64
Políticas Públicas 1

3811 Sao Paulo Sp Prefe Munic Gesta Gover Anali de Polit Publi e Gesta Gover Sao Paulo Sp Prefe Munic Super 1-5 (1)

Embed Size (px)

DESCRIPTION

apostila do concurso - Políticas Públicas

Citation preview

Políticas Públicas

1

Definições de política pública

O que é política? É a solução pacífica dos conflitos(Schmitter). Principalmente, conflitos referentes àdistribuição e alocação de recursos públicos.

Política pública (policy/policies), por sua vez, sãooutputs, resultantes da atividades política (politics)ou seja, compreendem o conjunto das decisões eações relativas à alocação imperativa de valores.

2

Para Cosme Sergio:

“Pode-se resumir política pública como o campo do

conhecimento que busca, ao mesmo tempo, colocar o governo em ação e/ou analisar essa ação e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas ações. A formulação de políticas públicas constitui-se no estágio em que os governos democráticos traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão resultados ou mudanças no mundo real.”

3

Política pública X decisão Política.

• Uma política pública geralmente envolve mais do que uma decisão e requer diversas ações estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas.

• Já uma decisão política corresponde a uma escolha dentre um leque de alternativas, conforme a hierarquia das preferências dos atores envolvidos, expressando - em maior ou menor grau - uma certa adequação entre os fins pretendidos e os meios disponíveis.

4

Política pública X decisão Política.

• Nem toda decisão política chega a constituir uma política pública. Um exemplo encontra-se na emenda constitucional para reeleição presidencial. Trata-se de uma decisão, mas não de uma política pública. Já a privatização de estatais ou a reforma agrária são políticas públicas.

5

Nota importante!!!!!!!!!!!!!!

• As Políticas Públicas são “públicas”- e não privadas ou apenas coletivas. A sua dimensão 'pública' é dada não pelo tamanho do agregado social sobre o qual incidem, mas pelo seu caráter "imperativo" . Isto significa que uma das suas características centrais é o fato de que são decisões e ações revestidas da autoridade soberana do poder público.

6

• As políticas públicas envolvem, portanto, atividade política. Para usar a linguagem de Easton, resultam do processamento, pelo sistema político, dos inputsoriginários do meio ambiente e, freqüentemente, de withinputs (demandas originadas no interior do próprio sistema político).

7

• Ainda de acordo com Easton, os inputs e os withinputs podem expressar demandas e suporte.

• As demandas podem ser, por exemplo, reivindicações de bens e serviços, como saúde, educação, estradas, transportes, segurança pública, normas de higiene e controle de produtos alimentícios, previdência social, etc. Podem ser, ainda, demandas de participação no sistema político, como reconhecimento do direito de voto dos analfabetos, acesso a cargos públicos para estrangeiros, organização de associações políticas, direitos de greve, etc. Ou ainda, demandas de controle da corrupção, de preservação ambiental, de informação política, de estabelecimento de normas para o comportamento dos agentes públicos e privados, etc.

8

• O suporte ou apoio (input de apoio)nem sempre estão diretamente vinculados a cada demanda ou política especifica. Geralmente, estão direcionados para o sistema político ou para a classe governante.

• Exemplo de suporte ou apoio: são a obediência e o cumprimento de leis e regulamentos; atos de participação política, como o simples ato de votar e apoiar um partido político, o respeito à autoridade dos governantes e aos símbolos nacionais; a disposição para pagar tributos e para prestar serviços, como por exemplo o serviço militar, etc. Observe que:

9

• Quando os empresários, por exemplo, deixam de pagar impostos, constata-se a ausência de um input de apoio; o mesmo ocorre com a sonegação de impostos em geral, com a abstenção eleitoral, com as manifestações contra os governantes: estes fatos significam que falta apoio - seja ao governo, seja ao próprio sistema político.

• Um outro fato a considerar é o de que os inputs de demanda e de apoio não estão restritos ao plano interno da sociedade nacional. De fato, principalmente no mundo moderno, onde vem se acelerando o processo de globalização da economia e de redução das barreiras nacionais, cada país é - cada vez mais - afetado pelo que acontece com os outros países. Basta lembrar os abalos recentemente provocados na economia brasileira pela crise mundial.

