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40 Cantores Brega, Para Se Conhecer Antes de Morrer

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ContentsSobre o Livro

Ficha Técnica

Dedicatória

Introdução

Capítulo 1 TRABALHADORES

Capítulo 2 MULHERADA

Capítulo 3 POLÊMICOS

Capítulo 4 PAUS PRA TODA OBRA

Capítulo 5 REIS DA TRAGÉDIA

Capítulo 6 FOLCLÓRICOS

Capítulo 7 SUMIDOS

Encerramento

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Sobre o LivroO Brasil é um país gigantesco, tudo é grande por essas bandas, desde ascoisas boas como também as ruins, e de certa forma, tudo tem seurespectivo dono, de justiça ou não. O único direito ou dever universal poraqui é a diversão, apesar de todos os problemas, o brasileiro é um povometido a dançarino ou a cantador de suas próprias vivências diárias.

Cantando essas histórias de vida, muitos arrastam milhares deseguidores, ficam ricos, famosos, bonitos e são capazes até de pegar suamãe se quiserem; Outros acabam não tendo a mesma sorte (oucapacidade) e nem a própria mãe deles para pra ouvi-los, coisas da vida!

Nesse e-book, a intenção é indicar acima de tudo, indicar experiências devida, mas precisamente 40 delas, sem nenhum esforço de biografarninguém, contando da maneira mais simplória e desapegada do mundo(assim como os cantores citados) as impressões de quem escreve e ouviutodos, desde o primeiro dia de vida. Cada um no seu estilo, cada um comsua verdade e cada um com seu sucesso sem distinção ou preconceito.

Se voce baixou esse e-book, parabéns, já assinou o seu devido atestadode bregueiro, mostrou que é um masoquista musical, em busca de maissofrimento e dorzinhas de cotovelo, e mesmo se você conheça todos osartistas citados, seja bem-vindo ao web livro 40 Cantores Brega para seconhecer Antes de Morrer!

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Ficha TécnicaAutor

[Jaquisson da Cruz]Editor

[BREGA BLOG]Copyright © 2013 [Jaquisson da Cruz]

Publicado e editado em PAPYRUS EDITOR, 2013

ISBN: [Download livre]

Crédito de Pesquisa extra:

*JC Online

*Wikipédia

*Forró em Vinil

*Blog Música Popular do Brasil

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Dedicatória

Em 2009, no tédio e tristeza, do ínicio de minha vida solitária, recémchegado em um novo país, resolvi abrir um blog, e de música brega,muita gente ria, outros achavam legal e outros eram indiferentes, o talblog criou cara própria e cresceu ao ponto de já não dar conta de fecha-loou abandona-lo. Os que achavam legal continuam prestigiando, os que eram indiferenteshoje me enxergam mais feliz e com novos companheiros e amigos queconhecí através do blog, e os que riam hoje vêem-me de vez em quandosacando uma graninha proporcionada pelos programas de afiliados eoutras propagandas lá postadas. Ofereço este e-book a todos que pelo menos uma vez já visitaram owww.bregablog.com, não importa como chegaram lá, simplesmentemuito obrigado!

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Introdução

Brega é um gênero musical brasileiro. Todavia, sua conceituação comoestética musical tem sido um tanto difícil, uma vez que não há um ritmomusical propriamente "brega". É alvo de discussões por estudiosos eprofissionais do meio musical. Mesmo sem ter estabelecidascaracterísticas suficientemente rígidas, o termo praticamente foi alçado àcondição de gênero. Inicialmente, o termo designava um tipo de músicaromântica, com arranjo musical sem grandes elaborações, bastante apelosentimental, fortes melodias, letras com rimas fáceis e palavras simples,em outras palavras, uma música supostamente de "mau gosto" ou"cafona".Mas a partir da imprecisão conceitual que o termo carregadesde sua origem, podia abarcar artistas de outros gêneros musicais damúsica brasileira, o que, na verdade, só reforçaria essa imprecisão. Para tornar a conceituação mais difícil, o "brega" assimilaria na décadade 1990 novos aspectos - alguns dos quais distantes da linha românticapopular, como são os casos do brega pop e do tecnobrega, bastantepopulares na cena regional do Norte do Brasil, em especial, na cidade deBelém. Além disso, enquanto muitos artistas da "velha guarda"romântica-popular ainda rejeitavam o rótulo "brega", outros assumiram apecha; Um deles, Reginaldo Rossi. Embora esteja longe de uma definição conceitualmente precisa, o"brega" segue alcançando grande aceitação entre segmentos dascamadas populares do Brasil. A origem do termo "brega" é desconhecida e bastante discutida. Umahipótese é que venha dos prostíbulos nordestinos em que esse tipo demúsica era usado para embalar os romances de aluguel. Aventa-se que otermo derive do "Nóbrega" da rua Manuel da Nóbrega, em Salvador, ruaesta que ficava numa região de meretrício da capital baiana. Não se sabe ao certo a origem musical do "brega". jornalistas apontamalguns precursores do "estilo" em cantores das décadas de 1940 e 1950,que seguiam, através do bolero e do samba-canção, uma temática mais"romântica". Entre os quais, Orlando Dias e Carlos Alberto. Durante a década de 60, a música romântica de artistas oriundos

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basicamente das classes mais populares passou a ser considerada cafonae deselegante. Isso foi especialmente reforçado pelas grandestransformações vivenciadas pela música popular do país naqueleperíodo, com o surgimento de inovações estilísticas dentro cenáriomúsical que agradavam principalmente aos jovens do meio urbano e declase média. De um lado, surgiram uma geração oriunda da classe médiauniversitária e que se consolidaria, na década seguinte, sob a sigla MPB,nada menos do que "música popular brasileira" (?). Por outro, omovimentos tropicalista, inspirado em correntes artísticas de vanguardae da cultura pop nacional e estrangeira e por manifestações tradicionaisda cultura brasileira a inovações estéticas radicais - e do Iê-iê-iê - quecapitaneou o Rock'N'Roll estrangeiro, dando-lhe uma roupagem nacional,e transformou-se num grande fenômeno de comportamento e moda. Em princípio da década de 1970 para os artistas brasileiros românticospopulares, mesmo que grandes vendedores no mercado fonográfico,sobrava a alcunha nada positiva de "cafona". O termo passou aestigmatizar artistas como Altemar Dutra, Odair José, Reginaldo Rossi eWaldick Soriano dentro do amplo leque da música brasileira. A partir da década de 1980, o termo "brega" passou a ser cunhadolargamente na imprensa brasileira pelos meios-de-comunicação paradesignar, de maneira pejorativa, música sem valor artístico. Embora semuma conceituação aprofundada, a pecha servia para designar uma"música de mau gosto, geralmente feita para as camadas populares, comexageros de dramaticidade e/ou letras de uma insuportávelingenuidade" (puro preconceito e sensacionalismo para vender jornal). A chegada à década de 1990 levou o "brega" a mais fusões e confusõesem torno da conceituação. Nessa década, uma série de artistas passou ase assumir como "bregas". Um dos mais notórios foi Reginaldo Rossi,auto-proclamado "Rei do Brega". Dentro da tradicional linha românticopopular, Reginaldo Rossi mantinha-se como uma espécie de"contraponto nordestino" para Roberto Carlos, inclusive se apropriandodo título de "rei" que já acompanhava o companheiro de Jovem Guarda. Acanção "Garçom" transformou-o subitamente em sensação no Sudeste,ajudando a detonar uma onda de reavaliação do brega - inclusive comgravações feitas por artistas do envergadura musical nacional, comoCaetano Veloso (quem?) - o cantor baiano, que já havia gravado em 1982a canção "Sonhos", de Peninha, regravaria em 2004 "Você não me

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ensinou a te esquecer", famosa canção de Fernando Mendes. Nos anos2000, outros "cafonas" receberam reconhecimento, como Odair José, queganhou álbum-tributo do qual participaram Pato Fu, Mundo Livre S/A eZeca Baleiro. Mas foi nas regiões Norte e Nordeste que o "brega" resistiae se consolidava como uma grande força musical. Embora as emissorasde rádios e as grandes gravadoras passassem a ignorar sua existência, osartistas "bregas" continuaram produzindo e assimilando novasinfluências. Mesmo com limitações de capital de investimento e suportetécnico, esses músicos mantiveram um público significativo nas periferiasurbanas destas regiões, fora do campo de cobertura cultural da mídiahegemónica. Nos anos de 2000 ícones da chamada música brega, começaram areceber o também confuso titulo de cult, muitos deles recebendohomenagens justas e outros nem tanto. Para citar os 40 cantores a seguir era necessário pelo menos tentardefinir o brega, ou no caso a música brega, a grande verdade é que isso éimpossível, a parte boa e evolutiva da coisa, é que brega parou de serconsiderado xingamento, e foi se permitindo a penetrar nas classes maisaltas até com certa naturalidade. Os próximos capítulos trazem os artistasseparados em grupos evolutivos (ou nem tanto, talvez engraçadinhos)para maior entendimento, que fique claro, nem todos podem serconsiderados desconhecidos. A cada cantor existe também, dicas demúsicas, baseadas no gosto de quem vos escreve!

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Capítulo 1 TRABALHADORES

Eu chamo de trabalhadores cantores, que pouco se importam comrótulos ou preconceitos de quaisquer espécies, que sempre trabalhamcom amor a música e muita disposição, mesmo que, quase sempre nãotenham o devido reconhecimento, procuram sem distinção de lugar,levar sua arte pra um número x de pessoas, esses sabem que quaseninguém mais compra disco original, mas, fazem questão de lançar umdisco por ano, apenas pelo prazer de trabalhar e de render o que o seupúblico (geralmente de longa data) espera.

1. JÚLIO NASCIMENTO: O maranhense Júlio Nascimento foi um dos grandes fenômenos damúsica brega dos anos 90, alcançando a ultima fase das grandesvendagens de discos no Brasil, no norte e nordeste o que tocava nasrádios (na época) eram suas músicas de dor de cotovelo que exploravamcom bom humor as várias maneiras de se levar chifre, muitas vezes damesma mulher ou da prima dela e etc. Júlio simplesmente fez sucesso com aquilo que viveu, na vida real foicasado de verdade com uma mulher por nome de Leidiane, e foi traído,certo dia estava com os amigos tocando violão e bebendo, e veio ainspiração da canção com o nome da mulher traidora. Júlio obviamenteestava transtornado com o fato, e numa tentativa de mostrar pra todosque a tal mulher não valia nada, resolveu gravar um lp independente, quefoi sucesso em seu estado, depois foi enganado por empresários eresolveu deixar de gravar, dois anos depois os fãs que havia conquistadocom seu primeiro lp, começaram a incentivar a volta dele, ele topou

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voltar a cantar e não parou mais, posteriormente veio um contrato com agravadora Gema, e Júlio virou febre, ao ponto de ter uma super banda(Banda Boemia) que lhe acompanhando em shows muitas vezes paramais de 20 mil pessoas, na época chegou até a cantar no programa RaulGil na tv Record. Por alguns anos Júlio Nascimento foi o cantor de brega mais solicitadodo nordeste, principalmente na Bahia, onde acabou indo morar porquesempre achou que tinha pouco espaço em seu estado. Foi engatandosucesso pós sucesso muitos com nome de mulher (Leidiane, Dalziza eDinalva) e continuou gravando, e se estabilizando, os palcos foramdiminuindo, as casas de show também, e o público idem, mas, Júlio nuncadeixou de gravar discos anualmente, e tem a mesma alegria cantandonuma casa de show pequena, como de quando cantava para milhares depessoas na Bahia. Hoje ele é o próprio guitarrista de sua banda, que conta com apenas umteclado nela, porém canta com empolgação os sucessos do passado e osnovos, sempre conversando com a platéia, um verdadeiro show men. Dicas: Leidiane, Dalziza, Prima da Dalziza, A mãe da Leidiane, Lindo Riso,A Volta Lua, Vou te matar de Prazer, Amigo Locutor, Corninho, Um Mundode Amor, Como dia de Sol, Ana e O gostosão.

