92
1 Relatório de Avaliação de Meio Termo do Projeto Conservação e Uso Sustentável Efetivos de Ecossistemas Manguezais no Brasil (PIMS 3280) Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Fundo para o Meio Ambiente Mundial Ministério do Meio Ambiente (MMA) da República Federativa do Brasil Projeto BRA/07/G32 Projeto do Atlas nº 00055992 Assinado dia 28 de maio de 2009 Aprovado pelo GEF (PIF/EX Sumário), junho de 2007 Primeiro Desembolso dia 29 de outubro de 2009 Data prevista de encerramento do Projeto: agosto de 2013 Agências Executoras previstas: ICMBio/MMA/IBAMA Agência Executora de fato: ICMBio Avaliadores: Robert K. Walker Vag-Lan Borges Brasilia, DF Maio de 2014

343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

1

Relatório de Avaliação de Meio Termo do Projeto

Conservação e Uso Sustentável Efetivos de Ecossistemas Manguezais no Brasil (PIMS 3280)

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

Fundo para o Meio Ambiente Mundial

Ministério do Meio Ambiente (MMA) da República Federativa do Brasil

Projeto BRA/07/G32

Projeto do Atlas nº 00055992

Assinado dia 28 de maio de 2009

Aprovado pelo GEF (PIF/EX Sumário), junho de 2007

Primeiro Desembolso dia 29 de outubro de 2009

Data prevista de encerramento do Projeto: agosto de 2013

Agências Executoras previstas: ICMBio/MMA/IBAMA

Agência Executora de fato: ICMBio

Avaliadores:

Robert K. Walker

Vag-Lan Borges

Brasilia, DF

Maio de 2014

Page 2: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

2

Page 3: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

3

Índice

Página

Figuras e Tabelas 5

Sumário Executivo 6

Siglas 14

1. Introdução 16

Propósito da avaliação 16

Questões chaves 16

Metodologia 16

Estrutura da avaliação 17

Ética 18

2. Descrição do Projeto e contexto de desenvolvimento 18

Início e duração do Projeto 18

Problemas que o Projeto procura tratar 18

Objetivos Imediato e de Desenvolvimento 18

Os principais atores 19

3. Achados 19

3.1 Formulação do Projeto 19

O contexto da formulação do Projeto 19

Análise do Marco Lógico (Lógica/Estratégia do Projeto; Indicadores) 20

Pressupostos e Riscos 22

Lições de outros projetos relevantes 22

Participação dos atores 22

Abordagem de replicação 23

Custo-efetividade 23

Vantagem comparativa do PNUD 24

Ligações entre o Projeto e outras intervenções no setor, inclusive arranjos gerenciais 24

3.2 Implementação do Projeto 25

Arranjos efetivos de parceria com atores relevantes no país/região, para a implementação do Projeto

27

Retroalimentação das atividades de M&A usada para a gestão adaptativa 28

Monitoramento e avaliação 28

3.3 Resultados do Projeto 30

Alcance dos objetivos 30

Apropriação pelo País e Integração 41

Sustentabilidade 42

Page 4: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

4

Financeira 42

Institucional e de governança 42

Ambiental 42

Socioeconômica 43

Papel catalítico 43

Impacto 43

4. Conclusões, Recomendações e Lições 44

Recomendações 44

Conclusões e Lições 45

Referências Bibliográficas 48

Anexos 50

1. Cofinanciamento em Dinheiro, Proposto e Efetivo, por Fonte, e Desembolsos de Cofinanciamento (US$ 1000)

51

2. Cofinanciamento não em Dinheiro, Proposto e Efetivo, por Fonte, e Desembolsos de Cofinanciamento (US$ 1000)

51

3. Termos de Referência 52

4. Itinerário e sumário de visitas de campo 69

5. Documentos Revisados 69

6. Lista de Entrevistados 70

7. Questionário Socioambiental e Econômico 73

8. Evaluation Consultant Agreement Forms 73

9. CVs dos Avaliadores 74

10. Tabela de Avaliação 88

Page 5: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

5

Figuras e Tabelas

Página

Figura 1: Organograma do ICMBio 26

Tabela 1: Desembolsos 25

Tabela 2: Projeto Manguezais do Brasil: Frequência na Linha de Base e Linha de Comparação: Impacto nos Valores Ecológicos e Culturais, e na Biodiversidade

31

Tabela 3: Projeto Manguezais do Brasil: Frequência na Linha de Base e Linha de Comparação: Benefícios Econômicos

32

Tabela 4: Projeto Manguezais do Brasil: Frequência na Linha de Base e Linha de Comparação: Acesso a Sistemas de Proteção

33

Tabela 5: Índices RAPPAM para 2005-06 e 2010: 4 UCs do Salgado Paraense 39

Page 6: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

6

Sumário Executivo

A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de 2012 e abril de 2013, no quarto ano de execução do Projeto. Durante a avaliação, os avaliadores fizeram muitas entrevistas em Brasília, nas cinco áreas piloto do Projeto (nos estados de Pará, Maranhão, Piauí, Paraíba, São Paulo e Paraná) e, à distância, no Panamá.

Achados Principais

O Projeto teve uma gestação prolongada: foi aprovado pelo Fundo do Meio Ambiente Mundial – GEF em junho de 2007 (Sumário Formulário de Identificação de Projeto – PIF/EX), mas só assinado em maio de 2009, tendo recebido o primeiro desembolso em outubro daquele ano. A própria agência executora, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, só foi criada dia 28 de agosto de 2007, mediante divisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. Considerando que o Ministério do Meio Ambiente carece de capilaridade (presença física em todo o território nacional), seu papel no Projeto foi principalmente exercido indiretamente, via o ICMBio, que lhe é subordinado.

Segundo o Documento de Projeto (PRODOC),

A meta de longo prazo do Projeto é a conservação e o uso sustentável dos ecossistemas manguezais e das funções e serviços ambientais necessários para o desenvolvimento nacional e o bem-estar das comunidades costeiras. O objetivo do Projeto é contribuir para esta meta por meio de uma estratégia de gestão de áreas protegidas testada in situ, a ser adotada para a conservação efetiva de uma amostra representativa dos ecossistemas manguezais no Brasil. Tal objetivo será alcançado por meio de quatro Resultados, que culminariam na construção do Plano Nacional dos Manguezais: (i) a existência de um ambiente favorável para a implementação de um subsistema de APs com manguezais, incluindo mecanismos financeiros, regulatórios e de políticas, o que, por sua vez, resultará em um ambiente que viabilizará a implementação, sustentabilidade e replicação da estratégia do Projeto; (ii) a existência de modelos replicáveis para o manejo dos recursos dos manguezais em áreas protegidas de uso sustentável do Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, por meio dos quais serão tratadas as questões ambientais e de combate à pobreza com as comunidades a fim de melhorar a sustentabilidade dos seus meios de vida; (iii) uma melhor conservação dos manguezais mediante a condução do alinhamento do manejo das UCs com o planejamento espacial e setorial, por meio de uma abordagem baseada em paisagens, que permitirá enfrentar as barreiras à abordagem de APs a partir de uma perspectiva setorial; e (iv) aumento das atividades de inclusão, divulgação e manejo adaptativo relacionadas aos manguezais.

Conforme o Termo de Referência (pág. 2), o objetivo da presente avaliação de meio termo é de “fortalecer a gestão adaptativa e o monitoramento”. Visa identificar potenciais problemas de planejamento, avaliar o progresso rumo ao alcance dos objetivos e recomendar ações específicas que possam melhorar o Projeto, identificando sinais de sucesso ou fracasso e indicando os ajustes necessários. Visa também promover a responsabilização pelo alcance do objetivo do GEF (definido no documento de projeto – PRODOC). Mediante a identificação e documentação de lições aprendidas (inclusive para melhorar o planejamento e a implementação de outros projetos PNUD/GEF), a avaliação também deverá promover a aprendizagem organizacional e de desenvolvimento.

Além de extensa revisão da literatura e da documentação do Projeto, foram feitas entrevistas e observações in situ, e aplicado um questionário aos coordenadores de área .

O Produto 5.2.1 do Programa) do País visa “Maiores capacidades institucionais no planejamento, implementação, monitoramento e avaliação de políticas para o uso dos recursos naturais disponíveis”. O objetivo (propósito) do Projeto e os quatro resultados previstos correspondem a esse Produto; teriam que

Page 7: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

7

ser perseguidos dentro da nova estrutura institucional, visando a efetiva inclusão das áreas de mangue no Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC.

Nas duas últimas décadas, o Brasil tem se destacado entre os países pela eficiente transformação de capital natural em capital humano, sendo que o capital produzido permaneceu basicamente estável. A tese fundamental da tradição do líder seringueiro martirizado Chico Mendes (não necessariamente do Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade – ICMBio) poderia ser resumida assim: pode haver um aumento de capital humano sem diminuir o estoque de capital natural, mediante o desenvolvimento do capital social nas comunidades tradicionais. Isso requer o desenvolvimento de capacidades nas instituições que operam no Brasil, desde os organismos internacionais, passando pelos três níveis de governo, e incluindo as organizações da sociedade civil, das globais às locais. Hoje a democracia brasileira está abrindo novos espaços para as instituições de cogestão, inclusive mediante a territorialização integral.

Comunidades de prática e aprendizagem dão alcance nacional e global a iniciativas locais e possibilitam a colaboração baseada na competência mais que nos credenciais; os blogs nas universidades federais de alguns dos sete estados com área piloto neste Projeto constituem um primeiro passo nesse sentido.

O Conselho Técnico de Área Piloto – CTAP – oferece um espaço para uma forma de cogestão territorial que não deverá se limitar à duração do Projeto. O CTAP pode também possibilitar localmente a articulação interinstitucional prevista para ocorrer em Brasília, mas que às vezes se mostra difícil na prática. Outras formas de cogestão permanentes podem existir nos conselhos dos mosaicos (como o Mosaico Lagamar, que engloba áreas litorâneas de São Paulo e Paraná), das Unidades de Conservação – UCs, das Áreas de Proteção Ambiental – APAs, das Reservas Extrativistas – RESEX, e ainda nos comitês de bacias hidrográficas.

No tocante ao Resultado 2, já houve disseminação de uma área piloto (Delta do Parnaíba) para outra (Salgado Paraense) de uma inovação como as “basquetas” para o transporte de caranguejos com grande redução de perdas, sendo a inovação encampada por um estado (Pará), difundida para catadores de outros estados e proposta em nível federal.

A Amazônia Costeira representa a maior área contínua de manguezais no mundo, com cerca de 8.900 km2. Como a Coordenação Regional 4 do ICMBio inclui toda a área do Salgado Paraense e das Reentrâncias Maranhenses, que de fato pertencem a um só ecossistema de rias, já chegou a ser cogitada pelo Projeto a unificação das duas áreas piloto num grande área chamada “Cinturão Pará-Maranhão”, talvez criando um mosaico interestadual que englobasse também as numerosas UCs estaduais maranhenses.

Comparações linha de base – linha de comparação da A Avaliação Rápida e Priorização do Manejo de Unidades de Conservação – RAPPAM (2005-2010) e METT (2007-2012) evidenciam certo destaque das realizações no Salgado Paraense, e estagnação nas Reentrâncias Maranhenses. No entanto, há poucas evidências aa Ferramenta de Rastreamento de Efetividade Gerencial – METT de progresso nas três questões relacionadas a Resultados, nas unidades de conservação em geral.

No tocante ao Resultado 3 do documento de projeto – PRODOC – (Conservação dos manguezais melhorada através do alinhamento do manejo das UCs com o planejamento espacial e setorial), o Produto 3.1, “Diretrizes de ordenamento territorial específicas para a conservação de manguezais desenvolvidas e testadas em uma grande APA (Reentrâncias Maranhenses), e coordenadas com processos de planejamento estaduais e regionais”, ainda está por fazer. O Produto 3.2, “Processos de gestão de recursos hídricos na Paraíba desenvolvidos e testados para contemplar as necessidades de conservação dos manguezais”, deveria ter sido desenvolvido no início do projeto na área piloto do Mamanguape, com a elaboração do Plano de Recursos Hídricos; agora isso deverá ocorrer em 2013.

Referente ao Resultado 4, “Aumento das atividades de extensão e divulgação relacionadas aos manguezais, e de sua gestão adaptativa”, novas ações foram adicionadas no Plano Operativo Anual – POA 2013: grupo da educação ambiental e produção de materiais. Os plataformas e ferramentas de Tecnologia da Informação – TI e tecnologias digitais ainda são pouco utilizados, e há pouca difusão de conhecimento e

Page 8: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

8

resultados. No entanto, a elaboração do Plano Nacional para a Conservação dos Manguezais reflete o papel catalítico do Projeto.

Dois projetos anteriores são destacados no PRODOC. Entre as lições aprendidas citadas encontra-se a seguinte: “A gestão descentralizada é uma boa prática para alcançar as comunidades locais”; foram registradas reivindicações nesse sentido no campo.

Na Tabela de Avaliação, abaixo, usamos as siglas especificadas no documento, UNDP Evaluation Guidance

for GEF-Financed Projects: Version for External Evaluators, minuta final 17 de março de 2011. Observe que as siglas U e MU têm dois significados: para Monitoramento e Avaliação, Execução pelas Agências de Implementação e Execução, Papel Catalítico e Resultados Gerais do Projeto, significam Moderately

Unsatisfactory e Unsatisfactory (Moderadamente Insatisfatório e Insatisfatório); para Sustentabilidade, Moderately Unlikely e Unlikely (Moderadamente Improvável e Improvável) (ver páginas 18 e 20-21).

Tabela de Avaliação

Item Nota Comentários

Monitoramento e Avaliação

Qualidade geral de M&A U (Insatisfatória) Há apresentações de

PowerPoints nos encontros nacionais e

reuniões do comitê gestor, mas faltam

sistemas permanentes de M&A para

aprendizagem e controle.

Design inicial de M&A U (Insatisfatório) As mudanças no METT entre

aplicações (instrument decay) dificultam

sobremaneira as comparações longitudinais,

e não são corretamente controladas.

Implementação do plano de

M&A

U (Insatisfatória) Falta aproveitar a TI no M&A

de maneira eficiente, transparente e

amigável. As comparações linha de base

(2006-2007) / linha de comparação (2012)

não foram corretamente computadas ou

aproveitadas para a gestão adaptativa. Uma

recomendação importante do Relatório de

Implementação do Projeto (PIR) não

engendrou nenhum debate ou ação.

Execução pelas Agências de

Implementação e Execução

Qualidade geral de

implementação e execução do

Projeto

MS (Moderadamente satisfatória) Tendo em

vista que a agência executora começou

praticamente na mesma época do Projeto,

pode ser considerado natural que a agência

implementadora tenha assumido um papel

Page 9: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

9

bastante proativo no início. Essa situação só

se torna problemático se se prolonga no

tempo.

Execução pela Agência

Implementadora

S (Satisfatória) Como sempre, o PNUD foi

eficiente na implementação do Projeto; o

único problema relatado neste caso se deveu

à pressão das responsabilidades pela Rio+20

e à problemática das rotinas de backstopping

que teriam falhado na época.

Execução pela Agência Executora MS (Moderadamente satisfatória) A alta

rotatividade e a ausência de pessoal

dedicada tempo integral ao Projeto (com a

exceção do assessor, contratado pelo Projeto

mas tendo sua sala nas instalações do PNUD)

tem dificultado a execução do Projeto.

Resultados (outcomes)

Qualidade geral dos resultados

do Projeto

MS (Moderadamente satisfatória) Os processos

em curso são promissores, mas falta uma

abordagem ao mesmo tempo moderno e

participativo de gestão para resultados.

Relevância HS (Altamente satisfatória, sem reparos a fazer),

pelos implícitos conceitos pioneiros de

desenvolvimento de capital social para

aumentar o capital humano e preservar o

capital natural, e pela promoção da cogestão

e territorialidade integral, além da própria

importância ecológica dos manguezais

brasileiros.

Efetividade MS (Moderadamente Satisfatória). Pouco ou

nenhum progresso nas categorias do METT

entre a linha de base (2007) e a linha de

comparação (2012). Contudo, processos

estruturantes estão em curso no Delta

Parnaíba, Mamanguape, e Mosaico

Complexo Estuarino Lagunar Iguape-

Paranaguá, e bem desenvolvidos no Salgado

Paraense; pouco progresso nas Reentrâncias

Maranhenses. O desenvolvimento

institucional nacional permanece sendo o

grande desafio.

Page 10: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

10

Eficiência MU (Moderadamente Insatisfatória). Falta de

pessoal de Projeto em tempo integral e,

atualmente, de uma Coordenação Nacional

(coletiva) atuante. Dificuldades na liberação

tempestiva de recursos. Dispersão de dados

e falta de transparência. Empecilhos técnicos

dificultam a comunicação.

Papel Catalítico

Produção de um bem público S A elaboração do Plano de Ação para

Conservação das Espécies Ameaçadas e de

Importância Socioeconômica do Ecossistema

Manguezal na Costa Brasileira (PAN

Manguezal), de grande relevância nacional,

tem sido coordenada pelo ICMBio, com o

apoio do Projeto (S – satisfatório; MS –

moderadamente satisfatório em termos de

Demonstração).

Já houve disseminação de uma área piloto

para outra de uma inovação como as

“basquetas” para o transporte de

caranguejos, sendo a inovação encampada

por um estado, difundida para catadores de

outros estados e proposta em nível federal (S

– Satisfatório). Esse foi praticamente o único

caso de replicação encontrado. A adoção de

normas federais nesse sentido está sendo

proposta, e oficinas interestaduais estão

sendo realizadas; ainda é cedo avaliar a

aplicação em escala maior do que na própria

AP do Salgado Paraense (U/A – impossível

avaliar).

Demonstração MS

Replicação S

Aplicação em escala maior U/A

Sustentabilidade

Probabilade geral de riscos à

sustantabilidade

MU (Moderadamente Improvável). Risco

substancial de que resultados chaves não

continuem após encerramento do Projeto;

alguns produtos e atividades deverão

Page 11: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

11

continuar.

Financeira MU (Moderadamente Improvável). Carência de

recursos operacionais (administração das UC,

fiscalização); fatores políticos e emergências

atrasam ou inviabilizam investimentos

maiores (Plano de Gestão de Recursos

Hídricos do Mamanguape); baixa execução

financeira do Projeto. Cofinanciamento não

registrado, apesar de relatos esporádicos de

contrapartidas não financeiras; esse fato põe

em dúvida a probabilidade de continuidade

dos esforços.

Socioeconômica MU (Moderadamente Improvável). Riscos

associados a grandes empreendimentos

(Pré-Sal, Porto de Espadarte), carcinocultura

comercial (imunidade da área indígena – PB).

Dúvidas se o extrativismo tradicional

(mesmo mais eficiente) será considerado

uma alternativa aceitável, principalmente

pelas gerações mais novas.

Arcabouço institucional e

governança

MU (Moderadamente Improvável). Até agora, os

maiores desafios à sustentabilidade dos

esforços têm sido o tempo de dedicação ao

Projeto do pessoal envolvido (intensidade e

continuidade) e a institucionalização dos

mecanismos de gestão; esses desafios só

tendem a aumentar com o término do

Projeto formal.

Novas formas de gestão (cogestão,

territórios integrais), complementadas por

comunidades de prática e aprendizagem,

oferecem soluções aos problemas complexos

de articulação entre entidades e níveis de

governo num país do tamanho do Brasil.

Ambiental MU (Moderadamente Improvável). Falhas no

sistema de monitoramento de cobertura

dificultam a confirmação de tendências de

aumento ou diminuição de cobertura; os

dados disponíveis parecem apontar para

tendências de relativa estabilidade. Os

grandes riscos estão associados à

Page 12: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

12

programação de mega-emprendimentos

como o Porto do Espadarte no Pará e o Pré-

Sal no Sudeste.

Resultados Gerais do Projeto MU (Moderadamente Improvável). Houve

grandes expectativas para o Projeto, mas

mudanças imprevistas na área institucional

têm atrapalhado sua realização. Atualmente

há políticas nacionais muito positivas em

curso, pondo em prática certos ideais do

Projeto de maneira abrangente, mas até

agora sem muita articulação com suas

atividades e estruturas concretas.

Recomendações

Formar uma comunidade de prática e aprendizagem. Esse tipo de comunidade é a forma mais efetiva e bem sucedida para fortalecer redes de trabalho, através da gestão do conhecimento e da comunicação.

Buscar o apoio do governo do estado do Maranhão, com o envolvimento municipal, para realizar o Produto 3.1, que visa desenvolver e testar novas abordagens para o planejamento do uso do solo e usos permitidos coordenados juntamente com os estados federativos e os municípios envolvidos na área-piloto das Reentrâncias Maranhenses.

Utilizar ferramentas digitais geoespaciais para facilitar a gestão de território, seja para facilitar a gestão de conflitos ou visando os diferentes tipos de uso do solo e dos recursos naturais.

Criar uma coordenação de observação e monitoramento remoto, especialmente baseado em tecnologia LIDAR (Lighting Detection and Ranging), que é hoje a tecnologia geoespacial dominante para a gestão de recursos naturais, dentro da DIBIO (Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade) do ICMBio.

Criar uma Diretoria de Geomática, voltada exclusivamente para desenvolver e gerenciar estudos de análise geoespacial, promover a sua correta aplicação dentro do órgão e conduzir o treinamento de pessoal; a diretoria também manteria estreita cooperação com o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais – INPE, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA e centros de pesquisa nacionais e internacionais voltados para estudos baseados na aplicação de geomática para observação da terra, gestão dos recursos naturais, espaços humanos e paisagens.

Criar uma plataforma integrada baseada em web (internet) e tecnologias geoespaciais, de maneira que todos os escritórios locais possam estar virtualmente conectados, compartilhando dados, etc.

Estreitar a cooperação política, técnica e burocrática com o Ministério da Pesca e Aquicultura – MPA, de maneira a mais rapidamente agilizar decisões políticas que têm interfaces e interferem diretamente na ação do ICMBio nas UCs, mas que são prerrogativas de iniciativa do MPA, tais como a portaria de transporte do caranguejo, que se encontra em negociação.

Criar uma maior cooperação técnica e burocrática com as ações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, dentro das UCs.

Estreitar a cooperação política, técnica e burocrática com o Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, especialmente referente às políticas do Programa Federal Territórios da Cidadania. As instâncias de cogestão e territorialidade apoiadas pelo Projeto e pelo ICMBio precisam estar integradas na política nacional interministerial.

Page 13: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

13

Fomentar a autonomia dos CTAPs (Conselhos Técnica de Área Piloto) para tomar e executar decisões, com responsabilização, no sentido de fortalecer a cogestão.

Com relação às ações do Produto 2.1 (“Plano de manejo de recursos para pesca elaborado no nível de ecossistema no agrupamento de áreas protegidas do Pará”), recomenda-se que as oficinas sejam conduzidas de maneira que os beneficiários se sintam à vontade para participar, dar sugestões e exporem as suas compreensões e visões dos problemas listados.

Page 14: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

14

Siglas

AP Área Protegida ou Área de Proteção

APA Área de Proteção Ambiental

ARIE Área de Relevante Interesse Ecológico

Arpa Programa Áreas Protegidas da Amazônia

AUREMAG Associação Mãe Grande de Curuçá

CAPAM Centro de Apoio aos Pescadores Artesanais do Maranhão

CIP Cananéia-Iguape-Peruíbe

CNPT Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Sócio-biodiversidade Associada a Povos e Comunidades Tradicionais

CNS Conselho Nacional das Populações Extrativistas

CO Country Office (Escritório [do PNUD] no País

CTAP Conselho Técnico de Área Piloto

D.O.U. Diário Oficial da União

EMATER Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

GEF Fundo do Meio Ambiente Mundial

GEPPAM Grupo de Estudos Paisagem e Planejamento Ambiental, da Universidade Federal do Pará

GERCO Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro

IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

ICMS-E Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços Ecológicos

IFPB Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba

INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

MA Maranhao

MDA Ministério de Desenvolvimento Agrário

METT Management Effectiveness Tracking Tool (Ferramenta de Rastreamento de Efetividade Gerencial)

MMA Ministério do Meio Ambiente

OEMA Órgão Estadual de Meio Ambiente

ONG Organização Não Governamental

OSC Organização da Sociedade Civil

PA Pará

PB Paraíba

PI Piaui

Page 15: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

15

PIF Formulário de Identificação de Projeto

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

POA Plano Operativo Anual

PR Paraná

RAPPAM Avaliação Rápida e Priorização do Manejo de Unidades de Conservação

RESEX Reserva Extrativista

SEAIN Secretaria de Assuntos Internacionais

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SEGAP Sistema de Informações Gerenciais de Acompanhamento de Projetos

SIGMA Sistema de Informações Gerenciais do Meio Ambiente

SIGPLAN Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento

SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação

SP São Paulo (estado)

SUDEMA Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Paraíba)

UC

UFPA

UFMA

Unidade de Conservação

Universidade Federal do Pará

Universidade Federal do Maranhão

UGP Unidade de Gerenciamento do Programa (ICMBio)

Page 16: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

16

1. Introdução

• Propósito da Avaliação

O objetivo da presente avaliação de meio termo é de fortalecer a gestão adaptativa e o monitoramento deste e de outros projetos. Visa identificar potenciais problemas de planejamento, avaliar o progresso rumo ao alcance dos objetivos e recomendar ações específicas que possam melhorar o Projeto, identificando sinais de sucesso ou fracasso e indicando os ajustes necessários. Visa também promover a responsabilização pelo alcance do objetivo do GEF. Mediante a identificação e documentação de lições aprendidas (inclusive para melhorar o planejamento e a implementação de outros projetos), a avaliação também deverá promover a aprendizagem organizacional e o desenvolvimento. O relatório foi apresentado na reunião de um grupo composto pela Assessora Técnica Regional – RTA (a distância) e representantes do ICMBio e do PNUD. Depois de aprovado, será vertido para o inglês e encaminhado ao PNUD/GEF para disseminação.

• Questões Chaves

1. Geral: como preservar e conservar os recursos naturais dos manguezais brasileiros, fomentando o capital social para promover o bem-estar e o capital humano de maneira sustentável? O Projeto está fazendo isso?

