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22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 14 a 19 de Setembro 2003 - Joinville - Santa Catarina VI-039 – MINIMIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE UMA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS COM BASE NO CRITÉRIO DE VALOR ECONÔMICO DOS RESÍDUOS Bárbara Zanicotti Leite Engenheira de Alimentos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Mestranda em Tecnologia Química no Programa de Pós-graduação em Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal do Paraná. Atuando na área de controle de poluição de Indústrias desde 1996. Urivald Pawlowsky Engenheiro Químico pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mestre em Ciências pela COPPE - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Doutor (PhD) pela State University of New York (USA). Professor Titular de Engenharia Ambiental das Engenharias Ambiental e Química da UFPR. Ex-diretor do Departamento do Meio Ambiente da SUREHMA. Consultor da Organização Pan-americana da Saúde, Órgãos Governamentais e Indústrias. Endereço para correspondência: Rua Professor José Nogueira, 591, CEP 81630 –120 - Curitiba - Paraná –Brasil; Fone: 41 – 276 67 47; e-mail: [email protected] RESUMO Foi desenvolvido um projeto de minmização de resíduos numa indústria de alimentos que processa batatas localizada na Região Metropolitana de Curitiba. Utilizou-se o modelo matemático proposto por CERCAL para fazer os levantamentos, caracterização e priorização dos resíduos pelo seu valor econômico. Foram, ainda, selecionadas e propostas alternativas técnicas de minimização. Calculou-se o lucro a ser obtido com as medidas recomendadas.

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22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 14 a 19 de Setembro 2003 - Joinville - Santa Catarina VI-039 – MINIMIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE UMA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS COM BASE NO CRITÉRIO DE VALOR ECONÔMICO DOS RESÍDUOS Bárbara Zanicotti Leite Engenheira de Alimentos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Mestranda em Tecnologia Química no Programa de Pós-graduação em Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal do Paraná. Atuando na área de controle de poluição de Indústrias desde 1996. Urivald Pawlowsky Engenheiro Químico pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mestre em Ciências pela COPPE - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Doutor (PhD) pela State University of New York (USA). Professor Titular de Engenharia Ambiental das Engenharias Ambiental e Química da UFPR. Ex-diretor do Departamento do Meio Ambiente da SUREHMA. Consultor da Organização Pan-americana da Saúde, Órgãos Governamentais e Indústrias. Endereço para correspondência: Rua Professor José Nogueira, 591, CEP 81630 –120 - Curitiba - Paraná –Brasil; Fone: 41 – 276 67 47; e-mail: [email protected] RESUMO Foi desenvolvido um projeto de minmização de resíduos numa indústria de alimentos que processa batatas localizada na Região Metropolitana de Curitiba. Utilizou-se o modelo matemático proposto por CERCAL para fazer os levantamentos, caracterização e priorização dos resíduos pelo seu valor econômico. Foram, ainda, selecionadas e propostas alternativas técnicas de minimização. Calculou-se o lucro a ser obtido com as medidas recomendadas.

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PALAVRAS-CHAVE: minimização, priorização, modelo matemático, prevenção à poluição, resíduos. Introdução O lixo não é um problema recente para a humanidade, pois tem-se registros desde épocas pré-históricas da existência dele. Desde que o homem deixou de ser nômade o lixo, ou resto das atividades humanas passou a ser armazenado em locais distantes daqueles que se habitava (PRADO FILHO, 2002). Partindo-se do pressuposto que nenhum processo consegue operar com a eficiência de 100%, sempre se tem a existência de resíduos, pois quando são fornecidos matéria-prima e insumos a um processo obtém-se os produtos e resíduos (CERCAL, 2000). Quanto maiores forem as perdas de matéria-prima e insumos de um processo, maior será a quantidade de resíduos líquidos, sólidos ou gasosos gerada (CRITTENDEN; KOLACZKOWSKI, 1995). A Agencia de Proteção Ambiental Norte-americana (EPA), definiu a minimização como "toda a ação tomada para reduzir a quantidade e/ou a toxid ade dos resíduos que requerem disposição final" (EPA, 1988). A minimização de resíduos resulta da combinação de conservação de matérias-primas, água e energia, eliminação de materiais tóxicos e perigosos e a redução de quantidade e/ou toxicidade de todas as emissões, sejam elas líquidas, sólidas ou atmosféricas do processo produtivo. E envolve um elaborado estudo do processo de geração do resíduo, a elaboração de medidas de minimização, a avaliação destas de acordo com aspectos técnicos, ambientais e econômicos, para que posteriormente seja feita a seleção e implementação das melhores opções. Objetivo O objetivo deste trabalho é de desenvolver um projeto minimização de resíduos para uma indústria de alimentos da Região Metropolitana de Curitiba baseado no valor econômico dos resíduos produzidos pela mesma. Revisão da Bibliografia Minimização de Resíduos A Agência de Proteção Ambiental Norte-americana (Environmental Protection Agency - EPA), definiu a minimização como toda a ação tomada para reduzir a quantidade e/ou a toxidade dos resíduos que requerem disposição final (EPA, 1988). Como visto, a minimização de resíduos se assemelha muito com a produção mais limpa, ficando apenas uma diferença de terminologias. A produção mais limpa tem como prioridade a prevenção à poluição, e é uma estratégia que visa uma melhoria na eficiência de produtos e processos tornando-os ambientalmente mais corretos (BAPTISTA, ZENY e MACHADO, 2000). E a