2. CRISTIANO NEVES Acima de tudo um trabalhador, Cristiano nasceu no interior da Bahia, efoi criado trabalhando na roça, desde o plantio de feijão, a criação degado, mas, sempre sonhando em ser igual ao seu maior ídolo, AmadoBatista. Aos 18 anos partiu pra São Paulo, e trabalhou muitos anos empequenos empregos e bicos, nas horas vagas cantava em festas deamigos e nas ruas da terra da garoa. Finalmente consegue um emprego com carteira assinada no jornal oEstado de São Paulo, aprincipio como ajudante e depois como impressor.Foram 8 anos juntando dinheiro pra realizar um sonho, gravar um lp. Saiu da firma, gravou o disco e nada aconteceu, o disco era bem feito,inédito, mas não tocou em lugar nenhum, a solução foi apelar prasmúsicas de seu ídolo, achou um tecladista e regravou a obra de Amadoem forró, na época, Cristiano tinha um timbre de voz muito próximo dode Amado Batista. As fitas k7 começaram a sair que nem água, muitopela semelhança vocal já citada. Com o passar dos anos Cristiano começa

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a ganhar identidade própria, e a fazer shows pelo Brasil inteiro, semprebuscando sua própria estrutura, hoje tem seu próprio escritório, ônibus ebanda. Talvez, mais do que shows, Cristiano gosta de fazer discos, em um poucomais de 14 anos de carreira, já são pelo menos 35, na Disco de Ouro, CdCenter do Brasil, Gema e gravadoras menores. Chegou a tentar a carreirapolítica como deputado, mas, não teve êxito. Dicas: Carta no Quintal, Cicatriz, Cigana, Casal 2000, Garçonete, QuantoTempo Faz, Atriz e Peço Perdão.

3. EVALDO LUCENA Evaldo Lucena é um nome infinitamente menos conhecido que os dois jácitados, porém, todos os cantores brega de hoje, já gravaram músicasdeste rapaz de Acopiara no Ceará , seu maior sucesso como cantor foiCaminhão Velho, que tocou muito em São Paulo onde vive a muitos anos,em São Paulo foi crooner de bandas de baile onde teve que cantar detudo até a oportunidade de gravar seu primeiro compacto, hoje são, 2compactos, 2 lp´s e 8 cd´s. Apesar de compor bastante para os outros, Evaldo tem uma voz bastanteagradável e agrada onde vai, com shows principalmente no interior donordeste e nas proximidades de São Paulo.O Computador foi uma música feita e gravada por ele, posteriormenteregravada por Zezinho Barros; com o segundo cantor fez um enormesucesso, rendendo até uma aparição no Programa do Ratinho (na épocada rede record). Outra composição de sucesso foi Menino de Rua,regravada por Pépe Moreno e o garoto Samuel, o clip rendeu muitosacessos, e um convite para participar do Domingo Legal, na época aindaapresentado por Gugu Liberato no SBT. Dicas: Caminhão Velho, Bem que eu Falei, O Computador, O Pegador e Ooutro lado da moeda.

4. ROBERTO MÜLLER11

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José Ribamar da Silva nasceu em 17 de fevereiro de 1937 na cidade dePiracuruca no estado do Piauí, Roberto Muller começou cedo emconcursos pequenos no Piauí, no primeiro que venceu o "grande" prêmioera uma caixa de Melhoral, anos mais tarde começa a carreira pra valer.Em 1955, iniciava sua carreira artística na Rádio Timbira de São Luís doMaranhão, foram pelo menos 8 anos trabalhando nessa faixa donordeste, quando em 1962, decide buscar uma oportunidade na cidadedo Rio de Janeiro. Ai peregrinou em rádios como a Excelsior e a Nacional, sem sucesso,porém em 1963 foi até a Rádio Mayrink Veiga e se apresentou noprograma Pescando Estrelas, de Arnaldo Amaral. Daí em diante as portasse abririam para o cantor, não demorou para ser convidado pelaColumbia, que pouco depois passaria a ser chamar CBS (e hoje Sony),foram longos anos na maior gravadora do Brasil, que o manteve comoprincipal nome do chamado estilo bolerão dentro de seu casting, noperíodo da CBS Roberto colecionou 6 discos de ouro, na primeira fase dacarreira o cantor tinha o seguinte estilo, No início, quando se tornouconhecido como O Romântico Pingo de Ouro do Brasil, título conferidopor Abelardo Barbosa, Chacrinha, o cabelo era meio encaracolado ecastanho e era alisado para trás e o bigode era limado. Os ternos, noentanto, já faziam as vezes de armadura artística do homem baixinho edono de voz potente que popularizou o bolero no País, num segundomomento da carreira principalmente na gravadora Copacabana os ternosbem-passados continuaram, porém agora de cor escura e eramacompanhados por gravatas de cores fortes – amarelas, vermelhas –coordenadas com um lencinho. O bigode cheio faz par com a perucanegra que adotou há muitos anos, e essa é a imagem que os mais jovenstem de Muller. Foram muitos os sucessos românticos de Roberto Muller, "EntreEspumas" o maior de todos os sucessos, além de “Nunca mais brigareiContigo”, "Velha Moça", "Fruto Amargo", “Cansei de Humilhar” e “3Marias” os sucessos radiofônicos deram uma pausa depois que saiu daCbs, porém na Copacabana seguia com a mesma rotina de gravação dediscos, hoje ele contabiliza 80 discos, entre compactos, lp´s e cds, emgravadoras como CBS, Copacabana (Selos Beverly e Som), Tapecar,Gravasom, Atração Fonográfica e Polydisc. A partír da década de 80 semuda para Recife, e continua com uma carga de shows enorme, até o

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ano de 2002, quando Roberto sente uma queda gigante em pedidos deshows, quando um fã lhe mostra um livro didático durante um show, olivro que circulava a 6 anos na rede estadual informava que o cantorhavia morrido. Müller foi “morto” na página 14 do livro “Educação semfronteiras”, um especial sobre arte popular lançado em 2002 pelogoverno do Piauí. que ainda trazia o trecho “Morreu ainda jovem e élembrado com carinho pela sua contribuição à arte”. Roberto processou o governo do Piaui e a 10 anos o processo se arrastana justiça sem julgamento marcado... A única pausa na carreira do cantoraconteceu no início de 2010, quando o artista sofreu um acidentevascular cerebral e passou semanas internado no Hospital daRestauração. Foi um período difícil: o AVC comprometeu uma das pernase o cantor precisou usar, durante meses, cadeira de rodas. Os shows, éclaro, foram suspensos. Hoje, Müller já consegue, apesar de certadificuldade, andar, voltou a fazer shows e a encontrar um público cativoque nunca o esqueceu. Uma das grandes tristezas dele foi passar mais de6 anos sem ser convidado pra cantar na cidade onde escolheu viver coma esposa Dagmar. Recife, felizmente o cantor voltou a ser convidado epra uma grande ocasião, a gravação de seu único dvd no Clube das Pás. Em 2013 o cantor chega a marca espetacular de 58 anos de carreira, e 51anos do primeiro disco gravado, além de 50 anos do lançamento de”Entre Espumas” o maior sucesso dele. A poucos dias na Festa de SãoSebastião na cidade de Pilõezinhos, Roberto surpreendeu a muitos seapresentando sem a famosa peruca que era uma marca registrada,parece que agora o cantor introduziu um chapéu ao seu consagradoestilo, os anos passam para todos, mas, o respeito do cantor ao públicoque lhe consagrou continua o mesmo, hoje ele faz cerca de 4 shows pormês. Dicas: Entre Espumas, Nunca mais brigarei Contigo, Três Marias, VelhaMoça, Luz Negra e Fruto Amargo.

5. ABÍLIO FARIAS Abílio Farias é amazonense da cidade de Itacoatiara a 176 km da capitalManaus, e nasceu no ano de 1946, a música desde muito jovem esteveem sua vida, começou como amador desde os 14 anos de idade, foi assimque ele descobriu que tinha um público fiel, resultado de suasapresentações na Rádio Baré, assim o cantor de voz potente começava a

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cavar o seu espaço na música amazonense, segundo Abilio sua carreiraprofissional começa pra valer em 1970, quando o cantor trabalhava,cantava e estudava em Manaus, posteriormente começando a viver damúsica, e conquistando aquele estado. O sucesso no Amazonas foi tanto que Abilio, na metade da década de 70,já foi pro Rio de Janeiro contratado pela Tapecar pra gravar um compacto,pouquíssimo tempo depois músicas como a icônica "Mulher dificil, ohomem gosta" (Abilio Farias/Bartô Galeno), estavam na boca do povo. Ainterpretação de Abílio na música "Vou Fechar o Cabaré" (AbilioFarias/Bartô Galeno), foi o suficiente para a consagração como artistapopular, até os dias de hoje a música permanece em catálogo comodestaque de inúmeras coletâneas. Abílio entrou para a galeria doscantores populares, se destacando dentre os respeitados e queridos dopúblico nortista e nordestino, extatus que lhe deu carta branca pragravar o lp, a gravadora fez questão de munir Abilio com grandesprofissionais da época, nessa fase além das composições próprias, iconesbrega como Carlos André, Ivan Peter e principalmente Bartô Galenoassinaram grandes sucessos em seus discos, talvez a grande surpresa dodisco de 1977 tenha sido a regravação do clássico "Negue" (de AdelinoMoreira), mesmo tendo sido regravada por vários cantores, até hoje aversão de Abilio Farias é uma das mais lembradas. Um ano e meio depois, lançou o LP "Coração indeciso", na Tapecar/Sigla(Sigla: hoje Gravadora Som Livre) com música título, de sua autoria, edestaque para "O Genro Odiado" (Carlos André), "E Agora" (Barto Galeno)e "Pra Comemorar" (Abilio Farias/Wilson Araujo), depois do sucessoarrasador no norte/nordeste São Paulo e Rio, Abilio passa a incursionarem gravadoras menores nos anos 80, porém sempre gravando, eencontrando sempre seu povo amazonense de braços abertos, ele é ocantor nativo do Amazonas que mais vendeu discos em todos os tempos.Em 1999, foi lançado, pela EMI Brazil, o CD "Abílio Farias - Revive osucesso", com gravações suas consagradas pelo público como "Quepena"; "Cabeça oca"; e "O pijama e o chinelo". Em 2000, teve a música"Vou fechar o cabaret", com Bartô Galeno, seu maior sucesso, relançadano CD "Popular", da série Bis, da EMI. Com passagens na Tapecar, Som Livre, Phonogran, Gravasom, DiscoLaser, Selo Acorde, Tropical, EMI e mais recentemente DN Music onde em2012 gravou seu trabalho mais recente "Abilio Farias Canta Waldick

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Soriano". Waldick e Abilio, alías, nutriam uma admiração mútua, WaldickSoriano nunca gostou de ver suas composições gravadas por outroscantores, a única exceção era Abilio Farias, Waldick sempre elogiou oestilo e a voz do cantor. Na carreira foram 9 discos (entre compactos e lp´s) além de 14 cd´s. Em 2009 o cantor viveu um drama ao sofrer um enfarto a bordo de umvôo da empresa Gol, quando retornava a Manaus, vindo de Natal ondefez algumas apresentações. Devido à gravidade do estado de saúde docantor, o comandante desceu na cidade de Petrolina/PE, onde Abílio ficouinternado, felizmente o cantor resistiu sem sequelas visiveis. Por maisque o cantor a um bom tempo viva de maneira pacata em Manaus, quasetodo fim de semana faz shows, além de viajar o nordeste na época deférias, férias porque a muito tempo Abilio Farias é funcionário públicoconcursado do estado do Amazonas. Mesmo sem aparições na mídia, sua interpretação para as dezenas desucessos que o povo conhece, fez dele um dos maiores representantesdo gênero chamado de "brega", em fevereiro de 2013 Abilio iniciou suaturne com shows marcados em 31 cidades do Ceará. Dicas: E Agora, Genro Odiado, O pijama e o chinelo, Pra Comemorar, VouFechar o Cabaré e Mulher Dificil o homem gosta.