2. Relevância: a concepção e os planos do Projeto atendem aos anseios da humanidade, do povo brasileiro e suas instituições, e das comunidades tradicionais, e as necessidades ecológicas do planeta? Ou, para citar a Matriz de Critérios de Avaliação do GEF, “Qual é a relação do Projeto com os objetivos principais das áreas focais da Convenção das Nações Unidas sobre a Biodiversidade e do GEF, e às prioridades ambientais e de desenvolvimento em níveis local, regional e nacional...?”.

3. Efetividade: o Projeto vem atingindo os Resultados e Produtos previstos, promovendo o desenvolvimento de capacidades? Ou, “Em que medida os resultados esperados e objetivos do Projeto foram ou serão alcançados?”.

4. Eficiência: o Projeto está desembolsando os recursos oferecidos com o mínimo de desperdício, para atingir os Resultados e Produtos previstos? Ou, “O Projeto foi implementado eficientemente, de acordo com as normas e os padrões internacionais e nacionais?”

5. Sustentabilidade: O Projeto oferece condições financeiras e institucionais e de governança para prosseguir nos seus esforços durante e depois do período de sua execução? As tendências socioeconômicas e ambientais apontam para a continuidade da conservação e do desenvolvimento sustentável? Quais as influências do Projeto nesse sentido? Ou, “As condições existem para a sustentação dos benefícios e resultados relacionados ao Projeto?”.

6. Impacto: o Projeto promove a preservação dos valores ecológicos e culturais, e da biodiversidade, ao mesmo tempo em que melhora a situação socioeconômica da população? Ou, alternativamente, “Resultados: Quais são os resultados atuais e potencias, em longo prazo, das atividades apoiadas pelo Projeto?”.

• Metodologia

Os dois consultores foram contratados em 12/11/2002, sendo Walker designado Consultor 1, diretamente responsável para as tarefas listadas (aspectos relacionados à gestão financeira e administrativa, bem como à sustentabilidade financeira e à área social, relacionada à pobreza), e o Consultor 2 (Borges) para os outros aspectos. O responsável direto pela elaboração do relatório final é o Consultor 1.

Além de extensa revisão da literatura e da documentação do Projeto, foram feitas entrevistas em Brasília e nas cinco áreas piloto do Projeto, e observações in situ. Conjuntos de fichas foram preparados para diferentes tipos de respondentes, possibilitando roteiros flexíveis; as respostas foram anotadas e referenciadas à numeração das respectivas fichas. Dados de linha de base e de comparação provenientes

Page 17: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

17

dos levantamentos METT e RAPPAM foram aproveitados. Questionários foram respondidos pelos coordenadores de área.

Foram entrevistados os principais atores atuais e anteriores do Projeto, no ICMBio e no Ministério de Meio Ambiente – MMA, no PNUD e na Coordenação de Apoio a Comércio e Negócios Territoriais do Ministério de Desenvolvimento Agrário. Não foi possível entrevistar o diretor atual do Projeto, mas a coordenadora nacional foi entrevistada. Nos estados, foram entrevistados os gerentes das áreas piloto e outros membros do CTAP e participantes, bem como professores universitários.

Os conjuntos de fichas foram adaptados para cada entrevistado, destacando-se as perguntas retiradas do METT para as entrevistas abertas com os gerentes das áreas piloto. Os questionários visaram recolher as avaliações dos gerentes em relação à realização dos objetivos e resultados esperados nas respectivas áreas.

Além da documentação do Projeto, do PNUDe de diversos órgãos governamentais, documentação acadêmica relacionada principalmente à área do Salgado Paraense e Reentrâncias Maranhenses (Alvite, 2012; Cordeiro da Rocha, Favacho da Rocha, Carneiro, 2006; Faure, Jean-François, 2001; Ferreira de França, 2001; Furtado, 2012; Kjerfve, et alii, 2002; Mochel, et alii, 2001; Mochel, 2011; Prost, et alii 2001); Santana, 2001) foi revisada, além de documentação relacionada à sociologia (Giddens, 1986, 2009, 1994, 1996, 1991, 1991a), à avaliação de programas (Calmon, 1999) e às comunidades de prática (Wenger, White, Smith, 2009) e cogestão (Rezende de Almeida, s.d.).

• Estrutura da avaliação

O relatório segue a estrutura prevista no Sample Evaluation Report Guideline, no UNDP Evaluation

Guidance for GEF-Financed Projects (17/03/2011). Trata cada um dos cinco critérios de avaliação previstos naquele documento, desde a perspectiva adotada pelos avaliadores.

o A relevância é avaliada em relação ao problema enfrentado, dentro do contexto maior do País e do mundo. É considerada à luz do “Índice Inclusivo de Riqueza”, uma iniciativa recente de diversos programas e projetos das Nações Unidas, que discrimina três tipos de capital: natural, humano e produzido; a esses, convenciona-se acrescentar um quarto tipo, o capital social. Nas duas últimas décadas, o Brasil tem se destacado entre os países pela eficiente transformação de capital natural em capital humano, sendo que o capital produzido permaneceu basicamente estável. O Projeto tem uma contribuição relevante a fazer às políticas brasileiras de cogestão e territorialidade. As Instituições de Cogestão – ICGs exercem a representação da sociedade civil de uma forma democrática e contínua, e os territórios integrais unificam atores em espaços maiores.

o A efetividade, que trata do alcance dos Resultados esperados e respectivos Produtos, se reflete na contribuição do Projeto ao desenvolvimento de capacidades nas áreas piloto, conforme expresso no Propósito (o objetivo imediato do Projeto). O METT – Ferramenta de Acompanhamento da Efetividade da Gestão – foi aplicada em 2006/2007 e em 2012, possibilitando aferir alguns efeitos do Projeto; poucas mudanças positivas são percebidas nas áreas. A pertinência desta observação foi verificada mediante um processo de triangulação, comparando os achados com as entrevistas e observações em campo e as respostas ao questionário. Ainda que o desenvolvimento institucional em nível federal não esteja incluído entre os objetivos explícitos do Projeto, algumas observações a respeito foram feitas.

o Evidências preliminares derivadas em parte de questões do METT referentes a Resultados apontam para a relativa falta efetividade do Projeto e de sinais preliminares de impacto ; o estado do Pará oferece uma possível exceção. Grandes impactos negativos de megaempreendimentos podem ser previstos, inclusive nesse estado, pondo em risco a sustentabilidade.

Page 18: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

18

o A relativa ineficiência do Projeto, devido à indefinição institucional, alta rotatividade de pessoal e falta de dedicação exclusiva ao Projeto, e inadequada sistematização de dados e informatização, se reflete na falta de um sistema adequado de monitoramento e avaliação, de transparência e de fomento ao controle social.

• Ética

Os informantes não são citados nominalmente.

2. Descrição do Projeto e contexto de desenvolvimento

• Início e duração do Projeto

O Documento do Projeto (PRODOC) foi assinado em 31/07/2008. O término foi originalmente fixado em agosto de 2013; uma possível extensão está em discussão.

• Problemas que o Projeto procura tratar

O papel desempenhado pelos manguezais no aumento da resiliência dos ecossistemas, comunidades e atividades econômicas costeiras às mudanças climáticas é cada vez mais reconhecido. Apesar de sua importância, os manguezais no Brasil são vulneráveis a uma série de ameaças antropogênicas. Embora o Brasil tenha construído e implementado um arcabouço bastante abrangente objetivando assegurar a conservação dos manguezais por meio de uma abordagem de áreas protegidas, os sistemas estão permeados de deficiências institucionais e de capacidade que agem como barreiras à efetiva proteção desse ecossistema. Essas deficiências se traduzem na perda de habitats de manguezais e na diminuição na oferta de recursos dos quais muitas comunidades e setores dependem.

Entretanto, o Projeto tem conseguido focar as áreas mais importantes para implementar as estratégias de conservação. O que ainda faltam são os novos sistemas tecnológicos de gestão dos recursos naturais ameaçados de extinção. Como exemplo, a difusão de novas tecnologias para o manejo sustentável do caranguejo e de pescados.

Por outro lado, precisa-se ainda trabalhar mais o componente de educação ambiental relacionado à gestão dos manguezais como sistema florestal, e não apenas como habitat e refugio de frutos do mar, crustáceos e peixes.

Neste sentido, o fortalecimento no SNUC como sistema de gestão dos recursos naturais no Brasil passa pelo fortalecimento dos meios de vida das populações que habitam aquelas regiões e que fazem usam daqueles recursos naturais para a sua sobrevivência. Quer dizer, produção sustentável e gestão sustentável precisam caminhar juntas, na medida em que até certo ponto se interdependem.

Entretanto, existe uma dinâmica dos manguezais que independe da ação humana, como por exemplo, a alteração resultante do fluxo das águas nos deltas e fozes dos rios. Desse modo, o Projeto pode ser um meio de buscar trazer para as populações a compreensão desses processos bióticos naturais que geram muita confusão para as populações beneficiárias.

Ao mesmo tempo, o Brasil, um dos países mais desiguais do mundo, vem sistematicamente reduzindo a desigualdade de renda desde o ano 2000. O programa Bolsa Família, um programa de transferência condicional de renda, responde em parte por esse progresso; o programa Bolsa Verde procura aplicar um princípio semelhante na área ambiental.

• Objetivos Imediato e de Desenvolvimento

No lugar da linguagem de objetivos imediatos e de desenvolvimento, o documento do projeto mantém as expressões do marco lógico, atualmente convencionadas pelo PNUD no Brasil: objetivo geral e propósito, onde aquele se refere ao impacto (mudanças importantes ou duradouras nas vidas das pessoas e no meio ambiente), e este abarca a maior parte dos objetivos que se esperam alcançar durante a vida do projeto,

Page 19: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

19

principalmente o desenvolvimento de capacidades (um meio de alcançar o impacto desejado e também um objetivo importante em si mesmo). Temos:

Objetivo geral: Promover a conservação e o uso sustentável dos ecossistemas manguezais e das funções e serviços ambientais necessários para o desenvolvimento nacional e para o bem-estar das comunidades litorâneas;

Propósito: Adotar uma estratégia de gestão de áreas protegidas testada no campo para a conservação efetiva de uma amostra representativa dos ecossistemas manguezais brasileiros.

• Os principais atores

Os principais atores, segundo o PRODOC, são o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentado das Populações Tradicionais (CNPT), Agência Nacional das Águas (ANA), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Secretaria de Agricultura Familiar (SAF), Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (EMBRAPA), Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Serviço Brasileiro de Apoio aos Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), populações tradicionais (pescadores artesanais, catadores de caranguejos, marisqueiras, agricultores familiares), Secretaria de Ciência e Tecnologia e o Meio Ambiente (SECTAM, estado do Pará), Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA/GEMA, estado do Maranhão), Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMAR, estado do Piauí), Secretaria do Meio Ambiente (SEMACE, estado do Ceará), Secretaria Especial do Meio Ambiente, Água e Minerais Naturais (SECTMA/SUDEMA, estado da Paraíba), Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA/IAP, estado de Paraná), governos e comunidades locais dentro de ou próximo a Áreas Protegidas.

3. Achados

3.1 Formulação do Projeto

• O Contexto da Formulação do Projeto

A formulação do Projeto levou muito tempo, provocando certa perda de interesse por parte dos proponentes (o MMA). A ideia inicial foi aprovada pelo GEF em 2004 e o PRODOC, somente em 2008. Já depois da finalização do arcabouço institucional ocorreu a fundação do ICMBio, atrasando o início do Projeto. Além disso, foi aprovado como um projeto GEF 4, mas a elaboração do Projeto começou dentro do GEF 3. Naquela época, o ciclo do projeto era o seguinte: 1) o Conceito era submetido em datas específicas e aprovado pela Secretaria do GEF para inclusão na programação, permitindo prosseguir com a elaboração do projeto, mesmo sem recursos alocados ainda; 2) era elaborado um Sumário Executivo e o PRODOC do PNUD, usando recursos preparatórios (PDF B). Tais recursos seriam incluídos num programa de trabalho aprovado pelo Conselho do GEF; não havia prazos entre o Conceito e o Sumário Executivo, mas era possível que os recursos do GEF se acabassem nesse meio tempo, forçando o adiamento do financiamento e da implementação até o próximo ciclo.

O novo ciclo, no GEF 4, é assim: 1) não há mais Conceito ou Sumário Executivo. 2) No lugar do Conceito há um PIF (Formulário de Identificação de Projeto). Os PIF são encaminhados de maneira rotativa, mas inclusos nos programas de trabalho em datas específicas, com o Conselho destinando os recursos. 3) Usando verbas preparatórias (PPG), é elaborado um pedido de endosso pelo diretor geral (CEO) e o PRODOC, para aprovação final e acesso aos recursos reservados; o mesmo é aprovado pela Secretaria do GEF e encaminhado aos membros do Conselho. 4) Os prazos para aprovação do PIF / endosso pela diretoria geral são fixados.

Na transição, os projetos aprovados no GEF 3 não eram automaticamente incluídos entre os projetos elegíveis no GEF 4. Às vezes, eram precisos ajustes no desenho original do Conceito, já que muitos Conceitos do GEF 3 haviam sido abolidos. No caso deste Projeto, a inclusão ocorreu, mas foi necessário passar pelo novo ciclo de projeto. No entanto, o GEF 4 ainda era novo e o formato PIF não havia sido aprovado; portanto, elaborou-se um Sumário Executivo (não um PIF) para encaminhamento para

Page 20: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

20

aprovação pelo Conselho. Paralelamente, os proponentes prosseguiram com a finalização do PRODOC, com os novos elementos exigidos. Finalmente, usando o novo formulário de endosso pelo CEO, o PRODOC foi encaminhado à diretoria geral para aprovação. Essa longa demora teve um forte impacto no desenvolvimento do Projeto.

• Análise do Marco Lógico (Lógica/Estratégia do Projeto; Indicadores)

A lógica implícita do Projeto, semelhante àquela de praticamente todos os projetos do PNUD (pelo menos na Região da América Latina e do Caribe – RBLAC), é que o desenvolvimento de capacidades contribuirá para o impacto desejado.

Na segunda página da matriz do marco lógico, temos seis indicadores, com suas respectivas linhas de base, metas para o fim do projeto, fontes de verificação, e riscos e pressupostos. Os dois primeiros indicadores são de natureza biológica e se referem ao objetivo geral, porém se restringem às unidades de conservação. Dos quatro que se referem ao propósito, um (nº 3) se restringe às unidades de conservação – UCs, dois se ampliam para as APs em geral (nº 4 e 5), e um se refere às agências ambientais (IBAMA estadual, OEMAs e municípios costeiros).

No entanto, havia um espaço mais urgente para o desenvolvimento institucional: o do própio ICMBio. Ainda que o Resultado 1 se refira à “Existência de um ambiente propício para a implementação de um subsistema de APs de ecossistemas manguezais, incluindo mecanismos financeiros, regulatórios e de políticas”, suas respectivas metas (targets) se referem aos estados ou, em nível central, a planos e normas. Possivelmente, o fortalecimento explícito do Instituto teria refletido melhor o Produto 5.2.1 do Programa (do PNUD) do País: “Aumento de capacidades institucionais de desenho, implementação, monitoramento e avaliação de políticas de uso de recursos naturais disponíveis”.

Nas últimas décadas, a existência no Brasil de projetos de “fortalecimento institucional” muitas vezes oferecia atalhos para “bypassar” a burocracia federal emperrada. Embora essa fase tenha sido, em grande parte, superada hoje em dia, a existência específica do Projeto Manguezais ofereceu um apoio a uma nova entidade que procurava andar com suas próprias pernas, com o PNUD agindo de certa maneira como uma agência implementadora bastante proativa. Detalhe: até recentemente, as duas entidades, PNUD e ICMBio, funcionavam no mesmo complexo, no Setor Sudoeste de Brasília, longe do centro da cidade. Procuraremos, mais adiante, entender melhor a relação efetiva entre agência implementadora (o PNUD) e agência executora (o ICMBio), e do PNUD com a fonte de financiamento, o GEF, através do escritório do PNUD-GEF no Panamá.

Dos quatro Resultados esperados, os de número 1 e 4 se referem ao subsistema relacionado aos manguezais no Brasil:

RESULTADO 1: A existência de ambiente propício para um subsistema (ou malha, ou rede) de APs com manguezais, incluindo mecanismos financeiros, regulatórios e de política. RESULTADO 4: Aumento das atividades de extensão e divulgação relacionadas aos manguezais, e de sua gestão adaptativa.

O segundo e terceiro Resultados se referem ao gerenciamento/manejo das áreas de conservação.

RESULTADO 2: Existência de modelos replicáveis para o manejo de recursos do manguezal em áreas protegidas de uso sustentável do SNUC. RESULTADO 3: Conservação dos manguezais melhorada através do alinhamento do manejo das UCs com o planejamento espacial e setorial.

Alguns dos modelos identificados mediante o Resultado 2 seriam incorporados ao nível sistêmico mediante o Resultado 1, para posterior replicação em outras áreas protegidas.

O uso da expressão “in place” na versão em inglês (Resultado 2) significa que dentro da vida do Projeto:

1. Seja possível desenvolver estratégias de gestão para cada área protegida com manguezais (p.ex., para acomodar as características específicas dos manguezais);

Page 21: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

21

2. Essas estratégias sejam testadas, estabelecendo a validade interna e externa dos mesmos; 3. Posteriormente, que tais pilotos (ou suas estratégias) devam ser aplicados com sucesso em outras áreas de proteção de manguezais, conforme as características de cada uma, (O indicador 4.4 já confirma a pretensão de poder contar as “replicações dos pilotos do Projeto” em outras áreas de proteção de manguezais no País), e que haja suficiente semelhança entre uma área piloto e alguma outra área protegida para possibilitar a “replicação”; ou, alternativamente, que certas características específicas possam ser incorporadas às normas do SNUC. Outrossim, presume-se, como afirma o Resultado 3, que o “alinhamento” do gerenciamento/manejo das unidades de conservação nas áreas piloto com o planejamento setorial e espacial nas suas respectivas áreas mais amplas seja possível.

Notamos que com referência ao Resultado 3, temos indicadores referentes a apenas duas das cinco áreas piloto, supostamente aquelas com que tem relação direta: o Mamanguape (instrumentos de gerenciamento/manejo da bacia hidrográfica) e as Reentrâncias Maranhenses (incorporação da conservação de manguezais no zoneamento da APA).

Da mesma forma, referente ao Resultado 2, temos indicadores referentes apenas ao Salgado Paraense (gestão de recursos pesqueiros) e à Delta do Parnaíba (exploração de recursos do caranguejo uçá). Um terceiro indicador seria mais geral: Desenvolvimento e comercialização de novos produtos dos manguezais.

Dos quatro produtos previstos sob o Resultado 2, três replicam os três indicadores. O quarto (2.4) introduz a questão de capacitação: “Programa de capacitação voltado à implementação e replicação das abordagens de uso sustentável dos recursos das APs de manguezal desenvolvido e oferecido”.

É no indicador 2 do Resultado 1 que vemos alguma especificação do resultado previsto das capacitações: “Existência de um núcleo de funcionários treinados (do IBAMA/ICMBio, OEMAs e/ou agências municipais) capaz de implementar e usar essas normas e regulamentos”. Sob esse mesmo Resultado temos o indicador 5, que na verdade é uma meta: “Existência de um Plano Nacional para Manguezais no Plano de Áreas Úmidas do Brasil”.

Subordinado ao Resultado 3, também temos um Produto (3.3) que se refere ao desenvolvimento de capacidades, não só para o gerenciamento/manejo de unidades de conservação, mas também para instituições de planejamento e atores setoriais. O Produto 3.1 não especifica qual é a “grande APA” em questão, mas tudo indica que se refere à APA estadual nas Reentrâncias Maranhenses. O Produto 3.2 se refere à Paraíba (Mamanguape).

Referente a São Paulo, e também à Bahia (onde deverá ser feito um estudo de caso), temos a meta de aumentar o financiamento de áreas protegidas em 30%; é nesses dois estados que as “estratégias financeiras” a que se refere o produto 1.3 seriam testadas O Agrupamento São Paulo/Paraná não é mencionado em nenhum outro indicador ou meta.

O Produto 1.4, “Uma rede representativa de UCs com manguezais projetada dentro do sistema de APs existente”, “prevê o desenho de uma rede virtual de UCs que seja representativa das sete unidades com manguezais encontradas no País...”. Há, contudo, uma ressalva a seguir no PRODOC (parágrafos 106-107): “Embora essa rede não vá ser implementada pelo o Projeto, ela constituirá uma ferramenta importante para orientar futuras iniciativas de APs com manguezais e para aumentar a escala da estratégia do Projeto”. Se não era para ser implementada pelo Projeto, não seria possível garantir que ela fosse estabelecida – como de fato não o foi, até a presente data.

O Produto 1.5, e respectivo indicador, se referem ao proposto Plano Nacional para a Conservação e Uso Sustentável de Manguezais; observamos aqui a diferenciação entre conservação e uso sustentável: “Os estudos, pilotos, arcabouço regulatório proposto e lições aprendidas do Projeto serão utilizados para desenvolver uma estratégia nacional que contemple a conservação e o uso sustentável dos manguezais do Brasil de modo integrado e baseado em sistemas”.

Page 22: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

22

O Produto 1.2 é o mais abrangente, e desafiador, de todos: “Procedimentos e capacidades institucionais alinhados com o novo arcabouço regulatório para o manejo de manguezais e articulados com as políticas setoriais”. Carece dos respectivos indicadores.

O referido marco regulatório é mencionado no Produto 1.1 (“Marco regulatório e diretrizes operacionais correspondentes desenvolvidas para melhor manejo das áreas protegidas com manguezais”). O indicador nº 1 e respectiva meta expressam a pretensão de que pelo menos 80% de todos estados com manguezais (não apenas daqueles com projeto piloto) tenham normas e diretrizes acordadas e coordenadas entre os três níveis de governo.

Dos indicadores referentes ao Resultado 4, dois (nº 3 e 4) se referem ao nível de projeto e UC. O de nº 3, “Número de casos em que o manejo adaptativo é realizado levando em consideração os resultados de M&A”, poderia muito bem ser aplicado também em nível de Brasília. Os programas estaduais deveriam ser coordenados entre si e linkados a um sistema nacional (Resultado 2), além de incluir o Projeto nas áreas piloto.

Considerando que a problemática dos manguezais no Brasil é muito menos conhecida, e com menor grau de comprometimento, do que a conservação da floresta amazônica ou da Mata Atlântica, por exemplo, o indicador 4.1, que prevê a realização de levantamentos (surveys) na linha de base e no fim do Projeto para a conscientização entre os atores públicos e particulares (e também o público em geral, conforme o Produto 4.3), é de grande importância.

Além do Programa de Monitoramento da Biodiversidade de Manguezais (Produto 4.1), é previsto o desenvolvimento e implementação de Gestão e Monitoramento de Projeto (Produto 4.2); poderíamos imaginar um sistema on-line de gerenciamento de projeto. Abaixo iremos examinar mais detidamente a problemática da gestão do Projeto.

• Pressupostos e Riscos

Duas espécies são indicadas como marcadores de proteção (indicadores 1 e 2 do Objetivo Geral): o guará (Uedocimus ruber) e o caranguejo (Ucides cordatus), além da própria cobertura de mangue, nas UCs piloto. Atualização do primeiro indicador: em janeiro de 2013, numa reunião do CNPT, foram selecionados 17 espécies de importância socioeconômica e identificadas as principais ameaças enfrentadas pelas espécies e pelo ecossistema.

Os dois primeiros pressupostos referentes aos referidos indicadores 1 e 2 se referem ao desenvolvimento institucional, em nível federal/estadual e de UC. O terceiro pressuposto, “As áreas protegidas de uso sustentável geram benefícios adequados de conservação dos manguezais no nível nacional”, implica na questão, o que seria considerado “adequado” para persuadir o Governo a manter seus compromissos com a melhoria da conservação de manguezais, levando em consideração as prioridades rivais “desenvolvimentistas” e as limitações de recursos, principalmente após o encerramento do Projeto?

• Lições de outros projetos relevantes

Dois projetos anteriores foram destacados no PRODOC: Promoting Biodiversity Conservation and Sustainable Use in the Frontier Forests of Northwest Mato Grosso (Promovendo a Conservação da Biodiversidade e o Uso Sustentável nas Florestas Fronteiriças do Noroeste do Mato Grosso) (GEF/PNUD/SEMA MT), e Demonstrations of Integrated Ecosystem and Watershed Management in the Caatinga (Demonstrações de Gestão Integrada de Ecossistema e Bacia Hidrográfica na Caatinga) (GEF/PNUD/MMA). Entre as lições aprendidas citadas, encontra-se a seguinte: “Decentralized management is a good practice to reach local communities” (A gestão descentralizada é uma boa prática para alcançar às comunidades locais).

• Participação dos atores

O PRODOC afirma (no parágrafo 187 em português, 177 em inglês) que “O Projeto até agora tem sido

elaborado de forma participativa conforme orientações da CDB e do GEF”.

Page 23: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

23

No Delta do Parnaíba, no Salgado Paraense e no Agrupamento São Paulo/Paraná, o CTAP exemplifica um elevado grau de capital social, com membros representando diversos órgãos federais, professores e estudantes universitários e pescadores/catadores que se reúnem regularmente e interagem num clima de colaboração e respeito mútuo. Nas Reentrâncias Maranhenses, por outro lado, o CTAP nunca funcionou.

As Instituições de Cogestão – ICGs exercem a representação da sociedade civil de uma forma democrática e contínua; exemplos típicos seriam os conselhos de saúde e o orçamento participativo. Portanto, seria impossível imaginar um CTAP ou comitê de bacia hidrográfica ou de RESEX sem efetiva representação popular.