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minimização de resíduos resulta da combinação de conservação de matérias-primas, água e energia, eliminação de materiais tóxicos e perigosos e a redução de quantidade e/ou toxicidade de todas as emissões, sejam elas líquidas, sólidas ou atmosféricas do processo produtivo (UNEP, 2002). Para CRITTENDEN e KOLACZKOWSKI (1995), a minimização de resíduos é uma ferramenta importante para o desenvolvimento sustentável. Envolve a proteção ambiental com a redução dos custos de produção e a redução de resíduos, seja pela eliminação na fonte ou reciclagem. Como a tendência é de que a produção industrial aumente para suprir as necessidades de consumo, a geração de resíduos também aumentaria em uma razão de proporcionalidade linear, deve-se então fazer o uso de técnicas como a Minimização de Resíduos para que a geração de resíduos seja controlada (EL-FADEL, et al., 2001). Quando se fala de gerenciamento de resíduos tem-se quatro opções: dispor, tratar, reciclar ou reduzir. Dispor é a transferência do resíduo para o ar, água ou solo de forma controlada e segura para o meio ambiente e seres humanos. Tratar é destruir, desintoxificar, neutralizar o resíduo, transformando-o em substâncias menos tóxicas. Reciclar é o uso e reuso do resíduo na forma original ou com outro objetivo, a recuperação de energia com a sua queima. Reduzir é a redução ou eliminação do resíduo no local onde gerado, geralmente com mudanças no processo industrial ou nas práticas operacionais (CRITTENDEN e KOLACZKOWSKI, 1995). Uma empresa pode implantar um programa de minimização de resíduos através de uma metodologia própria ou fazer uso de metodologias já conhecidas e de instituições que possam auxiliá- las na implantação (LEITE e PAWLOWSKY, 2002). Metodologia Caracterização da Unidade Industrial As etapas de trabalho desenvolvidas foram: descrição da empresa, levantamento e caracterização de resíduos, priorização por valor econômico, seleção e proposição de medidas de minimização dos mesmos. O trabalho foi desenvolvido em uma indústria de alimentos da Cidade Industrial de Curitiba, que produz snacks extrusados fritos, extrusados assados e batatas fritas nas formas chips e palha. A mesma teve, para o ano de 2001, uma produção de 19 535 000 ton, esta se dividiu em 56,2% de snacks extrusados assados e 43,8% para os demais produtos. As matérias-primas básicas consumidas pela planta são batatas in natura, farinha de trigo, farinha de milho, fécula de mandioca, sal, água, óleo vegetal, aromas e condimentos em geral. Estas e o processo produtivo são os causadores dos resíduos existentes e que foram estudados.