6. JOSÉ RIBEIRO José Cipriano Ribeiro nasceu na cidade de Barbacena estado de MinasGerais no ano de 1934, e desde muito jovem tomou gosto pela música, emesmo mineiro era muito fã de Luiz Gonzaga, e sonhava em ser cantorde baião, e depois de servir o exército resolveu seguir o seu sonho cantare fazer testes em rádios e gravadoras de São Paulo e Rio, porém omercado se encontrava fechado para os representantes nordestinos, ecomo Ribeiro tinha sotaque mineiro e voz anazalada foi aconselhado amudar de estilo, mesmo assim continuou na noite cantando em boates eshows pequenos vestido de cangaceiro. José Ribeiro mudou para o estilo romântico quando foi aprovado em umteste da gravadora Copacabana no ano de 1968, e já engatou o sucesso"me casava com ela" em seu primeiro compacto, a música ficou emsegundo lugar em SP, só perdendo para Roberto Carlos, o que logodespertou o interesse da gravadora CBS (hoje Sony Music) que 3 anosdepois o contratou, depois que Ribeiro enviou uma fita para Renato

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Barros (Renato e seus Blue Caps), e o presidente da CBS Evandro Ribeiro,gostou ao ponto de ao invés de gravar um compacto, gravar logo um LPde 12 músicas. Na CBS José Ribeiro teve o mesmo diretor artistico de Roberto Carlos,Mauro Cotta, além da mesma estrutura, e foi produzido por RenatoBarros do grupo Renato e seus Blue Caps, icones da jovem guarda. Oprimeiro LP pela CBS vendeu 800 mil cópias. O segundo, já saiu da fábricacom cem mil cópias vendidas, e por 5 anos consecutivos emplacou maisde uma música nas paradas de sucesso e claro A Beleza da Rosa, o maiorsucesso de sua carreira gravada no disco "Simplesmente José Ribeiro",mas alguns discos depois Ribeiro, começa a não concordar com o rumoque a gravadora queria dar a sua carreira, para a CBS José Ribeiro teriaque concorrer com Roberto Müller e Carlos Alberto (dois remanescentesda época do bolerão de fim dos anos 50 e 60) e a gravadora queriapriorizar apenas Roberto Carlos no campo da música romântica, com arelação desgastada Ribeiro foi para a Polydor (1977). A partir daí José Ribeiro só teve sucessos regionais, no norte e nordestedo país, porém nunca passou mais de dois anos sem lançar um disco,Ribeiro passou pela: Copacabana, CBS, Polydor, Chantecler, Entré (selo dacbs), Gema e hoje grava na B Music, Ribeiro teve um primeiro casamentoque teve mais 30 anos e teve 4 filhos, depois de morar 10 anos em Recife,hoje mora em João Pessoa, e acaba de lançar o disco novo "Em cadaCanção uma Saudade" e atualmente a música "Sou eu" faz muito sucessono nordeste, além de discos novos a cada 2 anos, José Ribeiro tem umdvd biográfico chamado "Histórias e Canções" em que conta as históriasda carreira e mostra fotos, seus cd´s e seu dvd são vendidos em seusshows. Dicas: A beleza da rosa, Na porta da cozinha, Um amor vai outro vem,aqui estou eu e Erro de Matrimônio.

7. RIBAMAR JOSÉ16

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Esse cidadão maranhense que já foi calouro do Raul Gil, Bolinha eChacrinha, já viveu muito tempo em São Paulo, mas, acolhido mesmo foiem Belém do Pará onde vive de boa, só sai de lá para gravar. Ribamartem como espelhos na carreira: Roberto Carlos, Gilberto Gil, Benito diPaula e Raul Seixas. Compôs "Sem Exceção" pra ser gravada por Zé ramalho e Fagner, nãoconseguiu, acabou ele próprio gravando, outra marca são músicasgravadas em dueto com a filha Joseane, na época de infância dela. É um cantor regional, e trabalhador por natureza, com letras bemapuradas, pra um outro nível de bregueiro. Dicas: Hotel Califórnia (isso mesmo), Você Ama ou Desama, Melô doTchururú e Sem Exceção.

8. EVALDO FREIRE Evaldo Freire é um cantor de músicas extremamente tristes edramáticas, muito da vida sofrida que viveu desde criança no Rio Grandedo Norte, afinal, foi expulso de casa, porque o dono da fazenda onde ospais viviam, não gostava dele, feito isso foi morar junto a umacomunidade de ciganos, porém, ia até a fazenda todos os dias à tarde iatomar a bênção. Com 17 anos fugiu pra servir o exército.Serviu, pediu baixa, gravou uma fita k7, violão e voz, mandou pra EmiOdeon, que o contratou em 1970. Gravou mais de 20 discos pelas gravadoras Jangada, EMI/Odeon, RGE ePolydisc. Mas, sempre foi triste, uma tristeza profunda, ao ponto de suaprimeira gravadora contratar um psicólogo acima de tudo, paracomprovar se Evaldo era louco, obviamente não era, simplesmente coisasda vida. Hoje faz basicamente shows pequenos, com ele próprio tocando teclado,com direito a duetos com sua esposa Luciene. Ao lado dela, viaja parashows frequentes em cidades do Norte do País, como Rio Branco, SenaMadureira e Esperança. Vai para tão longe porque, ao contrário daqui, alilhe pagam bem, um show sai por, em média, R$ 7 mil. A voz? continuamelhor que nunca! Dicas: Vou beber até morrer, Homem convencido, Em busca do teucarinho e Cigana.

9. ZEZINHO BARROS

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"Zezinho Barros de Exú para o mundo, gravando a sua fita de número 1,em estúdio profissional" assim o baixinho conterrâneo de Luiz Gonzagase apresentava, em seu primeiro trabalho "profissional" que contava comregravações de clássicos do forró, porém, nunca foi um cantor 100% deforró, alternava cd´s de seresta e brega com forró. Mas, o grandereconhecimento veio quando gravou um dvd de clipes, sem estruturanenhuma, mas com o esforço da pequena equipe (de uma camêra)acabou ganhando muitos adeptos, que lhe deram o título de cantor da br(rsrsrs). Brincadeiras a parte, é um cantor que roda o Brasil, mostrando seussucessos, sem se preocupar com o que acham de sua indumentária, desua música ou de seus video-clips, e isso é louvável. Dicas: O Computador, Tudo é Lindo, Bundinha de Tanajura, Amor e fé eAmar não é pecado.

10. FERNANDO MENDES Longe de ser um desconhecido, teve sua época descolada com cabeloblack power, e cantando nos melhores lugares, como o tempo passa,abraçou honesta e corajosamente a alcunha, de brega. O mineiro Fernando Mendes, talvez o mais cabeça dos cantores brega,sempre foi um cronista da vida do povo, falava de coisas que o povo nãoestava acostumado a ouvir musicadas, e principalmente coisas que ogoverno militar ditatorial da época não queria que fossem propagadas. Caminha a passos largos para adquirir o título de cult, principalmentedepois que Caetano Veloso regravou seu sucesso Voce não me ensinou ate esquecer , mas, voltando um pouco atrás, Fernando sempre falou quesuas melhores músicas foram feitas quando se desentendia ou seseparava de suas esposas, foram 4 pelo menos. Já a algum tempo não faz a menor questão de gravar ou lançar nada,porém, hoje, qualquer festival de música brega (digo bons festivais) vaiter Fernando Mendes, ele se apresenta com frequência nesse tipo deevento, provando que não se importa com rótulos, e sim que as pessoas

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escutem seu ssucessos. Uma curiosidade que causa estranheza a muitos fãs, é o dvd gravadopor Fernando a 6 anos atrás na cidade natal dele (Conselheiro Pena), eque até hoje não foi lançado, ao que se sabe é que também existe um cdinédito pronto, mas que também não se sabe se será lançado, coisas dosempre discreto cantor de cabelos encaracolados. Dicas: Cadeira de Rodas, A desconhecida, Eu queria dizer que te amonuma canção, Sorte tem quem acredita nela, Dois Amores, CaminhoIncerto e Ontem, Hoje e amanhã.

11. RODRIGO O cantor galã de cabelo louro, que nasceu em Barcelona, e veio para oBrasil nos anos 50, com os pais, e se tornou um grande ídolo popular doBrasil e da gravadora Copacabana, hoje vive uma rotina pacata em Recife,cidade onde sua carreira teve um desenvolvimento melhor. Hoje os cabelos são grisalhos, mas o talento e a vontade de embalarmais romances move Rodrigo, um cantor com um passado em São Paulo(onde morou por muito tempo), onde frequentou vários programasimportantes da época como: Chacrinha, Bolinha e Raul Gil. Hoje se apresenta em clubes pequenos de Pernambuco junto ao seutecladista, mas, com os mesmos ternos bem cortados, e a eleganciaespanhola de sempre. Dicas: Pra Sonhar, É Saudade e Seguindo Você (Te Amo Demais).

12. PAULO MÁRCIO Paulo Márcio, figura conhecida e respeitada no nordeste, respeito essevindo do seu trabalho honesto, e também herdado de seu irmão otambém cantor Carlos Alexandre. Nem ele nem ninguém irá conseguir o destaque de Carlos Alexandre,mas, Márcio nunca procurou isto, sempre teve sua carreira direcionadapara o seu gosto pessoal, e sem apelar a familiaridade famosa, é umcantor de voz agradável, e de cantar sorridente, um cara que domina opalco, se precisar pular, pula; Se precisar rebolar, rebola e sem problemanenhum, os anos de carreira o trouxeram essa versátilidade, seapresenta basicamente nas cidades de Pernambuco. Dicas: Quarto de Hotel e Sou Todo seu.

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Capítulo 2 MULHERADA

Mulheres na música brega, sempre foi uma coisa rara, principalmentemulheres com talento, nos anos 80 as que existiam, apenas sabiamrebolar, mostrar a bunda e fazerem chanchadas no cinema, já que adécada era meio sensual mesmo, por isso para recomendar boas etalentosas mulheres, vamor voltar um pouco mais no tempo, como porexemplo a repressão ao suposto sexo frágil, e ao controle moral e ético(psêudo), sobre quais temas as mulheres poderiam cantar ou não. E só pra não perder o costume indicarei também uma cantora dostempos de hoje, pra traçar um paralelo.