10

• Os withinputs também expressam demandas e apoio e distínguem-se dos inputs pelo fato de que são provenientes do próprio sistema político: dos agentes do executivo (ministros, burocratas, tecnocratas, etc) dos parlamentares, dos governadores de estado, do judiciário.

11

Políticas Públicas como outputs do sistema político

OUTPUTS

WITHINPUTS

inputs

inputs

IncentivosEstímulos

(demandasou apoio) externos

IncentivosEstímulosinternos

Processamentopelo sistema

político

12

Então !!!!!!!!!Podemos considerar que grande parte da atividade política dos governos se destina à tentativa de satisfazer as demandas que lhes são dirigidas pelo atores sociais ou aquelas formuladas pelos próprios agentes do sistema político, ao mesmo tempo que articulam os apoios necessários. Na realidade, o próprio atendimento das demandas deve ser um fator gerador de apoios - mas isto nem sempre ocorre, ou, mais comumente, ocorre apenas parcialmente. De qualquer forma, é na tentativa de processar as demandas que se desenvolvem aqueles "procedimentos formais e informais de resolução pacífica de conflitos" que caracterizam a política.

13

Políticas PúblicasAumento da visibilidade do campo de políticas públicas, razões: Adoção de políticas restritivas de gastos (ajuste fiscal e

focalização no lugar de universalização), especialmente nospaíses em desenvolvimento;

O declínio das políticas keynesianas (*) e sua substituição porpolíticas restritivas de gastos, ou seja, o ajuste fiscal implicou aadoção de orçamentos equilibrados entre receita e despesa erestrições a intervenção do Estado na economia e nas políticasociais.

14

Políticas Públicas

(*) Políticas keynesianas: defendiam uma políticaeconômica de Estado intervencionista, atravésda qual os governos usariam medidas fiscais emonetárias para mitigar os efeitos adversos dosciclos econômicos, como recessão e depressão.

15

Atores: quem tem alguma coisa em jogo

• Individuais ou coletivos.

• Atores públicos: políticos (mandatos eletivos) e burocratas (servidores de carreira, devem possuir conhecimento especializado).

• Atores privados: empresários, igrejas, Ongs, trabalhadores.

Agentes Internacionais: Podem ser agentes financeiros como o FMI, o Banco Mundial, ou ainda, organizações ou governos

16

Atores: quem tem alguma coisa em jogo

• É normal que a importância dos atores em cada fase dapolítica pública seja diferente. Alguns atores costumam sermais importante no momento da definição da agenda(atores visíveis: alta visibilidade na imprensa e diante dopúblico) e outros na formação de alternativas (participantesinvisíveis – formam comunidades onde as idéias são geradase postas em circulação) outros ainda são mais relevantes nomomento da formulação propriamente dita (legisladoresp.ex.)e da implementação (burocrata p.ex.).

17

Tipos de Demandas:Novas, Recorrentes e Reprimidas

As demandas novas são aquelas que resultam do surgimento

de novos atores políticos ou de novos problemas.

Novos atores são aqueles que já existiam antes mas não eram organizados; quando passam a se organizar para pressionar o sistema político, aparecem como novos atores políticos .

Novos problemas são problemas que ou não existiam efetivamente antes -como a AIDS, por exemplo - ou que existiam apenas como "estados de coisas", pois não chegavam a pressionar o sistema e se apresentar como problemas políticos a exigirem solução. Um exemplo é a questão ambiental.

18

• As demandas recorrentes são aquelas que expressam problemas não resolvidos ou mal resolvidos, e que estão sempre voltando a aparecer no debate político e na agenda governamental . Quando se acumulam as demandas e o sistema não consegue encaminhar soluções aceitáveis, ocorre o que se denomina "sobrecarga de demandas": uma crise que ameaça a estabilidade do sistema. Dependendo da sua gravidade e da sua duração, pode levar até mesmo à ruptura institucional. Mesmo que isto não ocorra, o sistema passa a lidar com crises de governabilidade: pressões resultantes da combinação do excesso ou complexidade de demandas - novas ou recorrentes - com withinputs contraditórios e redução do apoio ou suporte.

