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4ª Edição - Nov/Dez 2014 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Revista Rita Elisa Seda “Toda biografia compõe um toque de verdade que acorda as almas mais adormecidas.” Ozires Silva A Busca Incessante dos Talentos Christina Hernandes Literatura no mundo dos contos de fadas

4ª Ediçao Literatura & Cia - 2014

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Entrevista exclusiva com a autora Rita Eliza Seda

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4ª Edição - Nov/Dez 2014

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Rita Elisa Seda“Toda biografi a compõe um toque de verdade que acorda as almas mais adormecidas.”

Ozires Silva A Busca Incessante dos Talentos

Christina Hernandes Literatura no mundo dos contos de fadas

Editorial

Expediente

Realização:

Editora e jornalista responsável:Patricia Borges

MTB: 59.846-SPDiagramação e editoração:

Alexei Augustin WoelzAssistente editorial:

Laís Cristine de SousaColunistas:Ozires Silva

Christina HernandesColaboradores:

Publish NewsMirian Menezes de Oliveira

Tiragem:5.000 exemplares

Impressão:Focus Vale

Distribuidor:Omar Lanziloti

Distribuição Gratuita:São José dos Campos, Jacarei, Caçapava, Taubaté, São Luiz do Paraitinga, Lorena, Cruzeiro, Moreira César, Aparecida, Pindamonhangaba e Roseira e Livrarias

MaxSigma

Contato:Tel: (12) 3302-1533 / 9-8115-7506

[email protected]

Não nos responsabilizamos pelas informa-ções contidas nos anúncios publicados ou nas matérias assinadas, que não represen-tam necessariamente a opinião do veículo.

Olá, amigos leitores.

Mais um ciclo se fecha! O ano de 2014 chega ao fim com um saldo significati-vo para cada pessoa. A vida se renova! Mas acredito que a mesma vontade e a mesma alegria permaneçam em nossas vidas inde-pendentemente da virada do ano. A revista Literatura & Cia. fecha o ano com um ar e um sentimento positivo. Sempre, todos os anos, em qualquer tempo, há adver-sidades, diferenças e dificuldades, mas a vida apresen-ta principalmente muitas realizações, trazendo boas novas para todos nós. Vamos aprendendo a entender que “uma andorinha não faz verão”. A revista Literatura & Cia não é um so-nho que se realizou sozinho. Sem dúvida, esse meio de comunicação se agraciou com uma família que se formou com pessoas essenciais.Sempre há alguém para nos estender a mão, dar aque-le apoio que é um impulso para seguirmos em frente com força total e afinco. Todos, sem exceção, depositaram confiança na revista. Sem contar com o total apoio de autores consagrados, parceiros, colaboradores, jornalistas, assessores de im-prensa... enfim, sem dúvida, este último editorial não existiria. Foi criado um elo entre todos os envolvidos e idealiza-dores para que pudéssemos apresentar o melhor para o nosso querido leitor. O propósito foi alcançado. O incentivo ao bem, o incentivo ao novo, o incentivo ao conhecimento, o in-centivo ao empreendedorismo, o incentivo à educação. Tudo através da literatura. A literatura é só um pedaço do crescimento e do amadurecimento. É por todos esses acontecimentos e fatores que sempre digo: é nos pequenos detalhes que descobrimos mais, talvez tudo. A revista nasceu! A revista cresce! As raízes... ah, as raízes! Isso só o tempo nos fornece.

Nada como o tempo para nos presentear com boas novas. Com toda a certeza, o ano de 2015 é esperado com louvor para atender os nossos amados leitores, mantendo o foco e criando sempre grandes novidades. Que tudo prossiga para o bem em todas as estações do ano. Muito obrigada a todos. Sintam-se abraçados.