13. DOLORES DURAN Definindo Dolores Duran numa palavra, ela seria intensidade, pois tudona curta vida da cantora que morreu aos 29 anos, depois de uma noitede bebedeira se deu dessa maneira. De infância paupérrima nem sequer conheceu seu pai, foi criada emcortiços da cidade do Rio de Janeiro (só pra localizar, estamos na décadade 30). Aos 8 anos de idade contrai febre reumática, que quase a levou amorte, e que deixou como sequela um sopro cardíaco gravíssimo. Porpouco ela não resiste, para desespero de sua mãe. Aos 12 anos iniciou sua carreira artística participando e vencendoconcursos de rádio, logo depois também virou atriz e a contra gosto desua genitora abandona a escola. O traço mais marcante de Dolores erauma personalidade muito forte e não levava desaforos para casa,respondia a quem quer que fosse, sabia se defender bem. Sem nunca ter estudado línguas, aprendeu sozinha a cantar em inglês,

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francês, italiano, espanhol e até em esperanto. Suas músicas se tornaramestrondoso sucesso. Eram dramáticas, belas e românticas, eexpressavam os sentimentos mais puros de um coração. Cantava emdiversas boates no boêmio e encantador Rio de Janeiro daquela época.Sua fama se espalhou e foi contratada pela Rádio Nacional, uma dasvárias rádios cariocas que reuniam artistas do país inteiro, e que naépoca só escolhia os melhores cantores. Era a rádio mais disputada.Qualquer artista brasileiro, para fazer sucesso, tinha que ir ao Rio deJaneiro, capital política e cultural do Brasil, para se lançar. Dolores criavasuas próprias regras, o que para aquela sociedade era um péssimo sinal,em francas palavras, era um atestado de puta. A artista teve muitos namorados, e sempre fazia músicas em mesas debares fumando e bebendo, algo que mulheres comuns não faziam, em 55teve um enfarto, passou 30 dias no hospital, quando saiu acabou nãocumprindo nada que o médico prescreveu. Na madrugada de 23 deoutubro de 1959, depois de um show na boate Little Club, a cantora saiucom seu último namorado, chamado Nonato Pinheiro e com seus amigospara uma festa no requintado Clube da Aeronáutica. Ao sair da festa,resolveram fechar a noite bebendo e ouvindo canções no Kit Club. Acantora chegou em casa às sete da manhã do dia 24. Brincou e beijoumuito a filha, de 3 anos, na banheira. Em seguida, passou os últimoscuidados à empregada Rita: "Não me acorde. Estou cansada. Vou dormiraté morrer", disse brincando. No quarto, sofreu um infarto fulminante, edeixou saudades pela música, e pela personalidade de uma mulher forade seu tempo. Dicas: A noite do meu bem e O negócio é Amar

14. CLAUDIA BARROSO Cláudia Barroso é Amélia de batismo, mas só no nome nunca foi Amélia,aliás foi sim. Aos 15 anos, casou-se e teve um casal de filhos. Durantemuitos anos, ela se dedicou inteiramente aos filhos e ao marido. Em1957, já separada e com os filhos mais crescidos, resolveu que era omomento de tentar a carreira artística. Incentivada por uma amiga,dirigiu-se ao programa de calouros de Ary Barroso. Foi gongada naprimeira apresentação, não por desafinar, mas por errar a letra damúsica "Risque", de Ary Barroso. Tentou, em seguida o programa decalouros de Renato Murce, na rádio Nacional/RJ, sendo bem sucedida e

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permanecendo por várias semanas na disputa, até ganhar o prêmiofinal, também fez questão de peitar todos pelo sonho de ser cantora,optando pelo genêro bolerão na década de 60, mas, a cantora não tinhaa liberdade na época de cantar músicas próprias, mas, tudo mudaria nadécada de 70. A convite de Silvio Santos, Cláudia torna-se jurada de seu programa, oque acabou rendendo um convite da Continental, e a liberdade de gravaras próprias músicas. A polêmica dos sucessos de Cláudia Barroso, é quenão era comum que cantoras interpretassem as amantes (ou outras) nasmúsicas, podia-se falar em traição, mas não em primeira pessoa. Outrapolêmica foi seu relacionamento com o cantor Waldick Soriano. Hoje com 80 anos a cantora continua em atividade, morando emFortaleza. Nunca teve problema em aceitar o título que os fãs lhe deramo de Rainha da Música Brega. Dicas: Quem mandou você errar, A vida é mesmo assim e Quando vocêerrar.

15. DIANA A cantora apaixonada do Brasil, a carioca Diana, é simplesmente umadas maiores estrelas da música popular brasileira em todos os tempos,com uma carreira que já começou grande com uma oportunidade na Cbsmaior gravadora do país, foram vários sucessos em sequência, algunscompostos pelo ainda não maluco beleza Raul Seixas. Diana e Roberto Carlos eram as vozes românticas da gravadora, e eramos tops de linha da mídia, mídia essa que entrou em estardalhaço,quando Diana assumiu relacionamento, e posteriormente casou com otambém cantor Odair José, que também era artista Cbs (mas, quedeixaria a gravadora pouco tempo depois), o cantor, tinha uma grandefama de polêmico, pelo grande grau de constestação de suas letras, e ofato de cantar coisas proibidas. O casamento propriamente dito durou apenas 6 meses, com direito aum dos desfechos mais mídiaticos que já tivemos, simplesmente Dianadeu uma facada em Odair, e o papel de mocinha acabou se invertendo.Esse desentedimento matrimônial de cantores no auge do sucesso noBrasil, ajudou a acelerar a implantação da lei do divórcio no Brasil, ao quese sabe Diana e Odair foram o quarto casal a separar legalmente, nanova lei (hoje velha lei).

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O sucesso era grande na Cbs, mas Diana não tinha liberdade, paragravar as próprias músicas, então resolveu romper contrato com agravadora e ir para a Polydor, fez um bom disco de estréia, mas depois ossucessos foram diminuindo, e na década de 80 a cantora freiou suacarreira. Uma coisa que poucos sabem é que Diana também foi casada com ocantor Balthazar, e por 8 anos (sic) pouco se sabe da relação. Hoje Dianaadotou uma nova grafia a seu nome (Dianah) e tem seu próprioselo (Adhonai), mora em Saquarema no Rio e faz shows pelos interioresdo Brasil. Dicas: Maluca e teiomsa, Ainda Queima A Esperança, Porque Brigamos,Canção dos Namorados, Uma Vez Mais, Fatalidade, Tudo Que Eu Tenho,Lero-Lero e Foi Tudo Culpa do Amor.

16. FÁTIMA MARQUES Longe de ser comparada com as 3 anteriores, mas, pra traçar umparalelo com as cantoras já citadas, Fátima Marques tem exatamente omesmo público das cantoras acima (falo de faixa etária e não dequantidade, com exceção da Dolores Duran), e canta basicamentesucessos daquela época, com espaço maior no estado do Amazonas, nopríncipio com uma abertura maior na época da gravadora Gema, queteve até participação no programa Raul Gil. Pesquisei muito, e só Fátima Marques mereceu uma indicação comocantora brega atual, a parte ruim, é que não houve renovação, asmúsicas são praticamente as mesmas das outras, pouquissímas novas, eos arranjos não fogem muito dos teclados Casio (ou Roland). Louvávelmesmo é o fato de não cantar músicas que denigrem a imagem damulher. Mas que fique claro, que a voz e a interpretação da Magnifica (como écarinhosamente chamada) são dignas de apalusos.Dicas: Meu Refúgio e Vá Embora.

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Capítulo 3 POLÊMICOS

Este capítulo tem só duas indicações, dois tipos diferentes de polêmicaum deles apenas gravando e compondo músicas pra sociedade percebero quanto é hipócrita, o outro mostrando como perder grande parte doprestígio de uma carreira genial, com atitudes, declarações e frasestoscas (se quiser use o termo polêmica).

17. CLÁUDIO FONTANA O cantor e compositor maranhense (mais um), Cláudio Fontana,estourou com baladinhas românticas como Adeus Ingrata, e é compositorde uma das músicas religiosas mais bonitas, o Homem de Nazareth,sucesso na voz de Antônio Marcos. Também fez parte do GrupoChocolate, ao lado da esposa e dos dois filhos. Participou de muitosprogramas de televisão da época e se apresentou nos palcos brasileiros elatino-americanos. Nada de polêmico né? Vamos ao que interessa em 1969 no seu lp deestréia Fontana, decide falar de racismo, algo impregnado na sociedadebrasileira desde sempre, por mais que poucos admitam que existe. Apolêmica balada Estou amando uma garota de cor , confronta as ideiassobre o tema, simplesmente algo inédito na música. Algo visto com mausolhos pela pesada censura imposta pela ditadura militar. Outros temas como a prostituição também tiveram vez em outrosdiscos, que a cada vez que ousava, era metralhado pelos críticos. Talvezpor isso o senso crítico do cantor foi se esvaindo com o passar do tempo(opinião minha de ouvinte), hoje o cantor vive em São Paulo e até a poucotempo tinha um programa semanal na Rede Vida de Televisão.

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tempo tinha um programa semanal na Rede Vida de Televisão. Dicas: Menina da Noite, Adeus Ingrata, Recordações de Ypacarai e Estouamando uma garota de cor.

18. AGNALDO TIMÓTEO Todo mundo conhece o Agnaldo Timóteo, poucos descobriram o cantorAgnaldo Timóteo. Vou abordar a época de 70, para mim, a década emque Agnaldo foi o melhor cantor desse país, depois disso, se limitou a serum palhacinho da mídia e da política. O "mininu" (rs) de Caratinga de família pobre começou a carreira comoimitador de Cauby Peixoto, depois foi pro Rio, onde foi torneiro mecânicoe virou motorista da Sapotí Angela Maria (ai você me pergunta porque aAngela ficou fora da lista das mulheres? Eu respondo, porque me baseeiem mulheres que compuseram os próprios sucessos, e ela sempre foiintérprete somente), demorou algum tempo pra receber uma chance, achance veio e a Odeon foi a casa das glórias do novo astro mineiro, issonos anos 60, agora partiremos pra década de 70. Uma série de sucessos, anteriores capacitaram Timóteo, como as váriasversões gravadas, e as composições de Roberto e Erasmo Carlos, mas,simplesmente as composições dos reis do iê iê iê sumiram dos lp´s deAgnaldo, ninguém sabe o porque, surgia a necessidade do próprioTimóteo, que nunca tinha feito uma música, aparecer. E ele fez da melhore mais genial maneira possível, escrevendo sobre a própria vida, Galeriado Amor, é a primeira música com temática homossexual do Brasil (esurpreendentemente foi liberada pela ditadura), a letra fala sobre aGaleria Alaska, ponto de encontro dos homossexuais no Rio de Janeiro,Agnaldo era frequentador. A música deu nome ao disco. No ano seguinte 76, Perdido na Noite era o nome do disco, e a música(também composta por Timóteo) carrega a mesma temática da anterior,a liberdade da escolha de emoções na noite. Em 77 mais uma vez abordao homossexualismo com Eu Pecador, (também própria e que deu nomeao disco), numa conversa com Deus, ele conta que vive um romanceproibido pelas leis da igreja. Sem contar A Bolsa do posto 3, música feitapor Timóteo relatando a história de um rapaz com quem teve umrelacionamento, e que morreu de Aids. Quatro músicas citadas, falando sobre o homossexualismo (nãoassumido por Timóteo, que fique claro) compostas por eles, nenhumacensurada, todas de altíssimo nível, coisas somadas a outros sucessos e a

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grande interpretação como cantor, obriga qualquer um a respeitar acarreira desse cara. Pelo menos essa fase. Depois disso ele trabalhouduro (e como trabalhou) para manchar isso, virar piada midíatica, dandotiros pra cima em praia do Rio, ou no trânsito, entrando pra política, ouparticipando de programas como Casa dos Artistas, ou outros piorescomo o Superpop falando centenas de bobagens. Recomendo e indico Agnaldo Timóteo, mas, só o da década de 70 (sendojusto o da de 60 também), depois disso acho que não vale a pena. Dicas: Meu Grito, Quem é, Galeria do Amor, Sombras, Ave Maria,Frustrações, Tristeza Danada, Lábios de Mel, Os Brutos Também Amam,Deixe-me outro dia menos hoje, A Casa do Sol nascente, A noiva e Eu VouSair Para Buscar Você.

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Capítulo 4 PAUS PRA TODA OBRA

Nesse capítulo, cantores que se adequaram, as suas áreas em momentosque exigiam mudança, desde uma mudança de estilo, a oportunidade defazer algo longe da realidade de muitos cantores, mas, que o obriga, paramanter seu nome vivo na cabeça das pessoas.