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Foi feito o levantamento das fontes poluidoras, conhecendo-se o fluxograma de processo, as matérias-primas, insumos consumidos e produtos fabricados. Na caracterização das fontes poluidoras foi feita a localização de saídas de efluentes líquidos e sólidos, águas de processo, águas de utilidades, pluviais e esgoto sanitário. Foram medidas as vazões e foi feita a amostragem das diversas fontes de efluentes. A amostragem de resíduos seguiu a norma NBR 10 007 – Amostragem de resíduos da ABNT. Para o levantamento e caracterização das fontes poluidoras foi utilizada uma "ficha de resíduos". Esta ficha foi elaborada de acordo com as exigências oferecidas pelo modelo matemático de priorização de resíduos proposto por CERCAL, 2000, assim quando for iniciada a etapa de priorização já estarão especificados todos os dados necessários. Priorização dos Resíduos Neste tópico o resíduo mais prioritário, ou seja, aquele que deve ser escolhido para se iniciar a minimização é o que apresentar o menor valor econômico. Logo, o valor quando positivo representa lucro que a empresa está tendo com o resíduo e quando negativo representa prejuízo, então, a disposição final deste resíduo não é adequada do ponto de vista, não só econômico, mas também ambiental e técnico. O modelo considera dados referentes à hierarquia de prioridades de minimização, a relação do resíduo com o processo (intrínseco, semi- intrínseco ou extrínseco) e se a geração é ou não constante (resíduo fixo ou variável) (CERCAL, 2000). Na análise por valor são consideradas as quantidades do resíduo geradas, os locais e situações em que ele ocorre, as suas diversas composições, o valor dos componentes presentes no resíduo e o grau de alteração (admitido para o cálculo) que pode sofrer o valor de cada componente presente quando são cons iderados os aspectos ambientais, os custos globais representados pelo gerenciamento a que o resíduo é submetido, e as disposições finais que são dadas (CERCAL, 2000). Para tratar a disposição final dada aos resíduos CERCAL (2000) desenvolveu 25 classes englobando a natureza e a localidade do destino final, a existência ou não de um beneficiamento antes da disposição final e a função, ou seja, a utilização do resíduo seja como matéria-prima, utilidade ou subproduto. Na Tabela 01 apresenta-se a natureza, o beneficiamento e a função da disposição final, representada por algarismos. E representada por letras, a localidade desta disposição final. A partir desta tabela será feita a identificação da classe do resíduo para que posteriormente possam ser valorados. TABELA 01 – CARACTERÍSTICAS DAS CLASSES DE DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS Letra

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Algarismo Características 1 Reutilização direta do resíduo com os materiais em sua função original 2 Reutilização direta do resíduo com os materiais em função diferente da original 3 Reutilização do resíduo após beneficiamento, com os materiais em sua função original 4 Reutilização do resíduo após beneficiamento, com os materiais em função diferente da original 5 Disposição final adequada 6 Disposição final inadequada 7 Resíduo sem disposição definida.

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A Na fonte B Em outro equipamento na mesma unidade produtiva C Em outra unidade produtiva na mesma fábrica D Em outra fábrica E Em outra fábrica, porém com beneficiamento na unidade fabril onde o resíduo é gerado FONTE: CERCAL, 2000. As equações do modelo matemático de CERCAL (2000) possuem as seguintes variáveis: pNúmero de produtos analisados simultaneamente; eNúmero de equipamentos onde o resíduo é gerado; dNúmero de destinações finais dadas ao resíduo; $+iValor unitário do material genérico "i"; D $%iAlteração percentual admissível para o valor do material genérico "i"; XijkPercentual do material genérico "i" na composição do resíduo gerado no equipamento genérico "j", para o produto genérico "k";

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YhjkPercentual do total de resíduo gerado no equipamento genérico "j", para o produto genérico "k", que sofre a disposição genérica "h"; ZjkPercentual do total do resíduo que é gerado no equipamento genérico "j", para o produto genérico "k"; WkPercentual do total do resíduo gerado para o produto genérico "k" ; $-Bhjk Custo unitário de beneficiamento do resíduo gerado no equipamento genérico "j", para o produto genérico "k", que sofre a disposição genérica "h"; $-ThjkCusto unitário de transporte do resíduo gerado no equipamento genérico "j", para o produto genérico "k", que sofre a disposição genérica "h"; $-TDhjkCusto unitário de tratamento e disposição do resíduo gerado no equipamento genérico "j", para o produto gené rico "k", que sofre a disposição genérica "h"; $-GPhjkCusto unitário de geração e permanência do resíduo proveniente do equipamento genérico "j", para o produto genérico "k", que sofre a disposição genérica "h"; $+RhjkRetorno obtido por destinar o resíduo gerado no equipamento genérico "j", para o produto genérico "k", à disposição genérica "h"; DS/N$+ , DS/N$-B, DS/N$-T , DS/N$-TD , DS/N$-GP e DS/N$+R valores tabelados de acordo com a classe de disposição, apresentados na Tabela 02; x Índice de priorização hierárquica de minimização de resíduos (IPHMR); x BBase do IPHMR, ponderada entre todos os equipamentos onde o resíduo é gerado e para todos os produtos considerados para análise; x BhBase do IPHMR da classe a que pertence a disposição genérica "h"; $’Valor unitário do resíduo não corrigido; K Constância do resíduo ponderada entre todos os equipamentos onde o mesmo é gerado, e para todos os produtos considerados para análise; K jkFator de constância do resíduo gerado no equipamento genérico "j", para o produto genérico "k" ; W Relação do resíduo com o processo; d +Fator de correção para valores positivos do resíduo; d -Fator de correção para valores negativos do resíduo;

