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STC 20/04/2010 Paulo Pereira 1 Atenção Apresente todo o trabalho no documento. Responda adequadamente a cada questão de forma pessoal. Toda a informação recolhida nas diversas fontes de informação deve ser tratada e devidamente indicada. Área de Competência Sociedade, Tecnologia e Ciência (STC) Núcleo gerador 7: Saberes Fundamentais Domínio de Referência: DR2Contexto Profissional Tema: Processos e Métodos Científicos Competência: Recorrer a processos e métodos científicos para actuação em diferentes domínios da vida social. Recursos/materiais: Computador, papel A4, Livros para pesquisa, Internet. Duração: 12 horas

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Atenção Apresente todo o trabalho no documento.

Responda adequadamente a cada questão de forma pessoal.

Toda a informação recolhida nas diversas fontes de informação deve ser tratada e devidamente

indicada.

Área de Competência – Sociedade, Tecnologia e Ciência (STC)

Núcleo gerador 7: Saberes Fundamentais

Domínio de Referência: DR2– Contexto Profissional

Tema: Processos e Métodos Científicos

Competência: Recorrer a processos e métodos científicos para actuação em

diferentes domínios da vida social.

Recursos/materiais: Computador, papel A4, Livros para pesquisa, Internet.

Duração: 12 horas

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Sociedade

1. Distinga conhecimento científico de conhecimento vulgar ou senso comum. Grande parte do nosso conhecimento da natureza e dos seres humanos não é científico e, na verdade, surgiu muito antes da ciência ou mesmo da própria civilização. Sabemos que certas plantas nos alimentam ou curam e que outras são venenosas, que é mais seguro beber água fervida, que os filhos tendem a parecer-se com os pais, que algumas doenças são contagiosas, que com o leite podemos fazer queijo, que por vezes a terra treme e o Sol desaparece e que podemos moldar alguns metais quando os aquecemos. O conhecimento vulgar ou senso comum corresponde a crenças como estas. Podemos caracterizá-lo desta forma: O senso comum consiste em crenças amplamente partilhadas pelos seres humanos, justificadas pela experiência quotidiana e transmitidas de geração em geração de uma forma essencialmente acrítica. Além disso, o conhecimento de senso comum tende a reflectir as necessidades humanas mais imediatas, ou seja, tem um carácter acentuadamente prático. Não há uma descontinuidade absoluta entre o senso comum e a ciência. O conhecimento científico surgiu a partir da ampla informação empírica que constitui uma parte importante do senso comum, e as diversas ciências resultaram em grande medida das necessidades práticas da vida humana. Por exemplo: • A astronomia responde em parte à necessidade de ter calendários rigorosos, que por sua vez são necessários para a agricultura; • A geometria responde à necessidade de medir terrenos e construir casas; • A biologia responde à necessidade de preservar a saúde; • A química responde à necessidade de produzir medicamentos. Ao nível do senso comum encontramos uma colecção de factos bastante dispersos, mas as teorias científicas «arrumam» os factos de uma maneira sistemática. No entanto, nem todo o conhecimento organizado ou sistematizado tem um carácter científico. É por isso que esta resposta é incompleta. Uma lista telefónica, um diário de bordo ou uma grelha da programação televisiva, por exemplo, podem conter muita informação precisa e sistemática, mas essa informação não constitui por si qualquer conhecimento científico.

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2. Descreva as etapas do método científico.

Etapa 1: Observação

Quase todas as investigações científicas começam por uma observação que desperta a curiosidade ou suscita uma questão. Por exemplo, quando Charles Darwin (1809-1882) visitou as Ilhas Galápagos (localizadas no Oceano Pacífico, a 950 km a oeste do Equador), ele observou diversas espécies de tentilhões, cada qual adaptado de maneira única a um habitat específico. Os bicos dos tentilhões, em especial, apresentavam largas variações e pareciam desempenhar papel importante na maneira pela qual o animal obtinha alimento. Os pássaros cativaram Darwin. Ele queria compreender as forças que permitiam que tantas variedades diferentes coexistissem com sucesso em uma área geográfica pequena. Suas observações o levaram a formular uma pergunta que poderia ser submetida a teste.