19. AUGUSTO CÉSAR Augusto César é um cantor e compositor de música romantica, muitoconhecido no norte e nordeste do Brasil, esteve no topo das FM´spopulares, durante o fim dos anos 80, com o hit "Escalada". A música Escalada nasceu em 1987 e é sem dúvida a força-motriz queainda hoje leva o cantor a fazer sucesso nas ruas, nos cafés da manhã,aniversários, casamentos, bingos e serenatas. Por causa dela, recebeuum disco de ouro (cem mil cópias vendidas). Por causa dela, precisoumorar um tempo em São Paulo para divulgar seu trabalho. Por causadela, participou de programas de auditório de alcance nacional, fez turnêem cidades como Natal, Fortaleza e Belém do Pará. Por causa dela,mantém uma média de três shows por semana. "Canto Escalada nomínimo duas vezes a cada apresentação" contou Augusto César ao Jornaldo Comércio. Também fizeram sucesso "Como posso te esquecer!", "Máquina deamor" e "Ela acabou comigo". A última tem uma função crucial na carreirade Augusto, que, antes de lançar a canção, tinha um público quasetotalmente feminino, mas essa é uma música essencialmente masculina. Hoje com 4 filhos e no segundo casamento. A família se mantémbasicamente com o dinheiro obtido nas apresentações de Augusto, que

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cobra de R$ 1.500 a R$ 5 mil por show, dependendo do número demúsicos que o acompanham, Para ir até ele, o cantor não faz concessões:se não está em shows, abastece uma Kombi com seus CDs produzidossem apoio de gravadora e vai para o Centro de Recife/Pe. De Microfonena mão, anuncia o produto que, ali, supera o fetiche para adquirir aquiloo que a indústria hoje tanto pena para colar às suas mercadorias: afeto ediferenciação. Durante a venda, Augusto canta, chama os transeuntes,conversa com fãs, posa com eles para fotos, autografa CDs. É assim quese mantém há anos, sendo a estrela, o produtor e o distribuidor daprópria música, sendo o artista e o próprio mecenas, a voz que gritacantando e a voz que grita vendendo. Recentemente Augusto gravou um dvd grandioso, no teatro Santa Isabelem Recife (cidade onde mora), com direito a orquestra e coral, e comparticipações especiais como a de Agnaldo Timóteo , sem dúvida AugustoCesar é um artista que vai onde o povo estar. Dicas: Escalada e Ela Acabou comigo.

20. FREDSON Cantor e compositor, Fredson foi um dos integrantes do Trio Melodia, e apartir de 1969, se lançou em carreira solo, quando gravou pela Caravelle,o seu primeiro compacto com as músicas "Aniversário Do Meu Bem" e"Oh! Meu Imenso Amor", esta última, composição da dupla Roberto eErasmo Carlos e grande sucesso com o Rei naquele mesmo ano. Em seguida, Fredson lançou outro compacto de sucesso, contendo ascanções "Até No Inferno Eu Vou Lhe Buscar" e "Porque Me Apaixonei". Oseu primeiro LP saiu em 1970, porém não teve grande repercussão.Somente em 1971, com o LP "Fredson - Volume Dois", é que o sucessocomeçou a bater a sua porta, a faixa de abertura, "Dolores Sierra", umclássico já gravado por Nelson Gonçalves e outros artistas, voltou àsparadas de sucesso, agora nesta nova roupagem, feita pelo Fredson. A partir de 1973, a exemplo de outros artistas do elenco da Caravelle,Fredson assinou com a Beverly e lançou um ótimo álbum, que incluía ossucessos "Que Saudade É Essa", "Viajei Com Você" e a canção ufanista"Oh! Meu Brasil, Como Te Amo", esta música exaltava o MovimentoBrasileiro De Alfabetização, o famoso MOBRAL, projeto do governoMédici para a área de educação e alfabetização. Mas a trajetória do cantor Fredson foi mesmo no campo da música

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romântica, no qual fez muito sucesso e emplacou várias músicas nasparadas. Ao todo, ele gravou sete LPs, sempre com o seu nome comotítulo dos mesmos. Hoje Fredson é radialista na cidade de Feira de Santana na Bahia, ondefaz um programa no domingo ao meio dia na Rádio Povo, onde só toca aspróprias músicas e atende telefonemas, ele tem sérios problemas devista e audição, o que dá um pouco de vergonha de rir, mas, aconselhotodos a ouvirem o programa de Fredson, é talvez o programa mais loucodo rádio brasileiro. Dicas: Duvido que você esqueça, Até no inferno eu vou te buscar, Meguardei todinho pra você, Nosso filho vai nascer, O bem que me fez eclaro o programa de Fredson todo domingo na Rádio Povo de Feira deSantana.

21. ELINO JULIAO Elino Julião foi um ritmista de muito sucesso, com uma larga carreiracompondo e cantando forró, e muitos anos deles na CBS, em uma épocade auge romântico, se viu obrigado a cantar músicas românticas e lentas. Conseguiu exatamente o mesmo sucesso no campo da músicaromântica, o trabalho de Elino Julião tinha um perfil regionalista muitotransparente, que o caracterizava como um "autêntico cantor donordeste". Ele tinha extrema facilidade em compor a respeito dasparticularidades do seu povo, dos fatos do cotidiano. Um prático. Faziamúsica de ouvido, letra e melodia. O seu forró é consideradogenuinamente "Pé -de- Serra" dos melhores. Ele é conhecido como umdos artistas que mais participa das populares coletâneas de músicajunina. Suas letras revelam também a irreverência e humor do nordestino. Oartista não perdeu sua naturalidade, ainda que tenha sido presençaconstante das famosas rodas do histórico Hotel Glória/ RJ, e muitas vezesescolhido o artista do mês pelas rádios. Produziu 700 músicas, com maisde 40 discos em vinil e quatro cd´s. De acordo com a esposa do músico, Verana Araújo, ao ser entrevistada,depois do jantar Elino foi para cama e caiu. Apesar de ficar secontorcendo ele disse que estava bem, mas a forte dor de cabeça e afalta de ar persistiram, levando-o a óbito. Ele foi vítima de um aneurismacerebral.

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Dicas: Homem invisível e Meu Cofrinho de Amor.

22. CARLOS ANDRÉ Carlos André foi um dos fundadores do Trio Mossoró em 1959. No anoseguinte trabalhou nas rádios Mayrink Veiga e Nacional. Depois dadissolução do grupo seguiu carreira individual de grande sucesso comcerca de um milhão de discos vendidos. Em 1974 lançou o primeiro discosolo, o compacto duplo "O apaixonado", pela gravadora Beverly, e Tevecerca de 100 músicas gravadas. Como produtor ficou conhecido com onome de Oséias Lopes, tendo produzido e descoberto dezenas de íconesda música brega. Genival Santos, Bartô Galeno, Abílio Farias, são exemplos de cantoresajudados por Carlos, na época de produtor de selos da Copacabana ePolydisc, o cantor hoje é funcionário público, e é presença constante emfestivais de música brega, comuns no nordeste. Dicas: Se meu amor não chegar, O caloteiro, Siboney e Na parede dapaixão.

23. MAGUILA Maguila é um cantor que roda o Brasil com seus 3 teclados, e sua vozmega potente que assusta a muitos pela aparência frágil do homemmagrelo, que fez muito sucesso em sua época de gravadora Gema. Maguila, o mago dos teclados como é chamado, tem um timbre vocalmuito parecido com Nelson Gonçalves, por isso, geralmente cantavaclássicos do bolero e samba canção, depois pra abraçar um númeromaior de público hoje canta até sucessos do Tiririca ou da Xuxa (é sópedir), levando as vezes sua bela e talentosa filha Aline Canêjo. Dicas: Tanto faz afinal, são só regravações.

23. OSVALDO OLIVEIRA

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O cantor e compositor paraense Osvaldo Oliveira, o Vavá da Matinha,iniciou sua carreira no final dos anos de 1950, nos programas deauditório da Rádio Clube. Osvaldo fez sucesso com músicas com balançosemelhante às de Jackson do Pandeiro, porém criadas sob a influência donorte do país. Assim, Vavá da Matinha realizava um samba distinto dobaiano e do carioca. Começou a cantar na década de 50 e tornou-sesucesso nos muitos programas de rádio em Belém. Em 1959, mudou-separa o Rio de Janeiro, com uma carta de recomendação de Edyr Proençapara a rádio Tupi. No ano seguinte, gravou duas músicas numa coletâneada Continental e, com o sucesso, ganhou o próprio 78 rotações. Em 61gravaria ainda outro “compacto” e o primeiro lp, “Eterna lembranças doNorte”, que continha basicamente forró e no qual assinava quatromúsicas. Vavá estava na nata dos forrozeiros da época, entre Jackson doPandeiro e Luiz Gonzaga. Na época do bolerão Osvaldo foi aconselhado por sua nova gravadora(simplesmente a CBS) e deixou de lado um pouco o forró (só retomandonos anos 80 quando voltou pro Pará na Gravasom) e se deu muito bemtambém, com vários sucessos como “Só Castigo” e “Nosso Amor já era”, eoutras boas músicas regionais (carimbós, por exemplo) em menornúmero nos discos dessa época (estamos falando da década de 70).Osvaldo, é um ícone da música paraense e faleceu em 2010. Dicas: Resta quase nada, Mudei pra melhor, Só Castigo e Na Despedida.

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Capítulo 5 REIS DA TRAGÉDIA

Muitas músicas brega trazem a temática triste, da morte de alguémquerido, ou de loucuras que um ser humano pode fazer, quandodescobre uma traição, ou outras fatalidades que surgem de maneirarepentina sem chance de lenitivo. É o que teremos nesse capítulo.

25. MAURICIO REIS Mauricio Reis (João Maurício da Costa) nasceu na cidade de Santa Rita,na Paraíba foi um cantor e compositor brasileiro de muito sucessoprincipalmente nos anos 70 e 80. Iniciou a carreira artística como calouroem programas de rádio e tv, como o de Chacrinha onde venceu uma dascompetições cantando "A Casa do sol nascente" o que fez no princípio dadécada de 1970 ter convite para se lançar no disco. Lançou seu primeirodisco pela gravadora Polyfar/Philips. Nesse ano, seu sucesso "Verônica"foi incluído no LP "Sucessos de ouro Nº 5", da Polyfar/Philips, que contoucom as participações de nomes como Tim Maia, Erasmo Carlos, OdairJosé, Carlos José, Adriana, entre outros. Continuou até 1977 na Polyfar/Philips gravando seus discos, econquistando novos sucessos como "Pedido Matrimonial" e "AmorFingido" em 78 partiu para a Cbs onde lançou mais três lp´s e continuoua figurar entre os principais cantores populares brega, na época chamadade música cafona, sempre trajando ternos impecavelmente engomados ede corte fino, além de uma flor branca no bolso sempre que possível,trouxe o seu apelido na música, primeiro o "cantor das flores" depois o"cantor do cravo branco" e finalmente "o poeta do cravo branco" que já

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contabilizava novos sucessos como "Mercedão Vermelho" "FarrapoHumano" e "Lenço Manchado", mais tarde assinou contrato com aPolydor. Depois do grande sucesso, e do período de mais agitação na vida e nacarreira de Mauricio, na década de 90 o cantor resolveu se mudar com afamília para a cidade de Gravatá em Pernambuco, porém, os showsnunca pararam, geralmente eram 10 por mês em todo o interior daregião nordeste. Mas, o destino reservava ao artista um final trágico emjulho do ano 2000, um acidente automobilistico envolvendo orompimento de uma barragem. Em um acidente de carro ocorrido na rodovia PE-109, no distrito de AltoBonito, em Bonito, Agreste. Acompanhado do filho, o tecladista MaurícioReis Jr, do guitarrista Maxuel e do empresário da banda, Joás, Reis saiu deGravatá, onde morava há sete anos, para fazer um show em Xexéu, naZona da Mata Sul. Por volta das 21h, o Fiat Tempra Cinza placa KFO-2600,onde viajavam, afundou nas águas da Barragem do Prata que inundaramcompletamente a pista com as fortes chuvas dos últimos meses.Momentos dramáticos marcaram os últimos minutos da vida de MaurícioReis. O cantor viajava no banco do passageiro e sofreu um grandeimpacto quando o Tempra afundou na rodovia inundada. Muito nervoso,teve dificuldade para sair do veículo. Ainda respirando foi carregadopelos demais ocupantes do automóvel. Eles conseguiram ajuda demoradores da região, que jogaram uma corda para facilitar o resgate.Minutos depois, uma ambulância chegou para transportar o músico paraum hospital de Bonito. Por conta dos buracos, o carro de socorro teve opneu furado. Maurício Reis mudou de condução, sendo levado nacaçamba de uma Toyota. "O médico do hospital disse que se o socorronão tivesse demorado tanto, ele teria chance de sobreviver", afirmou. Com uma carreira de mais de 29 anos, Maurício Reis Lançou 27 álbunsente LPs e CDs. Dicas: Verônica, Farrapo Humano, Mais uma Lição e MercedãoVermelhão.