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$Valor unitário do resíduo corrigido; WTotalQuantidade total do resíduo, e; $TotalValor total do resíduo corrigido. A equações 01, 02, 03, 04, 05, 06 e 07 calculam a ponderação das propriedades dos resíduos relacionadas às suas composições e disposições para todos os produtos e equipamentos. Sendo que a equação 01 apresenta o valor unitário do resíduo, a equação 02, a alteração percentual admissível para o valor unitário do resíduo, ponderada entre todos os equipamentos onde o mesmo é gerado, e para todos os produtos considerados para análise, na equação 03 calcula-se o custo unitário de beneficiamento do resíduo, na 04 o custo unitário de transporte, na 05 o custo unitário de tratamento e disposição, na 06 o custo unitário de geração e permanência e na equação 07 calcula-se o retorno obtido ponderado conforme a disposição dada ao resíduo, entre todos equipamentos onde é gerado, e para todos os produtos considerados para análise p e d m $+ = S S (S Yhjk. D$+S/Nhjk).(S $+i .Xijk).Zjk.Wk(01) k=1 j =1 h=1 i=1 p e m D $% = S S S (D $%i .Xijk).Zjk.Wk(02) k=1 j =1 i=1 p e d $-B =S S S (Yhjk .D$-BS/Nhjk .$-Bhjk).Zjk.Wk(03) k=1 j =1 h=1 p e d $-T = S S S (Yhjk .D$-TS/Nhjk .$-Thjk).Zjk.Wk(04) k=1 j =1 h=1 p e d $-TD =S S S (Yhjk. D$-TDS/Nhjk. $-TDhjk).Zjk.Wk(05) k=1 j =1 h=1

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p e d $-GP = S S S (Yhjk. D$-GPS/Nhjk. $-GPhjk).Zjk.Wk(06) k=1 j =1 h=1 p e d $+R =S S S (Yhjk. D$+RS/Nhjk .$+Rhjk).Zjk.Wk(07) k=1 j =1 h=1 As equações 08 e 09 tratam do índice de priorização de minimização de resíduos e de sua base. Este índice, denominado pela sigla IPHMR, foi incluído para que seja considerada a hierarquia de minimização de resíduos, este é o produto entre a "alteração percentual admitida para o valor substancial do resíduo" e a "base do IPHMR". A primeira variável trata da valoração do resíduo, ponderada entre os equipamentos e produtos em que aparece, em função da sua composição mássica percentual específica e o valor dos materiais que o compõem. Já a segunda variável, a base do IPHMR, é um valor constante que representa a classe de disposição dentro da escala hierárquica de opções de gerenciamento de resíduos. p e d x B =S S S x Bh .Yhjk. Zjk.Wk (08) k=1 j =1 h=1 x = x B . D $% (09) A base do IPHMR (x B), é um valor que poderá variar de – 1,8 a + 1 conforme as características das classes de destinação a que é submetido o resíduo, como pode ser verificado na Tabela 05. Este valor é tanto maior quanto mais prioritárias, de acordo com a hierarquia de prioridades de minimização, forem as destinações a que está sendo submetido o resíduo. A alteração admitida para o valor dos materiais presentes no resíduo (D $%), é um valor que tem como mínimo 0,5 (50%), podendo chegar a 2 (200%) ou 3 (300%), a critério do calculista. Estes valores podem ser verificados na Tabela 02. TABELA 02 – ANÁLISE DO RESÍDUO POR VALOR: PARÂMETROS MATEMÁTICOS DAS CLASSES DE DISPOSIÇÃO continua

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Classe DS/N$+ DS/N$-B DS/N$-T DS/N$-TD DS/N$-GP DS/N$+R x B 1-A 1 0 0 0 0 0 +1,00 1-B 1 0 0 0 1 0 +0,97

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1-C 0 0 0 0 1 1 +0,95 1-D 0 0 0/1 0 1 1 +0,92 conclusão Classe DS/N$+ DS/N$-B DS/N$-T DS/N$-TD DS/N$-GP

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DS/N$+R x B 2-A 0 0 0 0 0 1 +0,90 2-B 0 0 0 0 1 1 +0,87 2-C 0 0 0 0 1

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1 +0,85 2-D 0 0 0/1 0 1 1 +0,82 3-A 1 1 0 0 0 0 +0,80 3-B 1 1 0 0

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1 0 +0,77 3-C 1 1 0 0 1 0 +0,75 3-D 0 0/1 0 0 1 1 +0,72 3-E 0 1 1 0

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1 1 +0,60 4-A 0 1 0 0 1 1 +0,50 4-B 0 1 0 0 1 1 +0,45 4-C 0 1 0