Patricia Borges

Mercado editorial Livros - SugestõesSite que oferece livros para download gratuito está ameaçadoO Estado de S. Paulo - 03/12/2014 - Maria Fernanda Rodrigues

São 3 mil títulos, entre lançamentos e best-sellers; associação que representa editores ainda investiga os responsáveis pelo projeto

No ar há quase dois anos, o site Le Livros cons-truiu um acervo de mais de três mil obras (o úl-timo de Chico Buarque já está lá), atraiu 402 mil seguidores no Facebook e, mais incrível, mante-ve-se fora do radar das editoras e da Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR). Os livros oferecidos lá gratuitamente são protegidos pela Lei de Direitos Autorais e envolveram diver-sos profissionais em sua produção. A questão é polêmica. Trata-se de pirataria ou de democra-tização do acesso à cultura? “Acreditamos que o conhecimento deva ser livre, que todos necessi-tam ter acesso à cultura. E que se o sistema e os governantes fazem nada ou muito pouco, nós o faremos, é nosso dever ajudar as pessoas”, disse um dos representantes do grupo. Mas, enquanto uma nova lei de direitos autorais ainda é discu-tida, o argumento não convence juízes. Agora mesmo, a ABDR ganhou uma ação contra uma pessoa que oferecia três obras acadêmicas para download. A indenização, pela lei, seria no valor de 3 mil exemplares de cada obra. Mas foi fixada em 100 exemplares porque não houve venda. Entre janeiro e setembro, foram excluídos 92.847 links desse tipo.

Poesia

Contos

EntrevistaRita Elisa Seda

Rita Elisa é uma escritora santarritense de nascença (MG), joseense de coração (SP) e vilaboense de alma (GO). Suas atividades são moldadas com formação em: fotografi a, jornalismo e arqueologia.Embaixadora da Paz pela ordem da Coroa dos Arameus e dos Auranitas. Comendadora ofi cial pelo Estado de São Paulo com a Medalha Leão de Judá. Membro da Confederação Brasileira de Letras e Artes - CONBLA. Membro do Instituto Histórico, Geográfi co e Genealó-gico do Grande ABC - IHGG Membro da União Brasileira de Escritores – UBE, São Paulo-SP, à Academia Valeparaibana de Letras e Artes – AVLA, Taubaté. A Academia Joseense de Letras – AJL, São José dos Campos. É Fundadora e Diretora Cultural da ONG Catar Feijão e das Manhãs literárias, em São José dos Campos. Fundadora e Diretora Cultural da CIA TEA-TRAL FARRICORA, Cidade de Goiás. Agraciada com a Sala de Leitura Rita Elisa Seda pela Rede Estadual de Ensino Fundamental do Estado de São Paulo na EEEF. Prof. Nelson do Nascimento Monteiro. Agraciada com a Sala de Leitura Rita Elisa Seda pela Rede Municipal de Ensino Fundamental de São José dos Campos na EMEF. Prof. Geraldo de Almeida. Rita Elisa é uma mulher que apresenta um curriculo extenso e signifi cativo, e que sem dúvida declara o seu imenso prazer e alegria em se trabalhar com a arte e literatura.

Literatura & Cia - Rita Elisa, você tem di-versos livros publicados, incluindo temas da literatura infantil, poesias, crônicas e biografias históricas. É mais fácil criar histórias infantis para despertar interesse nas crianças ou buscar relíquias, encontrar papéis antigos e se deparar com registros nunca antes encontrados, em suas pesquisas históricas? Rita Elisa Seda – Escrevo literatura infantil há muitos anos, tenho guardado mais de dez livros inéditos, datilografados, desde um tempo em que a arte da escrita era mais difícil do que atualmente, tínhamos de pensar bem nas palavras porque errar na datilografia trazia um desconforto na imagem impressa no papel, e mesmo assim eu escrevia sem parar, pois fluía e posso dizer que ainda flui sem que eu coloque barreiras. A pesquisa para biografias é mais difícil, é cheia de barreiras. Estórias infantis escrevo em uma se-mana, ou até menos. Histórias biográficas eu levo anos para escrever. A respeito da vida e obra de Cora Coralina comecei a colher registros em 1983, desde essa data não mais parei. Morei quase sete anos na cidade de Goiás e nesse tempo eu registrei e adquiri para meu acervo pessoal inúmeros docu-mentos primários e secundários. Mesmo assim me certifico sempre se tudo está correto, ao ponto de registrar os inéditos, em cartório. A maioria consta na obra: Cora Coralina Raízes de Aninha.

