fatos contábeis objeto da lide de
modo a supri-lo daqueles conhecimentos técnicos ou científicos que este não possui;
2º - ser profissional habilitado, ou seja, deve ter capacidade legal para o exercício da
função pericial contábil advinda de seu título universitário de bacharel em Ciências
Contábeis, ou equiparado, devidamente registrado no Conselho Regional de
Contabilidade.”
Ou seja, Perito Judicial é aquele que, reconhecido o seu saber, é convidado a prestar seus
serviços de expert em determinado assunto, por solicitação ou nomeação da Justiça. É, um
profissional habilitado (legal, cultural e intelectualmente) a exercer virtudes morais e éticas
com total compromisso com a verdade.
Complementando Ornelas (2000) ainda afirma que fazem parte das qualidades do perito:
“Conhecimentos gerais e profundos da ciência contábil, teórica ou aplicada em suas
várias manifestações organizacionais públicas e privada, além de outras áreas
correlatas, como, pôr exemplo, matemática financeira, estatísticas, assuntos
tributários, técnicas e práticas de negócios, bem como domínio do direito processual
civil, em especial quanto aos usos e costumes relativos à perícia, e da legislação
correlata., são essenciais ao desempenho competente da função pericial aliados, com
qualidades de espírito que o fazem perspicaz, crítico, hábil e circunspeto.”
O Perito, sobretudo o perito contador, é o encarregado de exercer a perícia, e deve considerar
os efeitos em benfeitoria da sociedade, propiciando bem estar a todos que tem interesse no
deslinde da controvérsia. Segundo Aristóteles algumas características essenciais devem
compor o perfil deste profissional: a excelência moral (honestidade, moderação, equidade),
excelência intelectual ( inteligência, conhecimento, discernimento,etc.).
Estabelece-se igualmente do perito, capacidade de estar sempre atualizado, pesquisando
novas técnicas e sempre preparado para execução de trabalho de boa qualidade.
Requisitos Fundamentais para o Perito:
O Código do Processo Civil art. 145 determina:
a) Jurídicos Formais:
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Que tenham grau de nível universitário na matéria que deverão opinar.Que estejam
registrados, no órgão de classe regulador da profissão a que se refere à especialidade
da matéria submetida a apreciação pericial.
b) Pessoalidade
A perícia possui caráter de pessoalidade do exercício, na forma judicial, é permitido
somente como pessoa física, conforme o Código do Processo Civil preceitua.
O Conselho Federal de Contabilidade incumbe privativamente ao Contador (Bacharel em
Ciências Contábeis), devidamente registrado como tal no Conselho Regional de
Contabilidade a execução de perícias judiciais, extrajudiciais ou arbitrais.
c) Saber Técnico Científico – Para que se aprofunde cientificamente na interpretação do
fato em sua especialidade.
d) Conhecimentos Jurídicos – Para que conheça em profundidade o roteiro legal,
notadamente o processual, como também a legislação que recai sobre a matéria
examinada.
e) Português Instrumental - deve o profissional dominar com segurança o instrumento
básico de transmissão e percepção de idéias, a língua portuguesa segundo a norma
culta.
Perfil profissional do Perito
É fundamental ao perito contábil para exercer com competência suas atividades,
conhecimentos gerais e intensos da ciência contábil, além de outras áreas, como, estatística,
matemática financeira, direito tributário, assim como um domínio da processualística do
direito civil, em especial no tocante aos usos e costumes relativos à perícia.
Outro fator indispensável é a postura crítica e deve ser observada pelo perito, no aspecto
relacionado com o desenvolvimento desta atitude quanto ao rigor e legitimidade do assunto
sob apreciação, objetivando permitir afirmações ou negações decisivas. Determinando assim,
o espírito crítico com um caráter íntimo desenvolvido pelo perito contábil de maneira a
consentir chegar à verdade dos fatos contábil sobre o qual lhe é solicitado, por terceiros
interessados, sua apreciação ou opinião técnica.