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0 1 1 +0,40 4-D 0 0 0/1 0 1 1 +0,20 4-E 0 1 0/1 0 1 1 zero 5-A 0 0 1

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1 1 0 -0,20 5-B 0 0 0 1 1 0 -0,40 5-C 0 0 1 1 1 0 -0,60 6-A 0 0

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1 1 1 0 -1,00 6-B 0 0 0 1 1 0 -1,20 6-C 0 0 1 1 1 0 -1,40 7 0 0

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0 0 1 0 -1,80 FONTE: CERCAL, 2000. A equação 10 é o somatório de todas as quantidades mo netárias médias referentes aos custos e/ou retornos obtidos em função das destinações dadas ao resíduo. Sendo o valor unitário não corrigido do resíduo ($’) positivo, tem-se um caso em que o gerenciamento do resíduo considerado globalmente em toda a fábrica representa lucro para a empresa. Em caso contrário, ou seja, ($’) negativo, tem-se uma situação de prejuízo. $’ = $+ - $-B - $-T - $-TD - $-GP + $+R (10) A equação 11 trata da constância de geração do resíduo e os índices considerados como padrão são os seguintes: resíduo considerado fixo tem Kjk = 1,1; resíduo considerado variável, Kjk = 0,9 e para resíduo considerado semi- fixo, Kjk = 1,0. Já a equação 12 considera a relação do resíduo com o processo, os parâmetros são: resíduo intrínseco tem W = 0,8; para resíduo considerado extrínseco, W = 1,2 e para resíduo semi- intrínseco, W = 1,0. p e K = S S Kjk .Zjk.Wk (11) k=1 j =1 W = cte (12) O produto K.W , utilizado nas equações 13 e 14, representa um fator de correção que incorpora a viabilidade técnica da minimização do resíduo na sua análise por valor. Pelos parâmetros adotados, o peso da influência da relação do resíduo com o processo (W ) é maior do que o peso da constância do resíduo. K.W > 1 representa viabilidade técnica favorável (e quanto maior, mais favorável); K.W < 1 representa viabilidade técnica desfavorável (e quanto menor, mais desfavorável). d + = ( 1 + x ) / K . W para x ¹ (-1)(13)

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d - = ( 1 - x ) . K . W para x ¹ (+1)(14) Nas equações 13 e 14, foram considerados os fatores d + e d - , utilizados, respectivamente, para o resíduo representando lucro (valor positivo) ou prejuízo (valor negativo). Não se admite o valor x = - 1, ou x = + 1, para as equações 13 e 14, respectivamente, exatamente para que se evite que estes fatores sejam anulados. Para a finalização desta análise, tem-se as equações 15 e 16, com as quais foi obtido o valor total do resíduo não corrigido, ou seja, sem considerar a quantidade gerada e o valor total do resíduo corrigido considera este último parâmetro. Se $’ > 0 Û $ = $’ . d + Se $’ < 0 Û $ = $’ . d - (15) Se $’ = 0 Û $ = 0 $Total = W Total . $(16) Seleção dos resíduos prioritários Os cinco grupos de resíduos que apresentaram o valor econômico menor, ou mais negativo, foram selecionados como prioritários para serem minimizados por serem aqueles que representam maior prejuízo à empresa. Para estes foram propostas alternativas de minimização. Estas respeitaram a hierarquia de minimização de resíduos procurando obedecer a ordem de primeiramente evitar a geração do resíduo, depois minimizar na fonte, seguindo-se a reciclagem do resíduo e por fim o tratamento ou disposição do mesmo. Considerou-se também as práticas mais comuns de minimização de resíduos, evitando-se o uso de tecnologias caras ou complicadas e, as alternativas mais práticas para a indústria. Resultados e Discussão Levantamento e Caracterização dos Resíduos A Tabela 03 contém a quantidade de resíduos encontrados por setor. Os resultados da caracterização são apresentados em conjunto com os resultados de priorização dos resíduos, uma vez que os dados necessários para a priorização são os mesmos que compõem a caracterização dos mesmos. TABELA 03 – QUANTIDADE DE RESÍDUOS ENCONTRADOS POR SETOR Setor produtivo Número de resíduos

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01 – Doca e almoxarifado de matéria-prima básica 02 02 – Doca e almoxarifado de matéria-prima para embalagem 06 03 – Antecâmara de batatas 04 04 – Sala de mescla 05 05 – Processo produtivo Linha de extrusado de farinha de milho X 08 Linha de extrusado de farinha de milho Y 08 Linha de extrusado de farinha de trigo Z 07 Linha de extrusado de farinha de trigo W 09 Linha de batata chips 11 Linha de batata palha 08 Linha de preparado de farinha de trigo 05