19

• As demandas reprimidas são aquelas constituídas por "estados de coisas" ou por não-decisões, que serão discutidos adiante.

20

Duas agendas - Esta divisão não é considerada por muitos autores. Que tomam as duas agendas como

idênticas.

Agenda governamental

Agenda decisória

Agenda governamental: conjunto de questões que, por despertarem em algum momento a atenção ou interesse de atores políticos, ingressou na agenda do governo.

Agenda decisória: subconjunto de questões que estão prontas para uma decisão ativa dos formuladores. Ou seja, está prestes a virar política pública.

21

O que é estado de Coisas???

É caracterizado como uma situação pode existir durante mudo tempo, incomodando grupos de pessoas e gerando insatisfações sem, entretanto, chegar a mobilizar as autoridades governamentais. Neste caso, trata-se de um "estado de coisas" - algo que incomoda, prejudica, gera insatisfação para muitos indivíduos, mas não chega a constituir um ítem da agenda governamental, ou seja, não se encontra entre as prioridades dos tomadores de decisão. Quando este estado de coisas passa a preocupar as autoridades e se torna uma prioridade na agenda governamental, então tornou-se um "problema político".

22

• Um estado de coisas geralmente se transforma em problema político quando mobiliza ação política . Para que uma situação ou estado de coisas se torne um problema político e passe a figurar como um item prioritário da agenda governamental é necessário que apresente pelo menos uma das seguintes características:

23

(a) mobilize ação política: seja ação coletiva de grandes grupos, seja ação coletiva de pequenos grupos dotados de fortes recursos de poder, seja ação de atores individuais estrategicamente situados;

(b) constitua uma situação de crise, calamidade ou catástrofe, de maneira que o ônus de não resolver o problema seja maior que o ônus de resolvê-lo;

(c) constitua uma situação de oportunidade, ou seja, haja vantagens, antevistas por algum ator relevante, a serem obtidas com o tratamento daquele problema.

24

Nota importante!!!!!!

• Ao deixar de ser um estado de coisas e se transformar em um problema político uma questão ou demanda torna-seum input, passando a incluir-se na agenda governamental. A partir desse momento inicia-se o momento de formulação das alternativas.

25

Processo de Formulação e Desenvolvimento de Políticas

• Para fins didáticos, o processo de políticas públicascostuma ser apresentado como um ciclo, ou como umalinha evolutiva:

monitoramento

PROBLEMAS

AGENDA

FORMULAÇÃOIMPLEMENTAÇÃO

AVALIAÇÃO

26

I. Formulação de Políticas PúblicasSegundo Rua, a formulação das alternativas é um dos momentosmais importantes do processo decisório, porque é quando secolocam claramente as preferências dos atores, manifestam-se osseus interesses e é então que os diversos atores entram emconfronto com os recursos de poder que possuem em busca damaximização de suas preferências(*).

Para Cosme Sergio, a formulação de políticas públicas constitui-seno estágio em que os governos democráticos traduzem seuspropósitos e plataformas eleitorais em programas e ações queproduzirão resultados ou mudanças no mundo real.”

27

Notas Importantes!!!!

(*) Preferências: é a alternativa de solução para um problema que mais beneficia um determinado ator. Assim, dependendo da sua posição, os atores podem ter preferências muito diversas uns dos outros quanto à melhor solução para um problema político.

• Estas preferências dependem do cálculo de custo/benefício de cada ator.

28

Notas Importantes!!!!

• Custo/benefício é o cálculo das vantagens e desvantagens que cada ator tem em relação a cada alternativa proposta para solucionar um problema. Este cálculo não se restringe a custos econômicos ou financeiros. Envolve também elementos simbólicos, como prestígio; ou elementos políticos, como ambições de poder e ganhos /perdas eleitorais, por exemplo.