13
No entanto, dois requisitos são essenciais ao perito contábil: formação moral elevada e
imparcialidade.
Uma elevada formação moral retrata uma postura pessoal de integridade, de honestidade,
oriunda da própria função de auxiliar da justiça que o perito contábil desempenha, assim
como da observância do código de ética profissional. A imparcialidade é imperativa no
desenvolvimento do trabalho pericial, pois o mesmo deve apresentar a perícia sem ser
tendencioso para qualquer uma das partes envolvidas no processo judicial, sendo que esta
ocorre no momento em que se exerce a função pericial de forma independente, conforme
definido pelas Normas Profissionais de Perito Contábil (NBC-P-2). A atribuição primordial
do perito contábil é elucidar e cooperar com a decisão do magistrado. A orientação prestada
deve suprir ao questionamento ordenado pelas partes, frente o dever de demonstrar os fatos
detectados, pois o juiz espera a orientação pericial para proferir a sentença. Caso o perito
demonstre fatos não averiguados que colaboraram para o desfecho do caso a serviço da justiça
de seu trabalho, deve relatar o inquirido, sendo que as partes podem por omissão ou
desconhecimento, formular quesitos que prejudiquem o julgamento. Cabe ao perito opinar
sobre a matéria da lide para definir critérios da sentença dentro dos princípios éticos da função
pericial.
RISCOS NA PERÍCIA
Os serviços contábeis, como qualquer outro, têm suas margens de risco; na perícia, porém, o
risco tem um maior significado, pois pode induzir a uma opinião errônea, produzindo uma
falsa prova, com lesão ao direito de terceiros.
O perito deve ser cauteloso, pois não pode errar, e para isso deve tomar certas precauções em
relação aos seguintes fatores:
Tempo atribuído: apenas aceitar a tarefa que poderá ser executada em tempo hábil pra
que possa desempenhá-la com rigor.
Plano de trabalho: elaborar um plano amplo e competente para a execução da perícia e
escolher os melhores critérios de desempenho do mesmo.
14
Desempenho exigente: no desempenho ou execução do plano o perito deve utilizar sua
autoridade para que todo material e informação necessária cheguem a tempo e
completo, os elementos materiais de exame devem ser satisfatórios.
Apoio exigente: nos casos, por exemplo, como nos sistemas informatizados, onde
muitas entradas em computadores não possuem documentação, ordenar rigoroso apoio
de programação de verificação (com assistência especializada de alto nível).
Resguardo de informes: todo informe fornecido com base em “conhecimentos de
serviços”, ou “conhecimento de fatos”, que seja relevante para o julgamento, deve ser
colhido em depoimentos escritos e assinados pelos depoentes, testemunhadamente (p.
ex., informação sobre o critério de aplicação de títulos no mercado).
Provas emprestadas: onde incumbir, deve o perito apelar para a informação de pessoas
alheias ao processo, mas ligadas por transações com a empresa ou instituição (p. ex.,
pedido de confirmação de saldos a fornecedores, clientes etc.).
Declarações: quanto a dados a serem requeridos, o perito pode pedir à empresa que
está sob seu exame uma carta da administração que declare que os elementos exibidos
eram os exclusivos que existia, e que nenhum outro foi produzido ou existe em outro
local etc.
Preço: compatível com a qualidade e quantidade do trabalho a executar.
Em resumo um trabalho pericial tem sempre riscos, necessitando de cautelas especiais por
isso é conciso que o perito tome todas as medidas plausíveis de precaução para a garantia de
seu trabalho e para que posteriormente não venha a prejudicar terceiros nem ser
responsabilizado por omissão ou falsidade informativa.
ETAPA 2
LAUDOS PERICIAIS
O Decreto-Lei n 9.295/46, na letra “c” do art. 25, ao dispor sobre o assunto, determina que o
Laudo Pericial Contábil efetuado em matéria contábil somente seja executado por contador
habilitado e devidamente registrado em Conselho Regional de Contabilidade.