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06 – Empacotamento 11 07 – Empacotamento de sortidos 04 08 – Estação de tratamento de águas residuárias 04 Dos setores industriais, excluindo o setor 05 – processo produtivo, pois este é de longe o mais complexo e com maior quantidade de resíduos, o setor que produz maior número de resíduos é o setor 06 – embalagens, devido à diversidade de materiais utilizados e a sua importância na fabricação do produto. Das linhas de produção que compõem o setor 05, a que apresenta a maior quantidade de resíduos é a linha de batata chips, o que pode ser explicado por ser esta linha uma que faz o beneficiamento de batatas, que chegam sujas ao processo produtivo e utiliza uma grande diversidade de aromas. Os resíduos encontrados foram agrupados de acordo com o tipo de composição de cada um deles, resultando em dezesseis grupos: G1 embalagens de papel kraft, G2 embalagens de papel kraft forrado com PEBD, G3 papel diverso, G4 caixas de papelão, G5 tubetes de papelão, G6 embalagens de PEBD, G7 plástico duro, G8 embalagens de ráfia, G9 filme de embalagem, G10 plásticos diversos, G11 resíduos de batata in natura, G12 raspa de produto crua, G13 raspa de produto sem aroma, G14 raspa de produto com aroma, G15 resíduos orgânicos sólidos e G6 resíduos líquidos. A Tabela 04 apresenta as características dos grupos dos resíduos referentes à relação com o processo W , constância de geração Kjk, alteração do valor percentual D $%i, massa total do grupo em quilogramas produzida durante o período de um ano Wtotal, destino e base do IPHMR, x B. TABELA 04 – ANÁLISE DOS GRUPOS POR VALOR: CARACTERÍSTICAS DOS GRUPOS Resíduo W Kjk

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D $%i destino x B Wtotal (kg/ano) G1 1,0 1,1 1,0 D2 0,82 662 G2 1,0 1,1 1,0 D2 0,82 189 G3 1,0 1,1 1,0 D6

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-0,60 378 G4 1,0 1,1 1,0 D2 0,82 7.635 G5 1,0 1,1 1,0 D2 0,82 18 G6 1,0 1,1 1,0 D2 0,82 586 G7

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1,0 1,1 1,0 D2 0,82 37 G8 1,0 1,1 1,0 D2 0,82 261 G9 1,0 1,1 1,0 D2 0,82 20 G10 1,0 1,1

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1,0 D6 -0,60 3.227 G11 0,8 1,0 0,5 D3 0,20 20.188 G12 0,8 1,0 0,5 D3 0,20 56.233 G13 0,8 1,0 0,5 D3 0,20

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312.285 G14 0,8 1,0 0,5 D3 0,20 2.675 G15 1,2 0,9 3,0 D7 -1,40 87 G16 1,2 0,9 2,0 D5 -0,40 68.210

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A variável Wk recebeu o valor 1, um, por não existir a variação da quantidade gerada de resíduo para com o produto fabricado. O valor de x B foi calculado de acordo com a equação 09. A Tabela 05 contém os dados econômicos dos grupos, como cada grupo foi considerado como único em sua composição, as variáveis Xijk, Yhjk, Zjk e Wk são iguais a um (01) então os valores de $+, $-B, $-T, $-TD, $-GP e $+R são iguais aos respectivos valores de $+i, $-Bhjk, $-Thjk, $-TDhjk, $-GPhjk e $+Rhjk. O valor de $' foi calculado de acordo com a equação 10. TABELA 05 – ANÁLISE DOS GRUPOS POR VALOR: DADOS ECONÔMICOS DOS GRUPOS Resíduo $+ $-B $-T $-TD $-GP $+R $' G1 0 0 0 0 7,39 0,025 -7,3650 G2

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0 0 0 0 0,32 0,025 -0,2950 G3 0 0 0,0554 0 1,32 0 -1,3754 G4 0 0 0 0 0,74 0,21 -0,5300 G5

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0 0 0 0 10,40 0,025 -10,3750 G6 0 0 0 0 5,05 0,025 -5,0250 G7 0 0 0 0 1,85 0,025 -1,8250

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G8 0 0 0 0 0,41 0,025 -0,3850 G9 0 0 0 0 10,47 0,025 -10,4450 G10 0 0 0,0554 0 0,38 0 -0,4354

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G11 0 0 0 0 0,52 0 -0,5200 G12 0 0 0 0 0,90 0 -0,9000 G13 0 0 0 0 1,98 0

