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3o. Simpósio da COLUFRAS, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, 29 de novembro a 01 de dezembro de 2010
Roberto Bittencourt:
Professor Doutor do Curso de Medicina / Núcleo de Saúde Coletiva - Universidade Católica de Brasília Médico Cardiologista do Serviço de Emergência do Hospital de Base do DF
Trabalhos brasileiros sobre
desempenho hospitalar
B624 Bittencourt, Roberto José
A superlotação dos serviços de emergência hospitalar como evidência de baixo desempenho organizacional. / Roberto José Bittencourt. Rio de Janeiro: s.n., 2010.
152 f. il., tab., graf.
Orientador: Hortale, Virginia Alonso
Tese (Doutorado) – Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2010
1. Qualidade da Assistência à Saúde. 2. Serviço Hospitalar de Emergência-organização & administração. 3. Necessidades e Demandas de Serviços de Saúde/organização & administração. I. Título.
CDD - 22.ed. – 362.11
ACOLHIMENTO ?
Revisão Sistemática: Intervenções para solucionar a
superlotação dos SEH
O período da pesquisa foi de 2000 a junho de 2007. Foram
pesquisados17 bancos de dados, encontramos 2.992 títulos,
selecionados 822, em seguida foram selecionados 325 resumos, e
identificados 147 artigos, 49 comunicações e um capítulo de livro,
para a leitura integral. Ao final, fizeram parte da revisão 25 artigos,
13 comunicações e o capítulo de livro. Identificamos 66 citações de
intervenções que foram agrupadas em 47 intervenções afins. Essa
revisão sistemática
era inédita.
Intervenções para solucionar a superlotação
21 intervenções relacionaram-se com o TP no SEH -15 intervenções
interferiram ativa e positivamente no fluxo dos pacientes: (1) unidade de
pronto-atendimento; (2) “bed czar” ou gerente de leitos; (3) coordenação
de altas do SEH; (4) prontuários eletrônicos; (5) equipes de alto
desempenho clínico; (6) laboratório-satélite; (7) indicadores de saturação
operacional; (8) censo de vagas e demandas; (9) encaminhamento rápido
para sala de observação clínica; (10) busca ativa dos pacientes
internados no SEH; (11) coordenação de alta hospitalar; (12) pré-alta;
(13) sala de alta; (14) cancelamento de internações eletivas; (15)
redistribuição de
cirurgias eletivas.
Conclusão II:
Asplin & Magid: “hospitais que tiveram maior sucesso em diminuir a
superlotação nos SEH foram aqueles que reconheceram o problema
do fluxo do paciente em todo o hospital e definiram iniciativas para
tirá-lo do SEH de forma mais eficiente - se você quer consertar a
superlotação, comece por consertar seu hospital”
Ou seja, o grande número de atendimentos nos SEH indica baixo
desempenho do sistema de serviços de saúde, e a superlotação dos
SEH revela o baixo desempenho do hospital. Trata-se, portanto, de
dois fenômenos distintos, que podem ou não coexistir.
MODELO DE DESEMPENHO PARA SERVIÇOS DE SAÚDE
A partir dos estudos de Sicote et al (1998), o Groupe de
Recherche Interdisciplinaire em Santé (GRIS) - Secteur
Santé Publique - Faculté de Medeciné - Université de
Montréal (GRIS, 2005), propôs o modelo denominado
« Évaluation Globale et Intégrée de la Performance dans les
Systèmes de Santé » (EGIPSS).
Fonte: A.P. Contandriopoulos, F, Champagne, H. Nguyen, I. Trabut, I. Hovelaque, L. Grenier 11
Atingir metas
Eqüidade Eficácia
Eficiência
Dimensões e sub-dimensões do desempenho Dimensões e sub-dimensões do desempenho do modelo integrador e configuracional EGIPSSdo modelo integrador e configuracional EGIPSS
Manter valores
Valores organizacionaisClima organizacional
adaptação
acquisição de ressourcesOrientation vers besoins de la
populationOrientation vers nouvelles
tendances
Produção
ProdutividadeIntegração entre os serviçosQualidade dos cuidados e
serviços
Equilíbrio estratégico
Equilíbriooperacional
equilíbriocontextual
Equilíbrio tático
equilíbrioalocativo
equilíbriolegitimado
Adaptação
•Aquisição dos recursos•Adaptação às necessidades da
população •Capacidade de atrair clientelas
•Mobilização da comunidade•Inovação e transformação
Conclusões sobre a dimensão produção de serviços – EGIPSS
A superlotação dos SEH revelam a existência de vários
“hospitais” em disputa. O ambulatório hospitalar, o CC, o
CTI o SEH demandam suas necessidades aos setores de
suporte, como o laboratório, setor de imagem e outros,
mas é na disputa do leito hospitalar, onde a disputa é mais
acirrada, exigindo um nível superior de integração - gestão
de leitos e vagas (NIR) - para evitar a superlotação.
Considerações Finais:
Considera limitada às abordagens que proponham arranjos
gerenciais e assistenciais para melhorar os SEH
desarticulados com o “fazer conjunto” do hospital, ou seja,
trata-se de matéria a ser concebida de forma integrativa;
A matriz de desempenho EGIPSS apresentada nesse estudo é
uma das possibilidades para esse objetivo, apesar das
condições para sua implementação, dado o grau da
complexidade dessas organizações, desafiarem qualquer
instrumento de mudança.
Registro da experiências:
“A qualidade nos serviços de emergência de hospitais públicos e algumas
considerações sobre a conjuntura recente no município do rio de janeiro”.