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O Laudo Pericial Contábil é uma peça escrita, na qual o perito-contador deve ver, de forma
abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os aspectos e as minudências que envolvam
a demanda.
Determina esta Norma que o perito-contador deve registrar no Laudo Pericial Contábil os
estudos, as pesquisas, as diligências ou as buscas de elementos de provas imperativas para a
conclusão dos seus trabalhos. A referida Norma obriga ainda que, no encerramento do Laudo
Pericial Contábil o perito-contador proporcione, de forma clara e precisa, as suas conclusões.
O mesmo deve ser uma peça técnica elaborada de forma seqüencial e lógica, para que o
trabalho do perito-contador seja reconhecido também pela padronização estrutural.
A Norma determina também que não deve o perito-contador se utilizar dos espaços ou
interlineares para lançar quaisquer escritos no Laudo Pericial Contábil. que também não pode
deixar nenhum espaço em branco no corpo do Laudo Pericial Contábil, bem como adotar
entrelinhas, emendas ou rasuras, pois não será aceita a figura da ressalva, especialmente
quando se tratar de respostas aos quesitos.A linguagem adotada deve ser objetiva e acessível
aos interlocutores, de modo a permitir aos julgadores e às partes da demanda, conhecimento e
interpretação dos resultados dos trabalhos periciais contábeis.E caso necessário, ser acrescidos
de esclarecimentos adicionais, sendo recomendados à utilização daqueles vocábulos de maior
domínio público.
Deve ser utilizado termos técnicos, devendo o texto trazer suas informações de forma clara.
Os termos técnicos devem ser contemplados na redação do laudo pericial contábil, de modo a
se obter uma redação técnica que qualifica o trabalho, respeitada a Norma Brasileira e
Contabilidade e o Decreto-Lei n 9.295/46.
O Laudo Pericial Contábil deverá ser escrito de forma direta devendo atender às necessidades
dos julgadores e ao objeto da discussão, seu conteúdo deve ser claro e dirigido ao assunto da
demanda, possibilitando os julgadores a proferirem justa decisão, não podendo conter
elementos e/ou informações que acarretem a dúbia interpretação, para que não leve os
julgadores a erro.
16
O perito-contador deverá elaborar o Laudo Pericial Contábil utilizando-se do
vernáculo, sendo aceitas apenas palavras ou expressões idiomáticas de outras línguas de uso
comum nos tribunais judiciais ou extrajudiciais.
O Laudo Pericial Contábil deve promulgar o resultado final de todo e qualquer
trabalho de busca de prova que o contador tenha efetuado por intermédio de peças contábeis e
outros documentos, sob quaisquer tipos e formas documentais.
Terminologia
A terceira parte da norma vigente é dedicada à terminologia, e seus itens 13.6.3.1 a 13.6.3.6
nos quais seus componentes estão assim redigidos:
Forma Circunstanciada: Entende-se a redação pormenorizada, minuciosa, com cautela e
detalhamento em relação aos procedimentos e aos resultados do Laudo Pericial Contábil.
Síntese do Objeto da Perícia: Entende-se o relato sucinto sobre as questões básicas que
resultaram na nomeação ou na contratação do perito-contador.
Diligências: Entende-se todos os procedimentos e atitudes adotados pelo perito na busca de
informações e subsídios necessários à elaboração do Laudo Pericial Contábil.
Critérios da Perícia: São os procedimentos e a metodologia utilizados pelo perito-contador na
elaboração do trabalho pericial.
Resultados Fundamentados: É a explicitação da forma técnica pelo qual o perito-contador
chegou às conclusões da perícia.
Conclusão: É a quantificação, quando possível, do valor da demanda, podendo reportar-se a
demonstrativos apresentados no corpo do laudo ou em documentos auxiliares.