29

• As preferências formam-se em torno de issues

• Issue é um item ou aspecto de uma decisão, que afeta osinteresses de vários atores e que, por esse motivo, mobiliza assuas expectativas quanto aos resultados da política e catalisa oconflito entre os atores. Por exemplo, na reforma agrária, sãoissues: o conceito de terra improdutiva, a forma de indenizaçãonas desapropriações e o rito de desapropriação. Por que sãoissues? Porque, dependendo da decisão que for tomada quantoa esses pontos, alguns atores ganham e outros perdem, seusinteresses são afetados e a política assume uma configuração ououtra.

30

• Para entender o processo de formulação (e também aimplementação) é essencial definir quais são os issues de umapolítica e identificar as preferências dos atores em relação a cadaum deles.

• A dinâmica dos atores pode assumir a forma de luta, jogo oudebate.

• Técnicas utilizadas: persuasão, pressão pública, exercício daautoridade, obstrução etc.

31

Formulação de Políticas PúblicasTheodor Lowi, desenvolveu talvez a mais conhecida tipologia

sobre política pública, elaborada através de uma máxima:“a política pública faz a política”. Com essa máxima Lowiquis dizer que cada tipo de política pública vai encontrardiferentes formas de apoio e de rejeição e que disputadasem torno de sua decisão passarm por arenas diferenciadas.

Segundo Lowi, políticas públicas podem assumir três formas,as quais ficam mais evidentes no momento da formulação:

1. Políticas distributivas2. Políticas regulatórias3. Políticas redistributivas

32

Formulação de Políticas Públicas1. Políticas distributivas: decisões tomadas pelo governo que

desconsideram a questão dos recursos limitados, gerando impactos mais individuais que universais, ao privilegiar certos grupos sociais ou regiões em detrimento do todo;

De acordo com Klaus Frey, “políticas distributivas são caracterizadas por um baixo grau de conflito dos processos políticos, visto que políticas de caráter distributivo só parecem distribuir vantagens e não acarretam custos – pelo menos diretamente percebíveis – para outros grupos”. É marcante a presença do consenso e da indiferença amigável. Em geral, políticas distributivas beneficiam um grande número de destinatários, todavia em escala relativamente pequena; potenciais opositores costumam ser incluídos na distribuição de serviços e benefícios”

33

Formulação de Políticas Públicas2. Políticas regulatórias: são as mais visíveis ao público, que envolvem a burocracia, regulamentações, os políticos e grupos de interesses. Essas políticas “trabalham com ordens e proibições, decretos e portarias. Os efeitos referentes aos custos e benefícios não são determináveis de antemão; dependem da configuração concreta das políticas. Custos e benefícios podem ser distribuídos de forma igual e equilibrada entre os grupos e setores da sociedade, do mesmo modo como as políticas também podem atender a interesses particulares e restritos. Os processos de conflito, de consenso e de coalizão tendem a se modificar conforme a configuração específica das políticas.” (Frey, com adaptações).

34

Formulação de Políticas Públicas3. Políticas redistributivas: atinge maior número de pessoas e impõe perdas concretas e a curto prazo para certos grupos sociais e ganhos incertos e futuros para outros (tributos, políticas sociais universais, previdência ,etc; que em geral são as de mais difícil encaminhamento). Assim, a característica principal deste tipo de política é o conflito e a polarização que ela é capaz de gerar. Isso é absolutamente natural, uma vez que seu “objetivo é o desvio e o deslocamento consciente de recursos financeiros, direitos ou outros valores entre camadas sociais e grupos da sociedade”.

35

II. Análise - Papel das instituições• Interesses individuais compartilhados não geram ação coletiva

(olson);

• Ação coletiva não produz necessariamente benscoletivos(Arrow);

• Bens coletivos e ação coletiva podem ser gerados por desenhosinstitucionais que gerem incentivos seletivos;

• Instituições modelam preferências;

• Instituições tornam o curso de algumas políticas mais fácil queo de outras, definem as posições dos atores e as alternativasque são viáveis;

36

II. Análise - Papel das instituições

• Escolha racional (rational choice): comportamento guiadopor preferências que dependem da percepção dosindivíduos que é influenciada pelo meio.