Uma ICG precisa de certa autonomia, inclusive financeira, para funcionar: “A gestão autogestionária é fundamento para estabelecer a corresponsabilidade na gestão territorial” (ibid, pág. 102). Hoje os coordenadores e gerentes locais do ICMBio contam, pelo menos, com serviço terceirizado de transporte rodoviário e de serviços administrativos. Contudo, os do Projeto ainda reclamam da administração “a conta-gotas”. Quanto à apropriação pela população local, a prática alegada de começar com um diagnóstico, perguntando o que precisam, para possivelmente liberar, num momento oportuno ou não, os recursos, mediante decisão a ser tomada em Brasília (seja pelo ICMBio, pelo PNUD ou pelo Projeto), pode até vacinar o povo contra as nascentes esperanças de empoderamento. “Na cultura do controle social, os resultados esperados devem se expressar nas ações e nos processos resumidos nos aspectos que revelam o avanço da política – fluxos de informação funcionando, ambiente social adequado, estratégias de avaliação e indicadores do monitoramento acordados, metas e objetivos avaliados, ciclo de gestão apropriado e retroalimentação” (ibid, pág. 101). O controle social, defendido pelo CGU principalmente para coibir a corrupção, também serve para diminuir a baixa execução dos projetos. Obs.: ao final de 2012, faltando poucos meses até o encerramento previsto do Projeto, haviam sido gastos apenas 20,1% dos recursos disponibilizados pelo GEF para o Projeto; incluindo os desembolsos previstos para 2013, o percentual é de 27,1% (ver Tabela 6).

Avaliação: satisfatório (S).

• Abordagem de replicação

Já houve disseminação de uma área piloto para outra de uma inovação como as “basquetas” para o transporte de caranguejos, sendo a inovação encampada por um estado, difundida para catadores de outros estados e proposta em nível federal. Esse foi o único caso de replicação encontrado.

• Custo-efetividade

Atualmente, a articulação entre as diversas áreas piloto se dá principalmente por email e telefone,1 além dos encontros nacionais. Falta, portanto, a estrutura de uma rede custo-efetiva de comunicação, planejamento, controle e advocacy. Tal estrutura seria uma comunidade de prática, mediante o uso de diversas tecnologias da internet, variando do informal ao formal e do aproveitamento de recursos externos ao compartilhamento entre os membros; e de participação a reificação, de comunicação assincrônica à sincrônica.2 A comunicação pode também se dar face a face ou por outros meios mais tradicionais. Os blogs em alguns dos estados deverão ter seus links, p. ex.: http://geppam.blogspot.com.br/, do Grupo de Estudos Paisagem e Planejamento Ambiental (GEPPAM), da UFPA; http://cermangueufma.blogspot.com.br/2012_12_01_archive.html, da UFMA. Outros links seriam para os sistemas de monitoramento, avaliação e controle do Projeto e das diversas instituições – ou, de preferência, para um sistema único simplificado e amigável. Um benefício adicional seria a possibilidade de envolver mais pessoas a um custo bem inferior ao custo dos encontros nacionais.

1A Secretária Nacional do Conselho Nacional das Populações Extrativistas comentou que, como conta com apenas R$17 mensais para o celular pré-pago, se limita a enviar textos pedindo retorno – além de eventualmente usar o email no escritório do ICMBio em Curuçá. 2 Wenger, E.; White, N.; e Smith, J. D. (2009). Digital Habitats: Stewarding Technology for Communities. Portland, Oregon, CPsquare.

Page 24: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

24

• Vantagem comparativa do PNUD

O PNUD é conhecido no Brasil pela sua eficiência na execução de desembolsos. No entanto foi o próprio Instituto que solicitou a adoção de uma modalidade que permitisse às áreas piloto (coordenação, gerência, CTAP) poder acessar diretamente uma parcela dos recursos do Projeto; supostamente, a resposta do PNUD foi que isso não seria viável, é que dar acesso a essa senha a todos possibilitaria, em tese, uma área lançar mão de recursos de outra área; a gestão centralizada seria, no caso, mais recomendável. Seja como for, a centralização em Brasília, no ICMBio ou no próprio PNUD, dificulta o processo de cogestão e territorialização integral, com controle social, como vimos acima.

• Ligações entre o Projeto e outras intervenções no setor, inclusive arranjos gerenciais

Nas Observações Sobre o Orçamento no PRODOC, constavam as seguintes observações e previsões: “É fundamental assegurar uma implementação coordenada das atividades nas áreas-piloto (Resultados 2 e 3) e no nível central (Resultados 1 e 4). Os arranjos de implementação foram desenvolvidos com essa finalidade e para assegurar a incorporação dos resultados do Projeto às políticas locais e nacionais. Um grande número de funcionários do Governo está sendo designado para a gestão do Projeto, no entanto, faz-se necessário conhecimento especializado adicional.... Ao todo, 520 consultores locais semanas [local

consultants weeks] serão financiados por meio de recursos do GEF, inclusive o Coordenador Técnico do Projeto e o Diretor Financeiro; e 2.340 semanas por meio de co-financiamento, inclusive o Diretor do Projeto, Nacional e dos Pilotos; equipes locais de coordenação, Gerentes Técnicos e Assessores. Gerentes Técnicos (do co-financiamento – total de US$408.000: 5 consultores x 260 semanas a US$313,84/semana); Assessores Técnicos (do co-financiamento –US$198.000: 5 consultores meio-período x 260 semanas a US$152,30/semana); Assessores Administrativos (do co-financiamento – total de US$108.000: 3 consultores de meio-período x 260 semanas a US$138,46/semana). Os recursos do GEF são:

- Coordenador Técnico do Projeto (total de US$210.000: 260 semanas a US$807,69/semana);

- Diretor Financeiro (total de US$150.000: 260 semanas a US$ 576,92/semana)...”.

Segundo a Revisão Substantiva B, de 24/04/2009, “No plano nacional, a UGP será composta pelo Diretor do Projeto, a Coordenação Técnica Nacional, o Assessor Técnico do Projeto, o Diretor Financeiro e o Assessor Administrativo do Projeto. Como o Projeto é financiado pelo Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF), a supervisão das atividades necessárias para a consecução dos objetivos do Projeto será realizada por uma equipe do PNUD direta e exclusivamente ligada a este Projeto e que trabalhará em estreita colaboração com o MMA, ICMBio e IBAMA. O ICMBio designará pessoal de suas divisões técnicas existentes (DIREP, DIUSP, DIBIO) e divisão financeira (CGFIN – Coordenação Geral de Finanças e Arrecadação) para representar o componente de Coordenação Nacional da UGP. Também financiará o Diretor do Projeto e o Assessor Administrativo”.

O(s) Assessor(es) Administrativo(s) (que seriam do cofinanciamento) e o Diretor Financeiro (que seria do GEF) não foram contratados até a presente data.

A frase da Revisão Substantiva, “a supervisão das atividades necessárias para a consecução dos objetivos do Projeto será realizada por uma equipe do PNUD”, poderia ser interpretada como dando uma carta branca para essa equipe assumir a principal responsabilidade pelo Projeto. Além disso, o fato de o Assessor Técnico do Projeto, um consultor contratado pelo Projeto, ter sua sala dentro das instalações do PNUD (e, até recentemente, usar um endereço de email do PNUD) poderia dar a impressão de que ele integrasse essa equipe. Nesse tipo de concepção equivocada, a falta de cofinanciamento efetivo (excetuando algumas contribuições não em dinheiro não contabilizadas), a alta rotatividade de pessoal e a ausência de dedicação exclusiva ao Projeto no ICMBio não seriam impeditivos, já na prática o Projeto não seria de fato de execução nacional; os representantes do Governo seriam meros “espectadores”.

A Revisão Substantiva também prevê que “A fim de facilitar a coordenação, os coordenadores de outros Projetos GEF também serão convidados como observadores a algumas sessões das reuniões do CD. Esses projetos incluem: ARPA, AquaBio, Polinizadores e Probio. Trocas potenciais são previstas em áreas como: pesca comunitária, com o AquaBio; consolidação das UCs, com o ARPA; dinâmica da população de abelhas

Page 25: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

25

e produção de mel, com os Polinizadores; e estratégias para a preservação das espécies e dos ecossistemas, conhecimento e monitoramento da biodiversidade, com o Probio”. Isso não tem ocorrido.

3.2 Implementação do Projeto

O Orçamento Total e Plano de Trabalho, no documento do projeto (pág. 82-83 em inglês), lista, na coluna GEF Resultado/Atividade do Atlas, além dos quatro resultados, “Gestão”, especificando como responsáveis por todas as atividades “PNUD/MMA”. O PNUD tem responsabilidade direta do componente de Gestão para que possa, justamente, contratar avaliações do projeto e outras atividades de monitoramento e avaliação e gestão, sendo o ICMBio (instituto subordinado ao Ministério do Meio Ambiente – MMA) diretamente responsável pelos quatro resultados (os outros componentes do Projeto).

A seguir, apresentamos os desembolsos realizados pelo Projeto até 2012 e previstos para 2013, em dólares americanos.

Tabela 1

Desembolsos

ATIVIDADE 2009 2010 2011 2012 2013 TOTAL

RESULTADO 1 200 26,871 35,978 112,575

175,624

RESULTADO 2 43,216 11,896 66,634 163,314

285,061

RESULTADO 3 10,993 4,108 35,123 27,778

78,002

RESULTADO 4 5,848 43,891 179,127 46,731

275,597

RESULTADO 5 0 47,710 78,832 65,891

192,433

TOTAL ANUAL 60,258 134,476 395,693 416,290 349,530* 1,356,246

* Previsto.

Falamos acima dos arranjos de gestão do Projeto. No entanto, consideramos impossível entender a estrutura de implementação do Projeto sem entender a estrutura do próprio ICMBio. Diferente do IBAMA, do qual se separou, o ICMBio teria uma estrutura “transversal” ou linha-staff. Abaixo mostramos o organograma:

Page 26: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

26

Figura 1

Organograma do ICMBio

Logo abaixo do Presidente temos uma estrutura tipo staff, e abaixo da linha horizontal, uma estrutura vertical em linha.

O Projeto prevê a elaboração e implementação de planos de manejo em diferentes áreas piloto. Solicitações nesse sentido teriam que passar pela Diretoria de Criação e Manejo de Unidades de Conservão – DIMAN; e não se costuma transferir recursos entre linhas orçamentárias ou áreas piloto, ainda que estejam sobrando numa área com pouca execução. Por outro lado, até meados de 2012, o coordenador substituto do Projeto estava lotado na Coordenação de Políticas e Comunidades Tradicionais, dentro da Coordenação Geral de Populações Tradicionais, que fica na Diretoria de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial em Unidades de Consolidação – DISAT. Já que o Projeto depende muito do envolvimento das populações tradicionais (pescadores, inclusive catadores de caranguejos), isso seria ótimo, só que o Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentado das Populações Tradicionais - CNPT, criado em 1992 (portanto quatro anos depois do assassinato de Chico Mendes e quinze anos antes do próprio ICMBio), fica no DIBIO (porque hoje o CNPT é um centro de pesquisa); a coordenadora do Centro reside em São Luís, onde acumula a direção da área piloto das Reentrâncias Maranhenses.

Evidentemente, o próprio Projeto precisaria de uma estrutura matricial, onde as responsabilidades no Projeto de diferentes indivíduos e repartições fiquem claras. Não há, inclusive, nenhum funcionário do ICMBio lotado tempo integral no Projeto.

A alta rotatividade de diretores e coordenadores nacionais tem dificultado a compreensão dos meandros burocráticos pelos novos titulares. Caso venha a ocorrer novamente, a existência do assistente administrativo previsto no PRODOC poderia ajudar a evitar a solução de continuidade das atividades.

Page 27: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

27

No ICMBio, é possível encontrar continuidade e foco no Projeto principalmente na figura do encarregado da área financeira, que também tem anos de experiência de programa (no IBAMA). Dentro do próprio Projeto, existe só na pessoa do assessor técnico contratado. Fora isso, a continuidade reside nos escritórios do PNUD no Panamá (ligação com o GEF) e em Brasília.

Tendo em vista essa realidade, não é de se surpreender que pessoas nas áreas piloto por vezes culpem o PNUD (na maioria das vezes sem fundamento, na nossa opinião) pelas demoras e recusas na liberação de recursos, e até pela baixa execução do projeto. Mais que pela questão de relações públicas, a solução passa pelo fortalecimento da execução nacional do Projeto, e sua continuidade. Para ser forte, a execução não precisa ser centralizada; uma boa estrutura de monitoramento, avaliação e controle substitui a rigidez burocrática. Para isso, poderá ser necessária uma aprendizagem organizacional “double-loop”, que resulte “em mudanças nos valores da teoria aplicada da organização, bem como nas suas estratégias e pressupostos” (Calmon, 1999).

Uma informante numa das áreas citou a facilidade oferecida pela modalidade “conta vinculada”: dentro do programado, a coordenação local/regional gasta recursos que foram adiantados, presta contas e é reembolsada. Citou o Projeto ARPA (um projeto GEF do Banco Mundial, com execução pelo Funbio, que é uma entidade de direito privado). Segundo a página do MMA, “Outra conquista importante foi relativa às inovações administrativas, as quais tornaram possível uma gestão mais efetiva nas bases, ou seja, nas unidades de conservação. O sucesso é atribuído, principalmente, à criação e utilização dos sistemas acessados pela internet e da “conta vinculada”, o que é visualizado pela execução de 92% dos fundos do GEF. O SisARPA permite que os parceiros acompanhem o status da gestão das unidades apoiadas pelo projeto e Sistema Cérebro, o andamento financeiro do projeto. A ‘conta vinculada’ ou ‘conta conjunta’ permite fluxos de recursos entre Funbio e os gestores das unidades, com redução de burocracia, imediata prestação de contas e rapidez de execução (MMA, s.d.)”. Há questões legais envolvidas, porque talvez o acesso descentralizado aos recursos não seja possível hoje no direito público, pois existe a figura do ordenador de despesas nos projetos, além de questões relativas ao sistema de gerenciamento de recursos. De qualquer forma, a questão é relevante, considerando as reclamações nas áreas referentes à suposta administração “a conta-gotas” dos recursos do Projeto em Brasília, e as atuais políticas nacionais de fortalecimento da territorialidade e cogestão. Os detalhes da viabilidade jurídica de possíveis inovações nesse sentido ultrapassam a competência técnica dos avaliadores.

De qualquer forma, uma coisa é certa: todos precisam entender que este é de fato um projeto executado pelo Governo (NEX). O controle social (e até gerencial) das ações do governo brasileiro (aos diferentes níveis) já é difícil, e o das ações de um organismo internacional seria um desafio maior ainda.

A Lei nº12.527, sancionada pela Presidenta da República em 18 de novembro de 2011, tem o propósito de regulamentar o direito constitucional de acesso dos cidadãos às informações públicas; seus dispositivos são aplicáveis aos três níveis de governo. Estritamente falando, a lei não se aplica aos organismos internacionais; no entanto, as informações referentes aos gastos de recursos doados para o Brasil são disponibilizadas no portal do PNUD e os projetos preenchem o SIGAP do governo federal, no qual os dados de execução financeira são publicados, em respeito ao princípio da transparência e do e-governo. Portanto, não deverá haver restrições por porte do PNUD à promoção de maior controle social.

• Arranjos efetivos de parceria com atores relevantes no país/região, para a implementação do Projeto

o Criada em julho de 2007 pela Lei 7.019, a Secretaria de Estado de Pesca e Aqüicultura – SEPAq, assumiu o desafio de formular, planejar, coordenar e executar as políticas e diretrizes para o desenvolvimento sustentável, integrado e participativo das atividades pesqueira e aqüícola no Estado do Pará. A SEPAQ faz parte do CTAP, e o Plano de Gestão Integrada dos Recursos Pesqueiros vem sendo desenvolvida em colaboração com o Projeto e a Universidade Federal do Pará (Universidade Federal do Pará, 2013). Aproveitando uma inovação desenvolvida na Embrapa e na Universidade Federal do Piauí, em Parnaíba (ambos representados no CTAP Delta do Parnaíba), a SEPAq/PA investiu uma

Page 28: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

28

pequena quantia em “basquetas” termicamente isoladas para o transporte do caranguejo, reduzindo a mortalidade de 50% para menos de 2%, e apoiando os catadores na sua organização social. Hoje estes eliminaram o intermediário, escolhendo representantes que levam os caranguejos para o mercado, vendem (em Belém) a cerca de R$1,00 por unidade (melhor do que antes, mas ainda considerado barato), e dividem o dinheiro em proporção à contribuição de cada um.

o Em Parnaíba, os avaliadores participaram de uma reunião do CTAP, ou da maioria dos membros do CTAP, testemunhando a interação frutífera entre representantes do ICMBio, Embrapa, UFPI, SEMA, IBAMA, Cooperativas de Catadores de Caranguejo Delta-Uçá Ltda., e Associação dos Pescadores de Água Doce do Maranhão/MA; outras organizações de pescadores também participam.

o Estamos de posse dos Termos de Referência para a Elaboração do Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Mamanguape, de fevereiro de 2011, um documento de 55 páginas, cuja implementação está prevista no POA 2013. Criado em 2006 por decreto do Governador do Estado da Paraíba, o Comitê das Bacias Hidrográficas foi instalado em 2007. “Com a entrada do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBIO no Comitê... surgiu a oportunidade de fomento para a elaboração do Plano de Recursos Hídricos da bacia hidrográfica do rio Mamanguape”. Tudo indica que haverá progressos nesse sentido dentro do novo POA.

o A colaboração com as universidades públicas é importante em várias áreas piloto.

o O apoio de alguns municípios é útil nas diversas áreas piloto; muitos deles, principalmente no norte e nordeste, carecem de orientação, capacitação e organização.

• Retroalimentação das atividades de M&A usada para a gestão adaptativa

o Monitoramento e Avaliação

O METT – Management Effectiveness Tracking Tool (Ferramenta de Acompanhamento da Efetividade Gerencial) é um excelente instrumento para monitoramento e avaliação. Os resultados em 23 UCs em 2012 mostram que numa unidade de conservação do Projeto (RESEX Maracanã, no Salgado Paraense), “Há um sistema bom de M&A, e ela é bem implementada e usada na gestão adaptativa” (resposta 3 à questão 26). No entanto, em relação a cinco outras UCs naquela área e uma nas Reentrâncias Maranhenses, não houve resposta (sendo a resposta contabilizada como 0 – Não há nenhum monitoramento e avaliação na área protegida). Entre as outras UCs, houve onze caracterizadas como tendo algum monitoramento e avaliação ad hoc, mas nenhuma estratégia geral e/ou nenhuma coleta regular de resultados (nota 1); quatro receberam nota 2 (“Há um sistema acordado de M&A mas não há retorno dos resultados para a gestão”).

Considerando que para o gestor, o propósito do monitoramento, além da eventual prestação de contas, teria que ser a adaptação das ações a serem tomadas, notas inferiores a 3 parecem refletir uma situação de pouca utilidade. Por que prevalece essa situação? Por que informações de linha de base (2006-2007) e de linha de comparação (2012) não são melhor aproveitadas?

A Tabela 1 do Anexo 2 do PRODOC trata da “Análise METT”. São apresentadas pontuações (porcentagens médias) para as diferentes UCs nos agrupamentos, de acordo com os diferentes componentes do ciclo de gestão (Contexto, Planejamento, Insumos, Processos, Produtos, Resultado). Na nota de rodapé, consta que “Estas categorias representam agregados das seguintes questões METT: Contexto: 1) Situação legal; 2) Regulamentos da área protegida; 3) Aplicação da lei; 6) Demarcação da área protegida; 9) Inventário de recursos; Planejamento: 4) Objetivos de área protegida; 5) Design da área protegida; 7) Plano de manejo; 8) Plano de trabalho comum; 30) Monitoramento e avaliação; Insumos: 10) Pesquisa; 12) Número de funcionários; 14) Treinamento de pessoal; 15) Orçamento atual; 16) Orçamento garantido; Processos: 11) Gestão de recursos; 13) Gestão de pessoal; 17) Gestão do orçamento; 18) Equipamentos; 19) Manutenção de equipamentos; 20) Programa de educação e conscientização; 21) Vizinhos estaduais e comerciais; 22)

Page 29: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

29

Povos indígenas; 23) Comunidades sítios; 25) Turismo comercial; Produtos: 24) Instalações para visitantes; 26) Taxas; e Resultados: 27) Avaliação da condição; 28) Avaliação do acesso; 29) Avaliação dos benefícios econômicos”. As pontuações são apresentadas “como % da maior pontuação possível para cada categoria de efetividade de gestão (100% = 90 pts.), com os seguintes intervalos: Ruim: < 25% (0 – 22,5 pontos); Média: 25–50% (23 - 45 pts.); Boa: 51–75% (46-67,5 pts.); Excelente: 76–100% (68-90 pts.)”.

Na Reunião Comissão Técnica sobre Manguezais, Brasília/DF, 27 e 28 de Novembro 2012, foi feita uma apresentação mostrando que entre 2007 e 2012, “11 UCs melhoram e 12 UCs pioraram” nas pontuações totais no METT. Todas as áreas piloto receberam conceito Médio nos dois momentos, exceto o Mamanguape (PB), com conceito Bom nos dois momentos nas duas UCs. O número de UCs com conceito Ruim passou de 2 para 1; Média, de 14 para 16; Boa, de 6 para 6; e Excelente, de 1 para 0.

O próprio PRODOC reconhece que “considerando que a ferramenta METT atribui a cada pergunta igual peso, um "excelente" atribuído a uma determinada área pelo simples fato de estar demarcada contrabalançaria um "ruim" atribuído pela total falta de orçamento”. Mesmo assim, fixa uma meta de “70% das UCs piloto com nota METT Bom/Excelente”. O fato de este percentual ter caído de 30% para 26% certamente não pode ser considerado alentador. No entanto, há que reconhecer que, apresentado dessa

forma, o METT não é um instrumento muito sensível ou confiável.

Seria preocupante notar (como vemos na apresentação) que após cinco anos, as notas atribuídas a Processo e Saídas sejam as piores (e caindo), enquanto as de Contexto e Planejamento sejam as melhores (e subindo). Observe-se, no entanto, que as “Saídas” (os outputs, aqui chamados de produtos) são apenas duas: Dependências para visitantes, e Taxas – fatos de pouca relevância e representatividade nas UCs do Projeto.

Mais preocupante é a questão da equivalência entre as questões nos dois momentos. Uma tabela do Projeto mostra as “principais diferenças” entre as formas de 2007 e 2012, que são numerosas, mas deixa em aberto a questão das equivalências. Nossas tabelas 1, 2 e 3, abaixo, são o resultado de muitas horas de trabalho de detective e processamento manual dos dados. Faltaria, ainda, permitir que, ao pousar o mouse sobre as frequências, aparecessem os nomes das respectivas UCs. Transparência de dados implica em processamento eficiente, aproveitando ao máximo os recursos da tecnologia da informação, e a disponibilização das informações de forma amigável na internet.

Segundo a apresentação, o próximo passo será de “Estudar a relação entre métodos RAPPAM e METT para as UCs com manguezais”. Levantamentos RAPPAM (Avaliação Rápida e Priorização do Manejo de Unidades de Conservação) foram feitos pelo WWF em 2005-06 e 2010; novo levantamento deverá ser feito em 2015. Oferecem insights importantes (ver abaixo), ainda que de utilidade limitada para o monitoramento e avaliação formativa do Projeto, devido ao cronograma já determinado. Os dois instrumentos parecem ser pouco conhecidos no campo.

Acima, observamos que a solução de continuidade tem sido um problema na agência executora. O Relatório de Implementação do Projeto (PIR) referente a 2011/2012 afirma que “Durante o período relatado, certas dificuldades foram enfrentadas pela equipe do Projeto, devido às burocracias e às normas institucionais, causando erros de comunicação e demoras. Ao mesmo tempo, o Escritório do PNUD (CO) no País estava envolvido na organização dos eventos da Rio+20, que sobrecarregou muitos dos seus funcionários. No caso, o CO do PNUD deveria tomar providências, elaborando uma estratégia para superar situações semelhantes em eventos futuros. Além disso, a repentina retirada da equipe do Projeto do ex-Assessor Técnico e, mais tarde, do Oficial de Programa, ambos responsáveis pela realização da maioria das atividades planejadas, também provocou dificuldades referentes ao bom andamento do Projeto, já que não houve uma transição tempestiva entre profissionais, dos antigos para os novos. No caso de novas mudanças na equipe de trabalho, o restante da equipe do Projeto deve ser informada com antecedência, para que possa preparar uma transição adequada, evitando demoras e interrupção.

“É preciso melhorar a comunicação entre o CO do PNUD e seus parceiros, e vice-versa, para fortalecer a ligação entre outros projetos atuais, manter um nível elevado de aliança e gerar confiança. Durante a

Page 30: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

30

oficina realizada em maio, com todos os envolvidos no Projeto Manguezais, foi ressaltado que os procedimentos administrativos e questões orçamentárias deveriam ser melhor esclarecidas.”

Essas observações se referem a problemas principalmente na agência implementadora. No entanto, na época a instância que deveria tratar o assunto deixou de se reunir. Até meados de 2012 o Projeto tinha a Coordenação Nacional, formada pelo Diretor Nacional (ICMBio), Coordenador Nacional (ICMBio) e Assessor Técnico, trabalhando permanentemente e em sintonia. Ela se reunia mensalmente, muitas vezes com a participação do oficial de programa (PO) do Projeto (PNUD). Todas as atividades listadas no POA do ano em execução eram checadas individualmente.

Tampouco foi abordado o assunto acima relatado na apresentação sobre o POA 2013. Conclui-se que o PIR apresentou informações oportunas de M&A, visando à gestão adaptativa, mas que até o presente momento elas não foram aproveitadas nesse sentido.

O Plano de Ação para a Conservação das Espécies Ameaçadas e de Importância Socioeconômica do Ecossistema Manguezal na Costa Brasileira (Pan Manguezal) oferece oportunidades de gestão (ou manejo) adaptativo. Na Oficina de Balizamento (São Luis, maio de 2012), foi feita uma observação importante: “Foi apontado o projeto do Porto Espadarte e os blocos de petróleo como ameaças nesta área. Ressaltou-se a necessidade de conexão territorial das RESEXs. Milhares de famílias vivem do caranguejo e esse número poderia ser aumentado com a efetiva conservação dos manguezais neste cinturão. Ocorrência do Peixe-boi. Pesca artesanal praticada até 10 milhas da costa. Ressaltada a importância ecológica desta área no contexto regional, nacional e global. Maior área contínua de manguezais do Planeta” (Cinturão Pará-Maranhão)”. No entanto, a ameaça do Porto Espadarte praticamente não tem sido objeto de consultas do Projeto.