Estrutura
Quanto a estrutura a Norma define que Laudo Pericial Contábil deve conter, no mínimo, os
seguintes itens:
17
a) Identificação do processo e das partes;
b) Síntese do objeto da perícia;
c) Metodologia adotada para os trabalhos periciais;
d) Identificação das diligências realizadas;
e) Transcrição dos quesitos;
f) Respostas aos quesitos;
g) Conclusão;
h) Outras informações, a critério do perito-contador, entendidas como importantes para
melhor esclarecer ou apresentar o laudo pericial;
i) Rubrica e assinatura do perito-contador, que nele fará constar a sua categoria
profissional de Contador e o seu número de registro em Conselho Regional de
Contabilidade.
Esclarecimentos
Omissão de Fatos – o perito-contador não pode omitir nenhum fato relevante encontrado no
decorrer de suas pesquisas ou diligências, mesmo que não tenha sido objeto de quesitação e
desde que esteja relacionado ao objeto da perícia.
Conclusão – o perito-contador deve, na conclusão do Laudo Pericial Contábil, considerar as
formas explicitadas nos itens abaixo:
a) A conclusão com quantificação de valores é viável em casos de: apuração de haveres;
liquidação de sentença, inclusive nos processos trabalhistas, dissolução societárias; avaliação
patrimonial, entre outros;
b) Pode ocorrer que na conclusão seja necessária a apresentação de alternativas, condicionada
às teses apresentadas pelas partes, casos em que cada parte apresentou uma versão para a
causa, e o perito deverá apresentar ao juiz as alternativas condicionadas às teses apresentadas,
devendo, necessariamente, ser identificados os critérios técnicos que lhes dêem respaldo. Tal
situação deve ser apresentada de forma a não representar a opinião pessoal do perito,
consignando os resultados obtidos, caso venha a ser aceita a tese de um ou de outro
demandante, como no caso de discussão de índice de atualização e taxas;
18
c) Conclusão pode ainda reporta-se às respostas apresentadas nos quesitos;
d) A conclusão pode ser simplesmente, elucidativa quanto ao objeto da perícia, não
envolvendo, necessariamente, quantificação de valores.
Laudo e parecer de leigo ou profissional não-habilitado
O Decreto Lei 9.295/46 e a Norma Brasileira de Contabilidade consideram como um leigo ou
profissional não-habilitado para a elaboração de laudos periciais contábeis e pareceres
periciais contábeis, qualquer profissional que não seja Contador, habilitado perante Conselho
Regional de Contabilidade. Nos termos do artigo 3 – parágrafo V do Código de Ética
Profissional do Contabilista, o contador deve comunicar de forma reservada, ao Conselho
Regional de Contabilidade de sua jurisdição ao juízo ou à parte contratante, a falta de
habilitação profissional do perito.
Quanto ao que se refere ao perito-contador assistente é proibido assinar em conjunto ou emitir
parecer pericial contábil sobre laudo pericial, quando este não tiver sido elaborado por
Contador habilitado pelo conselho competente. Sendo o laudo pericial elaborado por leigo ou
profissional não habilitado, deve o perito-contador assistente apresentar um parecer, na forma
de laudo pericial contábil, sobre a matéria a ser periciada, em conformidade com esta norma.
Sendo também vetado ao perito-contador assinar em conjunto o laudo pericial contábil com
leigo ou profissional não-habilitado; deve o mesmo comunicar ao Conselho Regional de
Contabilidade de sua jurisdição e citar o fato na apresentação do laudo.
19
ETAPA 3
FRAUDES EM CONTABILIDADE
Quadro 1 – Fraudes em Contabilidade
Tópicos a serem
explicados Explicação e Exemplo
Fraude e perícia
contábil
Em Perícia Contábil,são muitos os casos que se faz necessário examinar com o objetivo
de detectar fraudes. Para o perito é essencial de uma cultura o conhecimento de fraude.