26. EVALDO BRAGA Evaldo Braga Nascido na cidade fluminense de Campos dos Goytacazesem 26 de maio de 1945, era filho de Antônio Braga, fruto de umrelacionamento extraconjugal, por isso não era querido pela esposa do

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seu pai, com quem chegou a viver durante algum tempo juntamente comos irmãos. Evaldo não conheceu a mãe biológica, que, soube-se depois,morreu queimada. Passou parte da juventude em um colégio interno, oInstituto Profissional XV de Novembro, localizado em Quintino, Rio deJaneiro, conhecido como FEBEM. Evaldo trabalhou por muito tempo como engraxate e lavador de carrosde artistas de rádios e gravadoras. Com esta ocupação, conheceudiversos artistas, entre os quais Nilton César, que lhe ofereceu a primeirachance de emprego no meio artístico, atuando como seu divulgador.Com isso, conheceu Edson Wander e apareceu pela primeira vez no ramomusical, compondo "Areia no meu Caminho", juntamente com ReginaldoJosé Ulisses. A música foi gravada pelo cantor Edson Wander em seuprimeiro disco, "Canto ao Canto de Edson Wander", em 1968, e estourounas paradas brasileiras, chegando a superar artistas do porte de RobertoCarlos. Em seguida, conheceu o produtor e compositor Osmar Navarro,que o convidou para gravar um disco na gravadora Polydor.Posteriormente teve músicas gravadas por Paulo Sérgio, um dos artistasque o ajudaram na carreira musical. Na música, celebrizou-se em 1969, no estilo "dor de cotovelo", tendofirmado parceria com compositores como Carmem Lúcia, Pantera, IsaíasSouza e outros. Apresentava-se frequentemente no programa Discotecado Chacrinha. Seus maiores sucessos foram "Eu Não Sou Lixo", "NuncaMais", "A Cruz que Carrego", "Mentira", "Sorria, Sorria", "Meu Deus", "EuDesta Vez Vou te Esquecer", "Tudo Fizeram pra Me Derrotar", entreoutros. Evaldo, mesmo campeão de vendas, sentia-se inseguro. Queriareconhecimento. Que todos aceitassem seu sucesso. Irritado com ascríticas que recebia, queixava-se com amigos: "- Olha aqui. O cara diz quenão canto nada, né? Manda ele ver quantos discos eu estou vendendo.Diz pra ele." Chegou a afirmar em um jornal "Não faço música para aelite. Gravo para os que moram na Zona Norte, que entende as minhasmúsicas." Evaldo Braga morreu em um acidente automobilístico na BR-3 (Rio deJaneiro-Juiz de Fora), atual BR-040, no dia, 31 de janeiro de 1973 comapenas 27 anos de idade. Segundo populares, a tragédia aconteceuquando o motorista tentou fazer uma ultrapassagem perigosa, e oVolkswagen TL do cantor foi atingido em cheio por um caminhão Scania

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que vinha no sentido contrário. É importante ressaltar que, no momentodo acidente, Evaldo Braga não dirigia o carro, mas seu motorista,Vanderlei, que morreu na hora. Evaldo ainda foi levado com vida aoHospital Nossa Senhora da Conceição, em Três Rios, mas, como perdeumuito sangue, morreu de anemia aguda. Seu túmulo é um dos maisvisitados no feriado de Finados no Cemitério São João Batista no Rio deJaneiro. No mês de setembro de 2011, no SESC - Campos, Evaldo Braga foihomenageado com uma exposição de fotos e artigos do cantor pelofotógrafo e pesquisador cultural Wellington Cordeiro. Curiosidade: Existe um boato segundo o qual Evaldo Braga, ainda bebê,teria sido jogado pela mãe biológica numa lata de lixo. Entretanto, esseboato foi veementemente desmentido pelo irmão de Evaldo, o músico ecabeleireiro Antônio C. Braga, em depoimento num documentáriorealizado por Armando B. Mendes Filho em 1997, intitulado Evaldo Braga- O Ídolo Negro, que está disponível no site Youtube em três partes. Oesclarecedor depoimento de Antônio C. Braga aparece na parte 2 dodocumentário, exatamente a 1 minuto e 52 segundos. Dicas: Meu Deus, Mentira, Sorria sorria e A cruz que carrego.

27. LINDOMAR CASTILHO Lindomar Cabral, filho de Pedro Romualdo Cabral e Jordelina da SilvaBarros, nasceu no dia 21 de janeiro de 1940 em Santa Helena, no estadode Goiás. Transferiu-se para Goiânia, onde cursou a Faculdade de Direito.Em 1960, após ser aprovado em concurso, ingressou na Secretaria deSegurança Pública e abandonou a faculdade no 2º ano. Antes, porém,havia trabalhado como diretor do escritório da companhia Viatécnica. Sua carreira musical começou quando o compositor e então diretorartístico da gravadora Continental, Diogo Mulero, o Palmeira, da duplaPalmeira e Biá esteve em Goiânia. Na residência do compositor e escritorBariani Ortencio, Lindomar era o ponta-esquerda do Sírio Libanês, echegou a ser convidado para fazer um teste no Corinthians, porémquando o produtor lhe ouviu cantar imediatamente o convidou paragravar um LP usando apenas seu nome Lindomar, sem o Cabral. Temposdepois sugeriu que adotasse o pseudônimo de Lindomar Castilhojustamente em função de um futuro sucesso latino-americano que eleprevia. No final de 1962 gravou em São Paulo seu primeiro álbum:

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"Canções que Não se Esquecem", cantando 12 sucessos do cantor,compositor e ator Vicente Celestino, sua principal influência artística. Nesse ano deixou de trabalhar na Secretaria de Segurança Pública.Lindomar mudou-se para São Paulo e ingressou como Chefe de RelaçãoPúblicas da firma de colchões de molas Epeda. Gravou ainda umcompacto com a música "Margarida", de Lupicínio Rodrigues. Em 1964lançou pela Continental "Alma, Coração e Vida" seu segundo LP,conduzido pela faixa-título e por "Somente uma Flor", gravou em 1965"Escuta Minha Oração", com destaque para as faixas "Falhaste Coração"e, um de seus maiores sucessos como intérprete, "Ébrio de Amor",gravada também em espanhol e lançada na América Latina. No anoseguinte lançou "Mensagem de Carinho", entre 1967 e 68, gravou trêsálbuns, com destaque para "Amor de Pobre", "Meu Coração está deLuto", "Esta Tarde vi Chover" e "Contigo Aprendi". Em 1969, teve fôlegopara lançar três LPs: "Somos Iguais", "En Castellano", e "Canções que Nãose Esquecem - Vol. 2". Em 1970 Lindomar Castilho estreou na RCA Víctor, sua nova gravadora,com um LP que trouxe, o sucesso "Pureza", de Osmar Navarro.Amparado pelo hino "Coração Vagabundo" (Marcos Pitter), o ilustrecidadão de Santa Helena gravou em 1973 "Vou Rifar Meu Coração", quegrifou seu sucesso internacional. De acordo com o release do cantor naépoca, a música "Vou Rifar Meu Coração" o projetou efetivamente nocenário mundial, e só no México recebeu mais de 50 gravações. O LPgravado em espanhol lhe proporcionou sucessos em mais de 50 países"chegou, em alguns casos a obter índices de vendagem difíceis de seremconseguidos até por grandes astros dos próprios países, como foi o casodo México, quando do lançamento do compacto-simples "Voy a rifar micorazón" (Eu Vou Rifar meu Coração), que vendeu nada menos de 78 milcópias só na semana de lançamento. Um de seus maiores sucessos,"Você é Doida Demais", composto com seu parceiro mais constante,Ronaldo Adriano, conduziu o álbum "Eu Canto o que o Povo Quer", queganhou versão para o mercado latino. Na RCA gravou músicas de granderepercussão como "Oi Sô", "Feiticeira", "Minha Mãe, Minha Heroína", "NósSomos Dois Sem-vergonha", "Camas Separadas", "Sul Brasileiro", "OTroco", "Tema da Tarde", "Homem de Pedra" e "Eu e a Viola". Com 10 LPsem espanhol gravados em El Salvador, México e Estados Unidos,Lindomar lançou em meados da década de 70 os micro-sulcos "O

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Incomparável - Volume II", "O Filho do Povo" (1976) e "Chamarada" (1977).Consagrado pela revista americana "Billboard" como o "El nuevo ídolo delas Américas", o cantor representou em 1977 o Brasil como campeão devendas de discos no programa "Coast to Coast", da televisão americana,em San Francisco, Califórnia. No mesmo ano, conheceu nos corredores da RCA, em São Paulo acantora iniciante Eliane Aparecida de Grammont, com quem se casou nodia 10 de março de 1979, e teve uma filha, Liliane. "Antes de casar, osdois decidiram que ela não cantaria mais para se dedicar ao lar" porémlogo se separaram e Eliane voltou a cantar, e iniciou um romance com oprimo de Lindomar, o músico Carlos Randall, o que provocava o ciúmeincontrolável de Lindomar. No dia 30 de março de 1981, no Café BelleEpoque, no Jardim América, em São Paulo, Lindomar atirou em Elianne eCarlos, matando a ex-esposa, em 1984 foi julgado e condenado a 12 anosde cadeia, posteriormente seus últimos 6 anos em regime semi-abertopor bom comportamento, mesmo preso Lindomar continuou gravando, édessa época a música "Muralhas da Solidao" uma das mais cultuadas dacarreira, os outros discos nao tiverem grande atencao do público e damídia, um exemplo é que em 1989 Lindomar lançou "Entre Tapas eBeijos" a música nao fez nenhum sucesso, 3 meses depois a duplainiciante Leandro e Leonardo a regravou exatamente com o mesmoarranjo e venderam 2 milhoes de cópias! Lindomar Castilho ganhou em 1996 sua liberdade e, somente retornou àcarreira graças aos pedidos de sua filha. Lançou em 2000 LindomarCastilho ao vivo (Sony Music), gravado no Teatro Goiânia, em Goiás, esuas músicas "Eu vou rifar meu coração" e "Você é doida demais" fizeramparte da trilha sonora do filme Domésticas, Em 2001, "Você é doidademais" se tornou tema de abertura do seriado Os Normais, da TV Globo,com Fernanda Torres e Luiz Fernando Guimarães. Em 2004 lançou seuúltimo disco "Romantico" basicamente com músicas de Ronaldo Adrianoe Célio Roberto. Hoje por questoes de saúde Lindomar se aposentou dospalcos, e sua última aparição pública foi em 2012 no documentário, "VouRifar meu coração" de Ana Rieper. Dicas: Muralhas da Solidão, Eu vou rifar meu coração, Você é doidademais, Feiticeira, Coração vagabundo, Alma coração e vida, Ébrio deAmor e Se eu pudesse.