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-1,9800 G14 0 0 0 0 5,97 0 -5,9700 G15 0 0 0,0554 0 1,57 0 -1,6254 G16 0 0 0 1,18 1,57 0

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-2,7500 Assim como na análise anterior, as considerações seguintes são novamente válidas: Como nenhum resíduo dos grupos é beneficiado dentro da própria empresa, atribui-se o valor zero (0) para todos os custos de beneficiamento, $-B ; Os custos de transporte do resíduo, $-T, foram obtidos junto à empresa com os dados das transportadoras responsáveis pelo mesmo; Os valores de retorno, $+R, foram obtidos junto à empresa que compra os resíduos; Custo de tratamento e disposição $-TD , como o de tratamento dos efluentes foi fornecido pelo funcionário responsável pela ETE e é de R$ 1,18 por m3 tratado, e; Os valores de $-GP foram obtidos junto à empresa, são referentes ao valor unitário de compra das matérias-primas, e para resíduos como as raspas, efluentes e lodos foi calculada a contribuição de cada matéria-prima na composição do produto. A partir do dados anteriores foi montada a Tabela 06 que contém os resultados da análise por valor. Os fatores de correção d + e d - foram calculados com as equações 13 e 14, respectivamente e o $ total, foi calculado com a equação 15. A ordem de prioridade é estabelecida, para esta análise, pelo resíduo que possui o menor $ total, que é o resíduo que dá maior prejuízo a empresa. TABELA 06 – ANÁLISE DOS GRUPOS POR VALOR: RESULTADOS DA ANÁLISE Grupo (K*W ) x d + ou d - $ $ total Ordem

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Ordem Grupo G1 1,10 0,82 1,655 -12,186 -8.072,19 6 1 G13 G2 1,10 0,82 1,655 -0,4881 -92,17 16 2 G16 G3 1,10 -0,60 1,760

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-2,4207 -914,32 10 3 G12 G4 1,10 0,82 1,655 -0,8769 -6.695,46 7 4 G14 G5 1,10 0,82 1,655 -17,166 -308,81 13 5 G11

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G6 1,10 0,82 1,655 -8,3141 -4.872,06 8 6 G1 G7 1,10 0,82 1,655 -3,0195 -111,72 15 7 G4 G8 1,10 0,82 1,655 -0,637 -166,16

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14 8 G6 G9 1,10 0,82 1,655 -17,282 -340,62 12 9 G10 G10 1,10 -0,60 1,760 -0,7663 -2.472,86 9 10 G3 G11 0,80

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0,20 1,500 -0,78 -15.746,29 5 11 G15 G12 0,80 0,20 1,500 -1,35 -75.914,55 3 12 G9 G13 0,80 0,20 1,500 -2,97 -927.486,45 1 13

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G5 G14 0,80 0,20 1,500 -8,955 -23.957,31 4 14 G8 G15 1,08 -1,40 2,592 -4,213 -364,76 11 15 G7 G16 1,08 -0,40 1,512

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-4,158 -283.615,52 2 16 G2 Os cinco grupos prioritários desta análise são G13 – raspa de produto sem aroma, G16 – resíduos líquidos, G12 – raspa de produto cru, G14 – raspa de produto com aroma e G11 – resíduos de batatas. Os grupos prioritários são os que envolvem todos os tipos de raspas produzidas nas linhas produtivas e o grupo de resíduos líquidos. Selecionou-se as raspas de produto sem aroma do grupo G13, o grupo G16 não foi selecionado por apresentar uma composição bastante diversificada; no grupo G12 – raspa de produto cru foi considerado seu resíduo principal o "scrap cru"; o grupo G14 foi dividido em três raspas com aroma do setor produtivo, raspas com aroma do caracol e raspas com aroma do setor de empacotamento; e no grupo G11 considerou-se o resíduo "batatas pequenas" como o de maior importância; para estes resíduos foram propostas alternativas de minimização. Alternativas de minimização Raspa de produto sem aroma: a maximização do período de produção através da minimização das trocas de aromas durante os turnos diminuiria a quantidade de produto descartado. Outra maneira de reduzir a quantidade deste resíduo, seria o uso de boas práticas de fabricação, ajustando tempos, temperatura e vazões dos equipamentos corretamente. Se as raspas fossem vendidas por 0,20 R$/kg para um fabricante de ração animal, sem ter os gastos de beneficiamento e de transporte do resíduo, o lucro seria de 48.732,00 R$/ano. Este valor foi obtido pela média entre os valores fornecidos por duas indústrias de alimentos da Região Metropolitana de Curitiba. Raspa de produto cru: considerando como valor de venda o mesmo que o adotado para as raspas de produto sem aroma, 0,20 R$/kg, o lucro obtido seria de R$ 22.966,00 ao ano. Raspas com aroma do setor produtivo: as raspas com aroma referem-se às perdas obtidas junto às linhas de produção, caso estas fossem vendidas para a fabricação de ração animal, o lucro seria de 17.459,60 R$/ano, utilizando como referência o valor de R$ 0,20/kg de produto. As boas práticas de fabricação, com o correto ajuste dos equipamentos e a maximização do período de produção pode reduzir este resíduo. Raspas com aroma do caracol: este resíduo já foi minimizado. Para tanto foi feito um ajuste da portinhola do equipamento reduzindo, então o desperdício de 15 ton de produto acabado