Em novembro de 2012, foi apresentada uma transparência mostrando dados do Centro de Sensoriamento Remoto do IBAMA, mostrando o Mapeamento e Monitoramento da Cobertura de Manguezais nos estados em 2008 e 2009. Ainda que haja pouca ou nenhuma diferença de um ano para outro, seria importante acompanhar os dados anuais até o ano em curso, para detectar quaisquer tendências e tomar as medidas necessárias.

Tendo em vista esses fatos, só podemos atribuir ao Projeto, e aos organismos que o apoiam, conceito insatisfatório (U) no item, Monitoramento e Avaliação, tanto no seu design quanto na implementação.

3.3 Resultados do Projeto

• Alcance dos objetivos

Objetivo Geral: promover a conservação e o uso sustentável dos ecossistemas manguezais e das funções e serviços ambientais necessários para o desenvolvimento nacional e para o bem-estar das comunidades litorâneas.

A Ferramenta de Acompanhamento da Eficácia da Gestão – METT foi aplicada antes do início do Projeto (2006-2007) e em 2012. Aqui aprofundamos a análise dos três indicadores de Resultados.

Das 26 UCs do Projeto, 23 têm dados de linha de base e linha de comparação. Duas questões se referem aos dois aspectos do objetivo geral do Projeto (conservação e uso sustentável dos ecossistemas, e o bem-estar das comunidades litorâneas). Nas questões abaixo, há quatro alternativas (0, 1, 2, 3, e 4), onde 4 é a mais positiva e 0 (ou tracinho, ou em branco) indica ausência ou retrocesso.

A questão 27 (30 em 2012) trata do impacto nos valores ecológicos e culturais, e na biodiversidade (ver Tabela 2). A biodiversidade e os valores ecológicos se referem ao ecossistema, enquanto os valores culturais contribuem para o bem-estar das comunidades.

Page 31: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

31

Tabela 2

Projeto Manguezais do Brasil

Frequências na Linha de Base e Linha de Comparação:

Impacto nos Valores Ecológicos e Culturais, e na Biodiversidade

2012

2006/07 0 1 2 3

0 2 1

1 1

2 2 13 4 1

3

Observamos que a moda (13 UCs) baixou da resposta 2 (Alguma biodiversidade, valores culturais e ecológicos estão sendo parcialmente degradados, mas a sua maioria não está sendo significativamente impactada) para resposta 1 (Alguma biodiversidade, valores culturais e ecológicos estão sendo severamente degradados). Quatro UCs permaneceram com a resposta 2, quatro tiveram ganhos e dois caíram de 2 para 0.

A questão 29 (25 em 2012) trata do impacto em termos de benefícios econômicos para a população local (ver Tabela 3).

Page 32: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

32

Tabela 3

Projeto Manguezais do Brasil

Frequências na Linha de Base e Linha de Comparação:

Benefícios Econômicos

2012

2006/07 0 1 2 3

0 2 1

1 1

2 1 3 9 2

3 1 2 1

Nesse caso, a moda, de 9 UCs, permaneceu em 2 (A existência da UC trouxe algum beneficio econômico local mas foi de pequena significância para a economia regional). Houve uma UC que passou de 0 para 3 (A existência da UC trouxe significante beneficio econômico para as comunidades locais, devido às atividades realizadas pelas comunidades na área); mas, em compensação, também outra que passou de 3 para 0 (A existência da UC reduziu as opções de desenvolvimento econômico para as comunidades locais). Quatro UCs tiveram ganhos e sete, perdas.

Esses resultados, que constituem indicadores preliminares de impacto, só podem ser considerados insatisfatórios (U), a não ser que melhorem a médio-longo prazo.

Propósito (Objetivo Imediato): “adotar uma estratégia de gestão de áreas protegidas testada no campo para a conservação efetiva de uma amostra representativa dos ecossistemas manguezais brasileiros”.

A questão 28 (10 em 2012) trata do manejo da UC de acordo com seus objetivos e, especificamente, da avaliação de acesso e de sistemas de proteção (ver Tabela 4).

Page 33: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

33

Tabela 4

Projeto Manguezais do Brasil

Frequências na Linha de Base e Linha de Comparação:

Acesso e Sistemas de Proteção

2012

2006/

07

0 1 2 3

0 4 3 2

1 3 1

2 1 8

3 1

Mais uma vez, a moda, de 8 UCs no caso, permaneceu em 2 (Sistemas de proteção são moderadamente efetivos para o controle do acesso, ou têm seu uso de acordo com os objetivos da UC). Houve seis ganhos e cinco perdas.

A princípio, esses resultados só poderiam ser considerados insatisfatórios. No entanto, examinemos os quatro resultados previstos e seus respectivos produtos, antes de dar uma nota definitiva referente ao critério efetividade.

Além das entrevistas e observações in loco, foram feitas quatro perguntas por escrito aos coordenadores das cinco áreas, referentes aos problemas enfrentados e a contribuição do Projeto. As respostas são resumidas a seguir.

1. Quais os principais problemas ambientais (ecológicos) externos para o trabalho de gestão da UC (criados por fatores sociais, ambientais, políticos e econômicos)?

Salgado Paraense

Ingerências parlamentares em busca de clientela política para sustentação eleitoral;

Conflitos de territórios em sistemas de manejo tais como pesca predatória com redes e geleiras, principalmente no Marajó;

A urbanização desordenada; e

Crescente especulação criada por grandes projetos petrolíferos e superportos.

Reentrâncias Maranhenses

A extensão geográfica da APA aliada ao processo de ocupação desordenada em vários dos 16 municípios;

Page 34: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

34

A ausência de políticas públicas municipais, estaduais e federal sendo direcionada para resolução de problemas ambientais como lixões a céu aberto, corte ilegal de madeiras, uso desordenado de recursos naturais, em especial dos recursos pesqueiros ainda abundantes na região;

O modelo de desenvolvimento na região não consegue contribuir e mesmo valorizar os atributos da paisagem cênica (tão exuberante), o grande potencial para turismo de base comunitária e ecológico, e o grande potencial de oferta de recursos pesqueiros (diversidade de peixes e crustáceos );

Os impactos de origem antrópica na região são o corte ilegal de árvores dos manguezais, restritos em sua grande maioria às vizinhanças das cidades para a construção de casas, o tingimento das velas dos barcos e o uso do tanino para curtir couros e peles, o uso indiscriminado de alguns recursos naturais que ameaçam a desaparecer, tais como a população de crustáceos e moluscos, como é o caso do sururú (gênero Mytella), ocasionando o desaparecimento dos recursos e impossibilitando também a reprodução de inúmeros pássaros. Ocorrem, ainda, coletas de ovos de aves migratórias, caça e a pesca predatória exercida por locais e pessoas vindas de diversas regiões do país, tem sido uma constante ameaça a manutenção da sociobiodiversidade; e

por fim, a não mobilização da área como um unidade de conservação leva a uma fragmentação e enfraquecimento das poucas ações desenvolvidas, em especial nas UCs federais como Resex Quilombo Frechal e Resex Cururupu e o aprendizado e replicação dessas ações se tornam inócuas quando visto do ponto de vista global.

Delta do Parnaiba

Especulação imobiliária, com a aquisição de terras da União por grupos estrangeiros (principalmente) para a implantação de projetos imobiliários, como loteamentos, hotelaria, resort, e empreendimentos de geração de energia eólica em áreas de grande fragilidade ambiental e de grande beleza cênica (Rota das Emoções), áreas de grande potencialidade para o ecoturismo e turismo de base comunitária que poderia promover o desenvolvimento inclusivo da comunidade local, diferentemente das atividades que estão sendo incentivadas pelos governos nas três esferas;

Perda de recursos pesqueiros nos estuários da região pela atividade exploratória pelos grandes arrastos de camarão, pesca predatória, além do aumento da exploração do setor em termos mundiais e do aumento do número de pescadores pela falta de alternativa de renda; e

Turismo desordenado.

Barra do Mamanguape

Consideramos que a sobreposição de parte da APA/ARIE Mamanguape com a Terra Indígena Potiguara seja o principal problema em relação à gestão da área. Geralmente se configuram conflitos de interesses referentes à gestão das UC e as necessidades dos povos indígenas.

Agrupamento SP/PR

O canal do Valo Grande - Canal artificial construído no século XIX para encurtar a distancia entre o rio Ribeira de Iguape e o Porto de Iguape. A princípio apenas uma vala para trânsito de canoas de carga, sofreu um gigantesco incremento com a erosão e alargamento de suas margens. Hoje despeja 70% da vazão total do rio , diretamente no Lagamar, modificando suas características físico-químicas e consequentemente sua biodiversidade, atingindo assim diretamente o estoque pesqueiro, associado à outros fatores menores como a alta incidência de pesca amadora e sobrepesca de espécies de maior valor econômico;

A poluição do rio Ribeira de Iguape, alimentador do sistema estuarino do Lagamar através do canal do Valo Grande; agrotóxicos utilizados na lavoura da banana e metais pesados entre eles o chumbo;

A expansão da especulação imobiliária nas áreas urbanas e ocupação de áreas de preservação permanente de encostas, mangues e restingas por residências de veraneio, moradia e estruturas de apoio náuticas; e

O desmatamento para expansão da lavoura bananeira e especulação imobiliária.

Page 35: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

35

2. Quais os principais problemas ambientais (ecológicos) internos para trabalho de gestão da UC (criados por fatores sociais, ambientais, políticos e econômicos)?

Salgado Paraense

Conflitos de uso dos recursos pesqueiros; e

Desmatamento, caça e captura de animais silvestres.

Reentrâncias Maranhenses

Extinção dos guarás e comprometimento do ciclo das aves migratórias pela ação humana;

Aterro/assoreamento causado pelo despejo de rejeitos de pedra;

Contaminação por mercúrio (em alguns lugares); e

Pesca predatória, particularmente por arrastão, pela pesca industrial;

Entre as principais áreas de risco destacam-se:

Dunas móveis aterrando manguezais, corpos de água, estradas e casas;

Crescimento urbano desordenado perto da costa;

Contaminação do lençol freático por coliformes fecais; e

Desmatamento de matas ciliares.

Delta do Parnaíba

Falta de alternativa de renda, na qual faz com que as comunidades explorem os recursos naturais para obter o sustento de suas famílias, principalmente na atividade de pesca e cata de caranguejo;

Disposição irregular de resíduos sólidos e a falta de saneamento básico, que causam contaminação do lençol freático;

Uso e ocupação do solo de forma desordenada, não respeitando os planos diretores dos municípios; e

Ausência do documento norteador de gestão - plano de manejo da APA Delta do Parnaíba.

Barra do Mamanguape

Internamente há problemas relacionados com o interesse na implantação de empreendimentos que não estariam de acordo com os objetivos da Unidade (como a carcinicultura), além de outros que ainda precisam de uma regulamentação, como os loteamentos urbanos e empreendimentos turísticos; e

Há também problemas relacionados com a destinação de resíduos sólidos, ocupação de áreas de preservação permanente, poluição e degradação de recursos hídricos (os quais acabam por prejudicar as espécies ameaçadas de extinção que existem na região, como o peixe-boi marinho), entre outros problemas.

Agrupamento SP/PR

Acima de tudo, a inexistência de ferramenta de gestão efetiva da Unidade- o Plano de Manejo; e

A pesca amadora, o desmatamento e ocupação de áreas de preservação permanente a poluição e exploração irregular de mananciais, a mineração e a deposição de resíduos sólidos e líquidos.

3. Quais aspectos da UC tiveram mudança positiva (desde o começo da implantação do Projeto)?

Salgado Paraense

Crescente consciência social para suportar ações integradas e reagir a propostas de mudança; e

Page 36: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

36

Ter agora um diagnóstico mais acurado tendo uma visão macro dos recursos, dos diferentes ambientes e de suas diversas formas de uso e sociobiodiversidade e das fragilidades das cadeias produtivas com vista à sustentabilidade econômica.

Reentrâncias Maranhenses

Em decorrência de problemas de implantação, ainda não tivemos como avaliar esse aspecto; porém, a articulação com a criação do Comitê conseguiu articular atores sociais mais diversificados interessados e comprometidos com a implementação e o alcance dos resultados; e

Articulação com os principais grupos de interesse da região que são os trabalhadores do setor pesqueiro, entendidos neste contexto como os pescadores artesanais, marisqueiros, piscicultores que trabalham em regime de parceria e/ou em regime familiar e os artesões de apetrechos de pesca, que estão organizados por meio das Colônias, dos Sindicatos, das Cooperativas e Associações de Pescadores.

Delta do Parnaíba

A formação dos conselhos gestores da APA e da RESEX Delta do Parnaíba que só foram criados após o apoio do Projeto Manguezais do Brasil, além de disponibilizar recursos para a realização das reuniões ordinárias, uma vez que o ICMBio não possui recursos financeiros para arcar com algumas despesas como locação de auditório, diárias, passagens que são fundamentais para que os membros do conselho que residem longe possam participar da reuniões, fazendo que a participação da sociedade civil representada nos conselhos ocorra de fato;

A articulação entre as instituições que atuam na região com o trabalho mais focado ao que necessitamos, e essa articulação se deve ao Projeto Manguezais do Brasil, que conseguiu discutir junto com os parceiros as necessidades locais e trabalharmos de forma conjunta de forma mais focada com os objetivos da unidade de conservação: antes cada instituição desenvolvia os seus projetos sem compartilhar as informações com as demais, e em alguns casos houve instituições trabalhando com projetos semelhantes que poderiam ser maximizados com redução de custos e de tempo de trabalho dos parceiros; e

Proximidade com algumas comunidades que não tínhamos muito contato e trabalhos desenvolvidos, principalmente com a questão da cata do caranguejo e turismo de base comunitária.

Barra do Mamanguape

Com o início das atividades relacionadas com o Projeto Manguezais do Brasil (Projeto de Sinalização, Plano de Recursos Hídricos, e principalmente o Plano de Manejo da APA/ARIE), a relação com as comunidades e com as entidades parceiras se estreitou muito, o que também fez com que as ações de gestão alcançassem o seu público alvo;

As reuniões abertas e oficinas realizadas junto às comunidades foram muito produtivas e certamente serão levadas em consideração no planejamento das atividades das UC; e

A possibilidade de elaboração do Plano de Recursos Hídricos aproximou bastante a APA das instituições e entidades parceiras, como a SUDEMA, AESA, UFPB, Comitê de Bacia Hidrográfica, entre outras.

Agrupamento SP/PR

A implantação e funcionamento do Comitê Técnico da Área-Piloto, a articulação com as outras unidades de conservação da região, notadamente as estaduais componentes do mosaico Lagamar;

A sensibilização de comunidades tradicionais acerca da Unidade e suas ferramentas de Gestão visando a participação destas no Conselho Gestor da UC; e

Na discussão do Plano de manejo da Unidade o trabalho das consultorias contratadas.

4. Quais questões e problemas persistem e dificultam a gestão eficiente dos recursos naturais na UC ou que precisam ser melhorados ou aprimorados?

Page 37: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

37

Salgado Paraense

Aumentar o grau de comunicação e a coordenação entre os órgãos do governo e lideranças.

Reentrâncias Maranhenses

Ausência de levantamento e sistematização da bibliografia atualizada;

Espacialização atual do território da APA das Reentrâncias Maranhenses;

Não consolidação da articulação dos diversos atores para a proposta de zoneamento da APA das Reentrâncias Maranhenses.

Delta do Parnaíba

Falta de servidores para atuar de forma mais próxima das comunidades com ações de educação ambiental e de fiscalização com objetivo de coibir os usos de artes de pesca predatórias;

A falta de parceria com a gestão municipal que poderia apoiar no sentido de ter no quadro de servidores, técnicos da área ambiental que poderiam estar atuando de forma mais próxima e rápida;

Falta de recursos financeiros; e

Política municipal e estadual e federal que não percebem a importância de integrar os projetos com a questão ambiental.

Barra do Mamanguape

Enquanto não terminarmos o plano de manejo da APA/ARIE e iniciarmos (e também finalizarmos) o Plano de Gestão de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Mamanguape, teremos muitos problemas em implantar ações efetivas de gestão na área. Consideramos que os referidos planos são instrumentos básicos de gestão e devem ser elaborados o mais rápido possível.

Agrupamento SP/PR

Fundamentalmente, a falta de Plano de Manejo da Unidade.

Complementos

Salgado Paraense

-

Reentrâncias Maranhenses

Dar celeridade aos aspectos administrativos (por exemplo: apoio para elaboração e publicação de termos de referência – TRs, contratação de pessoal para realização dos serviços exclusivos do Projeto); e

Articular melhor as ações oportunizando intercâmbio entre as áreas pilotos.

Delta do Parnaíba

O maior objetivo da área piloto é elaborar um plano de gestão do caranguejo-uçá, para isso faz-se necessário a transferência de recursos não utilizados da área piloto para esse produto;

Estreitar as relações entre os parceiros com objetivo de construir projetos após a finalização do Projeto Manguezais, principalmente com a assistência técnica, pois sem continuidade as comunidades acabam se desinteressando, pois ainda a cultura é muito dependente do estado, extremamente paternalista (difícil de quebrar essa dependência).

Barra do Mamanguape

Com o início das atividades relacionadas com o Projeto Manguezais do Brasil (Projeto de Sinalização, Plano de Recursos Hídricos, e principalmente o Plano de Manejo da APA/ARIE), a relação com as comunidades e com as entidades parceiras se estreitou muito, o que também fez com que as ações de gestão alcançassem o seu público alvo;

Page 38: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

38

As reuniões abertas e oficinas realizadas junto às comunidades foram muito produtivas e certamente serão levadas em consideração no planejamento das atividades das UC; e

A possibilidade de elaboração do Plano de Recursos Hídricos aproximou bastante a APA das instituições e entidades parceiras, como a SUDEMA, AESA, UFPB, Comitê de Bacia Hidrográfica, entre outras.

Agrupamento SP/PR

A implantação e funcionamento do Comitê Técnico da Área-Piloto,a articulação com as outras unidades de conservação da região, notadamente as estaduais componentes do mosaico Lagamar;

A sensibilização de comunidades tradicionais acerca da Unidade e suas ferramentas de Gestão visando a participação destas no Conselho Gestor da UC; e

Na discussão do Plano de manejo da Unidade o trabalho das consultorias contratadas.

As respostas põem em destaque as realizações do Projeto no Salgado Paraense e o atraso da Área Piloto vizinha, as Reentrâncias Maranhenses, bem como os empecilhos nas outras áreas.

Quando o Projeto estava se iniciando, o desafio na Amazônia Costeira não era tanto de parar as incursões existentes nos manguezais quanto de deitar as bases para o desenvolvimento comunitário sustentável, a fim de evitar possíveis futuras incursões maiores. Os dados longitudinais mostram que é basicamente isso que aconteceu, pelo menos no Salgado Paraense. Levantamentos RAPPAM foram feitos em 2005/06, e novamente em 2010, em todas as unidades de conservação no Brasil. Entre as unidades que iriam compor as cinco áreas piloto, o progresso foi bem maior no Salgado Paraense que nas outras áreas, principalmente nos itens que indicam processo (principalmente o planejamento gerencial e a tomada de decisões, e especialmente pesquisa, monitoramento e avaliação) e resultados, e também, até certo ponto, insumos (principalmente recursos humanos e infraestrutura). A Tabela 5, abaixo, mostra os dados apresentados para as quatro RESEX do Pará, que, diferente da quase totalidade das outras UCs do Projeto, tiveram ganhos notáveis no período.

Page 39: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

39

Tabela 5

Índices RAPPAM para 2005-06 e 2010, 4 UCs do Salgado Paraense

Curuçá Maracanã Bragança São João da Ponta

Ano

2005- 2006 2010

2005- 2006 2010

2005- 2006 2010

2005- 2006 2010

Índice Geral 28 35 26 54 23 26 27 60

Importância Biológica 74 67 64 82 70 51 82 64

Importância Socioeconômica 74 64 62 91 76 76 58 80

Vulnerabilidade 84 64 80 84 84 68 71 40

Objetivos 64 87 64 67 56 47 64 80

Suporte Legal 60 56 60 60 60 12 56 76

Desenho e Planejamento da Área 53 51 53 69 53 49 53 86

Recursos Humanos 4 28 4 40 4 4 4 84

Informação e Comunicação 40 23 40 43 40 30 40 60

Infraestrutura 0 24 0 32 0 12 0 60

Recursos Financeiros 27 17 43 67 27 0 23 30

Planejamento Gerencial 12 12 12 44 0 32 12 76

Tomada de Decisões 47 60 40 77 37 49 40 66

Pesquisa, Monitoramento e Avaliação 0 26 0 66 0 46 0 46

Resultados 17 20 17 37 0 11 15 38

Page 40: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

40

Pesquisa, Monitoramento e Avaliação subiram de zero para 26-66% nas quatro áreas. As diferentes áreas tiveram vários exemplos de crescimento substancial a partir de zero, inclusive na infraestrutura (todas as quatro áreas).

Estando já com todo pique, como vemos nos resultados no RAPPAM e nos relatórios orais, o Salgado Paraense se deslanchou a partir do início efetivo do Projeto em 2010. Dentro do contexto da gestão pesqueira integrada, a Secretaria de Pesca e Aquicultura – SEPAq (representada na CTAP) pôs em prática pela primeira vez em abril de 2011 a técnica desenvolvida por Jefferson Legat, junto com o professor João Marcos de Góes, da CTAP do Delta do Parnaíba, envolvendo um novo método de transporte do caranguejo uçá; em setembro daquele ano, ensinaram aos participantes na Feira Agrícola de Castanhal (no coração do Salgado Paraense) como aplicar a inovação (http://www.sepaq.pa.go.br/?q-node/257 ). Os caranguejos não são mais transportados em sacas e sim em basquetas cobertas com esponjas molhadas. Segundo o referido portal, no primeiro dia da viagem a taxa de mortalidade usando a inovação cai de 50% para 2,5% (e agora até 1,2%, segundo os técnicos da SEPAq entrevistados). Após seis dias em viagem, 83% dos caranguejos ainda estão vivos, versus 14% daqueles transportados em sacas. Em 2011-2012, 380 catadores de caranguejos foram capacitados como multiplicadores; cada um deverá capacitar mais 25. Tendo inicialmente investido uma pequena quantia na compra das basquetas, o estado agora financia o curso, e as viagens e diárias para os participantes. Como evidência do desenvolvimento de capital social, temos o fato de que cada grupo de extrativistas escolhe um membro do grupo para levar as basquetas para o mercado (normalmente em Belém) e comercializar os caranguejos. De volta em casa, ele divide os proventos de acordo com o número de caranguejos contribuído por cada um. O preço por caranguejo, antes três centavos pagos pelo intermediário na comunidade, agora foi fixada em um real no mercado em Belém.

Os problemas de descontinuidade na execução e gestão do Projeto criaram atrasos na criação de um subsistema de gestão de manguezais em Áreas Protegidas, atendendo aos ditames do Sistema Nacional de Unidades de Conservação do Brasil. Entretanto, as ações que vêm sendo desenvolvidas dentro do possível caminham nesta direção. É preciso então lembrar que ainda faltam 2/3 das atividades a serem desenvolvidas até que todo o Projeto se considere plenamente executado. Esse será o tempo preciso para que a nova direção e coordenação do Projeto tracem todas as estratégias de gestão necessárias para atingir esse Resultado 1 de maneira cabal.

Vale ressaltar que na área-piloto das Reentrâncias Maranhenses esse componente ainda está por começar a ser executado. Entretanto, deve-se considerar que a coordenação que vem sendo feita na mesma região do Produto 1.5 (Plano Nacional para a Conservação e Uso Sustentável de Manguezais) fará uma grande contribuição para a construção do subsistema de gestão de manguezais, na medida em que aquele produto proverá ao Projeto um conjunto detalhado de informações sobre as formas de manejo dos recursos pesqueiros e das florestas de mangues.

Desse modo, as ações envolvendo os Produtos de 1.1 a 1.5 partem de uma mesma base institucional que vai se firmando e se desenhando como política pública, na medida em que as ações do Projeto vão sendo executadas. Entretanto, a partir das observações de campo e entrevistas com atores e beneficiários, entende-se que o marco regulatório de transporte do caranguejo, que deverá definir os modos de manuseio, reduzindo assim as perdas até os bares e restaurantes de venda ao consumidor final, terá um grande impacto na dinâmica de alocação desse recurso natural, nos preços de mercado e nos níveis de conservação do crustáceo.

As práticas de transporte de caranguejos em basquetas, em menores quantidades, que implicam em baixíssimas taxas de mortandade durante o transporte até o consumidor final, mostra que está é uma tecnologia apropriada. Entretanto, existem dois caminhos para esta nova tecnologia se tornar efetiva para um número maior de atravessadores. Primeiro, através de um novo marco regulatório. A segunda se baseia na percepção de mercado de que essa nova tecnologia implica em benefícios econômicos e de mercados para os atravessadores e compradores finais. O marco regulatório

Page 41: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

41

do transporte do caranguejo, juntamente com a difusão de novas práticas de manuseio do crustáceo, pode ter resultados muito promissores no cumprimento do Produto 1.1 do Projeto.

Tendo em vista o destaque de uma das cinco áreas (o Salgado Paraense), modificamos a nota provisoriamente dada ao Atingimento dos Objetivos para Moderadamente Satisfatório (MS).

• Apropriação pelo País e Integração

A criação do ICMBio, durante a fase de negociação do Projeto, foi um passo importante no sentido de priorizar as unidades de conservação em relação às atividades de fiscalização e licenciamento. No entanto, na prática, às vezes nas áreas todo o tempo da equipe continua sendo dedicado à fiscalização, controle e licenciamento, forçando a coordenação a praticamente deixar as atividades do Projeto nas mãos dos consultores contratados pontualmente. Em Brasília, ainda não há pessoal que se dedica ao Projeto em tempo integral, e a rotatividade é grande. Tudo isso mina o senso de pertença e a própria apropriação do Projeto pelo País.