• Escolha pública (public choice): ênfase na racionalidadelimitada. Assimetria informacional, incerteza, informaçõesincompleta, auto-interesse dos atores. Decisões do mercadomelhores que decisões políticas.

37

II. Análise- Juristocracia

Fenômeno que anda junto com a constitucionalizaçãode políticas públicas;

Evitar que direitos e mudanças sociais fiquem à mercêdo jogo político e da tirania das maiorias legislativas;

Baixa representatividade.

38

III. Implementação• Conjunto de ações realizadas por grupos ou indivíduos de

natureza pública ou privada, as quais são direcionadaspara a consecução de objetivos estabelecidos mediantedecisões anteriores quanto a políticas. Ou seja, ações quefazem uma política sair do papel e funcionarefetivamente.

39

TOP DOWN X BOTTOM UP

Como deve se dar o processo de planejamento eimplementação. Duas abordagens:

TOP DOWN APPROACH: acredita que o processo pode sercontrolado de cima para baixo ou seja, as decisões sãotomadas por autoridades que têm um certo controle doprocesso e decidem o que e como serão implementadas aspolíticas. Com isso, elas poderiam efetivamente coordenaro processo de planejamento e implementação de políticaspúblicas.

40

TOP DOWN X BOTTOM UPBOTTOM UP APPROACH: enfatiza a importância de se levar em

consideração aqueles que estão mais próximos às ações resultantesdas políticas, ou seja, vêem o processo de baixo para cima. Dessaforma, a população afetada pela política e os agentes do Estado emcontato com ela (chamados street-level bureaucrats, ou burocratasda rua) poderiam e deveriam influenciar de forma mais intensa oprocesso de políticas públicas. De acordo com autores que apóiamessa visão, ela seria justificada, primeiramente, por questões deefetividade e eficiência, já que esses atores sabem exatamente oque acontece e o que seria melhor para alcançar-se os resultados dapolítica; segundo, porque seria mais democrático a participação daspartes interessadas no processo nas decisões que lhes afetam.

41

TOP DOWN X BOTTOM UP

CONCLUSÃO: relativa convergência = aceitação daimportância de ambos os fluxos (top down e bottom up)para se entender políticas públicas e seu processo deplanejamento e implementação.

42

III. Implementação

Segundo Mª das Graças Rua, existem 10 pré-condições umapara implementação perfeita:

1. As circunstâncias externas à agência implementadora nãodevem impor restrições que a desvirtuem;

2. O programa deve dispor de tempo e recursos suficientes;

3. Os recursos devem estar disponíveis no tempo devido;

43

III. Implementação

4. A política a ser implementada deve ser baseada em umateoria adequada entre causa (do problema) e efeito (da soluçãoproposta);

5. Esta relação de causa e efeito deve ser direta e, se houverfatores intervenientes, devem ser mínimos.

44

III. Implementação6. Deve haver uma só agência implementadora, que nãodepende de outras agências para ter sucesso; se houver outrasagências envolvidas, a relação de dependência deve sermínima em número e importância;

7. Deve haver completa compreensão e consenso quanto aosobjetivos a serem atingidos e esta condição deve permanecerdurante todo o processo de implementação;

45

III. Implementação8. Deve ser possível especificar as tarefas a serem realizadaspor cada participante e seu momento;

9. É necessário perfeita coordenação e comunicação entre osenvolvidos;

10. Os atores em comando devem ser obedecidos.

46

III. Implementação - Importante• No nosso sistema de orçamento-programa, é necessário

observar como um novo programa se relaciona com osprogramas já existentes;

• A adoção simbólica de políticas acontece com certafreqüência;

• Recursos materiais e de tempo são essenciais para o sucessode uma política;

• Mudanças na estrutura política ou da política pública sãofatores críticos para o sucesso de uma política pública.

47

IV. Avaliação de Políticas Públicas• Avaliação informal: Aquela que fazemos em relação às

experiências que temos (avaliamos um filme, uma comida,uma roupa etc.