L&C - As redes sociais citam muitas frases e pensamentos sobre observações da vida sobre o olhar de diversos escritores consagrados e autores que ainda permanecem no anonima-to. Você acredita que a internet ou as redes so-ciais colaborou para despertar mais interesse em ler livros?

R. E. S. – Sim, pela minha experiência posso dizer que as redes sociais são vitrines para todos os tipos de escritores, os consagrados ou não, todos têm o direito de expor seus pensamentos através de fragmentos literários, com citações de suas obras, e até mesmo com textos inteiros de contos, crônicas, poesias e pequenos romances. Dessa forma vendem seus livros, participam de eventos literários, conhecem outros escritores, mantendo interligada a grande teia mundial li-terária WWWL. Segundo pesquisas realizadas e divulgadas nes-te ano de 2014 pela assessoria ministerial da Se-cretaria de Comunicação Social, a internet é o meio de comunicação que mais cresce no Brasil. O brasi-leiro passa mais tempo conectado a uma rede de computadores do que em frente a uma televisão.

L&C - Rita, Cora Coralina era uma mulher sim-ples. Sua forma leve de observar a vida a tornou uma grande escritora, se destacando no segmen-to literário. Como você pontua uma escritora sim-ples, sem tantos diplomas, mas com uma grande sensibilidade que a torna uma escritora renoma-da e respeitada de um grande autor de livros de grande intelectualidade. Ser um grande escritor independe de grau de instrução, estudos? R. E. S. - Anna Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas – Cora Coralina, nasceu na capital do es-tado de Goiás, na cidade mais importante na re-gião centro-oeste nacional, ali viveu até seus 22 anos de idade, depois fixou residência em Jaboti-cabal (interior paulista) durante 16 anos; em São Paulo (capital) durante oito anos; em Penápolis (interior paulista) durante cinco anos; em Andra-dina (interior paulista) durante 15 anos e, então, voltou para a sua cidade natal quando Villa Boa

de Goiás já não era mais a capital do estado, onde viveu mais 29 anos. Esta é a ordem cronológica biográfica de Cora Coralina. Cora frequentou a escola da Mestra Silvina pouco mais de dois anos, tendo de se mudar para a fazenda Paraíso quando tinha apenas 11 anos de idade. Foi nessa fazenda lugar onde a mãe Jacyntha alfabetizou a filha Aninha, com muito esmero. Jacyntha era muito culta, dominava os idiomas: espanhol, italiano e francês, além de leitora assídua de livros e periódicos de várias regiões do Brasil. Foi nessa fazenda que Aninha criou o pseudônimo Cora Coralina e, também, foi na Paraíso que escreveu seus primeiros textos. A pesquisa que eu e Clóvis Carvalho Britto fize-mos trouxe à luz alguns periódicos que estavam esquecidos em uma gaveta no Gabinete Literário

de Goiás. Neles constam as primeiras publicações de Cora Coralina, datados de 1908, onde ela fez questão da inclusão do local: “Fazenda Paraíso”, Cora tinha 19 anos de idade. Algumas polêmicas vieram à tona com a publicação do livro Cora Co-ralina - Raízes de Aninha, e uma delas foi justa-mente a quebra do paradigma de uma memória construída onde consta a imagem de uma velhi-nha que quase nada estudou e que só conseguiu publicar aos 76 anos de idade. Em todas as cidades em que morou no estado de São Paulo, Coralina escreveu crônicas belíssi-mas para jornais, inclusive para o jornal O Estado de São Paulo que já na época era um dos mais importantes no país. Cora era tão culta que em algumas sessões jurídicas em que seu marido (advogado) não po-