Shannon (2002a; 2002b) expõe uma excelente análise para uma organização florestal no Século XXI. Parece até que o artigo foi escrito considerando o caso do ICMBio. Os dilemas e questões de uma organização florestal no mundo de hoje, em todo lugar, são os mesmos: promover o trabalho de colaboração entre diferentes atores e organizações parceiras, estar baseada na gestão do conhecimento, da informação e da aprendizagem continuada, estar inserida num contexto de contínua mudança e transformação tecnológica, e permanecer sempre aberta a novos processos e demandas sociais, ambientais e econômicos.

Percebe-se que existem quatro questões relacionadas ao Projeto que poderiam servir para reflexão e nortear um planejamento organizacional do mesmo. Estas questões estão de certo modo inter-relacionadas, e uma depende da outra. Elas são:

1. A agilidade gerencial e burocrática; 2. A continuidade operacional, funcional e organizacional; 3. A coerência e o amadurecimento conceitual e metodológico; e 4. A gestão de pessoal, considerando a congruência entre o que se demanda em termos de gestão e as habilidades burocráticas.

A agilidade – considerando o que está no documento do projeto e o que está definido como ações a serem executadas, é importante o Projeto liberar as ações, de maneira que elas possam ser cumpridas o mais breve possível: fazer todas as contratações de pessoal necessárias, todas as aquisições de equipamentos e liberar os recursos para a execução das ações.

A continuidade – A necessidade organizacional de desmembrar a área de gestão de Unidades de Conservação do IBAMA e se criar o ICMBio fez com que o Projeto sofresse um grande impacto em termos de descontinuidade de triagem e implementação. Entretanto, esta foi uma situação sui generis e não se trata de um fato rotineiro. Percebe-se que o ICMBio vive um processo de fortalecimento institucional, consolidando a sua cultura burocrática, valores e princípios e buscando o seu espaço, o seu conteúdo e a sua forma, o que é natural para qualquer organização ainda em tenra idade. É preciso lembrar que a descontinuidade e volatilidade e rotatividade funcional atrapalham a execução de um projeto e interferem na sua performance e no sucesso de qualquer organização e empreitada.

O conceito – É importante amadurecer um conceito de gestão de Área de Proteção Ambiental – APA – dentro do ICMBio e do Projeto – que se traduza na construção de uma proposta e roteiro metodológico. Talvez uma grande contribuição do Projeto seja promover essa discussão metodológica e gerencial em torno da APA como ferramenta política, técnica e burocrática de gestão do uso-do-solo e do desenvolvimento sustentável e que possa estar compartilhada e cogerida com prefeituras, organizações parceiras, estados e organismos internacionais, governamentais e não-governamentais.

O pessoal – O Projeto precisa ter pessoal permanente que esteja ali em tempo integral pensando, discutindo, planejando, colaborando, desenvolvendo e executando as atividades e objetivos do Projeto. O projeto não pode ser tocado somente baseado no termo de referência do consultor, como ocorre hoje. O

Page 42: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

42

Projeto poderia ser também um laboratório para a adoção e aplicação de ferramentas de TI, tais como SIG Comunitário Participativo e Sensoriamento Remoto, como instrumento de planejamento e gestão do uso do solo em Unidades de Conservação, baseado em plataformas digitais virtuais integradas.

• Sustentabilidade

Avaliação geral: MU (moderadamente improvável: risco substancial de que resultados chaves não continuem após encerramento do Projeto; alguns produtos e atividades deverão continuar).

o Financeira

Há carência de recursos operacionais (administração das UC, fiscalização); fatores políticos e emergências atrasam ou inviabilizam investimentos maiores (Plano de Gestão de Recursos Hídricos do Mamanguape); há baixa execução financeira do Projeto.

Avaliação: ML (moderadamente provável: riscos moderados, mas espera-se que pelo menos alguns resultados (outcomes) se sustentem).

o Institucional e de governança

Até agora, os maiores desafios à sustentabilidade dos esforços têm sido o tempo de dedicação ao Projeto do pessoal envolvido (intensidade e continuidade) e a institucionalização dos mecanismos de gestão; esses desafios só tendem a aumentar com o término do Projeto formal.

Poderosos interesses econômicos e políticos priorizam os megaempreendimentos (Pré-Sal no Sudeste, Porto de Espadarte no Pará) sobre a preservação dos manguezais.

Por outro lado, novas formas de gestão (cogestão, territórios integrais), complementadas por comunidades de prática e aprendizagem, oferecem soluções aos problemas complexos de articulação entre entidades e níveis de governo num país do tamanho do Brasil, e fomentam o advocacy.

Avaliação: MU (moderadamente improvável: risco substancial de que resultados chaves não continuem após encerramento do Projeto; alguns produtos e atividades deverão continuar).

o Ambiental

A Amazônia Costeira, que inclui o Salgado Paraense e as Reentrâncias Maranhenses, representa a maior área contínua de manguezais no mundo, com cerca de 8.900 km2 (Kjerfve, et alii, 2002). A área entre Belém e São Luís se caracteriza por inúmeras reentrâncias. As duas capitais já sofreram severa degradação dos manguezais (Ferreira de França, 2001; Mochel, et alii, 2001). Contudo, a área entre as duas está muito bem preservada: “A costa norte do Brasil apresenta alta diversidade de ecossistemas, com grande riqueza ecológica e baixo grau de comprometimento ambiental (Prost, et alii, 2001, pág. 75). A apenas 100 km. a jusante de Belém no Rio Pará, na baía próxima ao início da costa atlântica, houve 87 km2 de expansão dos manguezais (7,2%) entre 1986 e 1995 (Faure, 2001, pág. 44); portanto, as mudanças nas áreas de cobertura de manguezais nem sempre podem ser um indicador válido de impacto de projeto. Aquele município, São Caetano de Odivelas, é considerado o limite ocidental do Salgado Paraense e do “litoral de rias”, que se extende até a Baía de São Marcos e, segundo os especialistas, para além dela.

Entretanto, Santana (2001, pág. 180) assinala “que o ambiente costeiro paraense apresenta um forte dinamismo, em que a erosão de praia, movimentação de dunas e assoreamento de estuários são fenômenos freqüentes”. Ela cita pescadores de Fortalezinha e da vila de Algodoal: “... a culpa não é só da natureza, mas também do homem que sem nenhuma orientação técnica retira areia, pedras das praias e desmata o mangue, facilitando a entrada do mar e trazendo problemas para os pescadores que realizam suas atividades na beira da praia”. No Maranhão, fora a ilha de São Luís (onde a ocupação desordenada do solo trouxe extensas perdas de cobertura de mangue), “a supressão das áreas de manguezal é mais expressiva nas sedes municipais e nas áreas onde tem-se instalado as fazendas camaroneiras” (Mochel, 2011, pág. 112).

Page 43: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

43

Recentemente, Furtado, Maciel de Oliveira e Santana (2012) chamaram a atenção para a retomada da polêmica referente a um possível porto de calha profunda na área da reserva Mãe Grande de Curuçá. A página da Secretaria Especial de Portos, Companhia Docas do Pará (http://www2.cdp.com.br/forms/espadarte.aspx) anuncia “As Potencialidades do Terminal Marítimo Offshore do Espadarte... um terminal a altura da maior província mineral do mundo”. Parece que da Ponta da Tijoca, na ilha de Guarás, a apenas dois quilômetros rumo ao mar, a profundidade é de 25,60 metros. Nos anos setenta, a suposta falta de um lugar adequado para um porto de calha profunda no Pará havia levado a Companhia Vale a construir um superporto da baía de São Marcos, em São Luís, para escoar os minerais do Carajás. Em entrevista em Curuçá, a diretora no Pará do Conselho Nacional das Populações Extrativistas expressou sua grande preocupação com a possibilidade real de construção do novo superporto.

Numa época em que a “revolução das expectativas ascendentes” alcança até os mais remotos dos habitantes do litoral paraense e maranhense, parece que a única escolha seja entre o desenvolvimento sustentável e o insustentável. Isso fica nítido entre os jovens, que, se possível, gostariam de “melhorar de vida” e, com poucas exceções, não participam das associações de extrativistas, pescadores e produtores rurais (obs.: no Delta do Parnaíba, a falta de outras opções implica na persistência de muitos jovens como catadores de caranguejos). Mesmo entre as pessoas menos ambiciosas, a extrema pobreza por vezes faz o crescimento econômico, por insustentável que seja, parecer mais atraente que o status quo.

Avaliação: MU (moderadamente improvável: risco substancial de que resultados chaves não continuem após encerramento do Projeto; alguns produtos e atividades deverão continuar).

o Socioeconômica

Riscos associados a grandes empreendimentos, carcinicultura comercial (imunidade da área indígena – PB; única solução encontrada: o licenciamento ambiental do empreendimento). O extrativismo tradicional (agora mais eficiente) será considerado uma alternativa aceitável, principalmente pelas gerações mais novas?

Avaliação: MU (moderadamente improvável: risco substancial de que resultados chaves não continuem após encerramento do Projeto; alguns produtos e atividades deverão continuar).

• Papel catalítico

A Oficina de Balizamento do Plano de Ação para Conservação das Espécies Ameaçadas e de Importância Socioeconômica do Ecossistema Manguezal na Costa Brasileira (PAN Manguezal) foi realizada no período de 23 a 24 de maio de 2012, na Sede Nacional do CNPT/ICMBio, na cidade de São Luís, Maranhão. A oficina contou com a participação de 35 pessoas, entre representantes de povos e comunidades tradicionais, lideranças comunitárias, gestores de unidades de conservação e analistas ambientais do ICMBio, pesquisadores e representantes de organizações ambientais, de toda a costa brasileira.

O evento foi promovido pelo Instituto Chico Mendes – ICMBio, coordenado pelo CNPT com a supervisão da COPAN e apoiado com recursos do Projeto Manguezais do Brasil (GEF MANGUE BRA 07/G32). Faz parte do trabalho nacional de proteção às espécies ameaçadas de extinção, endêmicas e de importância socioeconômica empreendido pela Diretoria de Conservação da Biodiversidade do ICMBio e contribuirá com a construção do Plano Nacional para a Conservação dos Manguezais, coordenado pelo Projeto Manguezais do Brasil.

O PAN Manguezal terá uma abrangência nacional e para sua operacionalização está subdividido em três regiões (Alvite, 2012).

• Impacto

(Ver também a discussão do atingimento do Objetivo Geral, acima.)

O que se espera?

Page 44: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

44

o No caso do estoque de capital natural, seria considerado aceitável manter a cobertura de manguezais constante.

o No caso de capital humano, um aumento ou diferença positiva em relação a algum contrafatual é esperado.

Hipótese básica implícita: o aumento do capital humano, mediante o fortalecimento do capital social, fomentará a preservação do capital natural.

Alternativas:

o Advocacy: Ambientalistas e extrativistas podem advogar pelo aumento de renda e de capital humano via outros caminhos, como a racionalização da exploração dos recursos dos manguezais e a equidade e lisura na distribuição dos benefícios, evitando os grandes impactos negativos trazidos por megaempreendimentos.

o Adaptação: Haveria maneiras de assegurar a distribuição equitativa dos benefícios, além de minimizar os danos ambientais, de empreendimentos como os superportos e o Pré-Sal? O que poderia ser feito, por exemplo, para evitar que espécies invasivas trazidas por navios nas águas de lastro prejudiquem a biodiversidade dos manguezais, fenômeno esse que tende a aumentar com a construção portuária?

Avaliação: Dadas as incertezas apontadas, além do pouco tempo de execução do Projeto até agora, concluímos que essa questão é impossível de avaliar por enquanto.

4. Conclusões, Recomendações e Lições

• Recomendações

o Considerando a necessidade de se construírem todos os Produtos do Resultado 1 do Projeto (adoção de uma estratégia testada), recomenda-se a formação de uma comunidade de prática e aprendizagem. Esse tipo de comunidade é a forma mais efetiva e bem sucedida para fortalecer redes de trabalho, através da gestão do conhecimento e da comunicação. Na verdade, toda a implementação e gestão do Projeto pode se tornar mais eficiente dentro de uma comunidade de prática e aprendizagem, que pode ser construída dentro da plataforma virtual do ICMBio, sem necessariamente ter patrocínio ou moderação oficial. Como a profusão do conhecimento codificado e organizado é muito grande e crescente, as comunidades de aprendizagem se tornam um meio para organizar e direcionar esse conhecimento e informação.

o Considerando o Produto 3.1, que visa desenvolver e testar novas abordagens para o planejamento do uso do solo e usos permitidos coordenados juntamente com os estados federativos e os municípios envolvidos na área-piloto das Reentrâncias Maranhenses, entende-se que será de grande serventia e utilidade o desenvolvimento nesta nova metodologia (abordagem). A urbanização de áreas contíguas às Unidades de Conservação da área-piloto e mesmo a formação de vilas dentro das UCs trazem desafios que precisam ser pensados dentro de uma dinâmica maior. Entretanto, como foi observado durante os trabalhos de campo nas Reentrâncias Maranhenses, esta ação somente será bem sucedida se for totalmente encampada e apoiada pelo governo do estado do Maranhão, com o envolvimento das municipalidades e de suas prefeituras e prefeitos, conforme preconiza o próprio cabeçalho do Produto 3.1. Até agora, devido à descontinuidade do Projeto, nada ainda foi feito em relação a este Produto.

o Com relação à formação de competências e gestores de UC e autoridades ambientais em questões de mangue e em habilidades de gestão da UC, visando criar uma equipe de autoridades capazes de implementar ações de mangue sob a visão do Projeto, recomenda-se utilizar ferramentas digitais geoespaciais para facilitar a gestão de território, seja para

Page 45: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

45

facilitar a gestão de conflitos ou visando os diferentes tipos de uso do solo e dos recursos naturais.

o Existe nas equipes de gestão do Projeto a necessidade de novas ferramentas de gestão que possam melhor trabalhar a interface comunitária e social dos projetos. O Produto 1.5, que vem sendo implementado pelo ICMBio em São Paulo, tem, aos poucos, introduzido ferramentas de TI para análise geoespacial dos agroecossistemas de manguezais. Entretanto, seria importante que o Projeto utilizasse mais essas ferramentas para o planejamento das ações, tanto burocráticas quanto de cogestão comunitária, através do que vem sendo chamado de SIG Participativo. Por exemplo, imagens de sensoriamento remoto para séries históricas de dez ou vinte anos podem ajudar a entender a dinâmica das zonas manguezais, dos deltas e fozes dos rios na sua confluência com o mar, resultante da força das correntes marinhas e de suas interações com as zonas costeiras e a vazão dos rios.

o Com relação às ações do Produto 2.1, Desenvolver enfoques ecossistêmicos para o uso sustentável dos recursos da pesca nas RESEXs de manguezais e nas suas proximidades: embora tecnicamente esse Produto possa ser considerado completamente implementado, precisa ser dito que algumas lideranças comunitárias não consideraram a relação com o meio acadêmico positiva. Foi narrado em um caso que havia uma relação hierárquica e vertical que buscou contrapor a forma acadêmica e científica de ver a realidade a uma forma comunitária, estabelecendo assim uma relação instrutor-aprendiz. Dado isto, recomenda-se que as oficinas sejam conduzidas de maneira que os beneficiários se sintam à vontade para participar, dar sugestões e exporem as suas compreensões e visões dos problemas listados.

o Criar uma coordenação de observação e monitoramento remoto, especialmente baseado em tecnologia LIDAR (Lighting Detection and Ranging), que é hoje a tecnologia geoespacial dominante para a gestão de recursos naturais, dentro da DIBIO (Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade) do ICMBio.

o Criar uma Diretoria de Geomática, voltada exclusivamente para desenvolver e gerenciar estudos de análise geoespacial, promover a sua correta aplicação dentro do órgão e conduzir o treinamento de pessoal; a diretoria também manteria estreita cooperação com o INPE, o IBAMA e centros de pesquisa nacionais e internacionais voltados para estudos baseados na aplicação de geomática para observação da terra, gestão dos recursos naturais, espaços humanos e paisagens.

o Criar uma plataforma integrada baseada em web (internet) e tecnologias geoespaciais, de maneira que todos os escritórios locais possam estar virtualmente conectados, compartilhando dados, etc.

o Estreitar a cooperação política, técnica e burocrática com o Ministério da Pesca e Aquicultura, de maneira a mais rapidamente agilizar decisões políticas que têm interfaces e interferem diretamente na ação do ICMBio nas UCs, mas que são prerrogativas de iniciativa do MPA, tais como a portaria de transporte do caranguejo, que se encontra em negociação

o Criar uma maior cooperação técnica e burocrática com as ações do INCRA dentro das UCs.

o Estreitar a cooperação política, técnica e burocrática com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), especialmente referente às políticas do Programa Federal Territórios da Cidadania. Ele trabalha com uma abordagem territorial, mas a metodologia deles ignora e não leva em conta a existência das UCs no mesmo espaço geográfico e lugar. Isto tem criado conflitos gerenciais entre as ações dos Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS) e as ações de rotina do ICMBio. As instâncias de cogestão e

Page 46: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

46

territorialidade apoiadas pelo Projeto e pelo ICMBio precisam estar integradas na política nacional interministerial.

o Fomentar a autonomia dos CTAPs (Conselhos Técnicos de Área Piloto) para tomar e executar decisões, com responsabilização (accountability), no sentido de fortalecer a cogestão. A melhor forma de promover e fortalecer a cogestão é a partir do planejamento comunitário participativo. O planejamento participativo já no seu início pode ajudar a construir uma agenda de demandas, potencialidades, fragilidades e forças da organização comunitária que pode ser usada para a gestão da UC e do Projeto como um todo. Na verdade, isto já vem sendo feito nas cinco áreas-piloto e na medida em que o Projeto for avançando na execução de suasatividades e ações, a tendência é que a cogestão vá se aprimorando ese fortalecendo conjuntamente.

• Conclusões e Lições

Em parte, a problemática das Reentrâncias Maranhenses se deve à existência de apenas uma Unidade de Conservação federal (Resex Cururupu), em meio a nove estaduais. A agência do Projeto, o ICMBio, cuida das UCs federais apenas. A solução preconizada pela política nacional atual passaria pelos conceitos de território e identidade. “A ideia é encaminhar um acordo do Governo (federal) com a pretensão de se conseguir um mapa territorializado do país, em caráter geral, a partir de onde cada ministério desdobraria suas ações setoriais e particulares”.3 No entanto, enquanto todo o estado da Bahia hoje se divide em territórios de identidade, o conceito ainda não foi aplicado ao litoral norte do Maranhão. Já existem territórios interestaduais, e toda a área das rias paraenses e maranhenses poderia muito bem constituir um território desse tipo. Obs.: o Mosaico Lagamar, que une o litoral Sul de São Paulo com o do Paraná, já poderia constituir um território nesse sentido.

Rezende de Almeida comenta que “Já comitês de bacia hidrográfica também adotam eleições de entidades, mas geralmente há requisitos legais e temáticos que precisam ser preenchidos para ter o direito de participar. Avaliar tais particularidades e a possibilidade ou não de renovação das lideranças, bem como a existência de disputa dos distintos interesses, opiniões e perspectivas, é crucial para a qualificação desta representação como democrática”. Em princípio, os comitês de bacia hidrográfica seriam uma alternativa permanente para praticamente todas as áreas de preservação de manguezais, cujo “território” muitas vezes abrange principalmente uma ou mais bacias hidrográficas.

Na APA Delta do Parnaíba, o único documento norteador utilizado para subsidiar a tomada de decisão é o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do Baixo Parnaíba (2002). A unidade não conta com plano de manejo, o que dificulta enormemente a gestão da mesma. Na quinta área piloto, o Mamanguape, na Paraíba, o plano de manejo, cogitado para a primeira etapa do Projeto, deverá finalmente ser aprovado em maio deste ano; o plano de recursos hídricos, os recursos previstos para qual foram redirecionados pelo Governo devido a uma emergência em fins de 2011, deverá ser implementado dentro do POA 2013. Esses dois planos são considerados fundamentais para o processo de capacitação e o próprio funcionamento do CTAP. Este se reúne atualmente com pouca frequência, enquanto o Comitê da Bacia Hidrográfica, trabalhando em estreita colaboração com a Agência Executiva de Gestão das Água0s do Estado da Paraíba – AESA e, em menor grau, a Superintendência de Administração do Meio Ambiente – SUDEMA/PB, que ocupam assentos na CTAP, operam com pleno vigor.4 Entretanto, o CTAP dessa área piloto carece de maior representação dos pescadores e comunidades tradicionais.

O planejamento hídrico está explicitamente cogitado no Documento do Projeto: “Produto 3.2. Processos de gestão de recursos hídricos na Paraíba desenvolvidos e testados para contemplar as necessidades de

3 Perico (2009), Identidade e Território no Brasil. Brasília, MDA-SDT / IICA, pág. 54-57, 68. 4 Ver Termos de Referência para a Elaboração do Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Mamanguape, fevereiro de 2011, 55 páginas.

Page 47: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

47

conservação dos manguezais… Ao criar um vínculo entre as instituições que governam os recursos hídricos e os conselhos de UCs, o Projeto criará conhecimentos, mecanismos e precedentes para a conexão entre os dois setores. Exemplos dessa interconexão incluem: a participação de autoridades e conselhos de gestão de UCs no desenvolvimento de planos locais de gestão de bacias hidrográficas; a integração de questões importantes para os manguezais, como a quantidade e qualidade da água, em processos de planejamento de gestão de recursos hídricos a nível de bacias; e a definição de mecanismos para regular o uso de instrumentos de recursos hídricos, principalmente as outorgas de uso de água”.

Rafael Echevarri Perico (ibid, pág. 68) comenta também que “O Ministério do Meio Ambiente (MMA) enfrenta enorme dificuldade para superar o âmbito ambiental em si e para se abrir à articulação com as diversas áreas que permitem incorporar de forma integral o conceito operado no Território de identidade”. No entanto, “Destacam-se, entre o conjunto de programas e planos coordenados e executados pelo MMA, o Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e o Plano da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco” (ibid, pág. 72). O MMA precisa tomar iniciativas nesse sentido em relação às áreas com manguezais.

O PNUD tem dois sistemas financeiros para o controle do Projeto (Atlas e Extranet); a ABC tem um (SEGAP), e o MMA tem outro (SIGMA), supostamente ligado ao SIGPLAN, do Ministério do Planejamento. O ICMBio tem seus próprios sistemas, inclusive um da UGP para o controle físico-financeiro. No entanto, nenhum deles é aberto ao público, e em geral não se intercomunicam. Pouco operacionalizam as metas do Projeto. Portanto, parecem pouco adequados para o controle gerencial integrado, quanto menos para o controle social.

O ideal de Chico Mendes se expressa nacionalmente através do Conselho Nacional das Populações Extrativistas e do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Sócio-biodiversidade Associada a Povos e Comunidades Tradicionais (CNPT). Aquele conta com representação na CTAP do Salgado Paraense e este, no das Reentrâncias Maranhenses, através da sua chefia. Sendo hoje também órgão de pesquisa, o CNPT ficou lotado na Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio, um pouco afastado, portanto, da execução do Projeto Manguezais, apesar de, em tese, a execução do projeto perpassar toda a estrutura do Instituto.

Apesar de totalmente financiado com recursos externos (exceto as contrapartidas, que não são contabilizadas na prática), o Projeto é de execução nacional. Portanto, a responsabilidade é da agência executora, o ICMBio (apesar do que consta no PRODOC, o MMA nunca executou diretamente nenhuma parte do projeto). Isso tem que ficar claro para as áreas, cujos gestores e funcionários às vezes pensam que uma demora na liberação de recursos, ou até sua não aprovação, seria da responsabilidade direta do PNUD. A própria ABC pode se sentir um pouco sem autoridade para alterar o que foi decidido pela SEAIN, do Ministério do Planejamento, na aprovação inicial do Projeto. Portanto, deve ser esclarecido para todos que o Projeto é de fato executado pelo Governo, representado pela Agência Brasileira de Cooperação, e que a agência executora é o ICMBio.

Page 48: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

48

Referências Bibliográficas

Alvite, Carolina Mattosinho de Carvalho (2012). Plano de Ação para a Conservação das Espécies Ameaçadas e de Importância Socioeconômica do Ecossistema Manguezal na Costa Brasileira (PAN Manguezal).

Calmon, Kátya Maria Nasiaseni Calmon (1999). A avaliação de programas e a dinâmica da aprendizagem organizacional. IPEA, Planejamento e Políticas Públicas, 19, junho de 1999, pág. 3-70.

Cordeiro da Rocha, J. S.; Favacho da Rocha, D. D.; Carneiro, A. L. C. (2006). O Super Porto do Espadarte no imaginário da população do município de Curuçá no estado do Pará. Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006. http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra/SENIOR/RESUMOS/resumo_2548.html, acessado em 14/02/2013.

Empresa Maranhense de Administração Portuária (s.d.). Porto do Itaqui. http://www.emap.ma.gov.br/ , acessado em 14/02/2013.

Faure, Jean-François (2001). Multitemporal analysis of mangrove spatial dynamics in São Caetano de Odivelas, Pará, Brazil. IN Prost, Maria Thereza; Mendes, Amilcar Carvalho, orgs. (2001). Ecossistemas

costeiros: impactos e gestão ambiental. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, pág. 39-49.

Ferreira de França, Carmena (2001). Degradação ambiental de planícies de inundação e qualidade de vida na cidade de Belém, Pará, Brasil. IN Prost, Maria Thereza; Mendes, Amilcar Carvalho, orgs. (2001). Ecossistemas costeiros: impactos e gestão ambiental. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, pág. 99-101.

Filardi, Carla (2012). Consultoria técnica para levantamento, sistematização, catalogação e análise do marco legal e regulatório (federal, estadual e municipal). Apresentação em PowerPoint Furtado, Lourdes Gonçalves; Maciel da Silveira, Isolda; Santana, Graça (2012). Reserva Extrativista Marinha Mãe Grande – Curuçá, Pará, Brasil: estudo etnoecológico e sociocultural. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi.

Giddens, Anthony (1986). The Constitution of Society: Outline of the Theory of Structuration. University of California Press.