• Avaliação Formal: exame sistemático de certos objetos,baseado em procedimentos científicos de coleta e análisede informação sobre o conteúdo, estrutura, processo,resultado e/ou impactos de políticas, programas, projetosou qualquer intervenção planejada na realidade

48

Avaliação Formal• É um julgamento (envolve juízo de valor) sistemático

(baseado em critérios e procedimento previamente conhecidos) dos processos ou dos produtos de uma política, programa ou projeto, tendo como referência critérios explícitos, a fim de contribuir para o seu aperfeiçoamento, a melhoria do processo decisório, o aprendizado institucional e/ou o aumento da accountability.

• Portanto, é um processo bidimensional (valorativo e técnico)

49

Avaliação de Programas e ProjetosFinalidades:

• Accountability: estabelecer elementos para julgar e aprovar decisões, ações e seus resultados;

• Desenvolver e melhorar estratégias de intervenção na realidade (melhorar a política avaliada - avaliação deve ser capaz de propor algo a respeito da política avaliada);

• Empoderamento, promoção social e desenvolvimento institucional (significa que a avaliação deve promover a democratização, a incorporação de grupos sociais excluídos).

50

Avaliação de Programas e ProjetosAlguns atributos da avaliação:• Permite julgar processos e produtos de diversos modos;• Permite acompanhar políticas no logo prazo;• Ao final do ciclo de um programa, pode indicar seu sucesso no

alcance dos objetivos propostos e permitir avaliar a suasustentabilidade, ou seja, a possibilidade de sua continuidade.

• Instrumento de aprendizagem;• Instrumento de transparência e controle social;• Pode estar presente em diversas etapas do desenvolvimento da

política publica (formulação, implementação e resultados eimpactos)

51

Tipos de Avaliação

A classificação mais tradicional aponta para a existência dequatro tipos de avaliação:

A. Avaliação ex-ante,

B. Avaliação ex-post ou Somativa,

C. Avaliação Formativa ou de Processo

D. Monitoramento.

Existem diversos tipos de avaliações: entre eles avaliaçãocentradas em objetivos, nos consumidores, nos adversários,na administração,nos participantes etc.

52

A) Avaliação ex-ante• É realizada antes do início do projeto;• Procura medir a viabilidade do programa a ser implementado, no

que diz respeito a sua relação “custo-benefício”, viabilidade políticae institucional, possibilidade de satisfazer as expectativas dosbeneficiários da ação;

• Um de seus objetivos é a identificação de prioridades e metas;• Seu foco principal é sobre o estudo de seus objetivos, dos

beneficiários e suas necessidades e do seu campo de atuação;• A idéia é ser um instrumento que ajude na escolha da melhor opção

estratégica em termos de programas e projetos nos quais seconcretizam as políticas;

• Muito utilizada por órgãos financiadores de projetos.

53

B) Avaliação ex-post (Somativa)

• Focada nos resultados (em que medida o programa atinge os resultados esperados pelos formuladores);

• duas modalidades:1. focada nos resultados esperados2. Focada nos resultados não-esperados.

54

B) Avaliação ex-post (Somativa)• Algumas indagações são essenciais para essa modalidade de avaliação:a) que tipos de serviços ou benefícios os beneficiários do programa estão

recebendo? b) Em que medida os serviços ou benefícios realmente recebidos pelos

beneficiários do programa estão de acordo com as intenções originais dos formuladores?

c) Os beneficiários estão satisfeitos com os resultados atingidos pelo programa?

d) Os resultados atingidos são compatíveis com os resultados esperados? e) Como e porque os programas implementados geram resultados não

esperados?

55

B) Avaliação ex-post (Somativa)• As características da avaliação ex-post fazem dela uma avaliação

somativa, que é uma apresentação concentrada de resultados obtidoscom relação à uma situação;

• O sentido de uma avaliação somativa é, ao final da fase de implementação de um programa, examinar e analisar seus objetivos, impactos e resultados. Focalizando a relação entre processo, resultados e impacto, comparando os diferentes programas, o que possibilita escolher o mais adequado e viável para atingir as metas no prazo pretendido.

• O objetivo principal da avaliação somativa é o de analisar a efetividadede um programa, compreendendo em que medida atingiu osresultados esperados junto à população-alvo. Nesse sentido, pode serconsiderada uma avaliação impacto (resultados obtidos X resultadospropostos).