dia comparecer era ela quem atuava. Em São Paulo durante a revolução de 1932 foi audaciosa em pedir o voto feminino, em Andradina foi candidata ao cargo de ve-readora pela UDN, e quando no palanque seus discursos eram ovacionados pelos trabalhadores rurais que levantavam as ferramentas de trabalhos, insuflados pelas palavras de dona Cora. Ela foi tão à frente de seu tempo que ao lermos suas crônicas da década de 1910 veremos que a Cora am-bientalista tinha ideias vanguardistas, as crônicas das décadas de 1940 mostram que naquela época ela já pleiteava um banco de leite para os recém-nascidos carentes. Cora tinha tanta intelectualidade que a União Brasileira de Escritores – UBE, com

“Hoje em dia o aluno pode ofender o professor, mas tiraram o direito do professor de se defender.

o patrocínio da Folha de São Paulo a home-nageou com o troféu Juca Pato e o título de Intelectual do Ano de 1983. A intelectualidade não está no diploma recebido em uma instituição educacional e, sim, na leitura constante, na formação de opiniões, na escrita diária, no conhecimen-to empírico e na determinação em saber mais e mais. Tem pessoas que mostram sua intelectualidade através de um diplo-ma, seguindo um mestre; outras mostram sua sapiência através de seus atos e seus escritos, ditando normas e abrindo novos caminhos, sendo O mestre; Cora Coralina pertence ao segundo grupo.

L&C - Você acredita que a visita de escri-tores em escolas públicas e privadas colabo-ra para aumentar o interesse do aluno nos estudos e a ler mais livros de literatura?

R. E. S. - Visitei escolas em diversos estados brasileiros, do Rio Grande do Sul ao Tocantins, vi que é importantíssima a visita do autor às escolas públicas e privadas. Em todas elas recebi carti-nhas, releituras de meus livros, assisti encenações teatrais e vídeos que fizeram baseados nos meus livros infantis. Nesse primeiro contato notei que os alunos leram meus livros, não somente uma vez, mas duas vezes no mínimo, pois me diziam frases inteiras. Posso dizer que essa é uma manei-ra dos alunos pegaram o gosto pela leitura. Existe um bom número de alunos de esco-las em que visitei que se tornaram meus amigos na rede social via Internet e me colocam a par de suas leituras, não só dos meus livros, mas de todos os livros que leem. Fico fascinada com a diversidade de títulos, e sempre questiono a res-peito da obra para ter maior entendimento, pois não consigo ler tudo que me direcionam.

L&C - Qual a sua observação e posição à educação no Brasil? R. E. S. – O país está passando por um perío-do de transição educacional. Antigamente havia o regime de notas, avaliações e vestibulares bem definidos. Atualmente já não existe obrigatorie-dade em notas, em passar de ano, nem mesmo em se ingressar a uma boa faculdade. Vi em algumas escolas que quanto mais tem-po o aluno permanecer no ensino mais os pais recebem uma compensação monetária para isso,

cheguei a escutar de uma mãe que o filho dela (com 17 anos de idade) não precisava saber es-crever corretamente o nome dele. Hoje em dia o aluno pode ofender o pro-fessor, mas tiraram o direito do professor de se defender. Apesar destes tristes casos existem escolas onde os estudantes são tão educados que eu me sentava no chão para ficar ao lado deles, de tanto que me encantaram, por causa da educação com que tratam todas as pessoas. Participei de muitos eventos em escolas no Vale do Paraíba e todas elas são de alto nível edu-cacional, um verdadeiro celeiro cultural no Brasil. Vale citar que na Revista Exame, Editora Abril, 2014, a matéria “Educação no Brasil deveria ser solução e não tragédia”, assinada por Fábio Pe-reira Riberio, Sócio-Diretor na empresa Rm Law & Business School, informa que “mais uma vez o Brasil está nas piores posições dos indicadores in-ternacionais sobre Educação”. As avaliações feitas pela OCDE e pela ONU mostram que o ensino bra-sileiro continua estagnado em baixa qualidade. É muito triste saber que atualmente o Brasil é o terceiro pior em 40 países desenvolvidos.