Etapa 2: Formulação da pergunta

O propósito da pergunta é estreitar o foco da investigação e identificar o problema em termos específicos. A pergunta que Darwin poderia ter feito, depois de ver tantos tentilhões diferentes, talvez fosse expressa assim: o que causou a diversificação dos tentilhões das ilhas Galápagos?

Eis algumas outras questões científicas:

O que faz com que as raízes de uma planta cresçam para baixo e o seu caule cresça para cima? Que marca de desinfectante bucal mata mais germes? Que forma de carroçaria de automóvel reduz com mais eficiência a resistência do ar? O que causa descoloração nos corais? O chá verde reduz os efeitos da oxidação? Que tipo de material de construção absorve mais som?

Encontrar perguntas científicas não é difícil e não requer treino científico. Se você já se sentiu curioso sobre algo, se já quis saber o que causou algum acontecimento, então provavelmente já formulou uma pergunta que poderia servir de base a uma investigação científica.

Etapa 3: Formulação da hipótese

Perguntas anseiam por respostas e o próximo passo no método científico é sugerir uma possível resposta em forma de hipótese. Uma hipótese é, muitas vezes definida, como um palpite informado porque quase sempre se baseia nas informações que você dispõe sobre um tópico. Por exemplo, se você desejasse estudar o problema relacionado à resistência do ar, poderia já ter a sensação intuitiva de que um carro em forma de pássaro poderia enfrentar menos resistência do ar do que um carro em forma de caixa. Essa intuição pode ser usada para ajudar a formular uma hipótese.

Em termos gerais, uma hipótese é expressa na forma de uma declaração "se... então". Ao fazer uma declaração como essa, os cientistas estão praticando o raciocínio dedutivo, que é o oposto do raciocínio indutivo. A dedução, na lógica, requer movimento do geral para o específico. Eis um exemplo: se o perfil da carroçaria de um carro se relaciona à resistência do ar que ele encontra - declaração geral - então um carro em forma de pássaro será mais aerodinâmico do que um carro em forma de caixa - declaração específica.

Perceba que existem duas qualidades importantes quanto a uma hipótese expressa em formato "se... então". A primeira é que ela é passível de teste e é possível organizar uma experiência que teste a validade dessa declaração. A segunda é que ela pode ser contestada, ou seja, seria possível desenvolver

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uma experiência que revele que tal ideia não procede. Caso essas duas qualificações não sejam atendidas, a questão não poderá ser tratada por meio do método científico.

Etapa 4: Experiência controlada

Muitas pessoas pensam em uma experiência como algo que acontece em um laboratório. Mas as experiências não necessariamente envolvem as bancadas de um laboratório ou tubos de ensaio. No entanto, elas precisam ser montadas de forma a testar uma hipótese específica e precisam ser controladas. Controlar uma experiência significa controlar todas as variáveis, de modo que apenas uma esteja aberta a estudo. A variável independente é a variável controlada e manipulada pelo responsável pela experiência, enquanto a variável dependente não o é. À medida que a variável independente é manipulada, a variável dependente é mensurada em busca de variações. No exemplo sobre o carro, a variável independente é a forma da carroçaria. A variável dependente - aquilo que medimos para determinar o efeito do perfil do carro - podem ser a velocidade, o consumo de combustível ou uma medição directa da pressão de ar exercida sobre o carro.

Controlar uma experiência também significa montá-la de forma que haja um grupo de controlo e um grupo experimental. O grupo de controlo permite que o responsável pela experiência estabeleça um parâmetro de comparação, com números que ele possa confiar e que não resultem das mudanças geradas pela experiência. Por exemplo, na experiência de Pasteur, o que teria acontecido caso ele tivesse usado apenas o frasco de gargalo curvo? Poderíamos saber com certeza que a falta de bactérias no frasco se devia à sua forma? Não. Ele precisava comparar os resultados do grupo experimental aos do grupo de controlo. O grupo de controlo de Pasteur era o frasco de gargalo recto.

Agora considere o exemplo sobre a resistência do ar. Se desejarmos conduzir a experiência, precisaríamos de ao menos dois carros - um de forma mais esbelta, semelhante à do corpo de um pássaro, e o outro em forma de caixa. O primeiro modelo seria o grupo experimental e o segundo o grupo de controlo. Todas as demais variáveis - o peso dos carros, os pneus e até mesmo a pintura - teriam de ser idênticas. A pista de teste e as condições que a afectam teriam de ser controladas ao máximo.