56

C) Avaliação de Processo (Formativa)

• Focada na gestão e no funcionamento do programa:A. Como o programa funciona?B. Quais são as estratégias utilizadas?C. Como os meios se relacionam com os fins?• é mais utilizada na fase de implementação (como a política está

funcionando);• Não se preocupa com a efetividade, pois, sua função maior é a de

observar em que medida o programa está sendo implementadocomo planejado.

57

C) Avaliação de Processo (Formativa) • Instrumento que se preocupa em diagnosticar as possíveis

falhas de um programa, no que diz respeito aosinstrumentos, procedimentos, conteúdos, métodos, e suaadequação ao público-alvo:

I. Os recursos estão sendo alocados com eficiência?II. O cronograma está sendo cumprido? III. A população-alvo está sendo atendida, conforme as metas?

FAÇA A COISA CERTA

58

D) Monitoramento• O que é? um processo sistemático, contínuo e periódico de

análise da gestão, funcionamento e desempenho deprogramas e projetos que, produzindo informaçõessintéticas e em tempo eficaz, permite rápida avaliaçãosituacional e a intervenção oportuna que corrige ouconfirma as ações monitoradas;

• Quando? durante a execução do programa;• Pra que?1. identificar desvios na execução das ações, entre o

programado e o executado,2. diagnosticar as causas dos desvios, e

59

D) Monitoramento3. propor ajustes operacionais para adequar planejamento eexecução;

• Pressuposto: conhecimento do projeto nas suas fases iniciale final, bem como na sua fase de desenvolvimento, pois istopermite verificar o seu andamento com relação a objetivos emetas, viabilizando, se necessário, redirecionar, ou mesmo,redesenhar algumas ações que se comportaram de formanão prevista.

• observa elementos específicos e definidos (não trabalha todos os aspectos)

60

Processo de Formulação e Desenvolvimento de Políticas

• Para fins didáticos, o processo de políticas públicascostuma ser apresentado como um ciclo, ou como umalinha evolutiva:

monitoramento

PROBLEMAS

AGENDA

FORMULAÇÃOIMPLEMENTAÇÃO

AVALIAÇÃO

61

Conceitos Relevantes para Avaliação - Eficiência• Refere-se à otimização dos recursos utilizados (ao melhor resultado

possível com os recursos disponíveis);

• O conceito de eficiência diz respeito à relação entre os resultados eos custos envolvidos na execução de um projeto ou programa.Quando ambos podem ser traduzidos em unidades monetárias,recorre-se à Análise Custo-Benefício (ACB) que, grosso modo,pretende verificar se os benefícios líquidos do projeto excedemseus custos operacionais; Nesse contexto, é preciso reconhecer quemuitos programas não são facilmente analisados pela ACB, poisenvolvem resultados que não podem ser expressosfinanceiramente.

62

Eficiência• “A eficiência diz respeito ao grau de aproximação e à relação

entre o previsto e realizado, no sentido de combinar osinsumos e os implementos necessários à consecução dosresultados visados.” assim, está voltada para otimização dosrecursos públicos (financeiros, materiais e humanos) nacomparação entre metas alcançadas, recursosempreendidos e tempo de execução.

• A eficiência é especialmente importante em avaliações do tipo formativa ou de processo e no monitoramento.

63

Conceitos Relevantes para Avaliação - Eficácia

• A eficácia de política pública está relacionada aos resultados (cumprimentos de objetivos e metas) que o programa produz sobre a sua população beneficiária (efeitos) e sobre o conjunto da população e do meio ambiente (impactos) em um determinado período de tempo.• Produziu efeitos? Quais? A eficácia é especialmente relevante em

avaliações do tipo somativa ou de resultado.• Se eficiência é a medida do “fazer mais com menos”, eficácia é

medido do que é esse “mais”. Dessa forma, os dois conceitos estãointrinsecamente ligados, de maneira que o resultado alcançado nodesenvolvimento da política deve expressar um grau de eficiênciae eficácia satisfatório.

64