L&C - Qual seu ponto de vista sobre a lite-ratura regional, já que realizou estudos sobre duas senhoras escritoras, Eugênia Sereno, com a publicação de “A Menina dos Vagalumes” e sobre Cora Coralina “Raízes de Aninha”?

R. E. S. – A literatura regional me fascina. Sempre lia Cora Coralina, na adolescência em Minas Gerais e na fase adulta no estado de São Paulo, me deliciava com os poemas coralinea-nos. Mas, foi somente depois de morar alguns anos na cidade de Goiás que consegui entender os escritos de Cora. A sinestesia vilaboense me introduziu ao mundo encantado de Aninha, a menina feia da Ponte da Lapa; e consegui sentir cada palavra dentro de regionalidade em que foi

escrita. Entendi, então, que é preciso vivenciar o que estudamos. Com essa sabedoria adquirida aos longos dos sete anos fui pesquisar a respeito de Eugênia Sereno. Quase todos os fins de semana (durante quase dois anos) eu ia até a cidade de São Bento do Sapucaí, nem que fosse só para andar descalça pela cidade (sem me importar com os olhares), ia até a Pedra do Baú (subia pela escadinha de ferro), passeava pelo cemitério (onde fiz amigo), escutava com atenção o badalar dos sinos (ainda mais o da Matriz), participava das festas em dias santos (festa de São Bento é boa demais), comia os quitutes nas vendas mais antigas (o pé de moleque com rapadura), subia nas árvores (tirei fotos até com as crianças em cima da árvore) e acompanhava os vagalumes na hora do lusco-fusco (magia pura). Tudo isso eu fiz com alegria e desprendimento só para entender a obra “O Pássaro da Escuridão”. Essa sinestesia me levou a escrever um dicionário eugeniano de expressões populares, pois além das expressões que encon-trei na obra de Eugênia Sereno, sempre anotava em meu caderninho o falar gostoso típico da re-gião do Sul de Minas, afinal é minha terra natal e as conversas me parecem antigas cantigas.

L&C - Qual é o seu objetivo em transmitir ao leitor biografias de escritoras regionais e suas obras?

R. E. S. – Levar o leitor à procura de escritoras que traçam o perfil de alguma região brasileira. Temos o exemplo de dona Ruth Guimarães. Foi ela quem me incentivou a continuar com minhas pesquisas. Quando o livro Cora Coralina - Raízes de Aninha estava quase pronto, ainda no boneco, levei-o para que a amiga Ruth Botelho desse a sua opinião, e o mesmo fiz com o livro Eugênia Sereno - A Menina dos Vagalumes; inclusive levei parceiros de escrita biográfica para conhecer a casa de dona Ruth para que as instruções dela não ficassem apenas comigo, compartilhar sabe-res é caminhar com luz própria. Assim como aprendi com dona Ruth a ter um olhar diferenciado para as escritoras brasileiras quero deixar informações para os que desejam saber um pouco mais da biografia de suas escri-toras prediletas.

L&C - Qual é o papel de uma obra literária bio-gráfica na vida de um leitor, podendo ser qual-quer profissional, aluno ou professor? R. E. S. – Toda biografia compõe um toque de verdade que acorda as almas mais adorme-cidas. Biografia consta de fatos vivenciados e traz o leitor a uma realidade onde ele poderá se encaixar e dizer: “igualzinho aconteceu comigo”. Dessa forma a leitura torna-se mais interessante, estimulada pela procura de algo mais com que o leitor possa se identificar.