Etapa 5: Analise os dados e conclusão

Durante uma experiência, os cientistas reúnem dados quantitativos e qualitativos. Em meio a essas informações, se eles tiverem sorte, estão indícios que podem ajudar a sustentar ou a rejeitar uma hipótese. O volume de análise necessário para chegar a uma conclusão pode variar amplamente. Como a experiência de Pasteur dependia de observações qualitativas sobre a aparência do caldo, a análise era bem simples. Ocasionalmente, é preciso usar ferramentas analíticas sofisticadas para analisar os dados. De qualquer forma, o objectivo final é provar ou negar uma hipótese e, ao fazê-lo, responder à pergunta original.

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3. Descreva as técnicas de recolha de dados mais frequentemente utilizadas nas ciências sociais.

Nas Ciências Humanas é utilizada a tipologia das Ciências Sociais (De Bruyne et al., 1975, pp. 200 a 208) que se caracterizam por três grandes grupos de técnicas de recolhas de dados que servem para instrumentar as investigações qualitativas. Estes três grupos, designados por “modos”, identificam-se por inquérito; que pode tomar uma forma oral – entrevista – ou escrita – questionário; a observação e a análise documental. As técnicas que as metodologias qualitativas privilegiam são no modo de inquérito por entrevista, que pode ser orientada para temas específicos (Gauthier, 1987), mas que pode tomar a forma de entrevista não directiva (Pourtois e Desmet, 1988, p. 131); no modo de observação, a observação participante e no modo de análise documental, a análise de conteúdo que tem como função a complementaridade na investigação qualitativa e que é utilizada para cruzar os dados obtidos através das outras técnicas. Sistemas de Observação: A observação é encarada como um conjunto de utensílios de recolha de dados e um processo de tomadas de decisão (Evertson e Green, 1996). Estas investigadoras identificam quatro tipos principais de registo e de gravação dos dados na fase da observação. São eles: os sistemas categoriais, descritivos, narrativos e tecnológicos. Os sistemas categoriais são considerados fechados uma vez que as unidades de observação são sempre pré-definidas. Reflectem as atitudes filosóficas, teóricas, empiricamente deduzidas ou formadas a partir da experiência pessoal do investigador (Evertson e Green, 1986, p.169). Num sistema fechado, o observador está limitado unicamente ao registo dos itens que surgem na lista das variáveis previamente definidos, enquanto num sistema aberto ele apreende aspectos mais alargados do contexto. Os sistemas descritivos “tendem a basear-se numa análise retrospectiva de acontecimentos já registados. (…) Além disso, os sistemas descritivos encontram-se intimamente ligados aos registos de tipo tecnológico” (Evertson e Green, 1986, p.177). Os sistemas narrativos, baseiam-se na elaboração de um registo escrito dos dados numa linguagem corrente do quotidiano. Este registo pode fazer-se no momento da observação de um acontecimento ou de um desenrolar de um conjunto de acontecimentos que decorreram num período de tempo. Os sistemas tecnológicos de registo de dados são os mais abertos e normalmente surgem em complementaridade com os outros tipos de sistemas. Este sistema pode ser utilizado in situ, ao mesmo tempo dos outros sistemas, ou pode ser um registo ao qual os outros sistemas se venham a aplicar (Evertson e Green, 1986, p.180). A principal vantagem de um sistema tecnológico é a de garantir a conservação intacta da informação. Observação Participante: Na observação participante, é o próprio investigador o instrumento principal de observação. Ele integra o meio a investigar, “veste” o papel de actor social podendo assim ter acesso às perspectivas de outros seres humanos ao viver os mesmos problemas e as mesmas situações que eles. Assim, a participação tem por objectivo recolher dados (sobre acções, opiniões ou perspectivas) aos quais um observador exterior não teria acesso. A observação participante é uma técnica de investigação qualitativa adequada ao investigador que pretende compreender, num meio social, um fenómeno que lhe é exterior e que lhe vai permitir integrar-se nas actividades/vivências das pessoas que nele vivem. Neste tipo de observação, o investigador vive as situações e depois irá fazer os seus registos dos acontecimentos de acordo com a sua perspectiva/leitura. Permite recolher dois tipos de dados: os dados registados nas “notas de trabalho de campo”, que são do tipo da descrição narrativa e os dados que o