C&SC 12 (4); 929-934. 2007
“Intervenções para solucionar a superlotação nos serviços de emergência
hospitalar: uma revisão sistemática”. CSP 25 (7); 1439 – 1454. 2009
“Gestão de Leitos e vagas hospitalar: relato de experiência no Hospital de
Urgência de Sergipe - HUSE”. QualiHosp (São Paulo). 2009
“Implantação do Núcleo Interno de Regulação de leitos e vagas do Hospital
Regional de Mato Grosso do Sul. 2º Congresso de Saúde Pública de Mato
Groso do Sul (Campo Grande). 2009.
Desempenho hospitalar enquanto política
Desempenho hospitalar enquanto resultado
Desempenho hospitalar enquanto política
“A maneira como um problema é estruturado determinará os tipos
de evidência que serão consideradas relevantes e o que será
descartado. As implicações políticas surgem dessas evidências e
não do quadro de referencia per se. E os modelos implícitos ou
explícitos de análise de (desempenho) definem e incluem (ou
excluem) categorias que são relevantes para determinado
referencial e não para outros.” Projeto de Desenvolvimento de Metodologia de
Avaliação de Desempenho de Sistema de Saúde Brasileiro (PRO-ADESS, 2003; Viacava, 2004).
Desempenho hospitalar enquanto política
Champagne (2005a) e Smits (2008), realizaram estudos
comparativos, entre dimensões do desempenho em serviços
de saúde e modelos de gestão, no Canadá, EUA, França,
Austrália e OPAS. Concluíram que, não há neutralidade e sim
alinhamentos, refletindo valores, responsabilidade e
preferências hegemônicas em um determinado contexto
sócio-político-sanitário.
Desempenho hospitalar enquanto política:
“A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato; II - os controles e critérios de avaliação de desempenho,
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III - a remuneração do pessoal.” Constituição Federal / Capítulo VII: Da Administração Pública / Seção
I /Artigo 37 / Parágrafo 8º :
Desempenho hospitalar enquanto política:
Perguntas:
1) Qual é o melhor modelo de gestão e, conseqüentemente,
qual é a melhor matriz de desempenho?
2) Qual é o melhor ambiente externo e interno (serviços de
saúde) para implantar uma política de avaliação de
desempenho?
Desempenho hospitalar enquanto resultado
Banco Mundial > DEA
MS / DERAC / ANVISA > PNASS
Análise Envoltória de Dados (DEA):
O DEA é uma metodologia para estimar a eficiência técnica de
uma unidade de produção. Considera a taxa de resultado (output)
por insumo (input) utilizado. Tem por princípio que um vetor input
– output é tecnicamente eficiente se: (a) o resultado for
aumentado desde que não aumente o insumo (b) o insumo for
reduzido desde que o resultado seja mantido.
A dimensão avaliada do desempenho é a Eficiência Técnica de
cada Unidade de Produção, considerada a soma ponderada das
saídas dividida pela soma ponderada das
entradas
De uma amostra de 7.397 hospitais avaliou-se 588 hospitais com > 25 leitos escolhidos de forma aleatória respeitando distribuição de porte e região
INSUMOS PRODUTOS
Nº leitos Altas hospitalares
Nº consultórios Procedimentos de emergência
Índice de complexidade baseado em equipamentos
Soma de médicos e residentes
Pessoal de enfermagem
Outras categorias
DEA / ESTUDOS INTERNACIONAIS (21)
DEA / ESTUDOS NACIONAIS (9)
3 estudos: hospitais de menor porte são mais eficientes
Relação inversa entre tempo de permanência e eficiência
1 estudo: hospitais de maior porte são mais eficientes
Sem diferença na eficiência entre hosp. públicos e privados
4 estudos: s/ diferença entre hospital público e privado
HU com menos de 200 leitos são mais eficientes (Lins ME, C≻ 2007)
5 estudos: hospitais públicos são mais eficiente
Hospitais com perfil cirúrgico são mais eficientes
3 estudos: HU são mais eficientes
1 estudo: quanto maior a concorrência mais eficiente
2 estudos: mais produção menor a qualidade
1 estudo: diminuir custos só até 11% se alterar a qualidade
Programa Nacional de Avaliação de Serviços
de Saúde (PNASS, 2007)
Ministério da Saúde (DERAC), ANVISA, DATASUS, DENASUS,
CONASS e CONASEMS
PNASS - 2007
Foram capacitados 2.664 técnicos, selecionados entre as equipes
de vigilância sanitária e dos departamentos de controle, avaliação
e auditoria dos estados e municípios. Os instrumentos foram
aplicados entre novembro de 2004 e outubro de 2006. A amostra
a ser pesquisada foi de 5.626 serviços de saúde; entre hospitais
gerais (60%), hospitais especializados (2%) e ambulatórios de
especialidade (38%), selecionados pelas equipes de forma não
randomizada. Foram aplicados 105.000 questionários (DADOS
PRIMÁRIOS).
Foram considerados 132 padrões, organizados em 22
critérios e três blocos (gestão organizacional; apoio técnico e
logístico; gestão da atenção). Os padrões de conformidades
sentinelas foram identificados como:
(a) imprescindíveis, ex. a unidade possui, para uso
exclusivo, carro de parada
(b) necessários, ex. a unidade de terapia intensiva está
instalada em local exclusivo
(c) recomendáveis, ex. está implantando a Política Nacional
de Humanização da Gestão e da Atenção à Saúde.
Qual instituição irá se responsabilizar pela
melhoria contínua do desempenho dos serviços
de saúde no Brasil?
PAÍS INSTITUIÇÃO
Inglaterra National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE)
Canadá Canadian Council on Health Services Acreditation (CCHA)
EUA Joint Commission on Acreditation of Health Care Organization (JCAHO)
Portugal Programa Nacional de Acreditação – Instituto de Qualidade em Saúde
– Ministério da Saúde
Brasil ?