Mirian Menezes de Oliveira

FECHADA (OU ABERTA) PARA BALANÇO

Dezembro de 2014... Sinto que este ano teve mais do que 365 dias, tendo em vista a multiplici-dade de situações vividas: perdas, vitó-rias, tristezas, alegrias, doenças, saúde... VIDA. Realmente, este ano foi repleto de ROTINAS E SURPRESAS, como todos os nossos ciclos de existência. Tantos fo-ram os acontecimentos, que posso “fe-chá-lo”, com saldo positivo. Se tivesse que listar tudo o que me aconteceu nesse intenso período, teria, inevitavelmente, de mudar o gênero textual. Teríamos uma lista de super-mercado, para, no mínimo, um mês de consumo. “Adoeci”, como qualquer “ser humano”, entretanto, vivi, fervorosamente, cada se-gundo e, nas rotinas surpreendentes da vida, aprendi com a própria respiração! Posso dizer que estou pronta para fe-char mais um ciclo... ou abri-lo? Tanto faz!Desejos de Feliz Natal!

Feliz Ciclo Novo!

JOGO DE DAMAS

Por que me surpreendo? Em determinado momento sou jogadora, Em 01 segundo sou peça. Algum problema? Além do tabuleiro, há a tarde dourada.

In.: “ROTINAS E SURPRESAS – ESPIRAIS DE VIDA” – SCORTECCI EDITORA.

Ozires Silva -Educação e Empreendedorismo

A Busca Incessante dos Talentos

O que vem a ser a globalização? Sem dúvida, é um fenômeno derivado diretamente das comunicações universais e instantâneas, permitindo que pessoas em qualquer lugar do mundo possam obter, fácil e direta-mente, qualquer informação, usando os mecanismos criativamente oferecidos pela Tecnologia da Informa-ção e pela disseminação dos meios de comunicação. O amplo e aberto compartilhamento de informa-ções e de produtos, embora possam ser consideradas lógicas e normais pelo cidadão comum, somente foi possível graças a um enorme esforço de padro-nização que ganhou corpo, criando e sendo aceitos globalmente métodos e processos na transmissão e na interconexão da enorme massa de dados e de produtos que circulam pelo mundo. Esses resultados fantásticos, não contabilizados pelo usuário global, representam saltos de extremo valor para fortalecer e acelerar o processo universal de desenvolvimento e progresso de países, hoje completamente diferentes do que eram no passado até recente! É fácil observar que, há poucos anos tudo era mais simples. Por exemplo, um telefone era somente usa-do para se comunicar. Hoje, a comunicação é apenas um entre vários atributos de um celular. Um televisor, branco e preto, nada tem mais a ver com seu equiva-lente moderno. A constatação é que um produto mo-derno coloca-se agora bem mais distante das maté-rias primas que os originaram. Ou seja: são muito mais complexos e sofisticados do que se poderia fabricar há uns poucos anos. Vale a pergunta: Como são conseguidos tais pro-dutos que ganham o mundo e justificam o sucesso de empresas, organizações, regiões e países? Ora, concordam os analistas, são resultados de concepções criativas, fabricadas e vendidas por pessoas de talento, inovadoras e… corajosas. E, pergunta-se: tais talen-tos, como surgem e de onde vêm? Quem são e porque