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investigador anota no seu “diário de bordo” que pertencem ao tipo da compreensão pois fazem apelo à sua própria subjectividade. Entrevista: A entrevista, segundo (Werner e Schoepfle, 1987, p.78) pode contribuir para contrariar determinados resultados obtidos através da observação participante. Esta última técnica, o observador pertence a uma cultura, por norma, diferente da dos sujeitos observados, a recolha de dados pode ser distorcida pelo etnocentrismo do observador. Para estes investigadores, a entrevista permite ao observador participante o confronto da sua percepção relativa aos dados recolhidos com os dados transmitidos pelos sujeitos “observados”. Consideram esta técnica como útil e um complemento à observação participante. Werner e Schoepfle (1987, p. 79), propõem que se comece por tratar em separado os dados relativos à observação e à entrevista e usar o cruzamento de informação tendo em vista não a confirmação mas sim a identificação de discrepâncias. Contrariamente à teoria de Werner e Schoepfle, temos a posição defendida por Pourtois e Desmet (1988, p. 131) quando afirmam que a utilização da técnica da entrevista deveria preceder a recolha de dados efectuada pela observação uma vez que irá permitir referenciar e classificar problemas, comportamentos, sistemas de valores, etc., dos sujeitos a observar e permitirá também levantar as primeiras questões de trabalho e das hipóteses. Das posições ou posturas destas equipas de investigadores deduz-se que a entrevista pode ter uma função preparatória ou instrumental ou uma função técnica essencial. Nesta última função, é a observação participante que irá permitir no início a inserção no meio e que irá fornecer os dados a descobrir ao longo da investigação e que levará, no geral, às interpretações/deduções finais. Como função preparatória, a entrevista poderá levar a novas formulações de categorias de observação. A entrevista pode ser catalogada em duas grandes categorias (Powney et Watts, 1987), orientada para a resposta e orientada para a informação. Quando é orientada para a resposta, o entrevistador mantém o controlo no decurso de todo o processo. Orientada para a informação quando visa circunscrever a percepção e o ponto de vista de uma pessoa ou grupo de pessoas perante uma dada situação. Pourtois e Desmet (1988) preferem a utilização da entrevista não directiva, processo interactivo onde o investigador deve encorajar a livre expressão do sujeito através de uma escuta atenta e activa, do que a entrevista clínica que em linhas gerais correspondem à designada entrevista orientada para a resposta por Powney e Watts (1989). Van der Maren (1987, p.32) concebe o inquérito por entrevista clínica como uma técnica que necessita de preparação por parte do entrevistador como do entrevistado. Os modos de investigação: As metodologias qualitativas privilegiam os modos de investigação do tipo estudo de caso e do tipo comparação. Os estudos de caso correspondem ao modo de investigação onde o estudo é o menos construído, portanto o mais real, o menos limitado, portanto o mais aberto e o menos manipulável, portanto o menos controlado. Em investigações deste tipo, o investigador está pessoalmente implicado ao nível de um estudo aprofundado de casos particulares e pressupõem uma “participação activa na vida dos sujeitos observados e uma análise em profundidade do tipo introspectivo” (De Bruyne et al., 1975, p. 210). Para De Bruyne et al. (1975) e Robert Yin (1975), o estudo de casos toma por objecto um fenómeno contemporâneo situado no contexto da vida real, as fronteiras entre fenómeno estudado e o contexto não estão nitidamente demarcadas e o investigador utiliza fontes múltiplas fontes de dados. A investigação do tipo comparação visa descobrir convergências entre vários casos e baseia-se num estudo aprofundado de cada um deles.

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Tecnologia

1. Refira as características do conhecimento científico. As características do conhecimento científico são:

Racional É constituído por conceitos, juízos e raciocínios e não por sensações, imagens, modelos de

conduta etc. No conhecimento racional, tanto o ponto de partida quanto o de chegada são ideias (hipóteses);

Permite que as ideias que o compõem possam combinar-se segundo um conjunto de regras lógicas, com a finalidade de produzir novas ideias (inferência dedutiva);

Contém ideias que se organizam em sistemas, ou seja, conjuntos ordenados de preposições (teorias) e não ideias simplesmente aglomeradas ao acaso, ou mesmo de forma cronológica.