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28. TEDDY MAX Teddy Max foi um cantor paraense de muito sucesso, autor do hit donorte do Brasil Ao pôr-do-sol, depois de fazer certo sucesso, resolve semudar do país, viajando com mulher e filho para o Japão onde morou por12 anos. Lá trabalhou obviamente como cantor da noite, quando voltou ao Brasilretomou a carreira no Belém do Pará nos anos 2000, quando começava aonda do calypso, regravou os grandes sucessos, e ganhou uma sobrevidade sucesso naquela região. Em 2008, durante um show no Macapá, sofreu um ataque cardíaco emorreu no palco, hoje sua esposa Betty Max e seu filho Kleber Maxtambém seguem na carreira artística. Dicas: Ao pôr-do-sol

29. CARLOS ALEXANDRE Nascido no interior, na fase adulta passou a morar em Natal, ondeiniciou a carreira de músico e conheceu o DJ Carlos Alberto de Sousa,maior incentivador da sua carreira. Carlos Alberto, anos mais tardetornou-se produtor do cantor e o levou para São Paulo, onde foiapresentado aos produtores da gravadora RGE. Nos estúdios da gravadora paulista gravou em 1978, seu primeirocompacto com as músicas “Arma de Vingança” (parceria com CarlosAlberto) e “Canção do Paralítico” (parceria com Osvaldo Garcia). Aaceitação do público foi imediata, a música passou a ser executada nasrádios, obtendo vendagem superior a 100 mil cópias, fazendo com que agravadora gravasse no mesmo ano, o primeiro LP de Carlos Alexandrecom o sugestivo título de “Feiticeira” (parceria com Osvaldo Garcia), nomede uma das músicas do disco que também foi gravado em castelhano. Aexperiência do cantor potiguar resultou na explosão da música“Feiticeira”, disparada nas rádios de norte a sul do país, levando o públicoa comprar mais de 250 mil cópias do LP.

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É quase impossível alguém dizer que nunca ouviu uma música dorepertório de Carlos Alexandre, inúmeros sucessos ganharam destaquena mídia. Além de “Feiticeira”, teve “A Ciganinha” (parceria com AarãoBernardo), “Índia” (parceria com Carlos Alberto), “Final de Semana”(parceria com Maurílio Costa), “Já Troquei Você Por Outra”, de sua autoria,e outras dezenas de sucessos. O maior incentivo ao sucesso o cantor receberia ao participar dapromoção Cantor Mascarado, da Buzina do Chacrinha. Carlos Alexandreficou várias semanas cantando “Feiticeira” com o rosto encoberto.Chacrinha distribuía prêmios para quem acertasse o nome do cantormascarado. Durante pouco mais de dez anos de carreira, o sucesso foi omais fiel parceiro de Carlos Alexandre. Seguindo na linha de EvaldoBraga, o cantor inseria sentimentos de traição, vingança e revolta nasletras das músicas que cantava, todos moldados por uma interpretaçãodramática peculiar. Aos que lhe criticavam, chamando-o de cafona e apelativo, CarlosAlexandre respondia apresentando o aval do povo “Acho que as pessoasque dizem isto é que são cafonas. Dizem que meu estilo é cafona sóporque atinjo o povão. Mas não me importo. O mais importante é quetodo disco que faço é sucesso e o povo compreende.” E compreendiamesmo, pois em três anos de carreira já havia vendido 500 mil cópias dosquatro LPs gravados até julho de 1982. “Assumi um compromisso com opúblico e sei que não vou decepcioná-lo. Desde meu primeiro disco, em1979, que venho procurando atingir um número maior de pessoas,através da música. Pela aceitação demonstrada, acho que consegui esteobjetivo.” Como cantor, compreendeu muito cedo o poder que a músicaexercia sobre as pessoas, principalmente sobre o seu público, queanualmente surgia em maior quantidade, cada vez mais proveniente dascamadas pobres da sociedade. Quando lançou o LP Revelação de Um Sonho, em 1982, o quinto dacarreira, Carlos Alexandre homenageou Evaldo Braga, outro ídolopopular, morto num acidente automobilístico no auge da carreira, em1973. Ironicamente, o próprio Carlos Alexandre morreria também dedesastre automobilístico, sete anos depois de homenagear Evaldo. O LPfoi um dos discos mais vendidos daquele ano e reascendeu a saudadedos fãs de Evaldo. Na ocasião, Carlos Alexandre explicou para a repórterÂngela Toledo, da revista Sétimo Céu, o porque da homenagem: “Como

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Evaldo Braga estava muito esquecido, me propus a fazer um trabalhopara reabilitar sua memória, e depois porque sempre me identifiqueicom o que ele cantava.” Apoiando a idéia de Solange, esposa e parceira em composições, queriahomenagear um afilhado do casal, foi que Pedrinho (nome que o artistausava no começo da carreira, com o qual assinou Caixa Vazia, músicagravada em 1975 pelo cantor potiguar Ruan Carlos) adotou o nomeCarlos Alexandre. Quando o filho do casal nasceu, recebeu o nome deCarlos Alexandre Junior(tinha sete anos quando o pai faleceu). Sua discografia está registrada em mais de 200 composições gravadasem 3 compactos, 14 LPs, sendo 2 LPs e 4 CDs pós-morte. Pelo muitosucesso que fez, Carlos Alexandre recebeu em vida, 15 discos de ouro.Artistas como Bartô Galeno e Gilliard, gravaram músicas do cantor que,apesar de ter surgido em 1978, foi somente na década de oitenta queestabeleceu uma carreira triunfante. Suas composições ganharamdestaque também, nas vozes de outros nomes bastante conhecidos eprestigiados pelo público romântico de Genival Lacerda, Gilliard, BartôGaleno, Barros de Alencar, Ismael Carlos e outros. A morte de Carlos Alexandre repercutiu como uma bomba nos coraçõesapaixonados dos seus milhares de fãs espalhados pelo território nacional. No dia 30 de janeiro de 1989 o cantor se envolveu em um acidentequando saía de um show em Pesqueira e seguia para sua casa em Natal(RN). Na época o cantor havia lançado o disco "Sei, Sei", que fez, inclusive,bastante sucesso. O filho do cantor homenageou o pai na música Tributo ao Meu Pai(Carlos Alexandre Junior e Nilton Azevedo), a música faz parte do seuprimeiro CD, gravado em 2000 pela gravadora Gema. De todas ashomenagens que o artista recebeu depois de sua morte, a maisimportante foi feita no dia 2 de junho de 1999, no espetáculo “Vem VerComo Eu Estou” (título de uma música de Carlos Alexandre em parceriacom Nando Cordel, do disco que leva o mesmo nome, gravado em 1984),realizado pelo produtor cultural Marcelo Veni, no Teatro AlbertoMaranhão, em Natal. No show Tributo a Carlos Alexandre, cantores da nova geração do RioGrande Norte, fizeram uma releitura da obra do artista e ohomenagearam enfeitando as músicas, velhas conhecidas do público,com blues, rock e pop. Nomes conhecidos do público potiguar,

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homenagearam o ídolo formatando-o de acordo com o gênero de cadaum. Cristina Holanda, Cleudo Freire, Júnior Baiano, Cantus do Mangue,General Junkie, Babal, além de Carlos Alexandre Júnior e Marina Elali. Deixou um único filho, Carlos Alexandre Junior, que também segue acarreira do pai gravando discos e fazendo shows pelo nordeste. PauloMárcio, irmão de Carlos Alexandre, também é cantor e muito popular. Dicas: Feiticeira, Cartão Postal, Sertaneja e A Ciganinha.

30. AMILTON LELO Amilton Lelo (goiano) começou sua carreira ainda nos anos 70, comalguns resquícios da estética da Jovem Guarda. Mas estourou mesmo nosanos 80. Fundamentalmente, suas canções - quase todas composiçõespróprias - falam de amor, e foram gravadas por boa parte dos cantoresde peso do gênero. Amilton morreu em 1985, na cidade de Bela Vista, Goiás. Foi assasinadopor sua cunhada, irmã da sua ex-esposa, da qual se separou. Amiltonestá sepultado no cemitério de Goiânia, na galeria dos artistas, e recebeuma legião de fãs todos os anos. Dicas: Ontem Eu Chorei Demais, Eu Preciso De Você, Noite Triste, AdeusMeu Grande Amor, Montanha Maior Do Mundo, Só Vou Amar A MinhaSombra e Não Consigo Lhe Esquecer.

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Capítulo 6 FOLCLÓRICOS

Na história da música brega, muitos cantores tiveram uma maneirapeculiar de levar suas vidas e carreiras, alguns fizeram questão de semostrarem diferentes na aparência, e outros eram meio loucos no dia-a-dia, abusavam da bebida e de drogas e deixavam o público e osempresários de cabelo em pé, nesse capítulo traremos também cantorescom inícios de carreira surpreendentes.

31. ADELINO NASCIMENTO O maranhense (outro), Adelino Nasimento talvez tenha sido o íconebrega, mais rock and roll da história, com histórico de bebedeiras e usode drogas, arrumou milhares de fãs ao mesmo tempo que deixou muitosempresários na mão, subindo ao palco chapado, ou sequer semcondições de fazê-lo. Indo pra parte positiva da carreira, Adelino Nascimento (O cantorapaixonado do povão) colecionou muitos sucessos na sua carreira dequase 25 anos, começando na Unacam, posteriormente na BMG (Aríola)e atingindo o auge na Gema. Adelino Nascimento faleceu em 2009, no Sergipe, quando depois de umshow sentiu-se mal, porém, não quis receber atendimento, e acaboupassando mal novamente no dia seguinte em uma bebedeira na casa doprefeito da cidade, o diagnóstico foi uma parada respiratória, ocasionadapor uma crise de asma muito intensa. Dicas: Toca o telefone, Secretária da Beira do cais, Tânia, Taxista, MeninaFaceira, Vou voltar pra São Luís, A surpresa da carta, Paixão proibida,

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Faceira, Vou voltar pra São Luís, A surpresa da carta, Paixão proibida,Adeus ingrata e Não toque essa música.

32. GENIVAL SANTOS O cantor Genival Santos nasceu na cidade de Campina Grande, porémaos 6 anos de idade sua família resolveu ir morar no estado do Rio deJaneiro para buscar uma vida melhor, onde chegaram a ter um sitio nacidade de Santa Cruz da Serra. Genival até ajudou a plantar o feijão e omilho, mas a cidade grande lhe atraia. Adolescente, trabalhou comosapateiro, ajudou a descarregar pedra e cimento de caminhão, foiservente de pedreiro. Tudo isso até começar a fazer o que gostava,cantar. Tinha só 17 anos quando começou a cantar na Praça Mauá. Lácomeçou a conhecer a boêmia carioca e compositores iniciantes, além dedois grandes amigos: Bastinho Calixto e Carlos André (que o levaria pragravar seu primeiro disco, poucos anos depois). Levado por Carlos André a Copacabana (selo Som), Genival grava umdisco "meio a meio" que era uma prática da copacabana quando querialançar dois cantores populares simultaneamente sem gastar muito, nodisco "Eu canto e voce toca" Genival Santos tinha 6 músicas no lado A, e osanfoneiro Bastinho Calixto tinha as outras músicas do lado B,orepertório do disco é bem diferente do estilo que consagrou Genival,uma mistura de samba cançao, com música nordestina, estilo queacompanhou Genival em seu segundo lp, "Morrendo de Amor" gravadona Beverly/Som, porém sem grande destaque. Enquanto esperava uma nova chance, Genival era convidado, pra gravarmúsicas em coletaneas de forró da gravadora Copacabana, o cantorparticipou de 3 edições da coletanea "Quebra Pote" de forró... A carreirade Genival muda a partir do momento em que muda para o estiloromantico e se ver obrigado a divulgar seu novo disco, Genival num atode coragem resolveu participar do programa do polêmico FlavioCavalcanti. Genival cantou "Se for Preciso" música que não havia entrado no disco, esó seria gravada 5 anos depois. Quando terminou, foi duramentecriticado pelo apresentador dizendo que Genival cantava "pra dentro", Acantora Maysa, o compositor Ronaldo Bôscoli e José Messias (hoje juradodo Raul Gil) lhe deram nota zero, porém a quarta jurada a atriz Márcia deWindsor, lhe deu nota 10 e disse: "Você vai vender mais do que Gil eCaetano".