Os tipos de fraude mais comuns são:
No caixa: documentos fiscais inidôneo-adulterados;
No estoque: super/subavaliação, erro na quantidade;
Nas duplicatas a receber: baixas, valores,NF fria;
No imobilizado: aquisição fictícia, sem registro/baixa;
Nas obrigações: credores fictícios, baixas indevidas;
No patrimônio liquido: falsa integralização de capital;
Nos custos: baixas/valores irreais, documentos falsos;
Nas despesas: registradas em dobro, notas fiscais de serviços não realizados,
pagamento a pessoa inexistente, etc.
Fraude e erro
contábil
Fraude: Refere-se a ato intencional de omissão ou manipulação de transações,
adulteração de documentos, registros e demonstrações
financeiras. A fraude pode ser caracterizada por:manipulação, falsificação ou alteração
de registros ou documentos,apropriação indébita de ativos,supressão ou omissão de
transações nos registros contábeis,registro de transações sem comprovação e aplicação
de práticas contábeis indevidas.
Erro: Refere-se a ato não-intencional na elaboração de registros e demonstrações
financeiras, que resulte em incorreções deles, consistente em:erros aritméticos na
escrituração contábil ou nas demonstrações financeiras;aplicação incorreta das normas
contábeis; e interpretação errada das variações patrimoniais.
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Autoridade e fraude
A prática tem comprovado que as fraudes quase sempre são praticadas por quem tem
autoridade, ou seja, por quem decide ou comanda. De acordo com Sá (2010),“Acúmulo
de cargos e funções, com autoridade, facilita a prática da fraude.” isso porque quando
alguém acumula funções, tem em suas mãos grandes canais de fraudes, como por
exemplo, quem compra também paga; quem recebe duplicatas também tem o controle
da tesouraria, etc. Outro fator importante é que As fraudes não são apenas de
empregados,mas também de empresários.Por exemplo o empresário que necessita de
crédito pode praticar a fraude de“esconder”ou“mascarar”dívidas. Já no caso do
empresário que está preparando a empresa para a falência pode ter interesse em criar
dívidas fictícias. Geralmente, as dívidas que se escondem são substituídas por “longo
prazo”(quando são a curto prazo),ou não são registradas.
Conluio na fraude
A fraude quando demanda grandes volumes o fraudador tende a se associar a terceiros
ou entra em conluio com eles.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme o Código do Processo Civil, em seus artigos 145, 332 e 420, dispõe sobre a perícia
como um dos meios hábeis de provar a verdade dos fatos quando esta prova necessitar de
conhecimento técnico-científico. Compreendemos ao término do presente trabalho que a
Perícia Contábil é o ato de utilizar o conhecimento, habilidades e experiência em determinado
assunto, com o intuito de verificar e emitir opinião sobre questões que envolvem o patrimônio
individualizado. E que para o desenvolvimento do trabalho pericial (que deverá ser elaborado
individualmente) o perito contábil deverá definir o objeto da perícia, estudar o processo,
estabelecer a finalidade da perícia, constituindo assim a metodologia a ser utilizada. Apesar de
o trabalho pericial ser individual não proíbe a contribuição de auxiliares desde que estejam
sob sua orientação e supervisão. Quando da elaboração do laudo pericial a linguagem deve ser
clara e precisa, restringindo-se a responder apenas aquilo que foi questionado sem omissões
ou acréscimos. Entretanto para que se obtenha sucesso no andamento de uma pericia contábil
se faz necessário um bom relacionamento entre o juiz o perito judicial e os assistentes, pois, o
comportamento destes agentes deve estar pautado no respeito e na ética.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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RODRIGUES, A.A. O Controle, a Perícia, a Investigação, a Vistoria, a Regulação, a
Arbitragem, a Prospecção, os Custos e os Orçamentos no campo profissional do contador. In
Revista Brasileira de Contabilidade – RBC. N° 53, 1985.
SÁ, Antônio Lopes de, Perícia Contábil.9ºEdição.Editora Atlas,São Paulo,2010.