Objectivo Procura concordar com seu objecto, isto é, busca alcançar a verdade factual por intermédio dos

meios de observação, investigação e experimentação existentes; Verifica a adequação das ideias (hipóteses) aos fatos, recorrendo para tal, à observação e à

experimentação, actividades que são controláveis e, até certo ponto, reproduzíveis. Factual

Parte dos fatos e sempre volta a eles; Capta ou recolhe os fatos, da mesma forma como se produzem ou se apresentam na natureza

ou na sociedade, segundo quadros conceptuais ou esquemas de referência; Parte dos fatos pode interferir neles, mas sempre retorna a eles. O importante é que estas

interferências sejam claramente definidas e controláveis, ou seja, passíveis de avaliação com certo grau de exactidão, da mesma forma que devem ser objectivas e possíveis de serem entendidas em termos de lei. Se tal não ocorre, o desvio provocado pela interferência pode deturpar o fato estudado e induzir a um falso conhecimento da realidade;

Utiliza como matéria-prima da ciência, os "dados empíricos", isto é, enunciados factuais confirmados, obtidos com a ajuda de teorias ou quadros conceituais e que realimentam a teoria.

Transcende aos Factos Descarta factos, produz novos factos e os explica; Selecciona os factos considerados relevantes, controla-os e, sempre que possível, os reproduz; Não se contenta em descrever as experiências, mas sintetiza-as e compara-as com o que já se

conhece sobre outros factos; Leva o conhecimento além dos factos observados, inferindo o que pode haver por trás deles.

Analítico Ao abordar um fato, processo, situação ou fenómeno, decompor o todo em suas partes

componentes, com o propósito de descobrir os elementos construtivos da totalidade, assim como as interligações que explicam a sua integração em função do contexto global;

Serem parciais os problemas da ciência e, em consequência, também suas soluções; O procedimento científico de análise conduzir à síntese: se a investigação se inicia decompondo

seus objectos com a finalidade de descobrir o mecanismo interno responsável pelos fenómenos observados, segue-se o exame da interdependência das partes inter-relacionadas.

Claro e Preciso O cientista deve ser exacto e claro, mesmo quando não o consegue, o fato de possuir métodos e

técnicas que permitem a descoberta de erros faz com que possa tirar proveito também de suas eventuais falhas;

Os problemas, na Ciência, devem ser formulados com clareza. O primeiro, mais importante e também mais difícil passo é distinguir quais são realmente os problemas;

O cientista, como ponto de partida, utiliza noções simples que, ao longo do estudo, complica, modifica e, eventualmente, repele;

Para evitar ambiguidades na utilização dos conceitos, a ciência os define, mantendo a fidelidade dos termos ao longo do trabalho científico;

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Ao criar uma linguagem artificial, inventando sinais, a eles atribui significados determinados por intermédio de regras de designação.

Comunicável

A sua linguagem deve poder informar a todos os seres humanos que tenham sido instruídos para entendê-la;

Deve ser formulado de tal forma que outros investigadores possam verificar seus dados e hipótese;

Deve ser considerado como propriedade de toda a humanidade, pois a divulgação do conhecimento é mola propulsora do progresso da Ciência.

Verificável Ser aceito como válido, quando passa pela prova da experiência (ciências factuais) ou da

demonstração (ciências formais); O teste das hipóteses factuais ser empírico, isto é, experimental; Uma das regras do método científico ser o preceito de que as hipóteses científicas devem ser

aprovadas ou refutadas mediante a prova da experiência. Dependente de Investigação Metódica

É planejado; Baseia-se em conhecimento anterior, particularmente em hipótese já confirmadas, em leis e

princípios já estabelecidos; Obedece a um método preestabelecido, que determina, no processo de investigação, a

aplicação de normas e técnicas, em etapas claramente definidas. Sistemático

É constituído por um sistema de ideias, logicamente correlacionadas; O inter-relacionamento das ideias, que compõem o corpo de uma teoria, pode qualificar-se de

orgânico, de tal forma que a substituição de qualquer das hipóteses básicas produz uma transformação radical na teoria;

Contém sistemas de referência, teorias e hipóteses, fontes de informações, quadros que explicam as propriedades relacionadas.