os talentosos se diferenciam das demais pessoas? As respostas óbvias vêm dos sistemas educacionais e de treinamento que lhes são oferecidos pelas melhores instituições mundiais. Os talentosos parecem cultivar valores e motivações diferentes das demais pessoas. São diferentes dos demais e certamente precisam de gerentes que os entendam, que possam deles extrair o melhor que possam oferecer. Cada empreendimento precisa con-tar com a competência do seu time de colaboradores. Eles, se de um lado contribuem para produzir rique-zas, precisam em contrapartida de reconhecimento e de estímulos. É impressionante se constatar que a cultura, muito aceita pela maioria das pessoas, é que todos sejam iguais, resultando numa tendência de nivelamento estabelecendo regras generalizadas, esquecendo-se o recado constante da Mãe Natureza. Embora sejamos hoje da ordem de sete bilhões no mundo moderno, entre os seres humanos habitando no Planeta não se encontram dois iguais. Sabe-se que tratamentos iguais podem não prevale-cer, mas não se deveria deixar de tentar a identificação daqueles que podem mudar o mundo em que vive-mos e a eles dedicar uma atenção particular, ofere-cendo-lhes ambientes operativos que não inibam sua capacidade de inovar e de criar. Basta olhar ao nosso redor e nos lembrarmos de quem criou ou produziu aquilo que estamos usando neste preciso momento e perguntar como tudo sur-giu. Quem produziu tantas realizações, invenções e soluções contribuintes para que nossas vidas sejam mais fáceis e práticas? Precisamos refletir e agir, deixando espaço para que as cabeças inteligentes fa-çam o seu trabalho, lembrando-nos que serão delas a determinação das tendências e dos novos horizon-tes no futuro.

Christina Hernandes - Universo Infantil

Literatura no mundo dos contos de fadas

O que seria da criança do passado se não fossem aquelas histórias contadas por seus avós, antes de irem dormir, que apesar de assustadoras, misterio-sas e infinitamente sedutoras, as hipnotizavam na trama sem se darem conta que seu inconsciente era invadido por pensamentos mirabolantes tra-zendo a solução dos complicados enigmas, num passo de mágica. Avançar, seguir em frente na evolução é primor-dial para a sobrevivência do intelecto humano, porém, fico pensando como deve ser difícil para a criança de hoje vivenciar a fantasia através dos contos de fadas, com lindas princesas e príncipes, lindos castelos, onde o ou a protagonista é sempre um personagem bonito, meigo, pensando no bem estar de todos e de tudo ao seu redor. Aquela ingenuidade pura da criança do passado sumiu, dando lugar a uma criança mais racional, conectada nas redes sociais recebendo informação através da internet e tantos outros meios de co-municação, descobrindo cedo demais a realidade, muitas das vezes sem o desenvolvimento psíquico/emocional para essa compreensão. A criança do passado tinha certeza de que a prin-cesa que sofria ou que estava presa logo seria salva por seu grande amor dando fim ao seu sofrimento. O que escutava do texto lido era quase verdade ab-soluta, ficando por horas a fio pensando em estar no lugar daquela princesa para viver uma gran-de historia de aventura, onde tudo era possível, como a hipnótica figura do Papai Noel, Coelhinho

da Páscoa e tantos outros. Não tinham noção do que estava sendo apresentado através dos enredos aparentemente ingênuos e envolventes, temas fortes, importantes escondidos propositalmente nas entrelinhas de uma história espetacular. A criança de hoje racionaliza a história, menos aberta para os contos de fadas, o espírito natali-no, muitas só com presentes, coelhinho da páscoa, um grande ovo de Páscoa. Cuca, imagine só, sai da fantasia para dizer que aquilo não é possível, que é invenção, isso quando não diz que é mentira. Está preocupada com o futuro, entender a historia ao pé da letra deixando de viver o presente, fruto dos seus sonhos de brincar com sua imaginação, onde literalmente pode ser o que quiser, dentro daquele reino de faz de conta. Diante desse quadro triste, onde temos pequenos adultos de cinco ou seis anos, é urgente resgatar os contos de fadas, as leituras de livros infantis convencionais e aqueles que apresentam a ver-dade sobre as datas comemorativas religiosas ou não, para que possam entender o seu significado. A leitura para adormecer a criança entra no seu in-consciente pela porta secreta da imaginação cons-truindo os sonhos que torna tudo possível com menos explicações. Esse exercitar lhe permite criar e vivenciar a fantasia podendo ser uma das fadas ou bruxa, à sua escolha e risco, experimentando o belo e o feio e por fim ter mais confiança para crescer e ir compreendendo gradativamente a vida como ela é.