_______(2009). A Constituição da Sociedade. Martins Fontes – WMF, São Paulo-SP.

_______(1994). Beyond Right and Left: The Future of Radical Politics. Palo Alto CA: Stanford University Press.

_______(1996). Para além da esquerda e da direita: O futuro da política radical. Unesp, São Paulo-SP.

_______(1991). As conseqüências da modernidade. São Paulo: Unesp.

_______(1991a). The Consequences of Modernity. Cambridge: Polity. UK.

Governo do estado do Pará, Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças, Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (2011). Estatística Municipal: Curuçá. http://iah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/georeferenciamento/curuca.pdf . acessado em 14/02/2013.

IBAMA (1999). Roteiro metodológico para gestão de área de proteção ambiental – APA. Brasília: IBAMA, Brasília-DF.

Ranking das Melhores cidades Brasileiras Segundo IFDM (índice firjan de desenvolvimento municipal). http://webmais.com/ranking-das-melhores-cidades-brasileiras-segundo-ifdm-indice-firjan-de-desenvolvimento-municipal/. acessado em 14/02/2013.

Kjerfve, B. et alii (2002). Morphodynamics of muddy environments along the Atlantic coasts of North and South America, IN: Healy, T.; Wang, Y.; Healy, J. A. (eds.), Muddy coasts of the world: processes, deposits

and functions. Amsterdã, Elsevier Science, pág. 479-532.

Mochel, Flávia Rebelo, et alii (2001). Degradação dos manguezais na ilha de São Luís (MA): processos naturais e impactos antrópicos. IN Prost, Maria Thereza; Mendes, Amilcar Carvalho, orgs. (2001). Ecossistemas costeiros: impactos e gestão ambiental. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, pág. 113-131.

Page 49: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

49

Mochel, Flávia Rebelo (2011). Manguezais amazônicos: status para a conservação e a sustentabilidade na zona costeira maranhense, IN Bonifácio, Marlúcia; Gomes de Oliveira, Tadeu, orgs. (2011), Amazônia

Maranhense: diversidade e conservação. Belém, Museu Paraense Emílio Goeldi (pág. 92-116).

Perico (2009), Identidade e Território no Brasil. Brasília, MDA-SDT / IICA, pág. 54-57, 68.

Projeto Manguezais do Brasil, GEF/PNUD/ICMBio, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade de Manguezais em Áreas Protegidas do Brasil. Reunião Comissão Técnica sobre Manguezais, Brasília/DF, 27 e 28 de Novembro 2012 (PowerPoint).

Prost, Maria Thereza Ribeiro da Costa, et alii (2001). Manguezais e estuários da costa paraense: exemplo de estudo multidisciplinar integrado (Marapanim e São Caetano de Odivelas). IN Prost, Maria Thereza; Mendes, Amilcar Carvalho, orgs. (2001). Ecossistemas costeiros: impactos e gestão ambiental. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, pág. 75-87.

Rezende de Almeida, Debora (s.d.). Representação como processo: a relação estado e sociedade no Brasil democrático.

Rodrigues de Moraes, Marília Britto (2011). Contribuições à Implementação das Áreas de Proteção Ambiental Federais. Tese de Doutorado. Departamento de Geografia. USP, São Paulo-SP.

Santana, Graça (2001). Formas organizativas e estratégias de vida no litoral paraense, IN Prost, Maria Thereza; Mendes, Amilcar Carvalho, orgs. (2001). Ecossistemas costeiros: impactos e gestão ambiental. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, pág. 177-182.

SEPAq (2011). Logística do Transporte do Caranguejo Uçá. Governo do Estado do Pará, Belém.

Termos de Referência para a Elaboração do Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Mamanguape, fevereiro de 2011, 55 páginas.

United Nations Environmental Programme; International Human Dimensions Programme on Global Environmental Change (2012). Inclusive wealth report 2012: Measuring progress toward sustainability. http://www.unep.org/pdf/IWR_2012.pdf . Acessado em 14/02/2013.

Universidade Federal do Pará. Projeto: Proposta do Plano de Gestão Integrada dos Recursos Pesqueiros com Enfoque Ecossistêmico para as Reservas Extrativistas Marinhas do Litoral Paraense. Produto Nr. 2. Versão preliminar do Plano de Gestão Integrada dos Recursos Pesqueiros com Enfoque Ecossistêmico para as Nove Reservas Extrativistas Marinhas do Litoral Paraense. Belém, Janeiro 2013.

Wenger, E.; White, N.; e Smith, J. D. (2009). Digital Habitats: Stewarding Technology for Communities. Portland, Oregon, CPsquare.

Page 50: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

50

Anexos

Page 51: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

51

Anexo 1

Cofinanciamento em Dinheiro, Proposto e Efetivo, por Fonte, e Desembolsos de Cofinanciamento (US$ 1000)

Cofinanciamento Desembolsos

Cofinanciamento PNUD Governos ONG Total

(Tipo/Fonte)

Proposto Efetivo* Proposto Efetivo* Proposto Efetivo* Proposto

A fundo perdido

6490,451

75

6565,451

Créditos Empréstimos Capital Instrumentos não

donativos Outros tipos Total geral

6565,451

Taxa de câmbio usado:

US$1 = R$2,2 * Sem a Verba para Elaboração do Projeto

(PPG)

Anexo 2

Cofinanciamento não em Dinheiro, Proposto e Efetivo, por Fonte, e Desembolsos de Cofinanciamento (US$ 1000)

Cofinanciamento Desembolsos

Cofinanciamento PNUD Governos ONG Total

(Tipo/Fonte)

Proposto Efetivo* Proposto Efetivo* Proposto Efetivo* Proposto

A fundo perdido

8375,241

405

8780,241

Créditos Empréstimos Capital Instrumentos não

donativos Outros tipos Total geral

8780,241

Taxa de câmbio usado:

US$1 = R$2,2 * Não controlado pelo Projeto

Page 52: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

52

Anexo 3

Termos de Referência

BRA 07/G32 – Brazilian Mangroves

Effective Conservation and Sustainable Use of Mangrove Ecosystems in Brazil (PIMS 3280)

Atlas Project No.00055992

Terms of Reference

Mid-Term Evaluation

August 2012

Country(ies): Brazil

ATLAS Award ID: 00055992

PIMS Number: 3280

GEF Focal Area: Biodiversity

GEF Strategic Objective: SO1- SP2

GEF Budget (USD): 5,000,000

Co-Financing Budget (USD): 15,345,692

Project Document Signature date: July 31, 2008

Date of first disbursement: October 29, 2009

Original Planned Closing Date: August 2013

Executing Agency: ICMBio/MMA/IBAMA

Date of Project Closure August 2013

Page 53: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

53

INTRODUCTION

UNDP/GEF Monitoring and Evaluation (M&E) policy

The Monitoring and Evaluation (M&E) policy at the project level in UNDP/GEF has four objectives:

i) to monitor and evaluate results and impacts; ii) to provide a basis for decision making on necessary amendments and improvements; iii) to promote accountability for resource use; iv) to document, provide feedback on, and disseminate lessons learned.

A mix of tools is used to ensure effective project M&E. These might be applied continuously

throughout the lifetime of the project – e.g. periodic monitoring of indicators -, or as specific time-

bound exercises such as mid-term reviews, audit reports and final evaluations.

In accordance with applicable policies for UNDP/GEF projects, all GEF-funded projects implemented

by UNDP are subjective to a mid-term and a final independent evaluation. According to the Project

Document of the project Effective Conservation and Sustainable Use of Mangrove Ecosystems in

Brazil PIMS 3280 mid-term evaluation is foreseen.

The current Terms of Reference of the Mid-Term Evaluation of the Brazilian Mangroves Project

outline what is expected from the Evaluation Team/Evaluator and briefly reflect key aspects of the

project and its background. For any description on methodology, procedures and content of the

evaluation report reference is made to the UNDP Evaluation Guidance for GEF Financed Projects

(Annex 1).

Brief project description

Mangrove ecosystems are among the most productive on earth, supporting globally significant

biodiversity and providing resources and environmental services that underpin economic activities

and ensure the environmental integrity of coastal areas. Moreover, their role in increasing the

resilience of coastal ecosystems, communities and economic activities to climate change is

increasingly recognized. Despite their importance, Brazil’s mangroves are vulnerable to a number of

anthropogenic threats. The result is the loss of mangrove habitats and the provision of resources on

which many communities and sectors depend. The project addresses this problem by tailoring

existing protected area management tools in the National System of Conservation Units (SNUC) to

address the specific characteristics of mangrove ecosystems and increase capacities for their

implementation, thus establishing minimum standards and improved approaches to mangrove

conservation and sustainable use across the country. In doing so it would provide the operational

Page 54: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

54

consolidation of a sub-set of mangroves PA based on field tested innovative management

approaches in both sustainable use and strict conservation categories thus advancing the maturation

of the SNUC. The result would be direct conservation benefits to 568,000 ha of globally significant

mangroves, positive impacts on the livelihoods of some of the poorest segments of Brazilian society

and a framework through which lessons learnt could be replicated to all Brazilian mangrove

ecosystems and others globally.

The long term goal of this project is the conservation and sustainable use of Brazil’s mangrove

ecosystems and the environmental services and functions important for national development and

the well-being of traditional coastal communities. The Project objective is to contribute to this goal

by providing a field tested protected area management strategy that is adopted for the effective

conservation of a representative sample of mangrove ecosystems in Brazil. This will be achieved

through four Outcomes: (i) The enabling environment for a sub-system of mangrove ecosystem PA is

in place, including policy, regulatory, and financial mechanisms. This will also provide an enabling

environment for the implementation, sustainability and replication of the Project strategy (ii)

Replicable models are in place for the management of mangrove resources in SNUC sustainable-use

protected areas. This will focus on environmental and pro-poor issues through working with

communities to improve the sustainability of their livelihoods; (iii) Conservation of mangroves is

improved by piloting the alignment of UC management with sectorial and spatial planning through a

landscape-based approach. This will tackle barriers to the PA approach from a sectorial perspective;

and (iv) Mangrove-related outreach, dissemination and adaptive management will be increased. This

will focus on M&E and information generation for adaptive management of mangrove PAs and their

resources. The Project is executed by Chico Mendes Institute for the Conservation of Biodiversity –

ICMBIO, in cooperation with Brazilian Institute of the Environment and Renewable Natural

Resources (IBAMA), Brazil’s Ministry of the Environment (MMA), Ministry of Fisheries and

Aquaculture (MPA), with UNDP acting as the GEF implementing agency.

OBJECTIVES OF THE EVALUATION

The Mid-Term Evaluation (MTE) will be conducted according to guidance, rules and procedures for

such evaluations established by UNDP and GEF as reflected in the UNDP Evaluation Guidance for GEF

Financed Projects (Annex 1). A key principle of the evaluation is that it must provide clearly

documented evidence and analysis, and unbiased assessment.

With the objective to strengthen the project adaptive management and monitoring, mid-term

evaluations are intended to identify potential project design problems, assess progress towards the

achievement of objectives and make recommendations regarding specific actions that might be

taken to improve the project. As such the MTE provides the opportunity to assess early signs of

project success or failure and prompt necessary adjustments. Another objective of the MTE is to

ensure accountability for the achievement the GEF objective. Through the identification and

Page 55: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

55

documentation of lessons learned (including lessons that might improve design and implementation

of other UNDP/GEF projects) an MTE also enhances organizational and development learning.

The main stakeholders of this MTE are Chico Mendes Institute for the Conservation of Biodiversity –

ICMBIO, Ministry of the Environment (MMA), Brazilian Institute of the Environment and Renewable

Natural Resources (IBAMA), National Centre of Traditional Populations (CNPT), National Water

Agency (ANA), Ministry of Agricultural Development (MDA), Secretary of Family Agriculture (SAF),

Brazilian Agricultural Research Corporation (EMBRAPA), Federal University of Maranhão (UFMA),

Brazilian Service on Support of Micro and Small Enterprises (SEBRAE), Traditional populations

(artisanal fishermen, crab collectors, marisqueiras, family farmers), Secretariat for Science and

Technology and the Environment (SECTAM, Para State), Secretariat for the Environment and Natural

Resources (SEMA/GEMA, Maranhão State), Secretariat for the Environment and Natural Resources

(SEMAR; Piaui State), Secretariat for the Environment (SEMACE, Ceará State), Special Secretariat for

the Environment, Water and Mineral Resources (SECTMA/SUDEMA, Paraíba State), Secretariat of

the Environment (SMA, São Paulo State), State Secretariat of the Environment – (SEMA/IAP, Paraná

State), local governs and local communities inside or near Protected Areas.

SCOPE OF THE EVALUATION

The evaluation will cover the five major criteria which are relevance, effectiveness, efficiency, results

and sustainability. These five evaluation criteria should be further defined through a series of

questions covering all aspects of the project intervention, broken out in three main sections:

a) Project Formulation: Logical framework, Assumptions and Risks, Budget (co-finance) and Timing.

b) Project Implementation: IA/EA supervision and support, monitoring (including use of tracking tools) and evaluation, stakeholder participation, adaptive management.

c) Achievement of Results: Outcomes, Impacts, Catalytic Effect, Sustainability, Mainstreaming (e.g. links to other UNDP priorities, including related support programmes set out in the UNDAF and CPAP, as well as cross cutting issues).

The UNDP Evaluation Guidance for GEF Financed Projects (Annex 1) details which of the project

components need to be rated as well as a definition of the six point rating scale (from Highly

Satisfactory to Highly Unsatisfactory).

PRODUCTS EXPECTED FROM THE EVALUATION

The evaluation team is expected to deliver three products as described in the Guidance (Annex 1).

Page 56: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

56

• An Inception Report

• Oral presentation of main findings of the evaluation to UNDP CO and Project Team before the mission is concluded in order to allow for clarification and validation of evaluation findings.

• Evaluation report which is to be in line with the Report Outline described in the Guidance.

METHODOLOGY OR EVALUATION APPROACH

The EF methodology is to follow the Guidance (Annex 1) and the Evaluation Team is to present a

fine-tuned proposal in the Inception Report which is to be discussed with the UNDP-Brazil country

Office and the projects Coordination Unit.

A list of documents to be reviewed by the Evaluation Team is attached in Annex 2.

EVALUATION TEAM AND PROFESSIONAL ABILITIES REQUIRED

The mid-term evaluation will be undertaken by 2 external evaluators and must be performed in

close cooperation with the Coordination Team of Brazilian Mangroves Project, which will assist and

support with documents and all information needed for the evaluation process.

6.1. Consultant 1

In general terms this consultant should: ensure the assessment is carried out in an objective way to

provide an external perspective to the immediate environment of the project, from his/her

international experience. Should lead the aspects of management, financial, administrative; financial

sustainability and aspects linked to social/poverty.

Specifically he/she will:

• Assess the capacity of the different instances of the project implementation, carefully reviewing the ability to carry out their specific responsibilities;

• Evaluate how different instances, are related among themselves and as maintained a clear definition of roles and responsibilities;

• Assess managerial, financial and administrative aspects of the project including the compliance with the rules and procedures of the administrative system, financial and project reporting, making sure they are aligned with the financial rules and regulations of UNDP and GEF, and the public procurement rules when it applies. (includes co-financing);

Page 57: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

57

• Evaluate the cost effectiveness of the methodologies used by the project;

• Evaluate the design of the project, its relevance and progress towards the objectives set;

• Assess the achievement of impacts, especially in relation to the populations of the pilot areas, financial sustainability and institutional capacity;

• Make management recommendations to improve the efficiency of execution especially related to institutional aspects; planning; monitoring and evaluation.

6.2. Consultant 2:

• Evaluate the different aspects of the project such as sustainability, ownership, efficiency, and design with reference to technical aspects (e.g. actions are correct for the ecological problems of the mangroves, the UC management aspects are relevant and technically well-conceived);

• Assess the achievement of impacts, especially in relation to at least the following aspects: � the ecological aspects (benefits for systems of mangroves and biodiversity); � the inputs to strengthen the management of UC; � the inputs to improve the SNUC; � advances to internalize the lessons as part of the regulatory framework of the SNUC

• Make technical recommendations to improve the efficiency of actions especially at the pilot level and systemic transformation of these changes at the systemic level.

6.3. Eligibility Criteria and Technical Competencies for the External Evaluator

Education: University degree in Environmental Sciences, Administration or related fields.

Experience (mandatory):

• At least 3 years’ experience in fields related to the assignment at national and/or international levels;

• At least 3 years’ experience in monitoring/evaluation of project of international technical cooperation;

• Demonstrated experience in multi-disciplinary and inter-institutional projects;

• Proficiency in Portuguese and English is required (oral and written);

• Post-graduate studies in related topics.

Desired:

• Familiarity with sustainable development and environmental issues in mangroves areas;

• Familiarity with the goals and procedures of international organizations, in particular those of the GEF, and the national (IBAMA, MMA, MPA, ICMBio), and regional organizations related to project activities;

Page 58: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

58

• Excellent oral and written presentation skills with capacity to communicate effectively with different stakeholders and different target groups;

• Experience with communication, information systems, and institutional procedures;

• Knowledge on the Brazilian environmental system;

• Ability to formulate questions, set priorities and implement plans consistent with project interests;

• Good knowledge of main office computer applications.

The consultants in charge of the MTE will be held to the ethical standards referred to in the

Guidance (Annex 3) and are expected to sign the Code of Conduct (Annex 3) upon acceptance of the

assignment.

IMPLEMENTATION ARRANGEMENTS

Management Arrangements

The MTE is a requirement of UNDP and GEF and solicited and led by the UNDP-Brazil as GEF

implementing agency. The UNDP-Brazil has overall responsibility for the coordination and logistical

arrangements of the evaluation as well as day-to-day support to the evaluation team (travel,

accommodation, office space, communications, etc) and timely provision of per diems and

contractual payments. The UNDP-Brazil will also organize the site missions (travel arrangements,

meetings with key stakeholders and beneficiaries, interviews, field trips). The evaluation team will

be briefed by the UNDP Country Office and the Regional Coordination Unit (RCU) upon the

commencement of the assignment, and will also provide a terminal briefing. Other briefing sessions

may be scheduled, if deemed necessary.

Payment modalities and specifications: The evaluators will be contracted directly from the project

budget. Payment will be 50% at the submission of the first draft to the UNDP-CO, UNDP-GEF RCU

and PT, and the other 50% once the final report has been completed and cleared by both the UNDP-

CO and UNDP-GEF RCU. The quality of the evaluator’s work will be assessed by the UNDP-CO and

UNDP-GEF- RCU. If the quality does not meet standard UNDP expectations or UNDP-GEF

requirements, the evaluators will be required to re-do or revise (as appropriate) the work before

being paid final installments.

This Term of Reference follows the UNDP-GEF policies and procedures, and will be agreed upon by

the UNDP-GEF RCU, UNDP Country Office and the Project Team. The final report must be cleared

and accepted by UNDP before being made public, therefore, the UNDP-CO and UNDP-GEF-RCU will

have to formally clear the report (as per the Approval Form in Annex 4).

Page 59: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

59

Timeframe, resources, logistical support and deadlines

The total duration of the evaluation will be 30 days according to the following plan:

Preparation before field work: (2-4 days including travel time)

• Acquaintance with the project document and other relevant materials with information about the project (PRODOC, Inception Workshop Report, Quarterly Progress Reports, PIRs, Baseline Tracking Tools, Steering Committee’s reports and minutes, Annual Operational Plans (AOPs/POAs), any additional M&E report, Terms of Reference of ongoing studies, etc);

• Familiarization with overall development situation of country (based on reading of UNDP - Common Country Assessment and other reports on the country);

• Inception Report preparation, including methodology, in cooperation with the UNDP Country Office and the Project team;

• Initial telephone discussion with UNDP-GEF-Regional Technical Advisor.

Mission to pilot areas: (12 -15 days)

• Meeting with UNDP Country office team;

• Meetings with key stakeholders in country;

• Collection and review of all available materials with focused attention to project outcomes and outputs in general and per pilot area;

• Visit to Project sites: Salgado Paraense (Pará state), Reentrâncias Maranhenses (Maranhão state), Delta do Parnaíba (Maranhão/Ceará/Piauí states), Foz do Rio Mamanguape (Paraíba state), São Paulo/Paraná states. - Observation and review of completed and ongoing field activities (capacity development,

awareness /education, sustainable use demonstration activities, community development, etc);

- Interviews with key beneficiaries and stakeholders, including representatives of local authorities, local environmental protection authorities, local community stakeholders, etc.

Obs.: Protected areas by project sites:

• Salgado Paraense: - RESEX Araí Peroba, RESEX Caeté Taperaçu, RESEX Gurupi-piriá, RESEX Mãe Grande do

Curuçá, RESEX Maracanã, RESEX São João da Ponta, RESEX Soure, RESEX Tracuateua.

• Reentrâncias Maranhenses: - APA Reentrâncias Maranhenses, RESEX Cururupu.

• Delta do Parnaíba: - APA Delta do Parnaíba, RESEX do Delta do Parnaíba.

• Rio Mamanguape:

Page 60: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

60

- APA Barra do Rio Mamanguape, ARIE Foz do Rio Mamanguape.

• São Paulo/Paraná: - EE de Juréia-Itatins, APA Cananéia-Iguape-Peruíbe, APAE de Guaraqueçaba, EE de

Guaraqueçaba, PARNA Superagui, PARES Ilha do Cardoso, APAE de Guaratuba, FLOES do Palmito, EE de Guaraguaçu, PARES do Boguaçu.

Draft report (6-8 days): To be provided within two weeks of mission completion

- Final interviews / cross checking with UNDP CO, UNDP RCU and Project team; - Drafting of report in proposed format; - Telephone review of major findings with UNDP CO and UNDP-GEF RTA; - Completing of the draft report and presentation of draft report for comments and suggestions

within 1 month.

Final Report (2 days)

- Presentation of final evaluation report for the Project coordination Team and special guests will

held in Brasília.

Page 61: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

61

8. ANNEXES

Annex 1: UNDP Guidance on Evaluation of GEF Financed Projects (Version for external evaluators)

Annex 2: List of Documents to be reviewed by the evaluators

Annex 3: Evaluation Consultant Code of Conduct Agreement Form

Annex 4: Evaluation Report Clearance Form to be completed by CO and RCU and included in the final

document

Annex 5: Selection/ Evaluation Criteria

Page 62: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

62

Annex 1: UNDP Guidance on Evaluation of GEF Financed Projects (Version for external evaluators)

Page 63: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

63

Annex 2: List of Documents to be reviewed by the evaluators

• PRODOC

• Inception Workshop Report

• Quarterly Progress Reports

• PIRs – Plan Implementation Report (2010, 2011 and 2012)

• Baseline Tracking Tools

• Steering Committee’s reports and minutes

• Annual Operational Plans (AOPs/POAs)

• Local consultant’s report

• Terms of Reference of ongoing studies: ◦ regulation and legislation, ◦ national plan of threatened species, ◦ monitoring of threatened species, ◦ management plan of the APA/ARIE Mamanguape, ◦ fishery ecosystem management, ◦ business plan for communitarian tourism, ◦ business plan for crab (caranguejo-ucá), ◦ management plan for krab (caranguejo-ucá), ◦ economic sustainability of protected areas with mangroves ecosystem, ◦ water resource plan ◦ Mangroves festival survey

• CEO endorsement request

• Tripartite minutes

• List of technical reports produced and or commissions

• Complete set of METT with the baseline and midterm values

• Financial data including co-funding data and audit reports

• Existing operations manual

Page 64: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

64

Annex 3: Evaluation Consultant Code of Conduct Agreement Form

Evaluators:

1. Must present information that is complete and fair in its assessment of strengths and weaknesses so that decisions or actions taken are well founded.

2. Must disclose the full set of evaluation findings along with information on their limitations and have this accessible to all affected by the evaluation with expressed legal rights to receive results.

3. Should protect the anonymity and confidentiality of individual informants. They should provide maximum notice, minimize demands on time, and: respect people’s right not to engage. Evaluators must respect people’s right to provide information in confidence, and must ensure that sensitive information cannot be traced to its source. Evaluators are not expected to evaluate individuals, and must balance an evaluation of management functions with this general principle.

4. Sometimes uncover evidence of wrongdoing while conducting evaluations. Such cases must be reported discreetly to the appropriate investigative body. Evaluators should consult with other relevant oversight entities when there is any doubt about if and how issues should be reported.

5. Should be sensitive to beliefs, manners and customs and act with integrity and honesty in their relations with all stakeholders. In line with the UN Universal Declaration of Human Rights, evaluators must be sensitive to and address issues of discrimination and gender equality. They should avoid offending the dignity and self-respect of those persons with whom they come in contact in the course of the evaluation. Knowing that evaluation might negatively affect the interests of some stakeholders, evaluators should conduct the evaluation and communicate its purpose and results in a way that clearly respects the stakeholders’ dignity and self-worth.

6. Are responsible for their performance and their product(s). They are responsible for the clear, accurate and fair written and/or oral presentation of study limitations, findings and recommendations.

7. Should reflect sound accounting procedures and be prudent in using the resources of the evaluation.

Evaluation Consultant Agreement Form5

Agreement to abide by the Code of Conduct for Evaluation in the UN System

Name of Consultant: __ _________________________________________________

Name of Consultancy Organization (where relevant): ________________________

I confirm that I have received and understood and will abide by the United Nations Code of

Conduct for Evaluation.

Signed at (place)on

Signature: ______________________________________

5 www.unevaluation.org/unegcodeofconduct

Page 65: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

65

Annex 4: Evaluation Report Clearance Form to be completed by CO and RCU and included in the

final document

Reviewed and Cleared by

UNDP Country Office

Name: ___________________________________________________

Signature: ______________________________ Date:_________________________________

UNDP- GEF- RCU

Name: ___________________________________________________

Signature: ______________________________ Date:_________________________________

Page 66: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

66

Annex 5. Selection/ Evaluation Criteria

The proposal submitted will be disregarded in breach of the provisions of this Notice: file 1

containing the CV and File 2 containing the Proposed Price.

The final criteria for this procurement process will be TECHNICAL CAPACITY and PRICE for the final

evaluation and selection.