Acumulativo Seu desenvolvimento é uma consequência de um contínuo seleccionar de conhecimentos

significativos e operacionais; Novos conhecimentos podem substituir os antigos, quando estes se revelam disfuncionais ou

ultrapassados; O aparecimento de novos conhecimentos, no seu processo de adição aos já existentes, pode ter

como resultado a criação ou apreensão de novas situações, condições ou realidades. Falível

Não é definitivo, absoluto ou final; A própria racionalidade da ciência permite que, além da acumulação gradual de resultados, o

progresso científico também se efectue por revoluções.

Geral Situar os fatos singulares em modelos gerais, os enunciados particulares em esquemas amplos; Procurar, na variedade e unicidade, a uniformidade e a generalidade; A descoberta de leis ou princípios gerais permite a elaboração de modelos ou sistemas mais

amplos, que governam o conhecimento científico. Explicativo

Ter como finalidade explicar os fatos em termos de leis e as leis em termos de princípios; Além de inquirir como são as coisas, intenta responder ao porque; Apresentar as seguintes características, típicas de explicação através de aspectos:

Pragmático - consiste em responder às indagações de por que? Sintáctico - diz respeito a fórmulas, as quais podem ou não, por sua vez, referir-se a

fatos ou estruturas.

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Ontológico - sob este ponto de vista pode-se dizer que explicar um fato expresso por um explicandum é inserir este fato em um esquema nomológico (estudo das leis que presidem aos fenómenos naturais).

Epistemológico - aqui a explicação se processa ao inverso da dedução: o elemento inicial da explicação é o explicandum, e o que deve encontrar são as partes do explicans;

Genético - consiste na capacidade de produzir hipóteses e sistemas de hipóteses e deriva do aspecto epistemológico;

Psicológico - considera a explicação como fonte de compreensão. Preditivo

Baseando-se na investigação dos fatos, assim como no acúmulo das experiências, a ciência actua no plano do previsível;

Fundamentando-se em leis já estabelecidas e em informações fidedignas sobre o estado ou o relacionamento das coisas, seres ou fenómenos, poder através da indução probabilística, prever ocorrências, calculando, inclusive, a margem de erro com que ocorre o fenómeno.

Aberto Não conhece barreiras que, a priori, limitem o conhecimento; A ciência não é um sistema dogmático e cerrado, mas controvertido e aberto; Dependendo dos instrumentos de investigação disponíveis e dos conhecimentos acumulados,

até certo ponto está ligado às circunstâncias de sua época. Útil

Sua objectividade, pois, na busca da verdade cria ferramentas de observação e experimentação que lhe conferem um conhecimento adequado das coisas;

Manter, a ciência, uma conexão com a tecnologia.

2. “O método científico é um processo que não tem fim”. Comente.

Algumas das características do método científico (é aberto e falível) mostram que o processo nunca tem fim. Nós podemos chegar a uma conclusão com método científico e esta pode de seguida em causa por outra pessoa. Isto demonstra que o método científico nunca tem fim, pode estar sujeito a novas e constantes alterações.

3. Leia atentamente a notícia do anexo. 3.1 – Plutão já não é um planeta. Porquê? Foi devido a uma descoberta de um novo corpo celeste, de nome xena, com 3000 km de diâmetro. Esta situação provocou uma discussão na comunidade científica sobre as alternativas que poderiam ser adoptadas: - Sistema solar passava a ser constituído por 12 planetas (acrescentando-se Xena, Caronte (satélite de

Plutão) e Ceres (asteróide entre Marte e Júpiter)

- Ou apenas por 8, definindo Plutão e Xena como planetas anões.

Foi então decidido, por votação, uma nova definição de planeta que exige que este tenha a capacidade

de afastar a vizinhança da sua órbita (no caso de Plutão, ela cruza-se com a órbita de Neptuno),

excluindo desta forma Plutão e Xena.

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Ciência

1. Distinga medicina convencional de medicina alternativa.

Medicina Tradicional

A medicina tradicional é também chamada de medicina ocidental, a medicina convencional, medicina alopática e biomedicina Na medicina tradicional as pessoas visitam os seus médicos para um check-up anual e somente quando estão doentes. Os médicos na medicina tradicional usam para tratar os sintomas de seus pacientes e doenças: medicamentos, procedimentos e cirurgias.