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e economizando-se R$ 3.113,20 ao ano. Isto comprova a importância do correto ajuste dos equipamentos na minimização de resíduos. Raspas com aroma do setor de empacotamento: para sua minimização deve-se contactar o fornecedor das embalagens de forma que o filme da embalagem utilizado esteja dentro de padrões de especificação mais rígidos e a temperatura de selagem esteja ajustada. Pois, caso o produto não seja bem selado, ocorre a geração do resíduo. Se ao invés de doado o resíduo fosse vendido, por R$ 0,20/kg, o lucro obtido seria de R$ 36.133,60 ao ano. Batatas pequenas: a empresa doa este resíduo para creches e mosteiros e não tem a intenção de deixar de fazer esta doação pelo papel social que representa. Caso fosse feita a venda deste resíduo, o lucro anual seria de R$ 13.642,00. Conclusões O processo de produção de alimentos pode ser otimizado com o uso das técnicas de minimização de resíduos. Estas, além de propiciarem uma redução de gastos com matérias-primas, tratamento e disposição de resíduos, ainda vão ao encontro das novas tendências de produção, que têm o respeito ao meio ambiente como um dos fatores de maior importância para a mesma. Durante a etapa de levantamento e caracterização dos resíduos, obteve -se um conhecimento do processo industrial e dos fatores que levavam à geração dos mesmos. O modelo matemático proposto por CERCAL (2000), inicialmente utilizado apenas com a finalidade de priorizar os resíduos, apresentou-se uma excelente ferramenta para o levantamento e caracterização destes. A maior parte dos resíduos pode ser minimizado com uso de boas práticas de fabricação e controle da especificação das matérias-primas no momento da recepção. E caso as alternativas de minimização fossem adotadas o lucro obtido seria de R$ 142.046,40 ao ano, incluindo aqui a venda das raspas por R$ 0,20/kg e venda das batatas pequenas e do scrap cru por este mesmo valor. A empresa pode continuar a colaborar com a comunidade doando o dinheiro arrecadado com a venda dos resíduos ou transformando-o em benefícios para esta. Referências Bibliográficas BAPTISTA, M.V.S.; ZENY, A.S.; MACHADO, G.E.. Proposta do SENAI para implantação de sistemas de gestão ambiental na indústria. In: Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 19., 2000, Porto Alegre. Relação de Trabalhos. Porto Alegre: ABES, 2000. p. 2354-2361. 1 CD-ROM. CERCAL, S.R. Proposição de modelo matemático de seleção de prioridades de minimização de resíduos industriais. Curitiba, 2000. 78f. Dissertação (Mestrado em

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Tecnologia de Alimentos ) – Setor de Tecnologia Química, Universidade Federal do Paraná. CRITTENDEN, B.; KOLACZKOWSKI, S. Waste minimization: a practical guide. Rugby: Ichem E, 1995, 81 p. EL-FADEL, M.; ZEINATI, M.; EL-JISR, K.; JAMALI, D.. Industrial waste management im developing countries: the case of Lebanon. Journal of Environmental Management, USA, v. 61, n. 4, p. 281-300, abril 2001. EPA. Waste minimization opportunity assessment manual. Ohio: ENVIRONMENTAL PROTECION AGENCY, 1988, 96p. LEITE, B.Z.; PAWLOWSKY, U.. Metodologia de minimização de resíduos. Brasil Alimentos, São Paulo, ano III, n.º 14, p.31-36 , julho 2002. PRADO FILHO, H.R. do. Os negócios da água e do lixo. Banas Qualidade – gestão, processos e meio ambiente, São Paulo, ano XI, nº 123, p. 75-78, agosto 2002. UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME.. Cleaner production – key elements. Disponível em: <http://www.uneptie.org/pc/cp/understanding_cp/home.htm> Acesso em: 14 jan. 2002.