1. CLASSIFICATION OF THE TECHNICAL PROPOSALS (CV AND INTERVIEW)

The maximum score in the Technical Qualification is 100 (one hundred) points.

Qualification criteria are divided into 02 (two) steps:

a) Step 1 (qualification / no scoring): analysis of the CV relating to compliance with the mandatory requirements specified in the Terms of Reference.

Candidates who do not meet the minimum mandatory criteria described in Item 6 of the Term of

Reference will be disqualified at this stage.

b) Step 2 (classification / scoring): CV analysis and Interview.

The criteria for CV analysis are contained in the table below. Only will be analyzed the

resumes of candidates accepted under Step 1 of the Qualification.

Criteria for Scoring - 2nd Step of the Technical Qualification

Criteria Score* Weight Maximum Score Postgraduate education level. Authors or co-authored book, book chapter and /or scientific articles on topic related to the object of the present consultancy

1 to 5 6 30 points

Experience and/or technical knowledge on evaluation or project management of international technical cooperation

1 to 5 6 30 points

Experience in the preparation and elaboration of international reports for long term environmental projects

1 to 5 6 30 points

Page 67: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

67

Experience in multi-disciplinary and inter-institutional projects

1 to 5 2 10 points

Maximum score of the 2nd Step of the Technical Qualification

100 points

* The score will be determined according to the following concept:

• 5 points - excellent

• 4 points – very good

• 3 points - good

• 2 points - satisfactory

• 1 points - poor

On the evaluation:

The Evaluation Committee will be composed of at least three members who assign individual

evaluation scores. The final score of the consultant under evaluation will be the weighted average of

individual scores of the evaluators.

Individual scores will be awarded in accordance with the information submitted in the candidate's

Curriculum Vitae and their performance in the interview. Therefore, it is important that candidates

clearly indicate in their CV the professional experience required in both the qualification and

classification phases, so that the evaluation committee may conduct a proper analysis.

The interview will serve as inputs for the application of the score provided in the table above and

will be the moment tat the evaluation committee will collect general information and ask about the

availability of the consultant for the task.

The interview will be conducted by telephone, Skype or other remote communication device

available. Applicants will be notified with a minimum of 24 hours, via e-mail or telephone, the date

and time for the interview. The interviews will have at most one hour.

2. CLASSIFICATION OF BUSINESS PROPOSALS (PRICE) – FINAL

Only the business proposals (price) of the candidates who receive the final Technical Score with a

minimum of 70 points in Step 2 (Review and Interview Course) will be taken into consideration.

Page 68: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

68

The final Score – FS of the process will be given by the sum of the final Technical Score – TS

multiplied by a factor of 0.70, with the PS Score of the price proposal multiplied by the factor 0.30,

i.e:

FS = TS x 0.70 + PS x 0.30

The score of the Price Proposal – PS will be calculated according to the following:

PS = 100 x LPP / Ppe

where:

PS = score of the price proposal

LPP = lowest price proposal

Ppe = price proposal under evaluation

The lowest price proposal will score one hundred (100).

It will be selected the proposal that achieves the higher final Score.

3. SPECIAL CONSIDERATIONS

This procurement will be conducted by UNDP, following the rules and guidelines of the organism

(simplified selection and procurement through IC).

In accordance with the rules of the United Nations is prohibited the hiring, in any capacity, of civil

servants of the Public administration, at Federal, State, District or Municipal level, direct or indirect,

as well as employees of its subsidiaries or controlled entities.

Page 69: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

69

Anexo 4

Itinerário e sumário de visitas de campo

Walker, que reside em Brasília, fez diversas entrevistas na capital federal, às vezes acompanhado por Borges.

Dia 5/12/2013, Walker viajou para Curitiba-PR, onde fez duas entrevistas. Em seguida, viajou para Iguape-SP, encontrando-se com Borges; os dois fizeram visitas e conduziram entrevistas em Iguape e Cananeia-SP. Conheceram a área via barco.

Dias 8-9/12/2013, os dois viajaram para Curuçá-PA. Borges permaneceu na área, viajando depois para Bragança-PA para uma reunião técnica do Projeto. Walker viajou para Belém, onde fez visitas e adquiriu livros relevantes.

Dia 12/12/2013, Walker viajou para São Luis-MA, onde realizou visitas, voltando para Brasília dia 15/12/2012. Borges voltou de Bragança para casa, no Tocantins.

Borges viajou para São Luis-MA em 07/01/2013, para visitar o projeto e a área piloto.

Em 09-10/01/2013, Borges e Walker viajaram para Parnaiba-PI, para participar de uma reunião da CTAP, fazer entrevistas e visitar a área do projeto piloto de barco (principalmente no Maranhão).

Em 13-14/01/2013, os dois viajaram para João Pessoa-PB, para fazer entrevistas e visitas de campo. Voltaram para Brasília dia 16/01/2013, onde fizeram entrevistas dias 17 e 18/01/2013. Borges voltou para casa em Tocantins.

Anexo 5

Documentos Revisados

1. Prodoc 2. Inception Workshop Report 3. Quarterly Progress Reports 4. PIRs – Plan Implementation Report (2010, 2011 and 2012) 5. Baseline Tracking Tools 6. Steering Committee’s reports and minutes 7. Annual Operational Plans (AOPs/POAs) 8. Local consultant’s report 9. Terms of Reference of ongoing studies:

o Regulation and legislation, o National plan of threatened species, o Management plan of the APA/ARIE Mamanguape, o Fishery ecosystem management, o Business plan for communitarian tourism, o Business plan for crab (caranguejo-uçá), o Management plan for crab (carangueijo-uçá), o Economic sustainability of protected areas with mangroves ecosystem, o Water resource plan, o Mangroves festival survey.

10. CEO endorsement request 11. Tripartite minutes 12. List of technical reports produced and/or commissions 13. Complete set of METT with the baseline and midterm values 14. Financial data including co-funding data and audit reports 15. Existing operations manual

Page 70: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

70

Anexo 6

Lista de Entrevistados

Nome Entidade Localidade

AGRUPAMENTO SÃO PAULO/PARANÁ

Márcio Luis Barragana Fernandes

ICMBio Iguape-SP

Paulo Roberto Castella SEMA/PR Curitiba-PR

Wilson Loureiro UFPR Curitiba-PR

Yara Schaeffer Novelli USP São Paulo-SP

SALGADO PARAENSE

Walmir Junior ICMBio, Analista Ambiental Mãe Grande de Curuçá

Fernando Repinaldo ICMBio Bragança

Sandro Borges ICMBio, Ilha do Marajó Soure

Patrick Passos SEPAq, Governo do Estado do Pará Belém-Pará

José Adalberto Torres de Morais

EMATER-PA Curuçá-PA

Waldemar Vergara ICMBio, RESEX São João da Ponta São João da Ponta

Denis Domingues Consultor do Projeto Manguezais Bragança

Sandra Regina Pereira Gonçalves

Vice-Presidente da Associação Mãe Grande de Curuçá – AUREMAG

Curuçá-PA

Celia Regina das Neves Favacho

CNS (Conselho Nacional das Populações ExtratIvistas), Diretora, e secretária nacional das Mulheres Extrativistas.

Curuçá-PA

Márcia Pimentel UFPA Belém

REENTRÂNCIAS MARANHESES

Alberto Cantanhede CAPAM (Centro de Apoio aos Pescadores Artesanais do Maranhão)

Colônia de Pescadores do Taim, Maranhão

Ana Karina Soares ICMBio São Luis do Maranhão

Kátia Barros ICMBio São Luis do Maranhão

Marcelo Derzi ICMBio São Luis do Maranhão

Flávia Rebelo Mochel UFMA São Luis do Maranhão

Clarissa Morreira Coelho Costa

SEMA São Luis do Maranhão

Antonio Paiva da Silva UFMA São Luis do Maranhão

Dianna Sanny Santos Ribeiro

UFMA São Luis do Maranhão

Page 71: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

71

DELTA DO PARNAÍBA

Antônio Pereira da Silva IBAMA – Chefe do Escritório Local Parnaíba

Eugenia Medeiros ICMBio – Coordenadora Regional Parnaíba

Antônio Julio Associação dos Catadores de Caranguejo da Vila Velha

Delta do Parnaíba

Edvania Gomes de Assis Universidade Federal da Paraíba Parnaíba

Flavio Crespo Universidade do Estado do Piauí Parnaíba

Laurindo Rodrigues Embrapa Parnaíba

Veronica SUDEMA – Governo da Paraíba João Pessoa

Shirley Amélia da Silva Leão

SEMA/Maranhão São Luis do Maranhão

BARRA DO MAMANGUAPE

Sandro Roberto de Silva Pereira

ICMBio, Coordenador (demissionário) da APA Barra do Mamanguape

João Pessoa

Lovania Secco Werlang Assessora Técnica – Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Paraíba

João Pessoa

Mirela Motta IFPB João Pessoa

Bruno Eloi Dunde Superintendente – IBAMA-PR João Pessoa

BRASÍLIA

Luis Fernando Tividini MDA – Coordenador Geral de Ações de Apoio ao Cooperativismo e Associativismo

Brasília-DF

Matteus Martins MDA – Coordenador Geral de Apoio a Comércio e Negócios Territoriais

Brasília-DF

Mauro Ruffino GOPA/ICMBio Brasília-DF

Rômulo Mello ICMBio Brasília-DF

Fernando Tatagiba MMA Brasília-DF

Roberto Gallucci MMA Brasília-DF

Adriana Leão ICMBio Brasília-DF

Mara Nottingham ICMBio Brasília-DF

Mauro Oliveira ICMBio Brasília-DF

Rosenely Diegues Peixoto

PNUD Brasília-DF

Carlos Ferreira A. Castro

PNUD Brasília-DF

Page 72: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

72

Helton Nonato GEF-ICMBio-PNUD Brasília-DF

Ricardo Jatobá PNUD Brasília-DF

Renata Calazans PNUD Brasília-DF

Maúricio Marcon IBAMA, ex-ICMBio Brasília-DF

PANAMÁ

Helen Negret GEF-PNUD Panamá

Page 73: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

73

Anexo 7

Questionário Socioambiental e Econômico

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

Avaliação de Meio-Termo do Projeto Manguezais do Brasil

Dezembro 2012

1. Quais os principais problemas ambientais (ecológicos) externos (vindos de fora) para o trabalho de gestão da UC (criados por fatores sociais, ambientais, políticos e econômicos)? 2. Quais os principais problemas ambientais (ecológicos) internos (produzidos dentro da área) para trabalho de gestão da UC(criados por fatores sociais, ambientais, políticos e econômicos)? 3. Quais aspectos da UC tiveram mudança positiva (desde o começo da implantação do Projeto Manguezais do Brasil?). 4. Quais questões e problemas persistem e dificultam a gestão eficiente dos recursos naturais na UC? 5. Quais aspectos precisam ainda serem melhorados durante o tempo restante de implantação do Projeto? Quais Ações Estratégicas devem ser Desenvolvidas pelo Projeto para a Área-Piloto do Salgado Paraense?

Ação

Prioridade (1 para o mínimo e 5 para máximo de prioridade)

Anexo 8

Evaluation Consultant Agreement Forms

Evaluation Consultant Agreement Form Agreement to abide by the Code of Conduct for Evaluation in the UN System Name of Consultant: __Robert Kenyon Walker_________________________________________________ Name of Consultancy Organization (where relevant): ________________________ I confirm that I have received and understood and will abide by the United Nations Code of Conduct for Evaluation. Signed in Brasilia, Brazil on 12 November 2012.

Page 74: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

74

Evaluation Consultant Agreement Form Agreement to abide by the Code of Conduct for Evaluation in the UN System Name of Consultant: __Vag-Lan Gomes Borges_________________________________________________ Name of Consultancy Organization (where relevant): ________________________ I confirm that I have received and understood and will abide by the United Nations Code of Conduct for Evaluation. Signed at Paraíso do Tocantins, Tocantins, Brazil on 12 November 2012. Signature: _____________________________________

Anexo 9

CVs dos Avaliadores

ROBERT K. WALKER, Ed.D.

Caixa Postal 4339, 70.904-970 Brasilia, DF, Brazil

Telephone number: 55 61 9625-2885

e-mail [email protected]

Education

• Master’s degree in the Sociology of Development from Cornell University (minor in Latin American Studies).

• Doctorate in Educational Research and Evaluation from the University of Massachusetts.

• There was a strong focus on program evaluation in both programs. While my master’s thesis involved sociological research in rural Bolivia, my doctoral dissertation was based on multivariate analysis of an evaluation of bilingual education in Maine.

Experience with Educational and Program Evaluation

Team leader of the following evaluations, in Brazil, the Dominican Republic and the United States:

• Under contract with the Global Environmental Facility (GEF) and UNDP, evaluated the Brazilian Mangroves Project (2012-2013).

• Under contract with UNESCO, was responsible for doing an evaluability assessment in the area of Information and Communication Technology for Education (ICT4E) in Brazil, January-August, 2010.

• Under contract with UNDP, did a series of monitoring and evaluation reports on twelve projects of productive inclusion of youth in Brazil, for the Ministry of Social Development, and was responsible for the final project evaluation of phase 1 of the project, including a multiple case study, an evaluation of the 36 local projects and a program evaluation focusing

Page 75: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

75

on capacity development in monitoring and evaluation.

• Under contract with the Japan International Cooperation Agency (JICA), did a midterm evaluation of the International Course on Systems of Manufacturing Automation and an ex post evaluation of the Brazilian Amazon Forest Research Project Phase II, 2006-2007.

• Under contract with UNDP, did a study for the Evaluation and Mid-Term Review of the PDPI (Demonstration Projects of Indigenous Peoples), which is a part of the PPG7 (Pilot Programme for Conservation of the Tropical Rainforests of Brazil).

• Under contract with UNESCO, prepared the mid-term evaluation of the Diversity in the University Program of the Brazilian Ministry of Education and drafted a revised logframe for the second half of the project.

• As national expert under contract with UNODC, evaluated the “Drug Abuse and STD/HIV/AIDS Prevention Project,” AD/BRA/99/E02, together with Angelika Groterath, August-November, 2004.

• Under contract with UNESCO and the Brazilian Ministry of Health, evaluated the social control training component of the Reforsus Project, May-June, 2004.

• Did a study on the impact of UNICEF work on social policies - Brazil case, as a part of the assessment of compliance with the Convention on the Rights of the Child in three Latin American countries, January-February, 2000.

• Consultant, United Nations Development Programme / National Program for the Control of Sexually Transmitted Diseases and AIDS of the Brazilian Ministry of Health, 1992-94 and 1995-97. Developed the performance indicators for the World Bank project and for the program as a whole, as well as writing several projects. Author of a lengthy evaluation report on project performance in five states and six municipalities.

• Conducted an evaluation of the accomplishment of the community participation goals of the Ten Year Education Plan of the Dominican Republic, January-April, 1995, under contract with the World Bank. Was team leader and directly responsible for surveys and for the final report.

• Participated in a World Bank appraisal mission to prepare the educational materials component of the Second Northeast States Basic Education Project in Brazil, in June, 1992.

• In 1990-91, conducted an ex-post impact evaluation of UNDP Project BRA/70/550, "Human Resources Planning," producing a 200 page report (in English and Portuguese versions), including an historical overview, an assessment of the accomplishment of the project's twelve objectives during the period of project execution (1973-1980) and afterwards, a summary of the fifty technical documents produced by the project, and a synthesis of the proceedings of a seminar held to discuss the results of the evaluation and plans for the future.

• Evaluator of two bilingual education projects in Maine (French and Indian).

Applied Social and Educational Research

• Under contract with UNFPA, did the annual report for 2006 of the 2004-2007 President Friend of the Child and Adolescent Plan (PPACA) for the Special Secretariat for Human Rights of the Presidency of the Republic (SEDH) in Brazil, and drafted the new PPACA for 2008-2011.

• Drafted the Brazilian national report and 27 state reports on the results of the System of Evaluation of Elementary and Secondary Education (SAEB) 2003 (2004-2005).

• Did a study on the impact of UNICEF work on social policies - Brazil case, as a part of the assessment of compliance with the Convention on the Rights of the Child in three Latin American countries, January-February, 2000.

• Participated in a World Bank study of educational decentralization and community

Page 76: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

76

participation in the state of Minas Gerais (part of a multinational study also including Jamaica and India), October-December, 1994.

• Under an agreement between UNDP and the National Institute for Educational Research (INEP), of the Ministry of Education of Brazil, prepared research guidelines for case studies on educational experiments and innovations, and subsequently to write a project document for a UNDP project in this area.

Presentations and Publications

• Impacting social problems: Writing and evaluating international development projects. Brasilia, Escritório Bahá’í de Meio Ambiente e Desenvolvimento – EMAD, 2000. Published in Portuguese (by Editora Pedagógica Universitária – E.P.U.), under the title Produzindo

impacto social: Elaborando e avaliando projetos de desenvolvimento (São Paulo, 2002).

• Distance learning in in-service and pre-service training courses as an instrument for strengthening citizenship rights. With Iradj Roberto Eghrari and Luis Gastón L. Marques.

Presented at the 22nd World Conference of the International Council for Open and Distance Education, Rio de Janeiro, 3-6 September 2006.

• O tratamento do mérito na tradição filosófica ibérica e ibero-americana e possíveis implicações para avaliações de programas multi-étnicos (The treatment of merit in the Iberian philosophical tradition and possible implications for evaluations of multi-ethnic programs). Presented at the first annual meeting of the Associação Brasileira de Avaliação Educacional (ABAVE), Belo Horizonte, 11-12 May 2006.

• The new UNICEF standards for evaluation reports: their relevance for quality control, evaluation education and equity. Presented at the Educational Assessment Association of

the Americas (EA3) Conference, Brasilia, 11-13 July 2005.

• Concurrent validation of a multiple-choice test for medical education in Brazil. With Honneur Evangelista Monção. Presented at the Educational Assessment Association of the Americas

(EA3) Conference, Brasilia, 11-13 July 2005.

• Resolución de problemas basada en el análisis y actitudes estudiantiles responsables en dos aulas de física en el primer año de una escuela parroquial secundaria brasileña. With Ana Jusselma Rangel. Presented at the VII Epeco, Goiania, 9-11 June 2004.

• El marco lógico y los organismos multilaterales/internacionales y fundaciones. Circulated in the meeting of the Latin American Network for Monitoring, Evaluation and Systematization (Relac), February, 2004.

• Eficiência, eficácia, efetividade: (Falsos?) cognatos que atrapalham (Efficiency, efficacy, effectiveness: (False?) cognates that get in the way). Presented at the International Encounter of the Brazilian Comparative Education Society and the Catholic University of Brasilia, October 3-6, 2000.

• Avaliação e gestão no ensino superior e os organismos multilaterais e internacionais: o caso da educação médica (Evaluation and management in higher education and the multilateral and international organizations: the case of medical education). With Francisco de Assis Batista da Silva. IN Luiz Síveres, org., Educação no Ensino Superior- Distintos Olhares. Brasilia, Editora Universa, 2008.

• Matrículas e fluxo de estudantes no ensino médio no Brasil: tendências recentes e suas possíveis causas (Enrollment and student flow in secondary education in Brazil: recent trends and their possible causes). Research study commissioned by the Department of Secondary Education Policy of the Ministry of Education, 2006.

• Plano de avaliação para projetos de prevenção de AIDS em grupos específicos (Evaluation

Page 77: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

77

plan for AIDS prevention projects in specific groups). AIDS: Experiencias que funcionam, Year 1, no. 1, Sept.-Nov., 1992, pp. 12-18. Brazil, Ministry of Health.

• Ação Afirmativa pela Eqüidade e Não Violência. Presented at the Congresso Ibero-Americano sobre Violências nas Escolas, Brasilia, 28-29 April, 2004.

• Eficiência, eficácia, efetividade: (Falsos?) cognatos que atrapalham (Efficiency, efficacy, effectiveness: (False?) cognates that get in the way). Presented at the International Encounter of the Brazilian Comparative Education Society and the Catholic University of Brasilia, October 3-6, 2000.

• Community participation in education in the Dominican Republic: An evaluation of the accomplishment of the community participation goals of the Ten Year Education Plan. The World Bank, April, 1995.

• Informe final del componente “Participación Comunitaria”: Segunda fase del préstamo para el mejoramiento de la calidad de la educación inicial y básica en la República Dominicana (Final report of the “Community Participation” component: Second phase of the loan for improvement of the quality of initial and basic education in the Dominican Republic). With Amparo Chantada and Dionisio Martinez. World Bank, May, 1995.

• Estudo de caso aplicado às inovações educacionais: uma metodologia (The case study applied to educational innovations: a methodology). Brazil, Ministry of Education, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, Núcleo de Referências sobre Inovações e Experimentos Educacionais, 1992. Co-authors Ana Cristina Leonardos and Cândido Alberto Gomes. Organizers Leilah Bormann Zero, Luiza Massae Uema, Mírian R. N. Pereira and Rosana S. C. Clímaco.

• Ex-post impact evaluation of Project BRA/70/550, "Planning of Human Resources." United Nations Development Programme, Central Evaluation Office, February, 1991. Co-author Luiz Severino Macedo de Oliveira.

• A aprendizagem de conceitos no ensino de geografia (Concept learning in the teaching of geography). Brasília, Universidade de Brasília, 1985.

• Reprovação no primeiro grau, avanços progressivos e testagem de competências mínimas (Grade retention in elementary school, automatic promotion and minimum competency testing). Educação e Seleção, no. 10, Jul.-Dec., 1984, pp. 51-63.

• Reprovação na primeira série do primeiro grau no Espírito Santo (Grade retention in the first grade in the elementary schools of Espírito Santo). Brasília, Universidade de Brasília, 1983.

• Determinação da extensão de testes referenciados a critérios (Determining the length of criterion referenced tests). Educação e Seleção, no. 2, Dec., 1980, pp. 15-24.

• Comparação quase-experimental de dois modelos de rádio educativo (Quasi-experimental comparison of two models of educational radio). Revista de Tecnología Educativa (OAS) 3(4), 1977, pp. 495-510. Also published in Tecnologia Educacional 7(2), Jan.-Feb., 1978, pp. 15-21.

• Esquema de proposta de uma pesquisa avaliativa para o projeto de utilização de radiovisão (Draft proposal for evaluative research on the radiovision utilization project). Project: Utilization of the Technique of Radiovision. SEC/IRDEB. With Thereza Penna Firme and Jacobo Waiselfisz. Salvador, Bahia, December 23, 1977.

• Cognitive versus confluent approaches to instruction via a weaker language. Doctoral dissertation, The University of Massachusetts, 1973. Distributed by University Microfilms, Ann Arbor, Michigan.

• Centrality, solidarity and development in a Bolivian peasant movement. Masters thesis, Cornell University, Ithaca, New York, 1968.

• Sociological Analysis of a Credit Union. Bachelors thesis, The University of Michigan, 1966.

Page 78: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

78

Experience with educational and social development projects and programs

• In the rural area near Brasilia where I live, my wife and I work with local people of all ages in education for community development.

• With the support of AVINA, I prepared the preliminary proposal of Ágere Cooperação em Advocacy, a Brasilia-based NGO of which I am a founding member, for funding by the European Commission for Non-State Actors and Local Authorities in Development, Programme Brazil, 2009.

• Under contract with the United Nations Programme on Drugs and Crime, prepared a project document for a project with the Brazilian Ministry of Justice in the area of trafficking in human beings and illegal migration.

• Wrote UNDP Project Documents for four projects submitted by the Brazilian Ministry of Health, in the fields of AIDS, AIDS and sexually transmitted diseases in gold prospecting areas, institutional strengthening for the Northeast Project of Basic Health Actions (a World Bank project), and informatics and hospital facilities (Prosaúde).

• Prepared detailed terms of reference for the Health Promotion component of a proposed World Bank project, "Quality Assurance and Health Promotion."

• Prepared the Community Participation Component of the Second Primary Education Development Project (World Bank / Government of the Dominican Republic), based on the "Evaluation of the Accomplishment of the Community Participation Goals of the Ten Year Education Plan."

• Served as acting head of the Prevention Unit of the National Program for the Control of Sexually Transmitted Diseases and AIDS of the Brazilian Ministry of Health from September, 1993 to February, 1994. Visited AIDS prevention and social marketing programs in Thailand, Malaysia, Indonesia and Mexico. Participated in the World Congress on AIDS in Yokahama, Japan.

• Prepared briefs on fifty Unicef-Brazil project reports and evaluations, 2003-2004.

• Prepared a briefing on UNDP projects in Brazil for the visit of the Administrator, 2000.

• Assisted the United Nations Resident Coordinator in preparation of the Annual Reports of the Resident Coordinator in Brazil in 1997 and 1998.

• Assisted the United Nations Resident Coordinator in documentation and description of the performance of the United Nations system in Brazil from 1980 to 1995, in preparation for a mission to evaluate impacts on the operational activities of the United Nations system during that same period.

• At the request of the outgoing UNESCO Representative, drafted a Country Profile for Brazil to be placed at the disposal of the new Representative. Was responsible for suggestions for future cooperation in the areas of education; science; culture; and communication, information and informatics.

• Wrote the Brazilian component of the project for fighting child domestic labor for the International Program of Eradication of Child Labor (IPEC), of the International Labor Organization, May-August, 2000. The project was approved for funding by the U.S. Department of Labor.

• Recruited in April of 1988 by the United Nations Development Programme as Senior Programme Assistant in Brazil, I was assigned the task of preparing and monitoring a series of projects to assist the Brazilian Government to plan development strategies for the nineties and beyond. I prepared numerous projects in the area of public policy for the Ministries of Planning, Finance and External Relations, as well as the National Bank for Economic and Social Development (BNDES), the largest national development bank in the world. As a result, a greater awareness of world trends in key industries and in international relations, resulting from travel, studies, seminars and data bases organized under these projects, has helped orient top level policy decisions. Recognizing that the first direct

Page 79: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

79

election of a Brazilian president in three decades and the decentralization of government authority mandated by the new Constitution made it imperative for UNDP to broaden its target population, I wrote the “Programme Development Facility.” Within this project, a series of seminars on key development issues for the nineties was held. Representatives of the principal political parties, the private sector and the government met to discuss papers presented by Brazilian and international experts. Due in part to these efforts, a consensus was created among the Brazilian leadership that more dynamic national insertion into the world economy was of vital importance, at the same time as measures were taken to stop inflation and reduce social disparities. Under two projects written by me, the Planning Ministry (SEPLAN) took steps to establish a system of performance evaluation within the Brazilian Government. Under one of these projects, the Government for the first time established a system for monitoring the application of financial resources from the international development banks.Another project, funded out of Special Programme Resources, was in response to severe flooding in the state of Alagoas. In addition to efforts toward community organization and the diffusion of innovative technologies for low-cost housing and sanitation, the project enlisted the cooperation of the Organization of American States to prepare proposals for major investments in integrated regional development and flood prevention, for submission to national and international development banks.