Medicina Alternativa

A medicina alternativa também é conhecida como medicamento homeopático ou cura natural. Uma variedade de profissionais ajudam os pacientes com técnicas de medicina alternativa. As pessoas visitam os praticantes da medicina alternativa em uma base regular para manter a saúde e prevenir eventuais problemas de saúde.

Medicina Tradicional vs Alternativa

Na medicina tradicional se um paciente entra no consultório com uma tosse. O médico irá aconselhar o paciente a tomar um inibidor da tosse (quer ao balcão ou uma forma de prescrição). A função do inibidor da tosse seria o de forçar o corpo a parar a tosse. Na medicina alternativa, o médico iria olhar o porque do paciente estar a tossir e tentar tratar todas as causas subjacentes ao invés de fazer o sintoma simplesmente parar. Tratamentos da medicina alternativa incluem remédios de ervas, massagens, meditação, yoga, exercício, dieta e homeopatia. Os tratamentos da medicina tradicional são as drogas, dieta, exercício, procedimentos e cirurgias. A medicina alternativa concentra-se em métodos preventivos e de manutenção. A ideia é manter a saúde do corpo e mente antes de se tornar doente. Na medicina tradicional existe alguma prevenção (em geral, o conselho para os pacientes a parar de fumar, reduzir o consumo de álcool, e perder peso), mas o foco está mais em livrar-se dos sintomas.

2. Para três plantas medicinais à sua escolha indique: - Propriedades; - Uso terapêutico; - Constituintes químicos.

Camomila (Matricaria chamomilla L. sin. Matricaria recutita L.)

Componentes: Óleos essencial com camazuleno, que se torna castanho com a luz, flavonóides, cumarina, álcool, ácidos gordos, heterósidos, potássio, vitamina C. Propriedades: Antálgico, anti-espasmódico, anti-inflamatório, anti-séptico, emenagogo, eupéptico, sedativo, tónico. Uso terapêutico: Boca, cabelo, cefaleia, ferida, gripe, insolação, menstruação, nevralgia, pele.

Tomilho (Thymus vulgaris L.)

Componentes: Óleo essencial, álcoois, hidrocarbonetos, resina, tanino, saponósido. Propriedades: Antiespasmódico, anti-séptico, aperitivo, tónico, aperitivo. Uso terapêutico: Tosse, bronquite, apetite, astenia.

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Alecrim (Rosmarinus officinalis L.)

Componentes: Óleo essencial, ácidos orgânicos, heterósidos, saponósidos, colina. Propriedades: Anti-espasmódico, anti-séptico, colagogo, diurético, estimulante, estomáquico, tónico e vulnerário. Uso terapêutico: Asma, astenia, celulite, colesterol, convalescença, depressão, entorse, enxaqueca, memória, nervosismo, pele, rugas, sono, torcicolo.

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ANEXO

Plutão despromovido

Foi no dia 25 de Agosto que a União Astronómica Internacional decidiu despromover Plutão à

categoria de planeta anão.

A polémica em torno do estatuto de Plutão começou quando, a 1 de Fevereiro, os astrónomos chegaram à conclusão que o

corpo celeste 2003 UB313, descoberto no Verão passado por Mike Brown, que o terá apelidado de Xena, tem cerca de 3000 km de

diâmetro, tamanho claramente superior aos 2300km de Plutão, demorando cerca de 560 anos terrestres a completar uma volta ao Sol,

o dobro do tempo gasto por Plutão. Xena está 97 vezes mais afastado do Sol do que a Terra.

Na verdade, desde a descoberta de Neptuno (1846) que não se encontrava um objecto tão grande no sistema solar.

A comunidade internacional de astrónomos iniciou então um longo debate para saber se o sistema solar passava a ser

constituído por 12 planetas (acrescentando-se Xena, Caronte (satélite de Plutão) e Ceres (asteróide entre Marte e Júpiter) ou apenas

por 8, definindo Plutão e Xena como planetas anões.

Dos 2500 astrónomos presentes em Praga, apenas 424 permaneceram até à votação, no último dia de reunião. O resultado foi a

adopção de uma nova definição de planeta que exige que este tenha a capacidade de afastar a vizinhança da sua órbita (no caso de

Plutão, ela cruza-se com a órbita de Neptuno), excluindo desta forma Plutão e Xena.

Jornal de Notícias, 23 de Dezembro de 2006 (com supressões)