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Dias depois, a produção de Flávio Cavalcanti começou a recebercentenas de cartas: chegaram a 1.500. O rapaz foi chamado para voltarao centro do palco. Desta vez, cantou "Meu coração pede paz", música-título de seu primeiro LP. Na plateia, nordestinos vibravam. "Olha, tuafamília é grande, hein? Tem até ônibus vindo de Salvador", disse,mesclando pilhéria e preconceito, o apresentador que se notabilizou porquebrar discos em cena e analisar moralmente as canções que eramouvidas ali. Desta vez, Genival não passou por júri, nem por zeros.Cantou toda a canção sem ser interrompido, ouviu os aplausos e foiembora. Nunca mais foi convidado a voltar, apesar de vender tantoquanto Gil e Caetano. Foram 28 discos e cinco milhões de cópiascomercializadas, e grandes sucessos nacionais como: "Meu Coração pedePaz", "Se errar outra vez", "Sendo Assim" e "Eu não sou brinquedo" etantos outros sucessos regionais. Há 20 anos Genival Santos mora em Fortaleza, e faz cerca de 10 showspor mês, seu último disco inédito foi em 1994, no inicio dos anos 2000 foichamado pelo velho amigo Carlos André, que era seu produtor na épocado sucesso, para regravar 20 de seus sucessos em arranjos maismodernos para a série "20 Super Sucessos" da Polydisc, esse foi a últimagravação do cantor. Dicas: Se for preciso, Se errar outra vez, Eu preciso parar pra pensar, Voucair na gandaia e Vem morar comigo.

33. FRANKITO LOPES Frankito Lopes (Agilio Lopes, nome de batismo) nasceu no estado deGoias, no dia 24 de abril de 1929 em uma vila hoje chamada cidade de"Senador Canedo", e desde novo descobriu o poder de sua voz, iniciou acarreira usando o apelido de infancia "Senin" e assim cantou em algumasduplas sertanejas/caipiras as que ficaram mais conhecidas na regiao doMato Grosso foram, "Rodolfo & Senin" e "Branquinho & Senin" essaúltima, chegou a gravar discos o primeiro deles em 1968 pela gravadoraregional "Som", Frankito cantava em circos em dupla, e quando a duplase desfez continuou cantando, fazendo parte de comitivas, ondeconheceu um dos seus grandes amigos o humorista Barnabé. No final dos anos 70, Frankito abandona o sertanejo raiz, e parte para amúsica romantica, e encontra refúgio no estado do Pará, onde grava umcompacto pela Gravasom no inicio dos anos 80, a música "Quero dormir

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em teus bracos" fez sucesso e depois ele gravou seu primeiro lp "Querodormir em teus bracos - vol 1", o envolvimento com o norte do país, e avontade de se diferenciar dos cantores de seu genero, levou Frankito aaproveitar uma pequena descendencia indigena que tinha, por parte depai da tribo "Carajás" para criar o personagem do "índio apaixonado", decabelos longos, rosto pintado e todas as outras indumentárias indigenas.além dos vocalizes (gritinhos de ui ui e etc). Morando no Pará, Frankito continuou gravando, geralmente um disco acada um ano e meio, seu sucesso já havia chegado no nordeste commúsicas como: "Boa Noite meu amor", "É Paixao e Nada Mais", "Fruto deum Romance","A solidao me fez Chorar" e "Revolta"... E outros sucessosno norte, no final dos anos 80 Frankito ensaia um principio de sucessoem Sao Paulo, quando as músicas "Bar da Boemia" e "Chorei" tocarammuito, e o índio apaixonado recebeu um disco de platina e um de ourono "Programa do Bolinha" da rede bandeirantes. Nos anos 90/2000 Frankito continua com seus shows, e gravando seustrabalhos, seu último grande sucesso foi "Amante ou Marido"naGravasom/Atracao Fonográfica foram 13 discos de inéditas e duascoletaneas, também fez parte da Gema com 4 cd´s porém nenhum 100%inédito,além de outras gravadoras menores, nos anos 2000 descobriuuma cirrose hepática, que durou anos, Frankito continuou cantando atéquando a saúde aguentou, no inicio de 2008 fez seu último show emParipiranga, Bahia... por ironia do destino era exatamente a gravacao deseu dvd, que acabou registrando o último show do índio apaixonado. No fim da vida, Frankito resolveu voltar pra Goiania, onde faleceu no dia27 de novembro de 2008, a exatos 4 anos com 69 anos. Dicas: Quero dormir em teus braços, Chorei, Amante ou marido, Opalavermelho e Fruto de um romance.

34. WANDERLEY ANDRADE45

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Wanderley Andrade, o Gênio do calypso ou a pérola preciosa dos palcosbrasileiros (ufa), é rei em Belém do Pará, pelos seus sucessos e suasimpatia, além claro do visual de doido. Quem julgar o livro pela capa, se dará mal, Wanderley é poliglota, e fazsucesso cantando em vários países da América do sul, com grandessucessos como a trilogia dos criminosos: Traficante, Psicopata eTerrorista, músicas que lhe renderam passagens em programas globais.Hoje o cantor divulga o Acochadinho, ritmo criado por ele. Dicas: Traficante do amor, Declaração. Bailarina e Morena Sereia.

35. BALTHAZAR Roqueiro de formação, o sergipano Balthazar iniciou a carreira cantandocom cults como Raulzito e Sergey (aquele da árvore), partindo depois pramúsica romântica, onde substituiu o falecido Evaldo Braga em suarespectiva gravadora. Logo agradou e fez muito sucesso nos anos 70, com uma composição deRaul, e outras de sua própria autoria. O cantor sempre foi irreverente esimpático, principalmente no palco, em suas entrevistas sempre brinca,quando o assunto é seu antigo casamento com a cantora Diana, ou aquantidade de filhos que teve (segundo ele foram 26). Com agenda sempre cheia, viaja o interior do nordeste com seuguitarrista e tecladista. Dicas: Se ainda existe amor, Se eu parar de cantar, Chama de amor eSarah.

36. RAIMUNDO SOLDADO O ex soldado Raimundo Teles Carvalho, mudou de vida quando foicontratado pela Copacabana (conhecida por ser gravadora de brega), lájunto com seu Conjunto de Ouro, reinventaram a maneira de se gravarpro povo. Com uma qualidade musical invejável e um talento vocal duvidável,Raimundo explodiu com seu primeiro lp, nunca foi unânimidade em suagravadora, só ficou muito tempo, porque sempre foi um grandevendedor de discos, e tinha o carinho do seu povo. Faleceu em 2001, vítima de meningite em Timon (adivinha, Maranhão). Dicas: Abraçando Você, Naná, Você gosta de mim e Não vá nessa.

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Capítulo 7 SUMIDOS

Cantores que surgiram de maneira arrasadora, mas, depois caíram noesquecimento, uns nunca pararam, outros tentam reerguer a carreira.

37. LAIRTON DOS TECLADOS Cantor que explodiu de maneira ímpar no Brasil, com aparições emvários programas de tv, como o Programa do Ratinho, Planeta Xuxa eDomingão do Faustão, vendendo um milhão e quinhentas mil cópias dodisco de estreia que tinha Morango do Nordeste, o cantor ganhousobrevida no segundo cd que vendeu 400 mil cópias. Depois disso Lairton, não acertou mais nenhuma canção inédita, eacabou se dedicando somente a regravar sucessos alheios, hoje seusucesso é regional no interior do nordeste. Dicas: Morango do Nordeste, Paixão e Loucura, A Nordestina e Tentei teesquecer.

38. GILBERTO LEMOS Gilberto é de Cachoeiro de Itapemirim/ ES. Artísticamente, decidiu seguircarreira quando venceu um concurso de música na sua cidade, a partirdaí começa a fazer constantes apresentações em shows realizados emboates e bailes da cidade. A oportunidade para estrear no disco veio como apoio que recebeu do produtor Nunes Hernandes. Assina contrato coma RGE no auge dos seus 21 anos de idade e logo de primeira seu discoagrada em cheio, sendo um dos mais vendidos do ano de 1981. Agravadora percebeu o talento de Gilberto tanto para cantar, quanto para

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compor músicas românticas, quando chegou na gravadora o cantor játinha mais de 50 composições escritas, prontas para gravação. Lamentavelmente o sucesso de Gilberto Lemos foi rápido demais, sumiuna estrada, perdeu a direção ou simplesmente foi descartado antes dotempo. Não foi somente A Rua em Que Você Morava que fez sucesso navoz de Gilberto, o cantor ainda emplacou outros sucessos, mas o tempojá era outro, e a supervalorizaçao que a mídia deu para o rock nacionalacabou por prejudicar o romantismo dos nossos cantores nos anos 80,fazendo com que os jovens mudassem radicalmente a preferênciamusical, não totalmente para o rock, mas a debandada para as estaçõesde FMs mudou o perfil do consumidor naquela época, período em quevivíamos o fim da inocência. Passou 20 anos sem cantar cuidando de suas empresas, voltou em 2012. Dicas: A rua em que você morava e Mil razões para chorar

39. JOSÉ ROBERTO José Roberto é um cantor e compositor brasileiro, que iniciou suacarreira em 1967, ano em que saiu de Salvador, sua terra natal. Comgravações pouco expressivas dessa época, somente no início da décadade 70, é que o cantor ganha popularidade nacional com hit de 71,"Resolvi Não Te Deixar", de Sérgio Reis. Bem ao estilo Jovem Guarda, a gravação pode confundir alguns pelasemelhança com a voz e o estilo de Jerry Adriani. Ainda em 71, JoséRoberto emplacou outro sucesso, uma composição do "Rei" do Iê-iê-iê,que agradaria ao público e reforçaria a sua popularidade, "Tenho UmAmor Melhor Que o Seu", de Roberto Carlos, provava o efeito (estilo) e aforça, que a jovem guarda manteria nos primeiros anos da década de 70.A letra da música mantinha o romantismo e os acordes característicosque havia marcado a última metade da década de 60. Fez sucesso também com a música Lágrimas nos olhos. Com 45 anos decarreira, lançou 27 trabalhos, entre LPs e CDs. Em Portugal, teve quatrocompactos duplos que foram lançados na época da Jovem Guarda. Pela vendagem dos discos, recebeu vários prêmios e troféus importantesdo cenário artístico brasileiro. Participou de vários programas detelevisão no eixo Rio-São Paulo. Além disso, foi muito aplaudido emshows realizados na Colômbia e no Paraguai. José Roberto mora no Riode Janeiro e continua cantando. Na sua carreira, gravou 27 discos e fez

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shows por todo o Brasil e em países da América Latina. Mas, tá sumidoda mídia a muito tempo. Dicas: Resolvi Não Te Deixar LÁgrimas nos olhos, Eu não presto mas teamo e Ao menos telefone.

40. ROBERTO VILLAR O Cantor Roberto Villar conhecido como o "Rei do Calypso", grande íconedo movimento brega na região norte do Brasil colecionou muitossucessos, com direito a vender seu milhão de discos, e a ter Chimbinhana sua banda. Anunciou já ha algum tempo em seu site, que o albúm "Roberto Villar -Inéditas e ao vivo", trata-se de seu último disco gravado para o "Mundo",e agora guiará sua carreira no segmento Gospel, daí a sumida repentina,virou cantor evangélico. Dicas: Profissional papudinho, Ator principal e Agora eu sei.

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EncerramentoSe você chegou até o final desse pequeno e-book parabéns (eu quasenão conseguia chegar), convido você a opinar sobre o que achou dele,pelo e-mail: [email protected]

E também convido para acessar o Brega Blog, e conferir nosso acervo.

Peço desculpas pelos erros, tanto de português quanto de algumainterpretação exarcebada, e deixo aqui o meu muito obrigado!

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