• Acting principal of the School of the Nations1981. Science and English teacher, 1981-83. Voluntary teacher of moral development in the sixth through eighth grades of the Nova Betânia school, of the Educational Foundation of the Federal District, 1997.

• Worked as multicultural curriculum developer at a project in the Houston, Texas public schools. As a doctoral candidate at the University of Massachusetts, worked as evaluator of two projects in the field of compensatory education, and helped develop the ANISA Model for the release of human potential.

Training courses in project writing and evaluation

• I developed and teach courses on “Impacting Social Problems: Writing and Evaluating International Development Projects,” based on a book with that same title written by me and published in English and Portuguese. Have taught courses for the Japan International Cooperation Agency (JICA), Caixa Seguros/John Snow do Brasil, Instituto Avaliação, Fundação Banco do Brasil and the Fundação Nacional de Saúde (National Health Foundation), in Brasilia.

• Taught a one month course on monitoring and evaluation for personnel of the Japan International Cooperation Agency (JICA), Brasilia, April 2007.

University teaching, research and consultancies

• Currently professor of Translation Studies, Universidade de Brasília. I have taught in graduate and undergraduate programs at the Universidade Católica de Brasília, Centro de Educação Superior de Brasilia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, and at the federal universities of Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte and Espírito Santo, as well as Texas Southern University. Taught classes in educational and social research and evaluation, planning, economics, systems analysis, statistics, comparative education, and institutions and culture, as well as serving as thesis advisor. Over the years, my research interests have included international development evaluation, institutional evaluation, distance learning, excellence and equity in education, the evaluation of critical thinking, the use of educational testing to increase systematic learning and avoid school failure, experimental comparison of different models of educational radio in development, bilingual

Page 80: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

80

education, compensatory education, and peasant movements and development.

• Consultant, State University of Mato Grosso do Sul, assisting in institutional evaluation and strategic planning, April, 2001 to March, 2002.

• Taught short courses in "Social Development and the Human Dimension" and "The Practice of Values Education" at the Federal University of Sergipe, March, 2000.

Multicultural/bilingual and compensatory education

Worked as multicultural curriculum developer at a project in the Houston, Texas public schools, and

as educational evaluator of two bilingual projects in Maine (French and Indian). As a doctoral

candidate at the University of Massachusetts, worked as evaluator of two projects in the field of

compensatory education, and helped develop the ANISA Model for the release of human

potential.Languages

• Fluent in English, Portuguese and Spanish. Good knowledge of German and reading knowledge of French.

References

• LUCIEN ANDRÉ MUÑOZ, Representante Adjunto para Programa e Intersectorialidade, Representação da UNESCO no Brasil, Escritório Nacional no Brasil. SAUS Qd. 5 - Bloco H - Lote 6 Ed. CNPq/IBICT/UNESCO - 9. Andar Brasilia, DF Brazil, 70070-912 [email protected] Tel: +5561 2106 3500 Fax: +5561 2106 3697 Ext. 300

• JOSÉ FLORÊNCIO RODRIGUES JUNIOR, retired professor, Universidade Católica de Brasilia. QI 29, Conjunto 11, Casa 16, Brasilia, DF Brazil, 71600.000. Tel:+5561 3367-5236. Mobile: +5561 9982-6558 [email protected]

• MIGUEL FONTES, Diretor, John Snow Brasil. Tel.: 55613328-1278. [email protected]

Page 81: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

81

Curriculum Vitae

Birth Date 20/06/1968

Birth Place Porto Nacional – Tocantins -Brazil

Residential Address Av. Taubaté 878

Jardim Paulista

77.600-000 – Paraíso do Tocantins - TO

Brazil

Phone +55 (63) 9998-1864

E-mail [email protected]

VAG-LAN GOMES BORGES, 44 years old, Brazilian, is a doctoral student of economic geography from Utrecht

University, The Netherlands. I hold a Bachelor Degree in “Political Science” from University of Brasilia, Master’s

Degree in “Economic Development” from International University of Andalusia, Spain, and a Certificate in Territorial

Planning and Development. I have been an associate-professor of the University of Tocantins with large experience

as a lecturer of bachelor and postgraduate level, as well as, I have worked as a consultant for international

organizations such as World Bank, KfW, GEF, UNDP, FAO, WWF, and Brazilian government agencies, to providing

consulting services on sustainable forest resources management, energy & climate, ecosystems services,

agriculture & food, local and regional development, urbanization & cities, and economics & finance of sustainable

development. Previously I worked as an expert on participatory processes for land reform, sustainable rural

management and conflict resolution for the Ministry of Rural Development of Brazil In the first semester of 2011 I

stayed as a visiting-professor at the Swedish University of Agricultural Sciences (SLU) to support the structuring of

study and academic cooperation programme on tropical forestry.

Page 82: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

82

ACADEMIC EDUCATION

2009 Ph.D. Candidate in Economic Geography – Urban and Regional Research Centre Utrecht – Utrecht University.

2007 Postgraduate Specialization in Territorial Planning and Development – Federal University of Santa Catarina - Brazil

2003 Master’s Degree in “Economic Development in Latin America” – International University of Andalusia, Spain

1996 Bachelor in Political Science – University of Brasilia

TRAINING

2012 Volkswagen Foundation Winter School on Limits to Growth Revisited. 27-30

November 2012, Visselhövede, Lower Saxony, Germany.

2011 Participatory forest management as practice and performance. Summer School,

Wageningen School of Social Sciences, Wageningen University, July 11-15, 2011, The

Netherlands.

2011 PhD Summer School 2011 on Sustainable Energy Production : 20-24 June 2011,

University of Copenhagen, Faculty of Life Sciences, Denmark.

2011 Joensuu Forestry Networking Week on Forest Bioenergy. Joensuu 27 May-1 June

2011. University of Eastern Finland-METLA-EFI, Joensuu, Finland.

2011 5th Jena Summer Academy on ”Innovation and Uncertainty”, from the 24th of July

until the 7th of August 2011. Friedrich Schiller Jena University and Max-Planck

Institute of Evolutionary Economics.

2011 Summer School on “Spatial Econometrics”. Lecturer: Prof. Serge Rey, Department of

Urban Planning, Arizona State University. Wageningen University, 27-31 June 2011,

The Netherlands.

2011 Spring School on “Micro Approaches to Innovation and Innovation Networks”.

DIMETIC and University of Strasbourg, 11-21 April 2011, France.

2008 Internship as visiting-scholar – bio-energy trends in UK and EU, Scandinavia,

Germany, and USA, green technology convergence, clusters, networks, and

innovation, land-based industry, rural-urban relational spaces and clustering

processes in the bio-energy sector of UK and Brazil. Centre for Advanced Studies of

the Cardiff School of City and Regional Planning of the Cardiff University.

2008 Summer School - Modelling, systems and dynamics (regional innovation systems,

clusters, and dynamics, the economy as a complex evolving system: network theory;

evolutionary models and computational tools) – 40h - 6-17 October - United Nations

University UNU-MERIT, Maastricht, The Netherlands.

2006 Summer School – “Sustainability in Forestry and the Wood Industry” – 100h – Technical University of Munich – Germany – 24--6 October 2006.

Page 83: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

83

2001 Summer School – “Political and Social Dimensions of Forest Certification” – 40h –Freiburg University – German – 17-21 September 2001.

INTERNATIONAL JOURNAL PEER-REVIEW

2009 Peer-reviewer of the International Journal of Biodiversity and Conservation. Website: http://www.academicjournals.org/ijbc/. Editorial Assistant: Judith Atenaga.

2010 Peer-reviewer of the journal European Planning Studies (EPS). Website: http://www.tandf.co.uk/journals/ceps . Guest Editors: Bernhard Truffer and Lars Coenen.

INTERNATIONAL CONFERENCES

2008 Conference on Regional Economies in a Globalising World: Enhancing Intellectual

Capacity and Innovation. Held on 21 November, Glamorgan Building, Cardiff

University. Chair: Professor Kevin Morgan.

2007 Financing Forest Conservation: Conference on Payment for Environmental Services

in the Tropics, Yale Chapter of the International Society of Tropical Foresters

(http://www.yale.edu/istf/conference_2007.html), held at Yale School of Forestry

and Environmental Studies, New Haven, CT, in 2-3 March 2007.

2007 World Bank Global Forum Building Science, Technology, and Innovation Capacity for

Sustainable Growth and Poverty Reduction, Washington, DC, held in 11-13 February

2007.

(http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/TOPICS/EXTSTIGLOFOR/0,,menuPK:3

156763~pagePK:64168427~piPK:64168435~theSitePK:3156699,00.html?);

2006 Conference Forestxchange – New approaches of knowledge management applied in

forestry, Freiburg, Germany, held in 25-27 October 2006

(http://www.forestxchange.org).

2006 Conference Make Markets Work for Climate (http://www.makemarketswork.com),

Amsterdam, The Netherlands, held in 16-17 October 2006;

PROFESSIONAL EXPERIENCE

March 2013 Senior Consultant of UNDP and ABC(Brazilian Agency of Cooperation) to evaluate

south-south and triangular cooperation policy-making and implementation during course training

seminar in Brasilia-DF, Brazil.

Nov12-Mar13 Senior Consultant of GEF (Global Environmental Facility) to prepare

comprehensive mid-term evaluation and monitoring of the Project Mangroves of Brazil.

Page 84: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

84

Since 2005 Director of Forest Life – consulting services in bio-energy, forest management, eco-

labelling, eco-innovation, green markets, carbon trading markets, and environmental

management. See more at http://www.forestlife.com.br.

2011 Visiting-Professor at the Swedish University of Agricultural University (SLU), Alnarp,

on tropical forest management and economics, under the Erasmus Mundus Mobility Scholarship.

2011 Visiting-Scholar at the Jena Universität Friedrich Schiller on “technology innovation

and bioenergy production in Brazil”. Jena, Gernany.

2008 Visiting-Researcher of the Centre for Advanced Studies of the City Planning Institute

of the Cardiff University – Cardiff – Wales – UK.

2008 Project Manager. Brazilian Ministry for Rural Development. Programme on

Sustainable Rural Development. Url: http://www.territoriosdacidadania.gov.br.

2005/6 CEO and Project Manager. Funiversa (Catholic University Foundation). Url:

http://www.funiversa.org.br

2005/8 Project Manager. University of Tocantins. Project on Technology Innovation and

Transfer for Sustainable Rural Development. Url: http://www.unitins.br/ates

2006 Consultant of Provarzea for project evaluation in the Amazon River Floodplain on

sustainable and environmental management of natural resources.

2005 -Present Lecturer of Unitins – University of Tocantins. Post-graduation courses.

www.unitins.br

2005 Coordinator of the postgraduate program of the Catholic Faculty of Tocantins.

2004/1 - Director-President of the Infor, International Institute for Forests and Environment,

Palmas, Tocantins, Brazil.

2004 Associate Professor of entrepreneurship and competitiveness, project formulation, project management, fund-raise, and lobby and parliamentary relationship of the Catholic University of Brasilia.

2003/3 Consultant of the GEF (Global Environmental Facility) and UNDP to assess a GEF

Program of biodiversity conservation in the Amazon.

2002/8-12 Senior-Consultant of the IATEC (Institute Araguaia-Tocantins of Studies of the

Cerrados), Palmas, TO. Structuring of Program on ecological conservation and

ethnobotany.

2002/5-8 Senior-Consultant of the University Foundation of Brasilia. Formulation of the initial

framework of the “Technology Transfer Program”.

2001/10/2002/8 Consultant of the Ministry of Planning, Budget and Public Management for

technical support on environmental and forestry issues of the Amazonian region of

Brazil.

2000/8/2002/1 Adjunct-Professor of “Contemporary Economy” and “International Political Economy

at IESB (Institute for Graduate Studies of Brasilia).

2001/1-7 WWF/Brazil. Division of Trade and Environment. Consultant for the formulation of Data Bank for agriculture products of the biome Cerrado.

Page 85: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

85

1999/9-12 UNDP/PPG-7/Ministry of Environment - Brazil. Consultant for the formulation and Project Design for institutional strengthening and trade in non-timber forest products concerned to rural sustainable development in the Amazon.

1999/3/1999/9 LATEQ/University of Brasilia. Certification of Timber and Non-Timber Forest Products and Market Behavior. Function: Consultant for the analysis of the international tropical timber market; Diagnosis international organizations, regimes, and systems for certification of forest products; and economic and market impact assessment of certification of timber and non-timber forest products from the Amazon.

1999/3 UnB/CIORD/SAE – Post-Graduation Course: “Gestão Ambiental e Ordenamento Territorial” (Environmental Management and Land Use Planning). Discipline: “Biodiversity and Biotechnology in the Amazon”. Function: Professor.

1998/8-10 BNDES/Consórcio Brasiliana. Technical subsidies for the formulation of the Pluri-annual Plan and “Avança, Brasil” – A Federal Government’s Program. Identification of Opportunities for Private and/or Public Investments/ Madeira-Amazonas and Arco-Norte Development and Integration Axes. Function: Consultant for the diagnosis of potentialities for sustainable economic development based on commercialization of non-timber forest products; formulation of policy measures to foster, promote and support trade in non-timber forest products.

1997/8/1998/10 UNDP/IBAMA/UnB Project (An Alternative Technology for Rubber Production in the Amazon – Tecbor). Function: Researcher/Project Co-Manager for Economic Studies and Socio-economic analysis for technical implementation; institutional and economic analysis of the Project environment of implementation; top-down and bottom-up evaluation.

1996/91999/9 ITTO/FUNATURA/IBAMA/UnB. Non-Wood Forest Products Project: Processing, Collection and Trade. Function: Researcher/Manager for Economic and Environmental Studies and Socio-economic analysis on non-timber forest products of the Amazon; assessment of available technologies; and institutional environment of the non-timber extraction economy in the Amazon.

ACADEMIC EXPERIENCE

1996/2/7 Dept. of International Relations. Function: Monitor of the course “International Economic Relations”

1996/1-3 Dept. of Political Science – University of Brasilia. Research Project: Agrarian Politics in Brazil – 1985 – 1995. Function: Trainee

1995/8/12 Dept. of History – University of Brasilia. Function: Monitor of the course “General Social and Political History”

1994/3/7 Dept. of Political Science – University of Brasilia – Function: Monitor of the course “Contemporary Political Theory”

1993/8/2004/3 Center for Energy Planning – CEAM – University of Brasilia. Project: Sustainable Energy Policy for the Amazon/CNPq. Function: Assistant-Researcher

REFERENCES

Dr. Adrian Whiteman – Forestry Studies Officer – Forestry Economics Division – FAO – Italy – Phone:

+39 06 570 55055 - E-mail: [email protected]

Prof. Dr. Carlos Castro – Director – GEF – UNDP Energy and Environment Programme - Phone: 3038-

9030 – E-mail: [email protected]

Page 86: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

86

Mr. George White, Head of Global Forest and Trade Network at WWF. Tel: +44 1394 420 518 Email:

[email protected]. United Kingdom.

Prof. Dr. Donald Sawyer – GEF Program Coordinator in Brazil for Small Grants Projects – ISPN – SQN

203 BL. D., SL. 101 – Phone: (61) 3328-4219 – E-mail: [email protected]

Prof. Dr. Phillip Cooke –Director of the Centre for Advanced Studies – Cardiff School of City and

Regional Planning – Cardiff University – Phone: +44 (0)29 208 74945 – E-mail: E-mail:

[email protected].

LANGUAGES

English, Portuguese, and Spanish: listen, speak, read, and write fluently

German: listen, speak, read, and write fairly

French: listen and speak fairly

PUBLICATIONS

Borges, Vag-Lan, Ferreira, Mônica Sousa, Félix, Gustavo. The new economics of Babassu palm forests

in Brazil. Tropical Forest Update 19(4), 2010, ITTO, Japan.

Borges, Vag-Lan. Redefinindo as estratégias de gestão florestal na Amazônia. Jirau 4 (16), Manaus,

Amazonas.

Borges, Vag-Lan. “Homma’s Model and the non-timber forest economy”. Article accepted to be

presented during and publish in the Proceedings of the IUFRO World Congress 2005, to be held in

August in Brisbane, Australia (www.iufro2005.com).

Borges, Vag-Lan. “The natural rubber economy of the Brazilian Amazon: trade and forest

conservation”. Article accepted to be presented as a poster at the Tropentag 2004, held in October

in Berlin, Germany.

Borges, Vag-Lan. “Forest products, markets, and sustainable forest management in the Amazonia”.

Article accepted to be presented orally at the Conference on the Economics of Sustainable Forest

Management, to be held in May in Toronto, Canada.

Borges, Vag-Lan. “Intertemporal Sustainability for the economic viability of Agroforestry Systems in

the Amazonia”. Abstract of article accepted to be presented as a poster in the 1º World Congress of

Agroforestry, held in July of 2004, in Orlando (Florida, EUA).

Borges, Vag-Lan. “Homma Model and non-timber extraction in the Amazon”. World Forestry Congress 2003 Proceedings. Quebec, Canada, 2003.

Borges, Vag-Lan. “Market systems for non-timber forest products in the Amazon”. ETFRN Newsletter. Verweij, Pita (Ed.). Innovative Financial Mechanisms for Conservation & Sustainable Forest Management. The Netherlands.

Borges, Vag-Lan. “Non-timber economy in the Amazon and markets”. Non-Wood News Bulletin No. 8, FAO, 2001.

Borges, Vag-Lan. “Por um novo ciclo da borracha na Amazônia” (For a new rubber cycle in the Amazonia). Gazeta Mercantil, 18.04.2001.

Borges, Vag-Lan. “Sustaining non-timber extraction”. Tropical Forest Update 10(3), ITTO, Japan,

Page 87: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

87

2000.

Borges, Vag-Lan. “Economy of non-timber forest products in the Amazonia and Markets System”. Non-Wood News Bulletin (FAO), No 7, 2000.

Borges, Vag-Lan “A bicicleta e o meio ambiente” (bicycle and environment). Gazeta Mercantil, 28.2.2000.

Page 88: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

88

Anexo 10

Tabela de Avaliaçãoi

Item Nota Comentários

Monitoramento e Avaliação

Qualidade geral de M&A U (Insatisfatória) Há apresentações de

PowerPoints nos encontros nacionais e

reuniões do comitê gestor, mas faltam

sistemas permanentes de M&A para

aprendizagem e controle.

Design inicial de M&A U (Insatisfatório) As mudanças no METT entre

aplicações (instrument decay) dificultam

sobremaneira as comparações longitudinais, e

não são corretamente controladas.

Implementação do plano de M&A U (Insatisfatória) Falta aproveitar a TI no M&A

de maneira eficiente, transparente e

amigável. As comparações linha de base

(2006-2007) / linha de comparação (2012)

não foram corretamente computadas ou

aproveitadas para a gestão adaptativa. Uma

recomendação importante do Relatório de

Implementação do Projeto (PIR) não

engendrou nenhum debate ou ação.

Execução pelas Agências de

Implementação e Execução

Qualidade geral de

implementação e execução do

Projeto

MS (Moderadamente satisfatória) Tendo em vista

que a agência executora começou

praticamente na mesma época do Projeto,

pode ser considerado natural que a agência

implementadora tenha assumido um papel

bastante proativo no início. Essa situação só

se torna problemático se se prolonga no

tempo.

Execução pela Agência

Implementadora

S (Satisfatória) Como sempre, o PNUD foi

eficiente na implementação do Projeto; o

único problema relatado neste caso se deveu

à pressão das responsabilidades pela Rio+20 e

à problemática das rotinas de backstopping

Page 89: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

89

que teriam falhado na época.

Execução pela Agência Executora MS (Moderadamente satisfatória) A alta

rotatividade e a ausência de pessoal dedicada

tempo integral ao Projeto (com a exceção do

assessor, contratado pelo Projeto mas tendo

sua sala nas instalações do PNUD) tem

dificultado a execução do Projeto.

Resultados (outcomes)

Qualidade geral dos resultados

do Projeto

MS (Moderadamente satisfatória) Os processos

em curso são promissores, mas falta uma

abordagem ao mesmo tempo moderno e

participativo de gestão para resultados.

Relevância HS (Altamente satisfatória, sem reparos a fazer),

pelos implícitos conceitos pioneiros de

desenvolvimento de capital social para

aumentar o capital humano e preservar o

capital natural, e pela promoção da cogestão

e territorialidade integral, além da própria

importância ecológica dos manguezais

brasileiros.

Efetividade MS (Moderadamente Satisfatória). Pouco ou

nenhum progresso nas categorias do METT

entre a linha de base (2007) e a linha de

comparação (2012). Contudo, processos

estruturantes estão em curso no Delta

Parnaíba, Mamanguape, e Mosaico Complexo

Estuarino Lagunar Iguape-Paranaguá, e bem

desenvolvidos no Salgado Paraense; pouco

progresso nas Reentrâncias Maranhenses. O

desenvolvimento institucional nacional

permanece sendo o grande desafio.

Eficiência MU (Moderadamente Insatisfatória). Falta de

pessoal de Projeto em tempo integral e,

atualmente, de uma Coordenação Nacional

(coletiva) atuante. Dificuldades na liberação

tempestiva de recursos. Dispersão de dados e

falta de transparência. Empecilhos técnicos

dificultam a comunicação.

Papel Catalítico

Page 90: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

90

Produção de um bem público S A elaboração do Plano de Ação para

Conservação das Espécies Ameaçadas e de

Importância Socioeconômica do Ecossistema

Manguezal na Costa Brasileira (PAN

Manguezal), de grande relevância nacional,

tem sido coordenada pelo ICMBio, com o

apoio do Projeto (S – satisfatório; MS –

moderadamente satisfatório em termos de

Demonstração).

Já houve disseminação de uma área piloto para outra de uma inovação como as “basquetas” para o transporte de caranguejos, sendo a inovação encampada por um estado, difundida para catadores de outros estados e proposta em nível federal (S – Satisfatório). Esse foi praticamente o único caso de replicação encontrado. A adoção de normas federais nesse sentido está sendo proposta, e oficinas interestaduais estão sendo realizadas; ainda é cedo avaliar a aplicação em escala maior do que na própria AP do Salgado Paraense (U/A – impossível avaliar).

Demonstração MS

Replicação S

Aplicação em escala maior U/A

Sustentabilidade

Probabilade geral de riscos à

sustantabilidade

MU (Moderadamente Improvável). Risco

substancial de que resultados chaves não

continuem após encerramento do Projeto;

alguns produtos e atividades deverão

continuar.

Financeira MU (Moderadamente Improvável). Carência de

recursos operacionais (administração das UC,

fiscalização); fatores políticos e emergências

atrasam ou inviabilizam investimentos

maiores (Plano de Gestão de Recursos

Hídricos do Mamanguape); baixa execução

financeira do Projeto. Cofinanciamento não

registrado, apesar de relatos esporádicos de

contrapartidas não financeiras; esse fato põe

em dúvida a probabilidade de continuidade

dos esforços.

Socioeconômica MU (Moderadamente Improvável). Riscos

associados a grandes empreendimentos (Pré-

Sal, Porto de Espadarte), carcinocultura

Page 91: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

91

comercial (imunidade da área indígena – PB).

Dúvidas se o extrativismo tradicional (mesmo

mais eficiente) será considerado uma

alternativa aceitável, principalmente pelas

gerações mais novas.

Arcabouço institucional e

governança

MU (Moderadamente Improvável). Até agora, os

maiores desafios à sustentabilidade dos

esforços têm sido o tempo de dedicação ao

Projeto do pessoal envolvido (intensidade e

continuidade) e a institucionalização dos

mecanismos de gestão; esses desafios só

tendem a aumentar com o término do Projeto

formal.

Novas formas de gestão (cogestão, territórios

integrais), complementadas por comunidades

de prática e aprendizagem, oferecem

soluções aos problemas complexos de

articulação entre entidades e níveis de

governo num país do tamanho do Brasil.

Ambiental MU (Moderadamente Improvável). Falhas no

sistema de monitoramento de cobertura

dificultam a confirmação de tendências de

aumento ou diminuição de cobertura; os

dados disponíveis parecem apontar para

tendências de relativa estabilidade. Os

grandes riscos estão associados à

programação de mega-emprendimentos

como o Porto do Espadarte no Pará e o Pré-

Sal no Sudeste.

Resultados Gerais do Projeto MU (Moderadamente Improvável). Houve grandes

expectativas para o Projeto, mas mudanças

imprevistas na área institucional têm

atrapalhado sua realização. Atualmente há

políticas nacionais muito positivas em curso,

pondo em prática certos ideais do Projeto de

maneira abrangente, mas até agora sem

muita articulação com suas atividades e

estruturas concretas.

Page 92: 343o de Meio Termo do Projeto Manguezais do Brasil …. BRA07G32...6 Sumário Executivo A Avaliação de Meio Termo foi realizada por dois consultores nacionais, entre novembro de

92

i Na Tabela de Avaliação, usamos as siglas especificadas no documento, UNDP Evaluation Guidance

for GEF-Financed Projects: Version for External Evaluators, minuta final 17 de março de 2011. Observe que as siglas U e MU têm dois significados: para Monitoramento e Avaliação, Execução pelas Agências de Implementação e Execução, Papel Catalítico e Resultados Gerais do Projeto, significam Moderately Unsatisfactory e Unsatisfactory (Moderadamente Insatisfatório e Insatisfatório); para Sustentabilidade, Moderately Unlikely e Unlikely (Moderadamente Improvável e Improvável) (ver páginas 18 e 20-21).